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Ano VII - Edição Nº 115 Campo Grande, MS - dezembro de 2008 Um brinde à Lei Seca neste Natal As festas de final de ano devem ser mais tranqüilas em 2008. Esta é a expecta- tiva das autoridades dian- te da Lei Seca, uma vez que a gravidade e o grau de vi- olência das ocorrências aumenta em função de eventos envolvendo pesso- as embriagadas. Elas são as responsáveis por 65% dos acidentes de trânsito, por exemplo. As estatísticas mostram os reflexos da lei, de janeiro a outubro deste ano em comparação com 2007, o índice de acidente caiu em 12,6%. Para garan- tir a paz nas ruas, a Com- panhia de Policiamento de Trânsito vai reforçar as campanhas de conscienti- zação no mês de dezembro. Pág. 08 Arte: Maria Helena Benites Relação entre índio e terra é profunda Os problemas que atingem a população indí- gena em Mato Grosso do Sul são conseqüências de erros dos próprios ‘bran- cos’. A afirmação é do an- tropólogo e pesquisador Antonio Brand, que em entrevista ao Em Foco diz que o fator que atrapalha a relação com os indígenas é ‘a nossa visão preconcei- tuosa’ que os classifica como subdesenvolvidos por não terem visão econô- mica com a terra, por exemplo. A relação deles com o solo é cultural, res- salta Brand. Para o pes- quisador quanto mais in- serido na sociedade, mais o índio se afirma como in- dígena. Pág. 03 POETA Foto: imagem.vilamulher.com.br Manoel de Barros completa 92 anos e se revela em família ÍNDICE CADERNO ZOOM Ele já viajou por diver- sos países, como Peru, Equador e os Estados Unidos, onde morou por um tempo. Viveu com os índios, se formou em Di- reito e publicou 22 livros. Considerado um dos mai- ores poetas brasileiros, Manoel de Barros, de 91 anos, mora em Campo Grande com a família e mantém o hábito diário de escrever poesias. Sua obra é ligada à natureza e a sua infância vivida no Pantanal. Tímido e arredio ao asse- dio de fãs e da imprensa, Manoel abriu sua casa para reportagem do Em Foco e mostrou sua roti- na ao lado da companhei- ra Stella. Na cumplicida- de do lar, a esposa fala de sua admiração pelo mari- do: “ele é a paz da casa”. Pág.09 Anticonvencial, a arte contemporânea reúne ousadia, diversidade de estilos e liberdade em vá- rios aspectos, como na dança, na música, nas artes plásticas e cênicas, nas idéias e nos valores. A quebra dos paradigmas está nas diferentes lin- guagens utilizadas que dizem respeito à cons- trução particular dos ar- tistas com suas obras, que atualmente, têm sido Foto divulgação - Douglas Colombelli Atual - Obra “ O jogo de rato” feita em madeira e resina de vidro Artistas conectados com seu tempo influenciadas também pe- los avanços tecnológicos e as mudanças culturais rá- pidas que a sociedade en- frenta. Pág. 10 Em casa - O aniversariante do dia 19 de dezembro vive rotina de paz e muita poesia Cultural - Em entrevista antropólogo fala sobre as singularidades dos indígenas e suas terras Eternas campanhas Para assumir um cargo eletivo é preciso passar pelo crivo dos eleitores. No pleito deste ano, 240 pessoas dispu- taram o cargo de vereador em Campo Grande, mas apenas 21 conquistaram a vaga. En- quanto alguns enfrentam a primeira derrota, outros já es- tão habituados em competir, com é o caso do funcionário público Suél Ferranti da Sil- va, de 50 anos (PSTU), que se candidatou por cinco vezes. Como ele, outros derrotados não têm intenção de abando- nar a política. Pág. 04 14 15 16 Opinião Entrevista Política Economia Geral CADERNO A 02 03 04 05 06 Cultura Esporte Universidade Futuridade Instantes Resenha Nosso Foco 11 12 13 09 Candidatos suam camisa por vaga em serviço público Profissionais de Educação Física estão exercendo um novo papel no mercado de tra- balho, o de preparadores físi- cos de candidatos a concursos públicos. Este filão da profis- são segue a atual onda dos bra- sileiros que estão apostando nos processos seletivos para o funcionalismo público em bus- ca da estabilidade financeira. Os concurseiros além de se de- bruçar sobre os livros, depen- dendo dos cargos que estão disputando precisam suar a camisa e participar de treinos que os habilitem a passar nos exames de aptidão física. Con- cursos para as polícias, como Militar e Rodoviária Federal são os que exigem mais esfor- ço físico. Dos candidatos, são as mulheres as mais interes- sadas em se preparar fisica- mente, os homens geralmente acreditam que não precisam de acompanhamento profissi- onal para os treinos. Após as provas físicas, muitos dos atletas de ocasião não conseguem abandonar as atividades esportivas, como as corridas. Pág 11 Elas - Mulheres treinam mais Detalhes da terceira idade Na página Intantes de hoje o leitor vai encontrar fotos em preto e branco produzidas pe- las acadêmicas de Jornalismo da Universidade Católica Dom Bosco, Elaine Bechuate e Priscila Mota como trabalho de conclusão de curso. Os closes retratam a velhice. Pág 14 Foto: Tatiana Gimenes Foto: Teresa Barros Foto: Kleber Gutierrez Foto: Priscila Mota

Um brinde à Lei Seca neste Natal - site.ucdb.br · jornalísticas para se ter tais limites? A abordagem envol-ve ângulos diversos, ... das apenas algumas gafes pelo comodismo. A

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Ano VII - Edição Nº 115Campo Grande, MS -dezembro de 2008

Um brinde à Lei

Seca neste NatalAs festas de final de ano

devem ser mais tranqüilasem 2008. Esta é a expecta-tiva das autoridades dian-te da Lei Seca, uma vez quea gravidade e o grau de vi-olência das ocorrênciasaumenta em função de

eventos envolvendo pesso-as embriagadas. Elas são asresponsáveis por 65% dosacidentes de trânsito, porexemplo. As estatísticasmostram os reflexos da lei,de janeiro a outubro desteano em comparação com

2007, o índice de acidentecaiu em 12,6%. Para garan-tir a paz nas ruas, a Com-panhia de Policiamento deTrânsito vai reforçar ascampanhas de conscienti-zação no mês de dezembro.

Pág. 08

Arte: Maria Helena Benites

Relação entre índio e terra é profundaOs problemas que

atingem a população indí-gena em Mato Grosso doSul são conseqüências deerros dos próprios ‘bran-cos’. A afirmação é do an-tropólogo e pesquisadorAntonio Brand, que em

entrevista ao Em Foco dizque o fator que atrapalha arelação com os indígenasé ‘a nossa visão preconcei-tuosa’ que os classificacomo subdesenvolvidospor não terem visão econô-mica com a terra, por

exemplo. A relação delescom o solo é cultural, res-salta Brand. Para o pes-quisador quanto mais in-serido na sociedade, maiso índio se afirma como in-dígena.

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POETA Foto: imagem.vilamulher.com.br

Manoel de Barros completa

92 anos e se revela em família

Í N D I C E

CADERNO ZOOM

Ele já viajou por diver-sos países, como Peru,Equador e os EstadosUnidos, onde morou porum tempo. Viveu com osíndios, se formou em Di-reito e publicou 22 livros.Considerado um dos mai-ores poetas brasileiros,

Manoel de Barros, de 91anos, mora em CampoGrande com a família emantém o hábito diário deescrever poesias. Sua obraé ligada à natureza e a suainfância vivida no Pantanal.Tímido e arredio ao asse-dio de fãs e da imprensa,

Manoel abriu sua casapara reportagem do EmFoco e mostrou sua roti-na ao lado da companhei-ra Stella. Na cumplicida-de do lar, a esposa fala desua admiração pelo mari-do: “ele é a paz da casa”.

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Anticonvencial, a artecontemporânea reúneousadia, diversidade deestilos e liberdade em vá-rios aspectos, como nadança, na música, nasartes plásticas e cênicas,nas idéias e nos valores.A quebra dos paradigmasestá nas diferentes lin-guagens utilizadas quedizem respeito à cons-trução particular dos ar-tistas com suas obras,que atualmente, têm sido

Foto divulgação - Douglas Colombelli

A t u a l - Obra “ O jogo de rato” feita em madeira e resina de vidro

Artistas conectados com seu tempo

influenciadas também pe-los avanços tecnológicos eas mudanças culturais rá-

pidas que a sociedade en-frenta.

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E m c a s a - O aniversariante do dia 19 de dezembro vive rotina de paz e muita poesia

C u l t u r a l - Em entrevista antropólogo fala sobre as singularidades dos indígenas e suas terras

Eternas

campanhasPara assumir um cargo

eletivo é preciso passar pelocrivo dos eleitores. No pleitodeste ano, 240 pessoas dispu-taram o cargo de vereador emCampo Grande, mas apenas21 conquistaram a vaga. En-quanto alguns enfrentam aprimeira derrota, outros já es-tão habituados em competir,com é o caso do funcionáriopúblico Suél Ferranti da Sil-va, de 50 anos (PSTU), que secandidatou por cinco vezes.Como ele, outros derrotadosnão têm intenção de abando-nar a política.

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Opinião

Entrevista

Política

Economia

Geral

CADERNO A

02

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Cultura

Esporte

Universidade

Futuridade

Instantes

Resenha

Nosso Foco

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Candidatos suam camisa

por vaga em serviço públicoProfissionais de Educação

Física estão exercendo umnovo papel no mercado de tra-balho, o de preparadores físi-cos de candidatos a concursospúblicos. Este filão da profis-são segue a atual onda dos bra-sileiros que estão apostandonos processos seletivos para ofuncionalismo público em bus-ca da estabilidade financeira.Os concurseiros além de se de-bruçar sobre os livros, depen-dendo dos cargos que estãodisputando precisam suar acamisa e participar de treinosque os habilitem a passar nosexames de aptidão física. Con-cursos para as polícias, comoMilitar e Rodoviária Federalsão os que exigem mais esfor-ço físico. Dos candidatos, sãoas mulheres as mais interes-sadas em se preparar fisica-

mente, os homens geralmenteacreditam que não precisamde acompanhamento profissi-onal para os treinos.

