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DIÁRIO ELETRÔNICO DA JUSTIÇA FEDERAL DA 4ª REGIÃO Ano IV – nº 157 – Porto Alegre, segunda-feira, 06 de julho de 2009 TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 4ª REGIÃO PUBLICAÇÕES JUDICIAIS SECRETARIA DO PLENÁRIO, CORTE ESPECIAL E SEÇÕES TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 4ª REGIÃO Boletim Nro 83/2009 Secretaria do Plenário, Corte Especial e Seções 00001 EMBARGOS DE DECLARAÇÃO EM AÇÃO RESCISÓRIA Nº 2008.04.00.006709-9/RS RELATOR : Des. Federal LUIZ CARLOS DE CASTRO LUGON EMBARGANTE : MARIA INEZ BAGGIO FILIPIAK ADVOGADO : Darlan Andre Spanholo INTERESSADO : CAIXA ECONOMICA FEDERAL - CEF ADVOGADO : Karine Volpato Galvani e outros EMBARGADO : ACÓRDÃO DE FLS. EMENTA EMBARGOS DECLARATÓRIOS. OMISSÃO. INEXISTÊNCIA. 1. Os embargos declaratórios são cabíveis quando ocorrentes omissão, obscuridade ou contradição no acórdão; não quando há contrariedade à tese exposta pela parte. 2. O que se afigura nestes embargos, é que a pretensão da embargante não é esclarecer omissão; o que se quer, à guisa de declaração, é, efetivamente, a modificação da decisão atacada. ACÓRDÃO Vistos e relatados estes autos em que são partes as acima indicadas, decide a Egrégia 2ª Seção do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, por unanimidade, rejeitar os embargos de declaração, nos termos do relatório, votos e notas taquigráficas que ficam fazendo parte integrante do presente julgado. Porto Alegre, 15 de junho de 2009. 00002 EMBARGOS INFRINGENTES Nº 2007.70.00.031981-5/PR RELATOR : Juiz MÁRCIO ANTÔNIO ROCHA EMBARGANTE : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS ADVOGADO : Solange Dias Campos Preussler EMBARGADO : ALBA ANITA FERREIRA DE ARAUJO e outros ADVOGADO : Joao Luiz Arzeno da Silva e outros EMENTA EMBARGOS INFRINGENTES. EXECUÇÃO DE SENTENÇA. PRESCRIÇÃO. MARCO INICIAL. DIÁRIO ELETRÔNICO DA JUSTIÇA FEDERAL DA 4º REGIÃO 1 / 1852

TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 4ª REGIÃO Nesse sentido, pronuncia-se a jurisprudência, verbis: "Não é a rescisória, em nosso Direito, um recurso, a placitar o reexame e a nova

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DIRIO ELETRNICO DA JUSTIA FEDERAL DA 4 REGIOAno IV n 157 Porto Alegre, segunda-feira, 06 de julho de 2009

TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 4 REGIO

PUBLICAES JUDICIAIS

SECRETARIA DO PLENRIO, CORTE ESPECIAL E SEES

TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 4 REGIOBoletim Nro 83/2009

Secretaria do Plenrio, Corte Especial e Sees

00001 EMBARGOS DE DECLARAO EM AO RESCISRIA N 2008.04.00.006709-9/RS

RELATOR : Des. Federal LUIZ CARLOS DE CASTRO LUGON

EMBARGANTE : MARIA INEZ BAGGIO FILIPIAK

ADVOGADO : Darlan Andre Spanholo

INTERESSADO : CAIXA ECONOMICA FEDERAL - CEF

ADVOGADO : Karine Volpato Galvani e outros

EMBARGADO : ACRDO DE FLS.

EMENTA

EMBARGOS DECLARATRIOS. OMISSO. INEXISTNCIA.

1. Os embargos declaratrios so cabveis quando ocorrentes omisso, obscuridade ou contradio no acrdo; no quando h

contrariedade tese exposta pela parte.

2. O que se afigura nestes embargos, que a pretenso da embargante no esclarecer omisso; o que se quer, guisa de declarao,

, efetivamente, a modificao da deciso atacada.

ACRDO

Vistos e relatados estes autos em que so partes as acima indicadas, decide a Egrgia 2 Seo do Tribunal Regional Federal da 4

Regio, por unanimidade, rejeitar os embargos de declarao, nos termos do relatrio, votos e notas taquigrficas que ficam fazendo

parte integrante do presente julgado.

Porto Alegre, 15 de junho de 2009.

00002 EMBARGOS INFRINGENTES N 2007.70.00.031981-5/PR

RELATOR : Juiz MRCIO ANTNIO ROCHA

EMBARGANTE : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS

ADVOGADO : Solange Dias Campos Preussler

EMBARGADO : ALBA ANITA FERREIRA DE ARAUJO e outros

ADVOGADO : Joao Luiz Arzeno da Silva e outros

EMENTA

EMBARGOS INFRINGENTES. EXECUO DE SENTENA. PRESCRIO. MARCO INICIAL.

DIRIO ELETRNICO DA JUSTIA FEDERAL DA 4 REGIO 1 / 1852

http://www.trf4.gov.br/

A ao de conhecimento transitada em julgado o fato originador do ttulo executivo, sendo que o trnsito da mesma no constitui

interrupo da prescrio, mas sim termo inicial desta contagem.

O protesto interruptivo da prescrio interrompeu o curso do lustro prescricional, voltando a fluir, a partir de ento, pela metade do

prazo (art. 172, II, CC).

Afastada a prescrio, faz-se prevalecer o voto-condutor do julgado embargado.

Embargos infringentes improvidos.

ACRDO

Vistos e relatados estes autos em que so partes as acima indicadas, decide a Egrgia 2 Seo do Tribunal Regional Federal da 4

Regio, por maioria, negar provimento aos embargos infringentes, nos termos do relatrio, votos e notas taquigrficas que ficam

fazendo parte integrante do presente julgado.

Porto Alegre, 15 de junho de 2009.

00003 EMBARGOS INFRINGENTES N 2005.71.00.028016-3/RS

RELATORA : Des. Federal MARIA LCIA LUZ LEIRIA

EMBARGADO : LUIZ AMADO HANCIAU e outros

ADVOGADO : Thiago Cecchini Brunetto e outros

EMBARGANTE : UNIO FEDERAL

ADVOGADO : Luis Antonio Alcoba de Freitas

EMENTA

EMBARGOS INFRINGENTES. HONORRIOS ADVOCATCIOS. EMBARGOS EXECUO.

A deciso que fixa, no incio da execuo, o valor dos honorrios advocatcios provisria, posto que, em sendo embargada a

execuo, resta a deciso substituda pela sentena proferida nos embargos. No mesmo sentido: AGRAVO DE INSTRUMENTO.

PROCESSO EXECUTIVO. VERBA HONORRIA. PRONTO PAGAMENTO. NATUREZA PROVISRIA. Promovida a

execuo, por ttulo judicial ou extrajudicial, de imediato deve o juiz arbitrar a verba advocatcia em favor do exeqente, podendo

restar definitiva em caso de pagamento da dvida pelo executado, ou em seu nome, de forma resignada, sem oposio de embargos.

Agora, havendo a oposio de embargos execuo, sejam integrais ou parciais, resta descartada aquela fixao prvia e provisria

da honorria, at porque desconstituda a situao de resignao do devedor com a pedida da parte exeqente, devendo ser outra

arbitrada ocasio da soluo da ao incidental, a qual dever contemplar ambos os processos - execuo e embargos. (TRF/ 4

REGIO, AI n 200404010177145/PR, Relator Desembargador Federal CARLOS EDUARDO THOMPSON FLORES LENZ, 3

TURMA, DJU DATA:12/01/2005 PGINA: 697).

ACRDO

Vistos e relatados estes autos em que so partes as acima indicadas, decide a Egrgia 2 Seo do Tribunal Regional Federal da 4

Regio, por maioria, negar provimento aos embargos infringentes, vencido o Desembargador Federal Valdemar Capeletti, nos

termos do relatrio, votos e notas taquigrficas que ficam fazendo parte integrante do presente julgado.

Porto Alegre, 15 de junho de 2009.

00004 AO RESCISRIA N 2007.04.00.043062-1/SC

RELATOR : Juiz MRCIO ANTNIO ROCHA

AUTOR : ALMIRA COUTO MAESTRI e outros

: ANELZI COUTO

: ANILCE COUTO DO NASCIMENTO

ADVOGADO : Fabio Lopes de Lima

REU : UNIO FEDERAL

ADVOGADO : Luis Antonio Alcoba de Freitas

EMENTA

AO RESCISRIA. ALEGAO DE VIOLAO DE LITERAL DISPOSIO DE LEI. CPC, ART. 485, V. OCORRNCIA.

DIRIO ELETRNICO DA JUSTIA FEDERAL DA 4 REGIO 2 / 1852

http://www.trf4.gov.br/

PROCEDNCIA. PARCIAL PROCEDNCIA DO PEDIDO EM JUZO RESCISRIO.

Ocorrente a violao de literal disposio de lei, de ser julgada procedente a presente Rescisria.

No mrito, de ser julgado parcialmente procedente em Juzo Rescisrio o pedido das autoras, com a reverso da penso de

ex-combatente s filhas.

ACRDO

Vistos e relatados estes autos em que so partes as acima indicadas, decide a Egrgia 2 Seo do Tribunal Regional Federal da 4

Regio, por maioria, julgar procedente a ao rescisria, e, em Juzo Rescisrio, julgar procedente em parte o pedido de reverso de

Penso de ex-combatente s autoras, nos termos do relatrio, votos e notas taquigrficas que ficam fazendo parte integrante do

presente julgado.

Porto Alegre, 15 de junho de 2009.

00005 EMBARGOS INFRINGENTES N 2006.70.00.025636-9/PR

RELATOR : Des. Federal LUIZ CARLOS DE CASTRO LUGON

EMBARGANTE : DEVALDIR SAMEK e outros

ADVOGADO : Gustavo Berto Roca e outros

EMBARGADO : UNIO FEDERAL

ADVOGADO : Procuradoria-Regional da Unio

EMENTA

ADMINISTRATIVO. APELAO. EMBARGOS EXECUO. 28,86%. SERVIDORES MILITARES. COMPLEMENTAO

DO SALRIO MNIMO. COMPENSAO.

1. O reajuste de 28,86% no pode incidir sobre a complementao de que trata o artigo 73 da Lei n. 8.237/91, mas to-somente

sobre o soldo.

2. Recurso improvido.

ACRDO

Vistos e relatados estes autos em que so partes as acima indicadas, decide a Egrgia 2 Seo do Tribunal Regional Federal da 4

Regio, por maioria, negar provimento aos embargos infringentes, vencidos o Desembargador Federal Luiz Carlos de Castro Lugon

e o Juiz Federal Mrcio Antnio Rocha, nos termos do relatrio, votos e notas taquigrficas que ficam fazendo parte integrante do

presente julgado.

Porto Alegre, 15 de junho de 2009.

00006 EMBARGOS INFRINGENTES N 2008.72.02.000463-6/SC

RELATOR : Des. Federal LUIZ CARLOS DE CASTRO LUGON

EMBARGANTE : UNIO FEDERAL

ADVOGADO : Procuradoria-Regional da Unio

EMBARGADO : SILVRIO ALOSIO KOLING

ADVOGADO : Gelson Joel Simon e outros

EMENTA

EMBARGOS INFRINGENTES. ADMINISTRATIVO. DESAPROPRIAO INDIRETA. LIMITAO IMPOSTA AOS

RECORRENTES PELO DECRETO N. 750/93. INDENIZAO. PRESCRIO. PRECEDENTE DO STJ.

Embargos infringentes providos.

ACRDO

Vistos e relatados estes autos em que so partes as acima indicadas, decide a Egrgia 2 Seo do Tribunal Regional Federal da 4

Regio, por maioria, dar provimento aos embargos infringentes, vencidos os Desembargadores Federais Luiz Carlos de Castro

Lugon e Valdemar Capeletti, nos termos do relatrio, votos e notas taquigrficas que ficam fazendo parte integrante do presente

julgado.

DIRIO ELETRNICO DA JUSTIA FEDERAL DA 4 REGIO 3 / 1852

http://www.trf4.gov.br/

Porto Alegre, 15 de junho de 2009.

