29
TRIBUNAL DE CONTAS DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO ISO 9001 Cód - 042 (Versão 02) ATA DA 2.825ª SESSÃO (ORDINÁRIA) Aos dezenove dias do mês de agosto de 2015, às 9h50, no Plenário Conselheiro Paulo Planet Buarque, realizou-se a 2.825ª sessão (ordinária) do Tribunal de Contas do Município de São Paulo, sob a presidência do Edson Simões, Vice-Presidente no exercício da Presidência, presentes os Conselheiros Domingos Dissei, Corregedor, Maurício Faria e João Antonio, o Secretário Geral Rodrigo Pupim Anthero de Oliveira, a Subsecretária Geral Roseli de Morais Chaves, o Procurador Chefe da Fazenda Guilherme Bueno de Camargo e o Procurador Joel Tessitore. Ausente o Conselheiro Presidente Roberto Braguim, em representação da Corte. A Presidência: "Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos." Dispensada a leitura e entregues cópias, previamente, aos Conselheiros, foi posta em discussão a ata da Sessão Extraordinária 2.824ª, a qual foi aprovada, assinada e encaminhada à publicação. Preliminarmente, a Corte registrou as seguintes presenças em Plenário: Senhora Márcia Cristina O. Luquet, Senhor Pedro Henrique Bianchi, Serviço Funerário do Município de São Paulo; Senhora Patrícia Sales, Empresa de Tecnologia da Informação e Comunicação do Município de São Paulo Prodam-SP S.A.; Senhora Ana Carolina Pera, Escritório Edgard Leite Advogados; Gabriela Lima, Escritório Porto Lauand. Prosseguindo, o Conselheiro Vice-Presidente Edson Simões, no exercício da Presidência, registrou a movimentação de processos do Gabinete do Conselheiro Corregedor Domingos Dissei, no mês de julho de 2015, indicando a entrada de 455 e a saída de 448 processos, entre os quais estão incluídos 146 julgamentos. A Secretaria Geral providenciará a sua publicação, na íntegra, em apartado. Solicitando a palavra, o Conselheiro João Antonio assim se pronunciou: Trago para informação de todos os Conselheiros desta Casa e da própria Casa um informe importante da Escola de Contas. Atualmente, nós estamos com dezesseis cursos de curta duração em andamento. Tratam-se dos cursos de Língua Portuguesa Revisão Gramatical, Introdução à Estatística, Estudo de Custo e Despesas Enfoque em Serviços de Engenharia e Outras Modalidades, Regime Diferenciado de Contratação Pública RDC, Direito Administrativo I, Os Conselhos de Direito e a Função Pública, Licitação Formação de Pregoeiro, Atendimento ao Público, Introdução ao Direito Tributário, Matemática Financeira, Desafios para o Controle Social na Cidade de São Paulo, Direito Constitucional I, Convênios na Administração Pública, Comando GCM Turma VI, Crimes Contra a Lei de Licitações Aspectos Penais na Administração Pública. Nós já concluímos 31 cursos de curta duração, somando 1.215 alunos formados, todos eles já concluídos este ano, com 19 palestras e seminários, com dois mil participantes. Aproveito para informar que no dia 3 de setembro haverá a Aula Magna do curso de pós-graduação “latu sensu”, aprovado em tempo recorde pelo Conselho Estadual de Educação, cujo tema concentrado é Gestão de Controle Externo nas Contas Públicas. Além disso, quero registrar que nos últimos dois dias, de uma forma inovadora, nós estivemos aqui no seminário de comemoração de nove anos da Lei Maria da Penha, com as seguintes palestrantes: a Ministra de Estado Eleonora Menicucci; a Presidenta do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo Cristiana Moraes; a Delegada Rose, Coordenadora do Pacto de Enfrentamento da Violência Contra a Mulher no Estado de São Paulo, do Governo de Estado; Denise Motta Dau, Secretária Municipal de Políticas para Mulheres; Juliana Cardoso, Comissão de Mulheres da Câmara Municipal de São Paulo; Dulce Xavier, Secretária Adjunta de Políticas para Mulheres da Cidade de São Paulo; Dra. e Desembargadora Angélica Maria Almeida, do Tribunal de Justiça de São Paulo; Amelinha Teles, advogada e criadora do programa Promotoras Legais e Populares; Ana Paula, defensora pública; Gislaine Caresia, da Comissão de Mulheres da OAB/SP e do Brasil; Maria Gabriela Mansur, promotora de justiça, responsável pelo grupo que atua na questão da violência contra a mulher; Sueli, da Casa Abrigo São Paulo; Antonia Conceição, professora da Escola de Contas; Eva Blay, ex-senadora da República e conhecida mulher que elabora diversas

TRIBUNAL DE CONTAS DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO ISO … · Plenário: Senhora Márcia Cristina O. Luquet, Senhor Pedro Henrique Bianchi, Serviço Funerário ... entendimento da Coordenadoria

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: TRIBUNAL DE CONTAS DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO ISO … · Plenário: Senhora Márcia Cristina O. Luquet, Senhor Pedro Henrique Bianchi, Serviço Funerário ... entendimento da Coordenadoria

TRIBUNAL DE CONTAS DO

MUNICÍPIO DE SÃO PAULO

ISO 9001

Cód - 042 (Versão 02)

ATA DA 2.825ª SESSÃO (ORDINÁRIA)

Aos dezenove dias do mês de agosto de 2015, às 9h50, no Plenário Conselheiro Paulo Planet

Buarque, realizou-se a 2.825ª sessão (ordinária) do Tribunal de Contas do Município de São

Paulo, sob a presidência do Edson Simões, Vice-Presidente no exercício da Presidência,

presentes os Conselheiros Domingos Dissei, Corregedor, Maurício Faria e João Antonio, o

Secretário Geral Rodrigo Pupim Anthero de Oliveira, a Subsecretária Geral Roseli de Morais

Chaves, o Procurador Chefe da Fazenda Guilherme Bueno de Camargo e o Procurador Joel

Tessitore. Ausente o Conselheiro Presidente Roberto Braguim, em representação da Corte. A

Presidência: "Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos

os nossos trabalhos." Dispensada a leitura e entregues cópias, previamente, aos Conselheiros, foi

posta em discussão a ata da Sessão Extraordinária 2.824ª, a qual foi aprovada, assinada e

encaminhada à publicação. Preliminarmente, a Corte registrou as seguintes presenças em

Plenário: Senhora Márcia Cristina O. Luquet, Senhor Pedro Henrique Bianchi, Serviço Funerário

do Município de São Paulo; Senhora Patrícia Sales, Empresa de Tecnologia da Informação e

Comunicação do Município de São Paulo – Prodam-SP S.A.; Senhora Ana Carolina Pera,

Escritório Edgard Leite Advogados; Gabriela Lima, Escritório Porto Lauand. Prosseguindo, o

Conselheiro Vice-Presidente Edson Simões, no exercício da Presidência, registrou a

movimentação de processos do Gabinete do Conselheiro Corregedor Domingos Dissei, no mês

de julho de 2015, indicando a entrada de 455 e a saída de 448 processos, entre os quais estão

incluídos 146 julgamentos. A Secretaria Geral providenciará a sua publicação, na íntegra, em

apartado. Solicitando a palavra, o Conselheiro João Antonio assim se pronunciou: “Trago

para informação de todos os Conselheiros desta Casa e da própria Casa um informe importante

da Escola de Contas. Atualmente, nós estamos com dezesseis cursos de curta duração em

andamento. Tratam-se dos cursos de Língua Portuguesa – Revisão Gramatical, Introdução à

Estatística, Estudo de Custo e Despesas – Enfoque em Serviços de Engenharia e Outras

Modalidades, Regime Diferenciado de Contratação Pública – RDC, Direito Administrativo I, Os

Conselhos de Direito e a Função Pública, Licitação – Formação de Pregoeiro, Atendimento ao

Público, Introdução ao Direito Tributário, Matemática Financeira, Desafios para o Controle

Social na Cidade de São Paulo, Direito Constitucional I, Convênios na Administração Pública,

Comando GCM – Turma VI, Crimes Contra a Lei de Licitações – Aspectos Penais na

Administração Pública. Nós já concluímos 31 cursos de curta duração, somando 1.215 alunos

formados, todos eles já concluídos este ano, com 19 palestras e seminários, com dois mil

participantes. Aproveito para informar que no dia 3 de setembro haverá a Aula Magna do curso

de pós-graduação “latu sensu”, aprovado em tempo recorde pelo Conselho Estadual de

Educação, cujo tema concentrado é Gestão de Controle Externo nas Contas Públicas. Além

disso, quero registrar que nos últimos dois dias, de uma forma inovadora, nós estivemos aqui no

seminário de comemoração de nove anos da Lei Maria da Penha, com as seguintes palestrantes: a

Ministra de Estado Eleonora Menicucci; a Presidenta do Tribunal de Contas do Estado de São

Paulo Cristiana Moraes; a Delegada Rose, Coordenadora do Pacto de Enfrentamento da

Violência Contra a Mulher no Estado de São Paulo, do Governo de Estado; Denise Motta Dau,

Secretária Municipal de Políticas para Mulheres; Juliana Cardoso, Comissão de Mulheres da

Câmara Municipal de São Paulo; Dulce Xavier, Secretária Adjunta de Políticas para Mulheres da

Cidade de São Paulo; Dra. e Desembargadora Angélica Maria Almeida, do Tribunal de Justiça de

São Paulo; Amelinha Teles, advogada e criadora do programa Promotoras Legais e Populares;

Ana Paula, defensora pública; Gislaine Caresia, da Comissão de Mulheres da OAB/SP e do

Brasil; Maria Gabriela Mansur, promotora de justiça, responsável pelo grupo que atua na questão

da violência contra a mulher; Sueli, da Casa Abrigo São Paulo; Antonia Conceição, professora da

Escola de Contas; Eva Blay, ex-senadora da República e conhecida mulher que elabora diversas

Page 2: TRIBUNAL DE CONTAS DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO ISO … · Plenário: Senhora Márcia Cristina O. Luquet, Senhor Pedro Henrique Bianchi, Serviço Funerário ... entendimento da Coordenadoria

TRIBUNAL DE CONTAS DO

MUNICÍPIO DE SÃO PAULO

ISO 9001

Cód - 042 (Versão 02)

2

políticas na área de atuação do feminismo; Luiza Eluf, ex-promotora e advogada; e Elaine dos

Reis Rubio, nossa funcionária do TCM, Subsecretaria de Administração. Quero aqui agradecer a

contribuição de todos os funcionários desta casa, a integração de todo o Colegiado, que tem

reforçado as atividades da Escola de Contas e, ao mesmo tempo, parabenizar os funcionários

envolvidos em todas as atividades, que têm sido da mais alta importância, o corpo de

funcionários da Escola de Contas, que tem sido determinante para o bom desempenho da escola,

o corpo diretivo da Escola de Contas, na escola do Dr. Moacir, que é coordenador pedagógico e

do Chefe de Gabinete, Carlos Eli: quero parabenizar e estender a gratidão que tenho pelo

empenho de todos da Escola de Contas. Quero dizer que este é o caminho que estamos traçando

para a Escola de Contas e agradeço demais a contribuição de todo o Colegiado desta Casa, que só

tem fortalecido essa direção da Escola de Contas nos últimos tempos. Eu pretendo, nestes dois

anos à frente da Escola de Contas, tentar entregar um balanço positivo ao final da minha gestão.

Muito obrigado.” A seguir, o Conselheiro Vice-Presidente Edson Simões, no exercício da

Presidência assim se manifestou: Parabéns, Conselheiro João Antonio. Principalmente essa

programação de técnica que foi colocada logo no início é excepcional. Passo a Presidência ao

Conselheiro Maurício Faria para que este Conselheiro Relator possa submeter as determinações

ao referendo do Plenário.” Concedida a palavra, o Conselheiro Edson Simões – Relator deu

conhecimento ao Egrégio Plenário da matéria constante do seguinte despacho: "Submeto à

elevada apreciação deste Egrégio Plenário, para fins de cumprimento do artigo 31, parágrafo

único, inciso XVI, e do artigo 101, § 1º, alínea “d”, do Regimento Interno deste Tribunal, o

Despacho exarado no dia 12 de agosto de 2015, nos autos do expediente que cuida de

representação interposta por SSB Produções e Eventos (Giuliano Samarco Santos EPP) em face

do Edital do Chamamento Público s/nº realizado pela Secretaria Municipal de Transportes para

“instalação e manutenção de 300 estações de autoatendimento para retirada de bicicletas de uso

compartilhado.” Tendo em vista que a referida representação deu entrada neste Tribunal de

Contas no dia 12 de agosto de 2015, as 17h25 (dezessete horas e vinte e cinco minutos), estando

marcada a sessão de abertura dos envelopes para o dia seguinte, 13 de agosto de 2015, as 8 horas

(oito horas da manhã), não havendo, portanto, tempo hábil para análise por parte dos Órgãos

Técnicos deste Tribunal e, considerando, também, que o Chamamento Público 1/2015 (de objeto

muito similar), também da Secretaria Municipal de Transportes, encontra-se suspenso por

determinação desta Corte, desde 12 de junho do corrente ano, em razão de irregularidades

apontadas pela Coordenadoria V (processos TCs 2.608/15-00 e 2.575/15-44), foi

DETERMINADA a SUSPENSÃO ad cautelam do certame, visando resguardar o erário e o

interesse público de eventual prejuízo irreversível. Foi concedido prazo de 15 dias para

manifestação da Secretaria Municipal de Transportes e determinada a análise integral do edital

pela Coordenadoria V, em autos próprios. Destarte, cumprindo o disposto nos artigos citados

inicialmente, submeto a referendo do Plenário o ato que determinou a suspensão do certame

acima descrito." Afinal, o Egrégio Plenário, à unanimidade, referendou a medida determinada

pelo Conselheiro Edson Simões – Relator." (Certidão – TCs 2.608.15-00 e 2.575.15-44)

Continuando, o Conselheiro Edson Simões – Relator deu conhecimento ao Egrégio Plenário da

matéria constante do seguinte despacho: "Trago ao referendo do Pleno proposta de retomada do

Pregão 01/2015 realizado pela Companhia de Engenharia de Tráfego, tendo por objeto a prestação

de serviço de desativação do Sistema de armazenamento e abastecimento, análise de passivo

ambiental e demolição do posto de combustível da gerência de administração da frota. No dia 23 de

junho de 2015 foi determinada a suspensão “ad cautelam” do referido Pregão (cuja sessão de

abertura encontrava-se prevista para o dia 24 de junho de 2015), com amparo e nos termos da

manifestação da Coordenadoria V que concluiu pela procedência parcial da representação formulada

por Márcio Celso Pereira Ferraro por entender ilegal a exigência de atestado de conformidade do

Page 3: TRIBUNAL DE CONTAS DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO ISO … · Plenário: Senhora Márcia Cristina O. Luquet, Senhor Pedro Henrique Bianchi, Serviço Funerário ... entendimento da Coordenadoria

TRIBUNAL DE CONTAS DO

MUNICÍPIO DE SÃO PAULO

ISO 9001

Cód - 042 (Versão 02)

3

Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (INMETRO) como condição de

participação no certame. Depois de analisadas as justificativas apresentadas pela Companhia de

Engenharia de Tráfego, a Auditoria considerou sanada a irregularidade com as alterações/correções

efetivadas no edital. Isto posto, acompanhando o entendimento da Coordenadoria V, e, nos termos

do artigo 31, parágrafo único, inciso XVII, do Regimento Interno desta Corte, submeto a

REFERENDO do Pleno proposta de autorizar a retomada do Pregão 1/2015 da Companhia de

Engenharia de Tráfego, pois corrigida a irregularidade.” Afinal, o Egrégio Plenário, à unanimidade,

referendou a medida determinada pelo Conselheiro Edson Simões – Relator." (Certidão –

2.826.15-72) Prosseguindo, "o Conselheiro Edson Simões – Relator deu conhecimento ao

Egrégio Plenário da matéria constante do seguinte despacho: "Trago ao referendo do Pleno

proposta de retomada do Pregão 05/2015 realizado pela Empresa de Cinema e Audiovisual de

São Paulo S.A. – SPCine tendo por objeto a aquisição de sistemas integrados de projeção

cinematográfica digital com a inclusão de serviços de instalação e manutenção, e visando à

implantação de 19 salas no âmbito do Circuito SPCine de salas de cinema, no valor estimado em

R$ 11.600.000,00 (onze milhões e seiscentos mil reais). No dia 03 de junho de 2015 foi

determinada a suspensão “ad cautelam” do referido pregão (cuja sessão de abertura encontrava-se

prevista para o dia 06 de junho de 2015), com amparo e nos termos da manifestação da

Coordenadoria V que concluiu pela irregularidade do edital em razão das seguintes infringências:

1- Restritividade da exigência do subitem 1.13 do item IV – especificações técnicas do termo de

referência de que todos os equipamentos fornecidos sejam do mesmo fabricante; 2 -

Irregularidade na previsão da possibilidade de subcontratação sem o estabelecimento de limites

prevista no subitem 2.1 do edital; 3 - A exigência, contida no subitem 6.4.3 b1 do edital, de

prestação de serviço similar nos últimos 24 meses contraria o disposto no artigo 30, § 5º, da Lei

Federal 8.666/93; 4 - A exigência de instalação anterior de 25 equipamentos do subitem 6.4.3 do

edital é descabida por corresponder a um número maior do que o objeto do edital e não

corresponde à razoabilidade requerida na súmula 24 do Tribunal de Contas do Estado de São

