Tutela Penal Do Meio Ambiente

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INSTITUIO TOLEDO DE ENSINO stauradoOprocedimento termocircunstanciadoj ~ detentaracomposio ado a faz-lo. instauraodeinqurito culposascometidasno ritosnopargrafonico ,I anteeparticipaoem tambmserilegala lueseentenderserema e representao(art.88) moentendemalguns ndaapossibilidadeda seraplicadaumapena emquenemmesmose nquritopolicialnose ~ o n o m i a processual. Jatvelcomosmtodos lermenutica,ondeos etadosnoisoladae osmtodoslgicoJuscando-sesempreo TUTELA PENAL DO MEIO AMBIENTE: CRIMES CONTRAO MEIO AMBIENTE PREVISTOS NALEI N.9.605,DE 12 DE FEVEREIRO DE 19981. Lus PAULO SIRVINSKAS Promotor de JustiaCriminal em SoPaulo, Professor Associado deDireito Ambiental na UniversidadeCidadedeSoPaulo (UNICID), Ex-Professor Adjunto deLegislao Tributrianas Faculdades MetropolitanasUnidas (FMU), Especialista em Direito Penal pela FaculdadedeDireito daUniversidade deSoPaulo (FADUSP) e em InteressesDifusos e Coletivos pela Escola Superior do MinistrioPblico deSoPaulo (ESMP). INTRITO Hodiernamente,atutelapenaldomeioambientecontinua sendoumanecessidadeindispensvel,especialmentequandoas medidasnasesferasadministrativaecivilnosurtiremosefeitos desejados.Amedidapenaltemporescopoprevenirereprimir condutaspraticadascontraanatureza.Amodernadoutrinapenal vempropugnando a abolio da pena privativa deliberdade com a conseqentesubstituioporpenasalternativas.Numfuturo prximo,apenaprivativadeliberdadeseraplicadaemcasos extremos.Procura-seevitar,aomximo,asuaaplicaoaocaso ITrabalho elaborado com base consulta no livro de minha autoria intitulado Tutela Penal do Meio Ambiente- BrevesConsideraesAtinentesLein.9.605,de12defevereirode1998, Saraiva,1998, S.Paulo. 194INSTITUIO TOLEDO DE ENSINO concreto,impondo,aosinfratores,medidasalternativas.O legislador da Lein.9.605/98 seguiu essa tendncia moderna. Nohdvidasqueestefimdesculoserlembradopelas futurasgeraescomosendoomaisimportanteparaomeio ambiente.Sefezmaispelomeioambientenessasduasltimas dcadas do que em todo sculo. Acreditoqueseraeducaonosbancosescolaresquefar despertaraconscinciacvicadospovos.Omeioambienteno temptria.Eladecadaum,individualmente,e,aomesmo tempo,detodos,demodogeral.Suaproteonodevese restringir a uma oua vriaspessoasdeummesmopas,mas,sim, deveserprotegidaportodosospases.Asrepercussesdeum crimeambientalpoderrepercutiremtodoomundo,comopor exemplo,umdesastrenuclearouapoluiodeumrioquecorta diversos pases. Poressemotivoqueatutelapenaldomeioambiente importante,poisobem jurdico protegidomaisamplodoqueo bem protegido em outros delitos penais. Assim,paraoDireitoPenalmoderno,atutelapenaldeveser reservada lei,partindo-se doprincpio da interveno mnima no Estado Democrticode Direito.Taltutela deveser aultimaratio, ouseja,sdepoisdeseesgotaremosmecanismosintimidatrios (ci vileadministrati vo)queseprocurar,naesferapenal,a eficcia punitiva. CONCEITO DE MEIO AMBIENTE Otermomeioambientecriticado pela doutrina e,comrazo, poismeioaquiloqueestnocentrodealgumacoisa.Ambiente indica olugar ourea onde vivem osanimais.Assim,na noo de ambienteesttambminseridooconceitodemeio.Cuida-sede umpleonasmoconsistentenarepetiodepalavrasoudeidias com o mesmo sentido simplesmente para dar nfase. A expresso j est consagrada na doutrina, jurisprudncia ena prpriaconscinciadapopulao.Poressarazo,queo LuIs PAULO SIRVINSKAS legisladoroptoupor sua Conceitua-semeioam condies,leis,influnc fsica,qumica ebiolgi< todas assuas formas" (an Partindo-sedestecon em:a)meioambiente/ atmosfrico,a flora ea f, opatrimnioarqueolg turstico;c)meioambl equipamentosurbanos,c biblioteca,pinacoteca e ir ambientedotrabalho- ir localdetrabalhoedentrl fornecendo-lheumaqual CF). Narealidade,bastad ambiente em:a)patrimni todo patrimnio artificial ( pordecisojudicial.S cultural,cientfico,tursti patrimnioartificialemp, trabalho em patrimnio na ANTECEDENTES HIST, Aslegislaespenais existentesantesdoadve confusasededifcilaplic 163(crime de dano),165( protegido),250,par.10.,I (exploso),252(usoc (inundaes), 256 (desabar dedoenaoupraga)e267 2IveteSenise Ferreira, Tutela Penal do INSTITUIOTOLEDODEENSINO Luis PAULO SIRVINSKAS nedidasalternativas.O tendncia moderna. :uloserlembradopelas importanteparaomeio nessasduasltimas ancosescolaresquefar IS.Omeioambienteno lualmente,e,aomesmo 1proteonodevese m mesmopas,mas,sim, Asrepercussesdeum Ddoomundo,comopor iodeumrioquecorta laldomeioambiente :)maisamplodoqueo ,atutelapenaldeveser a intervenomnima no 1 devesera ultimaratio, intimidatrios rar,naesferapenal,a a doutrina e,comrazo, algumacoisa.Ambiente !ais.Assim,na noo de odemeio.Cuida-sede lepalavrasoudeidias iar nfase. rina, jurisprudncia ena essarazo,queo legisladoroptouporsua utilizaona ediodaLein.9.605/98. Conceitua-semeioambientecomosendo"oconjuntode condies,leis,influncias,alteraeseinteraesdeordem fsica,qumicaebiolgica,quepermite,abrigaeregeavidaem todasassuas formas"(art.3.,inciso I,da Lein.6.938/81). Partindo-sedesteconceito,pode-sedividiromeioambiente em:a)meioambientenatural- integraosolo,agua,oar atmosfrico,a floraea fauna;b)meioambientecultural- integra opatrimnioarqueolgico,artstico,histrico,paisagsticoe turstico;c)meioambienteartificial- integraosedifcios, equipamentosurbanos,comunitrios,arquivo,registro,museu, biblioteca,pinacoteca einstalaocientfica