00007 EMBARGOS INFRINGENTES N 2008.72.10.000264-4/SC

RELATOR : Des. Federal LUIZ CARLOS DE CASTRO LUGON

EMBARGANTE : UNIO FEDERAL

ADVOGADO : Procuradoria-Regional da Unio

EMBARGADO : CLRIO LUIS MLLER e outro

ADVOGADO : Michael Hartmann

EMENTA

EMBARGOS INFRINGENTES. ADMINISTRATIVO. DESAPROPRIAO INDIRETA. LIMITAO IMPOSTA AOS

RECORRENTES PELO DECRETO N. 750/93. INDENIZAO. PRESCRIO. PRECEDENTE DO STJ.

Embargos infringentes providos.

ACRDO

Vistos e relatados estes autos em que so partes as acima indicadas, decide a Egrgia 2 Seo do Tribunal Regional Federal da 4

Regio, por maioria, dar provimento aos embargos infringentes, vencidos os Desembargadores Federais Luiz Carlos de Castro

Lugon e Valdemar Capeletti, nos termos do relatrio, votos e notas taquigrficas que ficam fazendo parte integrante do presente

julgado.

Porto Alegre, 15 de junho de 2009.

00008 EMBARGOS INFRINGENTES N 2008.72.02.003340-5/SC

RELATOR : Des. Federal LUIZ CARLOS DE CASTRO LUGON

EMBARGANTE : UNIO FEDERAL

ADVOGADO : Procuradoria-Regional da Unio

EMBARGADO : WALDIR PAVAN e outro

ADVOGADO : Rodrigo Massarollo

EMENTA

EMBARGOS INFRINGENTES. ADMINISTRATIVO. DESAPROPRIAO INDIRETA. LIMITAO IMPOSTA AOS

RECORRENTES PELO DECRETO N. 750/93. INDENIZAO. PRESCRIO. PRECEDENTE DO STJ.

Embargos infringentes providos.

ACRDO

Vistos e relatados estes autos em que so partes as acima indicadas, decide a Egrgia 2 Seo do Tribunal Regional Federal da 4

Regio, por maioria, dar provimento aos embargos infringentes, vencidos os Desembargadores Federais Luiz Carlos de Castro

Lugon e Valdemar Capeletti, nos termos do relatrio, votos e notas taquigrficas que ficam fazendo parte integrante do presente

julgado.

Porto Alegre, 15 de junho de 2009.

00009 AO RESCISRIA N 2003.04.01.033426-0/PR

RELATOR : Des. Federal CARLOS EDUARDO THOMPSON FLORES LENZ

AUTOR : BRASIL REFLORESTAMENTO E CELULOSE LTDA/

ADVOGADO : Jose Cid Campelo e outros

REU : INSTITUTO NACIONAL DE COLONIZACAO E REFORMA AGRARIA - INCRA

ADVOGADO : Marcelo Ayres Kurtz

: Joao Carlos Bohler

EMENTA

PROCESSO CIVIL. AO RESCISRIA. REJULGAMENTO DA CAUSA. IMPOSSIBILIDADE.

1. Consoante assinalado pelo eminente Min. Djaci Falco, a rescisria possui natureza excepcional, onde examinada uma prestao

jurisdicional visando desfazer a imutabilidade decorrente da coisa julgada e, via de conseqncia, desconstitui-se a deciso judicial

DIRIO ELETRNICO DA JUSTIA FEDERAL DA 4 REGIO 4 / 1852

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violadora ao direito objetivo, no se destinando, contudo, precipuamente, a corrigir possvel injustia.

Por outro lado, importa acentuar-se que a estabilidade dos julgados imprescindvel ordem jurdica, que no pode e no deve ficar

comprometida ao sabor da mera interpretao dos textos legais.

Nesse sentido, o princpio que o art. 800 do CPC/1939 expressamente consagrava, verbis:

"A injustia da sentena e a m interpretao da prova ou errnea interpretao do contrato no autorizam o exerccio da ao

rescisria."

Essa a jurisprudncia da Suprema Corte, verbis:

"AO RESCISRIA.

(...)

Alcance da ao rescisria. A estabilidade dos julgados imprescindvel ordem jurdica, que no pode ficar comprometida ao

sabor da mera interpretao dos textos legais

Improcedncia da ao rescisria."

(Ao Rescisria n 1.167/DF, , Rel. Min. Djaci Falco, in RTJ 115/61)

Ademais, pacfico entendimento, tanto da doutrina, como da jurisprudncia do Pretrio Excelso, a ao rescisria, pelo seu carter

excepcional, no juzo de reexame ou retratao, semelhana do que sucede com os recursos ordinrios, mas, isso sim, constitui

instrumento processual idneo verificao da ofensa clara e inequvoca literal disposio de lei, que configura o fundamento da

concluso da deciso. Nessa linha, a sua funo , pois, expurgar da sentena o defeito grave, que a vicia por error in judicando

(Ao Rescisria n754-GB, rel. Min. Aliomar Baleeiro, in RTJ 73/338; Ao Rescisria n1.135-PR, rel. Min. Alfredo Buzaid, in

RTJ 110/505; Francesco Carnelutti, in Sistema del Diritto Processuale Civile, CEDAM, Padova, 1938, t.2, p.609, n594, E. Glasson,

Albert Tissier e Ren Morel, in Trait Thorique et Pratique D'Organisation Judiciaire, de Comptence et de Procdure Civile, 3

ed., Libr. du Recueil Sirey, Paris, 1929, t.3, p.474).

manifesto, no caso, a impropriedade da ao rescisria, cujos pressupostos encontram-se delineados no Cdigo de Processo Civil,

residindo, fundamentalmente, na nulidade da deciso judicial, e no na injustia da mesma.

No h ofensa a literal disposio de lei quando a interpretao dada a ela no destoa do seu texto. A "m interpretao que justifica

o 'judicium rescidens' h de ser de tal modo aberrante do texto que equivalha sua violao literal" (in RT 634/93).

Nesse sentido, pronuncia-se a jurisprudncia, verbis:

"No a rescisria, em nosso Direito, um recurso, a placitar o reexame e a nova deciso conseqente, como se fora uma terceira

instncia de julgamento. , ao contrrio, uma ao especial, ao de desconstituio de julgado, se ocorrerem os defeitos que a lei

taxativamente enumera (Ac. unn. do 4 Gr. de Cms. do TI-RJ de 9.5.79, na AR 137, rel. Des. HAMILTON DE MORAES E

BARROS)."

"O fundamento da ao rescisria reside na nulidade da sentena e no na injustia da deciso; consequentemente, inadmissvel

para reexame da prova com a finalidade de corrigir suposta injustia na sua apreciao (Ac. unn. das Cms. Reuns. do TJ-SC, de

14.10.81, na AR 283, rel. Des. NELSON KONRAD, Jurisp. Catarinense, vol. 35, p. 359)."

Da mesma forma leciona a doutrina, nos termos do magistrio de Ernane Fidlis dos Santos, em seu conceituado Manual de Direito

Processual Civil, 7 edio, Saraiva, 1999, v. 1, p. 637, verbis:

"A rescisria no tem objetivo de corrigir amplamente a m aplicao do direito, pois, no interesse pblico, a coisa julgada fala

mais alto. Da restringir-se a motivao literal disposio de lei, ou seja, dispositivo legal escrito, no importando, porm, sua

forma e origem.

Tambm no serve a ao rescisria para imprimir novo rumo s decises que esto em controvrsia com outras, na interpretao

da lei. No ela instrumento de uniformizao da jurisprudncia. As sentenas podem ser controvertidas, sem que nenhuma delas

viole disposio literal de lei, mesmo que haja at contrariedade Smula do Supremo Tribunal Federal ou de outros tribunais."

Assim, do meditado exame das hipteses enumeradas no art. 485 do CPC, constata-se, sem qualquer dificuldade, a imprestabilidade,

no caso dos autos, da ao rescisria para obter o resultado pretendido na pea vestibular.

Ademais, em se tratando de ao rescisria ajuizada com fundamento no art.485, IX, do CPC, a evidncia do erro deve emergir do

simples confronto entre as declaraes da sentena e os atos e documentos da causa, o que, no caso em exame, nos termos do

parecer transcrito, no se configurou.

A respeito, pertinente o magistrio de Salvatore Satta, em seu Diritto Processuale Civile, 9 edio, Cedam, 1981, p.530, nota 17,

verbis:

DIRIO ELETRNICO DA JUSTIA FEDERAL DA 4 REGIO 5 / 1852

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" ormai principio consolidato in giurisprudenza che l'errore di fatto, deducibile con impugnazione per revocazione ai sensi

dell'art. 395, n.4 c.p.c., consiste in una falsa percezione della realt, in una svista obiettivamente ed immediatamente rilevabile, che

abbia portato il giudice ad affermare o supporre l'esistenza di un fatto decisivo, incontestabilmente escluso dagli atti e dai

documenti di causa, ovvero l'inesistenza di un fatto decisivo, sempre che il fatto medesimo non costituisca punto controverso sul

quale il giudice abbia pronunciato.

L'erronea supposizione o negazione deve profilarsi pertanto come un presupposto essenziale se non unico, della decisione e deve

presentarsi con i caratteri dell'evidenza, dell'obiettivit e della rilevabilit immediate. Tale errore non ravvisabile nel caso in cui

si assuma che il giudice abbia omesso di esaminare, su una questione oggetto di discussione fra le parti, le prove documentali

prodotte e specificamente indicate, ovvero abbia proceduto ad una erronea e incompleta valutazione delle medesime, traducendosi

siffatta doglianza in una censura di errore di giudizio, che esorbita dall'ambito dell'impugnazione per revocazione, ed solo

denunciabile con ricorso per cassazione, nei limiti consentiti dall'art.360, n.5 c.p.c. >> (Cass.20 gennaio 1977, n.280; Cass 15

marzo 1977, n.1036, Cass. 5 aprile 1977, n.1297)."

Com efeito, a alegao de que houve erro de fato deve ser repelida, posto que o erro autorizador da rescisria deve decorrer da

desateno do julgador e no da apreciao da prova, bem como deve ser capaz, por si s, de lhe assegurar pronunciamento

favorvel.

Nesse sentido a jurisprudncia que trazemos colao:

"O erro de fato que d margem rescisria aquele que, observados os requisitos do inciso IX do art. 485, CPC, serve de

fundamento a sentena rescindvel, que teria chegado a concluso diversa no fora ele" (RTJ 136/55).

"O erro autorizador da rescisria aquele decorrente da desateno ou omisso do julgador quanto prova, no, pois, o

decorrente do acerto ou desacerto do julgado em decorrncia da apreciao dela" (Boletim AASP 1.678/supl., p. 6).

" preciso que o erro de fato tenha sido 'capaz, por si s, de (...) assegurar pronunciamento favorvel' parte contrria (v. inciso

VII; neste sentido: STJ-RT 681/199), de sorte a ser 'razovel presumir que o juiz no teria julgado como o fez se tivesse atentado

para a prova" (STF-Pleno, AR 991-6-PB, j. 5.9.79, julgaram improcedente, v.u., DJU 21.3.80, p. 1.550, 3 col., em.) (trechos

extrados do "CPC e Legislao Processual em vigor", de Thetnio Negro, 27 edio, 1996, notas 43 e 44, art. 485, IX).

"PROCESSUAL CIVIL - AO RESCISRIA DECADNCIA - ERRO DE FATO. I - Referentemente a decadncia, e da doutrina

que a simples entrega da petio j constitui ato de exerccio do direito, porque, se at o momento derradeiro a pretenso no est

desmunida de ao, no se pode, sem indefensvel reduo de prazo, dizer extinto o direito. II - Para que ocorra erro de fato

preciso que este tenha sido capaz, por si s, de assegurar pronunciamento favorvel parte contrria. III - Ao

improcedente."(STJ, Ao Rescisria n 223, Segunda Seo, Relator Min. Waldemar Zveiter, DJ de 04.11.91, pg. 15652)

Destarte, o que o autor pretende, na realidade, o reexame das provas ofertadas na ao, o que invivel em sede de Ao

Rescisria. Neste sentido a ementa abaixo transcrita:

"Erro de fato. Tal pretexto no serve ao reexame da valorao da prova, vedado ao rescisria." (RTFR 139/21).

2. Improcedncia da ao.

ACRDO

Vistos e relatados estes autos em que so partes as acima indicadas, decide a Egrgia 2 Seo do Tribunal Regional Federal da 4

Regio, por unanimidade, julgar improcedente a ao rescisria, nos termos do relatrio, votos e notas taquigrficas que ficam

fazendo parte integrante do presente julgado.

Porto Alegre, 15 de junho de 2009.

