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*Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Mestranda em História.
TÍTULO: “IMIGRAÇÃO E ENTIDADES DE BENEMERÊNCIA NA COMUNIDADE
JUDAICA DE SÃO PAULO: SOCIEDADE BENEFICENTE DAS DAMAS ISRAELITAS E
ORGANIZAÇÃO FEMININA ISRAELITA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL”
AUTORIA: ANA PAULA MENDONÇA GOMES*
Resumo
O presente trabalho trata sobre a configuração de duas associações de benemerência na
comunidade judaica de São Paulo do século XX: a Sociedade Beneficente das Damas Israelitas
e a Organização Feminina Israelita de Assistência Social (OFIDAS). As fontes utilizadas na
confecção deste trabalho são pertencentes aos fundos documentais destas duas instituições e se
encontram sob guarda do Centro de Memória do Museu Judaico de São Paulo (CDM).
Objetivamos aqui traçar um panorama das pessoas que participaram dessas duas
instituições – nos papéis de associados, diretores, funcionários, assistidos/beneficiados – a fim
de melhor compreender quais eram as pessoas envolvidas neste tipo de “associativismo
étnico”.1
Buscamos, assim, tecer uma discussão que contempla o grande tema a ser estudado –
comunidade judaica em condição diaspórica – focando na identificação de quem eram as
pessoas que empreendiam e quem eram as beneficiadas por associações de auxílio judaicas.
Para isso, trabalhos como os de Alicia Bernasconi (2006), Claire Lemercier e Emmanuelle
Picard (2011) servirão como referência teórica.
A Sociedade Beneficente das Damas Israelitas
A primeira associação de benemerência fundada por mulheres foi a Sociedade Beneficente
das Damas Israelitas, no ano de 1915. As fundadoras e primeiras diretoras foram Bertha Klabin,
1 “Il est possible de décrire un groupe et de mesurer sa taille et de ses principaux traits, ou encore d’en proposer
une typologie, sans décrire en détail et dénombrer chacun des individus qui le composent... du moins si l’on entend
le ‘portrait de groupe’ non pas comme un catalogue exhaustif de portraits individuels, mais comme une réponse
aux questions générales que nous nous posons sur ce groupe: à quel point est-il homogène? où recrute-t-il le plus
solvent ses membres? combien de temps y reste-t-on et pour quel autre le quitte-t-on?” (LEMERCIER, 2011: 17).
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*Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Mestranda em História.
Olga Nebel, Olga Tabacow, Luba Klabin, Sonia Azariah, Mania Costa e Chendel Rosemberg.
(CDM, 1931). Trava-se de senhoras de famílias que chegaram no Brasil nas primeiras décadas
do século XX e que já eram financeiramente mais prósperas.2 Essa sociedade tinha o objetivo
de acolher o imigrante judeu recém-chegado que, na maior parte das vezes, chegava em situação
de penúria.
Uma das hipóteses que levantamos é que se trata de um grupo específico de
imigrantes/descendentes que fundam essas sociedades de benemerência: a Sociedade das
Damas foi fundada por mulheres pertencentes às famílias mais antigas da comunidade judaica
em São Paulo e declaravam formar uma entidade de fins altruístas e prestar serviços à
coletividade israelita. Outra hipótese é que o ato de fundar e manter associações como estas
também gerariam visibilidade, afirmação social e manutenção de um determinado status não só
para os indivíduos e famílias participantes, mas também colaborariam para a promoção da
autoimagem de uma comunidade que é, inicialmente, considerada outsider (ELIAS;
SCOTSON, 2000). No reforço desta hipótese, citamos Alicia Bernasconi que em seu estudo
sobre a coletividade italiana na Argentina faz a seguinte observação:
(...) la pertinetencia a las associaciones de socorros mutuos era, entre otras cosas,
una especie de gallardete social que se exhibía o enumeraba entre otros logros de los
emigrantes. Desde esta óptica, formar parte de una asociación u otra no se planteaba
como alternativa excluyentes: muy por el contrario, acumular membresías era una
manera de afirmar la propria importância. (BERNASCONI, 2006: 84)
A partir das atas da Sociedade das Damas, podemos apontar algumas de suas principais
características. De início, a obra prestava assistência de natureza não financeira (CDM, 1931)
e, primordialmente, centrava-se no auxílio a mulheres e crianças. No ano de 1935 a Sociedade
propôs a fundação de uma creche, reforçando um trabalho voltado às crianças de origem judaica
(CDM, 1935).
