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AGRICULTURA E AGRONEGÓCIOS O TRIGO PARANAENSE E AS PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DA SUA CADEIA PRODUTIVA RESUMO O principal objetivo deste estudo é descrever o processo histórico da utilização do trigo como alimento e caracterizar os principais aspectos da cadeia produtiva do trigo, bem como, busca-se analisar a competitividade do trigo paranaense diante da concorrência argentina, tendo em vista que o Brasil produz aproximadamente 5 milhões de toneladas de trigo anualmente, de um total de 10,2 milhões de toneladas por ano demandados internamente para o consumo, e para que toda a demanda nacional seja atendida importa-se o trigo, principalmente da Argentina. De todo o montante produzido pelo Brasil, 80% é oriundo do Paraná, o maior produtor brasileiro de trigo. A pesquisa também relata algumas considerações necessárias ao entendimento da qualidade do trigo, fator este que é um dos principais limitantes da concorrência do trigo paranaense em relação ao trigo argentino. Também se tem como pretensão mostrar os principais dados relacionados à oferta e demanda do trigo paranaense, as importações e exportações e o consumo, contextualizando a triticultura do Estado do Paraná diante da relação comercial existente entre o Brasil e a Argentina, relação essa que é ancorada pelo processo de integração do Mercosul. E finalmente, são apontadas alternativas e realizadas algumas considerações sobre o desempenho do setor tritícola paranaense e nacional. Onde são apresentadas dois possíveis caminhos para a 1

TRIGO NO PARANÁ

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Page 1: TRIGO NO PARANÁ

AGRICULTURA E AGRONEGÓCIOS

O TRIGO PARANAENSE E AS PRINCIPAIS

CARACTERÍSTICAS DA SUA CADEIA PRODUTIVA

RESUMO

O principal objetivo deste estudo é descrever o processo histórico da utilização do

trigo como alimento e caracterizar os principais aspectos da cadeia produtiva do trigo, bem

como, busca-se analisar a competitividade do trigo paranaense diante da concorrência

argentina, tendo em vista que o Brasil produz aproximadamente 5 milhões de toneladas de

trigo anualmente, de um total de 10,2 milhões de toneladas por ano demandados

internamente para o consumo, e para que toda a demanda nacional seja atendida importa-

se o trigo, principalmente da Argentina. De todo o montante produzido pelo Brasil, 80% é

oriundo do Paraná, o maior produtor brasileiro de trigo.

A pesquisa também relata algumas considerações necessárias ao entendimento da

qualidade do trigo, fator este que é um dos principais limitantes da concorrência do trigo

paranaense em relação ao trigo argentino.

Também se tem como pretensão mostrar os principais dados relacionados à oferta

e demanda do trigo paranaense, as importações e exportações e o consumo,

contextualizando a triticultura do Estado do Paraná diante da relação comercial existente

entre o Brasil e a Argentina, relação essa que é ancorada pelo processo de integração do

Mercosul.

E finalmente, são apontadas alternativas e realizadas algumas considerações sobre

o desempenho do setor tritícola paranaense e nacional. Onde são apresentadas dois

possíveis caminhos para a triticultura paranaense e também nacional: continuar a importar o

trigo de países que apresentam vantagens competitivas ou então, incentivar a produção de

trigo no território nacional através da adoção de novas tecnologias.

PALAVRAS-CHAVE: trigo, comércio, competitividade.

ABSTRACT

The main objective of this study is to describe the historical process of using wheat

as food and characterize the main aspects of the production chain of wheat and, seeks to

analyze the competitiveness of wheat Parana Argentina before the competition, in order that

Brazil produces about 5 million tonnes of wheat annually, a total of 10.2 million tonnes per

year to house defendants consumption, and that all domestic demand is met cares wheat,

mainly from Argentina. The entire amount produced by Brazil, 80% comes from Paraná, the

largest producer of wheat.

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The survey also reports some considerations necessary to understanding the quality

of wheat, a factor that is a major factor limiting the competition of wheat compared to wheat

Parana Argentina.

It also has the intention to show the main data related to supply and demand of

wheat Parana, imports and exports and consumption, contextualizing the wheat production

of Paraná State in front of the commercial relationship between Brazil and Argentina, and

that relationship is anchored by the process Mercosur integration.

And finally, it presents alternatives and made some considerations about the

performance of the wheat sector and national Parana. Where are shown two possible routes

for wheat production Parana and national levels: to continue to import wheat from countries

with competitive advantages or, encourage the production of wheat in the country through

the adoption of new technologies.

