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CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA PAULA SOUZA ETEC PROF. MÁRIO ANTÔNIO VERZA CURSO TÉCNICO EM CONTABILIDADE UM ESTUDO DA CONTABILIDADE GERENCIAL COMO DIFERENCIAL ESTRATÉGICO DAS COOPERATIVAS DANILO RIBEIRO MAIA ÉRIKA GONÇALVES CORREA DOS SANTOS JOSÉ ROBERTO RONQUI REGINALDO JOSÉ DE OLIVEIRA THIAGO CANDEO MACIEL PALMITAL 2014

UM ESTUDO DA CONTABILIDADE GERENCIAL COMO … · centro estadual de educaÇÃo tecnolÓgica paula souza etec prof. mÁrio antÔnio verza curso tÉcnico em contabilidade um estudo

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CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA PAULA SOUZA ETEC PROF. MÁRIO ANTÔNIO VERZA

CURSO TÉCNICO EM CONTABILIDADE

UM ESTUDO DA CONTABILIDADE GERENCIAL COMO

DIFERENCIAL ESTRATÉGICO DAS COOPERATIVAS

DANILO RIBEIRO MAIA

ÉRIKA GONÇALVES CORREA DOS SANTOS

JOSÉ ROBERTO RONQUI

REGINALDO JOSÉ DE OLIVEIRA

THIAGO CANDEO MACIEL

PALMITAL

2014

DANILO RIBEIRO MAIA

ÉRIKA GONÇALVES CORREA DOS SANTOS

JOSÉ ROBERTO RONQUI

REGINALDO JOSÉ DE OLIVEIRA

THIAGO CANDEO MACIEL

UM ESTUDO DA CONTABILIDADE GERENCIAL COMO

DIFERENCIAL ESTRATÉGICO DAS COOPERATIVAS

Trabalho de Conclusão apresentado ao Curso Técnico de Contabilidade do Centro Estadual De Educação Tecnológica Paula Souza - Etec Prof. Mário Antônio Verza. Prof. Orientador: Cleison Faria Coutinho

2014

DEDICATÓRIA

Dedicamos este trabalho aos nossos familiares que lutam diariamente ao nosso lado, transmitindo fé, amor, alegria, determinação, paciência, e coragem, tornando os nossos dias mais felizes.

AGRADECIMENTOS

A Deus, por acreditar que nossa existência pressupõe outra infinitamente superior.

A todos os professores do curso, que foram tão importantes em nossa caminhada e no desenvolvimento deste trabalho monográfico. Aos amigos e colegas, pelo incentivo e pelo apoio constantes.

Agradecemos em especial, aos Professores, José Marcelino Calegari, professor de TCC, e Cleison Faria Coutinho, orientador dedicado que, com sabedoria dirigiu nossos passos e os nossos pensamentos para o alcance deste objetivo.

Nossos sinceros agradecimentos a todos aqueles que de alguma forma doaram um pouco de si para que a conclusão deste trabalho se tornasse possível:

Gratos

EPÍGRAFE

A primeira lição que aprendemos foi simples: se você quiser nadar entre os tubarões é melhor se tornar um deles. Um tubarão nunca é desleal ou desonesto: é implacável - e sabe muito bem o que quer.

Roberto Justus

RESUMO

A contabilidade é constituída de ferramentas tais como os demonstrativos financeiros, a fim de alcançar e prestar informações precisas acerca do desempenho econômico financeiro de uma organização. A contabilidade adota alguns conceitos e critérios que procuram mensurar e comunicar, de forma estruturada, o desempenho econômico financeiro de uma organização. Este estudo tem como objetivo demonstrar a importância da Contabilidade Gerencial, como fator essencial para o processo de tomada de decisão. Utilizou-se como método, pesquisas bibliográficas e históricas, nas formas de coletas de dados via pesquisa documental e eletrônica. O resultado foi apresentado em formas de relatórios. A partir dos demonstrativos foi possível obter informações fiéis da aplicação dos índices, proporcionando aos gestores condições de inferir e predizer o desempenho das Cooperativas, para as tomadas de decisões, bem fundamentadas.

