Treliça espacial diamonds

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    UNIVERSIDADE ANHEMBI MORUMBI

    ARQUITETURA E URBANISMO

    TRELIA ESPACIAL, VIGA GERBER E VIGA VIERENDEEL

    MA5

    GRUPO 9

    SO PAULO

    2013

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    UNIVERSIDADE ANHEMBI MORUMBI

    ARQUITETURA E URBANISMO

    TRELIA ESPACIAL, VIGA GERBER E VIGA VIERENDEEL

    Trabalho de avaliao para compor a nota N2 da matria

    Sistemas Estruturais Materiais e Tecnologia da

    Universidade Anhembi Morumbi do

    curso de Arquitetura e Urbanismo, MA5.

    Prof Orientador: Jos Henrique Costalonga Seraphim.

    MA5

    BRBARA SAMPAIO R.A. 20122157

    DANIELLE MENEZES R.A. 20132640

    JAQUELINE KOENIGKAN R.A. 20140490

    KAREN RODRIGUES R.A. 10120199

    KEROLIN AMARAL R.A. 20138009

    SO PAULO

    2013

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    SUMRIO

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    1. INTRODUO

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    2. TRELIA

    2.1 CONTEXTO HISTRICO

    As primeiras estruturas reticuladas tridimensionais surgiram aps o

    sculo XVIII, coincidindo com o incio da utilizao do ferro fundido como

    material estrutural.

    O uso do ao nas estruturas reticuladas tridimensionais tem incio por

    volta de 1811 com a cpula de BELLANGE e BRUNET.

    Atualmente, o ao e as ligas de alumnio so os materiais mais

    empregados na construo dessas estruturas.

    No incio do sculo XX Alexandre Graham Bell desenvolveu um sistema

    estrutural em trelias espaciais formado por barras de ao com dimenses

    iguais, conectadas por ns simples e repetitivos, permitindo a total pr-

    fabricao da estrutura e vislumbrando, desde ento, as vantagens da

    construo industrializada. Na Figura 1 uma foto de Bell com sua trelia

    espacial.

    Figura 1 Trelia espacial: Alexandre Graham Bell (1907) Fonte: DU

    CHATEAU (1984)

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    Entre 1942-43 surge o primeiro sistema industrializado de ligao para

    trelias espaciais. Criado na Alemanha, o sistema MERO formado por uma

    esfera de ao onde so conectadas, por meio de parafusos, barras de seo

    tubular circular. O sistema MERO foi amplamente difundido em todo o mundo,

    inclusive no Brasil, onde se encontram vrios exemplos de obras construdas

    com o sistema alemo.

    Salienta-se que o n, sistema de ligao entre barras, sempre foi uma

    das principais dificuldades para o desenvolvimento e utilizao das trelias

    espaciais.

    Outro obstculo ao desenvolvimento e utilizao das trelias espaciaisera a dificuldade de se determinar os esforos internos e deslocamentos nestas

    estruturas devido ao grande nmero de barras e ao alto grau de

    indeterminao esttica. Este problema foi minimizado com a popularizao do

    uso dos computadores, aliado ao desenvolvimento de tcnicas numricas que

    permitem anlises estruturais mais rpidas e precisas.

    Restava ainda, at a dcada de 60, uma certa dvida sobre as

    vantagens da utilizao das trelias espaciais. Os arquitetos eram defensores

    do sistema, principalmente devido sua leveza e beleza, o que permitia maior

    integrao da estrutura ao ambiente arquitetnico desejado. No entanto, alguns

    engenheiros, embora reconhecessem mritos nas trelias espaciais, referiam-

    se a elas como estruturas exticas ou no convencionais.

