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Trocas de informações Trocas de informações fiscais e assistência fiscais e assistência mútua mútua . .

Trocas de informações fiscais e assistência mútua

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Page 1: Trocas de informações fiscais e assistência mútua

Trocas de informações Trocas de informações fiscais e assistência fiscais e assistência

mútuamútua..

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Contexto :• Crise financeira e económica• Globalização o Desvantagens sociais e económicasDesvantagens sociais e económicas Orçamentos e sistemas fiscais nacionais

ameaçados; Vulneráveis às perturbações económicas (Fraude/

Evasão fiscal) Centros financeiros internacionais insuficientemente

regulados; recusam aceitar os Princípios de transparência e de

intercâmbio de informações : incentivar a fraude e a evasão fiscal; prejudicar a soberania fiscal de outros

países;

fragilizar as suas receitas.

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Política fiscal na União Europeia Fiscalidade Indirecta a) Fiscalidade Directa b)

a)Prende-se com a livre circulação das mercadorias e a livre prestação de serviços.

b)Da competência exclusiva dos E-M.

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Fiscalidade Directa :• Os E-M tem uma grande liberdade para

conceberem os seus sistemas de fiscalidade directa, de modo a poderem adaptá-los aos objectivos e imperativos políticos nacionais.

• Os E-M decidiram várias medidas destinadas a promover uma melhor governação em matéria fiscal na UE, nomeadamente, medidas que permitem evitar a evasão fiscal e a dupla tributação :

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Directivas – Mecanismos de Direito Europeu :

• Directiva 77/799/CEE de 19 Dezembro de 1977.

• Directiva 2008/55/CE de 26 Maio de 2008.

• Directiva 2010/24/EU de 16 Março de 2010.

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Directiva 77/799/CEE de 19 Directiva 77/799/CEE de 19 Dezembro de 1977Dezembro de 1977

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ActoEntrada em

vigor

Transposição nos Estados-

MembrosJornal Oficial

Directiva 77/799/CEE

23.12.1977 01.01.1979JO L 336 de 27.12.1977

• Referências :

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Acto(s) modificativo(s)

Entrada em vigor

Transposição nos Estados-

MembrosJornal Oficial

Directiva 79/1070/CEE

07.12.1979 01.01.1981JO L 331 de 27.12.1979

Directiva 92/12/CEE

06.03.1992 01.01.1993JO L 76 de 23.03.1992

Directiva 2003/93/CE

15.10.2003 31.12.2003JO L 264 de 15.10.2003

Directiva 2004/56/CE

29.04.2004 01.01.2005JO L 127 de 29.04.2004

Directiva 2004/106/CE

24.12.2004 30.06.2005JO L 359 de 04.12.2004

Directiva 2006/98/CE

01.01.2007 01.01.2007JO L 363 de 20.12.2006

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Transposição para o ordenamento português :

• Transposta para o direito interno pelo Decreto-Lei n.º 127/90, de 17 de Abril :

• Artigo 1.º O presente diploma transpõe para a ordem jurídica nacional a Directiva n.º 77/799/CEE, do Conselho, de 19 de Dezembro de 1977, com as alterações que lhe foram introduzidas pelas Directiva n.º 79/1070/CEE, do Conselho, de 6 de Dezembro de 1979, relativa à assistência mútua das autoridades competentes dos Estados membros no domínio dos impostos directos.

• Artigo 2.º - 1 - A autoridade competente em Portugal prestará à autoridade competente de outro Estado membro as informações importantes e necessárias à correcta determinação dos impostos sobre o rendimento e sobre o património ou do imposto sobre o valor acrescentado, relativamente a uma situação concreta. (…)

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Introdução : • Directiva relativa à assistência mútua,

prevê o intercâmbio de informações em matéria de tributação directa entre as autoridades fiscais.

• Nasce num contexto marcado pela internacionalização das actividades económicas e pelo aproveitamento desse fenómeno para a implementação de estratégias de fraude e evasão fiscal.

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Consequências da prática da fraude e da evasão fiscal para além das fronteiras dos Estados-membros :

• Perdas orçamentais;• Violações do Princípio da Justiça Social;• Distorções nos movimentos de capitais;• Distorções nas condições de concorrência;• Afecta o funcionamento do mercado comum.

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Âmbito de aplicação :

- Reforçar a colaboração entre as administrações fiscais, na Comunidade, de harmonia com princípios e regras comuns;

- Estados-membros devem trocar informações;

- Importa autorizar a presença de agentes da administração fiscal de um Estado-Membro no território de um outro Estado-membro.

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A troca de informações incidem sobre os seguintes tributos :

Rendimento; Imposto sobre o património; Imposto sobre os prémios de seguro; Direitos niveladores agrícolas; Direitos aduaneiros.