ousimilar;ed)meio ambientedotrabalho- integraaproteodotrabalhadoremseu localdetrabalhoedentrodasnormasdesegurana,bemcomo fornecendo-lheumaqualidadedevidadigna(art.200,VIII,da CF). Narealidade,bastadividiropatrimnionacionaldomeio ambiente em:a)patrimnio natural eb) patrimnio cultural.Nem todo patrimnio artificial protegido por lei,atoadministrativo ou pordecisojudicial.Sprotegidosetivervalorhistrico, cultural,cientfico,tursticoetc.Transforma-se,destaforma,o patrimnioartificialem patrimnio culturaleomeioambiente do trabalho em patrimnio natural, bastando,portanto, esta divis02 ANTECEDENTES HISTRICOS Aslegislaespenaisesparsasrelativasaomeioambiente existentesantesdoadventodaLein.9.605/98erammuito confusasededifcilaplicao.Soelas:noCdigoPenal,arts. 163(crime dedano),165(coisa tombada),166(alteraodelocal protegido),250,par.10.,11,h(incndioemmataefloresta),251 (exploso),252(usodegstxicoouasfixiante),254 (inundaes),256 (desabamento e desmoronamento),259(difuso dedoena oupraga)e267a271(crimescontra asadepblica). 2lvete Senise Ferreira. Tutela Penal doPatrimnio Cultural,RT.vol.3', ed.1995, S.Paulo,p.13. 195 196INSTITUIO TOLEDO DE ENSINO NaLeideContravenesPenais,arts.38(poluiodoar)e42 (poluiosonora).Naslegislaesesparsas,art.15(causar poluiocolocandoem perigoaincolumidadehumana),daLein. 6.938/81(cuida da Poltica NacionaldoMeioAmbiente),arts.26 a36,da Lein.4.771/65(Cdigo Florestal),arts.27a34,da Lein. 5.197(Leide proteo fauna - Cdigo de Caa),arts.19a 27, da Lein.6.453177(cuidadaresponsabilidadecivilpordanos nuclearesedaresponsabilidadecriminalporatosrelacionados comatividadesnucleares),art.2.,daLein.7.643/87(probea pescaouqualquerformademolestamentodecetceonasguas jurisdicionais brasileiras,aLein.7.653/88(criminalizoucondutas queerammerascontravenespeloCdigodeCaaecriou figurascriminosasrelacionadaspesca),art.8,daLei7.679/88 (probeapesca deespciesem perodosdereproduo),arts.15, 16e17,da Lein.7.802/89(quedisciplina ousodeagrotxicos), art.21,Lein.7.805/89(puneaextraodeminriosem permisso,concessooulicena),art.10,daLein.7.347/85 (recusa,retardaouomitedadosrequisitadospeloMinistrio Pblico)eart.6.,daLein.8.072/90(quealterouosarts.267e 270,doCdigoPenal(passouaconsiderarcrimeshediondos causar epidemia e envenenar gua potvel). Ficava, assim, dificultosa a consulta rpida eimediata de toda a legislaoesparsaexistenteemnossoordenamentopenal.Daa necessidadedeumacodificaoordenadaesistematizadadas infraespenaisdecarterambiental.Ainexistnciadesse ordenamento lgico esistemtico causava certasaberraes,cujas conseqnciassomenteajurisprudnciaacabavasanandoou minimizando. Foi,emrazodessanecessidade,queolegislador infraconstitucionalresolveuordenaremumnicodiplomalegal todososcrimesrelacionadosaomeioambiente,consolidandoe sistematizandodentrodeumalgica formalosdelitoseaspenas. Nasceu,destaforma,aLein.9.605/98,quecuidadoscrimes ambientais e das infraesadministrativas. LuIs PAULOSIRVINSKAS CONTEDO DA LEI ALein.9.605/98I emoitocaptulos.O (sujeitoativo,pessoa jl tratadaaplicaoda crime,culpabilidade,c CaptuloIn cuidadaa infraoadministrativa crime).CaptuloIVtra crimesda leiso dea ~aaplicaodosd i s p o ~9.099/95 comalgumas r contraomeioambientE SeoII- DosCrimes OutrosCrimesAmbier OrdenamentoUrbanoe CrimescontraaAdmin dainfraoadministrati internacionalparaa pres oCaptuloVIIIcuida restringiuapenas em revI ao operador do direito co Passemosaanalisar denominada leidos crirnt 5.SUJEITOS DO CRIfl.1 5.1.Sujeito ativo o sujeito ativo dos cri fsicaimputvel(art.: imputveltodapessoaq' fatoilcitoedeagir sanespenais aplicve liberdade, a restritiva de I INSTITUIOTOLEDO DE ENSINO LuIs PAULO SIRVINSKAS ~ 8 (poluiodoar)e42 parsas,art.15(causar idadehumana),da Lein. \!leioAmbiente),arts.26 I),arts.27a34,da Lein. leCaa),arts.19a27,da lidadecivilpordanos IIporatosrelacionados ein.7.643/87(probea todecetceonasguas 8 (criminalizoucondutas digodeCaaecriou art.8,daLei7.679/88 dereproduo),arts.15, laousodeagrotxicos), raodeminriosem iDO,daLein.7.347/85 sitadospeloMinistrio lealterouosarts.267e ierarcrimeshediondos ). Jida e imediata de toda a ienamentopenal.Daa daesistematizadadas Ainexistnciadesse certasaberraes,cujas acabavasanandoou ~ , queolegislador Imnicodiplomalegal 1biente,consolidandoe aIosdelitoseaspenas. quecuidadoscrimes CONTEDO DA LEI ALein.9.605/98contmoitentaedoisartigos,distribudos emoitocaptulos.OCaptuloItratadasdisposiesgerais (sujeitoativo,pessoa jurdica,autoria eco-autoria).OCaptulo11 tratadaaplicaodapena(tiposdepenas,conseqnciasdo crime,culpabilidade,circunstnciasatenuanteseagravantes).O Captulo111cuidadaapreensodoprodutoedoinstrumentode infraoadministrativaoudecrime(instrumentoseprodutosdo crime).CaptuloIVtratadaaoedoprocessopenal(todo.sos crimes da leisodeaopenalpblica incondicionada,permItem aaplicaodosdispositivosdosarts.74,76e89daLein. 9.099/95 com algumasnovidades).OCaptulo Vcuida doscrimes contraomeioambiente(SeoI - DosCrimescontraaFauna; Seo11- DosCrimescontraaFlora;Seo111- daPoluioe OutrosCrimesAmbientais;SeoIV- DosCrimescontrao OrdenamentoUrbanoeoPatrimnioCultural;eSeoV- Dos CrimescontraaAdministraoAmbiental).OCaptuloVItrata dainfraoadministrativa.OCaptuloVIIcuidadacooperao internacionalpara apreservao domeioambiente,e,finalmente, oCaptuloVIIIcuidadasdisposiesfinais(olegisladorse restringiuapenas em revogar as disposies em contrrio, cabendo ao operador do direito cotejar asleisincompatveis com esta). Passemosaanalisaralgunspontosinovadoresinseridosna denominada leidos crimesambientais. 