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Feira de Santana, sexta-feira, 16 de março de 2012 1 TRIBUNA FEIRENSE www.tribunafeirense.com.br R$ 1,50 Edição Nº Ano XIII 2.367 Feira de Santana, sexta-feira, 16 de março de 2012 Um ano esperando Em abril do ano passado as casas fo- ram demolidas no pro- longamento da aveni- da João Durval e os moradores seguiram para o conjunto Ayr- ton Senna, construído pela Conder no bairro Mangabeira. Um ano depois, o sonho de uma vida melhor virou deses- perança. Muitos não acreditam que algum dia o projeto original que os induziu a acei- tar a muda nça será to- talmente executado. A Conder, órgão estadual responsável pelo serviço, garante que as obras vão con- tinuar, mas a ciclovia prevista foi cancelada Página 3 A descoberta de Tiquaruçu O distrito de Tiquaruçu está sendo des- coberto pelos próprios moradores. É que eles se uniram para pesquisar e registrar as origens, as histórias e os personagens desta região de Feira de Santana, rica em mani- festações culturais. Página 8 Consumidor desconhece direitos A consciência dos consumidores cres- ce a cada ano e eles aprenderam a recla- mar, embora muitas vezes não saibam a forma correta de fazê- lo, como atestam os atendentes no Procon e no Juizado que trata de causas relacionadas ao consumo. Entre as empre- sas, a Embasa detém o indesejável troféu de campeã das queixas., mas o Procon alerta para o fato de que o setor financeiro e te- lefônicas costumam provocar transtornos à clientela. Página 9 Os Rurá: o Rap do Sertão Ritmo identificado com as periferias das capitais, o Rap é o principal ingrediente da criativa banda Os Rurá, que mistura o som original dos Estados Unidos com diversas outras influências musicais. Página 6 Avenida Feira São Gonçalo O tráfego é tão intenso na rodovia Feira-São Gonçalo que pelo menos em parte dela, o motorista enfrenta engarrafamentos. No trecho em que o tráfego melhora, os problemas mudam de nature- za: falta acostamento, falta sinalização e o risco é grande, quando se tenta uma ultrapassagem na estrada que concentra um tráfego intenso de caminhões que transportam cargas. Página 5 Mesmo nos trechos de longas retas, que são poucos, reina a insegurança na BA 502 Moradores do conjunto Ayrton Senna acreditam que houve precipitação na entrega das casas, porque o conjunto ainda tem deficiências graves

Tribuna 16-03

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Feira de Santana, sexta-feira, 16 de março de 2012 1TRIBUNA FEIRENSE

www.tribunafeirense.com.br R$ 1,50Edição Nº Ano XIII

2.367Feira de Santana, sexta-feira, 16 de março de 2012

Um ano esperandoEm abril do ano

passado as casas fo-ram demolidas no pro-longamento da aveni-da João Durval e os moradores seguiram para o conjunto Ayr-ton Senna, construído pela Conder no bairro Mangabeira.

Um ano depois, o sonho de uma vida melhor virou deses-perança. Muitos não acreditam que algum dia o projeto original que os induziu a acei-tar a muda nça será to-talmente executado.

A Conder, órgão estadual responsável pelo serviço, garante que as obras vão con-tinuar, mas a ciclovia prevista foi cancelada Página 3

A descoberta de TiquaruçuO distrito de Tiquaruçu está sendo des-

coberto pelos próprios moradores. É que eles se uniram para pesquisar e registrar as origens, as histórias e os personagens desta região de Feira de Santana, rica em mani-festações culturais. Página 8

Consumidor desconhece direitos

A consciência dos consumidores cres-ce a cada ano e eles aprenderam a recla-mar, embora muitas vezes não saibam a forma correta de fazê-lo, como atestam os atendentes no Procon e no Juizado que trata de causas relacionadas ao consumo.

Entre as empre-sas, a Embasa detém o indesejável troféu de campeã das queixas., mas o Procon alerta para o fato de que o setor financeiro e te-lefônicas costumam provocar transtornos à clientela. Página 9

Os Rurá: o Rap do SertãoRitmo identificado com as periferias das

capitais, o Rap é o principal ingrediente da criativa banda Os Rurá, que mistura o som original dos Estados Unidos com diversas outras influências musicais. Página 6

Avenida Feira São GonçaloO tráfego é tão intenso na rodovia Feira-São Gonçalo que pelo

menos em parte dela, o motorista enfrenta engarrafamentos. No trecho em que o tráfego melhora, os problemas mudam de nature-za: falta acostamento, falta sinalização e o risco é grande, quando se tenta uma ultrapassagem na estrada que concentra um tráfego intenso de caminhões que transportam cargas. Página 5

Mesmo nos trechos de longas retas, que são poucos, reina a insegurança na BA 502

Moradores do conjunto Ayrton Senna acreditam que houve precipitação na entrega das casas, porque o conjunto ainda tem deficiências graves

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Feira de Santana, sexta-feira, 16 de março de 20122 TRIBUNA FEIRENSE

Responsável Técnico: Dr Geraldo Oliveira: Cremeb 3149

Rua Tucides de Moraes 23 - Conceição do Jacuípe

Clinica Médica - Cardiologia - Obstetrícia - Pediatria - Ortopedia - CirurgiaAngiologia - Urologia - Fisioterapia - Otorrino

Emergência - Ultrassonografia e Rx - Mamografia - Ecocardio - Holter - Ecg

Especialidades

Pra não dizer que não falei das flores

Há 38 anos apoiando quem precisa.

[email protected]

César

Ando assim, com saudades súbitas. De repente uma foto com minha filha pendurada nos ombros como saco de lixo, ou de um show de Mc Cartney, com

meu filho, rompe o aceiro e me faz chorar. Pode ser sozi-nho, à mesa da varanda, quando a casa com o fermento da falta cisma de crescer, ou até dirigindo, para estranheza de quem olha. Às vezes me pego ninando meu sono com algo que cantava para fazê-los adormecer, eu que botei os filhos, todos os dias, para dormir, inventando uma história e o sono deles. É como se desfizesse o nó do embornal e a memória desatasse a refazer cenas do tempo infinito que nós todos já tivemos, agora que os vejo crescidos, um pouco arte minha um tanto arte do destino.

Fosse apenas a lembrança buliçosa dos filhos saberia que é apenas a vida armando sua teia, mas tenho saudades inesperadas de mim. De arrear os cavalos com meu pai, a tensão da perfeição que sempre o perseguiu, abotoar as esporas e tomar as rédeas, num tempo que tinha as rédeas da vida nas mãos. E o imaginário é invadido pelo leite no curral, o conserto das cercas, o aboio à frente da boiada, o cheiro que o rio deixa no baixio, o lamento da roda do carro de boi, o estudo precário à luz do candeeiro, e a fé de minha mãe nas rezas de vassourinha e quarana, que, infelizmente, não curam mais, hoje, minhas aflições inevitáveis.

De vez em quando volto à velha casa da roça, - tanto vazio onde havia tanta vida e força-, e fico sentado à banca de madeira, imaginando a fogueira de São João que ele me fazia acender, e os fogos de artifícios da lembrança incen-deiam todo meu desamparo de adulto.

Tenho saudades bruscas dos amigos que nem sempre lhes conto, pois tenho receio de interromper suas obrigações por razão nenhuma, com a voz embargada. Como a mensagem do celular protege nossos afetos de sua fragilidade, às vezes pergunto uma bobagem qualquer, só para sabê-los a salvo.

Outras horas me perco passando a limpo uma versão do que já fiz só para me perdoar das dores que causei aos outros, ou me proteger das dores que me causaram. E, no inventário, peço só que me seja permitido, Deus, quando eu também for só memória, que meus filhos pronunciem meu nome com respeito.

O tempo, eu sei, alonga nossas emoções e exacerba nos-sos sentimentos. É só ficar desprevenido que vem aquele tsunami emocional, com trilha sonora, vinhos memoráveis, muitos livros, e a edição inconclusa. E nem sei aonde vou, mas tenho saudades repentinas e peço aos amigos que não estranhem se em algum momento lhes exigir sinal de vida, com firma reconhecida. E, se me virem chorando por nada perdoem. É que o mundo vai encolhendo, os olhos já nem parecem meus e ando assim, com saudades súbitas de mim e de vocês.

Saudades Súbitas

Matéria do Tribuna sobre a vital, essencial, Lagoa Grande.R$16 milhões do Fundo Nacional de Cultura para o Pelourinho.O asfaltamento da João Durval pela PMFSSAC Móvel, nos bairros.Plano de Dilma de dar bolsas de estudo no exterior para pesquisadores.Proposta do MP de ação pública pela instalação de Delegacia da Federal

Tuiter: cesaroliveira10@A coisa mais terrível de um relacionamento fixo é que ele não permite a solidão.@Vida de Luan Santana será retratada em um curta-metragem por Ronaldo.@Depois de perder Negromonte, Florence e Gabrielli no governo Dilma a Bahia já pode pedir música no Fantástico.@Com aumento das Usinas Eólicas vai ter muita cabeça de vento por aí se achando uma pequena indústria!@Kircnher proíbe importação de vibrador brasileiro pra evitar aumentar o buraco argentino.@ Com a China importando nossos jegues vai melhorar muito o nível do debate nacional.

Repetindo pra mau entendedorPIB do Brasil:2,7%. Da Bahia:2,2%. De

Pernambuco:3,9%

Pirão poucoContingenciamento de R$750 milhões que Wag-

ner anuncia não é bom. O estado está devendo, sem investir, sucateando as Universidades, assistência à saúde e segurança. As obras anunciadas para Feira vão virar espuma.

VexameSTF diz que a Constituição existe em um dia. No

outro volta atrás e diz que ela só entrará em vigor no do dia seguinte e que o dito deve ficar por não dito, porque quando disseram o dito não pensaram no dito de forma completa. O Congresso foi anistiado. É de um primarismo vexaminoso.

Coragem é o primeiro deverÉ vergonhoso para a Bahia que o governador tenha

engolido sem um pio a perda da Petrobrás e três Mi-nistros. Fomos reduzidos a nada. A Bahia precisa de um homem que tenha peito e coragem para defendê-la, não que a troque por um programa de milhagem no avião presidencial.

