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UERN UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE CAMPUS DE NATAL GOV. FERNANDO ANTÔNIO DA CÂMARA FREIRE CURSO DE TURISMO PRISCILA ROSANNA DE SANTANA SILVA A HOTELARIA E A HOSPITALIDADE EM PROL DA HUMANIZAÇÃO DOS SERVIÇOS NO AMBIENTE HOSPITALAR: UM ESTUDO DE CASO DA CASA DE SAÚDE SÃO LUCAS, NATAL/RN Natal/RN 2008

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UERN

UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE

CAMPUS DE NATAL GOV. FERNANDO ANTÔNIO DA CÂMARA FREIRE

CURSO DE TURISMO

PRISCILA ROSANNA DE SANTANA SILVA

A HOTELARIA E A HOSPITALIDADE EM PROL DA HUMANIZAÇÃO DOS

SERVIÇOS NO AMBIENTE HOSPITALAR: UM ESTUDO DE CASO DA CASA DE

SAÚDE SÃO LUCAS, NATAL/RN

Natal/RN

2008

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PRISCILA ROSANNA DE SANTANA SILVA

A HOTELARIA E A HOSPITALIDADE EM PROL DA HUMANIZAÇÃO DOS

SERVIÇOS NO AMBIENTE HOSPITALAR: UM ESTUDO DE CASO DA CASA DE

SAÚDE SÃO LUCAS, NATAL/RN

Trabalho monográfico de conclusão de curso apresentado ao Curso de Turismo da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte – UERN, Campus Avançado de Natal, como requisito parcial à obtenção do título de bacharel em Turismo.

Orientador: Prof. Marco Antônio Cavalcanti da Rocha Júnior, Ms.

Natal/RN

2008

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Silva, Priscila Rosanna de Santana.

A hotelaria e a hospitalidade em prol da humanização dos serviços no ambiente hospitalar: um estudo de caso da casa de saúde são lucas, Natal/RN / Priscila Rosanna de Santana Silva - Natal, RN, 2008. 90 f.

Orientador: Prof. Ms. Marco Antônio Cavalcanti da Rocha Júnior. Monografia (Bacharel em Turismo). Universidade do Estado do Rio Grande

do Norte. Faculdade de Turismo. 1. Hotelaria - Monografia. 2. Hospitalidade - Monografia. 3. Humanização -

Monografia. 4. Ambiente Hospitalar - Monografia. I.�Rocha Júnior, Marco Antônio Cavalcanti da. II. Universidade do Estado do Rio Grande do Norte. III. Título.

UERN/ BC CDD 647

Catalogação da Publicação na Fonte.

Bibliotecária: Valéria Maria Lima da Silva CRB 15 / 451

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PRISCILA ROSANNA DE SANTANA SILVA

A HOTELARIA E A HOSPITALIDADE EM PROL DA HUMANIZAÇÃO DOS

SERVIÇOS NO AMBIENTE HOSPITALAR: UM ESTUDO DE CASO DA CASA DE

SAÚDE SÃO LUCAS, NATAL/RN

Esta monografia foi julgada adequada à obtenção do título de bacharel em Turismo e aprovada em sua forma final pelo curso de Turismo da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte.

Natal – RN, 11 de Setembro de 2008.

________________________________________________________

Prof. e Orientador Marco Antônio Cavalcanti da Rocha Júnior, Ms.

Universidade do Estado do Rio Grande do Norte

_________________________________________________________

Prof. Augusto Carlos C. Avelino Teixeira, Ms.

Universidade do Estado do Rio Grande do Norte

__________________________________________________________

Prof. Djalma Xavier de Mesquita, Esp.

Universidade do Estado do Rio Grande do Norte

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Dedico este trabalho ao meu avô, Epitácio (in

memorian), meu porto seguro, minha maior

motivação. A ele, que esteve sempre comigo,

desde o dia em que nasci; a ele que sempre

investiu, mesmo sem perceber. Foi por ele que

cheguei até aqui!

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AGRADECIMENTOS

A Deus, pois, sem a Sua mão estendida sobre mim, sem a Sua bênção e

proteção constantes, nada se teria realizado em minha vida. Foi Ele quem me deu a sabedoria

e fez brotar em mim o sonho e o desejo de crescer, sempre com humildade e dignidade.

Aos meus familiares, sobretudo a minha mãe, Maria do Socorro, por anos de

incentivo, investimento e dedicação. Agradeço por terem suportado as minhas ausências e,

mesmo que, por vezes, não tenham compreendido, respeitaram as minhas limitações.

Agradeço a vocês, pai, mãe, irmãs, vovô, por acreditarem no meu sonho e me mostrarem que

vale a pena lutar.

Ao prof. Marco Antônio, meu orientador, amigo e conselheiro, por ter me

direcionado pelo caminho correto durante toda a minha trajetória acadêmica.

A toda equipe da Casa de Saúde São Lucas, Natal/RN, por acreditar na

seriedade do meu trabalho e me conceder as informações necessárias para que pudesse

concretizá-lo.

À equipe da SR Consultores Associados, nas pessoas de Simião (meu pai) e

Rosário, pelo investimento e compreensão nos dias em que me ausentei do trabalho para

avançar em minhas pesquisas. Obrigada a vocês, que não tinham a obrigação, mas,

voluntariamente, investiram em mim e acreditaram que eu seria capaz.

Às equipes do Hotel Maine e do Albergue da Costa, pelas oportunidades de

estágios concedidas, nas quais aprendi muito.

Aos meus verdadeiros amigos; são poucos, mas são reais. A vocês que me

incentivaram a caminhar, quando acreditei não ser possível; que enxugaram as minhas

lágrimas quando o cansaço foi mais forte e eu pensei em desistir.

A todos, o meu “muito obrigada”. Sem vocês, nada disso seria possível!

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AGRADECIMENTO ESPECIAL

À CASA DE SAÚDE SÃO LUCAS, NATAL/RN

Este trabalho é fruto do meu estudo acerca da importância da humanização no

ambiente hospitalar. Em 7 meses de contato diário enquanto cliente de saúde, pude perceber

como o tratamento humanizado dos profissionais contribui para minimizar os efeitos

negativos que uma internação prolongada pode ocasionar. Esse foi um dos pontos-chave para

a minha escolha, ao optar pela Casa de Saúde São Lucas, Natal/RN, para desenvolver meu

trabalho de monografia.

Quero agradecer a todos que fazem parte do corpo organizacional dessa

conceituada instituição de saúde, em especial, ao Sr. Gilvan Mesquita, diretor administrativo

da CSSL, que autorizou a realização deste trabalho; à Srª. Cíntia Gallo, coordenadora de

Recursos Humanos, que me concedeu as informações necessárias para a minha pesquisa

acadêmica; à Srª. Marília Lima, coordenadora da Ouvidoria Hospitalar, que me acompanhou

na fase da coleta de dados; ao Sr. Reginaldo Valentim, coordenador do setor de manutenção,

que contribuiu significativamente na reta final da minha pesquisa; e à equipe de profissionais

da Ala São Camilo, pelo carinho, dedicação, profissionalismo e respeito durante a estada do

meu avô nas unidades habitacionais do setor.

Obrigada à equipe da Casa de Saúde São Lucas, Natal/RN, por tornar possível

a concretização deste trabalho.

A autora.

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Sempre que sua voz interior disser: “gostaria

tanto de conseguir ajudar”, a melhor coisa que

você pode fazer pelo seu amigo é tocá-lo com

carinho.

(Trecho do livro “Patch Adams – O amor é contagioso”)

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RESUMO

A hotelaria e a hospitalidade são elementos que contribuem para a humanização do ambiente hospitalar. A Casa de Saúde São Lucas, Natal/RN, possui reconhecimento público do padrão de serviços oferecidos aos seus clientes, o que o torna mais humano e agradável. A pesquisa bibliográfica e o estudo de caso, de natureza quali-quantitativa, realizado nessa instituição de saúde, revelaram o elevado índice de satisfação dos clientes de saúde, nos critérios aos quais foram questionados. Apresentam-se, através de gráficos e análises, os resultados na coleta de dados, realizada, principalmente, com pacientes e acompanhantes que vivenciaram um período de internação no mês de maio do corrente ano. Mediante os resultados obtidos, avalia-se a Casa de Saúde São Lucas, Natal/RN, como uma empresa séria e responsável, preocupada com o bem-estar dos seus clientes. Considera-se, ainda, a importância da humanização, elemento ao qual a instituição tem mantido, em processo contínuo, com o objetivo de satisfazer as necessidades de seus clientes, minimizando a dor e a angústia vivida por pessoas que necessitam permanecer um tempo nas unidades habitacionais do hospital. PALAVRAS-CHAVE: Bem-estar. Hospitalidade. Hotelaria. Humanização. Qualidade.

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ABSTRACT

Both hostelry and hospitality are elements that humanize a hospital environment. The Casa de Saúde São Lucas, located in Natal/RN, is well-known for the high-standard services it offers to its customers, making its ambiance more human and pleasent. This bibliographic research and this case study, which was analysed in the health institution mentioned before and emphasizes both quality and quantity, shows us that Casa de Saúde São Lucas rated highly in a satisfaction index among its patrons. The results of the data collection are exposed here by graphics and analysis. This survey questioned both patients whom were admitted in May, 2008, and their companions. As a result, Casa de Saúde São Lucas should be regarded as a serious, responsible enterprise, concerned with the well-being of its customers. Humanization is also a key element to the company and it has been maintained by its team, aiming to satisfy its clients’ needs, minimizing the pain and the anguish of those who need to stay hospitalized for a certain amount of time. KEYWORDS: Well-being. Hospitality. Hostelry. Humanization. Quality.

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LISTA DE SIGLAS

ABNT: Associação Brasileira de Normas Técnicas

ABIH: Associação Brasileira da Indústria de Hotéis

BNDES: Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social

CSSL: Casa de Saúde São Lucas

DBL: Double

EMBRATUR: Instituto Brasileiro de Turismo

JCAHO: Joint Commission on Acreditation of Healthcare Organizations

OMT: Organização Mundial de Turismo

ONA: Órgão Nacional de Acreditação

NBR: Norma Brasileira Regulamentadora

SGL: Single

TPL: Triple

UH: Unidade Habitacional

UTI: Unidade de Terapia Intensiva

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LISTA DE TABELAS

TABELA 01: Quantidade de apartamentos por Estado dos Hotéis associados à

Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH) Nacional ..........................................

25

TABELA 02: Relatório do número de Hotéis associados à ABIH Nacional por Estado ... . 26

TABELA 03: Classificação hoteleira de acordo com a ABIH em 1998 .............................. 29

TABELA 04: Classificação hoteleira atual de acordo com a ABIH .................................... 29

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LISTA DE QUADROS

QUADRO 01: Serviços comuns (hotel/hospital) que podem ser adaptados à atividade

hospitalar ............................................................................................................................. .

37

QUADRO 02: Serviços de hotelaria que podem ser implantados e adaptados à atividade

hospitalar ..............................................................................................................................

37

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LISTA DE GRÁFICOS

GRÁFICO 01: Você utilizou a CSSL na condição de: ...................................................... 58

GRÁFICO 02: Sexo dos entrevistados .............................................................................. 59

GRÁFICO 03: Cordialidade, agilidade e precisão nas informações fornecidas na

Recepção ............................................................................................................................

60

GRÁFICO 04: Tempo de espera pelo atendimento na Recepção ...................................... 61

GRÁFICO 05: Habilidade e competência dos maqueiros ................................................. 62

GRÁFICO 06: Limpeza e aparência das acomodações e roupas fornecidas ..................... 63

GRÁFICO 07: Atendimento dos colaboradores da Higienização/Lavanderia .................. 64

GRÁFICO 08: Informações oferecidas pela nutricionista ................................................. 65

GRÁFICO 09: Apresentação da refeição seguida conforme prescrição da dieta .............. 66

GRÁFICO 10: Presteza da Equipe de Nutrição aos chamados ......................................... 67

GRÁFICO 11: Atenção oferecida pelos médicos .............................................................. 68

GRÁFICO 12: Orientação quanto aos tratamentos/procedimentos ................................... 69

GRÁFICO 13: Qualidade da assistência da Equipe Médica ............................................. 70

GRÁFICO 14: Presteza aos chamados .............................................................................. 71

GRÁFICO 15: Atendimento personalizado, humanizado e cordial .................................. 72

GRÁFICO 16: Atendimento da Psicologia Hospitalar ...................................................... 73

GRÁFICO 17: Atendimento do Serviço Social ................................................................. 74

GRÁFICO 18: Qual o seu grau de satisfação em relação à CSSL? ................................... 75

GRÁFICO 19: Você recomendaria o serviço da CSSL a outras pessoas? ........................ 76

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

FIGURA 01: Departamentalização da empresa hoteleira (Diagrama de Ishikawa) ......... 38

FIGURA 02: Organograma administrativo de hospital .................................................... 39

FIGURA 03: Organograma de coordenação e operações da hotelaria hospitalar ............ 41

FIGURA 04: Organograma da Casa de Saúde São Lucas S/A .......................................... 48

FIGURA 05: Organograma da Hotelaria Hospitalar da CSSL .......................................... 51

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 16

2 TURISMO, HOTELARIA E HOTELARIA HOSPITALAR ......................................... 20

2.1 EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA ATIVIDADE TURÍSTICA ............................................ 20

2.2 TURISMO: CONCEITOS E DEFINIÇÕES ...................................................................... 21

2.3 TURISMO VERSUS HOSPITALIDADE ......................................................................... 22

2.4 EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA HOTELARIA ................................................................. 23

2.5 O CRESCIMENTO DA HOTELARIA NO BRASIL ....................................................... 24

2.6 CLASSIFICAÇÃO HOTELEIRA ..................................................................................... 26

2.6.1 Classificação quanto à categoria ................................................................................. 27

2.6.2 Classificação quanto ao tipo de meios de hospedagem .............................................. 27

2.6.3 Classificação do principal produto turístico: Unidade Habitacional (UH) .............. 28

2.7 HOSPITALIDADE: HOTEL VERSUS HOSPITAL .......................................................... 29

2.8 HOTELARIA HOSPITALAR ........................................................................................... 30

2.8.1 Evolução histórica dos hospitais ................................................................................... 30

2.8.2 Conceitos da hotelaria hospitalar ................................................................................. 31

2.8.3 Hotelaria hospitalar no Brasil ...................................................................................... 32

2.8.4 A importância da humanização para a hotelaria hospitalar ..................................... 34

2.8.5 Relação da hotelaria hospitalar com a hotelaria clássica .......................................... 36

2.8.6 Adaptação de serviços e departamentos da hotelaria clássica para a utilização na

hotelaria hospitalar .................................................................................................................

37

3 SISTEMA DE GESTÃO DA QUALIDADE (SGQ) ......................................................... 42

3.1 ISO 9001 ............................................................................................................................. 42

3.2 ACREDITAÇÃO HOSPITALAR ...................................................................................... 42

4 A CASA DE SAÚDE SÃO LUCAS, NATAL/RN ............................................................. 45

4.1 CSSL: O PASSADO E O PRESENTE .............................................................................. 45

4.2 A HOTELARIA HOSPITALAR NA CASA DE SAÚDE SÃO LUCAS, NATAL/RN ... 49

4.3 DEPARTAMENTALIZAÇÃO DA HOTELARIA HOSPITALAR DA CASA DE

SAÚDE SÃO LUCAS, NATAL/RN: UM QUADRO COMPARATIVO COM A

HOTELARIA CLÁSSICA .......................................................................................................