Após as provas físicas,muitos dos atletas de ocasiãonão conseguem abandonar asatividades esportivas, comoas corridas.

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E l a s - Mulheres treinam mais

Detalhes da terceira idadeNa página Intantes de hoje

o leitor vai encontrar fotos empreto e branco produzidas pe-las acadêmicas de Jornalismoda Universidade Católica Dom

Bosco, Elaine Bechuate ePriscila Mota como trabalhode conclusão de curso. Oscloses retratam a velhice.

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Foto: Tatiana Gimenes

Foto: Teresa Barros

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Em Foco – Jornal laboratório docurso de Jornalismo da Univer-sidade Católica Dom Bosco(UCDB)

Ano VII - nº 115 – Dezembro de2008 - Tiragem 3.000

Obs.: As matérias publicadasneste veículo de comunicaçãonão representam o pensamen-to da Instituição e são de res-ponsabilidade de seus autores.

Chanceler: Pe. Lauro TakakiShinohara

Reitor: Pe. José Marinoni

Pró-Reitor Acadêmico: Pe.Dr.Gildásio Mendes

Pró-Reitor Administrativo: Ir.Raffaele Lochi

Coordenador do curso de Jornalismo:Jacir Alfonso Zanatta

Jornalistas responsáveis: Jacir Alfon-

so Zanatta DRT-MS 108, Cristina Ra-

mos DRT-MS 158 e Inara Silva DRT-

MS 83

Revisão: Alysson Maruyama, CláudiaZwarg e Cristina Ramos.

Edição: Cristina Ramos, Inara Silva e

Jacir Alfonso Zanatta

Repórteres: Ana Maria Assis, BrunaLucianer, Camila Cruz, Cláudia Basso,Daniel Henrique, Ederson Almeida,Edilene Borges, Eliane dos Santos,Elaine Prado Bechuate, Evillyn Regis,Felipe Couto, Helton Verão, José LuizAlves, Júlia de Miranda, Juliana Gon-çalves, Kleber Gutierrez, LucianaBrazil, Magna Melo, Marco AntônioYule, Naiane Mesquita, PaulaMaciulevicius, Priscila Mota, PriscillaPeres, Rogério Valdez, Tatiana

Gimenes, Teresa Barros, Thiago DalMoro, Victor Luiz e Wanessa Derzi.

Projeto Gráfico e tratamento de ima-gens: Designer - Maria Helena Benites

Diagramação: Designer - Maria Hele-na Benites

Impressão: Jornal A Crítica

Em Foco - Av. Tamandaré, 6000 B. Jar-dim Seminário, Campo Grande – MS.Cep: 79117900 – Caixa Postal: 100 -Tel:(067) 3312-3735

Em Foco on-line:www.jornalemfoco.com.br

Home Page universidade:www.ucdb.br

E-mail:[email protected]@yahoo.com.br

02OPINIÃO

EditorialSomos olhos e voz

Foto: www.sxc.huPaula Maciulevicius

Do grego “modode ser” ou como oshomens deveriamser, daí parte a ética,bem diferente da quetemos hoje quandorelacionamos ao jor-nalismo. A liberdadepor sua vez temcomo significado “es-tado de pessoa livre,e isenta de restrição”.Que a liberdade deexpressão é um direi-to de todo cidadão,isso todos já sabem,porém ser livre nomodo de expressarpensamentos inseri-dos no campo do jor-nalismo se tornamais controversoquando aproximadoda linha que divideo ético do não ético.

A questão traba-lhada é até que pon-

to o jornalista exercea liberdade de expres-são sem atropelar a

Ética e Liberdade de Expressãoética. Um exemplo mais queclaro disto foi a charge publi-cada em jornais europeus,relacionando o profeta mu-çulmano Maomé com o ter-rorismo; no cenário políticono qual estava inserida a pu-blicação, como comentaRicardo Diaz no artigo ‘Char-ges da discórdia: a liberdadede expressão tropeçando naética’, os orientais tomarama caricatura como ofensa edefenderam ataques à embai-xadas européias nos paísesislâmicos. Enquanto quemeia Europa encarava a situ-ação como desrespeito a “li-berdade de expressão” dosjornais, conseqüentemente aspublicações se repetiram afim de defender a bandeirada liberdade.

Adentra – se então no âm-bito do limite, onde termina aliberdade e onde começa a éti-ca. Bem verdade que ambastêm como obrigação caminharjuntas, para completar uma aoutra. Entretanto, casos comoestes têm sido muito mais fre-qüentes do que o percebível.

Outro exemplo que vem aoencontro ao tema abordadoseriam as sátiras apresentadasno programa “Casseta e Plane-ta”, transmitido pela Rede Glo-bo; em que imitações seme-lhantes de acontecimentos docotidiano são levadas paradentro das casas toda semana.De presidente da república ajogador de futebol, nenhumaclasse ou “autoridade” é per-doada quando alguma falhachega até a mídia. Exempli-ficando mais, temos a sátira dopresidente Lula embriagado,logo que um jornalista estran-geiro comentou sobre os ex-cessos de nosso presidente.

Quando falamos de televi-são, falamos de “instantanei-dade”, assim que acontece ofato o mesmo já cai nas mãosde humoristas. Então caímostambém, e na questão liberda-de de expressão sem ética.Onde está ela? O que vem aacrescentar uma sátira ao pre-sidente bêbado? A liberdadeno ato de se expressar nãoultrapassa os limites éticos?Ou ainda, o programa não está

de acordo com as normasjornalísticas para se ter taislimites? A abordagem envol-ve ângulos diversos, porémser livre e ético é possível ana-lisando de quaisquer lados.

Ou seja, é perfeitamentecabível ao profissional que

Eliane dos Santos

A instantaneida-de e a luta contra otempo são caracte-rísticas cada vezmais essenciais navida dos profissio-nais de jornalismo.A busca incessantepelo “furo” em suarotina diária semprefez do relógio uminimigo. Com a erado jornalismoonline, nascem ossites de notícias e aluta contra o tempose torna implacável.A todo minuto notí-cias são postadaspraticamente emtempo real do acon-tecimento e como osminutos são conta-dos em uma redaçãotalvez chegamostambém a uma outraera, a do comodis-mo.

A Internet comseus benefícios deinstantaneidade epesquisas de fácil e

A nova era do “comodismo”

rápido acesso esta ajudandoo jornalista a não sair maisdas redações, salas que es-tão cada vez mais cheias, aoinvés de vazias. É notável ofamoso control C e control Ventre os sites denotícias deCampo Grande,Mato Grosso doSul. A novaonda esta conta-g i a n d oaté mes-mo jor-nais impres-sos de grande circulação. Peloque se vê esta em extinção ofaro jornalístico, aquele quemove o jornalista a ir até olugar do fato ocorrido, a bus-car, apurar verdadeiramenteas informações.

Mas até então são cometi-das apenas algumas gafespelo comodismo. A nova eraesta chegando em seu ápice,ao analisar sites de notíciasda Capital sul-mato-grossense são encontradosreleases praticamenteintocáveis, além de matériasplagiadas, ou seja, copiadas

sem citar a fonte real. O queé encontrado também em jor-nais impressos.

Os discursos nas univer-sidades devem ser alterados,já que incansavelmente seouve que lugar de repórter éna rua. Em conseqüência docomodismo se apresenta afalta de ética entre colegas deredações. É como se fosseuma nova tendência absurda,ao meu ver, onde vai sobrartempo e faltar apuração.

lida com a mídia analisar,sem contar com a audiência,que ter liberdade é ser éticosem chegar ao limite da ofen-sa a outras pessoas, e res-peitando o interesse públi-co. Os fatos a serem analisa-dos têm de ser então coeren-

tes, seja em impresso ou te-levisivo o que será passadotem de privar o direito à in-formação, porém esta mesmadeve vir com responsabilida-de e com a missão de acres-centar algo ao intelecto doreceptor.

Foto: www.sxc.hu

Pa r t i c i p a r - Característica importante do Web é a interatividade do receptor da informação

Elaine Prado Bechuate

Com o mundo globalizadoe conectado através daInternet, as notícias circulamcada vez mais rápido pela redemundial de computadores.Em épocas anteriores quandoapenas rádios, televisões e ve-ículos impressos eram os res-ponsáveis pela difusão da in-formação, existia um ritmodiferente de produção e con-sumo de notícias. Hoje, coma Internet, todas essas mídiasse fundiram, passando a seintegrar e atingir um númerocrescente de leitores.

Com algumas característicasdo jornalismo online e vanta-gens que ele oferece, o consu-midor passou a ser mais exi-gente em relação ao jornalismoda web, que é marcado pelaagilidade de informação e tam-bém quanto ao acesso dos lei-tores, que normalmente estão

com pressa e necessitam atémesmo fazer rápidas pesqui-sas. Aí encontramos outra van-tagem que pode ser considera-da mais uma característica doonline: o banco de dados, quenão é disponível em outrosmeios de comunicação de mas-sa, como o jornal impresso. Aspessoas têm acesso às notíciasque foram arquivadas e servempara serem reutilizadas.

A interatividade deixa a de-sejar nos jornais impressos. Àsvezes em programas audiovi-suais ela está presente, mas nociberespaço é tão freqüente quepodemos citar vários exem-plos, como o serviço de e-mailque permite o leitor enviar su-gestões e críticas. Abertura delinks que dão acesso a outrossites, complementando aquiloque o leitor está vendo, são oschamados hipertextos, que ofe-recem uma variação de conteú-dos.