Paulo, que estipula os quantitativos entre 50% e 60% do objeto licitado; A Auditoria também

expediu recomendações: a) A SPCine deve aprimorar a autuação do processo administrativo do

certame; b) A SPCine deve aprimorar o disposto no subitem 6.4.4.1 para indicar que não se

aplica o acréscimo nele previsto nos casos de consórcio formado, em sua totalidade, por micro e

pequenas empresas assim definidas em lei. A Coordenadoria V também concluiu pela

procedência parcial da representação formulada por LPM Teleinformática Ltda. no tocante ao

subitem 6.4.3 b1 em razão de delimitar o período em que os atestados devem ser emitidos,

contrariando o artigo 30, § 5º, da Lei Federal 8.666/93 (ressalte-se que o ponto impugnado na

representação já havia sido objeto de apontamento pela Auditoria no processo TC que examina

todo o edital). Considerando que o Pregão já se encontrava suspenso por força do processo TC

3.037/15-68, a Origem foi oficiada, a fim de que tomasse ciência das conclusões da Auditoria

alcançadas no processo TC 3.111/15 para que se manifestasse também sobre elas. Depois de

analisadas as justificativas apresentadas pela SPCine, a Auditoria considerou sanadas as

irregularidades com as alterações/correções efetivadas no edital. Isto posto, acompanhando o

entendimento da Coordenadoria V, e, nos termos do artigo 31, parágrafo único, inciso XVII, do

Regimento Interno desta Corte, submeto a REFERENDO do Pleno proposta de autorizar a

retomada do Pregão 05/2015 da Empresa de Cinema e Audiovisual de São Paulo S.A. – SPCine,

pois corrigidas as irregularidades." Afinal, o Egrégio Plenário, à unanimidade, referendou a

medida determinada pelo Conselheiro Edson Simões – Relator." (Certidão – 3.037.15-68)

Reassumindo a direção dos trabalhos, o Conselheiro Vice-Presidente Edson Simões, no exercício

da Presidência, concedeu a palavra ao Conselheiro Domingos Dissei. A seguir, o Conselheiro

Domingos Dissei – Relator deu conhecimento ao Egrégio Plenário da matéria constante do

Page 4: TRIBUNAL DE CONTAS DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO ISO … · Plenário: Senhora Márcia Cristina O. Luquet, Senhor Pedro Henrique Bianchi, Serviço Funerário ... entendimento da Coordenadoria

TRIBUNAL DE CONTAS DO

MUNICÍPIO DE SÃO PAULO

ISO 9001

Cód - 042 (Versão 02)

4

seguinte despacho: "O Regimento Interno, em seu artigo 31, inciso XVI, 1ª parte, dispõe que o

Plenário é o mais elevado órgão de deliberação deste Tribunal, ao qual compete: “referendar as

determinações do Relator aos órgãos e entidades licitantes da Administração Pública, para a

adoção de medidas corretivas decorrentes do exame de cópia do edital de licitação...”. Sendo

assim, e levando em consideração a relevância da matéria, a situação peculiar que envolve o

Pregão Eletrônico 14/SFMSP/2015 e o intuito de evitar a preclusão da discussão acerca de

questão essencial ao deslinde do certame, submeto à deliberação deste Egrégio Plenário, com

fundamento no supracitado dispositivo regimental, a seguinte matéria: O Serviço Funerário do

Município de São Paulo vem, há alguns meses, buscando realizar licitação objetivando a

contratação de empresa para prestação de serviço de “translado funerário por 24 (vinte e quatro)

horas para enterros, remoções e viagens, incluindo veículos 0 (zero) Km adaptados para

translados de corpos, com quilometragem livre e abastecimento a cargo do Serviço Funerário em

dois segmentos: A – Segmento padrão: contemplando 27(vinte e sete) veículos a serem

conduzidos pelos agentes funerários/condutores; B – Segmento luxo: contemplando 03 (três)

veículos a serem conduzidos pelos agentes funerários/condutores com a colaboração dos

respectivos auxiliares funerários.” Conforme se depreende dos termos constantes do mencionado

edital, lançado para a contratação em pauta, bem como das informações prestadas pela

Autarquia, os agentes funerários/condutores serão os motoristas fornecidos pela contratada e

treinados pelo Serviço Funerário para a realização dos serviços objetivados. Informo que referido

edital vem sendo acompanhado nos autos do processo TC 2.321/15-26 e questionado por meio de

representação no processo TC 2.726/15-28. Em que pese a existência de diversas impropriedades

no instrumento convocatório, a suspensão do procedimento licitatório se deu, por diversas vezes,

por ato da própria Autarquia Municipal, a partir da ciência dos apontamentos realizados pelos

órgãos técnicos deste Tribunal de Contas, motivo pelo qual este Conselheiro limitou-se a

acompanhar a providência da Origem nas tentativas de corrigi-lo. Nos mencionados processos,

conforme sobressai nas manifestações constantes das cópias já encaminhadas a Vossas

Excelências, há, ainda, duas questões de fundo a serem preliminarmente enfrentadas: a

possibilidade de terceirização da atividade e a existência de quadro de carreira para iguais

funções, as quais não podem ser relegadas à apreciação desta Corte apenas ao final da instrução

dos autos, por serem prejudiciais ao prosseguimento do certame. A primeira delas, pertinente à

possibilidade de prestação do serviço pela iniciativa privada, conforme revelam as cópias de fls.

463, do processo TC que acompanha o edital, já se encontra superada, mediante o parecer da

Procuradoria Geral do Município e da Assessoria Jurídica de Controle Externo desta Corte.

Quanto à existência de carreira, a despeito do entendimento da Assessoria Jurídica de Controle

Externo desta Corte, que entende necessária a adoção de providências prévias, concretas,

tendentes à extinção dos cargos vagos na carreira, algumas ponderações merecem destaque: 1 –

conforme dados fornecidos pela referida Autarquia, em resposta ao MEMO GAB-DD 186/2015,

de 11/06/2015, o tempo para a remoção de corpos dos locais dos óbitos, contado da liberação

pelas Agências Funerárias, chega a alcançar até 8 (oito) horas; 2 – o Serviço Funerário vem

estudando aprimorar sua logística e adotando medidas voltadas à prestação de serviços mais

eficientes, de modo a reduzir o tempo médio de atendimento dos munícipes, dentro do

considerado razoável, e assim, a atual gestão estabeleceu como meta, para o biênio 2015/2016, a

modernização do sistema de transporte; 3 – Cabe destacar que os serviços contratados não

esgotam as atividades afetas aos agentes de apoio-motoristas integrantes da carreira, uma vez que

as suas atribuições, descritas às fls. 405, do TC 2.321/15-26, são bem mais abrangentes,

conforme se observa: “dirigir veículos de transporte de passageiros ou cargas, tais como

automóveis, jipes, caminhões, caminhonetas, caminhões coletores de lixo, carros-tanques, carros

guinchos, basculantes, ônibus, micro-ônibus, ambulâncias, entre outros; executar os trabalhos

Page 5: TRIBUNAL DE CONTAS DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO ISO … · Plenário: Senhora Márcia Cristina O. Luquet, Senhor Pedro Henrique Bianchi, Serviço Funerário ... entendimento da Coordenadoria

TRIBUNAL DE CONTAS DO

MUNICÍPIO DE SÃO PAULO

ISO 9001

Cód - 042 (Versão 02)

5

especificados em sua “Ficha de Serviços”, em lugares e horas determinadas; auxiliar no

carregamento, descarregamento e instalação desse em locais previamente determinados; colocar

corpos de pessoas falecidas nos ataúdes; efetuar o serviço de enfeite de flores nos caixões/urnas;

recolher passageiros ou cargas em local e horário determinado, conduzindo-os conforme

itinerário estabelecido ou instruções específicas; transportar e efetuar a entrega de documentos e

volumes; auxiliar o carregamento e descarregamento das cargas transportadas; prestar socorros às

vitimas em caso de acidente; trocar pneus e executar pequenos reparos de urgência; observar as

condições de abastecimento e manutenção do veiculo verificando o nível de gasolina, óleo e água

e condições dos freios, pneus, buzinas, faróis e lanternas; apresentar ao Encarregado de Tráfego,

relatório diário das atividades, anotando quilometragem, itinerário e outras ocorrências;

comunicar ao Encarregado de Tráfego a necessidade de reparos no veículo sobre sua

responsabilidade; manter o veículo sob sua responsabilidade em perfeito estado de limpeza e

funcionamento; zelar pela guarda, conservação e limpeza dos materiais, ferramentas,

instrumentos e equipamentos peculiares ao trabalho; executar tarefas afins”. Os serviços ora

licitados abarcam tão somente três itens desse extenso rol de atividades: dirigir veículos, colocar

os corpos nos ataúdes e enfeitá-los. 4 - A presente contratação, no atual cenário, trará parâmetros

para análise da melhor logística, otimização e eficiência do serviço prestado ao munícipe,

contribuindo para que a Administração possa, com segurança, optar pela melhor forma de

prestação desses serviços, seja por meio de servidores públicos, seja por meio de empresa

privada, e, nesse sentido, poderá servir de importante instrumento para o planejamento

estratégico dos serviços; 5 – A informação fornecida pela Autarquia Municipal dá conta de que,

com a contratação deste reforço, o tempo médio do translado de corpos diminuirá pela metade; 6

– E, acrescente-se, ainda, que em tais condições é prematuro se cogitar da prévia extinção de

cargos sem saber se o serviço prestado de forma indireta se mostrará, efetivamente, mais

eficiente, razão pela qual os estudos iniciados no PA 2015-0.165.343-8, com tal objetivo, deverá

aguardar o decurso de 1 (um) ano da execução dos serviços, por meio do contrato que ora se

pretende, de forma a reunir subsídios necessários à comparação entre os dois modelos de

prestação de serviços, e, só então, decidir quanto ao destino da carreira. Por tais razões, com

fundamento na parte inicial do inciso XVI do art. 31 do Regimento Interno desta Corte, trago

para referendo deste Pleno, proposta de determinação à Origem no sentido de que, promovidas as

alterações do edital, como sinalizado pelos órgãos técnicos deste Tribunal, dê prosseguimento ao

certame, considerando superada a discussão em torno da existência de carreira, neste específico

caso, dadas as circunstâncias que lhe são peculiares." Ainda, o Conselheiro João Antonio –

Revisor acompanhou, na íntegra, a proposta do Conselheiro Domingos Dissei – Relator.

Entretanto, o Conselheiro Maurício Faria, não referendou a proposta do Conselheiro Domingos

Dissei – Relator, com base no parecer do Ilustre Doutor Ricardo E. L. O. Panato, Chefe da

Assessoria Jurídica de Controle Externo desta Casa, destacando: - que a compatibilização da

contratação pretendida pela Autarquia com a regra do concurso público erigida na Constituição

da República, há que se estabelecer de modo inequívoco a escolha administrativa feita pelo

Poder Público, sobretudo para efeito concreto de planejamento, seguindo, pois, não apenas o

princípio da eficiência, mas também os da legalidade, da moralidade e da impessoalidade; - que a

reorganização do serviço em tela deva passar por um levantamento consistente a respeito do

cenário atual (definição de cargos existentes, ocupados e vagos); além da extinção dos cargos

vagos mediante decreto e, num futuro próximo, da extinção da carreira por lei, respeitando-se,

naturalmente, as situações jurídicas consolidadas, pois, do contrário, estar-se-ia permitindo que

um mesmo serviço – sem qualquer discrime que o justifique – fosse executado ora diretamente

por agente público e ora indiretamente por terceiro privado, em ofensa à regra do concurso

público. Afinal, o Egrégio Plenário, por maioria, pelos votos dos Conselheiros Domingos Dissei

Page 6: TRIBUNAL DE CONTAS DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO ISO … · Plenário: Senhora Márcia Cristina O. Luquet, Senhor Pedro Henrique Bianchi, Serviço Funerário ... entendimento da Coordenadoria

TRIBUNAL DE CONTAS DO

MUNICÍPIO DE SÃO PAULO

ISO 9001

Cód - 042 (Versão 02)

6

– Relator e João Antonio – Revisor determinou ao Serviço Funerário do Município de São Paulo

que promova as alterações do edital, como sinalizado pelos Órgãos Técnicos deste Tribunal, e dê

prosseguimento ao certame, considerando superada a discussão em torno da existência de

carreira, neste específico caso, dadas as circunstâncias que lhe são peculiares, restando, pois,

vencido o Conselheiro Maurício Faria." (Certidão – TCs 2.321.15-26 e 2.726.15-28) –

JULGAMENTOS REALIZADOS – PROCESSOS DO CONSELHEIRO VICE-

PRESIDENTE EDSON SIMÕES – 1) TC 476.08-62 – São Paulo Transporte S.A. – SPTrans e

Suporte Serviços de Segurança Ltda. – Pregão 010/2006 – Contrato 06/022-04-00 R$

4.625.00,00 – TA 01/2008 R$ 170.755,00 (recomposição de preços com a alteração da data base,

exclusão do subitem 8.2.3 da cláusula oitava e a fusão das cláusulas décima terceira e décima

quarta) e TA 02/2008 (prorrogação de prazo) – Prestação de serviços de vigilância e segurança

patrimonial nas unidades administrativas e operacionais da SPTrans e nos terminais do Sistema

de Transporte Coletivo Urbano de Passageiros da Cidade de São Paulo – Lote IV (Tramita em

conjunto com os TCs 658.08-70 e 789.09-29) 2) TC 658.08-70 – São Paulo Transporte S.A. –

SPTrans e Suporte Serviços de Segurança Ltda. – Acompanhamento – Execução Contratual –

Verificar se as principais cláusulas do Contrato 06/022-04-00 (R$ 4.625.000,00), cujo objeto é a

prestação de serviços de vigilância e segurança patrimonial nas unidades administrativas e

operacionais da SPTrans e nos terminais do Sistema de Transporte Coletivo Urbano de

Passageiros da Cidade de São Paulo – Lote IV, estão sendo executadas conforme pactuado

(Tramita em conjunto com os TCs 476.08-62 e 789.09-29) 3) TC 789.09-29 – São Paulo

Transporte S.A. – SPTrans e Suporte Serviços de Segurança Ltda. – Acompanhamento –

Execução contratual – Proceder ao acompanhamento da execução do TA 02/2008, tendo por

objeto a prorrogação do prazo do Contrato 06/022-04-00 (R$ 4.625.00,00), para o período de

7/9/2008 a 6/9/2009, visando à prestação de serviços de vigilância e segurança patrimonial nas

unidades administrativas e operacionais da SPTrans e nos terminais do Sistema de Transporte

Coletivo Urbano de Passageiros da Cidade de São Paulo – Lote IV, bem como examinar se as

principais cláusulas contratuais estão sendo executadas conforme o pactuado e se as orientações

consignadas por este Tribunal de Contas no Processo TC 658.08-70 estão sendo cumpridas

integralmente (Tramita em conjunto com os TCs 476.08-62 e 658.08-70). “O Conselheiro Edson

Simões – Relator requereu ao Egrégio Plenário, nos termos do artigo 172, inciso IV, do

Regimento Interno desta Corte, a retirada de pauta dos citados processos, para melhores estudos,

o que foi deferido.” (Certidões) – PROCESSOS RELATADOS PELO CONSELHEIRO

MAURÍCIO FARIA – 1) TC 12.13-69 – Secretaria Municipal de Segurança Urbana – SMSU e

Consórcio Vigilância Telefônica – Acompanhamento – Execução contratual – Verificar se o

Contrato 09/SMSU/2011 (R$ 7.157.000,00), cujo objeto é a contratação de empresa ou grupo

especializado em serviços de fornecimento de imagens por meio de 100 câmeras, está sendo

executado de acordo com as normas legais pertinentes e em conformidade com as cláusulas

estabelecidas no ajuste ACÓRDÃO: "Vistos, relatados e discutidos estes autos, dos quais é

Relator o Conselheiro Maurício Faria. Acordam os Conselheiros do Tribunal de Contas do

Município de São Paulo, à unanimidade, de conformidade com o relatório e voto do Relator, em

relevar excepcionalmente o apontamento relativo à inobservância da ordem cronológica das

notas fiscais para pagamento, considerando que as notas foram pagas na mesma data e para um

único fornecedor, não tendo havido privilégio a eventuais credores, deixando, todavia, de acolher

a execução do Contrato 09/SMSU/2011, tendo em vista que das impropriedades assinaladas pela

área auditora, muitas permaneceram, destacando-se as seguintes: 1) atraso no pagamento dos

serviços; 2) diferença de valor das notas fiscais emitidas; 3) empenho insuficiente para

pagamento dos serviços e 4) não disponibilização a tempo dos Relatórios de Monitoramento.

Acordam, finalmente, à unanimidade, em aceitar os efeitos financeiros produzidos pelo ajuste,

Page 7: TRIBUNAL DE CONTAS DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO ISO … · Plenário: Senhora Márcia Cristina O. Luquet, Senhor Pedro Henrique Bianchi, Serviço Funerário ... entendimento da Coordenadoria

TRIBUNAL DE CONTAS DO

MUNICÍPIO DE SÃO PAULO

ISO 9001

Cód - 042 (Versão 02)

7

considerando a inexistência de demonstração de prejuízo, dolo ou má-fé dos agentes

responsáveis. Relatório: Cuida o presente do Acompanhamento da Execução do Contrato

09/SMSU/2011, firmado entre a Secretaria Municipal de Segurança Urbana – SMSU e o

Consórcio Vigilância Telefônica, tendo por objeto a contratação de serviços de fornecimento de

imagens, por meio de 100 câmeras. A Auditoria concluiu que o contrato de fornecimento de

imagens estava sendo executado conforme o pactuado, assinalando, contudo, as seguintes

impropriedades: a) pagamento de apenas 19% dos valores devidos e com atraso verificado de até

98 dias; b) empenho insuficiente para o pagamento dos serviços; c) inobservância da ordem

cronológica de pagamento (foram pagas faturas do mês de novembro enquanto havia Notas do

mês de setembro em aberto); d) apresentação, pela Consorciada Telesp, de notas fiscais com

valores diferentes do contratado; e f) não disponibilização, pela contratada, dos relatórios de

monitoramento e índice de disponibilidade das imagens, conforme estabelecido no contrato.

