42
Trombose Venosa Trombose Venosa Profunda Profunda Roberto Franklin Brasília, 29 de abril de 2010 HRAS – PEDIATRIA www.paulomargotto.com.br

Trombose Venosa Profunda Roberto Franklin Brasília, 29 de abril de 2010 HRAS – PEDIATRIA

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Trombose Venosa Profunda Roberto Franklin Brasília, 29 de abril de 2010 HRAS – PEDIATRIA

Trombose Venosa Trombose Venosa ProfundaProfunda

Roberto FranklinBrasília, 29 de abril de 2010

HRAS – PEDIATRIAwww.paulomargotto.com.br

Page 2: Trombose Venosa Profunda Roberto Franklin Brasília, 29 de abril de 2010 HRAS – PEDIATRIA

Caso ClínicoCaso Clínico

Dia de internação: 23/02/10

F.E.S.A., 10 anos, natural e procedente de Unaí-MG

QP: “dor na coxa há 3 dias”

JPED VOL78 JUL2002

Page 3: Trombose Venosa Profunda Roberto Franklin Brasília, 29 de abril de 2010 HRAS – PEDIATRIA

HDA: Mãe refere que criança apresenta dor em coxa esquerda há 3 dias, associada à edema local, hiperemia, dor e dificuldade de movimentação. Apresentou um pico febril 24 horas antes da internação. Há 12 horas evoluiu com dor em hemitórax direito e taquidispnéia moderada. Procurou atendimento médico na cidade de origem, sendo encaminhado para o HRAS.

Page 4: Trombose Venosa Profunda Roberto Franklin Brasília, 29 de abril de 2010 HRAS – PEDIATRIA

Ao chegar no HRAS apresentava: Fáscies dolorosa, febre, taquidispnéia moderada, com creptos discretos à direita e sem sibilos. FR= 40ipm, sem TSC ou BAN. Continuava queixando de dor em coxa esquerda, sem capacidade de deambular. A dor era na região anterior da coxa, sem irradiação, conseguia flexionar e extender o joelho ipsilateral.

Page 5: Trombose Venosa Profunda Roberto Franklin Brasília, 29 de abril de 2010 HRAS – PEDIATRIA

• Feito raio-x de tórax: Infiltrado em base direita.

• Iniciou tratamento para Pneumonia com Penicilina Cristalina 200.000UI/kg/dia e foi internado no P.S. Continuava com dor em coxa esquerda.

• Internou na ala A com manutenção do quadro clínico, foi feito 1 dose de morfina, com melhora do quadro álgico.

Page 6: Trombose Venosa Profunda Roberto Franklin Brasília, 29 de abril de 2010 HRAS – PEDIATRIA

24/02/10: Pela manhã apresentou piora do quadro álgico em coxa esquerda, sendo feito morfina novamente. Solicitado raio-x de membros inferiores e ecografia de coxa esquerda. Padrão respiratório mantido.

Ecografia: Trombose Parcial na veia femural comum e na superficial posterior esquerdas.

Page 7: Trombose Venosa Profunda Roberto Franklin Brasília, 29 de abril de 2010 HRAS – PEDIATRIA

24/02/10: Foi solicitado parecer da unidade de Cirurgia Vascular do HBDF que orientou fazer ecodoppler de MIE, iniciar Clexane 30mg SC 12/12h, solicitar parecer da Pneumologia e colocar paciente na Regulação para internação em UTI. Durante o encaminhamento ao HBDF, evoluiu com taquidispnéia importante associado à queda de saturação para 72% em ar ambiente.

Page 8: Trombose Venosa Profunda Roberto Franklin Brasília, 29 de abril de 2010 HRAS – PEDIATRIA

24/02/10: Internado na UTI-HBDF, em uso de Clexane e ventilação não invasiva, trocado antibioticoterapia para Ampicilina+Sulbactam.

Evoluiu com febre e padrão radiológico com persistência do infiltrado em LID, sendo associado Azitromicina em 01/03/10.

Page 9: Trombose Venosa Profunda Roberto Franklin Brasília, 29 de abril de 2010 HRAS – PEDIATRIA

Após avaliação da hematologia, foram solicitados inúmeros exames, não realizados até o momento.

02/03/10: Ecodoppler: trombo totalmente oclusivo em femural de característica hiperecogênica e trombo parcialmente oclusivo em veia poplítea.