2 “Entre os anos de 1928 e 1932, intensificava-se a vinda dos imigrantes judeus ashkenazim, procedentes da
Polônia, Hungria, Bessarábia, Romênia, Lituânia e Letônia, que chegaram à cidade de São Paulo e foram residir
no Bairro do Bom Retiro, onde se estabeleceram as primeiras famílias judaicas (a primeira geração de imigrantes
judeus), como Lafer, Klabin, Nebel, Tabacow, Lichtenstein e Naslavsky. Essas famílias logo se inseriram na
paisagem cotidiana e comercial do bairro, com a abertura de pequenos negócios e indústrias de fundo de quintal,
as quais revendiam os produtos manufaturados em suas pequenas lojas.” (PÓVOA, 2007: 184).
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*Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Mestranda em História.
A vida financeira da Sociedade era essencialmente sustentada pela própria comunidade
judaica: é citada nas atas a realização, pelas diretoras, de festas e bailes beneficentes objetivando
angariar fundos para a obra. Nestes eventos, ocorriam atividades como danças, jogos e números
musicais e literários (CDM, 1931). Logo, podemos apontar a existência de uma forma
específica de sociabilidade do grupo, visto que, além do objetivo principal destas festas ser a
arrecadação de dinheiro para manutenção da obra social, a realização das atividades festivas
também tinha caráter recreativo e, provavelmente, eram voltadas essencialmente para os
membros da coletividade judaica, transparecendo certo caráter corporativista.
Igualmente, há menções a outras associações judaicas existentes na cidade: são feitos
pedidos de cooperação e troca de recados entre, por exemplo: Maternidade de São Paulo,
Agremiação Feminina “Nosso Grupo” de São Paulo (também de mulheres judias), Linath
Hatzedek, Associação dos Israelitas Poloneses e Sport Club Israelita, EZRA (Sociedade
Israelita Amigos dos Pobres), Sociedade Sionista, Sociedade Beneficente das Damas Israelitas
do Rio de Janeiro, Agência Israelita Rerem Haissod, Sociedade Macabé, Sociedade Polonesa,
Hospital Alemão e Sanatório Santa Catarina e União das Instituições Israelitas.
Devemos apontar também para o volume diminuto de fontes remanescentes das
atividades da Sociedade das Damas Israelitas: em comparação com o volume documental da
outra organização que trataremos a seguir, a Organização Feminina Israelita de Assistência
Social (OFIDAS), a documentação da Sociedade deixa entrever apenas um pouco de suas
atividades e pessoas que nela estavam envolvidas. Pelas atas podemos obter informações sobre
suas características gerais, entretanto, não temos informações maiores sobre as pessoas que por
ela eram auxiliadas, por exemplo. Mesmo assim, as informações obtidas – e mesmo a ausência
de uma documentação mais ampla e diversificada – acabam por lançar algumas possibilidades
e hipóteses no desenvolvimento de uma ideia da formação de redes sociais judaicas na São
Paulo do alvorecer do século XX: podemos depreender que a Sociedade das Damas teve em
seus primeiros anos um caráter mais ou menos incipiente e, que com o decorrer do tempo, foi
expandindo suas atividades e profissionalizando-se. O estabelecimento numa sede fixa, a
criação de uma creche e o ato de fundir-se em 1940 com outras duas sociedades de
benemerência judaicas aponta para um processo de fortalecimento das atividades assistenciais
dentro da comunidade judaica paulistana. Um fator que pode explicar esse processo é o aumento
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do número de imigrantes israelitas que chegavam em solo brasileiro nas primeiras décadas do
século XX e, mais especificamente, a partir das décadas de 1920-30, um outro perfil de
imigrante aqui aportava e demandava auxílio: os refugiados3.
Assim, em maio de 1940 ocorre uma assembleia geral extraordinária que delibera a
fusão da Sociedade das Damas com o “Lar da Criança Israelita” e a “Gota de Leite B’nai B’rith”
(CDM, 1940). Não há registros que expliquem claramente os motivos de tal fusão, entretanto,
podemos supor que se trata de um processo de unificação de obras israelitas centradas no auxílio
à mulher judia pobre e seus filhos. Novamente recorrendo ao estudo de Bernasconi, podemos
traçar um paralelo ao caso ítalo-argentino no que tange ao surgimento das “associações étnicas”.
