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Turismo e acessibilidade na cidade do Rio Grande

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Livro de Juliana N. Gonçalves de Lima, professora do curso de Bacharelado em Turismo Binacional da Universidade Federal do Rio Grande

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TURISMO E ACESSIBILIDADE NA CIDADE DE RIO GRANDE:

análise da oferta turística para cadeirantes

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Juliana Niehues Gonçalves de Lima

TURISMO E ACESSIBILIDADE NA CIDADE DE RIO GRANDE:

análise da oferta turística para cadeirantes

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LIMA, Juliana Niehues Gonçalves de

Turismo e acessibilidade na cidade de Rio Grande: análise da oferta turística para cadeirantes / Juliana Niehues Gonçalves de Lima - Rio Grande: Pluscom, 2010

61p. ISBN 978-85-62983-02-3

1. Ciências Sociais 2. Turismo 3. Acessibilidade I. Título

CDD 338

© 2010 Juliana Niehues Gonçalves de Lima. Todos os direitos reservados

Capa e projeto gráfico: Plus Propaganda - www.pluspropaganda.com

Editoração eletrônica: Pluscom Editora

2010

Todos os direitos desta edição reservados à

PLUSCOM COMUNICAÇÃO LTDARua 19 de Fevereiro, 550 / 301 - Centro

96200-490 Rio Grande - RS - BrasilTelefone e fax: (53) [email protected]

www.editora.pluspropaganda.com

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SUMÁRIO

Apresentação, 7

1 INTRODUÇÃO, 92 ACESSIBILIDADE, 133. TURISMO E INCLUSÃO SOCIAL, 194. RIO GRANDE E SUA OFERTA TURÍSTICA, 235. TURISMO E ACESSIBILIDADE EM RIO GRANDE, 29 5.1 Organização das entrevistas, 29 5.2 Análise das respostas às entrevistas, 30 5.2.1 Hotéis, 30 5.2.2 Atrativos Turísticos, 32 5.2.3 Guias de Turismo, 33 5.3 Análise geral dos dados, 336. CONSIDERAÇÕES FINAIS, 37

Bibliografia, 41

Apêndice, 45

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APRESENTAÇÃO

“Os que negam liberdade aos outros não merecem liberdade”

Abraham Lincoln

As pessoas com as mais diversas deficiências sofrem discrimina-ção por parte da sociedade e ainda são excluídas de muitos espaços e atividades. A segregação vai de encontro à dignidade humana e impede a construção de uma sociedade mais justa e igualitária.

Esse estudo objetiva mostrar o levantamento da acessibilidade a cadeirantes, no que se refere ao Trade Turístico, efetuado na cidade de Rio Grande. A metodologia empregada consiste na pesquisa bibliográfi-ca, na realização e análise de entrevistas direcionadas a alguns dos agen-tes envolvidos com o Turismo. São eles: representantes da rede hoteleira e dos atrativos turísticos e os guias de turismo receptivo. A cidade de Rio Grande constitui-se em um importante cenário de práticas turísticas, e foi a partir de análises teóricas e práticas que buscou-se diagnosticar as condições de acessibilidade a cadeirantes no referido município, con-centrando-se na oferta turística do Trade.

Acredita-se que o turismo pode vir a ser uma fonte importante nas ações de inclusão social. Ações estas que precisam ser concretizadas para que a pessoa com deficiência saia de um estado de segregação social para uma maior integração na sociedade. É preciso mudar a concepção de que o deficiente físico, em especial o cadeirante, precisa sempre do auxílio de outrem e dar-lhe condição para sua independência. Os espa-ços precisam ser planejados para atender as necessidades de todos sem discriminação.

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1. INTRODUÇÃO

O turismo é um fenômeno social que consiste no desloca-mento voluntário e temporário de indivíduos ou grupo de pessoas que, fundamentalmente por motivos de recreação, descanso, cultura ou saúde, saem do seu local de residência habitual para outro, no qual não exercem nenhuma ativi-dade lucrativa nem remunerada, gerando múltiplas inter-relações de importância social, econômica e cultural. (De la

Torre apud Margarita Barreto, 2001,13)

O turismo vem sendo considerado uma atividade valiosa para o desenvolvimento social e econômico de um país, pois contribui efeti-vamente para o aumento do número de empregos diretos e indiretos, proporcionando assim, uma melhora na renda familiar. Essa atividade oportuniza a muitos desempregados voltarem ao mercado de trabalho, que está muito mais dinâmico e competitivo. O desenvolvimento des-se setor é uma alternativa para a arrecadação de insumos, melhoria na infra-estrutura local e na qualidade de vida dos cidadãos.

Para isso é preciso que cada vez mais se invista em infra-estrutura, em mão-de-obra qualificada e na diversificação dos serviços oferecidos para atender essa demanda crescente. Para satisfazer essa clientela cada vez mais exigente é necessário um bom planejamento turístico do local e eficácia na sua execução. É preciso ir muito além de suprir as neces-sidades básicas dos turistas. Torna-se essencial além de garantir estas, primar pelo conforto e proporcionar entretenimento, garantindo que os elementos menos palpáveis como a cultura, a religiosidade e os costu-mes locais sejam desfrutados da melhor forma possível.

Aborda-se, aqui, o fenômeno turístico e sua relação com o prin-cípio da inclusão social, visando a diagnosticar a capacidade que a área central da cidade de Rio Grande, no que se refere à atividade turística,

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possui de receber um segmento específico de pessoas, no caso, os cadei-rantes, que necessitam de aparatos específicos para exercerem a prática do turismo com dignidade e podendo abdicar da ajuda de outrem.

Também, essa análise busca trazer à tona o tema da acessibilida-de, abordado conceitual e teoricamente, mas, que na prática, está muito aquém das expectativas, principalmente das pessoas diretamente afeta-das, que são os cadeirantes. O termo cadeirante é usualmente emprega-do e faz referência a um tipo específico de deficiente, a pessoa em cadeira de rodas. Observe-se que garantir que os direitos de todos os cidadãos sejam gozados de forma justa e igualitária é um dos artigos de nossa Constituição Federal.

Para as pessoas sem deficiência as barreiras arquitetônicas − qualquer elemento natural, instalado ou edificado que impeça a apro-ximação, transferência ou circulação no espaço, mobiliário ou equipa-mento urbano − ausência de rampas, banheiros com espaços limitados, transportes coletivos sem adaptação aos deficientes, entre outros, não são problemas e, muitas vezes, essa limitação nem é percebida. Porém, tratam-se de obstáculos diários para os deficientes físicos que se aventu-ram em transitar pelas cidades.

Limita-se ou por vezes exclui-se o cadeirante de usufruir espaços de uso comum − espaços, salas ou elementos externos ou internos que são disponibilizados para o uso de um grupo específico de pessoas − ou ainda, uso público − espaços, salas ou elementos externos ou internos que são disponibilizados para o público em geral − por não atenderem às necessidades dessa pequena, mas não menos importante, parcela da população, que merece e tem o direito de ser respeitada. Buscando essa igualdade, é preciso proporcionar a integração social do deficiente.

Este estudo foi realizado na cidade de Rio Grande, situada no es-tado do Rio Grande do Sul, focando a área central do município porque nela concentra-se um maior fluxo de atividades turísticas, localizando-se os principais hotéis e atrativos turísticos. Também é o espaço onde os guias de turismo receptivo mais trabalham. Todos estes lugares estão contemplados nos roteiros turísticos oficiais da cidade.

Quanto à metodologia optou-se por realizar entrevistas aos seg-mentos do Trade Turístico. Delimitou-se a área de abrangência do Tra-de a fim de focar o estudo na zona onde se concentra a maioria das ativi-dades voltadas ao turismo.

Entrevistou-se representantes de três hotéis e de três atrativos tu-rísticos e também quatro guias de turismo.

Como parâmetro da escolha dos hotéis foram selecionados os que

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possuíam mais estrelas (segundo a classificação da EMBRATUR). A es-colha dos atrativos turísticos deveu-se ao recebimento de um volume expressivo de visitantes. Quanto aos guias de turismo optou-se pelos que trabalhavam diretamente com o turismo receptivo.

Segundo Gil (1994, p.43) a pesquisa é “um processo formal e sis-temático cujo objetivo fundamental é descobrir respostas para pro-blemas mediante o emprego de procedimentos científicos”. A partir de análises teóricas e práticas o estudo levanta dados quanto à acessibilida-de da oferta turística da cidade de Rio Grande, diagnosticando em que situações se encontram os segmentos do Trade Turístico no que se refere à recepção de cadeirantes enquanto turistas.