Recursos na internet

valorizam o jornalismoÀs vezes, os sites perdem

valor diante dos meios comoa TV por ela disponibilizar umproduto, que se pode dizer,mais elaborado, que prendeainda mais a atenção do lei-tor. Mas hoje, na Internet, ointernauta também pode aces-sar esses recursos. Sons e ima-gens já são permitidos, um ele-mento inovador. São diferen-tes tipos de linguagem em umúnico veículo, o que facilita autilização jornalística.

A personalização e a cus-tomização se encaixam nas ca-racterísticas dos sites daInternet, pois com essas ferra-mentas, o leitor pode perso-nalizar os conteúdos encontra-dos de acordo com as suas ne-cessidades. Tudo isso pode-mos encontrar atualmente nossites mais acessados, e a cadadia essas ferramentas agregammais valores a esse veículoinovador.

Foto: www.sxc.hu

Missão cumprida.Em 2008 o Jornal La-boratório Em Focoexerceu sua tarefa demanter o leitor de Cam-po Grande bem infor-mado sobre os acon-tecimentos relevantesde nossa sociedade.Em dois semestresnossos acadêmicos-re-pórteres publicaram431 reportagens em 17edições do Em Foco,

número expressivo e que mos-tra o diferencial do Curso deJornalismo da Universidade Ca-tólica Dom Bosco, que verda-deiramente prepara os estudan-tes para exercer seu papel soci-al no mercado de trabalho jor-nalístico brasileiro. É aqui naspáginas de papel jornal que osfuturos jornalistas conhecem aprática da profissão, ainda am-parados pelo apoio pedagógicodos professores. Um momentoimportante o de escrever para o

jornalismo laboratorial, quaseúnico, pois neste ambiente detrabalho não existe interessedos patrões e nem de seus ami-gos, a linha editorial é traçadaexclusivamente pela verdade.

O jornalismo da UCDBaposta na preparação prática doaluno, assim como na teórica eextrapola a cota mínima de pu-blicações de jornais laboratórioexigida pelo Ministério da Edu-cação e Cultura (MEC) que é deapenas quatro edições por ano.Em 2008 a periodicidade doEm Foco foi quinzenal comnove edições em formatostandard, como esta que está emsuas mãos e oito em forma detablóide. Não por acaso este foio ano em que comemoramos aedição Nº 100 do Jornal Em

Foco, iniciado em setembro de2002. Foi o primeiro Jornal La-boratório a alcançar esta marca.

Os temas abordados pelosestudantes em suas reportagenssão discutidos em reuniões depauta realizadas ainda em salade aula. Para os comunicólogosfaz-se primordial entender oscritérios de noticiabilidade, istoé, o que deve virar notícia. Orepertório de histórias contadasaqui foi variado, mas semprefocado na característica huma-na do jornalismo. Pessoas es-tão sempre no centro das infor-mações e não são tratadas fria-mente apenas como estatísticas.As matérias não mostram ape-nas o lado feio, ruim de nossopovo, mostram os problemas,mas também a alegria de quem,

com criatividade e bom humordribla as crises e econtra solu-ções para as agruras.

Uma das séries de maior su-cesso do Em Foco também tevecontinuidade em 2008: os es-peciais sobre os bairros deCampo Grande. Nossos estu-dantes continuam a resgatar ashistórias das nossas comuni-dades, mais de 20, dos 74 bair-ros existentes na Capital já fo-ram retratados no nosso jornal.Este ano foi a vez dos mora-dores dos Bairros São Francis-co, Sobrinho, Bandeirantes,Universitário, Núcleo Industri-al e Vila Carvalho terem voz,pedirem socorro para suas di-ficuldades, exibirem suas tra-dições, além de comemorar asconquistas após décadas de

existência.Agora nossos acadêmicos-

repórteres entram de férias e onosso jornal também, só vol-tando no ano que vem paramais dois semestres de prepa-ração dos estudantes e exten-são dos nossos braçosjornalísticos à Comunidade.Mas mesmo em casa, os estu-dantes de jornalismo não sedesligam, pois ainda sem odiploma na mão estão conta-minados pelo importante pa-pel social que já começaram aexperimentar. São servidorespúblicos, os olhos da socieda-de nos acontecimentos, a vozdesse povo que entra ano e saiano continua na luta em buscade bem-estar, de felicidade.Obrigada leitor e até 2009!

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ENTREVISTA

“Para eles a terra é muito

mais que produzir”Demarcação de terras indígenas. Assunto

em destaque na mídia do Estado e do país.

Porém o tema é tratado, na maioria das

reportagens, a partir da ótica “branca”. As

peculiaridades da cultura indígena são

deixadas de lado, e o que se vê são apenas

os problemas das comunidades, problemas

que, segundo o antropólogo

Antonio Brand, entrevistado pelo Em Foco,

são conseqüências dos erros dos próprios

“brancos”. Para ver a questão a partir do

ângulo de quem está do mesmo lado que os

indígenas, por ser especialista quando o

assunto é a cultura desse povo, o Em Foco

procurou o professor Brand. O antropólogo

é responsável pelo programa de socializa-

ção de indígenas, Rede de Saberes.

Foto: Ana Maria Assis

Má c u l a -O antropólogo Brand acredita que o desprezo com a cultura indígena é fruto do preconceito construído na história

Ana Maria Assis

EM FOCO: Quais são asetnias que prevalecem noestado de MS e quais são asprincipais diferenças entreelas?BRAND: Aqui em MatoGrosso do Sul temos doisgrandes pólos. Kaiuá eGuarani. Temos também, emnúmero menor, Terena eKadiwéu, e , os Ofaiés ,Atikum e Guató. Índio é umtermo genérico, pois essasetnias possuem profundasdiferenças, diferenças cultu-rais, assim como os brancos.O gaúcho é diferente dobaiano, que é diferente docarioca. A cultura de cadaetnia indígena também pos-sui suas peculiaridades. Aagricultura, por exemplo, éuma atividade da culturaterena, os ofaiés são índiosde mata, os guató são povosde rio, vivem da pesca. Aforma de lidar com a terra éuma diferença muitomarcante entre os povos. NoBrasi l , os povos sãoaglutinados em gruposlingüísticos. O maior grupoé o tupi-guarani, que tem pa-rentesco com a língua lati-na. Características como or-ganização social, economia ereligião também diferem asetnias.

EM FOCO: O que separa acultura do “branco” da cul-tura do índio?BRAND: O que atrapalhanossa relação com os indí-genas é a nossa visão pre-conceituosa. Em decorrênciade um processo histórico,desde a colonização. Fala-mos pouco da violência dadisputa territorial para con-quista das terras. Os coloni-zadores chegaram para to-mar as terras dos índios, elesresistiram e foram caracteri-zados como bárbaros, traiço-eiros, como uma forma de

justificar a guerra aos que secolocavam contra a coloni-zação. Se alguém chegassepara nos expulsar da nossacasa, qualquer um de nósagiria assim. Aqui os índiossempre foram ignorados,nos casos em que fugiam ouresistiam, eram tratadoscomo povo atrasado, bárba-ro. E o preconceito persiste.Mas quem matou? Quembarbarizou para conquistarterritório? Alguns dizem queos problemas como desnu-trição são problemas do ín-dio e de sua cultura. Masproblemas como esse sãoapenas conseqüências damanifestação do preconcei-to. Existe documentação, daépoca da colonização, cartasem que os colonizadores es-tavam admirados com aquantidade de alimentos.Nós tiramos as terras, as con-dições sociais. O grande pro-blema entre o branco e o ín-dio é a nossa visão histori-camente construída. Os ín-dios são povos com outrosvalores, diferentes dos nos-sos. O êxito econômico nãoé o objetivo indígena. Elesbuscam lazer, festas, rituais,convivência, e não entendemnossa fixação por acúmulode riquezas. Classificamosos indígenas como subde-senvolvidos, para que elesquerem terra? Se não vãoplantar como nós planta-mos, para exportar, para in-vestir, para lucrar. OsGuarani não fazem planta-ções imensas de soja, porexemplo, eles distribuem vá-rias culturas na terra, cola-boram então com a diversi-dade ambiental.

EM FOCO: Como você vê opapel da mídia na questãoindígena?BRAND: A imprensa costu-ma atrapalhar, ela não se pre-ocupa com a cultura, mos-tra os problemas vistos ape-

nas com um olhar, o olhardo branco. Enquanto os pro-blemas são, na verdade, con-seqüência direta da ação dobranco. O índio não fabricacachaça. Os indígenas sãopacíficos, os problemas deconvivência vêm doconfinamento em que sãosubmetidos, o espaço redu-zido e a forma de vida tãolimitada. Nós temos uma im-prensa mono cultural, mos-tram os índios como se elesfossem um problema paranós, enquanto na maioriadas vezes, nós é que somoso problema para eles. Tudoisso só dificulta uma relaçãoque poderia ser muito enri-quecedora para nós. En-quanto eles podem aprendertecnologias, como muitosque já procuram a universi-dade, nós poderíamosaprender sobre a natureza,pensar nas diferenças comoalgo positivo.

EM FOCO: Percebemos onúmero crescente de indíge-nas alfabetizados. Comofuncionam os programasque realizam estes traba-lhos voltados para a socia-lização e educação dos ín-dios?BRAND: Hoje é um fenôme-no na América. Povos indí-genas buscam as universida-des não para deixarem deser índios, mas para ajudar

as suas comunidades, atuan-do dentro delas. Mas as uni-versidades não estão prepa-radas para recebê-los. Existeo preconceito explícito porparte dos acadêmicos e atédos professores além de pro-blemas mais complexoscomo a formação anterior,que é precária nas escolasindígenas, e a dificuldade deacompanhar as disciplinaspor aprenderem tardiamentea língua portuguesa.

EM FOCO: O fato de os in-dígenas estarem cada vezmais próximos da socieda-de dos “brancos”, faz comque a sua cultura sejaameaçada?BRAND: Há anos tinham aidéia de que o isolamento éo fator que mantém a culturaindígena. Hoje pesquisascomprovam que quanto maiso índio está inserido na so-ciedade, mais ele se afirmacomo indígena. Antes a dis-criminação era tanta, quepara não se sentirem rejeita-dos, não se afirmavam comoíndios. Eles podem incorpo-rar nossas tecnologias, mastoda cultura é dinâmica, nostambém temos isso. Não dei-xamos de ser o que somos,assim como eles não deixamde ser o que são.

