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TCE/RJ PROCESSO N.º 109.103-5/14 RUBRICA FLS: 2490 VOTO GC-6 20319/2017 PROCESSO TCE/RJ Nº 109.103-5/14 ORIGEM: SECRETARIA DE ESTADO DE OBRAS INTERESSADO: CAO COORDENADORIA AUD OBRAS SERV ENGENHARIA ASSUNTO: AUDITORIA GOVERNAMENTAL INSPEÇÃO ORDINÁRIA Nº614 REALIZADA DE 05/05/14 A 18/06/14 PARA VERIFICAR REGULARIDADE DAS DESPESAS REALIZADAS NO CONTRATO 087/2012 - SEOBRAS Trata o presente processo de Relatório de Auditoria Governamental de Conformidade no contrato 087/2012, realizada de 05/05/2014 a 18/06/2014 na Secretaria de Estado de Obras do Estado de Rio de Janeiro, cujo objeto é descrito como “Obras complementares da Rodovia BR 493/RJ”, segmento “C” do Arco Metropolitano do Rio de Janeiro e que consiste na construção de dez viadutos metálicos, com valor inicial de contrato de R$ 218.043.103,23, prazo de 18 meses. Em seu relatório, acostados às fls. 875/918, o Corpo Instrutivo sugeriu inicialmente a adoção das propostas de Notificação e Comunicação conforme fls. 912/917. O Ministério Público Especial, às fls. 921, se manifestou no mesmo sentido, requerendo, adicionalmente, que se fizesse constar expressamente a ADVERTÊNCIA de que a inércia do(s) jurisdicionado(s) em atender à notificação da Corte importaria na produção dos efeitos materiais decorrentes da revelia, que, em se tratando de exercício de controle externo, significaria a ausência de comprovação, por parte da autoridade responsável, da legalidade, legitimidade e/ou economicidade de ato sujeito à fiscalização. Em sessão de 09/06/2015, o Plenário desta Corte de Contas aprovou integralmente a fundamentação e voto abaixo reproduzido: É O RELATÓRIO. As obras auditadas neste processo integram um conjunto de Auditorias de mesmo tema realizadas em diversos órgãos e entidades do Governo do Estado do Rio de Janeiro, conforme previsto Plano Anual de Auditoria Governamental - PAAG de 2014 Processo TCE-RJ nº 304.178-9/13. Estas obras fazem parte do empreendimento Arco Metropolitano do Rio de Janeiro, com grande importância sócio-econômica, promovendo a ligação direta entre a BR- 040, a BR-116 e a BR-101. A presente inspeção apontou os achados de auditoria relacionados no item 2 Resultado da Fiscalização, às fls. 893/911. Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro Gabinete do Conselheiro Domingos Brazão

Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro Gabinete do ... Metropolitano.pdfLista de Verificação LVF.CAO.01.001 e no Formulário FRM.CAO.04.001 (Situação 1) (Situação 2);

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  • TCE/RJ PROCESSO N.º 109.103-5/14

    RUBRICA FLS: 2490

    VOTO GC-6 20319/2017 PROCESSO TCE/RJ Nº 109.103-5/14 ORIGEM: SECRETARIA DE ESTADO DE OBRAS INTERESSADO: CAO – COORDENADORIA AUD OBRAS SERV ENGENHARIA ASSUNTO: AUDITORIA GOVERNAMENTAL INSPEÇÃO ORDINÁRIA Nº614 REALIZADA

    DE 05/05/14 A 18/06/14 PARA VERIFICAR REGULARIDADE DAS DESPESAS REALIZADAS NO CONTRATO 087/2012 - SEOBRAS

    Trata o presente processo de Relatório de Auditoria Governamental de Conformidade no contrato 087/2012, realizada de 05/05/2014 a 18/06/2014 na Secretaria de Estado de Obras do Estado de Rio de Janeiro, cujo objeto é descrito como “Obras complementares da Rodovia BR 493/RJ”, segmento “C” do Arco Metropolitano do Rio de Janeiro e que consiste na construção de dez viadutos metálicos, com valor inicial de contrato de R$ 218.043.103,23, prazo de 18 meses.

    Em seu relatório, acostados às fls. 875/918, o Corpo Instrutivo

    sugeriu inicialmente a adoção das propostas de Notificação e Comunicação conforme fls. 912/917.

    O Ministério Público Especial, às fls. 921, se manifestou no mesmo

    sentido, requerendo, adicionalmente, que se fizesse constar expressamente a ADVERTÊNCIA de que a inércia do(s) jurisdicionado(s) em atender à notificação da Corte importaria na produção dos efeitos materiais decorrentes da revelia, que, em se tratando de exercício de controle externo, significaria a ausência de comprovação, por parte da autoridade responsável, da legalidade, legitimidade e/ou economicidade de ato sujeito à fiscalização.

    Em sessão de 09/06/2015, o Plenário desta Corte de Contas

    aprovou integralmente a fundamentação e voto abaixo reproduzido:

    “É O RELATÓRIO.

    As obras auditadas neste processo integram um conjunto de Auditorias de mesmo tema realizadas em diversos órgãos e entidades do Governo do Estado do Rio de Janeiro, conforme previsto Plano Anual de Auditoria Governamental - PAAG de 2014 – Processo TCE-RJ nº 304.178-9/13.

    Estas obras fazem parte do empreendimento Arco Metropolitano do Rio de Janeiro, com grande importância sócio-econômica, promovendo a ligação direta entre a BR-040, a BR-116 e a BR-101.

    A presente inspeção apontou os achados de auditoria relacionados no item 2 – Resultado da Fiscalização, às fls. 893/911.

    Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro Gabinete do Conselheiro Domingos Brazão

  • TCE/RJ PROCESSO N.º 109.103-5/14

    RUBRICA FLS: 2491

    Apesar de concordar com o Corpo Técnico e o Ministério Público que sejam feitas, desde logo, as determinações corretivas e preventivas propostas pela Unidade Técnica, quanto às falhas apontadas na execução contratual, considerando a atual fase processual, adequada ao exercício do contraditório e da ampla defesa, entendo que o Consórcio, as empresas e a SEOBRAS deverão ser previamente ouvidos através da comunicação.

    Igual entendimento encontra-se no Voto referente ao processo TCE-RJ nº 113.644-7/13, aprovado em Sessão Plenária de 10/06/2014, que trata de Relatório de Auditória Governamental de Conformidade na Secretaria de Estado de Obras e Fundação DER/RJ, que tem por objeto a execução contratual dos Lotes 1 a 4 do segmento “C” do Arco Metropolitano do Rio de Janeiro, no valor atual (referente ao 6º Termo Aditivo) total de R$1.266.244.904,35; Contratos relacionados aos projetos e gerenciamento das referidas obras; e a verificação do cumprimento de determinações plenárias contidas nos processos TCE/RJ 115.582-6/09 e 108.770-2/08.

    Diante do exposto, parcialmente de acordo com o Corpo Instrutivo e o Douto Ministério Público.

    VOTO:

    I – Pela COMUNICAÇÃO aos Srs. Fernando Ferreira Terra e João Carlos Alves Carvalhosa, Fiscais do contrato de execução nº 087/12, com base no § 1º, art. 6º da Deliberação TCE-RJ 204/1996, para que, nos termos do inciso XXV, artigo 4º do Regimento Interno desta Corte e da Lei Complementar nº 63/90, prestem esclarecimentos, no prazo 30 (trinta) dias, contado da ciência da decisão desta Corte, juntando documentação comprobatória para as irregularidades a seguir relacionadas:

    I.1 - Atestar indevidamente medição contendo quantidades de materiais e/ou serviços a maior, no valor total de R$ 721.969,24, conforme indicado neste relatório na Lista de Verificação LVF.CAO.01.001 e no Formulário FRM.CAO.04.001 (Situação 1) (Situação 2);

    I.2 - Aprovar tecnicamente a contratação do 1º Termo Aditivo ao contrato nº 087/12, após provocado a se manifestar e na condição de representante da Administração Pública na fiscalização do contrato nº 087/12, sem que apontasse as quantidades de serviços indevidamente orçadas, o que concorreu para a existência de sobrepreço contratual, conforme indicado na Lista de Verificação LVF.CAO.01.001(Situação 5) (Situação 6);

    I.3 - Aprovar tecnicamente a contratação do 1º Termo Aditivo ao contrato nº 087/12, após provocado a se manifestar e na condição de representante da Administração Pública na fiscalização do contrato nº 087/12, sem que apontasse os sobrepreços unitários que concorreram para a existência de sobrepreço contratual global, conforme indicado na Lista de Verificação LVF.CAO.01.003 e no Formulário FRM.CAO.04.003 (Situação 7);

    II – Pela COMUNICAÇÃO aos Srs. Marcos Balaguer e Fontinele Guimarâes Farjado, Fiscais do contrato de elaboração do projeto executivo, com base no § 1º, art. 6º da Deliberação TCE-RJ 204/1996, para que, nos termos do inciso XXV, artigo 4º do Regimento Interno desta Corte e da Lei Complementar nº 63/90, prestem esclarecimentos, no prazo 30 (trinta) dias, contado da ciência da decisão desta Corte, juntando documentação comprobatória para as irregularidades a seguir relacionadas:

  • TCE/RJ PROCESSO N.º 109.103-5/14

    RUBRICA FLS: 2492

    II.1 - Receber e aprovar, em nome da Administração, projeto executivo com quantidades indevidas de serviços, gerando sobrepreço contratual, conforme indicado na Lista de Verificação LVF.CAO.01.001(Situação 3) (Situação 4);

    II.2 - Aprovar orçamento contendo sobrepreços unitários, que geraram sobrepreço global e, consequentemente, medições a maior, conforme indicado na Lista de Verificação LVF.CAO.01.003 e no Formulário FRM.CAO.04.003 (Situação 7); e

    II.3 - Aprovar Projeto Executivo, recebendo o produto do contrato nº 049/2004 em nome da Administração Pública, contendo soluções estruturais claramente antieconômicas, baseado em estudo de viabilidade técnica, econômica e financeira incompatível com o porte da obra, em que se percebem premissas técnicas injustificadas, o que redundou em realização de despesas antieconômicas (Situação 8).

    III – Pela COMUNICAÇÃO ao Sr. José Luis Boabaid Dolabella, Superintendente de Mobilidade Urbana da Secretaria de Estado de Obras, à época, com base no § 1º, art. 6º da Deliberação TCE-RJ 204/1996, para que, nos termos do inciso XXV, artigo 4º do Regimento Interno desta Corte e da Lei Complementar nº 63/90, preste esclarecimentos, no prazo 30 (trinta) dias, contado da ciência da decisão desta Corte, juntando documentação comprobatória para as irregularidades a seguir relacionadas:

    III.1 - Agir de forma negligente e imprudente ao tomar conhecimento da ausência de análise técnica da Administração Pública sobre as quantidades da planilha orçamentária do 1º Termo Aditivo ao contrato nº 087/12; ao mesmo tempo deixando de providenciar/requerer a adequada análise dos valores alterados e concluindo pela aprovação do novo valor contratual, o que concorreu para a contratação com sobrepreço, conforme indicado neste relatório na Lista de Verificação LVF.CAO.01.001 (Situação 5) (Situação 6); e

    III.2 - Agir de forma negligente e imprudente ao tomar conhecimento da ausência de análise técnica da Administração Pública sobre os preços unitários e global do 1º Termo Aditivo ao contrato nº 087/12; ao mesmo tempo deixando de providenciar /requerer a adequada análise dos valores alterados e concluindo pela aprovação do novo valor contratual, o que concorreu para a contratação com sobrepreço, conforme indicado neste relatório na Lista de Verificação LVF.CAO.01.003 e no Formulário FRM.CAO.03.004 (Situação 7).

