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Processo Seletivo 2004
1a ETAPA
2o DIA 07.12.2003
PROVAS: PORTUGUS e LITERATURA BRASILEIRA, MATEMTICA, FSICA e QUMICA
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PS 2004 20 dia: L. Portuguesa, Lit. Brasil., Matemtica, Fsica e Qumica
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CARO(A) CANDIDATO(A)
Este Caderno de Provas contm 45 questes. Confira a numerao das questes e o nmero de pginas, antes de iniciar sua leitura. Em caso de falhas na impresso ou falta de alguma questo, solicite a imediata substituio deste Caderno. A prova de Lngua Portuguesa e Literatura Brasileira contm 12 (doze) questes de mltipla escolha e 03 (trs) discursivas. As demais provas contm 08 (oito) de mltipla escolha e 02 (duas) discursivas. As questes de mltipla escolha apresentam 05 (cinco) alternativas para resposta, das quais apenas 01 (uma) correta. Preencha, na Folha de Respostas (folha de leitura ptica), o espao correspondente alternativa escolhida, utilizando caneta esferogrfica de tinta azul ou preta. As questes discursivas tero respostas elaboradas por voc mesmo(a). DURAO: 4 HORAS HORRIO: 14 s 18 HORAS . Esperamos voc na Segunda Etapa! BOA PROVA!!!
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PS 2004 20 dia: L. Portuguesa, Lit. Brasil., Matemtica, Fsica e Qumica
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PROVA DE LNGUA PORTUGUESA E LITERATURA BRASILEIRA
QUESTES DE MLTIPLA ESCOLHA
Texto I As questes 1 a 3 se referem ao Soneto de devoo:
Soneto de devoo
1 Essa mulher que se arremessa, fria E lbrica aos meus braos, e nos seios
Me arrebata e me beija e balbucia Versos, votos de amor e nomes feios.
5 Essa mulher, flor de melancolia Que se ri dos meus plidos receios
A nica entre todas a quem dei Os carinhos que nunca a outra daria.
Essa mulher que a cada amor proclama 10 A misria e a grandeza de quem ama E guarda a marca dos meus dentes nela.
Essa mulher um mundo ! uma cadela Talvez... mas na moldura de uma cama
Nunca mulher nenhuma foi to bela! (Vinicius de Moraes. Antologia potica . So Paulo: Companhia das Letras)
QUESTO 01 Com relao a este soneto, correto afirmar que: a) a mulher apresentada de modo
envolvente, fugindo, portanto, de uma imagem passiva;
b) a imagem da mulher apresentada no
poema se aproxima do imaginrio romntico;
c) a imagem de mulher representada no
poema em nenhum momento inquieta o eu lrico masculino;
d) uma imagem passiva do homem e ativa da
mulher configura-se no poema; e) no h indcio no poema de que o homem
esteja tomado de desejo pela mulher.
QUESTO 02
Acerca das relaes coesivas e sintticas do texto
I, considere as afirmaes seguintes:
I-Os pronomes que (verso 6) e quem (verso 7 )
relacionam-se semanticamente com o
substantivo mulher e funcionam
sintaticamente como sujeito de ri e objeto
indireto de dei, respectivamente.
II-O pronome essa, presente no incio de cada
estrofe, est empregado anaforicamente,
uma vez que retoma outro termo no texto.
III-A conjuno e, em suas duas ocorrncias
no verso 2, articula segmentos textuais
idnticos quanto estruturao sinttica.
Est(o) correta(s):
a) I e II
b) II e III
c) I
d) II
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4 e) I e III
QUESTO 03
Considere as afirmaes seguintes sobre a linguagem do soneto acima transcrito:
I - A repetio da conjuno aditiva, na primeira estrofe, confere ao poema um ritmo que lembra a voracidade do desejo.
II O poeta no lana mo de recursos imagticos na construo de seu poema.
III- O poeta, no verso 12, constri uma metfora significativa, cujo sentido se articula concepo ertica que permeia o soneto.
Est(o) correta (s):
a) I e II b) III c) II e III d) I e III e) I
QUESTO 04
Com relao poesia de lvares de Azevedo, correto afirmar que:
a) as trs partes da Lira dos vinte anos apresentam unidade temtica e expressiva que, nem sequer, justificam a separao da obra;
b) o tom sentimental, a temtica das virgens plidas, traos marcantes da terceira fase da poesia romntica, predomina na primeira parte da Lira dos vinte anos;
c) o veio irnico est presente apenas na segunda parte da Lira dos vinte anos;
d) a terceira parte da Lira dos vinte anos d continuidade ao vis cmico-irnico da segunda parte;
e) Namoro a cavalo exemplifica a idealizao da experincia amorosa representada na poesia romntica.