Palavras chaves: contabilidade; dados, informações, demonstrativos

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO....................................................................... 7

1.1 OBJETIVOS......................................................................... 8 1.1.1 Objetivo geral................................................................... 8 1.1.2 Objetivos específicos....................................................... 8 1.2 Procedimentos Metodológicos............................................ 8 2 A CONTABILIDADE.............................................................. 10

2.1 A CONTABILIDADE MODERNA........................................ 13 2.1.1 A Contabilidade Gerencial............................................... 14 2.2 O PAPEL DO CONTABILISTA GERENCIAL .................... 15 2.3 PLANEJAMENTO FINANCEIRO........................................ 17 2.4 ADMINISTRAÇÃO DO CAPITAL DE GIRO........................ 19 2.4.1 Capital de giro líquido...................................................... 22 2.4.1.1. Capital de giro permanente e sazonal ........................ 22 2.4.2 A demonstração de fluxo de caixa (DFC)........................ 22 2.4.3 Balanço patrimonial......................................................... 23 2.4.4 Demonstração do Resultado do Exercício – D.R.E......... 25 2.4.5 Índices Financeiros.......................................................... 29 2.4.5.1 Índices de liquidez.................................................... 29 2.4.5.1.1 Liquidez Corrente...................................................... 30

2.4.5.1.2 Liquidez Geral (LG).................................................... 31 2.4.5.3 Liquidez Seca (LS)........................................................ 32 2.4.5.4 Liquidez Imediata (LI)................................................... 32 2.5 ÍNDICES DE ESTRUTURA DE CAPITAIS......................... 33 2.5.1 Participação de Capitais de Terceiros (PCT)................... 34 2.5.2 Composição do endividamento (CE)............................... 34 2.5.3 Imobilização do patrimônio líquido (IPL).......................... 34 2.5.4 Imobilização dos recursos não correntes (IRNC)............ 35 2.6 ÍNDICES DE RENTABILIDADE.......................................... 36 2.6.1 Taxa de lucratividade final (TLF)..................................... 37 2.6.2 Giro do ativo (GA)............................................................ 38 2.6.3 Margem líquida (ML)........................................................ 38 2.6.4 Rentabilidade do ativo (RA)............................................. 39 2.6.5 Rentabilidade do patrimônio líquido (RPL)...................... 39 2.7 PROCESSO DE AVALIAÇÃO DE ÍNDICES...................... 41 2.8 PRAZO MÉDIO DE RENOVAÇÃO DO ESTOQUE DA EMPRESA..................................................................................

43

3 REVOLUÇÃO INDUSTRIAL E COOPERATIVISMO............. 45 3.1 COOPERATIVISMO............................................................ 49 3.2 ANALISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS DA COOPERMOTA 2012/2013.......................................................

62

CONSIDERAÇÕES................................................................... 69

REFERÊNCIAS......................................................................... 71

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1. INTRODUÇÃO

Este trabalho tem como base a evolução da contabilidade, considerada

relevante para todas as relações, valorizando cada dia mais o profissional da

área contábil, diante de sua importância presente em todos os negócios

patrimoniais.

Verifica-se que, a história da contabilidade é tão antiga quanto à própria

história da civilização, ligada às primeiras manifestações humanas da

necessidade social de proteção à posse e de perpetuação e interpretação dos

fatos ocorridos, com o objeto material de que o homem sempre se dispôs para

alcançar os fins propostos.

Atualmente, a contabilidade está presente em todas as vertentes da vida

patrimonial, já que para qualquer negociação a área contábil se faz presente

sendo relevante a sua participação.

A área contábil tem sofrido modificações durante a passagem dos anos,

do fortalecimento dos países e das mudanças interiores; pode-se ver

nitidamente que a contabilidade segue a globalização, modernizando-se,

evoluindo e crescendo.

A tecnologia cada vez mais desenvolvida também opera reações na

contabilidade, tornando possível a sua mutação para se adequar aos novos

tempos, isto é, ao futuro.