    IV – Pela COMUNICAÇÃO ao Sr. Hudson Braga, Secretário de Estado de Obras, à época, com base no § 1º, art. 6º da Deliberação TCE-RJ 204/1996, para que, nos termos do inciso XXV, artigo 4º do Regimento Interno desta Corte e da Lei Complementar nº 63/90, preste esclarecimentos, no prazo 30 (trinta) dias, contado da ciência da decisão desta Corte, juntando documentação comprobatória para as irregularidades a seguir relacionadas:

    IV.1 - Contratar o 1º Termo Aditivo ao contrato nº 087/12, que contempla planilha orçamentária contendo quantitativos de materiais e/ou serviços a maior, ou seja, que não correspondem às previsões reais do projeto básico ou executivo, sem base em qualquer parecer prévio da Comissão de Fiscalização do contrato que validasse as quantidades contratadas, conforme indicado neste relatório na Lista de Verificação LVF.CAO.01.001 (Situação 5) (Situação 6); e

    IV.2 - Contratar o 1º Termo Aditivo ao contrato nº 087/12, que contempla planilha orçamentária contendo preços unitários injustificadamente superiores aos paradigmas de mercado, sem base em qualquer parecer prévio da Comissão de

  • TCE/RJ PROCESSO N.º 109.103-5/14

    RUBRICA FLS: 2493

    Fiscalização do contrato que validasse os preços unitários orçados, conforme indicado neste relatório na Lista de Verificação LVF.CAO.01.001 (Situação 7).

    V – Pela COMUNICAÇÃO ao Atual Secretário de Estado de Obras do Rio de Janeiro, com base no § 1º, art. 6º da Deliberação TCE-RJ 204/1996, para que, no prazo 30 (trinta) dias, nos termos do inciso I do art. 41 da Lei Complementar nº 63/90, cumpra as DETERMINAÇÕES a seguir relacionadas, alertando-o de que o não atendimento injustificado o sujeita às sanções previstas no inciso IV do art. 63 da mesma Lei:

    V.1 - Glosar o valor total medido a maior em decorrência da atestação de medições contendo quantidades de materiais e/ou serviços a maior, comprovando tal procedimento perante este Tribunal dentro do prazo legal, conforme indicado neste relatório na Lista de Verificação LVF.CAO.01.001 e no Formulário FRM.CAO.04.001 (Situação 1) (Situação 2);

    V.2 - Promover Termo Aditivo Contratual com vistas a glosar as quantidades contratadas a maior de materiais e/ou serviços, comprovando tal procedimento perante este Tribunal dentro do prazo legal, conforme indicado neste relatório na Lista de Verificação LVF.CAO.01.001 (Situação 3) (Situação 4) (Situação 5) (Situação 6);

    V.3 - Glosar o valor total medido a maior, em decorrência da atestação de medições que refletem o sobrepreço global apontado e, ainda, para o saldo remanescente a medir, promover os atos administrativos necessários ao saneamento das irregularidades apontadas, comprovando tais procedimentos perante este Tribunal dentro do prazo legal, conforme indicado na Lista de Verificação LVF.CAO.01.003 e nos Formulários FRM.CAO.03.004 e FRM.CAO.04.003 (Situação 7);

    V.4 - Atuar, determinando e fiscalizando, para que todas as obras públicas contratadas pela Secretaria de Estado de Obras possuam adequado estudo de viabilidade técnica, econômica e financeira (variando conforme o porte da obra), tal como dispõe a LF 8.666 no art. 6º, IX, aprovado por técnico habilitado do quadro da SEOBRAS, de forma a permitir a escolha das soluções técnicas mais adequadas, maximizando os benefícios e reduzindo os custos (Situação 8); e

    V.5 - Enviar ao TCE/RJ, em mídia digital, os seguintes documentos e informações, tendo em vista o fim da vigência contratual em 29/12/2014, e a provável existência medições e termos aditivos não analisados neste relatório de auditoria, que podem vir a ampliar as irregularidades constatadas:

    a) Todos os aditivos eventualmente contratados após o Termo Aditivo 1, incluindo as digitalizações dos processos administrativos SEOBRAS;

    b) Todos os processos de pagamento das medições realizadas até o fim do contrato, que incluam, por exemplo, memórias de cálculo, relatórios fotográficos e planilhas de medição atestadas;

    c) Os Termos de recebimento provisório e definitivo, caso existam;

    d) Planilha editável atualizada (xls), no mesmo modelo e com as mesmas informações contidas na planilha anexa entregue ao TCE/RJ por meio do Ofício SULIC/SEOBRAS nº 72, item 8;

    e) Todas as alterações que tenham sido realizadas nos projetos executivos, e que não tenham sido anteriormente entregues (arquivos

  • TCE/RJ PROCESSO N.º 109.103-5/14

    RUBRICA FLS: 2494

    "dwg"), com os respectivos servidores que receberam essas alterações em nome da SEOBRAS; e

    f) Informação sobre as medições de serviços realizadas após a 12ª medição (última utilizada neste relatório), em que tenham sido utilizados critérios, premissas ou preços unitários considerados irregulares neste relatório. Informar, ainda, a existência ou não de saldos contratuais para realizar os estornos necessários.

    VI – Pela COMUNICAÇÃO ao Consórcio Arco Metálico do Rio, com base no § 1º, art. 6º da Deliberação TCE-RJ 204/1996, para que, nos termos do inciso XXV, artigo 4º do Regimento Interno desta Corte e da Lei Complementar nº 63/90, dando CIÊNCIA dos fatos apontados no presente processo, para que, em querendo, apresente os esclarecimentos que julgar necessários, especialmente quanto às irregularidades apontadas nos itens 4.8.1 e 4.8.2, às fls. 917;

    VII – Pela COMUNICAÇÃO à Empresa Concremat Engenharia e Tecnologia S.A., com base no § 1º, art. 6º da Deliberação TCE-RJ 204/1996, para que, nos termos do inciso XXV, artigo 4º do Regimento Interno desta Corte e da Lei Complementar nº 63/90, dando CIÊNCIA dos fatos apontados no presente processo, para que, em querendo, apresente os esclarecimentos que julgar necessários, especialmente quanto às irregularidades apontadas nos itens 4.9.1 e 4.9.2, às fls. 917;

    VIII – Pela COMUNICAÇÃO à Empresa Tecnosolo Engenharia e Tecnologia de Solos e Materiais S.A., com base no § 1º, art. 6º da Deliberação TCE-RJ 204/1996, para que, nos termos do inciso XXV, artigo 4º do Regimento Interno desta Corte e da Lei Complementar nº 63/90, dando CIÊNCIA dos fatos apontados no presente processo, para que, em querendo, apresente os esclarecimentos que julgar necessários, especialmente quanto às irregularidades apontadas nos itens 4.10.1 e 4.10.2, às fls. 917;

    IX – Por DETERMINAÇÃO à SSE para que, ao expedir os ofícios comunicando a decisão, o faça acompanhado de cópia integral do processo em meio digital.”

    A Coordenadoria de Auditoria de Obras e Serviços de Engenharia, - CAO, às fls. 2442/2468, assim analisou as respostas oferecidas:

    “(...)

    ANÁLISE DE RESPOSTA

    Voto: DIB – 09.06.15 Fls. 922/927

    Órgãos

    Jurisdicionados: SECRETARIA DE ESTADO DE OBRAS (SEOBRAS)

    Tipo de Inspeção: Ordinária

  • TCE/RJ PROCESSO N.º 109.103-5/14

    RUBRICA FLS: 2495

    Contrato nº: 087/2012 Objeto: Obras complementares da Rodovia BR 493/RJ,

    trecho compreendido entre o entroncamento BR

    040/116 (B) ao entroncamento BR-101 (SUL) – Arco

    Metropolitano. Obra nº: 1

    Licitação nº: 001/2012 Contratada: Consórcio Arco Metálico do Rio (CNPJ:

    17.095.828/0001-73)

    Foram encaminhadas respostas, em cumprimento ao voto, através dos documentos abaixo relacionados:

    Documento TCE Responsável Decisão Plenária

    22.631-6/15 e

    9.673-1/16

    Às fls. 955/2225 e

    2431/2441 do

    presente processo.

    Sr. José Iran Peixoto Junior,

    Secretário de Estado de Obras,

    no momento do Voto DIB-

    09.06.15.

    Comunicação com

    Determinações

    29.731-1/15 e

    30.582-7/15

    Às fls. 2234/2283 e

    2326/2340 do

    presente processo.

    Consórcio Arco Metálico do

    Rio, por meio do Sr. João Paulo

    da Silveira Ribeiro

    (Procurador).

    Comunicação para

    Ciência do relatório,

    facultando a

    apresentação de

    esclarecimentos

    29.889-4/15 Às fls. 2286/2298 do

    presente processo.

    Sr. Fernando Ferreira Terra,

    fiscal do contrato nº 87/2012

    (contrato de execução das

    obras).

    Comunicação para

    a apresentação de

    razões de

    justificativa

    29.934-5/15 Às fls. 2300/2312 do

    presente processo.

    Sr. João Carlos Alves

    Carvalhosa, fiscal do contrato

    nº 87/2012 (contrato de

    execução das obras).

    Comunicação para

    a apresentação de

    razões de

    justificativa

    30.171-4/15 Às fls. 2314/2324 do

    presente processo.

    Sr. José Luis Boabaid

    Dolabella, Superintendente de

    Mobilidade Urbana da

    Secretaria de Estado de Obras,

    à época da auditoria.

    Comunicação para

    a apresentação de

    razões de

    justificativa

    581-9/16 Às fls. 2342/2360 do

    presente processo.

    Sr. Marcos Balaguer, fiscal do

    contrato nº 49/2004 (contrato

    de execução do projeto

    executivo)

    Comunicação para

    a apresentação de

    razões de

    justificativa

    669-7/16 Às fls. 2364/2384 do

    presente processo.

    Sr. Fontinele Guimarães

    Fajardo, fiscal do contrato nº

    49/2004 (contrato de execução

    do projeto executivo).

    Comunicação para

    a apresentação de

    razões de

    justificativa

  • TCE/RJ PROCESSO N.º 109.103-5/14

    RUBRICA FLS: 2496

    4.259-6/16 Às fls. 2386/2429 do

    presente processo.

    Concremat Engenharia e

    Tecnologia S.A., por meio dos

    Srs. Aldo Vaz Sampaio e

    Alexandre Augusto Costa

    Cabral, Diretores da empresa.

    Comunicação para

    Ciência, facultando

    apresentação de

    esclarecimentos

    O Sr. Hudson Braga, chamado aos autos por meio de Comunicação, não apresentou razões de justificativa.

    A situação da tempestividade das alegações dos responsáveis que receberam Comunicações com prazo de 30 dias para apresentação de respostas é apresentada a seguir:

    Responsáveis

    chamados

    para defesa ou

    manifestação

    Data de

    recebimento

    /ciência do

    chamamento

    Pedido de prorrogação de

    prazo

    Data da

    protocoliza

    ção da

    defesa

    Situação

    Requerido Aprovado

    Fernando

    Ferreira Terra

    24/07/2015

    (à fl. 940)

    30 dias, em

    22/07/2015

    (Proc.

