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CONSELHO FEDERAL DE NUTRICIONISTAS - ANO III N º 8/2002 2 s u m á r i o SRTVS, Qd. 701, Ed. Assis Chateaubriand, Bloco II, Sala 406 – Brasília/DF CEP 70340-000 Home page: www.cfn.org.br E-mail: [email protected] Tel.: (61) 225-6027 Fax: (61) 323-7666 PRESIDENTE Rosane Maria Nascimento da Silva VICE PRESIDENTE Maria de Fátima Fuhro Martins SECRETÁRIA Nancy Sayoko Miyahira TESOUREIRA Ida Cristina Leite Veras COMISSÃO DE TOMADAS CONTAS Fátima Christina de Castro Santana Sandra Maria Chemin Seabra da Silva Maria Helena Prazeres de Souza COMISSÃO DE ÉTICA Fátima Christina de Castro Santana (Coordenadora) Arlete Santos Moreira Maria Helena Prazeres de Souza COMISSÃO DE FISCALIZAÇÃO Sandra Maria Chemin Seabra da Silva (Coordenadora) Amelia Gomes Moreira Vaz Nancy Sayoko Miyahira COMISSÃO DE ENSINO Leopoldina Augusta Souza Sequeira (Coordenadora) Celeste Alves Moura Sandra Maria Chemin Seabra da Silva Ida Cristina Leite Veras Rosane Maria Nascimento da Silva COMISSÃO DE COMUNICAÇÃO Rosana Maria Carolo da Costa e Silva (Coordenadora) Míriam Regina Fagundes Salomão Celeste Alves Moura Eliana da Silva Rezende Arlete Santos Moreira COMISSÃO DE LICITAÇÃO Míriam Regina Fagundes Salomão (Coordenadora) Arlete Santos Moreira Maria Helena Prazeres de Souza Fátima Christina de Castro Santana Maria Rosa de Macedo dos Santos EDITORA Socorro Aquino 2091/DF PROJETO GRÁFICO Wellington Braga IMPRESSÃO Primícia Gráfica e Editora TIRAGEM 30.000 exemplares PERIODICIDADE Quadrimestral PUBLICAÇÃO DO CONSELHO FEDERAL DE NUTRICIONISTAS EDITORIAL .......................................................... 3 AÇÕES E PARCERIAS .......................................... 4 FOME ZERO ....................................................... 5 CRN EM AÇÃO .................................................. 6 ENTREVISTA ........................................................ 8 TRANSPLANTES ................................................ 10 REPOSITORES HIDROELETROLÍTICOS ................. 13 TECNÓLOGO ................................................... 14 AGENDA .......................................................... 15 Os níveis de assistência em Nutrição E N T R E V I S T A Dra. Janete Maculevicius

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CCCCCONSELHO FFFFFEDERAL DE NUTRICIONISTAS - ANO III Nº 8/20022

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SRTVS, Qd. 701,Ed. Assis Chateaubriand, Bloco II,

Sala 406 – Brasília/DFCEP 70340-000

Home page: www.cfn.org.brE-mail: [email protected]

Tel.: (61) 225-6027Fax: (61) 323-7666

PRESIDENTERosane Maria Nascimento da Silva

VICE PRESIDENTEMaria de Fátima Fuhro Martins

SECRETÁRIANancy Sayoko Miyahira

TESOUREIRAIda Cristina Leite Veras

COMISSÃO DE TOMADAS CONTAS Fátima Christina de Castro Santana

Sandra Maria Chemin Seabra da SilvaMaria Helena Prazeres de Souza

COMISSÃO DE ÉTICAFátima Christina de Castro Santana

(Coordenadora)Arlete Santos Moreira

Maria Helena Prazeres de Souza

COMISSÃO DE FISCALIZAÇÃOSandra Maria Chemin Seabra da Silva

(Coordenadora)Amelia Gomes Moreira Vaz

Nancy Sayoko Miyahira

COMISSÃO DE ENSINOLeopoldina Augusta Souza Sequeira

(Coordenadora)Celeste Alves Moura

Sandra Maria Chemin Seabra da SilvaIda Cristina Leite Veras

Rosane Maria Nascimento da Silva

COMISSÃO DE COMUNICAÇÃORosana Maria Carolo da Costa e Silva

(Coordenadora)Míriam Regina Fagundes Salomão

Celeste Alves MouraEliana da Silva RezendeArlete Santos Moreira

COMISSÃO DE LICITAÇÃOMíriam Regina Fagundes Salomão

(Coordenadora)Arlete Santos Moreira

Maria Helena Prazeres de SouzaFátima Christina de Castro SantanaMaria Rosa de Macedo dos Santos

EDITORASocorro Aquino 2091/DFPROJETO GRÁFICO

Wellington BragaIMPRESSÃO

Primícia Gráfica e EditoraTIRAGEM

30.000 exemplaresPERIODICIDADE

Quadrimestral

PUBLICAÇÃO DO CONSELHO

FEDERAL DE NUTRICIONISTAS

EDITORIAL .......................................................... 3

AÇÕES E PARCERIAS.......................................... 4

FOME ZERO ....................................................... 5

CRN EM AÇÃO .................................................. 6

ENTREVISTA ........................................................ 8

TRANSPLANTES ................................................ 10

REPOSITORES HIDROELETROLÍTICOS ................. 13

TECNÓLOGO ................................................... 14

AGENDA .......................................................... 15

Os níveisde assistênciaem Nutrição

E N T R E V I S T ADra. Janete Maculevicius

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CCCCCONSELHO FFFFFEDERAL DE NUTRICIONISTAS - ANO III Nº 8/2002 3

Presidente do CFN

Rosane Maria Nascimento da Silva

• E D I T O R I A L

CCCCCONSELHO FFFFFEDERAL DE NUTRICIONISTAS - ANO III Nº 8/2002 3

O encerramento de um ano parao Conselho Federal de Nutri-cionistas (CFN) é a consagra-

ção de mais uma etapa de trabalhos emprol da consolidação do papel do nutri-cionista na sociedade. Na metodologiainterna adotada neste período com o Pla-nejamento Estratégico Situacional (PES),constatamos ser este um excelente instru-mento para o melhor desenvolvimento danossa gestão.

Ao longo de 2002 tivemos a possi-bilidade de ampliar e intensificar impor-tantes articulações e representações emdiversos fóruns. Ao avaliarmos esse pro-cedimento, temos a consciência de queajudamos a consolidar o papel do nutri-cionista junto às demais entidades, dan-do maior visibilidade ao nosso constan-te trabalho para a vigilância da presta-ção da assistência alimentar e nutricio-nal para a população.

Entendendo a função fiscalizatória doexercício profissional como prioridadeestratégica funcional do Sistema CFN/CRN, estamos realizando diversos fó-runs de discussão com os Conselhos Re-gionais, na perspectiva de construir umaPolítica Nacional de Fiscalização queatenda a qualidade dos serviços e daassistência alimentar e nutricional pres-tados pelos nutricionistas.

Do ponto de vista da instrumentali-zação da categoria, realizamos comgrande êxito o I Seminário Nacional dePrescrição Dietoterápica/Exames Labo-ratoriais, evento paralelo ao XVII CON-

BRAN. Em dezembro, intensificamosessa estratégia com a promoção do ISeminário Nacional de Revisão do Có-digo de Ética do Nutricionista.

Quanto à inserção do nutricionistanas ações básicas de saúde, com ênfa-se no Programa Saúde da Família(PSF), promovemos a primeira tele-conferência, avaliada como positivapor todo o Sistema.

A conjuntura política do país exigiude nossa parte um esforço extra no sen-tido de tentarmos aglutinar discussõesem torno de alguns eixos, tendo comoobjetivo final apresentar proposiçõespara o novo governo. Conseguimos sin-tetizar uma proposta que foi entregueaos candidatos à Presidência da Repú-blica, e que defende a Segurança Alimen-tar e Nutricional como pauta prioritá-ria na política governamental.

Após as eleições, um dos primei-ros pronunciamentos do presidenteeleito, Luis Inácio Lula da Silva, des-tacou a questão da fome no Brasil.Esse fato nos impõe a necessidadede aprofundarmos as discussões so-bre o tema, para que possamos ga-rantir a Segurança Alimentar e Nu-tricional em sua plenitude, destacan-do a garantia do acesso quantitativoe qualitativo ao alimento.

Ampliamos ainda mais nossa atua-ção, ao conquistarmos a crescenteparticipação de nutricionistas nos di-versos fóruns de discussões interseto-riais, fator perceptível no Seminário

de Segurança Alimentar e Nutricional,ocorrido em outubro, em Recife/PE.

Em âmbito institucional contribuímoscom o fortalecimento do MERCOSUL,com a efetiva participação nos Sub-gru-pos 3 e 11(indústria e comércio exteriore saúde, respectivamente), onde foramaprofundadas as discussões sobre as con-dições para o exercício profissional donutricionista nos países-membros.

Com essas ações desenvolvidas,muitas delas consolidadas, temos cla-ro que o próximo ano exigirá ainda maiso compartilhamento de responsabilida-des para que possamos expandir a nos-sa efetiva participação nas políticas pú-blicas e nos diversos setores da alimen-tação e nutrição, que têm exigido a pre-sença permanente do nutricionista.

