TRS HIPTESES E ALGUNS CAMINHOS PARA MELHOR COMPREENDER O
PROCESSO CONSTITUTIVO DO PORTUGUS BRASILEIRO
LINS (2009)
OBJETIVO - Retomar o debate contemporneo sobre a constituio
histrica do Portugus Brasileiro, partindo-se de uma reflexo crtica
das 3 hipteses.
LINS (2009)
- Pesquisadores e tericos tm, com esmero cientfico, debruado-se
sobre a lngua portuguesa sem desprezar as contribuies das lnguas
indgenas e africanas sobre o portugus do Brasil.
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- Mattos e Silva (2006) Uma compreenso histrica do portugus
brasileiro: velhos problemas repensados Como explicar as
particularidades do portugus do Brasil?
LINS (2009)
- Devemos reconhecer que a histria brasileira muito recente e a
conscincia da transplantao do portugus europeu para o que veio a
ser Brasil est presente por muitos lados.
MATTOS E SILVA (2006)
-
Devemos o
focalizar
no
somente mas
horizonte as variantes brasileiro
comparativo entre o PB e o PE tambm scio-histrica e lingustica
do portugus nacional. conviventes em nosso territrio
MATTOS E SILVA (2006)
-
Os
fatores
mobilidade
demogrfica e escolarizao no Brasil colonial e ps-colonial
contribuem para toda a diversidade de motivos que confluram para a
formao do PB.
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do
Revisita PPB,
as
hipteses suas
interpretativas para a formao salientado lacunas e dvidas.
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HIPTESE DA CRIOULIZAO PRVIA O PPB marcado por nas
tendncias
presentes
lnguas crioulizadas.
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Morfologia - Reduo de vrios tipos (eliminao da segunda pessoa
verbal nas formas s e -ste. - Perda de pronomes tonos.
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Sintaxe: - Falta de concordncia. - Desuso mesoclticas. das
formas
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Fonologia: - Reduo de codas. - Vocalizao do /l/ em slaba
final
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HIPTESE DA CRIOULIZAO PRVIA apia-se os em fatos evidncias
histricos, e
lingusticas, mas no pe de lado demogrficos, sociais.
geogrficos
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HIPTESE DA CRIOULIZAO PRVIA - Aponta indicaes a favor de
evidncias histricas para a possvel existncia de um crioulo no
Brasil colonial.
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CRTICA - Apresentao de evidncias de que seria muito improvvel e
nada natural que o PE e o PB viessem a se encontrar de novo
sintaticamente. (TARALLO)
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CRTICA uma hiptese para muito fornecer delineada
generalizante
uma compreenso
das regras e da formao do PB. (MATTOS E SILVA)
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CRTICA A difcil delimitao vezes o (NARO do se de E
conceito de crioulizao que acaba muitas confundindo pidginizao.
SCHERRE) com
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CRTICA - Se houve realmente uma lngua crioula no Brasil,
respaldada no lxico portugus e na gramtica africana, onde estariam
documentais as para tal provas fato?
(NARO E SCHERRE)
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- Esta hiptese no consegue realizar uma anlise consistente de
todos os fatos e processos correspondentes constituio histrica do
PB, embora no se possa dercartar seu valor enquanto arcabouo
terico.
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HIPTESE
DA
TRANSMISSO
LINGUSTICA IRREGULAR (TLI) -TLR X TLI - As crianas como agentes
do processo. - Os adultos como agentes do processo.
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HIPTESE
DA
TRANSMISSO
LINGUSTICA IRREGULAR (TLI) - O conceito de TLI muito mais amplo
do que o de pidginizao/crioulizao.
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HIPTESE
DA
TRANSMISSO
LINGUSTICA IRREGULAR (TLI) - A variedade da lngua alvo que se
forma nessa uma em situao forte sua apresenta
reduo/simplificao estrutura gramatical.
