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GUILE�E PEREIRA DE MATOS IVA� DE MELLO

MARÍA LILÍA� PEREZ DOS SA�TOS CRUZ RAFAELLA VÉRAS DE PAIVA

SAMA�TA L. �U�ES LEITE TALITA F. DE CAMARGO MARE�CO

TRIBOS URBA�AS: GÓTICOS

Trabalho de Antropologia - GQ1 do curso de Comunicação Social com habilitação em Jornalismo, da Universidade Nove de Julho (UNINOVE).

Orientadora: Profª. Rosângela

U�IVERSIDADE �OVE DE JULHO

SÃO PAULO – 2005

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ADEUS, MEUS SOHOS!

Adeus, meus sonhos, eu pranteio e morro! �ão levo da existência uma saudade!

E tanta vida que meu peito enchia Morreu na minha triste mocidade!

Misérrimo! votei meus pobres dias

À sina doida de um amor sem fruto... E minh'alma na treva agora dorme

Como um olhar que a morte envolve em luto.

Que me resta, meu Deus?!... morra comigo A estrela de meus cândidos amores, Já que não levo no meu peito morto

Um punhado sequer de murchas flores!

(Álvares de Azevedo)

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SUMÁRIO

I�TRODUÇÃO.......................................................................................................................04

1 O QUE É GÓTICO.....................................................................................................05

1.1 QUEM SÃO OS GÓTICOS.................................................................................05

1.2 HISTÓRIA DOS GÓTICOS................................................................................06

2 CARACTERÍSTICAS DOS GÓTICOS...................................................................07

2.1 VISUAL .............................................................................................................08

2.2 IDEOLOGICA....................................................................................................09

3 RELIGIÃO..................................................................................................................09

3.1 NEOPAGANISMO.............................................................................................11

3.2 WICCA................................................................................................................10

4 LITERATURA............................................................................................................11

4.1 INÍCIO................................................................................................................12

4.2 AUTORES E OBRAS COM ESTILO GÓTICO................................................13

5 MÚSICA.......................................................................................................................13

5.1 SURGIMENTO...................................................................................................13

5.2 CARACTERÍSTICAS DA MÚSICA ÓTICA....................................................14

6 E�TREVISTA.............................................................................................................15

7 PARECER PSICOLÓGICO......................................................................................17

7.1 TRANSTORNO ESQUIZÓIDE DE PERSONALIDADE.................................18

7.2 PRINCIPAIS SINTOMAS.................................................................................19

7.3 GÓTICOS x SUICÍDIO......................................................................................20

8 A�EXO I - TRAGÉDIA DE UM EX-GÓTICO (Felipe Klein)...............................21

9 A�EXO II - FOTOS...................................................................................................22

10 REFER�CIAS BIBLIOGRAFICAS .....................................................................23

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I�TRODUÇÃO

É muito comum você encontrar pela cidade, tribos urbanas. Ou seja, clubers, rips,

góticos, surfistas, punks, patricinhas, mauricinhos e hackers, que são apenas alguns deles.

Com o enfraquecimento das instituições sociais como: a família, a escola e a religião

aumentaram a procura por estas tribos, principalmente, por parte dos jovens.

Seus integrantes, na maioria das vezes, causam impacto visual. Uns são carecas, outros

cabeludos ou com topetes agressivos. Usam tatuagens e roupas exóticas. Uns são violentos e

outros, como os góticos, são pacíficos. Alguns são racistas e até nazistas. Uns usam drogas

como ritual da turma, outros suportam o tóxico e alguns são contra “cabeça limpa”. São

muito livres na questão de sexo, são mais de “ficar”, também porque muitas tribos são

formadas quase exclusivamente por rapazes.

São independentes, mas apesar das diferentes ideologias, o respeito entre elas é mútuo.

Para que os grupos consigam conservar essa identidade fogem dos parâmetros impostos pela

sociedade me que vivem.

Estaremos nas próximas páginas conhecendo melhor uma dessas tribos. Que em nossa

opinião é a mais interessante. Mostraremos curiosidades dessa, tais como: sua história,

religião, ideologia, visual, música, entrevistas, fotos, enfim traremos um pouco de

conhecimento de quem são OS GÓTICOS.

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1 O QUE É GÓTICO?

A definição lingüística do termo gótico é um adjetivo derivado da palavra latina

“gotticus”, (século XIV), que significa aquilo que é relativo ou pertence aos godos. A palavra

godos por sua vez vem de “gothus”, uma antiga tribo germânica que entre o século III e V

invadiu territórios na Europa, fundando reinos na Itália, França e Espanha.

