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Ano VI • Nº 15 • 2010 • Verão PAMPULHA Águas da Belo Horizonte • Contagem / Minas Gerais Págs. 4 e 5 Pág. 7 Entrevista Aumento dos bota-foras clandestinos prejudica recuperação ambiental Contagem Empresa doa ônibus para trabalho de educação ambiental Pág. 3 Gilson de Souza CONSÓRCIO DE RECUPERAÇÃO DA BACIA DA PAMPULHA N o 15 Dez anos dedicados a conservacao e recuperacao da Bacia da Pampulha

Ultima Edição Aguas da pampulha

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Ano VI • Nº 15 • 2010 • VerãoPAMPULHAÁguas da

Belo Horizonte • Contagem / Minas Gerais

Págs. 4 e 5

Pág. 7

EntrevistaAumento dos bota-foras clandestinos prejudica recuperação ambiental

ContagemEmpresa doa ônibus para trabalho de

educação ambientalPág. 3

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CONSÓRCIO DE RECUPERAÇÃO

DA BACIA DAPAMPULHA

No 15

Dez anos dedicados a conservacao e recuperacao da

Bacia da Pampulha

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Chegamos ao marco dos dez anos. Esta edição é, sem dúvida, uma das

mais importantes para o Consórcio de Recuperação da Bacia da Pampulha

porque podemos olhar para trás e avaliar o quanto já caminhamos, os desafios enfrentados, as conquistas, os erros,

os acertos e, principalmente, o quanto progredimos.

Sabemos que dez anos é pouco se compararmos ao tamanho dos problemas que envolvem a Bacia da Pampulha. Para

chegarmos aos índices ideais, talvez precisaríamos não de uma década, mas

de, no mínimo, 30 anos. No entanto, conseguimos alcançar resultados

que muitos de nós não esperávamos, como a melhoria da qualidade da água

nos cursos d’água da Bacia, que está refletindo diretamente na Lagoa; a

mobilização dos líderes comunitários, como é o exemplo da Edina Teixeira

Barbosa, nossa homenageada na seção Amigos da Pampulha; e da própria

população e dos empresários.Com certeza, os méritos dessa conquista também se devem à

sensibilidade dos prefeitos municipais Paulo Mattos e Célio de Castro que, na

época de criação do Consórcio, deixaram seus interesses partidários de lado e

abraçaram a nossa causa. Infelizmente, nosso querido o Célio de Castro, Dr. BH, não está entre nós para comemorar essa data, mas com certeza o seu nome será

lembrado e será escrito na nossa história.Iniciamos, a partir deste ano, uma

nova era. Temos novos integrantes na diretoria do Consórcio e esperamos que

eles assumam seus cargos com muita garra e determinação e que nos ajudem a implementar nossas ações em prol da

Bacia da Pampulha.Mas não é só o Consórcio que está

renovado, a região da Pampulha está ganhando novas árvores, por meio do

Programa Premiar, da Cemig. Embora o programa envolva situações específicas,

sabemos que a Cemig será nossa parceira e nos ajudará a arborizar as

áreas que estão degradadas ao longo da Bacia.

Por falar em degradação, quero convocar toda a comunidade da

Pampulha para denunciar os bota-foras clandestinos ou aquelas pessoas que insistem em jogar o lixo em locais

inadequados. Essa prática, além de

ilegal, prejudica um trabalho feito há

décadas e interfere diretamente na vida de

quem mora na Bacia. Na entrevista, ao final do jornal, informamos

os locais aonde se pode jogar lixo gratuitamente. Leiam e divulguem a

informação. Seja um amigo da Pampulha.Para finalizar, não poderia deixar de

agradecer a empresa São Gonçalo pela doação de um ônibus para a Secretaria

de Meio Ambiente da Prefeitura de Contagem realizar os trabalhos de

educação ambiental. São de exemplos e de empresas como essa que precisamos ao nosso lado. A responsabilidade social

começa assim. Com certeza a São Gonçalo não teve lucros financeiros com a doação, mas sua missão foi cumprida

e, hoje, sua marca é reconhecida pela sociedade.

Como estamos em festa, quero aproveitar para convidar todos os nossos associados para o “Pampulha Gourmet”.

Em breve, o evento terá início e sua participação irá trazer muitos benefícios à

Bacia da Pampulha. Pode apostar.

A líder comunitária da Vila Novo Ouro Preto, Edina Teixeira Barbosa, atua no Consórcio de Recuperação da Bacia da Pampulha desde 2000, quando a instituição iniciou suas atividades. Antes disso, ela já participava do Programa de Recuperação e Desenvolvimento Ambiental da Bacia da Pampulha, o Propam, criado, em 1998, com o objetivo de recuperar ambientalmente a Bacia Hidrográfica da Pampulha e de resgatar sua função como local de lazer, turismo e cultura.

O trabalho da líder comunitária trouxe diversos avanços para a região e consequentemente para a Bacia da Pampulha. O movimento rendeu parcerias com o Instituto Cidade e o Movimento de Cidadania pelas Águas e hoje é referência para o poder

público na Regional Pampulha e na Companhia Urbanizadora de Belo Horizonte (Urbel), e tornou-se também objeto de estudo nas universidades da capital, dentre elas Fumec, UFMG e PUC Minas.