Justifica-se a escolha do tema tendo em vista que, a contabilidade é

uma ferramenta fundamental para se avançar os estudos gerenciais de

qualquer tipo de organização. A contabilidade faz parte do cotidiano das

empresas e devido às mudanças no mundo empresarial, torna-se cada vez

mais essencial a presença deste profissional para auxiliar no gerenciamento

das decisões.

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1.1. OBJETIVOS

O contabilista gerencial exerce papel necessário no processo decisório.

Esta pesquisa destaca que a contabilidade gerencial fornece informações de

natureza financeira e econômica visando atender melhor a necessidade de

seus usuários: os tomadores de decisão.

1.1.1 Objetivo Geral

Demonstrar a importância da Contabilidade Gerencial, como fator

essencial para o processo de tomada de decisão.

1.1.2 Objetivos Específicos

Evidenciar a Contabilidade Gerencial como sistema de informação contábil;

Identificar fases do processo de tomada de decisões;

Mostrar ferramentas disponíveis na literatura para incrementar melhorias

em projetos agropecuários e agroindustriais, adequados ao sistema

cooperativista, com sustentabilidade, ou qualquer atividade econômica.

1.2 Procedimentos Metodológicos

Este trabalho constituiu-se de pesquisa bibliográfica. A pesquisa

bibliográfica tem por objetivo conhecer as diferentes contribuições científicas

disponíveis sobre determinado tema. Ela dá suporte a todas as fases de

qualquer tipo de estudos, uma vez que auxilia na definição do problema, na

determinação dos objetivos, na construção de hipóteses, na fundamentação da

justificativa da escolha do tema e na elaboração do relatório final.

Para MARCONI e LAKATOS (2003) a pesquisa bibliográfica, ou de

fontes secundárias, abrange toda a bibliografia já tornada pública em relação

ao tema de estudo, por meio de publicações impressas ou online.

9

O levantamento bibliográfico foi realizado em artigos de revista, livros e

sites de internet da área Administrativa com publicações entre setembro de

1995 a abril de 2014. A busca por tais documentos foi realizada por intermédio

de análise dos volumes disponíveis em bibliotecas locais, como também,

utilizou-se a Internet, meio de busca eletrônica para enriquecer o levantamento

da bibliografia disponível.

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2 A CONTABILIDADE

Com a evolução da sociedade aliada à necessidade de controles

contábeis para o desenvolvimento das primeiras Alfândegas, no ano de 1530,

surgiu a História da Contabilidade no Brasil, época Colonial. REIS e SILVA,

(2008).

Em 1549, Gaspar Lamego foi nomeado Contador Geral das terras do

Brasil, responsável para controlar armazéns alfandegários.

Em 1679, criou-se a Casa dos Contos autorizada pela Constituição

Federal da época, com a atribuição de processar e fiscalizar as receitas e

despesas de Estado, ganhando autonomia somente no reinado de João I.

Com a chegada da Família Real ao Brasil, houve a expansão das

atividades provocando um aumento nos gastos, exigindo um melhor controle

das contas públicas e receitas do Estado, e para este fim foi implantado o

órgão denominado Erário Régio. REIS e SILVA, (2008).

Em 24 de dezembro de 1768, em Portugal, tornou-se obrigatório o

processo de escrituração contábil nos órgãos públicos.

Em 1808, no Brasil, ocorreu a primeira referência oficial à escrituração e

relatórios contábeis, elaborada pelo Príncipe Regente D. João VI.

Tais escriturações e relatórios só poderiam ser feitas por profissionais

que estudassem aulas de Comércio, realizadas no Brasil, ministradas por

encarregados, que vindos de Portugal preparavam os empregados do comércio

para o exame na Junta Comercial.

Em 1809, as aulas de Comércio no Brasil, eram ministradas pelo Sr.

José Antônio Lisboa, primeiro professor de Contabilidade no Brasil.

Em 1850, o Código Comercial Brasileiro, marcou o período República,

pois regulamentou os procedimentos contábeis, impondo às empresas a fazer

escrituração dos livros, mostrando os fatos patrimoniais. REIS e SILVA, (2008).