Na arquitetura é a característica são construções altas, com arcos ou pontudas,

encontradas principalmente nas grandes catedrais do mundo. No movimento são pessoas

trajadas de preto, que considera o mórbido e vive de mãos dadas ao que a psicologia chama

sombra da personalidade.

Não há um estatuto que defina com exatidão o que faz de alguém um gótico. Cada um

deles terá sua própria concepção, é preciso ter em mente que quando falamos de um estilo

pessoal, falamos de estereótipos nada rígidos.

1.1 QUEM SÃO OS GÓTICOS

Os góticos são extremamente raros em alguns lugares do país é possível contá-los nos

dedos, pois ser gótico não é simplesmente um estilo de moda, e sim uma personalidade, já que

eles criam um mundo para si mesmo.

Alguns anos antes eram facilmente identificados por trajarem roupas negras, maquiagem

pesada, e acessórios metálicos. Com a modernização dos tempos, esse estilo começou a ser

explorado por pessoas nada góticas: roqueiros, metaleiros, e, absurdamente, pela população

que mesmo não conhecendo as idéias se classificam como góticas.

Os góticos não freqüentam lugares comuns como danceterias da moda, e pouco

provável encontrar um gótico na praia, lugar onde o sol é venerado desesperadamente por

todos aqueles que a freqüentam. Pois preferem o silêncio à algazarra, freqüentar cemitérios é

uma regra, desde os tempos medievais, quando surgiram.

Mas eles não aceitam qualquer cemitério: preferem aqueles que possuam alguma

arquitetura gótica, nem que seja uma única cripta.

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1.2 HISTÓRIA DOS GÓTICOS

Historicamente os godos, situam-se entre os povos bárbaros da linha dos germanos que

invadiram progressivamente o Império Romano Ocidental de Marco Aurélio, quebrando no

século V a antiga unidade da Europa.

A vinda de reinos bárbaros para a Europa ocasionou a queda do Império Romano (476),

a data marca o inicio de um período denominado como Idade Media.

O desenvolvimento cultural dos Godos manifestou-se através da escultura, pintura,

musica literatura e sobre tudo na Arquitetura, gerando anos mais tarde o denominado estilo

gótico.

Da necessidade de construir catedrais que correspondessem à euforia misticismo do

povo que acabava de se ver livre do sistema feudal, surgiu à arquitetura gótica. Eram

construções, não mais cheia de esculturas e desenhos tenebrosos, como as obras romanas, mas

altas, imponentes, iluminadas, suas torres pontiagudas pareciam atingir as nuvens. As paredes

de seus templos devem deixar entrar a luz do sol em múltiplas cores que lembrem a presença

divina.

Sobrepondo-se ao estilo romano (século XI e XII), a arquitetura gótica caracteriza-se

pelos arcos ogivais e as perspectivas verticais, sobre tudo nas igrejas e catedrais e também em

castelos de pedras com suas gárgulas (monstros protetores) e criptas dotadas de símbolos

tribais.

O estilo gótico surge pela primeira vez em 1127, na arquitetura da basílica de Saint-

Denis, construída na região de Ile-de-France, atual Paris. Os franceses principais

propagadores deste estilo buscavam inspiração na arte medieval, pois consideravam a Idade

Media uma época bárbara e obscura.

O termo gótico foi escolhido pelos italianos do renascimento para descrever essas

descomunais construções que, escapavam aos critérios bem proporcionados da arquitetura

daquela época.

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2 CARACTERÍSTICAS DO MOVIME�TO GÓTICO

O movimento gótico se caracteriza pela manifestação de uma profunda insatisfação

com o estado geral das coisas, uma experiência de crise

(principalmente pela falta de perspectivas) e a busca pela inclusão social por vias alternativas

ou pelo circuito denominado “Underground”.

É uma tribo de inclusão social e não de exclusão. Eles não veneram satã ou cultuam o

mal mais não é bom ter inimigos góticos, conhecem segredos de magia. Não acreditam na

violência detestam ignorantes, idiotas que vivem destruindo o patrimônio público.

O seu modo de vida caracteriza-se pelo estilo de músicas longas e complexas,

contemplando citações ou referências a filmes e à literatura gótica do século XIX.

A expressão “DARK” foi adotada pela imprensa para designar uma tribo singular na

capital paulista entre os anos 1982 e 1985.

Em sua maioria o grupo é formado por jovens de classe média. Estudantes do nível

secundário ou universitários, com faixa etária de 14 a 25 anos, podendo é claro ter pessoas de

outras faixas etárias.

