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11 de setembro Um Ano Depois 11 de setembro Um Ano Depois Publicação Eletrônica do Departamento de Estado dos Estados Unidos Número Especial — Setembro de 2002

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11 de setembroUm Ano De p o i s

11 de setembroUm Ano De p o i s

Publicação Eletrônica do Departamento de Estado dos Estados UnidosN ú m e ro Especial — Setembro de 2002

“Os norte-americanos estão perguntando: o que é esperado de nós? Peço que vivam suas vidas

e abracem seus filhos. Sei que muitos cidadãos possuem temores esta noite e peço que sejam calmos e re-

solutos, mesmo face a uma ameaça contínua.

Peço que sustentem os valores dos Estados Unidos e lembrem por quê tantos vieram para cá.

Estamos em luta pelos nossos princípios e nossa primeira responsabilidade é viver de acordo com eles.

Ninguém deverá ser isolado com tratamento injusto ou palavras rudes devido aos seus antecedentes étni-

cos ou fé religiosa.

Peço que continuem a apoiar as vítimas desta tragédia com suas contribuições...

Peço sua paciência com os atrasos e inconvenientes que venham a acompanhar o reforço da segu-

rança; e sua paciência pelo que será uma longa luta.

Peço sua contínua participação e confiança na economia dos Estados Unidos.

Os terroristas atacaram um símbolo da prosperidade norte-americana. Eles não tocaram a sua

fonte. Os Estados Unidos são vitoriosos devido ao trabalho duro, criatividade e iniciativa do nosso

povo. Estas eram as verdadeiras forças da nossa economia antes de 11 de setembro e são as nossas

forças agora.”

Presidente George W. BushDiscurso para uma Sessão Conjunta do Congresso dos Estados Unidos

em 20 de setembro de 2001.

Ao longo do último ano, os norte-americanos reagiram ao comando do presi-dente, mostrando sua resolução e demonstrando seus valores em milhares de for-mas diferentes. Esta publicação examina algumas das formas como os norte-ameri-canos reagiram aos eventos de 11 de setembro; uma das maiores tragédias,desafios e eventos unificadores da história da nação.

Os Editores

Ilustração da capa: Dois raios de luz marcaram o local das torres do World Trade Center em Nova Iorque, no aniversário de seis meses dosataques. (AP Wide World Photo/Daniel Hulshizer)

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11 de setembro: Um Ano DepoisPublicação Eletrônica do Departamento de Estado dos Estados Unidos

Número Especial — Setembro de 2002

Índice

Nova Era no Pensamento Estratégico dos Estados Unidos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5Os ataques terroristas transformaram o ambiente de segurança internacional e ditaram uma nova “estratégia bási-ca” para os Estados Unidos.Robert J. Lieber, Professor de Governo e Serviços Externos, Universidade de Georgetown

O Custo Econômico do Ter rorismo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .10A Al-Qaeda tentou uma investida contra a democracia capitalista, mas fracassou. Brian S. Wesbury, Economista Chefe, Griffin, Kubik, Stephens & Thompson, Incorporated

A Esperança é Resposta ao Ter ror . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .16Os ataques terroristas de 11 de setembro reafirmaram a antiga crença de que a pobreza cria campo fértil para oterrorismo. Os doadores (governo, particulares e empresas) estão trabalhando com vigor renovado para trazeresperança e oportunidade para as pessoas mais pobres do mundo. Entrevista com George Carpenter, diretor de Desenvolvimento Sustentável Corporativo da Procter & Gamble Corporation, e o Dr. Robert K. Pelant, dire-tor dos Programas para a Ásia e Pacífico Sul da organização sem fins lucrativos Heifer Internacional

O Equilíbrio Crítico: Direitos Individuais e Segurança Nacional em Tempos Incertos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .22Está em andamento debate nacional sobre as questões constitucionais levantadas à medida que o governo dosEstados Unidos promove sua guerra contra o terrorismo. Mark Blitz, Fletcher Jones Professor de Filosofia Política, Faculdade Claremont McKenna

Elasticidade e Renovação no Pentágono . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .25O terrorismo atingiu o Pentágono – o símbolo do poderio militar dos Estados Unidos –, mas o enorme esforçode reconstrução e reparo permitiu que 3.000 funcionários retornassem aos seus escritórios menos de um anodepois.Jacquelyn S. Porth

O Progresso de um Patriota: 11 de Setembro e a Liberdade nos Estados Unidos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .28Comentarista premiado traça o arco emocional da nação ao longo de um ano turbulento.Roger Rosenblatt, professor de Inglês e Redação da Faculdade Southampton da Universidade de Long Island; Articulista, revista “Time”

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❏ A r t i g o s

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O Escritório de Programas Internacionais de Informação do Departamento deEstado dos Estados Unidos fornece produtos e serviços que expõem as políti-cas, sociedade e valores dos Estados Unidos para audiências estrangeiras. OEscritório edita cinco publicações eletrônicas que examinam questões impor-tantes enfrentadas pelos Estados Unidos e pela comunidade internacional. Aspublicações — Perspectivas Econômicas, Questões Globais, Temas de Democracia,Agenda da Política Externa dos EUA e Sociedade e Valores dos EUA — fornecemdeclarações de políticas norte-americanas, bem como análises, comentários einformações básicas em suas áreas temáticas cor respondentes.

Todas as edições aparecem em versões em idiomas inglês, francês, portuguêse espanhol, com edições selecionadas também sendo publicadas em árabe erusso. As edições em língua inglesa são publicadas em intervalos aproximadosde um mês. As versões traduzidas normalmente seguem-se ao original eminglês após duas a quatro semanas.

As opiniões expressas nas publicações não refletem, necessariamente, asopiniões ou políticas do governo dos Estados Unidos. O Departamento deEstado dos Estados Unidos não assume nenhum responsabilidade pelo teor econtínua acessibilidade de “sites” na Internet relacionados ao presente; essaresponsabilidade reside unicamente com os responsáveis por esses “sites”. Osartigos podem ser reproduzidos e traduzidos fora dos Estados Unidos, excetopelos artigos que incluam restrições explícitas de direitos autorais sobre esseuso. Usuários potenciais de fotos com crédito necessitam obter a liberação deuso junto à fonte mencionada.

Edições atuais ou anteriores das publicações, bem como o índice de publi-cações futuras, podem ser encontradas na Home Page Internacional doEscritório de Programas Internacionais de Informação na World Wide Web,no endereço:

http://usinfo.state.gov/journals/journals.htm#port

Elas são disponíveis em diversos formatos eletrônicos para possibilitar sualeitura “on-line”, transferência, “download” e impressão.

Envie seus comentários à sua Embaixada local dos Estados Unidos ou aosescritórios editoriais:

❏ Recu rsos Ad ic iona is

Cronologia Selecionada de Eventos Importantes: 11 de setembro de 2001 - atual . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .33Resumo compilado pelo Escritório de Programas Internacionais de Informação.

A Reconstrução do Afeganistão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .37Trecho de Relatório da Agência Norte-Americana para o Desenvolvimento Internacional.

Bibliografia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .40Livros, documentos e artigos sobre os ataques de 11 de setembro, terrorismo e a reação internacional.

“Sites” na Internet . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .45Relação de “sites” na Internet que oferecem informações adicionais sobre os ataques de 11 de setembro, terrorismoe a reação internacional.

Editor, Questões Globais e ComunicaçõesEscritório de Programas Internacionais de InformaçãoIIP/T/GICDepartamento de Estado dos Estados Unidos301 4th Street, S.W.Washington, DC 20547Estados Unidos da AméricaE-mail: [email protected]

Editor Chefe . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Judith S. SiegelEditor. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . William PetersEditor Gerente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Charlene PorterEditor de Internet. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Tim BrownEditores Associados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Michael Bandler

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Deborah Brown. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Jim Fuller. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Wayne Hall. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Merle Kellerhals. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Richard Lundberg. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Julianne J. Paunescu. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Jacquelyn S. Porth. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Jonathan Schaffer. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Rosalie Targonski. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Andrzej ZwanieckiReferência e Pesquisa. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Joan Taylor. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Lynn Scheib

Diretor de Arte . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Chloe EllisAssistente Gráfico. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Sylvia ScottConselho Editorial. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . George Clack. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Judith S. Siegel. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Leonardo Williams

11 de setembro: Um Ano DepoisPublicação Eletrônica do Departamento de Estado dos Estados Unidos

Número [email protected]

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O dia 11 de setembro marcou o início de uma nova erano pensamento estratégico norte-americano. Os ataquesterroristas daquela manhã tiveram impacto comparável aoataque a Pearl Harbor em sete de dezembro de 1941, quelançou os Estados Unidos para a Segunda Guerr aMundial. Antes de 11 de setembro, o governo Bushencontrava-se na fase de desenvolvimento de uma novaestratégia de segurança nacional. Isso estava ssndo feitocom a Análise Quadrienal da Defesa, bem como emoutros cenários. Em um momento, entretanto, os ataquesde 11 de setembro transformaram o ambiente desegurança internacional. Uma ameaça totalmente nova eperniciosa subitamente tornou-se realidade e ditou umanova e importante estratégia para os Estados Unidos.Esta nova política, agora cognominada "Doutrina Bush",concentra-se na ameaça do terrorismo e das armas dedestruição em massa.

O Fim d a E ra Pós -Gue rra F ri a

O dia 11 de setembro impôs final súbito à era pós-GuerraFria que havia começado quase exatamente 12 anos antes.Aquele período originou-se da queda dramática do Murode Berlim na noite de 9 de novembro de 1989,acompanhada em rápida sucessão pelo colapso docomunismo na Europa Oriental, pelo final da Guerra Friae, em dezembro de 1991, pela dissolução da UniãoSoviética. Pela primeira vez em mais de meio século, osEstados Unidos pareciam não mais enfrentar uma grandeameaça isolada à sua segurança nacional e ao seu modo devida. No final da década de 1930 e na Segunda GuerraMundial, essa ameaça veio do fascismo. Durante a GuerraFria, era a União Soviética e o comunismo soviético. Nosdois casos, o perigo era expressivo e sem ambigüidades.Como resultado, nos Estados Unidos e entre seus aliados,havia amplo consenso sobre a existência de umaimportante ameaça, muito embora às vezes surgissemd i f e renças (como no caso do Vietnã) sobre cursosespecíficos de ação.

Nova Era no Pensamento Estratégicodos Estados Unidos

Robert J. Lieber professor de Governo e Relações Externas,

Universidade de Georgetown, Washington DC.

A era pós-Guerra Fria, que se iniciou

com o colapso da União Soviética há

quase doze anos, encerrou-se

abruptamente na manhã clara e

ensolarada de 11 de setembro de

2001. Subitamente, ataques

terroristas coordenados

transformaram o ambiente de

segurança internacional e ditaram

uma nova e importante estratégia

para os Estados Unidos.

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De 1989 a 2001, existiu uma multiplicidade de perigosmenores (por exemplo, conflitos étnicos, proliferação dea rmas, terrorismo, instabilidade política e financeira,Estados fracassados, o impacto das mudanças climáticas,doenças infecciosas e a pobreza. Embora nenhum perigos u rgisse como dominante, os Estados Unidos foramrealmente levados a uma série de intervenções militaresem resposta a conflitos locais ou regionais, como no casoda invasão do Kuwait pelo Iraque (1990/91), Somália(1991/92), Haiti (1994), Bósnia (1995) e Kosovo (1999).Ao mesmo tempo, houve outros conflitos em que osEstados Unidos não intervieram, mais notadamentedurante o genocídio em Ruanda (1994), na Bósnia de1992 até julho de 1995, e nas guerras civis da Libéria,S e rra Leoa, República Democrática do Congo(conhecida anteriormente como Zaire) e outros lugares.

"Estratégia básica" é a expressão que descreve como umpaís utilizará os diversos meios que possui (militares,econômicos, políticos, tecnológicos, ideológicos eculturais) para proteger e promover sua segurança geral,valores e interesses nacionais. Durante a Segunda GuerraMundial, isso significou uma grande aliança, mobilizaçãoe guerra total para derrotar a Alemanha nazista e o Japão.Durante a Guerra Fria, a doutrina de política externanorte-americana poderia ser descrita com uma palavra:contenção. Ao contrário da era da Guerra Fria, af o rmulação de uma estratégia principal ou qualquerdoutrina específica provou ser ilusória durante a décadade 1990. Ao contrário das quatro décadas da Guerra Fria,não havia consenso sobre a natureza das ameaças aosinteresses nacionais norte-americanos, ou mesmo sobrecomo caracterizar a nova era. Como resultado, uma sériede doutrinas provisórias foi levada adiante durante adécada de 1990, dentre elas idéias referentes a uma novao rdem mundial, multilateralismo afirmativo e umaestratégia de engajamento e ampliação para encorajar adifusão das democracias e economias de mercado. Cadauma dessas abordagens continha seus pontos fortes, masnenhuma provou ser suficientemente abrangente oudurável como estratégia principal para a nova era.

Em retrospecto, mesmo sem uma estratégia importante,três amplos elementos condicionaram a política externanorte-americana durante os anos pós-Guerra Fria. Oprimeiro foi a situação de primazia dos Estados Unidos.Ou seja, após o colapso da União Soviética, os EstadosUnidos permaneceram em posição quase semprecedentes ao longo de todas as dimensões pelas quaisse mede o poder: econômico, militar, tecnológico ecultural. Nenhum outro país chegou perto do mesmo

nível e nenhum parecia ser um desafiante provável nof u t u ro imediato. Como escreveu o historiador PaulKennedy, autor de "The Rise and Fall of the GreatPowers" (Ascensão e Queda das Grandes Potências):"Nunca existiu nada como essa disparidade de poder;nada." ("London Financial Times", 1o de fevereiro de2002). Essa preponderância precipitou reações tanto deadmiração como de ressentimento.

Em segundo lugar, como resultado da primazia, bemcomo das capacidades relativamente limitadas deorganismos regionais ou internacionais como as NaçõesUnidas e a União Européia, os Estados Unidos possuíampapel exclusivo para estar à altura dos pro b l e m a sinternacionais mais urgentes, seja em conflitos regionais,limpeza étnica, crises financeiras ou outros tipos dequestões. Isso não significava que os Estados Unidospoderiam servir ou serviriam de polícia do mundo, massignificava que, a menos que os Estados Unidosestivessem ativamente engajados, seria improvável aadministração eficaz dos problemas mais perigosos domundo.

Em terceiro lugar, entretanto, não era aparente um riscoisolado, superior e inequívoco. No campo doméstico, issoteve o efeito de relegar baixa prioridade à política externapara a maior parte dos norte-americanos, o que tornavamais difícil para qualquer governo obter apoio para aelaboração de política externa abrangente ou para aalocação de recursos substanciais ness sentido. Noexterior, apesar da colaboração aliada na Guerra do Golfocontra o Iraque e, por fim, ao lidar com a guerra civil naBósnia e a limpeza étnica em Kosovo, a ausência daameaça soviética tornou mais difícil a cooperação, poisnão parecia mais existir um imperativo para a açãocoletiva face a um inimigo comum.

O Desaf io d e 1 1 de Se tembro

Tudo isso mudou em um único dia, em 11 de setembro de2001. O terrorismo não era mais um dentre uma série dediversos riscos aos Estados Unidos, mas uma ameaçafundamental para o país, sua forma de vida e seusi n t e resses vitais. Os terroristas da Al-Qaeda, queidealizaram o uso de jatos jumbo seqüestrados para atacaro Pentágono, destruir as torres gêmeas do World TradeCenter e matar quarenta passageiros e tripulantes sobre osudeste da Pensilvânia, estavam executando assassinatosem massa como meio de intimidação política. Ainda épreciso determinar se o seu uso anárquico e extremo doIslamismo como doutrina política constitui ou não o

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terceiro grande desafio totalitário para os Estados Unidosdepois do fascismo e do comunismo. Entretanto, adisposição dos terroristas de conduzirem ataqueshomicidas em massa, neste caso dirigidos a dois dos maispoderosos símbolos da vida comercial e governamentaldos Estados Unidos, representa agora risco grande einquestionável.