DesrespeitoÉ inadmissível que Sérgio Carneiro, ou fosse qual

fosse o deputado, tenha deixado o mandato às vésperas de entregar o relatório do Código de Processo Civil, algo que vai afetar a vida de todos os brasileiros. É muito desmando e falta de respeito com o cidadão .

RuínasObra monumental de João Henrique e Wagner em

Salvador: destruição da Orla, praias com sombra, abandono do Centro Histórico, desmando com o Metrô, incompetência com o Aeroclube, omissão na Paralela.

Primário Minério de ferro, petróleo bruto, complexo de

soja, carne, açúcar e café - representaram 47,1% do valor exportado pelo Brasil ano passado. Ano passado era 28%. É terrível. Dependemos da agricultura e da natureza.

EducaçãoA educação no Brasil é um desastre em todas

as avaliações internacionais. Fragmentada, sem projeto, contaminada pela ideologia. Teve Haddad, Ministro incom-petente que destruiu o ENEM com vazamentos em série. E 30 colégios e não apenas um tiveram acesso prévio às questões da prova. Agora, tem Mercadante - com doutorado de araque - que diz que o pro-blema é o Brasil ser grande. Talvez ele devesse ser Ministro da Ilha do Botão.

AfiadíssimoApesar de acusado e condenado por injúria racial

contra Heraldo Pereira, Paulo Henrique Amorim recebe R$ 40 mil dos Correios (suspenso este mês) e R$40 mil da CEF. A Caixa gasta 3 vezes mais com PHA do que com todos os outros blogs que anuncia. O Ban-co do Brasil, também anunciante, com nosso dinheiro, recusa-se a informar quanto paga ao afiado defensor do governo.

opinião

Page 3: Tribuna 16-03

Feira de Santana, sexta-feira, 16 de março de 2012 3TRIBUNA FEIRENSE cidade

Os textos assinados neste jornal são de responsabilidade de seus autores

Fundado em 10/04/1999www.tribunafeirense.com.br/ E-mail: [email protected]

Fundadores: Valdomiro Silva - João Batista Cruz - Denivaldo Santos - Gildarte Ramos

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Diretor Geral - César Oliveira

Diretora Financeira - Márcia de Abreu Silva Editor - Glauco Wanderley

Editoração eletrônica - Maria da Piedade dos Santos

Decepção com a Conder na MangabeiraBATISTA CRUZ

No próximo mês a transferência dos moradores da invasão Anchieta para o conjunto Ayrton Senna com-pleta um ano (restou apenas um no antigo endereço, o ex-vaqueiro Manoel Lima de Santana, 86 anos, que mostramos na edição de 02 de março, teimando em per-manecer solitário no imóvel no meio da avenida).

Depois de tanto tempo, os que foram para o novo endereço sentem que a mu-dança está incompleta e já perdem as esperanças de ver as promessas cumpridas. Os otimistas prevêem alguns anos para que as interven-ções que constam no projeto se tornem realidade. Outros apostam que isso jamais vai acontecer.

Uma planta do con-junto, na parede do escri-

tório da Conder em Feira de Santana, inclui ciclovia, parque infantil, mercado, creche, centro comunitário,

praça esportiva, canal de macrodrenagem e passarela, entre outros equipamentos e espaços públicos.

Ainda não foram cons-truídas a ciclovia, que deixa-ria o local dentro de um anel, formado com a futura Ayrton

Senna, o parque infantil, o mercado e a passarela. O serviço da praça esportiva está suspenso, porque os

moradores não concordaram com o que está sendo feito.

De acordo com a co-ordenadora da Comissão de Moradores, Maria de Lour-des de Jesus, a pressa para a transferência resultou em prejuízos. “Ainda há muito o que ser feito por aqui”, reclama.

O que seria uma cre-che virou escola, que ainda está fechada. Não se sabe se será destinada às séries iniciais ou finais do Ensino Fundamental. “Estamos con-versando com a Secretaria de Educação para ver como as coisas vão ficar”, detalha Maria de Lourdes.

Foram feitos quiosques onde serão instaladas as pes-soas que comercializavam na favela. Mas permanecem vazios. “Quem vivia do comércio está passando um grande aperto porque ainda não entregaram os boxes”.

O escritório da Conder em Feira de Santana não respondeu os questionamentos da reportagem, encaminhando o assunto para a assessoria de comunicação da Conder em Salvador, que garantiu que as obras terão continuidade, mas a ciclovia não será mais construída, conforme reproduzido abaixo:

1- Os serviços a serem ainda executados até o próximo mês de maio são o Parque Infantil, a ser implantado na Escola Fundamental, para evitar o uso inadequado ou depredações, ponte nas Ruas Cordeirópolis e do Rosário e a conclusão da Estação de Tratamento de Esgotos Definitiva;

2- A ciclovia prevista no projeto do empreendimento, que seria implantada na Área de Preservação Permanente, ao longo do canal de macrodrenagem, teve a sua construção suprimida tendo em vista a necessidade de acréscimo de outros serviços, sobretudo o canal de macrodrenagem, importante para evitar futuros alagamentos.

Quem mora no conjun-to Ayrton Senna vive sem acesso a direitos básicos da cidadania. Tem problemas para receber correspondên-cias, porque as ruas ainda não foram identificadas e os Correios enfrentam difi-culdades para encontrar as casas.

As pessoas que preci-sam pagar boletos de cartão de crédito, por exemplo, procuram lan houses onde mandam imprimir o docu-mento quando chega a época do vencimento.

Na coleta de lixo de-ram um jeito. Na marra. Foi preciso obrigar o motorista de um caminhão de limpeza pública a entrar com o veícu-lo nas ruas do conjunto, onde ficou preso por algumas horas. Desde então, o carro passou a fazer o roteiro duas vezes por semana, terças e sábados.

Num dos lados do con-junto foram construídos 32 boxes, que estão sendo usados como depósito de uma usina de reciclagem de lixo. Grandes sacolas de plástico ficam em frente do conjunto. Um dos coope-rados, que pediu para não

Sem Correios, sem coletaser identificado, disse que os moradores já perdem as esperanças de que as obras serão realmente concluídas. “Não temos a quem mais apelar”, argumenta.

ESGOTOSFRÁGEIS

O conjunto foi constru-ído no delta formado por dois córregos. Um escoa águas mais claras vindas da lagoa de Chico Maia e esgotos do-mésticos, algumas centenas de metros acima; outro, de leito completamente escuro, formado por águas de esgo-tamento, que tem origem na Cidade Nova, e passa pelos conjuntos Feira V, ACM e o bairro Mangabeira.

Os canais já precisam urgentemente de uma ma-nutenção. De acordo com moradores, em dia de chuva forte a tubulação não su-porta e os dejetos “brotam” dos bueiros. “É uma sujeira muito grande nas ruas”, afir-ma a dona de casa Etelvina Santos. “E fedor também”, complementa desnecessa-riamente.

Outro problema é a Estação de Tratamento de Águas Residenciais (ETAR) do Conjunto Habitacional

Chácara da Mangabeira, que ficou praticamente no meio do novo conjunto. “Quando chove é um fedor danado. Ninguém agüenta”, reclama Plínio de Oliveira. Para atenuar o problema, a cada três meses um caminhão da Embasa vai recolher os dejetos.

De acordo com a co-ordenadora da Comissão de Moradores, a ETAR deveria ser mudada de local. “Mas a que está sendo construída próxima do canal de macro-drenagem está com as obras paradas há alguns meses e a gente não sabe quando vai ser retomada”, angustia-se.

A dona de casa Erli Silva dos Santos reclama que o conjunto não tem área onde uma praça possa ser

construída. “Não pensaram nisso”. Áreas existem ape-nas ao longo dos canais, que na verdade são dois grandes esgotos a céu aberto. “Se fizerem uma praça naquela área, quem vai aguentar se

sentar lá para conversar?”, indaga.

Para ela, a falta deste espaço de convivência pode refletir negativamente no fu-turo. Ela opina que a Conder está demorando muito para

concluir o conjunto. “No que estava sendo feito, a quadra, por exemplo, foi usado um material de qualidade mui-to ruim. Por isso a gente impediu que continuasse”, justifica.

Responsável Técnico: Dr Geraldo Oliveira: Cremeb 3149

Rua Tucides de Moraes 23 - Conceição do Jacuípe

Clinica Médica - Cardiologia - Obstetrícia - Pediatria - Ortopedia - CirurgiaAngiologia - Urologia - Fisioterapia - Otorrino

Emergência - Ultrassonografia e Rx - Mamografia - Ecocardio - Holter - Ecg

Especialidades

Pra não dizer que não falei das flores

Há 38 anos apoiando quem precisa.

[email protected]

César

Ando assim, com saudades súbitas. De repente uma foto com minha filha pendurada nos ombros como saco de lixo, ou de um show de Mc Cartney, com

meu filho, rompe o aceiro e me faz chorar. Pode ser sozi-nho, à mesa da varanda, quando a casa com o fermento da falta cisma de crescer, ou até dirigindo, para estranheza de quem olha. Às vezes me pego ninando meu sono com algo que cantava para fazê-los adormecer, eu que botei os filhos, todos os dias, para dormir, inventando uma história e o sono deles. É como se desfizesse o nó do embornal e a memória desatasse a refazer cenas do tempo infinito que nós todos já tivemos, agora que os vejo crescidos, um pouco arte minha um tanto arte do destino.

Fosse apenas a lembrança buliçosa dos filhos saberia que é apenas a vida armando sua teia, mas tenho saudades inesperadas de mim. De arrear os cavalos com meu pai, a tensão da perfeição que sempre o perseguiu, abotoar as esporas e tomar as rédeas, num tempo que tinha as rédeas da vida nas mãos. E o imaginário é invadido pelo leite no curral, o conserto das cercas, o aboio à frente da boiada, o cheiro que o rio deixa no baixio, o lamento da roda do carro de boi, o estudo precário à luz do candeeiro, e a fé de minha mãe nas rezas de vassourinha e quarana, que, infelizmente, não curam mais, hoje, minhas aflições inevitáveis.

De vez em quando volto à velha casa da roça, - tanto vazio onde havia tanta vida e força-, e fico sentado à banca de madeira, imaginando a fogueira de São João que ele me fazia acender, e os fogos de artifícios da lembrança incen-deiam todo meu desamparo de adulto.