O movimento gótico paulista traduz-se como uma atividade genuinamente urbana,

tendo o centro antigo da cidade como ponto de referência maior.

São nos porões de antigos casarões do centro, nos subterrâneos da metrópole caótica

que os góticos se encontram para dançar e fazer suas conexões. Outro lugar do encontro e a

Galeria do Rock em lojas góticas como a PROFESIAS que promove encontros semanais.

Os cemitérios, igrejas e casarões em ruínas são aspectos arquitetônicos valorizados pela

comunidade gótica. Em alusão ao sangre, o vinho é a bebida preferida dos góticos e o,

sobretudo preto é peça indispensável no guarda roupa gótico.

Há uma forte orientação para liberdade sexual e o homossexualismo é aceito com

naturalidade pela maioria dos integrantes do movimento.

O movimento gótico centra-se na esfera de lazer e do consumo, há sites sobre a cultura

o qual facilita a comunicação e a informação ao respeito do movimento.

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Todas as semanas grupos e casas noturnas articulam-se na promoção e na realização de

eventos temáticos, conquistando cada vez mais um número maior de adeptos e simpatizantes

do gênero.

Podemos ressaltar que não são seres adeptos do consumismo ingênuo, mas são pessoas

sofisticadas e elegantes, possuem senso crítico e um visual totalmente produzido.

Góticos são seres sociáveis que escolhem seus amigos pelo que eles são e não por

aquilo que eles possuem, não mede as pessoas dos pés a cabeça antes de se aproximarem para

fazer novas amizades. Odeiam qualquer forma de discriminação, aceitam as diferenças

individuais com naturalidade e recebem bem todos os que se aproximam, independentemente

dos seus valores, crenças, situação econômica ou orientação sexual.

Observa-se que as casas noturnas góticas raramente apresentam problemas com a

segurança.

As festa góticas acontecem em locais simples, não precisam de luxo para sentirem-se

felizes. Freqüentam casas como Madame Satã e outras localizadas preferencialmente na parte

mais antiga da cidade.

Não moram nos túmulos dos cemitérios ou nos porões das Igrejas da Cidade, apenas

são fascinados pela arte, pela paz e pela beleza arquitetônica desses lugares.

No dia a dia os góticos são como as outras pessoas, trabalham e estudam.

2.1 VISUAL

Atualmente as roupas são de preta, mas também podem usar vermelho, roxo ou uma

peça de roupa branca. Progressivamente foi incorporando novos elementos ao conjunto visual,

sobretudos pretos, botas tipo coturno, roupas clássicas e uma serie de acessórios da cultura

pagã como, por exemplo, o pentagrama, cruzes, blusas com rendas capas com capuz.

As mulheres usam saia com espartilho preto e renda roxa, vestidos pretos. Os

acessórios usados são pingente com a cruz egípcia, anéis, pulseiras com bruxas caveiras

morcegos ou vampiros, gargantilhas com camafeus, e correntes muitas correntes.

Os cabelos tanto homens quantos mulheres são pretos, ou vermelhos.

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A maquilagem é composta de pank cake branco os olhos pintados de preto tanto

homem como mulher, sombra preta, esmalte preto.

Na linguagem usam gírias, e muitos palavrões.

O corpo branco, pela falta de sol, tatuado, com poucas ou muitas tatuagens, piercings

colocam em tudo que é lugar.

2.2 IDEOLOGIA

Lutam por uma sociedade mais justa e condições melhores de vida.

A pretensão deles não é de transformar a sociedade num modelo idealizado através da

expressão sombria e carregada, busca-se uma forma de inserção no contexto caótico da cidade

e dos espaços delimitados.

São sociáveis e não alimentam conflitos entre si tampouco, com tribos de outros

movimentos. A comunidade mantém um senso de identificação forte, mas dialogam com

facilidade com membros de outros movimentos mais herméticos.

3 RELIGIÃO

Goticismo não é religião, mas sim, uma sub-cultura, com estilo de vida e modo de

pensar.

Nem todo gótico acredita em DEUS, muitos são católicos, mas a maioria é pagã, ou

porque vêem nas religiões um poder opressor doutrinário dos quais eles discordam, ou por ser

o sincretismo uma característica do movimento gótico, há uma forte tendência ao paganismo

entre os membros do movimento.

Atualmente, constatou-se que um grande número de góticos tem se tornado adeptos da

Wicca ou do neopaganismo. Noutro aspecto, as latentes conexões com o vampirismo e a

prática da magia conferem acentuadas características pagãs ao movimento.

