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Nesta sexta, 16, o convidado especial do Batalhão de Sambistas é o sambista Elton Medeiros, que realiza homenagem a Escola de Samba Aprendizes de Lucas. A apresentação tem início às 22h e a entrada é de R$ 15.
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Homenagem à
Aprendizes de LucasTuco, Batalhão de Sambistas e Elton Medeiros
A imensa beleza contida em composições nascidas da inspiração
de sambistas de Escolas de Samba já fez com que páginas de
ouro fossem registradas na história da música popular brasileira.
Da Mangueira, um Cartola. Da Portela, um Paulinho da Viola. Do Império Ser-
rano, uma Dona Ivone Lara. Mas de agremiações consideradas pequenas - e
hoje já extintas – também saíram nomes de extremo valor: da modesta Apren-
dizes de Lucas veio um destacado nome, Elton Medeiros.
Aos 81 anos de idade, o sambista - parceiro de Cartola e Paulinho da Vio-
la - se apresenta nesta sexta-feira, 16 de dezembro, no Clube Anhangüera.
O espetáculo, em formato de roda de samba, será norteado por uma inédita
homenagem a Escola de Samba Aprendizes de Lucas. Quem acompanha o
mestre é o conjunto Batalhão de Sambistas (capitaneado por Tuco). Tais mú-
sicos realizam amplo trabalho de pesquisa de repertório, garimpando dezenas
de antigos sambas de terreiro, muitos inéditos.
A Escola de Samba Aprendi-
zes de Lucas foi fundada em
15 de novembro de 1932, no
bairro carioca de Parada de Lucas. Era
uma Escola pequena, mas com grandes
compositores, que fizeram com que, por
duas oportunidades – em 1950 e 1951
– fosse alcançado o vice-campeonato
no carnaval carioca. Ostentava as cores
verde e branca, tinha um leão como sím-
bolo e São Sebastião como padroeiro.
Elton Medeiros, seu irmão Aquiles, Jo-
acyr Santana e Antonio Fontes, o Colher,
despontavam como grandes composito-
res. A Ala de Compositores da Aprendi-
zes de Lucas, inclusive, era tão organiza-
da que foi convidada para ser madrinha
da Ala de Compositores da Portela,
agremiação reconhecida como um dos
maiores celeiros de bambas de todo o
Rio de Janeiro.
G.R.E.S.
APRENDIZESDE LUCAS
Entre outros bons compositores desta valorosa Ala, estavam os nomes de Tolito, Nelson
Pechincha, Ledir, Baianinho, Nilton Russo, Carlinhos Madrugada, Zeca Melodia, Auste-
clínio Silva, Demetrio Garcia, Aguinaldo dos Santos, Maurício Barbosa, Iris dos Santos e
Ary Valério.
Separada pelo trilho de trem da Estrada de Ferro Leopoldina, outra Escola de Samba,
a Unidos da Capela, rivalizava e confraternizava com a agremiação alviverde. Em 1966,
depois de mais de três décadas de disputa, as duas agremiações fundiram-se. Nascia a
Unidos de Lucas, apadrinhada por Vinícius de Morais e Elizeth Cardoso. Os antigos car-
navais da Aprendizes de Lucas, no entanto, ficaram para sempre registrados na história
do carnaval carioca.
É hora de relembrar
estes sambas, estes
compositores, esta
Escola de Samba.
Em 1965, o jovem Elton Medeiros já era parceiro de Cartola e nome de respeito
dentre os compositores de Escola de Samba do Rio de Janeiro. Prestigiado,
participou do espetáculo “Rosa de Ouro” – ao lado de nomes como Clementina
de Jesus, Aracy Côrtes, Paulinho da Viola, Nelson Sargento, entre outros -, onde cantou
este verso que ilustra seu sentimento pela agremiação da Parada de Lucas.
Eu sou o Elton de Lucas e saio nos Aprendizes, onde todos que vivem no samba, no meio de bambas, são muito felizes”.“
Elton Medeiros
Elton Medeiros cresceu em uma família de músicos e aprendeu cedo a tocar trombone.
Foi com uma caixa de fósforos nas mãos e muita inspiração na cabeça que compôs
temas clássicos – como o samba “O Sol nascerá”, junto com Cartola – e gravou seu
nome na história da MPB.
Ao longo das décadas, gravou 18 álbuns, entre individuais e participações com outros
sambistas e conjuntos como “A Voz do Morro”, “Os Cinco Crioulos” e “Rosa de Ouro”.
Em 2010, celebrou 80 anos com homenagens e espetáculos especiais.
Agora, aos 81, é ele quem promove uma homenagem. À Aprendizes de Lucas. Pela
primeira vez.
Tuco & Batalhão de
Sambistas
Agora é hora de Elton Medeiros mostrar porque seu nome mere-ce uma placa dourada em nossa
memória musical.
O formato de roda de samba privilegia músicos acostumados com os conjuntos
regionais. Cordas, couro e coro: é assim que os antigos sambistas faziam e
é assim que estes representantes da nova geração fazem.
O Batalhão de Sambistas, liderado pelo excelente “crooner” Tuco, lançou, em 2010,
o disco “Peso é Peso”, cantando sambas de terreiro das antigas de algumas das mais
representativas Escolas de Samba do Rio de Janeiro (Portela, Mangueira, Império Serra-
no, Salgueiro e Deixa Falar). Contando com a participação especial de Monarco, Nelson
Sargento e Cristina Buarque, o disco, um dos mais relevantes lançamentos dos últimos
anos, tirou do baú, inclusive, alguns belos sambas até então inéditos.
Neste ano, o conjunto passou a realizar alguns espetáculos – sempre no formato de
roda de samba, onde a espontaneidade dos sambistas pode transparecer e a emoção
pode envolver, de forma plena, os presentes – com “monstros sagrados” da música
brasileira no Clube Anhangüera.
o clube
AnhangüeraF
undado em 1º de janeiro de 1928,
a Associação Atlética Anhangüe-
ra já abrigou muitos bailes, rodas
de samba e partidas memoráveis da
várzea paulistana. Desde 2007, pelas
mãos do incansável batalhador Arthur
“Favela” Tirone, o espaço voltou a ser
um reduto do samba.
Com o “Projeto Anhangüera dá Sam-
ba!”, sambistas de vários cantos, de
diferentes estilos e gerações marcaram
presença no espaço: ao lado dos con-
sagrados Germano Mathias, Oswaldi-
nho da Cuíca, Délcio Carvalho e Wilson
das Neves, também se apresentaram
nomes da nova geração como Paula
Sanches, Edu Batata, Kiko Dinucci e
Douglas Germano.
Em 2011, o clube recebeu a homena-
gem ao centenário de Francisco San-
tana, acolhendo sambistas de todo o
Brasil. Neste mesmo ano, Tuco e seu
Batalhão de Sambistas passaram a
se apresentar ali: Monarco, Francine-
th, Adriana Moreira e Wilson Moreira já
passaram pelo Clube Anhangüera, en-
cantando os espectadores.
Eis que é chegada a hora da esperada
homenagem de Elton Medeiros à Esco-
la de Samba Aprendizes de Lucas.
Tuco, Batalhão de Sambistas e Elton Medeiros homenageiam Aprendizes de Lucas
Quando: Sexta-feira, 16 de dezembro, às 22hQuanto: R$ 15Local: Clube AnhangüeraEndereço: Rua dos Italianos, 1261 – Bom Retiro – São Paulo/SP
Texto: André Carvalho
Diagramação: Anderson Meneses