KEY WORDS: wheat, trade, competitiveness.1. INTRODUÇÃO

O trigo é um dos principais alimentos para a população nos dias de hoje. E sua

demanda é extremamente grande também dentro do território brasileiro, porém, o Brasil

2. REVISÃO TEÓRICA E PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Para a relação existente entre a produção do trigo paranaense e o consumo

dentro e fora do estado, considerando os limites nacionais, foi utilizada a lei da oferta e

demanda, que:

Segundo Montoro Filho et al (1998) “a demanda é derivada de hipóteses

sobre a escolha do consumidor entre diversos bens que seu orçamento

permite adquirir, ou ainda pelo desejo de comprar”. “define-se como oferta a

quantidade de um bem ou serviço que os produtores desejam vender. A oferta

de um bem depende de seu próprio preço, admitindo a hipótese ceteris

paribus, quanto maior for o preço de um bem mais interessante se torna

produzi-lo, portanto, a oferta é maior.”

Através da aplicação da lei da oferta e demanda, observou-se que a produção

de trigo brasileira é muito pequena perante a grande demanda interna. Isso faz com que

o país tenha que ir em busca do trigo ofertado por outros países, principalmente a

Argentina, devido à integração comercial firmada, o Mercosul.

A integração comercial entre os países é um fator que vem a contribuir com a

expansão comercial mundial, e a constituição de blocos revelam resultados

superavitários na balança comercial. (MAIA, 2006).

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Page 3: TRIGO NO PARANÁ

De acordo com Krugman (2005), existem dois motivos que levam os países a

participar do comércio internacional: Os países comercializam porque são diferentes

uns dos outros e, os países comercializam para obter economias de escala de

produção.

As formulações clássicas da teoria do comércio internacional foram construídas

inicialmente por Adam Smith e David Ricardo. Adam Smith formulou os conceitos sobre

vantagens absolutas e David Ricardo estabeleceu conceitos sobre as vantagens

comparativas.

Para Smith, as vantagens do comércio internacional eram propiciadas pela

divisão internacional do trabalho. Os países deveriam concentrar seus esforços

naqueles bens que possuíam maiores vantagens e menores custos, e realizaria a troca

por aqueles produtos nos quais não seriam tão eficientes. (HABERLER, 1979).

Já na visão de Ricardo, os países exportarão bens que seu trabalho produz de

forma relativamente eficiente e importarão bens que seu trabalho produz de forma

comparativamente ineficiente. Logo, o padrão de produção de um país é determinado

pelas vantagens comparativas. (KRUGMAN, 2005).

Mais tarde, novas concepções sobre o comércio internacional surgiram

solucionando algumas limitações dos modelos propostos por Adam Smith e David

Ricardo.

Heckscher e Ohlin criaram uma teoria que tinha como enfoque a possibilidade

de custos comparativos diferentes e a compreensão das razões das diferenças nas

estruturas de disponibilidade de recursos de uma nação, evoluindo então, os conceitos

baseados em um único fator e em custos constantes. (JONES, 1979).

“Um país que possua grande oferta de recurso, superior à de outros recursos,

é abundante naquele recurso. Esse país tenderá a produzir mais bens que

utilizem intensivamente tal recurso abundante. O resutado é a teoria básica do

comércio de Heckscher-Ohlin: os países tendem a exportar bens intensivos

nos fatores cuja oferta é abundante.” (KRUGMAN, 2005).

Se tratando de comércio internacional, um quesito de suma importância é a

competitividade. De acordo com Stulp (1991), a competitividade consiste na capacidade

de um país em conseguir atuar ter participação no mercado.

3. RESULTADOS E DISCUSSÕES

3.1. A HISTÓRIA DO TRIGO

Segundo a Abitrigo (2005) o trigo é consumido no mundo há mais de 12 mil anos e

surgiu no Oriente Médio, numa região batizada pelos historiadores de Crescente Fértil onde

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hoje se estende do Iraque até o Egito. No entanto só se tem registro que a cerca de 6700

a.C começou a ser cultivado pelos povos que habitavam a antiga Mesopotâmia, sendo que

na época os grãos eram misturados com outras iguarias tais como peixes, frutas e

castanhas, acrescentavam água e faziam disso suas refeições. Por volta de 4000 a.C os

egípcios davam os primeiros passos no processo de fermentação do trigo e com essa nova

descoberta passaram a também fabricar vinhos e cervejas com a semente do trigo. Com o

passar do tempo, aperfeiçoou-se a técnica de fabricação e os egípcios descobriram que a

farinha feita do grão do trigo ganhava volume quando se adicionava levedo à massa levada

ao forno.

Mais tarde o cultivo se espalhou por várias partes do mundo principalmente as

regiões mais frias, e combinou também com o nascimento das padarias na Europa.

A partir das características de sua região de origem o trigo inicialmente

desenvolveu-se em países de clima temperado, sendo semeado no outono, permanecendo

sob a neve no inverno, no caso de “trigo de inverno”, ou depois do degelo, no caso de “trigo

de primavera”.