Nossa expectativa com relação aonovo governo é que seja mantido oprincípio democrático de tomada dedecisões de forma coletiva, consultan-do-se os segmentos organizados da so-ciedade, como bem tem defendido opresidente eleito Luis Inácio Lula da Sil-va. Isso possibilitará a participação dasentidades que representam os nutricio-nistas nas políticas pertinentes a nutri-ção e alimentação, especificamente, ena saúde.

O momento futuro é de fortalecer anossa participação para difundirmosnosso papel na melhoria da qualidadede vida e na alimentação saudável doscidadãos. Essa tarefa é de todos nós eprecisa continuar.

A tarefa é fortalecer aparticipação do nutricionista

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• AÇÕES E PARCERIAS

Ministério do Trabalho e EmpregoO CFN, representado pela conselheira Fátima Furho, participou em 10 de outubro, do

lançamento da nova Classificação Brasileira de Ocupações – CBO, proposta pelo Ministériodo Trabalho e Emprego.

A CBO tem o propósito de identificar, descrever, classificar e nomear todas as profis-sões existentes no Brasil. Para isso foi realizado um trabalho, durante três anos, emparceria com a Universidade Federal de Minas Gerais, o IBGE, a UNICAMP, a USP, pes-quisadores, SENAI e FIPE que detectou a existência de 3.200 ocupações no país.

Os interessados em adquirir a CBO devem entrar em contato direto com o Ministério doTrabalho e Emprego.

DiabetesO 7º Congresso Brasileiro Multiprofis-

sional em Diabetes e a 7ª Exposição Brasi-leira de Produtos e Alimentos para Porta-dores de Diabetes, realizados de 26 a 28 dejulho de 2002, em São Paulo, contaram coma participação do CFN, representado pelaconselheira federal Eliana da Silva Rezende.

O Conselho participou da mesa de aber-tura dos trabalhos, firmando assim, sua in-terlocução com entidades como as Associa-ções Paulista e Brasileira de Nutrólogos,também presentes. O CRN-3 também par-ticipou do evento.

XII CONFELANYDNo período de 30 de setembro a 3 de

outubro de 2002, em Caracas/Venezuela,aconteceu o III Congresso Latino-americanoe do Caribe de Nutricionistas e Dietistas(CONFELANYD), promovido pela Confede-ração Latino-americana de Nutricionistas eDietistas. As conselheiras Rosane Nascimen-to e Fátima Furho, presidente e vice-presi-dente do CFN, respectivamente, participa-ram do evento. Na oportunidade, solicitarama ampliação da representação por país – hoje,apenas uma entidade, de cada país, pode inte-grar o CONFELANYD. A adesão à Confedera-ção pelo Sistema CFN/CRN será ponto de dis-cussão da próxima reunião conjunta.

Na ocasião foi acertada a realização deuma reunião no Equador, em 7 de fevereirode 2003, para que os países possam oficiali-zar a adesão à CONFELANYD. O próximoCongresso ocorrerá neste país em 2004.

Fórum MercosulO CFN participou do 2º Fórum MER-

COSUL dos Conselhos Federais da Área deSaúde, que reuniu representações de pro-fissionais e dos Ministérios da Saúde, do Tra-balho, das Relações Exteriores e de Desen-volvimento, Indústria e Comércio. A conse-lheira federal Fátima Furho representou oCFN neste encontro, que aconteceu emBrasília, em agosto último. Na ocasião foielaborada uma carta, enviada ao candidatos àPresidência da República, para que o eleito

considere as proposições do Fórum sobre aatuação de profissionais estrangeiros naspolíticas brasileiras.

TeleconferênciaDia 09 de setembro de 2002, em come-

moração ao Dia do Nutricionista, o CFN re-alizou, em parceria com a ConfederaçãoNacional da Indústria(CNI), uma teleconfe-rência sobre “A Inserção do Nutricionis-ta no PSF”.

O evento contou com 454 participantes,fator bastante positivo para uma primeiraedição. Assim, o CFN já está trabalhandopara promover outros eventos como esteem 2003.

Veja mais informações sobre a telecon-ferência no site do CFN.

Merenda EscolarA Câmara Técnica Transitória de Meren-

da Escolar do CFN, em parceria com o Fun-do Nacional de Desenvolvimento daEducação(FNDE), tem como objetivo estu-dar parâmetros para a definição legal de da-dos que subsidiarão os Conselhos Regionaisde Nutricionistas quanto à orientação e fis-calização das ações técnicas em MerendaEscolar, e fazer cumprir a legislação perti-nente ao assunto.

A primeira reunião ocorreu na sede do CFN,em Brasília, no dia 08 de novembro de 2002.

Confira outras informações no site do CFN.

Carta aoPresidente Eleito

Em preparação para a II ConferênciaNacional de Segurança Alimentar e Nutrici-onal, que tem indicativo para ser realizadaem outubro de 2003, aconteceu de 16 a 18de outubro de 2002, em Recife/PE, o Semi-nário Nacional de Segurança Alimentare Nutricional – Uma Tarefa de Todos.

O evento contou com 450 participantese aprovou a entrega de uma carta ao Presi-dente da República eleito, com as seguintesreivindicações:

· Estabeleça a promoção da SegurançaAlimentar e Nutricional como um dos eixosestratégicos do modelo de desenvolvimen-to humano a ser adotado em sua gestão;

· Reconstitua o Conselho Nacional deSegurança Alimentar e Nutricional, com ca-ráter intersetorial, interinstitucional e deparceria com diferentes setores da socieda-de brasileira;

· Crie a Secretaria de Estado de Segu-rança Alimentar e Nutricional vinculada àPresidência da República.

A carta poderá ser lida na íntegra no sitedo CFN.

Vitória para osConselhos

O Supremo Tribunal Federal (STF), em7 de novembro de 2002, julgou a Ação diretade inconstitucionalidade (Adin) nº 1717, con-siderando inconstitucionais o caput e os pa-rágrafos 1º, 2º e 4º ao 8º do art 58 da Lei9.649/98, que alterava a natureza jurídica dosConselhos Profissionais. Com essa decisãofica confirmada a natureza jurídica de autar-quias dos Conselhos.

Senado adia discussãosobre Ato Médico

Em reunião realizada em 13 de novem-bro, na Comissão de Constituição e Justiçado Senado (CCJC), foi concedida vista cole-tiva ao PLS nº 25/02 (do senador GeraldoAlthoff - PFL/SC), que define o Ato Médico.Com isso, fica adiada a discussão e a votaçãodo assunto que poderá ser apreciado ou nãoaté o final desta legislatura.

Acompanhe as notícias atualizadas nosite do CFN, em CFN no Congresso.

Fórum SocialMundial 2003

A próxima edição do Fórum aconteceráem Porto Alegre/RS no período de 23 a 28de janeiro de 2003.

Para maiores informações acesse o sitewww.forumsocialmundial.org.br

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CCCCCONSELHO FFFFFEDERAL DE NUTRICIONISTAS - ANO III Nº 8/2002 5

O presidente eleito Luís Inácio Lula da Silva, apresentou à sociedadecivil, o Projeto Fome Zero, que é

uma proposta de Política de SegurançaAlimentar para o Brasil. O Projeto envol-ve mudanças econômicas e sociais, prin-cipalmente, na estrutura de dominação po-lítica do país, considerando, inclusive, ascondições de pobreza das regiões brasi-leiras para aplacar a fome.

“Se ao final do meu mandato cada bra-sileiro puder se alimentar três vezes aodia terei realizado a missão de minhavida”, afirmou Lula em seu primeiro pro-nunciamento como presidente eleito, em28 de outubro. Para executar o Projeto,cuja elaboração envolveu especialistas notema, além dos movimentos sociais eONG, em diversos seminários e debates– a ASBRAN participou de um deles – serácriada uma Secretaria de Emergência So-cial com verbas e poderes para a partirde janeiro iniciar o combate à fome.

• O público-alvoA meta é erradicar a fome de 9,3 mi-

lhões de famílias (ou 44 milhões de pes-soas) muito pobres, que ganham menosde um dólar por dia, cerca de R$ 80,00por mês, em quatro anos de governo. Estevalor é denominado pelo Banco Mundialcomo a linha de pobreza e tem por base arenda per capita dos pobres que vivem nospaíses mais pobres que a África.

A pobreza no Brasil atinge ainda qua-se 3 milhões de famílias rurais (15 milhõesde pessoas). Até mesmo a região maisdesenvolvida, a Sudeste, concentra 2,6milhões de famílias ou 11,5 milhões depessoas em estado de pobreza.

• O combate à fomeAs principais soluções apresentadas

pelo Projeto para erradicar a fome sãouma conjugação de estratégias emergen-ciais, como a doação de alimentos e decestas básicas, e a superação de proble-mas políticos estruturais, a médio e longoprazos, como o desemprego crescente,os baixos salários, a falta de políticas degeração de emprego e renda, a concen-tração de renda, a queda do consumo eda oferta de alimentos, a crise agrícola,dentre outros.

Assim, para garantir a Política de Se-

FOME ZERO: uma proposta dePolítica de Segurança Alimentar

• SEGURANÇA ALIMENTAR

gurança Alimentar, está sendo propostoum novo modelo econômico que privile-gie o crescimento com distribuição derenda, de modo a recuperar o mercadointerno do país com geração de empre-gos, melhoria dos salários e recuperaçãodo poder aquisitivo do salário mínimo.Agregada a essa política estrutural, serãodesenvolvidas, também, políticas especí-ficas e locais, para atender as famílias ne-cessitadas que diariamente sofrem dafome e da pobreza.