52

4.3.1 Departamento de Recepção e Hospedagem ................................................................. 52

4.3.2 Departamento de Alimentos e Bebidas ........................................................................ 53

4.3.3 Departamento de Governança ...................................................................................... 54

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4.3.4 Setor de Manutenção ..................................................................................................... 55

5 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS .................................................. 57

5.1 PERFIL DOS ENTREVISTADOS .................................................................................... 58

5.2 HOTELARIA ..................................................................................................................... 60

5.3 SERVIÇO DE NUTRIÇÃO ............................................................................................... 65

5.4 CORPO MÉDICO .............................................................................................................. 68

5.5 CORPO DE ENFERMAGEM ............................................................................................ 71

5.6 SERVIÇOS DE APOIO ..................................................................................................... 73

5.7 SATISFAÇÃO GERAL DO CLIENTE ............................................................................. 75

5.8 ANÁLISE FINAL DA PESQUISA QUANTITATIVA .................................................... 76

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................................. 78

REFERÊNCIAS....................................................................................................................... 80

APÊNDICE A – Questionário de avaliação dos serviços prestados na CSSL .................. 83

APÊNDICE B – Fotos ............................................................................................................ 85

ANEXO A – Planta baixa da Ala de Enfermagem São Camilo ......................................... 89

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1 INTRODUÇÃO

Nos últimos anos, tem surgido nos hospitais a preocupação com a contínua

evolução de seu ambiente interno, em cumprimento às exigências dos clientes, que não se

satisfazem apenas com modernos equipamentos e instalações físicas, e sim, buscam um

atendimento humanizado. Dessa preocupação, surge o interesse das empresas de saúde em

investir na hotelaria hospitalar, segmento que busca na hotelaria clássica a fundamentação da

hospitalidade em prol do bem-estar dos clientes de saúde.

Ao dar entrada em um hospital, seja na condição de paciente ou acompanhante,

o cliente busca mais do que aparelhagem de última geração e competente equipe de

profissionais. Mas, para que o hospital se torne um ambiente menos desgastante, é necessário

que haja humanização e personalização dos serviços, com o objetivo de minimizar a dor e o

sofrimento vividos pelas pessoas que necessitam permanecer algum tempo no local.

Neste trabalho, é abordada a qualidade dos serviços de recepção, enfermagem,

higienização e lavanderia, nutrição, equipe médica, psicologia e serviço social, na Casa de

Saúde São Lucas, Natal/RN, empresa que tem como missão promover a saúde, de forma

humanizada, com alta tecnologia e conhecimento, buscando a satisfação e a melhoria da

qualidade de vida dos clientes e colaboradores. Explicita-se a importância de se desenvolver a

hotelaria hospitalar na Casa de Saúde São Lucas, Natal/RN, com intuito de amenizar a dor e o

sofrimento dos clientes de saúde, fundamentando-se na qualificação dos recursos e na

humanização dos serviços prestados na referida instituição, comprovadamente certificada1

pela excelência no atendimento aos seus pacientes.

Visando ao bem-estar das pessoas, a Casa de Saúde São Lucas, Natal/RN, atua

no mercado da saúde no Estado do Rio Grande do Norte personalizando seu atendimento em

busca da humanização do ambiente hospitalar, assim, minimizando a angústia vivida pelas

pessoas que necessitam permanecer algum tempo em suas instalações, seja como paciente,

acompanhante ou visitante. A soma dos esforços em prol da melhoria contínua no trato com

as pessoas contribui para o crescimento da qualidade de vida dos clientes de saúde, assim

como para a equipe de profissionais os quais atuam na organização.

1 Certificação de opinião pública expostas no Hall da Casa de Saúde São Lucas, Natal/RN e no Pronto Socorro da instituição.

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O processo de humanização na Casa de Saúde São Lucas, Natal/RN, é

contínuo. Para tanto, a empresa investe na gestão de pessoas, em prol da ininterrupta melhoria

na relação paciente versus hospital.

O tema foi escolhido dada à nova tendência da moderna gestão de hospitais,

solícita em buscar a excelência no atendimento e a conseqüente humanização dos serviços

hospitalares. Os hospitais que, na Idade Média serviam como albergues a idosos e enfermos,

passaram por grandes transformações, uma vez que se percebeu a necessidade de expansão e

melhoria na qualidade da acomodação de pacientes, o que tornou esses estabelecimentos

verdadeiros hotéis. Assim, a hotelaria hospitalar tem crescido mundialmente e, a cada dia

mais, tem buscado um padrão de excelência e qualidade.

Partindo do pressuposto de que o paciente, ao dar entrada no hospital ou em

qualquer instituição de saúde, seja em caráter de urgência ou eletivo, procura mais do que

uma equipe médica especializada e competente, foi que se deu maior interesse em abordar o

tema hotelaria hospitalar como forma de melhoria dos serviços e a conseqüente humanização

do ambiente. A infra-estrutura, a atenção, o respeito e a qualificação humana são fatores, hoje,

primordiais, para a escolha de um hospital pelo público de médio e alto poder aquisitivo.

A Casa de Saúde São Lucas, Natal/RN, foi escolhida para desenvolvimento do

tema proposto por ser um hospital de referência no Estado do Rio Grande do Norte, tanto em

qualidade das instalações físicas e equipamentos, quanto em equipe de profissionais. Além

disso, o contato freqüente enquanto cliente de saúde representou uma motivação a mais para a

referida escolha. Os vínculos criados através da relação hospital versus cliente favoreceram a

pesquisa e tornaram o tema mais aprazível de ser abordado

O objetivo geral da pesquisa consiste em analisar a importância da

humanização do atendimento no ambiente hospitalar e suas relações com a hospitalidade e a

hotelaria, no serviço de internamento dos pacientes na Casa de Saúde São Lucas, Natal/RN.

Para se atingir tal objetivo, este trabalho propõe, como objetivos específicos: mensurar a

qualidade nos serviços de atendimento prestados aos clientes de saúde da Casa de Saúde São

Lucas, Natal/RN; avaliar a humanização no tratamento em busca do bem-estar dos pacientes

internados na Casa de Saúde São Lucas, Natal/RN; observar a relação existente entre a

hotelaria hospitalar e a hotelaria clássica, através do funcionamento de departamentos do

hospital.

A pesquisa busca verificar se a implantação de projetos de hospitalidade e

hotelaria hospitalar na Casa de Saúde São Lucas, Natal/RN, contribui efetivamente para a

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humanização do ambiente e o bem-estar dos clientes de saúde. O trabalho propõe como

hipótese básica que a humanização do ambiente hospitalar é de fundamental importância para

a recuperação do paciente. Assim, quanto mais o hospital destituir a imagem de que seu

ambiente é estigma de sofrimento e dor, maior contribuição será dada para o restabelecimento

da saúde do seu cliente, uma vez que, embora não possa se transformar em um ambiente de

alegria, ameniza o sentimento de angústia das pessoas que estão internadas, bem como de

seus acompanhantes e visitantes.

Para desenvolvimento da pesquisa, tornou-se necessária ampla fundamentação

teórica, o que a torna extensa. Nesse capítulo, estão contidas as informações introdutórias da

pesquisa acadêmica, tais como: objetivos geral e específicos, justificativa para a escolha do

tema, problema, hipóteses básica e metodologia aplicada.

No segundo capítulo, é abordado o referencial teórico, no qual consta a

evolução da atividade turística, bem como conceitos e definições do turismo. Embora não se

caracterize um tema obrigatório para o objetivo ao qual o trabalho se propõe a atender, a

evolução do turismo foi julgada adequada, visto que a hotelaria hospitalar busca na hotelaria

clássica as bases para o seu desenvolvimento que, por sua vez, busca no turismo as razões que

a justificam. Assim, abre-se uma grande cadeia de conhecimento, que aqui vai sendo

discutida. Ainda nesse capítulo, avança-se sobre a hotelaria. Posteriormente, tem-se uma

abordagem da hotelaria hospitalar, sua evolução, caracterização e comparação com a hotelaria

clássica.

O terceiro capítulo apresenta alguns dos Sistemas de Gestão da Qualidade,

nesse ponto, explicitadas apenas o ISO 9001 e a Acreditação Hospitalar, certificações

enquadradas na hotelaria hospitalar.

O quarto capítulo apresenta o estudo de caso da Casa de Saúde São Lucas,

Natal/RN.

O quinto capítulo é dedicado às pesquisas de campo, a qual inclui a coleta de

dados através de questionários, entrevistas com coordenadores de departamentos e a posterior

análise das informações coletadas.

Como desfecho da pesquisa, o sexto capítulo traz as considerações finais do

trabalho, explicitando se os objetivos foram alcançados ou não, finalizando, dessa forma, essa

pesquisa acadêmica.

Para desenvolvimento do tema proposto para o trabalho, utilizou-se o método

indutivo. Esse trabalho teve a natureza quali-quantitativa, em razão da utilização de métodos

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qualitativos e também do uso de elementos de natureza quantitativa, através de dados

estatísticos de amostras envolvendo paciente e acompanhantes da Casa de Saúde São Lucas,

Natal/RN.

Empregaram-se, concomitantemente, os métodos estatístico, histórico e

monográfico, sendo este último o estudo de caso da Casa de Saúde São Lucas, Natal/RN.

A pesquisa bibliográfica compreendeu desde a importância da hotelaria

clássica até a departamentalização e o papel fundamental da humanização dos serviços na área

hospitalar. Para tanto, recorreu-se a um variado acervo, de forma a abordar sucintamente a

evolução da hotelaria mundial e brasileira, referenciando o histórico e a evolução da hotelaria

hospitalar.

A amostra quantitativa intencional compreendeu pacientes, familiares e outros,

não-identificados, totalizando o número de 429 questionários, com perguntas fechadas, sendo

estas utilizadas para melhor aproveitamento da análise obtida.

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2 TURISMO, HOTELARIA E HOTELARIA HOSPITALAR

2.1 EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA ATIVIDADE TURÍSTICA

A palavra Turismo provém do termo Tour, que significa dar uma volta. Sendo

assim, o turismo consiste basicamente no deslocamento de pessoas por um período de tempo

determinado. Inúmeras são as definições para essa atividade. A mais aceita, adotada pela

Organização Mundial de Turismo (OMT), considera que o Turismo envolve deslocamento de

pessoas por um período superior a 24 horas e inferior a 3 meses, com a utilização de infra-

estrutura turística, não havendo, por parte do turista, nenhum envolvimento com atividades

lucrativas e remuneradas.

As viagens turísticas tiveram início na Grécia Antiga com os jogos olímpicos.

As pessoas se deslocavam para assistir aos jogos, como uma alternativa à diversão e ao lazer.

Segundo Barretto (2002) existem duas vertentes para o início das viagens: a primeira, acima

mencionada, e a segunda, de que foram os fenícios os primeiros viajantes, já que estes foram

os inventores da moeda e do comércio. A motivação para os grupos de viajantes caracteriza

hoje o que se conhece por turismo de lazer.

No século XVI, as viagens particulares, também conhecidas como não-oficiais,

foram incrementadas. Pode-se dizer que a motivação nesse caso era o desejo de comunicação

e conhecimento do mundo. Nessa época, ainda não existiam meios de comunicação eficientes,

então, a melhor maneira de se conhecer novo ambiente e nova cultura era através de viagens.

Esses deslocamentos ainda não caracterizavam o turismo; eram apenas tours, viagens breves

de ida e volta realizadas por uma minoria privilegiada.

Já no final do século XVIII, as viagens ganharam uma nova motivação: a busca

do descanso e da contemplação da natureza, hoje, vistas como a fuga da realidade dos grandes

centros urbanos. Somente no século XIX, após a Revolução Industrial, foi que o turismo

passou a ser visto como atividade socioeconômica. Começaram então as primeiras viagens

organizadas por intermédio de agentes. Thomas Cook foi o primeiro agente de viagens,

elaborando os primeiros pacotes turísticos. Esse é o começo do Turismo Moderno.

No Brasil, o turismo enquanto fenômeno social começou somente na década de

1920 e com a motivação de lazer. Conforme Barretto (2002), grandes contingentes passaram a

viajar a partir de 1950, embora seu número não tenha atingido a totalidade da população,

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apenas cerca de 30%. Seguindo ainda a linha de pensamento proposta pela autora, “As classes

altas consomem turismo particular e as classes médias, turismo de massas” (idem, p. 56).

Avançando no tempo, na análise econômica do turismo em 2007, dados do

Banco Central divulgados pelo Ministério do Turismo demonstram que os turistas

estrangeiros que visitaram o Brasil no primeiro trimestre deixaram US$ 1,332 bilhão, o que

corresponde a um incremento de 9,66% quando comparado ao ano de 2006. Isso mostra o

constante crescimento da atividade turística no país, e já dá indícios de que nos próximos

anos, o crescimento será ainda maior.

2.2 TURISMO: CONCEITOS E DEFINIÇÕES

A partir dos primeiros estudos da atividade turística enquanto ciência, muitas

definições têm sido dadas; definições essas que compreendem tanto o turismo, como o turista.

Em 1929, algumas definições foram dadas pela “escola berlinesa” citada por Barretto (2002,

p. 9). Na definição de Morgenroth, turismo consiste no

Tráfego de pessoas que se afastam temporariamente do seu lugar fixo de residência para deter-se em outro local com o objetivo de satisfazer suas necessidades vitais e de cultura ou para realizar desejos de diversas índoles, unicamente como consumidores de bens econômicos e culturais.

Mais tarde, outros estudos originaram novas definições:

Luiz Fernández Fúster (Espanha, 1973):

Turismo é, de um lado, conjunto de turistas; do outro, os fenômenos e as relações que esta massa produz em conseqüência de suas viagens. Turismo é todo o equipamento receptivos de hotéis, agências de viagens, transportes, espetáculos, guias-intérpretes que o núcleo deve habilitar para atender às correntes (...). Turismo é o conjunto das organizações privadas ou públicas que surgem para fomentar a infra-estrutura e a expansão do núcleo, as campanhas de propaganda (...). Também são os efeitos negativos e positivos que produzem nas populações receptoras.

A definição mais aceita do ponto de vista formal, defendida pela Organização

Mundial de Turismo (OMT), é a definição de La Torre (1992), apud Barretto (2002, p. 12):

“Soma de relações e de serviços resultantes de um câmbio de residência temporário e

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voluntário motivado por razões alheias a negócios ou profissionais.”. Uma de suas mais

recentes visões compreende:

O turismo é um fenômeno social que consiste no deslocamento voluntário e temporário de indivíduos ou grupos de pessoas que, fundamentalmente por motivos de recreação, descanso, cultura ou saúde, saem de seu local de residência habitual para outro, no qual não exercem nenhuma atividade lucrativa nem remunerada, gerando múltiplas inter-relações de importância social, econômica e cultural.

O fenômeno turismo é descentralizado do tripé hotel, agência e transporte. Seu

desenvolvimento também exige a atuação de uma equipe de planejamento e os demais

prestadores de serviços, a fim de se desenvolver um turismo de boa qualidade, com o intuito

de conquistar o turista.

2.3 TURISMO VERSUS HOSPITALIDADE

A hospitalidade pode ser entendida como a arte acolhedora de bem receber as

pessoas, sejam elas clientes, amigos ou desconhecidos. Essa atividade tem origem bíblica,

podendo ser verificada ainda no Velho Testamento, especialmente sobre meios de

hospedagem. Também no Novo Testamento, há exortações sobre a importância de acolher e

servir os viajantes e peregrinos.

Hospitalidade representa, fundamentalmente, a arte de acolher e prestar

serviços a alguém que, por qualquer motivo que seja, apresente-se fora de seu domicílio. Essa

relação envolve dois protagonistas: quem acolhe e quem é acolhido, mas não se resume a

apenas isso. Seu conceito abrange ainda a relação que se estabelece entre o espaço físico e

seus habitantes, uma vez que engloba não somente acomodação, mas também alimentação,

conforto e acolhimento, proporcionando sensação de bem-estar ao visitante.