EM FOCO: Qual o papel danatureza e da terra na vidados índios?BRAND: Para eles a terra émuito mais que produzir. Elaé cheia de significados reli-giosos e os recursos naturaissão fundamentais para a saú-de do índio, ele ainda tem acultura do manejo das plan-tas, por exemplo. A relaçãoentre o indígena e a terra éprofunda e ampla, é como agente com a nossa casa. Odesconhecimento da culturadas etnias indígenas para re-solver o problema das terrasé o que faz com que outrosproblemas como violência,suicídios e alcoolismo ve-nham a tona. Ampliar o ter-ritório é uma medida quedeve ser tomada de maneiraurgente, para que acabem asmanifestações de mal-estarcom a organização social.

EM FOCO: O senhor acre-dita que existe uma tentati-va disfarçada de eliminar o

índio por parte da socieda-de?BRAND: Alguns setores, sepudessem, fariam sumir osíndios. Creio que o que di-ficulta nessa questão é o des-conhecimento. Deve-se ten-tar conhecer os valores dopovo indígena e não os es-tereótipos. Não creio quehaja esse interesse por par-te da população. Como di-

I n s e r ç ã o -Quanto mais inseridos, mais autoafirmativos

Foto: Divulgação

Foto: Ana Maria de Assis

zer que eles são umempecilho para odesenvolvimentoenquanto são valio-sa mão de obra? Odesprezo com a cul-tura indígena é fru-to dos preconceitosconstruídos na im-posição do nossomodo de vida aolongo da história.

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04POLÍTICA

Persistentes

Candidatos que não se elegeram nas últimas eleições começam a preparar as próximas campanhas políticas

Ilustração de arquivo

Edilene Borges

São muitos osmotivos que levamuma pessoa a se can-didatar a cargos elei-torais. Uma grandeparcela da popula-ção acredita que osque se sujeitam a talserviço querem ape-nas ganhar um bomsalário e ter mordo-mias, no entanto, oscandidatos afirmamapenas lutarem pelodireito coletivo e o

bem de todos.No Brasil as eleições

acontecem de quatroem quatro anos, ondesão disputados várioscargos importantes paraa administração políti-ca do país.

Este ano foram elei-

tos prefeitos e vereadores.Entre os candidatos estavammais de 240 pessoas que dis-putavam o cargo de vereador,mas apenas vinte e um forameleitos. Já na disputa pela pre-feitura eram cinco candida-tos.

Suél Ferranti da Silva, de50 anos, funcionário público,já se candidatou cinco vezes,sendo que na última eleiçãodisputou o cargo de prefeitopelo Partido Socialista dosTrabalhadores Unificados(PSTU). Não ganhou, masacredita que está no caminhocerto, lutando pelos direitosda sociedade.

“Eu acredito no meu pro-jeto, no meu sonho e nasmelhorias da sociedade e porque não do mundo. Nós te-mos que cobrar uma efetivamudança dos nossos dirigen-tes atuais. Deve-se acabar com

a concentração de renda e fa-zer uma maior distribuição”,afirma Ferranti. Sobre umanova candidatura Suél deixaclaro que os projetos queapresentou na campanha nãosão pessoais e sim coletivose uma nova candidatura vaidepender de uma discussãode todo os membros do par-tido.

Durante a campanha polí-tica são feitas reuniões embairros da Capital, apresenta-dos os projetos, o plano queserá desenvolvido durante omandato e outros assuntosrelevantes. É um trabalho ár-duo e muitos dos candidatosentram na disputa com“unhas e dentes”. No final éa população que escolhequem foi o melhor, quem estáapto a exercer o cargo tão im-portante. Cerca de 220 can-didatos são eliminados, mas

a batalha não termina por aí,o sonho fica para a próximaeleição.

Lucimar Figueiredo Rozade 40 anos, empresária, foicandidata a vereadora este anoe afirma que foi apenas o co-meço de sua carreira políticaque segundo ela promete mui-tas mudanças. “A minha famí-lia não tem histórico político,sou uma cidadã comum, maso que me fez despertar o inte-resse político foi realmente aconsciência de trabalhar emprol da população”.

Lucimar é ainda calourana política, mas há muitotempo já vem desenvolvendoprojetos para a capacitação depessoas nos bairros da cida-de. “Tem muito que ser feito,é fácil de resolver, basta tervontade de trabalhar. É comessa consciência que eu en-trei pela primeira vez na po-

lítica como sindicalista. Nãoé a política em si que é ruim,e sim os políticos que são es-colhidos. O despertar daconsciência política vem coma necessidade de ver realmen-te aquela causa ser resolvidae o amor pelo próximo”.Lucimar afirma que não con-seguiu desta vez, mas já estáse preparando para a disputade 2010.

Edson Shimabukuro, de56 anos, engenheiro civil e co-nhecido como My Boody tam-bém foi candidato a vereadorpela segunda vez. Na primei-ra obteve poucos votos, jádurante a eleição de 2008 che-gou muito próximo da candi-datura. Descendente de japo-neses, Edson tem muita in-fluência dentro da colônia ja-ponesa.

“Temos consciência de quea cidadania cresceu muito, e

os políticos têm que ter aconsciência de trabalhar paraa população. Na verdadequando resolvi entrar na dis-puta fui muito bem prepara-do. Tinha certeza de que íame candidatar. A minha par-ticipação social sempre foiativa. Temos vários projetosnos bairros”. Edson comentaque sempre teve o pensamen-to de que a sociedade depen-de da política e dentro da co-lônia este pensamento políti-co é antigo.

As eleições terminaram,mas segundo os candidatos avontade de construir uma so-ciedade melhor ficou. Agoraé época de começar novamen-te todo o trabalho de consci-entização da população econvencê-la de que estão pre-parados para quem sabe da-qui a quatro anos ocuparemuma das cadeiras na câmara.

Juliana Gonçalves

Em supermercados,shoppings, bancos e clí-nicas médicas é comumencontrar vagas para ve-ículos de Portadores deNecessidades Especiais(PNE). Mas quando avaga é paga, como nocaso dos parquímetros,no centro da cidade, adificuldade aumenta,além de não ter nenhu-ma facilidade para PNE,as vagas são estreitas, enão têm áreas demarca-das.

Acaba de ser aprova-do o projeto de Lei davereadora em CampoGrande Grazielle Macha-do (PR), que prevê o fimda cobrança do parquí-metro para os PNEs. Alegislação já havia sidoaprovada em junho des-te ano na Câmara deCampo Grande, mas foivetada pelo prefeito,Nelson Trad Filho, coma justificativa de que oserviço de estaciona-mento é remuneradoporque precisa cobrircustos operacionais re-alizados pela adminis-tração com a sua manu-tenção.

No dia 5 de novem-bro a Câmara Municipalderrubou em votação oveto total do prefeitoNelsinho Trad, e a pre-feitura teve 48 horaspara promulgar a lei e30 dias para regulamen-tar o serviço. O argu-mento da vereadora foio de garantia da acessi-

bilidade e de incentivo de aqui-sição de veículos adaptadospelos PNEs.

Segundo a presidente doCentro Arco-Íris de Reabilita-ção Alternativa (Caira), YaraYule, ninguém deveria pagarpelo parquímetro e este proje-to de Lei é um avanço para osportadores de necessidadesespeciais. A preocupação ago-ra é saber como os carros vãoser identificados e ir atrás dasvagas demarcadas para elesestacionarem. “São muito pou-cos os deficientes que têm car-ro, a maioria anda de ônibus,que já deveria estar totalmen-

te equipado para as necessi-dades especiais. A empresa doparquímetro não vai nem sen-tir falta, pela isenção dos PNE,eles podem até ir ao Detran ve-rificar como são poucos quetêm carro”, disse.

Para a advogada e PNE,Marisa Siqueira, de 50 anos, adificuldade em estacionar nocentro da cidade está cada vezmaior, e o serviço não deveriaser cobrado para quem têmnecessidade especial e não têmnem vagas demarcadas. “Anti-gamente ainda existia uma vagapara PNE na frente daRiachuelo e a outra em frente

Lei obriga parquímetro gratuito para PNE

ao Banco do Brasil e eles tira-ram, é um descaso, e aindacontinuam cobrando”, afirma.

O servidor público Maurí-cio de Souza, de 32 anos, étotalmente contrário ao proje-to que prevê a isenção doparquímetro aos PNE. “Já achoerrado cobrarem pra nós, quepagamos nossos impostos,estacionarmos na rua, onde jáse viu. Agora qualquer umque tiver necessidade de nãopagar, ou todo mundo paga ounão cobram, é vaga na rua, vaiser um carro estacionado quenão paga, onde eu poderiaparar”, ressaltou indignado.

D i f i c u l d a d e - Atualmente empresa não disponibiliza vagas para portadores de necessidades especiais

Foto: Juliana Gonçalves

Eles não desistem nunca

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ECONOM

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Foto: Paula Vitorino

Rogério Valdez

Tradicionalmente, com aaproximação das festas de fi-nal de ano, as pessoas come-çam a ficar mais caridosas e aocorrência de campanhas so-lidárias para ajudar entidadescarentes ou gente em situaçãode necessidade aumenta. Des-ta forma a ajuda vem a calharpara muitas instituições quesobrevivem de donativos, re-cebidos durante o ano todo,porém nesta época ela vemcom muito mais força, impul-sionada pelo espírito natalino.