“Considero todos os moradores da Vila Novo Ouro Preto amigos dos córregos Cidadania, Flor d’água, Sarandi, Ressaca, das Bacias da Pampulha e do Onça e dos rios das Velhas e do São Francisco, pois os pequenos gestos realizados por eles ajudam a proteger as pequenas nascentes e a recuperar grandes rios”, diz.

A Vila Novo Ouro Preto está situada em um pequeno vale inserido na Bacia da Pampulha. Ela começou a ser ocupada em 1966 e possui atualmente cerca de 1.500 habitantes. A

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O Consórcio de Recuperação da Bacia da Pampulha realizou, no dia 23 de setembro de 2009, no Centro de Educação Ambiental do Propam, a Assembleia Anual de Associados. Na ocasião, foi eleita a nova diretoria que assumiu, em janeiro, a gestão 2010-2011.

O presidente Leonídio Soares e o secretário executivo de Belo Horizonte Flávio de Lemos Carsalade se mantiveram no cargo. Já o cargo de vice-presidente passou a ser ocupado por Carlos Augusto Moreira e o de secretário executivo de Contagem por Jander Muniz Filaretti. Antônio Márcio Godói, que assumia a função de vice-presidente, continua no Propam atuando no Conselho de Administração como suplente dos representantes das empresas privadas.

Para o presidente do Consórcio, com a mudança do endereço da sede da instituição

e com a reeleição para esse novo mandato, a expectativa é ampliar as ações referentes à educação ambiental e aumentar o número de associados, principalmente, empresas da iniciativa privada.

Carlos Augusto Moreira pretende aproveitar a movimentação da Copa do Mundo para atrair novos parceiros interessados em agregar valor à marca do Consórcio, investindo na recuperação da Bacia da Pampulha.

“Quero aproveitar a experiência dos colaboradores do Consórcio e potencializá-la com os propósitos de nossa instituição para obtermos resultados mais práticos. As ações definidas para essa gestão irão ajudar no crescimento e no planejamento estratégico no sentido de envolver distintos segmentos do projeto de recuperação da Bacia da Pampulha e

que, somadas, podem alcançar o objetivo principal”, explica o vice-presidente.

Segundo Leonídio, o Consórcio também buscará expandir as ações de controle da poluição, a fim de reduzir o aporte de sedimentos e esgoto na Lagoa por meio de iniciativas institucionais e de educação ambiental, conscientizando a população ao longo da Bacia da Pampulha para a necessidade de redução dos impactos ambientais inerentes à ocupação urbana.

“Precisamos ser otimistas e acreditar na possibilidade de recuperação da Lagoa. É para isso que o Consórcio existe. Dentro da priorização das ações em busca de uma melhoria efetiva até a Copa de 2014, acreditamos que teremos um grande avanço, já que serão disponibilizados novos recursos para obras de saneamento ambiental na Bacia”, diz.

Gestão 2010-2012

Presidente:Leonídio Soares

Vice-presidente:Carlos Augusto Moreira

Secretário Executivo(Belo Horizonte):

Flávio de Lemos Carsalade

Secretário Executivo (Contagem):

Jander Muniz Filaretti

Jornalista responsável: Gercione Pinto (MG - 09987 JP)

Revisão: Vanessa Mol (MG - 10206 JP)

Projeto Gráfico e Diagramação: Gilson de Souza (MG - 12251 JP)

Periodicidade: Trimestral

Distribuição: MG

Impressão: O Lutador

Tiragem: 7.000 exemplares

Consórcio de Recuperação da Bacia da Pampulha

Av. Babita Camargos, 766Bairro Cidade Industrial -

Contagem/MG CEP: 32.210-180 Tels.: (31) 3277-7419 / 3277-7422

www.aguasdapampulha.com.br • e-mail: [email protected]

ExpedientePAMPULHA

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Fotos: Divulgação

Consorcio elege nova diretoria e busca parceiros com foco na Copa de 2014

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O Consórcio de Recuperação da Bacia da Pampulha completou, no dia 28 de fevereiro, dez anos. A instituição foi fundada com o objetivo maior de desenvolver ações buscando a integração regional entre os municípios de Belo Horizonte e Contagem, o Estado, o Governo Federal, as empresas públicas e privadas, organizações não- -governamentais, comunidades e demais instituições interessadas na recuperação da Bacia da Pampulha. O que para muitos parecia difícil de acontecer está se tornando, a cada dia, uma realidade.

De acordo com o especialista em Gestão de Bacias e um dos fundadores do Consórcio de Recuperação da Bacia da Pampulha, Paulo Maciel Júnior, em 2000 ele ocupava o cargo de secretário de Meio Ambiente da Prefeitura Municipal de Belo Horizonte (PBH) e tinha como missão integrar os municípios de Belo Horizonte e Contagem nas ações voltadas à Pampulha

“Tecnicamente para você fazer uma recuperação de uma bacia hidrográfica, como é o caso da Pampulha, é preciso

trabalhar a bacia como unidade de gestão e, geograficamente, ela abrange os dois municípios. Então, politicamente foi necessário unir as duas cidades para poder desenvolver esse trabalho de recuperação da Pampulha”, justifica.

Na opinião de um dos fundadores do Consórcio, Weber Coutinho, um dos maiores desafios foi convencer os agentes públicos sobre a importância das ações conjuntas e independentes de ingerência político-partidária para a preservação ambiental de uma bacia hidrográfica.