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Os góticos são de uma tribo urbana incompreendida, nas discussões sobre religião,

falam das religiões mais maciças, as religiões cristãs em geral. O ateísmo, o agnosticismo, a

new age, Gnosticismo, Shamanismo, Wicca, outras tradições Neopagãs, e outros grupos da fé

minoritários.

As cruzes cristãs que usam no pescoço, são por considerarem como um símbolo

religioso pré-cristão há os que usam símbolos egípcios como o Ankh, e fazem isso como

forma de expressar sua opinião religiosa, por sátira ou porque gostam mesmo.

O fato de usarem esses adornos passa o significado de origem, por exemplo, o Ankh,

ele era encontrado sempre em hieróglifos, sendo segurado pelas divindades egípcias como se

fosse uma chave, que nos remete o seu significado como “a chave dos portões que separam a

vida da morte”, já que esses desenhos eram muito comuns em pirâmides mortuárias dos

faraós. Se entendermos que os góticos almejam a morte como uma forma de liberdade,

perceberemos que essa simbologia em usar o ankh, significa que eles sempre estão preparados

para morrer, com a chave da morte em seus pescoços.

Algumas pessoas incorretamente associam geralmente góticos com Marilyn Manson.

"Manson apresenta-se publicamente como um seguidor da igreja de Satã. Era conhecido como

Reverendo Marilyn Manson." (Manson não é um seguidor dessa igreja; foi apontado

simplesmente como um Reverendo dentro da igreja por seu fundador, Anton LaVey).

Desta conexão de Satânico, cresceu percepção que góticos estão ligado freqüentemente

a Satanismo. Há alguns Satanistas que são também góticos, mas são casos raros.

3.1 �EOPAGA�ISMO

Neopaganismo, é em verdade as antigas formas religiosas pré-cristãs da Europa, não

devemos em momento algum confundir com as modernas "seitas" oriundas de religiões

desgastadas, ou desesperadas seitas de fim ou começo de milênio.

Falar de Bruxaria e Neopaganismo é falar da liberdade em sua expressão máxima, sem

cair no abismo profundo da libertinagem, sem ser ferido pelos aguilhões letais da luxúria, sem

inalar os vapores venenosos emanados pelos abismos do auto-engano, a liberdade que a

Bruxaria presenteia seus filhos é a Liberdade de Espírito.

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3.2 WICCA

"Wicca" é um nome alternativo para bruxaria moderna e consiste numa religião de

natureza xamanística positiva e que cultua a Lua (Deusa da Noite) e o Sol (Deus Cornífero).

Inclui a prática de várias formas de magia (geralmente com propósitos de cura psíquica e

física, anulação de negatividade e crescimento espiritual) e rituais para a harmonização

pessoal com o ritmo natural das forças da vida, marcadas pelas fases da Lua e pelas quatro

estações do ano. A Wicca é também conhecida como a "Arte dos Sábios" ou, simplesmente,

"A Arte"; e ela não pratica "baixa" magia, magia "negra" ou "mal" e, muito menos, são

"adoradores do diabo" (visto que a magia propriamente dita é neutra... não existe magia

"negra" ou "branca”... o que importa é como a pessoa usará a magia, para quais fins...).

A Wicca ensina que a natureza engloba um amplo espectro de estados mentais e

espirituais dos quais a maioria de nós é ignorante. Rituais wiccanos possibilitam que

penetremos em tais estados, permitindo-nos comungar e comunicar com a Deusa e o Deus.

Ao contrário de algumas religiões, a Wicca não vê o Divino como algo distante. A Deusa e o

Deus estão ambos dentro de nós e manifesta-se em toda a natureza. Isto é a universalidade:

não há nada que não seja dos Deuses. Portanto, ela reconhece a dualidade do Divino.

Reverencia a Deusa e o Deus. Os Deuses são iguais, calorosos e afetuosos, não distantes ou

morando no "paraíso", mas onipresente em todo o universo.

A Wicca nos ensina, também, que o mundo físico é apenas uma de muitas realidades. O

físico não é a mais alta expressão absoluta, nem é o espiritual "mais puro" do que a base. A

única diferença entre o físico e o espiritual é que o primeiro é mais denso. Como nas religiões

orientais, a Wicca também concorda com a doutrina da reencarnação, tópico esse tão mal

compreendido.

O único dogma que a Wicca segue é: "Faça o que quiseres desde que não prejudique a si

mesmo, nem a ninguém." E há também uma lei que respeitamos, a "Lei Tríplice" - "Tudo que

se faz, retorna em triplo."

Os templos da Wicca são os campos salpicados de flores, florestas, praias, desertos...

