18
TROPICALISMO Movimento artístico e cultural (final da década de 60) O movimento foi lançado no Festival da Record de 1967, com as músicas “Alegria, alegria ” de Caetano Veloso, e “ Domingo no parque ”, de Gilberto Gil, acompanhadas por guitarras elétricas, o que causou muita polêmica, já que na época a MPB era dominada pela estética da bossa nova. Liderado por Caetano Veloso e Gilberto Gil, que tentam, fazendo uso do deboche, da irreverência e da improvisação revolucionar a música popular brasileira e misturá-la à cultura de massa urbana, através da retomada das lições do Manifesto Antropofágico de Oswald de Andrade. Além das músicas de Caetano e Gil, já citadas, o filme "Terra em Transe", de Glauber Rocha, teve papel fundamental no surgimento desta "revolução". Fruto da audácia de novos talentos, o movimento entra no âmbito das mais diversas atividades artísticas, como o teatro, artes plásticas, cinema e com maior destaque a música.

Tropicalismo

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Tropicalismo - aula para 3º ano, CEUB, Brasília. Prof. Wagner

Citation preview

Page 1: Tropicalismo

TROPICALISMOMovimento artístico e cultural

(final da década de 60)

• O movimento foi lançado no Festival da Record de 1967, com as músicas “Alegria, alegria” de Caetano Veloso, e “Domingo no parque”, de Gilberto Gil, acompanhadas por guitarras elétricas, o que causou muita polêmica, já que na época a MPB era dominada pela estética da bossa nova.

• Liderado por Caetano Veloso e Gilberto Gil, que tentam, fazendo uso do deboche, da irreverência e da improvisação revolucionar a música popular brasileira e misturá-la à cultura de massa urbana, através da retomada das lições do Manifesto Antropofágico de Oswald de Andrade.

• Além das músicas de Caetano e Gil, já citadas, o filme "Terra em Transe", de Glauber Rocha, teve papel fundamental no surgimento desta "revolução".

• Fruto da audácia de novos talentos, o movimento entra no âmbito das mais diversas atividades artísticas, como o teatro, artes plásticas, cinema e com maior destaque a música.

Page 2: Tropicalismo

MÚSICA• Um grande momento foi a estréia do show "Opinião", meses após o golpe militar de 64, que reuniu no palco diversos segmentos da música e da intelectualidade brasileira como forma de resistência ao regime político instalado.

• Foi nesse panorama politizado que Caetano Veloso e Gilberto Gil apresentaram, no festival da Record, em 1967, "Alegria, alegria" e "Domingo no parque", músicas que representavam uma saída para o impasse cultural do turbulento momento.

• Em agosto de 1968, com o lançamento do disco Tropicália ou panis et circencis fica evidente a presença de um movimento Tropicalista, em andamento, que não tardaria a ter todas as suas propostas organizadas num documento único.

- O disco resume todas as suas tendências: a estática brega do tango de Vicente Celestino (1849-1968) “Coração Moderno”, a presença da cultura urbana internacional marcada pela influência dos Beatles e do rock cantada por Os Mutantes. As letras expressam uma visão da realidade brasileira, o que faz com que Gil e Caetano sejam presos em suas casas e depois exilados em Londres.

Page 3: Tropicalismo

TEATROTEATRO

• Estas novas ideias se refletem nos mais diversos campos artísticos, como é o caso do cinema novo, de Glauber Rocha, que faz severas críticas à transformação ("redução") da obra de arte em instrumento político.

• Terra em Transe, exibido em 1967, demonstra a descrença na política, a busca de uma nova linguagem e a presença do misticismo, características que já apontam para o Tropicalismo.

Page 4: Tropicalismo

AntropofagiaAntropofagia e TropicalismoTropicalismo• Artistas que criaram um elo entre a Antropofagia, no

contexto do Modernismo brasileiro, e a ressignificação do movimento Tropicalista, nos anos 60.

- Portinari

- Vicente do Rego Monteiro (Semana de 22)

- Di Cavalcanti (Semana de 22)

- Tarsila do Amaral (Semana de 22)

- Lygia Clark

- Hélio Oiticica.

Page 5: Tropicalismo

PORTINARI (Brodósqui)

• MARCAS

- Corpos humanos sugerindo movimento.

- Pés enormes (relação com a terra)

- Tons avermelhados

• TEMAS

- Retirantes nordestinos / cangaceiros

- Infância em Brodósqui

- Históricos

• “Café” (prêmio na Europa)Café*Imagem cedida pelo Projeto Portinari

Page 6: Tropicalismo

Portinari

Mestiço

Retirantes

Colona

Page 7: Tropicalismo

“Candido Portinari nos engrandeceu com sua obra de pintor. Foi um dos homens mais importantes do nosso tempo, pois de suas mãos nasceram a cor e a poesia, o drama e a esperança de nossa gente. Com seus pincéis, ele tocou fundo em nossa realidade. A terra e o povo brasileiros - camponeses, retirantes, crianças, santos e artistas de circo, os animais e a paisagem - são a matéria com que trabalhou e construiu sua obra imorredoura.”