Para o turismo, a prática da hospitalidade torna-se essencial para as

organizações que pretendem ter seu diferencial em qualidade na prestação de serviços. Em

outras palavras, a hospitalidade é a causa do sucesso ou do fracasso das empresas.

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2.4 EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA HOTELARIA

O ser humano sempre teve a necessidade de se deslocar de um local para o

outro. As primeiras viagens surgiram desde os tempos mais remotos e, conseqüentemente,

surgiu também a necessid ade de abrigo para os viajantes, daí o aparecimento das estalagens.

O primeiro hotel que se tem notícia no mundo foi uma hospedaria na Grécia

Antiga, que sediava os jogos olímpicos. Já as terras romanas eram mais voltadas para o lazer e

não para hospedagem. Mas isso não impedia que ela dispusesse de aposentos para abrigar os

visitantes. Esses aposentos podiam ser luxuosos ou simples, dependendo do status do cliente.

Com a construção das estradas, no Império Romano, novo impulso foi dado à expansão das

viagens: os locais ficaram mais acessíveis. Isso levou à necessidade de novas hospedarias,

uma vez que, além de ter aumentado o fluxo de viajantes, os meios de transporte eram lentos,

o que dava às viagens o caráter duradouro.

A Grã-Bretanha incorporou à sua cultura a hospitalidade, o que representou um

novo estímulo à construção de pousadas à beira das estradas.

Com a queda do Império Romano, no ano 476 d.C, a falta de segurança

ocasionou o declínio do número de hóspedes. Como conseqüência, as pousadas ficaram

prejudicadas. Assim, a hospedagem passou a ser oferecida por monastérios, por serem mais

seguros; os monges se dedicavam ao atendimento aos viajantes, no entanto, cabia a cada

hóspede a responsabilidade sobre o seu próprio bem-estar (roupas, alimentação etc.).

No século XVI, as viagens se tornaram mais seguras e as hospedarias de beira

de estrada voltaram a atuar. Em 1514, a profissionalização atingiu Londres: os hoteleiros

foram legalmente reconhecidos, passando de hostelers (hoteleiros) para innholders

(hospitaleiros).

A expansão das diligências na Europa também foi de grande influência na

hotelaria. O surgimento das ferrovias, em 1840, representou um duro golpe para os hoteleiros,

pois, como o transporte era mais rápido, as viagens passaram a ter menor duração. Percebeu-

se a necessidade de adaptação dos hotéis; enquanto alguns se adaptavam, outros fechavam

suas portas.

No final do século XIX, começaram a surgir os primeiros hotéis de luxo.

Atualmente, o cliente, ao buscar um hotel, escolhe mais do que a simples

hospedagem. A preferência é pelo atendimento personalizado, a cordialidade, a hospitalidade.

Partindo desse pressuposto, torna-se evidente a relação intrínseca da hotelaria com o turismo,

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uma vez que, além de ser um dos elementos constituintes do tripé da atividade turística, a

hotelaria tem também estreita relação com a hospitalidade que, por sua vez, está diretamente

relacionada ao turismo. Não basta ter qualificação da estrutura física do empreendimento. O

melhoramento nas relações humanas de trabalho é o diferencial das empresas que querem ser

realmente inovadoras ao trabalhar com turistas.

2.5 O CRESCIMENTO DA HOTELARIA NO BRASIL

No Brasil, o desenvolvimento da hotelaria se deu com a chegada da Família

Real, em 1808. O marco da hotelaria foi a inauguração do Copacabana Palace, no Rio de

Janeiro. A partir daí, novos hotéis foram surgindo. Na década de 1940 houve grande

desenvolvimento da hotelaria devido aos incentivos do governo. Na década de 70, registrou-

se grande crescimento do setor hoteleiro. Essa fase de expansão coincidiu com os incentivos

fiscais para a construção de novos hotéis. Com isso, cadeias internacionais se instalaram no

Brasil, destacando-se a Rede Accor Novotel e o Hilton, em São Paulo, e o Sheraton, no Rio

de Janeiro. Na década de 90, o governo ofereceu, através do Banco Nacional de

Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), linha de crédito para a construção de novos

hotéis.

De acordo com dados da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH),

divulgados em 2008:

O Parque Hoteleiro nacional possui hoje aproximadamente 25 mil meios de hospedagem, e deste universo 18 mil são hotéis e pousadas. No geral, 70% são empreendimentos de pequeno porte. Isto representa mais de um milhão de empregos e a oferta de aproximadamente um milhão de apartamentos em todo o país.

Ainda seguindo dados divulgados pela mesma entidade, seguem números

relevantes para o setor hoteleiro nacional em alusão à quantidade de apartamentos por Estados

brasileiros e número de hotéis associados à Associação Brasileira da Indústria de Hotéis.

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TABELA 01: Quantidade de apartamentos por Estados dos hotéis associados à ABIH Nacional

ESTADO TOTAL 1º RIO DE JANEIRO 18.766 2º SÃO PAULO 16.697 3º SANTA CATARINA 14.886 4º BAHIA 9.443 5º PARANÁ 8.240 6º CEARÁ 7.832 7º MINAS GERAIS 7.088 8º RIO GRANDE DO SUL 6.825 9º DISTRITO FEDERAL 6.299 10º PERNAMBUCO 5.172 11º RIO GRANDE DO NORTE 4.641 12º ALAGOAS 3.638 13º MATO GROSSO DO SUL 2.834 14º PARÁ 2.728 15º AMAZONAS 2.645 16º GOIÁS 2.598 17º PARAÍBA 1.651 18º MARANHÃO 1.486 19º SERGIPE 1.247 20º MATO GROSSO 794 21º ESPÍRITO SANTO 637 22º PIAUÍ 535 23º RORAIMA 529 24º ACRE 513 25º AMAPÁ 499 26º TOCANTINS 169

TOTAL 128.392 FONTE: ABIH Nacional/2008

A tabela 02 apresenta dados estatísticos relevantes para a hotelaria brasileira.

Explana-se o relatório de hotéis associados à Associação Brasileira da Indústria de Hotéis, por

Estado. Verifica-se que muitas empresas hoteleiras não são credenciadas a essa entidade, visto

que a demanda de hotéis é visualmente superior aos números descritos na tabela.

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TABELA 02: Relatório número de hotéis associados à ABIH Nacional por Estado

ESTADOS Nº DE HOTÉIS NAS CAPITAIS

Nº DE HOTÉIS NO INTERIOR

Nº DE MUNICÍPIOS

TOTAL DE ASSOCIADOS

ACRE 10 3 1 13 ALAGOAS 40 12 7 55 AMAZONAS 30 30 AMAPÁ 12 34 10 46 BAHIA 64 89 27 153 CEARÁ 56 9 4 65 DISTRITO FEDERAL 35 9 6 44 ESPÍRITO SANTO 11 10 4 21 GOIÁS 34 17 6 51 MARANHÃO 17 1 1 18 MINAS GERAIS 37 44 30 81 MATO GROSSO 8 2 1 10 MATO GROSSO DO SUL 34 26 10 60 PARÁ 19 17 8 36 PARAÍBA 30 1 1 31 PERNAMBUCO 32 28 12 60 PIAUÍ 7 1 1 8 PARANÁ 58 45 12 103 RIO DE JANEIRO 114 73 20 187 RIO GRANDE DO NORTE 56 15 5 71 RORAIMA 15 15 RIO GRANDE DO SUL 29 71 41 100 ST. CATARINA 85 250 57 335 SERGIPE 20 1 1 21 SÃO PAULO 43 67 41 110 TOCANTINS 9 16 10 25 TOTAL 905 835 312 1.740

FONTE: ABIH Nacional/2008

Outro ponto de destaque no desenvolvimento da hotelaria brasileira é a forte

demanda de turistas. Esse público determina o mercado e a consolidação de novos hotéis. O

crescimento das diversas formas de turismo, como o turismo de eventos e o turismo de

negócios, desloca grande quantidade de pessoas, e isso determina o crescimento da rede

hoteleira para satisfazer às necessidades do turista.

2.6 CLASSIFICAÇÃO HOTELEIRA

Em hotelaria, a classificação pode seguir dois parâmetros: de acordo com a

categoria e de acordo com o tipo de meio de hospedagem, havendo ainda a classificação do

principal produto turístico, a Unidade Habitacional - UH. Todos estão especificados a seguir.

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2.6.1 Classificação quanto à categoria

De acordo com a categoria dos empreendimentos, há duas formas de

classificação: a primeira leva em consideração a pontuação predefinida para seus aspectos

construtivos, de equipamentos e pela variedade e qualidade de serviços oferecidos. A segunda

faz referência ao preço da diária, definido pelo próprio hoteleiro.

A classificação hoteleira de acordo com o número de estrelas (de 1 a 5) teve

origem nos países europeus. No Brasil, essa classificação tem como órgão regulador o

Instituto Brasileiro de Turismo - EMBRATUR. Para essa classificação, a EMBRATUR

tomava como parâmetros os equipamentos existentes e os novos investimentos, desde que

atendessem aos aspectos legais. Essa foi a primeira classificação do Instituto.

Seguem abaixo os quesitos utilizados na pontuação para a classificação:

- Aspectos construtivos/equipamentos: tomavam como objetos de avaliação as unidades

habitacionais (UH’s), áreas de recepção, guarda de bagagem, portaria, elevadores – quando

em prédios com mais de quatro andares – sala de estar, restaurantes, entre outros.

- Instalações e equipamentos: além das instalações e equipamentos existentes nas áreas

acima mencionadas, avaliavam o tipo de climatização, comunicação, mobiliário e outros

equipamentos.

- Serviços: atribuíam-se pontos em função do número de empregados e a qualidade dos

serviços prestados;

2.6.2 Classificação quanto ao tipo de meios de hospedagem

De acordo com essa classificação, os equipamentos hoteleiros podem ser

subdivididos em:

Hotel (H): estabelecimento comercial de hospedagem do tipo convencional, de ocupação

temporária, que oferece serviço completo de alimentação e, obrigatoriamente, banheiro

privativo. Localizado normalmente no perímetro urbano.

Hotel-Residência (HR): estabelecimento enquadrado na categoria de hotel, explorado ou

administrado, normalmente, por uma única empresa que exerce atividade hoteleira

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independentemente da razão social ou nome fantasia que utilize – flat, apart-hotel, service ou

outras denominações.

Hotel de Lazer (HL): estabelecimento enquadrado na categoria de hotel, possuindo serviços

e equipamentos de lazer e repouso. Localizado fora do centro urbano. Em geral, nesse tipo de

empreendimento pode-se classificar ainda os resorts, mega-hotéis que oferecem um mundo de

opções de lazer e entretenimento e têm a capacidade de suprir toda necessidade do hóspede

sem que haja deslocamento externo às suas dependências.

Pousada (P): estabelecimento comercial de hospedagem que oferece hospitalidade e

ambientação simples, aconchegante e integrada à região.

Hospedaria de Turismo (HT): estabelecimento cujas UH’s2 são predominantemente da

espécie quarto, tendo como preço básico a diária correspondente à utilização de leito simples.

Hotel Histórico (HH): estabelecimento instalado necessariamente em prédio de reconhecido

valor histórico ou de significação regional ou local reconhecido pelo Poder Público.

2.6.3 Classificação do principal produto turístico: Unidade Habitacional (UH)

O produto Unidade Habitacional – UH – pode ser:

Apartamento-tipo ou standard: definido pela EMBRATUR como sendo aquele de maior

número no hotel e acima de 50%¨do total das unidades. Serve como padrão na definição do

valor da diária.

Apartamento luxo: produto diferenciado em qualidade e preço, geralmente apresentando

melhores acabamentos ou localização diferenciada do apartamento-tipo.

Suíte: além do quarto e banheiro exclusivo, oferece um ambiente como sala.

O posicionamento da UH também pode ser um parâmetro na definição do valor

da diária. A posição geográfica ou a própria localização do edifício, muitas vezes, valoriza o

preço do produto.

2 Unidades Habitacionais

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� Breve histórico da classificação hoteleira no Brasil

1ª Classificação: 1970 – Base sobre a metragem (área)

2º Classificação: 1980 – Base sobre as estrelas (equipamentos)

3ª Classificação: 1998 – EMBRATUR e ABIH 5 (*****) e 6 (*)

4ª Classificação: 2002 – EMBRATUR e ABIH (estrelas)

De acordo com a Deliberação Normativa Nº. 387 da EMBRATUR de 28 de

janeiro de 1988, apud Erhart e Bohrer (2007 p. 21):

TABELA 03: Classificação hoteleira de acordo com a ABIH em 1998

CATEGORIA SÍMBOLOS TIPOS DE MEIOS DE HOSPEDAGEM3 Luxo Superior ***** H HL HH

Luxo **** H HL HH Standard Superior *** H HL HH P

Standard ** H HL HH P Simples * H HL HH P

FONTE: FERREIRA, 2004

TABELA 04: Classificação hoteleira atual de acordo com a ABIH

CATEGORIA SÍMBOLO LUXO SUPERIOR ****** LUXO ***** SUPERIOR **** TURÍSTICO *** ECONÔMICO ** SIMPLES *

FONTE: FERREIRA, 2004

2.7 HOSPITALIDADE: HOTEL VERSUS HOSPITAL

Como já foi mencionado, hospitalidade compreende a arte de bem servir e

acolher alguém que se encontra fora de seu local de origem. Dessa forma, a prática da

hospitalidade é comum nos meios de hospedagem e turismo, não devendo haver grandes

diferenciações entre o tipo de tratamento dado aos clientes em um hotel e em um hospital.

3 H: Hotel; HL: Hotel de Lazer; HH: Hotel Histórico; P: Pousada

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O diferencial das organizações de sucesso está também na sua qualificação de

pessoal. Assim, empresas que pretendem ser lembradas como símbolo da hospitalidade,

devem manter um padrão de qualidade nos serviços de atendimento ao cliente, não os

distinguindo por cor, raça, sexo etc. Em um hotel, a hospitalidade praticada deve buscar o

encantamento do hóspede que, atualmente, não quer apenas ser satisfeito, e sim, ter suas

expectativas superadas.

Em um hospital, a hospitalidade contribui efetivamente para a humanização

dos serviços prestados aos clientes de saúde que necessitam manter contato diário com o

ambiente hospitalar. Tendo em vista que os hospitais eram vistos como lugares frios e

impessoais, torna-se essencial que a cultura organizacional da empresa adote a prática da

hospitalidade em sua dinâmica de atuação, como forma de suprir, principalmente, as

necessidades afetivas das pessoas que se encontram momentaneamente em situação

desfavorável, que as impedem de desenvolver sua rotina diária de vida, de trabalho etc. Mais

do que em um hotel, a arte do bem acolher deve ser utilizada nos hospitais, considerando que

o restabelecimento da saúde do paciente depende também de fatores psicológicos e

emocionais, que podem ser minimizados através da boa receptividade e, acima de tudo,

respeito por parte do staff4 da empresa.

2.8 HOTELARIA HOSPITALAR

2.8.1 Evolução histórica dos hospitais

Segundo linha de pensamento proposta por Boeger (2003), o surgimento dos

hospitais e hotéis remete ao mesmo tipo de empreendimento: albergues que serviam de

abrigos a viajantes e peregrinos que se deslocavam de povoado a povoado, e recebiam

também enfermos que necessitavam de tratamento que exigia isolamento compulsório. Esses

estabelecimentos recém-surgidos originaram-se do vocábulo latino hospes, que significa

hóspede, e deu origem a mais dois vocábulos: hospitalis e hospitium, locais que abrigavam

enfermos, viajantes e peregrinos.