    104.539-5/15)

    30 dias, com

    ciência em

    10/09/2015

    06/11/2015

    (Doc.

    29.889-4/15)

    Intempestivo*

    João Carlos

    Alves

    Carvalhosa

    15/07/2015

    (à fl. 941)

    30 dias, em

    22/07/2015

    (Proc.

    104.480-8/15)

    30 dias, com

    ciência em

    08/09/2015

    06/11/2015

    (Doc.

    29.934-5/15)

    Intempestivo*

    Marcos

    Balaguer

    08/07/2015

    (à fl. 942) 30 dias, em

    22/07/15

    (Proc.

    104.479-9/15)

    30 dias, com

    ciência em

    02/09/2015

    12/01/2016

    (Doc. 581-

    9/16)

    Intempestivo*

    Fontinele

    Guimarães

    Fajardo

    20/07/15

    (à fl. 944)

    12/01/2016

    (Doc. 669-

    7/16)

    Intempestivo*

    José Luis

    Boabaid

    Dolabella

    07/07/15

    (à fl. 947)

    30 dias, em

    22/07/15

    (Proc.

    104.482-6/15)

    30 dias, com

    ciência em

    31/08/2015

    10/11/2015

    (Doc.

    30.171-4/15)

    Intempestivo

    Hudson Braga 29/06/15

    (à fl. 948)

    30 dias, em

    23/07/15

    (Proc.

    104.499-9/15)

    30 dias, com

    ciência em

    09/09/2015

    Não

    apresentou Revel

    José Iran

    Peixoto Junior

    22/06/15

    (à fl. 949)

    30 dias, em

    23/07/15

    (Proc.

    104.511-3/15)

    30 dias, com

    ciência em

    01/09/2015

    02/09/2015

    (Doc.

    22.631-6/15)

    Tempestivo

    * Em adição aos citados processos com pedidos de prorrogação de prazo de 30 dias, os Srs. Fernando Ferreira Terra, João Carlos Alves Carvalhosa, Marcos Balaguer, e Fontinele Guimarães Fajardo apresentaram os seguintes Documentos, que foram entranhados ao presente processo: 18.170-2/15, 24.715-2/15, 23.848-8/15, 24.850-8/15. Em tais documentos são requeridas prorrogações de prazo indefinidas, ou seja, sem data estipulada para apresentação das alegações/documentos presentes no Voto DIB-09.06.15.

    A despeito da intempestividade das respostas dos Srs. Fernando Ferreira Terra, João Carlos Alves Carvalhosa, Marcos Balaguer, Fontinele Guimarães Fajardo e José Luis Boabaid Dolabella, e do silêncio do Sr. Hudson Braga, será aproveitada a oportunidade da análise dos documentos apresentados pelos consórcios executor e projetista para que também sejam analisados

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    os documentos protocolizados fora do prazo. Os efeitos das análises realizadas serão estendidos ao responsável silente, em caso de pertinência.

    A seguir, passa-se à análise da documentação anteriormente referida, iniciando com a transcrição, na íntegra e em negrito, de todos os itens do voto:

    I – Pela COMUNICAÇÃO aos Srs. Fernando Ferreira Terra e João Carlos Alves Carvalhosa, Fiscais do contrato de execução nº 087/12, com base no § 1º, art. 6º da Deliberação TCE-RJ 204/1996, para que, nos termos do inciso XXV, artigo 4º do Regimento Interno desta Corte e da Lei Complementar nº 63/90, prestem esclarecimentos, no prazo 30 (trinta) dias, contado da ciência da decisão desta Corte, juntando documentação comprobatória para as irregularidades a seguir relacionadas:

    I.1 - Atestar indevidamente medição contendo quantidades de materiais e/ou serviços a maior, no valor total de R$ 721.969,24, conforme indicado neste relatório na Lista de Verificação LVF.CAO.01.001 e no Formulário FRM.CAO.04.001 (Situação 1) (Situação 2);

    I.2 - Aprovar tecnicamente a contratação do 1º Termo Aditivo ao contrato nº 087/12, após provocado a se manifestar e na condição de representante da Administração Pública na fiscalização do contrato nº 087/12, sem que apontasse as quantidades de serviços indevidamente orçadas, o que concorreu para a existência de sobrepreço contratual, conforme indicado na Lista de Verificação LVF.CAO.01.001(Situação 5) (Situação 6);

    I.3 - Aprovar tecnicamente a contratação do 1º Termo Aditivo ao contrato nº 087/12, após provocado a se manifestar e na condição de representante da Administração Pública na fiscalização do contrato nº 087/12, sem que apontasse os sobrepreços unitários que concorreram para a existência de sobrepreço contratual global, conforme indicado na Lista de Verificação LVF.CAO.01.003 e no Formulário FRM.CAO.04.003 (Situação 7);

    II – Pela COMUNICAÇÃO aos Srs. Marcos Balaguer e Fontinele Guimarâes Farjado, Fiscais do contrato de elaboração do projeto executivo, com base no § 1º, art. 6º da Deliberação TCE-RJ 204/1996, para que, nos termos do inciso XXV, artigo 4º do Regimento Interno desta Corte e da Lei Complementar nº 63/90, prestem esclarecimentos, no prazo 30 (trinta) dias, contado da ciência da decisão desta Corte, juntando documentação comprobatória para as irregularidades a seguir relacionadas:

    II.1 - Receber e aprovar, em nome da Administração, projeto executivo com quantidades indevidas de serviços, gerando sobrepreço contratual, conforme indicado na Lista de Verificação LVF.CAO.01.001(Situação 3) (Situação 4);

    II.2 - Aprovar orçamento contendo sobrepreços unitários, que geraram sobrepreço global e, consequentemente, medições a maior, conforme indicado na Lista de Verificação LVF.CAO.01.003 e no Formulário FRM.CAO.04.003 (Situação 7); e

    II.3 - Aprovar Projeto Executivo, recebendo o produto do contrato nº 049/2004 em nome da Administração Pública, contendo soluções estruturais claramente antieconômicas, baseado em estudo de viabilidade técnica, econômica e financeira incompatível com o porte da obra, em que se percebem premissas técnicas injustificadas, o que redundou em realização de despesas antieconômicas (Situação 8).

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    III – Pela COMUNICAÇÃO ao Sr. José Luis Boabaid Dolabella, Superintendente de Mobilidade Urbana da Secretaria de Estado de Obras, à época, com base no § 1º, art. 6º da Deliberação TCE-RJ 204/1996, para que, nos termos do inciso XXV, artigo 4º do Regimento Interno desta Corte e da Lei Complementar nº 63/90, preste esclarecimentos, no prazo 30 (trinta) dias, contado da ciência da decisão desta Corte, juntando documentação comprobatória para as irregularidades a seguir relacionadas:

    III.1 - Agir de forma negligente e imprudente ao tomar conhecimento da ausência de análise técnica da Administração Pública sobre as quantidades da planilha orçamentária do 1º Termo Aditivo ao contrato nº 087/12; ao mesmo tempo deixando de providenciar/requerer a adequada análise dos valores alterados e concluindo pela aprovação do novo valor contratual, o que concorreu para a contratação com sobrepreço, conforme indicado neste relatório na Lista de Verificação LVF.CAO.01.001 (Situação 5) (Situação 6); e

    III.2 - Agir de forma negligente e imprudente ao tomar conhecimento da ausência de análise técnica da Administração Pública sobre os preços unitários e global do 1º Termo Aditivo ao contrato nº 087/12; ao mesmo tempo deixando de providenciar /requerer a adequada análise dos valores alterados e concluindo pela aprovação do novo valor contratual, o que concorreu para a contratação com sobrepreço, conforme indicado neste relatório na Lista de Verificação LVF.CAO.01.003 e no Formulário FRM.CAO.03.004 (Situação 7).

    IV – Pela COMUNICAÇÃO ao Sr. Hudson Braga, Secretário de Estado de Obras, à época, com base no § 1º, art. 6º da Deliberação TCE-RJ 204/1996, para que, nos termos do inciso XXV, artigo 4º do Regimento Interno desta Corte e da Lei Complementar nº 63/90, preste esclarecimentos, no prazo 30 (trinta) dias, contado da ciência da decisão desta Corte, juntando documentação comprobatória para as irregularidades a seguir relacionadas:

    IV.1 - Contratar o 1º Termo Aditivo ao contrato nº 087/12, que contempla planilha orçamentária contendo quantitativos de materiais e/ou serviços a maior, ou seja, que não correspondem às previsões reais do projeto básico ou executivo, sem base em qualquer parecer prévio da Comissão de Fiscalização do contrato que validasse as quantidades contratadas, conforme indicado neste relatório na Lista de Verificação LVF.CAO.01.001 (Situação 5) (Situação 6); e

    IV.2 - Contratar o 1º Termo Aditivo ao contrato nº 087/12, que contempla planilha orçamentária contendo preços unitários injustificadamente superiores aos paradigmas de mercado, sem base em qualquer parecer prévio da Comissão de Fiscalização do contrato que validasse os preços unitários orçados, conforme indicado neste relatório na Lista de Verificação LVF.CAO.01.001 (Situação 7).

    V – Pela COMUNICAÇÃO ao Atual Secretário de Estado de Obras do Rio de Janeiro, com base no § 1º, art. 6º da Deliberação TCE-RJ 204/1996, para que, no prazo 30 (trinta) dias, nos termos do inciso I do art. 41 da Lei Complementar nº 63/90, cumpra as DETERMINAÇÕES a seguir relacionadas, alertando-o de que o não atendimento injustificado o sujeita às sanções previstas no inciso IV do art. 63 da mesma Lei:

    V.1 - Glosar o valor total medido a maior em decorrência da atestação de medições contendo quantidades de materiais e/ou serviços a maior, comprovando tal procedimento perante este Tribunal dentro do prazo legal,

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    conforme indicado neste relatório na Lista de Verificação LVF.CAO.01.001 e no Formulário FRM.CAO.04.001 (Situação 1) (Situação 2);

    V.2 - Promover Termo Aditivo Contratual com vistas a glosar as quantidades contratadas a maior de materiais e/ou serviços, comprovando tal procedimento perante este Tribunal dentro do prazo legal, conforme indicado neste relatório na Lista de Verificação LVF.CAO.01.001 (Situação 3) (Situação 4) (Situação 5) (Situação 6);

    V.3 - Glosar o valor total medido a maior, em decorrência da atestação de medições que refletem o sobrepreço global apontado e, ainda, para o saldo remanescente a medir, promover os atos administrativos necessários ao saneamento das irregularidades apontadas, comprovando tais procedimentos perante este Tribunal dentro do prazo legal, conforme indicado na Lista de Verificação LVF.CAO.01.003 e nos Formulários FRM.CAO.03.004 e FRM.CAO.04.003 (Situação 7);

    V.4 - Atuar, determinando e fiscalizando, para que todas as obras públicas contratadas pela Secretaria de Estado de Obras possuam adequado estudo de viabilidade técnica, econômica e financeira (variando conforme o porte da obra), tal como dispõe a LF 8.666 no art. 6º, IX, aprovado por técnico habilitado do quadro da SEOBRAS, de forma a permitir a escolha das soluções técnicas mais adequadas, maximizando os benefícios e reduzindo os custos (Situação 8); e

    V.5 - Enviar ao TCE/RJ, em mídia digital, os seguintes documentos e informações, tendo em vista o fim da vigência contratual em 29/12/2014, e a provável existência medições e termos aditivos não analisados neste relatório de auditoria, que podem vir a ampliar as irregularidades constatadas:

    a) Todos os aditivos eventualmente contratados após o Termo Aditivo 1, incluindo as digitalizações dos processos administrativos SEOBRAS;

    b) Todos os processos de pagamento das medições realizadas até o fim do contrato, que incluam, por exemplo, memórias de cálculo, relatórios fotográficos e planilhas de medição atestadas;

    c) Os Termos de recebimento provisório e definitivo, caso existam;

    d) Planilha editável atualizada (xls), no mesmo modelo e com as mesmas informações contidas na planilha anexa entregue ao TCE/RJ por meio do Ofício SULIC/SEOBRAS nº 72, item 8;

    e) Todas as alterações que tenham sido realizadas nos projetos executivos, e que não tenham sido anteriormente entregues (arquivos "dwg"), com os respectivos servidores que receberam essas alterações em nome da SEOBRAS; e

    f) Informação sobre as medições de serviços realizadas após a 12ª medição (última utilizada neste relatório), em que tenham sido utilizados critérios, premissas ou preços unitários considerados irregulares neste relatório. Informar, ainda, a existência ou não de saldos contratuais para realizar os estornos necessários.