00010 EMBARGOS INFRINGENTES N 2007.72.03.001131-1/SC

RELATOR : Juiz MRCIO ANTNIO ROCHA

EMBARGANTE : MIGUEL ANTONIO PERGHER

ADVOGADO : Daniel Meira

EMBARGADO : UNIO FEDERAL (FAZENDA NACIONAL)

ADVOGADO : Jos Diogo Cyrillo da Silva

DIRIO ELETRNICO DA JUSTIA FEDERAL DA 4 REGIO 6 / 1852

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EMENTA

EMBARGOS INFRINGENTES. EMBARGOS EXECUO FISCAL. TTULOS DE CRDITO RURAL. SECURITIZAO.

- A MP n 2.196/2001 instituiu o Programa de Fortalecimento das Instituies Financeiras, podendo a Unio adquirir crditos

decorrentes de contrato bancrio, crditos estes passveis de cobrana por meio de execuo fiscal.

ACRDO

Vistos e relatados estes autos em que so partes as acima indicadas, decide a Egrgia 2 Seo do Tribunal Regional Federal da 4

Regio, por maioria, negar provimento aos embargos infringentes, nos termos do relatrio, votos e notas taquigrficas que ficam

fazendo parte integrante do presente julgado.

Porto Alegre, 15 de junho de 2009.

00011 EMBARGOS INFRINGENTES N 2006.70.00.020883-1/PR

RELATOR : Juiz MRCIO ANTNIO ROCHA

EMBARGANTE : AYRTON DE LARA e outros

ADVOGADO : Jose Luis Wagner e outros

EMBARGADO : UNIVERSIDADE TECNOLGICA FEDERAL DO PARAN - UTFPR

ADVOGADO : Solange Dias Campos Preussler

EMENTA

EMBARGOS INFRINGENTES. EXECUO DE SENTENA. PRESCRIO. MARCO INICIAL.

A ao de conhecimento transitada em julgado o fato originador do ttulo executivo, sendo que o trnsito da mesma no constitui

interrupo da prescrio, mas sim termo inicial desta contagem.

O protesto interruptivo da prescrio interrompeu o curso do lustro prescricional, voltando a fluir, a partir de ento, pela metade do

prazo (art. 172, II, CC).

Afastada a prescrio.

Embargos infringentes providos.

ACRDO

Vistos e relatados estes autos em que so partes as acima indicadas, decide a Egrgia 2 Seo do Tribunal Regional Federal da 4

Regio, por maioria, dar provimento aos embargos infringentes, nos termos do relatrio, votos e notas taquigrficas que ficam

fazendo parte integrante do presente julgado.

Porto Alegre, 15 de junho de 2009.

00012 EMBARGOS INFRINGENTES N 2002.72.00.004117-0/SC

RELATOR : Des. Federal CARLOS EDUARDO THOMPSON FLORES LENZ

EMBARGANTE : SERGIO EDUARDO CARDOSO e outros

ADVOGADO : Silvio Dobrowolski e outro

EMBARGADO : UNIO FEDERAL

ADVOGADO : Luis Antonio Alcoba de Freitas

EMENTA

EQUIPARAO DE VENCIMENTOS. JUIZ FEDERAL TITULAR E JUIZ FEDERAL SUBSTITUTO. VEDAO

CONSTITUCIONAL E LEGAL.

O Juiz Federal (titular) e o Juiz Federal Substituto pertencem a cargos distintos de uma mesma carreira.

Embora no haja diferenciao qualitativa ou quantitativa, quanto ao exerccio jurisdicional em sentido estrito, entre o Juiz Federal e

o Juiz Federal Substituto, o Juiz Federal Titular de Vara exerce encargo adicional, consistente na administrao da vara, justificando

a diferena salarial com o Juiz Federal Substituto que no esteja no exerccio da Titularidade da Vara.

DIRIO ELETRNICO DA JUSTIA FEDERAL DA 4 REGIO 7 / 1852

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Impossibilidade de equiparao de vencimentos do Juiz Federal Substituto ao de Juiz Federal Titular de Vara, salvo nos casos em

que aquele exera a titularidade da Vara.

Improvimento dos embargos infringentes.

ACRDO

Vistos e relatados estes autos em que so partes as acima indicadas, decide a Egrgia 2 Seo do Tribunal Regional Federal da 4

Regio, por maioria, vencidos o Des. Fed. Luiz Carlos de Castro Lugon e o Juiz Federal Mrcio Antnio Rocha, negar provimento

aos embargos infringentes, nos termos do relatrio, votos e notas taquigrficas que ficam fazendo parte integrante do presente

julgado.

Porto Alegre, 15 de junho de 2009.

00013 AGRAVO REGIMENTAL EM AO RESCISRIA N 2009.04.00.007773-5/RS

RELATOR : Des. Federal LUIZ CARLOS DE CASTRO LUGON

AUTOR : WANDERLEI GALDINO RIBEIRO

ADVOGADO : Ricardo de Biasi Amaral

REU : UNIO FEDERAL

ADVOGADO : Procuradoria-Regional da Unio

EMENTA

PROCESSO CIVIL. ANTECIPAO DE TUTELA. FAZENDA PBLICA. ART. 273, 1 E 2, DO CPC.

A antecipao de tutela apresenta pressupostos prprios e conseqncias processuais, da mesma forma, especficas, notadamente

quando envolve as pessoas jurdicas de direito pblico, cuja execuo obedece rito especial, nos termos dos artigos 730 do CPC e

100 da CF/88.

Trata-se, portanto, de medida de excepcional deferimento e, mesmo assim, quando preenchidos os pressupostos do art.273 do CPC,

observada a limitao do 2, cuja legitimidade reconhecida pela melhor doutrina (Teori A. Zavascki, in Antecipao de Tutela,

Saraiva, 1997, p.172).

No caso dos autos, os requisitos para sua concesso no se encontram presentes, pois a antecipao de tutela no constitui favor a ser

concedido a todo vencedor da ao, nem a todo autor, em qualquer situao, mas apenas queles que preenchem os pressupostos

insculpidos no artigo 273, caput, incisos I e II, do CPC.

Precedentes do STJ: Resp n131.853-SC, rel. Min. Menezes Direito, in DJU de 08.02.99, p.276: Resp n113.368-PR, rel. Min. Jos

Delgado, in DJU de 19.05.97, p.20.593.

Provimento do agravo regimental.

ACRDO

Vistos e relatados estes autos em que so partes as acima indicadas, decide a Egrgia 2 Seo do Tribunal Regional Federal da 4

Regio, por maioria, vencido o Des. Federal Luiz Carlos de Castro Lugon, Relator, dar provimento ao agravo regimental, nos termos

do relatrio, votos e notas taquigrficas que ficam fazendo parte integrante do presente julgado.

Porto Alegre, 15 de junho de 2009.

00014 EMBARGOS INFRINGENTES N 2007.72.03.001537-7/SC

RELATOR : Des. Federal LUIZ CARLOS DE CASTRO LUGON

EMBARGANTE : UNIO FEDERAL

ADVOGADO : Procuradoria-Regional da Unio

EMBARGADO : SADI ALVES VIEIRA e outro

ADVOGADO : Michael Hartmann

EMENTA

EMBARGOS INFRINGENTES. ADMINISTRATIVO. DESAPROPRIAO INDIRETA. LIMITAO IMPOSTA AOS

RECORRENTES PELO DECRETO N. 750/93. INDENIZAO. PRESCRIO. PRECEDENTE DO STJ.

Embargos infringentes providos.

DIRIO ELETRNICO DA JUSTIA FEDERAL DA 4 REGIO 8 / 1852

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ACRDO

Vistos e relatados estes autos em que so partes as acima indicadas, decide a Egrgia 2 Seo do Tribunal Regional Federal da 4

Regio, por maioria, dar provimento aos embargos infringentes, vencidos os Desembargadores Federais Luiz Carlos de Castro

Lugon e Valdemar Capeletti, nos termos do relatrio, votos e notas taquigrficas que ficam fazendo parte integrante do presente

julgado.

Porto Alegre, 15 de junho de 2009.

00015 EMBARGOS INFRINGENTES N 2008.72.02.000446-6/SC

RELATOR : Des. Federal LUIZ CARLOS DE CASTRO LUGON

EMBARGANTE : UNIO FEDERAL

ADVOGADO : Procuradoria-Regional da Unio

EMBARGADO : VALDIR JOS THOME e outro

ADVOGADO : Gelson Joel Simon

EMENTA

EMBARGOS INFRINGENTES. ADMINISTRATIVO. DESAPROPRIAO INDIRETA. LIMITAO IMPOSTA AOS

RECORRENTES PELO DECRETO N. 750/93. INDENIZAO. PRESCRIO. PRECEDENTE DO STJ.

Embargos infringentes providos.

ACRDO

Vistos e relatados estes autos em que so partes as acima indicadas, decide a Egrgia 2 Seo do Tribunal Regional Federal da 4

Regio, por maioria, dar provimento aos embargos infringentes, vencidos os Desembargadores Federais Luiz Carlos de Castro

Lugon e Valdemar Capeletti, nos termos do relatrio, votos e notas taquigrficas que ficam fazendo parte integrante do presente

julgado.

Porto Alegre, 15 de junho de 2009.

00016 AO RESCISRIA N 2008.04.00.010060-1/SC

RELATOR : Des. Federal CARLOS EDUARDO THOMPSON FLORES LENZ

AUTOR : CAIXA ECONOMICA FEDERAL - CEF

ADVOGADO : Clovis Konflanz e outros

REU : AMILCAR NEVES

ADVOGADO : Alessandro Bunn Machado

: Ana Carolina da Costa Stangler

EMENTA

ADMINISTRATIVO. FGTS. AO RESCISRIA. DOCUMENTO NOVO. EM PODER DO BANCO DEPOSITRIO.

HONORRIOS ADVOCATCIOS.

1. A CEF obteve apenas posteriormente do banco depositante os dados referente movimentao da conta vinculada do ru,

demonstrando saques a ttulo de casa prpria. A CEF no tinha como dispor do documento.

2. A ao rescisria foi julgada procedente, desconstituindo a sentena rescindenda, levando improcedncia da ao originria,

anteriormente acolhida.

3. Nas causas entre o rgo gestor do Fundo de Garantia do Tempo de Servio e os titulares das contas vinculadas, encontra-se

pacificado no STJ o entendimento de que a verba honorria ser excluda nos processos iniciados aps 27.07.2001, data da edio da

MP 2.164-40.

4. Ao rescisria julgada procedente.

ACRDO

Vistos e relatados estes autos em que so partes as acima indicadas, decide a Egrgia 2 Seo do Tribunal Regional Federal da 4

Regio, por maioria, julgar procedente a ao rescisria, nos termos do relatrio, votos e notas taquigrficas que ficam fazendo parte

integrante do presente julgado.

Porto Alegre, 15 de junho de 2009.

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00017 EMBARGOS INFRINGENTES N 2008.72.02.002207-9/SC

RELATORA : Des. Federal MARIA LCIA LUZ LEIRIA

EMBARGANTE : UNIO FEDERAL

ADVOGADO : Luis Antonio Alcoba de Freitas

EMBARGADO : LANDIR JOS ESSWEIN e outro

ADVOGADO : Michael Hartmann

EMENTA

EMBARGOS INFRINGENTES. PROCESSUAL CIVIL. ADMINISTRATIVO. DECRETO 750/93. PROIBIO DO CORTE, DA

EXPLORAO E DA SUPRESSO DE VEGETAO PRIMRIA OU NOS ESTGIOS AVANADO E MDIO DE

REGENERAO DA MATA ATLNTICA. SIMPLES LIMITAO ADMINISTRATIVA. AO DE NATUREZA PESSOAL.

PRESCRIO QINQENAL. DECRETO 20.910/32.

A hiptese dos autos no trata de desapropriao indireta, mas to-somente de pretenso indenizao em virtude de limitao

administrativa perpetrada pelo Decreto 750/93, que proibiu o corte de Mata Atlntica. Portanto, resta afastada a natureza de ao

real, porque no houve desapossamento, caracterizando-se como ao pessoal contra a Unio, visando indenizao pela limitao

de uso da propriedade, cujo prazo prescricional rege-se pelo Decreto 20.910/32.

ACRDO

Vistos e relatados estes autos em que so partes as acima indicadas, decide a Egrgia 2 Seo do Tribunal Regional Federal da 4

Regio, por maioria, dar provimento aos embargos infringentes, vencidos os Desembargadores Federais Valdemar Capeletti e Luiz

carlos de Castro Lugon, nos termos do relatrio, votos e notas taquigrficas que ficam fazendo parte integrante do presente julgado.