Um programa de cooperação entre a Secretaria de Agricultura, do México, e a

Fundação Rockfeller, nos anos quarenta e cinqüenta, do século passado, deu origem, em

1961, ao Instituto Nacional de Investigação Agrícola – INIA, que se dedicou ao

desenvolvimento de variedades de trigo e milho, para o México e demais países da América

Latina. Seguindo as linhas gerais do IRRI – Instituto Internacional de Pesquisa de Arroz, foi

fundado, em 1966, o CIMMYT – Centro Internacional de Mejoramento de Maiz y Trigo.

O trigo chegou a América durante o século XV nas bagagens dos grandes

navegadores que ancoravam em solos americanos. Há relatos que o trigo começou a ser

cultivado no Brasil por volta de 1534, na antiga capitania de São Vicente, e mais tarde

chegando às demais capitanias brasileiras. (COODETEC,2004)

O Brasil foi o primeiro país da América a exportar trigo, também foi ele que

antecipou a produção comercial da cultura em questão, se antecipando inclusive aos norte-

americanos, argentinos e uruguaios. Lamentavelmente, nos anos 80 a triticultura estava

ameaçada pela ferrugem e pela dificuldade de se aclimatar aos solos brasileiros.

De acordo com o BNDES Setorial (2003) após a Revolução de 1930, com Getúlio

Vargas na Presidência da República, houve uma grande reação em defesa da produção em

todo território nacional que combinou com desenvolvimento industrial e o aumento da

população nos centros urbanos. Consequentemente a demanda se elevaria o que

ocasionou e impulsionou o surgimento dos moinhos nas regiões produtoras de trigo.

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Page 5: TRIGO NO PARANÁ

A partir de 1940 o Rio Grande do Sul começa a expandir a produção de trigo, com

sementes oriundas da Europa e era cultivada em solos pobres, onde as cultivares de porte

alto apresentavam melhor adaptação.

Em 1938, foi criado o Serviço de Fiscalização do Comércio de Farinhas de trigo pelo

governo brasileiro, e foi substituído, em 05/01/1944, pelo famigerado SET – Serviço de

Expansão do Trigo, que se notabilizou por distribuir cotas de trigo e dispor critérios

altamente discutíveis sob a venda de farinhas. Em uma reação moralizadora, foi editado o

Decreto-Lei n0. 210/67 que, aliando-se à reorganizada compra estatal, administrada pelo

Banco do Brasil, na CTRIN, o Comissão de Compra do Trigo Nacional, estabelece-se regras

que incentivaram a produção nacional, asseguraram o abastecimento, reestruturaram a

moagem e controlaram o dispêndio de divisas. Tais regras vigeram por 23 anos, até que, em

novembro 1990, com o advento da Lei n0. 8096 foram liberadas a comercialização e

industrialização do trigo, eximindo o Estado da tutela sobre o setor.

Em 1949, foi proibida a importação de farinhas, em 1952, a importação de trigo

passou a ser monopólio do Estado que, em 1962, tornou-se o único comprador de trigo

nacional. O Governo distribuía o trigo aos moinhos segundo um regime de cotas,

estabelecia os tipos de farinhas a serem fabricados e os respectivos preços de venda.

Controlava até a venda do subproduto, o farelo. Obviamente, os moinhos de trigo deveriam

estar organizados para poder interagir com o Governo, assim, dando ensejo à criação dos

Sindicatos e Associações, objetivando a representação na luta pelos interesses da indústria

brasileira de moagem de trigo, tendo como marco inicial, a Fundação do Sindicato da

Indústria do Trigo no Estado do RJ, em 02/05/33, porém, somente reconhecido em 31/07/42.

Quando se deu inicio à criação de outros sindicatos, como a Fundação do Sindicato

da Indústria do Trigo no Rio Grande do Sul, em 1939, o Sindicato de São Paulo, em 1941,

na década de 50, ocorreu a fundação do Sindicato de Santa Catarina, em 08/12/1952, do

Sindicato do Paraná, em 30/09/1952, com 45 associados e do Sindicato do Pará, Paraíba,

Ceará e Rio Grande do Norte, em 11/09/1958.

No ano de 1984, nos dias 17 e 22 de março, foram instaladas a Associação dos

Moageiros de Trigo do Paraná e Associação Rio-grandense da Indústria, respectivamente.

A necessidade de um contato contínuo com o Governo Federal levou os

Sindicatos/Associações regionais a montar, em 1986, em Brasília, o Escritório de

Representação da Indústria do Trigo.

O trigo é originário da periferia do Mediterrâneo e requer solos férteis e sem acidez,

bem como um clima com precipitação pluviométrica nas primeiras fases do crescimento, frio,

a seguir quente e seco na maturação e colheita. No entanto, o Brasil não apresenta

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Page 6: TRIGO NO PARANÁ

nenhuma região especialmente adaptada ao cereal. Assim, o desenvolvimento da cultura

demandou muitos anos de estudos e experimentos, tecnológicos. Assim, o crescimento da

cultura, no Brasil, dependeu basicamente dos trabalhos da pesquisa, com importante

participação do CIMMYT, sendo que todas as entidades brasileiras de pesquisa de trigo

mantêm, ou mantiveram algum tipo de ligação com aquele Centro.