A gravidade dessa ameaça é amplificada por dois fatoresadicionais. Em primeiro lugar, a crueldade e disposição dematar a sangue frio grandes quantidades de civisinocentes sem a mais leve compunção moral elevou osreceios sobre o uso potencial de armas de destruição emmassa. Considerando a conduta dos terroristas e asafirmações dos seus líderes, bem como as provas de quef i n a n c i a d o res estatais do terrorismo estão buscandoadquirir armas químicas, biológicas e nucleares, existeagora risco de que as armas de destruição em massapoderão ser utilizadas no futuro diretamente contra osEstados Unidos, bem como contra amigos e aliadosnorte-americanos no exterior. Em segundo lugar, devidoao fato de que os 19 terroristas nos quatro aviõesseqüestrados cometeram suicídio ao conduzirem seusataques, os preceitos de contenção são agoraquestionados. Por outro lado, mesmo na época da GuerraFria, os estrategistas norte-americanos podiam fazer seuscálculos com base no suposto raciocínio dos líderessoviéticos e no conhecimento de que eles nãocometeriam espontaneamente suicídio nuclear aoiniciarem um ataque maciço contra os Estados Unidos ouseus aliados. O dia 11 de setembro, entretanto, frustraessa consideração fundamental.

Nova e Gra nd e Est ra tég ia pa ra o sEs tados Uni do s

Como conseqüência imediata de 11 de setembro, ogoverno Bush voltou sua atenção para a guerra contra ot e rrorismo. Primeiramente, na frente doméstica, og o v e rno buscou e recebeu resolução conjunta doCongresso, autorizando o uso do poderio militar noe x e rcício da auto-defesa legítima. Na linguagem daresolução: "O presidente está autorizado a utilizar toda aforça necessária e apropriada contra as nações,organizações ou pessoas que determine como tendoplanejado, autorizado, cometido ou auxiliado os ataquesterroristas que ocorreram em 11 de setembro de 2001... afim de evitar qualquer ato futuro de terro r i s m ointernacional contra os Estados Unidos..."

A resolução foi aprovada por 98x0 no Senado e 420x1 naCâmara dos Deputados. A opinião pública, que estavaprofundamente dividida desde a eleição presidencial denovembro de 2000, correu em amplo apoio, não apenasao esforço de guerra, mas ao próprio presidente.

Em segundo lugar, os Estados Unidos buscaram ereceberam voto unânime do Conselho de Segurança dasNações Unidas em 28 de setembro. A Resolução 1373(adotada com base no Capítulo VII da Constituição dasNações Unidas, que atribui ampla autoridade aoConselho de Segurança para que execute sua decisão efaça com que a resolução comprometa todos os paísesmembros das Nações Unidas) exige que todos os Estadosmembros criminalizem as atividades financeiras da al-Qaeda, compartilhem informações de inteligência etomem medidas para evitar a movimentação det e rroristas. Embora a resolução tenha efeito maissimbólico do que prático, ela dá legitimidade multilateralpara a batalha liderada pelos norte-americanos contra oterrorismo.

Em terceiro lugar, os 19 membros da Otan invocaram oArtigo V do do Tratado do Atlântico Norte pela primeiravez na história da aliança. O Artigo V trata um ataquecontra um Estado membro como um ataque contra todose exige que tomem ações com base nos seus respectivosprocedimentos constitucionais. Por fim, cerca de 16 dos19 países contribuíram com pessoal para a campanha doAfeganistão, muito embora a guerra não fossef o rmalmente conduzida como operação da Otan.Também houve cooperação política, militar e deinteligência adicional por um grande número de Estados,incluindo a Rússia, China e muitos dos vizinhos doAfeganistão, Ásia e Oriente Médio.

Nos meses que se sucederam, o poderio aéreo norte-americano e as Forças Especiais dos Estados Unidos, emapoio à oposição afegã, venceram rapidamente o regimeTalibã que governava o Afeganistão juntamente com seusaliados da Al-Qaeda. Essa vitória ocorreu muito maisrapidamente e com muito menos perdas que esperavammuitos observadores e foi comemorada pela populaçãolocal, que se viu liberada do regime opressivo do Talibã.

Desde o princípio, entretanto, o presidente vem sendoexplícito ao afirmar que a guerra contra o terrorismo nãoserá completada rapidamente e, em janeiro de 2002,falando para uma sessão conjunta do Congresso, eledescreveu o que logo ficou conhecido como a "DoutrinaBush".

"...(Nós) fecharemos acampamentos de terro r i s t a s ,destruiremos planos terroristas e traremos os terroristaspara a justiça. E... devemos evitar que os terroristas eregimes que buscam armas químicas, biológicas ounucleares ameacem os Estados Unidos e o mundo...

Ainda assim, o tempo não está do nosso lado. Nãoaguardarei os eventos enquanto os perigos se acumulam.Não pararei enquanto os perigos chegam cada vez maisperto. Os Estados Unidos da América não permitirão queos regimes mais perigosos do mundo nos ameacem comas armas mais destrutivas do planeta." (Discurso Estado daUnião, 29 de janeiro de 2002.)

Dois elementos são fundamentais para a doutrina. Oprimeiro é um sentido de urgência, refletido nas palavrasde que "o tempo não está do nosso lado". O segundo éque o perigo exclusivo criado pelas armas de destruiçãoem massa exige que os Estados Unidos se preparem paratomar ações rápidas, decisivas e antecipadas. Essesimperativos refletem o cálculo de que, sejam quais foremos riscos da ação, os riscos da omissão são maisperniciosos. Além disso, o presidente deixou claro quealguns Estados apresentam ameaça maior, especialmenteo Iraque, Irã e Coréia do Norte, que ele denominou "oeixo do mal". A preocupação aqui não é apenas o risco deque esses países adquiram por si próprios armas dedestruição em massa, mas também o risco de que possamfinalmente disponibilizar essas armas a outro s ,particularmente a grupos terroristas como a Al-Qaeda.

Nos meses que se seguiram, autoridades sênior de políticaexterna, bem como o presidente, repercutiram sobre aabordagem do governo, incluindo a possibilidade deantecipação, ou seja, tomada de ações preventivas em vezde aguardar passivamente que os Estados Unidos ou seusaliados sofram ataque antes de reagirem. O secretário daDefesa Donald Rumsfeld, por exemplo, observou: "Umterrorista pode atacar a qualquer momento, em qualquerlugar, utilizando uma série de técnicas. É fisicamenteimpossível defender-nos a todo momento em todos oslocais... seja algo como varíola, antraz, armas químicas,armas de radiação ou a morte de milhares de pessoas noWorld Trade (Center). Mesmo a Constituição das NaçõesUnidas garante o direito de auto-defesa. E a única formaeficaz de defesa é levar a batalha para onde se encontramos terroristas... Por isso, a antecipação com poderiomilitar é agora uma idéia operativa." (Entrevista, "JimLehrer Newshour", PBS, quatro de fevereiro de 2002.)

Em seguida, em discurso no dia 1o de junho na AcademiaMilitar dos Estados Unidos, o presidente disse aoscadetes reunidos que os Estados Unidos devem estarprontos para "ações antecipadas quando necessário" paradefender a liberdade e as vidas. De forma semelhante, ovice-presidente Cheney prometeu que os Estados Unidos"fechariam acampamentos terroristas onde quer que seencontrem" e observou, sobre o Iraque, que um "regimeque odeia os Estados Unidos nunca deve preparar-se paraameaçar os norte-americanos com armas de destruiçãoem massa." ("Washington Post", 25 de junho de 2002.)

Ao mesmo tempo, o secretário de Estado Colin Powellobservou que, caso seja utilizada força antecipada, eladeve ser empregada decisivamente. Ele também observouque a antecipação pode envolver poderio militar, bemcomo prisões, sanções e medidas diplomáticas. Aconselheira de Segurança Nacional Condoleezza Riceapontou o bloqueio de 1962 durante a crise dos mísseiscubanos como exemplo de ação antecipada bemsucedida. (Citações de "The Economist", 22 de junho de2002, pág. 29.)

A Doutrina Bush e sua elaboração incorporam a estratégiaprincipal norte-americana um ano após 11 de setembro,mas ela não existe isoladamente. Sua viabilidadedependerá, em parte, de apoio doméstico sustentado, dareação internacional e da capacidade dos Estados Unidossuportarem os encargos dessa estratégia. No cenáriodoméstico, embora haja agudas diferenças partidáriassobre outras questões, subsiste o amplo apoio bipartidárioem política externa. Ao mesmo tempo, a opinião públicaapóia veementemente a guerra contra o terrorismo, bemcomo a derrubada do ditador iraquiano Saddam Hussein.Além disso, existem poucas indicações de encargos comm a i o res gastos de defesa serão difíceis de sere msustentados. Antes de 11 de setembro, a parcela doproduto interno bruto dedicada à defesa havia recuadopara 3%, o nível mais baixo desde Pearl Harbor. Mesmoaumentos substanciais dos gastos com a defesa, queelevaram esse número para 3,3% e poderão atingir até 4%ao longo de um período de alguns anos, não constituiriamencargo drástico em comparação com os níveis da GuerraFria.

As reações internacionais à Doutrina Bush têm sido maiscomplexas e surgiram diferenças com países aliados eoutros com referência ao Iraque, ao Oriente Médio e atéque ponto os Estados Unidos deverão ser mais"multilaterais" em sua abordagem a uma ampla gama dep roblemas internacionais. Grande parte dessa

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discordância permanece, entretanto, retórica e continua ahaver extensa cooperação em esforços militares e deinteligência. Algumas das reações extenas sãoconseqüência inevitável da primazia norte-americana.Ainda assim, a reação em mutação e sua tendência paraque permaneça em grande parte simbólica refletem a faltade meios eficazes de execução internacional através dasinstituições regionais e mundiais existentes. Por fim, aDoutrina Bush representa estratégia para defender osEstados Unidos contra ataques potenciais com armas dedestruição em massa. Além disso, ela incorpora o papelexclusivo dos Estados Unidos no mundo para ajudar aproteger os demais contra essa devastação.

Lieber é editor e autor colaborador de "Eagle Rules? Foreign Policyand American Primacy in the 21st Century" (As Regras da Águia?A Política Externa e a Primazia Norte-Americana no Século XXI),livro publicado em 2002.

As opiniões expressas neste artigo são as do autor e não refletem,necessariamente, as opiniões ou políticas do governo dos EstadosUnidos.

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Osama bin Laden anunciou em um vídeo, gravado emalgum momento no final de 2001 que os ataques de 11 des e t e m b ro "atingiram profundamente o coração daeconomia norte-americana". Felizmente, ele estavaerrado. A economia dos Estados Unidos foi arranhada eferida naquele dia terrível, mas é claro que o coração daeconomia norte-americana ainda está batendo forte.

A economia dos Estados Unidos provou ser altamenteelástica. Apesar de prejuízos estimados em US$ 120bilhões e grande nível de ansiedade, um ano após osataques, os Estados Unidos encontram-se em meio a umarecuperação econômica.

Qualquer exame do impacto dos ataques de 11 desetembro sobre a economia norte-americana é dificultadopor diversos eventos simultâneos. Segundo o EscritórioNacional de Pesquisas Econômicas, a economia dosEstados Unidos entrou em recessão em março de 2001 e,como sabemos agora, os três primeiros trimestres de 2001a p resentaram crescimento negativo. Na época dosataques, a produção industrial havia caído por onzemeses consecutivos e os preços das ações nort e -americanas já estavam declinando, especialmente nosetor de alta tecnologia.

Mais recentemente, escândalos contábeis criaram dúvidass o b re a veracidade dos balanços financeiros dascorporações. Esses escândalos minaram a confiança ecriaram alto nível de preocupação entre os investidores.A reação dos elaboradores políticos poderia ter tornadoas coisas piores ao sobrerregulamentarem as empresas,mas a legislação sobre fraudes empresariais sancionadapelo presidente Bush não causa danos excessivos eajudará a acalmar os temores do mercado.

Por fim, a irresponsabilidade empresarial é uma questãotransitória. A execução da lei e a punição das companhiasdesonestas pelas forças de mercado obrigarão os CEOs alimparem seus livros. Noventa e nove por cento dos

Ao atingir o World Trade Center, a

Al-Qaeda tentou uma investida

contra as instituições da democracia

capitalista. Importante economista

de uma empresa de investimentos

com sede em Chicago afirma que

ela fracassou, defendendo que as

instituições e a economia

norte-americana recuperaram-se

em grande parte dos ataques.

O Custo Econômico do TerrorismoBrian S. Wesbury

Brian S. Wesbury, Economista Chefe, Griffin, Kubik, Stephens & Thompson, Incorporated

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executivos norte-americanos respeitam as leis e osrecentes escândalos provavelmente criarão um ambientede muito menos fraudes.

Apesar desses acontecimentos negativos, 45 dias após osataques de 11 de setembro, a demanda agregada havia serecuperado até sua tendência anterior e o produto internobruto real caiu menos (-0,3%) no terceiro trimestre de2001, que incluiu o impacto dos ataques, que no segundotrimestre (-1,6%), pouco antes dos ataques. Embora ascompanhias aéreas e hoteleiras ainda estejam passandopor um nível de baixa atividade, outros gastos foram nãosomente recuperados, mas mais que compensaram asperdas relativas a viagens.

Embora alguns dados econômicos recentes possamsugerir um novo conjunto de fraquezas potenciais naeconomia, nem todos os dados apontam em direçãonegativa. As reivindicações iniciais de desempre g ocontinuam a cair, as vendas a varejo permanecem fortes,a atividade habitacional é expressivo e os níveis deinventários permanecem baixos. Apesar dos medos, aeconomia norte-americana aparentemente continua embases sólidas.

Existem três razões para a elasticidade da economian o rte-americana. Primeiramente, o Federal Reserv ereduziu as taxas de juros três vezes após os ataques, apósbaixar as taxas oito vezes nos oito meses anteriores. Emsegundo lugar, em maio de 2001, o presidente Bushsancionou o primeiro corte de impostos desde 1986 e oCongresso aprovou uma lei de estímulo, que incluiureduções de impostos comerciais, no início de 2002.

Finalmente e mais importante, a produtividade continuoua crescer ao longo de toda a recessão norte-americana.Existe desenvolvimento anormal, o que indica fort ecrescimento potencial subjacente. Em seguida, nos doisp r i m e i ros trimestres de 2002, a produtividade nãoagrícola elevou-se em 4,8% em taxa anual, incentivandoo crescimento real do PIB e solidificando a recuperação.

Com as duas tendências cíclicas (monetária e fiscal) es e c u l a res (produtividade) apontando para cima, aeconomia norte-americana encontra-se realmente emmelhor situação do que esteve desde meados de 2000.Embora o aumento dos custos de transporte, segurança,seguro e maior proteção da infra-estrutura atuem comoempecilho para o crescimento dos Estados Unidos nospróximos anos, esses custos deverão ser facilmenteabsorvidos pelo forte crescimento de produtividade a

longo prazo.

Em comparação com as perdas sustentadas nas últimasguerras, os custos dos ataques de 11 de setembro e doscontra-ataques resultantes no Afeganistão são pequenos.Os Estados Unidos prosperaram apesar da Primeira eSegunda Guerra Mundial, da Guerra da Coréia, daG u e rra do Vietnã e da Tempestade no Deserto. Aelasticidade norte-americana face a esses conflitos é oresultado de compromisso com o sistema democrático delivres mercados. Apesar do fato de que a Al-Qaeda tenhaatacado um ícone do capitalismo no centro das finançasmundiais, o espírito empresarial permanece vivo esaudável nos Estados Unidos.

To r n ando a s Coi sas P io r e s

A capacidade de recuperação econômica não elimina,entretanto, os ciclos comerciais. Bem antes de 11 desetembro, a economia dos Estados Unidos mostravac l a ros sinais de fraqueza. A produção industrialapresentou pico em setembro de 2000 e caiu todos osmeses até agosto de 2001. O emprego teve pico em maiode 2001 e 495.000 empregos foram perdidos antes dosataques. Além disso, os mercados norte-americanos deações já haviam sofrido um baque. Em dez de setembro,o Índice 500 da Standard & Poor’s (S&P) caiu 28,5% doseu nível mais alto e o Índice Composto NASDAQ caiu66,4%.

Apesar da contínua manutenção dos gastos dosconsumidores e vendas a varejo, a data de início da reaçãofoi março de 2001, cinco meses antes dos ataques.Existem muitos debates sobre o que causou a queda dasações e a recessão e muitos acreditam que elasre p resentam a conseqüência de uma bolha deinvestimentos. Os catalisadores para a re c e s s ã o ,entretanto, não são tão claros.

O Federal Reserve aumentou as taxas de juros reais em1999 e 2000 até seu nível mais alto em mais de dez anos(vide gráfico). Os impostos, enquanto parcela do PIB,também atingiram nível recorde em tempo de paz em2000. A 20,8% do PIB, os impostos representaram amaior parcela da produção nacional desde 1944, quandoos Estados Unidos combatiam na Segunda Guerr aMundial. Com tanto as taxas de juros reais quanto osimpostos em níveis muito pesados, a economia estavapropensa a passar por dificuldades.

