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Tutela Coletiva e Processo do Trabalho Teoria Geral da Tutela Jurisdicional Coletiva Prof. Enoque Ribeiro dos Santos – Doutor em Direito

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Tutela Coletiva e Processo do TrabalhoTeoria Geral da Tutela Jurisdicional Coletiva

Prof. Enoque Ribeiro dos Santos – Doutor em Direito

PLANO DE AULA

1. Introdução

2. Desenvolvimento histórico. Como e ondesurgiu a tutela coletiva

3. Os sujeitos e as instituições da tutela coletiva

4. O desenvolvimento da tutela coletiva nobrasil. Antes e após a cf de 1988

5. A importância da CF de 88 para o plenodesenvolvimento da tutela coletiva no brasil

6. Diferença entre ações atomizadas e açõesmoleculares

7. Princípios da tutela coletiva

8. O novo cpc e a tutela coletiva

INTRODUÇÃO

Importância do estudo da disciplina

Imprescindível aos juristas

Novo ramo do direito

Princípios, normas e instituições próprias

Interpretados sob uma nova leiturajurídica

Diversa do direito individual ou atomizado

GÊNESE E EVOLUÇÃO HISTÓRICA

Ressurgiu na década de 70 – usa (class actions);

Sec XII – conflitos entre comunidades (aldeões) de umvilarejo contra os senhores feudais;

Disputas envolvendo utilização de terras dos feudos;

Fiéis disputando pagamento de dizimo com os párocos;

Corporações questionando pagamento de tributos;

Arrendamentos;

Bill of peace: autorização para processamento coletivode uma ação individual

Objeto: direito de todos (objeto: direitos individuaishomogêneos)

CLASS ACTIONS AMERICANAS

Sistema da common law;

Semelhantes à nova ação civil coletiva (art. 91 doCDC);

Tutela de direitos individuais homogêneos;

Antitruste, violações de direitos humanos,discriminação no emprego;

Danos ao meio ambiente;

Proteção do consumidor;

Assédio ou constrangimento, danos pessoais;

Sistema norte americano

Class action: possibilidade de se levar ao tribunal umademanda;

Proposta por um grande número de pessoas;

Até mesmo de uma cidade ou comunidade inteira deinteressados lesados;

Eficácia da responsabilização em termos coletivos;

Ope judicis: magistrado que afere sobre o procedimentoeficaz para solução da lide;

Certification order (certificação judicial de prosseguimentoda ação coletiva)

Autor ideológico adequado: adequacy of representation

Os sujeitos e as instituições da tutela coletiva

Empregador;

Organizações sindicais;

Estado: poder executivo, legislativo eJudiciário;

Ministério Público do Trabalho;

Ministério do Trabalho e Emprego;

OIT – organização internacional do trabalho;

Legitimados: apenas os seres coletivos;

O DESENVOLVIMENTO DA TUTELA COLETIVANO BRASIL. ANTES E DEPOIS DA CF 88

Lei 4.717, de 1965. Ação popular

Lei 7347, DE 1985. Lei da ação civil pública

Proteção e tutela do meio ambiente, aresponsabilidade por danos causados aoconsumidor, a bens e direitos de valor artístico,estético, etc....

CF 88 - Grande responsável por engendrar edesenvolver a tutela coletiva

Art. 127 e 129 CF

CF/88 (20 anos)

Obra prima de respeito aos direitos dacidadania

Rui Barbosa: 1ª. CF da República 1891

Constituinte/88: 27 CFs

CF: expressão máxima da soberania

Restaurou o Estado Democrático de Direito

Após regime de exceção

Desbancou o Código Civil como referência

A importância da cf de 88 para o plenodesenvolvimento da tutela coletiva

CF/88

Amplo leque de direitos sociais e econômicos (arts.5o, 6o, 7o, 8o, 9o, 11)

Reconheceu novos direitos materiais: difusos,coletivos (art. 127 a 129)

Direitos Individuais Homogêneos CDC Lei 8078/90

Novos instrumentos processuais constitucionaisadequados à defesa dos direitos coletivos: açõesmoleculares: ADIN, Mandado de SegurançaColetivo, Mandado de Injunção, ACP, Habeas Data,Ação Popular, Ação Civil Pública

CF/88

Novos canais de acesso ao sistema deJustiça

Ministério Público, Defensoria Pública,órgãos de Defesa do Consumidor, Procons,Juizados Especiais Cíveis e Criminais e CPIs.