    Na dcada de 60, foi criado pelo ASCE (American Society of Civil

    Engineers) um grupo de estudo sobre estruturas reticuladas tridimensionaisque promoveu, desenvolveu e divulgou uma srie de pesquisas sobre trelias

    espaciais, abordando diferentes aspectos de seu comportamento, projeto e

    construo. A partir de ento, as pesquisas e a utilizao de trelias espaciais

    em ao e alumnio foram difundidas e se desenvolveram de diferentes formas,

    em vrios pases do mundo.

    No Brasil, o desenvolvimento e a utilizao de trelias espaciais teve

    grande impulso com a construo, na cidade de So Paulo, do Centro de

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    Exposies do Anhembi, no final da dcada de 60. A trelia espacial, projetada

    pelo engenheiro canadense Cedric Marsh, composta por cerca de 48.000

    barras tubulares de alumnio para uma rea coberta de 62.500m2 sendo, at

    hoje, a maior estrutura em alumnio do mundo.

    Figura 2 Exemplo de trelia espacial.

    As dcadas seguintes, as estruturas espaciais se multiplicaram noBrasil, com obras de relevante importncia e repercusso internacional como

    por exemplo: a estrutura da cobertura da Cervejaria Brahma, no Rio de Janeiro,

    que a maior trelia espacial do mundo com 132.000 m2 de rea coberta

    (vos livres de 30m e 60m) e o Pavilho de Feiras e Exposies de Braslia

    com 57.000 m2 de rea coberta, montada em apenas 100 dias - Figura 1.3.

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    Figura 3 Cervejaria Brahma Rio de Janeiro Centro de Exposies de

    Braslia

    A grande maioria das trelias espaciais construdas no Brasil formada

    por elementos de seo tubular circular com extremidades amassadas

    (estampagem) para facilitar as ligaes. As ligaes entre as barras so feitas

    com a superposio das extremidades estampadas das mesmas, unidas por

    um nico parafuso, sendo denominada neste texto de n tpico.

    Utiliza-se tambm, ns formados pela associao de chapas planas,

    (ns de ao) ligadas diretamente s extremidades amassadas dos tubos, ou

    por meio de chapas de ponteira soldadas internamente ao tubo, neste caso

    sem estampagem das extremidades (ns com ponteiras).

    Ressalta-se que as denominaes indicadas para esses sistemas de

    ligao so utilizadas no mbito da Escola de Engenharia de So Carlos, e por

    no serem padronizadas pode-se encontrar os mesmos ns com

    denominaes diferentes.

    As trelias espaciais so utilizadas sobretudo em cobertura de grandes

    reas livres como ginsios esportivos, parques de exposies, hangares,

    supermercados, aeroportos, terminais rodovirios, etc.

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    Figura 4 - Exemplo de trelia espacial.

    Na Figura 4 esto apresentados exemplos de aplicao de trelias

    espaciais em coberturas de terminal rodovirio e ginsio de esportes.

    Figura 5 Terminal Rodovirio de Russas, CE.

    2.2 DEFINIO

    Estruturas reticuladas tridimensionais so estruturas formadas por

    elementos lineares (barras) dispostos em planos diversos. As trelias

    tridimensionais, objeto de estudo deste trabalho, so um caso particular das

    estruturas reticuladas tridimensionais, sendo formadas por duas ou mais

    malhas planas, em geral paralelas, conectadas por meio de diagonais e/ou

    montantes. As conexes devem ser rotuladas e os carregamentos aplicados

    aos ns. A Figura 6 ilustra exemplos de trelias tridimensionais.

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    Figura 6 Reticulados tridimensionais (trelias tridimensionais)

    comum os termos trelia espacial e estrutura espacial para referir-

    se s trelias tridimensionais. Esse conflito de terminologias deve-se a

    tradues de textos em ingls, que nem sempre so feitas de forma adequada.

    Aliado a isto, existe a simplificao, muitas vezes adotada na comunicao

    oral, contribuindo para a disseminao destas terminologias.

    Figura 7 - Exemplo de Trelias Espaciais

    Neste texto, decidiu-se utilizar o termo trelia espacial para designar as

    trelias tridimensionais, visto que o mesmo j est enraizado e utilizado no

    meio tcnicocientfico brasileiro.