Para a coleta de informações realizou-se entrevistas, respondidas por representantes dos estabelecimentos e pelos guias de turismo. Com os resultados obtidos com as mesmas pretendeu-se verificar as condi-ções que a área central de Rio Grande possui de atender às necessidades dos cadeirantes quando os mesmos estão praticando turismo. A coleta dos dados aconteceu durante o mês de junho de 2007.

Depois de coletados, os dados foram analisados, chegando-se aos resultados apresentados ao final.

Como embasamento para as questões formuladas sobre acessibili-dade utilizou-se as normas da ABNT e para eventuais dúvidas dos entre-vistados disponibilizou-se parte das normas relevantes ao estudo.

Segundo Luna (1996, p.15), “essencialmente, pesquisa visa à pro-dução de conhecimento novo, relevante teórica e socialmente e fidedig-no”. Seguindo essa linha, soma-se à relevância do trabalho o fato de Rio Grande não dispor de bibliografia a respeito do tema sobre a acessibili-dade e o turismo. Este trabalho pretende contribuir, também, para que o Trade Turístico se proponha a ampliar suas ações incluindo este seg-mento da população como um cliente em potencial. Essa contribuição dar-se-á com o retorno dos resultados às pessoas e/ou estabelecimentos que participaram das entrevistas.

A seguir expõe-se os números de deficientes no Brasil e no mundo, em seguida reflete-se acerca da acessibilidade no Brasil. Disserta-se a respeito da inclusão social no Turismo e discute-se a propósito de con-ceitos ligados à acessibilidade, analisando a oferta turística na cidade de Rio Grande.

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2. ACESSIBILIDADE O Decreto federal nº 914/93 reconhece a pessoa com deficiência

como sendo “(...) aquela pessoa que apresenta, em caráter permanente, perdas ou anomalias de sua estrutura ou função psicológica, fisiológica ou anatômica, que gerem incapacidade para o desempenho de ativida-des, dentro do padrão considerado normal para o ser humano”.

Cada ser humano tem suas peculiaridades. Precisa-se respeitar as diferenças da pessoa com deficiência, que não podem ser negadas, e sim, precisam ser reconhecidas para que cada vez mais debata-se acerca deste assunto. Mas, também, é preciso ir além das palavras: ações pre-cisam ser concretizadas para que a realidade dos deficientes saia de um estado de segregação social, para uma maior integração na sociedade, contribuindo para sua qualidade de vida.

Dentre os tipos de deficiências reconhecidas pelo IBGE (Censo 2000) chegou-se ao número de 24,5 milhões de habitantes brasileiros. Esse número corresponde a 14,5% da população. Trata-se de uma ex-pressiva parcela da sociedade.

Respeitando as diferenças entre os países desenvolvidos e em desenvolvimento, tanto a realidade mundial quanto a brasileira é de ex-clusão, isso porque dentre inúmeros fatores, o preconceito está presente nas sociedades de uma forma geral. A falta de oportunidades de estu-do, de qualificação e de empregabilidade para os deficientes faz parte do quadro mundial. Para ratificar a idéia de exclusão em países desenvolvi-dos, uma pesquisa do Banco Mundial (2007) afirma que: “nos Estados Unidos, a taxa de desemprego dos deficientes está próxima a 70%.” No mesmo documento, o Senador americano Tom Harkin observa que “in-felizmente, as barreiras enfrentadas pelos portadores de deficiência aqui na América, as barreiras do isolamento, da exclusão, da baixa expectati-va, são encontradas no mundo inteiro (...)” .

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Em nível mundial, algumas ações estão sendo realizadas em prol das pessoas com deficiência. Segundo o CEDIPOD (Centro de Documen-tação e Informação do Portador de Deficiência), uma delas é o Programa de Ação Mundial para as pessoas deficientes que tem como objetivos:

“(...) promover medidas eficazes para a prevenção da defi-ciência e para a reabilitação e a realização dos objetivos de “igualdade” e “participação plena” das pessoas deficientes na vida social e no desenvolvimento(...)”. Estes princípios devem ser aplicados com o mesmo alcance e a mesma ur-gência em todos os países, independentemente do seu nível

de desenvolvimento.”

Porém, acredita-se ser uma utopia considerar que países em diferentes níveis de desenvolvimento consigam obter a mesma aplica-bilidade. Pois os níveis de gestão governamental são diferentes, os de conscientização da população também o são, entre tantos fatores que tornaria praticamente inviável o programa.

Nos países em desenvolvimento é onde o problema se agrava, não só quantitativamente, mas, qualitativamente já que, muitas vezes, à deficiência soma-se a enorme desigualdade social: fato é que a realidade das pessoas deficientes está em contextos e níveis diferentes tanto eco-nômica e socialmente, quanto em âmbito político-cultural, tendo como resultado mais de 66% dos deficientes residentes em países em desen-volvimento como identifica o Banco Mundial (2007):

“(...) o banco mundial e seus parceiros buscaram fortalecer as parcerias e a cooperação global visando ”desbloquear” as oportunidades para mais de 600 milhões de pessoas defi-cientes no mundo inteiro, das quais 400 milhões vivem nos

países em desenvolvimento” .

Conforme estudos da Organização Latino-Americana de Saúde, o índice de deficiência no Brasil é maior do que o de outros países de ter-ceiro mundo: “as causas de deficiência são, de um lado, epidemias, sub-nutrição, falta de saneamento básico, prevenção e, de outro, problemas gerados pela violência urbana: assaltos com arma branca e arma de fogo, acidentes de trânsito”. (LIMA, 2006, s/p)

Sendo assim, as barreiras encontradas fazem com que a maioria dos deficientes desista de buscar por oportunidades de inserção no qua-dro econômico e social e continue à margem da sociedade. Daí cruzam-se fatos que são geradores de exclusão social: por exemplo, a deficiência

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e a pobreza. Dentre as inúmeras dificuldades a que os deficientes são submetidos está, como já referida anteriormente, a de empregabilidade. Desempregado, o deficiente não contribui com a renda familiar resultan-do em uma defasagem econômica. Esse quadro é comumente observa-do. Então, o indivíduo é duplamente estigmatizado: por ser pobre e pela deficiência.

Grande parte das pessoas não têm o conhecimento a respeito do tema e devido, muitas vezes, a essa ignorância, acabam por discriminar os deficientes e, consequentemente, por excluí-los das inter-relações co-muns às pessoas sem deficiência.

Deficiência é considerada a “redução, limitação ou inexis-tência das condições de percepção das características do ambiente ou de mobilidade e de utilização de edificações, espaço, mobiliário, equipamento urbano e elementos, em

caráter temporário ou permanente” .(ABNT, 2004, p.3)

A deficiência física não deveria ser um problema social, mas ela se torna um à medida que a partir desta deficiência surgem o preconceito, a discriminação e a segregação. Porém, em plena era de avanços tecnoló-gicos, onde a informação é disponível para grande parcela da população, muitas vezes, fecha-se os olhos a esta situação.

A responsabilidade de garantir os direitos básicos dos deficientes é primeiramente do governo. Mas a sociedade tem um papel fundamen-tal nesse processo: precisa enxergar além das limitações, e darem-lhes condições de demonstrarem suas habilidades e toda a sua potencialida-de.

Na CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL, promulgada em 1988, constam os seguintes princípios:

Art. 1.º A República Federativa do Brasil, formada pela união in-dissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado democrático de direito e tem como fundamentos:

I - a soberania;II - a cidadania;III - a dignidade da pessoa humana; (...)Art. 3.º Constituem objetivos fundamentais da República Federa-tiva do Brasil:I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;II - garantir o desenvolvimento nacional;

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III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigual-dades sociais e regionais;IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. (2007, s/p)Observa-se que os direitos de todos os cidadãos estão garantidos

por lei na Constituição Federal. Então, pode-se concluir que o descaso para com os deficientes físicos é consequência, por exemplo, da falta de cumprimento dessa lei existente.

Também a sociedade tem sua responsabilidade ao desrespeitar as diferenças de seus semelhantes. O Brasil deveria possuir uma ideia de cidadania mais inclusiva, onde abrangesse todos os cidadãos, tanto as pessoas sem dificuldade de locomoção quanto os cadeirantes, pois a ver-dade é que estes não são contemplados com os direitos salvaguardados em nossa Constituição e são excluídos das mais diversas atividades, in-clusive o lazer, a diversão e o entretenimento.