5.SUJEITOS DO CRIME 5.1.Sujeito ativo Osujeitoativo doscrimesambientaispode ser qualquer pessoa fsicaimputvel(art.2,daLein9.605/98).Considera-se imputveltodapessoaquetenhaacapacidadedeentender queo fatoilcitoedeagirdeacordocomesseentendimento.As sanespenaisaplicveisapessoa fsicasoaspenasprivativa de liberdade,a restritiva de direitos emulta. 197 l 198INSTITUIO TOLEDO DEENSINO Noentanto,apenapoderseratenuada:a)seosujeitoativo tiver baixo graudeinstruoouescolaridade;b)seosujeitoativo searrependererepararespontaneamenteodano,oulimitar significativamente a degradaoambientalcausada;c)se oagente comunicarpreviamenteoperigoiminentededegradao ambiental;ed)seoagentecolaborarcomosencarregadosda vigilncia e do controle ambiental (art.14,da Lein.9.605/98). Tambm podeser sujeitoativodoscrimesambientaisapessoa jurdica(art.3.,daLein.9.605/98).Entende-seporpessoa jurdicaaquela 'queexerceumaatividadeeconmica.Trata-sede umentefictcio,cujosestatutosestopreviamentearquivadosna juntacomerciallocal.Assanespenaisaplicveisapessoa jurdicasoaspenasdemulta,asrestritivasdedireitosea prestao de servios comunidade (art.21,da Lein.9.605/98). "1 c: I. 5.2.Sujeito passivo l~ I I:' o sujeitopassivodoscrimesambientaispodeseraUnio,os EstadoseosMunicpios,diretamente,eacoletividade, indiretamente. V-se,pois,que osujeito passivonotipopenalprevistonoart. 49,daLein.9.605/98,oproprietriodoimvelquetevesuas 11., plantasdeornamentaodelogradourosdestrudas,danificadas, lesadas oumaltratadas. Assim,osujeitopassivootitulardobem jurdicolesadoou ameaado. 5.3.Concurso de pessoas Rezaoart.2,daLein.9.605/98:"Quem,dequalquer forma, concorreparaaprticadoscrimesprevistosnestalei,incidenas penasaestescominadas,namedidadesuaculpabilidade,bem comoodiretor,oadministrador,omembrodoconselhoede rgotcnico,oauditor,ogerente,oprepostooumandatriode LuIs PAULO SIRVINSKAS pessoajurdica,q deixar de impedir Este dispositive acrescentando ape diretamente(seus poder de deciso (] Emrelaoa p muitasdvidas,pc Dvidassurgiro( dosseusd i r i g e n t e ~art.3.da Lein.9. jurdica,noexclu partcipesdomes cumulativa entre a Olegislador pro quetiveremconhc deixaremdeimpee la.Trata-sedecc ambiental. 6.CRIME DE PEl Noscrimesan aproximammais( realizarumaprev Classifica-seodeli presumido.Noprin nosegundo,por( consubstancianaI evitarodano,ba produo do resulta, ]Paulo Jos da Costa Jr.Dire 4AnInioHermanV,Benjami INSTITUIO TOLEDO DEENSINO LuIs PAULO SIRVINSKAS ia:a)seosujeitoativo ide;b)seosujeitoativo lteodano,oulimitar I causada;c)seoagente inentededegradao omosencarregadosda da Lein.9.605/98). nesambientaisapessoa Entende-seporpessoa econmica.Trata-sede viamentearquivadosna tisaplicveisapessoa :ritivasdedireitosea 1,da Lein.9.605/98). ispodeseraUnio,os e,eacoletividade, lOpenalprevistonoart. )imvelquetevesuas jestrudas,danificadas, bemjurdicolesadoou m,dequalquerforma, )snestalei,incidenas uaculpabilidade,bem Jrodoconselhoede )stooumandatriode pessoajurdica,que,sabendodacondutacnmmosadeoutrem, deixar deimpedir a sua prtica, quando podia agir para evit-la". Este dispositivo praticamente transcrio doartigo 29, do CP, acrescentandoapenasaspessoasresponsveispela pessoa jurdica diretamente(seusdirigentes)ouaquelesqueindiretamentetem poder dedeciso (preposto oumandatrio). Emrelaoaprticadainfraoporpessoafsicanohaver muitasdvidas,poisaplica-se,subsidiariamente,oCdigoPenal. Dvidassurgiroquantodaresponsabilidadedapessoa jurdicae dosseusdirigentesoumandatrios.Eisqueopargrafonicodo art.30 daLein.9.605/98,aoprever aresponsabilidadeda pessoa jurdica,noexcluiuadaspessoasfsicas,autoras,co-autorasou partcipesdomesmofato.Trata-sederesponsabilidadepenal cumulativa entre a pessoa jurdica e a pessoa fsica. Olegislador procurou responsabilizar tambm todasaspessoas quetiveremconhecimentodacondutacriminosadeoutreme deixaremdeimpedirsuaprtica,quandopodiamagirpara evitla.Trata-sedecondutaomissiva(deixardeimpedir)odano ambiental. 6.CRIME DE PERIGO EDE DANO Noscrimesambientais,osbensjurdicosprotegidosse aproximammaisdo"perigo"doquedodano.Issopermite realizarumaprevenoeaomesmotempoumarepresso. Classifica-seodelitodeperigoem:a)concretoeb)abstratoou presumido.Noprimeirocaso,odelitoperquiridocasoacaso e, nosegundo,pordeterminaolegal3.Ocrimedeperigose consubstancianameraexpectativadedano.Reprime-separa evitarodano,bastaameracondutaindependentementeda produo do resultad04. 3Paulo Jos da Costa Jr.Direito Penalna Constituio, Ed.1995, Ed.RT,S.Paulo,p.272. 4AntnioHerman V.Benjamin,Revista do Direito do Consumidor,Ed.RT,vaI.1.p.103. 199 200INSTITUIO TOLEDO DEENSINO LuIs PAULO SIRVINSKAS Sooscrimesdeperigoabstratoquemarcamostipospenais ambientaisnamodernatutelapenal.Procura-seantecipara proteo penal,reprimindo-se ascondutas preparatrias. Ressalte-se,contudo,quesomenteodanoefetivopoderser objetodereparaona esferacivilenoomeroperigoabstrato ou presumido.Alm disso,a doutrina temafirmadoqueamaioria dosdelitossoconsideradosdemeraconduta.Esua inobservnciaconfigurariaodelitodedesobedinciapassvelde punio (art,330, do CP). 