    VI – Pela COMUNICAÇÃO ao Consórcio Arco Metálico do Rio, com base no § 1º, art. 6º da Deliberação TCE-RJ 204/1996, para que, nos termos do inciso XXV, artigo 4º do Regimento Interno desta Corte e da Lei Complementar nº 63/90, dando CIÊNCIA dos fatos apontados no presente processo, para que, em querendo, apresente os

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    RUBRICA FLS: 2500

    esclarecimentos que julgar necessários, especialmente quanto às irregularidades apontadas nos itens 4.8.1 e 4.8.2, às fls. 917;

    VII – Pela COMUNICAÇÃO à Empresa Concremat Engenharia e Tecnologia S.A., com base no § 1º, art. 6º da Deliberação TCE-RJ 204/1996, para que, nos termos do inciso XXV, artigo 4º do Regimento Interno desta Corte e da Lei Complementar nº 63/90, dando CIÊNCIA dos fatos apontados no presente processo, para que, em querendo, apresente os esclarecimentos que julgar necessários, especialmente quanto às irregularidades apontadas nos itens 4.9.1 e 4.9.2, às fls. 917;

    VIII – Pela COMUNICAÇÃO à Empresa Tecnosolo Engenharia e Tecnologia de Solos e Materiais S.A., com base no § 1º, art. 6º da Deliberação TCE-RJ 204/1996, para que, nos termos do inciso XXV, artigo 4º do Regimento Interno desta Corte e da Lei Complementar nº 63/90, dando CIÊNCIA dos fatos apontados no presente processo, para que, em querendo, apresente os esclarecimentos que julgar necessários, especialmente quanto às irregularidades apontadas nos itens 4.10.1 e 4.10.2, às fls. 917;

    Os argumentos e análises serão iniciados pelo cumprimento das “Determinações Plenárias” (tópico 1 da presente instrução).

    Na sequência (tópico 2 da presente instrução - “Alegações preliminares”), serão analisadas as alegações não relacionadas ao mérito dos sobrepreços, superfaturamentos e atos antieconômicos apontados em auditoria.

    Adiante, no tópico 3 da presente instrução (“Alegações de mérito”), as alegações e análises serão apresentadas por Situação Encontrada, em um total de 8, conforme organização sugerida no relatório de auditoria, sendo condensados em cada Situação os argumentos trazidos pelos diferentes responsáveis chamados a se manifestar.

    Em virtude do término das obras, e considerando o momento processual atual – em que ainda se abre o contraditório -, a instrução será concluída com a “Reanálise da planilha orçamentária medida e paga” (tópico 4 da presente instrução), objetivando verificar a continuidade/ampliação das irregularidades já apontadas no relatório de auditoria.

    As respostas, quando transcritas, constarão em itálico e, no padrão do relatório, nossa instrução.

    1. Determinações Plenárias

    Responsável: José Iran Peixoto Junior (Doc. TCE nº 22.631-6/15, às fls. 957/959):

    O Sr. José Iran Peixoto Junior, na condição de Secretário de Estado de Obras, a quem foram dirigidas as Determinações do item V, questiona, em síntese:

    (...)

    Para dar o desejável tom de legitimidade aos procedimentos – ainda pendentes – de quitação, esta Corte de Conte deverá esclarecer se o ato de glosar os itens pagos a maior terá natureza cautelar (ou seja, se será adotada a conduta corretiva somente com o fim de salvaguardar o erário em caráter inicial) ou, noutro lado, se o ato de estornar será definitivo.

    O esclarecimento é deveras importante, pois, a uma, a ordem precipitada para devolver valores poderia ser judicializada, causando o efeito reverso que o controle a cargo deste

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    RUBRICA FLS: 2501

    Tribunal vislumbra, que é a proteção do erário¹; e, a duas, porque os achados da auditoria serão objeto de enfrentamento definitivo somente após a coleta das informações a serem entregues por todos os agentes públicos citados no Voto, quando, de posse de todos os dados, o Senhor Conselheiro poderá formular um juízo definitivo de valor.

    (...)

    ¹ No curso do tempo, o passivo adquirido pelo Estado em virtude do construção dos viadutos metálicos poderia ser aumentado acaso, ao fim de uma demanda judicial, a obrigação de pagar os valores seja confirmada.

    Análise do cumprimento das Determinações Plenárias

    Observa-se das alegações apresentadas que a Determinação plenária foi apenas parcialmente cumprida pelo gestor.

    Os Documentos requeridos no item V.5 do Voto foram enviados, e o cumprimento do item V.4 poderá ser objeto de verificação em contratações futuras da SEOBRAS; entretanto não foram providenciadas as medidas cautelares indicadas nos itens V.1 a V.3: glosas de valores em medições e a celebração de termo aditivo que corrigisse as falhas apontadas no relatório de auditoria.

    Constata-se, porém, que as Determinações Plenárias foram recebidas pelo Secretário de Estado de Obras apenas em data posterior à conclusão das obras: o recebimento provisório das obras ocorreu em 23/12/2014; e a medição de reajustamento referente à 24ª medição de serviços – última medição que se tem conhecimento – foi solicitada em 29/12/2014, mas o gestor recebeu o chamamento do presente relatório de auditoria apenas em 22/06/2015.

    Diante da conclusão das obras, e tendo a empresa recebido todos os valores indicados nas medições de serviços, não há razão para a adoção das medidas cautelares impostas.

    Ante o exposto, será sugerida na proposta de encaminhamento a CIÊNCIA ao Plenário quanto ao cumprimento do item V.5, presente no Voto proferido em Sessão Plenária de 09/06/15.

    2. Alegações preliminares

    Preliminar 1: Contradição – Coisa julgada administrativa

    Responsáveis: Consórcio Arco Metálico do Rio (Doc. nº 29.731-1/15, às fls. 2236/2240), Sr. Fernando Ferreira Terra (Doc. nº 29.889-4/15, à fl. 2289), Sr. João Carlos Alves Carvalhosa (Doc. nº 29.934-5/15, à fl. 2303), e Concremat Engenharia e Tecnologia S/A (Doc. Nº 4.259-6/16, às fls. 2387/2389):

    O Consórcio executor das obras alega que as conclusões consolidadas no relatório de auditoria denotam contradição do TCE-RJ, subvertendo conceitos do edital, sem levar em consideração que tal instrumento, assim como o projeto, teria sido objeto de análise no processo nº 101.365-5/12.

    Cita doutrina que confirmaria a impossibilidade de o TCE-RJ rever essa análise, em nome da segurança jurídica.

    Os Srs. Fernando Ferreira Terra e João Carlos Alves Carvalhosa, com defesas idênticas, apresentam a mesma alegação preliminar, e também citam o processo TCE nº

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    104.830-3/13 (erroneamente foi citado o nº 104.839-3/13), onde teria sido aprovado o contrato da obra.

    A empresa supervisora/gerenciadora, no mesmo sentido e também citando doutrina e jurisprudência, alega que o TCE teria aprovado edital e contrato nos processos 101.365-5/12 e 104.830-3/13 (também citado com erro de grafia no 6º dígito), e não seria juridicamente factível examinar novamente questões já decididas, conforme consagraria a coisa julgada, nos termos ao art. 5º da CF 88, e 467 a 475 do Código de Processo Civil.

    Análise da Preliminar 1: Contradição – Coisa julgada administrativa

    Não devem prosperar as alegações dos responsáveis.

    As análises realizadas no âmbito dos processos nº 101.365-5/12 e 104.830-3/13 resultaram no Conhecimento dos atos. O conhecimento de atos administrativos pelo TCE-RJ está previsto no inciso XXV, art. 4º da Deliberação TCE-RJ nº 167/92, que aprova o Regimento Interno do TCE-RJ:

    Art. 4º - Compete, também, ao Tribunal de Contas:

    (...)

    XXV – tomar conhecimento dos atos e contratos, cuja formalização e conteúdo obedeçam à legislação pertinente, à exceção dos atos sujeitos a decisões específicas.

    Ou seja, as análises realizadas permitiram ao TCE-RJ “tomar conhecimento” do edital e do contrato, tendo em vista que as opções de controle adotadas nesses modelos de análise não vislumbraram ilegalidades na formalização ou no conteúdo.

    De tais opções - compatíveis com a atividade de controle externo e inevitáveis, à luz da realidade - pode-se depreender a adoção de análises amostrais e a escolha de alguns pontos de controle em detrimento de outros.

    Assim, diferentemente do alegado, o conhecimento não configurou aprovação tácita e ampla - sob os princípios da legalidade, legitimidade e economicidade - dos orçamentos, preços unitário e global, economicidade da especificação dos serviços, projetos e condutas dos profissionais envolvidos com a licitação e o contrato.

    A atuação do controle externo não foi suficiente para gerar expectativa de direito no responsável, capaz de limitar nova análise em sede de auditoria e com distintos recursos de controle sobre os atos da contratação.

    Ante o exposto, sugere-se a rejeição da alegação preliminar 1.

    Preliminar 2: Competência – Fiscalização do contrato

    Responsáveis: Sr. Fernando Ferreira Terra (Doc. nº 29.889-4/15, às fl. 2287/2288), Sr. João Carlos Alves Carvalhosa (Doc. nº 29.934-5/15, às fls. 2301/2302):

    Os responsáveis lembram, com argumentos idênticos, que o Estado do Rio de Janeiro contratou uma empresa prestadora de serviços técnicos de Gerenciamento, Supervisão e Fiscalização das obras para a implantação do Arco Metropolitano com o objetivo de compensar as limitações humanas, logísticas e técnicas dos órgãos da Administração.

  • TCE/RJ PROCESSO N.º 109.103-5/14

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    E segue:

    Devido ao porte do empreendimento, torna-se evidente que é impraticável para os membros da comissão de fiscalização, pessoalmente, efetuarem a conferência minudente de todos os projetos, o levantamento das quantidades e as verificações das composições de custos unitários das planilhas orçamentárias e daquelas destinadas à efetivação de um Termo Aditivo. Nesse sentido, a empresa prestadora de serviços técnicos, que fora contratada pelo Estado para fiscalizar a execução das obras, é contratualmente responsável por tais serviços, de acordo com o item da proposta técnica da contratada (TAREFA 140.3 – Assessoria à SEOBRAS/DER-RJ quanto às alterações contratuais).