Enfim, toda a natureza. Esta talvez seja a essência da Wicca - união prazerosa com a

natureza. E a Terra é uma manifestação da energia Divina.

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4 LITERATURA

Falar em literatura gótica é falar sobre algo que vem do mais profundo da alma humana,

pois é sobre isso que a literatura gótica fala, seja ela conto, poema, romance ou poesia. Os

temas são: a morte, a vida, a tristeza, o amor, o ódio, a melancolia, a veneração pela morte,

enfim, sentimentos profundos do homem.

4.1 I�ICIO

Tudo começa então com o livro “O Castelo de Otranto” escrito por Horace Walpole,

que foi lançado em 1764. Este foi o primeiro livro a sair do padrão, pois nele continha

fantasmas, muito terror e portas secretas, além de outras coisas sobrenaturais. Assim surgiu o

gothic novel, esse gênero se espalhou além dos estilos literários e destruiu as fronteiras

existentes na literatura padrão.

Entre os góticos há um ditado que diz: “gótico que é gótico lê Lord Byron” Dizem que

o conto de terror e ficção cientifica deram vitalidade ao estilo teatral e literário gótico.

A literatura gótica faz uma grande diferença entre bondade e crueldade, onde um

"demônio" possui o papel principal. Cita-se muito nos textos góticos o anoitecer, o medo, as

quedas, a loucura, as sombras e principalmente vida e morte.

Quando imaginamos poesias góticas, lembramos de um mundo obscuro e cheio de

novas emoções e fantasias da qual ficaríamos horas tentando descrever sem ao menos

imaginar a sua concepção. As poesias góticas floresceram na primeira metade do século XIX

e existem até hoje.

As influencias são as mais variáveis possíveis, nelas estão envolvidas romantismo,

surrealismo, expressionismo e muita imaginação.

Abaixo segue nomes de autores seguidores do goticismo, e alguns influenciados

por Lord Byron, um dos maiores poetas da literatura que em suas obras seguiam o estilo

gótico, tendo como principal característica em suas obras adoração pela morte.

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4.2 AUTORES E OBRAS COM ESTILO GÓTICO

� Álvares de Azevedo com "Noite na taverna".

� Ann Radcliffe com "O confessionário dos penitentes negros".

� Anne Ricce com "Entrevista com um vampiro".

� Arthur Conan Doyle com "Um estudo em vermelho".

� Arthur Rimbaud com "Uma temporada no inferno".

� Augusto dos anjos com "Eu".

� Bram Stoker com "Drácula".

� Cecília Meireles com "Espectros".

� Charles Baudelaire com "Flores do mal" e "Paraíso artificial".

� Charles Nodier com "Os demônios da noite".

� David Copperfield com "O abismo".

� Daniel Defoe com "Contos de fantasmas" e "Um diário do ano da peste".

� Edgar Allan Poe com "O corvo".

� Emily Bronte com "O morro dos ventos uivantes".

E muitos outros não citados...

5 MUSÍCA

O que é música gótica?

É óbvio que música gótica seria a música feita pelos góticos. Mas se não existe uma

definição precisa do gótico (ou do movimento), fica difícil estabelecer o que é a música

gótica.

5.1 SURGIME�TO

O falar do início da música gótica surge algumas controvérsias. Sabe-se que o apogeu

ocorreu em meados da década de 80. Mas uma das versões estabelece os primeiros passos na

14 Inglaterra do período pós-punk em meados da década de 70. Porém, a versão mais aceita é

que surgiu e foi difundida na Alemanha na década de 60, que atravessava um momento

político de transição.

Assim, as bandas do cenário underground alemão absorveram o pessimismo e a

descrença social, inserindo à suas letras o desânimo e o decadentismo, assim como os arranjos

que também tornaram mais melancólicos e sombrios.

Tempos depois, quando a Inglaterra passava por uma situação semelhante, as bandas da

periferia londrina passaram a adotar essa postura, assimilando e divulgando o estilo para o

resto do mundo. Portanto, a origem é alemã, mas a principal expressão ocorreu na Inglaterra.

A partir desse momento o goticismo ultrapassaria a fronteira da arquitetura e do ultra-

romantismo; manifestando-se também através da música, que seria um dos principais veículos

de expressão do movimento.

Existem atualmente várias derivações da música gótica, que vão desde as letras

noturnas aos temas intimistas e filosóficos; desde os arranjos e construções harmônicas do

heavy metal a sonoridade clássica medieval, passando também pelos timbres eletrônicos

assimilados por bandas “bastardas” do segmento gótico.