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Felizmente, no dia três de janeiro de 2001, com a taxa dosfundos federais a 6,5%, o Fed iniciou uma série de cortesna taxa de juros. Como a taxa dos fundos estava muitoalta ao iniciar-se a redução, somente em maio de 2001,quando ela recuou para menos de 4,5%, torn o u - s esuficientemente baixa para apresentar impacto positivosobre a economia. O atraso de seis a nove meses entre oscortes da taxa e a reação real da economia significou quenão era provável o início de nenhuma recuperação realantes de novembro de 2001.

Enquanto a Al-Qaeda executava seu plano, medidaspolíticas prévias do Fed e do Governo Bush já haviamestabelecido criado o ambiente para recuperação. Noinício de setembro, a taxa dos fundos do Fed havia sidocortada pela metade, para 3,25%. O presidente Bushp a t rocinou o mais oportuno corte de impostos dahistória, dando aos norte-americanos mais liberdade paragastar suas receitas. Os ataques podem ter atrasado arecuperação, mas certamente não causaram a recessão.

11 de se tem br o - A s Co nseqüência sEconôm ic as Imedia tas

O impacto a curto prazo dos ataques foi tre m e n d o .Calcula-se que as perdas totais de vidas e pro p r i e d a d e scustaram às companhias de seguro US$ 40 bilhões. Essecusto direto quase desaparece em comparação com oscustos indiretos. Os "shopping centers" e restaurantes emtodo o país foram fechados por pelo menos 24 horas;edifícios comerciais de alto risco (como o Sears Tower emChicago) foram evacuados; aviões aterrissaram; e om e rcado de ações suspendeu o comércio por quatro diasc o n s e c u t i v o s .

Em setembro de 2001, as vendas a varejo caíram em US$6 bilhões (2,1%); os novos pedidos de bens duráveiscaíram em US$ 11,6 bilhões (6,8%); e as novasreivindicações de seguro desemprego aumentaramrepentinamente em 50.000, o maior salto mensal desdeagosto desde 1982. A produção industrial caiu 1% ems e t e m b ro. Quando as bolsas finalmente abriram parac o m é rcio em 17 de setembro, o Índice S&P 500 caiu mais7%, enquanto a NASDAQ caía 9,9%, antes de chegar aonível mais baixo em 21 de setembro .

As principais companhias aéreas suspenderamimediatamente 30 por cento do vôos programados e,mesmo com menos vôos, os aviões não ficavam cheios.Os hotéis experimentaram aumento repentino do númerode vagas e a economia perdeu 1,1 milhão de empre g o snos quatro últimos meses de 2001. Até 29 de dezembrode 2001, o Escritório de Estatísticas Trabalhistas atribuiu408 ocorrências importantes de demissão (definidoscomo os que causam a perda de 50 empregos ou mais) aresultados diretos ou indiretos dos ataques, com 70%dessas demissões nas indústrias de viagens e transport ea é re o .

Além disso, devido ao escrutínio mais estrito nosc ruzamentos de fronteiras e terminais de embarq u e s ,s u rgiram gargalos nos sistemas de administração da cadeiade fornecimento. Os embarques de bens duráveis caíramem US$ 9,2 bilhões em setembro de 2001, à medida queas questões de transporte causavam devastação nos fluxosde pedidos e elevavam os custos de embarq u e .

Essa lista de danos está longe de ser completa. Ascompanhias aéreas receberam imediatamente umempréstimo de ajuda do governo de US$ 15 bilhões eainda estão pedindo mais. Os custos de segurodispararam, com alguns prêmios custando até 300% oumais em relação aos níveis anteriores aos ataques. Foicriado um grau de seguro que aumenta o custo de fazernegócios quanto mais próximos estiverem as companhiasdos centros de poderio político e financeiro .

Ao mesmo tempo, os custos de segurança tambémaumentaram expressivamente. Além de um aumento don ú m e ro de guardas de segurança na maioria dos principaisedifícios urbanos, foram implementados pro c e d i m e n t o sdemorados de segurança. Algumas empresas chegaram ainstalar máquinas de raio X e detetores de metais.

Do ponto de vista de incentivo, os ataques de 11 des e t e m b ro mudaram a relação entre risco e recompensa na

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economia norte-americana. Não apenas os riscos forammais altos (de suspensão de negócios e prejuízos), mas asrecompensas foram mais baixas devido à elevação doscustos de segurança. Seguindo tão de perto nosc a l c a n h a res de uma virada aguda na atividadem a n u f a t u reira, recessão e colapso dos preços das ações, amudança dos incentivos de investimento causou grandea l a rm e .

R e c u p e r a ç ã o

E n t retanto, a economia norte-americana voltou aostrilhos. Em questão de dias, os consumidores e asempresas estavam de volta e trabalhando. Os fabricantesde automóveis instituíram financiamento a zero por centoe as vendas de carros aumentaram. As vendas deautomóveis caíram de 16,4 milhões de unidades emtermos anuais em agosto de 2001 para 15,9 milhões deunidades em setembro, impulsionado pelo início dosincentivos no final do mês. Depois, em outubro, asvendas de automóveis subiram para 21,3 milhões deunidades em termos anuais, recorde de todos os tempos.

Outros varejistas também cortam preços e as perdas desetembro foram compensadas pelos ganhos de outubro.Com exceção dos automóveis, as vendas a varejo caíramem 1,2% em setembro, mas retornaram aos mesmos 1,2%em outubro (vide gráfico). Para completar o padrãomostrado aqui, o terceiro gráfico abaixo demonstra comoos pedidos novos de bens duráveis caíram em 6,8% emsetembro, para retornar a 9,2% apenas em outubro.

É importante lembrar que qualquer retorno da atividadecomercial foi silenciado em 2001 devido à recessão emandamento. A economia re t o rnou à sua linha detendência quase sem atraso, mas aquela tendência aindaera fraca. Apesar da devastação dos ataques terroristas, oPIB real cresceu em 2,7% em teermos anuais no quartotrimestre.

Para surpresa de muitos, os consumidores ficaram firmese, em vez de gastar dinheiro viajando, investiram em maisempreendimentos domésticos. No final de 2001 e iníciode 2002, os cinemas atingiram recorde após recorde debilheteria. As vendas de casas novas também se elevaramaté nível recorde em 2001, enquanto as vendas das lojasde eletrônicos e eletrodomésticos cresceram em 23,3%em termos anuais no quarto trimestre.

A elevação da demanda por bandeiras dos EstadosUnidos após 11 de setembro também deu apoio àeconomia global, pois os fabricantes domésticos foramforçados a buscar fábricas chinesas para fornecer mais dametade do recorde de importações de US$ 51,7 milhõesem bandeiras em 2001.

O comportamento do consumidor pode ter semodificado, mas o ritmo geral de gastos foi poucoafetado pelos ataques de 11 de setembro. Parte do motivofoi a rápida reação do Federal Reserve ao baixar as taxasde juros três vezes no final de 2001. Ao empurrar as taxasde fundos federais para baixo até 1,75%, o Fed garantiuvirtualmente rápido aumento da atividade econômica emmeados de 2002. Além disso, os cortes das taxas de jurosantes dos ataques também estavam começando a levantara economia após os atrasos normais.

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A Arma Se cr e t a

Mas talvez a força direcionadora mais importante atrás dacapacidade de recuperação dos Estados Unidos tem sidoo forte aumento da produtividade. Um dos maiores testesda resistência em tendências de pro d u t i v i d a d esubjacentes é o desempenho nessas tendências durante asviradas econômicas e choques externos à economia. Odesempenho de produtividade norte-americano durante arecessão de 2001 e após os ataques de 11 de setembro foinitidamentte espetacular.

Uma onda de nova tecnologia caiu em cascata sobretodos os setores industriais da economia norte-americana.A combinação dos avanços tecnológicos ems e m i c o n d u t o res, software e comunicações estátransformando os Estados Unidos de uma economia combases industriais para uma economia com base nainformação, de forma semelhante como a maquinariap e rmitiu a transformação da era agrícola em eraindustrial.

Embora as ações de alta tecnologia tenham entrado emcolapso nos últimos anos, as invenções e a criatividadedirigidas por enormes investimentos nas décadas de 1980e 1990 continuam a incentivar a eficiência das empresasnorte-americanas. As soluções de gestão da cadeia def o rnecimento, acesso à informação em tempo re a l ,mapeamento do genoma humano, vendas online,comércio sem papel, dispositivos de rastreamento atravésdo Sistema de Posicionamento Global e "scanners" depreços de varejo são apenas uma relação parcial dos saltostecnológicos alcançados nas últimas décadas.

Mais importante ainda, pesquisas recentes demonstramque as empresas atuais estão utilizando apenas de 20 a25% da tecnologia disponível. Como resultado, pode-sea f i rmar com alguma certeza que o crescimento deprodutividade permanecerá em forte curva ascendentenos próximos anos. Isso ampliará as rendas e lucros,mantendo baixa a inflação; ambiente perfeito para acriação do progresso. A produtividade é a arma secreta docapitalismo. Sem ela, não existe crescimento. Com ela, oschoques externos, como os ataques de 11 de setembro,são muito menos dolorosos.

F o r t al ecer a Pa r t i r da Ad ver s ida de

Desde a fundação dos Estados Unidos da América, oexperimento na democracia de livre mercado produziuresultados incríveis. A partir de um pequeno conjunto de

colônias, os Estados Unidos tornaram-se a maior e maisprodutiva economia do mundo.

De 1947 a 2001, o PIB real, descontando-se a inflação,cresceu a uma taxa anual média de 3,5%, de US$ 1,5trilhão para US$ 9,3 trilhões. Em 2001, o PIB real norte-americano ainda foi US$ 23,1 bilhões a mais que em2000, apesar das perdas físicas dos ataques de 11 desetembro e de uma recessão.

Embora existam muitos que acreditam que os EstadosUnidos tenham atingido todo o seu potencial e podemestar entrando em um período de crescimento econômicoinferior, isso, de forma alguma, é uma certeza. Muitosp rofetizaram isso no passado e estavam errados. Oaumento dos custos de segurança, transporte e seguro sãopotenciais obstáculos ao crescimento. Mas esses custossão menores em comparação com a taxa de crescimentopotencial do PIB real dos Estados Unidos.

A tecnologia já está ajudando a reduzir os custos desegurança e continuarão a fazê-lo no futuro. Além disso,redes neurais, capacidades de busca em bancos de dadosem tempo real e equipamento de escaneamentoaumentarão a eficácia da segurança no futuro. Emboraalguns temam pela sua privacidade, está se tornando cadavez mais difícil para os terroristas operarem nos EstadosUnidos. À medida que os norte-americanos ficam maisseguros sobre sua segurança, as viagens serão retomadas.

Mais importante, a compreensão de que os EstadosUnidos não estão imunes a um ataque direto é umacontecimento significativo. Antes dos ataques, osprêmios de seguro e estimativas de risco eram muitobaixos. Agora, com o aumento dos prêmios de seguro e aredução dos preços das ações, o mercado está muitoprovavelmente sobreestimando o risco. Ao longo dotempo, essas reações se equilibrarão.

Além disso, os ataques fizeram o que cerca de 90 anos detentativas políticas em expansão não conseguiram: criaruma aliança estreita entre a Rússia e os Estados Unidos.Atualmente, o segundo maior produtor de petróleo domundo, a Rússia tornou-se importante participante dosmercados de energia, ajudando a apoiar a recuperação aomanter baixos os preços mundiais do petróleo.

C o n c l u s ã o

O capitalismo é mais do que edifícios e aviões. Ele estáincorporado nas instituições e indivíduos de uma

sociedade. Embora os terroristas tenham assassinadogrande quantidade de talentos financeiros nos seus atosmalignos e covardes no dia 11 de setembro, asinstituições norte-americanas e a vasta maioria dos seustalentos criativos permanecem intactos.

O resultado final foi a rápida reversão de fort u n a seconômicas. De um mês para o outro, os nort e -americanos pararam e refletiram, tornaram-se resolutossobre a volta à luta e retornaram ao trabalho como oscidadãos mais produtivos do mundo. Osama bin Ladenperdeu seu latim.

We s b u ry é importante analista econômico, que trabalhavaanteriormente na Comissão Econômica Conjunta do Congresso.

As opiniões expressas neste artigo são as do autor e não refletem,necessariamente, as opiniões ou políticas do governo dos EstadosUnidos.

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A política norte-americana com relação à assistência parao desenvolvimento baseia-se na crença de que a pobrezaé campo fértil para doenças, privações e, potencialmente,para o crime, a corrupção e, por fim, o terrorismo. Osataques terroristas de 11 de setembro reafirmaram estaconvicção e os doadores (governo, indivíduos eempresas) estão buscando seus objetivos para trazeresperança e oportunidade para as pessoas mais pobres domundo com vigor renovado. Dois especialistasenvolvidos em atividades de desenvolvimento sustentávele assistência ao setor privado discutiram as opiniões emevolução nesse campo com a Editora Gerente de"Questões Globais", Charlene Porter.

O Dr. Robert K. Pelant é diretor dos Programas para aÁsia e Pacífico Sul da organização sem fins lucrativosHeifer Internacional, dedicada a auxiliar pessoas comfome no mundo a desenvolverem os recursos paraalimentar-se. A Heifer, com programas em 47 países quef o rnecem treinamento agrícola e na pecuária, foireconhecida por avaliadores independentes como entreas melhores instituições assistenciais dos Estados Unidos.O Dr. Pelant é veterinário especializado nodesenvolvimento de programas internacionais de saúde ebem estar animal.

G e o rge Carpenter é diretor de DesenvolvimentoSustentável Corporativo da Procter & GambleCorporation e está ativamente envolvido nos programasde assistência multinacional da corporação, concentradosem questões de meio ambiente, saúde e sociais em paísesem desenvolvimento. A Procter & Gamble possuioperações em 80 países, e organizações independentesconsideraram a companhia entre os melhores cidadãoscorporativos.

Pergunta: De que forma os eventos de 11 de setembro, aconcentração resultante no terrorismo e as causas doterrorismo contribuem para um reexame dos programasde assistência ao desenvolvimento a que as suas

A hostilidade expressa através dos

ataques terroristas motivou os

Estados Unidos a reenergizarem

seus esforços para a redução da

pobreza e privações no resto

do mundo.

A Esperança é Resposta ao TerrorEntrevista con

George Carpenter, Procter & Gamble y Dr. Robert K. Pelant, Heifer International

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organizações estão dedicadas?

Carpenter: Na Procter & Gamble, nossa avaliação danecessidade de estabilidade em países de todo o mundovem aumentando nos últimos anos. Part i c u l a rm e n t edesde 11 de setembro, concentramo-nos em fort egoverno nacional como requisito prévio ou fundaçãobásica que é necessária para o desenvolvimentosustentável. Sem a instauração do Estado de Direito, semum sistema econômico com base em regras, ausência dec o rrupção e suborno, simplesmente deixaremos deconseguir os investimentos necessários nos países emdesenvolvimento para solucionar a espécie de questõesambientais, econômicas e sociais que ali existem. Asnações necessitam dos investimentos de companhiascomo a minha para elevar a qualidade de vida doscidadãos, retirá-los da pobreza para um estilo de vidaprodutivo que beneficie a economia global.

P: O presidente Bush introduziu novas e significativasiniciativas de auxílio para o mundo em desenvolvimentonos meses que se seguiram ao ataque e afirmou todo otempo: "Lutamos contra a pobreza porque a esperança éresposta ao terro r." Dr. Pelant, como os incidentest e rroristas re d i recionaram seu pensamento na HeiferInternacional?

Pelant: De várias formas. Obviamente, já tínhamospreocupações com a segurança de nossos funcionáriosnacionais e internacionais em todo o mundo, mas esteseventos elevaram nossa consciência e estamos buscandoredistribuir treinamento adicional sobre segurança paraos escritórios e funcionários em todo o mundo. Tambémreexaminamos como estamos fazendo nosso trabalho,especificamente no caso do Afeganistão e do Paquistão.Estamos no Afeganistão desde 1997 e no Paquistão desdea década de 1980.

O ponto dominante é que este tipo de assistência para odesenvolvimento é a coisa certa a fazer. Concordamoscom a observação do presidente Bush que você citouacima, sobre combater a pobreza porque a esperança éresposta ao terror. Mas esses tipos de programas dedesenvolvimento também são simplesmente a coisa certaa fazer, pois ninguém precisa viver com fome crônica.