“Apesar dessa realidade, que depende da cooperação desses dois municípios, cuja política partidária local muda a cada quatro anos, podendo eles, inclusive, serem administrados por partidos opostos politicamente, o Consórcio conseguiu se manter, cresceu e, ao mesmo tempo, consagrou uma nova maneira de planejar e atuar de dois municípios por um objetivo comum, que é a recuperação e preservação do meio ambiente de uma bacia hidrográfica”, diz.

Paulo Maciel Júnior conta que a

integração com as duas Secretarias de Meio Ambiente possibilitou a boa convivência técnica e política e, com isso, permitiu convencer os dois prefeitos em exercício na época, Célio de Castro e Paulo Mattos, a apoiarem a criação do Consórcio.

“Estávamos trabalhando no Propam, no qual conduzíamos um projeto intermunicipal na capital, e o objetivo era fazer a integração com o município de Contagem para desenvolver o programa. Daí para o surgimento do Consórcio foi um pulo”, conta.

Segundo Paulo Maciel Júnior, um grupo de cerca de 30 pessoas acreditou na proposta e ajudou a fundar o Consórcio. Dentre elas, a superintendente de Meio Ambiente de Contagem, Célia Cristina Zatti; a secretária de Administração da regional Pampulha, Cristina Rodrigues; o gerente da Sudecap, José Roberto Champs; a gerente do Serviço de Limpeza Urbana (SLU), Sínara Chenna; a presidenta da Companhia Urbanizadora de Belo Horizonte (Urbel), Gezica Valadares;

Consórcio de Recuperação da Bacia da Pampulha completa dez anos de mobilização em prol do meio ambiente e da melhoria da qualidade das águas da Bacia da Pampulha

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o gerente do Propam e da Secretaria de Meio Ambiente de Belo Horizonte, Weber Coutinho; além de representantes da BHtrans, Fundação Zoobotânica e da Secretaria de Planejamento da Prefeitura de Belo Horizonte.

“A Prefeitura de Belo Horizonte criou, por meio de um Decreto Municipal, uma unidade de trabalho do projeto Pampulha, que ficou sob a minha coordenação e, com isso, conseguimos fazer com que a Prefeitura de Contagem também criasse a sua unidade, além de uma ajuda financeira para a implementação do Consórcio”, relembra Paulo Maciel Júnior.

Porém, as dificuldades para manter os projetos do Consórcio de Recuperação da Bacia da Pampulha eram muitas e foi preciso ir a Brasília para conseguir recursos. A comitiva - formada pelos prefeitos dos dois municípios, pelos deputados João Leite e Virgílio Guimarães e por membros da diretoria do Consórcio - se reuniu no Congresso Nacional para obter recursos para a Bacia da Pampulha.

“Precisávamos do apoio e conseguimos uma verba para ser aplicada na Bacia. Conseguimos convencer o secretário da Fazenda e o prefeito de Belo Horizonte a dividir o dinheiro, afinal a capital precisava investir em Contagem para conseguir despoluir a Lagoa da Pampulha. Com essa verba, realizamos algumas obras e conseguimos recuperar cinco nascentes”, relata.

Outro ponto marcante na trajetória do Consórcio de Recuperação da Bacia da

Pampulha foi incentivar a participação da sociedade civil. Na época, os fundadores tiveram essa preocupação e buscaram a inserção de empresas, a fim de que a instituição não ficasse a cargo exclusivamente do poder público.

O Consórcio de Recuperação da Bacia da Pampulha foi apresentado ao ex-gerente corporativo de Meio Ambiente da ArcelorMittal Aços Longos, Fídias de Miranda, e na sequência ao gerente de Recursos Humanos da Belgo Bekaert Arames, José Otávio Andrade Franco, que hoje ocupa o cargo de gerente de Meio Ambiente da ArcelorMittal Aços Longos.

“Quando o Paulo me apresentou o Consórcio Recuperação da Bacia da Pampulha, não tive dúvidas. Levei a proposta ao presidente da Belgo Bekaert Arames, Alonso Starling Neto, e discutimos sobre oferecermos uma contribuição mensal. A partir desse momento, comecei minha participação como profissional colaborador do Consórcio. Hoje estou na ArcelorMittal Aços Longos e continuo atuante, representando o Consórcio e a Arcelor”, conta.

Segundo Paulo Maciel, a participação e o envolvimento de José Otávio nas questões do Consórcio fizeram com que a diretoria indicasse seu nome para ocupar o cargo da presidência.

“Como tínhamos a precaução de inserir a sociedade civil no Consórcio e o José Otávio estava engajado nos nossos propósitos, sugerimos que, ao término do mandato do prefeito Célio de Castro, como

presidente da instituição, o cargo fosse ocupado por uma empresa associada, nesse caso, a Belgo Bekaert Arames”, diz.

Uma aliança qUe deU CeRtoMesmo com o apoio dos poderes

executivos de Belo Horizonte e de Contagem, e da classe empresarial, o sucesso do Consórcio dependia da participação e da mobilização da população que estava diretamente ligada à Bacia da Pampulha. E foi durante a votação de aprovação da Lei Municipal de Belo Horizonte, nº 7.932, de 30/12/1999, e da Lei Municipal de Contagem nº 3.207, de 12/07/1999, para criação do Consórcio, na Câmara dos Vereadores da capital e Contagem, que os moradores da região surpreenderam os fundadores da instituição, ao comparecerem em peso ao evento. A partir desse dia, eles puderam ter noção da importância da instituição na vida daquelas pessoas.