Como ato contínuo, determinei a intimação da Origem, da Contratada, e dos responsáveis.

Prestaram esclarecimentos o Sr. Waldir Suita de Moraes, e a Origem, alegando, em síntese que:

a) devido à edição do Decreto 52.934/2012, que fixou as normas referentes à execução

orçamentária de 2012, as cotas financeiras foram liberadas de forma quadrimestral, não sendo

possível o empenhamento para todo o exercício financeiro; b) a Origem não teve o pedido de

descongelamento de recursos para pagamento das despesas atendido pela então Secretaria de

Planejamento - SEMPLA; c) o pagamento integral foi feito em ordem cronológica, pela própria

sequência numeral das Notas Fiscais, como demonstrado, excetuado a de nº 58.195, que apesar

de ser paga fora da sequência ocorreu na mesma data (10/12/2012); d) houve comunicação à

contratada sobre a falta de documentação exigida para comprovar a regularidade fiscal,

juntamente com a correção das faturas; e) não foram realizados pagamentos incompatíveis com o

pactuado; f) foi determinada a devolução das Notas Fiscais que apresentavam valores

incompatíveis com os serviços executados; e g) em relação a ausências de relatórios de

monitoramento e fornecimentos de índices de disponibilidade de imagens, o gestor informou que

as medições dos serviços são realizadas e avaliadas em reuniões mensais. A Secretaria de

Fiscalização e Controle ao analisar as razões apresentadas ratificou as impropriedades apontadas,

exceto em relação à quebra de ordem cronológica do pagamento da Nota Fiscal 58.195, haja vista

que todas as operações de liquidação ocorreram na mesma data, bem como asseverou que foi

indicada solução para a adequada emissão das notas fiscais e índice de disponibilidade das

imagens. A Assessoria Jurídica de Controle Externo e a Secretaria Geral opinaram pelo não

acolhimento da execução do Contrato 09/SMSU/2011, em razão das impropriedades apontadas

pela Secretaria de Fiscalização e Controle, considerando que os serviços não estavam sendo

prestados em conformidade com as normas legais pertinentes e com as cláusulas estabelecidas no

ajuste. A Douta Procuradoria da Fazenda Municipal requereu o acolhimento da execução

contratual. É o Relatório. Voto: Em conformidade com a manifestação da Auditoria, relevo

excepcionalmente o apontamento relativo à inobservância da ordem cronológica das notas fiscais

para pagamento, considerando que as Notas foram pagas na mesma data e para um único

fornecedor, não tendo havido privilégio a eventuais credores. Ao tomar ciência das

impropriedades assinaladas pela área auditora, muito embora a Origem tenha tomado providência

no sentido de sanar algumas dessas falhas, muitas delas permaneceram, das quais destaco: (i)

atraso no pagamento dos serviços; (ii) diferença de valor das Notas Fiscais emitidas; (iii)

empenho insuficiente para pagamento dos serviços e; (iv) não disponibilização a tempo dos

Relatórios de Monitoramento. Tais impropriedades, a meu ver, evidenciaram que a Origem

deixou de cumprir seu dever de fiscalização. Quanto ao índice de disponibilidade das imagens, a

Origem limitou-se a informar que o cálculo era realizado manualmente nas reuniões mensais e

que para o último período (março a abril/2013) foi apresentada planilha identificada como sendo

Page 8: TRIBUNAL DE CONTAS DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO ISO … · Plenário: Senhora Márcia Cristina O. Luquet, Senhor Pedro Henrique Bianchi, Serviço Funerário ... entendimento da Coordenadoria

TRIBUNAL DE CONTAS DO

MUNICÍPIO DE SÃO PAULO

ISO 9001

Cód - 042 (Versão 02)

8

da Central de Telecomunicação da Guarda Civil Metropolitana - CETEL, demonstrando a

execução dos serviços de manutenção realizados com informação do índice apenas a partir do

período auditado, justificativa que demonstra a falta de um controle efetivo dos serviços

realizados. Nesse sentido, à vista dos elementos contidos nos autos, deixo de acolher a execução

do Contrato 09/SMSU/2011. Todavia, em homenagem ao princípio da segurança jurídica das

relações, aceito os efeitos financeiros produzidos pelo ajuste, considerando a inexistência de

demonstração de prejuízo, dolo ou má-fé dos agentes responsáveis. Participaram do julgamento

os Conselheiros Domingos Dissei – Revisor e João Antonio. Ausente o Conselheiro Presidente

Roberto Braguim, em representação da Corte. Presente o Procurador Chefe da Fazenda

Guilherme Bueno de Camargo. Plenário Conselheiro Paulo Planet Buarque, 19 de agosto de

2015. a) Edson Simões – Vice-Presidente no exercício da Presidência; a) Maurício Faria –

Relator." 2) TC 1.471.13-41 – Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social –

Smads e Ação Comunitária Senhor Santo Cristo – Convênio 086/Smads/2010 R$ 43.171,36/mês

– TAs 001/2011 R$ 1.010,40/mês (acréscimo ao valor mensal) e 001/2012 R$ 7.414,57/mês

(prorrogação de prazo de vigência do convênio e alteração do nome fantasia) – Prestação do

serviço denominado Medidas Socioeducativas em Meio Aberto, no Distrito de Cidade

Tiradentes, sendo oferecidas 120 vagas para adolescentes e jovens, de acordo com os padrões das

ofertas que o compõem, estabelecidos no Edital de Chamamento 88/2010 Smads ACÓRDÃO:

"Vistos, relatados englobadamente com o TC 1.470.13-89 e discutidos estes autos, dos quais é

Relator o Conselheiro Maurício Faria. Acordam os Conselheiros do Tribunal de Contas do

Município de São Paulo, à unanimidade, de conformidade com o relatório e voto do Relator, em

julgar regulares o Convênio 086/Smads/2010 e os Termos Aditivos 001/2011 e 001/2012.

Relatório e voto englobados: v. TC 1.470.13-89. Participaram do julgamento os Conselheiros

Domingos Dissei – Revisor e João Antonio. Ausente o Conselheiro Presidente Roberto Braguim,

em representação da Corte. Presente o Procurador Chefe da Fazenda Guilherme Bueno de

Camargo. Plenário Conselheiro Paulo Planet Buarque, 19 de agosto de 2015. a) Edson Simões –

Vice-Presidente no exercício da Presidência; a) Maurício Faria – Relator." 3) TC 1.470.13-89 –

Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social – Smads e Ação Comunitária

Senhor Santo Cristo – Acompanhamento – Execução Contratual – Verificar se o Convênio

086/Smads/2010 (R$ 43.171,36/mês), cujo objeto é a prestação de serviços denominados de

medidas socioeducativas em meio aberto de acordo com os padrões das ofertas que o compõem,

estabelecidos no Edital de Chamamento 88/2010 Smads, está de acordo com o Plano de

Trabalho, bem como a regularidade da prestação de contas ACÓRDÃO: "Vistos, relatados

englobadamente com o TC 1.471.13-41 e discutidos estes autos, dos quais é Relator o

Conselheiro Maurício Faria. Acordam os Conselheiros do Tribunal de Contas do Município de

São Paulo, à unanimidade, de conformidade com o relatório e voto do Relator, em julgar

irregular a execução do Convênio 086/Smads/2010 (R$ 43.171,36/mês), pelos seguintes

apontamentos levantados pela Subsecretaria de Fiscalização e Controle desta Corte, que possuem

natureza fática e apontam a existência de irregularidades mantidas ao longo da instrução

processual: I - Desatendimento da norma que prevê a aplicação integral dos recursos financeiros

repassados pela Smads na implementação das ações objeto do convênio. II - Não cumprimento

do Plano de Trabalho apresentado, bem como do objetivo previsto na Cláusula Primeira do termo

de Convênio 086/Smads/2012. III - Inadequação do espaço físico utilizado pela conveniada.

Acordam, ademais, à unanimidade, em aceitar os efeitos financeiros decorrente do ajuste, uma

vez que o serviço foi efetivamente prestado pela conveniada e não há nos autos indícios de

eventual prejuízo ao erário. Relatório englobado: Relatarei em conjunto os processos TCs

1.471.13-41 e 1.470.13-89 que tratam, respectivamente, da análise do Convênio

86/SMADS/2010, dos Termos de Aditamentos 001/2011 e 001/2012 e da execução contratual,

Page 9: TRIBUNAL DE CONTAS DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO ISO … · Plenário: Senhora Márcia Cristina O. Luquet, Senhor Pedro Henrique Bianchi, Serviço Funerário ... entendimento da Coordenadoria

TRIBUNAL DE CONTAS DO

MUNICÍPIO DE SÃO PAULO

ISO 9001

Cód - 042 (Versão 02)

9

firmados entre a Secretaria Municipal de Assistência Social e a Ação Comunitária Senhor Santo

Cristo, objetivando a prestação do serviço denominado de Medidas Socioeducativas em Meio

Aberto no Distrito da Cidade Tiradentes no total de 120 vagas para jovens e adolescentes. Nos

autos do processo TC 1.471.13-41 que trata da análise do Convênio 086/SMADS/2010 e dos

respectivos Termos de Aditamento, a Auditoria assinalou as seguintes irregularidades: 1.Termo

de Convênio: (i) o valor empenhado foi insuficiente para cobrir o exercício de 2010; (ii) o

despacho de autorização para formalização do convênio não foi datado; (iii) não há evidências no

PA da juntada do original do Edital de Chamamento assinado, rubricado e datado; (iv) não

consta do Edital de Chamamento minuta do termo de convênio; (v) apesar de constar na cláusula

décima do Termo de Convênio que o controle e avaliação da execução do convênio ficarão a

cargo da SMADS, não há evidências de que houve designação de representante da

Administração para o acompanhamento da execução; e (vi) não houve divulgação do convênio

na página eletrônica da PMSP. 2. Termo de Aditamento 001/2011: (i) o Termo Aditivo decorre

de convênio com apontamentos de irregularidades; (ii) a publicação do Termo de Aditamento foi

realizada em desacordo com a Portaria 146/05/SMG; e (iii) não foi encontrada a divulgação do

Termo na página eletrônica da Prefeitura. 3. Termo de Aditamento 001/2012: (i) o termo Aditivo

decorre de convênio com apontamentos de irregularidade; (ii) o valor empenhado não foi

suficiente para atender a despesa do exercício financeiro, desatendendo ao princípio da

anualidade e o disposto no artigo 61 da Lei Federal 4.320/64; (iii) não consta do PA publicação

do Termo de Aditamento no Diário Oficial, infringindo ao disposto no artigo 26 da Lei

Municipal 13.278/02; e (iv) não há divulgação deste aditamento na página eletrônica da

Prefeitura. Ato contínuo, foram intimados, a Origem, a Conveniada e os responsáveis. A Origem

e os responsáveis prestaram esclarecimentos, nos quais buscaram refutar as irregularidades

apontadas pela Auditoria. A Conveniada, Ação Comunitária Senhor Santo Cristo deixou

transcorrer “in albis” o prazo assegurado para eventual oferecimento de defesa. A Subsecretaria

de Fiscalização e Controle, após análise das defesas apresentadas, manteve as seguintes

impropriedades: 1. Termo de Convênio 086/SMADS/2010: a) valor empenhado foi insuficiente

para cobrir a despesa do exercício de 2010; b) o despacho de autorização não foi datado; c) não

há evidências no PA da juntada do original do Edital de Chamamento assinado, rubricado e

datado; e c) apesar de constar na cláusula décima do Termo de Convênio que o controle e

avalição de sua execução ficarão a cargo de SMADS, não há evidências de que houve designação

de representante da Administração para o acompanhamento da execução. 2.Termo de

Aditamento 001/2011: a publicação foi realizada em desacordo com a Portaria 146/05/SMG. 3.

Termo de Aditamento 001/2012: o valor empenhado era insuficiente para atender a despesa do

exercício, desatendendo o princípio da anualidade. A Assessoria Jurídica de Controle Externo

entendeu que os achados de auditoria se mostram insuficientes para macular o ajuste em exame.

No tocante à insuficiência do empenho, entendeu que o procedimento adotado pela Origem

estava alicerçado nas normas regulamentares que naquele exercício limitaram as cotas

orçamentárias. Quanto à ausência de data no despacho de autorização e à falta de Edital

devidamente assinado, rubricado e datado, asseverou que os apontamentos devam servir para

recomendar à Origem que passe a observar a devida forma dos atos administrativos. A

Procuradoria da Fazenda Municipal e a Secretaria Geral opinaram pelo acolhimento dos

instrumentos examinados. Nos autos do processo TC 2.328.08-46 que cuida da análise da

execução parcial do Convênio, a Auditoria assinalou as seguintes infringências: (i)

irregularidade nas análises do Termo de Convênio 086/2010 e de seus Termos de Aditamento;

(ii)emissão de notas de empenho em valores insuficientes para cobertura do período integral do

ajuste nos exercícios de 2010, 2011 e 2012; (iii) ausência do parecer do Coordenador de

Assistência Social da CAS Leste nos processos analisados; (iv) ausência da designação do

Page 10: TRIBUNAL DE CONTAS DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO ISO … · Plenário: Senhora Márcia Cristina O. Luquet, Senhor Pedro Henrique Bianchi, Serviço Funerário ... entendimento da Coordenadoria

TRIBUNAL DE CONTAS DO

MUNICÍPIO DE SÃO PAULO

ISO 9001

Cód - 042 (Versão 02)

10

técnico supervisor; (v) a Grade de Atividade Semestral - GRAS relativa ao segundo semestre de

2012 foi entregue com atraso; (vi) não foi localizada a GRAS válida para o primeiro semestre de

2013 que deveria ter sido entregue até 15.12.2012; (vii) não foi localizado o Relatório de

Supervisão Técnica - RESUP Trimestral relativa ao primeiro trimestre de 2013; (vii) o

pagamento referente à dezembro de 2012 foi realizado em 28.12.2012, antes do término do

período da prestação do serviço; (viii) nas Descrições Mensais de Despesa - DESPs de novembro

de 2012 a março de 2013 foi constatado que o recurso no valor de R$ 22.784,07, destinados a

despesas com oficineiros, horas técnicas e transporte, não foi utilizado e deveria ter sido

considerado para compensação em repasses posteriores, uma vez que o § 4° do artigo 15 da

Portaria 47/SMADS/2010 não possibilita a transferência destes para outro elemento de despesa;

(ix) desatendimento ao item 5 da Cláusula Quarta do Termo de Convênio 086/SMADS/2010,

que prevê a aplicação integral dos recursos financeiros repassados pela SMADS na

implementação das ações objeto do convênio; (x) a entidade não está cumprindo adequadamente

o Plano de Trabalho apresentado, bem como o objetivo previsto na Cláusula Primeira do Termo

de Convênio 086/SMADS/2012; e (xi) inadequação do espaço físico utilizado pela conveniada.

Devidamente oficiada, a Origem, a representante legal da Conveniada e os responsáveis,

apresentaram justificativas a Sra. Alda Marco Antonio e a Origem. Ao analisar as defesas

apresentadas, a Auditoria afastou os apontamentos relativos à ausência de designação do técnico

supervisor e ao atraso na apresentação da Grade de Atividade Semestral – GRAS relativa o

segundo semestre de 2012, bem como à existência de GRAS válida para o primeiro semestre de

2013, mantendo as demais irregularidades. A Assessoria Jurídica de Controle Externo, diante das

impropriedades apontadas pela Especializada considerou comprometido o acolhimento da

execução contratual. A Procuradoria da Fazenda Municipal opinou pelo reconhecimento dos

efeitos financeiros da execução analisada. A Secretaria Geral acompanhou o entendimento da

Auditoria e da Assessoria Jurídica de Controle Externo no sentido do não acolhimento da

execução do contrato em exame. No tocante à insuficiência de empenho para atendimento da

despesa do exercício, destacou que o ordenador da despesa não poderia ter agido de modo

diferente, notadamente em face da limitação das cotas orçamentárias, tendo que obedecer aos

Decretos vigentes à época. É o Relatório. Voto englobado: Em primeiro lugar, saliento que

algumas irregularidades inicialmente apontadas pela área técnica nos Processos analisados foram

superadas pelos argumentos de defesa, razão pela qual acompanho o entendimento da

Subsecretaria de Fiscalização e Controle para considerá-las superadas. De igual forma, nos autos

do TC 1.471/13-41, que trata da análise do Convênio e dos Termos Aditivos, acompanho o

entendimento da Assessoria Jurídica de Controle Externo e da Secretaria Geral, para considerar

passíveis de relevação, no caso concreto, os seguintes apontamentos: (i) insuficiência de

empenho, visto que decorreu de limitação orçamentária; (ii) ausência de evidência no PA da

juntada original do Edital de Chamamento assinado, rubricado e datado; (iii) falta de evidência

de designação de representante da Administração para acompanhamento da execução; e (iv)

publicação de Termo Aditivo em desacordo com a Portaria 146/05/SMGO, em razão do seu

caráter meramente formal. Em sede do acompanhamento do ajuste, Processo TC 1.470/13-89, os

apontamentos levantados pela Auditoria possuem natureza fática e apontam a existência de

irregularidades mantidas ao longo da instrução processual, notadamente: (i) desatendimento da

norma que prevê a aplicação integral dos recursos financeiros repassados pela SMADS na

implementação das ações objeto do convênio; (ii) não cumprimento do Plano de Trabalho

apresentado, bem como do objetivo previsto na Cláusula Primeira do termo de Convênio

086/SMADS/2012 e; (iii) inadequação do espaço físico utilizado pela conveniada. Entendo que

tais falhas afetaram a execução contratual, na medida em que interferiram na qualidade dos

serviços prestados. Por todo exposto, em consonância com o entendimento da Assessoria

Page 11: TRIBUNAL DE CONTAS DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO ISO … · Plenário: Senhora Márcia Cristina O. Luquet, Senhor Pedro Henrique Bianchi, Serviço Funerário ... entendimento da Coordenadoria

TRIBUNAL DE CONTAS DO

MUNICÍPIO DE SÃO PAULO

ISO 9001

Cód - 042 (Versão 02)

11

Jurídica de Controle Externo e da Secretaria Geral, julgo regular o Convênio 086/SMADS/2010

e os Termos Aditivos 001/2011 e 001/2012, e irregular a execução contratual dele decorrente.