Novos Legitimados: Sindicatos, Associações,partidos políticos, igrejas, o próprio cidadão

Reinventou o M.P.U., com notávelindependência em relação aos demaisPoderes, na defesa dos novos direitos

CF/88

Convergência dos sistemas da commonmlaw aos da tradição romano-germânico

Publicização do direito

Ascensão do Direito Público sobre o DireitoPrivado

Declínio dos Códigos

Expansão do Poder das CortesConstitucionais

Judicialização da Política

CF/88

Forte incremento da criação judicial do direito

Relativização do dogma da separação dospoderes

Constitucionalização do direito

Novo modelo de ativismo judicial

Participação do Judiciário no processo dedecisão política e de resolução de conflitoscoletivos

Gênese do microssistema de tutela coletiva

MPU: de defensor do Poder Executivo para defensor dacidadania

Órgão agente e interveniente (NLRBoard)

Elevação da ACP a instituto constitucional

Propiciou o surgimento do CDC L.8078/90

Da LC 75/93 (Art. 83 e 84): Núcleo fundamental domicrossistema juridico de tutela coletiva;

PROCESSO ADMINISTRATIVO – Inquérito Civil eseus desdobramentos

PROCESSO JUDICIAL MOLECULAR

Gênese do microssistema processual de tutelacoletiva

Núcleo basilar: ACP (Lei 7347/85) e CDC (Lei 8078/90)

Remissão subsidiária dessas leis: art. 21 Lei 7347/85 eart. 90 da Lei 8078/90

Vocação: tutela preventiva e reparatórios dos direitosmetaindividuais:

Difusos, coletivos e individuais homogêneos

CPC e CLT apenas utilizados subsidiariamente

Titularidade: somente os legitimados

(art. 5 LACP e 82 do CDC)2014 15

NÚCLEOFontes Diretas

CF - Art. 5º, XXXV, LIV,

LXX, LXXI, LXXIII; Art.

8º, III; Art. 129, III e § 1º

LACP (Arts. 5º e 21)

CDC - Título III (Arts. 81,

90, 91 a 100, 103 a 104)

LOMPU, art. 6º, VII e XII,

83, III

LONMP, art. 25, IV

Lei n. 7.913/89

(Investidores do

mercado

mobiliário)

Lei n. 7.853/89

(PPD)

Lei 8.069/90,

arts. 201,V, 208

a 224

Lei n. 6.766/79,

arts. 21 e 23

(nulidade de

registro de

loteamento)

entorno

Lei 8.429/92, arts.

16 e 17

(improbidade -

perda de bens)

Lei n. 8.884/94,

arts. 1º e 29

(defesa do

consumidor na

ordem econômica)

Lei n. 8.974/95, art.

13 § 6º (patrimônio

genético)

Lei 10.257/01, art.

10 (usucapião

coletiva)

entorno

Fontes Subsidiárias*

CPC, CLT etc.

JURISDIÇÃO METAINDIVIDUAL

Principais diferenças

Ações moleculares Ações atomizadas

Objeto: direitos e interesses difusos, coletivos e DIH

Objeto: direitos individuais, plúrimos, ou multitudinários

Tutela inibitória, preventina, coativa, reparatória e pedagógica

Tutela: preventiva, reparatória e ressarcitória

Objeto: bens da maior dignidade (vida, saúde, educação, meio ambiente)

Bens de natureza material

Obrigações de fazer, de não fazer e de dar ($) dano moral coletivo

Obrigações principalmente de dar (verbas,patrimônio, família)

Manejo: legitimados Manejo: qualquer indivíduo lesado

Coisa julgada: erga omnes/ultra partes (atinge a todos que se encontrar na mesma situação)

Coisa julgada individual: somente atinge os autores (art. 462 CPC)

Ampliação: concretização de D.H.constitucionais

Diminuição do n. processos (reforma do CPC) Incidente Colet.