7.ELEMENTO SUBJETIVO DO TIPO: DOLO ECULPA o conceitodedoloedeculpa estexpressamenteconsignado noart.18,I(dolo)eII(culpa),doCP.Entende-seporcrime doloso,quandooagentequisoresultadoouassumiuoriscode produzi-loeporcrimeculposo,quandooagentedeucausaao resultado por imprudncia, negligncia ou impercia. Aresponsabilidadepenalestestruturada,essencialmente, sobre oprincpio da culpabilidade.ALei n.9.605/98contm tipos penaispunidosattulodedoloedeculpa.Diantedisso,h necessidadedesedistinguirentredoloeculpa.Algunsdostipos penaissseconsumamseocrimefoipraticadodolosamente,ou seja,seoindivduotinhaavontadeeaconscinciadequerer praticaraqueledelito.Suaintenosubjetivadeveestarem harmonia com sua conduta exterior.J aculpa,mais freqente,se caracteriza pela imprudncia, impercia e negligncia. Todosostipospenaisdestaleisopraticadosattulodedolo, exceto quando a lei, expressamente,admite a modalidade culposa. 8.ELEMENTO NORMATIVO Emgrandepartedostipospenaisambientais,eXIgI-seum elementonormativo.Assim,acondutapraticadaporquemquer que seja deixar de ser crime se oagente previamente apresentar a permisso,licena ou autorizao daautoridade competente para, por exemplo,matar,per! dafaunasilvestre,expc anfbioserpteisembr semparecertcnicoc considerada depreserva Lein.9.605/98). crim ouconsideradasdeI autorizao,pedra,arei. (art.44, da Lein.9.605/9 comerciaisouindustr produtosdeorigemve vendedor,outorgada pelt Lein.9.605/98).crim emflorestas(... ),sem competente(art.51,da UnidadesdeConser' instrumentosprpriospai ousubprodutosflorestais. (art.52,da Lein.9.605/ extraoderecursosmi permisso,concessoOl substncia txica,perigos ambiente,emdesacordo( ounosregulamentosouI fazerfuncionar,emql estabelecimentos,obras( semlicenaouautorizap oucontrariandonormaisI 55,56 e60, da Lein.9.60. 9.TIPOS PENAIS EM E; 9.1 Dos crimes contra afe. NaSeoIdoCaptul< paraoscrimescontraa praticadascontra espcies I INSTITUIOTOLEDODEENSINO Luts PAULO SIRVINSKAS marcamostipospenais Procura-seantecipara ~ preparatrias. danoefetivopoderser >omeroperigoabstrato n afirmadoquea maioria neraconduta.Esua esobedinciapassvelde : DOLO ECULPA (pressamenteconsignado :>.Entende-seporcrime oouassumiuoriscode oagentedeucausaao Iimpercia. lturada,essencialmente, n.9.605/98contm tipos culpa.Diantedisso,h culpa.Algunsdostipos 'aticadodolosamente,ou aconscinciadequerer llbjetivadeveestarem culpa,maisfreqente,se negligncia. lticadosattulodedolo, tea modalidade culposa. 1mbientais,eXIgI-seum >raticadaporquemquer previamenteapresentar a )ridade competente para, porexemplo,matar,perseguir,caar,apanhar,utilizarespcimes dafaunasilvestre,exportarparaoexteriorpelesecourosde anfbioserpteisembruto,introduzirespcimeanimalnoPas semparecertcnicooficialoucortarrvoresemfloresta consideradadepreservaopermanente(arts.29,30,31e39,da Lein.9.605/98). crimeextrairdeflorestasdedomniopblico ouconsideradasdepreservaopermanente,semprvia autorizao,pedra,areia,calouqualquerespciedeminerais (art.44, da Lein.9.605/98). crime receber ou adquirir,para fins comerciaisouindustriais,madeira,lenha,carvoeoutros produtosdeorigemvegetal,semaexibiodelicenado vendedor,outorgadapelaautoridadecompetente(... )(art.46,da Lein.9.605/98).crimecomercializarmotosserraouutiliz-la emflorestas(... ),semlicenaouregistrodaautoridade competente(art.51,daLein.9.605/98).crimepenetrarem UnidadesdeConservaoconduzindosubstnciasou instrumentosprpriosparacaaouparaexploraodeprodutos ousubprodutosflorestais,semlicenadaautoridadecompetente (art.52,daLein.9.605/98).crimeexecutarpesquisa,lavraou extraoderecursosmineraissemacompetenteautorizao, permisso,concessooulicena,ouproduzir,processaretc. substncia txica,perigosa ounociva sade humana ouaomeio ambiente,emdesacordocomasexignciasestabelecidasemleis ounosregulamentosouconstruir,reformar,ampliar,instalarou fazerfuncionar,emqualquerpartedoterritrionacional, estabelecimentos,obrasouserviospotencialmentepoluidores, semlicenaouautorizaodosrgosambientaiscompetentes, oucontrariandonormaislegaiseregulamentarespertinentes(art. 55,56 e 60, da Lein.9.605/98) etc. 9.TIPOS PENAIS EM ESPCIES 9.1Dos crimes contra a fauna NaSeoIdoCaptuloV,olegisladorreservounoveartigos paraoscrimescontraafauna,tipificandocondutasdelituosas praticadascontra espciesda faunasilvestre.Somenteosarts.29, 201 INSTITUIO TOLEDO DEENSINO 202 30,31,32,33,34 e35tipificamascondutasdelituosas.Oart.29 se refere caa, eosarts.34 e35tipificam ascondutas delituosas. Aspenasdosarts.29,31e32noultrapassamumanode deteno.Aplicvel,incasu,oinstitutodatransaopenal, previstonoart.76daLein.9.099/95.Oart.36norma explicativa eoart.37 trata de causa de iseno da pena. Faz-se necessrio conceituar otermo fauna.Fauna oconjunto deanimaisprpriosdeumpasouregioquevivemem determinadapoca.Noentanto,nemtodososanimaisso protegidospelaleicontraoscrimesambientais.Protegem-seas espciesdafaunasilvestreouaqutica,domsticaou domesticadas,nativas,exticasouemrotamigratria.Essa proteo,contudo, no absoluta.Aleiexigea permisso, licena ouautorizao da autoridade competente para aprtica da caa ou I:UIda pesca. I.'Oqueseentendepor faunasilvestre?Soespcimesda faunali'i: silvestre todas aquelas pertencentes aespcies nativas,migratrias I: equaisqueroutras,aquticasouterrestres,quetenhamtodoou partedeseuciclodevidaocorrendodentrodoslimitesdo territrio brasileiro, ouguas jurisdicionais brasileiras(par.30.,do art.29,da Lein.9.605/98),ouseja,soosanimaisquetmseu hbitatnaturalnasmatas,nasflorestas,nosriosemares,animais estesque,viaderegra,ficamafastadosdomeioambiente~ .. humano.ALeiAmbientalrevogouosarts.27a34daLein. 