4 Corpo funcional da empresa.

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O primeiro hospital que se tem notícia no mundo surgiu em Roma, em 360 a.C,

com a finalidade de restaurar a saúde dos enfermos, utilizando-se dos tratamentos limitados

existentes naquela época.

Na Inglaterra, o processo de evolução hospitalar teve início com a construção

do Hospital Geral St. Jonh, cuja finalidade básica era restaurar a saúde dos enfermos.

Posteriormente, surgiu o Hospital St. Bartholomew, com atendimento voltado para o

tratamento de doenças contagiosas, como a hanseníase.

Em Portugal, as obras de misericórdia no século XV fundadas pela rainha

Leonor originaram a Irmandade de Misericórdia das Santas Casas, que se espalharam pelo

mundo, chegando às Américas em 1543, quando Fernando Cortez fundou, na Cidade do

México, o Hospital de Jesus Nazareno.

Na América do Sul, o primeiro hospital que se tem notícia foi instalado no

Brasil, em 1543, sob o nome de Santa Casa de Misericórdia dos Santos. À medida que os

portugueses exploravam o território brasileiro, novos hospitais foram surgindo, em

atendimento às necessidades próprias desse grupo de exploradores.

2.8.2 Conceitos da Hotelaria hospitalar

Segundo definição de Boeger (2005), a hotelaria hospitalar compreende o

conjunto de serviços de apoio que se associam aos serviços específicos com o objetivo de

oferecer aos clientes internos e externos conforto, segurança e bem-estar durante o período de

internação. É uma estratégia para melhoria da qualidade dos serviços de saúde prestados aos

clientes durante sua estada no hospital.

A hotelaria hospitalar tem ganhado notável importância no contexto social. O

cliente de saúde não procura apenas uma equipe médica especializada; ele preza pelo bom

atendimento e pela qualificação dos recursos que lhe são destinados no período de seu

tratamento. Essa nova segmentação do mercado hoteleiro representa uma atividade

multidisciplinar, necessitando da interação dos profissionais de arquitetura, turismo, hotelaria,

gastronomia, decoradores e paisagistas etc. É importante ressaltar que a hotelaria hospitalar

necessita de ajustes, não podendo, jamais, seguir os mesmos padrões da hotelaria clássica,

uma vez que os hospitais necessitam de cuidado redobrado, principalmente no que se refere à

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limpeza e manutenção das UH’s5 e áreas de apoio, para minimizar o risco de infecções

hospitalares.

A implantação dos serviços de hotelaria hospitalar permite que sejam reduzidos

os inconvenientes gerados, sobretudo, por uma internação prolongada que agregam em si

estresse e danos psicológicos, considerando que o hospital desgasta tanto o paciente, que se vê

em condições impeditivas de suas atividades habituais, quanto seu acompanhante, que se

torna emocionalmente abalado diante da situação desagradável à qual se submete. A

utilização de padrões de hotelaria, adaptados ao segmento hospitalar, contribui para amenizar

o desgaste físico e psicológico dos clientes de saúde, além de valorizar o status do hospital,

que se torna marca de referência em reconhecimento e satisfação pública.

2.8.3 Hotelaria hospitalar no Brasil

O conceito de hotelaria hospitalar foi criado para estabelecer um padrão de

excelência no atendimento aos pacientes internados, acompanhantes e visitantes. Preocupados

com a qualidade dos serviços prestados, e tendo a consciência de que o hospital é visto como

um local de angústia, sofrimento e dor, os gestores estão modernizando as empresas de saúde

na tentativa de amenizar o sentimento de solidão que o ambiente mórbido causa nas pessoas

que necessitam dedicar um momento de suas vidas no tratamento específico de saúde, seja de

si próprio, seja de um amigo, parente ou familiar.

A esse respeito, Taraboulsi (2006, p. 25) explica que:

Preocupados com o estado emocional do cliente de saúde e, principalmente com as internações prolongadas e as horas gastas por familiares e amigos em recintos que parecem mais com muros de lamentações do que salas de espera, alguns gestores estão tentando deixar para trás a imagem clássica de hospital, levando para suas instituições mudanças e serviços que minimizam o impacto desses momentos difíceis, transformando a estada no ambiente hospitalar mais agradável, afinal, as pessoas nunca terão prazer de estar no hospital, mas o desconforto pode ser minimizado. [...] Essas mudanças não estão ocorrendo por acaso, pois está em curso em novo perfil de clientes que as exigem. Segundo alguns gestores, psicólogos e médicos, este novo cenário pode parecer para muita gente luxo desnecessário e esforço inútil, mas a receptividade dos clientes de saúde ao tratamento e a satisfação observada facilitaram muito o serviço médico e diminuíram, consideravelmente, os quadros depressivos

5 Unidades Habitacionais

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Ao contraponto do pensamento supracitado, Godoi (2004, p. 46) afirma que o

processo de implantação da hotelaria hospitalar nem sempre é fácil de ser alcançado. Segundo

o autor,

A implantação da hotelaria hospitalar parcialmente ou na sua plenitude parece ser algo difícil para os atuais administradores, que se sentem receosos de implantá-la ou nos já que possuem alguns serviços, de implementá-la, devido ao fato dessas mudanças se situarem entre dois extremos, o sucesso e a crítica social. Cautelosos, os administradores preferem deixar que outros possam se arriscar, ousando no diferencial do atendimento ao cliente de serviços de saúde, muito embora este não seja um terreno escorregadio e muitos profissionais já defendam atividades de humanização. Ainda outros temem descaracterizar o hospital como se isso fosse possível.

No Brasil, o investimento em hotelaria hospitalar começou em 2000, embora

não se saiba exatamente qual o hospital pioneiro no desenvolvimento desse trabalho. Cita-se,

a nível nacional, o padrão de hotelaria aplicado no Hospital Sírio Libanês, Hospital do

Coração, Hospital Albert Einstein em São Paulo; Hospital Copa D’Or, no Rio de Janeiro;

Hospital Moinhos do Vento no Rio Grande do Sul; Natal Hospital Center, no Rio Grande do

Norte.

É importante ressaltar também que, embora os recursos sejam escassos, alguns

hospitais públicos utilizam-se da criatividade e competência de seus gestores para qualificar o

ambiente hospitalar. É o caso, por exemplo, dos hospitais da rede Sarah Kubitschek.

A hotelaria hospitalar, além de favorecer a recuperação do paciente e reduzir a

tensão dos acompanhantes e visitantes, contribui efetivamente para a manutenção da

qualidade de vida dos colaboradores do hospital. Uma vez motivados, incentivados e

constantemente treinados para o exercício de suas funções, os colaboradores da empresa

tendem a desenvolver o trabalho de forma harmoniosa em respeito ao cliente.

Quando se trabalha com humanização, os benefícios tornam-se evidentes para

todos os envolvidos no processo de internação. Dentre esses pontos positivos, podem-se

mencionar: maior produtividade no trabalho e redução do número de faltas por parte da

equipe de saúde; redução do tempo de internação do paciente e, conseqüentemente, redução

de custos para a instituição.

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2.8.4 A importância da humanização para a hotelaria hospitalar

De acordo com o minidicionário Aurélio (2000), humanizar significa: v.t.d. 1.

Dar condição humana; humanar. 2. Civilizar. P. 3. Tornar-se humano; humanar-se. Tendo em

vista essas definições, torna-se clara a importância de se trazer sentimentos de carinho e

respeito às pessoas que se encontram numa situação desagradável, acamadas em um leito de

hospital.

O hospital não caracteriza um ambiente de lazer. Desse modo, o cliente de

saúde jamais se desloca em busca de diversão, e sim, por estar em uma condição que o obriga

a fazê-lo, e o faz sem outra alternativa. O paciente vai em busca de seu restabelecimento de

saúde. Ao dar entrada em um hospital, é comum a sensação de estar entrando em um

ambiente mórbido, frio e impessoal.

Com a tendência da moderna gestão de hospitais, as empresas de saúde estão

buscando cada vez mais melhorar seu ambiente e, para isso, investem em humanização. O

paciente não quer ser tratado como “o paciente do 104”. Ele precisa de atenção, carinho e,

sobretudo, respeito. Daí a importância de se humanizar o ambiente. Quartos decorados,

limpos, atendimento personalizado são fatores que contribuem para a recuperação do doente.

Tornar o ambiente mais agradável e humano alivia a dor, o sofrimento e a tensão dos clientes

de saúde, aqui compreendidos como pacientes, acompanhantes e visitantes.

Os clientes de saúde (enfermos, familiares, acompanhantes, visitantes), sentem-se confiantes e motivados quando a solidariedade apresenta-se estampada no semblante de todos os envolvidos em seu atendimento. É a humanização, através da hotelaria, mudando condutas e comportamentos, tornando o hospital um espaço digno para os momentos difíceis de nossos clientes de saúde. (TARABOULSI, 2006, p. 48)

O pensamento de Taraboulsi, acima descrito, reafirma a importância de se

preocupar com o bem-estar do paciente, através da humanização do espaço hospitalar com o

objetivo de amenizar a dor do paciente e seus familiares. Um ambiente agradável e humano

contribui para a recuperação do doente e o torna mais confiante nos serviços que lhe são

prestados.

Uma das melhores técnicas para se alcançar a excelência em humanização do

ambiente de saúde consiste no investimento em pessoas. Um hospital não necessita apenas de

máquinas, instalações e equipamentos de última geração. Esse investimento tecnológico se

torna inválido ou insatisfatório se não houver qualificação dos recursos humanos. As pessoas

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são as maiores causas de sucesso das organizações bem sucedidas. Uma empresa que investe

em pessoas, investe no bem-estar organizacional. Um corpo clínico, ambulatorial e de

enfermagem capacitado e motivado em suas funções contribui efetivamente para o

restabelecimento da saúde do paciente internado e favorece a relação paciente versus hospital.

Dessa forma, fica clara a necessidade de se capacitar e desenvolver trabalhos

de motivação entre os colaboradores da empresa de saúde, uma vez que a força de trabalho

humano reflete diretamente na evolução do quadro clínico do paciente.

A seguir, faz-se um comparativo entre o bom e o mau atendimento, e qual a

relação que essas atitudes expressam sobre o cliente de saúde.

Eis trechos de depoimento de uma acompanhante de paciente internado na

Casa de Saúde São Lucas, Natal/RN, os quais registram a satisfação da cliente face ao

atendimento humanizado dessa instituição de saúde.

Estive, durante um período de 7 meses, “instalada” na Casa de Saúde São Lucas, acompanhando meu avô. Durante todo esse período, pudemos contar com todo o profissionalismo das equipes de enfermagem, médica, manutenção e todas as outras que fazem parte dessa instituição. Foi uma época muito difícil para toda a minha família e, principalmente, para o meu amado avô. Em meio a tanta turbulência, recebemos muito carinho da equipe de profissionais da Ala São Camilo e dos médicos que acompanharam o caso. Formamos uma nova família. Todos se envolveram de uma maneira muito intensa com a situação e com o meu “Bôbe” (era assim que meu avô era chamado por eles). Conseguiu muitos netos antes de partir. Só tenho a agradecer a todos que fazem parte dessa instituição. Obrigada a todos!

Patrícia Regina Acompanhante de paciente internado na CSSL

(junho/2008, após falecimento do paciente)

Apresenta-se, agora, uma reflexão sobre o mau atendimento, explicitada na

obra de Taraboulsi (2006, p. 41):

Sr. Gestor, você sabe quem sou eu? Eu sou a pessoa que entra no hospital ansiosa por uma palavra amiga, um sorriso que possa aliviar a minha dor, e só encontra pessoas indiferentes. Eu sou a pessoa que entra em seu centro de diagnóstico para realizar alguns exames e sai decepcionada. Eu sou a pessoa que entra no pronto-socorro e não encontra pessoas, mas robôs uniformizados. Eu sou a pessoa que telefona procurando uma informação e fica ouvindo, pacientemente, músicas e anúncios dos serviços disponíveis em teu hospital, até ser atendido, impacientemente, por uma pessoa apressada e sobrecarregada. Eu sou a pessoa que entra no hospital pra sentir-se segura e vê que o serviço médico-hospitalar é uma verdadeira calamidade. Você pode pensar que sou o paciente que nunca cria problemas por ser paciente. Porém, além disso, você sabe quem eu sou? Eu sou o cliente de saúde que sente muito pelos milhões gastos em instalações, decoração e equipamentos modernos para conseguir que eu volte outra vez. Eu sou o cliente de saúde que lhe deu a chance de conquistá-lo e encantá-lo e a única coisa

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que você poderia ter feito para me tornar um cliente fiel era dar-me um serviço eficiente, humanizado, e mostrar-me, apenas, atenção, presteza, respeito e um sorriso sincero. Eu sou a pessoa enferma, o familiar angustiado, o amigo e o visitante. Agora, prezado gestor, eu tenho a certeza de que já descobriu quem eu sou. Você está certíssimo. Eu sou o cliente de saúde que não volta mais.

É importante acrescentar que a humanização do ambiente hospitalar, além de

contribuir para a recuperação do paciente, é um dos mais eficientes métodos de fidelização do

cliente de saúde. Um cliente satisfeito, além de se tornar fiel, torna-se um meio de divulgação

dos serviços prestados pela empresa, atraindo novos clientes para o estabelecimento.

Ainda no campo da humanização, é válido acrescentar que esse processo de

transformação do ambiente começa previamente na elaboração de seu projeto arquitetônico,

preocupando-se com a escolha do local, acessos etc. Para Boeger (2005, p. 29), “o

planejamento arquitetônico influencia diretamente não só na operação, como também na

gestão da hotelaria hospitalar, podendo ser considerada um fator decisivo para o sucesso e o

fracasso do empreendimento”.

2.8.5 Relação da Hotelaria Hospitalar com a Hotelaria Clássica

De acordo com pensamento de Castelli (2003), empresa hoteleira é uma

organização que objetiva atender as necessidades de hospedagem aos clientes mediante

pagamento de diárias. De modo comparativo, o hospital também oferece hospedagem aos

seus clientes diferenciando-se do objetivo do hospital por possuir padrões específicos que o

caracterizam.

Hotéis e hospitais possuem semelhanças perceptíveis. No entanto, sabe-se que

a hotelaria aplicada ao segmento hospitalar sofre diferenciações da hotelaria clássica, usual

dos hotéis. No hospital, o padrão de excelência deve ser ainda maior, tendo em vista que se

trata de vidas que se apresentam, momentaneamente, debilitadas, por isso, necessitam de

maiores cuidados. Assim, a implantação dos serviços de hotelaria no espaço hospitalar requer

bastante estudo e habilidade, ou seja, exige competência gerencial.

Os quadros a seguir resumem as atividades hoteleiras que podem ser adaptadas

e posteriormente implantadas ao ambiente hospitalar.

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QUADRO 01 - Serviços comuns (hotel/hospital) que podem ser adaptados à atividade hospitalar Hotel Hospital Recepção – check in e check out Recepção – Internações e altas Conciergerie (portaria social) Balcão de informações Alimentos e Bebidas Nutrição Lavanderia Lavanderia Reservas Agendamento/programação

FONTE: TARABOULSI (2006, p. 53)

QUADRO 02 – Serviços de hotelaria que podem ser implantados e adaptados à atividade hospitalar Serviço de mensageiro e capitão-porteiro Governança: governanta e camareiras Room service: serviço de quarto para os clientes de saúde Restaurante para familiares, acompanhantes e visitantes Departamento de eventos para promover seminários, congressos, cursos e reuniões etc. Serviços de lazer: sala de leitura, biblioteca, jogos, ginástica, músicos e pequenas apresentações nas áreas sociais e passeio pela cidade etc. FONTE: TARABOULSI (2006, p. 53)

Os dois quadros permitem perceber a relação existente entre os serviços e

departamentos usuais da hotelaria clássica e a forma como os mesmos se apresentam na

empresa hospitalar. Ressalta-se, mais uma vez, a importância de se adaptar as tarefas para a

realidade de um hospital, excluindo-se falhas aceitáveis nos hotéis, mas que, jamais, podem

ser praticadas na área de saúde.