Analogia

Varas do Trabalho Procuradorias do Trabalho

Titular: juiz do trabalho Titular: procurador do trabalho

Quadro funcional: diretor de secretaria, servidores, assistentes, estagiários

Quadro funcional: diretor de secretaria, servidores (vários cedidos), assistentes e estagiários

Atividades diárias de rotina: audiências e prolação de sentenças, despachos etc.

Atividades diárias de rotina: audiências, celebração de TACs, despachos, diligências

Clientela: ex-empregados e empregados(pessoas físicas), sindicatos e o MPT (eventualmente)

Clientela: empregadores (pessoas físicas e jurídicas), sindicatos, a partir de denúncias, representações etc.

Produção de provas/instrução do processo judicial atomizado, inclusive oitiva de testemunhas

Produção de provas nas audiências/juntadas nos Inquéritos Civis (processo administrativo molecular). Oitiva de testemunhas e dos representantes das empresas

ANALOGIA

Varas do Trabalho Procuradorias do Trabalho

Contraditório exauriente/sumário, tanto nas ações atomizadas, como moleculares

Contraditório mitigado no Inquérito Civil. Autos do IC podem ser juntados como prova nos autos da ACP

Sentença judicial individual ou coletiva TAC. Termo de Compromisso de Ajustamento de Conduta. Sempre de natureza coletiva

Natureza jurídica: título executivo judicial Natureza: título executivo extrajudicial

Execução, em caso de descumprimento Execução, em caso de descumprimento

Matéria prima: predominância de direitos individuais (atomizados)

Matéria prima: direitos coletivos, difusos e individuais homogêneos

Efetividade: justiça no caso concreto no “varejo”(caso a caso) nas ações atomizadas e algumas ACPs (molecular)

Efetividade: pacificação do conflito por meio do TAC: justiça no “atacado”. Eficácia erga omnes ou ultrapartes

ANALOGIA

Varas do Trabalho Procuradorias do Trabalho

Contraditório exauriente/sumário, tanto nas ações atomizadas, como moleculares

Contraditório mitigado no Inquérito Civil. Autos do IC podem ser juntados como prova nos autos da ACP

Sentença judicial individual ou coletiva TAC. Termo de Compromisso de Ajustamento de Conduta. Sempre de natureza coletiva

Natureza jurídica: título executivo judicial

Natureza: título executivo extrajudicial

Execução, em caso de descumprimento Execução, em caso de descumprimento

Matéria prima: predominância de direitos individuais (atomizados)

Matéria prima: direitos coletivos, difusos e individuais homogêneos

Efetividade: justiça no caso concreto no “varejo”(caso a caso) nas ações atomizadas e algumas ACPs (molecular)

Efetividade: pacificação do conflito por meio do TAC: justiça no “atacado”. Eficácia erga omnes ou ultrapartes

ANALOGIA

Varas do Trabalho Procuradorias do Trabalho

Subsunção do fato à norma. Prolação de decisões judiciais atomizadas e moleculares

Manejo (expertise jurídico) dos instrumentos do microssistema processualde tutela coletiva. Se não houver arquivamento ou celebração de TAC, haverá ajuizamento da ação coletiva

Expedição de ofícios e cópias de sentenças judiciais para órgãos públicos

Expedição de “requisições”ao M.T.E., para verificação do cumprimento dos TACs

Poderão propiciar a instauração de Inquéritos Civis pelo MPT

Se se verificar descumprimento do TAC: possibilidades:

MPT e M.T.E. poderão verificar cumprimento de sentenças judiciais coletivas

Celebração de TAC Aditivo

Aplicação de astreintes, em caso de não cumprimento de decisão judicial

Decretação de multas por descumprimento. Astreintes e novas execuções em sede adm./judicial