Ações específicasOutras ações essenciais para o suces-

so do Fome Zero é a garantia de alimen-tação mais barata em restaurantes popu-lares; a criação de canais alternativos decomercialização; convênios com super-mercados/sacolão; cooperativas de con-sumo e ampliação do Programa de Ali-mentação do Trabalhador (PAT). Paraaumentar a oferta de alimentos, aproposta é apoiar a agriculturafamiliar; incentivar a produçãopara autoconsumo; desenvolveruma política agrícola que bene-ficie a produção dos pequenosagricultores, inclusive comincentivos monetá-rios; combater odesperdício dealimentos e as-segurar a vendade alimentos dire-tamente do produtor.

Como políticas espe-cíficas, o Projeto propõe,ainda, a doação de cuponsde alimentação para aaquisição somente de ali-mentos; a doação decestas básicas – por pe-ríodos determinados; o refor-ço e readequação da meren-da escolar e o combate à des-nutrição materno-infantil.

Ação governamentalO propósito é aglutinar go-

vernos federal, estaduais e mu-nicipais contra a fome, fortale-cendo as parcerias com entida-des organizadas. O primeiro passo daproposta seria a realização do Censo Mu-

nicipal da Fome e o cadastramento dapopulação com fome ou vulnerável a ela,para a implantação de políticas específi-cas adequadas a cada município. Assimserá possível planejar o que fazer.

Na área rural será promovida a re-forma agrária, garantindo a função socialda propriedade; efetivando a distribuiçãoe ampliação das fontes de renda e incen-tivando o autoconsumo alimentar. As pre-feituras deverão priorizar a compra dealimentos dos agricultores familiares paraa merenda escolar, hospitais, creches,quartéis, restaurantes populares etc.

Viabilidade do ProjetoOs recursos para a efetivação da

Política de Segurança Alimentar, junta-mente com programas de educação,saúde e regularização fundiárias, virãodo orçamento do próprio governo. Se-rão direcionadas verbas do orçamentopara gastos sociais, de aproximadamen-

te R$ 45 bilhões, que podem ser utili-zados para este fim. O governo vai evi-tar o remanejamento de verbas dogasto social para outros fins; os re-cursos provenientes do crescimento

econômico, da redução dos jurosda dívida pública, do combate aodesperdício e à corrupção tam-bém serão direcionados para oProjeto.

O governo pretende usar ain-da, os recursos do Fundo deCombate à Pobreza já existen-te, e as verbas geradas de pro-gramas de incentivo a doações

de empresas e parcerias com asociedade civil, e de campanhassociais.

Sendo o combate à fome a pri-meira política a ser anunciada pelonovo governo, o CFN, juntamentecom a ASBRAN, está acompanhan-do as discussões e participando dasações que visam a implementaçãodessa proposta. A íntegra do Pro-jeto está disponível no s itewww.cidadania.org.br e pode sersolicitada, também, pelo e-mail:[email protected], ou pelo cor-

reio – Rua Pouso Alegre, 21 – Ipiranga– São Paulo,SP – Cep: 04261-030, ouainda pelo telefone (11) 6915 7022.

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Parcerias reforçamatividades

Logo no início de 2002, reforçou seutrabalho de fiscalização integrada atra-vés de parceria com as Delegacias doMato Grosso e Goiás e o CREA. Ainda noprimeiro semestre realizou o Semináriode Alimentação do Trabalho, os FórunsRegionais para discutir a proposta de Có-digo de Ética e o Planejamento Estratégi-co Situacional Conjunto.

Várias atividades foram realizadaspelas Delegacias e a Representação deTocantins, como a Oficina Alimentação eNutrição para Profissionais da Saúde deAtenção Básica; Atualização em NutriçãoClínica; Semana do Nutricionista; Feira deCondimentos e Pratos Típicos da FANUT;Reuniões com RTs da Área de Alimenta-ção Coletiva; Congresso Centro-Oesteem Nutrição e Fiscalização preventivaintegrada.

Com entidades de nutrição e universi-dade, o Regional participou do SeminárioNacional de Prescrição Dietoterápica eda Semana Científica dos Cursos de Edu-cação Física e Nutrição. Com a Secreta-ria de Saúde promoveu a Semana de Nu-trição do Paranoá(Distrito Federal) e como Sistema CNI, a ANVISA e o Ministérioda Agricultura, o fórum de Segurança dosAlimentos do Campo à Mesa.

De janeiro a outubro de 2002, o CRN-1 realizou 188 fiscalizações no DF; 222em Goiás e 253 no Mato Grosso.

Realizações em 2002Este Regional destaca como principais

atividades realizadas em 2002, o concur-so para a escolha de seu slogan e logo-marca durante o CONBRAN; participa-ção no Encontro de Atos e Reflexões, nosFóruns em Santa Catarina e Rio Grande

do Sul para a revisão do Código de Éticados Nutricionistas; apoio às entidadespara a realização do CONBRAN; Semi-nários de Promoção da Saúde Mental ede Prescrição Dietoterápica/ExamesLaboratoriais – Coordenação em con-junto com o CFN; estudo de Parâme-tros Técnicos e Numéricos; elaboraçãode folder sobre o perfil do nutricionista– distribuído durante o CONBRAN; di-vulgação da missão do CRN-2 duranteaula inaugural e disciplina de Ética noscursos de Nutrição do RS e SC; repre-sentatividade junto ao FESANS/RS, Con-selhos Estadual e Municipal de Porto Ale-gre e Florianópolis; apoio para o di-agnóstico do estado nutricional decrianças de 0 a 6 anos no Municípiode Porto Alegre - Projeto (Pra-Vida);realização de curso de capacitaçãoda Norma Brasileira para Comercia-lização de Alimentos para Lactantese Crianças de Primeira Infância: bi-cos, chupetas e mamadeiras, em con-junto com a Rede Internacional emDefesa do Direito de Amamentar eMinistério da Saúde.

Participação efetiva naspolíticas públicas

Neste ano, o CRN-3 assumiu quatrovagas no Conselho Municipal de Seguran-ça Alimentar e Nutricional de São Paulo(COMUSAN-SP) e passou a integrar a co-missão executiva do Conselho, sendo res-ponsável pela organização das plenáriasmensais. Através do Conselho, e em par-ceria com outras entidades, organizou asatividades comemorativas ao Dia Mundi-al da Alimentação na Praça da Sé e noParque Ibirapuera, em São Paulo.

Já em Curitiba, juntamente com uni-versidades locais e outras entidades, temparticipado da mobilização para a cria-ção de um Conselho Municipal de Segu-rança Alimentar e Nutricional.

Durante as comemorações do Dia do

Nutricionista e Dia do Técnico em Nutri-ção e Dietética, promoveu a terceira edi-ção do Prêmio Maria Lúcia Ferrari Ca-valcanti para os trabalhos realizados naárea de Nutrição. Em Campo Grande eCuritiba, o Dia do Nutricionista foi mar-cado com a edição do Prêmio Dra. Elie-te Salomon Tudisco – Destaque Profissi-onal/2002.

O CRN-3 também está representadonos Conselhos Municipais de Saúde deSão Paulo e Curitiba. Recentemente for-mou uma Câmara Técnica que está discu-tindo assuntos da área de Nutrição Clíni-ca e Esportiva, com ênfase em TerapiasAlternativas e Suplementação Vitamínico-mineral. Com outros Conselhos Regionaisde saúde desenvolveu ações para a inser-ção do nutricionista nos planos de saúdee a manifestação formal a senadores edeputados federais, contra o Projeto deLei 25/02, que define o Ato Médico.

Sua área de comunicação foi moder-nizada, em especial a revista e o portal,que estão mais dinâmicos e atraentes. ORegional criou ainda, o Newsletter paraintercâmbio de informações com profis-sionais cadastrados, onde foi aberto umespaço para divulgar histórias pitorescasda profissão no espaço “curiosidades”.

Valorização do papelsocial do nutricionista

Em 2002, foi implementado o projetoValorização Profissional, que já conta coma participação de mais de 100 nutricio-nistas e tem como objetivo a criação deum campo de reflexão que permita aoprofissional e ao CRN estabelecerem pro-postas de mudanças. Este projeto foi apre-sentado no XVII CONBRAN e no Fórumde Diretrizes Curriculares.

Em julho, o Regional promoveu o IFórum Nacional sobre a Construção deIdentidade do Nutricionista, projeto de-senvolvido em parceria com o Instituto

PRINCIPAIS ações desenvolvidas em 2002

MG-ES-RJ

SC-RS

MS-PR-SP

20022002200

DF-GO-TO-MT

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CCCCCONSELHO FFFFFEDERAL DE NUTRICIONISTAS - ANO III Nº 8/2002 7

SAIBA MAIS SOBRE OS CRN EM NOSSO SITE www.cfn.org.br/regionais

SE-BA

PE-AL-PB-RN-PI-MA-CE

PA-AC-AMAP-RO-RR

02200220022002200220022002

de Nutrição da Universidade Federal doRio de Janeiro. O tema central deste even-to foi “O Projeto Pedagógico e o Impactodas Diretrizes Curriculares”, que contri-buiu para uma reflexão sobre as caracte-rísticas, contexto de criação, conteúdo eimplicações das novas Diretrizes Curri-culares Nacionais para a formação, iden-tidade, papel social e valorização do nu-tricionista, permitindo assim, uma ampladiscussão sobre o tema. O Fórum trouxea público o conhecimento e o referencialteórico de especialistas que dominam áre-as estratégicas do ensino de Nutrição nopaís e encaminhou a criação da ComissãoNacional permanente de Ensino em Nu-trição.