Basta sair às ruas para se notar os desníveis do calçamento, a fal-ta de rampas de acesso às calçadas, entre tantos outros obstáculos por que passam os cadeirantes na busca por realizar quaisquer atividades, até mesmo rotineiras. Percebe-se uma enorme negligência do poder público em não fiscalizar irregularidades a respeito da questão da aces-sibilidade e do setor privado em não direcionar serviços específicos para os mesmos.

Na legislação brasileira há uma série de medidas que protegem as pessoas com alguma deficiência, mas, na maior parte das vezes, no Bra-sil, a legislação não é respeitada.

O Governo garante o atendimento prioritário às pessoas com defi-ciência, em órgãos públicos, em empresas prestadoras de serviços públi-cos e financeiras. No intuito de garantir a livre e independente circulação de todo e qualquer cidadão, decreta-se que os projetos arquitetônicos e urbanísticos devem seguir os princípios do desenho universal que é “aquele que visa a atender à maior gama de variações possíveis das características antropométricas e sensoriais da população”. (ABNT, 2004, p.3). Garante, também, rebaixamento de calçadas ou elevação da via para travessia de pedestre em nível. Define que as informações visu-ais têm que estar em altura acessível a todas as pessoas. Discorre a res-peito das condições de acessibilidade das cabinas telefônicas, botoeira dos elevadores e dos semáforos.

A ampliação, construção ou reforma tem que garantir pelo menos uma entrada de acesso que tenha conexão com todas as partes de uso

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público e livre de barreiras e obstáculos que impeçam ou dificultem o acesso. Balcões de atendimento e bilheteria precisam atender as necessi-dades dos cadeirantes. Os teatros, cinemas, auditórios e similares preci-sam dispor de pelo menos dois por cento da lotação do estabelecimento para pessoas em cadeira de rodas em locais diversos com boa visibilida-de e que garantam pelo menos um lugar para o acompanhante.

Ainda, em condições gerais, determina que os transportes coleti-vos são considerados acessíveis quando garantem o seu uso pleno com segurança e autonomia a todas as pessoas, seguindo o princípio do dese-nho universal. Garante espaços de atendimento, assentos preferenciais e meios de acesso devidamente sinalizados para o uso das pessoas com deficiência. Promove a informação acerca das deficiências e formas de acessibilidade. Como também, a educação e formação, e condições de trabalho aos deficientes físicos. Enfim, essas são algumas das muitas regulamentações que visam a garantir os direitos de acessibilidade da pessoa com deficiência.

Destaca-se que acima foram citadas apenas algumas medidas de-cretadas (Decreto nº 5.296, 2004) pelo Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva.

No Brasil existem algumas associações que trabalham em prol das condições de acessibilidade universal. Citar-se-á algumas e seus objeti-vos principais.

A CORDE (2007), ou seja, a Coordenadoria Nacional para a In-tegração da Pessoa Portadora de Deficiência, luta pelos direitos, busca promover a cidadania e é responsável pela gestão de políticas voltadas para integração da pessoa com deficiência.

O CONADE (2007) que é o Conselho Nacional dos Direitos da Pes-soa Portadora de Deficiência e tem como principal competência acom-panhar e avaliar o desenvolvimento da Política Nacional para Integração da Pessoa Portadora de Deficiência e das políticas setoriais de educação, saúde, trabalho, assistência social, transporte, cultura, turismo, despor-to, lazer, política urbana, dirigidas a este grupo social.

Já o CEDIPOD (2007) − referido anteriormente − tem o objetivo de socializar a informação, principalmente no que se refere ao Direito Civil da Pessoa com Deficiência, estimulando o processo de conscienti-zação para o pleno exercício da cidadania.

O Instituto Paradigma (2007) tem a missão de promover a inclu-são social das pessoas com deficiência, construindo soluções e serviços, para ampliar o exercício da cidadania.

O Instituto Brasileiro de Defesa dos Direitos da Pessoa Portadora

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de Deficiência − IBDD − (2007) luta pela inclusão social de pessoas com deficiência atuando no processo de construção da cidadania com ênfase em três elementos: Mercado de Trabalho, Direito e Esporte.

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3. TURISMO E INCLUSÃO SOCIAL

Proporcionar a inclusão social aparece como uma das premissas do Ministério do Turismo cuja “missão é desenvolver o turismo como uma atividade econômica sustentável, com papel relevante na gera-ção de empregos e divisas, proporcionando a inclusão social”, porém, ainda que vivendo sobre as mesmas legislações e dentro de um mesmo modelo econômico-social, a sociedade não desfruta dos benefícios do ca-pitalismo da mesma forma. Cada vez mais se fala em inclusão social e na diversidade social. Também, na promoção pela igualdade de condições e oportunidades às pessoas com deficiência, mas, na atualidade, tem-se um modelo de desenvolvimento bastante contraditório: vive-se num quadro geral de grandes avanços tecnológicos, grandes investimentos e bens e serviços cada vez mais sofisticados, porém, não são todas as pes-soas que têm acesso a essa modernização.

O modelo capitalista, que visa o acúmulo de capital, tem como seu objetivo produzir com menor custo para obter o maior lucro possível, sem preocupar-se com as consequências disto para a sociedade como um todo.

A atividade turística se desenvolve também neste contexto de in-clusão e exclusão: “o turismo, visto exclusivamente como negócio, fun-ciona, muitas vezes, reproduzindo as desigualdades e concentrando ainda mais renda em poucas mãos. ” (FERREIRA, 2006, p.52)

Segundo a WTTC - World Travel and Tourism Council (2007, p.1),

“em 1999 a ‘indústria’ de viagens e turismo estava empre-gando direta e indiretamente 200.000.000 de pessoas no mundo(...) sendo que cerca de 1/3 desses empregos esta-vam sendo gerados diretamente por essa indústria e os ou-tros 2/3 advinham do efeito catalisador que ela tem sobre

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outros setores, como por exemplo, o varejo e a construção

civil”.

Cada vez mais aumenta a oferta e a demanda em relação ao Turis-mo. Essa constante e progressiva ampliação da atividade gera um maior número de serviços, um incremento na mão-de-obra, assim como uma maior procura por infra-estrutura. Tudo isso caminha, também, para um aumento da qualidade, pois o processo torna-se incessante: quanto mais serviços e produtos com qualidade são oferecidos, mais exigentes ficam os que os consomem.

Também, segundo a World Travel and Tourism Council (2007, p.1) atualmente, no Brasil, esse setor emprega

“(...) quase 6 milhões de trabalhadores movimentando US$16 bilhões em salários, e é considerado um dos maio-res geradores de empregos do país sendo que em 1994, 1 em cada 11 trabalhadores tinha empregos vinculados a

ele.”

O turismo constitui-se em uma atividade promissora economica-mente ao desenvolver os locais de destino turístico, ao buscar uma mão-de-obra cada vez mais qualificada e ao contribuir para a renda de pesso-as que trabalham direta ou indiretamente com o setor. No entanto, ele poderia ter um impacto maior ainda na sociedade ao contribuir para a diminuição da pobreza, da marginalização, do índice de desemprego da população e procurando uma distribuição mais justa da riqueza gerada por ele.

A análise do Turismo enquanto ciência é nova. E a aceleração fre-nética do desenvolvimento desse processo tornam complexas as relações. De um lado esse fenômeno, Turismo, sendo descoberto e estudado, de outro, os turistas querendo cada vez consumir mais e cada vez mais exi-gentes e há ainda a demanda em relação ao poder público. Muitas vezes, os setores público e privado, parecem não “falar a mesma língua”.

O poder público teria um papel fundamental em garantir os direi-tos dos cidadãos, mas ocorre que, muitas vezes, é o mercado que dita as regras desta relação. A relação turista x poder público x iniciativa priva-da é muito complicada.

A exclusão no turismo é um dos reflexos da desigualdade social. O tempo livre remunerado é uma das premissas para se viajar e devido, por exemplo, a alta taxa de desemprego no Brasil, grande parte da população fica de fora das viagens.

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Entretanto, não é somente a questão econômica que exclui as pes-soas, mas também o preconceito.

Para entender a relação inclusão/exclusão no turismo é preciso considerar o espaço geográfico como um espaço físico onde nele reali-zam-se práticas turísticas, ou seja, um espaço turístico. A partir dessa concepção vê-se esse espaço como mercadoria.