No Paraná, o trigo começou a expandir-se a partir de 1970, inicialmente sendo

cultivado no norte e oeste, as regiões mais férteis do estado.

De acordo com a Embrapa Trigo (2010) a expansão da área de trigo no Paraná

ocorreu numa época em que também se destinavam maiores recursos para a pesquisa

agrícola no Brasil. Como resultado, se observou um aumento simultâneo da área e da

produtividade do trigo.

Diante dessa realidade, a partir de 1979, o Paraná passou a ser o maior produtor

de trigo do Brasil, sendo que o Paraná participa com quase 60% da produção nacional,

sendo que os estados do sul concentram 95% da produção (FAEP, 2006).

Nos últimos anos as principais entidades relacionadas com a atividade triticultora

trabalham para melhorar tecnologias de produção e adaptação do trigo ao clima

paranaense, porém, apesar de tanto esforço tem-se observado um crescente declínio da

área cultivada, devido, principalmente, a elevados custos de produção, quando comparados

aos da Argentina.

3.2. O CLIMA E A QUALIDADE DO TRIGO

A produção de alimentos mundial é um problema muito importante, que hoje é

motivo de preocupação para economistas e estudiosos que estão tentando buscar soluções

para aumentar a produção de alimentos mundial.

Diariamente são lançadas na atmosfera milhões de toneladas de gases causadores

do efeito estufa como o gás carbônico, oxido nitroso e metano, estes entre outros gases faz

com que a temperatura de nosso planeta aumente fazendo com que o clima mundial sofra

grandes alterações principalmente em relação à precipitação, temperatura e radiação solar

afetando diretamente os seres humanos, os animais e as plantas. Dessa forma a agricultura

mundial atravessa período de adaptação, onde novas culturas são lançadas com o objetivo

de se adaptarem em períodos de grandes estiagens por exemplo.

O trigo é uma destas culturas, pois cerca de 21% da demanda mundial de

alimentos esta voltada para o plantio deste cereal. Segundo a FAO (Organização das

Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação) para atender a crescente demanda dos

países em desenvolvimento será necessário aumentar a produção de trigo em

aproximadamente 1,6% ao ano até 2020 e 2,6% ao ano se considerado o consumo animal.

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Page 7: TRIGO NO PARANÁ

No Brasil a produção de trigo é oscilante, pois depende muito de fatores

meteorológicos e dos preços pagos ao produtor. Segundo a Abitrigo (2010), Associação

Brasileira da Indústria do Trigo, o Paraná é o maior produtor de trigo do Brasil, por ter um

bom clima para a cultura. Porém nos últimos anos o clima tem se alterado trazendo dor de

cabeça ao produtor que tem de escolher a melhor época de plantio para que haja boa

precipitação fazendo a planta se desenvolver bem.

Durante o ciclo do trigo, períodos de seca, baixa umidade do ar, temperaturas altas

e geadas fazem com que a época de pós-plantio até amadurecimento seja crítica para uma

boa produção e qualidade de grãos, porém durante a colheita há sempre o problema da

ocorrência de chuvas o que faz atrasar a colheita deixando o grão exposto a chuvas

excessivas fazendo o mesmo perder qualidade, pois os ataques de pragas são

principalmente causados por variações no clima como aumento de temperatura e umidade.

Entre essas e outras dificuldades as alterações no clima podem trazer problemas

como o aumento na ocorrência de doenças na cultura do trigo. Há também estudos que

indicam que uma maior concentração de gás carbônico beneficia a produtividade da cultura,

pois a planta tem mais matéria-prima para realizar a fotossíntese, porém isso pode causar

perda na qualidade de grão.

Hoje em dia existem formas de amenizar alguns problemas, a irrigação traz certo

controle climático para a produção fazendo com que haja água nas épocas decisivas para a

cultura, já que atualmente as precipitações na época de seu cultivo não são muito

significativas.

As temperaturas e índices pluviométricos indicados para a cultura do trigo são:

Plantio: Temperatura no solo em torno de 15ºC, umidade em torno de

120milímetros(mm). (50-200mm.);

Nascimento até o perfilhamento: Temperatura entre 8 e 18ºC, umidade

de 55mm./mês (30 a 80mm.);

Fim do perfilhamento ao espigamento: Temperatura entre 8ºC e 20ºC

e chuvas mensais em 40mm;

Espigamento à maturação: Temperatura em torno de 18ºC, chuvas

nunca acima de 60mm./mês. Geadas e ventos fortes são danosos ao trigo.