Esta autora aponta que:
Si los últimos veinte años del siglo XIX vieron el auge de la expansión de las
asociaciones, la segunda década del siglo XX estaria marcada por los mayores
esfuerzos de aglutinamiento, concretados en dos hechos destacables: la constitución
de la Federación de Asociaciones Italianas (Feditalia) y la agrupación de un conjunto
de sociedades de socorros mutuos em la Associazione Italiana di Mutualità ed
Istruzione (AIMI). (BERNASCONI, 2006)
No caso aqui estudado, não se trata exatamente do surgimento de uma federação4, mas,
além do “esforço de aglutinamento” em torno de uma “Organização Feminina”, essa fusão de
associações pode ser entendida também como um processo de reforço das atividades de
benemerência. Visto que desta fusão entre Sociedade de Damas, Lar da Criança e Gota de Leite,
resultará a OFIDAS, organização que, pela análise de sua ampla documentação, é possível
entrever uma expansão de atividades – como a criação de diversos departamentos dentro da
obra, a contratação de assistentes sociais e o desenvolvimento de toda uma gama de atividades
que apontaremos a seguir.
3 “Durante o período obscuro na Europa, os judeus deixaram de ser imigrantes espontâneos ou forçados para se
tornarem refugiados de guerra e de perseguições anti-semitas. A Europa Oriental e a Rússia foram responsáveis
por essa massa de refugiados para a América durante e pós-Segunda Guerra Mundial. A imigração se dirigiu para
as cidades do Rio de Janeiro, São Paulo, Porto Alegre e Belo Horizonte (sefaradim e Ashkenazim).” (PÓVOA,
2007: 80). 4 A Federação Israelita do Estado de São Paulo (FISESP) foi fundada apenas em 1946. In: Federação Israelita do
Estado de São Paulo – FISESP. Disponível em: https://www.fisesp.org.br/historia/
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Organização Feminina Israelita de Assistência Social – OFIDAS
A OFIDAS tem sua ata de fundação junho de 1940, quando assumiram a diretoria as
seguintes pessoas: Luba Klabin, Fanny Mindlin, Vera Proreskan, Bassia Dreizin, Emma Klabin,
Genny Hatopolsky, Mina Gantman, Luiza Klabin Lorch, Alice Kraus, Polly Saslavsky, Riva
Berezowsky, Dora Deutsch, Anna Gorenstein e Malvina Teperman (CDM, 1940). Assim,
podemos perceber que alguns sobrenomes permanecem à frente deste tipo de associação, como
o caso das Klabin (Luba, Emma, Luiza e Bertha), Gorenstein (Anna), Mindlin (Fanny),
Saslavsky (Polly) e Berezowsky (Riva), que compuseram as diretorias da Sociedade das Damas
e também da OFIDAS.
Em um Relatório de Atividades de 1942-43 da OFIDAS (CDM, 1942-43), há um
agradecimento às suas colaboradoras e um pequeno histórico das instituições que lhe deram
origem (Sociedade das Damas, Gota de Leite e Lar da Criança), bem como o nome das mulheres
que as fundaram e dirigiram durante anos. Neste relatório, percebemos a recorrência de alguns
sobrenomes – como, por exemplo, Klabin e Mindlin –, indicando que algumas famílias que
estavam presentes desde os tempos da Sociedade das Damas continuaram atuando na OFIDAS.
Podemos sublinhar também que a grande maioria são mulheres, reforçando assim o caráter
feminino da Organização, ademais, os sobrenomes de muitas indicam a origem ashkenazim5.
Aqui é importante apontar que a comunidade judaica tendia a congregar-se no novo território a
partir da fundação de associações/instituições também de acordo com suas origens: de acordo
com Marília Freidenson, “Por volta de 1915, judeus asquenazitas começam a organizar as
primeiras instituições religiosas e de auxílio aos imigrantes” (FREIDENSON, 2006: 186).
Assim, parece que a Sociedade das Damas e a OFIDAS eram duas Organizações fundadas e
mantidas principalmente por judeus ashkenazim.6 Este ponto indica um segundo aspecto do
associativismo étnico no caso dos judeus: o associativismo aqui tem relação não somente com
a origem étnica-religiosa comum (o fato de serem judeus), mas de lugar (judeus de onde),
5 Judeus da Europa oriental que falavam o idioma ídish. 6 Sobre o debate da suposta “incompatibilidade” entre judeus de diferentes origens Cf. FREIDENSON, Marilia.
Op. Cit., 2006.
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considerando que cada “região judaica” tem suas diferenças de ritos, de língua, enfim, de
culturas e modos de viver diversos.7
Ainda se tratando do Relatório de Atividades de 1942-43, este aponta que Berta Klabin,
Olga Nebel, Olga Tabacow e Luba Klabin foram sócias fundadoras da Sociedade das Damas e
ativas durante dezessete anos. Traz também uma lista de diretoras das Organizações que deram
origem à OFIDAS, pelo qual percebemos que boa parte das mulheres que trabalharam nas três
associações também continuaram envolvidas na OFIDAS. Sendo que algumas delas eram
pertencentes às mesmas famílias (Berta e Luba Klabin, Genny e Rosa Zlatopolsky).