Todavia, aceito os efeitos financeiros decorrente do ajuste, uma vez que o serviço foi

efetivamente prestado pela conveniada e não há nos autos indícios de eventual prejuízo ao

Erário. Participaram do julgamento os Conselheiros Domingos Dissei – Revisor e João Antonio.

Ausente o Conselheiro Presidente Roberto Braguim, em representação da Corte. Presente o

Procurador Chefe da Fazenda Guilherme Bueno de Camargo. Plenário Conselheiro Paulo Planet

Buarque, 19 de agosto de 2015. a) Edson Simões – Vice-Presidente no exercício da Presidência;

a) Maurício Faria – Relator." 4) TC 20.07-49 – Recursos "ex officio" e da Autarquia Hospitalar

Municipal – AHM interpostos contra a R. Decisão de Primeira Câmara de 27/5/2009 – Relator

Conselheiro Antonio Carlos Caruso – Autarquia Hospitalar Municipal – AHM e Support

Produtos Nutricionais Ltda. – (Contrato 013/2006-AHMRN R$ 396.383,60 est.) – Fornecimento,

em consignação, de Dietas Enterais e Suplementos Nutricionais para as Unidades integrantes da

Autarquia ACÓRDÃO: "Vistos, relatados e discutidos estes autos, ora em grau de recurso, dos

quais é Relator o Conselheiro Maurício Faria. Acordam os Conselheiros do Tribunal de Contas

do Município de São Paulo, à unanimidade, de conformidade com o relatório e voto do Relator,

em conhecer dos recursos “ex officio”, por regimental, e do voluntário, eis que preenchidos os

requisitos de admissibilidade. Acordam, ademais, à unanimidade, quanto ao mérito, em negar-

lhes provimento, para o fim de preservar a R. Decisão da Primeira Câmara recorrida, observando

que, em que pese não ter havido a intimação da empresa na fase instrutória, sua esfera de direitos

não foi atingida no principal, diante da aceitação dos efeitos financeiros do ajuste. Acordam,

ainda, à unanimidade, em determinar que se oficie os interessados e em seguida o arquivamento

dos autos. Relatório: Trata-se, nesta fase processual, do recurso interposto em face da decisão

unânime de Primeira Câmara que julgou irregulares o Pregão 038/2006 e o Contrato

013/2006AHMRN, dele decorrente, em razão de os índices de liquidez geral (0,39) e o de

solvência geral (0,42) da vencedora serem menores que 1,00, em afronta ao Edital, apesar da

apresentação do Certificado de Registro Cadastral. Não obstante, foram reconhecidos os efeitos

financeiros da avença. No recurso voluntário interposto pela Superintendente da Autarquia

Hospitalar Municipal à época, foi alegado, em síntese, que a vencedora do certame apresentou,

tal como franqueado pelo item 9.6 do Edital, o Certificado de Registro Cadastral válido em

substituição, dentre outros, dos documentos de comprovação da qualificação econômico-

financeira da empresa. Assim, vinculada ao instrumento convocatório, a Origem deixou de

proceder à análise contábil dos índices econômico-financeiros, considerando a apresentação do

Certificado de Registro Cadastral. Acrescentou ainda que, à época, nenhum dos concorrentes

apresentou recurso administrativo da decisão. A AJCE entendeu que houve o preenchimento dos

requisitos de admissibilidade do recurso voluntário interposto e, no mérito, consignou que as

razões não trouxeram fatos novos nem argumentos que já não tenham sido analisados, pugnando

pela manutenção do acórdão recorrido, por seus próprios e jurídicos fundamentos. A PFM

propugnou, sem embargo de terem sido reconhecidos os efeitos financeiros do ajuste, pelo

provimento dos recursos e a SG, na esteira da manifestação da AJCE, opinou pelo conhecimento

dos recursos e, no mérito, pelo seu improvimento. É o Relatório. Voto: Conheço do recurso

interposto eis que preenchidos os requisitos de admissibilidade. No mérito, observo que, de fato,

o Edital permitia que os documentos de habilitação econômico-financeira das licitantes fossem

substituídos por Certificado de Registro Cadastral válido. Observo ainda que, dentre os requisitos

de habilitação econômico-financeira, constava, no subitem 8.3.3.1.2 do Edital, que a licitante

seria considerada inabilitada caso não obtivesse índices de liquidez corrente, liquidez geral e

solvência geral maiores ou iguais a 1,00, conforme Anexo IV. O que verifico é que uma vez não

tendo sido analisados os índices contábeis, a empresa foi considerada habilitada, não havendo

Page 12: TRIBUNAL DE CONTAS DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO ISO … · Plenário: Senhora Márcia Cristina O. Luquet, Senhor Pedro Henrique Bianchi, Serviço Funerário ... entendimento da Coordenadoria

TRIBUNAL DE CONTAS DO

MUNICÍPIO DE SÃO PAULO

ISO 9001

Cód - 042 (Versão 02)

12

nos autos notícia de insurgência por parte dos demais concorrentes. No entanto, caso a empresa

não ostentasse o Certificado de Registro Cadastral válido, não haveria outra opção à Origem que

não proceder à análise contábil de seus índices, concluindo, em decorrência, pela sua inabilitação

pelo não preenchimento das condições editalícias. A solução para o deslinde da questão passa

pela análise da real intenção da Origem quando exige, no Edital, apresentação de balanço

patrimonial somado aos índices contábeis maiores ou iguais a 1,00, qual seja, o objetivo é aferir a

real comprovação de situação econômico-financeira favorável da empresa. Nesse passo, observo

que o Certificado de Registro Cadastral apresentado não esclarece se seus índices contábeis

foram ou não analisados, não podendo a Origem dar-se por satisfeita apenas com sua

apresentação quando, na hipótese de outra concorrente não portar tal Certificado, ver-se-ia

obrigada à análise de seus índices contábeis, já que estaríamos, no caso concreto, diante de

condutas diferentes para situações jurídicas idênticas, quais sejam, empresas cujos índices

contábeis não se coadunam com as exigências editalícias, diferenciando-se, contudo, somente

pelo fato de ostentarem ou não Certificado de Registro Cadastral, pois tratar-se-ia de afronta ao

princípio da isonomia, basilar na Constituição da República. Frente ao exposto, nego provimento

aos recursos preservando a decisão recorrida. Observo que, em que pese não ter havido a

intimação da empresa na fase instrutória, sua esfera de direitos não foi atingida no principal

diante da aceitação dos efeitos financeiros do ajuste. Oficiem-se os interessados e em seguida

arquivem-se os autos. Participaram do julgamento os Conselheiros Domingos Dissei – Revisor e

João Antonio. Ausente o Conselheiro Presidente Roberto Braguim, em representação da Corte.

Presente o Procurador Chefe da Fazenda Guilherme Bueno de Camargo. Plenário Conselheiro

Paulo Planet Buarque, 19 de agosto de 2015. a) Edson Simões – Vice-Presidente no exercício da

Presidência; a) Maurício Faria – Relator." – PROCESSOS RELATADOS PELO

CONSELHEIRO CORREGEDOR DOMINGOS DISSEI – 1) TC 3.972.14-99 – Rohr S.A.

Estruturas Tubulares – São Paulo Turismo S.A. – SPTuris – Representação em face do Pregão

Eletrônico 76/2014, cujo objeto é a prestação de serviços de fornecimento, montagem e

desmontagem de estruturas tubulares necessárias à realização do 43º Grande Prêmio do Brasil de

Fórmula 1 ACÓRDÃO: "Vistos, relatados e discutidos estes autos, dos quais é Relator o

Conselheiro Domingos Dissei. Acordam os Conselheiros do Tribunal de Contas do Município

de São Paulo, à unanimidade, de conformidade com o relatório e voto do Relator, em conhecer

da representação, por presentes os pressupostos de admissibilidade previstos no artigo 55 do

Regimento Interno desta Corte. Acordam, ademais, por maioria, quanto ao mérito, pelos votos

dos Conselheiros Maurício Faria – Revisor, consoante voto proferido em separado, e João

Antonio, com declaração de voto apresentada, em julgá-la improcedente. Vencido o Conselheiro

Domingos Dissei – Relator, que a julgou prejudicada, uma vez que, quando da oposição da

representação perante esta Corte, o contrato em questão já se encontrava formalizado e em

vigência, bem como expediu determinação à São Paulo Turismo S.A. – SPTuris. Vencido, em

parte, o Conselheiro Maurício Faria – Revisor que aplicou determinação à SPTuris. Acordam,

finalmente, à unanimidade, em determinar o envio de ofício à representante e à representada,

dando cumprimento ao artigo 58 do Regimento Interno desta Corte, com o posterior

arquivamento dos autos. Relatório: Trata-se de Representação interposta pela empresa Rohr S.A.

Estruturas Tubulares, em face da decisão administrativa que considerou habilitada a empresa

Projectum Comunicação e Studio de Áudio e Vídeo Ltda., sob a alegação de que a empresa

vencedora não possuía, entre outras, a qualificação técnica necessária para a prestação dos

serviços de fornecimento, montagem, desmontagem e desmobilização das estruturas tubulares,

em elementos metálicos modulares de encaixe, necessárias à realização do 43º Grande Prêmio do

Brasil de Fórmula 1, objeto do Pregão Eletrônico 76/2014, da São Paulo Turismo S.A. Postulou

a Representante pela sustação da habilitação da empresa Projectum, de todos os atos

Page 13: TRIBUNAL DE CONTAS DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO ISO … · Plenário: Senhora Márcia Cristina O. Luquet, Senhor Pedro Henrique Bianchi, Serviço Funerário ... entendimento da Coordenadoria

TRIBUNAL DE CONTAS DO

MUNICÍPIO DE SÃO PAULO

ISO 9001

Cód - 042 (Versão 02)

13

administrativos posteriores e, ainda, que se determinassem sanções para assegurar que a

Administração cumpra as normas e condições do edital. Fundamentou a sua irresignação no fato

de que, em edição passada do evento, no ano de 2007, quando integrou um consórcio com outras

empresas, a empresa Projectum foi responsável apenas por serviços para cobertura de espaços,

além de pintura, e, por essa razão, não poderia atender o disposto no item 1.3.1 do Anexo II do

Edital, que determinava a comprovação de experiência anterior por meio de atestado técnico que

demonstrasse ter o licitante prestado serviços de fornecimento e desmontagem de estruturas

tubulares. Afirmou que a Projectum entregou o atestado de capacidade técnica emitido em nome

do consórcio do qual participou em 2007, que não especifica o que a empresa teria executado, e

que a mencionada empresa nunca montou ou desmontou arquibancada, nem efetuou serviços

com estruturas tubulares no Grande Prêmio Brasil de F-1 de 2007. A Subsecretaria de

Fiscalização e Controle, analisando os documentos carreados aos autos, observou que os cálculos

da capacidade das arquibancadas foram baseados na manifestação do próprio consórcio à época

da licitação em 2007 e, portanto, antes das construções das arquibancadas. Entendeu a Área

Auditora que tais cálculos, por serem anteriores à construção e baseados em dados informados

pela interessada, não justificavam a aceitação como Atestado de Capacidade Técnica, além do

que, a partir de diligências realizadas na São Paulo Turismo S.A., a empresa responsável pela

montagem no ano de 2007 foi a Stick’s Eventos S/A. Em decorrência do exposto concluiu pela

procedência da Representação, no sentido de que não há comprovação de execução pela empresa

Projectum Comunicação e Studio de Áudio e Vídeo Ltda. dos serviços que respaldem sua

capacidade técnica. A Assessoria Jurídica de Controle Externo entendeu presentes os requisitos

de admissibilidade da Representação. Quanto ao mérito, destacou que: a habilitação da Empresa

Projectum fora feita com base no Atestado de Capacidade Técnica emitido em nome do

consórcio do qual a habilitada participou em 2007, e que não foi especificado o que a mensurada

empresa teria executado no projeto; a cláusula 10ª do Contrato de Consórcio celebrado no ano de

2007 prevê a seguinte obrigação da Projectum: "... terá por obrigação todas as obras de

coberturas e acabamento com telas e pintura, de acordo com o edital – que corresponde a 25% da

obra..."; da análise promovida por AUD, com base nas ARTs, que a empresa Sticks Eventos S/S

Ltda. foi a responsável pela montagem naquele ano de 2007. Opinou, finalmente, pela

procedência do Reclamo, no mesmo sentido da Auditoria. Foram oficiados os representantes da

São Paulo Turismo S/A e da Empresa Projectum Comunicação e Studio de Áudio e Vídeo, bem

como a Senhora Pregoeira do Certame, que apresentaram manifestações. De se destacar, nas

defesas apresentadas, as seguintes alegações: Pela São Paulo Turismo: que em 2007 houve

alteração do percentual de participação da Projectum no Consórcio, que passou a corresponder a

52,25% dos serviços; que embora o instrumento de contrato de consórcio permanecesse o

mesmo, a alteração a posteriori foi subscrita por todos os consorciados; que a nova divisão de

trabalhos informada gerou justas expectativas na São Paulo Turismo, ultimando-se a contratação

do consórcio liderado pela Projectum.- Pela Pregoeira: que não possui especialidade técnica na

área da engenharia para fazer a análise de exigência feita no Edital; que cumpriu com todos os

procedimentos legais e burocráticos e que a Diretoria de Infraestrutura concluiu pelo

conhecimento e não provimento do referido recurso; que sua decisão se deu absolutamente com

base no parecer da área técnica. - Pela Projectum: "...que comprovou cabalmente sua capacidade

técnica por meio das ARTs e contratos, documentos estes que compõe o processo de licitação

arquivado na São Paulo Turismo..." A Auditoria ratificou sua conclusão anterior, reiterando sua

manifestação pela procedência da Representação, no sentido de que não há comprovação da

execução pela empresa Projectum dos serviços que respaldem sua capacidade técnica. A

Assessoria Jurídica de Controle Externo limitou-se a acompanhar a Área Auditora, por seus

próprios fundamentos, tendo em vista a especificidade que envolve a matéria. A Procuradoria da

Page 14: TRIBUNAL DE CONTAS DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO ISO … · Plenário: Senhora Márcia Cristina O. Luquet, Senhor Pedro Henrique Bianchi, Serviço Funerário ... entendimento da Coordenadoria

TRIBUNAL DE CONTAS DO

MUNICÍPIO DE SÃO PAULO

ISO 9001

Cód - 042 (Versão 02)

14

Fazenda Municipal pugnou, preliminarmente, pelo não conhecimento do Reclamo, sustentando

que a Empresa Representante busca, na verdade, utilizar este Tribunal de Contas como instância

revisora de ato administrativo que a ela se mostrou desfavorável, uma vez que a Representação

tem idêntico teor ao recurso administrativo já interposto junto a Origem. No mérito, requereu

seja a Representação julgada totalmente improcedente em virtude do seguinte: primeiramente

porque não há nenhuma vedação legal à apresentação de Atestados de Capacitação Técnica

emitidos em nome de consórcio; segundo, porque uma vez apresentado o documento que atestou

a experiência anterior da empresa habilitada (atestado emitido em 2007 pela própria São Paulo

Turismo S/A, já apresentado e aceito nas subsequentes edições do GP de Fórmula 1), não restava

à Origem outra alternativa senão a aceitação do documento apto, segundo o edital, à

comprovação da capacidade técnica. A Secretaria Geral, embasada nos termos da cláusula 10ª do

instrumento de Consórcio formalizado para a participação no Grande Prêmio de 2007 (fls.

270/275), concluiu que a Empresa Projectum era tão somente responsável pelas obras de

coberturas e acabamento com telas e pintura, sem, contudo, haver tido qualquer obrigação e

responsabilidade pela montagem, mobilização e desmontagem das estruturas tubulares, sendo

que tais atribuições ficaram para as empresas Stiks Ltda. e NP Locação de Arquibancadas Ltda.