“Foi muito bacana ver a casa lotada. Começamos a desenvolver um trabalho bem fundamentado com a população nos dois municípios. Ainda me lembro, em uma das reuniões no Museu da Pampulha, quando falava sobre a bacia hidrográfica e uma pessoa de uma ONG se levantou e disse que não queria saber de bacia hidrográfica, e sim da Lagoa da Pampulha. As pessoas não tinham compreensão e tivemos que esclarecer esse conceito”, relembra.

De acordo com Paulo Maciel Júnior,

Da poluicao a conscientizacao

Equipes realizam trabalho de educação ambiental

Prefeitos Célio de Castro (BH) e Paulo Mattos (Contagem) descerram placa em uma das nascentes da Bacia da Pampulha

Missa de inauguração do Consórcio

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era necessário envolver a comunidade e principalmente o público infanto-juvenil. Uma das formas foi convidar o secretário executivo do Ministério do Meio Ambiente em exercício na época, José Carlos Carvalho, para inaugurar, com os prefeitos Célio de Castro e Paulo Mattos, a placa de uma das nascentes da Bacia da Pampulha localizada em uma fazenda no bairro Bom Jesus.

“O objetivo era mostrar onde começava a questão, fazíamos o trabalho de educação ambiental levando as crianças das escolas situadas ao longo da bacia para explicar como uma bacia era formada e como poderia interferir na Lagoa da Pampulha se não fosse preservada. O projeto do córrego cidadania, na vila Novo Ouro, é um bom exemplo do envolvimento da comunidade e do papel dos líderes comunitários”, destaca.

A professora Sandra Mara Vicente, das escolas municipais Anne Frank e Glória Marques Diniz, acompanhou de perto esse trabalho realizado com os alunos. Segundo ela, o Consórcio de Recuperação da Bacia da Pampulha promoveu com os professores, em 2001, uma visita técnica de formação.

“Foram atividades de sensibilização e conscientização sobre os problemas da Bacia da Pampulha, os desafios e as possibilidades. A partir desse trabalho, os alunos construíram o conceito de bacia

hidrográfica, e ficaram empolgados com o caminho da nascente do Confisco até a Lagoa”, diz.

O gerente de Meio Ambiente da ArcelorMittal Aços Longos, José Otávio Franco, conta que esse trabalho de educação ambiental proporcionou grandes avanços. Segundo ele, foi difícil conseguir a integração de Belo Horizonte e Contagem e o envolvimento na causa ambiental da Pampulha.

Um dos fatores que favoreceu isso foi o apoio do Ministério Público, que determinou que as prefeituras promovessem um seminário e elaborassem um Plano de Ação Integrado. “Fizemos reuniões com as equipes de meio ambiente e do executivo municipal e conseguimos convencer a respeito da necessidade de recursos e obras no município de Contagem. Depois replicamos a experiência do Prêmio ArcelorMittal, voltado para crianças e adolescentes, e que elegia os melhores desenhos e redação ligados ao tema meio ambiente, criando o Prêmio Águas da Pampulha, que muito contribui para a conscientização ambiental na região”, conta.

Segundo Paulo Maciel Júnior, outro desafio do Consórcio de Recuperação da Bacia da Pampulha era fazer um estudo hidrogeológico, para avaliar a qualidade da água subterrânea da Bacia da Pampulha e embasar a melhor ocupação da bacia.

“A tendência da região da Pampulha é ter uma ocupação do solo cada dia mais forte e impermeável. Estávamos preocupados porque uma coisa é achar que deve conter a expansão imobiliária e outra é conseguir, e este era o nosso foco, principalmente, em relação a Contagem. O estudo da água subterrânea iria nos indicar a influência disso na Lagoa. Poderíamos estar lutando para despoluir a Lagoa e, no futuro, poderíamos não ter água”, ressalta.

Na opinião de Sandra Mara, o Consórcio mostrou que é possível o diálogo e parcerias no que diz respeito à recuperação da Bacia da Pampulha e de seus afluentes, por meio de ações conjuntas entre Belo Horizonte e Contagem.

“Esse é um mérito do Consórcio e esperamos que a instituição continue trabalhando efetivamente para a recuperação da Lagoa da Pampulha, lutando pela melhoria da qualidade de vida de sua população, promovendo a educação ambiental, e envolvendo a comunidade local para a recuperação das áreas degradas e a melhoria das águas”, afirma.

Uma déCada de ConqUistasAs conquistas realizadas ao longo

desses dez anos foram resultado de parcerias que deram certo. A começar pela população que abraçou a causa,

Trabalho de educação ambiental e execução de obras na Vila Novo Ouro

Preto, em Belo Horizonte, são exemplos de que é possível recuperar a Bacia da

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pelas empresas privadas que acreditaram nas propostas do Consórcio e pelos órgãos públicos que, mesmo pertencentes a partidos políticos distintos, se uniram em prol de uma causa.

Para Weber Coutinho, é difícil imaginar a recuperação da Pampulha e tudo o que foi feito até os dias de hoje se não houvesse a adesão da Prefeitura de Contagem e a contribuição das empresas no Consórcio.

“Basta você olhar a Pampulha antes do ano 2000 e a Pampulha hoje. Não chegamos ainda aos resultados que esperávamos, mas mudamos o rumo da história. Hoje existe perspectiva da sua recuperação plena, embora saibamos que manter um lago em boas condições ambientais em uma área urbana é um dos maiores desafios de uma administração municipal”, lembra.