Assim, pela análise geral da documentação, percebemos que ocorreram poucas
alterações nos diversos quadros diretores da OFIDAS durante seus anos de atividades, no
sentido de que são mais ou menos as mesmas mulheres que os compuseram. Ademais,
observamos também que o número de pessoas – e famílias, percebidas pela diversidade de
sobrenomes – aumentou consideravelmente em relação aos quadros diretores da Sociedade das
Damas. Isto aparenta estar ligado primordialmente à maior complexidade administrativa da
nova Organização, a OFIDAS. Dividida por áreas de atuação/departamentos, as atividades de
benemerência se ampliaram, o que sinaliza para um processo de complexificação ou mesmo
profissionalização de suas atividades. Entendemos como “profissionalização” a entrada de
profissionais na Organização, como pode ser observado em algumas referências à funcionários
na documentação consultada, como no Relatório de Atividades expedido pela Administração
da OFIDAS (CDM, 1966).
No que tange aos funcionários, conferimos alguns nomes/sobrenomes não
tradicionalmente judaicos. Aparenta-se haver aqui, uma “mistura” entre pessoas judias e não-
judias prestando serviço à OFIDAS. Ao contrário do que se verificou nos quadros diretores da
OFIDAS, os nomes e sobrenomes marcadamente judaicos não são absolutos. Assim, parece
7 “Existem judeus etíopes, indianos, iemenitas etc., mas aqui interessa falar dos que vieram ao Brasil. São Paulo
recebeu imigrantes judeus de várias procedências. Conforme o país de origem, falavam línguas diferentes, tinham
hábitos diferentes e características próprias na forma de praticar a religião. Entre eles havia dois grupos
predominantes: os asquenazitas e, em menor número, os sefaraditas. Essas denominações, de origem geográfica,
são relacionadas às regiões onde os judeus viveram ao longo de sua história.” (FREIDENSON, 2006:181).
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que era “à frente” da Organização, ou seja, na diretoria, que a presença judaica – e feminina –
se fazia mais efetiva.
Ainda no nosso caminho analítico, centraremos adiante na tentativa de diagnosticar
quem eram os atendidos pela OFIDAS. Declaradamente, a Organização tinha o objetivo de
prestar auxílio aos “necessitados da colônia”, primordialmente imigrantes recém-chegados que
não dispunham de condições materiais para sua vivência.
Num pequeno relatório do Lar da Criança Israelita (CDM, 1963) podemos conferir um
sucinto balanço da situação geral dos atendidos por este departamento da OFIDAS. Nele foram
registrados 66 casos, com a descrição de alguns aspectos financeiros de cada família: no quesito
moradia, 25 tinham “aspecto precário”, 27 “aspecto regular” e 14 “aspecto bom”. Sobre
situação financeira, 29 foram consideradas em estado precário, 28 regular, 7 boa e 2 muito boa.
Sobre mães trabalham, 35 trabalhavam fora do lar, 16 trabalhavam em casa, 3 tinham trabalho
parcial, 1 caso em que ficaram em dúvida e 11 mães que não trabalhavam. Em observação, é
apontado no documento que “As mães que não trabalham são as dos casos mais precários que
temos, inclusive algumas recebem ajuda do nosso Depto. de Assistência Social” (CDM, 1963).
Sobre o estado de saúde destas famílias, 10 foram apontadas como em situação precária.
Em 1959, foi realizado um levantamento sobre as famílias atendidas pelo Lar das
Crianças da OFIDAS que contavam com o auxílio de uma empregada. Assim, foram totalizadas
quinze famílias que possuíam empregadas em casa e que, simultaneamente, contribuíam com
alguma taxa/mensalidade para a OFIDAS.
Neste grupo de quinze famílias atendidas no final da década de 1950, seis vieram de
Israel, outras seis não tiveram origem informada, enquanto o restante veio de países diversos
da Europa e do oriente (Hungria, Alemanha, Holanda, Polônia e Egito). É importante sublinhar
que, apesar da independência do estado de Israel em 1948 ter atraído inúmeros judeus para o
novo estado nacional, os conflitos continuaram ao longo da primeira década do país e
colaboraram para a saída de alguns judeus de seu território. Pode-se observar também que
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algumas destas famílias, ao chegar no novo território, acabaram por praticar uma atividade
muito comum aos imigrantes judeus recém-chegados, o “mascatear”8.