2.8.6 Adaptação de serviços e departamentos da hotelaria clássica para a utilização na

hotelaria hospitalar

Apresentam-se, a seguir, o diagrama de departamentalização hoteleira,

proposto por Ishikawa e o organograma administrativo proposto para hospitais que possuem

projetos de hotelaria hospitalar, cujo departamento principal compreende Coordenação e

Operações. A atuação desse setor é voltada para a humanização do ambiente, diferenciação no

atendimento, qualidade na prestação de serviços e, principalmente, integração dos serviços de

hotelaria aos serviços médico-hospitalares de forma harmoniosa e eficiente.

Segundo Petrocchi (2007), a Teoria Clássica da Administração compreende, na

estrutura organizacional, seis funções essenciais dentro da empresa hoteleira, a saber:

• Funções técnicas: voltadas para a produção dos bens e serviços;

• Funções comerciais: relacionadas com venda, compra e permutação;

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Entretenimento

Eventos

Academia de ginástica

Sauna

Lojas

Bar

Serviço de quarto

Restaurante

Recepção

Concierge

Reservas

Portaria

Governança

Telefonia

Contas a receber

Contabilidade

Orçamentos

Tesouraria

Gestão de capitais

Contas a pagar

Manutenção

Serviços gerais

Recursos humanos

Almoxarifado

Segurança

Assessoria de imprensa

Vendas

Publicidade

Promoção

Pesquisa de mercado

• Funções financeiras: captação e gerência de capitais;

• Funções contábeis: registros, balanços, custos e estatísticas;

• Funções de segurança: proteção e preservação de bens e pessoas;

• Funções administrativas: relacionadas com a integração e coordenação das outras

funções.

Os critérios de departamentalização da empresa hoteleira pode ser divididos de

acordo com as peculiaridades da organização. Sua estrutura compreende dois tipos de linhas:

a front office (órgãos de contato com o hóspede) e back office (órgão de apoio, que opera fora

do alcance do cliente).

Fig. 01: Departamentalização da empresa hoteleira (diagrama de Ishikawa)

FONTE: PETROCCHI (2007, p. 30)

O diagrama de Ishikawa, especificado acima, ilustra a divisão do trabalho em

uma empresa hoteleira. É importante ressaltar que a estruturação em departamentos varia de

acordo com o porte e a necessidade do hotel. Nesse esquema, estão definidas as funções

EVENTOS E SERVIÇOS DIVERSOS

ALIMENTOS E BEBIDAS

HOSPEDAGEM

Serviços diversos Lavanderia

FINANÇAS E CONTABILIDADE

ADMINISTRAÇÃO E SEGURANÇA

MARKETING

Custos Balanços Compras

Informática Relações públicas

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administrativas e de segurança como passíveis de serem agrupadas, assim como as funções

financeiras e contábeis.

A tendência da moderna gestão hoteleira é enxugar cada vez mais a estrutura

organizacional, utilizando-se da multidisciplinaridade e multifuncionalidade das equipes de

trabalho. Para tanto, deve-se levar em consideração a necessidade de capacitação e

investimento em pessoas, como forma de consolidar o processo de gestão em um ambiente de

respeito às diferenças individuais.

Abaixo, apresenta-se o organograma referente à alta administração na área de

hotelaria hospitalar. O departamento principal das empresas de saúde que se utilizam de

projetos de hotelaria adaptados ao segmento hospitalar compreende o departamento de

Coordenação e Operações, também explicitado nesse trabalho.

Fig. 02: Organograma administrativo de hospital

FONTE: TARABOULSI (2005, p.59)

Percebe-se, nessa ilustração, a divisão administrativa do hospital com padrões

de hotelaria, observando-se os gerentes como líderes dos mais diversos departamentos, todos

eles utilizados na hotelaria clássica, porém, com diferenciações para o segmento hospitalar,

visto que o padrão de instalações e serviços aplicados aos hospitais não podem ser

semelhantes aos usos dos hotéis.

A seguir, explana-se, ilustrativamente, o departamento de Coordenação e

Operações. Na escala hierárquica, o Gerente de Hotelaria reporta-se à superintendência ou à

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diretoria do hospital e tem a responsabilidade de implantar e adaptar os serviços de hotelaria,

tornando-os verdadeiros instrumentos de apoio para os cuidados de enfermagem e,

principalmente, para os serviços médicos, que visam ao bem-estar dos clientes de saúde.

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Fig. 03: Organograma de coordenação e operações da hotelaria hospitalar

FONTE: TARABOULSI (2005, p. 60)

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3 SISTEMA DE GESTÃO DA QUALIDADE (SGQ)

3.1 ISO 9001

A ISO 9001 é uma norma internacional que estabelece requisitos para o

Sistema de Gestão da Qualidade (SGQ) de uma organização. A versão brasileira dessa norma

é conhecida por ABNT NBR ISO 90016, cujo objetivo é comprovar que determinado produto

ou serviço está em conformidade com os padrões exigidos pela certificação.

A empresa em conformidade com a NBR ISO 9001:2000 estabelece uma

abordagem sistêmica para a gestão da qualidade e está sendo gerenciada de tal forma que as

necessidades do cliente estejam sendo compreendidas, aceitas e entendidas.

Para demonstrar que está desenvolvendo o Sistema de Gestão de Qualidade de

acordo com os padrões exigidos pela norma, a organização pode utilizar-se de dois métodos:

• Avaliação de segunda parte, sendo avaliada diretamente pelo cliente;

• Avaliação de terceira parte, avaliada por um órgão acreditador. No Brasil,

normalmente a certificação é concedida por uma entidade certificadora,

preferencialmente, acreditada pelo Inmetro.

3.2 ACREDITAÇÃO HOSPITALAR

A Certificação Hospitalar, também chamada de Acreditação Hospitalar

abrange a totalidade da organização de saúde, ou seja, certifica o hospital como um todo, ao

contrário das normas ISO, que certificam a empresa por setores ou departamentos. A empresa

hospitalar certificada estará acreditada perante à comunidade médica e à sociedade quanto aos

parâmetros estabelecidos que visam garantir a melhoria contínua das instituições de saúde que

requerem essa qualificação.

O processo de acreditação é solicitado pela instituição de saúde que deseja

valorizar seu status. Uma vez certificado, o hospital se compromete a cumprir o padrão de

excelência exigido pela norma de acreditação, salientando que esse é um processo voluntário

ao qual a organização se submete. Trata-se de um reconhecimento público da qualificação dos

serviços prestados e deve estar em processo contínuo. 6 Norma Brasileira Regulamentadora, elaborada pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).

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O órgão internacional de acreditação é a Joint Commission on Acreditation oh

Healthcare Organizations (JCAHO). No Brasil, as certificações do Sistema Brasileiro de

Acreditação são de responsabilidade do Órgão Nacional de Acreditação (ONA). Os Estados

pioneiros nessa certificação no Brasil foram São Paulo, Paraná, Rio de Janeiro e Rio Grande

do Sul.

Segundo Godoi (2004), existem três níveis no processo de acreditação, a saber:

• Nível 1: procedimentos e requisitos básicos de qualidade nos serviços prestados ao

cliente. Engloba a qualificação adequada dos profissionais atuantes na organização, a

qualidade no atendimento e recursos humanos que atendam a complexidade existente

em cada área do hospital;

• Nível 2: envolve planejamento nos mais diversos aspectos como tomadas de decisão

em âmbito clínico e gerencial, treinamento dos recursos humanos, realização de

auditorias internas etc.

• Nível 3: enfatiza a melhoria contínua na instituição, com adequação às novas

tecnologias existentes, melhora da estrutura hospitalar e constante atualização

técnico-profissional.

O processo de avaliação é solicitado pelo próprio hospital, e segue parâmetros

estabelecidos pelo órgão acreditador, que fará a visita e dará início à avaliação. A duração da

visita varia de acordo com o número de leitos do hospital, dispostos da seguinte forma: até

150 leitos: 2 a 4 dias úteis; até 350 leitos: 4 a 8 dia úteis; mais de 350 leitos: 8 a 10 dias úteis.

Os resultados da avaliação subdividem-se em:

• Não Acreditado: quando os padrões mínimos não foram atendidos;

• Acreditado: quando os padrões atendidos se localizam no nível 1; o certificado tem

validade de 2 anos, podendo o hospital, submeter-se a uma nova avaliação para

recertificação;

• Acreditado Pleno: quando os padrões atendidos estão no nível 2; certificado com

validade de 2 anos;

• Acreditado com excelência: padrões de atendimento inseridos no nível 3; certificado

com validade de 3 anos.

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Embora a acreditação não seja obrigatória, esse processo torna-se importante e

essencial para os hospitais que desejam ter o reconhecimento público da qualidade de seus

serviços. O investimento retornará para a instituição de forma lucrativa, inclusive com

destaque no ranking das melhores empresas de saúde.

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4 A CASA DE SAÚDE SÃO LUCAS, NATAL/RN

Para a análise qualitativa dos dados, utilizou-se o método indutivo, através de

percepção de fenômenos particulares que caminham para abordagens mais amplas,

debruçando-se sobre a inferência indutiva da teoria aplicada para se atingir o objetivo

pretendido. Aplicou-se os métodos histórico e monográfico, sendo este último o estudo de

caso da Casa de Saúde São Lucas, Natal/RN.

As técnicas utilizadas para o desenvolvimento qualitativo do trabalho

compreenderam a documentação indireta – pesquisa documental e bibliográfica – e a

documentação direta intensiva, a qual inclui: observação sistemática e da vida real enquanto

cliente de saúde, buscando perceber o padrão de hotelaria aplicado na empresa e as possíveis

adaptações em busca da excelência em instalações e serviços; investigação exploratória com

coordenadores de departamentos e setores do hospital, de forma a avaliar a rotina de trabalho

aplicada às equipes.

4.1 CSSL: O PASSADO E O PRESENTE

De acordo com investigação exploratória realizada com a psicóloga

coordenadora de Recursos Humanos da Casa de Saúde São Lucas, Natal/RN, Srª. Cíntia

Gallo; em 1945, a Cidade do Natal/RN possuía apenas um hospital geral para atender a

demanda da capital, do interior do Estado e também de cidades de Estados vizinhos. Diante da

necessidade de se criar espaços para atender a crescente demanda populacional e abrir opções

para atuação profissional da medicina, um grupo de jovens médicos se reuniu com o objetivo

de construir uma casa de saúde. Assim, em outubro de 1945, foi fundada a Sociedade Casa de

Saúde. Durante os anos subseqüentes, esse grupo de dez médicos não poupou esforços para

realizar os seus ideais. Houve muitas reuniões para definição do nome da instituição, a

localização, os recursos financeiros etc. Em um desses encontros foi decidido por

unanimidade que a Casa de Saúde chamar-se-ia São Lucas, uma vez que este evangelista –

Lucas – além de pintor era também médico.

Depois de tudo pronto, o hospital construído, os equipamentos e materiais

adquiridos, faltavam ainda os recursos humanos. Não existiam, na época, enfermeiras

diplomadas ou mesmo pessoas leigas que fossem capazes de lidar com doentes. Para resolver

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o problema, foi necessário contar com o apoio das Irmãs Franciscanas Hospitaleiras

Portuguesas. Esse grupo passou, então, a cuidar da administração dos serviços, desde

enfermagem e esterilização até os serviços de copa e cozinha.

A despeito das dificuldades, no dia 06 de janeiro de 1952 foi inaugurada a Casa

de Saúde São Lucas (CSSL). Da sua inauguração aos tempos atuais, muitas transformações

ocorreram. A cidade cresceu, a medicina evoluiu e a CSSL acompanhou essas modificações.

O hospital se modernizou, ganhou novas instalações, equipamentos de alta tecnologia e

profissionais altamente qualificados, tornando-se, dessa forma, referência em qualidade na

assistência à saúde para a comunidade potiguar.

Fundadores: Dr. Clóvis Sarinho, Dr. Jacob Wolfson, Dr. João da Costa

Machado, Dr. Luiz Antônio Ferreira Souto dos Santos Lima, Dr. Múcio Galvão de Oliveira,

Dr. Francisco Teódulo Avelino, Dr. Lourival Rodrigues de Farias, Dr. João Juvenal Barbosa

Tinoco Filho, Dr. José Tavares da Silva, Drª. Maria Alice Fernandes.

A Casa de Saúde São Lucas, Natal/RN, está estruturada atualmente em 141

leitos, agrupados nas seguintes Unidades Habitacionais: 75 em apartamentos, 45 em

enfermarias e 21 em Unidade de Terapia Intensiva - UTI. No que se refere à Gestão da

Qualidade em Serviços, é comprovada a existência de certificação ISO 9001:20007 nas áreas

de Pronto Socorro, Farmácia, UTI’s I e II, Serviço de Atendimento ao Cliente – SAC –

Centro Cirúrgico, Higienização e Desinfecção . Até o momento, a instituição não passou pelo

processo de Acreditação Hospitalar, processo este que faz referência à certificação de todos os

setores do hospital. Sobre esse certificado, é válido salientar que quando uma instituição de

saúde recebe a Certificação Hospitalar, significa que nela existem padrões de qualidade a que

a própria se propôs a seguir. Da mesma forma, os hotéis requerem a classificação da

EMBRATUR, se propondo a seguir voluntariamente, os padrões estabelecidos pela matriz de

classificação hoteleira.

A Casa de Saúde São Lucas, Natal/RN, busca padrão de excelência em seu

atendimento. Para isso, investe em treinamentos, quase que diários, com seus 702 atuais

colaboradores. Existem trabalhos de motivação, treinamento e benefícios para manter a auto-

estima do corpo organizacional no trato com os pacientes. A preocupação com a gestão de

pessoas revela-se satisfatória, segundo afirma a Srª. Cíntia Gallo, gerando baixo índice de

turnover8, em média 1,5%. Esse dado, associado às estratégias de desenvolvimento pessoal

aplicada na instituição, reforça a importância de se manter e recompensar as pessoas que 7 Ver Sistema de Gestão da Qualidade, p. 44. 8 Rotatividade de pessoal

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dedicam seus esforços na busca constante do encantamento nos serviços dedicados aos

clientes de saúde.

A empresa tem comprovado o reconhecimento público em pesquisas de

opinião. Prova disso são as inúmeras certificações recebidas pela instituição, referenciando

principalmente, a qualidade na prestação de serviços e a capacitação dos gestores. Para manter

o padrão através do qual foi certificada, a Casa de Saúde São Lucas, Natal/RN, investe na

melhoria contínua de seus processos através da análise crítica de indicadores, questionários de

satisfação dos clientes e acompanhamento das ações preventivas e corretivas, além de investir

em projetos de melhoria dos serviços de higienização, nutrição, manutenção e reformas nas

instalações.

Para se obter uma visão mais abrangente da estrutura hierárquica da Casa de

Saúde São Lucas, Natal/RN, segue abaixo, o organograma funcional da instituição.