Tenho saudades bruscas dos amigos que nem sempre lhes conto, pois tenho receio de interromper suas obrigações por razão nenhuma, com a voz embargada. Como a mensagem do celular protege nossos afetos de sua fragilidade, às vezes pergunto uma bobagem qualquer, só para sabê-los a salvo.

Outras horas me perco passando a limpo uma versão do que já fiz só para me perdoar das dores que causei aos outros, ou me proteger das dores que me causaram. E, no inventário, peço só que me seja permitido, Deus, quando eu também for só memória, que meus filhos pronunciem meu nome com respeito.

O tempo, eu sei, alonga nossas emoções e exacerba nos-sos sentimentos. É só ficar desprevenido que vem aquele tsunami emocional, com trilha sonora, vinhos memoráveis, muitos livros, e a edição inconclusa. E nem sei aonde vou, mas tenho saudades repentinas e peço aos amigos que não estranhem se em algum momento lhes exigir sinal de vida, com firma reconhecida. E, se me virem chorando por nada perdoem. É que o mundo vai encolhendo, os olhos já nem parecem meus e ando assim, com saudades súbitas de mim e de vocês.

Saudades Súbitas

Matéria do Tribuna sobre a vital, essencial, Lagoa Grande.R$16 milhões do Fundo Nacional de Cultura para o Pelourinho.O asfaltamento da João Durval pela PMFSSAC Móvel, nos bairros.Plano de Dilma de dar bolsas de estudo no exterior para pesquisadores.Proposta do MP de ação pública pela instalação de Delegacia da Federal

Tuiter: cesaroliveira10@A coisa mais terrível de um relacionamento fixo é que ele não permite a solidão.@Vida de Luan Santana será retratada em um curta-metragem por Ronaldo.@Depois de perder Negromonte, Florence e Gabrielli no governo Dilma a Bahia já pode pedir música no Fantástico.@Com aumento das Usinas Eólicas vai ter muita cabeça de vento por aí se achando uma pequena indústria!@Kircnher proíbe importação de vibrador brasileiro pra evitar aumentar o buraco argentino.@ Com a China importando nossos jegues vai melhorar muito o nível do debate nacional.

Repetindo pra mau entendedorPIB do Brasil:2,7%. Da Bahia:2,2%. De

Pernambuco:3,9%

Pirão poucoContingenciamento de R$750 milhões que Wag-

ner anuncia não é bom. O estado está devendo, sem investir, sucateando as Universidades, assistência à saúde e segurança. As obras anunciadas para Feira vão virar espuma.

VexameSTF diz que a Constituição existe em um dia. No

outro volta atrás e diz que ela só entrará em vigor no do dia seguinte e que o dito deve ficar por não dito, porque quando disseram o dito não pensaram no dito de forma completa. O Congresso foi anistiado. É de um primarismo vexaminoso.

Coragem é o primeiro deverÉ vergonhoso para a Bahia que o governador tenha

engolido sem um pio a perda da Petrobrás e três Mi-nistros. Fomos reduzidos a nada. A Bahia precisa de um homem que tenha peito e coragem para defendê-la, não que a troque por um programa de milhagem no avião presidencial.

DesrespeitoÉ inadmissível que Sérgio Carneiro, ou fosse qual

fosse o deputado, tenha deixado o mandato às vésperas de entregar o relatório do Código de Processo Civil, algo que vai afetar a vida de todos os brasileiros. É muito desmando e falta de respeito com o cidadão .

RuínasObra monumental de João Henrique e Wagner em

Salvador: destruição da Orla, praias com sombra, abandono do Centro Histórico, desmando com o Metrô, incompetência com o Aeroclube, omissão na Paralela.

Primário Minério de ferro, petróleo bruto, complexo de

soja, carne, açúcar e café - representaram 47,1% do valor exportado pelo Brasil ano passado. Ano passado era 28%. É terrível. Dependemos da agricultura e da natureza.

EducaçãoA educação no Brasil é um desastre em todas

as avaliações internacionais. Fragmentada, sem projeto, contaminada pela ideologia. Teve Haddad, Ministro incom-petente que destruiu o ENEM com vazamentos em série. E 30 colégios e não apenas um tiveram acesso prévio às questões da prova. Agora, tem Mercadante - com doutorado de araque - que diz que o pro-blema é o Brasil ser grande. Talvez ele devesse ser Ministro da Ilha do Botão.

AfiadíssimoApesar de acusado e condenado por injúria racial

contra Heraldo Pereira, Paulo Henrique Amorim recebe R$ 40 mil dos Correios (suspenso este mês) e R$40 mil da CEF. A Caixa gasta 3 vezes mais com PHA do que com todos os outros blogs que anuncia. O Ban-co do Brasil, também anunciante, com nosso dinheiro, recusa-se a informar quanto paga ao afiado defensor do governo.

Na entrada do conjunto, uma usina de reciclagem ajuda a deteriorar

O canal de macrodrenagem coberto pelo mato exemplifica o descaso com que o conjunto vem sendo tratado

Conder: obra continua, mas sem ciclovia

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Feira de Santana, sexta-feira, 16 de março de 20124 TRIBUNA FEIRENSE opnião

Ninho TucanoAs especulações em torno do candidato que

receberá o apoio do PSDB municipal nas eleições para prefeito, se tornaram pauta em programas de rádios, sites e jornais de Feira de Santana durante essa semana. AntonioImbassay, Humberto cedraz, o periquito, o papagaio, todos se pronunciaram sobre o assunto, mas nenhum tucano “pura pena” foi ouvido. Parece até que se esqueceram de que quem decide - de verdade - o rumo do partido é o tucaníssimo Juthay Magalhães. O resto não passa de Tucano do bico grande e oco.

Bom pastorFeira tem quantos deputados estaduais? Al-

guns de meus colegas responderiam três, a priori. Uma figura importante para a política feirense tem passado despercebida pela imprensa - não acredito que por acaso. Longe de uma liderança de governo, de um microfone diário ou do título de primeira dama. Longe da lista dos "investidores" assíduos da nossa querida imprensa. José de Arimatéia (PRB) segue construindo seu mandato com precisão e pluralidade. Mais do que se esperava de um pastor da Igreja Universal de legislar para os seus, e só. A presidência da Comissão de Saúde e Saneamento tem contribuído para que o deputado alcance no-toriedade a nível estadual. Pena que em Feira, ele não seja reconhecido como deveria.

Wagner abelhaO deputado estadual Targino Machado (PSC)

não perde uma oportunidade de provocar o gover-nador Jaques Wagner (PT). Essa semana, noTwitter, ao criticar mais uma viagem internacional do go-vernador petista, o oposicionista o comparou a uma abelha. “Wagner é um governador abelha: quando não está voando, está fazendo cera”, escreveu pro-vocando boas risadas nos usuários do micro-blog.

A festa do SincolA Micareta vem se aproximando e enquanto

uns só pensam em curtir Ivete Sangalo e Chiclete com Banana na avenida, outros têm preocupações bem mais sérias. Isso porque o Sincol e o suspeito Conselho Municipal de Transporte costumam usar o período da festa para aumentar o valor da tarifa de ônibus coletivo, sem discuti-lo com as partes interessadas. O movimento estudantil já prepara o contra-ataque caso o reajuste aconteça mais uma vez às vésperas da Micareta. A reunião do Conselho já foi marcada para o dia 22.

Estamos de olho...

Em busca do TriOs interessados no reinado da Micareta de

Feira já podem se inscrever na Secretaria Municipal de Cultura, Esporte e Lazer. O período de inscrição para os candidatos a Rei Momo e Rainha da folia vai até 30 de março e o bi-campeão Dilsinho Chagas confirmou presença no concurso deste ano. Dilsi-nho foi Rei Momo em 2010 e 2011 e está confiante de que mais uma vez será o guardião da chave da cidade. Se depender da animação do candidato, o tri é garantido!

Foguetinhos:*Em terra de Zé, quem tem voto é rei.*Sabe que vai cair e se joga antes.* Não é com vinagre que se apanha moscas.

Imbassahy, César Borges e Otto:autonomia a diretórios em Feira

As lideranças esta-duais de alguns partidos apresentam, este ano, uma postura atípica em relação a autonomia de suas direções locais, em Feira de Santana, em se tratando de coligações para o pleito que se avi-zinha. Enquanto em um passado recente as exe-cutivas regionais sempre deixavam bem claro que eram elas que davam as cartas, em 2012 o que se vê é um ar de liberdade não muito comum na política.

Esta semana, um dos caciques do PSDB da Bahia, Antônio Imbas-

sahy, declarou em diversas entrevistas, que em Feira de Santana a decisão quanto a coligação que o partido fará para a sucessão do prefeito Tarcízio Pimenta estará sob a batuta do ex-deputado Hum-berto Cedraz, presidente do diretório.

Afirmou que Humber-to tem carta branca e nem mesmo preocupou-se em fazer uma ressalva que deve ter alguma importância, a de que não seria aceita uma aliança com o candidato Zé Neto, do PT, grande adver-sário dos tucanos na Bahia e em nível nacional.

O ex-deputado, raposa velha, sabe que essa opção

é descartada. Restam-lhe três opções: José Ronaldo, Tarcízio Pimenta e Colbert Filho. Pela forma como tem estimulado uma candidatura de Colbert, pelo PMDB, se poderia imaginar que este seria o favorito para con-quistar o ótimo tempo de televisão do PSDB, mais de cinco minutos.

Há os que defendem, por outro lado, a forte liga-ção estadual entre o DEM e o PSDB possa pesar em favor de José Ronaldo, na hora da decisão, especialmente tendo em vista os interesses de uma eleição maior, a de 2014, para presidente, go-vernador e Senado.

Tarcízio também tem suas chances, em-bora esteja na base do governo Jaques Wagner. A convivência entre ele e Humberto tem sido muito tranquila. Enfim, excetuando-se Zé Neto, todo mundo está no pá-reo.

Imbassahy confir-mou o que Humberto já havia informado por aqui. Os candidatos a prefeito que se virem para seduzir os candidatos à Câmara pelo PSDB. O partido deve deixar esse pessoal à vontade para escolher a chapa majoritária de preferência.