Ainda hoje nas condições climáticas atuais existem dois fenômenos que comandam

as condições climáticas que e o “El Niño” e a “La Niña” o primeiro traz um bom índice de

precipitações e a La Niña que traz precipitações irregulares fazendo oscilar a produção da

cultura nas regiões do Paraná.

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Page 8: TRIGO NO PARANÁ

O clima é predominante para uma boa qualidade de grão, principalmente

durante a formação do mesmo e mais tarde durante a colheita. Se houver incidência de

chuvas na colheita e o grão passar do ponto cada vez mais vai perdendo seu PH (Peso

Hectolitrico) que posteriormente ira diminuir seu valor de mercado.

As principais doenças que afetam a cultura de trigo são:

Ferrugem da folha (Puccinia Recondita) que apresenta como sintomas

o aparecimento de manchas marrons nas folhas bainhas e traz como prejuízo a

produtividade baixa, grãos pequenos e baixo peso hectolitro(PH);

Mancha da folha (Bipolaris sorokiniana) que se apresenta nas plantas

novas onde aparecem necroses nas folhas, que podem morrer rapidamente e

aquelas que sobrevivem tem como consequência baixa produtividade, deficiência na

granação do grão sem falar que se morrerem muitas plantas o plantio terá de ser

refeito;

Septoriose (Septoria tritici e S. nodorum) a primeira afeta as folhas da

planta produzindo manchas nas plantas que tomam conta das folhas e afetam

também o caule da planta, e o S nodorum ocorre no caule da planta fazendo o

mesmo escurecer o enfraquecendo levando a um acamamento das plantas, trazendo

prejuízos no que diz respeito a produção baixa diminuição no tamanho dos grãos e

um escurecimento dos mesmos e as veses o causa tantas perdas que se torna

inviável a colheita do cereal;

Odío (Blumenaria graminis tritici) e observado durante a fase de

crecimento da planta e consiste no aparecimento de uma espécie de mofo branco

nas folhas da planta, que ocasiona baixa produtividade, grãos pequenos e baixo

peso hectolitrico.

De acordo com a Embrapa (2005), a qualidade do trigo é analisada a partir do seu

PH. O PH do trigo, na verdade, quer dizer "peso hectolítrico". Isso significa quantos quilos

de trigo cabem em cem litros. Esse número serve para saber qual deve ser  a finalidade do

trigo: pão, biscoito, macarrão, ração animal, entre outros usos. Com PH 78 e 13% de

umidade, o trigo tem seu preço mínimo garantido, acima disso há um acréscimo no preço

por cada peso a mais, o mesmo acontece para baixo cada peso a menos do PH 78 e 13%

de umidade representa menor valor para o grão.

Outro ponto importante no que diz respeito à qualidade do trigo é em relação

ao momento da colheita do grão, onde durante a debulha do grão a perda de qualidade por

quebra é por má regulagem da colhedeira e isso faz com que muitas sementes se percam

causando prejuízos.

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Page 9: TRIGO NO PARANÁ

De acordo com alguns estudos realizados pelo BNDES, as variedades e

características do trigo brasileiro são diversas. No norte do Paraná, sul de São Paulo, Mato

Grosso do Sul e Cerrado são encontradas as melhores condições para a produção do trigo

destinado a fabricação dos mais diversos tipos de pães. Já no Rio Grande do Sul e no sul

do Paraná, o trigo produzido é usado na produção de biscoitos e bolos. Porém, devido à

limitações climáticas, o Brasil não produz o trigo classificado como durum que é utilizado na

produção de massas especiais.

3.3. OFERTA DE TRIGO NO PARANÁ E NO BRASIL

O setor tritícola brasileiro não consegue atender a toda a demanda do grão existente

internamente. Porém, levanta-se a questão: se ele importa o trigo por não ter uma oferta

interna suficiente para suprir o consumo, por que motivo ele vem exportando trigo nos

últimos anos? Segundo a Abitrigo (2010), isso ocorre pelo fato de empresas multinacionais

que atuam no mercado brasileiro importarem por preços baixos o produto conseguindo em

seguida preços mais atrativos em outros países em comparação ao que seria pago pelo

mercado nacional.

Esse fato pode ser explicado também pela razão de que a qualidade do trigo

brasileiro ser inferior ao de alguns outros países produtores, o que faz com que o trigo

produzido no Brasil, que é de qualidade inferior (o qual normalmente é destinado à produção

de alguns biscoitos e até mesmo para a fabricação de ração animal) seja exportado, para

que assim possa-se adquirir trigo de melhor qualidade para suprir o mercado de produção

de farinha e outros produtos que necessitam de uma matéria-prima de melhor qualidade.

O gráfico 01 nos mostra a exportação brasileira de trigo nos últimos dez anos, e

pode-se perceber as quantidades significativas que foram exportadas chegando a superar a

casa das 1000 toneladas/ano em dois momentos.

GRÁFICO 01: Exportações de trigo no Brasil.