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    2.3 TIPOS DE TRELIAS ESPACIAIS

    O comportamento estrutural das trelias espaciais funo do arranjo

    dos elementos que a compem. Para se obter uma trelia espacial possveldistribuir de diferentes formas os elementos ou barras, tanto em planta como

    em elevao. A seguir so apresentadas e discutidas as formas de arranjo

    mais comuns.

    2.3.1 Classificao das trelias espaciais quanto ao arranjo doselementos em elevao

    Em elevao, as trelias espaciais podem ser formadas por duas ou trs

    malhas (tambm denominadas de camadas) de banzos.

    O uso de duas malhas de banzo o mais comumente adotado nas

    aplicaes prticas. No entanto, as trelias espaciais com trs malhas de

    banzo podem ser uma alternativa econmica em substituio as de duas

    malhas quando, em funo de vos elevados, a altura da estrutura torna-se

    grande. A utilizao de trelias espaciais com trs camadas pode reduzir os

    comprimentos das barras, homogeneizar os esforos nas barras e,

    consequentemente, reduzir o consumo de material, alm de torn-las mais

    estveis. Vale ressaltar que esta anlise deve levar em conta outros aspectos

    interdependentes como, por exemplo, o sistema de ligao.

    Existe ainda a possibilidade da utilizao de trs camadas somente no

    alinhamento dos apoios, onde os esforos so mais elevados. Anlises

    realizadas por SOUZA, A.N.(2002) demonstram que a utilizao da terceira

    camada no alinhamento dos apoios torna a estrutura mais rgida flexo, em

    relao a trelias com duas camadas, e a distribuio de esforos nas barras

    resulta mais homognea.

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    Segundo MAKOWSKI (1987), a empresa alem Mero tem como padro

    utilizar trelias com trs camadas para vos superiores a 60m. Um exemplo

    apresentado pelo autor o ginsio de esportes Phillips-Halle no oeste da

    Alemanha, que cobre uma rea de 75m x 66m sem apoios intermedirios,

    resultando numa estrutura com consumo de ao de 36kg/m2.

    Quando se utilizam trs camadas aumenta-se o nmero e a

    complexidade dos ns ou sistema de ligao entre barras; segundo IFFLAND

    (1982) o custo das ligaes pode representar de 25% a 35% do custo total de

    uma trelia espacial e portanto, este aspecto no pode ser negligenciado no

    processo de deciso do nmero de camadas a utilizar.

    2.3.2 Classificao das trelias espaciais quanto ao arranjo doselementos em planta.

    A classificao das trelias espaciais quanto ao arranjo dos elementos

    em planta est relacionada com a figura geomtrica formada pela interseodas barras dos banzos, e pela direo destas barras. Alguns arranjos

    geomtricos empregados em trelias espaciais apresentados por ZIGNOLI

    (1981), IFFLAND(1982), MAKOSWKI(1981), AGERSKOV(1981), LAN &

    KIAN(1989) e WALKER(1986), so descritos e discutidos a seguir:

    2.3.2.1 Quadrado sobre quadrado sem diagonais esconsas

    Este arranjo estrutural que tem como base de formao um cubo, nada

    mais do que trelias planas paralelas e perpendiculares ligadas entre si

    formando um reticulado tridimensional.

    As ligaes entre barras resultam simples, facilitando a fabricao e

    montagem da estrutura. Esse arranjo apresenta baixa rigidez toro devido

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    ausncia de diagonais esconsas, o que tambm pode comprometer a

    estabilidade da estrutura, sendo necessrias estruturas auxiliares de

    travamento.

    2.3.2.2 Quadrado sobre quadrado

    o arranjo predominante no Brasil e um dos mais utilizados tambm em

    outros pases. formado por duas malhas paralelas, superior e inferior

    (banzos), com a mesma geometria, defasadas meio mdulo entre si e

    conectadas por diagonais esconsas.

