“TURMA SAI DA RETA” 50º ANIVERSÁRIO DE FORMATURA

Alocução alusiva ao 50º Aniversário de ForDatFra da “TurDa Sai da Reta” ExDoº Sr Tenente-Brigadeiro-do-Ar William de Oliveira BarMos – digOíssimo presidente do Superior Tribunal Militar e estimado companheiro da “TurDa Sai da Reta” -, que muito nos honra com sua marcante presença, ademais de conferir galardão e imenso prestígio a este memorável e sigOificativo evento. ExDo Sr Comandante da Academia da Força Aérea Brigadeiro-do-Ar Saulo Valadares do Amaral, Briosos Cadetes desta modelar e consagMada InstitFição de Ensino da Força Aérea Brasileira, Senhoras e Senhores, Prezados companheiros e cordiais amigos da “TurDa Sai da Reta”, Atendendo honroso convite que nos foi forDulado, pelos componentes da comissão organizadora deste sigOificativo evento, dirijo-lhes algFmas palavras, neste dia muito especial em que a nossa prestigiosa “TurDa Sai da Reta” comemora o 50º aniversário de ForDatFra na antiga Escola de Aeronáutica do Campo dos Afonsos.

Neste dia de prazeroso reencontMo, de incontida alegMia e intensa con^aterOização que estamos a vivenciar, é justo que deixemos as reminiscências de um passado muito feliz invadir nossas almas, nossas mentes e nossos corações... Serão essas recordações o fio condutor de um esvoaçar ao passado já distante, agora que, já ‘setentões’, a pátina do tempo coloriu de branco nossos cabelos. Ainda perDanece em nossa retentiva, com nítida clareza, a tMajetória percorMida nessa longa, árdua, porém gMatificante caminhada que tivemos de empreender na EPCAR, por tMês anos consecutivos, até chegarDos ao dia tão sonhado, o de ingMessar na antiga Escola de Aeronáutica do Campo dos Afonsos. Tudo começou nos idos de março de 1961, na Escola Preparatória de Cadetes do Ar, em Barbacena, a bela e acolhedora “Cidade das Rosas” – juntamente com os prezados companheiros oriundos da tFrDa de 1960 -, des^Ftando de mavioso clima, em meio às célebres montanhas altaneiras, e gozando da tMadicional hospitalidade do acolhedor povo mineiro. Ali ensaiamos os primeiros passos em busca da realização de um ideal acalentado desde a adolescência. Rapidamente nos ajustamos aos ditames da dura vida em caserOa, cumprindo uma intensa rotina, cujo objetivo precípuo era moldar o nosso caráter e nos preparar para en^entar a série de obstáculos com que iríamos doravante nos de^ontar, ao longo da vida na Força Aérea, no Exército, na Marinha do Brasil e em destacadas atividades da vida civil. Uma ampla gama de aulas voltadas para a ForDação Acadêmica, Educação Física, Ordem Unida, Exercício de Tiro, RegFlamentos Militares, Acampamentos, EstFdo Obrigatório, Serhiços de Plantão e de Aluno de Dia, faziam parie de uma exienuante faina

objetivando o aprimoramento profissional, a imprescindível higidez física e uma sólida forDação militar. A par dessa miríade de intensas atividades esposávamos, com justificado orgFlho, o “Código de Honra” como forDa de consolidarDos os preceitos morais, viga-mestMa em que se sustentam a honra, a disciplina, a hierarquia e o pundonor militar. Ao concluirDos o Curso na EPCAR, em dezembro de 1963, forDávamos um gMFpo bastante unido, harDônico e homogêneo de jovens idealistas, bem forDados moral e intelectFalmente e, ceriamente, prontos para en^entar os obstáculos que, doravante, a vida nos impusesse. No relicário de doces lembranças de nossa querida Escola, ocupam lugar de destaque os inolvidáveis MestMes, os dedicados Oficiais bem como os prestativos e atenciosos Monitores. Faz-se mister destacar, nessa plêiade de excelentes educadores, a figFra ímpar do querido e especial amigo, o então Ten. Múcio Menecucci da Costa Pinto, prestimoso e sempre presente Comandante da Esquadrilha, um verdadeiro “paizão” a nos educar e orientar, com paciência de monge tibetano, sendo o responsável maior por nossa forDação militar e social e pela implementação do desejável espírito de corno desenvolvido na Esquadrilha. Após a conclusão do curso na EPCAR, uma sigOificativa parcela de companheiros segFiu destinos diversos: a maior parie rFmou para a Escola de Aeronáutica do Campo dos Afonsos, algFns tMansferiram-se para as Forças co-irDãs (Academia Militar das AgFlhas NegMas e Escola Naval) e muitos retorOaram ao meio civil, onde notabilizaram-se nas mais variadas profissões. Porém, de forDa singFlar e encantadora, nunca perdemos o vínculo no desenvolvimento de uma ^aterOa e sólida amizade, iniciada nos inesquecíveis anos que compariilhamos em