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Modalidades de troca de informação

• A troca de informações pode ter lugar por três vias distintas :

i. Mediante pedido;ii.De forma automática;iii.De modo espontâneo.

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Recusa de troca de informação :• Os E-M podem recusar-se à troca de

informações por :i. Limites de ordem interna;ii.Segredos comerciais;iii.Ordem pública;iv.Reciprocidade.

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Aspectos relevantes do regime : Satisfaz o interesse dos E-M na obtenção de

informações tributariamente relevantes às quais não pode aceder directamente;

Proteger os interesses afectados por essa mesma troca;

As informações devem permanecer secretas; As informações só poderão ser utilizadas para

efeitos fiscais ou para processos em matéria tributária;

Existência de mecanismos de cooperação entre administrações tributárias através de “controlos simultâneos”.

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Directiva 2008/55/CEE de Directiva 2008/55/CEE de 26 Maio de 200826 Maio de 2008

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Introdução : • Directiva relativa à cobrança de créditos

fiscais que estabelece um regime em que um E-M pode solicitar a assistência de outro em matéria de cobrança de créditos respeitantes a impostos, direitos e quotizações.

• Vem substituir a Directiva 76/308/CEE a qual necessitava de uma revisão global.

• Assegurar que um crédito tributário constituído num E-M possa ser cobrado em qualquer outro E-M.

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Visa :

• Dar reposta a ameaça que o aumento da fraude constitui para os interesses financeiros da Comunidade e dos Estados-Membros e para o mercado interno.

• Assegurar a competitividade.

• Assegurar a neutralidade fiscal.

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Medidas :- Adoptar regras comuns de assistência

mútua em matéria de cobrança. Estas deverão aplicar-se :

à cobrança de créditos; aos direitos niveladores agrícolas; aos direitos aduaneiros; ao imposto sobre o valor acrescentado; aos impostos especiais sobre o consumo; aos impostos sobre o rendimento e sobre o

património; às taxas sobre os prémios de seguros; aos juros; às sanções.

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Assistência mútua :

Autoridade requerida prestar a autoridade requerente as informações úteis a esta para a cobrança dos créditos

constituídos no E-M onde ela tem a sua sede e em notificar o devedor do imposto de todos os actos relativos a tais créditos que tenham origem neste E-M; proceder, a pedido da autoridade requerente, à cobrança de créditos constituídos no E-M onde esta tem a sua sede.

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Modalidades :A assistência pode efectivar-se através de

uma de quatro modalidades :i. A troca de informações;ii.A notificação do devedor;iii.A cobrança do crédito;iv.A adopção de medidas cautelares de

garantia do crédito.

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Recusa de assistência :• A presente Directiva exige do E-M requerido

maior intervenção do que suscitada pela directiva em matéria de troca de informações.

• Um E-M pode recusar-se a prestar informações caso :

i. Se trate de informações às quais não pode aceder, mesmo que se tratassem de créditos nacionais;

ii. Estas revelem um segredo comercial, industrial ou profissional;

iii.A comunicação possa atentar contra a segurança ou a ordem pública do respectivo Estado.

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Aspectos relevantes do Regime :• Os pedidos de assistência, bem como os títulos

executivos, devem ser traduzidos numa das línguas oficiais do E-M requerido.

• A informação que venha a ser trocada, encontra-se sujeita a reserva, apenas podendo ser disponibilizada às pessoas com competência processual ou procedimental para a cobrança do crédito ou para a adopção das medidas cautelares.

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Diferenças entre as Convenções e as Directivas :

Ao nível de troca de informações :• DirectivaDirectiva: respeita unicamente à troca de informações que

permita a liquidação dos impostos mencionados.• ConvençõesConvenções : pode-se acordar em que a troca de

informações seja limitada, abarcando apenas as informações necessárias ao cumprimento da específica convenção.

Ao nível da assistência mútua :• DirectivaDirectiva : assistência em matéria de cobrança e instauração

de medidas cautelares, troca de informações úteis para a cobrança de um crédito bem como o auxílio na notificação de um sujeito que se encontre noutro E-M.

• ConvençõesConvenções : na prática são poucas as que apresentam uma disposição com aquele dispositivo.

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• DirectivasDirectivas : • Mais detalhadas;• Mais direccionadas para os problemas

gerados pelo mercado interno;• Não esgotam o espaço útil de actuação

dos instrumentos convencionais.

Caso a assistência proposta pelos instrumentos

bilaterais for mais intensa ou extensa do que o

previsto nas directivas, estas prevalecerão.