5.197/67(Leideproteofauna- CdigodeCaa).Tais dispositivos dispunham sobre tipos penais considerados ilcitos,as agravantes,concursode pessoas,procedimentoinvestigatrioetc. Osdelitospenaisestavamdispostosemumnicoartigo(art.27, da Lein.5.197/67).Oart.34 da Lein5.197/67,dispunha que os crimescontidosnaquelaleieraminafianveis.Tambmfoi revogado. Destacam-seasseguintescondutasdelitivasdaleidoscrimes ambientais:crimematar,perseguir,caar,apanhar,utilizar espcimes da fauna silvestre,nativas ou em rota migratria,sema devidapermisso,licenaouautorizaodaautoridade competente,ouemdesacordocomaobtida.Tambmcrime quemimpedeaprocriaodafauna,semlicena,autorizaoou LuIs PAULO SIRVII'SKAS emdesacordocoma ninho,abrigo ou criad exportaouadquire,gl outransporta ovos,la] ouemrotamigrat oriundos,proveniente: devidapermisso,lio 29). 9.2.Dos crimes contra Nos crimes contra a reservouquinze a r t i g o ~contraasUnidadesdt biolgicas,reservas( nacionais,estaduais e] municipais,reasde interesseecolgicoe criadaspelopoder pb Somente osarts.38, 39 tipificamascondutas especiais de aumento dt Pune-sequemdestr preservaopermanentl causedanodiretoouir 40)ouprovoqueincn< quemfabrica,vendeo quemextraideflorest2 preservaopermanente (art.44).Pune-se igualn madeiradelei,semau lenha,carvoeoutros competentelicena(ar dificultaaregenerao vegetaooudestri,] meio,plantasdeornan propriedadeprivadaaH INSTITUIO TOLEDO DEENSINO LUIs PAULO SIRVINSKAS tasdelituosas.Oart.29 lascondutas delituosas. ltrapassamumanode :0datransaopenal, >.Oart.36norma lo da pena. una.Fauna o conjunto regioquevivemem todososanimaisso ,ientais.Protegem-seas ltica,domsticaou rotamigratria.Essa igea permisso,licena Iaraa prtica da caa ou 5oespcimesdafauna ~ i e s nativas,migratrias 5,quetenhamtodoou dentrodoslimitesdo ; brasileiras(par.3.,do )sanimaisquetmseu )sriosemares,animais osdomeioambiente rts.27a 34 daLein. :::digodeCaa).Tais consideradosilcitos,as lentoinvestigatrioetc. mnicoartigo(art.27, .97/67,dispunha queos anveis.Tambmfoi ltivasdaleidoscrimes :aar,apanhar,utilizar 11rota migratria,sem a zaodaautoridade tida.Tambmcrime licena,autorizaoou emdesacordocomaobtida,quemmodifica,danificaoudestri ninho,abrigooucriadouro naturalouquem vende,expe venda, exportaouadquire,guarda,tememcativeirooudepsito,utiliza outransportaovos,larvasouespcimesda faunasilvestre,nativa ouemrotamigratria,bemcomoprodutoseobjetosdela oriundos,provenientesdecriadourosnoautorizadosousema devidapermisso,licenaouautorizaocompetente,etc.(art. 29). 9.2.Dos crimes contra a flora Nos crimes contra a flora(Seo II do CaptuloV),olegislador reservouquinzeartigos,tipificando condutas delituosaspraticadas contraasUnidadesdeConservao,abrangendoaasreservas biolgicas,reservasecolgicas,estaesecolgicas,parques nacionais,estaduaisemunicipais,florestasnacionais,estaduaise municipais,reasdeproteoambiental,reasderelevante interesseecolgicoereservasextrativistasououtrasaserem criadaspelopoderpblico(art.40,par.1.,daLein.9.605/98). Somente osarts.38,39,40,41,42,44,45,46,48,49,50,51e52 tipificamascondutasdelituosas.Oart.53prevascausas especiais de aumento de pena. Pune-sequem destri,danificaoucortarvoresemflorestade preservaopermanente(art.38e39).Pune-setambmquem causedanodiretoouindiretoemUnidadesdeConservao(art. 40)ouprovoqueincndioemmataoufloresta(art.41).Pune-se quemfabrica,vendeoutransportaousoltabales(art.42)ou quemextraideflorestasdedomniopblicoouconsideradode preservaopermanentesemautorizao,pedra,areia,cal,etc... (art.44).Pune-se igualmente quem corta outransforma em carvo madeiradelei,semautorizao,ourecebeouadquiremadeira, lenha,carvoeoutrosprodutosdeorigemvegetal,semexibira competentelicena(arts.45e46).Pune-sequemimpedeou dificultaaregeneraonaturaldeflorestasedemaisformasde vegetaooudestri,lesaoumaltrata,porqualquermodoou meio,plantasdeornamentaodelogradourospblicosouem propriedadeprivadaalheia(arts.48e49).Pune-seaindaquem 203 204INSTITUiO TOLEDO DE ENSINO destrioudanificaflorestasnativasouplantadasouvegetao fixadoradedunas,protetorademangues,objetodeespecial preservaoouquemcomercializamotosserraouautilizaem florestasenasdemaisformasdevegetao,semlicenaou registro(arts.50e51).Pune-sequempenetraemUnidadesde Conservaoconduzindosubstnciasouinstrumentosprprios paracaaouparaexploraodesubprodutosflorestais,sem licena da autoridade competente (art.52)5. Paramelhorconceituaroscrimescontraaflora,sefaz necessriobuscarcertasdefiniesnaslegislaesesparsas. Trata-sedadenominadaleipenalembranco.Amaioriadas definiespodemserencontradasnaslegislaes,decretos, resoluesdoIBAMA, etc... 9.3.Do crime de poluio e outros crimes ambientais Entende-se por poluioa"degradaoda qualidadeambiental resultantedeatividadesque,diretaouindiretamente:a) prejudiquem asade,asegurana eobem estar da populao;b) criemcondiesadversassatividadessociaiseeconmicas;c) afetemdesfavoravelmenteabiota;d)afetemascondies estticasousanitriasdomeioambiente;e)lancemmatriasou energiaemdesacordocomospadresambientaisestabelecidos" (inciso IH,doart.3,da Lein.6.938/81). Assim,rezaoart.54,daLein.9.605:"Causarpoluiode qualquernatureza emnveistaisqueresultemoupossamresultar emdanossadehumana,ouqueprovoquemamortandadede animaisouadestruiosignificativa da