“Realmente as doações au-mentam muito mais nesta épo-ca de final de ano. Para se teruma idéia, até agora a casa játeve acréscimo de 45% do to-tal de arrecadação obtido du-rante os outros meses do ano;isso só até novembro, porquedezembro deve aumentar ain-da mais”, declara MariaCristina Sconhetzki Jardim,tesoureira voluntária da Asso-ciação dos Amigos das Crian-ças com Câncer (AACC) daCapital. Hoje a entidade aten-de cerca de 350 crianças doEstado que estão em fase detratamento. Maria Cristina ex-plica que o órgão sobrevivebasicamente de doações feitasprincipalmente por pessoascomuns. “Algumas empresassão nossas parceiras, mas amaior parte das doações é depessoas comuns que decidemnos ajudar”, comenta.

O órgão recebe doações emdinheiro que são destinadaspara o pagamento de despe-sas, alimentos que servempara compor a cesta básica queas famílias das criançasassistenciadas recebem, alémde roupas, calçados e brin-quedos que vão para o bazarda associação, mais uma fon-te de renda para a entidade.“O bazar também aumentamuito as vendas nos finais deano, o que ajuda muito a co-brir as despesas da casa”, ob-serva.

Solidários aquecem economia

Carinho

Cidadãos reservam parte do 13º salário para doações a entidades e pessoas que necessitam de ajuda

A p o i o - Alimentos, que são a principal necessidade de entidades filantrópicas, poderão ser adquiridos com dinheiro arrecadado pela Associação Comercial de CG

Foto: lh4.ggpht.com

Do ponto de vista de quemdoa, o final do ano é umaoportunidade para ajudar, odécimo terceiro salário é com-bustível para estas iniciativassolidárias. A dona de casa,Rosa Beatriz afirma que duran-te todo o ano contribui comdonativos para as instituiçõesque entram em contato pedin-do auxílio, mas é nesta épocaque o dinheiro já vem progra-mado do décimo terceiro. “Acontribuição dada durante oano não vem agendada no sa-lário, diferente da época deNatal e Ano Novo que ela já éprogramada no dinheiro extrarecebido no final do mês”,comenta.

Outra ação solidária daqual a dona de casa faz parteé a arrecadação de alimentosque são doados para famíliasque estão passando por difi-culdades financeiras ou desaúde no período natalino. “Aarrecadação é feita todos osanos ao final da novena denatal que realizamos em algu-mas casas do bairro. Forma-mos um grupo de oração quevisita as famílias e para finali-zar a novena arrecadamosdonativos para doação”, expli-ca.

ComércioO comércio da Capital

também entra no espírito de

Natal e promove ações deresponsabilidade social.Desta maneira, a AssociaçãoComercial e Industrial deCampo Grande (ACICG) eCâmara de Dirigentes Lojis-tas (CDL) realizam uma cam-panha conjunta entre os lo-jistas da cidade com o obje-tivo de ajudar entidades deassistência que atuam poraqui. A iniciativa é uma pro-moção de oferta de prêmiospara os consumidores, epara participar da campanhapromocional o lojista deveaderir à idéia, para isso eleirá pagar uma taxa de ade-são que será totalmente re-vertida para instituições de

apoio social.O presidente da ACICG,

empresário Luiz FernandoBuainain ressalta que estaintegração dos comerciantesem prol da ajuda ao próxi-mo é bastante positiva e es-peram um bom resultadojunto aos consumidores dacidade. “Todos estão comuma expectativa positivamuito grande, apostando naboa aceitação da campanha”,declarou.

Além de ser uma inicia-tiva solidária, a idéia tam-bém foi lançada como formade driblar a crise econômicamundial que pode refletir nolucro do comércio local. “A

crise f inanceiramundial pode inibirum pouco o acessoao consumo e que-brar a confiança dosconsumidores inte-ressados em ir àscompras no períododo Natal, por issoprecisamos criar umambiente favorávelpara que os lojistastenham sucesso nasvendas e os consu-midores tenhambons motivos paraadquirir produtos eserviços”, ressaltouo presidente da as-sociação.

Cláudia Basso

A crise financeira nos Es-tados Unidos já atinge mui-tos trabalhadores brasileirosneste final de ano. Apesar denão ser um problema aparen-temente refletido no Brasil,muitos assalariados estãopreocupados com o futuropróximo, onde poderão per-der seu benefício de financi-amento de crédito e conse-qüentemente seu poder decompra. Em 2008 os trabalha-dores devem usar o décimoterceiro salário para tentaremse proteger das conseqüênci-as da crise econômica.

Vem se desenrolando des-de 2004 o problema que asso-la hoje os E.U.A o que estágerando muita dor de cabeçapara os demais países do mun-do. “A crise já estava prevista,era só uma questão de tempo”,comenta o professor e econo-mista Emerson Alan . A criseque começou com o mercadohipotecário, depois passoupara o setor imobiliário e queatinge agora todo o sistema decrédito gerou o que pode serchamado de “retração de cré-dito” dando início ao caos nosetor financeiro. “Com os pre-ços dos imóveis caindo e osjuros encarecendo os créditosos compradores passaram a seafastar, a oferta começou en-tão a superar a demanda”, ex-plicou o economista.

No Brasil e em muitos ou-tros países emergentes o queacontece no momento é umadiminuição brusca na procu-ra de produtos que necessitampagamentos em longo prazo,

Informalidade deve ser saída para brasileiros

se livrarem do desemprego após crise global

Tr a b a l h o - Emprego com carteira assinada deve ter queda após crise econômica que afeta o mundo

como no caso do setor auto-mobilístico, onde, os bancos,tementes à crise, passaram anão liberar facilmente créditospara pessoas físicas. “Com abaixa venda as indústrias fa-bricam menos, menos trabalhogera uma necessidade menorde trabalhadores e conseqüen-temente aumenta o desempre-go nos países subdesenvolvi-dos”, explica Emerson.

Os trabalhadores já estãopercebendo o problema e es-tão tomando algumas medidaspara não serem prejudicados.“Vou pegar meu décimo ter-ceiro salário para terminar deconstruir minha casa, prefiroinvestir esse dinheiro a fazernovas contas, como fazia anti-gamente”, conta o vigilanteCarlos A Costa.

“Esse é o reflexo maior da

crise, o décimo terceiro salárioque era usado anteriormentepara impulsionar a economiacom a chegada das festas de fimde ano será usado agora parapagar contas, o trabalhador nãoquer se endividar com medodos altos juros e de se torna-rem inadimplentes. O consu-mo cai, a economia cai tam-bém”, conclui Emerson Alansobre os reflexos do problemaeconômico que se deu inícionos Estados Unidos.

É abstendo-se desse direi-to de conseguir financiamen-tos parcelados a longo prazopara satisfazer o consumo pró-prio que Halisson Cê resolveuprosseguir no sonho de con-seguir um carro próprio sema necessidade de procurar alinha de créditos de um ban-co. “Pedi empréstimo ao meu

próprio pai para conseguir odinheiro que ainda me falta-va, assim, pago o vendedor àvista e vou devolvendo aomeu pai de acordo com o quefor possível em cada mês. Elenão cobra juros”, comenta oestudante Halisson satisfeitocom sua decisão.

Contornar esta crise finan-ceira será uma tarefa difícil, ogoverno terá que tomar medi-das provisórias urgentes, mascabe a cada pessoa avaliar atéonde poderá ser respingadopelo problema e ter muita cau-tela quando o assunto for con-sumo. Colocar todas as dívi-das no papel, fazer um orça-mento prévio e distribuir odinheiro por ordem de prio-ridade são algumas dicas va-liosas para entrar com o pé di-reito no próximo ano.

Crise econômica

respinga aquiAN

ÁLIS

E

Thiago Dal Moro

Essas últimas semanasforam marcadas pela ins-tabilidade do dólar, o queacaba interferindo de al-gum modo na economiae no bolso das pessoas.Muitos se queixam dadesvalorização do seu di-nheiro e outros reclamamda alta nos preços dosprodutos.

Segundo o empresárioimobiliário Tulio Gimelli,a alta do dólar reflete a glo-balização da economia.“Há a dependência de umpaís em relação ao outro”,afirma Gimelli. Outro fa-tor apontado como res-ponsável por essa situa-ção, segundo o empresá-rio, é o grande número depessoas que vivem domercado financeiro e quevisam lucro acima detudo, trabalham em cimada quebra de investidoresmenores causando umamenor oferta de dinheirono mercado, o que resul-ta em recessão.

Já Helder Franco, quetrabalha na economia ru-ral, diz que as pessoas fi-cam preocupadas quandoo preço dos produtosagropecuários caem, comoo do boi gordo. “Os pro-dutores estão segurandoprodutos como grãos,café, milho, entre outros,deixam todos estocados,o que faz aumentar a pro-cura e mais cedo ou maistarde vamos sentir o au-mento dos produtos no

bolso, ao que tudo indicavamos passar por um pe-ríodo de turbulência”,acredita o ruralista.

Edson Júnior Beiro éproprietário de uma em-presa de vendas de ante-nas parabólicas e, segun-do ele, a recente crise dodólar dificultou muito osnegócios no mercado.“Eu necessito comprarprodutos importadospara a manutenção dasantenas, com essa alta dodólar estou pagando ummédia de 30% a mais doque pagava antes da cri-se, consequentementepreciso fazer um reajustenos preços dos produtos,o que acaba interferindona venda para os clien-tes”, diz Beiro.

Quem trabalha no co-mércio de veículos tam-bém está reclamando mui-to da recente crise. “Coma quebra de alguns ban-cos internacionais, a ofertade dinheiro aqui no Bra-sil ficou menor, com issoos bancos estão dificul-tando os financiamentose automaticamente dimi-nuem as vendas no vare-jo”, afirma João Carlos DalMoro, proprietário deuma garagem de veículosem Campo Grande.

O melhor a fazer nomomento é analisar omercado e não fazer gran-des investimentos até essacrise financeira passar,como os bancos estão li-mitando os financiamen-tos, fica difícil para todostrabalharem.