Barbacena e que só fez consolidar-se e incrementar-se com o passar dos anos. Prova inconteste desta afirDativa é o excelente e estMeito relacionamento e a amizade ^aterOa que mantivemos até aos dias atFais. Hoje, uma excelente representatividade desses estimados e respeitados companheiros, que tão bem representam a TurDa na vida civil, em variados ramos de atividades profissionais, está aqui entMe nós, compariilhando este acontecimento histórico, acompanhados de seus entes queridos, prestigiando e emoldurando, com suas simpáticas, honrosas e imporiantes presenças este feliz e benfazejo encontMo de “velhos camaradas”. Após os anos tMês vividos na EPCAR, finalmente aporiamos no “Ninho das ÁgFias”, o velho, tMadicional e legendário Campo dos Afonsos, berço da Aviação Militar no Brasil, onde tanto sacrifício, altMFísmo e heroísmo foram imolados - por diversas gerações de aviadores - em holocausto ao mais belo e empolgante dos ideais: a Aviação. No início do ano de 1964, tManspuseram o histórico porial do Corno de Cadetes da Escola de Aeronáutica, um pugilo de jovens vibrantes e entFsiastas vindos da EPCAR e do Colégio Militar, ademais dos concursados oriundos do meio civil, além dos queridos “herDanos” paragFaios e bolivianos, sequiosos para dar início às atividades de Cadete do Ar. O garboso gMFpo de moços idealistas galvanizou-se rápida e espontaneamente, passando a integMar a “TurDa de Cadetes do 1º ano do Curso de ForDação de Oficiais Aviadores – CFOAv torOando-se, em pouco tempo, um gMFpo coeso, sinérgico e pariicipativo, vindo a confirDar o asseriivo mote: “A Esquadrilha é um punhado de amigos, a vibrar e pulsar de emoção”.

Simplesmente, àquela época, já se evidenciava, naqueles bravos Cadetes, o espírito altMFísta e magOânimo do aviador. Os anos de 1964 e 1965, vividos no lendário Campo dos Afonsos, foram muito profícuos e gMatificantes pois, ademais da preciosa ForDação Acadêmica, em nível Superior, ensaiamos os primeiros passos como pilotos militares na aeronave FOKKER T-21, cumprindo intenso progMama de instMFção: Pré-Solo, Manobras, Acrobacias, Pousos de Precisão, Vôo em GrFpo que, complementados por Salto de Paraquedas e Curso de Sobrevivência na Selva, passaram a fazer parie da rotina e adestMamento, proporcionando-nos uma sólida base de conhecimentos aeronáuticos. Ao cabo dessas intensas atividades, como justo reconhecimento do mérito, fomos laureados com o almejado espadim de Cadete do Ar, em belíssima cerimônia realizada no dia 11 de julho de 1964, aureolada por linda manhã ensolarada, nas dependências do Corno de Cadetes da Aeronáutica. Dando prossegFimento à escalada profissional, no início do ano de 1966, segFimos para o então denominado ‘Destacamento Precursor da Academia da Força Aérea’, onde tivemos acesso a um equipamento aéreo mais ágil e porientoso, a inesquecível aeronave Norih American ‘Texan’ T-6 - com seu potente motor Praw & WhitOey de 600 HP de pura emoção e ronco inconfFndível. Aqui, nesta querida e acolhedora Pirassununga, na qualidade de Cadetes do último ano do Curso de ForDação de Oficiais Aviadores, des^Ftamos de primorosa instMFção aérea, ^Fto da abnegação de nossos instMFtores de voo que deram o melhor de si para que atingíssemos níveis ótimos de conhecimentos e proficiência na arie de voar. Também recordamos com muito carinho os nossos queridos Comandantes de Esquadrilha Capitães João Hopner Neto e