flora".Opar.1 cuida da modalidadeculposa eopar.2dasespciesdepoluio,ouseja, dosolo(incisoI),atmosfrica(incisoH)ehdrica(incisoIH). Tipificacomocrimeacondutadeimpediroudificultarouso pblicodaspraias(incisoIV).Tambmconsideracrimeo lanamentoderesduosslidos,lquidos,gasosos,detritos,leos 5TaisdisposilivosforamsucintamentecomentadosnolivrodeminhaautoriaintituladoTutela PenaldoMeioAmbiente- BrevesConsideraesAtinentes Lein.9.605.de12defevereiro de1998, Saraiva,1998, S.Paulo. LuIs PAULO SIRVINSKAS ousubstnciasoleosasem regulamentares(incisoV: adotar,quandoassimoex deprecauoemcasod< irreversvel(par.3.). Entendoquenocaput d de poluio (visual,sonora, 9.3.1.Conduta punvel Aconduta punvela d( (visual,sonora,hdrica,atm possamresultaremdanos animaisenadestruioda originarouproduzir.PaI manchar.Poluir despejar I oudetritos(leosousubst solo,causandodanossal destruiodaflora.Classif poluiopelosdetritosindu c)poluioradiativa.Cuic Enquadra-seainda,neste queimada,poisa poluioai respiratriosnapopulao d tiposdepoluio:a)polui caractersticasdoambient imprpriosformasdev poluioatmosfrica"o agentespoluidores,como srios problemas para o equi: paraavidahumana:efeit< camadadeoznio,alteral etc.?;c)poluiodosolo 6JosHenriquePierangelli.Agresses JUSTlTlAn.144, p.12. 7GilbertoPassosdeFreitas.DoCrimed Ambientalem Evoluo, Juru,1998,~INSTITUIOTOLEDO DEENSINO LuIsPAULO SIRVINSKAS205 llantadasOUvegetao objetodeespecial sserraouautilizaem tao,semlicenaou emUnidadesde instrumentosprprios odutosflorestais,sem ontraaflora,sefaz legislaesesparsas. Iranco.Amaioriadas legislaes,decretos, ambientais da qualidadeambiental ouindiretamente:a) estar dapopulao;b) lCiaiseeconmicas;c) afetemascondies e)lancemmatriasou bientaisestabelecidos" :"Causarpoluiode emoupossamresultar luemamortandadede ra".Opar.I ocuida da :sdepoluio,ouseja, ehdrica(incisoIH). liroudificultarouso TIconsideracrimeo detritos,leos minhaautoriaintituladoTutela Lein.9.605.de12defevereiro ousubstnciasoleosasemdesacordocomasexignciaslegaise regulamentares(incisoV).Pune-se,porfim,quemdeixarde adotar,quandoassimoexigiraautoridadecompetente,medidas deprecauoemcasoderiscodedanoambientalgraveou irreversvel(par.30 .). Entendoquenocaputdestedispositivoestinseridotodotipo de poluio (visual, sonora, atmosfrica,hdrica e dosolo). 9.3.1.Conduta punvel A conduta punveladecausar poluiodequalquernatureza (visual,sonora,hdrica,atmosfrica e do solo) e em nveistais que possamresultaremdanossadehumana,emmortandadede animaisenadestruiodaflora.Causar sercausade,motivar, originarouproduzir.Poluircorromper,sujar,profanare manchar.Poluir despejarresduos(slidos,lquidosougasosos) oudetritos(leosousubstnciasoleosas)noar,nasguasouno solo,causandodanossadehumana,mortandadedeanimaise destruiodaflora.Classifica-seapoluiodabiosferaem:a) poluiopelosdetritosindustriais,b)poluiopelospesticidase c)poluioradiativa.Cuida-sedochamadocrimedeperigo. Enquadra-seainda,nestedispositivo,acondutadecausar queimada,poisapoluioatmosfrica,podeocasionar problemas ., respiratriosnapopulaodareaafetada.Soestesosseguintes tiposdepoluio:a)poluiohdricatoda"modificaodas caractersticasdoambienteaqutico,demodoatorn-lo imprpriosformasdevidaquenormalmenteabriga,,6;b) poluioatmosfrica"olanamento,numecossistema,de agentespoluidores,comogases,fumaa,poeira,provocando srios problemas para o equilbrio ecolgico e,consequentemente, paraavidahumana:efeitoestufa,chuvascidas,buracona camadadeoznio,alteraesmeteorolgicas,inversotrmica, 7etc. ;c)poluiodosoloodespejodedetritosslidosou 6JosHenriquePierangelli.Agressesnaturezaeproteodosinteressesdifusos,Revista JUST/T/An.144,p.12. 7GilbertoPassosdeFreitas.DoCrimedePoluio.ArtigopublicadonaobracoletivaDireito Ambiental em Evoluo. Juru.1998. S.Paulo,p.128. 206INSTITUIO TOLEDO DE ENSINOLuIs PAULO SIRVINSKAS lquidosnosolo,materialorgnicoouinorgnico,causando poluionosoloenosubsolo,inclusivenolenolfretico;d) poluiosonoratodavibraoemitidaacimadosnveis suportados peloserhumano,causandolesesnosentidoauditivo; ee)poluiovisualaalteraoexteriordomeio-ambiente atravs de colocao de cartazes em lugares imprprios. Pune-seaindaquemdificultaouimpedeousopblicodas praias.Considera-sepraia"areacobertaoudescoberta periodicamentepelasguasacrescidadafaixasubsequentede materialdetrtico,talcomoareias,cascalhos,seixose pedregulhos,atolimiteondeseinicieavegetaonatural,ou, emsuaausncia,ondecomeceumoutroecossistema"(art.10, par.3.,da Lein.9.660/88). Trata-sedebemdaUnio(art.20,1I1eIV,daCF)edeuso comum do povo. livre oseuacesso por qualquer pessoa. crimetambmolanamentoderesduosslidos,lquidos, gasosos,detritos,leos esubstnciasoleosas.Tallanamento esta disciplinadopelaLein5.357/67(estabelecepenalidadespara embarcaeseterminaismartimosoufluviaisquelancem detritos ouleo em guasbrasileiras). Pune-se,por fim,quemdeixa deadotar,quandoassim oexigir aautoridadecompetente,medidasdeprecauoemcaso derisco dedanoambientalgraveeirreversvel.Cuida-sededelitode natureza omissiva. 9.3.2.Crimes relacionados com a poluio da gua e do ar Pune-setambmquemprovoca,pelaemissodeefluentesou carreamentodemateriais,operecimentodeespcimesdafauna aquticaexistenteemrios,lagos,audes,lagoas,baiasouguas jurisdicionaisbrasileiras(art.33,daLein.9.605/98).Pune-se ainda quemenvenenaguapotvel,deusocomumouparticular, ousubstnciaalimentciaoumedicinaldestinadaaconsumo(art. 270,doCP).Pune-sequemcorrompeoupoluiguapotvel,de usocomum ouparticular,tornando-aimprpriapara consumoou nocivasade(art.271,doCP).Pune-sequemcausaincndio, expondoaperigoavid outrem(art.250,doCF avida,integridadefsic txicoouasfixiante(a abusivamente,emisso ofenderoumolestara l ~quemperturbaalgum, LCP). 