PSD é com Fernando

Também está nas mãos de uma liderança local o destino do caçula PSD, rumo à eleição municipal. O vice-governador Otto Alencar, dirigente estadual, já disse reiteradas vezes que o deputado federal Fernando Tor-res é quem dá as cartas por aqui. Sem restrições. De Zé Neto a Ronaldo, os dois extremos mais visíveis deste pleito de outubro, qualquer um dos candidatos pode ser a escolha do PSD.

Como já analisei aqui em edições anteriores, Fernando tem secretários no governo de Tarcízio e participa da adminis-tração desde o início. Mas ele mesmo afirma que não tem nada definido. Não está fechado com o prefeito. Se no PSDB algumas pistas sinalizam possibilidades, com o PSD há dificuldade até de especulação. Sem prognóstico.

PR é com GraçaEsta semana, o presidente

estadual do PR, o ex-senador César Borges, esteve em Feira de Santana para participar de uma solenidade com o prefeito Tarcízio Pimenta. No mesmo tom de Imbasahy e Otto, ele disse que, aqui, quem manda é a principal liderança local da legenda, que vem a ser a mulher de Tarcízio, a deputada estadual Graça Pimenta.

Se com o PSDB de Hum-berto Cedraz e o PSD de Fer-nando Torres há um clima de mistério quanto ao candidato a prefeito que esses partidos devem escolher, com o PR não existe razão para polêmica. Graça, afinal, não deve ter dúvida sobre qual será o seu candidato ao Go-verno, sendo o marido dela um dos postulantes.

Ressalvas de AlcioneAprovado o Plano Municipal de Educação, restou uma curio-

sidade apenas. O vereador Alcione Cedraz, que chegou a analisar a proposta com o presidente da APLB, deixou registrado, em discurso, que alguma coisa na proposição precisa de ajustes. Disse que só não emendou por um pedido de Germano Barreto. O conteúdo da discor-dância não foi revelado.

TransparênciaA Prefeitura terá que criar um portal da transparência exclusi-

vo para a área de educação, conforme projeto do vereador Roberto Tourinho, aprovado pelo Legislativo. Em se tratando de transparência nos recursos públicos, quanto mais melhor.

Adicional dos agentesO líder governista Maurício Carvalho comprometeu-se – tardia-

mente – de se informar, com o secretário de Saúde, Getúlio Barbosa, sobre o adicional dos agentes comunitários. Essa história de que o Ministério da Saúde libera a verba anual para gratificar os agentes e eles não veem a cor do dinheiro não cai bem para a Prefeitura.

Atendimento bancárioLei dos 15 Minutos também para o atendimento prestadopor

gerentes e executivos dos bancos. É o pessoal que busca informações ou vai resolver pendências fora dos caixas, nas mesas. Oportuno o projeto do vereador Tom, aprovado pela Câmara.

As dúvidas sobre o aterroMuito se fala sobre a área que a Prefeitura está usando para trata-

mento do lixo, depois que foi interditado o aterro da Qualix. Roberto Tourinho, que acredita em irregularidades ambientais, propõe visita ao local pela Comissão de Meio Ambiente da Câmara. Proposta inte-ressante, desde que o grupo se faça acompanhar de técnicos, gente da Uefs ou do IMA, para conferir a situação e apresentar um diagnóstico confiável – e imparcial. Sobre a falta de licenças, só tem um jeito de eliminar dúvidas: visitar os órgãos competentes e pedir informações. Oposição bem feita é objetiva e fundamentada.

Eremitasob tensãoA vereadora Eremita Mota – normalmente bastante calma - e o

dirigente de uma associação de blocos micaretescos, Cláudio Perei-ra, vivem às turras nos últimos meses. Eremita perdeu a paciência com boatos que o desafeto, com atuação comunitária no Caseb – re-duto político da vereadora - estaria espalhando na cidade, tentando prejudicar sua candidatura. Disse que está sendo ameaçada e que já chegou a pedir segurança a um policial. Se Cláudio tem denúncias, deve levá-las aos órgãos competentes. Se não tem, melhor ir cuidar da vida, deixa-la em paz.

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Feira de Santana, sexta-feira, 16 de março de 2012 5TRIBUNA FEIRENSE

16 km de perigo cidade

Valma SilVa

Valma Silva

Nas eleições de 1982 o PMDB dispu-tou a sucessão municipal com dois candidatos – os deputados estaduais Ger-son Gomes pela legenda e Luciano Ribeiro pela sublegenda e com o apoio dos comunistas locais simpatizantes do PCB , de Carlos Prestes, que estava na clandestinidade.

Também na clandes-tinidade, o PC do B de João Amazonas desem-barcou em Feira membros da Tendência Popular, de Salvador, em apoio ao evangélico Gerson Gomes.

Na primeira cami-nhada fazendo panfle-

Ausente das sessões por conta de um acidente automobilístico quando entre outros danos, per-deu vários dentes, o vere-ador José Carlos Mendes de Carvalho reassumiu o mandato festivamente re-cebido pela unanimidade dos seus pares.

Na tribuna, apar-teado por quase todos os colegas, o vereador contou detalhes do aci-dente. Quase no final do discurso que a platéia nas galerias considerou longo e cansativo, o “marechal” Hermes Sodré aparteou

O palanque eletrô-nico na televisão ainda engatinhava. As emoções eleitorais continuavam por conta dos comícios. Nada de atrações artísti-cas, as estrelas eram os próprios políticos. Nas eleições municipais de 1992 um dos maiores co-mícios de Luciano Ribei-ro (PMDB) foi no bairro Rua Nova, a “menina dos olhos” do prefeito Colbert Martins.

Candidato a verea-dor, Norberto Rodrigues discursa pedindo votos para Luciano Ribeiro, o candidato de Colbert. No final, abre os braços, aumenta a voz e lembra

tagem pelo comércio, a militante Julieta Palmei-ras alertou Gerson Gomes ao saírem de uma loja de confecções:

-Aquele que o se-nhor colocou o santinho no bolso, é um mane-quim...

causando risos:- Deus é sempre

bom, excelência! Quan-do diminui os dentes, aumenta a goela...

levando a platéia ao de-lírio:

- Rua Nova, Rua Nova! Foi Colbert quem te calçô-la, foi Colbert quem te aterrô-la...

Manequim não vota

Dentes perdidos

No tempo dos comícios

BA 502 em 2011104 acidentes

22 mortes

O trecho da Ba 502 que liga Feira de Santana a São Gonçalo dos Campos tem apenas 16 quilômetros de extensão, mas é de grande importância para a economia local e a população das ci-dades da região. É por onde passam matéria-prima e produtos das 77 empresas do Centro Industrial do Subaé ali situadas, e também via de acesso a locais de estudo e trabalho de muita gente.

Diariamente passam pelo trecho cerca de 10 mil automóveis, segundo a Polícia Rodoviária Federal. Mais da metade transpor-ta cargas das empresas do parque industrial. Apesar de sua importância, a es-trada apresenta problemas de conservação e é cheia de perigos, colocando em risco a vida de quem trafega.

A pista não possui acos-tamento nem sinalização. “Meu pneu já quebrou na entrada do Tomba, e eu tive que ir até São Gonçalo com ele assim, porque não tinha onde estacionar, já que não há acostamento”, relata o ca-minhoneiro pernambucano Rafael Gomes da Silva.

Um colega dele, Maria-no da Cruz Cunha, também reclama da falta de sinaliza-

ção. A empresa para a qual ele presta serviço começou a negociar com uma do Cis-Tomba há pouco tempo e assim ele conheceu a Ba 502. Ficou impressionado com a falta de sinalização. “Até existem placas, mas estão velhas, apagadas ou enco-bertas pelo mato”, observa. A vegetação avança sobre a pista. Há muitos animais soltos ao longo da estrada, o que aumenta bastante o risco de acidentes graves.ACIDENTES

Em 2011 foram regis-trados pela Polícia Rodovi-ária Estadual mais de cem acidentes na Ba 502, a maio-ria envolvendo motociclistas, somente no trecho entre Feira

e São Gonçalo. Duas dezenas de pessoas perderam a vida. No primeiro fim de semana de março, foram oito aciden-tes todos com motos.

Para o policial rodovi-ário federal Carlos Santana, as más condições da pis-ta provocam boa parte dos acidentes. Entretanto, ele ressalta que na maioria das vezes ocorre imprudência dos condutores, especialmen-te motociclistas. Imprudência ainda mais perigosa por se tratar de uma região por onde passam muitos caminhões. Ele observa que muitos se arriscam em manobras peri-gosas e irregulares.

A principal delas é a ultrapassagem em pontos

indevidos. O tráfego é inten-so, mas quase não há pontos de ultrapassagem, porque a pista não é duplicada e tem muitas curvas. Chegam a ocorrer engarrafamentos na rodovia, especialmente na região do Tomba. Com isso, muitos motoristas perdem a paciência, arriscam a própria vida e a dos outros, forçando ultrapassagens.

De acordo com o geren-te regional do Departamento de Infraestrutura de Trans-portes da Bahia (Derba), o engenheiro Jaime da Cruz, há um projeto de melhorias no acostamento e sinalização orçado em R$ 150 mil. Po-rém, sem previsão de prazo para execução.

O acostamento inexistente é apenas um dos muitos perigos enfrentados pelos motoristas entre Feira e São Gonçalo

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Feira de Santana, sexta-feira, 16 de março de 20126 TRIBUNA FEIRENSE cultural

Rap com sotaque interioranoOrdachSOn GOnçalVeS

Do Rap ao Reggae. Do Funk ao Ragga Mufin. Essa mistura de estilos e vertentes musicais é uma tradução fidedigna do som da banda feirense Os Rurá. Com influências que vão da MPB de Tim Maia ao repen-te de Caju e Castanha, ou, da batida do Olodum ao reggae de Augusto Pablo, o grupo está na estrada há cerca de 10 anos.

Recentemente Os Rurá lançou o primeiro clipe, com a música “Moro num lugar”, uma das composições pró-prias e que traz uma letra de protesto contra o transporte público em Feira de Santana. A banda comandada pelos vocalistas Amaro Nick e Paulo Rasta gravou um CD no ano passado, intitulado “Correria e Respeito”, mas faltou dinheiro para lançar o álbum no mercado.