Então, devido, por exemplo, a especulações imobiliárias, a popu-lação local acaba por sair de sua residência para ingressar nas favelas. Esses são os excluídos do processo turístico, que deixam suas raízes para darem lugar muitas vezes às grandes redes hoteleiras. Essas, por sua vez, atendem aos ricos que são os maiores beneficiários do processo turístico. Assim, muitos passam a oferecer serviços terceirizados às grandes redes ou transformam-se em trabalhadores assalariados mal remunerados. Assim, exclui-se esta população do topo, das maiores fatias do mercado, e a inclui-se na base, na maior parte das vezes, em situação desfavorá-vel.

Então, com essas transformações surgem novas atividades econô-micas e novas formas de se pensar os espaços. Alguns lugares e pessoas conseguem livrar-se ou não se deixar contagiar pela avalanche capita-lista. Poucos lutam por benefícios locais em relação à economia, ao pa-trimônio arquitetônico, à preservação ambiental e à própria cultura dos residentes.

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4 RIO GRANDE E SUA OFERTA TURÍSTICA

Segundo dados extraídos do Plano Turístico da Prefeitura Muni-cipal do Rio Grande (2005, p.7-14). Esta é a cidade mais antiga do Rio Grande do Sul e está localizada na margem sul da Laguna dos Patos con-duzindo suas águas até o Oceano Atlântico. Os primeiros navegadores acreditaram que o canal lagunar que interrompia as extensas áreas are-nosas fosse um grande rio, daí originou-se o nome da cidade.

Sua fundação data de 19 de fevereiro de 1737, pelo Brigadeiro José da Silva Paes, comandante de uma expedição militar portuguesa com o objetivo de assegurar, aos lusitanos, a posse das terras sulinas. Em 1751, o povoado formado foi elevado à condição de vila. Já em 1763, a Vila de São Pedro foi dominada pelos espanhóis, permanecendo até 1776, quan-do definitivamente foi reconquistada pelos portugueses (RIO GRANDE, 2005).

Inúmeras são as peculiaridades deste município: possui o balneá-rio mais antigo do Estado. Também, nela encontra-se o prédio da Alfân-dega erigido a mando de D. Pedro II como homenagem aos gaúchos pela destacada ação na Guerra do Paraguai.

Possui a biblioteca mais antiga do Estado, a chamada Bibliotheca Rio-grandense (RIO GRANDE, 2005).

Encontra-se em Rio Grande o Hotel Paris, construído em 1826, onde se hospedaram figuras ilustres como Dom Pedro II. O município comporta, também, a maior obra de engenharia oceânica do litoral bra-sileiro e uma das maiores do mundo, com dois braços de rocha que aden-tram cerca de 4 km no oceano Atlântico, os chamados molhes leste e oeste. Vagonetas à vela levam turistas e pescadores até a extremidade do

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Molhe Oeste (RIO GRANDE, 2005).Na área chamada Centro Histórico — centro da cidade — concen-

tra-se a maioria dos atrativos do município. É aí que encontramos o úni-co prédio totalmente azulejado restante no Rio Grande do Sul, o Sobrado dos Azulejos. Dentre inúmeras igrejas destaca-se um dos cartões postais da cidade, a Catedral de São Pedro, em estilo barroco colonial português. Ainda, inúmeros monumentos, casarios e prédios de incontestável valor histórico e arquitetônico (RIO GRANDE, 2005).

Essa série de atrativos turísticos, aqui entendido como “[...] todo lugar, objeto ou acontecimento de interesse turístico que motiva o deslo-camento de grupos humanos para conhecê-lo” (LAGE; MILONE, 2000, p.28), juntamente com toda estrutura destinada à prática do turismo gera a oferta turística.

A oferta de um produto/serviço é consequência de uma demanda, existente ou potencial. Isso porque se formata um produto ou serviço para ser comercializado.

Para a realização do turismo precisa-se de transporte, equipamen-tos e serviços turísticos, bens naturais e culturais, entre outros.

A partir da necessidade do turista criam-se produtos para o mes-mo, ou ainda criam-se estes produtos e através de um bom marketing ele é convencido de que necessita consumi-los. A oferta turística é “cons-tituída por todos os elementos que contribuem para a satisfação das necessidades de ordem psíquica, física e cultural que estão na origem das motivações” (BAPTISTA, apud BARROCO, 2002, p. 3).

Para que o indivíduo seja motivado a consumir produtos e serviços turísticos é preciso que haja a promoção do local, seja através de fami-liares/amigos ou pelos mais diversos meios de comunicação, ou ainda, fontes que possam instigar a curiosidade do possível turista.

Salienta-se que a oferta turística não é um elemento, mas, sim um conjunto deles e que precisa suprir algumas necessidades para garantir a estada do turista, desde elementos básicos como: estadia, alimentação, higienização e saneamento básico, até outros menos palpáveis, como cultura, religiosidade, entretenimento. A receptividade dos autóctones também se torna substancial para a chegada e permanência dos turis-tas.

A cidade de Rio Grande, além de oferecer infra-estrutura básica como saneamento, telecomunicação, segurança, assistência médica, transportes, proporciona diversão: shows, casas noturnas, teatro, e ain-da patrimônio artístico, histórico-cultural, arquitetônico, belezas natu-rais, entre muitos outros atrativos.

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Sendo a oferta turística o “conjunto dos bens e serviços que con-correm para satisfazer as necessidades dos turistas” (CUNHA apud BARROCO, 2002, p. 3), ela tem que estar permanentemente sendo re-formulada para não entrar em declínio, pois o que atrai as pessoas hoje, pode não atrair amanhã.

Com vários destinos turísticos sendo “criados” constantemente e com a exigência cada vez maior dos turistas, há uma necessidade cons-tante de investimentos financeiros e de mão-de-obra especializada por parte dos que planejam o turismo e também dos que executam. Impor-tante também é investir na qualificação e treinamento das pessoas que lidam diretamente com o turista.

É preciso, através da administração municipal e das instituições privadas, garantir a qualidade no turismo, mantendo-se no mercado mesmo com a competitividade existente no ramo. Segundo a SMTEL (Secretaria Municipal de Turismo, Esporte e Lazer do município de Rio Grande, 2007, s/p.):

O turismo exerce sobre o Município do Rio Grande um re-levante papel. Constituem atrativos que cativam e emocio-nam turistas brasileiros e estrangeiros, principalmente os dos países do Prata. O patrimônio arquitetônico do Rio Grande, proporciona a todos os gaúchos, o resgate da história, as diversificações nos códigos das memórias e os símbolos que permitem a

identidade cultural, dentro de um passado histórico.

Rio Grande pode ser considerada como pólo turístico por apresen-tar inúmeros atrativos, dentre eles um expressivo complexo de museus, vários prédios e monumentos considerados históricos, os Molhes da Barra, o Balneário Cassino e, é claro, seu ecossistema. Chama a atenção, também, pela proximidade com a Estação Ecológica do Taim e por sua posição geográfica estratégica em relação aos países do Prata.

A cidade foi berço da colonização do Estado e é um dos municípios que compõem a Costa Doce, maior complexo lacustre do mundo: Lagoas Mangueira, Mirim e dos Patos. Devido a essa peculiaridade, contempla o Caminho Costa Doce - roteiro turístico que percorre várias cidades. A cidade contempla o único porto marítimo do Estado. Ainda, possui o maior complexo portuário do sul do Brasil, e o segundo maior do país.

O turismo é uma atividade impulsionadora da economia rio-gran-dina, ainda que não seja fonte exclusiva e primordial de renda do mes-mo, pois a economia do município gira, basicamente, em torno das áreas

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portuárias, das indústrias, da pesca e do comércio. Observa-se que “O turismo (...) sem dúvida é uma atividade socioeconômica, pois gera a produção de bens e serviços para o homem visando a satisfação de di-versas necessidades básicas e secundárias” ( LAGE; MILONE, 2000, p.26).

Sendo assim, os serviços turísticos estão em constante evolução devido ao caráter ilimitado das necessidades dos turistas. Busca-se aten-der as exigências dos turistas que cada vez tornam-se maiores. Satisfazer as necessidades de bem-estar das populações é uma premissa para se atingir os padrões de qualidade vislumbrados. Segundo Barretto (2004, p.18)

Analisando-se o turismo de acordo com o modelo econô-mico, seus componentes são, de um lado, os turistas - os consumidores que constituem a demanda; de outro lado, os criadores de atrações turísticas e a atração em si mesma, os quais compõem, juntamente com os prestadores de serviço,

a oferta.