Em outubro, o CRN-4 ocupou estan-de no evento Hospital Business 2002 –uma feira de equipamentos e serviçosmédico-hospitalares, voltada para profis-sionais de saúde, gestores e empresários doramo. Participou ainda, do I Simpósio deBiossegurança Alimentar, promovido pelaEmbrapa, que abordou os organismos ge-neticamente modificados.

Várias ações políticas conquistadas peloRegional favoreceram a categoria em pro-jetos de lei sobre alimentação escolar, exer-cício cumulativo de cargos e redução dacarga horária para servidores. Atuando emconjunto com o Sinerj, o Conselho tem semobilizado quanto ao credenciamento nosplanos de saúde e ao Ato Médico.

Este ano, em comemoração ao Dia doNutricionista, foram realizados atendi-mentos nas feiras para a comunidade enos restaurantes populares do Rio e BeloHorizonte. Em Vitória-ES, os atendimen-tos foram realizados em praça pública eno shopping.

Integrado ao processo de formaçãodo nutricionista, o CRN-4 tem apoiadoou contado com a parceria das universi-dades, como no curso “Nutrição na pro-moção da saúde e no desempenho físi-co”, realizado em novembro.

O Regional firmou parcerias para arealização de diversos eventos com o LionsClub, o Instituto de Nutrição Annes Dias-Inad, a Defesa Civil do Município do Rio deJaneiro e com a Editora Atlântica (publica arevista Nutrição Brasil).

Reformas ampliamvisibilidade da profissão

As principais linhas orientadoras da ges-tão do CRN-5 no período de 2001-2004,têm sido a reforma administrativa e a inter-locução. Até o primeiro semestre de 2003,o Regional implementará medidas que ga-rantirão agilidade administrativa e operaci-onal às suas atividades.

Paralelo a este trabalho, foram desen-volvidos vários canais de interlocução comórgãos públicos e privados que resultaramnuma série de parcerias responsáveis pelamaior visibilidade das atividades do nutricio-nista na Região e do Conselho em particular.

Inúmeras entrevistas foram concedidasaos meios de comunicação da Bahia e Ser-gipe. A visão acerca do papel do nutricio-nista tem sido ampliada com o apoio daUNEB, UFBA, UNIME, do SENAC, SE-BRAE, SENAI e da ANESE.

Programaçãoextensa em 2002

Este ano foi eleita a nova gestão doCRN-6 para o período 2002/2005. Umadas primeiras atividades foi a instalação daDelegacia do Regional no Ceará e a intensi-ficação das visitas aos escritórios, delegaciae representações dos estados da jurisdição.

O Regional promoveu em 2002, a ofi-cina de trabalho preparatória ao Seminá-rio de Transição 1999/2002 para o Pleno2002/2005; o I Fórum Regional de Revi-são do Código de Ética e III Jornada deAtualização em Nutrição, em todos osEstados. Para comemorar o Dia do Nu-tricionista, o CRN-6 realizou a palestra“Segurança Alimentar e Qualidade deVida,” na Delegacia do Ceará, e partici-pou da teleconferência sobre a inserçãodo nutricionista no PSF, promovida peloSistema CFN/CRN, além de divulgar namídia televisiva da jurisdição, mensagemalusiva à data.

Ao longo deste ano o CRN-5 partici-pou, também, da plenária dos Conselhos

Estaduais de Saúde, da Comissão de Huma-nização dos Serviços de Saúde do Estado,do Conselho Estadual e Municipal de Saú-de, do Fórum dos Conselhos da Área deSaúde de Pernambuco, da Comissão Esta-dual de Residência em Nutrição(CERN), dosFóruns das Entidades (conselhos profissio-nais, unidade de ensino, entidades estudan-tis, cursos de graduação da área de saúdede Pernambuco).

Atuando em representações, o Regionaldesenvolveu várias ações na instalação doPrograma “Academias da Cidade”, da pre-feitura do Recife; no IV Seminário de Atuali-zação em Nutrição e Tecnologia – promo-vido pelo SINEPE; na III Feira Internacionalde Hospedagem e Alimentação – RecifeSabor 2002; no Congresso Brasileiro deBiomédica – Seminário Programa Saúde daFamília; no Treinamento e Capacitação dasConselheiras do CES e no Congresso deCardiologia – Departamento de Nutriçãoem Cardiologia de Pernambuco.

Encerrando as atividades deste ano, oCRN-6, dentre outras atividades, realizarájuntamente com o Ministério Público dePernambuco, o Fórum “Direito Humano àAlimentação Adequada”.

Trabalho é referencialEste Regional encerra o ano com a

certeza de que vem atuando de maneiragradual, mas firme, no propósito firmadopor seu Plenário: consolidar a profissão denutricionista na jurisdição. Este trabalhotem tido a repercussão esperada e o apoioda categoria, devido às inúmeras manifes-tações positivas recebidas e ao aumentoconsiderável dos convites que o Regionaltem recebido para participar de eventostécnicos, políticos, sociais e de mídia.

O CRN-7 é hoje referência em Nutrição/Alimentação na Região Norte do País e, prin-cipalmente, no Pará, graças ao apoio quetem recebido de órgãos, parceiros e de todaa categoria que acompanha e prestigia otrabalho realizado.

No período de 2000 a 2002, o CRN-7registrou um crescimento de 15,46% no nú-mero de nutricionistas inscritos.

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CCCCCONSELHO FFFFFEDERAL DE NUTRICIONISTAS - ANO III Nº 8/20028

• ENTREVISTA

Dra. Janete Maculevicius(CRN 3 - 0058)

A utilização dosníveis de assistência

em NutriçãoCFN- O que são os níveis de

assistência em Nutrição?Dra. Janete - A sistematização

do processo através dos níveis daassistência é uma categorização dosprocedimentos, de acordo com ograu de complexidade das ações donutricionista executadas no atendi-mento ao cliente, seja ele internadoou ambulatorial.

CFN- E quais são os níveis?Dra. Janete - A classificação pre-

vê três categorias: a) nível de assis-tência primário - tem por objetivoprestar assistência nutricional a pa-cientes cuja patologia de base ouproblema apresentado não exija cui-dados dietoterápicos específicos einexistam fatores de risco nutrici-onal associados; b) nível de assistên-cia secundário - tem como objetivoprestar assistência nutricional a pa-cientes cuja patologia de base exijacuidados dietoterápicos específicos

e inexistam fatores de risco nutri-cional associados e c) nível de assis-tência terciário - tem como objeti-vo prestar assistência nutricional apacientes cuja patologia de base exi-ge cuidados nutricionais específicose existem fatores de risco nutricio-nal associado.

CFN- Por que este sistema foiadotado no ICHFMUSP?

Dra. Janete - Por necessidadede melhorar o gerenciamento dasatividades do nutricionista e de sepossuir parâmetros confiáveis deprodutividade, foi realizado em 1990um estudo sobre as diferentes ativi-dades executadas pelos nutricionis-tas nas unidades de internação e nosambulatórios. No estudo verificou-se que diversas unidades apresenta-vam necessidades diferentes e queexigiam diferentes ações do nutrici-onista em maior ou menor tempode atuação. Em princípio pensou-se

A atuação do nutricionistana área hospitalar é bastantediversificada, abrangendo ati-vidades de planejamento,produção de refeições, assis-tência, ensino e pesquisa.Considerando os diversos fa-tores e circunstâncias queenvolvem o atendimento, nu-tricionistas de diversas áreasda Divisão de Nutrição e Di-etética do Instituto Centraldo Hospital das Clínicas daFaculdade de Medicina daUniversidade de São Paulo(ICHCFMUSP), propuseram,a partir de 1985, um projetopara aplicação dos procedi-mentos de avaliação nutrici-onal junto a todos os pacien-tes internados e ambulatori-ais. Nesta entrevista, a Dra.Janete Maculevicius, diretorada Divisão de Nutrição e Die-tética do ICHCFMUSP, relataa experiência e os principais re-sultados obtidos nesta Divisão.

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que essa situação era conseqüênciado tipo de especialidade atendida.Foi feita então a primeira classifica-ção dos níveis, em caráter experi-mental, atribuindo-se percentuais deacordo com as especialidades. Porém,com o decorrer do trabalho obser-vou-se que havia outro parâmetro aser observado em relação às condi-ções específicas de cada paciente, suaspatologias, doenças pré-existentes,estado nutricional e outros. Foi entãoque se estabeleceram os critérios exis-tentes até hoje.

CFN- Como se efetivam essesníveis e como é feito o atendimen-to do nutricionista considerando-se esse modelo?

Dra. Janete - Há uma série deprocedimentos conforme os objeti-vos de cada nível, observando-se oseguinte fluxo básico: a) entrevistainicial e anamnese alimentar, a partirde consulta ao prontuário do paci-ente, quando se avaliam: prescriçãomédica, hábitos alimentares, prefe-rências e aversões, fatores limitan-tes à ingestão alimentar, hábito in-testinal, dentição, mastigação, per-da ou ganho de peso recente, pato-logias associadas; b) registro das in-formações em impresso próprio deEvolução Dietoterápica, que passa acompor o prontuário, assim comoo registro da hipótese diagnóstica denutrição, avaliação nutricional (serealizada), bioimpedância (se reali-zada), o diagnóstico nutricional (sefor o caso), a prescrição dietética eclassificação do nível de assistência emNutrição. São realizados ainda os re-gistros da evolução e da conduta nu-tricional, a cada dia de atendimento,sempre com carimbo, assinatura eCRN do nutricionista responsável.