Apesar de essas famílias não estarem nas melhores condições financeiras, todas
contavam com uma empregada e pagavam uma mensalidade à creche da OFIDAS (o Lar da
Criança). A “empregada” era geralmente uma menina menor de idade e que muito pouco
recebia de salário, entretanto, tais famílias aparentemente tinham que contar com seus serviços
visto que necessitavam de alguém para cuidar das tarefas domésticas e das crianças enquanto
os adultos passavam o dia fora no trabalho. A existência dessas “empregadas” nos lares de quem
também contava com o Lar da OFIDAS pode indicar um certo limite da capacidade de atuação
da Organização, mais especificamente, da creche.
Além do Lar da Criança, a OFIDAS oferecia uma Colônia de Férias a crianças
previamente selecionadas. Numa Relação de crianças recomendadas para a Colônia, podemos
obter alguns dados sobre as condições materiais e econômicas das famílias atendidas pela
OFIDAS (CDM, 1952-1970). Num grupo de sete famílias cujas crianças foram indicadas para
a atividade de lazer, o critério seletivo aparenta ser justamente a situação sócio financeira de
cada grupo familiar. Em tal documento, são trazidas algumas informações que indicam
situações de penúria de algumas famílias de origem judaica. Eram crianças de 6 a 13 anos de
idade, que não gozavam de boa situação de saúde (algumas com pais também doentes) e que
tinham condições econômicas e de habitação de “regulares” a “horríveis”. Uma família recebia
auxílio financeiro da EZRA (outra associação judaica) e da OFIDAS. Outras são apontadas
como recém-chegadas da Europa. Em três destas famílias, é indicado que suas crianças eram
“externas” do Lar das Crianças, indicando que provavelmente a creche contava com as
modalidades de externato e internato em seus serviços. A profissão predominante dos pais e
mães era de ambulante. Algumas famílias tinham filhos mais velhos, que já trabalhavam e
possivelmente contribuíam também na manutenção da casa.
8 “Com exceção dos que se estabeleceram nos projetos de assentamento rural, praticamente todos os judeus que
vieram para o Brasil nesta época foram suburbanos e um número muito grande viveu de mascatear, vender a
prestações.” (KIRSCHBAUM, 2000: 26).
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A maioria das Fichas de Matrícula do Clube de Férias (CDM, 1952) indicam o país de
origem dos pais das crianças selecionadas para o Clube e o lugar de residência das famílias.
Dentre as 26 fichas disponíveis que trazem tais dados, podemos perceber que todas habitavam
na região do bairro Bom Retiro. Estes dados indicam uma determinada “territorialização” das
pessoas atendidas pela OFIDAS: a maioria residia na região central de São Paulo que caiu no
senso comum como “bairro judeu”, o Bom Retiro. Ademais, a própria OFIDAS tinha sede neste
bairro.
Quanto ao país de origem, a maioria são poloneses e brasileiros (não se sabe se
naturalizados ou de nascimento): são nove casais poloneses, oito brasileiros (mais uma mãe
brasileira, sem informação sobre pai), dois casais russos, um casal sírio, um casal italiano, um
casal austríaco e três casais cujo pai e mãe são de países diferentes (alemão e polonesa, russo e
argentina e alemão e austríaca). Assim, podemos perceber que a maioria das famílias atendidas,
nesse caso, era de judeus ashkenazim (como os da Polônia, Áustria, Rússia e Alemanha), o que
corroboraria na hipótese de que essa associação étnica era, além de judaica, também
maiormente ashkenazim – tanto que no tange à sua diretoria, como vimos acima, quanto nos
sujeitos que por ela eram beneficiados. Entretanto, como veremos a seguir, um número
considerável de judeus vindos do oriente também foi atendido pela OFIDAS. Assim, podemos
considerar que o fator de ser sefaradim ou ashkenazim não determinava se o sujeito seria ou
não atendido pela OFIDAS.
Outra forma de trabalho importante para a OFIDAS era a concessão de auxílios
financeiros. Contrário às diretrizes das primeiras atividades da Sociedade das Damas, que não
priorizava auxílios dessa natureza, a prática aparentemente disseminou-se e tornou-se
importante no trabalho da Organização Feminina Israelita. Há uma lista de “Imigrantes
atendidos financeiramente pela OFIDAS desde janeiro de 1953” (CDM, 1949-1967: 1-3) que
traz 29 casos de famílias que receberam alguma quantia em dinheiro da associação. Abaixo
transcrevemos alguns deles:
“A. Arieli – Família composta de três membros: os pais e um filho de 6 anos de idade. São originais da
Alemanha. Moraram alguns anos em Israel e de lá foram para a Bolívia. Como ambos os pais queriam
trabalhar, Elisar, o filho, foi aceito em nossa creche. Frequentou a mesma durante um mês, tendo a
família se mudado para o interior. (...)