Seguindo-se essa idéia, busca-se um constante investimento na infra-estrutura da cidade, pois, segundo dados da SMTEL, 2007, au-menta-se cada vez mais o número de turistas que escolhem o município como destino turístico.

A imagem de um destino é formada através do esforço pro-mocional, que utiliza os meios de comunicação existentes nos mercados que se deseja trabalhar, ou ainda através da informação boca a boca, que reforça a promoção institucio-nal ou comercial (TEIXEIRA, 1999, p.100).

Buscando-se tornar essa ‘imagem’ de Rio Grande cada vez mais atrativa aos olhos dos turistas, formatou-se o conjunto de atrativos tu-rísticos existentes no município, compilando-se uma série de roteiros dentro do projeto “Roteiros Turísticos Cidade do Rio Grande”, uma ini-ciativa da SMTEL. Totalizam-se dez roteiros oficiais. No quadro a seguir os mesmos podem ser visualizados.

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Quadro 1: Roteiros Turísticos Cidade do Rio GrandeFonte: SMTEL, 2005, s/p.

NÚMERO DO ROTEIRO

NOME DO ROTEIRO

SEGMENTO

1Rio Grande-Cidade Histórica Cidade

do Mar

Turismo de Lazer, Cultural, Histórico,

Ecoturismo

2Rio Grande, Cidade

Inesquecível

Turismo de Lazer, Cultural, Histórico,

Ecoturismo

3Cidade do Rio Grande:

aqui nasceu o Rio Grande do Sul

Turismo Estudantil, Histórico, Cultural

4Cassino: Sol e Mar na

Maior Praia do Mundo

Turismo de Lazer, Sol e Mar

5Ecoturismo no

Extremo SulEcoturismo e Turismo

Ecológico

6Turismo Náutico no

Estuário da Lagoa dos Patos

Turismo Náutico, Lazer, Ecoturismo

7Pesca nos Molhes da

Barra e na Lagoa dos Patos

Turismo de Pesca, Lazer

8Rio Grande

Inesquecível para a Melhor Idade

Turismo da Terceira Idade, Lazer, Cultural

9

Roteiro Artístico-Religioso

da cidade do Rio Grande

Turismo Religioso, Cultural

10Roteiro da Emgenharia e

Arquitetura nacidade do Rio Grande

Turismo Técnico-científico, Cultural, Urbano

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5 TURISMO E ACESSIBILIDADE EM RIO GRANDE

Descreve-se, aqui, a organização e os procedimentos para apli-cação das entrevistas, a sua aplicação aos três setores já apontados, a análise das respostas dadas pelos entrevistados, concluindo-se com uma análise geral dos dados obtidos.

5.1 Organização das entrevistas

Como técnica de coleta de dados optou-se pela realização de en-trevista estruturada (ou de levantamento) efetuada pela própria pesqui-sadora. “A entrevista estruturada é muito semelhante ao questionário porque tanto as perguntas como as respostas são estruturadas” (MO-REIRA; CALEFFE, 2006). Esta opção deveu-se ao uso das normas da ABNT NBR 9050:2004 para a formulação e resposta das questões. Como não se pode previamente concluir que as normas são de conhecimento geral, a entrevistadora organizou o processo disponibilizando as normas da ABNT para os entrevistados.

Segundo Gil (1991, p.20), na entrevista “o entrevistador constitui a única fonte de motivação adequada e constante para o entrevistado. Por essa razão, a entrevista nos levantamentos deve ser desenvolvida a partir de estratégia e táticas adequadas”.

A respeito disso, a entrevistadora procurou ser objetiva ao con-duzir as entrevistas, buscando realizar perguntas diretas, com caráter relevante ao estudo. Buscou não tendenciar os entrevistados em suas respostas. Esclareceu-se, desde o princípio, que as identidades dos locais bem como dos entrevistados seriam mantidas em sigilo para não provo-

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car resistência e para não prejudicar as respostas. Os segmentos escolhidos respeitaram a área delimitada e foram:

hotéis, guias de turismo e atrativos turísticos.A escolha dos hotéis deveu-se ao fato de estarem situados na área

central da cidade e por possuírem um maior nível de infra-estrutura acreditando-se que quanto mais elevado o nível do hotel, mais subsídios o mesmo teria a oferecer para hóspedes cadeirantes, público de estudo deste livro.

Quanto aos guias de turismo privilegiou-se os que trabalham com o turismo receptivo, já que o estudo investigativo é realizado na cidade onde residem e trabalham.

Os atrativos turísticos foram selecionados mediante o expressivo volume de visitantes que recebem e pela relevância que possuem em termos turísticos para o município. Ainda, pelo fato de terem pessoas responsáveis por eles, estando, assim, aptas a responderem aos questio-namentos desse estudo.

5.2 Análise das respostas às entrevistas

5.2.1 Hotéis

Quanto à determinação das características dos hotéis, eles são classificados em:

Hotel A: três estrelas

Hotel B: duas estrelas

Hotel C: três estrelas

Ainda que não disponham de áreas de lazer, os hotéis possuem vários espaços que o cadeirante percorre até a chegada na Unidade Ha-bitacional propriamente dita, e, dentro desta, há inúmeros quesitos ne-cessários à independência e a boa estadia do cadeirante.

Pode-se observar que há áreas nos hotéis onde os cadeirantes têm condições de circular, mas feitas pensando no mesmo, são pouquíssi-mas. Somente no hotel C encontramos banheiro social com pretensas adaptações.

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Em relação aos hotéis percebe-se que áreas como recepção, corre-dores, espaços destinados à alimentação, ainda que não projetados es-pecificamente para cadeirantes, os mesmos podem estar utilizando-as. Porém, em todos os casos, os balcões, devido à sua altura elevada, foram apontados como barreira para o bom atendimento dos cadeirantes. Em relação à entrada principal, os hotéis A e B possuem degrau obrigando o cadeirante, em ambos os casos, a ser auxiliado por outra pessoa, ainda que um deles dispunha de rampa de madeira, esta é inadequada, devido à sua medida, impedindo o cadeirante de subi-la sozinho. Somente o hotel C possui rampa onde o cadeirante sobe independentemente.

A respeito da infra-estrutura adequada, todos responderam que não a possuíam, apontando como solução de hospedagem a utilização dos apartamentos mais amplos e a retirada de obstáculos como parte do mobiliário, o que aumentaria a área de circulação. Ainda assim, não existem barras de apoio no boxe o que dificulta ou até mesmo impede o cadeirante de fazer sua higiene íntima, se não estiver acompanhado de outrem.

Somente o hotel C possui entrada livre para cadeirantes. Nos ou-tros, a dependência em relação à outra pessoa permanece, e acredita-se que o desconforto e o constrangimento também.

Somente o hotel C possui banheiro social com barras de apoio no sanitário, área de transferência e espaço interno para circulação. Nos demais, não há pretensão alguma de adaptação.

No hotel C salientou-se como positivo a existência de uma cadeira de rodas disponível para banho e o hotel B respondeu que não existe degrau no boxe do banheiro o que facilita a utilização por parte do cadei-rante. Quanto ao aspecto negativo destacou-se a falta de elevadores com espaço adequado aos cadeirantes (hotel A), a falta de estacionamento exclusivo para cadeirantes (hotel C) e a falta de barras de apoio que faci-litariam o uso da bacia sanitária (hotel B).

Apenas o hotel C pretende realizar adaptações em alguns aparta-mentos, porém nada foi projetado ainda.

Destaca-se que, mesmo não tendo estrutura própria para a hospe-dagem de cadeirantes, os hotéis afirmaram atender os cadeirantes den-tro de suas possibilidades. Mas ressaltou-se a necessidade de um acom-panhante.

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5.2.2 Atrativos Turísticos

Quanto à determinação das características dos atrativos turísti-cos todos os atrativos, além de estarem situados no centro da cidade, são lugares fechados, tendo assim, pessoas físicas que respondem pelos mesmos.

Atrativo A: atrativos históricos e galeria de arte. Atrativo B: exposição de obras de arte.

Atrativo C: exposição de exemplares marinhos.

Em nenhum dos atrativos o cadeirante tem acesso livre à entrada do estabelecimento. Embora o atrativo B possua rampa, esta não tem inclinação adequada para que o cadeirante desloque-se independente-mente.

Em todos os estabelecimentos foi destacada a amplitude dos espa-ços como um facilitador à circulação dos cadeirantes. Porém, no atrativo C há obstáculos que limitam os espaços a serem visitados pelos cadei-rantes.