Porto Alegre, 15 de junho de 2009.

00018 EMBARGOS DE DECLARAO EM EMBARGOS INFRINGENTES N 2001.71.00.032000-3/RS

RELATORA : Des. Federal MARIA LCIA LUZ LEIRIA

EMBARGANTE : FERNANDO LOPES ALVES

ADVOGADO : Marco Antonio Birnfeld e outros

INTERESSADO : UNIO FEDERAL

ADVOGADO : Luis Antonio Alcoba de Freitas

EMBARGADO : ACRDO DE FLS.

EMENTA

EMBARGOS DE DECLARAO. EMBARGOS INFRINGENTES. AUSNCIA DO VOTO DO JUIZ CONVOCADO PARA

FRIAS DE DESEMBARGADORA, QUE DEIXA DE VOTAR POR NO SE SENTIR HABILITADA. AUSNCIA DE

NULIDADE.

No h qualquer omisso no acrdo embargado, tendo em vista que o 2 do art. 130 do Regimento Interno deste Tribunal prev

que "no participaro do julgamento os Desembargadores Federais que no tenham assistido apresentao do relatrio ou aos

debates, salvo quando se derem por esclarecidos". Assim, se o do Juiz Federal Srgio Renato Tejada Garcia assistiu ao relatrio e

preferiu aguardar o voto-vista do Desembargador Carlos Eduardo Thompson Flores Lenz, e a Desembargadora Marga Inge Barth

Tessler no se sentiu habilitada para votar, no h como obrig-la a faz-lo. At mesmo porque o quorum do julgamento era

suficiente (art. 141 do Regimento Interno) e o 3 do mesmo dispositivo citado prev que "se, para o efeito do quorum ou

desempate na votao, for necessrio o voto de Desembargador Federal nas condies do pargrafo anterior, sero renovados o

relatrio e a sustentao oral, computando-se os votos anteriormente proferidos".

ACRDO

Vistos e relatados estes autos em que so partes as acima indicadas, decide a Egrgia 2 Seo do Tribunal Regional Federal da 4

Regio, por unanimidade, rejeitar os embargos de declarao, nos termos do relatrio, votos e notas taquigrficas que ficam fazendo

parte integrante do presente julgado.

Porto Alegre, 15 de junho de 2009.

00019 AGRAVO EM MANDADO DE SEGURANA N 2009.04.00.000429-0/RS

RELATORA : Des. Federal MARIA LCIA LUZ LEIRIA

AGRAVANTE : ADILSON VIEIRA MACHADO ME e outro

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ADVOGADO : Viviane Martins Saviatto de Medeiros e outro

AGRAVADO :DESEMBARGADOR FEDERAL RELATOR DA 3A TURMA DO TRIBUNAL REGIONAL

FEDERAL DA 4A REGIAO

INTERESSADO : CAIXA ECONOMICA FEDERAL - CEF

ADVOGADO : Marco Aurelio Quint de Campos e outros

EMENTA

AGRAVO. DECISO MONOCRTICA. AGRAVO CONVERTIDO EM RETIDO. MANDADO DE SEGURANA.

Inexistindo fundamentos hbeis a alterar a deciso monocrtica, o agravo deve ser improvido.

ACRDO

Vistos e relatados estes autos em que so partes as acima indicadas, decide a Egrgia 2 Seo do Tribunal Regional Federal da 4

Regio, por unanimidade, negar provimento ao agravo, nos termos do relatrio, votos e notas taquigrficas que ficam fazendo parte

integrante do presente julgado.

Porto Alegre, 15 de junho de 2009.

00020 EMBARGOS INFRINGENTES N 2007.71.00.011800-9/RS

RELATORA : Des. Federal MARIA LCIA LUZ LEIRIA

EMBARGANTE : CAIXA ECONOMICA FEDERAL - CEF

ADVOGADO : Margit Kliemann Fuchs e outros

EMBARGADO : NAIR MARTINENKO

ADVOGADO : Ana Claudete Silva da Rocha

EMBARGADO : ANDRA CAPUSTAN MARTINENKO

ADVOGADO : Clarissa Ricciardi de Castilhos

EMENTA

EMBARGOS INFRINGENTES. FIES. FORMA DE CLCULO E COBRANA DOS JUROS. LEGALIDADE.

A forma como estipulados o valor e a cobrana dos juros nos contratos do FIES no implica em abusividade ou capitalizao

indevida do encargo.

ACRDO

Vistos e relatados estes autos em que so partes as acima indicadas, decide a Egrgia 2 Seo do Tribunal Regional Federal da 4

Regio, por maioria, dar provimento aos embargos infringentes, vencidos o Desembargador Federal Valdemar Capeletti e o Juiz

Federal Mrcio Antnio Rocha, nos termos do relatrio, votos e notas taquigrficas que ficam fazendo parte integrante do presente

julgado.

Porto Alegre, 15 de junho de 2009.

00021 EMBARGOS INFRINGENTES N 2007.71.00.037626-6/RS

RELATORA : Des. Federal MARIA LCIA LUZ LEIRIA

EMBARGANTE : CAIXA ECONOMICA FEDERAL - CEF

ADVOGADO : Margit Kliemann Fuchs e outros

EMBARGADO : ANGLICA CAMOZZATO e outros

ADVOGADO : Carlos Duarte Junior e outros

EMENTA

EMBARGOS INFRINGENTES. FIES. FORMA DE CLCULO E COBRANA DOS JUROS. LEGALIDADE.

A forma como estipulados o valor e a cobrana dos juros nos contratos do FIES no implica em abusividade ou capitalizao

indevida do encargo.

ACRDO

Vistos e relatados estes autos em que so partes as acima indicadas, decide a Egrgia 2 Seo do Tribunal Regional Federal da 4

Regio, por maioria, dar provimento aos embargos infringentes, vencidos o Desembargador Federal Valdemar Capeletti e o Juiz

Federal Mrcio Antnio Rocha, nos termos do relatrio, votos e notas taquigrficas que ficam fazendo parte integrante do presente

julgado.

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Porto Alegre, 15 de junho de 2009.

SECRETARIA DA 1 TURMA

TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 4 REGIOExpediente Nro 171/2009

Secretaria da Primeira Turma

00001 APELAO/REEXAME NECESSRIO N 2000.71.08.001419-0/RS

RELATOR : Des. Federal LVARO EDUARDO JUNQUEIRA

APELANTE : UNIO FEDERAL (FAZENDA NACIONAL)

ADVOGADO : Procuradoria-Regional da Fazenda Nacional

APELANTE : SOC/ ALIANCA

ADVOGADO : Cesar Romeu Nazario e outros

APELADO : (Os mesmos)

REMETENTE : JUZO SUBSTITUTO DA VF EXEC.FISCAIS DE NOVO HAMBURGO

DECISO

Trata-se de apelaes contra sentena de parcial procedncia exarada em embargos execuo fiscal.

Ambas as partes recorreram e contraminutaram (fls. 465/471, 475/489 e 491/495 e 496/501). Vieram os autos para esta Corte.

A embargante peticionou renunciando apelao (fl. 525), o que restou homologado, com extino da pretenso, nos termos do art.

269, V, CPC. A Unio foi intimada para manifestar-se sobre o prosseguimento no feito (fl.530), tendo respondido pelo seu

desinteresse e no-oposio ao pedido de desistncia formulado pela parte executada, em razo da quitao do dbito (fl. 531).

Diante do exposto, homologo a desistncia dos recursos e extingo o feito com resoluo do mrito, com fincas no art. 269, V, do

CPC.

Publique-se.

Intimem-se.

Porto Alegre, 29 de junho de 2009.

00002 APELAO CVEL N 2000.71.08.003334-2/RS

RELATOR : Des. Federal LVARO EDUARDO JUNQUEIRA

APELANTE : PAULO AFONSO OSTERMANN GODINHO

ADVOGADO : Patricia Dalla Vecchia e outro

APELADO : UNIO FEDERAL (FAZENDA NACIONAL)

ADVOGADO : Jos Diogo Cyrillo da Silva

DECISO

Trata-se de apelao interposta contra sentena que indeferiu a petio inicial, extinguindo o feito sem resoluo do mrito (art. 267,

I e IV, e art. 295, II, do CPC). Entendeu o MM. Juzo recorrido que a parte embargante no possui legitimidade ativa para

interposio de embargos execuo fiscal, porque separado judicialmente da scia-gerente da pessoa jurdica - Boutique Jeito

Nativo ltda. - executada. Custas e honorrios em R$ 500,00 (quinhentos reais) a cargo da parte autora. Valor da causa de R$

927,48, em 02/05/2000.

O autor apela sustentando que era scio da empresa poca do fato gerador e que seu bem particular est respondendo pela dvida.

Segue afirmando que seu interesse no se limita excluso de penhora de bem, e, sim, como scio, discutir a cobrana da dvida.

Por fim, requer a diminuio da verba honorria.

DIRIO ELETRNICO DA JUSTIA FEDERAL DA 4 REGIO 12 / 1852

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o relatrio.

Decido.

A sentena entendeu pela ilegitimidade ativa do embargante para ajuizamento do presente feito, eis que no parte na execuo

fiscal. O MM. Juzo recorrido argumentou que no h comprovao da propriedade do bem constrito em nome do apelante.

Correto o entendimento sentencial.

O embargante no era scio ou representante legal da executada, no houve redirecionamento feito contra ele. Logo, no detm

legitimidade para oposio dos presentes embargos, pois no parte na execuo. O ora apelante era pessoa estranha execuo.

Sua constituio como depositrio deu-se apenas por tratar-se de penhora de bem imvel, sendo, ele, alegadamente, poca do

gravame cnjuge da executada. Contudo, tampouco restou comprovada a situao de sua propriedade ou posse do bem constrito

quando da separao judicial, o que poderia legitim-lo ao oferecimento de embargos de devedor ou de terceiro.

Todavia, analisando-se a questo sob o prisma da economia processual, verifico que o feito deve ser extinto, em observncia MP

n 449/09, convertida na Lei n 11.941/09, que alterou a legislao tributria federal relativa aos casos de concesso de remisso.

Transcrevo o dispositivo pertinente:

Art. 14. Ficam remitidos os dbitos com a Fazenda Nacional, inclusive aqueles com exigibilidade suspensa que, em 31 de dezembro

de 2007, estejam vencidos h 5 (cinco) anos ou mais e cujo valor total consolidado, nessa mesma data, seja igual ou inferior a R$

10.000,00 (dez mil reais).

1o O limite previsto no caput deste artigo deve ser considerado por sujeito passivo e, separadamente, em relao:

I - aos dbitos inscritos em Dvida Ativa da Unio, no mbito da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, decorrentes das

contribuies sociais previstas nas alneas a, b e c do pargrafo nico do art. 11 da Lei n 8.212, de 24 de julho de 1991, das

contribuies institudas a ttulo de substituio e das contribuies devidas a terceiros, assim entendidas outras entidades e

fundos;

II - aos demais dbitos inscritos em Dvida Ativa da Unio, no mbito da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional;

III - aos dbitos decorrentes das contribuies sociais previstas nas alneas a, b e c do pargrafo nico do art. 11 da Lei n 8.212,

de 24 de julho de 1991, das contribuies institudas a ttulo de substituio e das contribuies devidas a terceiros, assim

entendidas outras entidades e fundos, administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil; e

IV - aos demais dbitos administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil.

2o Na hiptese do IPI, o valor de que trata este artigo ser apurado considerando a totalidade dos estabelecimentos da pessoa

jurdica.

3o O disposto neste artigo no implica restituio de quantias pagas.

4o Aplica-se o disposto neste artigo aos dbitos originrios de operaes de crdito rural e do Programa Especial de Crdito

para a Reforma Agrria - PROCERA transferidas ao Tesouro Nacional, renegociadas ou no com amparo em legislao especfica,

inscritas na dvida ativa da Unio, inclusive aquelas adquiridas ou desoneradas de risco pela Unio por fora da Medida

Provisria no 2.196-3, de 24 de agosto de 2001.

No caso dos autos, a empresa Boutique Nativa ltda. teve contra si lavrada CDA cobrando dbitos datados de 1991/1992. Citada a

representante legal da executada, no foi procedida penhora em razo de inexistirem bens passveis de penhora. Informou-se,

tambm, que a empresa encerrou suas atividades h mais de quatro anos (certido do oficial de justia, fl. 08, verso, autos

executivos, em 13/11/98).