Foto: Cláudia Basso

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06GERAL

Construção próspera na Capital

constrasta com crise econômica

Fa c i l i d a d e - Os estudantes só precisarão digitar senha e a máquina fornecerá camisinhas gratuitas

Foto: Marco Antonio Yule

Tatiana Gimenes

A distribuição de ca-misinhas nas escolaspúblicas tem sido temade relevante discussão.Intitulado como “Proje-to Saúde e Prevençãonas Escolas”, o projetoque objetiva essa distri-buição foi desenvolvidoem 2003, pelos ministé-rios da Saúde e da Edu-cação com o apoio daOrganização das NaçõesUnidas (ONU), mas ain-da não chegou a MatoGrosso do Sul.

Iniciativa do GovernoFederal, a distribuiçãoconsiste na instalação demáquinas semelhantesàs de refrigerante, ondeos alunos digitam senhae retiram o preservativo.

Muito se diz que averdadeira causa dasdoenças e da gravidez sedá por conta da falta deinformação. O que sesabe é que a questão épolêmica e divide opini-ões. O vereador EdmarNeto, de 22 anos, estu-dante de Direito, diz serfavorável à distribuiçãodentro do contexto daeducação e do aprendi-zado, independente daquestão religiosa. ParaNeto, a educação sexualtem de ser estudadacomo um “materialtransversal que possaser abordada com as ou-tras disciplinas”.

Sobre a distribuiçãonas escolas, o vereadorlembra que o local é um

Debate

A idéia do Governo Federal de distribuir preservativos nas escolas criou controvérsia entre vereadores de CG

Polêmica máquina de camisinhaespaço público onde circulammuitos jovens. Ele defendeainda que esses jovens preci-sam ter o conhecimento e aoportunidade, com isso have-rá uma sociedade mais saudá-vel, onde veremos a diminui-ção do aborto e das DoençasSexualmente Transmissíveis(DSTs). “Com segurança vaiser ainda melhor”, finalizou.

Já o vereador AthaydeNery, de 44 anos, advogadoe presidente da Comissão deDireitos Humanos da Câma-ra Municipal de CampoGrande, que também é favo-rável, ressalta a utilização dopreservativo como “únicaforma de evitar a gravidez eas DSTs”. Para ele, faz-se ne-cessário desmistificar a ques-tão do sexo, com a conscien-tização desses jovens. Comisso “o índice vai cair mui-to”, relatou.

Nery acredita em um pro-jeto de diminuição de riscoque atenda os grupos margi-nalizados, onde eles acabamtornando-se agentes de infor-mação para as outras pesso-as.

Para o vereador Pastor Sér-gio Fontellas, de 37 anos, ra-dialista, “todo métodoanticonceptivo é muito im-portante”. Ele acredita primei-ramente na conscientizaçãopara que haja maior valoriza-ção à vida, vista a perceptívelfalta de valorização do ser hu-mano, e diz que a conscienti-zação “antes da distribuiçãovai facilitar muito mais”.

Pastor Sérgio diz ser par-ticularmente contra a distri-buição e a favor do trabalhode conscientização. “A escola

é um local excelente para sefazer o trabalho de conscien-tização”, completou. Ele falaque a distribuição “sem dú-vida é um incentivo ao sexo,propício para o aluno mataraula”.

Segundo o vereador PauloSiufi, de 44 anos, médico pe-diatra, o projeto de distribui-ção é uma indicação do Minis-tério da Saúde e ao mesmotempo um estímulo para osjovens. Contra todo tipo deestímulo, ele acredita que ofornecimento acarreta aumen-to na incidência de sexo entreos jovens.

“Por mais que o jovem te-nha a consciência, ainda acre-dito que o número aumente”,explicou o vereador, destacan-

do que a distribuição resulta-ria em um efeito contrário,porque muitas vezes os jovenstêm uma relação imatura edespreparada. “Não é comotrocar de camisa, trocar dechinelo, vai além disso. Sãocoisas diferenciadas, não é umato simples, tem que ser pre-parado”, ressaltou o vereador,afirmando que um projeto deliberação é diferente de umprojeto de educação sexualaos jovens.

Favorável ao sexo seguro eao uso de preservativo, o ve-reador acredita que a forma-ção dos jovens passa pela ori-entação, que vem de dentro decasa, e pela conscientização,vista como um dever dos ór-gãos públicos, da mídia e até

mesmo das universidades. “Aescola tem papel preponde-rante na educação sexual dosjovens”. Para Siufi, aerotização do sexo que estamosvivenciando atrapalha os va-lores morais e familiares. “Éuma forma de prostituição docorpo”, relatou. ConformeSiufi, cada um tem “direito deevitar a concepção, e não detirar o direito de nascer”, fi-nalizou.

R e l i g i ã oPara Pe. Paulo Sérgio Vital

da Cruz, de 41 anos, adminis-trador de empresas, a distri-buição “é um incentivo à pro-miscuidade, um investimen-to com o dinheiro público,que deveria ser investido em

ações a favor da vida, da edu-cação”.

Conforme o padre, contrá-rio a essa distribuição, o quese percebe é que estão tentan-do resolver o problema pelofinal, ou seja, pelas conseqü-ências que ele pode causar, enão pela raiz. “Falta informa-ção, educação, condições devida. Investir em professorescapacitados para dar a educa-ção sexual”, completou. Paraele a distribuição é também umincentivo à irresponsabilidadepara o sexo. “Faltam propagan-das a favor de uma educaçãosexual sadia”, argumentou Pe.Paulo. Ele diz que a distribui-ção, que já é feita nos postosde saúde, vai atender aindamais as classes baixas, ondeencontramos um crescentenúmero de famílias desestru-turadas. “É um incentivo aodesrespeito ao ser humano. Areligião prima pela vida e portudo aquilo que promove avida, pela responsabilidade epor questões que passam pelaética e moral de cada um”,complementou Pe. Paulo.

D e s p r e p a r a d o sSegundo estudo feito

pelo Departamento de Saú-de de Londres, as adoles-centes que iniciam suas re-lações sexuais antes dos 16anos têm três vezes maispossibilidade de ficarem grá-vidas do que as que esperammais tempo. Por esse mes-mo motivo, o estudo defen-de que a atividade sexualestá muito distante de serapropriada para adolescen-tes, assunto que abre dis-cussão para outros debates.

Foto: httpportal.rpc.com.brgazetadopovovidaecidadania

Marco Antônio Yule

Apesar da atual cri-se financeira desenca-deada pelo estouro dabolha imobiliária nosEstados Unidos, noBrasil e, particularmen-te em Campo Grande,o setor de construçãocivil está mais em altado que nunca nos últi-mos meses. A Capitalvive um momento deprosperidade neste as-pecto, tendo em vistaos vários canteiros deobra espalhados pelacidade.

A prefeitura, ali-mentada pelo Progra-ma de Aceleração doCrescimento (PAC),vem injetando notávelinvestimento em infra-estrutura, realizandoobras de reforma deruas, praças, escoa-mento, córregos, cons-trução de casas popu-

lares e anéis rodoviários. Ago-ra, o que realmente despertaatenção é o crescimento no se-tor imobiliário da cidade. Ca-sas, edifícios, galerias, centroscomerciais, reformas. Obras emais obras por toda a cidade.Quem está construindo?Quem está com esse dinheirotodo? Quem está trabalhandonesta área?

O empresário e dono deFactoring Bruno Ramirez con-ta que antes de começar a fo-mentar o mercado, fez muitoo que anda sendo chamado deespeculação imobiliária. “Vocêcompra um terreno por R$ 15mil, gasta mais R$ 15 mil paraerguer uma casa nos moldespopulares e vende por R$ 60,65 mil. Tendo o dinheiro dis-ponível e uma equipe de con-fiança, você começa a cons-truir e não pára mais. Eu nãoatuo mais nisso simplesmen-te porque me cansei de lidarcom a mão de obra”, diz.

Na ponta desse ramo en-contra-se o construtor, que

pode ser engenheiro, mestrede obra autônomo, arquiteto,basicamente qualquer um,com certo conhecimento dostrâmites da construção civil.Sebastião José Carvalho, autô-nomo há 13 anos, hoje estácom uma agenda de três me-ses de atraso devido ao núme-ro de obras que ainda tem porterminar. “O momento estámuito bom. Há seis meses quepego uma obra atrás da outra”,conta o contente empreiteiro.

Porém a conta está come-çando a ser paga e problemasestão surgindo. Materiais deconstrução bruta como tijolo,concreto e madeira tambémestão com lista de espera lon-ga, devido à demanda. O co-merciante Marcel Bueno, donode loja de material para cons-trução conta que os pedidospara tijolos, por exemplo, es-tão chegando a demorar atémesmo de três semanas a cer-ca de um mês. “O tijolo é oque está saindo mais no mo-mento”, explica Marcel.

D e m a n d a - Entregas de material de construção, como tijolos, estão demorando até um mês

Wanessa Derzi

Na hora de semaquiar é a maiorempolgação. Adrena-lina para sair, se sen-tir bonita e o que im-porta no momento éabusar da maquiagempara arrasar na noite.Mas o que muitasmulheres esquecem éque ao voltar da fes-ta fazer o processo deretirar a maquiagem éimportante para man-ter a saúde da pele.

“Quando chegoem casa depois dabalada a preguiça delimpar a pele é mui-ta, confesso que mui-tas vezes eu não façoisso”, admite a estu-dante Thaís Pereira.

Para a esteticistaClaudia dos Santos,os jovens não imagi-nam os males queuma pele mal cuida-da pode causar. “Abase e o pó compacto

usados na maquiagem se nãoretirados vão entupindo osporos da pele, isso pode oca-sionar os temidos cravos eespinhas, portanto limpar éa melhor solução”, explicaa esteticista.

A preocupação em ficarbonita deve surgir do come-ço ao fim, não adianta ficarlinda com a maquiagem e de-pois não fazer a limpeza comum removedor correto.

“A limpeza é o mais im-portante, se não souber tra-tar bem a pele, com o temponão haverá maquiagem quesalve”, alerta a esteticistaClaudia dos Santos.