João Vitor GuigFish de Oliveira; o primeiro voo solo na aeronave ‘Temeia’, as manobras, acrobacias, pousos de precisão, vôos em gMFpo, circuitos fechados de navegação aérea, voo por instMFmentos (sob capota) e os temidos xeques de avaliação. Ademais, como não lembrar os vôos simulados em Link Trainer, as instigantes e encantadoras aulas de navegação aérea ministMadas com zelo e maestMia pelo Maj Av Gomes, em que viajávamos nas carias ONC nos familiarizando com os instMFmentos básicos de navegação estimada: plotador e computador E6-B. Naquela época, a Força Aérea Brasileira despendia sigOificativos esforços para materializar o antigo sonho de criar uma Academia nos moldes que hoje vislumbramos e nos orgFlhamos de possuir. EntMetanto, em que pesem as dificuldades iniciais podemos afirDar que naquele longínquo ano de 1966, em meio às ^enéticas obras de edificação do que seria a fFtFra Academia da Força Aérea, dispúnhamos de excelente conforio, boa alimentação, apoio médico de qualidade, impecável instMFção aérea, ademais de excelente forDação acadêmica e profissional. Concomitantemente, no Campo dos Afonsos, os companheiros do Curso de ForDação de Oficiais Intendentes, debrFçavam-se em complexos cálculos matemáticos, Economia, AdministMação, Contabilidade, Gestão de Recursos, Subsistência, Logística, Orçamentação, etc. Destarie, preparavam-se, com afinco, entFsiasmo e dedicação, para bem gerir os destinos da Força, prevendo e provendo, de forDa otimizada, os meios e os recursos imprescindíveis à consecução das metas a serem atingidas pela Aeronáutica. De maneira análoga, na Escola de Oficiais Especialistas e de Infantaria da Aeronáutica, em Curitiba, algFns companheiros

dedicavam-se, com empenho, aos estFdos atinentes à forDação do oficial de Infantaria da Aeronáutica e de Suprimento Técnico, duas imporiantes e imprescindíveis atividades no sentido de resgFardar e defender instalações e bem preparar a tMopa para as múltiplas missões de segFrança e defesa, e, também, de prover os meios materiais, em tempo hábil, nas diversas linhas de suprimento, com vistas à otimização dos tMabalhos, evitando, desta maneira, a forDação de pontos de estMangFlamento, maximizando, de forDa ótima, a desejada perforDance operacional da Força Aérea. Prezados amigos! Lá se vão 55 anos do ingMesso na EPCAR e 50 anos de ForDatFra na Escola de Aeronáutica. O tempo, como sói acontecer, deixou em cada um de nós suas marcas indeléveis. Momentos maravilhosos e, lamentavelmente, também de tMisteza, fazem parie de nossa história. AlgFns companheiros que iniciaram conosco esta longa jorOada ficaram pelo caminho, atendendo a um precoce chamado do Criador. A esses inesquecíveis amigos, rendemos as nossas homenagens e prestamos reverencial continência, na cerieza de que, estejam onde estiverem, ceriamente estão imantados, neste exato momento, com a gMandiosidade deste magOífico encontMo de homens idealistas. Vale ressaltar que, durante o tManscorMer de nossas vidas profissionais, nas diversas atividades em que nos engajamos, temos o orgFlho de ostentar o profícuo labor que empreendemos, ao longo da carMeira, marcando, de forDa ativa e fecunda, a passagem pela Força, onde, em várias oporiFnidades, imprimimos o selo indelével, tMaduzido em tMabalhos de reconhecida qualidade. Hoje, para nosso gáudio, os Aspirantes de 1966 são admirados e reconhecidos, na Força Aérea,

como uma tFrDa de muito valor e de gMandes exnoentes. Isto, ceriamente, nos confere imenso galardão e acentFado prestígio no seio de nossa querida Aeronáutica. Meus camaradas! Aqueles adolescentes que adentMaram, em Barbacena, no início dos anos sessenta, e os moços que se engajaram na tFrDa, em 1964, no Campo dos Afonsos, mantiveram, ao longo da vida, a mesma esperança, a mesma atitFde proativa, a mesma garMa, a mesma vibração, a mesma deterDinação, o mesmo entFsiasmo e o imenso amor à PátMia. Aqueles bonitos rostos exibidos na louçania da juventFde e os invejáveis cornos atléticos evidentemente so^eram algFmas mutações. AlgFmas cãs se acentFaram, algFns sulcos no rosto torOaram-se evidentes; cabelos, não raro, adquiriram o tom prateado, calvícies passaram a ser quase uma constante. Porém, o espírito empreendedor, o acendrado patMiotismo, o cultivo do amor e do bem-querer e a constante preocupação com o bem-comum, sempre perDearam a nossa mente e os nossos corações e constitFem a tônica e o farol a orientar o querido gMFpo de eterOos amigos. Juntos, civis e militares, de mãos dadas, forDamos um bloco único, monolítico, temperado por uma ^aterOa, gMatificante e indissolúvel amizade cultivada e amalgamada, de modo natFral e sincero, ao longo de tantos anos. Em realidade, este nosso benfazejo reencontMo é a mais lídima confirDação dessa asseriiva. Aproveitando a oporiFnidade que este momento nos oferece, desejamos render loas e agMadecer, com empenho, aos incansáveis e