Jorge Amado

Page 8: Tropicalismo

LYGIA CLARK

• Elimina o limite entre o espaço de ficção e o espaço de realidade / abandona o pincel e a tela.

• (...) “Linhas absolutamente iguais, horizontais e verticais, produzem entre si uma tensão oblíqua distorcendo um quadrado perfeito: o espaço então se revela ali como um momento do espaço circundante. O espaço é na verdade o símbolo de nossa época.”

(Lygia Clark, 1958) In: Clark. Rio de Janeiro: Departamento de Imprensa Nacional, 1958.

Page 9: Tropicalismo

Máscaras sensoriais, 1967. Tecidos.

Referência: Lygia Clark. Barcelona: Fundació Antoni Tàpies, 1997. P. 221

Desenhe com o dedo, 1966. Saco plástico (20 x 30 cm) e água.Referência: Lygia Clark. Barcelona: Fundació Antoni Tàpies, 1997. P. 207

Trepantes (Obra mole), 1964. Borracha.Referência: Lygia Clark. Barcelona: Fundació Antoni Tàpies, 1997. P. 172

Page 10: Tropicalismo

Planos em superfície modulada nº 5, 1957.Tinta industrial s/ madeira, 80,0 x 70,0 cm.

Maquete para interior nº 1, 1955. Madeira e tinta industrial.

Composição, 1953. Oleo s/ tela, 100 x 65 cm.

Page 11: Tropicalismo

Planos em superfície modulada nº 1, 1957. Tinta industrial s/ madeira, 87,0 x 60,0 cm.

Composição no 5. Série: Quebra da Moldura, 1954. Óleo s/ tela e madeira, 107 x 91 cm.

Page 12: Tropicalismo

ARTES PLÁSTICAS

Hélio Oiticica

• Ele se considera um anarquista e gozador; em sua arte utilizou diversos tipos de materiais, como a madeira, a terra crua e o carvão, que veio a resultar no que ele denominou de "antiarte".

• O artista plástico Hélio Oiticica batiza o Movimento Tropicalista através e sua escultura penetrável que expõe no Museu de Arte Moderna (MAM), no Rio de Janeiro.

• Em sua obra "Tropicália", apresentada em abril de 67 no MAM, produziu uma síntese de várias tendências para uma cultura brasileira, onde esta devia voltar-se sobre si mesma e procurar seu sentido próprio.

Page 13: Tropicalismo

"Eu é que inventei. Depois o Caetano, que eu nem conhecia, fez a música e o nome ficou conhecido. De modo que eu inventei a

Tropicália e eles inventaram o Tropicalismo."Hélio Oiticica |

Page 14: Tropicalismo

• Um dos fundadores do Neoconcretismo.

• Suas obras lutam contra a atitude contemplativa do espectador.

• 1959 – seus primeiros RELEVOS TRIDIMENSIONAIS.

• Pinta uma série de quadros em ambas as faces e os distribuiu no espaço(uma visão dinâmica e espacial da cor).

• Sua obra propõe relações sensórias e corpóreas.

• Parangolés(1964)

Page 15: Tropicalismo

Parangoles são capas, estandartes, bandeiras para serem vestidas ou carregadas pelo participante de um happening. As capas são feitas com panos coloridos (que

podem levar reproduções de palavras e fotos) interligados, revelados apenas quando a pessoa se movimenta. A cor ganha um dinamismo no espaço através da associação com a dança e a música. A obra só existe plenamente, portanto, quando da participação corporal: a estrutura depende da ação. A cor assume, desse modo, um caráter literal de vivência, reunindo sensação visual, tátil e

rítmica. O participante vira obra ao vesti-lo, ultrapassando a distância entre eles, superando o próprio conceito de arte.

Nildo da Mangueira, com Parangolé, 1964

Page 16: Tropicalismo

Parangolés (1964)

Page 17: Tropicalismo

O fim do movimento

• Com vida curta, o tropicalismo acaba com a AI-5 em dezembro de 1968. Em 1997, quando se comemoram os 30 anos do Tropicalismo, são lançados dois livros com a história do movimento: “Verdade Tropical”, de Caetano Veloso, e “Tropicália- A História de uma Revolução Musical”, do jornalista Carlos Calado.

Page 18: Tropicalismo

Aula elaborada pelo arte-educador Wagner Bôa Morte, colégio CEUB, Brasília-DF.

E-mail – [email protected]

http://www.pucampinas.edu.br/centros/clc/jornalismo/projetosweb/2003/Semanade22/artes.htm

http://www.facom.ufba.br/com024/tropicalia/artmusic.html

A arte é o espelho da pátria.O país que não preserva os seus valores

culturaisJamais verá a imagem de sua própria alma.

Chopin