Tendo o valor consolidado do dbito, a concesso da retro remisso legal acarreta a extino da execuo fiscal (CTN, art. 156, IV,

c/c CPC, art. 794, II), por ausncia de objeto.

Por conseguinte, extintos, tambm, os embargos execuo fiscal correlatos quela execuo.

No que pertine aos honorrios, mister considerar-se que os mesmos so descabidos ao examinar-se a questo sob a tica da

eqidade. Primeiramente, no se pode olvidar o favor legal de remisso de dvida e perda de objeto superveniente prolao da

sentena, decorrente da Lei n 11.941/09. Por outro lado, a ilegitimidade ativa da parte embargante implicaria na condenao da

verba sucumbencial da mesma.

DIRIO ELETRNICO DA JUSTIA FEDERAL DA 4 REGIO 13 / 1852

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Portanto, sem honorrios advocatcios, prejudicada a questo face o desfecho do processo, ficando as custas processuais a cargo da

parte autora.

Ante o exposto, resta extinto o processo, com fincas no art. 794, II, do CPC e prejudicado o apelo.

Intimem-se. Publique-se.

Porto Alegre, 26 de junho de 2009.

00003 APELAO CVEL N 2004.04.01.051041-7/RS

RELATOR : Des. Federal LVARO EDUARDO JUNQUEIRA

APELANTE : UNIO FEDERAL (FAZENDA NACIONAL)

ADVOGADO : Procuradoria-Regional da Fazenda Nacional

APELADO : RENT COMP COM/ E LOC DE EQUIP DE INFORMATICA LTDA/ME

DECISO

Trata-se de embargos execuo fiscal opostos contra cobrana, pela Fazenda Nacional, de imposto de renda e multa, no montante

consolidado de R$ 1.797,16, em 20/05/2008 (fl.82).

Devidamente processado o feito, foi exarada sentena de extino do feito sem resoluo do mrito diante da falta de interesse de

agir para Fazenda, pois a pretenso executria era inferior ao teto determinado pela Lei n 10.522/02, em R$ 2.500,00.

A Unio insurgiu-se alegando ser caso de arquivamento sem baixa na distribuio e no extino do processo, o que lhe foi

concedido em sede de apelao (fl. 53).

A ao baixou vara de origem em 2005. Em razo da possibilidade de reconhecimento de ofcio da prescrio, a Fazenda foi

intimada, informando que no ocorreu o lapso prescricional. Foi proferida sentena de extino reconhecendo a prescrio

intercorrente (fl. 73).

A Fazenda apelou repisando os argumentos de inocorrncia da prescrio.

Vieram os autos para julgamento.

Remetidos os autos a esta Corte, a Unio peticionou (fl. 88) requerendo a extino do feito porque a inscrio em Dvida Ativa foi

remitida com base no art. 14 da MP 449/08.

o relatrio.

Decido.

A MP n 449/08 que d escopo manifestao da Fazenda foi convertida na Lei n 11.941, de 27 de maio de 2009, a qual alterou a

legislao tributria federal relativa aos casos de concesso de remisso, entre outras determinaes.

Transcrevo o dispositivo que pertine:

Art. 14. Ficam remitidos os dbitos com a Fazenda Nacional, inclusive aqueles com exigibilidade suspensa que, em 31 de dezembro

de 2007, estejam vencidos h 5 (cinco) anos ou mais e cujo valor total consolidado, nessa mesma data, seja igual ou inferior a R$

10.000,00 (dez mil reais).

1o O limite previsto no caput deste artigo deve ser considerado por sujeito passivo e, separadamente, em relao:

I - aos dbitos inscritos em Dvida Ativa da Unio, no mbito da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, decorrentes das

contribuies sociais previstas nas alneas a, b e c do pargrafo nico do art. 11 da Lei n 8.212, de 24 de julho de 1991, das

contribuies institudas a ttulo de substituio e das contribuies devidas a terceiros, assim entendidas outras entidades e

fundos;

DIRIO ELETRNICO DA JUSTIA FEDERAL DA 4 REGIO 14 / 1852

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II - aos demais dbitos inscritos em Dvida Ativa da Unio, no mbito da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional;

III - aos dbitos decorrentes das contribuies sociais previstas nas alneas a, b e c do pargrafo nico do art. 11 da Lei n 8.212,

de 24 de julho de 1991, das contribuies institudas a ttulo de substituio e das contribuies devidas a terceiros, assim

entendidas outras entidades e fundos, administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil; e

IV - aos demais dbitos administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil.

2o Na hiptese do IPI, o valor de que trata este artigo ser apurado considerando a totalidade dos estabelecimentos da pessoa

jurdica.

3o O disposto neste artigo no implica restituio de quantias pagas.

4o Aplica-se o disposto neste artigo aos dbitos originrios de operaes de crdito rural e do Programa Especial de Crdito

para a Reforma Agrria - PROCERA transferidas ao Tesouro Nacional, renegociadas ou no com amparo em legislao especfica,

inscritas na dvida ativa da Unio, inclusive aquelas adquiridas ou desoneradas de risco pela Unio por fora da Medida

Provisria no 2.196-3, de 24 de agosto de 2001.

Desta forma, a concesso da remisso legal acarreta a extino da execuo fiscal (CTN, art. 156, IV, c/c CPC, art. 794, II), por

ausncia de objeto, ante o perdo da dvida.

Por conseguinte, extintos, tambm, os embargos execuo fiscal correlatos quela execuo, restando prejudicado o apelo da

Fazenda Nacional.

A ttulo de ilustrao, no pertinente aos honorrios, mister considerar-se que os mesmos so descabidos ao examinar-se a questo

sob a tica da eqidade. Primeiramente, no cabe fixao de honorrios advocatcios na hiptese de execuo fiscal proposta pela

Fazenda Nacional, pois o encargo legal de 20%, referente inscrio em dvida ativa, compe o dbito exeqendo e sempre devido

nas execues fiscais, substituindo, nos embargos, a condenao em honorrios por expressa previso legal. Ainda a favorecer o

executado, no se pode olvidar o favor legal de remisso de dvida e perda de objeto superveniente prolao da sentena. Por outro

lado, a MP 449/08 e sua converso na Lei n 11.941/09, claramente demonstram o desinteresse na continuidade da ao executiva, o

que implicaria na condenao da verba sucumbencial da exeqente, inteligncia do art. 26 do CPC.

Portanto, sem honorrios advocatcios e custas processuais, ficando prejudicada a questo face o desfecho do processo.

Ante o exposto, deve ser extinto o processo, com fincas no art. 794, II, do CPC restando prejudicado o apelo da Fazenda.

Intimem-se. Publique-se.

Porto Alegre, 26 de junho de 2009.

00004 APELAO CVEL N 2006.71.00.042662-9/RS

RELATOR : Des. Federal LVARO EDUARDO JUNQUEIRA

APELANTE : PONTO UM FOTOLITOS LTDA/

ADVOGADO : Laury Ernesto Koch

APELANTE : UNIO FEDERAL (FAZENDA NACIONAL)

ADVOGADO : Procuradoria-Regional da Fazenda Nacional

APELADO : (Os mesmos)

DECISO

Trata-se de apelaes interpostas contra sentena de parcial procedncia exarada em embargos execuo fiscal de dbito referente

a IRRF. O MM. Juzo a quo reconheceu a reduo do valor devido na CDA n 002.05.001800-70 para R$ 449,58 e determinou o

cancelamento do dbito configurado na CDA n 006.05.002759-91, referente a Cofins, em razo de depsito efetuado pelo

executado.

A Fazenda restou condenada ao pagamento de honorrios arbitrados em R$ 2.000,00 (dois mil reais).

Apela a parte executada requerendo a majorao da verba advocatcia.

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Por sua vez, apela a Fazenda sustentando a manuteno da execuo fiscal quanto ao dbito de Cofins conforme a CDA substituta.

Requer, outrossim, a inverso do nus sucumbencial.

Com contraminutas de ambas as partes, remetidos os autos a esta Corte.

fl. 188, peticiona a Fazenda requerendo a extino do feito, pois o dbito relativo a CDA 00605002759-91 foi remitido com base

no art. 14 da MP 449/08.

o relatrio.

Decido.

A MP n 449/08 que d escopo manifestao da Fazenda foi convertida na Lei n 11.941, de 27 de maio de 2009, a qual alterou a

legislao tributria federal relativa aos casos de concesso de remisso, entre outras determinaes.

Transcrevo o dispositivo que pertine:

Art. 14. Ficam remitidos os dbitos com a Fazenda Nacional, inclusive aqueles com exigibilidade suspensa que, em 31 de dezembro

de 2007, estejam vencidos h 5 (cinco) anos ou mais e cujo valor total consolidado, nessa mesma data, seja igual ou inferior a R$

10.000,00 (dez mil reais).

1o O limite previsto no caput deste artigo deve ser considerado por sujeito passivo e, separadamente, em relao:

I - aos dbitos inscritos em Dvida Ativa da Unio, no mbito da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, decorrentes das

contribuies sociais previstas nas alneas a, b e c do pargrafo nico do art. 11 da Lei n 8.212, de 24 de julho de 1991, das

contribuies institudas a ttulo de substituio e das contribuies devidas a terceiros, assim entendidas outras entidades e

fundos;

II - aos demais dbitos inscritos em Dvida Ativa da Unio, no mbito da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional;

III - aos dbitos decorrentes das contribuies sociais previstas nas alneas a, b e c do pargrafo nico do art. 11 da Lei n 8.212,

de 24 de julho de 1991, das contribuies institudas a ttulo de substituio e das contribuies devidas a terceiros, assim

entendidas outras entidades e fundos, administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil; e

IV - aos demais dbitos administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil.

2o Na hiptese do IPI, o valor de que trata este artigo ser apurado considerando a totalidade dos estabelecimentos da pessoa

jurdica.

3o O disposto neste artigo no implica restituio de quantias pagas.

4o Aplica-se o disposto neste artigo aos dbitos originrios de operaes de crdito rural e do Programa Especial de Crdito

para a Reforma Agrria - PROCERA transferidas ao Tesouro Nacional, renegociadas ou no com amparo em legislao especfica,

inscritas na dvida ativa da Unio, inclusive aquelas adquiridas ou desoneradas de risco pela Unio por fora da Medida

Provisria no 2.196-3, de 24 de agosto de 2001.

Desta forma, a concesso da remisso legal acarreta a extino da execuo fiscal (CTN, art. 156, IV, c/c CPC, art. 794, II), por

ausncia de objeto, ante o perdo da dvida.

Por conseguinte, extintos, tambm, os embargos execuo fiscal correlatos quela execuo, restando prejudicado o apelo da

Fazenda Nacional.

A ttulo de ilustrao, no pertinente aos honorrios, mister considerar-se que os mesmos so descabidos ao examinar-se a questo

sob a tica da eqidade. Primeiramente, no cabe fixao de honorrios advocatcios na hiptese de execuo fiscal proposta pela

Fazenda Nacional, pois o encargo legal de 20%, referente inscrio em dvida ativa, compe o dbito exeqendo e sempre devido

nas execues fiscais, substituindo, nos embargos, a condenao em honorrios por expressa previso legal. Ainda a favorecer o

executado, no se pode olvidar o favor legal de remisso de dvida e perda de objeto superveniente prolao da sentena. Por outro

lado, a MP 449/08 e sua converso na Lei n 11.941/09, claramente demonstram o desinteresse na continuidade da ao executiva, o

que implicaria na condenao da verba sucumbencial da exeqente, inteligncia do art. 26 do CPC.

Portanto, sem honorrios advocatcios e custas processuais, ficando prejudicada a questo face o desfecho do processo.

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Ante o exposto, resta extinto o processo, com fincas no art. 794, II, do CPC e prejudicados os apelos.

Intimem-se. Publique-se.

Porto Alegre, 26 de junho de 2009.

00005 APELAO CVEL N 2007.71.06.001863-9/RS

RELATOR : Juiz Federal JORGE ANTONIO MAURIQUE

APELANTE : CAGGIANI CALCADOS E CONFECCOES LTDA/

ADVOGADO : Oreste Pereira de Oliveira

APELADO : UNIO FEDERAL (FAZENDA NACIONAL)

ADVOGADO : Procuradoria-Regional da Fazenda Nacional

DECISO

Relatrio. Trata-se de apelao contra sentena que julgou improcedente ao ordinria. A apelante sustenta que a multa nopercentual de 75% possui carter confiscatrio.