    O elemento bsico na lei de formao deste arranjo de trelia espacial

    uma pirmide de base quadrada. Para cada n podem convergir at oito barras

    em planos diversos, dificultando o detalhamento da ligao. Como ser

    discutido adiante, grande parte dos sistemas de ligao disponveis, e em

    desenvolvimento, so aplicveis ao arranjo quadrado sobre quadrado. Em

    estruturas retangulares alongadas, os esforos so maiores ao longo da maior

    direo; neste caso, com o uso deste arranjo comum resultar barras de

    banzo com dimetros muito diferentes, gerando bruscas transies na regio

    das ligaes. Transies bruscas de dimetro na ligao podem comprometer

    seu desempenho, alm de ser esteticamente desagradvel.

    2.3.2.3 Quadrado sobre quadrado com aberturas internas

    Alternativamente pode se remover banzos e diagonais em algumas

    regies da trelia com arranjo quadrado sobre quadrado, diminuindo a

    densidade de barras na estrutura.

    Desta forma, pode-se reduzir o peso prprio da estrutura sem prejuzosignificativo na sua rigidez flexo.

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    2.3.2.4 Quadrado sobre quadrado diagonal

    A malha que forma o banzo superior constituda por elementos

    paralelos aos lados da trelia, enquanto os elementos do banzo inferior formam

    um ngulo de 45 com estes lados, ou vice-versa.

    Este arranjo bastante utilizado em pases da Europa, sendo apontado

    como vantagem, o fato de se poder utilizar as barras do banzo comprimido com

    comprimento inferior as do banzo tracionado, minimizando problemas de

    flambagem e facilitando a uniformizao e padronizao das sees. Em

    contrapartida, este arranjo pode resultar em aumento na densidade de barras e

    ns na estrutura.

    2.3.2.5 Quadrado diagonal sobre quadrado diagonal

    Neste arranjo tanto as barras do banzo inferior como do superior formam

    ngulos de 45 com os lados da trelia.

    A utilizao de arranjo com banzos em diagonal, ou seja, com barras do

    banzo a 45 com os lados torna-se difcil em edificaes com planta no

    retangular ou com aberturas. Em estruturas de planta retangular alongada,

    onde a tendncia que a estrutura seja mais solicitada na maior direo, este

    arranjo pode ser vantajoso resultando em melhor homogeneidade de esforos

    nos banzos.

    O arranjo que resultar em menor nmero de barras e principalmente de

    ns, independente do consumo de material (peso total da estrutura), pode ser a

    soluo mais econmica.

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    Diferentes arranjos dos elementos conduzem a diferentes distribuies

    de esforos entre as barras, e diferentes rigidezes globais da estrutura. Em

    geral, arranjos com barras em diagonal resultam em estruturas mais rgidas.

    Alm do arranjo dos elementos, outros fatores como altura da trelia,

    comprimento das barras ou mdulo e inclinao das diagonais so parmetros

    importantes que devem ser avaliados com rigor.

    2.4 ANLISE DE TRELIAS ESPACIAIS

    Ao analisar uma estrutura objetiva-se conhecer deslocamentos e

    esforos internos, consequncia de aes externas aplicadas. Ao longo da

    histria da Engenharia Estrutural foram desenvolvidas diferentes tcnicas de

    anlise, desde mtodos grficos como o CREMONA at refinados sistemas

    computacionais utilizando o mtodo dos elementos finitos.

    comum a todas as tcnicas de anlise, a idealizao de um modeloque deve representar, o mais fielmente possvel, o comportamento da

    estrutura.

    Esses modelos podem ser um sistema fsico, cujas medies de

    deformaes e deslocamentos so realizadas em laboratrios, ou modelos

    mecnicos cuja soluo, deformaes e deslocamentos, obtm-se por meio de

    diferentes mtodos, como por exemplo: diferenas finitas, elementos finitos,

    elementos de contorno e etc.