José Otávio Franco compartilha dessa opinião. Para o gerente de Meio Ambiente da ArcelorMittal Aços Longos, uma década foi tempo insuficiente para desenvolver todas as ações necessárias para recuperar a Bacia da Pampulha. Segundo ele, iniciativas como a Patrulha Ambiental; as trilhas ecológicas; o desenvolvimento do Prêmio Águas da Pampulha; o programa de coleta e análises nas águas, peixe e sedimentos; a nova sede do Consórcio; as divulgações por meio do jornal; a participação em eventos na região da Pampulha; as campanhas de limpezas

na orla da Pampulha são merecedoras de destaque, mas ainda é preciso vencer outros obstáculos.

“É imprescindível buscar recursos necessários para a realização de obras de saneamento ambiental. A Copasa precisa concluir os programas de coleta de esgoto provenientes do município de Contagem e livrar a Pampulha dos esgotos, de forma a permitir outras atividades na lagoa e valorizar ainda mais esse maravilhoso cartão postal de Belo Horizonte”, defende.

É o que todos os outros membros do Consórcio também esperam. Weber Coutinho explica que, para recuperar totalmente a Bacia da Pampulha, as ações devem ser constantes. Os resultados só não foram mais significativos devido à falta de recursos financeiros para os investimentos necessários. Segundo ele, mesmo não sendo o ideal, o Propam, com o apoio do Consórcio, já conseguiu reduzir cerca de 70% do aporte de sedimentos na Lagoa da Pampulha, por isso a importância de se trabalhar em conjunto com a sociedade civil e pública.

“Além da participação da comunidade nas atividades de educação ambiental - com o atendimento de aproximadamente 40 mil pessoas ao longo desses dez anos -, ações de coleta e interceptação dos esgotos, realizadas pela Copasa, foram fundamentais para o resultado

que temos hoje. No entanto, precisamos urgentemente que aquela instituição amplie a rede coletora de esgotos e dos interceptores para que se alcance um índice de atendimento de cerca de 95% da população e melhore a qualidade da água da Bacia”, explica.

Segundo Paulo Maciel, a filosofia do Consórcio continua a mesma desde sua criação. A construção da Estação de Tratamento de Águas Fluviais (ETAF) trouxe resultados significativos - hoje não se vê mortandade de peixes -, a área degradada deu lugar a um parque ecológico, o mau cheiro diminuiu bastante, aconteceram melhorias em muitas vilas e as pessoas passaram a frequentar a Lagoa para praticar exercícios ou para passear. “Mas ainda é preciso trabalhar muito e investir alto para cumprir a meta de 2020, que é deixar a Lagoa da Pampulha totalmente recuperada”, enfatiza.

Para Weber Coutinho, a comemoração desses dez anos significa um motivo a mais para dar continuidade aos propósitos. “A expectativa do Consórcio de Recuperação da Bacia da Pampulha é que o trabalho de parceria com os dois municípios e com a Copasa continue firme e fortalecido, para que as ações do Subprograma de Saneamento Ambiental do Propam sejam concretizadas e também para que as ações de planejamento e controle ambiental sejam mantidas e ampliadas”, finaliza.

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Contagem

Doacao de onibus ajudara nos trabalhos de educacao ambiental em Contagem

A Prefeitura de Contagem, por meio da Secretaria de Meio Ambiente, recebeu, em setembro de 2009, da empresa de transporte São Gonçalo a doação de um ônibus para a realização de trabalhos de educação ambiental.

De acordo com o técnico ambiental Márcio Emídio Marangon, o ônibus foi identificado como Expresso do Meio Ambiente e será a principal ferramenta da caravana “Contagem, meu ambiente”, que percorrerá o município promovendo várias atividades de educação ambiental.

“Com essa doação, conseguiremos atender, por mês, cerca de 300 crianças do ensino fundamental, que serão multiplicadoras”, diz.

Segundo o diretor administrativo da empresa de ônibus São Gonçalo, Ermelindo Júnior, a iniciativa faz parte da política de responsabilidade social e ambiental da empresa que busca, por meio de medidas simples, reduzir os níveis de emissão de

poluentes na atmosfera e o consumo de combustível.

“Saber que, por meio dessa doação, a Secretaria terá mais um ponto de partida para incentivar a comunidade a contribuir com a preservação do meio ambiente nos traz uma satisfação muito grande. Além de proporcionar alegria para a comunidade, iremos ajudar nas campanhas de preservação, no aprendizado e na conscientização das crianças a respeito do que é o meio ambiente e de como ele precisa ser cuidado”, ressalta.

Márcio Marangon explica que a Secretaria de Meio Ambiente de Contagem conta com uma coordenadoria de educação ambiental composta por sete educadores, dentre eles professores, pedagogas e técnicos em Meio Ambiente, que atendem estudantes no Parque Gentil Diniz e no Programa de Recuperação e Desenvolvimento Ambiental da Bacia da Pampulha (Propam).

Ele afirma que, em 2009, foram atendidas mais de sete mil pessoas e firmadas parcerias intersetoriais dentro da própria Prefeitura de Contagem, com a Transcon – empresa que fiscaliza o trânsito em Contagem, a Fundação de Parques e Áreas Verdes de Contagem (Conparq), Guarda Municipal, Secretaria de Comunicação, Secretaria Adjunta de Limpeza Urbana, Secretaria de Educação, Aterro Sanitário e Administrações Regionais.