Nesse passo opinou pelo conhecimento da Representação e, no mérito, por sua procedência, uma

vez que a empresa Projectum não logrou atender ao requisito de qualificação técnica exigida no

instrumento convocatório. É o relatório. Voto: 1 - O presente Reclamo preenche os requisitos

estabelecidos no artigo 55 do Regimento Interno desta Corte. Portanto merece ser conhecido. 2 -

Quanto ao mérito, entendo que as informações e documentos carreados aos autos demonstram

que a São Paulo Turismo S/A declarou vencedora e adjudicou o objeto do pregão à empresa que

não demonstrou possuir a qualificação técnica exigida no edital. 3 - O Atestado de Capacidade

Técnica de fls. 239/256, apresentado pela empresa vencedora e aceito pela São Paulo Turismo,

revela que os serviços de fornecimento, montagem e desmontagem de estruturas tubulares, dentre

outros, no ano de 2007, foram prestados pela Empresa Projectum, em consórcio com as empresas

Stiks Eventos S/S Ltda. e N.P. Locações e Montagens Ltda. 4 - Ocorre que, no mencionado

Consórcio de Empresas, a participação, ou responsabilidade da Projectum, ficou limitada,

apenas, às "... obras de cobertura e acabamento com telas e pintura, de acordo com o edital – que

corresponde a 25% da obra". Restou claro que 100% da montagem, mobilização e desmontagem

das estruturas tubulares coube às empresas Stiks e NP Locações. 5 - É o que expressa a Cláusula

10ª do Contrato de Consórcio encartado às fls. 270/275, formalizado pelas empresas antes

mencionadas visando à participação no Pregão Eletrônico 062/07. 6 - E, com a devida vênia, não

me convence a alegação da empresa Projectum - apresentada no bojo de um recurso

administrativo e reproduzida nestes autos – de que, na prática, os integrantes do Consórcio

dividiram o objeto do contrato de forma diferente do previsto no instrumento de Consórcio. 7 -

Vale lembrar, ainda, que embora a Projectum tenha sido contratada para edições dos anos

seguintes a 2007, para o mesmo evento, sua participação se deu em consórcio com as mesmas

empresas - Stiks e NP, e, basicamente, com semelhante divisão de obrigações consoante aquelas

previstas no Contrato de Consórcio firmado em 2007. 8 - Em que pese, porém, a procedência das

alegações da Representante, a Assessoria de meu Gabinete apurou, junto ao sistema Átomo, que

o Pregão Eletrônico 76/2014 transcorreu sem interrupções e culminou na formalização, em

01/09/2014 (portanto anteriormente à oposição da representação em exame) do Contrato

CCN/GCO 108/14, com a empresa Projectum Comunicação e Studio de Áudio e Vídeo Ltda., no

valor de R$ 11.383.575,97 (onze milhões, trezentos e oitenta e três mil, quinhentos e setenta e

cinco reais e noventa e sete centavos). 9 - Portanto, considerando os termos e pedidos contidos na

inicial, a presente Representação encontra-se prejudicada, uma vez que quando da oposição da

representação perante esta Corte, em 07/10/2014, o contrato em questão já se encontrava

Page 15: TRIBUNAL DE CONTAS DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO ISO … · Plenário: Senhora Márcia Cristina O. Luquet, Senhor Pedro Henrique Bianchi, Serviço Funerário ... entendimento da Coordenadoria

TRIBUNAL DE CONTAS DO

MUNICÍPIO DE SÃO PAULO

ISO 9001

Cód - 042 (Versão 02)

15

formalizado e em vigência. 10 - Entretanto, diante das noticiadas irregularidades praticadas pela

Origem, em especial a falta de diligência para verificar o preenchimento da qualificação técnica

exigida no edital, EXPEÇO DETERMINAÇÃO à São Paulo Turismo S/A para que, de futuro,

atente e faça cumprir estritamente as regras estabelecidas nos certames, notadamente aquelas

relativas às exigências mínimas para a habilitação dos licitantes, inclusive fazendo uso das

diligências previstas no § 3º do artigo 43 da Lei Federal 8.666/93, quando necessário, sob pena

de responsabilização em caso de reincidência. Expeça-se ofício à Representante. Após as

providências de praxe, arquivem-se os autos. Voto em separado proferido pelo Conselheiro

Maurício Faria: A principal questão tratada nestes autos cuida da possibilidade de

aproveitamento de atestado técnico de desempenho anterior, por empresa integrante de consórcio

estabelecido para participação em licitações públicas, com esteio no artigo 33 da Lei 8.666/93,

para fins de comprovação individual de qualificação técnico-operacional em novo certame. No

caso concreto, a Representante questiona a decisão da Comissão de Licitações que julgou

habilitada a empresa Projectum, considerando que a mesma apresentou atestado de capacidade

técnico-operacional emitido para o consórcio de empresas do qual a mesma foi integrante em

contrato anterior. A formação de consórcio de empresas para participar de licitações foi

concebida pelo legislador para incrementar a competitividade, sendo instrumental para habilitar

empresas detentoras de atributos específicos, de forma a tornar possível a conjugação de suas

habilidades, tendo lugar em obras de grande vulto ou complexidade. Destaca-se, no caso em

exame, que o Atestado de Capacidade Técnica apresentado não trouxe a informação de qual foi o

serviço prestado por cada um dos consorciados, de forma a evidenciar os quantitativos e

percentuais das obrigações de cada consorciado em relação ao todo daquela obra, não obstante a

Projectum figurasse como empresa líder do referido consórcio. Como é sabido, os atestados de

desempenho anterior informam as características da obra, o prazo em que foi executada e suas

dimensões e quantidades. Por isso é que a qualificação técnico-operacional da empresa é aferida

por intermédio dos atestados que compõem o seu acervo técnico. Nesse sentido, os quantitativos

constituem um dado relevante do atestado, considerando que a documentação relativa à

qualificação técnica deve aferir a “comprovação de aptidão para o desempenho de atividade

pertinente e compatível em características, quantidades e prazos com o objeto da licitação (...)”,

conforme previsão do artigo 30, inciso II, da Lei 8.666/93. Assim sendo, em meu entender, não

há que se adotar um posicionamento único formal quanto ao tema, admitindo-se, por exemplo, o

uso pleno e irrestrito de todos os atestados obtidos por empresas consorciadas, para fins de

habilitação; ou, por outro lado, no sentido de adotar-se o posicionamento extremado de nunca

admitir a aferição da habilitação técnica por meio de atestados fornecidos às empresas em

consorcio. A busca de contratação de empresa tecnicamente habilitada para uma obra pública não

deve se cercar de artificialismo, mas, sim, considerar efetivamente as potencialidades técnico-

operacionais da empresa interessada, posto que não se pode minimizar o rigor da aferição

necessária à busca da melhor proposta, aliada à boa execução do contrato. Deve a análise, pois,

ser avaliada em cada caso concreto. Nessa medida, merecem consideração as manifestações dos

órgãos técnicos lançadas aos autos, no sentido de que a Representação mereceria possível

acolhimento considerando-se que não restou plenamente evidenciado no processo licitatório que

a SPTuris tenha analisado todas essas circunstâncias, usando um contexto frágil para aceitar o

atestado apresentado pela empresa sem de fato conferir por diligência se tal empresa realmente

executou os serviços de montagens na contratação anterior. Todavia, considerando o ineditismo

da matéria, aliado à constatação de que a empresa Projectum participou como consorciada na

execução dos serviços dos Grandes Prêmios de 2007, 2009, 2010, 2011 e 2012, como provaram

as ARTs anexadas nas fls. 380, 382, 384 e 385, e que, como vencedora da licitação em 2014,

participou desta vez individualmente sem que se tenha notícias de irregularidade na execução do

Page 16: TRIBUNAL DE CONTAS DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO ISO … · Plenário: Senhora Márcia Cristina O. Luquet, Senhor Pedro Henrique Bianchi, Serviço Funerário ... entendimento da Coordenadoria

TRIBUNAL DE CONTAS DO

MUNICÍPIO DE SÃO PAULO

ISO 9001

Cód - 042 (Versão 02)

16

contrato executado que está sendo acompanhado no âmbito do TC 4.111.14-73, conheço da

Representação e, no mérito, julgo-a improcedente, diante das circunstancias que envolveram o

caso concreto. Não obstante, determino à Origem que, em ocorrendo situações similares em

licitações futuras, verifique com rigor e de forma motivada a efetiva comprovação da execução

dos serviços constantes de Atestados fornecidos a empresas em consórcio, e que respaldem a

capacidade técnico-operacional da licitante interessada de forma individualizada. Declaração de

voto apresentada pelo Conselheiro João Antonio: Cuidam os autos de Representação

interposta pela empresa Rohr S.A. Estruturas Tubulares, em face da decisão administrativa que

considerou habilitada a empresa Projectum Comunicação e Studio de Áudio e Vídeo Ltda., sob a

alegação de que a empresa vencedora não possuía, entre outras, a qualificação técnica necessária

para a prestação dos serviços de fornecimento, montagem, desmontagem e desmobilização das

estruturas tubulares, em elementos metálicos modulares de encaixe, necessárias à realização do

43º Grande Prêmio do Brasil de Fórmula 1, objeto do Pregão Eletrônico 76/2014, da São Paulo

Turismo S.A. Assiste razão à PFM – Procuradoria da Fazenda Municipal ao alegar que não há

nenhuma vedação legal à apresentação de Atestados de Capacitação Técnica emitidos em nome

de consórcio; além do que o documento que atestou a experiência anterior da empresa habilitada

foi o atestado emitido em 2007 pela própria São Paulo Turismo S/A, já apresentado e aceito nas

subsequentes edições do GP de Fórmula 1. Ademais, cumpre notar o esclarecimento da Origem

informando que em 2007 houve alteração do percentual de participação da Projectum no

Consórcio, que passou a corresponder a 52,25% dos serviços; que embora o instrumento de

contrato de consórcio permanecesse o mesmo, a alteração a posteriori foi subscrita por todos os

consorciados com a nova divisão de trabalhos. Nesse sentido, conheço da Representação e no

mérito, julgo improcedente pelas razões acima elencadas. Participaram do julgamento os

Conselheiros Domingos Dissei – Relator e João Antonio. Ausente o Conselheiro Presidente

Roberto Braguim, em representação da Corte. Presente o Procurador Chefe da Fazenda

Guilherme Bueno de Camargo. Plenário Conselheiro Paulo Planet Buarque, 19 de agosto de

2015. a) Edson Simões – Vice-Presidente no exercício da Presidência; a) Mauricio Faria –

Conselheiro Revisor, prolator do voto da corrente vencedora, designado para redigir o Acórdão,

nos termos do § 7º do artigo 136 do Regimento Interno desta Corte." 2) TC 2.029.15-02 – JCN

Soluções Ltda. – Secretaria Municipal de Gestão – SMG – Representação em face do Pregão

Eletrônico 38/2014-Cobes, cujo objeto é a contratação de empresa especializada para a prestação

de serviço de gerenciamento de transporte de pessoas e cargas ACÓRDÃO: "Vistos, relatados

englobadamente com o TC 459.15-72 e discutidos estes autos, dos quais é Relator o Conselheiro

Domingos Dissei. Acordam os Conselheiros do Tribunal de Contas do Município de São Paulo, à

unanimidade, de conformidade com o relatório e voto do Relator, em conhecer da representação,

eis que preenchidos os pressupostos de admissibilidade, e, quanto ao mérito, em julgá-la

totalmente improcedente. Acordam, ainda, à unanimidade, em determinar, após o cumprimento

do artigo 58 do Regimento Interno desta Corte, o arquivamento dos autos. Relatório e voto

englobados: v. TC 459.15-72. Participaram do julgamento os Conselheiros Maurício Faria –

Revisor e João Antonio. Ausente o Conselheiro Presidente Roberto Braguim, em representação

da Corte. Presente o Procurador Chefe da Fazenda Guilherme Bueno de Camargo. Plenário

Conselheiro Paulo Planet Buarque, 19 de agosto de 2015. a) Edson Simões – Vice-Presidente no

exercício da Presidência; a) Domingos Dissei – Relator." 3) TC 459.15-72 – Associação das

Empresas de Transportes Leves e Pesados e Locadoras de Veículos do Brasil – Secretaria

Municipal de Planejamento, Orçamento e Gestão – Sempla – Representação em face do Pregão

Eletrônico 38/2014-Cobes, cujo objeto é a contratação de empresa especializada para a prestação

de serviço de gerenciamento de transporte de pessoas e cargas ACÓRDÃO: "Vistos, relatados

englobadamente com o TC 2.029.15-02 e discutidos estes autos, dos quais é Relator o

Page 17: TRIBUNAL DE CONTAS DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO ISO … · Plenário: Senhora Márcia Cristina O. Luquet, Senhor Pedro Henrique Bianchi, Serviço Funerário ... entendimento da Coordenadoria

TRIBUNAL DE CONTAS DO

MUNICÍPIO DE SÃO PAULO

ISO 9001

Cód - 042 (Versão 02)

17

Conselheiro Domingos Dissei. Acordam os Conselheiros do Tribunal de Contas do Município de

São Paulo, à unanimidade, de conformidade com o relatório e voto do Relator, em conhecer da

representação, eis que preenchidos os pressupostos de admissibilidade, e, quanto ao mérito, em

julgá-la improcedente quanto ao item 3.7 e prejudicada os demais itens impugnados, dada

as modificações do instrumento convocatório realizadas pela Secretaria Municipal de

Planejamento, Orçamento e Gestão. Acordam, ainda, à unanimidade, em determinar, após o

cumprimento do artigo 58 do Regimento Interno desta Corte, o arquivamento dos autos.

Relatório englobado: Versa o TC 459/15-72 sobre a Representação interposta pela

Associação das Empresas de Transportes Leves e Pesados e Locadoras de Veículos do Brasil em

face da primeira versão do Edital de Pregão 38/2014-COBES, com data de abertura prevista

para o dia 12/12/2014, cujo objeto é a contratação de empresa especializada para a prestação de

serviços de gerenciamento de transporte de pessoas e cargas. É julgado em conjunto o TC

2.029/15-02, que trata de Representação interposta pela JCN Soluções Ltda., em face da

última versão do Edital do mesmo Pregão, com data de abertura prevista para o dia

27/04/2015. Com relação ao TC 459/15-72, insurgiu-se a Representante, em síntese, contra

a: (i) permissão para a participação de cooperativas no certame (item 3.7 do edital); (ii)

exigência, na qualificação técnica, de comprovação da “prestação de serviço de

gerenciamento de transporte de pessoas e cargas (item 6.2.4.1. do edital). Encaminhados

os autos para a Assessoria Jurídica de Controle Externo, esta se manifestou pelo

conhecimento da Representação, sugerindo a oitiva da Origem. No mérito, concluiu que

“em todos os contratos de prestação de serviços, cujas regras de execução demandem estado de

subordinação e dependência — quer em relação ao fornecedor, quer em relação ao Município —,

está vedada a participação de cooperativa.” Citou, ainda, parecer da Procuradoria Geral do

Município - PGM (Informações PGM.AJC 335/2011, 1.876/2012 e 261/2013), nos quais é

possível inferir que, segundo a douta Procuradoria Geral do Município, não há vedação legal

expressa em relação à contratação de cooperativa para a prestação de serviços de transportes,

ponderando, no entanto, que: “... a falta de expressa vedação para a contratação de cooperativa

para a prestação de serviços de transportes não dispensa que a própria Secretaria analise no ato

da elaboração do edital de licitação, da contratação ou da renovação do contrato, se, nessa

prestação de serviços, pela natureza da atividade ou pelo modo como é usualmente executada no

mercado em geral, haverá subordinação jurídica quer entre os motoristas cooperados e a

cooperativa contratada, quer entre esta e o Município, bem assim de pessoalidade e

habitualidade: em vislumbrando a existência dos elementos que caracterizam o vínculo de

subordinação, ou de emprego, deverá abster-se de contratá-la, pois, por definição não existe

vínculo de emprego entre essas entidades e seus associados. Concluindo, por outro lado, que a

execução da atividade objeto do contrato não demanda subordinação jurídica entre os motoristas

cooperados e a própria Secretaria ou à própria Cooperativa, não obsta que renove o Contrato em

questão”. Assim, concluiu pelo recebimento da Representação, sugerindo a oitiva da

Origem. Regularmente intimados, a Origem apresentou esclarecimentos e o Senhor

Pregoeiro deixou transcorrer “in albis” o prazo assinalado para defesa. A Origem

esclareceu que não estavam presentes as características da subordinação e que caberia à

Contratada decidir como contrataria a mão de obra que prestaria o serviço à Origem. Desta

forma, por inexistir as características de subordinação na prestação do serviço, ficaria

também afastado o caráter de pessoalidade, sendo permitida a participação das

cooperativas. Quanto à exigência de comprovação da prestação de serviços de

gerenciamento de transporte de pessoas e cargas, a Origem informou que tal item seria

retificado. A Auditoria concluiu pela procedência da Representação com relação à

permissão de participação de cooperativas no certame, bem como quanto à exigência de

Page 18: TRIBUNAL DE CONTAS DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO ISO … · Plenário: Senhora Márcia Cristina O. Luquet, Senhor Pedro Henrique Bianchi, Serviço Funerário ... entendimento da Coordenadoria

TRIBUNAL DE CONTAS DO

MUNICÍPIO DE SÃO PAULO

ISO 9001

Cód - 042 (Versão 02)