    Análise da Preliminar 2: Competência – Fiscalização do contrato

    Não merecem prosperar as alegações preliminares apresentadas.

    Conforme disposto no art. 67 da Lei Federal 8.666/93, a execução do contrato deverá ser acompanhada e fiscalizada por um representante da Administração especialmente designado, permitida a contratação de terceiros para assisti-lo e subsidiá-lo de informações pertinentes a essa atribuição. Não existe, portanto, no ordenamento jurídico vigente, a delegação da competência de fiscalizar um contrato público, por parte da Administração para uma empresa privada.

    O que pode e deve ocorrer sempre que a Administração for hipossuficiente para o adequado acompanhamento contratual - conforme disciplina o caput do mencionado dispositivo legal - é a contratação de empresa competente para assessorá-la na atividade de fiscalização; assessoramento que, eventualmente, pode absorver corresponsabilidades por atestações equivocadas de medições de serviços.

    Ante o exposto, sugere-se a rejeição da alegação preliminar 2.

    Preliminar 3: Competência – Superintendente/gestor

    Responsável: José Luis Boabaid Dolabella (Doc. 30.171-4/15, às fls. 2315/2324):

    Em resumo, o responsável alega que:

    “A empresa de Gerenciamento/Supervisão contratada, na parte relativa à Supervisão, exerce inúmeras atividades do dia a dia, tais como a apropriação dos serviços no campo, elaboração das medições e diários de obra, realização de topografia para conferência e liberação dos serviços, fiscalização nas frentes de serviços, promoção de reuniões técnicas, emissão de pareceres, elaboração de relatórios, dentre outras. Tais atividades permitem que a Comissão de Fiscalização tenha toda tranquilidade e confiança para exercer sua atividade.”

    Segue justificando que as alterações contratuais submetidas ao seu crivo são precedidas por análises da empresa supervisora e da comissão de fiscalização do contrato, e por ciência à Diretoria de Projetos Especiais, à Presidência, e à Vice-Presidência DER-RJ. O Vice-Presidente do DER/RJ, na condição de Coordenador do Projeto Executivo do Arco Metropolitano, aprovaria em sua totalidade as alterações propostas.

    Assim, ao gestor da Superintendência de Mobilidade Urbana caberia apenas “a condensação dos pareceres, verificando a sua pertinência, e posterior encaminhamento a ASJUR/SEOBRAS”.

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    A pertinência teria sido verificada e, dessa maneira, as alterações contratuais aprovadas.

    Análise da Preliminar 3: Competência – Superintendente/gestor

    Não merecem prosperar as alegações do responsável.

    Releva transcrever trecho trazido pelo próprio responsável, à fl. 2322, que é preciso na evidenciação do fundamento da irregularidade a ele atribuída. Trata-se de parte da conclusão do parecer emitido pela fiscalização do contrato e enviado para apreciação do Superintendente:

    “Essa comissão abstém-se de comentar sobre as quantidades e preços novos constantes da planilha por não fazer parte de nossas atribuições.”

    Ou seja, a despeito do parecer flagrantemente ilegal da comissão de fiscalização (em desrespeito ao art. 67 da Lei Federal 8.666/93), o Superintendente não age com o devido zelo, aprovando as alterações contratuais. Consequentemente, atrai corresponsabilidade ante as irregularidades originadas nesse termo.

    Ante o exposto, sugere-se a rejeição da alegação preliminar 3.

    3. Alegações de mérito

    Situações 1 e 3 (Quant. Escoramento) – Alegações:

    Apresentaram alegações os seguintes responsáveis:

    Responsável 1: Fernando Ferreira Terra (Doc. 29.889-4/15, às fls. 2289/2292).

    Responsável 2: João Carlos Alves Carvalhosa (Doc. 29.934-5/15, às fls. 2303/2306).

    Responsável 3: Marcos Balaguer (Doc. 581-9/16, às fls. 2344/2347)

    Responsável 4: Fontinele Guimarães Fajardo (Doc. 669-7/16, às fls. 2366/2369).

    Responsável 5: Consórcio Arco Metálico do Rio (Doc. 29.731-1/15, às fls. 2240/2250 e 2274/2283).

    Responsável 6: Concremat Engenharia e Tecnologia S.A. (Doc. 4.259-6/16, às fls. 2391/2399).

    Os responsáveis apresentaram as seguintes alegações, que são resumidas nos tópicos a seguir:

    Que teria sido previsto em projeto o escoramento compatível com as Normas Técnicas relacionadas, em especial a DNER-PRO 207/94 e a DNIT 124/09.

    Que o critério de medição que considera todo o volume sob o tabuleiro estaria previsto explicitamente nas diversas soluções de escoramento previstas em norma, inclusive aquelas que manifestamente não ocupam todo esse volume, tal como na DNER-PRO 207/94.

    Que teria sido utilizado escoramento especial em função de inesperado posicionamento da Transpetro, que teria, após o início das obras (03/06/2013), sido restritiva quanto a qualquer metodologia construtiva que representasse interface direta com seus dutos.

    Que a especificação técnica do escoramento prevista originalmente não atenderia às mencionadas exigências.

    Que, nesse cenário, o escoramento em torres de alumínio teria se mostrado a opção técnica mais eficiente: apesar do maior custo – que teria levado prejuízo ao Consórcio -,

  • TCE/RJ PROCESSO N.º 109.103-5/14

    RUBRICA FLS: 2505

    seria mais leve que o sistema convencional e com capacidade de suporte até 6 vezes maior.

    Que o Consórcio teria apresentado à fiscalização e à supervisão um anteprojeto do escoramento dos tabuleiros com a utilização do sistema de torres em alumínio, informando que a alternativa implicaria a execução de serviços não previstos no contrato, e que deveria haver acréscimo no valor frente à nova realidade da obra.

    Que, apesar de aceita a alteração, a revisão do preço não teria sido anuída pela fiscalização e pela supervisora, que teriam sustentado: (i) a necessidade de se manter as condições previstas no edital, prevalecendo o critério de medição previsto no Volume 3B – Tomo 1, que considera o volume total sob o tabuleiro; (ii) a necessidade de observância dos termos examinados pelo TCE/RJ quando da análise do edital; e (iii) a necessidade de utilização dos critérios de medição previstos em Normas Técnicas, tais como a DNIT 124/2009-ES.

    Que, preocupado com os prejuízos que poderiam decorrer da paralisação da obra, o Consórcio optou por dar continuidade à obra tal como proposto pela fiscalização e pela supervisão.

    Que o novo escoramento teria tornado imprescindível a troca de solo e blocos de concreto armado para fundação das torres, bem como a demolição ao fim da execução, conforme exigência da Transpetro.

    Que, além dos serviços preliminares, o custo do escoramento de alumínio seria maior, conforme norma DNER-PRO 207/94.

    Que outros insumos teriam sido necessários, tais como perfil metálico, mão de obra de soldador, guindastes para a montagem e desmontagem das torres.

    Que, entretanto, não haveria respaldo a embasar, nos sistemas de preços existentes, a revisão de custos pleiteada pelo Consórcio Executor.

    Que os serviços adicionais não teriam sido remunerados ao Consórcio.

    Que o escoramento teria sido bem executado e atuado adequadamente sobre a estrutura.

    Situações 1 e 3 (Quant. Escoramento) – Análise:

    Os sobrepreços e superfaturamentos apontados em auditoria no âmbito das situações 1 e 3 derivam de duas situações:

    O orçamento do escoramento foi mal concebido pelos projetistas, considerando as informações de que dispunham no momento de sua elaboração; e

    As medições de escoramento atestadas não guardam compatibilidade com o serviço executado.

    As alegações trazidas pelos responsáveis não foram capazes de afastar as falhas no projeto e nas medições citadas.

    Mantem-se o entendimento de que foi mal concebido em projeto o critério de medição que prevê escoramento padrão, abrangendo todo o volume existente sob o tabuleiro das OAEs, quando, sabidamente, as superestruturas das OAEs do contrato seriam executadas por empurramentos sucessivos, o que pode, em muitos casos, vir a eliminar completamente a necessidade de escoramentos diretos.

    As normas citadas nas alegações estabelecem condições gerais de escoramentos em pontes de concreto armado e protendido, não sendo aplicáveis às especificidades da obra em questão, tal como se percebe na norma DNIT 124/09-ES:

  • TCE/RJ PROCESSO N.º 109.103-5/14

    RUBRICA FLS: 2506

    “5.2.7 Escoramentos especiais

    Escoramentos especiais, como para construção de pontes em arco ou em avanços sucessivos, não são objeto desta Norma.”

    Quanto à atestação indevida das quantidades, não havendo normativo técnico ou legal que estabeleça regra diversa, cabe apenas o estabelecido na Lei Federal nº 4.320/64. As normas técnicas são genéricas ou não aplicáveis ao caso, e o edital, ao contrário do alegado, não estabelece um critério de medição teórico para o serviço de escoramento, mas apenas apresenta a memória de cálculo do volume total sob os tabuleiros, volume esse que, conforme visto, não representa o total de escoramento executado.

    Ou seja, de forma conservadora, constatou-se que deveria ser medido e pago o serviço na exata quantidade executada, não cabendo, em função disso, qualquer questionamento de prejuízo pelo particular.

    Ademais, em estrita defesa do erário, todo o escoramento medido poderia ser considerado indevido, pois a metodologia executiva licitada e contratada – inclusive expressa no orçamento, que contém o serviço de montagem da estrutura pelo sistema “ponte empurrada”, códigos 2S 03 801 34N e 2S 03 801 35N – é contraditória ao não prever o uso de escoramentos diretos:

    Essa conclusão se aduz, por exemplo, da memória justificativa das obras do lote 1, que ajudou a fundamentar a escolha da concepção em arco metálico:

    “Desta forma adotou-se a configuração em arco metálico, cujo sistema construtivo além de vencer maiores vãos permite a montagem dos tabuleiros por empurramento, deixando o solo desimpedido, nesta ocasião, de se utilizar escoramento direto.”

  • TCE/RJ PROCESSO N.º 109.103-5/14

    RUBRICA FLS: 2507

    Assim, de forma conservadora - pois considerando apto a pagamento todo o volume executado em torres de escoramento, mesmo que dispensáveis à luz da metodologia licitada -, considera-se que devem ser medidas e pagas as quantidades executadas do serviço.

    Nesse contexto conservador de análise (de pagamento por serviços que poderiam ser considerados incluídos no sistema executivo da ponte) não deve prosperar a alegação de realização de serviços não previstos em planilha ou com especificações que os tornariam ainda mais onerosos.

    A utilização de escoramentos intermediários na montagem da estrutura consistiu em opção construtiva, que desonerou o serviço de montagem da estrutura por empurramento.

    Ante o exposto, será sugerida na proposta de encaminhamento a rejeição das alegações apresentadas para os itens I.1, II.1, VI e VII, no que diz respeito às situações 1 e 3, bem como a CITAÇÃO dos Srs. Fernando Ferreira Terra e João Carlos Alves Carvalhosa (fiscais do contrato de execução e responsáveis pelas atestações das medições de serviços), Marcos Balaguer e Fontinele Guimarães Fajardo (fiscais do contrato do projeto executivo e responsáveis pela aprovação de orçamento com sobrepreço), e das empresas Consórcio Arco Metálico do Rio (executora da obra e beneficiária dos pagamentos indevidos), Concremat Engenharia e Tecnologia S.A. (supervisora e corresponsável pelas atestações das medições de serviços), e Consórcio Concremat – Tecnosolo (responsável pela elaboração do orçamento licitado com sobrepreço), para que recolham ao erário estadual, solidariamente, o valor de R$ 2.176.370,09, convertido em 803.138,95 UFIRs-RJ, conforme Anexos 2, 3 e 4 da presente instrução.