OS PRINCÍPIOS DA TUTELA COLETIVA

Princípio: “mandamento nuclear de umsistema, verdadeiro alicerce dele,disposição fundamental que se irradiasobre diferentes normas, compondo-lhes oespírito e servindo de critério para a suaexata compreensão e inteligênciaexatamente por definir a lógica e aracionalidade do sistema normativo, no quelhe confere a Tônica e lhe dá sentidoharmônico” (Bandeira de mello)

Princípios da tutela coletiva

Principio do acesso á justiça

Princípio da competência adequada

Art. 2º. LACP

Principio do interesse jurisdicional no conhecimentodo mérito

Inércia do judiciário. Provocação dos legitimados.Certa flexibilização dos requisitos de admissibilidadeprocessual para se chegar ao mérito

Evita extinção do processo por ilegitimidade daparte autora (LACP art. 5º., p. 3º)

PRINCÍPIOS DA TUTELA COLETIVA

Princípio da máxima prioridade da tutelajurisdicional coletiva;Consecução de politicas públicas;Interesse público (direitos humanosfundamentais);Serviços constitucionais (saúde, educação,segurança e transporte);Antecipação de tutela art. 11 e 12 LACP e 84, P.III e IV do CDC;Supremacia do interesse público sobre oparticular ou de grupos;

PRINCÍPIOS DA TUTELA COLETIVA

PRINCIPIO DA DISPONIBILIDADEMOTIVADA DA AÇÃO COLETIVA

Desistência infundada – ou abandono peloautor ideológico

Induz automaticamente a convocação deoutros legitimados ativos

Especialmente MPT (Art. 5º., p. 3º) LACP

PRINCÍPIOS DA TUTELA COLETIVA

PRINCÍPIO DA DISPONIBILIDADEMOTIVADA DA AÇÃO COLETIVA

Legitimação autônoma constitucional doMPT Art. 127 a 129 CF

Legitimidade presumida do MPT

PRINCÍPIOS DA TUTELA COLETIVA

PRINCÍPIO DA NÃO TAXATIVIDADE DA AÇÃOCOLETIVA

As ações coletivas poderão contemplarquaisquer tipos de interesses e direitos

Difusos, coletivos e individuais homogêneos

PRINCÍPIOS DA TUTELA COLETIVA

PRINCÍPIO DO MÁXIMO BENEFÍCIO DATUTELA JURISDICIONAL COLETIVA

Art. 103 CDC

Norma de superdireito processual coletivocomum

Extensão in utilibus da imutabilidade dasentença de procedência do pedido

PRINCÍPIOS DA TUTELA COLETIVA

PRINCÍPIO DA MÁXIMA EFETIVIDADE DOPROCESSO COLETIVOO JUIZ NÃO DEVE SER MERO CONVIDADO DEPEDRA NO PROCESSOPODERES ASSISTENCIAISPARIDADE DE ARMASPODERÁ CONCEDER LIMINAR, COM OU SEMJUSTIFICAÇÃO PRÉVIA, ANTECIPAÇÃO DETUTELABASE; APENAS NO FUNDAMENTO RELEVANTE DALIDE

PRINCÍPIOS DA TUTELA COLETIVA

PRINCÍPIO DA OBRIGATORIEDADE DEATUAÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO

Não sujeito à DISCRICIONARIEDADE,Conveniência e oportunidade de agir

Art. 127 CF

Missão constitucional do MPT

PRINCÍPIOS DA TUTELA COLETIVA

Princípio da universalidade da jurisdição e daprimazia da tutela coletiva adequada