P: Você menciona mudanças operacionais em programasno Afeganistão e no Paquistão. A Heifer Internacionaltambém opera programas em outras nações em que aatividade terrorista vem sendo preocupante, notadamentea Indonésia e as Filipinas. Diga-nos mais sobre suas

operações nesses locais.

Pelant: Nossos programas nas Filipinas (como quasetodos os nossos programas em todo o mundo) sãoconduzidos por cidadãos locais. Um grupo parceiro localé uma organização de suporte que reúne gru p o smuçulmanos e cristãos. Também trabalhamosd i retamente com diversas organizações muçulmanasdiferentes que trabalham em partes muito pobres do país.Devido à organização terrorista de Abu Sayyaf e aosproblemas contínuos de segurança no país, mesmo nossosfuncionários locais precisavam modificar seuscronogramas de trabalho e o tempo gasto no campodevido a preocupações com segurança. Esses programas,e n t retanto, prosseguem e não reduzimos nenhummontante do nosso financiamento no país, continuando atrabalhar com essas organizações. Eles sabem que estessão programas financiados pelos Estados Unidos mas,como estabelecemos relações de longo prazo com essascomunidades e organizações, eles confiam em nossosfuncionários para que entrem e façam o trabalho básicode desenvolvimento humanitário.

P: Qual é esse trabalho básico? Descreva-o de forma maiscompleta.

Pelant: Nosso programa nas Filipinas possui uma série detemas centrais. A melhoria do meio ambiente é um temafundamental. Estamos também ajudando as pessoas amover-se do setor marginalizado economicamente e deoutras formas da sociedade para que se tornem membrosprodutivos da sociedade, ajudando as pessoas a tornaremsuas comunidades mais vitais. Estamos reunindo pessoaspara que trabalhem sobre questões de geração de renda,produção de alimentos e melhoria do seu próprio meioambiente. Fazemos isso em diversos tipos de parcerias,que incluem freqüentemente governos locais. Elastambém incluem empresas e/ou corporações locais,estabelecendo situação em que todos ganham, em quepodemos gerar transformação muito mais holística esustentada nessas comunidades, muitas vezes através defronteiras nacionais.

Quando você fala em Heifer, as pessoas pensam em vacas,p o rcos, cabras ou coelhos, mas esses animais sãorealmente apenas algumas das ferramentas de ump rograma de desenvolvimento muito mais holísticoprojetado para transformar as comunidades e o ambiente.

P: Sr. Carpenter, e sobre a Procter & Gamble e suasatividades específicas de campo? Vocês também estão

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trabalhando para desenvolver parcerias similares aodescrito pelo Dr. Pelant?

Carpenter: Estamos. Existe filantropia corporativaconvencional, mas isso é muito limitado e cobre pequenopercentual dos recursos detidos por uma corporação.Fizemos contribuições para os esforços de assistência àscrianças no Afeganistão. Temos alguns esforços deassistência em andamento com melhoria da saúde públicaligada ao nosso trabalho de marca e nossa empresaestabelecida existente no Paquistão.

Mas a coisa mais estimulante para mim, que possuipotencial quase ilimitado para melhorar odesenvolvimento em muitos desses países, é parte dotrabalho que estamos fazendo para tornar odesenvolvimento sustentável parte do nosso negócio,indo além da noção convencional de responsabilidadeempresarial. Queremos unir o futuro da nossa empresa asoluções para algumas das questões de desenvolvimentoque estamos enfrentando em todo o mundo. Um exemplodisso é que, na Venezuela, onde temos agora um produtono mercado que reduz significativamente a desnutriçãode micronutrientes infantis: deficiências de vitamina A,ferro e iodo. Trabalhamos de perto com o Fundo para aInfância das Nações Unidas (UNICEF), tanto nodesenvolvimento como na divulgação daquele produto.Eles fizeram estudos clínicos na África e marketing social,desenvolvendo a consciência do problema da desnutriçãode micronutrientes.

Estamos também bastante envolvidos em saúde pública eágua limpa, examinando esses problemas para determinarse podemos contribuir para solucioná-los através domercado. Se pudermos, através do mercado de consumo,criar desinfecção de água no ponto de uso ou saúdepública em nível doméstico, ou solucionar problemas dedesnutrição de micronutrientes, achamos que grandesdesenvolvimentos poderão ser realizados na solução dealgumas dessas questões de qualidade de vida nessespaíses.

Já trabalhamos, com nossas marcas e linhas de produtosexistentes, nas áreas de higiene e saúde da mulher e emhigiene dental, em que a consciência desses temas nãoexistiam em muitas economias emergentes e emdesenvolvimento. Trabalhando com ministros da saúdelocais, desenvolvemos programas de marketing socialpara elevar a consciência e, no processo, estabelecemosmercado para soluções baseadas no consumidor paraalguns desses problemas.

P: O dia 11 de setembro e a ameaça terrorista causaramreavaliação da assistência ao desenvolvimento, masreavaliação a prazo maior também tem sido realizada àmedida que as organizações tentam determinar quaisprogramas de auxílio foram atingidos, se funcionaram e seapresentaram resultados imprevistos. Ao mesmo tempo, oapoio político para a assistência ao desenvolvimento foiconsideravelmente reduzido no período pós-Guerra Fria.Alguns dos principais líderes do Congresso observaramesse desperdício de fundos norte-americanos comceticismo. De que forma esses fatores acabaram porapoiar mudanças no fornecimento da assistência aodesenvolvimento e aumentar as preocupações sobreresultados e responsabilidade?

Pelant: A Heifer e muitas outras organizações sem finslucrativos concentraram seus esforços no impacto eresponsabilidade por algum tempo. Realmente não houvenenhuma mudança no cenário desde 11 de setembro oudevido ao 11 de setembro. Nossa abordagem aodesenvolvimento é realmente abordagem com base emvalores e trabalhamos de forma muito participativa comas comunidades locais, empresas, governos, etc. Essascoisas sempre estiveram no centro de nossaspreocupações.

Ainda assim, é inquestionável que algumas pessoas nog o v e rno dos Estados Unidos e em outros lugare sobservam os desperdícios de fundos de assistência aodesenvolvimento com ceticismo, como o sr. disse. OsEstados Unidos ficam atrás de muitos outros países empercentuais de fundos com relação ao produto internobruto (PIB) fornecidos para o desenvolvimento. Por isso,este é certamente um momento em que o governo norte-americano poderia estabelecer papel de liderança maisfirme na assistência ao desenvolvimento internacional domodelo que comprovou ser eficaz.

Um exemplo encontra-se dentro do Departamento deEstado, em que o Escritório de Assuntos do Leste Asiáticoe Oceania e o consulado em Chengdu, China, forampositivos e de extrema ajuda com relação a uma iniciativapara beneficiar pequenos agricultores e habitantes ruraisno Tibet. O governo dos Estados Unidos tem ao p o rtunidade tremenda de aumentar seu papel deliderança aqui.

Mas algo mais sobre o clima geralmente ao longo dosúltimos meses, desde 11 de setembro, bem como antesdaquela data, a Heifer vem sendo abençoada pelagenerosidade do público norte-americano - indivíduos,

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fundações, empresas, igrejas esimilares.

P: Sr. Carpenter, do ponto de vistacorporativo, como o sr. analisou amudança do clima de opinião sobre osesforços de assistência nos meses após11 de setembro?

Carpenter: Não estou certo se podeser diretamente atribuído ao 11 desetembro mas, nos últimos sete a novemeses, tem havido clara mudança depensamento na Agência Nort e -Americana para o DesenvolvimentoI n t e rnacional (USAID) e em outrasagências governamentais nort e -americanas sobre a disposição paraabrir e examinar negócios como umdos parc e i ros em projetos dedesenvolvimento, juntamente com asONGs tradicionais e outros doadores.Esse é um pensamento muito novo, queestá emergindo e cre s c e n d orapidamente com a experiência. É certamente, penso eu,uma mudança muito saudável.

A outra coisa é que acho muito saudável o que mencioneianteriormente, ou seja, esta atenção à questão de governonacional. Existe crescente reconhecimento danecessidade de um sistema de estabilidade eprevisibilidade nos governos nacionais, governo que sejabaseado em regras, sistema econômico que seja baseadoem regras. Sem ele, a maior parte das companhias nuncaserá capaz de entrar em negócios em algumas dessasnações e nunca receberá a oportunidade de ajudar aretirar esses países da pobreza. Simplesmente nãopodemos fazer negócios com sucesso onde a cultura localé pagar subornos. Em alguns desses lugares, semsubornos, não se pode obter autorizações e seus atrasosem comparação com a sua concorrência local tornam-setamanhos que não se pode ter sucesso. Por isso, essereconhecimento da importância do bom govern onacional para o desenvolimento sustentável é umamudança muito saudável.

P: Você mencionou nova ênfase na parceria. Esse é umconceito que está sendo promovido recentemente pelogoverno Bush e pelas organizações internacionais dedesenvolvimento como nova estratégia para o sucesso.Como o sr. vê o potencial produtivo desses

relacionamentos?

Carpenter: As parcerias eficazeslevam muitos meses para consolidar-se e somente funcionam caso todas aspartes ganhem e, portanto, não é otipo de coisa que pode ser discutidahoje para assinar na linha pontilhadaamanhã.

A Iniciativa GAIN (Aliança Globalpara a Melhoria da Nutrição) foianunciada na Sessão Especial dasNações Unidas sobre a Infância emmaio de 2002. Ela envolve a USAID,o Banco Mundial, a Org a n i z a ç ã oMundial da Saúde, a UNICEF, aFundação Bill & Melinda Gates, aProcter & Gamble e uma série deoutras agências nacionais dedesenvolvimento e companhias dosetor privado. Nessa sessão, a Procter& Gamble prometeu adisponibilização de parte da

tecnologia de fortificação de alimentas que fica por trásdo nosso produto NutriStar na Venezuela, para verificarse essa tecnologia poderá ser aplicada a alimentos básicosnos países menos desenvolvidos para abordar o problemada desnutrição de micronutrientes. Cinco anos atrás, oumesmo dois anos atrás, nunca se teria pensado emenvolver empresas em uma parceria como essa, a não serfonte de doações.

Pelant: Concordo. Não há dúvida que a abordagemclássica seria que uma ONG fosse a uma corporação ebuscasse uma doação única ou algo parecido.

Uma das coisas que a Heifer fez há cerca de um ano foicontratar um diretor de relações empresariais além detomar a decisão estratégica de engajar o setor empresarialprivado nos Estados Unidos e no exterior. Estamos todosem grande expectativa a esse respeito. Acreditamos quepode haver muitas situações positivas e isso já foidemonstrado. Um exemplo da nossa experiênciaencontra-se na China. A Heifer, o governo local,empresas privadas locais e a comunidade uniram-se emuma parceria de quatro vias.

Estamos trabalhando para ajudar a melhorar a produçãode alimentos do lado da comunidade e o marketing edistribuição do lado comercial. Por exemplo, estamos

A parceria entrecorporações privadas, ONGs,governo esociedade civilnesses projetosirá trazermudança inovadora nosresultados.

—George Carpenter

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ajudando fazendeiros criadores de abelhas a aumentar aquantidade e a qualidade da sua produção. Osfazendeiros entram então em contato com empresáriosno setor, que obtêm acesso a um produto melhor efornecimento mais consistente. Ao final isso beneficia ascomunidades por meio do aumento da produtividadeagrícola, atividade econômica geral e, por sua vez, dopadrão de vida. O governo reconheceu isso e estáajudando a expandir o programa. Isso é ainda maisimportante agora, com seu recente acesso à OrganizaçãoMundial do Comércio.

Carpenter: Na Índia, criamos uma promoção baseada nomercado para arrecadar fundos para a educação infantil,retirando as crianças das ruas e colocando-as na escola.Esse foi o programa Mentes Abertas, em que a Procter &Gamble contou com a parceria da UNICEF. Esse esforçofoi acoplado a uma solicitação de doações dos nossosfuncionários, que foram muito generosos. Ta m b é mmovemos nossas cadeias de fornecimento e distribuiçãopara obter apoio para nossos parc e i ros comerc i a i s .Agências de publicidade e artistas serviram de voluntáriosnessa iniciativa. Dessa forma, um esforço pequenoo rganizado por dois líderes principais foi ampliadomuitas vezes ao se mover para cima e para baixo nossosuprimento e as cadeias de distribuição e pessoasrelacionadas com quem trabalhamos desejam criariniciativa significativa em escala nacional na Índia paracolocar as crianças na escola.

Existem, portanto, muitas formas criativas de conduziresse trabalho. Estamos apenas no início, tentandocompreender como as parcerias podem ser reunidas pararesolver algumas das questões que enfrentamos no mundode hoje.

P: De que forma os seus clientes (diretores, doadores,escritórios regionais) estão reagindo a essas novas idéias?

Pelant: Estamos descobrindo que as pessoas queconhecem a Heifer e sabem de nossas abordagens delongo prazo em nível básico para estabelecer relaçõescom as comunidades, governos, e empresas estãoreagindo muito favoravelmente. Temos tido elevação dareceita, especificamente para expandir nosso programano Afeganistão e no Paquistão.

Quando estivemos no Afeganistão no final da década de1990, trabalhamos enquanto o Talibã estava no controle.Tínhamos treinamento seletivo para mulheres ex-profissionais. Elas estavam buscando de forma muito

cuidadosa e intencional mulheres analfabetas nas suascomunidades, ensinando melhor administração animal,bem como questões de higiene e saúde pública humana,que são coisas que normalmente não podem serassociadas à Heifer.

Após estabelecer esta conexão com as mulhere sp rofissionais, fomos capazes de estabelecer nossapresença nas comunidades. Isso nos permitiu atingirmulheres em residências que necessitavam de programasde assistência diferentes dos associados maistradicionalmente com a Heifer: fornecimento de animaisde qualidade, com treinamento sobre como administrá-los. Algumas receberam aves localmente adaptadas, deforma que terão alguns ovos por semana, com proteína dealta qualidade na sua alimentação que, de outra forma,não teriam.

Nossos doadores sabem que estamos considerando essavisão a longo prazo, com esta abordagem participativa, ereagiram de forma muito favorável.

P: O que estes programas refletem sobre os valores norte-americanos?

Carpenter: Não sei se existe qualquer outro lugar noplaneta onde o cidadão normal do dia a dia é tãog e n e roso como são os norte-americanos. Estag e n e rosidade é parte da cultura nort e - a m e r i c a n a .Observamos isso nos nossos próprios funcionários e nascomunidades onde trabalhamos e vivemos. Até certoponto, as técnicas voluntárias que utilizamos neste país eo sentido de trabalhar com a comunidade é uma diferençadistinta que observamos à medida que movemos nossaempresa para outros países. Os valores culturais norte-americanos são exportados: o papel da corporação e suaobrigação para com a comunidade e seus funcionários; ea cultura norte-americana da generosidade. Essadisposição de firmar presença quando outras pessoasestão em necessidade, abrir nossos corações e bolsos edar-lhes nosso próprio trabalho é quase exclusivamentenorte-americana.

Pelant: Concordo. Às vezes ficamos surpresos com asformas e graus com que as pessoas estão dando. Vamosvisitar pessoas que afirmam que querem doar váriosmilhares de dólares e veremos sua casa imaginando comoessas pessoas poderão ter vários milhares de dólares paradoar. A generosidade é muito disseminada e é umacaracterística maravilhosa do povo deste país. Estamostambém encontrando doadores generosos e solícitos em

uma série de outros países.

P: Qual é o futuro desses esforços?

Pelant: Para a sociedade civil, concentração maior nosresultados e compreensão de que as questões subjetivaspodem ser muito importantes. Existe saudável aumentoda consciência em comunidades doadoras e, portanto, aresponsabilidade de relatar de forma precisa, freqüente et r a n s p a rente; isso deve continuar. Na Heifer,continuamos a buscar oportunidades de colaboração comcorporações e governos e continuamos a trabalhar paraapagar o conceito de Norte contra Sul, ou "nós contraeles". De fato, todo vivemos em uma única biosfera, umaúnica Terra e nossas ações afetam as vidas e o bem estardos outros. Não necessitamos de mais tecnologias;somente a vontade de seguir adiante com o que já estáfuncionando, de forma que possamos buscaroportunidades e não apenas solucionar problemas.

Carpenter: A parceria entre corporações privadas,ONGs, governo e sociedade civil nesses projetos aindaestá em sua fase emergente. Mas isso trará mudançasdramáticas nos resultados que observamos. Isso abrirámuitas novas oportunidades que as pessoas nem mesmo

vêem atualmente. Sei que, na minha própria corporação,à medida que observamos algumas das questões de águalimpa, saúde, higiene e nutrição, a preocupação dasnossas pessoas é: "Este é um problema solucionável." Elascomeçam a abordar esses problemas de formas comerciaistradicionais, perguntando: "O que custa fazer com queisso aconteça?" — muitas vezes movendo-se para além deabordagens convencionais. Faremos enormes progressos,melhorias dramáticas, em direção aos Objetivos dasNações Unidas para o Milênio(1), além do que já fizemosna última década.