    Situações 2 e 4 (Quant. Formas) – Alegações:

    Apresentaram alegações os seguintes responsáveis:

    Responsável 1: Fernando Ferreira Terra (Doc. 29.889-4/15, às fls. 2292/2294)

    Responsável 2: João Carlos Alves Carvalhosa (Doc. 29.934-5/15, às fls. 2306/2308).

    Responsável 3: Marcos Balaguer (Doc. 581-9/16, às fl. 2347)

    Responsável 4: Fontinele Guimarães Fajardo (Doc. 669-7/16, à fl. 2369).

    Responsável 5: Consórcio Arco Metálico do Rio (Doc. 29.731-1/15, às fls. 2250/2254)

    Responsável 6: Concremat Engenharia e Tecnologia S.A. (Doc. 4.259-6/16, às fls. 2399/2401).

    Em resumo, foram trazidas as seguintes razões de justificativa:

    O consórcio teria utilizado formas de placas compensadas nas bases e laterais das pré-lajes dos tabuleiros, conforme metodologia prevista em edital.

    Que todos os insumos utilizados no processo de execução de pré-moldados são remunerados, ou seja, formas, aço, concreto, etc.

    Que o sistema EMOP ratificaria esse entendimento.

    Que as pré-lajes utilizadas na obra seriam diferentes das previstas no sistema EMOP, por suas especificidades.

    Situações 2 e 4 (Quant. Formas) – Análise:

    A controvérsia fundamental da questão reside na aplicação ou não de formas de placas compensadas na moldagem das pré-lajes utilizadas no tabuleiro.

    Os argumentos apresentados não foram capazes de isentar de irregularidades o orçamento e os pagamentos dos referidos serviços de formas; entretanto, agregam informações que justificam a alteração do fundamento da irregularidade.

  • TCE/RJ PROCESSO N.º 109.103-5/14

    RUBRICA FLS: 2508

    É possível considerar válida a alegação de uso de formas para a moldagem dos elementos pré-moldados – o que afasta a irregularidade relacionada à quantidade de que tratam as situações 2 e 4 do relatório de auditoria -, e aceitar verdadeira a alegação de que teriam sido utilizadas formas constituídas por placas compensadas plastificadas e resinadas, dada a impossibilidade de evidenciação em contrário neste momento.

    Partindo dessas premissas, restam caracterizadas duas graves falhas, relativas ao orçamento contratual e às medições de serviço realizadas:

    1. Especificação técnica orçada e medida em desacordo com a metodologia executiva estabelecida no edital (Volume 4, Tomo II); e

    2. Especificação técnica flagrantemente ineficiente e contrária à boa técnica, dessa forma, de execução injustificável.

    Cabe lembrar, primeiramente, o que estabelece o projeto licitado, no Volume 4, Tomo II – Orçamento e plano de execução de obras – Obras complementares:

    “14. Plano de execução das obras

    (...)

    14.4.2 Memorial Descritivo das Edificações do Canteiro

    (...)

    Central de Formas

    (...)

    As formas das peças pré-moldadas deverão ser executadas pela oficina industrial com a utilização de painéis metálicos industrializados.”

    A diretriz estabelecida no edital, que obriga a utilização de painéis metálicos, consiste em mera aplicação da boa prática do mercado de execução de pré-moldados e pré-fabricados, indicada quando se requer maior reaproveitamento das peças.

    Exemplifica-se a necessidade de reaproveitamentos das formas utilizadas nas pré-lajes com trecho da medição nº 16, relativa à OAE 1.20. Percebe-se que a quantidade de elementos padronizados torna imperiosa a utilização de formas metálicas, mais duráveis (reaproveitáveis) e, consequentemente, mais econômicas:

  • TCE/RJ PROCESSO N.º 109.103-5/14

    RUBRICA FLS: 2509

    O próprio orçamento da obra explicita a contradição na especificação das formas das pré-lajes quando prevê, dessa vez adequadamente, a fabricação das escamas de concreto para terra armada em canteiro, com utilização de formas metálicas:

    Assim, mesmo considerando a possibilidade de que tenham sido utilizadas formas de placas compensadas na moldagem das pré-lajes dos tabuleiros - tal como alegado -, fica configurada a execução de serviço em desacordo com a metodologia executiva licitada, e claramente contrário à boa técnica, o que impede que seja remunerado com recursos públicos.

    Nesse sentido, será atribuído o valor de R$ 10,75/m² para as quantidades executadas de formas de pré-lajes (valor relativo ao m² de forma metálica na mesma data-base contratual – cód. 11.035.0002-1), o que leva a um superfaturamento de R$ 662.359,57 (Ver Anexos 5 e 6).

    Ante o exposto, será sugerida na proposta de encaminhamento o acolhimento parcial das alegações apresentadas para os itens I.1, II.1, VI e VII, no que diz respeito às situações 2 e 4, com transformação da irregularidade (foram aceitos os argumentos relativos às quantidades, restando injustificada a especificação técnica adotada), bem como a CITAÇÃO dos Srs. Fernando Ferreira Terra e João Carlos Alves Carvalhosa (fiscais do contrato de execução e responsáveis pelas atestações das medições de serviços), Marcos Balaguer e Fontinele Guimarães Fajardo (fiscais do contrato do projeto executivo e responsáveis pela aprovação de orçamento com sobrepreço), e das empresas Consórcio Arco Metálico do Rio (executora da obra e beneficiária dos pagamentos indevidos), Concremat Engenharia e Tecnologia S.A. (supervisora e corresponsável pelas atestações das medições de serviços), e Consórcio Concremat-Tecnosolo, CNPJ nº 33.146.648/0001-20 (CNPJ da empresa líder do Consórcio), para que recolham ao erário estadual, solidariamente, o valor de R$ 662.359,57, convertido em 256.432,62 UFIRs-RJ, conforme Anexos 5, 6 e 7 da presente instrução.

  • TCE/RJ PROCESSO N.º 109.103-5/14

    RUBRICA FLS: 2510

    Situação 5 (Quant. Aço) – Alegações:

    Apresentaram alegações os seguintes responsáveis:

    Responsável 1: Fernando Ferreira Terra (Doc. 29.889-4/15, às fls. 2294/2295).

    Responsável 2: João Carlos Alves Carvalhosa (Doc. 29.934-5/15, às fls. 2308/2309).

    Responsável 3: Consórcio Arco Metálico do Rio (Doc. 29.731-1/15, às fls. 2255/2260).

    Responsável 4: Concremat Engenharia e Tecnologia S.A. (Doc. 4.259-6/16, às fls. 2402/2405).

    Os argumentos trazidos são, fundamentalmente, os seguintes:

    Que os pesos acrescidos às OAEs teriam ocorrido por questões técnicas, e teriam sido absorvidos pelos projetos as built;

    Que as concepções “Arco” ou “Reta” diriam respeito a todo um projeto, não podendo haver tratamento distinto para partes específicas;

    Que o TCE-RJ teria aprovado dois preços distintos, para concepções em “Arco” e “Reta”, no processo 101.365-5/12;

    Que a formatação de preços teria sido elaborada levando em consideração que o fornecimento, a fabricação, a montagem e a pintura das peças faziam parte do mesmo complexo estrutural, não havendo distinção entre perfis curvos e retos, perfis laminados, chapas, etc.;

    Que as conclusões do relatório seriam especulativas, pois sem nenhum estudo técnico de engenharia ou cálculo embasado;

    Que, por exemplo, a extensão das OAEs 2.05 e 2.06 configuraria dificuldades equivalentes à do vão central em Arco. , Situação 5 (Quant. Aço) – Análise:

    A quantidade de aço contratada a maior decorreu da constatação de 3 situações, descritas no relatório de auditoria:

    Quantidades não identificadas na memória de cálculo de Diagramas de Montagem;

    Divergência entre as quantidades existentes nos projetos e no contrato; e

    Inclusão indevida de trechos e elementos "retos" com preços mais caros relativos à concepção em "arco".

    Sobre as duas primeiras situações, os recorrentes justificam que os pesos acrescidos teriam sido tecnicamente necessários e que teriam sido incluídos nos projetos “as built”. Destacam, também, que uma área teria sido impropriamente computada no relatório de auditoria como peso de estrutura.

    Não há no relatório de auditoria qualquer questionamento a respeito da necessidade de adequação do projeto às necessidades técnicas da obra, mas apenas a indicação de contradição entre os pesos de projeto e contratado. Nesse sentido, será realizada nova verificação dos projetos e planilhas para quantificação do peso atualizado, o que será apresentado no tópico 4 da presente instrução.

    Sobre a inclusão indevida de trechos e elementos “retos” com preços relativos a “arco”, não assiste razão aos argumentos dos responsáveis.

    A licitação da obra previu preços distintos para os serviços de “pré-montagem” e “montagem” das estruturas, que variam conforme superestrutura da OAE, se “reta” ou em “arco”.

  • TCE/RJ PROCESSO N.º 109.103-5/14

    RUBRICA FLS: 2511

    O que foi resumido como “pré-montagem” consiste na Fabricação das estruturas a partir do aço recebido, Pré-montagem e Transporte das peças para o local onde posteriormente serão Montadas; ou seja, o produto final da “pré-montagem” são as peças postas na obra para Montagem.

    Assim, percebe-se que a diferença fundamental entre os processos de “pré-montagem”, e os respectivos preços unitários, está na diferença entre as características das peças necessárias para a montagem das duas tipologias de obras.

    Diante da similaridade dos tabuleiros das OAEs “retas” e em “arco”, e das suas peças constituintes, resta evidenciado que a razão dos preços distintos reside na diferença de fabricação, pré-montagem e transporte das peças dos segmentos em Arco.

    Quanto à etapa de Montagem das estruturas, a metodologia executiva presente no projeto licitado das OAEs “Retas” a apresenta da seguinte forma:

    “A montagem poderá ensejar 2 vertentes:

    Através da pré-montagem em canteiro, e a montagem mediante o lançamento e posicionamento utilizando-se guindastes de grande porte para sua colocação.

    Uma outra opção, dependendo da execução antecipada dos aterros, é a montagem através do empurramento da estrutura, que pelo porte da obra, pode-se lançar mão de apoios provisórios para fazer o deslizamento por sobre os mesmos, diminuindo com isto os trechos em balanço provisório que são criados.”

    A montagem das OAEs em “Arco”, por sua vez, é assim apresentada:

    “Sobre os aterros dos acessos, execução do tabuleiro e respectiva montagem por “empurramento”.

    Execução e montagem dos arcos metálicos através de equipamentos apoiados sobre o tabuleiro.”

    Ou seja, evidencia-se em projeto, com descrição conceitual de simples compreensão, que a principal diferença entre os processos de montagem reside no acréscimo de uma fase nas OAEs em “Arco” - a do segmento superior ao tabuleiro, em Arco -, podendo a montagem dos tabuleiros em ambos os casos ser realizada de igual forma, por empurramento.

    Cabe lembrar que a montagem dos tabuleiros por empurramento (ou lançamento longitudinal) - que no caso das OAEs “retas” consiste na montagem da própria OAE – é premissa da licitação, constando como critério de habilitação dos licitantes.