LINS (2009)
As
redues
podem
ser
justificadas fatores:
pelos
seguintes
(a) O difcil acesso dos falantes das outras lnguas aos modelos
da lngua-alvo;
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(b) Os falantes dessas outras lnguas, maioria dispem por de
serem em sua mais aos adultos, no acesso
dispositivos mentais da faculdade da linguagem;
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(c)
A
ausncia
de
aes
normativizadoras;
LINS (2009)- TLI
O
contato
entre
as
lnguas
africanas e indgenas em contato com o portugus pode ter gerado
diversas crioulizaes leves em diferentes perodos de tempo, mas as
suas inovaes teriam sido absorvidas e diludas.
LINS (2009)- TLI
CARACTERSTICAS FUNDAMENTAIS: (a) perda, ou variao no uso, de
morfologia flexional e palavras gramaticais;
LINS (2009)- TLI
CARACTERSTICAS FUNDAMENTAIS: (b) Alterao dos valores dos
parmetros sintticos em funo de valores no marcados;
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CARACTERSTICAS FUNDAMENTAIS: (c) Gramaticalzao para de itens
as
lexicais
preencher
lacunas na estrutura lingustica;
LINS (2009)- TLI
Sete
traos
resultantes
do
processo de TLI que, ainda hoje, se conservam nos dialetos
rurais e populares do pas. (pgs. 281 e 282)
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Lucchesi defende no apenas a heterogeneidade e a variabilidade
do PB, mas ainda a pluralidade e a polarizao, que designa de normas
vernculas e normas cultas.
CRTICA
LINS (2009)- TLI
A questo do uso no frequente da concordncia verbal e nominal
como uma constante em comunidades brasileiras rurais isoladas
afrono
exclusivo desses contingentes. (NARO; SCHERRE)
CRTICA
LINS (2009)- TLI
Comprovar a existncia no Brasil de um processo de TLI no tarefa
das mais fceis, diante da diversidade ao longo estrutural do perodo
das da lnguas que se fizerem presentes colonizao brasileira. (NARO;
SCHERRE)
LINS (2009)- TLI
CRTICA Se houve realmente teriam na TLI sido no os
Brasil, efeitos
quais
estruturais
lngua
transmitida? (NARO; SCHERRE)
LINS (2009)- TLI
CRTICA As anlises dirigidas por Baxter e Lucchesi (2006)
prendem-se a elementos da norma, como a eliminao como: de
dispositivos gramaticais da lngua alvo tais
CRTICA
LINS (2009)- TLI
Variaes na concordncia verbonominal, a reduo do sujeito nulo,
perdas na morfologia flexional e relaes estariam,
(inter)sintagmticas mas efetivamente, e os (inter)oracionais,
elementos da lngua? onde
CRTICA
LINS (2009)- TLI
Como o processo de TLI explicaria a diferena entre o PB e o PE?
Se h diferenas entre estes, enfatizese, logo, h a existncia de uma
e gramtica particular a cada um, como caracterizar apresentar uma
gramtica do PB?
LINS (2009)
HIPTESE DA DERIVA SECULAR E A CONFLUNCIA DE MOTIVOS -OPB uma
espcie de continuao do arcaico, haja com vista no pequenas se
ter
portugus alteraes,
conseguido at hoje identificar nenhuma caracterstica do PB que
no tenha um ancestral claro em Portugal.
LINS (2009)
HIPTESE DA DERIVA SECULAR E A CONFLUNCIA DE MOTIVOS - O PB
resultaria apenas de uma expansode estruturas e variaes presentes
ao longo de todo o percurso histrico da lngua. Expanso acelerada
pela frequncia de uso advinda de uma confluncia de motivos.
LINS (2009)
HIPTESE DA DERIVA SECULAR E A CONFLUNCIA DE MOTIVOS - Naroe
Scherre, na verdade, retomam a
noo de deriva nos termos de Edward Sapir que expe o fato de a
linguagem no ser apenas uma coisa que cresa no espao, mas que se
move pelo tempo, tem uma deriva.