18

qualificação técnica, ressalvando a possibilidade sinalizada pela Origem de retificar o item

de qualificação técnica, podendo resultar na perda do objeto da representação nesse

aspecto. A Assessoria Jurídica de Controle Externo também se pronunciou pela

procedência da Representação, apontando que o edital exigiria adaptações, como nos casos

que remetiam à prestação dos serviços sob o regime trabalhista, desprezando a

possibilidade de execução por cooperados. Ainda, acompanhou a Auditoria quanto à

exigência de qualificação técnica, condicionada à efetiva alteração de tal item, como

mencionado pela Origem. Novamente intimada, a Origem apontou que a contratação

pretendida não envolvia cessão de mão de obra, com elementos caracterizadores da

relação trabalhista, sustentando a possibilidade de participação de cooperativas. Ainda,

ressaltou que a participação de cooperativas aumentaria a competitividade, trazendo

maiores benefícios à Administração. Por fim, ressaltou que havia realizado as

modificações no Edital quanto à qualificação técnica, trazendo aos autos a nova minuta do

instrumento convocatório. A Auditoria, após análise da nova minuta do Edital, concluiu

pela perda do objeto da Representação com relação à questão da qualificação técnica,

sugerindo, ainda, o encaminhamento dos autos à Assessoria Jurídica para manifestação

quanto à participação de cooperativas. A Assessoria Jurídica de Controle Externo

entendeu que as alterações promovidas no edital sanavam a questão atinente à qualificação

técnica. Quanto à participação de cooperativas, entendeu que o edital não retirava direitos

dos cooperados, ficando garantidos os direitos mínimos. Assim, concluiu pelo

conhecimento da Representação e, no mérito, pela improcedência parcial da representação

em relação aos itens que não são hábeis a criar um vínculo trabalhista entre o prestador de

serviços e a Administração Pública; e pela perda do objeto em relação aos itens 3.2.1,

3.2.2, 3.3, 5.5.7.b, 5.5.10 a 5.5.12, 5.5.14 e 5.5.15, do Termo de Referência, dada a

modificação proposta pela Origem. A Procuradoria da Fazenda Municipal acompanhou as

conclusões da Assessoria Jurídica de Controle Externo. Na sequência, a Origem informou

que havia reagendado a abertura do certame licitatório para o dia 27.04.2015, com as

devidas alterações promovidas no edital, havendo redução do quantitativo licitado. A

Auditoria entendeu que as modificações efetuadas sanavam os apontamentos

anteriormente realizados, mas ressaltou que, em razão da alteração dos quantitativos,

deveria ser realizada nova pesquisa de preços. Por fim, constatou que o pregão havia sido

declarado fracassado, pelo não comparecimento de interessados. A Assessoria Jurídica de

Controle Externo acompanhou o entendimento da Auditoria de que, havendo mudança do

quantitativo, seria necessária nova pesquisa de preços, reiterando o seu posicionamento

anterior pela parcial improcedência e parcial perda de objeto da Representação. Após a

Procuradoria da Fazenda Municipal reiterar sua manifestação anterior, a Secretaria Geral

opinou pelo conhecimento da Representação, posto que preenchidos os pressupostos de

admissibilidade e, no mérito, pela perda de objeto, em razão da inexistência de propostas

dentro do preço de referência. Com relação ao TC 2.029.15-02, insurgiu-se a Representante,

em síntese, contra a participação de cooperativas no certame por considerar que, em razão

da natureza dos serviços licitados, demandariam execução em estado de subordinação e

dependência, quer com relação ao fornecedor, quer com relação à Municipalidade. A

Assessoria Jurídica de Controle Externo se manifestou pelo conhecimento da

Representação, sugerindo a oitiva da Origem. No mérito, ressaltou que o objeto da

presente Representação já havia sido analisado nos autos do TC 459/15-72. Destacou que

as irresignações repisam, essencialmente, os mesmos elementos combatidos no TC

sobredito, e o Edital trazido à baila é aquele cujas alterações já foram acolhidas pela

Assessoria Jurídica de Controle Externo. Com essas considerações, manifestou-se pelo

Page 19: TRIBUNAL DE CONTAS DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO ISO … · Plenário: Senhora Márcia Cristina O. Luquet, Senhor Pedro Henrique Bianchi, Serviço Funerário ... entendimento da Coordenadoria

TRIBUNAL DE CONTAS DO

MUNICÍPIO DE SÃO PAULO

ISO 9001

Cód - 042 (Versão 02)

19

conhecimento da representação e pela sua improcedência. A Procuradoria da Fazenda

Municipal acompanhou as conclusões da Assessoria Jurídica, requerendo que a

Representação fosse julgada improcedente. A Secretaria Geral opinou pelo conhecimento

da Representação, posto que preenchidos os pressupostos de admissibilidade e, no mérito,

pela perda superveniente de seu objeto, em razão da não classificação de propostas

durante a realização do certame, tornando-o prejudicado. É o Relatório. Voto englobado: 1

- CONHEÇO das Representações interpostas em face do Edital de Pregão 38/2014-COBES,

tendo por objeto a prestação de serviços de gerenciamento de transporte de pessoas e cargas, eis

que preenchidos os pressupostos de admissibilidade. 2 – Preliminarmente, entendo não ser o caso

de prejudicialidade da análise do mérito das representações, uma vez que o certame foi

concluído, tendo sido declarado fracassado em razão da desclassificação de todas as propostas

apresentadas no torneio licitatório, por se encontrarem acima do preço de referência adotado pela

Origem. 3 - Quanto ao mérito, na esteira das manifestações da Assessoria Jurídica de Controle

Externo e da Procuradoria da Fazenda Municipal, que adoto como razão de decidir: Quanto à

representação tratada no TC 459/15-72, JULGO-A IMPROCEDENTE quanto ao item 3.7 e

PREJUDICADA em relação aos demais itens impugnados, dada as modificações do

instrumento convocatório realizadas pela Origem. Quanto à representação tratada no TC

2.029/15-02 que impugnou o edital republicado, JULGO-A TOTALMENTE

IMPROCEDENTE. 4 – Após as medidas regimentais, arquivem-se os autos. Participaram do

julgamento os Conselheiros Maurício Faria – Revisor e João Antonio. Ausente o Conselheiro

Presidente Roberto Braguim, em representação da Corte. Presente o Procurador Chefe da

Fazenda Guilherme Bueno de Camargo. Plenário Conselheiro Paulo Planet Buarque, 19 de

agosto de 2015. Edson Simões – Vice-Presidente no exercício da Presidência; a) Domingos

Dissei – Relator." 4) TC 4.551.14-76 – Empresa de Tecnologia da Informação e Comunicação

do Município de São Paulo – Prodam-SP S.A. – Acompanhamento – Verificar se as etapas do

processo licitatório referente ao Pregão Eletrônico 05.003/14, cujo objeto é o registro de preços

para futura e eventual aquisição de "módulos e switches para a administração direta e indireta do

Município de São Paulo", estão sendo realizadas de acordo com os dispositivos legais pertinentes

ACÓRDÃO: "Vistos, relatados e discutidos estes autos, dos quais é Relator o Conselheiro

Domingos Dissei. Acordam os Conselheiros do Tribunal de Contas do Município de São Paulo, à

unanimidade, de conformidade com o relatório e voto do Relator, em julgar regular o Pregão

Eletrônico 05.003/2014, deixando de fazer qualquer determinação. Acordam, afinal, à

unanimidade, em determinar, após as medidas regimentais, o arquivamento dos autos.

Relatório: Em julgamento o Pregão Eletrônico 05.003/2014 para Registro de Preços para futura

e eventual aquisição de "módulos e switches”, além de outros itens, para a administração direta e

indireta do Município de São Paulo. O objeto do Pregão foi dividido em 3 Lotes: Lote 1:

Switches cisco 4510 e 3750; Lote 2: Switch Chassis, módulos e transceiver; Lote 3: Switch top

of rack. O Lote 1 foi adjudicado para a empresa Aynil Soluções S.A., pelo valor de R$

2.420.115,64. O Lote 2 foi adjudicado para a empresa NEC Latin América S.A., no valor de R$

9.200.000,00. Já o Lote 3 foi adjudicado para a empresa Alctel Telecomunicações e Informática

Ltda., pelo valor de R$ 1.050.000,00. A Auditoria, em sua análise inicial, concluiu pela

regularidade do Pregão, não tendo encontrado irregularidades. A Assessoria Jurídica de Controle

Externo acompanhou a posição da Auditoria, manifestando-se também pela regularidade do

Pregão. Por fim, a Procuradoria da Fazenda Municipal acompanhou o posicionamento dos órgãos

deste Tribunal de Contas, e requereu que o Pregão fosse julgado regular. É o relatório. Voto: 1 -

Na esteira das manifestações da Subsecretaria de Fiscalização e Controle, da Assessoria Jurídica

de Controle Externo, e da Procuradoria da Fazenda Municipal, que adoto como razões de decidir,

julgo REGULAR o Pregão Eletrônico 05.003/2014, promovido pela PRODAM, tendo por objeto

Page 20: TRIBUNAL DE CONTAS DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO ISO … · Plenário: Senhora Márcia Cristina O. Luquet, Senhor Pedro Henrique Bianchi, Serviço Funerário ... entendimento da Coordenadoria

TRIBUNAL DE CONTAS DO

MUNICÍPIO DE SÃO PAULO

ISO 9001

Cód - 042 (Versão 02)

20

o Registro de Preços para futura e eventual aquisição de “módulos e switches”, além de outros

itens, para a administração direta e indireta do Município de São Paulo, deixando, em

consequência, de fazer qualquer determinação. 2 - Após as medidas regimentais, arquivem-se os

autos. É o meu voto. Participaram do julgamento os Conselheiros Maurício Faria – Revisor e

João Antonio. Ausente o Conselheiro Presidente Roberto Braguim, em representação da Corte.

Presente o Procurador Chefe da Fazenda Guilherme Bueno de Camargo. Plenário Conselheiro

Paulo Planet Buarque, 19 de agosto de 2015. a) Edson Simões – Vice-Presidente no exercício da

Presidência; a) Domingos Dissei – Relator." – PROCESSOS RELATADOS PELO

CONSELHEIRO JOÃO ANTONIO – Designado Revisor “ad hoc” o Conselheiro Maurício

Faria. Preliminarmente, o Conselheiro João Antonio, nos termos do artigo 157, § 2º, do

Regimento Interno deste Tribunal, incluiu em pauta o processo TC 2.036.15-60. A seguir, passou

a relatar os processos constantes de sua pauta. 1) TC 427.08-57 – Secretaria Municipal de

Educação – SME e Armazena Armazéns Gerais Ltda. – Contrato Emergencial 221/SME/2007

R$ 567.000,00 – Contratação emergencial de empresa para armazenagem de uniformes escolares

que devem ser entregues à Municipalidade, suspensão de licitação para contratação de serviços

de logística, impossibilidade de armazenamento risco de mora do credor ACÓRDÃO: "Vistos,

relatados englobadamente com o TC 358.08-36 e discutidos estes autos, dos quais é Relator o

Conselheiro João Antonio. Acordam os Conselheiros do Tribunal de Contas do Município de

São Paulo, por maioria, pelos votos dos Conselheiros João Antonio – Relator, com relatório e

voto, e Domingos Dissei, em julgar regular o Contrato Emergencial 221/SME/2007. Vencido o

Conselheiro Maurício Faria – Revisor "ad hoc", que, consoante voto proferido em separado,

julgou irregular o ajuste. Acordam, ainda, à unanimidade, em determinar, após as comunicações

de praxe, o arquivamento dos autos. Relatório e voto englobados: v. TC 358.08-36. Voto em

separado proferido pelo Conselheiro Maurício Faria: v. TC 358.08-36. Participaram do

julgamento os Conselheiros Maurício Faria – Revisor "ad hoc" e Domingos Dissei. Ausente o

Conselheiro Presidente Roberto Braguim, em representação da Corte. Presente o Procurador

Chefe da Fazenda Guilherme Bueno de Camargo. Plenário Conselheiro Paulo Planet Buarque, 19

de agosto de 2015. a) Edson Simões – Vice-Presidente no exercício da Presidência; a) João

Antonio – Relator." 2) TC 358.08-36 – Secretaria Municipal de Educação – SME e Armazena

Armazéns Gerais Ltda. – Acompanhamento – Execução contratual – Verificar se a principais

cláusulas do Contrato 221/SME/2007 (R$ 567.000,00), cujo objeto é a contratação emergencial

de empresa para armazenagem de uniformes escolares que devem ser entregues à

Municipalidade, suspensão de licitação para a contratação de serviços de logística,

impossibilidade de armazenamento risco de mora do credor, estão sendo executadas conforme

pactuado ACÓRDÃO: "Vistos, relatados englobadamente com o TC 427.08-57 e discutidos

estes autos, dos quais é Relator o Conselheiro João Antonio. Acordam os Conselheiros do

Tribunal de Contas do Município de São Paulo, por maioria, pelos votos dos Conselheiros João

Antonio – Relator, com relatório e voto, e Domingos Dissei, em julgar regular a execução do

Contrato Emergencial 221/SME/2007. Vencido o Conselheiro Maurício Faria – Revisor "ad

hoc", que, consoante voto proferido em separado, julgou irregular a execução do ajuste, bem

como não reconheceu os efeitos financeiros produzidos. Acordam, ainda, à unanimidade, em

determinar, após as comunicações de praxe, o arquivamento dos autos. Relatório: Trata o TC

427.08-57 da análise do Contrato Emergencial 221/SME/2007, firmado entre a Secretaria

Municipal de Educação e a empresa Armazena Armazéns Gerais Ltda., para prestação de

serviços de armazenagem de uniformes escolares, no valor de R$ 567.000,00 (quinhentos e

sessenta e sete mil reais). A Coordenadoria II, da Subsecretaria de Fiscalização e Controle

apontou as seguintes irregularidades: 1 – "Infringência ao inciso IV do art. 24 da Lei Federal

8.666/93 por não estarem devidamente justificadas as causas que caracterizaram a necessidade de

Page 21: TRIBUNAL DE CONTAS DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO ISO … · Plenário: Senhora Márcia Cristina O. Luquet, Senhor Pedro Henrique Bianchi, Serviço Funerário ... entendimento da Coordenadoria

TRIBUNAL DE CONTAS DO

MUNICÍPIO DE SÃO PAULO

ISO 9001

Cód - 042 (Versão 02)

21

contratação direta. (Quadro C – Itens 1 e 3) 2 – Infringência ao inciso II do parágrafo 2º do art. 7º

da Lei Federal 8.666/93 por não ter sido demonstrada a estimativa do volume (m³) de material a

ser armazenado em relação à metragem cúbica contratada (5000 m³). (Quadro C – Itens 1 e 3) 3 –

Infringência ao inciso III do parágrafo único do art. 26 da Lei Federal 8.666/93 e artigo 12 do

Decreto Municipal 44.279/03 por não ter sido justificado o preço contratado. (Quadro C – Item

5) 4 - Infringência ao art. 26 da Lei Federal 8.666/93 pela publicação extemporânea do Despacho

de Autorização/Ratificação. (Quadro C - Item 9) 5 - Infringência ao inciso III do art. 29 da Lei

Federal 8.666/93 e ao inciso III do art. 40 do Decreto Municipal 44.279/03 por não constar do

processo a Certidão de Tributos Mobiliários do Município de São Paulo ou Declaração do não

cadastramento e de que nada deve à Fazenda do Município de São Paulo. (Quadro C - Item 10)"

Ressaltaram ainda: A não efetivação de consulta ao CADIN anteriormente à contratação,

infringindo o art. 3º da Lei Municipal 14094/05 (Quadro C - Item 10), a extemporaneidade da

publicação resumida do instrumento contratual, infringindo o art. 26 da Lei Municipal 13.278/02

(Quadro C - Item 14) e por fim, a ausência de remessa do contrato por meio eletrônico nos

termos estabelecidos na Resolução TCMSP 05/02 e Instruções 01/02 (Quadro D - Item 17).