“Apesar do orçamento limitado, são realizados, para a comunidade e estudantes, os Circuitos de Percepção Ambiental com trilhas ecológicas, oficinas, palestras, cursos de capacitação para a comunidade, além de visitas à Estação de Tratamento de Água (ETA), na Lagoa Vargem das Flores, e a Estação de Tratamento de Esgoto (ETE), no bairro Retiro, aterro sanitário, nascentes, córregos diversos e Lagoa da Pampulha”, explica.

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Doacao de onibus ajudara nos trabalhos de educacao ambiental em Contagem

O Consórcio de Recuperação da Bacia da Pampulha participou, no dia 22 de fevereiro, no Centro de Educação Ambiental do Propam, no bairro Castelo, da reunião da Comissão Técnica de Planejamento do Esgotamento Sanitário da Bacia da Pampulha criada para planejar a ampliação do atendimento pela coleta de esgotos na Bacia da Pampulha e implantação de interceptores envolvendo os municípios de Contagem e Belo Horizonte e a Copasa. O objetivo da Comissão é atender em torno de 95% da população, conforme previsto no Programa de Recuperação e Desenvolvimento Ambiental da Bacia da Pampulha (Propam).

Na ocasião, foi discutida a necessidade das ações para a recuperação da Lagoa da Pampulha a fim de cumprir o cronograma de obras para a Copa do Mundo de 2014. De acordo com o presidente do Consórcio, Leonídio Soares, técnicos da Copasa apresentaram o diagnóstico das vilas de Contagem com o planejamento para a solução do problema dos esgotos e as necessidades de urbanização de algumas áreas para a implantação da infraestrutura

sanitária.“Acreditamos que a Copasa está ciente

da importância dessa ação e empenhada na solução do problema, assim como sabemos da participação ativa da Prefeitura de Contagem no programa, envolvendo, dessa forma, suas secretarias de Planejamento Urbano, da Habitação e do Meio Ambiente”, diz.

Segundo o gerente de Planejamento e Monitoramento Ambiental da Prefeitura de Belo Horizonte, Weber Coutinho, da Secretaria de Meio Ambiente da Prefeitura de Belo Horizonte, desde 2000 a Prefeitura vem implantando as obras previstas no Propam. Já foram realizadas obras para a revitalização da orla e desassoreamento da Lagoa e para a urbanização de vilas e favelas, além da ampliação da coleta do lixo.

“Para alcançarmos as metas previstas para a recuperação da Lagoa, planejamos continuar a urbanização das vilas Califórnia, São José, Santo Antônio, Jardim Montanhês e Alvorada e também realizar novo desassoreamento da Lagoa”, afirma.

Leonídio Soares explica que, com a retirada dos esgotos da Bacia da Pampulha, a qualidade da água irá melhorar significativamente, reduzindo o odor e a proliferação de algas. No entanto, ressalta a importância das ações conjuntas entre o Consórcio, as prefeituras de Contagem e de Belo Horizonte e a Copasa. Segundo ele, se as quatro instituições continuarem unidas, em um curto prazo será possível fazer com que a água da Bacia alcance os parâmetros de classe 2, possibilitando a pesca e os esportes náuticos de contato secundário, como remo e canoagem.

“O Consórcio continuará apoiando todas as ações, promovendo a mobilização e integração das políticas com os municípios de Contagem e Belo Horizonte. Iremos investir cada vez mais nos programas de educação ambiental, para que a população se conscientize dos problemas ambientais da Bacia e aja proativamente para sua proteção”, diz.

As obras estão previstas para ter início no ano que vem. Em 2010, serão elaborados os projetos e realizadas as licitações.

Consorcio participa de reuniao para definir acoes de coleta e interceptacao de esgotos na

Bacia da Pampulha

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Obras de interceptação de esgoto realizadas pela Copasa na margem esquerda da Lagoa da Pampulha

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Bacia da Pampulha ganha mais um aliado: o Programa Premiar

A Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), em parceria com a Prefeitura de Belo Horizonte, está desenvolvendo o Programa Especial de Manejo Integrado de Árvores e Redes, o Premiar. O projeto piloto, implantado na Pampulha, em julho de 2009, tem como objetivo estabelecer ações e políticas que melhorem as práticas da arborização urbana e o convívio com a rede elétrica.

De acordo com o coordenador do Programa, Carlos Alberto de Sousa, a regional Pampulha foi uma das regiões mais afetadas pelas rajadas de vento e chuvas no verão passado causando a queda de árvores e galhos, o que fez com que a atuação da Prefeitura de Belo Horizonte e da Cemig na região se tornasse prioridade.

Para isso, antes da remoção das árvores e do plantio de espécies mais

apropriadas para o ambiente urbano, foram realizadas vistorias técnicas para identificar árvores em situação de risco, com estado comprometido devido a agentes externos, pragas, doenças e ação do tempo, e que estavam plantadas em locais indevidos, em conflito com equipamentos elétricos e com a iluminação pública. O relatório apontou um total de 1.679 árvores nessas situações.

Outra medida adotada pelo Premiar foi a adequação de rede - a substituição de redes convencionais por redes protegidas e isoladas, que permitem melhor convivência com a copa das árvores, principalmente em locais que envolvem árvores protegidas por lei e imunes a corte e reincidência de interrupções de energia elétrica. Quando é necessária a supressão da árvore, são plantadas mudas de diversas espécies nativas mais adequadas para o meio urbano, resistentes e desenvolvidas, com tamanho mínimo de 2,5 metros.