Fundamentao. O STF j assentou que as multas so acessrias e no podem, como tal, ultrapassar o valor do principal.Admite-se, pois, multas no percentual de 100%. Nesse sentido, elucidativo o seguinte precedente da Corte Especial deste Tribunal:

"TRIBUTRIO. MULTA MORATRIA. PATAMAR DE 60%. CARTER CONFISCATRIO. NO-OCORRNCIA.

INCIDENTE DE ARGIO DE INCONSTITUCIONALIDADE DO ART. 61, IV, DA LEI N 8.383/91 E DO ART. 4, IV, DA

LEI N 8.620/93. REJEIO.

1. Aplicam-se mesmo s multas moratrias o princpio do no-confisco, porque proteo ao direito de propriedade, como garantia

contra o desarrazoado agir estatal, que manifesta-se no somente na obrigao tributria principal.

2. O critrio de proporo, contudo, completamente diferente. Enquanto se h de ter por confiscatrio tributo que atinja mais de

50% dos rendimentos anuais do bem, ou o prprio valor do bem (em cobranas repetitivas), como chegou a propor Geraldo Ataliba

em sugesto de norma legal delimitadora do confisco, de outro lado quanto multa maiores valores devero ser admitidos.

3. que ao contrrio do tributo, que incide sobre lcita conduta do cidado, a multa tem como pressuposto o ato ilcito, penalizando

o infrator e fazendo o papel de preveno geral, evitando novas condutas de infrao. Pequenos valores de multa, equiparveis aos

juros de mercado, permitiriam fosse a multa incorporada ao gasto empresarial e a infrao lei reiterada.

4. O patamar de 60%, discutido na espcie, no h de ser considerado confiscatrio para uma multa moratria. Precedentes

doutrinrios e jurisprudenciais, inclusive do Supremo Tribunal Federal, que admitiu multa de 80% e implicitamente reconheceu a

possibilidade de multas at o limite de 100% do principal."

(Argio de Inconstitucionalidade na AC 2000.04.01.063415-0/RS, Rel. para o acrdo Des. Fed. Nfi Cordeiro, D.E. de

17/4/2007)"

Desse modo, a multa no percentual de 75% no possui carter confiscatrio.

Ressalte-se que a multa foi inicialmente aplicada no percentual de 100%, sendo reduzida pela autoridade fiscal para 75%, nos termos

do art. 44, I, da Lei n 9.430/96, com base no princpio da retroatividade mais benigna, consagrado no art. 106, II, "c", do CTN.

O recurso manifestamente improcedente.

Deciso. Pelo exposto, nego seguimento apelao, com fundamento no art. 557 do CPC.Intimem-se.

Publique-se.

Porto Alegre, 25 de junho de 2009.

00006 AGRAVO DE INSTRUMENTO N 2008.04.00.005771-9/PR

RELATOR : Juiz JORGE ANTONIO MAURIQUE

AGRAVANTE : MARCIA VALERIA DE OLIVEIRA e outro

ADVOGADO : Marco Antonio Goncalves Valle e outro

DIRIO ELETRNICO DA JUSTIA FEDERAL DA 4 REGIO 17 / 1852

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AGRAVADO : CAIXA ECONOMICA FEDERAL - CEF

ADVOGADO : Clovis Konflanz e outros

INTERESSADO : 9 MESES IND/ DE ROUPAS P GESTANTES LTDA/ - MASSA FALIDA e outros

DECISO

Relatrio. Trata-se de agravo de instrumento interposto por Mrcia Valria de Oliveira e Marcelo Marques de Oliveira contradeciso que, nos autos de execuo fiscal, indeferiu pedido de extino do feito, formulado diante da informao de que a falncia

da empresa executada j havia sido encerrada. Consignou o magistrado de origem que:

(...)

1.2. Tecidas estas premissas a respeito da natureza jurdica e do prazo prescricional do FGTS (dbito ora executado), passo a

analisar conjuntamente o disposto nos arts. 47 e 134, do Decreto-Lei 7.661/45, que dispe sobre a extino das obrigaes do falido.

Dispe os arts. 47 e 134, do mencionado Decreto-lei, que:

"Art. 47. Durante o processo de falncia fica suspenso o curso de prescrio relativa a obrigaes de responsabilidade do falido".

" Art. 134. A prescrio relativa s obrigaes do falido recomea a correr no dia em que passar em julgado a sentena de

encerramento da falncia".

Assim, o curso do prazo prescricional para a cobrana do dbito que ora se executa (FGTS) ficou suspenso durante o processo

falimentar, somente voltando a correr quando do trnsito em julgado da sentena de encerramento da falncia, cuja sentena foi

prolatada em 21/08/2001.

A presente execuo fiscal para cobrana dos dbitos de FGTS devidos no perodo de 03/1995 a 08/1995 foi ajuizada em

22/10/2001, aps a sentena de encerramento da falncia.

Portanto, a presente demanda para cobrana de FGTS devido pelos falidos foi proposta quando ainda no haviam sido extintas as

obrigaes dos falidos, ou seja, antes do decurso do prazo previsto no art. 135, III, do DL 7661/45. Ademais, deve-se relembrar que

vige, no presente caso, o prazo prescricional trintenrio.

1.3. Com efeito, a sentena que declarou a extino das obrigaes dos falidos Mrcia Valria de Oliveira e Marcos Marques de

Oliveira ineficaz perante o presente processo executivo.

Percebe-se, pelo teor da sentena juntada s fls. 100/102, que a scia Mrcia Valria de Oliveira no informou ao juzo falimentar a

existncia da presente demanda.

1.4. Nada obstante isso, deve-se considerar que a deciso de fls. 93/95, diante da existncia de indcios de dissoluo irregular da

executada antes da decretao de sua quebra, declarou a responsabilizao dos scios Marcelo Marques de Oliveira e Mrcia Valria

de Oliveira.

Destacou-se naquela deciso que, antes da decretao da falncia da executada ocorrida em 24/09/1998 (fl. 92), em diligncia

realizada em 18/08/1997 pelo prprio juzo falimentar (fl. 84), nos autos n 113/97, foi constatado que a empresa executada j se

encontrava dissolvida, certificando o Sr. Oficial de Justia a respeito do fechamento da empresa h tempos.

2. Diante de tais razes, determino o prosseguimento da presente demanda em relao aos scios Marcelo Marques de Oliveira e

Mrcia Valria de Oliveira.

(...)

Os agravantes sustentam que o simples decurso do prazo de cinco anos, contados do trnsito em julgado da sentena declaratria da

falncia, tem por efeito extinguir as obrigaes do falido, na forma do Dl 7.661/1945.

Postulam a concesso de efeito suspensivo.

Fundamentao. O exame dos autos permite verificar que foi proferida sentena de encerramento da falncia da empresaexecutada. Expressamente consta da referida deciso (fl. 27 dos autos) a declarao de extino das obrigaes dos falidos, Mrcia

Valria de Oliveira e Marcelo Marques de Oliveira, "os quais ficam autorizados a exercerem o comrcio, posto que no foram

condenados por crime falimentar."

Em que pese ter havido o ajuizamento da execuo fiscal aps o encerramento da falncia, a manuteno do feito contra os

agravantes, em princpio, no encontra guarida legal.

Referiu o magistrado de origem que havia ocorrido a dissoluo irregular da empresa antes executada. No entanto, fora decretada a

sua falncia, o que constitui forma regular de extino da pessoa jurdica.

O fato de a sociedade haver entrado em falncia no basta para caracterizar a responsabilidade solidria de seus administradores.

Pode ocorrer tal responsabilizao se a falncia for associada a qualquer procedimento ilegal ou fraudatrio, como a ocultao ou

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dilapidao de bens, fraudes contbeis, etc. Isso no resta evidenciado no caso.

H relevncia na fundamentao do agravo a justificar interveno.

Deciso. Pelo exposto, defiro o pedido, para suspender a execuo fiscal at o julgamento definitivo do agravo.

Intimem-se.

Publique-se.

Comunique-se.

Porto Alegre, 30 de junho de 2009.

00007 REEXAME NECESSRIO CVEL N 2008.72.00.011268-3/SC

RELATOR : Juiz JORGE ANTONIO MAURIQUE

PARTE AUTORA : MISAEL MENDES DA SILVA

ADVOGADO : Carlos Rodrigues Barzan

PARTE RE' : UNIO FEDERAL (FAZENDA NACIONAL)

ADVOGADO : Procuradoria-Regional da Fazenda Nacional

REMETENTE : JUZO SUBSTITUTO DA 01A VARA FEDERAL DE FLORIANPOLIS

DECISO

Relatrio. Trata-se de reexame necessrio de sentena que julgou procedente ao ordinria para "declarar a nulidade do ato quenegou o seguimento ao recurso voluntrio apresentado", sob o fundamento de ser inconstitucional o 2 do art. 33 do Decreto n

70.235/72, que impe a realizao de depsito de 30% da exigncia fiscal, como pressuposto de adminissibilidade de recurso

administrativo.

Fundamentao. A jurisprudncia deste Tribunal, na esteira do que decidiu o Supremo Tribunal Federal no julgamento conjuntodos Recursos Extraordinrios 388359, 389383, 390513, em 2/04/2007, tem afastado - por inconstitucional - a exigncia de depsito

prvio em recursos administrativos. Entende-se que esse depsito inviabiliza o direito de defesa do recorrente.

Dessa forma, inconstitucional o 2 do art. 33 do Decreto n 70.235/72.

O Supremo Tribunal Federal tambm declarou a inconstitucionalidade da exigncia de arrolamento de bens no valor correspondente

a 30% da exigncia fiscal, previsto na Lei n 10.522/02, como pressuposto de admissibilidade de recurso administrativo fiscal.

Havendo deciso do Supremo Tribunal Federal acerca da matria, desnecessrio adotar a regra do art. 97 da CF/88 (princpio da

reserva de plenrio).

A remessa oficial est em confronto com jurisprudncia dominante de Tribunal Superior.

Deciso. Pelo exposto, nego seguimento remessa oficial, com fundamento no art. 557 do CPC.Intimem-se.

Publique-se.

Porto Alegre, 25 de junho de 2009.

00008 APELAO CVEL N 2008.72.05.001179-5/SC

RELATOR : Juiz Federal JORGE ANTONIO MAURIQUE

APELANTE : COM/ DE MATERIAIS DE CONSTRUCAO KLEIS LTDA/

ADVOGADO : Dean Jaison Eccher

APELADO : UNIO FEDERAL (FAZENDA NACIONAL)

ADVOGADO : Procuradoria-Regional da Fazenda Nacional

DECISO

Relatrio. Trata-se de apelao contra sentena que julgou improcedentes embargos execuo fiscal.A apelante sustenta que: a) a inicial da execuo no foi instruda com o demonstrativo do dbito atualizado at a data da propositura

da ao, nos termos do art. 614 do CPC; b) nula a CDA por falta de requisitos legais; b) h divergncia entre o valor da CDA e o

valor atribudo causa; c) a multa aplicada tem carter confiscatrio; d) inconstitucional a utilizao da taxa SELIC.

Foram apresentadas contrarrazes.

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Fundamentao. Art. 614 do CPC. Inaplicabilidade. O CPC tem aplicao apenas subsidiria nos processos de execuo fiscal,de modo que, em face do princpio da especialidade, no se aplica o inc. II do art. 614 do CPC. Nesse sentido, os seguintes

precedentes do STJ: REsp 1017343/RS, 2 Turma, Rel. Min. Humberto Martins, DJe de 3/3/2008; REsp 751776/PR, 1 Turma, Rel.

Min. Luiz Fux, DJ de 31/5/2007, p. 338.

Nulidade das CDAs. A certido de dvida ativa que instrumentaliza a execuo fiscal contm o nome do devedor, seu endereo, ovalor originrio do dbito, a forma de clculo e a origem da dvida, todos os requisitos exigidos pelo art. 202 do CTN e 5 do art.

2 da L 6.83019/80.

Divergncia entre o valor da CDA e o valor atribudo causa. O valor originrio da dvida (valor da CDA) no corresponde aovalor cobrado na execuo (valor da causa). No h nenhuma irregularidade nisso.

Ao valor da dvida, em seu todo, d-se o nome de valor consolidado, que no pode ser confundido com o valor da dvida originria.