    Alm do modelo mecnico que representa a estrutura real, necessrio

    conhecer como se comporta o material que a constitui. Outro aspecto de

    relevante importncia a idealizao e quantificao das aes que atuaro na

    estrutura.

    O conhecimento sobre o comportamento da estrutura de fundamental

    importncia no desenvolvimento de modelos de anlise e procedimentos de

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    dimensionamento dos elementos. necessrio conhecer o tipo de resposta

    (linear ou no-linear) da estrutura a determinados carregamentos, como a

    rigidez das ligaes pode alterar essa resposta, os modos de colapso possveis

    e, outras particularidades ou caractersticas de cada sistema estrutural.

    Na fase de projeto realiza-se uma previso de todas as aes que

    atuaro na estrutura durante a fase de construo e de utilizao, abrangendo

    toda sua vida til. Em geral, essa previso obedece a critrios estabelecidos

    em normas e funo do sistema estrutural, da utilizao e dimenses do

    edifcio, dos materiais empregados e das condies meteorolgicas do local da

    construo.

    No Brasil, a determinao das aes em estruturas, bem como a

    possibilidade de atuao simultnea de diferentes aes baseada na NBR

    8681(1984). Para o caso especfico de estruturas de ao podem ser utilizadas

    as prescries da NBR 8800(1986). Para as aes do vento devem ser

    observadas as recomendaes da NBR 6123(1988).

    As aes podem ser dinmicas ou estticas; aes dinmicas produzem

    respostas dependentes do tempo de atuao do carregamento.

    Sempre que possvel as aes dinmica devem ser substitudas por

    aes equivalentes. No Brasil, a ao dinmica que pode atuar em trelias

    espaciais , predominantemente, a ao do vento. Em geral, esta ao

    tratada como uma ao esttica equivalente. No entanto, para trelias com

    grandes vos e baixa rigidez, essa aproximao pode ser contra a segurana.

    2.5 FABRICAO

    Os elementos ou unidades bsicas que formam as trelias espaciais so

    as barras e os ns que, pelas suas dimenses e peso prprio, facilitam o

    transporte e a montagem da estrutura. Em alguns sistemas, a estrutura

    transportada para a obra em unidades piramidais prfabricadas. Medidas

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    como restrio de comprimentos e proteo da peas devem ser previstas na

    definio do tipo de transporte destes elementos.

    Caso sejam utilizadas barras com sees laminadas, o processo de

    fabricao destes elementos resume-se ao corte, nos comprimentosadequados, e preparao das extremidades das barras para a conexo.

    Para sees formadas a frio, alm do corte e preparao das

    extremidades, necessrio um processo de conformao da seo que pode

    ser por dobramento, perfilagem ou calandragem.

    A preparao da extremidade da barra depende do tipo de ligao que

    se vai utilizar, podendo envolver: execuo de furos, soldas e reduo deseo por corte ou amassamento (estampagem) das extremidades.

    A estampagem de extremidade feita em uma prensa com duas

    ferramentas, sendo uma fixa, onde a extremidade do tubo posicionada e uma

    mvel, que produz o impacto para a estampagem e executa, ao mesmo tempo,

    os furos necessrios. No recomendvel a utilizao de extremidades

    estampadas em tubos com dimetro superior a 127mm pois, alm de exigir

    equipamentos de grande capacidade para executar a estampagem, a reduo

    de seo pode comprometer o desempenho estrutural do elemento e da

    estrutura como um todo. Neste caso, normalmente utilizam-se chapas de

    ponteira nas extremidades das barras.

    2.6 ASPECTOS CONSTRUTIVOS

    A reduo de custos devido economia de material, advinda da

    utilizao de trelias espaciais, em alguns casos pode ser superada por

    acrscimo nos custos de fabricao e montagem.