(1) As Metas de Desenvolvimento para o Milênio das Nações Unidas foram adotadas por

189 estados em stembro de 200. Os membros se comprometeram a apoiar a err a d i c a ç ã o

da pro b reza e fome extremas, educação priimária universal, igualdade entre os sexos e

o u t ros objetivos críticos. Maiores informações podem ser obtidas no site:

h t t p : / / / w w w. u n . o rg / m i l l e n i u m g o a l s / i n d e x . h t m l

Porter falou em chamada telefônica de conferência com Carpenter nasede da Procter & Gamble em Cincinnati, Ohio, e Pelant na sede daHeifer em Little Rock, Arkansas.

As opiniões expressas neste artigo são as dos entrevistados e nãorefletem, necessariamente, as opiniões ou políticas do governo dosEstados Unidos.

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Dentre os vários efeitos dos ataques terroristas contra osEstados Unidos no dia 11 de setembro, houve intensodebate sobre certas liberdades civis. Os terro r i s t a ssuspeitos deverão ser tratados de forma diferente deoutros suspeitos no tribunal? Deverão as atividades e osp a r a d e i ros de cidadãos não-americanos nos EstadosUnidos ser regulados de forma mais estrita? Deveremoscomeçar a exigir carteiras nacionais de identidade?Diversas dessas questões foram além do estágio dediscussão, pois suspeitos terroristas foram detidos etrazidos para julgamento, enquanto se aprova legislaçãonova e a velha é reinterpretada para permitir escrutíniomais estrito das comunicações e transações financeiras.

Conte xt o das L iberdades Ci vi s nosEst ad os Unidos

Todas estas questões são discutidas e trabalhadas em umcontexto que, de muitas formas, fala mais sobre liberdadescivis que o próprio debate atual. Os norte-americanos tême apoiaram por muito tempo uma série completa dessasl i b e rdades, que varia das garantias de liberdade deexpressão e tolerância às diversas religiões até a proteçãoigual perante a lei.

A preocupação fundamental com a pre s e rvação dasliberdades civis é um elemento do contexto da discussãoatual. Um segundo elemento é a maneira como os norte-americanos tomam decisões legais e políticas concretas.Os Tribunais, o Congresso e o presidente desempenhamuma parte. O direcionamento legislativo sobre questõesimportantes normalmente vem do presidente, mas asmedidas somente se tornam leis com aprovação doCongresso, o que freqüentemente ocorre (quando ocorre)apenas após as propostas serem substancialmentemodificadas. Em tempos de guerra ou emergência, aautoridade executiva do presidente e sua posição formalcomo comandante-chefe das Forças Armadas tornou-selegislativamente mais significativa e as medidas de

O Equilíbrio Crítico: Direitos Individuais eSegurança Nacional em Tempos Incertos

Mark BlitzFletcher Jones Professor de Filosofia Política

Presidente do Departamento de Governo, Faculdade Claremont McKenna em Claremont, Califórnia

Os esforços do governo para

evitar outra rodada de ataques

terroristas levantaram uma série de

questões constitucionais complexas

que estão sendo decididas pelos

tribunais norte-americanas e debatidas

por acadêmicos de Direito.

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emergência que ele propõe são analisadas imediatamente,embora mesmo nesses momentos o Congresso possafazer alterações. Após 11 de setembro, algumas leisimportantes para lidar com a ameaça terrorista imediata ede longo prazo foram aprovadas rápida e unanemementepelo Congresso. A proposta presidencial de criação deum Departamento de Segurança Doméstica com status degabinete, entretanto, foi analisada em velocidade menore com as negociações mais típicas da legislação ordinária.

A autoridade presidencial é especialmente forte emtempos de guerra, pois a guerra requer que a mobilizaçãode recursos e decisões militares resida em um únicoescritório. A legislação dos Estados Unidos e a práticafornecem aos presidentes ampla autoridade executiva emtempos de guerra. Até onde vai essa autoridade no casoespecífico dos ataques terroristas de 11 de setembro éoutra questão, entretanto, pois o escopo, a duração e osmétodos da campanha antiterror são diferentes doscombates convencionais em muitos aspectos. OCongresso ainda tem responsabilidade fundamental paraestabelecer os limites sobre o exercício da autoridadeexecutiva ao conduzir audiências, aprovar legislação econtrolar orçamentos.

Os tribunais (em última instância, a Suprema Corte) sãocapazes de decidir sobre a constitucionalidade dalegislação e ações executivas. Além disso, os tribunais sãolivres para lidar com injustiças específicas no transcursode julgamentos civis e criminais. De fato, embora parte dadiscussão atual sobre liberdades civis refira-se a açõeslegislativas em áreas tais como a reforma da imigração,grande parte dela envolve tribunais à medida quedecidem em casos específicos sobre as ações dopresidente e do seu gabinete.

As Cont rovér s ia s A tua i s

As principais controvérsias atuais sobre as liberdades civise a reação ao terrorismo referem-se aos direitos dos réuscriminosos em casos de terrorismo, à justiça da detençãodos suspeitos de atividades terroristas ou dos quedetenham informações significativas sobre essasatividades e à situação e tratamento de combatentescapturados no Afeganistão e em outras partes. Em todosestes casos, o tratamento é medido em comparação comum padrão que forneceu aos cidadãos dos Estados Unidosproteção crescente ao longo dos últimos quarenta anos,padrão esse que cresceu a partir da base constitucionalque já era muito alta. Esse alto nível de procedimentoadequado ao lidar com o crime é o terceiro elemento

contextual importante para a compreensão do debateatual.

No sistema legal norte-americano, todos, incluindo osindigentes, possuem garantias básicas:

• o direito ao aconselhamento legal em casoscriminais;

• o material encontrado na busca de residências dossuspeitos somente pode ser utilizado contra elesem tribunal se houverem sido seguidos osprocedimentos mais estritos;

• os suspeitos devem ser notificados de que nãonecessitam falar com a polícia e tudo o qued i s s e rem, caso não tenham recebido essanotificação, não poderá ser usado no tribunal;

• os policiais são punidos por táticas coercitivas eprovas obtidas sob coerção, tais como confissões,são inadmissíveis durante os julgamentos;

• os suspeitos devem ser julgados rapidamente edevem ser notificados das acusações contra eles.

Nessas e em outras áreas, o significado prático dessasgarantias de "processo legal devido" pode ser questão dediscussão contínua mas, fundamentalmente, elas limitamas ações dos procuradores do governo e protegem os réusde processos injustos.

Considerando esse contexto, podemos apreciar asdiversas questões envolvidas na discussão atual. Umaquestão refere-se às ações do governo com base na LeiPAT R I O TA dos Estados Unidos, que o Congre s s oaprovou após os ataques de 11 de setembro. A lei ofereceao governo diversos novos poderes para grampostelefônicos, rastreamento da atividade de computadores emonitoramento de transações financeiras, a fim de lidarcom suspeitos terroristas e com os que os auxiliam.

Alguns comentaristas temeram inicialmente que essespoderes permitissem ao governo intrusão excessiva nasvidas privadas. Como os novos poderes devem serexercidos com base em procedimentos estabelecidos e àluz da proibição constitucional de buscas e apreensõesfora do razoável, reduz-se a probabilidade dessesexcessos. Os tribunais da nação continuam ativamenteengajados na definição das fronteiras desses poderesinvestigativos ampliados.

Uma segunda questão concentra-se no uso agressivo pelogoverno das leis atualmente existentes para manter naprisão possíveis terroristas e os suspeitos de auxiliá-los ou

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de possuírem informações úteis sobre eles. Pouco depoisdo dia 11 de setembro, o procurador geral John Ashcroftcomparou essa atividade com a tática utilizada contra ocrime organizado por Robert Kennedy quando este eraprocurador-geral durante o mandato do irmão, na décadade 1960. Violações da situação de vistos, por exemplo,tornarão aqueles que têm possíveis informações sobreatos terroristas passados ou futuros sujeitos a detenções àsvezes demoradas. Alguns questionaram as táticasa g ressivas do governo de forma geral, mas éespecialmente a questão da detenção que foi amplamentedebatida.

A juíza do Distrito Federal dos EUA Gladys Kesslerdecidiu recentemente que o governo deve relacionar osnomes daqueles que estão sendo detidos, pois isso nãovem sendo feito. Os detidos têm liberdade para consultaradvogados e eles e suas famílias são e vêm sendo livrespara divulgar suas detenções. O Departamento de Justiçapreferiria, entretanto, não liberar os nomes de formageral, devido à preocupação de que os terroristas façamuso das informações ou de colocar os detidos em risco,p a rt i c u l a rmente após re t o rn a rem aos seus países deorigem. A questão será finalmente resolvida à medida queo governo apelar da decisão da juíza Kessler aos tribunaissuperiores.

Um terc e i ro conjunto de questões re f e re-se aosjulgamentos contra suspeitos terroristas. O governo fazdistinções entre nacionais estrangeiros, cidadãos norte-americanos e combatentes que possam ser diretamenteacusados de cometer crimes de guerra. No caso doscombatentes, existiam inicialmente algumaspreocupações sobre os planos do governo de utilizartribunais militares para julgar os capturados em batalhas(por exemplo, os que estão detidos na Base Naval de

Guantánamo) ou enquanto se dedicavam a atividadesmilitares. A publicação das normas para os tribunaismilitares deixou claro que as salvaguardas processuaisnormais mais críticas ainda serão válidas. Além disso, odecreto presidencial que autoriza esses tribunais nãodesregulamentou a opção de realizar julgamentos contrasuspeitos terroristas em tribunais civis.

A questão atual final é menos específica. Mesmo se osprocuradores e investigadores do governo agirem deacordo com a lei, alguns defensores das liberdades civisa c reditam que essas ações (coleta agressiva deinformações, aplicação estrita da lei de imigração eescolha de tribunais militares) criam atmosfera hostil paraa livre discussão.

Outros argumentam que a rápida reação do governo (e dopúblico) a maus tratos a alguns árabes-americanos evisitantes após 11 de setembro, a discussão política plenae aberta de como lidar melhor com o terrorismo e apropriedade processual com que as ações judiciais foramrealizadas demonstram a profunda importância epresença não diluída das liberdades civis e o cuidadosoequilíbrio constitucional de poderes, mesmo em temposdifíceis. Desse ponto de vista, o compromisso doscidadãos norte-americanos com as liberdades civis é tãoforte e vigoroso quanto seu apoio aos esforços contra osterroristas que retirarem deles essas liberdades.

Blitz é ex-diretor associado da Agência de Informação dos EstadosUnidos.

As opiniões expressas neste artigo são as do autor e não refletem,necessariamente, as opiniões ou políticas do governo dos EstadosUnidos.

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Arlington, Virgínia — No dia 11 de setembro de 2001,terroristas seqüestraram um avião civil norte-americano,utilizando-o para atacar o que o secretário da DefesaDonald Rumsfeld denomina com razão o símbolo norte-americano de "poderio militar". Em um instantea t e rro r i z a d o r, três dos cinco anéis concêntricos decorredores do Pentágono foram penetrados por um aviãot r a n s f o rmado em míssil voando a 560 km/hora,carregando toneladas de combustível de jatos explosivoque transformaria o concreto reforçado em mingau.

Após o impacto, um ângulo dos cinco lados doPentágono tornou-se uma bola de fogo e curvou-se comose sofresse um terremoto. O trágico evento ocorreuexatamente 60 anos após o dia em que se iniciou aconstrução da estrutura que abriga os funcionários civis emilitares que trabalham 24 horas por dia para fornecer adefesa dos Estados Unidos. O ataque contra um dosmaiores edifícios de escritórios do mundo matou 125desses trabalhadores, outros 110 foram seriamenteferidos e 59 passageiros a bordo do vôo AmericanAirlines 77 re c rutado à força morre r a minstantaneamente.

Além da tragédia humana, subitamente mais de 37.000metros quadrados de espaço interno de escritório foramretirados de uso e trabalhadores com missõesfundamentais de segurança nacional foram deslocados.Os esforços de re c o n s t rução no que um jorn a l i s t ai n t e rnacional chamou de "o outro Marco Zero "começaram quase imediatamente. O projeto dereconstrução do que o ataque havia destruído recebeuadequadamente o nome da ave mitológica "Fênix", ques u rge das cinzas da destruição. O programa dere c o n s t rução necessitou da colaboração de 3.000indivíduos para consertar os danos causados pelo fogo,fumaça e água em uma área de quase 186.000 metrosquadrados.

Notável projeto de reconstrução

ajuda na recuperação do ataque

contra o quartel-general dos

Estados Unidos.

Elasticidade e Renovação no PentágonoJacquelyn S. Porth

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Um ano mais tarde, o que parecia ser quase impossível foiconseguido no Pentágono. Os trabalhadores daconstrução retiraram 45.000 toneladas de escombros etrabalharam o equivalente a três milhões de horas parafazer o que alguns afirmaram inicialmente que nãopoderia ser conseguido: devolver os funcionários doDepartamento de Defesa ao seu antes demolido espaçode escritório até 11 de setembro de 2002.

O objetivo no aniversário não foi estabelecido pelasautoridades de alto escalão, mas sim através de consensoentre os trabalhadores no local (muitos dos quais sãoimigrantes nos Estados Unidos), que trabalharamarduamente ao lado de relógios digitais em forma decartazes que contavam os dias, horas, minutos e segundosaté o prazo de setembro de 2002. Foi uma maratona.Brett Eaton, chefe da equipe de comunicação do projeto,a f i rma que muitos dos trabalhadores da constru ç ã o"esqueceram suas vidas para fazer o trabalho",considerando isso um pequeno sacrifício em comparaçãocom outros que enfrentaram a perda de colegas e entesqueridos.

O sentido de urgência era claro, afirma Eaton: "Todos...compreenderam que todo o mundo está aguardando paraver como reage o Pentágono."

Os primeiros 600 trabalhadores retornaram ao seu espaçoanterior várias semanas antes do aniversário e da dataestabelecida. Alguns dos primeiros que re t o rn a r a mexpressaram seu compreensível "tremor sobre retornarexatamente ao mesmo ponto", mas também a ansiedadesobre seu retorno a uma aparência de normalidade.

Peter Murphy, conselheiro do comandante das Tropas daMarinha, estava entre os que reocuparam seus espaços emagosto. Ele disse aos repórteres que é importante seguire mostrar que "não teremos nosso futuro ditado porterroristas". Retornar também ajuda a fornecer algumsentido de conclusão para os 3.000 funcionários doExército e da Marinha que estarão de volta ao seu espaçoanterior de escritório até a data do aniversário.

O ataque de 11 de setembro ocorreu em uma parte doedifício que havia acabado de ser renovada com novospulverizadores de água, que se acredita tenham ajudado aconter o fogo, e janelas resistentes a rajadas que ajudarama sustentar as paredes em colapso por tempo suficientepara que um bom número de trabalhadores escapasse. Ashistórias daquelas escapadas difíceis também inspiraramnovas funções de segurança para o espaço renovado.

Todas as portas de saída externas e maçanetas dosescritórios, vãos das escadas e salas de espera receberamfita destinada a brilhar no escuro por quatro horas.I n d i c a d o res luminosos de saída foram instalados notérreo, pois muitos trabalhadores, presos em grandesquantidades em escritórios cheios de fumaça, nãoconseguiam enxergar as vias de escape no desastre de 11de setembro. Existem também novas fitas luminosas notérreo.

Uma nova área de "meditação" é outro lembrete do queaconteceu. Um grande emblema manchado iluminadopor trás, de uma águia e o sol contemplando o Pentágonodomina a sala. Ele contem a expressão "Unidos emMemória" e a data da tragédia. Uma segunda sala édedicada aos "Heróis dos Estados Unidos" que morreramnaquele dia. Jean Barnak, vice-gerente do Projeto Fênixpara o ngulo 1, afirma que os nomes das 184 pessoasmortas no edifício e no avião ficarão permanentementegravados nas paredes.

A passagem de um ano trouxe mudanças também no ladoexterno do edifício. O novo mistura-se invisivelmentecom o velho, apesar do acréscimo de 4.000 pedaçosnovos de pedra calcária trazidos do meio-oeste. A pedrafoi retirada do mesmo veio de Indiana utilizado para aconstrução do Pentágono, há sessenta anos. Maquinariaantiga de 1941 foi utilizada no corte da pedra nova, deforma que se igualasse à pedra remanescente. Como oPentágono é um monumento histórico oficial, foinecessário grande cuidado para preservar sua aparência.