QUESTO 05
Leia os fragmentos abaixo de contos de Machado de Assis: I - Deolindo sorriu. (...) Comeara a paixo trs meses antes de sair da corvela. Chamava-se Genoveva, caboclinha de vinte anos, esperta, olho negro e atrevido. (p. 13) II - Vilela no lhe respondeu; tinha as feies decompostas, fez-lhe sinal e foram para uma saleta interior. Entendo, Camilo no pde sufocar o grito de terror ao fundo, sobre o canap estava Rita, morta e ensangentada. Vilela pegou-o pela gola, e, com dois tiros de revlver atirou-o morto no cho. (p. 159) III Crime ou luta? Realmente foi uma luta em que eu, atacado, defendi-me e na defesa (...) Foi uma luta desgraada, uma fatalidade. Fixei-me numa idia. E balanceava os agravos, punha no ativo as pancadas, as injrias... No era culpa do coronel, bem o sabia. (p. 191) IV - Cada criatura humana traz duas almas consigo: uma que olha de dentro para fora, outra que olha de fora para dentro... Espantem-se vontade; podem ficar de boca aberta; dar de ombros, tudo; no admito rplica. (p. 89) A ordem de apresentao dos contos aos quais pertencem estes fragmentos : a) Espelho, Noite de Almirante, A cartomante,
O enfermeiro; b) Noite de Almirante, A cartomante, O
enfermeiro, Espelho; c) A cartomante, O enfermeiro, Espelho, Noite
de Almirante; d) Espelho; Noite de Almirante, O enfermeiro,
A cartomante;
QUESTO 06
Sobre o conto O caso da vara, de Machado de Assis, correto afirmar que:
a) um conto de final feliz, em que Damio, ao
fugir de um seminrio, encontra apoio e
compreenso na casa de seu padrinho Joo
Carneiro;
b) retrata os dramas e incertezas do jovem
seminarista na busca de sua vocao;
c) tem como objetivo descrever as pssimas
condies de trabalho em que viveu a
criadagem no fim do sculo XIX, no Brasil;
d) narra as histrias de amor de Joo Carneiro e
Sinh Rita;
e) h, por trs da aparente simplicidade do
enredo, uma rica reflexo sobre o que motiva
as personagens na hora de tomar decises.
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5 e) Noite de Almirante, O enfermeiro, Espelho
e A cartomante.
QUESTO 07
Uma das anedotas de Damio fez rir a uma das criadas de Sinh Rita, que esquecera o trabalho para mirar e escutar o moo. Sinh Rita pegou de uma vara que estava ao p da marquesa, e arremessou: -Lucrcia, olha a vara!(p.218) No fragmento seguinte do conto, o narrador afirma: Damio olhou para a pequena: era uma negrinha, magricela, um frangalho de nada, com uma cicatriz na testa e uma queimadura na mo esquerda (...) . Teve pena da negrinha, e resolveu apadrinh-la , se no acabasse a tarefa(p.218). Com base na leitura integral do conto, correto afirmar que:
a) Damio, de fato, tomou as dores de Lucrcia e no permitiu que ela apanhasse; b) a interveno de Damio no foi necessria, uma vez que o medo de apanhar fez com que Lucrcia
conclusse o trabalho a tempo; c) Damio, embora tivesse aparentado boa vontade, de fato no protegeu Lucrcia, uma vez que no era
aconselhvel desapontar Sinh Rita; d) Damio tomou as dores de Lucrcia e teve um srio desentendimento com Sinh Rita e com seu
padrinho Joo Carneiro; e) Sinh Rita, tomada pelo jeito alegre e brincalho de Damio, perdoou Lucrcia que, de fato, no
conseguiu concluir seu trabalho no tempo previsto.
Texto II As questes 08 a 11 se referem ao fragmento do artigo de opinio de Oded Grajew.
1 Alguns mitos jogam a humanidade no conformismo, na insensibilidade, na alienao e na paralisia diante do gravssimo problema da pobreza.
A erradicao da pobreza um processo lento e complicado. Imaginemos uma pessoa pobre que venha a mim pedindo para deixar de ser pobre. Eu poderia pesquisar qual seria a renda mensal que es- 5sa pessoa necessitaria para atender suas necessidades bsicas e, dependendo de minhas possibilidades financeiras, lhe pagaria essa renda mensal, desembolsando imediatamente a primeira parcela e garantindo as demais. Rapidamente essa pessoa deixou de ser pobre.
A proposta mapear os pobres e miserveis e assegurar a cada um uma renda mnima que os tire imediatamente da pobreza. Isso no pode ser feito em larga escala. Os Estados possuem as condi- 10es para