Em 1869, a Associação dos Guarda-Livros da Corte foi criada e

reconhecida oficialmente pelo Decreto Imperial nº 4.475, no ano de 1870 e era

este era formado pelo guarda-livros, considerada primeira profissão liberal do

Brasil. REIS e SILVA, (2008).

11

Em 1905, surgiu a Fundação Visconde de Cairu que funciona até hoje,

com a finalidade de formar peritos comerciais e habilitar os jovens para cargos

de cônsules e chefes de Contabilidade.

O Brasil sofreu influência de Portugal da época Colonial até o Império,

por conta do vínculo existente entre os países, medidas criadas na metrópole,

eram posteriormente adotadas na colônia, como a criação do Erário Régio e a

implantação do método das partidas dobradas. REIS e SILVA, (2008).

Verifica-se então que, o desenvolvimento da Contabilidade está

intrinsecamente ligado às necessidades da sociedade como mostra a criação

das Aulas de Comércio.

Segundo LIMA (2006), a Contabilidade é dividida em quatro etapas da

sua evolução, conforme descrito a seguir:

Figura 1: Evolução da contabilidade

Período Características

Contabilidade do Mundo Antigo Período que se inicia com a civilização do homem e vai até 1202 da Era Cristã, quando apareceu o Líber Abaci, da autoria Leonardo Fibonaci, o Pisano

Contabilidade do Mundo Medieval Período que vai de 1202 da Era Cristã até 1494, quando apareceu o tratactus de Computis et Seriptures (Contabilidade por Partidas Dobradas) de Frei Luca Pacioli, publicado em 1494; enfatizando que à teoria contábil do débito e do crédito corresponde à teoria dos números positivos e negativos, obra que contribui para inserir a contabilidade entre os ramos do conhecimento humano

Contabilidade do Mundo Moderno Período que vai de 1494 até 1840, com o aparecimento da Obra “La Contabilità Applicatta Alle Amninistrazioni Private e Pubbliche”, da autora de Francesco Villa, premiada pelo governo da Áustria. Obra marcante na história da Contabilidade

Contabilidade do Mundo Científico Período que se inicia em 1840 e continua até os dias de hoje.

Fonte: LIMA, 2006, p. 01

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A história da contabilidade é tão antiga quanto à própria história da

humanidade. Com o desenvolvimento das civilizações e a ascensão industrial a

contabilidade, passou a ter maior importância, devido ao surgimento das

grandes empresas comerciais e industriais. Com o passar do tempo, esta, foi

se desenvolvendo e hoje possui várias especializações, tais como: Auditoria

Contábil, Contabilidade de Custos, Perícia Contábil, Contabilidade Rural, e

outras. SÁ, (1999).

De acordo com IUDÍCIBUS e MARION (2007), a Contabilidade não se

trata de uma ciência exata e sim uma ciência social, pois é a ação humana que

gera e modifica o fenômeno patrimonial. Todavia a Contabilidade utiliza os

métodos quantitativos como sua principal ferramenta. Se o principal objeto é o

patrimônio de toda e qualquer entidade; ela acompanha a evolução qualitativa

e quantitativa desse patrimônio.

Já, GONÇALVES (2003), define a contabilidade como uma ciência que,

estuda os fenômenos ocorridos no patrimônio das entidades, mediante o

registro, a classificação, a demonstração expositiva, a análise e a interpretação

desses fatos, objetiva oferecer informações, como também orientação para a

tomada de decisão sobre a composição do patrimônio, suas variações e o

resultado econômico decorrente da gestão da riqueza patrimonial.

Observa-se que, ambos os autores citados, concordam que, a

contabilidade tem papel fundamental na tomada de decisões de qualquer

entidade, os relatórios contábeis quando utilizados de forma correta e coerente

se tornam ferramentas indispensáveis para conhecimento das contas

patrimoniais, previsão de resultados futuros, comparações entre períodos,

análise de contas a receber e contas a pagar, enfim, todas as informações são

relevantes para a tomada de decisão correta.