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F. Donat – Família composta de 4 membros, chegou em Setembro de 52 da Europa. O casal já é de
certa idade, tendo dificuldade para cuidar de seus dois filhos; Margarida com 4 anos de idade e Artur
com 2.
Margarida foi aceita em nossa creche em Fevereiro. Artur foi matriculado no nosso Depto. de Higiene
Infantil, recebendo Cr.$150,00 mensais.
O Sr. D. não conseguiu se ajustar no trabalho e a família necessita de ajuda de organizações para viver.
O Comité, não os pode ajudar mais, alegando que já estão há um ano do país. Recorreram agora a
Ofidas, pedindo uma ajuda mensal. (...)
B. Fridman – Viuva, com 3 filhos menores, chegou da Alemanha em Janeiro de 1953. Como estava
doente, foi por nós hospitalizada e operada, tendo sido gasto Cr.$500,00.
Dna. B. precisou alugar uma casa, onde exigiram 3 meses adiantado. Não foi atendida pelo Comité,
tendo recebido da Ofidas a importância de Cr.$11.200,00 para depósito e um mês de aluguel.
As duas crianças menores foram aceitas em nossa creche em Fev. de 1953, tendo ficado até Outubro
de 1953.” (CDM, 1949-1967: 1-2).
Logo, podemos obter mais detalhes sobre o tipo de trabalho da Organização Feminina
Israelita. Neste documento, vimos que os filhos de imigrantes eram encaminhados para a creche
(Lar da Criança) quando os pais necessitavam trabalhar ou tinham dificuldades para cuidar dos
mesmos. Ou, ainda, eram encaminhados para um outro departamento, o de Higiene Infantil. Os
pais doentes podiam ser hospitalizados e operados, o que nos aponta a existência de um serviço
médico que auxiliava não só as crianças, mas também os adultos. Além dos cuidados de saúde,
o auxílio financeiro podia cobrir também as despesas de moradia e alimentação. No mesmo
documento é apontado que “Não foram mencionados os casos onde não houve gastos
financeiros. Diversos foram encaminhados para emprego, médico, escola e receberam roupas”
(CDM, 1949-1967). Outro aspecto que deve ser ressaltado é a existência do “Comitê” (de
Urgência), ao qual os necessitados também recorriam, mas tinha caráter de ajuda imediata: só
atendia imigrantes recém-chegados e, após um ano de estadia no país, não concedia mais
auxílios. Podemos inferir que os que não conseguiam obter melhores condições de vida no novo
lugar ao longo do primeiro ano tendiam a recorrer à OFIDAS.
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Ainda no mapeamento de quem eram as pessoas atendidas pelas OFIDAS, encontramos
um documento sobre os casos de Israel, Marrocos, Egito e Hungria, atendidos entre janeiro e
março de 1957 (CDM, 1957). Tal documento ainda traz a seguinte observação: “Afim de fazer
frente ao trabalho que foi muito aumentado com os imigrantes de Marrocos, Israel e Hungria,
as funcionárias do Depto. de Assistência Social têm que fazer diversas horas extras” (CDM,
1957). Deste modo, podemos perceber que o trabalho de associações étnicas como esta também
estava ligado ao fluxo imigratório de cada período9. No caso dos judeus vindos do oriente,
Póvoa aponta que:
A imigração judaica para o estado de São Paulo teve suas levas imigratórias mais
significativas no final do século XIX e no início e primeira metade do século XX,
porém uma outra leva de refugiados do Oriente Médio chegou à cidade nos anos
1950 até 1960. Os maus tratos, os pogroms, as perseguições e as péssimas condições
de vida (pobreza extrema) foram as causas da chegada dos primeiros grupos de
judeus a São Paulo, bem como dos refugiados da Segunda Grande Guerra Mundial,
decorrentes da perseguição nazista, que vitimou seis milhões de inocentes, e da
acessão de Gamal Abdel Nasser ao Egito, na década de 1950, que também vitimou
centenas de milhares de judeus, que se refugiaram na capital paulista. (PÓVOA,
2007: 149).
Assim, somente durante os três primeiros meses do ano de 1957, foram atendidos pela
OFIDAS 17 imigrantes vindos de Israel, 8 do Marrocos, 4 do Egito e 1 da Hungria. Estes
receberam auxílio financeiro para alimentação, maternidade, dentista, aluguel e creche para as
crianças (CDM, 1957).