Deixaram, por fim, sugestão de recomendação à Origem para que a mesma passasse a efetuar

consulta ao CADIN anteriormente às contratações e respectivos pagamentos. (Quadro C - Item

10) Intimados, os Interessados Waldemar Navarrete Pelissoni, Chefe de Gabinete da SME, e

Tadeu Roberto Natale, representante da empresa contratada, trouxeram aos autos manifestações

de fls. 96/109; 110/119 e na sequência a Assessoria Jurídica foi instada a se manifestar. A AJCE

pronunciou-se às fls. 123/130 ressaltando o não planejamento do cronograma de entrega dos

uniformes pelos fornecedores, uma vez que houve a antecipação de entregas, gerando a

necessidade de disponibilização de espaço para o armazenamento dos mesmos, motivando assim

a presente contratação. Entendeu não haver razões capazes de justificar a ausência de

providências acerca da estimativa do material a ser armazenado em relação à metragem cúbica

contratada. No que se refere à justificativa do preço contratado, ressaltou caracterizada a

infringência do artigo 26, inciso III do parágrafo único, uma vez que a apólice de seguro acostada

ao processo administrativo teve sua emissão posterior à assinatura do ajuste, não se encontra

completa e é parte integrante do preço ajustado. Por fim, entendendo também configuradas as

infringências acerca da publicação extemporânea do Despacho Autorizatório e da regularidade da

contratada perante a Fazenda do Município de São Paulo, opinou pela irregularidade do contrato

em análise. A PFM propugnou por nova oitiva da Origem para esclarecimentos de alguns

quesitos (fls. 132/136) e em pronunciamento de fls. 196/197, a fim de se resguardar o direito de

defesa da Pasta, requereu o encaminhamento de todos os pareceres emitidos pelos órgãos

técnicos desta Casa. Foram, então, juntados pela Origem documentos de fls. 144/176; 212/255;

264 e por conta do acrescido, em sua última manifestação, AUD ratificou posicionamento

anterior (fls. 266/268 v). Na mesma senda, opinou a AJCE, destacando, entendimento esposado

pela Senhora Assessora Subchefe, à fl. 194, acerca da infringência quanto à garantia contratual,

uma vez que apesar da apólice de seguro ter sido emitida posteriormente à data de assinatura do

ajuste, o cumprimento das obrigações e a ausência de prejuízo ao erário são importantes fatores

para ensejar eventual relevação da mesma. A PFM, por sua vez, com fundamento nas razões de

defesa e respectivos documentos trazidos pela Origem, propugnou pelo acolhimento do ajuste,

ou, sucessivamente, pelo reconhecimento dos seus efeitos financeiros, diante da ausência de

dolo, culpa ou má-fé por parte dos agentes envolvidos. A Secretaria Geral manifestou-se pelo

não acolhimento do presente Contrato Emergencial 221/SME/2007, deixando a critério do Nobre

Conselheiro Relator as recomendações que entender pertinentes. O TC 358/08-36 trata do

Acompanhamento de Execução Contratual do Contrato 221/SME/2007. As conclusões

alcançadas pela Auditoria encontram-se consubstanciadas no relatório constante às fls. 89/101:

Page 22: TRIBUNAL DE CONTAS DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO ISO … · Plenário: Senhora Márcia Cristina O. Luquet, Senhor Pedro Henrique Bianchi, Serviço Funerário ... entendimento da Coordenadoria

TRIBUNAL DE CONTAS DO

MUNICÍPIO DE SÃO PAULO

ISO 9001

Cód - 042 (Versão 02)

22

"Consideramos irregular a execução do Contrato 221/SME/2007, pelos fatos apurados no

período de abrangência desta Auditoria, a seguir expostos: 4.1 - O presente contrato foi objeto de

análise formal – TC 427.08-57, tendo a Auditoria concluído por sua irregularidade. O processo

está pendente de julgamento. (Item 3.2) 4.2 - A data de adjudicação do Pregão para a contratação

da empresa de logística deu-se na mesma data da assinatura do presente contrato emergencial,

demonstrando que a justificativa para a contratação emergencial devido à suspensão do certame

pelo TCM não se sustenta. Além disso, se a SME exigisse que os prazos de entrega estipulados

fossem cumpridos pelos fabricantes, esta contratação não seria necessária. (Item 3.4.1) 4.3 -

Verificou-se que, em 11.02.08, a empresa Armazena já havia utilizado 10.289 m³ para o

armazenamento dos produtos, atingindo percentual de ocupação acima de 100% em relação ao

contratado. Considerando que a Lei Federal 8.666/93 permite acréscimos de até 25% do valor

inicial contratado, os pagamentos relativos à metragem excedida não encontram respaldo. Tais

fatos denotam falta de planejamento da real necessidade da contratação. (Item 3.4.2) 4.4 - Até a

data de encerramento desta auditoria, não haviam sido efetuados liquidação ou pagamentos à

empresa Armazena. (Item 3.4.3) 4.5 - Não há qualquer previsão no Contrato Emergencial

referente à obrigatoriedade e periodicidade da medição dos espaços que estão sendo utilizados na

empresa Armazena. (Item 3.4.4) 4.6 - O Contrato não dispõe como deverá ser efetuado o seu

acompanhamento, possibilitando à contratada utilizar critérios de medição por ela definidos. No

acompanhamento do contrato, não há documentos que evidenciem a concordância ou não, por

parte de SME, quanto aos índices e a forma de cálculo utilizados pela Armazena. (Item 3.4.4 - 1

e 2.a) 4.7 - Considerando a falta de critérios objetivos para o acompanhamento do contrato e o

fato de SME atestar os serviços somente na ocasião da medição final apresentada pela empresa

contratada, não podemos afirmar que os controles utilizados dão garantia de que a metragem

cúbica cobrada corresponde à efetivamente devida. (Item 3.4.4 - 1 e 2.a) 4.8 - A planilha

elaborada/utilizada pela contratada é o principal instrumento de controle no acompanhamento do

contrato. Considerando as falhas apuradas nas informações lançadas nos controles do contrato,

podemos inferir que os instrumentos utilizados não dão garantia de que as informações apontadas

nas medições são confiáveis. (Item 3.4.4 - 1 e 2.b) 4.9 - O conteúdo dos relatórios das visitas

realizadas pela SME é extremamente genérico e não contempla dados e/ou informações mínimas

que evidenciem algum tipo de controle por parte da SME, para checagem dos procedimentos de

medição da metragem cúbica utilizada e informada pela Armazena. (Item 3.4.4 - 3) 4.10 - Em

visita à Armazena Armazéns Gerais Ltda., no dia 08.02.08, percorremos as instalações da

empresa e constatamos que os produtos estavam sendo armazenados de forma satisfatória. (Item

3.4.5) 4.11 - Verificamos que a contratada estava montando kits de uniformes escolares a serem

entregues aos alunos da rede pública municipal. Trata-se de atividade diversa daquela pactuada,

restando clara a execução de serviços além dos contratados. (Item 3.4.5)" Regularmente

intimados, apresentaram defesa a Origem (Waldecir Navarrete Pelissoni, Chefe de Gabinete da

SME) e a Contratada (Tadeu Roberto Natale), respectivamente às fls. 124/129 e 130/140 dos

presentes autos, as quais foram analisadas pela Auditoria que concluiu às fls. 155/158, pela

ratificação do seu posicionamento anterior. Instada a se manifestar, a Agente de Fiscalização da

AJCE, acompanhada pela D. Assessora Subchefe de Controle Externo, opinou pelo não

acolhimento da execução contratual em exame, face aos apontamentos feitos pela Auditoria (fls.

161/164 e 165). A Procuradoria da Fazenda Municipal, por sua vez, entendeu pela necessidade

de complementação da instrução processual, motivo pelo qual apresentou quesitos à Origem, às

fls. 167/172 dos presentes autos, os quais foram indeferidos por Vossa Excelência através do r.

despacho à fl. 173. Inconformada, a Procuradoria da Fazenda Municipal interpôs Agravo

Regimental, nos termos do parágrafo primeiro, do artigo 51, do Regimento Interno desta E. Corte

de Contas. Superada a preliminar levantada, o Órgão Fazendário requereu o acolhimento dos atos

Page 23: TRIBUNAL DE CONTAS DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO ISO … · Plenário: Senhora Márcia Cristina O. Luquet, Senhor Pedro Henrique Bianchi, Serviço Funerário ... entendimento da Coordenadoria

TRIBUNAL DE CONTAS DO

MUNICÍPIO DE SÃO PAULO

ISO 9001

Cód - 042 (Versão 02)

23

em exame ou, ao menos, o reconhecimento dos efeitos patrimoniais em homenagem ao princípio

da segurança jurídica. A Secretaria Geral acompanhou as conclusões alcançadas pelos Órgãos

Técnicos, opinando pelo não acolhimento da execução contratual no período auditado. É o

relatório. Voto: Em julgamento o Contrato Emergencial 221/SME/2007, firmado entre a

Secretaria Municipal de Educação e a empresa Armazena Armazéns Gerais Ltda., para prestação

de serviços de armazenagem de uniformes escolares, no valor de R$ 567.000,00 (quinhentos e

sessenta e sete mil reais) bem como sua execução contratual. Segundo os Órgãos Técnicos, a

instrução processual não logrou esclarecer os apontamentos da Auditoria que fundamentaram a

irregularidade dos atos praticados pela Origem. Entendo, contudo, que as razões de defesa

colacionadas pela Origem, e respectivos documentos comprobatórios, devem ser sopesados neste

momento, nos termos requeridos pela Douta Procuradoria da Fazenda Municipal. Sobre os

pontos abordados, passo a analisar. 1 – Infringência ao inciso IV do art. 24 da Lei Federal

8.666/93 por não estarem devidamente justificadas as causas que caracterizaram a necessidade de

contratação direta. Consta dos autos que até o exercício de 2006, os kits dos uniformes escolares

eram distribuídos diretamente pelos fornecedores nas Unidades Escolares e que os professores e

equipes de apoio faziam a distribuição dos uniformes aos alunos, onerando as atividades desses

profissionais. Em 2007, os kits dos uniformes foram reunidos em um único local para

distribuição, quando foi necessária a contratação de uma empresa de logística. Para melhorar os

serviços, a Administração optou pela entrega dos uniformes via Correios e para esse fim

promoveu o Pregão 94/SME/2007, cuja publicação de abertura ocorreu no diário oficial de

23/11/2007. Ocorre que, por determinação deste Tribunal, o certame foi suspenso e não havia

tempo hábil para entrega dos uniformes no início do ano letivo, razão pela qual foi firmada a

presente contratação direta, estando, portanto, justificada a emergência pelos motivos expostos. 2

– Infringência ao inciso II do parágrafo 2º do art. 7º da Lei Federal 8.666/93 por não ter sido

demonstrada a estimativa do volume (m³) de material a ser armazenado em relação à metragem

cúbica contratada (5.000 m³ – cinco mil metros cúbicos -). Consta dos autos documentação

encaminhada pela Coordenadoria dos Núcleos de Ação Educativa (fls. 168-169), demonstrando o

cálculo da média ponderada dos materiais estocados, apontando 4.730,44 m³ ( quatro mil

setecentos e trinta virgula quarenta e quatro metros cúbicos) portanto, compatível com o volume

contratado. 3 – Infringência ao inciso III do parágrafo único do art. 26 da Lei Federal 8.666/93 e

artigo 12 do Decreto Municipal 44.279/03 por não ter sido justificado o preço contratado. Sobre

esse apontamento, observo que as fls. 09-12 dos autos constam as propostas comerciais, onde é

possível confirmar que o preço ofertado pela Contratada demonstra ser o mais vantajoso e

compatível com os praticados no mercado. 4 - Infringência ao art. 26 da Lei Federal 8.666/93

pela publicação extemporânea do Despacho de Autorização/Ratificação. Nesse caso, observo que

a falha é formal podendo ser relevada, eis que não acarretou nenhum tipo de prejuízo para a

Administração. 5 - Infringência ao inciso III do art. 29 da Lei Federal 8.666/93 e ao inciso III do

art. 40 do Decreto Municipal 44.279/03 por não constar do processo a Certidão de Tributos

Mobiliários do Município de São Paulo ou Declaração do não cadastramento e de que nada deve

à Fazenda do Município de São Paulo. Nesse quesito, destaque-se que a empresa não é inscrita

no Município de São Paulo, tendo sua sede em Taboão da Serra. A pesquisa efetuada pela

Administração junto ao CADIN não detectou pendências da Contratada, de modo que foi

considerada regular perante o fisco. 6 - Extemporaneidade da publicação resumida do

instrumento contratual, infringindo o art. 26 da Lei Municipal 13.278/02 e por fim, a ausência de

remessa do contrato por meio eletrônico nos termos estabelecidos na Resolução TCMSP 05/02 e

Instruções 01/02 Relativamente a esses apontamentos, observo que as falhas são formais e não

devem fundamentar a decretação de nulidade da contratação em exame, podendo ser superadas.

Relativamente à execução contratual, constam dos autos diversas impropriedades anotadas pela

Page 24: TRIBUNAL DE CONTAS DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO ISO … · Plenário: Senhora Márcia Cristina O. Luquet, Senhor Pedro Henrique Bianchi, Serviço Funerário ... entendimento da Coordenadoria

TRIBUNAL DE CONTAS DO

MUNICÍPIO DE SÃO PAULO

ISO 9001

Cód - 042 (Versão 02)

24

Auditoria que, mesmo após ouvir os responsáveis, não foram saneadas na instrução processual.

Ocorre, entretanto, que não há qualquer demonstração de prejuízo para a Administração nem

sequer constatação de dolo, má-fé ou culpa por parte dos agentes públicos envolvidos. Há que se

considerar, ainda, que em visita à Armazena Armazéns Gerais Ltda., no dia 08.02.08, os técnicos

da Auditoria percorreram as instalações da empresa e constataram que os produtos estavam

sendo armazenados de forma satisfatória. Diante de todo o exposto, acolho as alegações da

Origem e da Douta Procuradoria da Fazenda Municipal para JULGAR REGULARES o Contrato

Emergencial 221/SME/2007, firmado entre a Secretaria Municipal de Educação e a empresa

Armazena Armazéns Gerais Ltda., bem como a execução contratual relativa ao período

analisado. Após as comunicações de praxe, arquivem-se os autos. Voto em separado proferido

pelo Conselheiro Maurício Faria: As infringências constatadas pelos relatórios da Auditoria,

secundados pelos demais órgãos técnicos desta Casa, são suficientes para conduzir à conclusão

de que o contrato em análise é irregular e que sua execução também não merece acolhida. No

entanto, há dois aspectos que não foram explorados devidamente durante a instrução processual e

que merecem análise mais detida e providências complementares, diante de possíveis prejuízos

ao erário, pelas razões a seguir expostas. A primeira questão a ser enfrentada é o possível

pagamento em duplicidade pelo serviço de armazenamento dos uniformes, em razão da

sobreposição de previsões contratuais paralelas. O Contrato Emergencial 221/SME/2007, ora em

análise, foi firmado pela Secretaria Municipal de Educação com fundamento no art. 24, inciso

IV, da Lei Federal 8.666/93, mediante a justificativa de que os uniformes escolares já estavam

sendo fabricados e o prazo de entrega destes em breve se iniciaria, sem que a Municipalidade

contasse com espaço para armazenamento, pois a licitação dos serviços de separação dos kits dos

uniformes, embalagem, armazenamento e posterior distribuição às unidades escolares, que era

considerada a licitação de logística, havia sido suspensa por esta Corte de Contas, no âmbito do

TC 3.937.07-69. A justificativa para a contratação direta por situação emergencial, a meu ver,

não se sustenta, quer seja por uma análise retrospectiva dos fatos antecedentes – duas outras

contratações diretas no mesmo ano de 2007, com a mesma empresa, para o mesmo objeto, quer

seja também pelos fatos posteriores especialmente quanto à assinatura do contrato emergencial

exatamente na mesma data em que completada a sessão pública do certame em que eram

licitados os chamados serviços de logística (27/12/2007). O fato relevante é que a Administração

Municipal procedeu à contratação emergencial com um prazo de execução de 90 (noventa) dias,

com expressa previsão, na cláusula segunda, de que a contratação seria objeto de rescisão quando

da conclusão do processo licitatório em andamento, mais amplo, que previa a contratação de

todos os serviços de logística descritos supra. In verbis: Cláusula Segunda – Da Execução e da

Vigência do Contrato 2.1. A vigência será de 90 dias a partir de 27/12/2007, podendo ter rescisão

antecipada por parte da SME, sem ônus, a qualquer tempo, ou até que seja concluído o processo

licitatório em andamento (grifos nossos). Todavia, foi possível constatar, pelo período em que a

Auditoria realizou a análise da execução contratual, que não houve rescisão do contrato

emergencial, mesmo com a finalização do processo licitatório para os serviços de logística. Isso

porque o contrato emergencial em questão possuía o prazo de vigência de noventa dias, conforme

a cláusula transcrita, com vigência, então, entre 27 de dezembro de 2007 e 24 de março de 2008,

e estava em plena execução quando das inspeções realizadas pela Auditoria, entre 11 de fevereiro

e 7 de março de 2008. Também não consta publicação indicando que tenha havido rescisão do

contrato emergencial antes do fim de sua vigência prevista, demonstrando, portanto, que o

Contrato Emergencial 221/SME/2007 vigeu plenamente, sem rescisão por iniciativa da

Secretaria Municipal da Educação. No entanto, a rescisão deveria ter ocorrido, pois a licitação

dos serviços de logística, que incluía os serviços de armazenagem, prosseguiu e se completou,

visto que superadas as questões que pendiam de análise neste Tribunal, no âmbito do TC

Page 25: TRIBUNAL DE CONTAS DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO ISO … · Plenário: Senhora Márcia Cristina O. Luquet, Senhor Pedro Henrique Bianchi, Serviço Funerário ... entendimento da Coordenadoria

TRIBUNAL DE CONTAS DO

MUNICÍPIO DE SÃO PAULO

ISO 9001

Cód - 042 (Versão 02)

25

3.937.07-69. O Pregão 94/SME/2007 foi assim retomado, sendo a sessão pública encerrada aos

27 de dezembro de 2007, homologado o resultado aos 11 de janeiro de 2008 e assinado o

Contrato 02/SME/2008 com a empresa vencedora do certame, TZAR SL Transportes e

Armazenagem Ltda., em 1º de fevereiro de 2008. Além da inexplicável demora nos atos

administrativos necessários à conclusão de tal Pregão 94/SME/2007, já que não há registro de

que tenham concorridos fatores outros impeditivos da formalização da contratação, como

recursos administrativos ou medidas judiciais, o fato é que o Contrato Emergencial

221/SME/2007 tinha vigência entre 27 de dezembro de 2007 e 24 de março de 2008, ao passo

que o Contrato 02/SME/2008 tinha vigência também de 90 (noventa) dias de sua assinatura, ou

seja, entre 1º de fevereiro a 1º de maio de 2008, coexistindo, assim, os dois contratos, entre 1º de

fevereiro e 24 de março de 2008, o que corresponde a 53 (cinquenta e três) dias. O problema que

exsurge dessa superposição de 53 (cinquenta e três) dias é que o objeto principal do Contrato

Emergencial 221/SME/2007 era prestação de serviços de armazenagem, enquanto que o Contrato

02/SME/2008 previa também, dentre seus vários objetos, o serviço de armazenagem, como é

possível verificar do cotejo de suas cláusulas contratuais. Contrato Emergencial 221/SME/2007

Cláusula Primeira – Do Objeto Contratação emergencial de empresa para armazenagem de

uniformes escolares que devem ser entregues à Municipalidade – Suspensão de licitação para a

contratação de serviços de logística – Impossibilidade de armazenamento risco de mora do

credor. A contratada fica responsável jurídica e financeiramente por todos os materiais

armazenados bem como o recebimento, conferência e armazenamento dos uniformes escolares

com seguro incluso. (grifos nossos). Contrato 02/SME/2008 2. DOS SERVIÇOS QUE SERÃO

EXECUTADOS: (...) d) Armazenagem. Armazenar, dentro das normas de melhores práticas para

tanto, os itens componentes dos kits de uniformes escolares coletados, utilizando todos os meios

necessários (paletes e/ou racks e/ou gaiolas e/ou similares) para garantir a integridade e asseio

dos mesmos até a realização da entrega para a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos.