    Segundo CUOCO (1997), nos Estados Unidos, os custos de montagem

    de uma trelia espacial podem representar de 30% a 40% do custo total da

    obra, exigindo uma preocupao muito grande com esta etapa do processo

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    desde a concepo estrutural e, principalmente, a escolha do sistema de

    ligao.

    O sistema de ligao deve ser o mais simples e repetitivo possvel e,

    como comentado anteriormente, a utilizao de ns patenteados apesar daqualidade e facilidade de montagem inquestionveis, pode aumentar o custo da

    estrutura devido aos processos de fabricao e ao pagamento de patentes.

    A padronizao de sees, em alguns casos, pode aumentar o consumo

    de material, mas, em contrapartida, facilita bastante a fabricao e montagem

    reduzindo os custos globais. Uma soluo econmica deve ter, no mximo,

    duas a trs dimenses de sees diferentes nos elementos de cada banzo e

    das diagonais e, seis a nove diferentes sees na estrutura como um todo. No

    recomendada a utilizao de barras com o mesmo dimetro e espessuras

    diferentes, pois podem causar problemas de troca de posio de elementos

    durante a montagem.

    Devido ao grande nmero de elementos que compem uma trelia

    espacial, as tolerncias de fabricao devem ser pequenas para se evitar erros

    ou problemas na montagem.

    Inspees na fabricao da estrutura, pelos projetistas, so importantes,

    pois podem ser corrigidos eventuais erros de projetos e/ou fabricao, evitando

    problemas durante a montagem da estrutura. Imperfeies de fabricao e

    montagem podem alterar sensivelmente o comportamento da estrutura.

    2.7 MONTAGEM

    O mtodo de montagem mais simples e que exige menor nmero de

    equipamento a montagem por elementos. Nesta tcnica, a estrutura

    montada elemento por elemento j em seu local definitivo.

    Desta forma, pode se montar grandes estruturas dispondo de

    equipamento bastante simples como cordas, polias e andaimes para apoio

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    temporrio. No entanto, para grandes estruturas, com alturas elevadas, esse

    mtodo de montagem pode apresentar baixa produtividade, exigindo grande

    quantidade de elementos de escoramento e, consequentemente, aumentando

    os custos.

    Para grandes estruturas mais racional utilizar a montagem por

    iamento. Neste caso, a estrutura ou partes dela, montada no solo (ou

    plataforma de trabalho especial), sendo posteriormente iada, colocada em seu

    local definitivo e conectada aos pilares ou a dispositivos de apoio. Para o

    iamento da estrutura so necessrios equipamentos apropriados como, por

    exemplo: talhas, guindastes ou gruas, dependendo do peso prprio da

    estrutura e do espao disponvel para movimentaes de montagem. A Figura8 apresenta uma seqncia de montagem de estrutura por iamento, tcnica

    que tambm denominada de LIFT-SLAB.

    Figura 8 - Tcnica LIFT-SLAB de montagem para trelias espaciais

    Obviamente, comum empregar-se diferentes tcnicas de montagem

    numa mesma obra, so as denominadas tcnicas mistas.

    Um exemplo bastante interessante de montagem o centro de

    convenes do Anhembi em So Paulo, onde a estrutura com peso total de

    650 t e dimenses em planta de 260m x 260m, foi totalmente montada no solo,

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    sendo posteriormente iada e conectada aos pilares a 14m de altura. O

    iamento da estrutura durou cerca de 27 horas.

    Ressalta-se que a trelia espacial deve ser verificada para uma situao

    transitria de montagem quando for utilizada a tcnica LIFT-SLAB, pois podem

    surgir esforos importantes na estrutura durante o iamento.

    2.8 COMPORTAMENTO DE TRELIAS ESPACIAIS

    A referncia ao comportamento de um sistema estrutural est ligada ao

    tipo de resposta da estrutura em relao aos carregamentos que lhe so

    impostos. Os deslocamentos e deformaes nos elementos e o carregamento

    que causa o colapso da estrutura compem a resposta estrutural.