Também encontramos outra lista referente aos casos de Israel atendidos pela OFIDAS
no ano de 1958 que, além dos nomes, especifica quais foram vítimas do nazismo (88 pessoas)
e os que não o foram (15 pessoas) (CDM, 1949-1967). Assim, podemos perceber que a
associação étnica em questão tratou de prestar apoio nos aspectos materiais de adaptação dos
sobreviventes (pelo menos quando de sua chegada no novo território), revelando certa
responsabilidade com esse “tipo” específico de imigrante que, mais precisamente, passa a ser
denominado como “refugiado” ou “sobrevivente de guerra”, visto que este não emigra por
9 Sobre as diferentes ondas imigratórias judaicas para o Brasil, ver: PÓVOA, 2007: 77-138.
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escolha espontânea, mas sim porque se vê forçado a fazê-lo pela destruição de sua comunidade
prévia. Em outro documento, datado de julho de 1961, encontramos outra relação de pessoas
que estiveram em campo de concentração e foram atendidas pela OFIDAS: são sete casais,
chegados no Brasil entre 1953 e 1958, sendo naturais da Romênia, Polônia e Hungria (CDM,
1961).
Ainda sobre casos de Israel que procuraram a OFIDAS durante o ano de 1959, estão
listados 54 pessoas que chegaram no Brasil entre os anos de 1953 e 1959. Estes receberam
auxílio financeiro para manutenção, creche para as crianças, maternidade, roupas e dentista. Em
cada um destes casos, é apontado as despesas totais com cada família. Nesta listagem de 54
casos, só dois tiveram pedidos recusados (em ambos, a solicitação foi vaga na creche) (CDM,
1949-1967: 1-3).
Também é possível ter uma ideia do tamanho das famílias atendidas. Numa relação de
casos que estavam no Brasil há menos de um ano e que eram tratados pela OFIDAS, são
assinaladas 33 famílias que tinham entre 1 e 7 membros (CDM, 1949-1967). Quantidade não
muito diferente entre as famílias atendidas que se encontravam no Brasil há mais de um ano:
entre 23 grupos familiares, estes tinham de 1 a 8 membros cada (CDM, 1949-1967).
O documento que mais traz informações sobre cada sujeito assistido pela OFIDAS é
uma lista de pessoas consideradas vítimas de perseguição política, racial, religiosa e/ou
econômica (CDM, 1963). Num total de 134 pessoas, 31 delas tinha como país de origem a
Polônia, 42 a Romênia, 30 o Egito, 11 o Marrocos, 6 a Hungria, 2 a Rússia, 3 a Grécia e o
restante (com um caso de cada) eram da Lituânia, Turquia, Síria, Israel, Letônia, Alemanha,
Bulgária, Líbano, Iugoslávia e Bessarábia (atual Moldávia e Ucrânia). No quesito
nacionalidade, vários eram considerados apátridas (22 no total) ou tinham nacionalidade
diferente do país de origem (29 casos, como muitos que vieram da Romênia, mas tinham
naturalidade israelense). São todos sujeitos que chegaram no Brasil entre os anos de 1947 e
1963. Cada família tinha de um a oito membros e receberam assistência financeira e/ou serviços
da creche, escola, alimentação e higiene infantil e dentária.
Outra lista traz treze casos de mulheres com mais de sessenta e cinco anos de idade, que
também informa sobre seus países de origem, ano de chegada ao Brasil e situação econômica
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*Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Mestranda em História.
geral (CDM, 1956: 1-4). São mulheres que recebiam auxílio financeiro da Organização
Feminina, indicando mais uma vez a recorrência da concessão deste tipo de assistência. São
pequenos relatos que nos permitem entrever a situação de penúria em que alguns viviam mesmo
depois de muitos anos que haviam chegado ao Brasil. Alguns deles transcrevemos logo abaixo:
“A Sra. G. está no Brasil desde 1925. É viúva desde 1917. Dirigiu-se à Ofidas pela primeira vez em
1941. A situação financeira era precária; uma filha da Sra. G. estava separada do marido e tinha um
filho pequeno para cuidar. Mais tarde casou-se novamente mas a situação financeira não permitiu
ajudar a mãe; pelo contrário, como casou com um senhor que tinha dois filhos, a Sra. G. passou a
tomar conta do neto que era uma criança fraca. A Sra. G. não gozava de boa saúde; trabalhava um
pouco fazendo ligas de elástico que vendia na feira. Foi lhe concedido nessa época uma ajuda mensal.
Em 1955 passou a morar com um filho casado; o mesmo é uma pessoa muito nervosa, ganhando pouco
e sendo ajudado por sua esposa na manutenção da casa; ela faz acabamentos de casacos.