9.3.3.Outros crimes am Para estes crimes(Se quatroartigosdescrever 55,56,60 e61,da Lein pesquisa,lavraoueJ competenteautorizao, desacordocom aobtida. importa,exporta,comer emdepsitoouusaprc nociva sadehumana( asexignciasestabeleci, Pune-setambmquerr referidasnocaput,ouos segurana.Pune-se ainda ouradioativo.Pune-se funcionar,emqualq' estabelecimentos,obras semlicena ouautorizal contrariandoasnormasl ~seainda quem dissemina causardanoagricultUI ecossistemas. INSTITUIO TOLEDO DE ENSINOLuIsPAULO SIRVINSKAS )liinorgnico,causando venolenolfretico;d) litidaacimadosnveis ~ s e s nosentidoauditivo; teriordomeio-ambiente resimprprios. pedeousopblicodas cobertaoudescoberta iafaixasubsequentede ,cascalhos,seixose avegetaonatural,ou, :0ecossistema"(art.10, IeN,da CF)edeuso qualquer pessoa. sduosslidos,lquidos, Isas.Tallanamentoesta belecepenalidadespara ufluviaisquelancem r,quandoassimoexigir ::auoemcasoderisco Cuida-sededelitode 'oda gua e doar ~ m i s s o deefluentesou deespcimesdafauna lagoas,baiasouguas n.9.605/98).Pune-se ocomumouparticular, stinadaaconsumo(art. poluiguapotvel,de :pria paraconsumoou ~ quemcausaincndio, expondoaperigoavida,aintegridadefsicaouopatrimniode outrem(art.250,doCP).Pune-se,tambm,quemexpeaperigo avida,integridadefsicaouopatrimniodeoutrem,usandogs txicoouasfixiante(art.252,doCP).Pune-sequemprovoca, abusivamente,emissodefumaa,vaporougs,quepossa ofenderoumolestaralgum(art.38,daLCP).Pune-se,porfim, quemperturbaalgum,otrabalhoousossegoalheios(art.42,da LCP). 9.3.3.Outros crimes ambientais Para estescrimes(SeoIIICaptuloV),olegisladorreservou quatroartigosdescrevendocondutasdelituosas,ouseja,osarts. 55, 56,60 e 61,da Lein.9.605/98.Assim,pune-sequemexecuta pesquisa,lavraouextraoderecursosmineraissema competenteautorizao,permisso,concessooulicena,ouem desacordocomaobtida.Pune-sequemproduz,processa,embala, importa,exporta,comercializa,fornece,transporta,guarda,tem emdepsitoouusaprodutoousubstnciatxica,perigosaou nociva sadehumanaouaomeioambiente,emdesacordocom asexignciasestabelecidasemleisounosseusregulamentos. Pune-setambmquemabandonaprodutosousubstncias referidasnocaput,ouosutilizaemdesacordocomasnormasde segurana.Pune-seainda seasubstncia ouoprodutofornuclear ouradioativo.Pune-sequemconstri,amplia,instalaoufaz funcionar,emqualquerpartedoterritrionacional, estabelecimentos,obrasouserviospotencialmentepoluidores, semlicena ouautorizaodosrgosambientaiscompetente,ou contrariandoasnormaslegais eregulamentarespertinentes.Puneseainda quem dissemina doena oupraga ouespcies que possam causardanoagricultura,pecuria,fauna,floraouaos ecossistemas. 207 208INSTITUIO TOLEDODEENSINO LuIs PAULO SIRVINSKAS 9.4.Doscrimescontraoordenamentourbanoeopatrimnio cultural NaSeoIVdoCaptuloV,olegisladorreservouquatro artigos para oscrimes contra oordenamento urbano(arts.64 e65) eopatrimniocultural(arts.62e63),tipificandocondutas delituosaspraticadascontrabempblico.Todososartigos tipificamcondutasdelituosas(arts.62,63,64e65,daLein 9.605/98).As penasdosarts.64 e65da citada lei no ultrapassam umanodedeteno,aplicando-seoinstitutodatransaopenal, previsto no art.76, da Lein9.099/95. J osarts.62 e63tm pena mnimadeumanoderecluso,aplicando-seoinstitutoda suspenso do processo, previsto no art.89, da Lein9.099/95. Antesdoadventodestalei,aproteopenaldopatrimnio culturalestavainseridanoCdigoPenal,nocaptuloatinenteao delito de dano(arts.163,IH,165e166).Osarts.165e166 foram revogados pela nova leidos crimes ambientais. Destacam-seasseguintescondutasdelitivas,ouseja,destruir, inutilizaroudeteriorar:a)bemespecialmenteprotegidoporlei, ato administrativo oudeciso judicial; b)arquivo,registro,museu, biblioteca,pinacoteca,instalaocientficaousimilarprotegido porlei,atoadministrativooudecisojudicial(art.62).Alteraro aspectoouestruturadeedificaooulocalespecialmente protegido por lei,atoadministrativooudeciso judicial, emrazo deseuvalorpaisagstico,ecolgico,turstico,artstico,histrico, cultural,religioso,arqueolgico,etnogrficoou monumental,sem autorizaodaautoridadecompetenteouemdesacordocoma concedida(art.63).Promover construoemsolonoedificvel, ounoseuentorno,assimconsideradoemrazodeseuvalor paisagstico,ecolgico,artstico,turstico,histrico,arqueolgico, etnogrficooumonumental,semautorizaodaautoridade competente ou em desacordo com a concedida (art.64).Epor fim, pichar,grafitarouporoutromeioconspurcaredificaoou monumento urbano (art.65). 