O processo de renovação também é visível na novapaisagem do local antes seriamente danificada. Mirtosc repes rosa recém-plantados, arbustos de azevim emagnólias estão crescendo ao lado da nova fachada.

Mas ainda há um lembrete assustador da fúria do ataque.Um bloco retangular isolado de pedra calcária quebrado,deformado e carbonizado da estrutura danificada destaca-se do seu novo ambiente como severo lembrete dopassado recente. Com a simples inscrição "11 desetembro de 2001", está localizado perto do ponto deimpacto do jato e cobre uma cápsula dedicatória colocadano local em 11 de junho pelo vice-secretário da DefesaPaul Wolfowitz, para marcar o término do lado externodo edifício.

A cápsula de bronze é dedicada às vítimas e contém itensidentificados para inclusão por famílias das vítimas,trabalhadores da construção e pela administração do

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Departamento de Defesa "como testemunha da força e daresolução" dos norte-americanos. O conteúdo incluirelações dos nomes dos mortos no ataque contra oPentágono e das 46.000 pessoas que escreveram paraexpressar condolências pelos que sofreram com o ataque,bem como distintivos dos policiais e bombeiros queauxiliaram no esforço de resgate.

Um dos salvadores do Condado de Montgomery, emM a ryland, afirma que a re c o n s t rução rápida é "umtestemunho da capacidade de recuperação da nossanação". O capitão Troy Lipp afirma que a reconstruçãodo Pentágono é "um grande símbolo" e "significa muitopara todo o país".

Quando completou-se o lado externo do edifício,Wolfowitz afirmou que os "patriotas" que morreram nolocal no norte da Virgínia representavam valores queeram "estranhos" para os que perpetraram a violência. Areconstrução do Pentágono "é parte da luta na guerracontra o terrorismo", afirmou ele na cerimônia de 11 dejunho, e trazer as pessoas de volta antes do primeiroaniversário envia "uma mensagem de resposta aost e rroristas". Essa mensagem é que "não apenasreconstruiremos, mas faremos melhor do que era antes".

O conselheiro de trauma e tensão Victor Welzant disserecentemente a um grupo de funcionários do Pentágonoque a celebração de aniversários está "embutida na nossacultura". Os norte-americanos são "fortalecidos paraisso", afirmou ele, avisando que o primeiro aniversáriodespertará novamente muitas emoções nas pessoas. Mas,sejam quais forem as reações evocadas e sejam quaisforem as questões levantadas pelos ataques, ele afirmouque são parte de um processo normal de cura.

Os norte-americanos estão administrando o aniversário ea cura de muitas formas. Os membros imediatos dafamília e associados serão parte de uma cerimônia nolocal da Fênix em 11 de setembro de 2002. Ocomandante-chefe, o secretário da Defesa e o presidentedo Estadp Maior Conjunto discursarão para eles. Umminuto de silêncio às 9h37 marcará o momento em que oavião atingiu o Pentágono.

Alguns familiares, como Jim Laychack, que perdeu seuirmão mais novo no ataque ao Pentágono, esperam obterc o n f o rto em um memorial permanente que seráconstruído em breve, próximo ao "outro" Marco Zero."Achamos que devemos isso aos nossos entes queridos",afirma ele. O memorial será localizado no lado oeste dos

jardins do Pentágono, tão próximo ao local de impactoquanto a segurança o permitir.

Os familiares ajudaram a definir os critérios de projeto domemorial. Laychack afirma esperar que o memorial doPentágono comunique um "sentido de perda das pessoascomuns: irmãos, irmãs, esposas e pais". Os familiarescompreendem que é "muito fácil esquecer" indivíduoscujas vidas "foram apagadas" e desejam uma lembrançapermanente do que aconteceu ali. Eles a terão até osegundo aniversário, em 11 de setembro de 2003.

As Corporações de Engenheiros do Exército construirãoo memorial do Pentágono após a seleção final do projetoem dezembro. As autoridades observam que já foramrecebidas inscrições de mais de cinqüenta países. Ogerente do projeto do memorial das Corporações, CarolAnderson-Austra, afirma que as muitas inscrições doexterior demonstram como "o ataque tocou a todos, emtodo o mundo". Pessoas que desejam um mundo pacíficoe/ou querem oferecer conforto às famílias, afirma ela,desejam expressar "um sentido de solidariedade" atravésda participação e desejam transmitir uma mensagem deque "sempre nos lembraremos".

Reed Kroloff, o conselheiro de projeto das Corporaçõespara o memorial e curador do Museu Nacional daC o n s t rução, afirma que, se os terroristas buscavam"desestabilizar ou desmoralizar" os Estados Unidos, seuefeito foi "exatamente o oposto". O Pentágono estásendo re c o n s t ruído, será dada origem a um novomemorial e os Estados Unidos "saltaram de novo comvelocidade recorde", afirma ele.

Talvez os que ainda estão lutando (de muitas formasdiferentes) com o que aconteceu além do Rio Potomac noano passado devessem ter em mente as palavras dosecretário da Defesa: "das cinzas, nasce a esperança".

Jacquelyn S. Porth escreve sobre questões de defesa e segurançapolítica para o Escritório de Programas Internacionais deInformação.

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Escrevo este ensaio cerca de um mês antes do primeiroaniversário de 11 de setembro, na mesma calma LongIsland, município de Nova York onde assisti aos ataquespela televisão. E estou tentando fazer um balanço doprogresso do pensamento desde aquele dia terrível, quetem algo a ver com patriotismo e algo a ver simplesmentecom a forma como o pensamento trafega em um paíslivre. O patriotismo nos Estados Unidos, ou em qualquerverdadeira democracia, é instável e funciona de formamais ilusória que em países onde o pensamento individualé mais controlado. Aqui, o amor ao país é expansivo eintenso em um momento, qualificado e crucial noseguinte. Baseia-se tanto em julgamento como emsentimento, pois um dos riscos valiosos da liberdade é aliberdade de pensamento.

Nos últimos dias do verão, minha cidade é muitosemelhante ao que parecia pouco antes de 11 desetembro, especialmente nos dias da semana, quando hámenos veranistas e os barcos a vapor deixam a baía paraas gaivotas. Os cormorões pescam nos entulhos. Asgarças pavoneiam-se nos pântanos, donde um odorrançoso se eleva e se dilui. O céu apresenta neblina azulclara com umidade típica da época e o vento é apenassuficiente para balançar os ramos mais altos das árvores,que escurecem mais cedo nesses dias e sinalizam achegada de uma nova estação. Se perguntássemos aqualquer dos meus vizinhos como eles estavam sesentindo em uma dada manhã, eles diriam "ótimos" eestariam certos disso, muito embora, após os assassinatosdo ano passado, todos saibam que essa serenidade podetornar-se um alvo.

Tudo pode acontecer. Um personagem arruinado da peçade John Guare "Lydie Breeze" afirma: "Tudo podeacontecer." O sentimento às vezes é expresso de formabrilhante como quando alguém compra um bilhete deloteria, mas mais freqüentemente é misturado comamargura, resultante de um encontro derrotado com arealidade que sugere que estamos desamparados para

O Progresso de um Patriota: 11 de Setembroe a Liberdade nos Estados Unidos

Roger RosenblattProfessor de Inglês e Redação da Faculdade Southampton da Universidade de Long Island.

Articulista, revista "Time"

“Estamos, conscientemente ou

não, em busca contínua de uma

expressão mais nobre da

existência. Os eventos de

11 de setembro intensificaram

essa busca e, aconteça o que

acontecer, estaremos mudados,

provavelmente melhores, por

termos nos examinado

com mais cuidado."

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c o n t rolar nossa vida. Tudo pode acontecer: câncer,acidentes de carro, aviões que voam para dentro degrandes edifícios.

Isso então ocorreu, acredito, com o pensamentopatriótico desde 11 de setembro. Por ser livre para fazero que quiser, a mente norte-americana deu uma série devoltas, mais do que em qualquer outro momento daminha vida. Lidou-se com diversos esforços violentos emanifestações de patriotismo durante as guerras dosD i reitos Civis e durante a década de 1960,particularmente com relação ao Vietnã, mas nunca tantoscomo no ano passado. Os extremos do pensamento,quando não as paixões, foram mais severos; ospensamentos dentro dos pensamentos, mais amenizados.Além disso, como não houve ataques ao país desde 11 des e t e m b ro, a mente nem sempre está totalmenteconsciente do que está pensando sobre o estado dascoisas e, portanto, os pensamentos do país fluemnaturalmente para os pensamentos da família, do cão, dacozinha e de tudo o que sutilmente melhora o viver nosEstados Unidos.

Imediatamente após os ataques, o patriotismo se armou evestiu roupas de luto. Para a maioria, dor e revolta vieramjuntos e uma emoção inspirou a outra. É assim que deveser quando se é atacado de forma tão brutal. Do meup o l e i ro bucólico, vi o meu povo, a minha cidadedanificada e quis bater duro de volta; não apenas porvingança, embora esse sentimento tenha surgido forte,mas para proteger-me. Ao meu país, ao meu lar.

Por vários dias, todos ficaram estarrecidos ante os corposretirados das ruínas, as faces aflitas das esposas, maridos epais. Soubemos dos laços pessoais dos mort o s .Comparecemos a funerais. O noivo de uma amiga daminha filha foi morto enquanto trabalhava comocomerciante em uma das torres do World Trade Center.No funeral, que reuniu mais de mil pessoas, quase todasna faixa dos vinte anos, inseguros após o reconhecimentode que tudo pode acontecer. Hora após hora, vimos fotosde pessoas lutando através de fumaça e poeiraimpenetráveis. Bombeiros mortos. Policiais mortos. Umpai cujo filho não foi recuperado expressou a esperançade que ele estivesse vagando pela cidade, estupidificado.

Logo outro sentimento somou-se à raiva e à mágoa, algomais calmo e mais pensado. Começou-se a apreciar umaqualidade que normalmente não era atribuída aos norte-americanos: a dignidade essencial do povo. Muito do quese presenciou nas heróicas e incansáveis operações de

resgate foi a dignidade das pessoas que iam ao trabalho, adignidade inerente ao trabalho. Essa era a dignidade dohomem comum, antigo ideal revivido por umacircunstância terrível, mas sempre latente nos EstadosUnidos; o "Homem com a Enxada" do século XIX, o"Soldado Joe" do século XX. Mas a compaixãodemonstrada pelos trabalhadores entre si e a compaixãodemonstrada pela maioria dos norte-americanos naquelemomento revelou também uma forma mais profunda dedignidade. Aquilo foi um sentido cerimonioso dapreciosidade da vida emergindo literalmente das cinzas.Ninguém que tenha visto os trabalhadores de resgateretirarem seus chapéus e abrirem um corredor para oscorpos cobertos com a bandeira jamais os esquecerá.

De forma mais ampla, os pensamentos patrióticos daspessoas tornaram-se então mais alertas para os eventos.Reagiu-se a decisões governamentais em termos de comose observava o país política e historicamente. Quandoocorreram os primeiros ataques, somente os que pareciamser intelectualmente sagazes ou perversos voltaram suascostas para o país em apuros. Mas, pouco tempo depois,quando o Departamento de Justiça e outros começaram afalar sobre tribunais militares, interferências emconfidências entre advogado e cliente e detenção desuspeitos sem acusações ou provas, muitos nort e -americanos se sentaram e disseram: "Epa!" Alguém disse"epa!" duas vezes ao saber que, como resultado da LeiPAT R I O TA dos Estados Unidos (aprovada peloCongresso e sancionada pelo presidente Bush em outubrode 2001), o FBI estava examinando bibliotecas paraverificar o que as pessoas estavam lendo. Minhaimpressão é que a destruição de toda civilização começouquando os poderosos verificaram o que as pessoasestavam lendo.

O patriotismo exigiu deslealdade a essas noções. Um doscomponentes mais fortes deste país é que possui adeslealdade inculcada em seu sistema; deslealdade nãoaos princípios, mas aos líderes. Sempre que encontramoslíderes que se afastam dos princípios, somos encorajadose até obrigados a esmagá-los.

Também começaram a ser ditas outras coisas que iamcontra o foco. Estávamos certos em nossa guerra contra aAl-Qaeda, argumentaram certas pessoas, porque Deusestava do nosso lado. Coincidentemente, esse foiprecisamente o pensamento de Mohammad Atta, um dosterroristas nos aviões de ataque. Deus estava do lado doTalibã, foi assim que eles conseguiram ter sucesso na suamissão. O líder do Talibã, Mohammad Omar, pode ter

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imaginado como Deus estava firme com ele depois detudo. No dia 11 de setembro, Deus estava do lado dele.Algumas semanas mais tarde, quando Kandahar serendeu, o mulá pode ter ido às compras em busca de umadivindade mais competente.

"O fanático", afirmou o Sr. Dooley de Finley PeterDunne, "é um homem que faz o que ele pensa que oSenhor faria se conhecesse os fatos do caso."(1) O motivooriginal da nossa separação entre Igreja e Estado não foimeramente evitar uma religião estatal, mas evitar asconseqüências de uma religião estatal, das quais a maismortal é a crença de que Deus está do nosso lado.Naturalmente, gostaríamos de acreditar que Deus está donosso lado, pois os terroristas são os errados e nós oscertos, e qualquer divindade digna de fé seria capaz dever isso. Mas, muito melhor e mais saudável para o país énão julgar que sabemos o que Deus deseja. Os EstadosUnidos são o país mais religioso do mundoindustrializado e o motivo pode ser o fato de queconsideramos a religião essencialmente uma propriedadeparticular.

A mente patriótica ficou, portanto, alerta para suasinclinações mais desastrosas. Em outubro e novembro, erafácil ver em cada muçulmano um atirador de bombas; nãopara ser colocado em campos de concentração desta vez,mas certamente para ser observado. O lado bom foi quehouve muito poucos casos de molestamento público. Opresidente Bush agiu de forma admirável ao manter-sedistante e lembrando-nos de que os árabes-americanoseram, na verdade, norte-americanos. O lado ruim foi quecomeçamos a pensar categoricamente. Foi utilizado oeufemismo "formação de perfil racial". De que forma issoserviu como teste de patriotismo? O país foi composto detudo o que deixamos entrar e alguns dos convidadosquiseram liquidar-nos. Realmente falávamos a verdadequando reivindicávamos o respeito a todas as tradições ecrenças? Nos conscientizamos, como no passado, dost e rro res das fronteiras abertas; nós, os pro d u t o sagradecidos das fronteiras abertas.

Pensamentos como esses e outros não foram formalizadosou ordenados; eles simplesmente surgiram à medida queas ocasiões os exigiram. A mente norte-americana não édiferente quando lida com patriotismo do que quandoanalisa um candidato político, uma cerveja ou um saborde sorvete. Ela continua no fluxo, ela é o fluxo. Lançadonaa confusão o país ria de si próprio; os humoristas datelevisão passaram o dia tripudiando das excentricidadesverbais do presidente; o próprio presidente dizendo: "eles

me subestimaram"; a confusão deliberada e perpétua dopaís entre o respeito e o escárnio; nossa mania de nãolevar nada e levar tudo a sério, chegando até a fazerpiadas com Osama bin Laden. Caso se preocupasse empensar sobre isso (quem o fez?), afirmou-se que o auto-escárnio também fazia parte do patriotismo; a gargalhadaescrachada como liberdade de expressão.

Também foi lançada na confusão a tendência dos EstadosUnidos a devaneios. Mesmo em situações urgentes eameaçadoras, a mente fica lutando por uma saída, talvezporque a vida geralmente é suficientemente boa parapermitir esses devaneios ou porque o sonho é umatradição nacional; o país era um sonho em primeiro lugar.As pessoas em todas as partes consideram que, comosomos uma nação que pode fazer, sempre queremos fazer,mas não estamos de acordo. Por toda a reputação quetemos, os norte-americanos realizam mais passeiosmentais do que nos dão crédito. Todos os nossos heróiseram grandes sonhadores: Huck, Holden, Rip,( 2 ) etambém alguns reais, como Jefferson, Franklin e Edison.Vivemos fora do planeta tanto quanto dentro dele.Quando era criança, quando o professor me apanhavadivagando olhando a janela, fazia a pergunta previsível epenetrante: "Roger, você se importaria de voltar à aula?"E eu pensava: "Realmente não."