Em nosso meio, os registros emprontuário são efetuados apenas paraos níveis secundário e terciário.

CFN- Esse tipo de atendimen-to requer mais tempo para a con-sulta do paciente. Isso não atra-palha a demanda?

Dra. Janete – Não. Foi realiza-do um estudo de tempo e movimen-to e distribuído o percentual de aten-dimentos em cada nível, tornandopossível o atendimento especializa-do àqueles casos que exijam açõescomplexas, e um melhor gerencia-mento do tempo pelos próprios nu-tricionistas.

CFN- Qual foi o benefício paraa Divisão de Nutrição do ICHF-MUSP com a aplicação dessa sis-tematização?

Dra. Janete - A sistematizaçãodo processo de assistência por ní-veis permite à Divisão mensurar otempo de atendimento pelo nutrici-onista, qualitativa e quantitativamen-te, permitindo distribuir rotinas eprofissionais não só nas unidades deinternação como nos ambulatórios,pois para cada nível foi medido otempo de atendimento, após umestudo de tempo e movimento. Istoé importante principalmente quan-do o número de profissionais é deli-mitado por circunstâncias adminis-trativas ou legais. Portanto, há comomedir a produtividade, obtendo-secontrole administrativo do processo.Cada serviço possui metas de atendi-mento em relação aos níveis, avaliadasmensalmente. Os registros em pron-tuário ainda permitem faturamento,sejam pelo SUS ou por convênios,uma vez que alguns procedimentos econdutas são ressarcidos.

CFN- É possível a aplicaçãoda metodologia em atendimen-to ambulatorial?

Dra. Janete - A sistematizaçãoé aplicável não só em internação,como em ambulatório. Aliás, foi noatendimento ambulatorial que inici-amos a aplicação da metodologia edos procedimentos.

A sistematização compreendeuma etapa de reabilitação nutricio-nal, que possibilita a determinaçãoda alta em relação à conduta nutrici-onal. Com isso, a assistência nutrici-onal tem início, meio e fim bem de-finidos, o que é importante no aten-dimento ambulatorial, por exemplo.

CFN- Quais os reflexos dessesistema para o paciente?

Dra. Janete - O paciente é be-neficiado com assistência de quali-dade de acordo com sua patologia.No ambulatório a consulta de Nu-trição tem horário definido, não ha-vendo esperas ou acúmulo de pes-soas no consultório. A sistematiza-ção permite definir o número diáriode agendamento de consultas.

CFN- No Brasil, apenas oICHCFMUSP aplica os níveis deassistência em Nutrição?

Dra. Janete - A sistematizaçãopor níveis é aplicada com êxito noAlbert Einstein (São Paulo) e temos re-cebido pedidos de orientação de vári-os hospitais de diferentes locais de SãoPaulo e do Brasil. No resumo dos tra-balhos apresentados e discutidos noCongresso da Sociedade Européia deNutrição (Espen), em Nice/França, de1998, também foi apresentada meto-dologia semelhante. O Instituto daCriança do HCFMUSP, também aplicasistematização semelhante.

“ No estudo verificou-se que diversas unidades apresentavamnecessidades diferentes e que exigiam diferentes ações do

nutricionista em maior ou menor tempo de atuação.”

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• O PAPEL DO NUTRICIONISTA NO PRÉ E PÓS TRANSPLANTES

Carla Rosane Silveirae Elza Daniel de Mello*

O transplante hepático é um proce-dimento terapêutico que possibi-litou uma nova alternativa para

pacientes até então com uma situação clíni-ca irreversível. Não há dúvida que é umamodalidade terapêutica que veio para ficare está propiciando uma nova perspectivapara muitos indivíduos.

A terapia nutricional, como na maio-ria das doenças crônicas, é essencial epode mudar a evolução do indivíduo e doprocedimento.

Sabe-se que a evolução no trans e nopós-operatório é melhor se o paciente estámelhor nutrido, especialmente em relaçãoà massa magra, assim como se não apre-sentar ascite. É claro que a dieta, isolada-mente, não é capaz de tudo, mas o manejonutricional precoce realmente pode alterar,para melhor, muitos aspectos. Portanto,todo paciente com hepatopatia deveria seravaliado do ponto de vista nutricional, paraque o seu manejo seja individualizado.

Não existe dieta padrão para hepato-patia, se o paciente é desnutrido, sua die-ta deve ser hipercalórica e hiperprotéi-ca. A restrição de proteínas deve ser so-mente instituída se o paciente apresentar

Transplante Hepáticoencefalopatia, ou na necessidade de con-trole sódico. E, a priorização de dietapobre em gordura, no caso da colestaseestar presente. Esses aspectos são de sumaimportância, pois se prescrevermos dietapobre em gordura e em proteínas paratodo paciente com hepatopatia, ele cer-tamente apresentará desnutrição na suaevolução clínica, fato que agravará a do-ença de base e o sucesso do transplante.Cabe salientar, que como muitas vezes opaciente fica algum tempo na fila de espe-ra, o precário estado nutricional poderáfazer com que ele não resista a essa espe-ra. Também é importante que não tenha-mos receio de prescrever dieta por son-da, pois a dieta, se hipossódica, por exem-plo, pode não ser muito palatável, aca-bando o paciente, especialmente o pediá-trico, a não ingerir toda a dieta prescrita.A Nutrição enteral certamente é subutili-zada nestes pacientes, sendo um armamen-to terapêutico muitas vezes decisivo.

Os cuidados do pós-transplante, po-dem ser divididos em três etapas: no pri-meiro momento, no pós-operatório ime-diato, a nutrição parenteral é fundamen-tal, até que a via oral ou enteral seja libe-rada. Isso porque é um momento crucial,onde é necessário a fisioterapia, a saídada ventilação mecânica, a não formação

de uma ascite importante, fatos que po-dem ser auxiliados na ausência de catabo-lismo negativo. Com a liberação da dietaenteral, passamos para a segunda fase, quan-do é importante manter o aporte calórico,às vezes com o auxílio da utilização da son-da. Nesse momento também o cuidado parao controle microbiológico da dieta ofereci-da é muito importante.Quanto aos nutrien-tes, o controle do aporte sódico é funda-mental, face aos imunossupressores em al-tas doses utilizados no momento. Depoisda alta hospitalar, passamos para a terceirafase, quando o controle sódico ainda é im-portante, sendo adaptado dependendo dosníveis pressórios. Outro aspecto é o con-trole ponderal, já que há uma tendência aobesidade, especialmente pelo uso de cor-ticóide. Também, devido a esse imunosu-pressor deve-se controlar o aporte de po-tássio e cálcio.

Assim, a terapia nutricional, como foiexposto, pode alterar a evolução, paramelhor, se for instituída por um profissio-nal habilitado neste ofício, tanto no pré,no trans e no pós-operatório.

*Carla Rosane Silveira (CRN 2 -1568) e Elza Daniel de Mello (CRN 2- 3027) são nutricionistas do Hospitalde Clínicas de Porto Alegre/RS.

Denise Evazian *

O Transplante de Medula Óssea (TMO) é indicado como opçãoterapêutica em doenças de alta

morbidade como, por exemplo, leuce-mias, linfomas e anemia aplástica seve-ra, quando os doentes encontram-se emfase avançada da moléstia e apresentamdesnutrição protéico-calórica.

Para realização do TMO é utilizada aimunossupressão agressiva, que consistede quimioterapia prévia com ou sem irra-diação corporal; que provoca náuseas,vômitos, mucosite orofaríngea, alteração

Transplante de Medula Ósseado paladar e esofagite como efeitos cola-terais que podem permanecer até o pós-transplante e implicam em dificuldades ematingir o aporte calórico necessário, naabsorção de nutrientes além do aumentodas necessidades energéticas, sendo queestes fatores associados levam à piora doestado nutricional.

O papel do nutricionista no pré TMOé manter ou recuperar o estado nutricio-nal destes pacientes, prevalecendo-se dosmétodos de avaliação nutricional subjeti-va e objetivamente e de indicadores die-téticos para adotar uma conduta dietéti-ca específica e individualizada, uma vez

que há alto risco nutricional conforme evi-denciado em estudo por nós realizado,no acompanhamento de pacientes em umperíodo imediatamente anterior (11 dias)e posterior (11 dias) a infusão da medulaóssea. Nesta fase constatamos que a per-da ponderal média foi de 9% do peso cor-póreo, comprovando o aumento de riscode morbidade e mortalidade devido àperda severa de peso (5% em 1 mês).

Após o Transplante de Medula Ósseaos doentes apresentam alterações gastro-intestinais que contribuem para a limita-ção da ingestão calórica oral, aumentan-do o risco de desnutrição, sendo ainda a

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Rosana Carolo da Costa e Silva*

Desde 1984, o Instituto de Cardio-logia realiza Transplante (Tx)Cardíaco e o nutricionista tem um

papel fundamental na equipe de pré e pós-transplante.