(grifos nossos). Diante de tais elementos, é possível constatar que, durante 53 (cinquenta e três)

dias, os contratos com objeto coincidente em relação à armazenagem coexistiram, sem nenhuma

ressalva, fazendo com que, possivelmente, o serviço de armazenagem tenha sido remunerado

tanto no contrato emergencial quanto no contrato oriundo do certame licitatório, causando

eventualmente prejuízo ao erário, que teria pago duas vezes pelo mesmo serviço, nesse período.

Ressalte-se, ainda, que o preço praticado no contrato emergencial foi de R$ 1,26 por metro

cúbico armazenado, enquanto que no âmbito do contrato licitado de logística o preço saltou para

R$ 2,40 em relação ao mesmo parâmetro de medição, o metro cúbico armazenado. Ou seja, pelos

valores praticados, é possível inferir que não houve redução de preço em virtude de viger um

contrato que já previa o serviço de armazenamento, reforçando a hipótese de pagamento em

duplicidade. Tal situação demanda análise detida, por parte dos órgãos técnicos desta Casa, que

deverão confrontar os pagamentos efetuados em razão do Contrato Emergencial 221/SME/2007

com aqueles do Contrato 02/SME/2008, no período entre 1º de fevereiro e 24 de março de 2008,

para que, em sendo confirmado o pagamento em duplicidade, o valor seja apurado e devolvido

aos cofres públicos. Outrossim, é necessário verificar, se for o caso, a responsabilidade funcional

dos agentes públicos que deram causa a esse possível pagamento em duplicidade, que, uma vez

confirmado, deverá dar azo à imposição das penalidades cabíveis. Nesse sentido, considero que

essa imprescindível análise seja realizada no âmbito do TC 587/08-23, que versa sobre a

execução do Contrato 02/SME/2008, ao qual devem ser carreadas as informações necessárias

acerca do Contrato Emergencial 221/SME/2007, permitindo que possa ser levado a cabo o

julgamento dos processos e, ao mesmo tempo, seja verificada a hipótese de pagamento em

duplicidade, ora suscitada, com seus devidos desdobramentos. Esclarecida essa primeira questão,

passo ao segundo ponto que, a meu ver, também merece ser objeto de apreciação mais detida.

Page 26: TRIBUNAL DE CONTAS DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO ISO … · Plenário: Senhora Márcia Cristina O. Luquet, Senhor Pedro Henrique Bianchi, Serviço Funerário ... entendimento da Coordenadoria

TRIBUNAL DE CONTAS DO

MUNICÍPIO DE SÃO PAULO

ISO 9001

Cód - 042 (Versão 02)

26

Pelo Contrato Emergencial 221/SME/2007, foi contratada a empresa Armazena Armazéns Gerais

Ltda., pela terceira vez no ano de 2007, conforme constou dos TCs 1.755/07-80 e 1.756/07-43,

para o mesmo serviço de armazenagem de uniformes escolares, o que levou a Auditoria desta

Corte a apontar que as ações da Secretaria Municipal de Educação não teriam sido objeto do

devido planejamento, a ensejar contratações emergenciais que não preencheriam os requisitos do

artigo 24, inciso IV, da Lei Federal 8.666/93. No entanto, essa constatação pode constituir indício

de uma situação ainda mais relevante, ainda não totalmente enfrentada pelos órgãos técnicos

desta Casa. Isso porque, as três contratações diretas realizadas em 2007, com a empresa

Armazena Armazéns Gerais Ltda., foram sucedidas pela contratação, por licitação em 2008, da

empresa TZAR SL Transportes e Armazenagem Ltda., atualmente denominada TZAR Logística

Ltda. Analisando-se a composição societária da empresa Armazena Armazéns Gerais Ltda.

constante da Junta Comercial do Estado de São Paulo, verifica-se que esta é composta por

Luciano Maggi Quartiero e Thiago Maggi Quartiero, ambos na condição de sócio-administrador,

com a mesma participação no capital social, desde 17/02/2006. Realizando-se essa mesma

análise em relação à empresa TZAR Logística Ltda., verifica-se que o quadro societário também

é exclusivamente composto por Luciano Maggi Quartiero e Thiago Maggi Quartiero, desde

26/08/2002. Assim, há total coincidência entre os quadros societários das empresas Armazena

Armazéns Gerais Ltda., contratada emergencialmente por três vezes em 2007, e TZAR Logística

Ltda., contratada em razão de certame subsequente, em 2008. Muito embora nada impeça que

sociedades empresárias compostas pelos mesmos sócios firmem contratos diversos com a

Administração Pública, há que se ponderar que foram efetuadas três contratações emergenciais

seguidas com a empresa Armazena Armazéns Gerais, em uma sequência que, no mínimo, pode

ter ensejado uma vantagem competitiva à empresa do mesmo grupo, a TZAR Logística Ltda., na

licitação que ocorreu em seguida, pois teria menores custos de mobilização, pois os uniformes já

se encontravam fisicamente em local de armazenamento sob responsabilidade de empresa com

igual composição societária. É possível, ainda, que essa vantagem competitiva, que ocorreria em

favor da empresa TZAR Logística Ltda., não tenha se revertido em um valor menor a ser pago

pelos serviços, o que também pode haver causado prejuízo ao erário municipal, pois, como já

referido no item anterior, o preço foi estipulado em R$ 1,26 por metro cúbico no Contrato

Emergencial 221/SME/2007, ao passo que foi praticado o preço de R$ 2,40 por metro cúbico no

Contrato 02/SME/2008. Some-se a tais circunstâncias o fato de que a empresa TZAR Logística

Ltda. continuou a prestar serviços de armazenamento e movimentação de carga até 5.000m3 à

Secretaria Municipal da Educação nos anos seguintes, de 2009 a 2011, por meio dos Contratos

23/SME/2009 e 87/SME/2009, cujos valores somam R$ 2.396.800,00, mesmo a Pasta não tendo

realizado um certame licitatório, pois ambos os contratos decorreram de adesão à Ata de Registro

de Preços 36/1039/07/05, da Fundação para o Desenvolvimento da Educação do Estado de São

Paulo – FDE-SP. Ressalte-se que tais serviços de armazenamento, contratados em adesão à ata

de registro de preços da FDE-SP, eram em relação a quaisquer itens pertencentes à Secretaria

Municipal de Educação, podendo, em tese, abranger o armazenamento dos uniformes nos anos

seguintes. No entanto, paralelamente aos Contratos 23/SME/2009 e 87/SME/2009, a Pasta

contratou mais serviços de armazenamento, pela Ata de Registro de Preços via o Pregão

101/SME/2008, que possuía como objeto a confecção para fornecimento de uniformes, bem

como todo o serviço de armazenamento e logística para a entrega destes. Assim, os Contratos

11/SME/2009 e 145/SME/2009, que continham em seu objeto o armazenamento de uniformes,

coexistiram com os Contratos 23/SME/2009 e 87/SME/2009, específicos de serviços de

armazenamento, a suscitar a hipótese de que a duplicidade de pagamentos de um mesmo serviço

de armazenamento possa ter sido ainda mais complexa e prolongada, para além do período de 53

dias apontado nestes autos. O conjunto desses elementos, consistentes na contratação direta de

Page 27: TRIBUNAL DE CONTAS DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO ISO … · Plenário: Senhora Márcia Cristina O. Luquet, Senhor Pedro Henrique Bianchi, Serviço Funerário ... entendimento da Coordenadoria

TRIBUNAL DE CONTAS DO

MUNICÍPIO DE SÃO PAULO

ISO 9001

Cód - 042 (Versão 02)

27

empresa (Armazena Armazéns Gerais Ltda.), sem a devida caracterização de situação

emergencial, seguida por uma contratação licitada, mas com empresa pertencente aos mesmos

sócios (TZAR Logística Ltda.), e, ato contínuo, sucedidas por contratos que não foram licitados

no âmbito da Municipalidade, novamente com a mesma empresa (TZAR Logística Ltda.),

aproveitando-se de ata de registro de preços já existente porém de outro ente federativo, e com

serviços de armazenamento de uniformes cobertos paralelamente por outros contratos, demanda

uma análise mais aprofundada, a fim verificar se não houve uma indevida burla do dever de

licitar, constante do art. 37, inciso XXI, da Constituição Federal, que possa ter vindo a causar

prejuízo ao erário. A fim de que tais informações sejam criteriosamente analisadas, cabe um

aprofundamento investigatório, que compete ao Ministério Público, às autoridades policiais e à

Controladoria Geral do Município, razão pela qual é proposta a expedição de ofícios com cópias

integrais de ambos expedientes ora em análise a esses órgãos. Em síntese do exposto, julgo

IRREGULARES o Contrato 221/SME/2007 e sua execução, NÃO LHES RECONHECENDO

EFEITOS FINANCEIROS, propondo que sejam: confrontados os pagamentos efetuados em

razão do Contrato Emergencial 221/SME/2007 e do Contrato 02/SME/2008, no período entre 1º

de fevereiro e 24 de março de 2008, no âmbito do TC 587/08-23, a fim de que possa ser

quantificado eventual pagamento em duplicidade pelos serviços de armazenamento; expedidos

ofícios ao Ministério Público, ao Departamento de Polícia e Proteção da Cidadania da Polícia

Civil do Estado de São Paulo e à Controladoria Geral do Município, para análise dos elementos

colacionados aos presentes autos, que constituem indícios preliminares de uma possível violação

do dever de licitar, em detrimento do interesse público, com possível prejuízo ao erário, por

pagamento em duplicidade para um mesmo serviço. Participaram do julgamento os Conselheiros

Maurício Faria – Revisor "ad hoc" e Domingos Dissei. Ausente o Conselheiro Presidente

Roberto Braguim, em representação da Corte. Presente o Procurador Chefe da Fazenda

Guilherme Bueno de Camargo. Plenário Conselheiro Paulo Planet Buarque, 19 de agosto de

2015. a) Edson Simões – Vice-Presidente no exercício da Presidência; a) João Antonio –

Relator." 3) TC 2.036.15-60 – Associação Brasileira da Indústria de Iluminação – Abilux –

Conselheiro João Antonio – Relator – Agravo Regimental objetivando a reforma do r. Despacho

publicado no DOC de 9/7/215 – Secretaria Municipal de Serviços – SES – Concessão

administrativa para prestação de serviços de modernização, expansão, operação, manutenção e

controle remoto em tempo real da infraestrutura da Rede de Iluminação Pública do Município de

São Paulo (Tramita em conjunto com os TCs 2.526.15-39, 2.527.15-00 e 2.668.15-23)

ACÓRDÃO: "Vistos, relatados e discutidos estes autos, incluídos em pauta, na presente sessão,

pelo Conselheiro João Antonio – Relator, nos termos do artigo 157, § 2º, do Regimento Interno

desta Corte. Acordam os Conselheiros do Tribunal de Contas do Município de São Paulo, à

unanimidade, de conformidade com o relatório e voto do Relator, em conhecer do agravo

regimental interposto pela Associação Brasileira da Indústria de Iluminação – Abilux, uma vez

que presentes seus pressupostos de admissibilidade, e, quanto ao mérito, em manter a decisão

agravada, por seus próprios e jurídicos fundamentos. Relatório: Trata-se de Agravo Regimental

interposto pela Associação Brasileira da Indústria de Iluminação – ABILUX, com pedido de

reforma da decisão proferida por este Relator quanto ao pedido para ingressar no feito como

terceira interessada. Presentes os pressupostos de admissibilidade, passo a relatar as razões

recursais. Na esteira da decisão proferida pelo Plenário no dia 22 de julho de 2015, em que

julgamos a manutenção da decisão de indeferimento de terceiro interessado no feito, mantive o

posicionamento quanto a este novo pedido. O regimento interno estabelece como requisito

objetivo de ingresso no feito como terceiro interessado (art. 108, § 2º) aquele que demonstre sua

participação ou responsabilização total ou parcial no ato questionado. Nos presentes autos, o

Tribunal de Contas do Município de São Paulo acompanha o Edital de licitação de Parceria

Page 28: TRIBUNAL DE CONTAS DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO ISO … · Plenário: Senhora Márcia Cristina O. Luquet, Senhor Pedro Henrique Bianchi, Serviço Funerário ... entendimento da Coordenadoria

TRIBUNAL DE CONTAS DO

MUNICÍPIO DE SÃO PAULO

ISO 9001

Cód - 042 (Versão 02)

28

Público Privada, em que o único afetado com as decisões tomadas é a Origem. Não vislumbrei

por meio do pedido da Agravante qual a consequência objetiva que uma decisão afetaria sua

responsabilização no feito. Como destacado na decisão singular, as vistas e extrações de cópias

do processo de Acompanhamento, bem como das representações ofertadas, estão sendo deferidas

com fundamento no Regimento Interno e na Lei de Acesso à Informação. Ademais, qualquer

ponto do edital ou de qualquer fase do procedimento licitatório o Agravante poderá, por meio de

Representação, questionar o que entenda prejudicial ao certame. Este é o entendimento do Chefe

da Assessoria Jurídica de Controle Externo, Ricardo E. L. O. Panato, apresentada em sede de

análise do primeiro pedido de ingresso no feito, in verbis: “Tal conclusão é reafirmada pela

existência de medida especialmente prevista para tal finalidade, conforme preconiza o artigo 54

do estatuto regimental, em consonância com o comando do artigo 31 da Lei Municipal 9.167/80;

do artigo 113, § 1º, da Lei Federal 8.666/93; e, em última análise, do artigo 74, § 2º, da

Constituição da República. Não havendo que se falar, portanto, em prejuízo ao controle social

que poderá ser legitimamente exercido pelas associações requerentes pela via adequada.” Por

fim, a AJCE, em manifestação sobre a interposição do recurso de Agravo, concluiu: “Por fim,

insta salientar que não se está encampando qualquer restrição ao controle social e o princípio do

contraditório a ser eventualmente exercido pelos terceiros interessados e afins no que toca ao

certame em evidência, uma vez que o Regimento Interno desta E. Corte de Contas, sobretudo

lastreado na respectiva Lei Orgânica e na Constituição Federal de 1988, prevê o acesso aos

presentes autos via publicidade e transparência, bem como também alberga o mecanismo

processual da Representação como procedimento apto ao exercício daqueles direitos – controle

social e contraditório –, absolutamente consagrados em nosso atual Estado Democrático de

Direito.” Voto: Ante o exposto, conheço do presente Agravo Regimental, uma vez que presentes

seus pressupostos de admissibilidade e, quanto ao mérito, mantenho a decisão Agravada, por

seus próprios e jurídicos fundamentos e submeto ao Plenário a análise. Participaram do

julgamento os Conselheiros Maurício Faria – Revisor "ad hoc" e Domingos Dissei. Ausente o

Conselheiro Presidente Roberto Braguim, em representação da Corte. Presente o Procurador

Chefe da Fazenda Guilherme Bueno de Camargo. Plenário Conselheiro Paulo Planet Buarque,

19 de agosto de 2015. a) Edson Simões – Vice-Presidente no exercício da Presidência; a) João

Antonio – Relator." Prosseguindo, o Conselheiro Vice-Presidente Edson Simões, no exercício

da Presidência, informou a transferência, para a próxima sessão plenária, do julgamento dos

processos constantes da pauta de reinclusão, tendo em vista a ausência justificada do Conselheiro

Presidente Roberto Braguim. A seguir, a Presidência concedeu a palavra aos Senhores

Conselheiros e à Procuradoria da Fazenda Municipal para as considerações finais. Por derradeiro, a

Presidência convocou os Senhores Conselheiros para a Sessão Ordinária 2.827ª, bem como para

Sessões de Primeira e Segunda Câmaras a realizarem-se no próximo dia 26 de agosto, quarta-feira,

às 9h30. Nada mais havendo a tratar, às 11h55, o Conselheiro Vice-Presidente Edson Simões,

Presidente em exercício, encerrou a sessão, da qual foi lavrada a presente ata, que vai subscrita por

mim, Rodrigo Pupim Anthero de Oliveira,________________________________________,

Secretário Geral, e assinada pelo Vice-Presidente no exercício da Presidência, pelos Conselheiros,

pelo Procurador Chefe da Fazenda e pelo Procurador. São Paulo, 19 de agosto de 2015.

_______________________________ EDSON SIMÕES

Vice-Presidente, no exercício da Presidência

Page 29: TRIBUNAL DE CONTAS DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO ISO … · Plenário: Senhora Márcia Cristina O. Luquet, Senhor Pedro Henrique Bianchi, Serviço Funerário ... entendimento da Coordenadoria

TRIBUNAL DE CONTAS DO

MUNICÍPIO DE SÃO PAULO

ISO 9001

Cód - 042 (Versão 02)

29

___________________________ ___________________________ DOMINGOS DISSEI MAURÍCIO FARIA Corregedor Conselheiro

_____________________________________ JOÃO ANTONIO

Conselheiro

_____________________________________ GUILHERME BUENO DE CAMARGO

Procurador Chefe da Fazenda

_____________________________________ JOEL TESSITORE

Procurador Chefe da Fazenda

LSR/amc/mfc/mcam/svmo/hc ATA DA 2.825ª SESSÃO (ORDINÁRIA)