Page 10: Trombose Venosa Profunda Roberto Franklin Brasília, 29 de abril de 2010 HRAS – PEDIATRIA

05/03/10: Cintilografia Pulmonar: Baixa probabilidade para TEP (tromboembolismo pulmonar)). Déficits inalatórios e perfusionais em ambos os pulmões, mais acentuado à direita.

05/03/10: Ecocardiografia: Imagem sugestiva de trombo em VCI (veia cava inferior), não detectadas vegetações.

Page 11: Trombose Venosa Profunda Roberto Franklin Brasília, 29 de abril de 2010 HRAS – PEDIATRIA

08/03/10: Melhora clínica importante, retirada ventilação não invasiva, sem dor em MMII.

11/03/10: Reavaliado pela UCIVASA que orientou troca do Clexane pelo Marevan.

12/03/10: Alta da UTI, encaminhado para HRAS.

Page 12: Trombose Venosa Profunda Roberto Franklin Brasília, 29 de abril de 2010 HRAS – PEDIATRIA

Importância do temaImportância do tema

TVP afeta anualmente 2 milhões de americanos e é a 3ª doença cardiovascular mais comum, atrás somente da SCA e AVC.

50 – 60 % dos pacientes com TVP terão TEP.

De 10 a 70% dos pacientes com TEP apresentam TVP. Em mais de 95% dos casos, os êmbolos venosos originam-se de trombos venosos profundos da perna acima do nível dos joelhos.

Page 13: Trombose Venosa Profunda Roberto Franklin Brasília, 29 de abril de 2010 HRAS – PEDIATRIA

Importância do temaImportância do tema

TEP é responsável por cerca de 10 a 20% dos casos de morte hospitalar e 15% das mortes em pós-operatório.

Estima-se que em torno de 75 a 90% das mortes ocorram nas primeiras horas.

Se não curada, 30% dos pacientes com TEP morrem, enquanto que quando curados, 8% morrem.

Page 14: Trombose Venosa Profunda Roberto Franklin Brasília, 29 de abril de 2010 HRAS – PEDIATRIA

Lesão Endotelial

PatogênesePatogêneseA tríade de A tríade de VirchowVirchow

Estase ou turbulência do fluxo sanguíneo

Hipercoagulabilidade

Page 15: Trombose Venosa Profunda Roberto Franklin Brasília, 29 de abril de 2010 HRAS – PEDIATRIA

Doenças HematológicasDoenças HematológicasTrombofilias hereditárias

Síndrome do anticorpo antifosfolípide

Doenças oncológicas (distúrbios da hemostasia)

Page 16: Trombose Venosa Profunda Roberto Franklin Brasília, 29 de abril de 2010 HRAS – PEDIATRIA

DefiniçãoDefiniçãoTrombose Venosa profunda: é a

formação de um trombo nas grandes veias da perna no nível ou acima do joelho (ex. veias poplítea, femoral e ilíaca)

Tromboembolismo Pulmonar: é a impactação de um trombo no leito arterial pulmonar.

Page 17: Trombose Venosa Profunda Roberto Franklin Brasília, 29 de abril de 2010 HRAS – PEDIATRIA

QUADRO CLÍNICOQUADRO CLÍNICODor (sintoma mais freqüente)

Edema (empastamento)

Taquicardia

Aumento da temperatura

Aumento da circulação colateral

Palidez e cianose

Page 18: Trombose Venosa Profunda Roberto Franklin Brasília, 29 de abril de 2010 HRAS – PEDIATRIA

DIAGONÓSTICO DA TROMBOSEDIAGONÓSTICO DA TROMBOSEVENOSA PROFUNDAVENOSA PROFUNDADiagnóstico clínico

Isoladamente pouco confiável ( 50% das TVPs confirmadas por exames sem apresentar sintomas clínicos)

Quanto mais extensa e proximal, maior a exuberância do quadro clínico

Page 19: Trombose Venosa Profunda Roberto Franklin Brasília, 29 de abril de 2010 HRAS – PEDIATRIA

DIAGONÓSTICO DA TROMBOSEDIAGONÓSTICO DA TROMBOSEVENOSA PROFUNDAVENOSA PROFUNDA

30 a 50% de casos com sinais sugestivos de TVP não são confirmados por exames objetivos

Anamnese é fundamental

Page 20: Trombose Venosa Profunda Roberto Franklin Brasília, 29 de abril de 2010 HRAS – PEDIATRIA
Page 21: Trombose Venosa Profunda Roberto Franklin Brasília, 29 de abril de 2010 HRAS – PEDIATRIA

Diagnóstico diferencialDiagnóstico diferencial

Outras causas de edemas

Ruptura muscular

Miosites

Fadiga muscular

Tumores

Hematoma muscular

Page 22: Trombose Venosa Profunda Roberto Franklin Brasília, 29 de abril de 2010 HRAS – PEDIATRIA

Sequência de eventos no TEPSequência de eventos no TEPDO PONTO DE VISTA RESPIRATÓRIO:

Oclusão vascular tromboembólica determina a ventilação pulmonar em área pouco ou nada perfundida (espaço morto intrapulmonar – shunt direita-esquerda).