9.5.Dos crimes contra a Na Seo V do Captu paraoscrimescontra condutaspraticadaspor Todososquatroartigos penais.Aspenasdosarts umanoderecluso e de d somente oinstitutoda sm daLein.9.099/95,comc dopargrafonicodoart trsmesesaumano,seI naturezaculposa.Nesses penal, previsto no art.76, Osdoisprimeirosart funcionriopblico,eos administrao pblica am! severamente ofuncionric a pena daquele. Antesdoadvento desta respondiampelasinfra cujosdelitosencontram CdigoPenal(trata,dosc administraoemgeral) (cuidamdoscrimesprati< administraoemgeral).I aplica-se o Cdigo Penals Destacam-seassegl funcionriopblicoafin verdade,sonegarinforma procedimentosdeautoriza 66).Concederofuncior permissoemdesacordo atividades,obrasousen autorizatrio doPoder Pb deverlegaloucontratual I lNSTlTUIOTOLEDO DE ENSINOLuIs PAULO SIRVINSKAS banoeo patrimnio adorreservouquatro urbano(arts.64 e65) tipificandocondutas ).Todososartigos , 64e 65, da Lein daleinoultrapassam :0datransaopenal, arts.62e 63tmpena do-seoinstitutoda aLein 9.099/95. penaldopatrimnio ) captuloatinenteao arts.165e166foram IS. "as,ouseja,destruir, Iteprotegidoporlei, livo,registro,museu, ousimilarprotegido li (art.62).Alteraro localespecialmente o judicial,em razo >,artstico,histrico, oumonumental,sem mdesacordocoma solonoedificvel, razodeseuvalor trico,arqueolgico, lodaautoridade l(art.64).E por fim, lrcaredificaoou 9.5.Dos crimes contra a administrao ambiental Na Seo V do Captulo V,olegislador reservouquatro artigos paraoscrimescontraaadministraoambiental,tipificando condutaspraticadasporfuncionriopblicoeporparticular. Todososquatroartigostipificamcrimeseestipulamsanes penais.Aspenasdosarts.66,67,68e69tmpenasmnimasde um anode recluso e de deteno.Portanto,nesta Seo,aplica-se somente oinstituto dasuspensodoprocesso,previstonoart.89, daLein.9.099/95,comexceodopargrafonicodoart.67e dopargrafonicodoart.68,daLein.9.605/98,cujapenade trsmesesaumano,semprejuzodamulta,seocrimeforde naturezaculposa.Nessescasos,aplica-seoinstitutodatransao penal, previsto no art.76, da Lein.9.099/95. Osdoisprimeirosartigoscuidamdecrimespraticadospor funcionriopblico,eosdoisltimos,porparticularescontraa administrao pblica ambiental.Olegislador resolveu punir mais severamenteofuncionriopblicodoqueoparticular,agravando a pena daquele. Antesdoadventodesta lei,ofuncionriopblico eoparticular respondiampelasinfraespenaisprevistasnoCdigoPenal, cujosdelitosencontramcorrespondncianosarts.328es.do CdigoPenal(trata,doscrimespraticadosporparticularcontraa administraoemgeral)eosarts.312es.domesmoCodex (cuidamdoscrimespraticadosporfuncionriopblicocontraa administraoemgeral).ComacriaodanovaLeiAmbiental, aplica-se o Cdigo Penal subsidiariamente. Destacam-seasseguintescondutasdelitivas:fazero funcionriopblicoafirmaofalsaouenganosa,omItIra verdade,sonegarinformaesoudadostcnico-cientficosem procedimentosdeautorizaooudelicenciamentoambiental(art. 66).Concederofuncionriopblicolicena,autorizaoou permissoemdesacordocomasnormasambientais,paraas atividades,obrasouservioscujarealizaodependedeato autorizatrio do Poder Pblico (art.67).Deixar, aquele quetiver o deverlegaloucontratualdefaz-lo,decumprirobrigaode 209 210INSTITUiO TOLEDO DE ENSINO Luis PAULO SIRVINSKAS relevanteinteresseambiental(art.68).Eporfim,obstarou dificultaraaofiscalizadoradoPoderPbliconotratode questes ambientais (art.69). 10.CONCLUSO ALein.9.605/98procurousistematizartodaalegislao esparsa.Trata-sedeumalegislaomoderna,trouxemuitos avanosealgunsretrocessos,mas,nogeral,melhoroualguns tipospenaisecriououtros,acrescentandoaculpacomo modalidadeinexistenteanteriormente,bemcomomaiscrimesde perigo. Espera-sequealegislaosejabementendidaecorretamente aplicada. Noentanto,noissoquevemacontecendo.Onosso PresidentedaRepblica,atendendoapedidodeempresrios poluidores,baixouaMedida Provisria n.1.710,de07deagosto de1998,suspendendoporatdezanosaaplicaodestalei, permitindoquergosambientaisintegrantesdoSISNAMA, firmassemtermo de compromisso com pessoas fsicasou jurdicas responsveispelaconstruo,instalao,ampliaoe funcionamentodeestabelecimentoseatividadesutilizadorasde recursosambientais,consideradosefetivaoupotencialmente poluidores. J na segunda edio,aMedida Provisria,de08desetembro de1998,diminuiuoprazoparaatseisanos,dentreoutras alteraesnecessrias.Talmedida,emoutraspalavras,concedeu aosempresriosodireitodepoluir.Nohdvidasdequeessa medidainconstitucional,consoanteart.225eoart.5.daCF. Ningumpoderdispordodireitoquedetodosenodo governante.Trata-sededireitoindisponvel.Ningumpoder dispordasade,dobemestarsocialedaqualidadedevidada coletividadeemuitomenosatravsdemedidaprovisria.Essa medida est com seus dias contados. V-se,pois,queoprprio Presidente da Repblica,aobaixar a medidaprovisria,tentapostergaraaplicaodaleiporatdez anos.Destaforma,com ecologicamenteequilibfG dessedireitoatravsdel basta apenastermos uma senoformoseducados necessrioquenossasc meioambiente.Sassin pas mais humano e solid INSTITUIO TOLEDO DEENSINO LuIs PAULO SIRVINSKAS Eporfim,obstarou lerPbliconotratode atizartodaalegislao noderna,trouxemuitos geral,melhoroualguns ntandoaculpacomo :mcomomaiscrimesde :ntendidaecorretamente acontecendo.Onosso pedidodeempresrios .1.710,de07deagosto saaplicaodestalei, grantesdoSrSNAMA, ssoas fsicasou jurdicas ilao,ampliaoe lvidadesutilizadorasde ivaoupotencialmente ria,de08desetembro ~ i s anos,dentreoutras ttraspalavras,concedeu hdvidasdequeessa 225eoart.5.daCF. detodosenodo tvel.Ningumpoder aqualidadedevidada ledidaprovisria.Essa . Repblica,aobaixar a lodaleiporatdez anos.Destaforma,comopodemoslutarporummeioambiente ecologicamenteequilibradoseonossogovernantemaiordisps dessedireitoatravsdeumameramedidaprovisria.Assim,no basta apenastermosuma legislao fortee,aparentemente,eficaz, senoformoseducadosparadefenderopatrimniouniversal. necessrioquenossascrianastenhamaulasnasescolassobre meioambiente.Sassimestaremoscontribuindoparafazerum pas mais humano e solidrio. 211