Os Rurá tem 16 com-posições próprias e duas foram finalistas do concurso anual Vozes da Terra, pro-movido pela prefeitura de Feira de Santana: Moro num lugar e Play no seu som. “Temos também músicas com participações de outros grupos, como Efeito Zumbi, Ministério Público e Papel de Seda”, completa Nick.

CLIPEO grupo Os Rurá apos-

ta na internet e nas redes sociais como a mais impor-tante ferramenta de divulga-ção. O clipe recém-lançado pela banda estava com 1.300 acessos no You Tube quan-do esta matéria foi escrita. “Hoje é comprovado que as redes sociais se tornaram a melhor e mais barata ma-

neira de propagação para os artistas”, aprova Paulo Rasta.

A ideia do clipe partiu de um amigo que também tem um grupo de Rap. “Léo faz parte de um grupo cha-

mado Unidade de Guerrilha, e faz clipes através da Fun-dação Aprisco”, detalha.

“Foi uma experiência incrível. Fizemos tudo em dois dias, aqui na cidade mesmo. Gravamos em ôni-

Em meio à mistura de estilos e ritmos, o espírito do Rap é predominante no tra-balho de Os Rurá. “Acredito que se for para denominar um estilo, o Rap é mais a nossa cara. Mas não aquele Rap que fala do crime e das atrocidades da periferia. Não deixa de ser uma realidade, mas o que fazemos é um Rap que fala do nosso cotidiano, que agrega um pouco de tudo: vida, trabalho, mulher, família, alegria, tristeza, cidade e música também”, define Amaro Nick.

Tudo começou entre

SHOWS AO VIVO

*Mais dicas culturais em: www.infcultural.blogspot.com

O projeto Conto em cena volta a exibir o espetá-culo teatral A cartomante, com a Cia. Cuca de Teatro, dirigido por Geovane Mascarenhas, nesta sexta e sába-do, no Teatro Universitário do Cuca, a partir das 20h.

Um triângulo amoroso se instala no conto de Machado de Assis, entre Rita, Camilo e Vilela. Rita procura uma cartomante a fim de saber como terminaria a sua história. Certa de que a cartomante lhe ajudará a acreditar nesse amor extraconjugal, tenta convencer o incrédulo Camilo (amante) de que o seu relacionamento não seria descoberto. Até que Camilo começa a receber cartas anônimas que o fazem desconfiar de que Vilela (o esposo) já sabia do caso. Temeroso, Camilo resolve, também, consultar a cartomante e este fato conduz o conto a um final surpreendente.

Ingressos no local a R$ 10,00.

A cartomante tem nova temporada

SEXTA-FEIRA (16/03)*CESCÉ AMORIM - (MPB)Barraco Bar – 21h - Kalilândia - em frente ao Ministério Público Federal

*CELLY NOBLAT - (voz e violão)Quiosque do Mazinho – 21h - Praça de Alimentação – Centro

*NIL BEATLES BRAZIL - (Internacionais)Cidade da Cultura – 21h - Conjunto João Paulo

*SAI DE BAMBA, CALCINHA PRETA E GALEGUINHOGarage – 22h - Av. Maria Quitéria

*MÁRCIO - (Voz e violão)Paradinha Pizzaria – 21h - R. São Domingos

*LUCIANO ROCHA(Voz e violão) - O fuxico – 20h - Cidade Nova

*MARYZELIA E OS COISINHO (Samba) The King – 22h - Av. Getúlio Vargas

SÁBADO (17/03)*KARLA JANAÍNA - (Voz e violão) - O Boteco – 17h - Ville Gourmet

*MANO GAVAZZA - (Voz e violão) - Mar Mandacaru – 21h - Jardim Cruzeiro

*BANDA SELETA, JACK MARIANO, WILLIAN DE CASTRO E RONY E RONEY - (Noite sertaneja) - Espaço Massapê – 22h - Av. Maria Quitéria

*LENO PEIXOTO, MARCEL TORRES E CAMILA TEIXEIRA(Projeto “Meus convidados”)Teatro Municipal Margarida Ribeiro – 20h - Capuchinhos

*NET IN BAHIA - (Voz e teclados)Quiosque do Mazinho – 21h - Praça de Alimentação

*BRUNO BEZERA (MPB) - Bistrot – 21h - Rua S. Domingos

*GELIVAR SAMPAIO (Seresta)Bengos Bar - Estação Nova

*SANDRO PENELÚ - (Voz e violão)Barraco Bar – 21h - Kalilândia - Em frente ao Ministério Público Federal

*GRUPO EMBALAGEM ACÚSTICA (Pop)Cidade da Cultura – 21h30min - Conj. João Paulo

*MAGARY LORD E GALEGUINHO - Kabanas – 22h - Capuchinhos

Qualidade musical no Margarida RibeiroUm bom programa para este domingo, dia 18, é

a apresentação do grupo instrumental Quaternária, no Teatro Margarida Ribeiro, a partir das 20h.

O grupo surgiu em 2008, em Feira de Santana, formado pelos músicos Gilmar Araújo (guitarra semi-acústica), Anderson Silva (baixo), Rogério Ferrer (piano, acordeom e violão) e Adson Jr. (bateria).

Em 2010, o grupo teve atuação brilhante no primeiro festival de música instrumental, na cidade de Cachoeira.

No repertório, clássicos da música brasileira e mundial, em versões instrumentais com influências do Jazz. Ingressos no local.

Tudo combina com Rap2002 e 2003. “A partir de um grupo de amigos, como acontece em boa parte das bandas. Tínhamos referên-cias musicais parecidas e começamos a desenvolver a prática em alguns ins-trumentos e tocar juntos. Nos ensaios, começamos a criar desde o instrumental até as letras. A partir daí foi surgindo a necessidade de lapidação das criações e em pouco tempo tínhamos um repertório só com músicas nossas”, recorda.

Inicialmente a proposta era apenas tocar por prazer.

“A gente nunca teve pre-tensão de sucesso ou coi-sa parecida. Com o tempo foram aparecendo pessoas que se identificavam com nossa música. Amigos, de-pois amigos dos amigos e hoje já são pessoas que nós não conhecemos. Elogiam, acham bacana e isso é muito gratificante para qualquer artista”, festeja Nick.

ROÇA SOUNDHá três anos o grupo

desenvolve na cidade o pro-jeto Roça Sound, movimen-to de música nas ruas base-ado na cultura jamaicana do

Sound System. “Fazemos apresentações em lugares abertos e casas noturnas. Um modelo parecido com o dos DJs, utilizando discos de vinil e equipamentos tecno-lógicos”, descreve Nick.

A interatividade com o público e o repertório musical diferenciam o Roça Sound nas boates. “Não so-mos DJs, mas sim Seletores. Tocamos as músicas e canta-mos junto com o público que faz parte desse movimento, fazendo o gênero Reggae, Ragga, Dance Hall, e Dub”, explica.

bus e lugares diversos. Cha-mamos alguns amigos e bo-lamos o roteiro na hora. Com uma câmera só e o empenho de todos, conseguimos fazer o nosso primeiro clipe”, comemora.

Paulo Rasta (à esquerda) e Amaro Nick: cenário urbano, temática variada

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Feira de Santana, sexta-feira, 16 de março de 2012 7TRIBUNA FEIRENSE social Social

[email protected]

“ Não sei o que faço, onde fico: tenho muito medo, mas confio em Deus. E apesar do meu medo há em mim uma paz enorme

que eu chamo de felicidade” Caio Fernando Abreu

Formatura de Nutrição FTCCom muita alegria a turma de

formandos de Nutrição 2011.2 da FTC celebrou e agradeceu a Deus pela nova conquista em um belíssimo culto dia 15 no auditório do Sesc. Acontecerá amanhã às 19hs na Faculdade de Tecnologia e Ciências a colação de grau! A turma esta muito feliz e realizada, dentre os formandos destacamos e parabenizamos a nossa querida Márcia Abreu, diretora do departamento financeiro desse jornal!

Parabenizamos a todos pela dedicação, luta, esforço, coragem... Desejamos todo sucesso!!!

A alegria irradiante da nossa diretora financeira Márcia Abreu que colará grau amanhã na FTC

João Paulo I – 40 anosManhã e tarde

de diversão, noite de celebração. As-sim foi marcado o último dia 05 de março, data em que a Escola João Paulo I completou 40 anos de exis-tência.

Pela manhã e pela tarde, os alu-nos foram rece-bidos por uma fanfarra e seguiram para o pátio decorado, com direito a bolo, parabéns, hasteamento da bandeira e exe-cução do hino da escola. Mas foi o abraço simbólico que marcou a manhã e a tarde de comemorações. Todos os alunos, professo-res, funcionários, alguns pais e a direção da Escola, num só abraço ao redor da João Paulo. Um abraço que simboliza dedicação, amor, carinho, cuidado. Em seguida, tanto os alunos da Educação Infantil, quanto os do Fundamental I e II seguiram com come-morações em salas de aula.

Durante a noite, cerca de 500 pessoas (entre pais, alunos, ex-alunos, professores, funcionários, imprensa e convidados) assis-tiram à Missa de Celebração na Catedral de Santana (Igreja da Matriz). O grande

As queridas professoras : Cássia, Enedite e Judinara

presente da noite foi a apresentação da Orquestra Sinfônica Santo Antonio, composta por 35 crianças e adolescentes da cidade de Conceição do Coité. Um momento mágico, que ficará guardado na memória dos que tiveram a sorte de apreciar a belíssima apresentação.

As ações em comemoração aos 40 anos da escola seguem durante todo o mês de março: Feira do livro, pintura do muro da escola, contação de histórias, pintura de azulejos, além do aniversário solidário - onde são arrecadados tênis e mochilas para doações.

Escola João Paulo I - Quatro dé-cadas investindo na educação, por acreditar que ela é capaz de mudar o mundo.

A orquestra que brilhou na noite da festa

Feliz Aniversário!!

A enfermeira Kelly Bergossi também comemorou idade nova ontem

Apagou as velinhas ontem Dr Marcelo Rosa, na foto com Carla Arapiraca e Milena Portugal

A empresária da Clínica SER e Fisioterapeuta Keila Dórea

comemora idade nova dia 19

Indicação da semana – Cidade da cultura!!!