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LEGENDA:

órgão vinculado( * ) órgão de assessoria

órgão subordinado

em regime aberto

FONTE: DRH/CSSL, 2008

GERÊNCIA DA QUALIDADE (SQ - SOH)

COMISSÕES TÉCNICAS (CEM - CCIH - CFT - CIPA - CRP - CMH

- CIHDOTT)

ADMINISTRAÇÃO

TERCEIRIZADAS (3) SECRETARIA

ORGANOGRAMA DA CASA DE SAÚDE SÃO LUCAS S/A

DIRETORIA

CORPO CLÍNICO (*) ASSESSORIA JURÍDICA

TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO

CENTRO CIRÚRGICO RECEPÇÃO E HOSPEDAGEM SUPRIMENTOS E LOG´SITICA RECUSOS HUMANOS INFORMÁTICA

GERÊNCIA DE ENFERMAGEM HOTELARIA HOSPITALAR AQUISIÇÃO E LOGÍSTICA CONTROLADORIA FINANCEIRA

SETOR DE ADMISSÃO (INTERNAÇÃO E PRONTO

SOCORRO)

SETOR DE PESQUISA E COTAÇÃO DE PREÇOS

ANÁLISE DE PRONTUÁRIOS

GESTÃO DE PESSOAS

SETOR DE CONTAS DO PRONTO SOCORRO

SETOR DE CONTROLE DE PONTO

SETOR DE SOFTWARE

ENDOSCOPIA DIGESTIVA SETOR DE MAQUEIROS SETOR DE AQUISIÇÃO

SETOR DE ANÁLISE

SETOR DE DOCUMENTAÇÃO

FUNCIONALSETOR DE HARDWARE

SALA DE PEQUENAS CIRURGIAS

EDUCAÇÃO CONTINUADA

SETOR DE RECEBIMENTO

CENTRAL DE ESTERILIZAÇÃO SETOR DE RECEPÇÃO FATURAMENTO

SETOR DE TELEFONIA

SETOR DE CONTAS

SETOR DE RECRUTAMENTO E

SELEÇÃO

CLÍNICA MÉDICA SERVIÇO SOCIAL

SETOR DE DISTRIBUIÇÃO

SETOR DE TREINAMENTOPRONTO SOCORROSEGURANÇA PATRIMONIAL

SETOR DE ARMAZENAMENTO DO

ALMOXARIFADO

SETOR DE ARQUIVO MÉDICO E ESTATÍSTICA

CLÍNICA ORTOPÉDICA E TRAUMATOLÓGICA

SETOR DE FOLHA DE PAGAMENTO

SETOR DE DIGITAÇÃO

SEGURANÇACLÍNICA CARDIOLÓGICA PSICOLOGIA HOSPITALAR

MATERIAIS ESPECIAIS

CONTAS MÉDICAS

SETOR DE ESTERILIZAÇÃO À VAPOR

SETOR DE SEGURANÇA DO TRABALHO

CLÍNICA NEUROLÓGICA

NUTRIÇÃO E DIETÉTICA

SETOR DE AQUISIÇÃO DA SEÇÃO MATERIAIS

ESPECIAIS

SETOR DE RECEBIMENTO

UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA

SETOR DE ABASTECIMENTO E ARMAZENAMENTO

SETOR DE ARMAZENAMENTO E

DISPENSAÇÃO

FINANCEIRO

UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA II

(Unid. Coronariana)

SETOR DE FARMACOTÉCNICA

SETOR DE PAGAMENTO

UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA I

HIGIENIZAÇÃO E LAVANDERIA

SETOR ADMINISTRATIVO

ANÁLISE DE CONTAS INTERNAS

UNIDADES DE INTERNAÇÃO

SETOR DE PRODUÇÃO E DISTRIBUIÇÃO

ANÁLISE DE GLOSAS

SETOR DE LAVANDERIA E ROUPARIA

SETOR DE ARMAZENAMENTO

SETOR DE CLÍNICA NUTRICIONAL

REPASSES MÉDICOS

MANUTENÇÃO

SETOR DE PATRIMÔNIO

SERVIÇO AUXILIAR DE DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO

SETOR DE EQUIPAMENTOS HOSPITALARES

SETOR DE TRANSPORTES

SETOR DE HIGIENIZAÇÃO E LIMPEZA

SETOR DE DISPENSAÇÃO

CONTAS A RECEBER

FARMÁCIA

(1) Unidade de Internação Clínica a) Ala Padre João Maria (Apartamentos) b) Ala Nossa Senhora de Fátima (Apartamentos) c) Ala São José (Apartamentos) d) Ala Santa Luzia (Enfermarias) e) Ala São Camilo (Enfermarias)

(2) Unidade de Internação Cirúrgica a) Ala São Francisco (Apartamentos) b) Ala Santa Terezinha (Apartamentos) c) Ala São Judas Tadeu (Enfermarias)

(3) Terceirizadas a) Cardiocentro b) Hemodinâmica São Lucas c) Hemovida d) Laboratório de Análises Clínicas e) Laboratório de Microbiologia d) Laboratório de Patologia f) Servimed g)Tomografia h)Traumacenter i) Unineuro j) Pronto Rim l) SOS Diálise

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A análise comparativa dos organogramas da Casa de Saúde São Lucas,

Natal/RN e o administrativo de um hospital9 permite observar que alguns departamentos dessa

empresa de saúde reportam-se à mesma liderança, o que não ocorre no organograma geral,

que trabalha os setores de forma bem dividida. É o caso, por exemplo, do departamento

financeiro, que está, na empresa, intrinsecamente vinculado à área de controller.

Outro ponto que merece consideração é a inclusão da gerência de enfermagem,

não abordada na ilustração geral. A esse departamento cabe responsabilidade sobre os setores

de Unidades de Internação, Unidades de Terapia Intensiva, Pronto-Socorro, Centro Cirúrgico

e Central de Esterilização de Materiais.

Acrescenta-se, ainda, na CSSL, a participação das Comissões Técnicas:

Comissão Técnica de Prevenção de Acidentes (CIPA), Comissão Intra-Hospitalar de Doação

de Órgãos e Tecidos para Transplantes (CIHDOTT), Comissão de Controle de Infecção

Hospitalar e Comissão de Ética Médica (CEM).

4.2 A HOTELARIA HOSPITALAR NA CASA DE SAÚDE SÃO LUCAS, NATAL/RN

A Casa de Saúde São Lucas, Natal/RN, possui um padrão de hotelaria

diferenciado, conforme dados comparativos da hotelaria clássica e da hotelaria hospitalar. A

instituição apresenta, em sua estrutura física, 75 apartamentos SGL, sendo 12 suítes, e 22

enfermarias, destas, 13 com acomodação DBL, 5 TPL, 3 enfermarias SGL de isolamento, 1

enfermaria SGL de sobreaviso e 21 leitos de UTI. As dimensões das UH’s são bastante

variadas. A exemplo disso, há suítes entre 18m² e 24m² e apartamentos de 14m² e 16m².

Todas as UH’s dispõem de TV à cabo, ar-condicionado, banheiro privativo –

estruturas básicas da hotelaria – e equipamentos e instalações específicas de uso hospitalar.

As enfermarias apresentam, para acomodação e pernoite do acompanhante, poltronas

reclináveis; já os apartamentos possuem, além da poltrona, sofá-cama e suporte para rede,

como forma de melhor satisfazer as necessidades do cliente.

A internação do paciente nas categorias das UH’s varia de acordo com a

cobertura do plano de assistência à saúde ou, em caso de internação particular, em

conformidade com a solicitação do cliente. Assim como na hotelaria clássica, há casos em que

é necessário fazer um upgrade10. Isso ocorre quando o hospital não possui leitos disponíveis

9 Ver pág. 39. 10 Transferência de hóspede de uma categoria para outra, de padrão superior.

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na categoria recomendada para o paciente, ou quando o quarto apresenta algum problema de

manutenção. Nesses casos, o paciente é transferido para outra acomodação de mesma

categoria, desde que os demais pacientes sejam do mesmo sexo e não apresentem riscos à

saúde dos demais. Não havendo essa possibilidade, faz-se um upgrade até que o problema

seja solucionado.

O hospital, por ser uma empresa voltada para atendimentos de urgência, não

possui horário de check in11 e check out12, como ocorre nos hotéis. Os pacientes estão

subordinados a ordens médicas para a sua alta hospitalar (ckeck out), por isso, nem sempre as

saídas previstas ocorrem até o meio-dia. Havendo saída de paciente, seja por alta, óbito ou

transferência de leito, imediatamente a equipe de limpeza é comunicada, para que se proceda

a higienização, de forma a preparar o leito para a chegada de novo paciente.

Em caso de internação particular, o pagamento é realizado no ato do check out,

no setor de internamento. Para as internações cobertas por planos de saúde, as despesas são

lançadas na conta do hóspede e, em seguida, faturadas para a empresa a cujo plano o cliente é

associado.

11 Entrada de hóspede 12 Saída de hóspede

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FIG. 05: Organograma da Hotelaria Hospitalar da CSSL

FONTE: DRH/CSSL, 2008 (adaptado)

Comparativamente ao organograma de Coordenação e Operações da Hotelaria

Hospitalar13, percebe-se que a Casa de Saúde São Lucas, Natal/RN o apresenta de forma

enxuta, abordando, em sua estrutura, apenas as gerências de Recepção e Hospedagem,

Alimentos e Bebidas (Nutrição e Dietética) e Governança (Higienização e Lavanderia).

Exclui-se a gerência de Lazer e Bem-estar, e acrescenta-se uma área de considerável

importância, não-explicitada no organograma geral: a manutenção. A esse setor, reportam-se

os subsetores de equipamentos hospitalares, transportes e patrimônio.

13 Ver pág. 41.

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4.3 DEPARTAMENTALIZAÇÃO DA HOTELARIA HOSPITALAR NA CASA DE

SAÚDE SÃO LUCAS, NATAL/RN: UM QUADRO COMPARATIVO COM A

HOTELARIA CLÁSSICA

A empresa hospitalar possui, em sua composição, departamentos da hotelaria

clássica, adaptados à realidade do ambiente ao qual se submete. Assim, o padrão de hotelaria

utilizado em um hospital, não pode ser apenas transportado de um hotel. São necessários

alguns ajustes para que possa se adaptar às necessidades da empresa de saúde.

A seguir, faz-se um comparativo entre alguns departamentos da hotelaria

clássica e da hotelaria hospitalar, abordando a rotina de trabalho desses departamentos na

Casa de Saúde São Lucas, Natal/RN.

4.3.1 Departamento de Recepção e Hospedagem

Na hotelaria clássica, o Departamento de Recepção e Hospedagem encarrega-

se do atendimento ao hóspede, cuidado da recepção, resgistro, permanência e fechamento de

contas. É gerenciado pelo Chefe ou Gerente de Recepção. Dentre várias outras atribuições,

cabe a esse profissional:

• Verificar diariamente a ocupação do hotel;

• Treinar periodicamente sua equipe;

• Organizar a escala de trabalho de seus colaboradores;

• Preencher o Boletim de Ocupação Hoteleira – BOH.

Ao Departamento de Recepção, estão vinculados os recepcionistas, o caixa

(quando essa função não é atribuída ao recepcionista), mensageiros e concierges.

Na hotelaria hospitalar, esse departamento é responsável pela orientação das

atividades de recepção, reservas, telefonia, conciergerie14 e pronto-socorro. Em todas as

atividades desenvolvidas, a cortesia e o bom atendimento são fatores de destaque. A recepção

é adaptada aos serviços hospitalares, diferenciando-a da hotelaria clássica.

14 Portaria social

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Assim como na hotelaria clássica, o pessoal da recepção reporta-se ao Gerente

de Recepção e Hospedagem, cujas funções são fundamentadas nas tarefas desenvolvidas em

um hotel. Destaca-se, também, o contato permanente com a governanta, para agilizar os

serviços de higienização e lavanderia.

Na Casa de Saúde São Lucas, Natal/RN, o Departamento de Recepção e

Hospedagem compreende: setor de admissão – nas áreas de internação e pronto-socorro –

setor de maqueiros, setor de recepção, setor de telefonia e segurança patrimonial. A rotina de

trabalho da equipe, composta por 42 colaboradores, é conduzida pela coordenadora de

Recepção e Servico de Atendimento ao Cliente, assemelhando-se ao funcionamento da

recepção hoteleira. Existem treinamentos periódicos propostos pela coordenação de Recursos

Humanos, nos quais, o atendimento é destaque para o desempenho das atividades pertinentes

a esse departamento.

4.3.2 Departamento de Alimentos e Bebidas

O Departamento de Alimentos e Bebidas, dentro de uma estrutura hoteleira, é

a mais complexa, uma vez que demanda grande custo de mão-de-obra e sua receita é bem

menor quando comparado ao departamento de hospedagem. Em hotéis de grande porte, a área

é administrada pelo Gerente de A&B; em hotéis menores, essa função é de responsabilidade

do maître ou o proprietário da empresa.

Na hotelaria clássica, o Departamento de A&B compreende restaurante,

cozinha, copa e bar.

Enquanto na hotelaria clássica, o Departamento de A&B é o mais complexo, a

hotelaria hospitalar vê nessa área um campo propício para sua aplicabilidade, devido às suas

características. No hospital, embora haja interligação, deve-se levar em consideração a

diferença entre a área de alimentação ao público e a alimentação dos pacientes. Para estes, a

responsabilidade é do setor de nutrição, que deve ser coordenado por uma nutricionista-chefe.

Para Taraboulsi (2006, p. 111), “o entrosamento entre o gerente de A&B e a chefia de

nutrição pode trazer grandes benefícios, acoplando qualidade e inovação aos serviços e

alimentos colocados à disposição dos clientes de saúde, médicos, público externo e interno”.

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O Departamento de A&B de um hospital é composto basicamente por

restaurante, cozinha, copa central e coffee-shop15.

Na CSSL, percebe-se a inexistência desse departamento. A alimentação de

pacientes, acompanhantes e colaboradores restringe-se ao setor de nutrição e dietética. Esse

setor é composto por 52 colaboradores, dentre eles: nutricionistas, copeiras, cozinheiros,

auxiliares de cozinha e auxiliares de nutrição. Embora os alimentos sejam preparados no

mesmo ambiente, há diferenciação de colaboradores para a produção de pratos para os

clientes externos (pacientes e acompanhantes – estes quando o convênio de saúde o autoriza)

e para os clientes internos, os colaboradores do hospital. A rotina de trabalho do setor é

coordenada pela nutricionista-chefe. Há treinamentos mensais, visando à qualidade no

atendimento ao cliente e a contínua melhoria dos serviços prestados.

No que tange à área de Alimentos e Bebidas, a Casa de Saúde São Lucas,

Natal/RN, dispõe apenas de coffee-shop terceirizado, o qual fornece lanches rápidos para o

público interno e externo.

4.3.3 Departamento de Governança

A governança é o setor encarregado do asseio, limpeza e organização das

instalações e dependências do hotel. As atribuições básicas desse departamento correspondem

à limpeza geral, limpeza de andares, lavanderia e rouparia. Os colaboradores estão

subordinados à governanta, que deve administrar a equipe com severidade e compreensão

para alcançar o atendimento esperado pelo hóspede. Além da camareira, a equipe de limpeza

geral – faxineiros ou auxiliares de serviços gerais (ASG’s) – também reporta-se à governanta.

Enquanto a camareira cuida da arrumação dos apartamentos e andares, o ASG responsabiliza-

se pela limpeza das áreas sociais e das áreas verdes, na ausência de jardineiros.