Abranger um número cada vez maior deinteressados

Acesso aos canais do sistema de justiça

Extensão do princípio do acesso á jurisdição

PRINCÍPIOS DA TUTELA COLETIVA

Princípio do ativismo ou protagonismo judicial

CF 88 ampliou a independência e autonomia dosmagistrados e dos membros do MPT

Nova dimensão ao poder judiciário brasileiro

Protagonismo inédito na resolução de demandasde interesse público

Litigância de interesse público

Após o exaurimento do inquérito civil -desdobramentos - ações coletivas

PRINCÍPIOS DA TUTELA COLETIVA

Princípio da ampla informação da demanda àsociedade

Direito à informação

Direitos humanos fundamentos de 4ª. Dimensão

Tratados internacionais

Objetivo pedagógico, preventivo e reparatório edissuassório

ART. 6 e 7 da Lei 7.348, de 1985

ART. 94 do CDC

PRINCÍPIOS DA TUTELA COLETIVA

PRINCÍPIO DA EXTENSÃO SUBJETIVA DACOISA JULGADA SECUNDUM EVENTUM LITIS

E PRINCÍPIO DO TRANSPORTE IN UTILIBUS

ART. 104 DA LEI 8078, DE 90

TRANSPORTE IN UTILIBUS

LIQUIDAÇÃO POR ARTIGOS E POR CÁLCULOS

PRINCÍPIOS DA TUTELA COLETIVA

PRINCÍPIO DA ADEQUADA REPRESENTAÇÃO DOSLEGITIMADOS

ADEQUACY OF REPRESENTATION

OPE LEGIS E NÃO OPE JUDICIS

NÃO BASTA O PREENCHIMENTO DAS CONDIÇÕES DAAÇÃO E DOS PRESSUPOSTOS PROCESSUAIS

SÃO NECESSÁRIOS: CONDIÇÃO DE LEGITIMADO

PERTINÊNCIA TEMÁTICA (OBJETO NUCLEAR DAAÇÃO COLETIVA INSERIDA EM SEUS OBJETIVOSSOCIAIS)

CPC 1973

Concebido em um momento histórico, políticoe social

Ainda não predominavam os interesses edireitos fragmentários

Deram origem às ações de massa

Década 60 – 70: ações moleculares começama ter ressonância no direito norte americano

CPC 1973

Não possui dignidade para pacificar demandascoletivas (direitos difusos, coletivos e DIH)

Seu foco: pacificar demandas individuais

De natureza patrimonial (e família)

Obrigações pecuniárias ($)

Ao longo dos últimos 20 anos:

Vários projetos de criação de um

Código de Processo Civil Coletivo

Verdadeiro código de processo coletivo

Segundo Antonio Gidi:

“ a histórica moderna da codificaçãoprocessual coletiva brasileira começa com apromulgação da LACP, em 1985, passa pelosavanços da CF/88 e se aperfeiçoa com o CDC,em 1991. A LACP e o CDC fazem as vezes deum verdadeiro Código de Processo CivilColetivo Brasileiro”

Anteprojeto de Código Brasileiro deProcessos Coletivos

Preconiza mudanças substanciais para a efetividadedos direitos sociais

Formas rígidas do processo individual deverão darespaço a formas mais flexíveis e abertas na conduçãodo processo coletivo

Tratamento peculiar e diferenciado de institutos como:

Competência, prevenção, legitimidade, coisa julgada

Conexão, continência, litispendência, liquidação de

Sentença e indenizações por danos morais e materiais

NOVO CPC no processo coletivo

Direito Processual Coletivo possui normas, regras,institutos e instituições próprias

Demandam uma diferente leitura jurídica

Que não se confundem com o Proc. Individual

Sua inserção no novo CPC

Poderia suscitar mais problemas que soluções

Que o capítulo de lides coletivas foi retirado do textona Câmara dos Deputados (reconhecimento dediferenças fundamentais)

E o pouco que restou (art. 333) foi vetado (PR)

Art. 333

“Art. 333. Atendidos os pressupostos da relevânciasocial e da dificuldade de formação do litisconsórcio, ojuiz, a requerimento do Ministério Público ou daDefensoria Pública, ouvido o autor, poderá converterem coletiva a ação individual que veicule pedido que:I - tenha alcance coletivo, em razão da tutela de bemjurídico difuso ou coletivo, assim entendidos aquelesdefinidos pelo art. 81, parágrafo único, incisos I e II,da Lei no 8.078, de 11 de setembro de 1990 (Códigode Defesa do Consumidor), e cuja ofensa afete, a umsó tempo, as esferas jurídicas do indivíduo e dacoletividade;

Art. 333 novo CPC

II - tenha por objetivo a solução de conflito de interesserelativo a uma mesma relação jurídica plurilateral, cujasolução, por sua natureza ou por disposição de lei, devaser necessariamente uniforme, assegurando-se tratamentoisonômico para todos os membros do grupo.