“Essas medidas foram fundamentais para desenvolver as ações do programa. Os trabalhos realizados possibilitaram a consolidação do projeto e a implementação em outras regionais da cidade. A Pampulha pode ser considerada referência na aplicação das ações de manejo no município de Belo Horizonte. Agora, estamos apoiando projetos de plantio nas associações dos bairros São Luiz, São Pedro e Jaraguá”, ressalta.

Segundo o engenheiro florestal da Secretaria de Meio Ambiente, que atua no Propam para dar apoio ao Consórcio de Recuperação da Bacia da Pampulha, Edinilson dos Santos, embora o projeto esteja focado na redução do conflito entre a rede elétrica e a arborização urbana, o plantio das árvores irá trazer benefícios consideráveis para a Bacia da Pampulha.

“Tudo que é feito em prol do meio ambiente aqui na região sempre trará benefícios. Como a Bacia da Pampulha está dentro da área de abrangência do projeto, o Consórcio pretende estreitar a relação com a Cemig, que já é sua associada, para ganhar atenção especial e conseguir a

ampliação da arborização na sua área de atuação”, diz.

Carlos Alberto de Sousa afirma que, se as ações para o plantio de espécies nativas, promovidas pelas associações, estiverem de acordo com os propósitos do Programa Premiar, receberão o apoio da Cemig.

“O Consórcio, desde o inicio, tem assento e voz garantida nas reuniões e a participação é ativa, seja com orientações técnicas, como também com sugestões para o aprimoramento do manejo da arborização em Belo Horizonte. Estamos promovendo o equilíbrio do ambiente com a compatibilização dos equipamentos públicos e as árvores. Além disso, a reinserção de espécies nativas na Bacia da Pampulha, por meio do programa, contribuirá efetivamente para a recuperação da fauna e flora nos seus afluentes”, destaca.

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Participe da campanha do Nucleo Oba e ajude nas acoes de educacao ambiental

O Núcleo Oba de Proteção às Nascentes da Região da Pampulha está promovendo uma campanha para ajudar na recuperação da Bacia da Pampulha, por meio do Roteiro Pampulha Gourmet. A medida é simples: se alguém optar por uma das promoções do roteiro, o restaurante participante fará uma doação de R$ 2 por prato consumido para o projeto de educação ambiental.

A iniciativa foi idealizada pelo vice-presidente do Consórcio de Recuperação da Bacia da Pampulha, Carlos Augusto Moreira, e pelo proprietário do Restaurante Paladino, Marcelo Haddad Guerra. A previsão é que entre em funcionamento na segunda quinzena de maio ou na primeira de junho. De acordo com vice-presidente do Consórcio e diretor do Núcleo Oba, Carlos

Augusto Moreira, a entidade tem como objetivo preservar e revitalizar os córregos Olhos D’Água, Braúnas, AABB e Água Funda. Por isso, a sigla “Oba”. Esse projeto foi criado há dois anos e sua proposta é resgatar e preservar as nascentes desses quatro córregos, como também do curso até a foz da Lagoa da Pampulha.

Essa seria a segunda edição do roteiro e a expectativa é de que pelo menos 12 restaurantes participem. “Começamos com dez restaurantes e foi um sucesso. Agora esperamos que outros se juntem a nós e nos ajudem a manter os trabalhos de educação ambiental na Bacia da Pampulha”, diz.

Segundo ele, a cada dois meses são realizadas reuniões, no Restaurante Paladino, com a participação da

comunidade, representantes do poder público, de ONGs, entidades civis e empresas.

“Envolvemos a comunidade para que esta conheça os projetos e hoje atuamos diretamente nas escolas que estão na bacia desses córregos, levando os estudantes para passeios ecológicos educativos. O Consórcio é nosso parceiro e sempre recorremos a ele para dirimir dúvidas, ter apoio em educação ambiental e para buscar informações que possam somar nos atos que o Núcleo quer desenvolver”, ressalta.

Se você quiser ajudar e participar do Roteiro Pampulha Gourmet, entre em contato com Carlos Augusto pelo telefone (31) 3492-6124.

CóRRegoOlhos d’Água

BraúnasAABB

Água Funda / Bom Jesus (compreendendo os córregos Confisco, Munizes, Xangrilá,

Amendoeiras e Banguelo)

açõesMapeamento de suas nascentes, curso e foz com relatório fotográfico;Identificação de problemas, potencialidades e sugestões para sua preservação.em parceria com a slUIntervenção para retirada de entulhos das nascentes e curso; instalação de placa de “ponto limpo” em áreas acima da nascente principal.em parceria com os proprietáriosVisita às nascentes em áreas particulares para conscientização de sua preservação. Intervenção da área onde tem a nascente principal para conscientização e elaboração de projeto sustentável para o local. Identificação de invasões e construções irregulares próximas à nascente e ao curso.Em parceria com órgãos fiscalizadores Intervenção via patrulha ambiental do Consórcio Pampulha, atuação da Polícia Ambiental, fiscalização das Secretarias de Meio Ambiente de Belo Horizonte e Contagem e regional Pampulha de Belo Horizonte.em parceria com a Prefeitura de ContagemIntervenção com a área de meio ambiente para identificação dos riscos e oportunidades de ações de preservação.

núcleo oBa na Bacia da Pampulha

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Bota-fora clandestino, uma ameaca a Lagoa da Pampulha

O Consórcio de Recuperação da Bacia da Pampulha, em parceria com a Prefeitura de Belo Horizonte, tem trabalhado de forma

efetiva para conscientizar os moradores que vivem ao longo da Bacia da Pampulha

quanto à questão da preservação ambiental.No entanto, esse trabalho tem sido

ameaçado pelos bota-foras clandestinos que aumentaram consideravelmente a

partir do segundo semestre de 2009 e estão tomando conta de algumas áreas da Bacia,

propiciando a proliferação de vetores de doenças; degradação de áreas; elevado custo com equipamentos e mão-de-obra para limpeza dos locais; entupimento de

redes de drenagem pluvial; impacto visual negativo e assoreamento da Lagoa.