    Há, portanto, um serviço relevante de montagem a ser executado na concepção em “Arco” que inexiste na “Reta”, e que deve ser remunerado ao contratado, justificando a diferença nos valores.

    Como todo o peso dos elementos estruturais incluídos via termo aditivo diz respeito aos tabuleiros das OAEs, e todos os vãos incluídos são retos (similares aos das OAEs retas 3.28 e 3.29), não se vislumbra outra conclusão possível senão remunerar o contratado com o valor adequado e justo à execução dos serviços; no caso, o valor relativo à montagem das OAEs “retas”.

  • TCE/RJ PROCESSO N.º 109.103-5/14

    RUBRICA FLS: 2512

    Por fim, se ainda possam restar dúvidas quanto à indevida inclusão do peso “Reto” com preço relativo a “Arco”, as seguintes imagens tratam de caracterizar a desproporcionalidade do 1º termo aditivo:

    Imagem 1: OAE 2.06 – Vão central em “Arco” e vãos “Retos” adjacentes incluídos via 1º termo aditivo, todos com preços unitários relativos à concepção “Arco”:

    Imagem 2: Detalhe do vão “reto” inserido via 1º termo aditivo na OAE 2.06 (imagem 1):

  • TCE/RJ PROCESSO N.º 109.103-5/14

    RUBRICA FLS: 2513

    Imagem 3: Detalhe da OAE 3.29 “Reta”, similar ao vão “reto” da OAE 2.06 (imagem

    2):

    Quanto ao trecho do relatório de auditoria lembrado por todos os recorrentes que justificaria a conduta adotada no 1º termo aditivo – ou que traria contradição ao relatório –, a saber:

    “Ressaltamos que a utilização de preços unitários diferentes para trechos em Arco e Retos é correta quando há execução de serviços que demandam procedimentos e recursos diferentes, mesmo que existam vigas e elementos retos incluídos no escopo dos serviços de fabricação e montagem dos Arcos, razão pela qual a contratação inicial é razoável. Os elementos retos incluídos via Termo Aditivo nº 01, entretanto, são perfeitamente identificáveis, e não se confundem as dificuldades e custos inerentes à execução dos Arcos.”

    Entende-se que houve má compreensão do raciocínio apresentado no relatório de auditoria. O trecho do relatório destacado pelos responsáveis está correto e não deve conduzir a conclusões contraditórias.

    Houve opção dos orçamentistas, no momento da licitação, em fragmentar o orçamento no nível de detalhe já citado: valores unitários distintos para pré-montagem e montagem, conforme concepção estrutural. Assim, a OAE em “arco” possui, por exemplo, apenas um valor unitário para montagem, que considera a média dos custos dos serviços executados no tabuleiro e no arco. Tendo sido essa a opção do orçamentista (que poderia ter detalhado mais o orçamento), a licitação foi realizada, e os licitantes ofertaram suas propostas em ambiente competitivo. Até esse momento não se verifica irregularidade. Esse é o sentido do trecho do relatório destacado.

    Ocorre que, no momento da formalização do 1º termo aditivo, é criada situação distinta: São acrescidos elementos (vigas retas simples) nos tabuleiros de todas as OAEs, e inseridos vãos inteiros “retos”. Ou seja, não há, no peso de estrutura inserido, as mesmas características que embasaram os preços em “Arco” iniciais (tabuleiro + arco). Pelo contrário, os serviços de pré-montagem e montagem relativos aos novos elementos são completamente compatíveis com os da tipologia “Reta”, das OAEs 3.28 e 3.29.

    Finalmente, não merece prosperar a alegação de que os cálculos de estabilidade são realizados por softwares que não permitem a individualização dos elementos de uma mesma OAE. Os projetos fundamentais das OAEs do contrato em questão fazem parte do projeto executivo utilizado na licitação. Ou seja, nos termos do inc. X do art. 6º da LF 8.666/93, o

  • TCE/RJ PROCESSO N.º 109.103-5/14

    RUBRICA FLS: 2514

    conjunto dos elementos necessários e suficientes à execução completa da obra não está sendo remunerado nos itens de pré-montagem e montagem das estruturas.

    Assim, mantem-se o entendimento do relatório de auditoria, com rejeição das alegações que tratam do acréscimo indevido de estrutura em “Arco” no contrato, ficando caracterizada a desproporcionalidade entre os encargos do contratado e a respectiva remuneração.

    Ante o exposto, será sugerida na proposta de encaminhamento a rejeição das alegações apresentadas para os itens I.2, VI e VII, no que diz respeito à situação 5, bem como a CITAÇÃO dos Srs. Fernando Ferreira Terra e João Carlos Alves Carvalhosa (fiscais do contrato de execução e responsáveis pelas atestações das medições de serviços e pela aprovação do aditivo), José Luis Boabaid Dolabella (Superintendente da SEOBRAS e corresponsável pela aprovação indevida do aditivo), e Hudson Braga (Secretário da SEOBRAS e corresponsável pela contratação indevida de aditivo), e das empresas Consórcio Arco Metálico do Rio (executora da obra e beneficiária dos pagamentos indevidos) e Concremat Engenharia e Tecnologia S.A. (supervisora e corresponsável pela aprovação técnica de aditivo com sobrepreço); para que recolham ao erário estadual, solidariamente, o valor de R$ 5.376.138,07, convertido em 1.813.976,44 UFIRs-RJ, conforme Anexos 2, 3 e 4 da presente instrução.

    Situação 6 (Quant. Tubulões) – Alegações:

    Apresentaram alegações os seguintes responsáveis:

    Responsável 1: Fernando Ferreira Terra (Doc. 29.889-4/15, às fls. 2295/2297).

    Responsável 2: João Carlos Alves Carvalhosa (Doc. 29.934-5/15, às fls. 2309/2311).

    Responsável 3: Consórcio Arco Metálico do Rio (Doc. 29.731-1/15, às fls. 2260/2265).

    Responsável 4: Concremat Engenharia e Tecnologia S.A. ((Doc. 4.259-6/16, às fls. 2405/2409).

    Os responsáveis alegam, em resumo:

    Que o teor do P.I. 40 não seria a validação do projeto executivo como as built;

    Que nos P.I.s 40 e 53 o construtor teria submetido à aprovação do projetista a execução dos tubulões, fornecendo como anexo as seções finais executadas e ilustradas com os perfis geológicos.

    Que teria havido erro na interpretação do projeto “PC-7334-50909 – Relatório de cálculo de fundações 1.20 e 1.21” pelos auditores do TCE-RJ;

    Que apenas após a execução das fundações seria possível aferir a quantidade executada e confrontá-la com o projeto, sendo as pequenas variações corriqueiras e toleráveis, o que teria sido previsto no projeto anteriormente referenciado;

    Que a variação verificada de 3,8% a maior, do projeto executivo em relação ao as built, estaria inserida na margem admissível de 5%, prevista, por exemplo, pelo autor André Pachioni Baeta;

    Que a execução dos tubulões teria sido acompanhada in loco por profissionais qualificados - conforme constante no termo de ajuste e parecer técnico assinado com a Transpetro -, que teriam determinado as cotas de alargamento e de base e teriam elaborado perfis geológicos, definindo as respectivas classificações e categorizações das camadas encontradas nas escavações.

    Situação 6 (Quant. Tubulões) – Análise:

    A situação 6 trata de fundações em tubulão que foram contratadas até o 1º termo aditivo em quantidades incompatíveis com os perfis de sondagem do solo disponíveis.

  • TCE/RJ PROCESSO N.º 109.103-5/14

    RUBRICA FLS: 2515

    Considerando a posterior celebração de uma 2ª alteração da planilha orçamentária, e a conclusão das obras, tendo sido concluídas as medições de serviços, faz-se adequado que a análise passe a ser realizada sobre as quantidades de tubulões executadas e pagas.

    Segue cronologia dos fatos relacionados, para adequada contextualização e uso dos documentos produzidos:

    2009: Execução das sondagens utilizadas no Projeto Executivo da licitação;

    03/2013: Execução de novas sondagens do terreno;

    17/09/13: Elaboração do documento “Relatório de cálculo de fundações 1.20 e 1.21”;

    01/07/13 até 16/10/13: Execução dos tubulões, incluindo as escavações e concretagens, conforme indicam os diários de obra;

    28/10/13: O consórcio construtor envia Pedido de Informação nº 40A ao projetista, solicitando de acordo para as built referente aos tubulões intermediários da OAE 1.20 e tubulões do encontro 2 da OAE 1.21;

    19/11/13: O consórcio construtor envia Pedido de Informação nº 53 ao projetista, solicitando de acordo para as built referente aos tubulões do encontro 1.20 e tubulões do encontro 1 e intermediários do viaduto 1.21;

    12/02/14: Resposta do projetista ao PI 53, informando que as profundidades executadas estão de acordo com os critérios definidos em projeto (E1 da OAE 1.20 com 18,50m de profundidade executada, E1 da OAE 1.21 com 17,50m de profundidade executada, e Apoio interm. da OAE 1.21 com 16,50m de profundidade executada);

    30/05/14: Resposta do projetista ao PI 40A aprovando as profundidades executadas dos tubulões T3A e T3B (Encontro E2 da OAE 1.21), e T2A e T2B (Apoio interm. da OAE 1.20);

    13/06/14: Envio de projetos revisados das OAES 1.20 e 1.21, da Projetista para o DER (Carta 2014-2337);

    26/06/14: Solicitação de pagamento relativo à 16ª medição, que inclui os serviços de tubulão executados em 2013.

    29/12/14: Solicitação de pagamento relativo à 24ª medição, com complementação da medição dos serviços de tubulões.

    É correto o argumento de que a execução de obras em terra admite pequenas variações ante o planejado; assim, passa-se a comparar os dados existentes, verificando eventuais inconsistências nos comprimentos atestados em cada tubulão (totais e por camada): Profundidades executadas aprovadas pelo projetista, quantidades medidas, e sondagens.

    Da análise dos projetos – supostamente revisados - enviados da projetista para o DER em 13/06/14, constatou-se que não estão atualizados em relação aos tubulões que foram executados, pois não consideram as últimas sondagens, realizadas em 2013 e que constam na medição de serviços nº 16.

    Quanto aos demais documentos (sondagens, medições e as builts), podem ser consideradas comprovadas as quantidades medidas, conforme análise amostral realizada sobre os dados relativos aos tubulões T1A e T1B, da OAE 1.20, e T1A, T1B, T3A e T3B, da OAE 1.21, resumidas a seguir:

  • TCE/RJ PROCESSO N.º 109.103-5/14

    RUBRICA FLS: 2516

    OAE Tubulão Quant.

    Fuste (m) Esc. p/ alarg. base (m³)

    1ª Cat. 2ª

    Cat.

    Cat 1ª Cat. 2ª Cat. 3ª Cat.

    1.20 T1A e

    T1B

    Sondagens

    2009: SM-

    703N (T1A)

    11,07m 2,33m

    13,40m

    2009: SM-

    704N (T1B)

    9,90m 3,60m

    13,50m

    2013: SM-01

    15,57m 7,09m

    22,66m

    Quantidades medidas

    13,84m 2,17m 0,00m 0,00m³ 7,57m³

    h=1,33

    r=1

    R=1,665

    13,37m³

    h=0,67

    r=1,665

    R=2,00

    +

    h=0,50

    r=2,00

    16,01m 20,94m³

    As built aprovado (P.I. 53) 16,00m

    20,94m³

    (Dbase=4,0m e H=2,5m)

    Análise

    Quantidades 13,84m 2,17m 0,00m 0,00m³ 7,57m³ 13,37m³

    Observações As sondagens realizadas autorizam a validação dos

    comprimentos de fuste e volumes de base medidos.