Aquele formado pelo somatrio do valor originrio da dvida que figura na Certido (valor principal + multa de mora), dos juros

de mora, da atualizao monetria e dos honorrios.

Portanto, no h excesso de execuo, mas cobrana do tributo acrescida de consectrios legalmente previstos.

Carter confiscatrio da multa aplicada. O STF j assentou que as multas so acessrias e no podem, como tal, ultrapassar ovalor do principal. Admite-se, pois, multas no percentual de 100%. Nesse sentido, elucidativo o seguinte precedente da Corte

Especial deste Tribunal:

"TRIBUTRIO. MULTA MORATRIA. PATAMAR DE 60%. CARTER CONFISCATRIO. NO-OCORRNCIA.

INCIDENTE DE ARGIO DE INCONSTITUCIONALIDADE DO ART. 61, IV, DA LEI N 8.383/91 E DO ART. 4, IV, DA

LEI N 8.620/93. REJEIO.

1. Aplicam-se mesmo s multas moratrias o princpio do no-confisco, porque proteo ao direito de propriedade, como garantia

contra o desarrazoado agir estatal, que manifesta-se no somente na obrigao tributria principal.

2. O critrio de proporo, contudo, completamente diferente. Enquanto se h de ter por confiscatrio tributo que atinja mais de

50% dos rendimentos anuais do bem, ou o prprio valor do bem (em cobranas repetitivas), como chegou a propor Geraldo Ataliba

em sugesto de norma legal delimitadora do confisco, de outro lado quanto multa maiores valores devero ser admitidos.

3. que ao contrrio do tributo, que incide sobre lcita conduta do cidado, a multa tem como pressuposto o ato ilcito, penalizando

o infrator e fazendo o papel de preveno geral, evitando novas condutas de infrao. Pequenos valores de multa, equiparveis aos

juros de mercado, permitiriam fosse a multa incorporada ao gasto empresarial e a infrao lei reiterada.

4. O patamar de 60%, discutido na espcie, no h de ser considerado confiscatrio para uma multa moratria. Precedentes

doutrinrios e jurisprudenciais, inclusive do Supremo Tribunal Federal, que admitiu multa de 80% e implicitamente reconheceu a

possibilidade de multas at o limite de 100% do principal."

(Argio de Inconstitucionalidade na AC 2000.04.01.063415-0/RS, Rel. para o acrdo Des. Fed. Nfi Cordeiro, D.E. de

17/4/2007)"

Taxa SELIC. A utilizao da SELIC nos dbitos tributrios est autorizada pela L 9.250/1995.No colhe provimento a alegao de que essa taxa afronta o 3 do art. 192 da CF 1988, vigente antes da EC 40/2003. O Supremo

Tribunal Federal j declarou que esse dispositivo era carente de regulamentao para ter eficcia. O dispositivo, ademais, era

dirigido ao mercado financeiro no aos dbitos fiscais.

pacfica a orientao do STJ no sentido de que a taxa de juros, no mbito das relaes tributrias, pode estar prevista em ato

normativo secundrio (Resolues do COPOM), desde que esta tenha autorizao legal para tal. No h ofensa ao princpio da

indelegabilidade tributria.

A taxa SELIC no padece de mcula de ilegalidade ou inconstitucionalidade.

O recurso manifestamente improcedente.

Deciso. Pelo exposto, nego seguimento apelao, com fundamento no art. 557 do CPC.Intimem-se.

Publique-se.

Porto Alegre, 24 de junho de 2009.

00009 AGRAVO DE INSTRUMENTO N 2009.04.00.001983-8/RS

RELATOR : Juiz JORGE ANTONIO MAURIQUE

AGRAVANTE : DHB COMPONENTES AUTOMOTIVOS S/A

ADVOGADO : Rafael Korff Wagner

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: George Lippert Neto

: Marcia Mallmann Lippert

: Fabio Luis de Luca

: Michelle Sopper

AGRAVADO : UNIO FEDERAL (FAZENDA NACIONAL)

PROCURADOR : Procuradoria-Regional da Fazenda Nacional

DECISO

Trata-se de agravo de instrumento interposto contra deciso que, em mandado de segurana, indeferiu o pedido de liminar.

Foi prolatada sentena denegando a segurana, o que acarretou a perda de objeto do recurso.

Pelo exposto, nego seguimento ao agravo de instrumento, com fundamento no art. 557 do CPC, prejudicado o agravo legal.

Intimem-se. Publique-se.

Porto Alegre, 24 de junho de 2009.

00010 AGRAVO DE INSTRUMENTO N 2009.04.00.009005-3/PR

RELATOR : Juiz JORGE ANTONIO MAURIQUE

AGRAVANTE : WKR BRASIL LTDA/

ADVOGADO : Daniel Bettamio Tesser e outros

AGRAVADO : UNIO FEDERAL (FAZENDA NACIONAL)

PROCURADOR : Procuradoria-Regional da Fazenda Nacional

DECISO

Trata-se de agravo de instrumento interposto contra deciso que, em mandado de segurana, indeferiu o pedido de liminar.

Foi prolatada sentena denegando a segurana, o que acarretou a perda de objeto do recurso.

Pelo exposto, nego seguimento ao agravo de instrumento, com fundamento no art. 557 do CPC.

Intimem-se. Publique-se.

Porto Alegre, 26 de junho de 2009.

00011 AGRAVO DE INSTRUMENTO N 2009.04.00.009204-9/RS

RELATOR : Juiz JORGE ANTONIO MAURIQUE

AGRAVANTE : MEPAL COM/ DE PRODUTOS AGRICOLAS LTDA/

ADVOGADO : Hella Isis Gottschefsky e outros

AGRAVADO : UNIO FEDERAL (FAZENDA NACIONAL)

PROCURADOR : Procuradoria-Regional da Fazenda Nacional

DECISO

Trata-se de agravo de instrumento interposto contra deciso que, em mandado de segurana, indeferiu o pedido de liminar.

Foi prolatada sentena sem resoluo de mrito, o que acarretou a perda de objeto do recurso.

Pelo exposto, nego seguimento ao agravo de instrumento, com fundamento no art. 557 do CPC.

Intimem-se. Publique-se.

Porto Alegre, 26 de junho de 2009.

00012 AGRAVO DE INSTRUMENTO N 2009.04.00.020591-9/RS

RELATOR : Juiz Federal JORGE ANTONIO MAURIQUE

AGRAVANTE : BRANDA OXICORTE IND/ LTDA/

ADVOGADO : Fernando Negreiros Lagranha e outro

AGRAVADO : UNIO FEDERAL (FAZENDA NACIONAL)

PROCURADOR : Procuradoria-Regional da Fazenda Nacional

DECISO

Relatrio. Trata-se de agravo de instrumento interposto contra deciso que, em ao ordinria, indeferiu provimento antecipativovisando expedio de certido de regularidade fiscal e excluso do nome da autora do CADIN.

A agravante alega: a) ser incabvel a inscrio do nome do devedor no CADIN enquanto pendente discusso judicial; b) a ocorrncia

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de denncia espontnea elide a multa de mora; c) o carter confiscatrio da multa; d) a inconstitucionalidade da Taxa SELIC.

Requer a concesso de medida antecipativa.

Fundamentao. A denncia espontnea prevista no art. 138 do CTN exclui a responsabilidade, desde que acompanhada dopagamento do tributo devido e dos juros de mora.

No caso, os escassos elementos constantes dos autos indicam que sequer houve pagamento da dvida, tanto que foi ajuizada

execuo fiscal para cobrana dos dbitos tributrios.

Ademais, no tendo sido apresentada cpia do processo administrativo, invivel verificar o percentual da multa aplicada, tampouco

o suposto carter confiscatrio.

Quanto taxa SELIC, sua utilizao nos dbitos tributrios est autorizada pela L 9.250/1995. No colhe provimento a alegao de

que essa taxa afronta o 3 do art. 192 da CF 1988, vigente antes da EC 40/2003. O Supremo Tribunal Federal j declarou que esse

dispositivo era carente de regulamentao para ter eficcia. O dispositivo, ademais, era dirigido ao mercado financeiro no aos

dbitos fiscais.

pacfica a orientao do STJ no sentido de que a taxa de juros, no mbito das relaes tributrias, pode estar prevista em ato

normativo secundrio (Resolues do COPOM), desde que esta tenha autorizao legal para tal. No h ofensa ao princpio da

indelegabilidade tributria.

A taxa SELIC no padece de mcula de ilegalidade ou inconstitucionalidade.

Por fim, no h prova de que o nome da agravante esteja includo no CADIN e muito menos de que eventual registro diga respeito

aos dbitos impugnados. De qualquer modo, somente a configurao de alguma das hipteses previstas no art. 7 da L 10.522/2002

autorizaria obstar o registro, o que no o caso dos autos.

O recurso manifestamente improcedente, impondo-se a negativa de seguimento, nos termos do art. 557 do CPC.

Deciso. Pelo exposto, nego seguimento ao agravo de instrumento.Intimem-se. Publique-se.

Porto Alegre, 24 de junho de 2009.

00013 AGRAVO DE INSTRUMENTO N 2009.04.00.020919-6/PR

RELATOR : Des. Federal LVARO EDUARDO JUNQUEIRA

AGRAVANTE : RIMINI IMP/ E EXP/ LTDA/

ADVOGADO : Amauri Silva Torres e outros

AGRAVADO : UNIO FEDERAL (FAZENDA NACIONAL)

PROCURADOR : Procuradoria-Regional da Fazenda Nacional

DECISO

1 - Trata-se de agravo de instrumento interposto por RIMINI IMP/ E EXP/ LTDA contra deciso do MM. Juiz Federal Substituto daVara Federal de Paranagu, exarada no mandado de segurana n 2009.70.08.000770-8/PR, nas seguintes letras:

"A impetrante pretende a obteno de liminar com o fim de evitar que seu CNPJ seja suspenso e com isso no possa efetuar novas

operaes de importao, garantindo, desta forma, a continuidade de suas atividades empresariais.

Ocorre, todavia, que a impetrante est sob investigao fiscal justamente porque h indcios de ter realizado operaes fraudulentas.

Assim, no vislumbro qualquer ilegalidade a ser combatida por meio desta ao mandamental, tampouco direito lquido e certo a ser

salvaguardado.

Nesse sentido:

EMENTA: MANDADO DE SEGURANA. INAPTIDO DE REGISTRO NO CNPJ. PRINCPIO DA LEGALIDADE.

INEXISTNCIA DE FATO. INTERPOSIO FRAUDULENTA DE TERCEIROS. IN RFB N 748/2007. No h falar na

inconstitucionalidade do art. 81 da Lei n 9.430/1996. Os dispositivos constitucionais que dispem sobre a matria (art. 5, II, XIII,

XVIII e art. 170) fazem referncia expressa s disposies previstas na lei. E a Lei n 9.430/1996, em seu artigo 81, prev as

situaes em que poder ser declarada inapta a inscrio das pessoas jurdicas no CNPJ. A previso da declarao de inaptido do

registro no CNPJ da pessoa jurdica inexistente de fato ou que no efetue a comprovao da origem, da disponibilidade e da efetiva

transferncia, se for o caso, dos recursos empregados em operaes de comrcio exterior, contida na IN RFB n 748/2007, apenas

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define os termos e condies do disposto no artigo 81 da Lei n 9.430/1996. No h falar, portanto, em afronta ao princpio da

legalidade. O argumento de que a suspenso do CNPJ ensejar a interrupo das atividades econmicas da empresa deve ser

contraposto possibilidade de efetuar importaes de porte, em pouco tempo, que, liberadas, dificilmente sero rastreadas e

recuperadas. E, uma vez internalizadas e colocadas no mercado, produzir-se- um rombo nos cofres pblicos se no houver o

recolhimento de todos os tributos incidentes. Correta a declarao de inaptido do registro da pessoa jurdica junto ao CNPJ,

quando constatada a inexistncia de fato da empresa ou a no comprovao da origem, da disponibilidade e da efetiva

transferncia, se for o caso, dos recursos empregados em operaes de comrcio exterior em processo administrativo de

fiscalizao. (TRF4, AC 2007.71.07.006139-6, Primeira Turma, Relator Vilson Dars, D.E. 19/08/2008)

Destaco, inclusive, a existncia de mandado de segurana em trmite neste juzo, no qual tive a oportunidade de me manifestar

(autos de n 2009.70.08.000696-0):

A medida liminar preconizada ao inciso II do art. 7 da lei 1.533/51 apresenta pressupostos e conseqncias processuais prprias,

constituindo medida excepcional e restrita aos casos que atendam aos seus ditames. Portanto, o instituto no constitui favor a ser

concedido a todo impetrante, ainda que o direito defendido sugira que provavelmente lhe ser concedida a segurana, mas apenas

queles que, aliado a isso, demonstrem a concretizao das hipteses declinadas ao dispositivo supracitado, quais sejam, relevante

fundamento e risco de o ato impugnado provocar a ineficcia da medida, caso seja deferida. Olvidar-se disso causaria a

banalizao do instituto.