Relacionado aos nossos devaneios, estava nosso desejo deser intrusos; mesmo após 11 de setembro, quandosabíamos que tínhamos de remar juntos em direção a umcentro. Mas somente nossos temperamentos históricosnos permitiriam remar juntos por tanto tempo. Então nosimpulsionamos para fora. Um dos estranhos charmes donosso país é que majoritariamente não apenas nossentimos fora dos assuntos; dificilmente conhecemosalguém que se considere a par dos assuntos. Caso se devaacreditar nos candidatos presidenciais, nenhum delesnunca pôs os pés em Washington DC. Os antigoscongressistas e senadores devem ter dirigido pelo anelrodoviário da cidade recolhendo votos de dentro dos seuscarros. Washington é conhecida como a cidade dosinfluentes. Ser um influente (o nome indica) não é apenasestar onde se encontra o poder, mas estar errado sob oponto de vista de alguém ou ser um trapaceiro. Ser umintruso é uma forma de autofelicitação; somente osmelhores o fazem. Em guerra ou fora dela, permanecemostanto afastados dos eventos como dentro deles.

Isso resulta em uma mistura singular, o amor do país emuma democracia. Todos são livres para amar os EstadosUnidos muito, pouco, amá-los ou deixá-los, ou não os

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a m a r. Todos ficam cada vez mais agradecidos,especialmente em épocas de tensão, pela PrimeiraEmenda, pela Constituição que insistiu na capacidade decriar amendas, por permitir-nos dizer todas aquelas coisasque não queremos que sejam ditas. Há alguns anos, umlançador de um time de baseball da liga principalqueixou-se de que não conseguia continuar andando nometrô de Nova York com todas aquelas mães,homossexuais e imigrantes pedindo ajuda. As pessoasgritaram: "Ele não pode dizer isso." A beleza do nossosistema é que ele pode dizer isso e mais, pode pisar nabandeira se quiser e odiaremos ouvir e assistir a uma cenadessas, mas o aceitaremos. A Primeira Emenda foi feitapara todos, de forma especial para os tolos.

Tudo pode acontecer. Essa foi a lição de 11 de setembro.Onde você estava em 11 de setembro? Maisprecisamente, onde você estava em 10 de setembro? Ossúbitos movimentos da vida, como os da mente livre,p e rmanecem fora do nosso controle. O própriopatriotismo no país livre está fora de controle - a dor, amágoa, compaixão, apreciação mútua, crítica,autodúvida, diversão, devaneios para sonhos e aindependência individual. O que pode acontecer a umanação pode acontecer a um estado de espírito,particularmente em um país que foi criado a partir de umestado de espírito. Se aprendemos algo até agora, foi quea liberdade é mais difícil e complicada do que semprehavíamos sonhado.

Em abril e maio, o país raramente ainda pensava noAfeganistão ou em Osama; havia meses que não o víamosem vídeo. Não foi o 1984 de Orwell; não estávamoscontando com um governo capaz de reunir nossoinimigos de maneira falsa. Não esquecemos nossanecessidade de segurança, nem mesmo o desejo de punir.Mas esses pensamentos submergiram sob outras coisasque afetaram nossas vidas e sob outras notícias. Agora,Israel se tornara o principal alvo dos terroristas e o anti-semitismo europeu se levantara como morto vivo. Agora,imensas corporações surgiram como ladrões destruidoresde vidas. Agora, o mercado afundou como uma pedra.Agora, os jogadores e proprietários de times de baseballestavam a ponto de sabotar uma turnê de jogos porganância.

Onde estávamos em nosso próprio país? Onde estávamosem relação ao resto do mundo? Não gostamos de pensarmuito sobre o resto do mundo. Grandes empresas gostamde pensar no mundo como clientes. Mas, para nós, ogrande e vasto mundo tornou-se meramente o lugar onde

ocorrem enchentes e terremotos em locais distantes,especialmente depois que a Rússia transformou-se deameaça para (uma espécie de) amigo. Se soubéssemosmais sobre o mundo muçulmano, disseram-nos aspessoas, poderíamos ter antecipadado o 11 de setembro,se não o evitado. Se soubéssemos mais sobre os nossosinimigos no mundo, fomos informados, poderíamosretirá-los da pobreza e da sua ignorância sobre nós; comosomos maravilhosos, quando vocês nos conhecem, comosomos decentes, razoáveis e alegres.

Ainda quando o patriotismo divide esses desejos maissérios, ele os dilui. Para cada momento de auto-inspeçãodeplorável desde 11 de setembro, houve dois em que sepensou: Ao diabo com o resto do mundo. Por quedevemos nos desculpar por existirmos? E, se cometemoserros calamitosos na nossa história internacional, eles sãopiores que os dos países que nos mostram seus dentes? Equal outro país da história, gostaríamos de saber, fez tantobem para o resto do planeta faminto, empobrecido edestruído pela guerra? Fomos para a Bósnia, gostaríamosde ressaltar, por nenhuma outra razão além de fazer obem. É algo que os Estados muçulmanos poderiamrelembrar ao insultarem o Grande Satã.

Em resumo, nossa vigilância quanto às condições eatitudes do mundo mais amplo provavelmente nadafizeram para aproximar-nos dele; exceto no pensamentomais desejoso e lacrimejante. Os Estados Unidos,concluímos corretamente na minha opinião, não fizeramnada para merecer os ataques assassinos contra o nossopovo. Se a educação ajudar no futuro, vamos, de todas asf o rmas, todos educar-nos. Mas esse foi um assuntoseparado das loucas decisões de fanáticos.

Eu me achava capaz dessas reações fortes antes de 11 desetembro? Não sei. Tudo pode acontecer. Os testesimpostos pelos eventos sobre o patriotismo das pessoasforam os testes enfrentados todos os dias pela liverdadede pensamento. Por muitos dias sequer pensei em 11 des e t e m b ro, na Al-Qaeda, no Iraque ou mesmo queestávamos em estado de guerra ou de emergência. Se algocontinuou consistente desde aquele dia, são as imagensdo sofrimento. A esposa do jornalista executado, DannyPearl; os pais de Nathan Ross Chapman, o primeirosoldado norte-americano morto por fogo inimigo noinício de janeiro - sua nobre submissão à pior notícia quealguém pode receber: isso permanece comigo.

Grande parte do patriotismo norte-americano concentra-se em detalhes administráveis. Amo minha família. Amo

minha cidade. Os sentimentos maiores mudam,aumentam, são desviados, vêm e vão. O que temos nestepaís (mais importante que progresso e poder) é um tipoespecial de instabilidade. Estamos, conscientemente ounão, em busca contínua de uma expressão mais nobre daexistência. Os eventos de 11 de setembro intensificaramessa busca e, aconteça o que acontecer, estare m o smudados, provavelmente melhores, por termos nosexaminado com mais cuidado.

Nestas noites de final de agosto, os raios coagulados dosol brilham mais insistentemente, antes de se perderem devista. As cercas-vivas escurecem mais cedo e exibemsinais de deterioração. Não longe daqui, os córregosdesaguam na baía, que força seu caminho através de umcanal onde os pescadores sentam-se sobre pilhas eesperam pelo melhor; em seguida, difunde-se para umabaía maior e depois para o Atlântico. Estou em algumlugar. Nosso país é algum lugar. Estamos certos de quesignificamos algo valioso para nós e para os outros, quetemos boas razões para sobreviver e triunfar eesperaremos por mais.

1. Martin Dooley, dono de um bar, foi criação de ficção do jornalista Finley Peter

Dunne, de um jornal de Chicago. No final do século XIX, o Sr. Dooley (falando com

forte sotaque de imigrante irlandês, escrito foneticamente nas colunas de Dunne)

trouxe análise, ironia e humor para suas discussões fictícias sobre questões sociais e

políticas norte-americanas com seus clientes, imigrantes irlandeses.

2. Huck Finn, personagem principal do romance de Mark Twain, "As Aventuras de

Huckleberry Finn"; Holden Caulfield, personagem principal do romance de J. D.

Salinger, "O Apanhador no Campo de Centeio"; e Rip Van Winkle, personagem

principal do conto de Washington Irvin, "Rip Van Winkle: A Posthumous Writing of

Diedrich Knickerbocker".

Roger Rosenblatt é autor de "Where We Stand: 30 Reasons forLoving Our Country" (Onde Estamos: Trinta Razões para AmarNosso País).

As opiniões expressas neste artigo são as do autor e não refletem,necessariamente, as opiniões ou políticas do governo dos EstadosUnidos.

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11 de setembro: Dois aviões seqüestrados chocaram-secontra as torres do World Trade Center (WTC) naCidade de Nova York. Milhares de pessoas morreramquando as torres entraram em colapso, mais de uma horaapós os impactos. Um terceiro avião seqüestrado colidiucom o Pentágono. Um quarto, possivelmente destinado aoutro alvo em Washington DC, caiu no Condado deSomerset, Pensilvânia, aparentemente após os passageirostentarem dominar os seqüestradores.

8h48 (EDT) — O vôo American Airlines 11 atingiu aTorre Norte do WTC.

9h03 — O vôo United Airlines 175 atingiu a Torre Sul.

9h38 — O vôo American Airlines 77 atingiu oPentágono.

9h59 — A Torre Sul do WTC entrou em colapso; a TorreNorte caiu às 10h28.

10h00 — O vôo United Airlines 93 caiu na Pensilvânia.

A Administração Federal de Aviação suspendeu todo otráfego aéreo nos Estados Unidos e desviou os vôosinternacionais para o Canadá. Os escritórios federais eedifícios públicos em Washington, Nova York e outrascidades importantes foram fechados.

16h10 — O edifício 7 do World Trade Center entrou emc o l a p s o .

20h30 — O presidente Bush discursou para a nação: "Osataques terroristas podem abalar as fundações dos nossosm a i o res edifícios, mas não podem tocar nas fundações dosEstados Unidos."

M i l h a res de pessoas foram mortas. As autoridades nacidade de Nova York estimaram inicialmente o número dem o rtes no WTC e áreas vizinhas em mais de cinco milpessoas. À medida que as listas eram atualizadas, os nomesverificados e os restos de algumas vítimas eramidentificados, o número de vítimas foi reduzido.

As autoridades afirmam agora que 2.829 pessoasm o rreram no World Trade Center, incluindo osp a s s a g e i ros dos aviões dos vôos AA 11 e UA 175 e 453funcionários de segurança pública que atenderam àe m e rgência. Os mortos vieram de mais de 90 países detodo o mundo. Foram identificados os restos mortais demenos da metade das vítimas. (Fonte: Escritório doMédico Legista da cidade de Nova York em 19 de agostode 2002.)

No Pentágono em Washington DC, 189 pessoasm o rreram, incluindo as 64 pessoas a bordo do vôoAmerican Airlines 77. Quando o vôo United Airlines 93

RECURSOS ADICIONAIS

Cronologia Selecionada de Eventos Importantes: 11 de setembro de 2001 — atual

Informativo compilado pelo Escritório de Programas Internacionais de Informação do Departamento de Estado dos Estados Unidos

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caiu no oeste da Pensilvânia, 44 pessoas morreram. (Fonte:Conselho Nacional de Segurança do Tr a n s p o rt e . )

As mais de 3.000 pessoas mortas nos ataques de 11 des e t e m b ro incluíram 19 seqüestradores a bordo dos quatroaviões civis.

12 de setembro: O Conselho do Atlântico Nort einvocou o Artigo 5 do Tratado do Atlântico Norte, def o rma a considerar os ataques terroristas contra osEstados Unidos como um ataque contra todos os Estadosmembros, e prometeu qualquer assistência necessária.

Tanto a Assembléia Geral como o Conselho deSegurança das Nações Unidas aprovaram por aclamaçãoresoluções condenando os ataques terroristas contra osEstados Unidos e convocando os Estados membros acooperarem para levar os "perpetradores, organizadores efinanciadores das afrontas" à justiça.

13 de setembro : O presidente Bush e o pro c u r a d o r- g e r a lJohn Ashcroft instaram o povo norte-americano a nãoresponsabilizar os árabes-americanos e muçulmanos pelosataques terroristas e prometeram rápida resposta à violênciacontra eles.

15 de setembro: O presidente Bush reuniu-se com seusconselheiros de segurança nacional em Camp David,Maryland. Ele confirmou aos repórteres que Osama binLaden era um "suspeito importante". O secretário deEstado Colin Powell expressou gratidão pelas expressõesmundiais de apoio. "Dezenas de países perderam vidas[no World Trade Center] e eles compreendem que estefoi também um ataque contra eles."

18 de setembro: O Conselho de Segurança das NaçõesUnidas convocou o Talibã a entregar Osama bin Laden,de acordo com a UNSCR 1333, aprovada pelo Conselhoem 19 de dezembro de 2000. Esta resolução exigia que oTalibã parasse de fornecer abrigo e apoio ao terrorismo eentregasse Bin Laden às autoridades que investigam seususpeito envolvimento em outros atos terroristas.

19 de setembro: O presidente Bush discursou para umasessão conjunta do Congresso e do povo nort e -americano, descrevendo o esforço norte-americano einternacional abrangente para pôr fim ao terrorismoglobal. Ele citou a Al-Qaeda e uma rede independente degrupos terroristas como principais suspeitos dos ataquesde 11 de setembro.

24 de setembro: O presidente Bush assinou uma ordemexecutiva congelando os ativos de 27 organizações epessoas suspeitas de financiar o terrorismo e apoiar a Al-Qaeda.

28 de setembro: O Conselho de Segurança das NaçõesUnidas adotou por unanimidade a UNSCR 1373, queestabeleceu medidas de amplo alcance para combater ot e rrorismo, concentrando-se especialmente no apoiofinanceiro de que os terroristas necessitam para conduziros seus atos.

4 de outubro: O presidente Bush prometeu US$ 320milhões em auxílio humanitário adicional ao Afeganistão.Ele também anunciou convocação adicional de reservistasdo Exército e membros da Guarda Nacional do Exército.Até o momento, cerca de 7.765 reservistas militares emembros da Guarda Nacional haviam sido convocadosdesde os ataques.

5 de outubro: O debate de uma semana da AssembléiaGeral das Nações Unidas sobre o terrorismo intern a c i o n a lteve a concordância dos países em expressar seu horro rs o b re os ataques de 11 de setembro contra os EstadosUnidos e sua esperança de que os governos poderãotrabalhar juntos para erradicar o terrorismo em todas asp a rtes do mundo.

À medida que o governo dos Estados Unidos descobriuevidências adicionais que ligam os ataques a Osama binLaden e ao movimento terrorista Al-Qaeda, ele utilizouseus recursos e os recursos da coalizão internacional paraagir contra a Al-Qaeda. O governo Talibã do Afeganistãofoi identificado como fornecedor de refúgio e apoio para aAl-Qaeda. Quando o Talibã continuou a re c u s a r-se a tomarações contra a Al-Qaeda, a coalizão liderada pelos EstadosUnidos decidiu atacar o Talibã e a Al-Qaeda noA f e g a n i s t ã o.

7 de outubro: O presidente Bush anunciou que, emresposta aos ataques de 11 de setembro e de acordo como direito inerente de auto-defesa individual e coletivo, asforças armadas dos Estados Unidos haviam lançadoataques contra campos terroristas da Al-Qaeda einstalações militares do Talibã no Afeganistão.

10 de outubro: O porta-voz do Departamento de EstadoRichard A. Boucher afirmou que suspeitos de terrorismoforam presos ou detidos em 23 países: 10 na Europa, 7 noOriente Médio, 4 na África, 1 na América Latina e 1 noleste asiático. Foram tomadas medidas contra ativos

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financeiros dos terroristas. Autoridades buscaram ativosfinanceiros dos terroristas em 112 países.

11 de outubr o : O presidente Bush organizou suaprimeira entrevista coletiva desde os ataques. Ele disseaos jornalistas que o Talibã ainda tinha uma segundachance; caso entregassem Bin Laden e seus seguidores,"reconsideraremos o que vocês estão fazendo ao seupaís." Ele também afirmou que os Estados Unidosestavam preparados para ajudar as Nações Unidas ae s t a b e l e c e rem um governo afegão estável ere p resentativo que não estivesse envolvido emterrorismo, nem no comércio de drogas.

25 de outubro: Em Londres, o primeiro-ministro TonyBlair informou aos líderes do Partido Conservador sobreos planos de envio de tropas terrestres britânicas aoAfeganistão. O presidente Bush designou Barein como"principal aliado fora da Otan".