    1.21 T1A e

    T1B

    Sondagens

    2009: SM-

    711N (T1A) 11,60m

    2009: SM-

    712 (T1B) 14,30m 3,60m

    2013: SM-04 17,12m 0,73m

    Quantidades medidas

    15,00m 0,00m 0,00m 14,66m³

    h=2,00

    r=1,00

    6,28m³

    h=0,50

    r=2,00

    0,00m³

  • TCE/RJ PROCESSO N.º 109.103-5/14

    RUBRICA FLS: 2517

    OAE Tubulão Quant.

    Fuste (m) Esc. p/ alarg. base (m³)

    1ª Cat. 2ª

    Cat.

    Cat 1ª Cat. 2ª Cat. 3ª Cat.

    R=2,00

    15,00m 20,94m³

    As built aprovado (P.I. 53)

    15,00m 20,94m³

    (Dbase=4,0m e H=2,5m)

    Análise

    Quantidades 15,00m 0,00m 0,00m 14,66m³ 6,28m³ 0,00m³

    Observações As sondagens realizadas autorizam a validação dos

    comprimentos de fuste e volumes de base medidos.

    T3A e

    T3B

    Sondagens

    2009: SM-

    715N (T3A) 14,57m 5,53m

    2009: SM-

    716N (T3B) 14,95m 6,00m

    2013: SM-06 16,15m 5,35m

    Quantidades medidas

    16,45m 0,35m 0,00m 0,00m³ 14,66m³

    h=2,00

    r=1,00

    R=2,00

    6,28m³

    h=0,50

    r=2,00

    16,80m 20,94m³

    Análise

    Quantidades 16,45m 0,35m 0,00m

    Observações

    As sondagens realizadas autorizam a validação dos

    comprimentos de fuste e volumes de base medidos, apesar

    da pequena diferença na profundidade do material de 3ª

    categoria.

    Ante o exposto, será sugerida na proposta de encaminhamento o acolhimento das alegações apresentadas para os itens I.2, VI e VII, no que diz respeito à situação 6, e que sejam estendidos os efeitos aos Srs. José Luis Boabaid Dolabella e Hudson Braga, em função dos itens III.1 e IV.1, que tratam da mesma situação encontrada.

    Situação 7 (Sobrepreço global) – Alegações:

    Apresentaram alegações os seguintes responsáveis:

    Responsável 1: Fernando Ferreira Terra (Doc. 29.889-4/15, à fl. 2298).

    Responsável 2: João Carlos Alves Carvalhosa (Doc. 29.934-5/15, à fl. 2312).

    Responsável 3: Marcos Balaguer (Doc. 581-9/16, às fls. 2348/2349).

    Responsável 4: Fontinele Guimarães Fajardo (Doc. 669-7/16, às fls. 2370/2371).

  • TCE/RJ PROCESSO N.º 109.103-5/14

    RUBRICA FLS: 2518

    Responsável 5: Consórcio Arco Metálico do Rio (Doc. 29.731-1/15, às fls. 2266/2273).

    Responsável 6: Concremat Engenharia e Tecnologia S.A. (Doc. 4.259-6/16, às fls. 2409/2411).

    Foram apresentadas razões de justificativa em função dos seguintes sobrepreços unitários apontados em relatório, que contribuíram para a constatação de obra com preço global superior ao paradigma de mercado:

    Aço (Fornecimento): Trata-se da não previsão de BDI diferenciado para mero fornecimento de aço. Os responsáveis alegam, em resumo, que a adoção de BDI diferenciado neste momento:

    o Afrontaria entendimento do TCE exarado quando da análise do edital (Processo 101.365-5/12);

    o Provocaria quebra da equação econômico-financeira do contrato; e o Não seria adequada, pois não teriam se materializado as condicionantes

    previstas no Acórdão TCU 2622/13.

    BDI indevido nos itens novos: Os responsáveis alegam, em resumo:

    o Que o Acórdão TCU 2622/13, além do autor Aldo Dórea Mattos, estabelecem que cada caso concreto deve ser analisado;

    o Que o BDI utilizado estaria correto, e o sugerido pelos auditores do TCE não prevê Administração Local;

    o Que não teria ocorrido medição dos itens novos relativos a indenização de jazidas e escoramento de vala/cava; e

    o Srs. Marcos Balaguer e Fontinele Guimarães Fajardo: Que os itens mencionados teriam sido incluídos somente na fase de execução da obra; assim, estariam fora da responsabilidade dos fiscais do contrato do projeto executivo.

    Finalmente, os Srs. Fernando Ferreira Terra e João Carlos Alves Carvalhosa alegam que teriam sido designados para a comissão de fiscalização após o término do processo licitatório, portanto, não teriam participado das decisões relacionadas às irregularidades apontadas.

    Situação 7 (Sobrepreço global) – Análise:

    Inicialmente, a análise do sobrepreço unitário decorrente da não adoção de BDI diferenciado no fornecimento de aço.

    Não merece prosperar a alegada afronta à decisão prévia do TCE, que aprovou o edital de licitação da obra.

    A questão foi abordada na análise das alegações preliminares, sendo dispensáveis novos comentários.

    Quanto à quebra do equilíbrio econômico-financeiro do contrato, não há que se falar em manutenção de acordo lesivo ao erário público. O equilíbrio contratado deve, de fato, ser mantido, desde que não existam vícios prévios em sua celebração que tenham gerado uma contratação por preço injustificadamente superior ao paradigma de mercado.

    Nesse sentido, e em consonância com a doutrina majoritária existente sobre o tema, foi adotada na auditoria em tela metodologia de cálculo de sobrepreço que considera o valor total a ser pago no contrato. Assim, verifica-se, em última análise, se o preço global do

  • TCE/RJ PROCESSO N.º 109.103-5/14

    RUBRICA FLS: 2519

    empreendimento é compatível com o preço de mercado, independentemente de eventuais sobrepreços unitários.

    Ou seja, não merece prosperar a alegação de quebra de equilíbrio econômico-financeiro.

    A última alegação sobre o BDI diferenciado trata de eventual não atendimento aos requisitos do Acórdão TCU 2622/13, que disciplina esse tema no âmbito da União. Os recorrentes afirmam que o BDI diferenciado seria aplicado apenas a materiais e equipamentos que escapem à atuação precípua da empresa de construção contratada para a execução das obras.

    Não merecem prosperar os argumentos dos recorrentes. A leitura do Acórdão TCU 2622/13 permite obter com clareza entendimento diverso do requerido.

    Transcreve-se, a seguir, o parágrafo destacado pelos recorrentes e o elucidativo parágrafo que o sucede:

    “A adoção de uma taxa de BDI reduzida somente se justifica no caso de fornecimento de materiais e equipamentos que possam ser contratados diretamente do fabricante ou de fornecedor com especialidade própria e diversa da contratada principal e que constitua mera intermediação entre a construtora e o fabricante, tendo em vista que essa não é a atividade-fim da empresa ser contratada para a execução da obra, conforme entendimento contido no voto que embasou o Acórdão 1.785/2009-TCU-Plenário: "(...) a redução do BDI ocorre quando a intermediação para fornecimento de equipamentos é atividade residual da construtora.

    Além disso, o BDI diferenciado aos demais materiais e equipamentos adquiridos pela construtora usualmente processados, transformados ou consumidos na obra para a execução de serviços comuns, como são os insumos que compõem a produção de concretos aplicados na obra e os equipamentos básicos e materiais secundários e auxiliares, tais como: bombas, telhas, parafusos, graxa, lubrificantes etc. Nesses casos, justifica-se a adoção da taxa de BDI normal, isto é, aquela adotada para os serviços de engenharia previstos nos orçamentos de obras públicas.”

    Percebe-se que a questão alegada pelos responsáveis é afastada no segundo parágrafo transcrito: a adoção do BDI normal é cabível para materiais e equipamentos usualmente processados, transformados ou consumidos na obra para a execução de serviços comuns. O exemplo citado é esclarecedor: insumos que compõem a produção de concretos.

    No extremo oposto está o aço fornecido na presente obra para a construção de 10 obras de arte, condição que mais se assemelha à aquisição de material betuminoso utilizado na pavimentação de rodovias, ou de tubos utilizados em obras de abastecimento de água, situações explicitadas no mesmo Acórdão como casos de adoção obrigatória de BDI diferenciado.

    Passa-se à análise dos argumentos que tratam do sobrepreço decorrente do BDI dos itens novos.

    Não merecem prosperar os argumentos apresentados.

    Houve má compreensão do valor referência utilizado pelo TCE como paradigma de mercado, assim cabe transcrever trecho do relatório de auditoria, que foi refletido no cálculo dos sobrepreços:

    https://contas.tcu.gov.br/juris/SvlHighLight?key=41434f5244414f2d434f4d504c45544f2d3532323833&bases=ACORDAO-COMPLETO&termoFq=&texto=41434f5244414f2d434f4d504c45544f2d3532323833&sort=DTRELEVANCIA&ordem:DESC&highlight=41434f5244414f2d434f4d504c45544f2d3532323833&posicaoDocumento=0&numDocumento=1&totalDocumentos=1

  • TCE/RJ PROCESSO N.º 109.103-5/14

    RUBRICA FLS: 2520

    “Utilizamos para o cálculo do sobrepreço o próprio BDI utilizado na licitação, de 27,84%, por ser um valor amplamente utilizado em obras públicas, e que vigeu entre 01/10/2009 e 31/04/2012 (Portarias DNIT nº 1186/2009 e 545/2012), período em que foi utilizado para a licitação de todas as obras de construção de rodovias com recursos federais no país. A partir de 01/05/2012, pouco depois da data-base contratual, o BDI padrão do DNIT foi reduzido para 26,70%.”

    Ainda sobre as alegações, destaca-se que o BDI paradigma utilizado, de 27,84%, já considera um valor relativo a Administração Local, não cabendo qualquer adição de valor nesse sentido.

    Ante o exposto, será sugerida na proposta de encaminhamento a rejeição das alegações apresentadas para os itens I.3, II.2, VI e VII, no que diz respeito à situação 7, bem como a CITAÇÃO dos Srs. Fernando Ferreira Terra e João Carlos Alves Carvalhosa (fiscais do contrato de execução e responsáveis por aprovar tecnicamente termo aditivo com sobrepreço), Marcos Balaguer e Fontinele Guimarães Fajardo (fiscais do contrato do projeto executivo e responsáveis pela aprovação de orçamento com sobrepreço), José Luis Boabaid Dolabella (Superintendente da SEOBRAS e corresponsável pela aprovação indevida do aditivo), e Hudson Braga (Secretário da SEOBRAS e responsável pela contratação indevida do aditivo), e das empresas Consórcio Arco Metálico do Rio (executora da obra e beneficiária dos pagamentos indevidos), Concremat Engenharia e Tecnologia S.A. (corresponsável pela aprovação de aditivo com sobrepreço), e Consórcio Concremat – Tecnosolo (responsável pela elaboração do orçamento licitado com sobrepreço), para que recolham ao erário estadual, solidariamente (na medida de suas responsabilidades), o valor de R$ 1.864.712,11, convertido em 687.603,57 UFIRs-RJ, conforme Anexos 8, 9 e 10 da presente instrução.