Exportações Trigo Brasil

4,7 5

1373,3

3,5

784,9

19,7

746,7

351,4

1150

700

0200400600800

1000120014001600

Período

Mil

to

ne

lad

as

Exportações

9

Page 10: TRIGO NO PARANÁ

FONTE: (Elaborado pelos autores).

De acordo com a Conab (2010), a produção brasileira de trigo atual é de 5,6

milhões de toneladas sendo que o Paraná ocupa atualmente o primeiro lugar em

produtividade no Brasil seguido pelo Rio Grande do Sul ambos produzem juntos cerca de

4,4 milhões de toneladas do cereal. Porém o Paraná se destaca por ter uma posição

geográfica priveligiada em relação aos custos de tranferências do produto até os centros de

comercialização.

O gráfico 02 mostra a produção paranaense no período de 1996 a 2009 em

comparação com a produção nacional, nele é possivel observar a importância que a

produção paranaense tem na produção total nacional já que a sua linha de produção chega

em muitos pontos muito próxima da linha de produção nacional o que significa que a maior

parte da produção daquele período ocorreu no Paraná. Pode-se perceber isso no ano de

2002 onde a produção paranaense representou quase 80% da produção nacional,

confirmando o seu primeiro lugar no ranking de produção nacional.

GRÁFICO 02: Comparação de produção de trigo no Paraná e no Brasil.

COMPARAÇÃO DE PRODUÇÃO DE TRIGO NO PARANÁ E NO BRASIL - 1996 A 2009

0

1000

2000

3000

4000

5000

6000

7000

1996

1997

1998

1999

2000

2001

2002

2003

2004

2005

2006

2007

2008

Período

Pro

du

ção

(m

il t

on

ela

das)

PARANÁ

BRASIL

FONTE: (Elaborado pelos autores).

O Paraná além de ser o maior produtor de trigo do país, tem o privilégio ainda de

ser o que produz a maior quantia de trigo com a qualidade demandada pela indústria de

panificação, tudo graças a pesquisas que visam desenvolver variedades mais produtivas e

preparadas para enfrentar controvérsias climáticas. Segundo Valter Bianchini secretário da

Agricultura e do Abastecimento até 2012 o país deve produzir uma quantidade suficiente

para suprir 70% da demanda interna. O Paraná tem papel fundamental na busca dessa

meta já que a terra e o clima do estado são favoráveis ao cultivo do cereal.

Para o diretor-presidente do Iapar, José Augusto Pocheth, “o País tem potencial

para produzir trigo de qualidade e o instituto de pesquisa do Paraná vem

trabalhando, como vem fazendo a Embrapa e a Codetec no desenvolvimento de

10

Page 11: TRIGO NO PARANÁ

variedades de trio produtivas, resistentes a doenças e que produção grão

conforme as exigências da indústria de panificação.”

O gráfico 03 mostra que a situação não é tão fácil assim de ser resolvida já que a

produção de trigo brasileira prevista para o a safra 2010/11 não representa nem metade do

consumo previsto para o mesmo período a produção terá de atingir um aumento significativo

na ordem de aproximadamente 20% e o consumo permaneça na mesma ordem para que a

meta seja cumprida.

GRÁFICO 03: Oferta e Demanda de trigo no Brasil.

OFERTA E DEMANDA DE TRIGO NO BRASIL

0

2000

4000

6000

8000

10000

12000

PERÍODO

MIL

TO

NE

LA

DA

S

Exportações

consumo

importação

produção

FONTE: (Elaborado pelos autores).

No gráfico pode-se analisar primeiramente que o consumo vem se mantendo nas

mesmas proporções com pequenas oscilações de ano a ano, já as variáveis importaçãos e

produção se demonstram parcialmente dependentes umas das outras, já que com uma

produção maior a tendência é que o país importe menos e sucessivamente com uma

produção menor a necessidade de que se exporte mais para que seja atendida a demanda

interna. Já as exportações dependem das oscilações dos preços externos e dos estoques

internos do país como foi explicado anteriormente.

O Brasil deve apresentar uma produção crescente até 2017/18, assim como o

consumo interno deve crescer cerca de 1,3% ao ano tendo a necessidade de importar em

torno de 8,7 milhões de toneladas em 2017/18 como mostra o gráfico abaixo.

De acordo com os dados do AGE/Mapa, em 2018, o consumo interno de trigo

chegará a 13,3 milhões de toneladas, com crescimento médio, durante o período de 2010 a

2018, de 1,63% ao ano. Já as importações chegarão a 8,7 milhões de toneladas no ano de

2018. O gráfico 04 mostra uma previsão da produção, do consumo e da importação do trigo

para o Brasil até 2018. Nele pode-se perceber que o Brasil tende a ter um aumento

constante em ambos os itens mostrados no gráfico, sendo que segundo essa previsão o

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Page 12: TRIGO NO PARANÁ

Brasil continuará dependendo da importação do produto de outros países para suprir o

consumo interno.