Segundo NIYAMA (2009), na década de 70, a história da contabilidade

no Brasil se destacou por conta da obrigatoriedade das companhias abertas

terem suas demonstrações contábeis padronizadas quanto à sua estrutura e

auditadas por auditores independentes. Outro fato importante foi a influência da

escola norte-americana de contabilidade que deu início a estudos sobre

princípios contábeis e a promulgação da Lei 6.404/76.

Em 1946, foi criado o Conselho Federal de Contabilidade- CFC a fim de

regulamentar as Normas Contábeis.

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A criação do Conselho Federal de Contabilidade, atribuído para organizar o seu regimento interno, aprovar os Regimentos Internos organizados pelos Conselhos Estaduais, tomar conhecimento de quaisquer dúvidas suscitadas nos Conselhos Regionais e dirimi-las, decidir em última instância, recursos de penalidade imposta pelos Conselhos Regionais, publicar o relatório anual de seus trabalhos, em que deverá figurar a relação de todos os profissionais registrados JOSÉ, (2011).

É importante citar outras duas datas marcantes da Contabilidade, são

elas: a Lei das S/A, publicada em 1976, ganha um novo formato, adotando o nº

6404 e incorpora as tendências da Escola Norte-Americana; em 1981 uma

nova disciplina para as Normas Brasileiras de Contabilidade entra em vigor,

com a Resolução CFC nº 529 e nº 530, além das atualizações da Resolução

CFC nº 750 de 1993. A lei 11.973/2007 que trouxe a padronização dos

demonstrativos contábeis, fato marcante que traz a contabilidade a níveis

internacionais.

2.1 A CONTABILIDADE MODERNA

A contabilidade moderna, têm como atribuições mensurar o patrimônio,

calcular o resultado de determinado período e propiciar uma grande base de

dados a qual permite a seus usuários a obtenção de informações relacionadas

com a tomada de decisões.

A manutenção de uma organização, nos dias de hoje, relaciona-se a

capacidade de antever cenários adversos ou favoráveis e realizar mudanças

rápidas de rumo para se adaptar à nova realidade. Nessas circunstâncias, a

Escrituração Contábil é fundamental para orientar o gestor nas decisões que

precisam ser tomadas.

Sendo assim, verifica-se que, a Contabilidade ganha importância nesse

contexto, possibilitando uma base de dados na qual disponibiliza informações

econômicas e financeiras, importante instrumento para o controle externo, além

disso, tem a capacidade de orientar a tomada de decisão nas instituições

contribuindo para que a aplicação dos recursos seja feita com eficiência

Segundo MATARAZZO (1998), a contabilidade caracteriza-se como as

transações ocorridas nas organizações, gerando um banco de dados que será

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útil à administração, além de representar um instrumento gerencial eficaz para

o processo decisório e de controladoria.

É necessário o discernimento entre definição de dados e informações;

tais definições são feitas conforme transcrito a seguir:

Dados são números ou descrições de objetos ou eventos que, isoladamente, não provocam nenhuma reação no leitor. Informações representam, para quem as recebe, uma comunicação que pode produzir reação ou decisão, frequentemente acompanhada de um efeito surpresa. MATARAZZO, (1998, p. 18).

Comprova-se que, a Contabilidade é um instrumento de apoio à gestão

de forma a traduzir a realidade integral do negócio, para seu controle e para a

preparação correta dos impostos.

Conclui-se que, os gestores terão informações confiáveis para realizar

um correto planejamento estratégico do seu negócio com o apoio da

contabilidade.

2.1.1 A Contabilidade Gerencial

As organizações estão passando por um momento em que o cenário

empresarial é muito competitivo tornando-se cada vez mais importante adotar

técnicas de gestão especializadas. Em decorrência de todo o processo de

desenvolvimento da Contabilidade.

Acredita-se que a Contabilidade Gerencial poderá preencher lacunas

produzindo informações úteis e relevantes aos administradores.

A Contabilidade Gerencial está direcionada unicamente para a

administração da empresa, buscando preencher informações econômicas e

financeiras que se adaptem de modo válido e eficaz no modelo decisório do

dirigente. Pode-se dizer também que a Contabilidade Gerencial é distinguida e

tem como ponto de vista o abastecimento de informações para os

administradores, no caso, uma ferramenta para o comando.