31 de outubro: O Departamento da Defesa anunciouque as chamadas de reservistas excederiam 50.000. AAgência para o Desenvolvimento Internacional dosEstados Unidos (USAID) anunciou que forneceria àsNações Unidas e a outras agências humanitárias US$11,2 milhões para adquirir até 30.000 toneladas de trigode países da Ásia Central para assistência ao Afeganistão.

27 de novembro : O Banco Mundial e o Banco deDesenvolvimento Asiático mantiveram reunião emIslamabad para discutir o auxílio à re c o n s t rução doAfeganistão.

3 de dezembro : As Nações Unidas anunciaram que oPrograma Mundial de Alimentação empregaria mais de2.400 mulheres nos seus esforços de distribuição dealimentos de emergência em Cabul. O recrutamento dem u l h e res na operação do programa de assistênciadestinou-se a reverter o efeito da política de cinco anosdo Talibã que afasta as mulheres do mercado de trabalho.

4 de dezembro: R e p re sentantes afegãos re úne m-se emBonn, Alemanha, e assinam acordo provisório destinado aoestabelecimento de um governo pós-Talibã de bases amplas,multiétnico, estável e re p resentativo no Afeganistão após23 anos de guerra. O governo provisório do Afeganistãoseria liderado por Hamid Karzai, líder pachto de Kandahar.

13 de dezembro: O Departamento da Defesa liberou umvideoteipe de Osama bin Laden, discutindo os ataquesterroristas de 11 de setembro. O vídeo mostra Bin Laden

afirmando que a devastação causada por jatos carregadosde combustível que se chocaram contra as torres gêmeasdo Trade Center excedeu em muito suas expectativas.

22 de dezembro: Foi criada a Autoridade ProvisóriaAfegã, organismo multiétnico que reflete a composiçãoreligiosa e geográfica do Afeganistão, para administrar anação.

17 de janeiro de 2002 : O secretário de Estado dosEstados Unidos Powell reabriu oficialmente a Embaixadados Estados Unidos em Cabul, Afeganistão, que estavafechada desde 1989.

21/22 de janeiro : Realizou-se a ConferênciaInternacional de Auxílio ao Afeganistão, em Tóquio. OsEstados Unidos prometeram US$ 296 milhões paraesforços de reconstrução no Afeganistão.

29 de janeiro : O presidente Bush, no discurso anualEstado da União, afirmou que os inimigos dos EstadosUnidos "acreditavam que os Estados Unidos eram fracose materialistas e que iríamos nos estilhaçar em temores eegoísmo. Eles estavam tão errados como são malvados."O presidente afirmou que os nort e - a m e r i c a n o s"estenderão a compaixão do nosso país a todas as partesdo mundo". Ele prometeu especialmente "incentivar odesenvolvimento, a educação e as oportunidades nomundo islâmico".

Os Estados Unidos deixaram claro que seus ataques noAfeganistão e as ações antiterrorismo em todo o mundodirigem-se apenas à Al-Qaeda, às nações e aos indivíduosque lhes fornecem apoio e a outros terroristas.

C e rca de cinco milhões de muçulmanos vivem nosEstados Unidos. Eles têm a garantia das mesmasliberdades religiosas, políticas e individuais de outroscidadãos ou residentes. Após os ataques de 11 des e t e m b ro, os muçulmanos e outros cidadãos nort e -americanos intensificaram seus contatos, re f l e t i n d ointeresse disseminado em conhecer mais sobre o Islã e aforma como seus praticantes fazem parte de toda a naçãonorte-americana. Os meios populares de comunicaçãoforneceram extensos programas ou artigos especiais, asescolas estão buscando ativamente incluir maisinformações sobre questões árabes e islâmicas nos seuscurrículos e as inscrições em programas formais de estudoc resceram substancialmente. (Para mais inform a ç õ e s ,consulte http://www.usinfo.state.gov/usa/islam/)

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11 de março : Colunas gêmeas de luz azul dirigiam-se aocéu acima da Cidade de Nova York, cobrindo um dia deserviços religiosos e outros serviços memoriais.

23 de março : Escolas abriram no Afeganistão, permitindoo comparecimento de meninos e meninas pela primeiravez após anos. O apoio norte-americano incluiu US$ 10milhões para material escolar e livros em idiomas dari epachto.

17 de abril : O antigo Rei Zahir Shah retornou aoAfeganistão, sem reivindicar o trono.

30 de maio : Cerimônia no local do antigo World TradeCenter marcou o final dos esforços para recuperar restosdas 2.829 pessoas mortas nos ataques. Trabalhando 24horas por dia, equipes de trabalho removeram 1,8 milhãode toneladas de fragmentos do local.

11 de junho : Em cerimônia no Pentágono, uma cápsulade dedicação foi vedada na parede oeste reconstruída noedifício. O bloco final de pedra calcária utilizado paravedar a parede continha as marcas enegrecidas do ataquee a data, 11 de setembro de 2001.

12 de junho : O presidente Bush organizou a primeirareunião do Conselho de Segurança Doméstica.

13 de junho : O recém-constituído Loya Jirga afegãoelegeu Hamid Karzai presidente do novo Govern oTransitório Islâmico do Afeganistão.

18 de junho : O presidente Bush enviou ao Congresso suap roposta de criação de um novo Departamento deSegurança Doméstica com status de gabinete paradesenvolver e coordenar a estratégia nacional contraameaças e ataques terroristas.

6 de julho : O vice-presidente do Afeganistão, Haji AbdulQadir, e seu motorista foram assassinados em Cabul.

12 de julho : O Departamento de Bombeiros de NovaYork recebeu a Medalha de Ouro da Coragem e Devoçãoem Paris. Os membros dos departamentos de polícia ebombeiros foram homenageados em todo o mundo peloseu trabalho e heroísmo após os ataques terroristas.

15 de julho : O norte-americano John Walker Lindh, de21 anos de idade, declarou-se culpado em tribunal federalpor haver fornecido auxílio ao Talibã. Foi sentenciado avinte anos de prisão.

O Escritório de Programas Internacionais de Informação preparoueste documento, com base em uma série de fontes públicas, parafornecer visão geral de eventos significativos do último ano. Não sedestina a ser relatório completo, nem abrangente, da CoalizãoGlobal contra o Terrorismo, nem expressão oficial da diplomacianorte-americana.

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O Afeganistão apresenta um dos desafios humanitários ede desenvolvimento mais difíceis já enfrentados pelaAgência Norte-Americana para o DesenvolvimentoInternacional (USAID).

Anos de guerra civil, consolidados pelo regime Talibã e apior seca da história devastaram o país. Cerca da metadedos 26,8 milhões de pessoas vive em pobreza absoluta. Adesnutrição é disseminada. Cinqüenta por cento daspessoas são desempregados; 70% são analfabetos. Asviolações sistemáticas aos direitos humanos pelo Talibãrestringiu o acesso das mulheres à educação, assistênciamédica e condições de vida, privando-as dos meios desustentar-se e às suas famílias. Virtualmente todas asinstituições do país e grande parte da sua infra-estruturaforam destruídas.

Esse ambiente, se mantido abandonado, fornece campof é rtil para o terrorismo e outros movimentosd e s e s t a b i l i z a d o res. Para apoiar a guerra contra oterrorismo e manter a tradição norte-americana de assistiraos necessitados, a USAID assumiu compro m i s s oimportante para ajudar a construir futuro esperançosopara o povo do Afeganistão.

A USAID realizou esforços históricos para forn e c e rassistência fundamentalmente necessária para o povoafegão. Mesmo antes dos ataques terroristas de 11 desetembro, o Afeganistão foi o principal destinatário deauxílio humanitário dos Estados Unidos, recebendo US$174 milhões no ano fiscal 2001.

Desde os ataques, os Estados Unidos continuaram adesempenhar papel de liderança para atender às urgentesnecessidades afegãs de alimentos, água, refúgio eremédios. O fornecimento de quantidades de alimentossem precedentes na história pelo Programa Mundial deAlimentação (WFP) das Nações Unidas, comfinanciamento da USAID, reduziu em grande parte aperda de vidas. A maior parte do trigo, óleo e lentilhas

A Reconstrução do AfeganistãoTrecho de Relatório da Agência Norte-Americana para o Desenvolvimento Internacional

“Existe um sentido de esperança e

liberdade no ar que não se sentia há

vários anos. O governo dos Estados

Unidos está trabalhando para

assegurar a longo prazo que o povo

afegão possua oportunidades de

ganhar a vida e receber educação e

assistência médica de qualidade

em uma sociedade estável

governada por líderes justos."

— Andrew S. Natsios,

Administrador da USAID

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veio dos Estados Unidos e alimentoumais de nove milhões de homens,mulheres e crianças.

Os Estados Unidos prometeram cercade US$ 300 milhões no ano fiscal2002 para auxílio e reconstrução doAfeganistão. Deste total, US$ 184milhões são administrados pelaUSAID. Com a deposição do Talibã eo estabelecimento do Govern oTransitório Afegão, o Afeganistãoestá começando a concentrar-se nasua recuperação e reconstrução, mes-mo enquanto a seca continua.

Embora ainda seja necessária a ajudahumanitária, a USAID está aumen-tando os esforços de reconstrução. AUSAID estabeleceu quatro objetivospara a reconstrução: 1) restauração dasegurança alimentar e revitalização daagricultura e outras opções de vida; 2)reconstrução do sistema educacionaldevastado; 3) melhoria da saúde; e 4)fortalecimento das instituições afegãspara assegurar a estabilidade a longoprazo. Destes, a agricultura é pedrafundamental do desenvolvimentosustentável.

A USAID está trabalhando com a ATA, organizaçõeshumanitárias e o restante da comunidade internacionalpara iniciar o processo de estabelecimento de umasociedade estável e segura que atenda às necessidades doseu povo e elimine o ambiente que estimula o terrorismo.

Reab il i ta ção da Agri cul tu ra

Tradicionalmente, a agricultura é o maior e mais im-portante setor da economia, mas a instabilidade, junto auma seca de quatro anos na região, devastou a capacidadede produção alimentar do país e empobreceu osfazendeiros.

Embora a seca provavelmente continuará no Afeganistãopelo menos nos próximos 12 a 18 meses, a USAIDcomprometeu-se a auxiliar a longo prazo.

A agricultura é a forma de vida para 70% dos habitantesdo Afeganistão e a USAID está auxiliando os agricultores

a re s t a b e l e c e rem a produção et o rn a rem-se mais lucrativos eeficientes. Este esforço inclui areabilitação do sistema de irrigação e of o rne-cimento de ferr a m e n t a s ,equipamentos agrícolas, 15.000 tone-ladas de fertilizantes, vacinas para osanimais e 7.000 toneladas de sementespara o plantio de primavera, quepoderão gerar 125.000 toneladas dealimentos. Ao longo dos próximos doisanos, a USAID fornecerá um total de48.000 toneladas de sementes, que têmo potencial de aumentar a produçãoagrícola em até 772.000 toneladas.Essas variedades aprimoradas desementes são resistentes à seca edeverão aumentar a produção em 80 a100%.

Os fazendeiros e pequenos empresárioscontraíram profundas dívidas duranteos anos de seca e instabilidade. Adívida leva os fazendeiros a cultivarempapoula para o tráfico de drogas ee n t re g a rem suas jovens filhas paracasamento. A USAID está re v i t a -lizando a economia rural através dapromoção do cultivo de safras de altovalor, como uvas passas, outras frutas e

legumes. Projetos de pagamento por trabalho empregamos afegãos locais para reabilitar a infra-estru t u r afundamental, tal como estradas das fazendas para osm e rcados e sistemas de irrigação. Na Província deHelmand, os fazendeiros que anteriormente cultivavampapoula para o ópio reagiram entusiasticamente, àmedida que a USAID os assistia para entrar novamentenos mercados de exportação perdidos durante o conflito,incluindo algodão, amendoim e sementes de legumes.

Os especialistas também estão treinando fazendeirosafegãos em métodos de plantio, proteção de safras eacasalamento de animais. A USAID está financiando aMercy Crops International para o plantio de viveiros deá rv o res frutíferas, distribuição de amostras eestabelecimento de unidades veterinárias de campo.

A falta d’água é a restrição mais crítica para reviver aagricultura do Afeganistão. A USAID está financiandop rojetos de perfuração de poços, re c o n s t rução desistemas locais de irrigação, reabilitação do fornecimento

A USAID estátrabalhando parainiciar o processo deestabelecimentode umasociedadeestável e seguraque atenda àsnecessidadesdo seu povo eelimine o ambiente queestimula o terrorismo.

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de água e conservação de água. O parceiro da USAID naimplementação, FOCUS, está instalando poços em todasas províncias de Balkh e Baghlan e construirá sistemas deágua canalizada na Província de Bamiyan. Outrasorganizações estão reabilitando canais e reservatórios econstruindo barreiras contra a erosão. A USAID finan-ciará uma avaliação nacional dos recursos aquáticos parase ter uma melhor compreensão e reação aos efeitos dequatro anos de seca.

Mel hor ia da E ducação

A educação é componente fundamental para a construçãode uma sociedade estável e economicamente auto-suficiente. Durante o regime Talibã, as meninas afegãscom mais de oito anos de idade foram banidas das salasde aula.

Estima-se que, em 1999, 32% das 4,4 milhões de criançasafegãs em idade escolar estavam matriculadas. Noventa edois por cento das meninas do país não freqüentavam aescola. As professoras, que compreendiam 70% doseducadores do país no início da década de 1990, foramforçadas a demitir-se. Muitas das 3.600 escolas doAfeganistão foram danificadas ou destruídas por décadasde conflitos e falta de insumos básicos.

Agora, pela primeira vez em vários anos, as meninas têma oportunidade de obter educação. As professoras, antesb a rradas da sala de aula (e da sociedade), tambémretornaram. O Governo Transitório do Afeganistão, ogoverno dos Estados Unidos, o Comitê Sueco para oAfeganistão, o UNICEF e muitas outras organizaçõesestão trabalhando em conjunto para trazer as crianças eos professores afegãos "de volta para a escola", com livrosdidáticos, material escolar e materiais de treinamentodisponíveis.

A educação beneficia a sociedade afegã tanto social comoeconomicamente. Um ambiente escolar estru t u r a d ofornece aos jovens o sentido de normalidade e rotina apósanos de conflito. Os adolescentes que se dedicaram aoaprendizado terão menos chance de serem recrutadospara milícias e grupos criminosos. Todos têm aoportunidade de adquirir conhecimentos valiosos que, aofinal, permitem que o Afeganistão estabeleça força detrabalho competitiva composta de mulheres e homens. Osistema educacional está trazendo as mulheres de voltapara a força de trabalho e permitindo que elas ajudem asustentar suas famílias.

Através de uma doação de US$ 7,75 milhões para aUniversidade de Nebraska em Omaha, a USAID editou eimprimiu cerca de dez milhões de livros didáticos deciências, matemática, leitura, educação cívica e estudossociais para a primeira até a 12a série. Mais de cincomilhões de livros foram fornecidos pelo UNICEF combase no Programa de Retorno à Escola do governo afegãoem tempo para o dia da abertura, 23 de março. Os livrosdidáticos são impressos nos idiomas afegãos dari e pachtoe são acompanhados por "kits" para os professores ematerial escolar adicional.

A USAID está financiando cinco equipes de quatrot re i n a d o res de pro f e s s o res para ministrar cursos deatualização de duas semanas. Ao final de 2002, milharesde educadores afegãos, muitos dos quais são mulheres,receberão este treinamento.

Como parte do seu programa de alimento para aeducação, o WFP, com auxílio da USAID, estáfornecendo alimentos nutritivos a 47.000 crianças emidade escolar de Cabul e do nordeste do Afeganistão. Ummilhão de crianças serão beneficiadas, à medida que op rograma se expande nacionalmente. As meninasrecebem cinco litros de óleo vegetal todos os meses,como incentivo para a freqüência regular à escola. Oprograma reduz as taxas de evasão, aumenta a freqüênciaescolar e incentiva as famílias a enviarem as meninas paraa escola.

A USAID, trabalhando através do AFP e da OrganizaçãoInternacional para a Migração, está reabilitando mais de600 escolas e capacitando padarias administradas pormulheres a fornecer pão às crianças nas escolas. Cerca de50.000 pro f e s s o res estão recebendo cestas básicasmensalmente para suplementar sua renda, através de umprograma de alimentos para servidores civis introduzidoem todo o país. Esse programa é parte do apoioabrangente de US$ 118 milhões da USAID para osesforços do WFP no Afeganistão desde outubro de 2001.

Trecho de Relatório da Agência Norte-Americana para oDesenvolvimento Internacional

A íntegra deste relatório está disponível no endereçohttp://www.usaid.gov/about/afghanistan/rebuilding_afghanistan.pdf

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