GRÁFICO 04: Estimativas da produção, consumo e importação brasileira de 2006 a

2018.

FONTE: Estimativas da AGE/Mapa(2009).

3.4. DEMANDA DE TRIGO NO PARANÁ E NO BRASIL

De acordo com a Abitrigo (2009), o Brasil demanda cerca de 10 a 11 milhões de

tonelada de trigo por ano, porém sua produção interna do grão não consegue suprir toda

essa necessidade. Na atualidade o Brasil importa cerca de 96% de todo o trigo necessário

para o consumo interno do país. E sendo o Brasil um grande importador do produto, buscou

conduzir suas relações comerciais, principalmente com a Argentina, país este, cujo

comércio é facilitado pela integração do Mercado Comum do Cone Sul (Mercosul).

Segundo o IPARDES (1991) o Mercosul foi criado em 1991 e esperava-se, com

esse tratado, atingir os objetivos manter, acentuar e consolidar a competitividade dos

Estados integrantes no contexto mundial, favorecer economias de escala com incrementos

da produtividade, estimular um comércio rentável com o restante do mundo e promover a

abertura recíproca das economias dos quatro países integrantes (Brasil, Argentina, Paraguai

e Uruguai).

Para Miller (2005) “no momento em que nasce o Mercosul pelo qual o Brasil abre

sua economia para as importações de bens primários junto aos demais países

membros, um dos produtos mais favorecidos passa a ser o trigo argentino, o qual

se torna um elemento de troca essencial no contexto da nova zona comercial.”

De acordo com a Embrapa (2010), do total de importações de trigo realizadas pelo

Brasil em 2008, aproximadamente 70% era oriundo da Argentina. Isso se deve porque a

12

Page 13: TRIGO NO PARANÁ

Argentina apresenta a maior capacidade produtiva e menores custos de produção do trigo

em grãos no Mercosul. (MAIA, 2006).

A Argentina possui algumas vantagens na oferta de trigo ao Brasil, principalmente

no que se refere à competitividade. Então, é possível a Argentina produzir o cereal mais

barato, com melhor qualidade e com menores riscos e custos, suportando dessa forma,

preços mais baixos do trigo no mercado internacional. Além de todos esses fatores

benéficos, o governo argentino ainda fornece subsídios aos produtores.

Dessa forma, segundo a Abitrigo (2009), a tonelada de trigo comprada pelos

moinhos argentinos custa, em média, US$ 120,00. Já a tonelada de trigo importada da

Argentina, custa aproximadamente, US$ 190,00 aos brasileiros. Então essa situação acaba

por inviabilizar a produção da farinha de trigo pelos moinhos do Brasil. Essa disparidade dos

preços é sentida mais fortemente se for efetuada a análise comparando os preços da

Argentina e do Paraná, como mostra o gráfico 05, que apresenta o preço do trigo praticados

no Paraná e na Argentina durante o ano de 2010, onde a maior diferença de preço sentida

foi no mês de março, onde a tonelada de trigo era vendida nos moinhos argentinos por R$

390,00 e nos moinhos brasileiros por R$ 448,00, representando que o trigo para no Paraná

custa 14% mais caro que o preço do trigo na Argentina.

GRÁFICO 05: Preços mensais (em R$/ton) do trigo no Paraná e na Argentina.

FONTE: (Elaborado pelos autores).

Esse é um dos principais fatores que leva a uma redução das áreas de trigo

plantadas em todo o território nacional, inclusive no Paraná, sendo que tal redução é

acompanhada de um encarecimento da produção da cultura e, consequentemente, uma

diminuição da renda do setor tritícola.

De acordo com Maia (2006), apesar do norte do Paraná estar preparado para

enfrentar a competitividade argentina, apresentando uma produção de alta qualidade, que

chega a ser comparada com a qualidade dos trigos canadense, americano, francês e

argentino, o comércio do Mercosul pode trazer sérios problemas, já que para o setor tritícola

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Page 14: TRIGO NO PARANÁ

paranaense chegar à melhores índices de qualidade, é preciso investir mais em tecnologia,

fertilizantes e defensivos agrícolas que acabam por elevar demasiadamente os custos de

produção (se comparado com os custos da Argentina), apresentando assim, um quadro de

desvantagem para a produção de trigo no Paraná. Devido a esses fatos negativos, e de

outros fatores, como o baixo preço pago pelo produto, a falta de incentivos e de politicas

fiscais que estimulem o agricultor a plantar, nos últimos anos o trigo vem perdendo território

para outras culturas de inverno, como triticale, cevada e aveia.

As maiores dificuldades encontradas pelos triticultores são a forte instabilidade do

mercado, que geralmente apresenta preços muito baixos, dificuldades de enquadrar o

produto ofertado aos padrões de qualidade exigidos pelas indústrias e as frequentes

importações. (MILLER, 2005).