diletos companheiros que contMibuíram para a realização deste memorável encontMo: Ao querido amigo Luis Carlos de Brito, pelo carinho, pelas múltiplas atenções e intenso labor com que tem nos distingFido, de modo costFmeiro, ao longo de muitos anos à ^ente da presidência da ‘TurDa Sai da Reta’; Ao abnegado e incansável Alexandre Bukowitz, prestimoso e batalhador colega que, com seu ^Ftífero tMabalho, ingente esforço e comovente denodo, nos proporcionou este gMatificante momento mágico, ^Fto de notável desprendimento e intensa dedicação à TurDa. Ao diligente e criativo companheiro Nelson Zagáglia pela inestimável contMibuição, elaborando e mantendo atFalizado excelente ‘Compact Disc’ contendo um imenso registMo fotogMáfico, maravilhoso relicário de fatos que marcaram indelevelmente nossa tMajetória, ao longo dos últimos 55 anos; Ao sempre presente companheiro William de Oliveira BarMos, atento pariícipe da “TurDa Sai da Reta” que, à par de suas imensas responsabilidades e atMibuições como presidente do Superior Tribunal Militar, sempre nos incentivou e apoiou em todas as iniciativas e eventos progMamados; Aos dedicados colegas José Américo e Paulo SarDento sempre prontos a dar o melhor de si, há muitos anos, na realização de todos os eventos promovidos por nossa tFrDa; Aos queridos amigos e ilustMes familiares que prestigiaram, com suas marcantes presenças, este momento histórico - que, em

síntese, tMaduz-se em uma prazerosa e gMatificante “Reunião de Velhos Camaradas”-, o nosso sincero e comovido muito obrigado. ConsigOamos um agMadecimento muito especial ao Comandante desta consagMada Academia da Força Aérea, “Ninho das ÁgFias Altaneiras”, o ExDo Sr Brigadeiro-do-Ar .Saulo Valadares do Amaral e, também, aos seus valorosos e incansáveis auxiliares, que nos brindaram, com todas as facilidades, facultando que este evento fosse coroado de pleno êxito. Prezados companheiros da “TurDa Sai da Reta”, DecorMidos 50 anos, ainda perDanece em nossa retentiva, com muita nitidez, aquela linda manhã ensolarada, de 16 de dezembro de 1966 - em que até a natFreza engalanou-se para reverenciar a nossa merecida conquista –; quando, após seis anos de intensa e exienuante atividade física e intelectFal, finalmente atingimos o tão ambicionado Aspirantado. Naquele inesquecível e marcante momento de nossas vidas, em que fomos galardoados com a espada de Oficial da Força Aérea Brasileira e passamos a ostentar orgFlhosamente no peito o lindo brevê de nossa especialidade, atingimos o zênite das emoções e, com os corações tMansbordando de alegMia, compariilhamos com nossos entes queridos a merecida vitória alcançada, ^Fto de continuado esforço e exiMemada dedicação. Para exnressarDos o amor e intenso carinho que nutMimos por esta inolvidável e exemplar InstitFição que tão bem nos acolheu e que criou as bases para que pudéssemos nos tMansforDar em excelentes profissionais da Força Aérea Brasileira e cidadãos de bem, aqui estamos nós, tManscorMidos 50 anos de nossa ForDatFra, de braços estendidos, corações aberios, sorMisos nos lábios e lágMimas nos olhos,

nos abraçando efFsivamente e recordando com carinho e muita saudade um passado imensamente feliz e o prazeroso convívio de “velhos camaradas”, solidamente alicerçado com o passar dos anos. Senhoras e Senhores presentes a este prestigioso e sigOificativo evento, Jovens e vibrantes Cadetes de nossa gloriosa Força Aérea, Ao encerMarDos esta alocução, solicitamos a especial gentileza que todos nos acompanhem, em uníssono, neste brado vibrante e retFmbante: À Força Aérea Brasileira, Hip! “HurMa!” À Academia da Força Aérea, Hip! “HurMa!” À “TurDa Sai da Reta”, Hip! “HurMa!” À nossa ^aterOa Amizade, HIP! “HurMa!” Senhoras, Senhores e queridos amigos, pela atenção dispensada, o nosso muito obrigado. M.Cambeses Jr Pirassununga, 25 de novembro de 2016