Além do cuidado nutricional no pós-operatório, o nutricionista participa daequipe que avalia a inclusão do pacientena lista de transplante e atua no ambula-tório de pré-transplante para que ele re-ceba o cuidado nutricional desde o iníciodo tratamento, tendo assim melhores con-dições no pós-transplante.

O paciente deve ir o mais estável pos-sível para o Tx, com um menor risco demorbimortalidade para ter um melhorprognóstico a longo prazo.

O objetivo da terapia nutricional é for-necer nutrição adequada e um menor tra-balho cardíaco através do fracionamentoda dieta, fácil mastigação e deglutição esempre que possível respeitar os hábitosalimentares do paciente.

O requerimento energético deve sercalculado conforme a necessidade de cor-reção ou da manutenção do peso ou sedescompensado, deve-se calcular de 30%a 50% acima do basal.

Proteínas de 1,5g/kg a 2g/kg para re-

posição de perdas renais e intestinais. Li-pídio em torno de 25% a 35% do VCT,com maior aporte de gorduras insatura-das e o colesterol não deve ultrapassar300mg/dia (se o paciente não apresentardislipidemia).

O Hidrato de Carbono varia de acor-do com a glicemia e o nível de PCO2 (quegeralmente está aumentado). A Fibra temindicação de 20g a 30g/dia e seu uso éindispensável para evitar a constipaçãoque pode alterar o ritmo cardíaco.

O Sal com uma tolerância máxima de1g a 2g/dia na fase aguda e com a melhorado quadro clínico podemos ofertar até 4g/dia.Vitaminas e Sais Minerais: suplemen-tar se necessário. Quando a ingestão dealimentos é adequada não é necessária asuplementação.

Após a cirurgiaNo pós-operatório de Tx Cardíaco

devemos nos voltar para o cuidado emmelhorar a qualidade de vida deste paci-ente que deve ser acompanhado e avalia-do freqüentemente.

Após a cirurgia o paciente permaneceem torno de 15 dias no isolamento naUnidade de Pós-Operatório imediato(UPO I) e se não ocorrer nenhuma inter-corrência é transferido para o quarto ondepermanece por mais 15 dias.

Não existe diferença significativa en-tre o tratamento nutricional de um paci-ente pré e pós-cirurgia cardíaca conven-cional do pré e pós Tx Cardíaco. A dietaobedece a evolução padrão de um pós-operatório, iniciando após 36 horas adieta líquida. Temos como rotina pós-extubação oferecer ao paciente uma por-ção de sorvete, que tem como objetivoaliviar o desconforto causado pelo tuboda ventilação mecânica.

A conduta anteriormente era de nãoservir alimentos crus no pós-operatóriocardíaco. Hoje isto já não é mais rotina,ou seja, os alimentos ao serem higieniza-dos e sanitizados em solução clorada es-tão em condições de serem oferecidos aopaciente. Tínhamos também como rotinaservir suco de laranja em jarra e copo devidro para que o paciente ingerisse a Ci-closporina em forma líquida, pois o saborresidual era muito ruim. Com o adventoda Ciclosporina em comprimido pode-mos oferecer qualquer líquido para o pa-ciente e de preferência em utensíliodescartável.

* Rosana Carolo da Costa e Silva(CRN-2/1993) é nutricionista e geren-te do SND do Instituto de Cardiolo-gia do Rio Grande do Sul.

Transplante Cardíaco

diarréia uma complicação comum quepode permanecer por várias semanas apóso TMO. Outra complicação no pós-trans-plante (freqüente nos transplantes halo-gênios) está relacionada à doença do en-xerto contra o hospedeiro (GVHD), que secaracteriza pela presença de diarréia se-cretória com perdas de até 10 litros por diae ainda com a doença venooclusiva que acar-reta alterações no estado nutricional.

O nutricionista deve estar atento àsalterações desencadeadas pelo TMO eatuar de modo que a conduta dietéticaalém de promover a recuperação doestado nutricional, não cause efeitos in-desejáveis intensificando os sintomasapresentados.

Como recomendações gerais para

estes doentes utiliza-se a oferta de 30 a35 kcal/kg/dia (podendo chegar até a50 kcal/kg/dia na presença de GVHD) euma oferta protéica de 1,5 a 2,0 g/kg/dia, suplementando-se a dieta com vita-minas, minerais, aminoácidos e outrosnutrientes após avaliação contínua daingestão alimentar.

No caso da ocorrência de GVHD aDivisão de Nutrição e Dietética elaborouum esquema alimentar específico, basea-do em pesquisas bibliográficas e na práti-ca clínica, adaptando-o à nossa realida-de. Esse esquema é dividido em fases ondenum primeiro momento são utilizados lí-quidos isoosmolares, passando a dietas isen-tas de sacarose, lactose, resíduos, fibras egorduras. Com a melhora dos sintomas e

formação das fezes são reintroduzidos osalimentos restritos anteriormente.

Portanto, a atuação do nutricionistajunto a estes pacientes se dá de maneirasistematizada, de acordo com os níveisde assistência nutricional, visando semprea manutenção e principalmente a recupe-ração do estado nutricional, para que ocor-ra uma diminuição da morbidade e mor-talidade destes pacientes.

* Denise Evazian(CRN-3/1552) énutricionista encarregada da Divisãode Nutrição e Dietética do InstitutoCentral do HCFMUSP, especialista emNutrição Parenteral e Enteral pelaSBNPE e membro da EMTN do Hos-pital das Clínicas.

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Denise Zaffari*

A importância da nutrição no mane-jo dos pacientes transplantadosrenais, por muitos anos, foi fre-

qüentemente esquecida acreditando-se que o transplante (Tx) bem sucedi-do corrigiria todas as anormalidadespresentes nos pacientes urêmicos.

Hoje é bem demonstrado na literatu-ra que várias alterações metabólicas ocor-rem após o Tx renal, sendo a assistêncianutricional parte importante do tratamen-to desses pacientes.

O principal objetivo do manejo nutri-cional na fase inicial pós Tx é manter osestoques de proteína em função do au-mento do catabolismo protéico. O pro-cesso cirúrgico, por si só, é associadocom aumento das necessidades de ener-gia e proteínas. Além disto, a administra-ção de glicocorticóides é o principal fatorimplicado na alteração do metabolismodas proteínas neste período. Importantesalientar que os pacientes candidatos aoTx, na sua grande maioria, apresentam si-tuações clínicas que contribuem para adesnutrição protéica, que associadas como catabolismo da fase precoce do Tx, oca-sionam má cicatrização da ferida cirúrgi-ca e aumento da suceptibilidade às infec-ções.

A obesidade é um achado freqüenteapós um Tx renal com sucesso, mesmoque os pacientes tenham peso normal ouabaixo do normal antes do Tx. O ganhode peso pós Tx afeta aproximadamente50% dos pacientes e representa um signi-ficante problema devido ao sinergismoentre obesidade e medicação imunossu-pressora no desenvolvimento dos fatoresde risco (FR) para doença cardiovascular(DCV). A obesidade pós Tx deve-se, pro-vavelmente, ao fato da liberação das res-trições dietéticas, o que leva a um exces-so de ingestão de alimentos assim comoum aumento no consumo de gorduras.Além disso, as mudanças no estilo de vida,a melhora do estado geral do paciente, o

Transplante Renalaumento dos níveis de hemoglobina e amelhor qualidade de vida levam à melho-ra do apetite e, conseqüentemente, a umaumento na ingestão de alimentos.

Nos países desenvolvidos as DCV (car-diopatia isquêmica, doença cerebrovas-cular e doença vascular periférica) são aprimeira causa de morte em pacientestransplantados renais, sendo relatada umamortalidade de 32% a 54%.

Em um estudo brasileiro com 1.563pacientes, realizado no período de outu-bro de 1987 a dezembro de 1989, foi de-monstrado as causas de morte em paci-entes transplantados renais, sendo 47%devido às infecções e 22% por DCV.

A incidência e a prevalência de DCVem pacientes transplantados renais é ob-jeto de estudo de vários trabalhos cujosresultados demonstram, por exemplo, quea cardiopatia isquêmica é cerca de 3 a 4vezes mais incidente nesses pacientes doque na população geral de mesma faixaetária. Outro estudo relata uma prevalên-cia de 18% de cardiopatia isquêmica emhomens, 10% em mulheres e 24% emdiabéticos.

Os FR para DCV após o transplanterenal incluem aqueles da população geral,a presença da doença pré TX e a disfun-ção do enxerto, que se somam aos efeitoscolaterais dos imunossupressores – cor-ticosteróides e ciclosporina.

A hiperlipidemia é uma complicaçãofreqüente após o Tx renal, conforme temsido descrito em vários estudos. A pre-valência varia de 16% a 72% e depen-de do tempo pós Tx em que são deter-minados os níveis dos lipídeos séricos.Tem sido relatada uma incidência de16% a 78% de hipercolesterolemia ede 9% a 66% de hipertrigliceridemiaem pacientes Tx renais, recebendo es-quema de imunossupressão com Azati-oprina e Prednisona.

As causas de hiperlipidemia em pa-cientes transplantados renais incluem aidade, o peso corporal, a ingestão die-tética, os níveis de lipídeos séricos pré

Tx, os fatores relacionados à função doenxerto, as medicações - imunossupres-sores, betabloqueadores e diuréticos,bem como a predisposição genética. Ahiperlipidemia pode também levar àglomeruloesclerose e à doença renalprogressiva, assim como à falência doenxerto.