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Feira de Santana, sexta-feira, 16 de março de 20128 TRIBUNA FEIRENSE cidade

Valma SilVa

Preservar a cultura e a identidade de um pedaço da zona rural de Feira de Santana. É com esse objetivo que está sendo desenvolvido um documentário no distrito de Tiquaruçu. Provisoria-mente intitulado “Projeto Cultural Tiquaruçu”, conta a história e as tradições da comunidade.

Com apoio de fami-liares e amigos, a ação é capitaneada pelo empresário Valdi Dias, filho de Tiqua-ruçu. Ele conta que a ideia surgiu há cinco anos, quando esteve com uma conterrânea radicada no Rio de Janeiro. “Fomos à cidade de Muritiba colher informações sobre o meu avô e os pais dela, que também eram de lá. Ao che-garmos, não conseguimos encontrar as pessoas daquela época, que pudessem nos ajudar dando informação so-bre nossa origem. Começa-mos a pensar em fazer algum trabalho para evitar que a mesma situação acontecesse aqui também”, justifica.

O trabalho terá filma-gens, depoimentos, docu-mentos, entre outros ele-mentos. “Vamos fazer um documentário gravado, com imagens, e também escrito. As informações poderão ser passadas de geração para geração”, afirma Valdi.

O distrito de Tiquaruçu originou-se em 1641. No passado teve uma atividade comercial expressiva, com fumo, milho, feijão, além dos animais que vinham das regiões Sul e Sudeste do país.

Tiquaruçu busca a própria história

História ricaAlguns historiadores

afirmam que a heroína Ma-ria Quitéria foi batizada lá, na antiga Igreja de São Vi-cente, patrimônio histórico. “Nossa terra tem identidade histórica e cultural. Temos a história do santo espanhol São Vicente, que é um tanto lendária. Ele tem muitos devotos aqui até hoje. Há também a festa de reis, que chegou com os portugueses. Isso é genuinamente nosso, precisa ser preservado”, preocupa-se o cantor Asa Filho, que é de Tiquaruçu.

No documentário, vá-rios aspectos da identidade cultural de Tiquaruçu de-vem ser destacados, sendo o reisado um dos principais. A festa, realizada há mais de um século em todos os

O nome Tiquaruçu já é uma curiosidade à parte. A palavra é indígena, mas até os moradores mais antigos desconhecem o significado. “Sabemos que é um nome antigo, que tem a ver com água, e nada mais”, acredita a moradora Julieta Frutuoso de Araújo Filha. É curioso também porque muitas ci-dades Brasil afora tiveram os nomes indígenas arran-cados, substituídos por nomes de santos. Neste caso deu-se o contrário.

A questão do nome também deve ser pesqui-sada para o documentário, pois desperta a curiosi-dade de todos. Mesmo para os mais velhos, que ainda chamam o distrito pelo antigo nome de São Vicente. “Minha mãe fez um documento pedindo a atenção de um prefeito, para que fosse feita a mudança para retomar o nome São Vicente, mas até agora nem resposta”, cobra Julieta. Na opi-nião dela, São Vicente é o melhor nome, porque preserva a história.

meses de janeiro, reúne moradores de todas as ge-rações, com samba de roda, chula, música de raiz e o vaqueiro, elementos típicos do reisado.

“Aqui tem muita gente de talento. Artesãos, sam-bistas, compositores, pia-distas... É um local rico em cultura, mas que precisa de um espaço para que essas pessoas possam aparecer e ser valorizadas. Além disso, nossa cultura precisa ser mantida e respeitada. Tudo que se fizer nesse sentido será bem-vindo, por isso vou contribuir como puder para o documentário”, afirma o morador Alberto de Jesus.

O trabalho ainda está em fase de pesquisa e não há previsão de conclusão. Por enquanto, Valdi está executando o planejamento

com recursos próprios. “Não pensamos na possibilidade de patrocínio ainda. Mas se algum órgão quiser ajudar neste trabalho, será bem aceito”, diz ele, ressaltando que o projeto não possui fins lucrativos.

Além da tradição cul-tural, o documentário deve citar os moradores ilustres, gente que contribuiu para o crescimento do distrito, ou que era muito popular, que teve uma atuação marcante enquanto ali viveu e ainda é lembrada.

“Havia uma moça aqui chamada Joaninha, que era coisa de cinema. Olhos verdes, cabelo loi-ro... Todos os homens a cobiçavam, mas de manei-ra discreta, como era per-mitido na época. E todas as meninas invejavam! Ela era da roça, mas nenhuma miss atual seria mais boni-ta que ela. Era uma beleza natural. Aliás, a roça era celeiro de mulher bonita! Em dia de festa vinham para a sede bem arruma-das e chamavam muita atenção. Elas tinham um encanto especial por não serem vistas com tanta frequência, morarem mais distante, serem de roça”, conta Julieta Filha.

Julia Araújo de Brito lembra de um fazendeiro chamado João Félix, que tinha muito dinheiro e terras, que colocava os empregados para fazerem cercas o tempo todo só para não ficarem parados. “Um dia, começaram a cavar para colocar uma estaca de cerca e encon-traram enterrado um pote cheio de moedas de prata e ouro. Foram flagrados

Visão geral da praça principal do distrito de Tiquaruçu, que antes era chamado de São Vicente

Valdi, idealizador do projeto

Empolgados com o projeto, os moradores se reuniram para ajudar na coleta dos dados

Nome polêmico e misteriosoPara a vizinha Edite

Coutinho Araújo, não faz diferença. “É muita polê-mica com coisas pequenas, que desviam o foco do que realmente precisa de aten-ção”, reprova. Para ela, o que fez São Vicente perder valor foi a construção de uma estrada que ligava Feira de Santana a San-tanópolis. Ela lembra que todos os carros de Irará e outras cidades da região passavam pelo distrito, principalmente aos sába-dos, dia de feira. “Quando fizeram a nova estrada, o movimento caiu comple-tamente. Ficamos isolados no mundo, uns com os outros, sem atenção nem dos governantes”.

Um exemplo disso, segundo a moradora Júlia Araújo de Brito, é a falta de condições de locomoção para a cidade. “Por aqui só circulam veículos velhos, que vivem quebrando, e deixando as pessoas na mão, sem poder cumprir seus compromissos. Preci-samos de melhorias nessa situação”, exige.

Figuras inesquecíveispelo fazendeiro bem neste momento. Com as moedas João Félix ficou ainda mais rico, e os emprega-dos, pobres e desolados”, garante.

Para Deraldo Cer-queira, “Genésio Capen-ga” é um dos moradores que deixou mais sauda-des. Durante longo tempo foi o único a possuir um aparelho de rádio, que era pequeno, porém potente – e era o xodó de todos. À noite, todos se reuniam em frente à casa dele para ouvir musicais e notici-ários.

Nessas reuniões, o poeta Henrique dividia as atenções com a progra-mação radiofônica. “Era muito inteligente e fazia comentários sobre tudo. E fazia isso de um jeito cômico, uma interpretação própria. Se fosse hoje, po-deria fazer sucesso como artista. Além de engraça-do, ele escrevia poemas, mas ninguém dava valor aos manuscritos”, lamenta Deraldo.

Conforme ele, Hen-rique também ajudou a perpetuar a queima do Judas no Sábado de Ale-luia. “Já no passado muita gente não dava valor às tradições, mas ele gostava disso tudo. Organizava so-zinho a queima do boneco do Judas, mas na hora do show todo mundo estava na praça”, relembra.

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Feira de Santana, sexta-feira, 16 de março de 2012 9TRIBUNA FEIRENSE

Reflexões sobreoturismo baiano (I)

A publicidade oficial e a cobertura que a im-prensa especializada dispensa à Bahia não cansam de exaltar as inúmeras belezas naturais do estado. Nos folders distribuídos em hotéis e agências de viagem, nos sites e hotsites dedicados à atividade turística e nas incontáveis reportagens que circu-lam encantando potenciais visitantes, no entanto, as imagens consagradas do Elevador Lacerda, do Largo do Pelourinho e do Farol da Barra se repetem, quase enfadonhas. Apesar do discurso da multipli-cidade, o turismo baiano é demasiado voltado para Salvador.

Nos últimos anos os maciços investimentos privados em hotéis e em equipamentos de lazer ao longo do Litoral Norte incluíram o roteiro ao re-pertório turístico da Bahia. Desde sempre, porém, esses empreendimentos focaram turistas com ele-vado poder aquisitivo, com a captação de visitantes funcionando sob uma dinâmica própria.

Esse é também o caso das alternativas turís-ticas localizadas no Sul e Extremo Sul da Bahia, a exemplo de Arraial D’Ajuda, que já tem clientela sólida e consolidada num intervalo de muitos anos.Gente famosa dispõe de elegantes chalés na região, deslocando-se frequentemente em helicópteros par-ticulares.

Destoando do turismo litorâneo encontra-se a Chapada Diamantina. Essa se impõe, sobretudo, por suas variadas e quase indescritíveis belezas. Não costuma atrair milionários à procura de aventuras exóticas, mas conta com admiradores cativos do Sudeste do país. Recôncavo

À exceção da Chapada Diamantina, que segue dependendo dos incentivos oficiais, boa parte dessas opções turísticas é movido por grandes em-preendimentos altamente profissionalizados. Depen-dem menos de articulações com os governantes e menos ainda dos instáveis arranjos de governança.

Mas, conforme sinaliza o antigo clichê, a Bahia possui mil maravilhas. Muitas delas estão dispersas pelo vasto território do estado, necessi-tando de maior atenção para alavancar o turismo como alternativa para a geração dos tão necessitados postos de trabalho e de fontes contínuas de renda.

Embora a enorme visibilidade que se atri-bui a Salvador dificulte a percepção, as cercanias da capital contam com inúmeros atrativos que, se devidamente aproveitados, contribuiriam para dinamizar as pequenas economias locais. É o caso óbvio do Recôncavo, com sua arquitetura histórica e suas belezas naturais.