Em relação aos banheiros sociais apresentaram-se três situações diferentes: o atrativo A não possui qualquer espécie de adaptação, mas afirma que pretende adaptar-se; o atrativo B procurou adaptar-se mas o fez fora das normas padrão (assim, por exemplo, as barras de apoio estão mal localizadas e uma delas está rompida); já o atrativo C não está adaptado e nem tem a pretensão de fazê-lo. Enfim, nenhum dos estabe-lecimentos possui banheiro adaptado aos cadeirantes, concluindo que nem as necessidades básicas dos mesmos são atendidas.

Em relação às dificuldades que o cadeirante possa vir a enfrentar o entrevistado do atrativo B ainda citou a inoperância de um elevador e no atrativo C citou-se a existência de inúmeras pedras na entrada do estabelecimento. O atrativo A, nada adicionou.

Somente um estabelecimento tem a pretensão de fazer algumas adaptações na rampa e no banheiro, porém os outros não têm intenção alguma de fazer qualquer adaptação.

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5.2.3. Guias de Turismo

Quanto à determinação das características dos guias de turismo: todos os guias são credenciados como guias nacionais e locais. Todos trabalham com turismo receptivo.

Nenhum guia obteve orientação de procedimentos turísticos em relação aos cadeirantes no curso de guia de turismo (EMBRATUR) o que pode indicar a falta de interesse em desenvolver produtos turísticos específicos para deficientes físicos, até mesmo por um dos órgãos mais importantes na formação de profissionais em turismo.

Apenas um guia respondeu que já havia trabalhado com cadei-rantes, e ainda ressaltou que o grupo era todo formado por deficientes. Esta resposta pode indicar que os cadeirantes talvez procurem realizar atividades com outros cadeirantes e não preferem participar de roteiros comuns, onde enfrentariam dificuldades de adaptação, ou ainda, sentir-se-iam constrangidos em relação ao grupo de pessoas sem deficiência. E no caso deste roteiro exclusivo para eles mostra que houve acesso aos atrativos, mas não houve inclusão, ou seja, não se vê as pessoas com de-ficiência integradas com as sem deficiência.

Levando em conta que os guias não procuraram proporcionar um roteiro focado no cadeirante, a resposta positiva de três dos quatro guias, trata-se de uma contradição, pois, se os cadeirantes são clientes em potencial, dever-se-ia criar produtos (com aparatos apropriados) que incluíssem os mesmos, no intuito de atingir também essa fatia de mercado. Cabe ressaltar que nenhum dos guias deixaria de atender um ou mais cadeirantes.

5.3 Análise Geral dos Dados

Os dados foram analisados a partir da resposta às entrevistas confrontando-as com a bibliografia existente. De posse das normas da ABNT pertinentes aos questionamentos deu-se crédito a palavra dos en-trevistados.

Em relação à Rede Hoteleira percebeu-se em todos os hotéis ana-lisados mais barreiras do que facilitadores à hospedagem do cadeiran-te, prejudicando a estada do mesmo. A falta de espaços e equipamentos projetados para os cadeirantes resulta na falta de segurança e conforto dos mesmos.

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Quando se pratica o turismo busca-se conhecer a história, os cos-tumes, as tradições e as peculiaridades locais. Os atrativos turísticos analisados proporcionariam esses conhecimentos, no entanto, essas informações precisariam estar ao alcance de todos sem discriminação alguma. Devido às inúmeras barreiras existentes até a chegada nas sa-las de exposições, pode-se concluir que nos atrativos os cadeirantes não teriam condições de acesso de forma independente. O cadeirante pas-sa por inúmeras situações que com certeza prejudicam seu acesso e seu conforto ao estar visitando esses locais.

Ainda, observa-se o desinteresse em geral para com os cadeirantes e as limitadas áreas acessíveis, pois, por exemplo, nenhum destes esta-belecimentos possui banheiros adaptados a este público.

A respeito dos Guias de Turismo percebe-se que não se pensou na formatação de um produto turístico (roteiro) tendo como consumidor final os cadeirantes, pois nenhum dos guias de turismo trabalha com um roteiro específico para os mesmos.

Ainda, nota-se que esse roteiro específico não estaria dentro da proposta de roteirização turística (processo que estrutura a oferta de uma região, em um produto rentável e comercialmente viável) de Rio Grande, pois não teria viabilidade, seguindo a percepção dos guias de que não há procura de roteiros turísticos pelos cadeirantes.

Nota-se esse quadro de descaso por parte do Trade Turístico em geral porque como afirma Barretto (2004, p.20) “o turismo (...) é um entrelaçado no qual circulam múltiplos atores, servindo-se um dos ou-tros, em relação de mútua dependência”, ou seja, é preciso haver uma evolução, senão de todos, da grande maioria dos agentes turísticos, pois a melhoria na acessibilidade da infra-estrutura em pontos isolados não traria resultados efetivos.

O turismo segmentado em detrimento ao de massas busca atin-gir contingentes específicos de pessoas. Devido ao grande número de pessoas com deficiência existentes, buscar esse tipo específico de cliente poderia tornar-se uma alternativa para atingir segmentos ainda não ex-plorados. Porém,

(...) a oferta de novos produtos, invariavelmente representa custos consideráveis, algo só possível para grandes organi-zações. Mesmo os gigantes do ramo relutam em disponi-bilizar ampla variedade de produtos, pois em alguns casos a demanda não propicia o devido retorno de investimento (LAGE; MILONE, 2000, p.66).

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Talvez essa seja a razão, ou a principal delas, em não se viabilizar infra-estrutura e aparatos específicos para as pessoas com deficiência. Além da análise econômica, ainda precisa-se considerar a social, dos agentes envolvidos, necessitando-se reverter paradigmas organizacio-nais e comportamentais em tratando-se da pessoa com deficiência.

Em uma visão qualitativa do turismo precisa-se conquistar e man-ter o cliente gerando satisfação para o mesmo. Um diferencial de quali-dade passa a ser um elemento fundamental na capitação e manutenção do cliente, principalmente esse tipo específico (o cadeirante) que dificil-mente tem suas necessidades atendidas. Porém, como registrado ante-riormente, a oferta depende dos custos dos fatores de produção. E, de-vido à realidade das barreiras enfrentadas pelos cadeirantes e também, a escassez de estrutura destinada aos mesmos, o retorno desse inves-timento possivelmente seria lento. Ainda, como afirma Teixeira (1999, p.88) “(...) é necessário que não se comprometam os níveis de rentabili-dade empresarial fundamentais à sobrevivência organizacional(...)”.

Enfim, o mercado turístico é dado pela relação entre a oferta e a demanda turística. Voltando-se esse mercado para as pessoas com defi-ciência, essa relação mostra-se muito conflituosa, pois de um lado tem-se as pessoas com deficiência que lutam contra as barreiras físicas e sociais e de outro a esfera privada que visa os recursos financeiros vitais para sua existência. Ainda, o setor público tem sua considerável importância na oferta turística, pois cabe a ele viabilizar a infra-estrutura básica das cidades e ainda promover subsídios e reduzir impostos para os setores que invistam na infra-estrutura acessível, tanto em uma política de pro-moção do turismo, como pela busca da igualdade entre os cidadãos.

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6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Sabe-se que as pessoas com as mais diversas deficiências sofrem discriminação por parte da sociedade e ainda são excluídas de espaços e atividades. A segregação acarreta a falência de modelos de erradicação da pobreza e desigualdades sociais, vai de encontro à dignidade humana e impede a construção de uma sociedade igualitária.

O estudo aqui apresentado objetivou realizar o levantamento da acessibilidade a cadeirantes existente em Rio Grande e trazer à tona essa questão aos agentes promovedores do Turismo a partir da interação com a rede hoteleira, com os responsáveis pelos atrativos turísticos e com os guias de turismo.

Acredita-se que o turismo é um aliado importante na inclusão so-cial e para isso é preciso oferecer a toda sociedade condições para sua prática.

Pode-se concluir que todos os entrevistados estão cientes da exis-tência da pessoa com deficiente física e que as mesmas necessitam de mobiliário e equipamentos específicos. Também, todos os segmentos do Trade analisados já obtiveram algum contato com cadeirantes. Ain-da, e mesmo que, tenham respondido, em sua maioria, que acreditam que o deficiente físico seja um cliente em potencial, não disponibilizam e em geral não pretendem proporcionar a assistência que o cadeirante requer.