Anormalidades nas lipoproteínas cir-culantes é uma situação comum após oTX renal, incluindo elevação sérica docolesterol total (CT), da LDL-coleste-rol, da VLDL-colesterol e dos triglice-rídeos. Em relação à HDL-colesterol avariação é similar a da população geral.Importante salientar que estudos têmevidenciado que as alterações lipídicas,nesses pacientes, persistem mesmo nopós Tx tardio, apesar da normalizaçãoda função do enxerto.

Atualmente não existem consensosespecíficos para o manejo dietético dahiperlipidemia dos pacientes Tx renais.O tratamento dietoterápico, nessa situa-ção, segue as diretrizes do National Cho-lesterol Education Program – NCEP III, di-recionado para a população geral.

As drogas imunossupressoras, alémde contribuirem para o catabolismo pro-téico (principalmente no primeiro mês pósTx) e o desenvolvimento de hiperlipide-mia, causam também obesidade, modifi-cações na distribuição da gordura corpo-ral, hipertensão, intolerância à glicose, hi-percalemia e perda óssea mineral.

Uma vez que as alterações metabóli-cas começam a ocorrer já no primeiro mêspós Tx e se mantém mesmo após a norma-lização do enxerto, é importante que a ori-entação dietética dos pacientes seja reali-zada o mais precocemente possível e quea monitorização nutricional seja realizadaperiódica e sistematicamente.

* Denise Zaffari (CRN-2/0615) énutricionista e Supervisora

Técnica de Nutrição ClínicaComplexo Hospitalar Santa Casa

de Porto Alegre.

• O PAPEL DO NUTRICIONISTA NO PRÉ E PÓS TRANSPLANTES

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bebida esportivabebida esportivabebida esportivabebida esportivabebida esportiva Suzana de Lemos Freitas*

Líquidos isotônicos são soluções con-tendo solutos (sais sólidos) em pro- porção semelhante a dos líquidos

corporais, sendo facilmente absorvidos.Portanto, devido a esta propriedade,tais líquidos são capazes de promovera hidratação do organismo de formabem mais rápida do que aquela propor-cionada pelos demais líquidos que nor-malmente consumimos.

A Agência Nacional de Vigilância Sa-nitária (ANVISA), através da PortariaANVS nº 222 / 98 (Regulamento Técnicopara praticantes de atividade física) nãopermite o uso da alegação “isotônico” emnenhuma bebida esportiva. O termo cor-reto é “repositor hidroeletrolítico”. Es-tes são produtos formulados a partir deconcentrações variadas de eletrólitos as-sociada a concentrações variadas de car-boidratos, com o objetivo de reposiçãohídrica e eletrolítica decorrente daprática de atividade física. Ocasi-onalmente estes produtospodem conter vitaminas e/ou minerais.

Uma bebida para serconsiderada isotônica pre-cisa conter uma formula-ção equilibrada de acordocom as concentrações dosfluidos corporais. O que te-mos no comércio são repo-sitores hidroeletrolíticos,com uma gama de marcase formulações distintas con-tendo variadas concentraçõesde carboidratos e eletrólitos.No entanto o termo “isotônico”é de uso generalizado para essasbebidas e também reforçado poralguns especialistas da área espor-tiva de forma equivocada.

Segundo o Dr.Lancha Jr, da Uni-versidade de São Paulo, em uma re-

A ANVISA não admite que esses líquidossejam denominados isotônicos

portagem para a Revista Boa Forma, asbebidas esportivas (do tipo repositores)só precisam ser realmente consumidasquando se perde mais de 2% de seu pesopela transpiração. Nestes casos, é melhorusá-las no lugar da água porque uma gran-de quantidade de sódio e outros mineraissão eliminados.

Os nutrientes perdidos no suor são oseletrólitos sódio e cloreto. Embora os car-boidratos não sejam perdidos através dosuor, existe a depleção das reservas deglicogênio que precisam ser repostas paraque não sejam esgotadas, como é possí-vel de ocorrer em casos de exercícios fí-sicos intensos. Com isso, é necessário quepara possuir caráter isotônico, a bebidanão apenas necessita conter esses nutri-entes como também precisa que estes es-

tejam na bebida em concentrações ade-quadas.

A osmolalidade também deve ser apro-priada ao determinado tipo e intensidadedo exercício físico além de consideraraspectos individuais. Isso exige um estu-do prévio e específico para cada caso.

Lesser, em seu artigo, alega que nahora de escolher o repositor ideal, o atle-ta deve estar atento à osmolalidade doproduto. Uma bebida de osmolalidade emtorno de 300 ( isotônica ) proporcionamais rápida absorção, pois esta é aproxi-madamente a osmolalidade do sangue noestado de hidratação normal. A alta os-molalidade (superior a 400) observadaem alguns repositores hidroeletrolíti-cos, retarda a absorção dos fluidos. Elelamenta que este é um dado importantee que raramente é fornecido nos rótulosdesses produtos.

O professor de educação físicaNewton dos Santos alerta que indivíduosque sofrem de disfunções renais, hiper-

tensão arterial ou outras dis-funções orgânicas devem

consultar o médico ounutricionista antes deseu consumo.

ConclusãoSabendo-se da gran-

de diferença na variabili-dade de composição quí-

mica, não podemos traçaros reais benefícios destes re-

positores hidroeletrolíticosno desempenho da atividade

física se não há formulação pa-dronizada e adequada.

Suzana de Lemos Freitas(CRN-4/921002092) é nutri-

cionista, mestre em Teconolo-gia de Alimentos pela Unicamp

e atua na Vigilância Sanitáriado Rio de Janeiro.

Portaria da ANVISA não permite o uso daalegação isotônico em nenhuma bebida esportiva

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CCCCCONSELHO FFFFFEDERAL DE NUTRICIONISTAS - ANO III Nº 8/200214

• ENSINO

A Lei de Diretrizes e Bases da Educa-ção Nacional - Lei 9.394 de 1996, as- segurou ao ensino superior maior

flexibilidade na organização curricular doscursos. Com base nesta Lei foi elaborado oparecer CNE/CES 436/01, que versa sobreos Cursos Superiores de Tecnologia.

Cursos superiores de tecnologia são cur-sos de nível superior, destinados a egressosdo ensino médio e/ou técnico. Segundo oCNE/CES, tais cursos correspondem à edu-cação profissional de nível tecnológico quedevem ser estruturados para atender os di-versos setores da economia. Os mesmostêm como característica a integração efetivaentre ensino, trabalho, ciência e tecnologiae levam em consideração as tendências dosetor produtivo. Apresentam uma estrutu-ra curricular flexível.

As instituições de ensino credenciadas

podem abrir cursos de nível tecnológico deeducação profissional, nas mesmas áreasprofissionais daquelas já reconhecidas, in-dependentes de autorização prévia, solici-tando apenas reconhecimento do projeto.Quanto a sua duração, os cursos voltados paraa área de saúde têm especificação de cargahorária mínima de 2.400 horas.

A proposta do Ministério da Educação eCultura(MEC) apresenta os cursos superio-res de tecnologia como “uma das principaisrespostas do setor educacional às necessida-des e demandas da sociedade brasileira”.

A preocupação do Conselho Federal deNutricionistas(CFN) versa sobre a forma-ção destes profissionais na área de Nutri-ção, uma vez que é um curso superior, comcaracterísticas diferenciadas do de gradu-ação, de acordo com o respectivo perfilprofissional de conclusão. Há nesta nova

Flexibilização do ensinogarante cursos de tecnólogos

modalidade de formação incongruênciacom o Art. 200 – Capítulo da Saúde daConstituição Federal, que reza sobre acompetência do Sistema Único deSaúde(SUS), na ordenação da formação derecursos humanos na área de saúde. Ogérmen da incongruência está no não re-conhecimento pelo SUS de tecnólogos naárea da saúde.

O entendimento apresentado peloMEC de que o “nível tecnológico da educa-ção profissional integra-se à educação de ní-vel superior e a habilitação do profissionalregulamenta-se pelos Conselhos de Classe”continua em debate, pois importa de sobre-maneira ao CFN a identificação de critériose referenciais claros da necessidade desteprofissional e de responsabilidade das insti-tuições de ensino na oferta de curso de tec-nólogos na área de Nutrição.

João Baptista*

Pelo compromisso social no exercícioda profissão e, por determinação le-gal2 , o nutricionista deverá entregar a

população sob seus cuidados, um alimento/alimentação segura, quanto à qualidade sani-tária e nutricional.

Para tanto, deverá cuidar em garantir ascondições operacionais e ambientais básicase necessárias para o exercício da sua res-ponsabilidade técnica. Condições estas, queexigem pré-requisitos que na maioria dasvezes dependem de terceiros e por isto,deveriam também, ser objeto do órgão declasse profissional. Isto vale também, para opreparo do nutricionista para tal exercício, porrefletir intensamente no conceito de que gozaa profissão na sociedade e sua implicação ética.

Exigem a segurança do alimento/ali-mentação, ações de promoção e prevenção,da saúde, traduzida no controle da saúde dosmanipuladores de alimentos, na seleção dasmatérias-primas e insumos alimentares, nosprocessos de higienização das instalações,equipamentos e utensílios, na conservaçãodas matérias-primas e dos produtos alimen-tares prontos para consumo, entre outras.