Na hotelaria hospitalar, a governanta coordena e supervisiona os serviços de

atendimento de qualidade aos clientes de saúde. Do Departamento de Governança depende a

rápida arrumação e liberação das unidades habitacionais do hospital, após a alta ou óbito do

paciente – a chamada limpeza terminal – e a limpeza diária do apartamento no período de

internação – a limpeza concorrente. Cabe à governanta manter constante contato com o

Departamento de Recepção e Hospedagem, de forma a facilitar o intercâmbio de informações

15 Lanchonete

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para agilizar o atendimento ao cliente de saúde. Também é de responsablidade da governanta

conduzir as mudanças dos pacientes de unidades de internação, quando se trata de

transferência para unidades de terapia intensiva ou semi-intensiva, transferência para Unidade

de Internação (UI) de mesmo padrão quando há algum imprevisto no hospital, ou no ato do

check out do cliente. Além das camareiras e do pessoal de limpeza, ainda reportam-se à

governança as equipes de lavanderia e rouparia.

Na CSSL, o Departamento de Governança resume-se à Higienização e

Lavanderia, sendo vinculados o setor de higienização e limpeza e o setor de lavanderia e

rouparia. A rotina de trabalho é conduzida pelo coordenador de Higienização e Lavanderia, o

qual atribui e direciona tarefas aos seus subordinados.

4.3.4 Setor de Manutenção

O Setor de Manutenção, na hotelaria clássica, está vinculado à gerência

administrativa, juntamente com portaria de serviços, almoxarifado, compras e custos. O

objetivo da existência desse setor na estrutura funcional de um hotel é manter os

equipamentos com utilização máxima de sua capacidade produtiva, cuidando para prevenir ou

corrigir falhar nos aparelhos, de modo a não comprometer a qualidade no atendimento ao

cliente.

A manutenção pode ser dividida em três tipos: preventiva, corretiva e preditiva.

A manutenção preventiva, como o próprio nome sugere, implica na prevenção

de falhas e condições perigosas, com o objetivo de manter em perfeito funcionamento as

instalações e os equipamentos da empresa. Dessa forma, garante-se o bom desempenho das

atividades do hotel, evitam-se danos permanentes, bem como acidentes de trabalho e

reduzem-se custos de operação.

A manutenção corretiva ocorre quando o equipamento já sofreu algum dano e

teve seu funcionamento comprometido. Isso ocorre quando há falha na manutenção

preventiva ou por algum acidente ocasionado. Percebido o dano, deve-se buscar,

imediatamente, a correção, de forma a não prejudicar o tratamento oferecido ao hóspede.

Já a manutenção preditiva, tipo pouco conhecido, compreende a correção de

falhas com o equipamento em uso.

Na hotelaria hospitalar, o setor de manutenção, assim como nos hotéis, é

responsável por providências e consertos em equipamentos e instalações, tais como: troca de

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cama/colchão; troca de poltrona; conserto/troca de televisor; sintonia de canais; conserto/troca

de lâmpadas; regulagem do condicionador de ar. Os colaboradores reportam-se ao

coordenador de manutenção, o qual responsabiliza-se por treinar e avaliar o trabalho de sua

equipe.

Na CSSL, o Setor de Manutenção possui 11 colaboradores e terceiriza serviços

de 8 empresas. A rotina de trabalho varia de acordo com as necessidades de reparos e ajustes

solicitados diariamente ao setor. O hospital prioriza a manutenção preventiva, como forma de

evitar danos, acidentes de trabalho e reduzir custos. Conforme dados obtidos no setor, o índice

de manutenção corretiva não deve ultrapassar 1% dos apartamentos ou equipamentos ao dia.

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5 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS

Na análise quantitativa dos dados, empregaram-se técnicas de documentação

direta extensiva, compreendendo a aplicação de questionário não-identificado aos clientes

externos, o qual abordou questões relacionadas aos aspectos semelhantes à hotelaria clássica e

a qualidade no atendimento por parte do corpo funcional da Casa de Saúde São Lucas,

Natal/RN. O questionário foi seqüenciado em perguntas fechadas, para proporcionar uma

visão ampla do que se pretendia observar em prol de atingir o objetivo proposto. Nesse

aspecto, utilizou-se a amostra intencional correspondente a 429 pessoas, divididas entre

pacientes (83%), familiares (15%) e outros, não-especificados (2%), não havendo separação

dos questionários nessas categorias para a análise final dos resultados. A amostra foi

resultante do total de clientes de saúde que se disponibilizaram a responder o questionário de

avaliação proposto para a coleta de dados.

A pesquisa de campo ocorreu em conjunto com a Ouvidoria Hospitalar da

CSSL, no período de 02 a 31 de maio do corrente ano.

A amostra supracitada foi julgada satisfatória para análise de resultados.

Considerando que o hospital dispõe, em sua totalidade, de 141 leitos, divididos em: 75

apartamentos SGL, sendo 12 suítes, 13 enfermarias DBL, 5 enfermarias TPL, 3 enfermarias

SGL de isolamento, 1 enfermaria SGL de sobreaviso e 21 leitos em UTI, apresenta-se a coleta

de dados realizada, conforme cronograma previsto no projeto de pesquisa, no período de 2 a

31 de maio do corrente ano, verificando-se o total dos questionários preenchidos durante o

período descrito.

Por ter seu foco na hotelaria hospitalar, a análise compreende apenas os

questionários de avaliação no serviço de internamento, desconsiderando-se, portanto, os

atendimentos de urgência e emergência, realizados na área do pronto-socorro.

Essa pesquisa gera dados e informações relevantes para a contínua evolução da

hotelaria hospitalar praticada na CSSL. Da mesma forma, os resultados apresentados

contribuem efetivamente para a manutenção do elevado padrão de qualidade nos serviços de

humanização da referida instituição de saúde.

Apresentam-se, a seguir, os resultados e, concomitantemente, as análises.

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5.1 PERFIL DOS ENTREVISTADOS

Gráfico 1: Você utilizou a CSSL na condição de:

83%

15%

2%

Paciente Família Outros

FONTE: Pesquisa de campo – CSSL 05/2008

O gráfico 1 revelou a característica do entrevistados. Nessa análise, percebeu-

se elevado número de pacientes (83%), em comparação ao número de familiares (15%) e

outros, não-identificados, compreendidos como visitantes e acompanhantes remunerados

(2%). O resultado dessa avaliação demonstrou que os pacientes apresentaram condições

físicas e psicológicas para a pesquisa e que esse grupo de pessoas apresentou-se mais

interessado em contribuir com tal estudo.

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Gráfico 2: Sexo dos entrevistados

41%

59%

Masculino Feminino

FONTE: Pesquisa de campo – CSSL 05/2008

Em relação ao sexo dos entrevistados, verificou-se que as mulheres

apresentaram maior interesse no preenchimento do questionário de avaliação, contribuindo

com 59% dos questionários. Os homens, de acordo com o gráfico, compreenderam 41% da

amostragem.

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5.2 HOTELARIA

Na área da hotelaria, os clientes foram questionados sobre os seguintes

aspectos: cordialidade, agilidade e precisão nas informações fornecidas na recepção; tempo de

espera pelo atendimento na recepção, habilidade e competência dos maqueiros; limpeza e

aparência das acomodações e roupas fornecidas; atendimento dos colaboradores da

higienização e lavanderia. Os resultados são apresentados a seguir:

Gráfico 3: Cordialidade, agilidade e precisão nas informações fornecidas na Recepção

67%

31%

1%

1%

Ótimo Bom Regular Não atendeu às expectativas

FONTE: Pesquisa de campo – CSSL 05/2008

No que se refere às informações fornecidas na recepção, a análise geral foi

satisfatória, visto que 67% dos entrevistados consideraram como “ótimo” a cordialidade, a

agilidade e a precisão nas informações, 31% as avaliaram como “bom”, apenas 1% julgou

como “regular” e 1% não teve suas expectativas atendidas. O resultado mostrou a alta

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qualificação dos recepcionistas, como feedback dos treinamentos periódicos realizados pelo

departamento de Recursos Humanos para o departamento de Recepção.

Gráfico 4: Tempo de espera pelo atendimento na Recepção

63%

34%

2% 1%

Ótimo Bom Regular Não atendeu às expectativas

FONTE: Pesquisa de campo – CSSL 05/2008

O gráfico 4 avaliou o tempo de espera dos clientes pelo atendimento na

recepção da CSSL e apresentou resultados positivos. Da amostragem de 429 pessoas, 63%

avaliaram como “ótimo”, 34% como “bom”, 2% como “regular” e 1% não teve suas

expectativas atendidas. De forma geral, somando-se os resultados “ótimo” e “bom”, percebeu-

se que 97% dos entrevistados tiveram suas necessidades e desejos satisfeitos com o

atendimento da equipe.

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Gráfico 5: Habilidade e competência dos Maqueiros

67%

32%

0%

1%

Ótimo Bom Regular Não atendeu às expectativas

FONTE: Pesquisa de campo – CSSL 05/2008

O gráfico 5 revelou o alto grau de satisfação pública com o atendimento dos

maqueiros. Quase a totalidade dos entevistados (99%) avaliou o serviço prestado por esses

profissionais como satisfatório. A amostragem apresentou-se assim distribuída: 67%, “ótimo”,

32%, “bom” e apenas 1% considerou que os maqueiros não possuem habilidade e

competência suficientes para exercerem tal função.

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Gráfico 6: Limpeza e aparência das acomodações e roupas fornecidas

71%

29%

0%

0%

Ótimo Bom Regular Não atendeu às expectativas

FONTE: Pesquisa de campo – CSSL 05/2008

Quando questionados sobre a limpeza e aparência das acomodações e roupas

fornecidas – serviço de lavanderia/rouparia – os clientes não apresentaram queixas. A

totalidade da amostragem (100%) considerou o atendimento satisfatório. 71% dos clientes

julgaram como “ótimo” e 29% como “bom”. Esse fato revelou a qualificação da equipe de

lavanderia, em consonância com o esperado pelos clientes de saúde. Constatou-se que os

treinamentos realizados no setor têm sido bem desenvolvidos, e repassados ao público sob a

forma de bom atendimento, visando superar as expectativas dos hóspedes.

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Gráfico 7: Atendimento dos colaboradores da Higienização/Lavanderia

72%

28%

0%

0%

Ótimo Bom Regular Não atendeu às expectativas

FONTE: Pesquisa de campo – CSSL 05/2008

Ainda na área da hotelaria, os clientes de saúde foram questionados sobre o

atendimento dos colaboradores da higienização e lavanderia. Os índices de pesquisa

revelaram-se extremamente satisfatórios, não havendo nenhuma consideração negativa. 72%

da amostragem julgaram como “ótimo” e 28% como “bom”. Essa avaliação mostrou a

preocupação da CSSL em qualificar a equipe para prestar um bom atendimento ao cliente. A

grande satisfação dos clientes no campo da higienização, sobretudo, revelou a atuação da

Comissão de Controle a Infecções Hospitalares (CCIH) de forma séria e responsável,

objetivando minimizar os riscos de infecções para os pacientes.

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5.3 SERVIÇO DE NUTRIÇÃO

Na Casa de Saúde São Lucas, Natal/RN, o Departamento de Nutrição

corresponde ao Departamento de Alimentos e Bebidas na hotelaria clássica. Como já

explicitado no transcurso deste trabalho, na CSSL, é oferecido serviço de alimentação

exclusivamente aos pacientes e acompanhantes (estes, quando o convênio de saúde o

autoriza), por isso, não caracteriza um departamento de A&B, visto que, para o público em

geral, o hospital dispõe apenas de coffee-shop.

Quanto ao serviço de nutrição, avaliaram-se os dados: informações oferecidas

pela nutricionista, apresentação da refeição conforme orientação médica e presteza da equipe

aos chamados.

Gráfico 8: Informações oferecidas pela nutricionista

67%

31%

2% 0%

Ótimo Bom Regular Não atendeu às expectativas

FONTE: Pesquisa de campo – CSSL 05/2008

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Questionados sobre as informações oferecidas pela nutricionista, 67% do

público consideraram como “ótimo”, 31% como “bom” e apenas 2% como “regular”. Não foi

identificada nenhuma porcentagem com expectativas não atendidas. Esse resultado mostrou-

se, também, satisfatório, uma vez que 98% dos entrevistados não apresentaram queixas, o que

demonstra a qualificação das nutricionistas, e a capacidade de transmitir informações em

linguagem acessível ao público em geral.

Gráfico 9: Apresentação da refeição seguida conforme prescrição da dieta

67%

30%

2% 1%

Ótimo Bom Regular Não atendeu às expectativas

FONTE: Pesquisa de campo – CSSL 05/2008

O gráfico 9, apresentação da refeição seguida conforme prescrição da dieta,

revelou um alto índice de satisfação. Dos 429 participantes da pesquisa, apenas 1% não teve

as expectativas atendidas e 2% a consideraram como “regular”. 67% da amostragem julgaram

como “ótimo” e 30% como “bom”. A análise dos resultados permitiu concluir que a equipe de

nutrição possui alta sintonia com os médicos, de forma a seguir as refeições conforme a

prescrição médica.

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Gráfico 10: Presteza da Equipe de Nutrição aos chamados

67%

31%

1%

1%

Ótimo Bom Regular Não atendeu às expectativas

FONTE: Pesquisa de campo – CSSL 05/2008

Ainda no campo da nutrição, os clientes foram questionados sobre a presteza

da equipe aos chamados. Dessa análise, foi perceptível, também, o profissionalismo das

nutricionistas. 67% do público consideraram como “ótimo”, 31% como “bom”, 1% como

“regular” e 1% afirmou que não teve suas expectativas atendidas. O alto reconhecimento

público mostrou a humanização dos serviços no ambiente hospitalar, uma vez que a equipe

apresentou-se aos clientes de forma comprometida com o bem-estar dos pacientes e

acompanhantes, buscando atender com eficiência e proatividade as solicitações dos clientes

de saúde.

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5.4 CORPO MÉDICO

A avaliação do corpo médico da Casa de Saúde São Lucas, Natal/RN, teve

como objetivo, mensurar a humanização do atendimento no ambiente hospitalar. Os clientes

foram questionados sobre a atenção oferecida pelos médicos, a orientação quanto aos

tratamentos e procedimentos e a qualidade da assistência médica. Os resultados apresentam-se

a seguir:

Gráfico 11: Atenção oferecida pelos médicos

79%

21%

0%

0%

Ótimo Bom Regular Não atendeu às expectativas

FONTE: Pesquisa de campo – CSSL 05/2008

No que diz respeito à atenção oferecida pelos médicos, conforme apresentado

no gráfico 11, a avaliação da pesquisa permitiu concluir que a equipe médica apresenta-se de

forma humanizada no trato com seus pacientes e acompanhantes. Não houve índices

insatisfatórios com relação ao atendimento. 100% da amostragem demonstraram estar

satisafeitos com o padrão de atendimento médico dispensado aos clientes. A amostragem

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apresentou-se assim distribuída: 79% “ótimo” e 21% “bom”. Diante do exposto, concluiu-se

que a CSSL tem cumprido a sua missão, humanizando o atendimento também através da

equipe médica.

Gráfico 12: Orientação quanto aos tratamentos/procedimentos

79%

21%

0%

0%

Ótimo Bom Regular Não atendeu às expectativas

FONTE: Pesquisa de campo – CSSL 05/2008

O gráfico 12 apresentou os resultados obtidos acerca da orientação quanto aos

tratamentos e procedimentos realizados com os pacientes. Da mesma forma que o gráfico 11,

a avaliação do corpo médico nesse questionamento também foi considerada com padrão

satisfatório, não havendo nenhuma porcentagem de insatisfação pública. 79% dos

entrevistados consideraram como “ótimo” e 21% como “bom”. Esse resultado revelou que os

médicos orientam de forma clara e pessoal os pacientes e acompanhantes sobre os tratamentos

e procedimentos a serem realizados.