    O colapso de trelias espaciais pode est relacionado s seguintes

    causas:

    Colapso dos elementos (barras) por esgotamento da capacidade

    resistente por trao, ou por instabilidade;

    Colapso das ligaes;

    Instabilidade global da estrutura.

    Estudos tericos e experimentais apontam como principais fatores

    intervenientes no comportamento de trelias espaciais, as caractersticas das

    barras comprimidas e das ligaes empregadas.

    Idealmente, as trelias espaciais possuem ligaes (ns) rotuladas e

    carregamentos concentrados nos ns. Na realidade, poucos detalhes de

    ligao aproximam-se de uma rtula, portanto, na maioria dos casos existem

    restries ao giro causando flexo nas barras. Excentricidades nas ligaes,

    oriundas dos processos de fabricao ou do detalhamento da ligao podem

    alterar o comportamento do sistema.

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    A instabilidade das barras comprimidas afetada pelo comportamento

    das ligaes e, tambm, pode alterar a resposta estrutural e o modo de

    colapso. Para efeito de projeto deseja-se conhecer o carregamento ltimo ao

    de colapso e sua resposta fora aplicada x deslocamento. Dependendo das

    caractersticas da estrutura, esta resposta pode ser linear ou no-linear.

    2.9 ASSOCIATIVIDADE

    Observa-se, nas ltimas dcadas, um expressivo desenvolvimento e

    utilizao de trelias espaciais para as mais diversas aplicaes como, porexemplo, ginsios de esportes, pavilhes de exposies, hangares e etc. Ou

    seja, coberturas onde so necessrias grandes reas livres, resultando em

    vos de comprimentos elevados.

    A escolha do sistema estrutural em trelia espacial deve-se a algumas

    de suas caractersticas, que resultam em vantagens estruturais e construtivas

    em relao aos sistemas planos convencionais.

    As principais vantagens da utilizao de trelias espaciais so

    apontadas por MAKOWSKI (1981):

    Comportamento tridimensional permite uma distribuio de esforos

    bastante homognea entre as barras que compem a estrutura,

    permitindo a padronizao das sees e reduo de peso prprio da

    estrutura;

    Possuem grande rigidez a flexo, alto grau de indeterminaoesttica e podem apresentar grande nmero de barras redundantes,

    o que segundo o autor pode representar uma reserva de segurana

    do sistema;

    Podem ser fabricadas em pequenas partes ou elementos de peso

    prprio reduzido facilitando o transporte e a montagem, resultando

    na reduo de custos;

    O espao entre os banzos superiores e inferiores pode ser utilizadopara passagem de instalaes diversas;

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    As trelias espaciais propiciam grande liberdade aos arquitetos,

    permitindo projetar grandes vos, atendendo necessidade de espao e

    tirando partido arquitetnico da estrutura, cujo aspecto visual pode ser

    integrado s edificaes, conferindo-lhes esttica e funcionalidade.

    Para se explorar da melhor forma possvel as vantagens das trelias

    espaciais, como em qualquer sistema estrutural, necessrio um projeto

    coerente. O projeto deve considerar a integrao da estrutura com a arquitetura

    aliando durabilidade com economia de material, fabricao e montagem.

    2.9.1 Rodoviria do Tiet

    Localizao: Avenida Cruzeiro do Sul, 1800 Santana

    Arquitetos: Renato Vigas e Roberto Mac Fadden

    Inaugurado em 1982

    Figura 9 Trelia espacial rodoviria do Tiet

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    Figura 10 Detalhamento

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    3. CONCLUSO

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    4. BIBLIOGRAFIA

    Livros

    Sites

    Trelias espaciais. Disponvel em:

    Acesso em Maio

    de 2013.

    http://www.arq.ufsc.br/arq5661/trabalhos_2003-2/trelicas/http://www.arq.ufsc.br/arq5661/trabalhos_2003-2/trelicas/