O MANUAL DE BOAS PRÁTICAS

Por sua vez, as condições exigidas ao re-presentante legal da empresa, para o exer-cício da responsabilidade técnica, tais como,instalações, equipamentos, utensílios, insu-mos, investimento em capacitação de pes-soal, entre outras, constituem pré-requisi-tos previstos na legislação que dispõe sobrea fiscalização sanitária das condições de exer-cício de profissões e ocupações técnicas eauxiliares, relacionadas diretamente com asaúde, as quais constituem objeto das açõesde vigilância sanitária.

O Manual de Boas Práticas na Produ-ção e ou Prestação de Serviços de Alimen-tos/Alimentação constitui-se, assim, noinstrumento que, atendendo a legislação,abrange as condições operacionais e ambi-entais básicas que devem orientar as açõesa serem desenvolvidas, com vistas a segu-rança do alimento.

Assim, o Manual deve ser próprio acada realidade, isto é, por mais seme-lhantes que sejam as condições opera-cionais e ambientais entre dois esta-belecimentos que prestam serviços dealimentação, jamais poderão usar ummesmo Manual, em virtude das pecu-liaridades inerentes a cada um dos es-

tabelecimentos.O Manual deve ser construído pelo

Responsável Técnico em linguagem clara,compreensível e ao alcance de todo o pes-soal envolvido com a segurança do alimen-to, uma vez que, deve retratar todos osprocedimentos operacionais e ambientaisde conservação, higiene e controle de pe-rigos, a partir das condições materiais pré-existentes.

O pessoal envolvido deverá ser reci-clado em sua prática diária, de acordo como estabelecido no Manual e relembradode algumas práticas importantes por car-tazes afixados em pontos estratégicos doestabelecimento. A inspeção diária paraavaliação das práticas previstas no Manual,é recomendada, de forma a garantir asmedidas preventivas .

É importante que a compreensão dasmedidas de higiene e saúde do pessoalenvolvido com a segurança do alimento,provoque uma mudança para melhor, docomportamento e reflita nas suas con-dições de vida.

*João Baptista de Lima Filho(CRN-1/080) é nutricionista e consultor

O manual de boas práticas na produção e prestação de serviços na área de alimentos/alimentação, e suaimportância como instrumento, no exercício da responsabilidade técnica 1 do nutricionista.

CCCCCONSELHO FFFFFEDERAL DE NUTRICIONISTAS - ANO III Nº 8/200214 RevistaCFN

• 1 A Responsabilidade Técnica - RT é aqui entendida como a exercida por agentes definidos nos termos do Decreto nº 77.052 de 19.01.76• 2 Portaria MS nº 1428 de 26 de novembro de 1993, Portaria SVS Nº 326 de 30 de julho 1997.

• ENSINO

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CCCCCONSELHO FFFFFEDERAL DE NUTRICIONISTAS - ANO III Nº 8/2002 15

•CRN - 1ª REGIÃO•CRN - 1ª REGIÃO•CRN - 1ª REGIÃO•CRN - 1ª REGIÃO•CRN - 1ª REGIÃOGO - GoiásMT - Mato GrossoTO - TocantinsDF - Distrito FederalCONTCONTCONTCONTCONTAAAAATTTTTOOOOO:::::SCN Qd. 01 – Bloco E – Sala 1611Ed. Central Park -CEP: CEP: CEP: CEP: CEP: 70.710-902 - Brasília-DFFONE:FONE:FONE:FONE:FONE: (61) 328-3078E-MAIL:E-MAIL:E-MAIL:E-MAIL:E-MAIL: [email protected]

•CRN - 2ª REGIÃO•CRN - 2ª REGIÃO•CRN - 2ª REGIÃO•CRN - 2ª REGIÃO•CRN - 2ª REGIÃOSC - Santa CatarinaRS - Rio Grande do SulCONTCONTCONTCONTCONTAAAAATTTTTOOOOO:::::AV. TAQUARA, 586 – S. 503 – Bairro PetrópolisCEPCEPCEPCEPCEP::::: 90.460-210 - Porto Alegre-RSFONE:FONE:FONE:FONE:FONE: (51) 3330-9324 ou 3330-5674 (Direto)FFFFFAXAXAXAXAX: : : : : (51) 3330-9324E-MAIL:E-MAIL:E-MAIL:E-MAIL:E-MAIL: [email protected]

•CRN - 3ª REGIÃO•CRN - 3ª REGIÃO•CRN - 3ª REGIÃO•CRN - 3ª REGIÃO•CRN - 3ª REGIÃOMS - Mato Grosso do SulPR - ParanáSP - São PauloCONTCONTCONTCONTCONTAAAAATTTTTOOOOO:::::AV. PAULISTA, 568 – 6ª Andar

CEPCEPCEPCEPCEP::::: 01.310-000 - São Paulo – SPFONE: FONE: FONE: FONE: FONE: (11) 3284 – 1779, 3284-1222, 3284-7357, 289-4744FFFFFAXAXAXAXAX: : : : : (11) 3284-0294E-MAIL:E-MAIL:E-MAIL:E-MAIL:E-MAIL: [email protected]

•CRN - 4ª REGIÃO•CRN - 4ª REGIÃO•CRN - 4ª REGIÃO•CRN - 4ª REGIÃO•CRN - 4ª REGIÃOMG - Minas GeraisES - Espírito SantoRJ - Rio de JaneiroCONTCONTCONTCONTCONTAAAAATTTTTOOOOO:::::AV. GRAÇA ARANHA, 145 – Grupo 807CEP:CEP:CEP:CEP:CEP: 20.030-003 - Rio de Janeiro- RJFONE/FFONE/FFONE/FFONE/FFONE/FAXAXAXAXAX: : : : : (21) 2262-8678E-MAIL: E-MAIL: E-MAIL: E-MAIL: E-MAIL: [email protected]

•CRN - 5ª REGIÃO•CRN - 5ª REGIÃO•CRN - 5ª REGIÃO•CRN - 5ª REGIÃO•CRN - 5ª REGIÃOSE - SergipeBA - BahiaCONTCONTCONTCONTCONTAAAAATTTTTOOOOO:::::AV. 7 de Setembro, 174, Ed. Santa Rita - Sala 701CEP:CEP:CEP:CEP:CEP: 40.060-000 - Salvador-BAFONE:FONE:FONE:FONE:FONE: (71) 322-8037FFFFFAXAXAXAXAX::::: (71) 322-8142E-MAIL:E-MAIL:E-MAIL:E-MAIL:E-MAIL: [email protected]

•CRN - 6ª REGIÃO•CRN - 6ª REGIÃO•CRN - 6ª REGIÃO•CRN - 6ª REGIÃO•CRN - 6ª REGIÃOAL - AlagoasPB - ParaíbaPI - Piauí,MA - MaranhãoRN - Rio Grande do NorteCE - CearáFernando de NoronhaPE - PernambucoCONTCONTCONTCONTCONTAAAAATTTTTOOOOO:::::Rua Bulhões Marques, 19 - Salas 801/802Boa VistaCEP:CEP:CEP:CEP:CEP: 50.060-050 Recife - PEFONE: FONE: FONE: FONE: FONE: (81) 3222-2495FFFFFAXAXAXAXAX: : : : : (81) 3222-1458E-MAIL:E-MAIL:E-MAIL:E-MAIL:E-MAIL: [email protected]

•CRN - 7ª REGIÃO•CRN - 7ª REGIÃO•CRN - 7ª REGIÃO•CRN - 7ª REGIÃO•CRN - 7ª REGIÃOAC - AcreAM - Amazonas, RO - Rondônia,RR - Roraima, AP - Amapá, PA - ParáCONTCONTCONTCONTCONTAAAAATTTTTOOOOO:::::AV. Generalíssimo Deodoro, 1978, CremaçãoCEPCEPCEPCEPCEP::::: 66.045-190 Belém – PAFONE:FONE:FONE:FONE:FONE: (91) 241-0412 - (91) 230-2949FFFFFAX : AX : AX : AX : AX : (91) 241-0412E-MAIL:E-MAIL:E-MAIL:E-MAIL:E-MAIL: [email protected]

Curso de Especialização emNutrição Clínica - UFF 2003www.uff.br/nutricao/Posgrad.htmPúblico Alvo: NutricionistasDuração: 360 horas.Período: Março de 2003 a novembro de 2003.Aulas realizadas às terças, quartas e quintas-feiras, das 18:00 às 22:00 horas.

INSCRIÇÃO:Local: Faculdade de Nutrição - Rua São Paulo, 30 - 4o andar - sala 410- Campus do Valonguinho - Centro - Niterói - RJ CEP: 24.015-110Tel: (0xx21) 2620-8076/ 2717-3500 (fax) / 3604-6194Horário: segunda à sexta-feira, das 14:00 às 20:00 horas.Período: 13/01/2003 a 30/01/2003.Valor: R$ 70,00

SELEÇÃO:Provas: 18/02/03 às 19:00h = múltipla escolha e/ou dissertativa deconhecimentos relativos à especialidade; 19/02/03 às 19:00h =inter-pretação de texto da área afim em língua inglesa.Entrevista: 21/02/03 das 14 às 20:00h.

INVESTIMENTO:Custo total: R$ 3.120,00 (em até 12 parcelas de 260,00)Informações: [email protected] / [email protected]

Expo Diet & Light Exposição e Congressode Nutrição, Produtos Diet, Light e EspeciaisData: 02 a 04 de abril de 2003Local: ITM Expo – São Paulo – SPInformações: www.latinevent.com.br/diet