A falta de adaptações é um dos fatores que resultam na escassez de oferta e procura na relação cadeirante x turismo. Outros fatores psicoló-gicos como a lacuna que existe nas relações entre pessoas com deficiên-cia e pessoas sem deficiência, e a coação sofrida pelos que são atingidos por preconceitos e discriminações, contribuem para a exclusão dos ca-deirantes.

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É preciso mudar a concepção de que o cadeirante precisa ter sem-pre alguém ao seu lado, carregando-o, empurrando-o, abrindo e fechan-do portas e desviando-o de obstáculos. Tem-se é que dar condições para que o mesmo locomova-se independentemente para construir-se um es-paço acessível a todos.

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APÊNDICE

Entrevistas

Hotel A

1. O estabelecimento possui áreas de circulação adequadas às ne-cessidades dos cadeirantes segundo a ABNT NBR 9050:2004?

Sim. A recepção, os corredores e o restaurante.

2. O estabelecimento dispõe de aparatos necessários à recepção dos cadeirantes, como balcão, dentro das medidas propostas pela ABNT NBR 9050:2004? Outros facilitadores que você julgue viabilizar sua re-cepção?

O balcão é alto demais para atender os cadeirantes, a entrada pos-sui degrau, porém confeccionou-se uma rampa de madeira para quando da entrada de cadeirantes. Ainda, os cadeirantes são auxiliados pelos funcionários do hotel para subir a rampa.

3. Os apartamentos possuem infra-estrutura para hospedar o ca-deirante adequada a ABNT NBR 9050:2004?

Não existem quartos adaptados. Uma grande dificuldade que o cadeirante encontraria é o degrau existente no boxe do banheiro. O que se faz é dentro do possível dispor o quarto de forma a melhor atender o cadeirante, retirando camas extras, criado-mudo, disponibilizando uma maior área de circulação para o mesmo.

4. O cadeirante tem acesso livre à entrada (recepção) do estabele-cimento, como por exemplo, através de rampa nas medidas normatiza-das pela ABNT NBR 9050:2004?

Não. Como já dito há degrau. Apenas uma rampa de madeira que é móvel, colocada apenas quando solicitada.

5. Nas dependências do estabelecimento o cadeirante tem livre acesso às áreas de lazer segundo a ABNT NBR 9050:2004? Existem bar-reiras como degraus ou outras?

O hotel não possui área de lazer.

6. Os banheiros sociais são adaptados ao cadeirante conforme a

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ABNT NBR 9050:2004? Não.Não há espaço para o cadeirante entrar com sua cadeira. Tam-

bém, não possui barras de apoio.

7. Se não adaptado, o estabelecimento pretende adaptar-se ao ca-deirante?

Não há projetos.

8. O que você faria se um cadeirante buscasse seus serviços?Explicaria as condições do hotel. Sugeriria que o cadeirante viesse

acompanhado. Se o mesmo viesse sozinho pediria auxílio aos funcioná-rios do hotel.

9. Você “enxerga” o cadeirante como um cliente em potencial?Não, pois o perfil do nosso cliente são homens de negócios.

10. Existem pontos, ainda não citados, que você julgue facilitar a entrada e permanência do cadeirante? E que dificulte ou impossibilite? Quais?

Os banheiros dos apartamentos não possuem as barras de apoio necessárias para o cadeirante se transferir da sua cadeira para a bacia sanitária dificultando a permanência do cadeirante. Ainda, o elevador não está adequado às normas.

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Hotel B

1. O estabelecimento possui áreas de circulação adequadas às ne-cessidades dos cadeirantes segundo a ABNT NBR 9050:2004?

Sim, a recepção e espaço destinado ao café da manhã.

2. O estabelecimento dispõe de aparatos necessários à recepção dos cadeirantes, como balcão, dentro das medidas propostas pela ABNT NBR 9050:2004? Outros facilitadores que você julgue viabilizar sua re-cepção?

O balcão é elevado e o hotel não dispõe de rampa na entrada do hotel.

3. Os apartamentos possuem infra-estrutura para hospedar o ca-deirante adequadas a ABNT NBR 9050:2004?

Não. Procurar-se-ia hospedar o cadeirante nos quartos mais am-plos, mas nem mesmo estes possuem as adaptações necessárias, por exemplo, barras nos boxes e barras ao redor das bacias sanitárias.

4. O cadeirante tem acesso livre à entrada (recepção) do estabele-cimento, como por exemplo, através de rampa nas medidas normatiza-das pela ABNT NBR 9050:2004?

Não. Há degrau na entrada do hotel. Por não dispor de rampa os funcionários que auxiliariam o cadeirante para entrar no hotel.

5. Nas dependências do estabelecimento o cadeirante tem livre acesso às áreas de lazer segundo a ABNT NBR 9050:2004? Existem bar-reiras como degraus ou outras?

O hotel não dispõe de área de lazer.

6. Os banheiros sociais são adaptados ao cadeirante conforme a ABNT NBR 9050:2004?

Não.

7. Se não adaptado, o estabelecimento pretende adaptar-se ao ca-deirante?

Não há planos.

8. O que você faria se um cadeirante buscasse seus serviços?Procuraria atendê-lo da melhor forma possível.

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9. Você “enxerga” o cadeirante como um cliente em potencial?Não. Não há procura, nosso foco são clientes de negócios.

10. Existem pontos, ainda não citados, que você julgue facilitar a entrada e permanência do cadeirante? E que dificulte ou impossibilite? Quais?

O boxe do banheiro não possui degrau facilitando a utilização pelo cadeirante.

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Hotel C

1. O estabelecimento possui áreas de circulação adequadas às ne-cessidades dos cadeirantes segundo a ABNT NBR 9050:2004?

Sim. Recepção, corredores e restaurante.

2. O estabelecimento dispõe de aparatos necessários à recepção dos cadeirantes, como balcão, dentro das medidas propostas pela ABNT NBR 9050:2004? Outros facilitadores que você julgue viabilizar sua re-cepção?

O balcão possui altura elevada. Também, como facilitador o ele-vador, porém não está de acordo com as normas da ABNT.

3. Os apartamentos possuem infra-estrutura para hospedar o ca-deirante adequada a ABNT NBR 9050:2004?

Não. Não existem, por exemplo, barras de apoio no boxe e nem ao redor da bacia sanitária.

4. O cadeirante tem acesso livre à entrada (recepção) do estabe-lecimento, como por exemplo, através de rampa nas medidas normati-zadas pela ABNT NBR 9050:2004?

Os cadeirantes adentram o hotel pela entrada principal através de rampa sem precisar de auxílio.

5. Nas dependências do estabelecimento o cadeirante tem livre acesso às áreas de lazer segundo a ABNT NBR 9050:2004? Existem bar-reiras como degraus ou outras?

O hotel não possui área de lazer.

6. Os banheiros sociais são adaptados ao cadeirante conforme a ABNT NBR 9050:2004?

Os banheiros sociais possuem barras de apoio e área de transfe-rência utilizadas por cadeirantes.

7. Se não adaptado, o estabelecimento pretende adaptar-se ao ca-deirante?

Sim. Pretende-se adaptar alguns apartamentos, mas nada foi projetado ainda.

8. O que você faria se um cadeirante buscasse seus serviços?

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Hospedaria o mesmo normalmente e prestaria auxílio quando necessário.

9. Você “enxerga” o cadeirante como um cliente em potencial? Sim, é um cliente como qualquer outro.

10. Existem pontos, ainda não citados, que você julgue facilitar a entrada e permanência do cadeirante? E que dificulte ou impossibilite? Quais?

Como facilitador temos cadeiras de rodas para os cadeirantes banharem-se e um ponto negativo é a falta de estacionamento adequado aos cadeirantes.

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Atrativo A

1. O estabelecimento possui áreas de circulação adequadas às ne-cessidades do cadeirante segundo a ABNT NBR 9050:2004?

Sim. Na parte interna há livre circulação.

2. O cadeirante tem acesso livre à entrada do estabelecimento, como por exemplo através de rampa nas medidas normatizadas pela ABNT NBR 9050:2004?

Não, porque há degrau na entrada principal e há escadaria antes de se ter acesso às salas de exposições.

3. Nas dependências do estabelecimento o cadeirante tem livre acesso às áreas a serem visitadas? Existem barreiras como degraus ou outras?

O cadeirante tem livre acesso às áreas a serem visitadas e não há barreiras como mobiliários ou degraus.

4. Os banheiros sociais são adaptados ao cadeirante conforme a ABNT NBR 9050:2004?

Momentaneamente não, mas possivelmente serão.