A redução do fluxo sanguíneo determina lesão celular da área afetada e liberação de mediadores químicos que levam à broncoconstricção local (compensatória) (sibilos e aumento do trabalho para respirar)

Page 23: Trombose Venosa Profunda Roberto Franklin Brasília, 29 de abril de 2010 HRAS – PEDIATRIA

Sequência de eventos no TEPSequência de eventos no TEPDO PONTO DE VISTA RESPIRATÓRIO:

2 a 3 horas depois, inicia-se a redução do surfactante pulmonar

15 a 24 hrs após a oclusão vascular, ocorre o colapso alveolar (Atelectasia)

Hipoxemia arterial

Page 24: Trombose Venosa Profunda Roberto Franklin Brasília, 29 de abril de 2010 HRAS – PEDIATRIA

Exames complementaresExames complementares

Page 25: Trombose Venosa Profunda Roberto Franklin Brasília, 29 de abril de 2010 HRAS – PEDIATRIA

Avaliação de MMIIAvaliação de MMIIUS de MMII:

Útil para o diagnóstico de TVP em grandes veias

FLEBOGRAFIA:

É o exame padrão-ouro, porém invasivo, para o diagnóstico de TVP.

Pode agravar trombose.

Medicina de urgência – Guias de Medicina ambulatorial e Hospitalar - UNIFESP

Page 26: Trombose Venosa Profunda Roberto Franklin Brasília, 29 de abril de 2010 HRAS – PEDIATRIA

Avaliação de MMIIAvaliação de MMIITomografia computadorizada:

Útil para o diagnóstico de TVP em veias abdominais e pélvicas

Ressonância Nuclear Magnética:

Pouco utilizada

Baixa sensibilidade e especificidade

Medicina de urgência – Guias de Medicina ambulatorial e Hospitalar - UNIFESP

Page 27: Trombose Venosa Profunda Roberto Franklin Brasília, 29 de abril de 2010 HRAS – PEDIATRIA

D-dímeroD-dímeroMarcador da ativação da fibrinólise

secundária à formação de fibrina

Baixa especificidade

Elevada quantidade de falso-positivos

Page 28: Trombose Venosa Profunda Roberto Franklin Brasília, 29 de abril de 2010 HRAS – PEDIATRIA

Cintilografia Cintilografia ventilação/perfusãoventilação/perfusãoCintilografia de ventilação: utiliza-se gases

radioativos. Serve para comparar as duas cintilografias no sentido de indentificar alterações na circulação pulmonar.

Cintilografia de perfusão pulmonar: utiliza-se de macroagregados de albumina marcadas com tecnécio 99. Ela é capaz de identificar áreas de obstrução. Sua interpretação é feita comparando-a com a cintilografia de ventilação ou simplesmente com o raio-x. Quando normal, exclui TEP clinicamente significativo. Quando alterada, segue-se a realização de outros exames complementares.

Page 29: Trombose Venosa Profunda Roberto Franklin Brasília, 29 de abril de 2010 HRAS – PEDIATRIA

TratamentoTratamentoRepouso na fase aguda

◦Posição de Trendelemburg

Meias elásticas

Page 30: Trombose Venosa Profunda Roberto Franklin Brasília, 29 de abril de 2010 HRAS – PEDIATRIA

AnticoagulaçãoAnticoagulação

• Em forte suspeita diagnóstica de TEP, deve ser iniciada imediatamente

• Deve-se afastar a presença de contra-indicações para a anticoagulação inicial. São contra-indicações:

•Hemorragia ativa ou recente

•Antecedente de plaquetopenia por heparina

•Procedimentos invasivos recentes

•Cirurgia cerebral/oftalmológica

•Anestesia lombar

•HAS grave

•Percardite ou endocardite

•Insuficiência renal grave

•Insuficiência hepática grave

•Cirurgia de grande porte recente

Page 31: Trombose Venosa Profunda Roberto Franklin Brasília, 29 de abril de 2010 HRAS – PEDIATRIA

AnticoagulaçãoAnticoagulaçãoA anticoagulação não é um tratamento definitivo,

mas uma forma de prevenção secundária (formação de novos êmbolos).