Segundo a Conab (2009), muitos agricultores estão preferindo se dedicar

exclusivamente à produção de soja, cuja cultura, possui mais vantagens, tanto comerciais

quanto produtivas. Pois a soja é uma cultura adaptada ao clima paranaense, possui maiores

politicas de comercialização, é um produto com elevados índices de exportações e não

possui custos tão altos quanto o trigo. Essa preferência de produção é evidenciada no

gráfico 06, que apresenta os valores de produção da safra 2008/2009.

GRÁFICO 06: Produção de trigo e de soja no Paraná.

FONTE: (Elaborado pelos autores).

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O trigo é um alimento de suma importância para a alimentação humana e, através

da pesquisa observou-se que no Brasil, especificamente no Paraná, o trigo representa uma

alternativa agrícola nas safras de inverno, onde é usado num sistema de aproveitamento de

recursos e gerador de renda na agricultura. Porém, o setor tritícola nacional não possui uma

produção suficiente para atender toda a demanda interna do grão.

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Page 15: TRIGO NO PARANÁ

Neste sentido são apresentadas algumas alternativas para aprimorar a relação

entre a oferta e a demanda de trigo no território brasileiro, que poderão melhorar o

desempenho comercial do grão.

De acordo com Brum et al (1998), “com relação ao trigo brasileiro, pode-se fazer

dois questionamentos: Deve-se deixar os países, que apresentam

(aparentemente) vantagens competitivas, produzir o cereal, ou então, deve-se

incentivar a adoção de tecnologias e adorar um modelo de profissionalização da

agricultura brasileira com o objetivo da eficiência técnica e econômica?

A relação comercial entre Brasil, como consumidor, e demais países produtores de

trigo, principalmente a Argentina, já tem bases consolidadas, onde além de custos mais

baratos, os demais países possuem condições climáticas de produzir o trigo com melhor

qualidade do que o trigo produzido no Brasil.

Todavia, pode ser implantado um conjunto de medidas que venham a alavancar e

aprimorar o setor tritícola nacional. Nesse sentido, algumas políticas públicas devem ser

estabelecidas com objetivo de reduzir os custos da produção de trigo no Brasil e,

principalmente no Paraná, já que este é o maior Estado produtor do grão, e paralelamente,

deve incentivar pesquisas de melhoramentos de sementes, rever condições de

financiamentos das safras e capacitar produtores do grão, como também torna-se

interessante estimular e realizar estudos que propagem a produção do trigo para outras

regiões brasileiras, pois atualmente a produção de trigo está centrada quase que totalmente

apenas na região sul do país. Dessa forma, haverá uma eficiente produção de trigo dentro

do território brasileiro, aumentando a renda do setor e amenizando o problema da falta de

trigo para atender a demanda nacional.

Em análise das duas opções levantadas, logo se percebe que a primeira alternativa

se encontra com maiores facilidades de aceitação, pois custa mais barato importar o trigo da

Argentina e outros países, do que produzir o grão internamente. No entanto, a opção de

aumentar a produção brasileira também é interessante, porém necessita de maiores

incentivos e de políticas comerciais que atuam a favor do setor tritícola brasileiro.

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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http://www.abitrigo.com.br/trigo.asp. Acesso em 25 de julho de 2010.

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http://www.bndes.gov.br/SiteBNDES/export/sites/default/bndes_pt/Galerias/Arquivos/

conhecimento/bnset/set1806.pdf. Acesso em 20 de julho de 2010.

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http://www.coodetec.com.br/artigos.asp?id=105. Acesso em 17 de julho de 2010.

EMBRAPA. Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. 2005. Disponível em

http://www.cnpt.embrapa.br/culturas/trigo/index.htm. Acesso em 02 de agosto de 2010.

EMBRAPA. Origem do Trigo. 2004. Disponível em

http://www.cnpt.embrapa.br/aunidade/histori.htm. Acesso em 05 de agosto de 2010.

FAEP, Boletim informativo. Número – 929 – Ano XXI. Curitiba PR, 2006.

HABERLER, G. A teoria clássica dos custos comparativos e dos valores

internacionais de Hume e Marshall. São Paulo. Editora Saraiva, 1979.

JONES, R.W. Proporções de fatores e o teorema Heckscher-ohlin. São Paulo. Editora

Saraiva, 1979.

KRUGMAN, P. Obstfeld, M. Economia Internacional: teoria e política. São Paulo. Editora

Pearson Addison Wesley, 2005.

MAIA, F. S. competitividade da produção de trigo no Paraná e na Argentina.

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STULP, V.J. O mercado comum do sul e a agricultura brasileira. Seminário Internacional

de Política Agrícola. Imprensa Universitária da Universidade Federal de Viçosa, 1992.

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