5. Se não adaptado, o estabelecimento pretende adaptar-se ao ca-deirante?

Pretende-se adaptar banheiro e viabilizar aos cadeirantes o acesso principal através de rampa.

6. O que você faria se um cadeirante buscasse seus serviços?Atenderia-o da melhor forma possível. Houve um caso que a cadei-

rante não pode adentrar ao estabelecimento e a medida tomada foi levar as obras artísticas até a entrada principal para que ela pudesse desfrutar da exposição da mesma forma que seus colegas. Porém, dependendo do tamanho e peso das obras, nem sempre será possível.

7. Você “enxerga” o cadeirante como um cliente em potencial? Sim. Pela deficiência física, os cadeirantes desenvolvem habili-

dades artísticas procurando assim, nosso estabelecimento que trabalha com exposições artísticas.

8. Existem pontos, ainda não citados, que você julgue facilitar a

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entrada e permanência do cadeirante? E que dificulte ou impossibilite? Quais?

Já se citou tudo de relevante.

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Atrativo B

1. O estabelecimento possui áreas de circulação adequadas às ne-cessidades do cadeirante segundo a ABNT NBR 9050:2004?

Sim.

2. O cadeirante tem acesso livre à entrada do estabelecimento, como por exemplo através de rampa nas medidas normatizadas pela ABNT NBR 9050:2004?

O cadeirante tem acesso através de rampa, porém a mesma não está dentro das normas da ABNT, necessitando assim de outra pessoa para conduzi-lo.

3. Nas dependências do estabelecimento o cadeirante tem livre acesso às áreas a serem visitadas?Existem barreiras como degraus ou outras?

O cadeirante tem livre acesso, pois não existem barreiras como de-graus ou mobiliários.

4. Os banheiros sociais são adaptados ao cadeirante conforme a ABNT NBR 9050:2004?

Não. Existem barras de apoio porem, além de uma delas não estar fixada na parede, elas não estão dispostas no local adequado sem contar que não existe área de transferência para o cadeirante transpor-se da cadeira para o assento sanitário.

5. Se não adaptado, o estabelecimento pretende adaptar-se ao ca-deirante?

No momento não está nos planos do estabelecimento.

6. O que você faria se um cadeirante buscasse seus serviços?Buscaria atender suas necessidades.

7. Você “enxerga” o cadeirante como um cliente em potencial?Sim. Pelo estabelecimento ser um prédio público, trata-se de um

espaço para visitação de todos.

8. Existem pontos, ainda não citados, que você julgue facilitar a

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entrada e permanência do cadeirante? E que dificulte ou impossibilite? Quais?

O elevador estar estragado dificulta a estada do cadeirante no se-gundo piso, ainda que o espaço de visitação propriamente dito fique no primeiro piso.

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Atrativo C

1. O estabelecimento possui áreas de circulação adequadas às ne-cessidades do cadeirante segundo a ABNT NBR 9050:2004?

Temos áreas de visitação que possuem espaço adequado à circu-lação de cadeirantes, porém, outras, de difícil acesso, pois o calçamento é feito com tábuas e existem espaços entre as mesmas que podem acar-retar o trancamento da roda do cadeirante. Ainda, há containeres a se-rem visitados com uma grande elevação em relação ao solo, onde mesmo com auxílio de outras pessoas, a inserção desse cadeirante seria difícil e possivelmente constrangedora para o mesmo.

2. O cadeirante tem acesso livre à entrada do estabelecimento, como por exemplo através de rampa nas medidas normatizadas pela ABNT NBR 9050:2004?

Não, porque há degraus e não existe rampa.

3. Nas dependências do estabelecimento o cadeirante tem livre acesso às áreas a serem visitadas?Existem barreiras como degraus ou outras?

Na parte que cabe às exposições a circulação é livre, pois não há obstáculos. Mas já na parte de visitação aos animais as tábuas dispostas no chão, como meio de passagem, dificultariam a circulação do cadei-rante.

4. Os banheiros sociais são adaptados ao cadeirante conforme a ABNT NBR 9050:2004?

Não.

5. Se não adaptado, o estabelecimento pretende adaptar-se ao ca-deirante?

Até o momento não se tem essa pretensão.

6. O que você faria se um cadeirante buscasse seus serviços?Pediria auxílio a outras pessoas quando preciso para atender as

necessidades desse cadeirante.

7. Você “enxerga” o cadeirante como um cliente em potencial? Sim, como qualquer outra pessoa.

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8. Existem pontos, ainda não citados, que você julgue facilitar a entrada e permanência do cadeirante? E que dificulte ou impossibilite? Quais?

A entrada principal é feita de pequenas pedras soltas, tornando-se um transtorno para cadeirantes.

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Guia de turismo A

1. Você trabalha com algum roteiro específico para cadeirantes?Não. Nunca surgiu a oportunidade de trabalhar com cadeirantes.

2. No curso de guia de turismo existe orientação quanto aos proce-dimentos relacionados a guiar um cadeirante? Qual?

Não, não houve orientação alguma a esse respeito.

3. Já houve al gum caso em que você tenha prestado serviço de guia à um cadeirante? Como você procedeu?

Não. Nunca fui solicitada.

4. Como você procederia se um cadeirante buscasse seus servi-ços?

Manteria o roteiro adaptando alguns momentos específicos para o cadeirante. Pediria auxílio a outras pessoas (guardas de trânsito, acom-panhantes do cadeirante ou pessoas da excursão) quando houvesse bar-reiras à locomoção do cadeirante. Procuraria transitar por ruas onde houvessem calçadas rebaixadas.

Se me fosse passadas antecipadamente informações do grupo a ser guiado, dizendo que no mesmo haveria um ou mais cadeirantes, infor-maria ao representante do grupo o tempo que demoraria o passeio. Se caso ficasse sabendo da presença de um cadeirante somente na hora do roteiro, informaria ao representante do grupo as adaptações que preci-sariam ser feitas no roteiro bem como alterações no tempo do mesmo.

5. Você “enxerga” o cadeirante como um cliente em potencial?Sinceramente não, não há procura dos mesmos. Acredito que se

sentem discriminados e não têm o hábito de viajar. Se houvesse a procu-ra de um grupo de cadeirantes faria um roteiro específico para eles.

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Guia de turismo B

1. Você trabalha com algum roteiro específico para cadeirantes?Não. Por que nunca houve procura.

2. No curso de guia de turismo existe orientação quanto aos proce-dimentos relacionados a guiar um cadeirante? Qual?

Nenhuma. Nada foi abordado a respeito de como trabalhar com deficientes físicos.

3. Já houve algum caso em que você tenha prestado serviço de guia a um cadeirante? Como você procedeu?

Não.

4. Como você procederia se um cadeirante buscasse seus servi-ços?

Procuraria levar o grupo onde tenha acesso ao cadeirante. Tratá-lo-ia igualmente dentro de suas possibilidades.

5. Você “enxerga” o cadeirante como um cliente em potencial?Sim, não discrimino ninguém. Guia de turismo C

1. Você trabalha com algum roteiro específico para cadeirantes?Não.

2. No curso de guia de turismo existe orientação quanto aos proce-dimentos relacionados a guiar um cadeirante? Qual?

Não.

3. Já houve algum caso em que você tenha prestado serviço de guia a um cadeirante? Como você procedeu?

Sim. Fizemos o roteiro de costume, porém com um tempo maior. Era um evento específico para deficientes onde todos precisavam de au-xílio.

4. Como você procederia se um cadeirante buscasse seus servi-ços?

Se preciso, tentaria adaptar meus serviços à necessidade do cadei-

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rante.

5. Você “enxerga” o cadeirante como um cliente em potencial?Sim. Todos temos direito ao lazer.

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Guia de turismo D

1. Você trabalha com algum roteiro específico para cadeirantes?Não.

2. No curso de guia de turismo existe orientação quanto aos proce-dimentos relacionados a guiar um cadeirante? Qual?

Não.

3. Já houve algum caso em que você tenha prestado serviço de guia a um cadeirante? Como você procedeu?

Não.

4. Como você procederia se um cadeirante buscasse seus servi-ços?

Atendê-lo-ia da melhor forma possível respeitando suas limita-ções.

5. Você “enxerga” o cadeirante como um cliente em potencial?Sim, porém não há transporte adequado para os mesmos transi-

tarem, ainda, faltam pessoas capacitadas para auxiliá-los e hospedaria adaptada para os mesmos.

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