E durante a escolha dequal o melhor produto pararemover a maquiagem, é in-teressante saber. “O melhoré dar preferência para oscremes ao invés de óleos,pois esses tornam a pele ole-osa sem necessidade, o quedeve se prestar atenção eevitar também é produtos abase de álcool, pois essesressecam a pele”, diz a este-

Não retirar a maquiagem causa

problemas dermatológicosticista.Tendências

Saber usar do valioso ar-tifício de se maquiar, ficarlinda e abusar das tendên-cias das maquiagens, é amelhor saída. Nesse verãonão será só o colorido dasroupas que vão estar emalta, mas também namaquiagem, o que não valeé abusar, e correr o risco depassar ridículo. “As coresdo verão estão bem fortes,coloridas, tanto nas roupasquanto na maquiagem, masdeve saber dosar não dápara colorir o rosto e usarroupas coloridas também,quando for abusar namaquiagem prefira roupasde tons mais neutros”, ex-plica o maquiador SérgioRony.

Na opinião do maquia-dor, sombra colorida e brin-cadeiras nas cores damaquiagem são opções dasmulheres de personalidadeforte, e por enquanto pou-cas pessoas aderiram àidéia.

C u i d a d o s - Cores fortes são a tendência para o verão, mas é preciso retirar o make up

Foto: imagem.vilamulher.com.br

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GERAL

Victor Luiz

Foi-se o tempo em queMato Grosso do Sul era vistocomo um Estado tranqüilo,pacífico, com ares interioranos.A realidade hoje é bem dife-rente e se reflete em CampoGrande. Se a Capital aindanão registra índices de violên-cia similares aos dos grandescentros, os que já se apresen-tam assustam e são maiores doque aparentam, visto que aca-bam sendo maquiados pela au-sência de um levantamentoconfiável das ocorrências. Asensação de abandono porparte do poder público fazcom que a população fiqueacuada ou, pior, acostumadaà violência.

Levantamento feito a partirda observação das editorias depolícia dos sites de notícias dacapital, Campo Grande Newse Midiamaxnews, entre os dias1º e 24 de setembro ofereceuma idéia do grau de violênciaa que o campo-grandense estáexposto. Neste período os sitesnoticiaram três assaltos a ban-cos, 60 assaltos à mão armada(20 deles assaltos a ônibus), cin-co furtos, quatro agressões,quatro tentativas de homicídioe sete homicídios em CampoGrande. Em todo o Estado fo-ram contabilizados 44 homicí-dios no período.

Com cerca de 750 mil ha-bitantes Campo Grande apa-rece em 515º lugar no “Mapada Violência dos MunicípiosBrasileiros 2008”, segundo le-vantamento feito pela Rede deInformação Tecnológica LatinoAmericana (RITLA), InstitutoSangari, Ministério da Saúdee Ministério da Justiça. A Ca-pital do Estado - lado a ladocom outros 18 municípios sul-mato-grossenses - figura emuma fatia que representa os10% de municípios mais vio-lentos do País, em uma rela-ção entre o número de homi-cídios registrados e a popula-ção do município. Segundo apesquisa, Campo Grande re-gistrou 1.130 homicídios en-tre 2002 e 2006.

O município mais violen-to do país é sul-mato-gros-sense. Trata-se de Coronel

Sapucaia, com 74 homicídiosem cinco anos. Localizado a383 quilômetros de CampoGrande, na fronteira com a ci-dade paraguaia de CapitánBado, o município apresentaa média de 107,2 homicídiospara cada 100 mil habitantes.

Nada menos do que 73,3%do total de homicídios ocor-ridos no Brasil foram cometi-dos nos 556 municípios maisviolentos entre os 5.564 mu-nicípios brasileiros. Todos osEstados possuem pelo menosum município fazendo partedestes 10%.

Além de Coronel Sapucaiae Campo Grande, os outros 18municípios do Estado que fi-guram entre os 556 mais vio-lentos do país são Aral Moreira(39ª colocação) com 25 homi-cídios; Japorã (55ª colocação)com 15 homicídios, Ponta Porã(156ª colocação) com 194 ho-micídios, Corumbá (211ª co-locação) com 193 homicídios,

Dourados (214ª colocação)com 385 homicídios, ÁguaClara (222ª colocação) com 28homicídios, Porto Murtinho(225ª colocação) com 37 ho-micídio, Ribas do Rio Pardo(227ª colocação) com 46 ho-micídios, Iguatemi (239ª colo-cação) com 24 homicídios,Paranhos (244ª colocação) com29 homicídios, Inocência(256ª colocação) com 13 ho-micídios, Amanbai (258ª co-locação) com 71 homicídios,Rio Brilhante (274ª colocação)com 54 homicídios, Sete Que-das (307ª colocação) com 22homicídios, Três Lagoas (364ªcolocação) com 136 homicídi-os, Bela Vista (394ª colocação)com 31 homicídios, Eldorado(432ª colocação) com 14 ho-micídios e Camapuã (515ª co-locação) com 19 homicídios.

Para Regina Eva, de 65anos, moradora do bairro Jó-quei Clube, a ausência de umpoliciamento ostensivo na re-

gião faz com que as pessoas setransformem em reféns dentrode suas próprias casas. “De-pois que escurece nós não saí-mos de casa, pois é perigoso.É muito raro passar carro dapolícia aqui na rua e sempretêm malandros vagando. Pre-firo ficar em casa, assim comoa maioria dos meus vizinhosque tem mais idade”, afirma.

O presidente da Ordemdos Advogados do Brasil -Seccional de Mato Grosso doSul (OAB/MS), Fábio Trad,considera que o país vive uma“guerra civil não declarada” e“triste” o fato de que CoronelSapucaia seja considerado ocampeão de assassinatos nopaís. Ele defende a presençado Exército na fronteira e aparticipação das forças polici-ais brasileiras e paraguaiaspara enfrentar o problema.

Trad cita dados do livro “In-segurança Pública”, de JoséVicente da Silva Filho. “Qual-

quer localidade que registre trêshomicídios ao ano por 10 milhabitantes estará entrando emfase grave de violência; acimade cinco já está em situaçãogravíssima (SP, RJ e arredoresdo DF). Acima de sete, está emfase crítica de perda de contro-le. O que dizer de CoronelSapucaia que tem 13 homicí-dios para cada 10 mil habitan-tes? Passou do último estágiode alerta. São índices do oesteamericano do século 19”.

O número de prisõesefetuadas pela Polícia Civil deMato Grosso do Sul entre ja-neiro e agosto de 2008 já su-pera os números do mesmoperíodo de 2007. No ano pas-sado foram cumpridos 2.617mandados de prisão enquan-to em 2008 já são 3.947. Umcrescimento de 50,82%. Alémdo aumento na quantidade demandados de prisão cumpri-dos, a Polícia Civil também in-tensificou os autos de prisão

em flagrante (passan-do de 4.040 para4.568, o que represen-ta variação de 13,07%)e os mandados de bus-ca e apreensão (quesubiram de 351 para420 – aumento de19,66%).

Marla Chaparro, de38 anos, diz tervivenciado uma situa-ção que define a atualsituação da segurançapública em CampoGrande: “Presenciamosum atropelamento deum motociclista na fren-te da minha casa (no Jar-dim Los Angeles). Oatropelador estava bêba-do e a vizinhança o se-gurou ali. Chamamos apolícia três vezes e, sim-plesmente, ninguémapareceu. Acabamosdeixando o motorista irembora”.

P e r i g o - Levantamento realizado em sites de notícias da Capital aponta que nos primeiros 24 dias de setembro ocorreram 60 assaltos à mão armada em Campo Grande

Foto: www.sxc.hu

Números

Campo Grande está entre os 10% de municípios mais violentos do Brasil segundo Ministério da Justiça

Violência rouba tranqüilidade

Daniel Henrique

A turista faz as contas,compara os preços e calculao que compensa mais: via-jar para o exterior ou peloBrasil. “É preciso fazer ascontas pra saber quanto di-nheiro a gente tem e quantose pode gastar”, afirmaLucimar Sanches Motta queé administradora. Mesmocom a crise financeira mun-dial a procura por pacotesde viagens não sofreu im-pactos negativos.

Nas agências de viagensa procura por pacotes já co-meçou há algum tempo. Se-gundo a Associação Brasilei-ra de Agências de Viagensem Mato Grosso do Sul(ABAV/MS), cerca de oiten-ta pessoas procuram diaria-mente informações sobreopções de viagens. Com odólar em alta as agênciasapostam em pacotes nacio-nais como roteiros para estefinal de ano. Muitas empre-sas até fretaram navios quevão navegar pela costa bra-sileira, o que às vezes saimais barato para o turista.Para Ricardo de Oliveira,proprietário de uma agência,o turista precisa avaliar bemcada pacote. “Existem mui-tos roteiros brasileiros,como Noronha, Fortaleza eaté Bonito, que saem bem

mais caros que pacotes in-ternacionais, por isso é pre-ciso pesquisar”, diz Ricardo.

A pecuarista Maria Barbo-sa escolheu um roteiro inter-nacional. Essa será a terceiraviagem dela ao exterior nes-se ano. Depois de Cuba eMéxico agora vão serdezessete dias na Rússia.“Eu escolhi de novo ir prafora por causa dos preços. Sevocê coloca tudo na ponta dolápis fica mais em conta”.

A procura por cursos deidiomas no exterior tambémvem crescendo em MatoGrosso do Sul. As agênciasde viagens afirmam que avenda de pacotes de turis-mo educacional cresceu se-tenta por cento desde o iní-cio do ano. O setor está oti-mista. “É bom o turista bra-sileiro que vai fazer uma vi-agem de estudo, como umintercâmbio, avaliar todas aspropostas”, analisa LuizCarlos Ferreira, proprietáriode agência.

Mas os turistas do Esta-do também têm escolhido olitoral como destino das via-gens. A procura pelos paraí-sos tropicais, principalmen-te no nordeste do Brasil, temsido tanta, que os pacotes jáforam todos vendidos. “Ocrescimento das vendas depacotes para o litoral já re-gistra um aumento de trinta

e cinco por cento”,completa Ferreira.