A Sra. G. recebeu durante todos esses anos ajuda financeira da Ofidas, sendo que no momento recebe
Cr.$600,00 mensais. É uma pessoa idosa e doente.” (CDM, 1956: 1)
“A Sra. Ro dirigiu-se à Ofidas pela primeira vez em 1943, solicitando ajuda financeira para sua
manutenção; tinha então 65 anos de idade. O Sr. R. estava nesse tempo internado no Sanatório Ezra
em São José dos Campos.
A situação financeira havia sido boa, pois o casal havia tido um hotel em Poços de Caldas.
Quando veio nos procurar a Sra. R. morava num porão sujo, escuro e abafado; tinha somente uma
cama e uma cadeira. O lugar era tão pequeno que mal dava espaço para suas pessoas ficarem de pé.
Nessa época ajudamos a Sra. R. a mudar para um quarto melhor e foi lhe dado uma ajuda financeira.
Não goza de boa saúde, sofrendo do coração; está quase sempre acamada, é surda. Em 1943 foi
internada num hospital para tratamento”. (CDM, 1956: 1)
“O caso é conhecido na Ofidas desde 1947. Naquela época a família já vivia em grande miséria, sendo
que o único filho que tinham, com 23 anos de idade, era muito doente. O Sr. S. também não gozava de
boa saúde.
A família recebeu da Ofidas durante dois anos ajuda para alimentação e em 1949 mudaram para
Santos.
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*Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Mestranda em História.
Em Abril de 1956 a Sra. S. veio nos procurar desesperada; devido à catástrofe de Santos (chuvas
torrenciais que derrubaram morros) teve que abandonar seu quarto, tendo vindo novamente para São
Paulo.
Seu filho faleceu no Sanatório Ezra e o Sr. S. acha-se agora internado lá.
A Sra. S. vive sozinha, recebendo da Ofidas uma ajuda mensal de Cr.$1.200,00 para sua manutenção.”
(CDM, 1956: 2)
Finalmente, por meio deste levantamento de informações sobre quem eram as pessoas
beneficiadas pela OFIDAS, percebemos que se tratava de um grupo amplo: de crianças a idosos,
mas todas em situação de penúria. Chegadas recentemente no país ou já tendo fixado residência
no Brasil há anos, as condições materiais de vida não melhoraram de imediato.
Destarte, sustentamos que no processo de formatação desta associação étnica, pode-se
diferenciar dois grupos bem distintos: o que a empreendia (diretoria, responsáveis por setores
e departamentos) e o que era assistido. Levantamos aqui a possibilidade de discutir sobre uma
pluralidade da comunidade judaica da cidade de São Paulo do século XX, que vai além da
origem religiosa comum.
Num primeiro momento, ao usar o termo “comunidade judaica”, uma ideia de unicidade
pode surgir, entretanto, as condições de vida de alguns sujeitos era bem distinta da imagem que
se tem no senso comum do judeu como sujeito financeiramente próspero e bem-sucedido. Tal
estereótipo que entrou no imaginário social pode ser entendido como uma representação
estanque que não permite atentar à pluralidade social e sobre as próprias relações de poder que
podiam surgir na relação entre benemerentes e atendidos. Acreditamos que as famílias que aqui
se estabeleceram não trilharam os mesmos caminhos e nem vieram com o mesmo capital
financeiro e cultural. Deste modo, não se trataria de uma comunidade homogênea, apesar da
religião comum.
Outra questão que também podemos levantar é se a existência das associações étnicas
de assistência social – no caso, a Sociedade das Damas e OFIDAS – expressaram, além dos
objetivos práticos da benemerência, simbolicamente o desejo de uma comunidade bem-
sucedida, que fosse capaz de passar para a sociedade não-judaica a imagem de um grupo
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socialmente coeso e solidário, no qual os mais bem resolvidos ajudassem aqueles imigrantes
que há pouco chegaram e/ou que se encontravam em situação de pobreza. Assim, acabando por
forjar um modo de agir em colônia próprio destes sujeitos e promovendo uma autoimagem de
grupo que “se preocupa com o seu semelhante”, numa busca de legitimação enquanto grupo
social.
Portanto, os grupos sociais aqui estudados são importantes à medida que nos permitem
entrever as formas da atuação das associações étnicas selecionadas, as suas trajetórias de
fundação à expansão e, finalmente, a própria configuração da comunidade judaica em solo
paulistano. Com o levantamento que neste trabalho realizamos, é possível, ademais, somar à
visão sobre a experiência da imigração judaica no Brasil.
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