A Contabilidade Gerencial utiliza-se da informação contábil como

ferramenta para a administração. Para que a informação contábil tenha uso no

processo de administração, é necessário que essa informação contábil seja

desejável e útil para as pessoas responsáveis pela administração da entidade.

PADOVEZE, (2004).

15

A Contabilidade Gerencial pode ser definida quando o sistema possui

características de operacionalidade de forma a preencher todas as

necessidades informacionais dos administradores para o gerenciamento de

uma cooperativa, otimizando seu controle operacional, patrimonial, econômico

e financeiro. Toda informação contábil é útil desde que seja utilizada e

trabalhada no processo de gerenciamento, então, desta forma, elas devem

fazer parte do sistema contábil gerencial. PADOVEZE, (2010).

De acordo com IUDÍCIBUS (1998) a Contabilidade Gerencial pode ser

caracterizada, superficialmente, como um enfoque especial conferido as várias

técnicas e procedimentos contábeis já conhecidos e tratados na Contabilidade

Financeira, na Contabilidade de Custos, na Análise Financeira de Balanços.

A Contabilidade Gerencial também deve utilizar-se de técnicas

desenvolvidas por outras disciplinas como financeira e custos; voltada pra fins

internos, procurando suprir as necessidades dos gerentes sobre as principais

informações, tendo como objetivo enfocar todos os temas no processo de

tomada de decisão. Ela só existirá se houver uma atividade que faça com que

ela passe a existir. Uma organização contém o sistema gerencial se dentro

dela tiver pessoas que consigam demonstrar os Conceitos Contábeis em

atuação pratica.

A empresa possui a contabilidade, a informação contábil, mas não são

utilizadas nos procedimentos administrativos e gerenciais, logo, não ocorre

Gerenciamento Contábil, e não existe contabilidade gerencial.

Neste cenário surge como peça fundamental o Contabilista Gerencial

como sendo o responsável pela utilização nos procedimentos administrativos

das organizações.

2.2 O PAPEL DO CONTABILISTA GERENCIAL

Observa-se que os contabilistas vêm adotando funções muito

importantes, por ter como responsabilidade exercer o papel de administrar as

transações financeiras e propiciar aos usuários seus ofícios profissionais, com

segurança e competência.

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Por muito tempo, os contabilistas foram vistos apenas para realizar

cálculos, preenchimentos de guias e formulários para atender o fisco, assim

deverá mostrar que suas funções não deixaram de ser importantes nos

aspectos econômicos e sociais e a habilidade para interpretar os números e

tomar decisões continua sendo requerida pela sociedade humana.

O perfil do profissional moderno é o de uma pessoa de valor que precisa

acumular muitos conhecimentos, mas que tem um mercado de trabalho

garantido; todavia, é preciso que o mesmo tenha consciência de que para uma

maior remuneração exige qualidade na realização do trabalho.

O Contabilista Gerencial tem como forte característica saber tratar e

apresentar de maneira clara, resumida e operacional, dados contidos nos

registros de contabilidade financeira e de custos, dentre outros, além de unir

seus próprios conhecimentos com os demais que não estão ligados à área

contábil, para suprir a administração em seu processo decisório.

A crescente complexidade do processo administrativo leva os

contabilistas a buscarem incansavelmente alternativas para superar os

desafios encontrados no seu dia-a-dia.

Em épocas de crise o gestor precisa de informações contábeis precisas

e oportunas para apoiar o seu processo decisório.

Atualmente, os gestores buscam novos instrumentos que os auxiliem na

tomada de decisões, tendo em vista grandes dificuldades que encontram para

a obtenção de informações contábeis confiáveis e oportunas, dessa forma

tendo dados reais da gestão econômica e financeira governamental.

Acredita-se que, para uma boa gestão financeira, o fluxo de caixa surge

como uma das ferramentas que pode ser adequada, pois não está sujeito a

interpretações e análises, pois o mesmo evidencia exatamente o que entrou e

o que saiu NEVES, (2000).