LINS (2009)- Sapir esboa que todas as lnguas geneticamente
relacionadas adviriam do primitivo prottipo indo-europeu. Elas
seriam fruto de um contnuo processo de esgalhamento sofrido ao
longo do tempo por esse prottipo, o que poderia ser comprovado
valendo-se de evidncias documentais e do mtodo de investigao
comparativo ou reconstrutivo.
LINS (2009)- Segundo Sapir, as lnguas partem de um remoto ponto
em comum da serem resultantes de uma deriva secular.
- Naro
e
Sherre
no
reconhecem especfica
a de
influncia
gramatical
qualquer lngua africana, ou se qualquer outra provenincia no
portuguesa durante a fase de aquisio da lngua.
LINS (2009)- Naro e Sherre no negam a importncia da influncia
africana e indgena para nossa cultura, apenas querem identificar as
razes lingusticas romnicas e lusitanas que se encontram hoje nas
falas dos brasileiros que tiveram pouca escolaridade ou que habitam
as reas rurais e as periferias das grandes cidades.
LINS (2009)- Naro e Sherre asseveram que a relao PE PB marcada
por uma modificao (em geral de aumento) de velocidade de uma reao
foras genticas provocada pela presena e atuao de um portugus
lusitano que no sofre alterao ao longo do processo.
LINS (2009)- Naro e Sherre no desconsideram
que PB e PE, apesar das semelhanas inquestionveis, trilharam e
ainda trilham caminhos distintos.
LINS (2009) - Naro e Sherre buscam evidncias essencialmente
documentaes/registros portugus questes na funo arcaico, da CV
analisando e CN, em do as o
preenchimento lexical dos pronomes de sujeito, a posio relativa
do sujeito e a salincia fnica da oposio singular/plural.
LINS (2009)
CRTICASe houve deriva e se ela foi motivada por uma confluncia
de motivos impulsionados pelo carter gentico da lngua, haveria a
necessidade de se especificar quais aspectos genticos estiveram
presentes ou foram preponderantes nesse processo.
LINS (2009)
CRTICAA documentao escrita, notadamente do portugus arcaico, de
que se vale Naro no e Scherre para para uma traar suas anlises,
reflete apenas as tendncias e sinaliza quantidade expressiva de
ocorrncias, provocando muitas discusses entre tericos.
LINS (2009)
CRTICASe no o descarte da influncia indgena e africana na
constituio do PB, no se estaria abrindo espao para a formao de uma
nova gramtica do portugus em terras brasileiras? Se assim o fosse,
isso no feriria o princpio da deriva secular?
LINS (2009)
CRTICADe que maneira deriva e confluncia de de motivos se se
coadunam essa a na formao do PB? No seria o caso evidenciar em
relao, prpria levando-se conta
histria do Brasil?
LINS (2009)
CRTICANo seria incoerente fazer afirmaes generalizantes como a
de que quase todos os traos caractersticos do portugus brasileiro
em suas variedades populares faladas hoje tem sua origem comprovada
na fala popular ou no-padro de Portugal?
LINS (2009)
CRTICAPrecisa ficar mais delineado de que modo esse confluir de
motivaes lida com a influncia africana e indgena, e ainda com o
multilinguismo, a mobilidade populacional, a sociodemografia
histrica e a presena e a ausncia da escolarizao no Brasil, haja
vista serem esses aspectos significativamente conformao do PB.
considerveis na
LINS (2009)
ALGUNS POSSVEIS CAMINHOS - As 3 hipteses interpretativas da
constituio do PB precisam ser consideradas e firmao como do
possveis em caminhos de estudo da formao portugus territrio
brasileiro.
LINS (2009)
ALGUNS POSSVEIS CAMINHOS - O trabalho do pesquisador deve sero
de sair de uma escala semitonizada de espao e tempo para montar uma
escala capaz de reconstruir/esboar numa ordem natural os fatores
lingusticos e scio-histricos do PB.