Na maioria dasagências de turismo ospacotes para o révei-llon 2008 começaram aser vendidos em outu-bro. No início de no-vembro setenta porcento já estavam reser-vados. E a maioria dosturistas optou pelo co-modismo de uma via-gem planejada e coor-denada pelas agênciasde turismo. Compra-ram pacotes. “Os pa-cotes ficam mais bara-tos, porque já estátudo incluído”, dizAna Laura Corrêa, quevai passar a festa da vi-rada no Rio de Janei-ro.

E quem decidiu irpara praia na últimahora vai ter que mudaros planos: segundo asagências, na maioriadas capitais do nor-deste não há mais va-gas em hotéis e nem lu-gares em vôos para ofim de ano. E os agen-tes de viagens alertam.“Quem for viajar nocarnaval já precisa seprogramar, porquepode não conseguiruma viagem tranqüi-la”, finaliza Ferreira.

Férias estavam garantidas

antes da crise na economia

P r e c a v i d o s -Muitos turistas haviam pago os pacotes para fim de ano antes das oscilações econômicas

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Natal mais feliz com Lei Seca

Fim de Ano

Apesar da redução de acidentes pós- lei ter caído, existe expectativa de menos violência no trânsito durante festas

E s t a t í s t i c a - Segundo Ciptran no Natal não aumenta o número de acidentes, mas o álcool contribui para que eles sejam mais violentos

Foto: Renan Portes

Luciana Brazil

As festas de final deano, Natal e Réveillonsão sempre um períodode grandes comemora-ções e devem ser feste-jadas pela primeira vezcom a nova Lei Seca emvigor. O número de aci-dentes de trânsito nesteperíodo de festas semantém o mesmo, com-parado com o decorrerdo ano. Mas as ocorrên-cias no dia 25 de de-

zembro são mais vi-olentas, e para os es-pecialistas um dosvilões é a bebida al-coólica.

O médico coor-denador geral doServiço de Atendi-mento Móvel de Ur-gência (Samu),Eduardo Cury, dizque no primeiro mêsde vigor da Lei Secahouve em médiauma redução de 29a 31% dos acidentesem vias públicas emCampo Grande. “Odomingo, que é umdia bem violento, deacordo com os regis-tros, teve uma gran-de redução no nú-mero de acidentes,que chegou a umadiminuição de50%”, afirma Cury.

Porém, a má no-tícia é que, segundoo médico EduardoCury, depois daquarta semana de vi-

gor da lei, os índicesde acidentes no trânsi-to voltaram a ser iguaisaos níveis anteriores.“Aqui em Campo Gran-de, para nós do Samu,não existe mais a LeiSeca, pois os númerosde acidentes de trânsitocontinuam os mesmos,nada mudou,” conta oDr. Cury.

Ele explica aindaque o comportamentodas pessoas nos bares enos restaurantes era depreocupação, logoquando a lei entrou emvigor, porém este perío-do foi curto. “As pesso-as voltaram a ser incon-seqüentes e irresponsá-veis,” lembra ele.

Cury diz que osprincipais períodos deacidentes na Capital deacordo com os registrosdo Samu é o dia das

mães. “O campeão é o dia dasmães, seguido do dia 25 dedezembro. Os dias de paga-mentos de funcionários públi-cos municipais e estaduais eos feriados prolongados, tam-bém são dias de grande nú-mero de ocorrências,” contaEduardo. Para ele falta fiscali-zação. “Deveria haver punição,multa e prisão,” afirma.

Para o Samu existe expec-tativa em relação ao Natal des-te ano que será em uma quin-ta-feira e a preocupação é queas pessoas emendem o feria-do e isso traga mais ocorrên-cias, segundo o coordenadorCury.

Mas nem todos os dadosem relação à vigência da LeiSeca são negativos. Segundoo subcomandante da Compa-nhia Independente de Polici-amento de Trânsito, (Ciptran),capitão Edgar Almada, houveum decréscimo no número deacidentes na Capital após avigência da lei. Para ele a LeiSeca tem reduzido os índicesde desastres. “De acordo como site do Detran houve umaredução de 12% nas ocorrên-cias de trânsito nos meses dejaneiro a outubro deste ano,com relação ao ano passado,”conta o subcomandante.

A Ciptran registra em mé-dia um número de 80 aciden-tes por semana, alguns com ví-timas fatais. No período das fes-tas de final de ano este númeronão tem um aumento significa-tivo, segundo Almada. “Osnúmeros não aumentam, maso que acontece é que os aciden-tes são mais violentos, commaior gravidade,” diz o capitão.

Segundo o subcomandante,pesquisas mostram que 65%dos acidentes envolvem pesso-as embriagadas, por isso ele res-salta a importância da lei.

De acordo com estatísticaspublicadas no site do Detrane informadas pelo Centro In-tegrado de Operações de Se-gurança, CIOPS, o capitãoafirma que é notável a redu-ção nos desastres de trânsi-to. “No ano de 2007, no pe-ríodo de Janeiro a Outubroaconteceram 1991 acidentes,no ano de 2008 houve 1740acidentes uma redução con-siderável,” conta.

Para o capitão Edgar mesmoque o número de acidentes con-tinuasse o mesmo, já teria ocor-rido a diminuição, pois há ocrescimento da cidade. “Temosque levar em conta o crescimen-to geográfico, que são as vias detráfego, e também o crescimen-to demográfico, que são as pes-soas que vivem na cidade. A

quantidade de carros na Capi-tal não é a mesma do ano pas-sado. Os registros de CNH au-mentaram,” diz o capitão.

Segundo ele, é importanteanalisar os dados cedidos peloSamu para especificar os tiposde ocorrência, pois de acordocom a Ciptran, de fato os nú-meros de acidentes diminuíram.

Ações no fim do ano serãodesenvolvidas na cidade, comocampanhas de conscientização,panfletagem e folgas suprimidas

para os policiais, que serão com-pensadas posteriormente, des-ta forma aumentará o efetivo dehomens para a fiscalização definal de ano, segundo informa-ções do subcomandanteAlmada.

R o d o v i a sO chefe do Núcleo de Co-

municação Social da PolíciaRodoviária Federal, Ademil-son de Souza, afirma que aoperação “Férias”, de fiscali-

zação nas estradas tem iníciona segunda quinzena de de-zembro e vai até o carnaval.“Historicamente o Natal, AnoNovo e Carnaval são os perí-odos onde existem os maio-res números de acidentes detrânsito por causa das gran-des dosagens de bebidas al-coólicas”, afirma Souza. Eleconta também que o períodode maior rigor na fiscalizaçãoé este.

O fim do mês de janeiro

também tem se tornado umaépoca de grande registro deacidentes nas estradas, contao inspetor Ademilson. “Nãotemos como saber antecipada-mente se a Lei Seca trará umadiminuição no número de aci-dentes. Existe um crescimen-to na frota de veículos que cir-culam nas cidades e estradasdo Brasil, e quanto maior onúmero de veículos a situa-ção estará mais propícia a teracidentes,” lembra ele.

Camisinha feminina debuta mas é

rejeitada pelos consumidores de CG

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Magna Melo

Neste ano opreservativo fe-minino comple-tou quinze anos eestá disponívelpara o mundotodo, mas no Bra-sil o uso é bemraro e o produtodifícil de encon-trar nas farmáci-as. Ainda existeuma resistênciamuito grandepara o uso do pre-servativo, talvezpor falta de infor-mação, ou porpreconceito. Mes-mo com tantam o d e r n i d a d eacredita-se que éuma questão cul-tural, as mulhe-res têm vergonhade usar o preser-vativo.

A agente de saúdeMarinalva Ribeiro diz queesse assunto é pouco falado,mas por experiência própriadiz que, “achou muito

desconfortável, cheguei a co-locar, mas não deu certo, oque mais incomodou é quefica um anel para fora docorpo.”

A profissional do sexoJ.O, utilizou o preservativofeminino, mas achou poucoprático. “Já usei mas acheihorrível, foi uma experiência

única, não quis mais saber, eos clientes também não gos-tam, preferem a masculina.”

Percorrendo várias farmá-cias de Campo grande foibem difícil encontrar o pre-servativo feminino. Só naoitava farmácia o produto foiencontrado com apenas duasunidades no estoque.

Todos os atendentes dis-seram que é um produto quenão tem saída e nem procu-ra, até tentaram vender colo-cando o produto à disposi-ção, mas a data de validadeacabou vencendo e tendo queser jogado fora.

“Não temos procura ne-nhuma do preservativo femi-nino, se não há procura nãotem por que ter no estoque,é um produto difícil até paraachar distribuidor”, relata afarmacêutica técnica EricaMarisa Rodrigues.

A farmácia que disponibi-liza o produto é a do Levi,com duas caixas contendodois preservativos cada, como valor de R$16,78, sendoque a masculina o preço é deR$2,00 o que pode ser umdos motivos para a baixa pro-cura da camisinha feminina.“A masculina é vendida todo

dia, as mulheres tambémcompram o produto, temosem várias cores e sabores,já a feminina temos só parater disponível, por que émuito raro vender, a que te-mos foram fabricadas emdois mil e sete, e até agoranão foram vendidas, che-gando a dois anos esperan-do venda”, explica o res-ponsável pela farmáciaReinaldo Romano. Para ele,a reclamação é sempre amesma, as mulheres recla-mam do desconforto, não ésó uma questão cultural,pelo fato de que são bemvendidas os preservativosmasculinos para mulherestambém.

Na rede pública de saú-de também é difícil a dis-tribuição, foi encontrado noHospital Dia e no Centro deEspecialidades Médicas(CEM). A reportagem doEm Foco procurou os res-ponsáveis pelos locais parafalar sobre o assunto, masos funcionários estão proi-bidos de dar entrevistas. Ofuncionário só revelou queé bem difícil locais de dis-tribuição.

E s q u e c i d a - Preservativo feminino nem chega a ser exposto para venda pois tem pouca saída

Foto: Kleber Gutierrez