Nunca se leva a sério a afirmação que a Feira de Santana, por sua peculiar formação histórica, também possui atrativos turísticos, sobretudo os relacionados ao turismo cultural. Mas nada impede, todavia, que o município seja beneficiado com o fortalecimento do turismo em municípios próximos, sobretudo do Recôncavo. Esse, no entanto, é um tema para um próximo artigo...

cidade

Consumidor desconhece direitosValma SilVa

O Brasil possui uma

das legislações mais avança-das no mundo no âmbito do direito do consumidor. No entanto, a maior parte da po-pulação não conhece as leis, os próprios direitos, e por isso muitas vezes é lesada. A afirmação é do superin-tendente municipal de defesa do consumidor, Rafael Pinto Cordeiro. Na semana em que se comemora o Dia Mundial de Defesa do Consumidor (15 de março), há o que comemorar, mas alertas são necessários.

A data foi comemorada em Feira de Santana nesta quinta com uma série de ações. Entre elas fiscaliza-ções em supermercados, bancos e comércio em geral. “Recebemos várias reclama-ções sobre o funcionamento desses locais, como falta de empacotador, demora no atendimento e longas filas.

Por isso vamos desenvolver ações para conscientizar o consumidor sobre seus di-reitos e deveres”, ressalta o superintendente.

Ele destaca que o Códi-go de Defesa do Consumidor prevê direitos, e também obrigações ao cidadão que se sente lesado e deseja recorrer judicialmente. Ele exemplifica que muita gente

liga para o órgão reclamando da demora no atendimento nos bancos, descumprindo a famosa “Lei dos 15 Mi-nutos”. Entretanto, a pessoa sequer retira o ticket que comprova que o horário de atendimento está ultrapas-sando o limite máximo. Sem essa comprovação a punição não é possível.

O Procon Móvel, ins-talado em um ônibus, ficou no Espaço Marcos Moraes, na avenida Getúlio Vargas, onde centenas de pessoas receberam assistência judi-ciária gratuita, esclarecen-do dúvidas e registrando queixas de má prestação de serviços e fornecimento de bens.

No Juizado de Causas Especiais, que fica no Fórum Filinto Bastos, tramitam basicamente processos no âmbito de relações de con-sumo. Neste órgão, os casos aumentaram 15%, de 2010 para 2011.

Atualmente tramitam no juizado mais de quatro mil processos. A maior parte das ações é contra opera-doras de planos de saúde e cartão de crédito.

Queixas no Juizado crescem 15%Na análise do coor-

denador do órgão, Jorge de Jesus, o consumidor de hoje sabe que tem direitos, mas não sabe quais. “As pessoas chegam aqui com uma reclamação a fazer, mas sem nenhuma noção de como fazê-la e dos direitos e deveres que a legislação oferece”.

De acordo com ele, muitos problemas que não são resolvidos no Procon

vão parar no juizado. São situações mais complicadas, que requerem um tempo maior para resolução, em-bora, muitas vezes, sejam ur-gentes, como a marcação de um procedimento médico.

Em boa parte dos ca-sos o Ministério Público é acionado para garantir o direito de assistência à saú-de previsto em lei. “Mas há também situações em que as partes não chegam a um

acordo e o processo anda com lentidão. O conciliador não tem mais o que fazer, porque parece que os dois lados estão emperrados. Isso provoca prejuízo às partes e também ao Judiciário”, critica.

A situação se torna ainda mais grave porque enquanto o volume de recla-mações cresce, a estrutura do juizado permanece a mesma.

O número de consumi-dores atendidos pelo Procon em 2011 aumentou mais de 13% com relação ao ano an-terior. Ao todo, foram 26.599 queixas registradas, enquan-to em 2010 o Procon recebeu 23.500 reclamações. Desse total, 23.107 queixas foram solucionadas no primeiro momento, o que representa quase 90%, e 2.259 resolvi-das em audiência.

No período, a supe-rintendência julgou 700 processos. A Embasa foi a campeã das reclamações (veja ao lado a lista das “10 mais”).

De acordo com Rafael, as empresas de cartão de crédito, setores de telefonia e planos de saúde são as que causam mais dores de cabeça ao consumidor. São respon-sáveis por situações que não são resolvidas em audiência e viram processos, apesar

As campeãs da reclamação

de todas terem atendimento ao cliente via telefone. O serviço, na maior parte das vezes, é ineficiente.

“Tentei resolver o pro-blema com uma operadora de cartão de crédito pelo te-lefone três vezes, mas como fui mal tratada procurei o

Procon para intermediar a negociação”, protesta a comerciária Fátima Nunes de Souza. Ela quer negociar pagamento de dívidas, mas deseja reduzir os juros im-postos pelo credor.

Sobre prestadoras de serviço que estão no ranking

das mais reclamadas (como Oi, Embasa e Coelba), outra queixa comum é o aumento abusivo e inesperado de va-lor de uma conta para outra

Entretanto, Rafael res-salva que esse tipo de pro-blema costuma ser resolvido logo na primeira audiência.

Através do Procon milhares de consumidores conseguem resolver questões com empresas

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Feira de Santana, sexta-feira, 16 de março de 201210 TRIBUNA FEIRENSE cidade

UNIÃO MÉDICACOOPERATIVA DE TRABALHO MÉDICO DE FEIRA DE SANTANA

EDITAL DE CONVOCAÇÃOASSEMBLÉIA GERAL EXTRAORDINARIA

O Conselho de Administração da União Médica – Co-operativa de Trabalho Médico de Feira de Santana, obede-cendo ao Artigo 18º do seu Estatuto Social, convoca os co-operados a reunirem-se em Assembléia Geral Extraordinária a ser realizada no dia 27 de Março de 2012, na nossa sede, situada na Rua Boticário Moncorvo, Nº 753 – Centro, com 1ª convocação às 17:00, com presença de 2/3 dos Cooperados com direito a voto; 2ª convocação às 18: hs, com presença da metade e mais um dos cooperados com direito a voto e ultima convocação às 19: hs, com a presença de no mínimo 10 cooperados, com direito a voto, com a seguinte pauta:

1. Abertura filial.

OBS: 1 – Número de Cooperados para verificação de quorum 90.

Dr. João Climério da Cunha PortoPresidente do Conselho de Administração

UNIÃO MÉDICACOOPERATIVA DE TRABALHO

MÉDICO DE FEIRA DE SANTANAEDITAL DE CONVOCAÇÃO

ASSEMBLÉIA GERAL ORDINÁRIA

O Conselho de Administração da União Médica – Coo-perativa de Trabalho Médico de Feira de Santana, obedecendo ao Artigo 18º do seu Estatuto Social, convoca os cooperados a reunirem-se em Assembléia Geral Ordinária a ser realizada no dia 27 de Março de 2012, na nossa sede, situada na Rua Boticário Moncorvo, Nº 753 – Centro, com 1ª convocação às 17:00hs, com presença de 2/3 dos Cooperados com direito a voto; 2ª convocação às 18:00hs, com presença da metade e mais um dos Cooperados com direito a voto e 3ª e ultima convocação às 19:00hs, com a presença de no mínimo 10 cooperados, com direito a voto, para deliberarem a seguinte ordem do dia:

1. Prestação de contas do exercício anterior, compreendendo:a- Relatório da Gestão;b- Balanço;c- Parecer do Conselho Fiscal2. Destinação das sobras ou perdas apuradas no período;3. Eleição dos membros do Conselho Fiscal4. Deliberar sobre os planos de Conselho de Administração para o período seguinte.

Relativo no 3º ponto de pauta os candidatos deverão registrar suas candidaturas na sede da União Médica até 10 dias antes da Assembléia, como prevê o Estatuto Social.

OBS: 1 – Número de Cooperados para verificação de quorum 90.

Dr. João Climério da Cunha PortoPresidente do Conselho de Administração

PREFEITURA MUNICIPAL DE FEIRA DE SANTANASECRETARIA MUNICIPAL DE MEIO AMBIENTE

E RECURSOS NATURAISDEPARTAMENTO DE LICENCIAMENTO E FIS-

CALIZAÇÃO

DISPENSA DE LICENÇA AMBIENTAL Nº 017/2012

O Secretário Municipal de Meio Ambiente e Recursos Naturais, no uso de suas atribuições e no exercício da competência delegada pela Lei Municipal Nº. 041/09 e suas alterações de acordo com o Parecer Técnico nº 113/12 e do que consta no Processo Nº 006509/12– DIVLIC,

DECLARA:

O empreendimento Consórcio Rodobahia Construc-tion, que se encontra em Operação, requer pedido de Dispensa de Licença Ambiental para bota fora de acordo com as exigências da Secretaria Muni-cipal de Meio Ambiente e Recursos Naturais e da Secretaria Municipal de Planejamento.A não-exigência de Licenciamento Ambiental aqui declarada deve-se à modalidade da atividade executada, sendo que a mesma realiza apenas montagem do gesso e fabricação de móveis com predominância de madeira, fato que confere ao empreendimento Consórcio Rodobahia Construc-tion., CNPJ 11.048.918/0001-27, localizado na Rua Regina Regis, s/nº, esquina com a BA 502, KM 2,5, CIS Tomba, Feira de Santana- BA, CEP: 44092-440, a DISPENSA DE LICENCIAMENTO AMBIENTAL. Entretanto, isso não isenta o empreendedor do cumprimento da legislação ambiental pertinente, da fiscalização exercida pelos órgãos competentes e tampouco do cumprimento dos condicionantes abaixo:

Fornecer e fiscalizar o uso obrigatório dos I- equipamentos de Proteção Individual EPI´s aos funcionários de acordo com as Normas Regulamentadoras do Ministério do Trabalho NR06/78;

Os resíduos descartados não podem ser de II- classe I, de acordo com a classificação da NBR 10.004 de 2004 da ABNT;

O material ora autorizado para a disposição III- final excedente do bota fora devem ser galhos, folhagens, materiais fresados de construção civil, que não seja classe I;

Elaborar o PRAD no prazo de 60 dias da IV- área onde serão descartados os materiais, devolvendo o local completamente limpo e recuperado;

Fica proibido o descarte de raspa de ma-V- terial asfáltico nesse local ou em outro qualquer definido no pedido.

Feira de Santana, 12 de março de 2012.