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Gráfico 13: Qualidade da assistência da Equipe Médica

80%

20%

0%

0%

Ótimo Bom Regular Não atendeu às expectativas

FONTE: Pesquisa de campo – CSSL 05/2008

Ainda no campo de avaliação da equipe médica, os clientes foram questionados

sobre a qualidade da assistência. Também não foram apresentados índices de insatisfação.

80% do público participante da pesquisa avaliaram como “ótimo” e 20% como “bom”, o que

reforçou a humanização do ambiente hospitalar através dos médicos. Isso revelou que a

equipe médica da CSSL está preocupada em desenvolver um trabalho de alta qualidade, com

respeito e solidariedade ao paciente internado e aos seus acompanhantes e visitantes.

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5.5 CORPO DE ENFERMAGEM

Buscando, ainda, mensurar o grau de humanização nos serviços prestados na

Casa de Saúde São Lucas, Natal/RN, os clientes de saúde foram questionados sobre o corpo

de enfermagem. Nesse campo, foram avaliados: presteza aos chamados e atendimento

personalizado, humano e cordial. Os resultados apresentam-se a seguir:

Gráfico 14: Presteza aos chamados

72%

27%

1% 0%

Ótimo Bom Regular Não atendeu às expectativas

FONTE: Pesquisa de campo – CSSL 05/2008

O gráfico 14 revelou o índice de satisfação pública no que se refere à presteza

ao chamados por parte do corpo de enfermagem. Nesse aspecto, verificou-se que 72% dos

entrevistarados consideraram o atendimento “ótimo”, 27% como “bom” e 1% como “regular”.

Não houve índices de descumprimento às expectativas dos clientes.

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Gráfico 15: Atendimento personalizado, humanizado e cordial

72%

26%

1%

1%

Ótimo Bom Regular Não atendeu às expectativas

FONTE: Pesquisa de campo – CSSL 05/2008

Quando questionados acerca da qualidade no atendimento, 72% dos

entrevistados o consideram como “ótimo”, 26% como “bom”, 1% como regular e 1%

demonstrou não ter atingido suas expectativas. Os resultados totalizaram 98% de satisfação

pública, reforçando a missão do hospital, de promover a saúde de forma humanizada, com alta

tecnologia e conhecimento, buscando a satisfação e a melhoria da qualidade de vida dos

clientes e colaboradores. Desse modo, observou-se que o objetivo geral deste trabalho

científico, que consiste em analisar a importância da humanização do atendimento no

ambiente hospitalar, foi alcançado.

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5.6 SERVIÇOS DE APOIO

Os serviços de apoio avaliados compreenderam o atendimento da Psicologia

Hospitalar e do Serviço Social, com o objetivo de mensurar a humanização do ambiente

hospitalar, através do bom atendimento. Apresentam-se, abaixo, os resultados:

Gráfico 16: Atendimento da Psicologia Hospitalar

80%

15%

2% 3%

Ótimo Bom Regular Não atendeu às expectativas

FONTE: Pesquisa de campo – CSSL 05/2008

O gráfico 16 apresentou os resultados da pesquisa no que tange ao atendimento

da Psicologia Hospitalar. Esse gráfico objetivou avaliar a humanização dos serviços através

do acompanhamento psicológico aos clientes de saúde que vivenciam um momento de

angústia ocasionado por uma internação hospitalar. De todos os itens mensurados, esse foi o

que apresentou maior índice de insatisfação no período da pesquisa, totalizando em 5%, assim

distribuídos: 2% como avaliação “regular” e 3% de expectativas não atingidas. O índice de

satisfação correspondeu a 95%, apresentando-se 80% de avaliação “ótimo” e 15% “bom”. Os

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5% de insatisfação representaram um ponto a ser melhor desenvolvido, através de

procedimentos da equipe da Ouvidoria Hospitalar e do departamento de Recursos Humanos.

Gráfico 17: Atendimento do Serviço Social

80%

15%

2% 3%

Ótimo Bom Regular Não atendeu às expectativas

FONTE: Pesquisa de campo – CSSL 05/2008

Ainda no campo dos serviços de apoio, os clientes de saúde foram

questionados acerca do atendimento do Serviço Social. O gráfico 17 apresentou resultados

com índice de insatisfação de 5%, distribuídos da mesma forma que o atendimento da

Psicologia Hospitalar: 2% dos clientes consideraram o atendimento “regular” e 3% não

tiveram suas expectativas atendidas. 80% avaliaram o serviço como “ótimo” e 15% como

“bom”. O procedimento a ser efetuado deve corresponder ao mesmo empregado para o

serviço da Psicologia Hospitalar, através da Ouvidoria e do departamento de Recursos

Humanos. Dessa forma, verificou-se que essa equipe de apoio aos clientes de saúde necessita

de treinamentos contínuos em prol de minimizar esse índice e alcançar a satisfação total dos

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clientes acerca da humanização do ambiente hospitalar. Para este item, o índice de satisfação

correspondeu a 95%.

5.7 SATISFAÇÃO GERAL DO CLIENTE

Gráfico 18: Qual o seu grau de satisfação em relação à CSSL?

54%42%

1% 3%

Muito satisfeito Satisfeito Insatisfeito Item não preenchido

FONTE: Pesquisa de campo – CSSL 05/2008

No que tange à satisfação geral dos clientes, 54% dos participantes da pesquisa

demonstraram-se “muito satisfeitos”, 42% sentiram-se “satisfeitos”, 1% expressou-se

“insatisfeito” e 3% não preencheram a avaliação. Seguindo a análise, concluiu-se que os

clientes de saúde da CSSL julgaram o atendimento condizente com a missão e a política de

qualidade propostas pela instituição. Assim, evidenciou-se que o tratamento humanizado

desenvolvido na CSSL influi de maneira positiva na satisfação dos clientes de saúde, uma vez

que percebeu-se índice de satisfação de 96%, considerando-se as respostas “muito satisfeitos”

e “satisfeitos”.

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Gráfico 19: Você recomendaria o serviço da CSSL a outras pessoas?

99%

1%

Sim Não

FONTE: Pesquisa de campo – CSSL 05/2008

Para desfecho da coleta de dados, perguntou-se aos clientes se estes

recomendariam os serviços prestados pela Casa de Saúde São Lucas, Natal/RN, a outra

pessoas. O resultado apresentou-se de forma satisfatória: 99% dos participantes da pesquisa

responderam que “sim”, o que revela, mais uma vez, a qualidade do atendimento e a

humanização do ambiente hospitalar, de forma a minimizar a dor e a angústia vividas pelos

clientes de saúde.

5.8 ANÁLISE FINAL DA PESQUISA QUANTITATIVA

Diante do exposto, verificou-se que a CSSL tem reconhecido padrão de

qualidade e busca, continuamente, promover a humanização em todos os serviços oferecidos

pela empresa. Segundo dados coletados junto à Ouvidoria Hospitalar, os resultados se

mostrariam desfavoráveis para a instituição se a soma das opções “ótimo” e “bom” fosse

inferior a 90%, o que não foi verificado em nenhum aspecto. Os pequenos índices de

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insatisfação verificados seguem para as equipes de Ouvidoria e Recursos Humanos, para que

possam ser trabalhados em prol da satisfação total do cliente.

Desse modo, percebeu-se, na análise dos dados, que a CSSL tem desenvolvido

corretamente o seu trabalho, investindo em treinamentos contínuos, de forma proativa,

eficiente e eficaz, assim, alcançando os objetivos e missão aos quais a empresa se propõe a

atingir.

Verificou-se o alto índice de satisfação dos clientes acerca do padrão de

hotelaria utilizado na empresa e do tratamento humanizado das equipes atuantes na

organização, de forma a minimizar a dor e a angústia vivenciadas por pessoas que necessitam

permanecer por algum tempo no ambiente hospitalar.

Percebeu-se, ainda, a intrínseca relação dos dados obtidos com o referencial

teórico, tendo-se a comprovação de que o hospital possui padrões de hotelaria e hospitalidade,

que conduzem a rotina de trabalho dos colaboradores de forma a desenvolver um tratamento

humanizado, personalizado e cordial, para que os pacientes, acompanhantes e visitantes

tenham o desconforto minimizado diante da situação desfavorável à qual se submetem, ao

permanecer algum tempo no ambiente hospitalar. Concluiu-se que a qualidade humanizada no

atendimento supera a angústia vivida pelos clientes de saúde, que demonstraram-se satisfeitos

com o padrão de hotelaria, hospitalidade e qualidade dos recursos humanos praticados pela

Casa de Saúde São Lucas, Natal/RN.

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6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Para desfecho das abordagens feitas no transcurso deste trabalho, enfatiza-se,

mais uma vez, a importância da humanização do ambiente hospitalar como alternativa para

minimizar a dor e o sofrimento das pessoas que necessitam permanecer temporariamente

nesse espaço.

Evidencia-se a necessidade de treinamento e qualificação contínuos das

equipes atuantes na empresa de saúde para que o trabalho desempenhado por cada

colaborador seja reflexo de seu bem-estar na instituição, transmitido aos clientes sob a forma

de atenção, carinho e respeito. Destaca-se a atuação do departamento de Recursos Humanos,

que desenvolve treinamentos periódicos para os demais departamentos, de forma a capacitar

cada vez mais as equipes para que a rotina de trabalho reflita um ambiente digno e humano,

com o objetivo de alcançar a satisfação total dos clientes de saúde.

Não se pode esquecer que a humanização faz parte da hotelaria hospitalar, tão

importante para as empresas que pretendem ter seu padrão de recursos humanos e materiais

reconhecidos publicamente.

Considerando que o paciente, seus acompanhantes e visitantes almejam um

tratamento personalizado e humanizado, destaca-se na Casa de Saúde São Lucas, Natal/RN, a

preocupação com o bem-estar dos clientes, como forma de valorização de seu status perante à

sociedade. Dessa forma, conclui-se que, mais do que evolução tecnológica e qualidade das

instalações, são primordiais o investimento e capacitação de pessoas para atuarem com

dedicação e respeito em prol do restabelecimento do paciente e no trato humanizado com as

pessoas que se acomodam nas Unidades Habitacionais do hospital.

Deve-se, ainda, levar em consideração a relevância de projetos de hospitalidade

e hotelaria hospitalar de modo a contribuir efetivamente para a evolução do quadro clínico do

paciente. Para isso, a empresa deve investir continuamente em inovações de equipamentos,

materiais e qualificação de pessoal, em busca do aumento da qualidade de vida dos clientes de

saúde, assim como dos colaboradores atuantes na organização.

Avalia-se, através da análise dos gráficos, que o objetivo geral da pesquisa foi

atingido. A importância da humanização é verificada nos gráficos 10, 11, 12, 13, 14, 15, 16 e

17, que tratam do atendimento das equipes médica, de nutrição, de enfermagem, psicologia

hospitalar e serviço social. As relações com a hospitalidade e a hotelaria são percebidas nos

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gráficos 3, 4, 5, 6 e 7, os quais explanam os serviços comuns utilizados em um hotel e

adaptados à realidade hospitalar.

A pesquisa mensurou a qualidade nos serviços de atendimento aos clientes de

saúde, avaliou a humanização no tratamento em busca de bem-estar dos pacientes internados

na CSSL e observou a relação existente entre a hotelaria hospitalar e a hotelaria clássica,

através do funcionamento de departamentos do hospital. Assim, conclui-se que os objetivos

específicos também foram alcançados, visto que o referencial teórico e a análise dos

resultados abrangeram aspectos de humanização, qualidade, bem-estar, hospitalidade e

hotelaria, elementos esses que, em conjunto, contribuem, significativamente, para tornar o

ambiente hospitalar mais humano e agradável.

Como sugestão para a Casa de Saúde São Lucas, Natal/RN, apresenta-se a

implantação de um restaurante na empresa, terceirizado ou não, como uma alternativa ao

desenvolvimento de departamento de A&B nessa instituição de saúde, tendo em vista que o

hospital apresenta, para o público em geral, apenas uma lanchonete.

Assim, explana-se, através deste trabalho monográfico, a importância dos

projetos de hospitalidade e hotelaria hospitalar na Casa de Saúde São Lucas, Natal/RN, em

consonância com o desenvolvimento humanizado da empresa de saúde preocupada com o

padrão de excelência nos serviços prestados aos seus clientes.

Considera-se, ainda, a amplitude do tema e a sua contribuição para alunos e

profissionais de Administração Geral/Marketing, Administração Hospitalar, Turismo,

Hotelaria, Serviço Social, Psicologia, Medicina, Enfermagem, Fisioterapia, Nutrição,

Fonoaudiologia, Bioquímica e demais áreas afins, acreditando que esse trabalho possa levá-

los à reflexão sobre a realidade de mercado, a hotelaria a ser implantada e os serviços a serem

prestados no ambiente hospitalar aos clientes de saúde, visando torná-lo mais humano.

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APÊNDICE A – Questionário de avaliação dos serviços prestados na CSSL

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Questionário de avaliação

UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE – UERN CAMPUS DE NATAL “GOV. FERNANDO ANTÔNIO DA CÂMARA FREIRE” CURSO DE TURISMO Prezado cliente de saúde! Sua opinião é muito importante para o desenvolvimento do trabalho de monografia intitulado: “Casa de Saúde São Lucas, Natal/RN: desenvolvimento da hospitalidade e da hotelaria em prol da humanização dos serviços no ambiente hospitalar”. DADOS PESSOAIS: - Você utilizou a CSLL na condição de: ( ) Paciente ( ) Famíliar ( ) Outros _______________________ - Sexo ( ) Masculino ( ) Feminino Assinale o conceito correspondente a cada serviço que você utilizou, baseando-se na legenda: (1) ÓTIMO (2) BOM (3) REGULAR (4) NÃO ATENDE ÀS EXPECTATIVAS HOTELARIA: - Cordialidade, agilidade e precisão nas informações fornecidas na recepção: ( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 - Tempo de espera pelo atendimento na recepção: ( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 - Habilidade e competência dos maqueiros: ( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 - Limpeza e aparência das acomodações e roupas fornecidas: ( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 - Atendimento dos colaboradores da higienização/lavanderia: ( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 - Informações oferecidas pela nutricionista: ( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 - Apresentação da refeição seguida conforme prescrição da dieta: ( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 - Presteza da equipe de nutrição aos chamados: ( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 CORPO MÉDICO: - Atenção oferecida pelos médicos: ( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 - Orientação quanto aos tratamentos/procedimentos: ( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 - Qualidade e assistência da equipe médica: ( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 CORPO DE ENFERMAGEM: - Presteza aos chamados: ( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 - Atendimento personalizado, humanizado e cordial: ( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 SERVIÇOS DE APOIO: - Atendimento da psicologia hospitalar: ( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 - Atendimento do serviço social: ( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 SATISFAÇÃO GERAL DO CLIENTE: - Qual o seu grau de satisfação em relação à Casa de Saúde São Lucas? ( ) Muito satisfeito ( ) Satisfeito ( ) Insatisfeito - Você recomendaria a Casa de Saúde São Lucas a outras pessoas? ( ) Sim ( ) Não

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APÊNDICE B – Fotos

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FONTE: da própria autora, 2008

Fachada da Casa de Saúde São Lucas, Natal/RN

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FONTE: da própria autora, 2007.

Humanização do ambiente hospitalar: aniversário de paciente internado

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FONTE: da própria autora, 2008

Atendimento humanizado: visita médica ao paciente internado

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ANEXO A – Planta baixa da Ala de Enfermagem São Camilo

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4,28 1,05

5,60

3,95

1,95

2,28

3,83

6,50

1,25 2,70

9,50

2,70

2,70

2,95

2,14

0,95

1,05 1,27

2,67

3,27

1,80 1,73

5,85

4,90