Algumas das causas apontadas para esse aumento são o fechamento do

Aterro Sanitário da capital, o aumento da construção civil na região e as dificuldades

da fiscalização no controle urbano.O fato é que depositar lixo ou entulho

em áreas de preservação permanente - como margens de córregos, nascentes ou

encostas - é considerado crime ambiental e os grandes responsáveis pelas infrações, na

maioria das vezes, são caminhoneiros que jogam material proveniente da construção civil, ou carroceiros, pequenos veículos ou

pessoas com carrinhos de mão.Para falar sobre o assunto, o Jornal Águas

da Pampulha convidou o gerente Regional de Limpeza Urbana da Pampulha (GERLU-P),

Osvaldo do Carmo Machado.

o que são os bota-foras? São áreas públicas ou privadas onde são depositados resíduos da construção civil ou domésticos, dentre eles entulho, podas de árvores, limpeza de jardim, móveis e eletrodomésticos inservíveis, lixo doméstico. Vale ressaltar que a Secretaria Municipal de Meio Ambiente

é a responsável pelo licenciamento dessa atividade e as áreas destinadas a receber resíduos da construção civil (entulho) devem ser licenciadas pela Prefeitura. Não são passíveis de licenciamento áreas de preservação permanente como margens de córregos, nascentes, encostas etc.

quantos bota-foras são irregulares na capital e ao longo da Bacia da Pampulha? A dinâmica da cidade, a ocupação desordenada de áreas vagas e o grande número de áreas não construídas proporcionam o surgimento contínuo de pontos críticos de bota-foras clandestinos. Em Belo Horizonte, foram cadastrados em torno de 650 locais, só na Regional Pampulha foram identificados 26. Esses bota-foras variam de acordo com o volume de material (pequeno, médio e de grande porte).

Como é feita a fiscalização da Prefeitura de Belo Horizonte? A PBH fiscaliza os bota-foras através das diligências dos fiscais de Limpeza Urbana, através de denúncias da população e de demandas de demais órgãos e gerências. A comunidade é o principal agente no processo - seja na condição de infratora, que deve conscientizar-se dos problemas gerados pelas deposições, seja na condição de fiscalizadora dos infratores. Denunciar, anotar placas de veículos que fazem o descarte irregular e mobilizar-se para combater os focos também são ações esperadas por parte da comunidade. Quando é possível a abordagem do infrator, os fiscais emitem o auto de infração pela prática e notificam para a remoção. Após o prazo de 24 horas, vistoriam o local novamente. Se os resíduos forem removidos, encerra-se a ação; em caso negativo, os fiscais lavram outro Auto de Infração e solicitam que a GERLU-P faça a remoção.

qual a solução para o problema? As melhores soluções são preventivas, ou

seja, ações de fiscalização, construção de passeios e cercamento em áreas públicas e privadas. Assim é possível limitar e coibir as irregularidades. Naqueles locais já existentes, a solução é intensificar as ações integradas. A rotina de recolhimento de resíduos irregulares, definitivamente, não resolve a questão, logo após a limpeza o problema volta. A melhor maneira é promover campanha de porta-a-porta, distribuindo material educativo, orientando sobre como destinar corretamente os resíduos, afixando placas educativas e faixas, criando pontos limpos e verdes, incentivando a adoção de praças e a prática da denúncia.

Como é feito o trabalho de limpeza dos bota-foras regulares e irregulares ao longo da Bacia da Pampulha? Os pontos regulares vêm sendo tratados com ações diárias, semanais ou mensais - conforme o caso, de forma paliativa executando a limpeza das áreas e a coleta manual e mecânica. Já nos pontos irregulares, cujas deposições somam um grande volume de resíduos, a GERLU-P realiza retirada diária de caçambas e quinzenal por meio da máquina pá-carregadeira e cinco caminhões básculas com a ajuda dos mutirões de limpeza. Na Estação de Reciclagem, o material é reciclado, triturado e transformado em subproduto. Realizamos nos pontos clandestinos mutirões de limpeza.

Como funcionam os mutirões de limpeza? Primeiro definimos o local, fazemos o diagnóstico desse local e das deposições e promovemos reuniões para elaborar plano de ação. Em seguida, fazemos contato com lideranças locais para ajudar na limpeza, fornecendo dados e sugestões, e no trabalho da campanha educativa, a instalação de placas educativas e, se houver condições, a pintura de meio-fio e o plantio de árvores.

informações sobre as Unidades de Recebimento de Pequenos Volumes (URPVs) e as estações de

Reciclagem podem ser obtidas pelo telefone 3277-7331 ou pelo site www.pbh.gov.br