Acerca do tema, Calmon de Passos sabiamente assim leciona (in "Comentrios ao Cdigo de Processo Civil", 8 edio, Forense,

1998, v. 3, pp. 16/7 - citado ao acrdo do Tribunal Regional Federal da 4 Regio lavrado no Agravo de Instrumento de n

200704000064707, relatado pelo ilustre Desembargador Federal CARLOS EDUARDO THOMPSON FLORES LENZ, em

08/05/2007):

"Sempre sustentei que a garantia constitucional disciplinada no inciso XXXV do art. 5 da Constituio Federal (a lei no excluir

da apreciao do Poder Judicirio leso ou ameaa a direito) diz respeito, apenas, tutela definitiva, aquela que se institui com a

deciso transitada em julgado, sendo a execuo provisria e a antecipao da tutela problemas de poltica processual, que o

legislador pode conceder ou negar, sem que com isso incida em inconstitucionalidade. Vetar liminares neste ou naquele processo

jamais pode importar inconstitucionalidade, at porque a liminar que tem forte dose de suspeio de inconstitucionalidade, pois

configura interferncia no patrimnio ou na liberdade dos indivduos, com preterio, mesmo que em parte, das garantias do

devido processo legal, de base tambm constitucional.

Da sempre ter sustentado que a liminar, na cautelar, ou antecipao liminar da tutela em qualquer processo, no direito das

partes constitucionalmente assegurado. A nica hiptese em que se nos afigura no poder a lei evitar a proteo liminar aquela

em que a sua proibio ou no concesso significar, sem sombra de dvida, impossibilidade da futura tutela definitiva. Aqui, dois

valores constitucionais conflitam. O da efetividade da tutela e o do contraditrio e ampla defesa. Caso a ampla defesa ou at

mesmo a simples citao do ru importe certeza da ineficcia da futura tutela, sacrifica-se, provisoriamente, o contraditrio,

porque recupervel depois, assegurando-se de logo a tutela que, se no antecipada, tornar-se-ia impossvel no futuro.

Cuida-se da aplicao do princpio da proporcionalidade, que impe o sacrifcio de um bem jurdico, suscetvel de tutela

subseqente, em favor de outro bem jurdico que, se no tutelado de pronto, ser definitivamente sacrificado. (...)"

No caso vertente, ao revs do aduzido exordial, no vislumbro risco de inoperncia de eventual sentena que atenda spretenses da impetrante ao cabo do feito, tampouco de danos irreparveis ou de difcil reparao, mxime levando-se em contaas informaes da autoridade impetrada que denotam a existncia de ampla e detalhada fiscalizao, incluindo oitiva derepresentantes legais da empresa, requisio de documentos e anlise de operaes de importao anteriores que ensejaram advida quando ao real importador (operao por conta e ordem de terceiros de forma irregular) e ainda a ausncia de anotaoquanto ao fabricante do produto comercializado, podendo ser confundido ou mesmo comercializado como se nacional fosse. Em caso anlogo, inclusive, j se manifestou o nosso regional:

"Na hiptese em causa, no vislumbro necessidade de proviso jurisdicional de urgncia, uma vez que no se acha presente perigo

de leso grave e de difcil ou incerta reparao.

Para a caracterizao do requisito acima, deve ser demonstrada a probalidade de ocorrncia do risco concreto advindo da

manuteno do comando judicial recorrido, no se prestando para tanto os argumentos trazidos pelos agravantes. Deve ser levado

em conta que eventuais prejuzos financeiros no devem ser confundidos com dano irreparvel ou de difcil reparao, pois

DIRIO ELETRNICO DA JUSTIA FEDERAL DA 4 REGIO 23 / 1852

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"(...)irreparvel a leso que inviabiliza o especfico direito que est sendo postulado e no o seu sucedneo econmico, pois a

possibilidade de reparao patrimonial existe sempre que se viola qualquer direito". (Celso Antnio Bandeira de Mello, Curso de

Direito Administrativo , 16 Ed., rev. atual. So Paulo: Malheiros, 2003., p. 376.). Alm disso, necessrio observar que a agravante

atua no ramo de importao e exportao, principalmente, de flores artificiais, alm de produtos para enfeites e decoraes e

ornamentos, entre outros (fl. 5), e que os bens objeto do pretendido desembarao aduaneiro so "...em sua maioria flores artificiais,

..." (fl. 5)

Por fim, tambm no h confundir pressa com urgncia. Pressa todos os que litigam tm; urgncia, porm, nem sempre se faz

presente no caso concreto. A urgncia exige um ingrediente a mais, ou seja, alm da pressa, h imperiosa necessidade da deciso

requerida ser suscetvel de causar leso grave e de difcil reparao se no deferida. Aqui, consoante expressam os autos deste

recurso, no vislumbro a indispensvel urgncia, o que conduz converso do presente agravo de instrumento em agravo retido,

nos precisos termos do inciso II do artigo 527 do Cdigo de Processo Civil, na dico da Lei n 11.187, de 20 de outubro de 2005, e

determino a remessa dos respectivos autos ao juzo da causa."

(TRF4, AG 20090400017670-1/PR, 1 Turma, Rel. Des. Federal Vilson Dars, DE 02.06.2009).

Ante o exposto, INDEFIRO AS PRETENSES LIMINARES.

Determino, contudo, a sustao de qualquer medida de destinao da mercadoria importada at ulterior deliberao judicial a

respeito.

Somente aps o trmino da fiscalizao, mediante prova da regularidade das operaes, que a impetrante far jus sua

reabilitao.

Destaco, no entanto, que essa prova deve ser feita perante o processo administrativo. Nesta ao, alm de incabvel pelo rito,

extrapola seus limites.

Ante o exposto, indefiro a liminar requerida.

Abra-se vista ao MPF e, aviado o parecer, registre-se para sentena.

Intimem-se.

Paranagu, 17 de junho de 2009."

2 - A agravante sustenta, em sntese, que:

a) registrou, em 25/06/2008, a Declarao de Trnsito Aduaneiro n 08/0285281-5 junto Alfndega da Receita Federal do Brasil do

Porto de Paranagu; foi proposto e instaurado Procedimento Especial de Controle Aduaneiro e determinada a reteno das

mercadorias, nos termos do disposto no art. 68 da Medida Provisria n 2.158/35/01, regulamentado pelos artigos 41 da IN SRF n

248/02 e 65 a 69 da IN SRF n 206/02;

b) j a Declarao de Importao n 09/0029937-6, registrada em 08/01/2009, igualmente fora bloqueada para realizao de anlise

fiscal, tendo em vista o transcurso do procedimento fiscal acima citado, sendo, ato contnuo, proposto e instaurado procedimento

especial de controle aduaneiro, bem como retidas as mercadorias citadas;

c) com a instaurao desse procedimento, foi intimada a prestar vrias informaes e fornecer diversos documentos comprobatrios

do seu efetivo funcionamento, da sua condio de real adquirente ou vendedor das mercadorias e da origem lcita, a disponibilidade

e a efetiva transferncia dos recursos necessrios prtica das operaes de comrcio exterior;

d) cumpriu todas essas determinaes; todavia, e a despeito da lisura do procedimento de importao, o Inspetor da Receita Federal

de Paranagu deliberou por lavrar o Auto de Infrao e Termo de Apreenso e Guarda Fiscal n 0917800/34985/08 (referente ao

processo administrativo n 10907.000756/2009-45), de forma a aplicar a pena de perdimento nas mercadorias objeto da mencionada

Declarao de Trnsito Aduaneiro e Declarao de Importao;

DIRIO ELETRNICO DA JUSTIA FEDERAL DA 4 REGIO 24 / 1852

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e) "no satisfeito com tal arbitrariedade, alis, ilegalidade esta que j foi inclusive objeto de mandado de segurana junto Justia

Federal de Paranagu, a Receita Federal fez constar no cadastro da agravante junto ao SISCOMEX ato administrativo referente

instaurao de procedimento de inaptido de sua inscrio junto ao CNPJ, ocasionando-lhe constrangimento e temeridade

mpares, razo pela qual se socorreu de mandado de segurana preventivo (pedido de que o impetrado abstivesse de suspender ou

declarasse a inaptido do CNPJ da agravante)";

f) o domiclio fiscal da agravante Curitiba, assim, qualquer ato dessa natureza (suspenso ou inaptido do CNPJ) competncia

exclusiva do Inspetor ou Delegado da Receita Federal de Curitiba, motivo pelo qual o mandamus foi distribudo naquela Subseo

Judiciria, onde a magistrada, em juzo cautelar, concedeu a liminar (fl. 204) impedindo que o impetrado suspendesse ou declarasse

a inaptido do CNPJ at o contraditrio;

g) todavia, quando notificado para prestar as informaes, o impetrado originrio (Inspetor da Receita Federal de Curitiba) oficiou

ao juzo alegando que seria impossvel cumprir a deciso, porquanto, durante o interregno, j havia sido suspenso o CNPJ da

agravante, "e pior, quem tinha deliberado neste sentido, seria o Inspetor da Receita Federal de Paranagu";

h) criado o impasse de ordem processual, a juza foi obrigada a declinar a competncia; j na Vara de Paranagu, a juza de planto,

igualmente em sede de juzo cautelar, concedeu nova liminar (fl. 230) at que fossem prestadas as informaes e depois fosse

enfrentado, de fato, o pedido liminar;

i) ocorre que o julgador singular (aps mudana no quadro do juzo em Paranagu), indeferiu a liminar, o que ensejou novo ato de

suspenso do CNPJ da agravante, inviabilizando sua atuao empresarial;

j) a deciso agravada, portanto, fere os princpio da razoabilidade e proporcionalidade, o contraditrio e a ampla defesa, e a

decretao ex officio da suspenso do seu CNPJ a impede de exercer atos de mercancia, pois implica no-fechamento de cmbio,

no-liberao de mercadorias, no-registro de declaraes de importao e de exportao, no-movimentao em conta-corrente etc,

configurando o requisito do periculum in mora;

k) "alm do atropelo ao devido processo legal temos que a deciso agravada ignorou outro fundamento de suma importncia, qual

seja, a ausncia de competncia do Inspetor da Receita Federal de Paranagu para fins de praticar atos desta natureza (suspenso

de CNPJ), uma vez que conforme j mencionada na inicial, este ato de competncia exclusiva do Delegado ou Inspetor da Receita

Federal de Curitiba, haja vista que a agravante tem domiclio fiscal em Curitiba" - essa a inteligncia do artigo 45 da IN n

748/2007;

l) apenas ao Poder Judicirio dado dissolver pessoas jurdicas ou suspender suas atividades empresariais, sendo vedado ao Poder

Executivo realizar quaisquer atos desta natureza; a Instruo Normativa SRF n 748/07 d Receita Federal, de forma indevida, o

poder de dissolver empresas sem que tenha de submeter sua deciso anlise pelo Poder Judicirio, em confronto garantia

constitucional que protege os jurisdicionados contra a indevida intromisso do Estado em sua liberdade de associao; dessa forma,

carece de respaldo legal a suspenso da inscrio da agravante perante o CNPJ, pois utiliza de diploma legal incompatvel com a

Constituio Federal de 1988;

m) a deciso agravada, portanto, tambm fere o princpio da legalidade, porquanto o artigo 81 da Lei n 9.430/96 prev apenas as

hipteses de inaptido, e no de suspenso do CNPJ, previsto apenas na instruo normativa; a suspenso da inscrio perante o

CNPJ, portanto, no encontra sustentculo legal;

n) "se a finalidade da agravada evitar que as chamadas empresas 'laranjas' se perpetuem no mercado, por evidente que no o

caso da agravante, a tanto que nada deve para a agravada (cf. certido negativa anexa - fls. 262), bem como possui sede prpria

digna de elogios (...) ou seja, a prpria e eventual finalidade da abertura de processo de inaptido cai num vazio jurdico-ftico, o

que coloca a deciso atacada no plano da irrazoabilidade";

o) "ainda que existam motivos para suspender-se ou declarar