Antônio Carlos Daltro CoelhoSecretário Municipal de Meio Ambiente e Re-

cursos Naturais

PORTARIA Nº 1.292/2011

Republicada por incorreção

O PREFEITO MUNICIPAL DE FEIRA DE SANTANA, Estado da Bahia, no uso de suas atribuições, tendo em vista o que consta do processo de nº 30.2396/2010, e no Parecer da Procuradoria Geral do Município nº 1452/2011, e com fundamento no art. 6º, incisos I, II, III e IV, da Emenda Constitucional nº 41/2003, combinado com o art. 40, § 5º, da Cons-tituição Federal, e no art. 32, § 1º, da Lei Municipal Complementar nº 28/2006, RESOLVE: I – Fixar a renda mensal na inatividade da segurada RAU-LINDA RIOS ALMEIDA, matrícula nº 01005306-7, Professora, classe I, referência “E”, nível 6, lotada na Secretaria Municipal de Educação, em R$ 3.726,97 (três mil, setecentos e vinte e seis reais e noventa e sete centavos), equivalente a 100% do salário de contribuição verificado no mês de outubro/2011, constituído das seguintes parcelas: vencimento – R$ 1.361,83; adicional por tempo de serviço (28%) – R$ 381,31; estabilidade econômica – FC-1 – R$ 622,00; incorporação de 20 horas – R$ 1.361,83. II - Esta Portaria entrará em vigor na data de sua publicação.

Gabinete do Prefeito Municipal, 06 de dezembro de 2011.

TARCÍZIO SUZART PIMENTA JÚNIOR

PREFEITO MUNICIPAL

JOÃO MARINHO GOMES JÚNIOR

SECRETÁRIO MUNICIPAL DE ADMINISTRAÇÃO

ANTÔNIO CARLOS MACHADODIRETOR PRESIDENTE DO INSTITUTO DE

PREVIDÊNCIA DE FEIRA DE SANTANA

RepresentantesFeira de Santana e Todo o Estado da

Bahia. Venda de Calendários, Agendas, Cader-nos, Canetas, Chaveiros e Brindes em Geral. Comissão de Até 30%.

[email protected] (11) 2225-8893

Edital de CONVOCAÇÃO

O Presidente da COOBA,COOPERATIVA BAIANA DE SAÚDE,CNPJ:14.111.304/0001-3 0 , n o u s o d e s u a s a t r i b u i ç õ e s estatutárias,convoca os Srs. Associados que nesta data são em número de 50,para se reu-nirem em Assembleia Geral Extraordinária, a ser realizada em sua sede social,situada à rua A,nº 33 C,1º Andar,Conjunto Feira VI,Sala 02,Bairro Campo Limpo,Município de Feira de Santana,Estado da Bahia,no dia 26 de março de 2012,às 15h,em primeira convocação,com a presença de 2/3 dos associados,às 16h em 2ª convocação com a presença de metade mais um dos associados e às 17h,em terceira e última convocação com o número mínimo de 3 associados,para tratar da seguinte Or-dem do Dia:1) Saída de cooperado;2) Entrada de cooperado;3)Mudança de Endereço;4)Reforma Estatutária;5)Alteração Estatutária do Art.57°(Capital Social);6)Alteração Es-tatutária do Art. 9°(Objeto Social).Feira de Santana,16 de março de 2012. Alessandro Alves Queiroz- Presidente.

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Feira de Santana, sexta-feira, 16 de março de 2012 11TRIBUNA FEIRENSE esporte

São Paulo conquista a dupla coroa Fotos: Edgeworth Maciel

O São Paulo da Es-tação Nova já comemorou outras conquistas, além dos títulos conquistados nos campos de várzea. O técnico e fundador da equipe, Josenilton Negão, lembra que muitos atletas saíram do time amador para brilhar no futebol profissional da Bahia e do Brasil.

“A gente teve o Ab-nael que jogou no Bahia e outros times de fora, o Chiquinho que foi lateral-

OrdachSOn GOnçalVeS

Alguns instantes antes de o árbitro Moacir da Pai-xão encerrar a partida final do Campeonato de Vetera-nos da Estação Nova, o téc-nico Negão, do São Paulo, já não conseguia conter as lágrimas. A equipe vencia a decisão diante do GT Veícu-los por 3 a 1, e o sonho de conquistar o inédito título estava mais perto do que nunca. Quando soou o apito final, Negão se rendeu aos prantos de alegria.

A espera de 27 anos chegou ao fim: o São Paulo foi campeão pela primeira vez do Campeonato de Ve-teranos da Estação Nova. A decisão foi no último

domingo, no Estádio Gilson Porto. Com o título, a equi-pe conquistou a chamada “dupla coroa”, já que tam-bém havia vencido o Cam-peonato Amador da Estação Nova, no ano passado.

Para Josenilton Ferrei-ra Viana, o popular Negão, a sensação de levar o time do coração ao inédito título é indescritível. “Só a gente sabe o quanto foi difícil, tudo que tivemos que su-perar para realizarmos o sonho de ter uma equipe disputando o campeonato de veteranos. E para coroar tudo isso, conquistamos o título de uma forma muito heróica. Fizemos o possível e o impossível para colocar esse time em campo, e Deus

nos abençoou”, considera Negão.

Ele conta ainda que foi mantida uma boa base do time que conquistou o Campeonato Amador da Estação Nova, no ano passado. “É um time com jogadores muito bons e também bastante amigos. O São Paulo da Estação Nova é uma família. Sinto muito orgulho de fazer parte disso”, assume.TIME

O São Paulo da Es-tação Nova não foge à re-gra no que diz respeito às características inerentes a um bom time de veteranos, como qualidade técnica, ex-periência e entrosamento.

A equipe é formada

Em campo, atletas a partir dos 38 anos

tanto por ex-jogadores pro-fissionais, como o centro-avante Ado (ex-Bahia), o lateral-esquerdo Grilo e o meia Teco, como por atletas com grande experiência no futebol amador, a exemplo do atacante Carlos.

Um dos destaques da equipe, o centroavante Ado, que atualmente também atua como técnico de futebol, destaca a união. “Boa parte do time joga junto desde o cam-peonato amador, conquistado no ano passado. Todo o traba-lho de Negão foi compensado com mais esse título”, salien-ta. Ado comanda a divisão de base do Fluminense de Feira e também está realizando um estágio no Esporte Clube Bahia.

O Campeonato de Veteranos da Estação Nova chegou este ano à sua sexta edição. A com-petição que reúne atletas a partir de 38 anos, contou com dez equipes: São Paulo (campeão), GT Veículos (vice-campeão), Ferrovia, Jomafa, Cru-

zeiro, Sport, Adan, São Rai-mundo, Zebra e Bahia.

A competição encer-rada no último domingo (11), foi iniciada no dia 12 de outubro do ano passado. Foram 22 jogos no Estádio Gilson Porto, no bairro Es-tação Nova. O organizador do evento, Seu Bida, como

prefere ser chamado, exalta o nível técnico da disputa. “O Campeonato de Vetera-nos prova que quem é bom de bola nunca esquece o que sabe”, elogia.

Ele observa que como todo campeonato de vár-zea, a principal dificul-dade para organizar uma

competição desse tipo é a falta de apoio fi-nanceiro. “Quando a gente começou muita gente não acreditava que poderia dar certo. Mas estamos no sexto ano consecutivo e cada vez a competição está melhor”, avalia.

Veteranos: o tempo passou, o preparo físico deixa a desejar, mas quem sabe jogar não desaprende e dá show

Novos talentos revelados esquerdo do Bahia há alguns anos e está atu-almente no Brasiliense, assim como o Tiaguinho, que está defendendo o Fluminense de Feira neste Campeonato Baiano”, enumera Negão.

Outro talento recen-te revelado pelo São Pau-lo da Estação Nova foi o meia Nuno, que estava no América-SP até junho do ano passado, mas acabou retornando para Feira de Santana.

Fé e saúdeQuando se fala de fé e saúde, a primeira idéia

que vem à mente das pessoas são os milagres de cura realizados por Jesus e por seus apóstolos. Não se pode negar esses milagres. O próprio Cristo disse: “Minha filha, a tua fé te curou; vai em paz e fica curada deste teu mal” (Mc 5,34).

TODA doença biológica rompe a harmonia própria do ser vivo e acarreta mal-estar, disfunções, carências. Seu relacionamento consigo mesmo, com os outros e com a realidade que o cerca fica transtornado. Mas no ser humano, dotado de liberdade e responsabilidade, existem realidades de ordem espiritual que o transtor-nam mais profundamente que os demais seres vivos. O ser humano instala uma desordem que vai além da doença.

AS CURAS biológicas realizadas por Cristo não imunizavam as pessoas de posteriores doenças, nem da morte. Elas eram sinais de seu poder de redimir o homem de seu mal mais profundo: “Para que saibais que o Filho do Homem tem poder de perdoar pecados, disse ao paralítico: “Levanta-te, toma teu leito e vai para tua casa” (Mt 2,11).

A CIÊNCIA e a técnica oferecem os meios mais eficazes para combater as doenças biológicas, sejam quais forem. Porém, o uso dos meios que a ciência e a técnica oferecem podem ser desvirtuados por atitudes humanas marcadas por insensibilidade social, interesses financeiros, vaidades profissionais, etc.

NÃO SE PODE esquecer dos males causados diretamente pela maldade humana. Basta lembrar o tráfico de drogas, a violência, o terrorismo, a péssima distribuição de renda, a falta de saneamento básico, o desemprego, a poluição do meio ambiente, do ar, da água, do solo. E que pensar da violência desenfreada nos grandes centros urbanos e no trânsito, ou ainda das incontáveis chacinas? E os desregramentos sexuais, com todas as doenças e mortes que deles decorrem?

A MALDADE instalada no coração humano esca-pa a qualquer tratamento farmacêutico ou meramente psicológico. Ela precisa da força que vem do alto, requer mudança de mentalidade, que deixe de ver as coisas à maneira puramente humana e passe a vê-las à luz de Deus. O mundo da saúde precisa de ciência, técnica, profissionais competentes, instituições de bom nível, mas acima de tudo precisa de mentes que coloquem o bem da pessoa humana acima de qualquer coisa.

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Feira de Santana, sexta-feira, 16 de março de 201212 TRIBUNA FEIRENSE publicidade