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Directiva 2010/24/UE de 16 Directiva 2010/24/UE de 16 Março de 2010Março de 2010

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Este texto legislativo estabelece as condições em que deve ser prestada assistência à cobrança dos créditos, especificamente procedimentos a adoptar pelas entidades requerentes e requeridas e procedimentos em caso de litígio.

A presente directiva constitui um aperfeiçoamento da directiva 2008/55/CE recorrendo a: Formulários – tipo, o regime linguístico, a Rede Comum de Comunicações e possibilidade de pedido de assistência à cobrança em fase ainda precoce no Estado-membro requerente.

Visa:

•Alargamento do âmbito de aplicação da assistência mútua;•Ultrapassar a lentidão, disparidade, falta de coordenação e de

transparência;•Superar problemas ligados ao reconhecimento e tradução de

documentos emanados de outros E-M;•Ultrapassar a excessiva rigorosidade exigida para requerer

assistência mútua, bem como as suas repercussões negativas nos resultados efectivamente cobrados;•Fomentar uma cultura administrativa comunitária.

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Medidas :• Acções: - Troca/pedido de informações

-Pedido de notificação

-Pedido de cobrança

Pedido prévio por parte da autoridade requerente;Intercâmbio automático de informações;Intercâmbio espontâneo de informações.

Formulário-tipo+

Regime linguístico+

Rede Comum de Comunicações

Título executório uniforme+

Regime linguístico e via electrónica

+ ≥ 1500€Possibilidade de requisição em fase precoce

-Medidas cautelares-Presença e participação de funcionários do E-M requerente

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• Clarificação do processo estatístico a fornecer à Comissão;

• Âmbito de aplicação da directiva (alargado): impostos e direitos, independentemente da sua natureza, cobrados por

um Estado-membro ou em seu nome; restituições, intervenções e outras medidas que façam parte do sistema

de financiamento integral ou parcial do FEAGA e do FEADER; quotizações e outros direitos previstos no âmbito da organização comum

do mercado para o sector do açúcar.

não se aplica: a contribuições obrigatórias para a segurança social devidas ao Estado-

membro; às taxas não previstas na Directiva comunitária que estabelece estas

regras; aos direitos de natureza contratual, tais como pagamento de serviços

públicos; às sanções penais cominadas com base numa acção movida pelo

Ministério Público.

• Âmbito de aplicação da directiva alargado a todas as pessoas colectivas e singulares.

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Transposição da directiva 2010/24/EU para o Transposição da directiva 2010/24/EU para o ordenamento jurídico portuguêsordenamento jurídico português

Artigo 143.º da Lei nº55-A/2010Autorização legislativa no âmbito da assistência

mútua na recuperação de créditos1 — Fica o Governo autorizado a transpor a Directiva n.º 2010/24/UE, do Conselho, de 16 de Março de 2010, relativa

ao mecanismo de assistência mútua em matéria de recuperação de créditos entre os Estados membros da

União Europeia, e a revogar o Decreto -Lei n.º 296/2003, de 21 de Novembro.

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Relatórios da Comissão das Comunidades Relatórios da Comissão das Comunidades EuropeiasEuropeias

sobre a aplicação das disposições relativas à assistência mútua em matéria de cobrança

de créditos respeitantes a certas quotizações, direitos, impostos e outras medidas em

2003-2008

COM(2009) 451COM(2006) 043

Page 33: Trocas de informações fiscais e assistência mútua

● Pedidos de informação ● Pedidos de notificação

● Natureza dos créditos relativamente aos quais foi solicitada a assistência

mútua

● Pedidos de cobrança de créditos

Pedidos de assistência mútua da CE

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● Distribuição dos montantes cobrados para outros Estados-Membros de acordo com os anos a que se referem os pedidos em causa

● Evolução global dos montantes cobrados

Montantes Cobrados

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Jurisprudência EuropeiaJurisprudência Europeia• Processo C 267/09 (contra a República Portuguesa)

“artigo 130.º do Código do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares (CIRS), que obriga os contribuintes não residentes em Portugal a designar um representante fiscal”

• Processo C-233/08 (Milan Kyrian contra Celní úřad Tábor)“notificação do título executivo ao devedor

numa língua diferente da que ele compreende, e que não é também a língua oficial do Estado onde o referido título é notificado ao devedor, constitui um vício que permite recusar a execução com base nesse título executivo?”

Jurisprudência NacionalJurisprudência Nacional• Acórdão STA 01043/10

“Se, no decurso de processo de cobrança de créditos, o crédito ou o título executivo for objecto de reclamação, impugnação ou oposição à execução, o processo de cobrança fica, automaticamente, suspenso”( garantia dos contribuintes salvaguardada)