Rotular as bandas entre esses segmentos torna-se relativo. Pois se não existe uma forma

concreta para definir o elemento gótico, também não existe um padrão para enquadrar as

músicas criadas no goticismo.

5.2 CARACTERÍSTICAS DA MÚSICA GÓTICA

A principal característica é a oposição. Pelo menos em sua origem. A melancolia, a

tristeza e a morte estão presentes na atmosfera dos arranjos, nos temas, e principalmente nas

letras.

As músicas são feitas com construções intelectualizadas, características do som das

bandas inglesas do Pós-Punk, a veneração pela morte e o fascino pela busca da tristeza como

uma realização da alma, também são características da música gótica.

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É a música que é a maior responsável pela popularização do movimento nos últimos

anos. Foi através dela que o goticismo rompeu as fronteiras do obscurantismo. Incorporando

elementos da literatura em seus temas principais, a música gótica é uma ramificação das

tendências sombrias e opositoras do movimento.

6 PESQUISA DE CAMPO (entrevista na íntegra)

Esta entrevista foi realizada no dia 12 de abril de 2005, com dois góticos na Galeria do

Rock, Anhangabaú, centro de São Paulo. As identidades dos entrevistados foram mantidas

em sigilo, a pedido dos mesmos. Gótico I (20 anos) e Gótico II (17 anos).

Por que vocês aderiram a esse grupo?

Gótico I - Eu, porque me identifiquei com a galera, era tudo que eu queria.

Gótico II - Eu, porque ninguém da minha família me entendia.

Quais são seus ideais? O que protestam?

Gótico I - Ser gótico é uma cultura. Nós protestamos que tem que haver liberdade de

expressão, cada um vive de acordo com que acredita e ninguém tem nada a ver.

Gótico II – Poder fazer o que quer.

Como você se vê daqui a alguns anos e o que espera do futuro?

Gótico I - Eu não espero muita coisa não, acho que tudo vai continuar uma...

Gótico II – Eu quero curti minha vida e só o resto que se exploda!

O que pensam da sociedade?

Gótico I - A sociedade põe regras e quer que a gente siga, mas eu acho que não é bem assim.

Gótico II - Qual o problema de usar roupa preta e acessória! Só porque a gente sai do padrão

deles, pronto todo mundo cai em cima “matando”.

Que lugares gostam de freqüentar? Por quê? Que dias e horários preferem?

Gótico I - Ir ao shopping. Sair à noite, assistir filme e é claro ir ao cemitério.

16 Gótico II - Isso mesmo. Fazemos coisas normais.

Vocês têm religião? Qual?

Gótico I - Aqui a gente não acredita em nada.

Gótico II - É nem em Deus. Mas tem outros góticos que mexem com candomblé e bruxaria.

Quais bebidas preferem? Por quê?

Gótico I - Vinho tinto, pois parece sangue.

Gótico II - Vinho.

Qual a relação dos góticos com vampiros?

Gótico I - A escuridão, sangue etc...

Gótico II - O sangue. Eles se vestem de preto, são pálidos, usam caixões, gostam do escuro.

O que vocês acham das drogas e bebidas alcoólicas?

Gótico I - Nada contra, quem quer usa, já usei, mas agora costumo só beber.

Gótico II - Eu também acho que não tem problema, não usei ainda.

Porque vocês são “tidos” como deprimidos, melancólicos e incompreendidos?

Gótico I - Porque se não for assim não é gótico, nós achamos prazer em ser assim.

Gótico II - Esse é o objetivo, ser diferente.

Como é seu relacionamento com sua família?

Gótico I - Minha mãe briga muito comigo, quando passo a noite fora.

Gótico II - Eu já levei até uma surra do meu pai.

Vocês conhecem alguém que saiu desse grupo e acabou se prejudicado?

Gótico I - Eu não.

Gótico II - Tinha um menino, que conversei pouco, dizem que depois que ele saiu ficou louco.

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Vocês já tentaram o suicídio? Como? Quantas vezes? Por quê?

Gótico I - Já, duas vezes cortei meus pulsos até fui parar no hospital em uma das vezes.

Gótico II - Eu tomei veneno de barata, quase morri, mas fizeram lavagem estomacal.

Vocês acreditam que a morte leva a paz?

Gótico I - Eu acho que morrer é a melhor coisa. Esse negócio de paz não tem nada a ver.

Gótico II - É quando morremos, temos o melhor, e quem sabe se vai ter paz ou não.

Os góticos têm preferências sexuais?

Gótico I - Que eu saiba é normal

Gótico II - Depende, homem ou mulher se você gostar, não interessa. Mais não tem gay.