A heparina liga-se e acelera a habilidade da antitrombina III de inativar a trombina, fator IXa, Xa, XIa e XIIa.

Page 32: Trombose Venosa Profunda Roberto Franklin Brasília, 29 de abril de 2010 HRAS – PEDIATRIA

AnticoagulaçãoAnticoagulaçãoDessa forma, ela retarda a formação de trombo

adicional, permitindo que os mecanismos endógenos de fibrinólise quebrem o trombo existente.

O esquema padrão de heparina seguido por 6 meses de varfarina oral resulta em redução de 80-90% no risco de trombose venosa recorrente e morte por TEP.

Page 33: Trombose Venosa Profunda Roberto Franklin Brasília, 29 de abril de 2010 HRAS – PEDIATRIA

Heparina não-fracionada Heparina não-fracionada (HNF)(HNF)(padrão)(padrão)Administração endovenosa, com uma dose de

ataque seguida de infusão contínua.

Qualquer que seja o esquema, será baseado no TTPa (tempo de tromboplastina parcial ativada) pois a heparina possui características farmacocinéticas que tornam imprevisíveis os seus resultados em diferentes pacientes. Ou seja, a administração de uma dose fixa não garante anticoagulação

Page 34: Trombose Venosa Profunda Roberto Franklin Brasília, 29 de abril de 2010 HRAS – PEDIATRIA

Heparina de baixo peso Heparina de baixo peso molecularmolecular(HBPM)(HBPM)

Apresentam maior biodisponibilidade.

Características de respostas mais previsíveis.

Riscos iguais ou menores de hemorragias e trombocitopenia.

Parecem ser tão efetivas quanto a HNF.

Simplificam o tratamento e permitem um tempo de internação hospitalar menor.

Ação principal se dá através do fator Xa, com pouco ou nenhum efeito sobre a trombina.

Page 35: Trombose Venosa Profunda Roberto Franklin Brasília, 29 de abril de 2010 HRAS – PEDIATRIA

Anticoagulação prolongadaAnticoagulação prolongada(cumarímicos)(cumarímicos) O anticoagulante oral mais utilizado é a Warfarina.

Ação anticoagulante é secundária à inibição da síntese dos fatores de coagulação dependentes da vitamina K (fatores II, VII, IX e X)

Efeitos iniciais dentro de 2 a 7 dias. (consumo dos fatores previamente presentes na corrente sanguínea antes da introdução do medicamento).

Contra-indicações: gravidez e sangramento recente.

Page 36: Trombose Venosa Profunda Roberto Franklin Brasília, 29 de abril de 2010 HRAS – PEDIATRIA

Remoção precoce do coáguloRemoção precoce do coáguloFibrinólise

◦Pouco sucesso ◦Alto risco de complicações hemorrágicas◦Melhores resultados em até 14 dias

Trombectomia cirúrgica◦Deve ser utilizada p/ grandes troncos venosos◦Prevenção◦Minimiza sequelas, restaurando fluxo◦Indicado para casos agudos mais graves

Page 37: Trombose Venosa Profunda Roberto Franklin Brasília, 29 de abril de 2010 HRAS – PEDIATRIA
Page 38: Trombose Venosa Profunda Roberto Franklin Brasília, 29 de abril de 2010 HRAS – PEDIATRIA
Page 39: Trombose Venosa Profunda Roberto Franklin Brasília, 29 de abril de 2010 HRAS – PEDIATRIA
Page 40: Trombose Venosa Profunda Roberto Franklin Brasília, 29 de abril de 2010 HRAS – PEDIATRIA
Page 41: Trombose Venosa Profunda Roberto Franklin Brasília, 29 de abril de 2010 HRAS – PEDIATRIA

Obrigado!!!Obrigado!!!

Page 42: Trombose Venosa Profunda Roberto Franklin Brasília, 29 de abril de 2010 HRAS – PEDIATRIA

Nota do Editor do site www.paulomargotto.com.br, Dr. Paulo R. Margotto

Consultem:

Trombose neonatalAutor(es): Alexandre Peixoto Serafim

   

Avaliação e manejo da trombose pós-natalAutor(es): M A Saxonhouse and D J Burchfield. Apresentação:Antenor Couto Neto, Márcio Teixeira de Campos, Ciro Mendes Vargas, Leonardo Alves, Paulo R. Margotto

     

CLICAR AQUI!