§ 1o Além do Ministério Público e da Defensoria Pública,podem requerer a conversão os legitimados referidos noart. 5o da Lei no 7.347, de 24 de julho de 1985, e no art.82 da Lei no 8.078, de 11 de setembro de 1990 (Códigode Defesa do Consumidor).

Art. 333 novo CPC

§ 2o A conversão não pode implicar a formaçãode processo coletivo para a tutela de direitosindividuais homogêneos.

§ 3o Não se admite a conversão, ainda, se:

......conversão de ação individual em ação coletiva

Razões do veto: o tema exige disciplina própria

Novo CPC

Inspiração no pós-positivismo jurídico

Princípios: centro de gravitação de todoo sistema jurídico

Força normativa da constituição

Poder político máximo CF 88

Estrelas do novo CPC

IRDR: Incidente de resolução de demandasrepititivas

Ao lado do procedimento de Recursos Repetitivos(existe somente nos Trib.Super.)

Estrelas do novo CPC

IRDR: fixará a tese jurídica a respeito da matériano TRT

Levará à uniformização da jurisprudência no âmbitoda competência daquele TRT

CPC novo

Se houver recurso para o TST:

Este ficará a tese jurídica, que servirá de

Súmula = vinculante

Abrangência em todo território nacional

DEMANDAS REPETITIVAS

Uma nova ferramenta permitirá a aplicação damesma decisão a milhares de ações iguais, caso dedemandas previdenciárias ou contra planos desaúde, operadoras de telefonia e bancos, entreoutras. As ações ficarão paralisadas na primeirainstância até que o tribunal julgue o chamadoincidente de resolução de demandas repetitivas,mandando aplicar a decisão a todos os casosidênticos.

IRDR

Art. 976. É cabível a instauração do incidente deresolução de demandas repetitivas quando houver,simultaneamente:

I - efetiva repetição de processos que contenhamcontrovérsia sobre a mesma questão unicamentede direito;

II - risco de ofensa à isonomia e à segurançajurídica.

§ 1o A desistência ou o abandono do processo nãoimpede o exame de mérito do incidente.

IRDR

§ 2o Se não for o requerente, o Ministério Público interviráobrigatoriamente no incidente e deverá assumir suatitularidade em caso de desistência ou de abandono.

§ 3o A inadmissão do incidente de resolução de demandasrepetitivas por ausência de qualquer de seus pressupostos deadmissibilidade não impede que, uma vez satisfeito orequisito, seja o incidente novamente suscitado.

§ 4o É incabível o incidente de resolução de demandasrepetitivas quando um dos tribunais superiores, no âmbito desua respectiva competência, já tiver afetado recurso paradefinição de tese sobre questão de direito material ouprocessual repetitiva.

Novidades do novo CPC

Processo negocial

Partes poderão optar pela:

Arbitragem

Mediação

Conciliação etc.

Negociar prazos dilatórios, testemunhas, provas,suspensão do processo, etc.

BIBLIOGRAFIA

ALMEIDA, GREGPORIO ASSAGRA DE. DIREITOPROCESSUAL COLETIVO BRASILEIRO. SP SARAOVA, 2003.Bezerra leite, carlos Henrique. ministério público dotrabalho. Sp Saraiva, 2015GRINOVER, ADA PELLEGRINI. NOVAS TENDÊNCIAS DODIREITO PROCESSUAL. RIO DE JANEIRO, FORENSE, 1990santos, ENOQUE RIBEIRO DOS. 0 microssistema de tutelacoletiva. 3ª. ED. Sp: ltr, 2015Santos, Ronaldo lima. Sindicatos e ações coletivas. 3ª. ED.Sp: ltr, 2015