Há quanto tempo você é gótico e quanto tempo ainda pretende ser?

Gótico I - Não sei.

Gótico II - Eu acho que para sempre vou ser.

6 PARECER PSICOLÓGICO

"personalidade é a organização dinâmica dos traços no interior do eu, formados a partir dos genes particulares que herdamos, das existências singulares que suportamos e das percepções individuais que temos do mundo, capazes de tornar cada indivíduo único em sua maneira de ser e de desempenhar o seu papel social". (PSIQWEB: 2005)

O Manual Diagnóstico e Estatístico de Desordens Mentais (DSM-IV) fala que:

Transtorno da Personalidade é um padrão persistente de vivência íntima ou comportamento

que se desvia acentuadamente das expectativas da cultura do indivíduo, é invasivo e

inflexível, tem seu início na adolescência ou começo da idade adulta, é estável ao longo do

tempo e provoca sofrimento ou prejuízo.

Transtornos de Personalidade abrangem padrões de comportamento profundamente arraigados e permanentes, manifestando-se como respostas inflexíveis a uma ampla série de situações pessoais e sociais. Eles representam desvios extremos ou significativos do modo como o indivíduo

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médio, em uma dada cultura, percebe, pensa, sente e, particularmente, se relaciona com os outros. (CID-10)

Portanto, pelo que vimos até agora sobre góticos podemos dizer que a explicação

psiquiátrica que mais se aproxima do seu comportamento é um Transtorno de personalidade,

mais precisamente o Transtorno Esquizóide.

7.1 TRA�STOR�O ESQUIZÓIDE DE PERSO�ALIDADE

A característica essencial do Transtorno da Personalidade Esquizóide é um padrão invasivo de distanciamento de relacionamentos sociais e uma faixa restrita de expressão emocional em contextos interpessoais. Este padrão começa no início da idade adulta e apresenta-se em variados contextos. Os indivíduos com Transtorno da Personalidade Esquizóide parecem não possuir um desejo de intimidade, mostram-se indiferentes às oportunidades de desenvolver relacionamentos íntimos, e parece não obter muita satisfação do fato de fazerem parte de uma família ou de outro grupo social. Eles preferem passar o seu tempo sozinho, a estarem com outras pessoas. Com freqüência, parecem ser socialmente isolados ou "solitários", quase sempre escolhendo atividades ou passatempos solitários que não envolvam a interação com outras pessoas. (CAMPOS:2004)

Este tipo de distúrbio fenótipo é verificado em pessoas que exibem um padrão de

afastamento social persistente, um constante desconforto nas interações humanas, uma

excentricidade de comportamento e pensamento, isolamento e introversão para o mundo ao

redor.

As pessoas Esquizóides sentem-se freqüentemente incompreendidas, o que reforça a

tendência ao isolamento, ansiedade, depressão e ao afastamento dos mortais comuns

(buscando sempre conviver com pessoas que se assemelhem com ela). Este ausente

sentimento de companheirismo normalmente é compensado pelo zelo apaixonado pela leitura,

arte, animais ou alguma outra expressão artística. Quando não encontram essa forma de

dedicação são facilmente levados por idéias e atos suicidas.

O esquizóide nos dá a impressão de desinteresse, reserva e falta de envolvimento com

os acontecimentos cotidianos e com as preocupações alheias, normalmente ele tem pouca

necessidade de vínculos emocionais. Este tipo de personalidade reflete interesses na solidão,

embora muitos procurem grupos não sociais para se integrar, buscam sempre atividades não

19 competitivas. Por outro lado, estas pessoas são capazes de investir grande energia afetiva em

interesses que não envolvam seres humanos, e podem ligar-se muito aos animais.

Normalmente são os últimos a aceitarem as variações da moda popular, pois criam sua

própria moda, mas normalmente mantém-se algo excêntrico. Freqüentemente absorvem-se em

certas obsessões acerca de dietas esdrúxulas, programas de saúde alternativos, grupos anti-

sociais, movimentos religiosos e filosóficos incomuns, esquemas de aperfeiçoamento sócio-

culturais, associações mais ou menos secretas de assuntos esotéricos.

Embora pareçam alienados em devaneios fantasiosos e fantásticos, não perdem a

capacidade de reconhecer a realidade. Os Esquizóides podem oferecer ao mundo idéias

criativas e originais, pois são pessoas inteligentes. Juntando os critérios estabelecidos pelo

DSM-IV e pelo CID-10 para o diagnóstico deste tipo de transtorno podemos transpor os

principais sintomas.

7.2 PRI�CIPAIS SI�TOMAS DE TRA�STOR�O ESQUIZÓIDE

a) indiferença às relações sociais e uma variação pobre da expressão emocional;

b) indiferença aos sentimentos alheios, baixa auto-estima, idéias suicidas;

c) questionamento, indisposição e desrespeito às normas e obrigações sociais;

d) pouco interesse em relações sexuais;

e) preferência quase invariável por atividades solitárias ou grupos isolados;

f) preocupação excessiva com fantasias e introspecção;

g) falta de amigos íntimos, relacionamentos confidentes e a falta de desejo de tais

relacionamentos levam a ter como prioridade animais, arte e as algumas vezes a morte;

h) raramente vivenciam emoções fortes, como raiva e alegria;

i) indiferença a elogios e críticas.

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7.3 GÓTICOS X SUICÍDIO

Resolvemos falar desse assunto não porque ele esteja diretamente ligado aos góticos,

mas porque é curioso saber que um grupo é tão voltado para a tristeza, melancolia, morte e

isso faz deles, pessoas ligadas indiretamente ao suicídio.

Há entre os góticos até uma teoria que diz: “gótico que é gótico tem que já ter tentado o

suicídio”.

Entre os jovens (faixa etária que compreende dos 15 aos 24 anos). O suicídio já é a

terceira causa de morte, atrás, apenas, dos acidentes e homicídios.

Os conflitos mais comuns que desencadeiam os suicídios entre os jovens são

encontrados na educação, criação e conduta familiar dos indivíduos. O sentimento de culpa

imposto pelas chantagens emocionais, agressões, castigos exagerados, criação e imposição de

uma auto-imagem irreal ao indivíduo, o abandono afetivo e a superproteção são as principais

causas dos suicídios cometidos entre os jovens.

A soma desses, e outros fatores menos relevantes resultam numa desorganização da

personalidade em desenvolvimento, desequilibra continua- mente o sistema nervoso e

desencontra o indivíduo do seu ego. Por conseqüências superficiais temos o bloqueio

intelectual, a constante desmotivação pelas atividades cotidianas (como os estudos), a

necessidade de uma fuga psíquica e o entorpecimento mental. Novamente o suicídio é o

resultado mais grave dos desequilíbrios.

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8 A�EXO I - TRAJÉDIA DE UM EX-GÓTICO (Felipe Klein)

“Ele tinha tudo para ser feliz. Juventude, saúde, talento, dinheiro, o amor de

belas garotas. Mas Felipe construiu para si um mundo dark e animal.

Tatuou demônios no peito - e foi vencido por eles.” (OLIVEIRA:2004)

Trecho inicial da matéria do jornalista Renan Antunes de Oliveira, do Jornal Já (RS), em

20/12/2004, que ganhou o Prêmio Esso 2004.

Link: http://www.jornalja.com.br/2004/12/20/a-tragedia-de-felipe-klein/

O anexo foi uma cópia da matéria.

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9 A�EXO II – FOTOS

O anexo foram imagens de esculturas, arquitetura, cemitérios, vestimentas e maquiagem do

mundo gótico.

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10. REFERÊ�CIAS BIBLIOGRÁFICAS

a) Livros

ABRAMO, Helena Wendel. Cenas Juvenis Punks e Darks no espetáculo urbano. São Paulo: Scritta, 1a ed., 1994.

BIVAR, Antônio. O que é Punk. São Paulo: Brasiliense, 1982.

CUNHA, Antônio Geraldo da. Dicionário etimológico �ova Fronteira da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2a ed, 1991.

COTRIM, Gilberto. História e Consciência do Mundo. São Paulo: Saraiva, 2a ed., 1995.

TUFANO, Douglas. Estudos de Literatura Brasileira. São Paulo: Moderna, 2a ed., 1981.

b) Internet

FERREIRA, Daniela. Darkness Queen. Online. (2004). Disponível: www.gothic-santuary.cjb.net, (11/04/2005).

CAMPOS, Shirley. Transtorno Esquizóide de Personalidade. Online. (2004). Disponível: http://www.drashirleydecampos.com.br/noticias/11450, (26/04/2005).

OLIVEIRA, Renan Antunes. A Tragédia de Felipe Klein. Jornal Já. Online. (2004) Disponível: http://www.jornalja.com.br/2004/12/20/a-tragedia-de-felipe-klein/, (16/04/2005).

PERSONALIDADE. Dicionário DSM-IV e CID-10. Psiqweb. Online. Disponível: http://virtualpsy.locaweb.com.br/dicionario.php, (20/04/2005).