Para SÁ (2008, p. 3) “o lucro é uma opinião, o fluxo de caixa é uma

realidade”.

Outro instrumento de controle utilizado pelas empresas é a

contabilidade, que é considerada um sistema de informações destinado à

prover seus usuários de dados para auxiliá-los na tomada de decisões.

Segundo MARION (1988, p. 128) o objetivo básico da contabilidade é

“permitir a cada grupo principal de usuário a avaliação da situação econômica e

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financeira da entidade, num sentido estático, bem como fazer inferências sobre

suas tendências futuras”.

Análises e tendências extraídas de relatórios econômicos e financeiro

das organizações trazem para dentro da empresa a necessidade de

planejamento organizacional, como estratégia de melhoria na organização, em

especial o planejamento financeiro da empresa que analisaremos a seguir.

2.3 PLANEJAMENTO FINANCEIRO

O planejamento empresarial requer uma ferramenta de grande

relevância para o controle da gestão, pois, a cada dia que passa o fluxo de

informações dentro de uma organização fica maior e mais complexo, tornando

difícil a tomada de decisão.

Segundo MEIRELLES JÚNIOR (2009) o sistema organizacional

moderno, que quer sobreviver, competir e expandir necessita de profissionais

que consigam ter uma visão ampla, aplicando princípios sadios, que abrangem

todas as atividades empresariais, desde o planejamento inicial até a obtenção

do resultado final.

As organizações tanto públicas como privadas devem adotar

metodologias de trabalho que sejam dinâmicas e que lhes proporcionem maior

competitividade, velocidade e baixo custo.

O plano financeiro é uma declaração formal do que deverá ser feito no

futuro de uma organização.

Verifica-se a necessidade da elaboração de um planejamento para o

êxito de uma organização, especificamente a importância do planejamento

financeiro, o que para ROSS, WESTERFIELD e JAFFE (1995) é a formalização

do método pelo qual as metas financeiras devem ser alcançadas.

GITMAN (1997) afirma que o planejamento financeiro é um instrumento

utilizado pelas empresas para direcionar suas ações, de modo que os objetivos

a curto e longo prazo sejam alcançados.

De acordo com CRUZ JR (1998) o orçamento é um planejamento e

controle a curto prazo, que possibilita a determinação de objetivos e ações a

18

serem alcançados e executadas em um período próximo, proporcionando

assim um meio de coordenação de todas as funções típicas que uma pequena

empresa precisa realizar como: compras, produção, vendas, financiamentos e

recursos humanos.

Observa-se que o orçamento formaliza, em termos quantitativos, os

planos e os objetivos a serem alcançados a curto prazo pela empresa, os quais

serão posteriormente comparados com os resultados efetivamente alcançados,

permitindo a identificação de desvios e a tomada de medidas corretivas para

que os resultados esperados sejam alcançados.

HOJI (2001), apud MOURA e OLIVEIRA, (2008) dizem que para o

desenvolvimento do planejamento financeiro que consiste em planejar as

receitas e despesas financeiras, existe a necessidade de conhecimento

aprofundado do mercado financeiro e economia brasileira e internacional.

A organização com o auxílio do planejamento, poderá ter conhecimento

do nível de financiamento necessário para se dar continuidade às operações

de uma companhia, oportunizando ao gestor decidir quando e como a

necessidade de fundos será financiada.

Vale lembrar que, sem um planejamento para estimar as necessidades

de financiamento, a organização poderá ter recursos insuficientes para arcar

com seus compromissos, como juros sobre empréstimos, duplicatas a pagar,

despesas de aluguel e despesas de serviços públicos, ou ainda um custo de

oportunidade elevado, gerado pela não aplicação de excessos de recursos

temporários.

A falta de planejamento pode causar uma situação de falta de liquidez e

consequentemente a falência GROPELLI e NIKBAKHT, (2005), apud MOURA

e OLIVEIRA, (2008)

Observa-se que, o planejamento financeiro é fator determinante no

desempenho das organizações. Este controle funciona como diferencial para

as instituições, que o presente e o futuro necessitam serem trabalhados para a

sobrevivência e continuidade das organizações.

Dessa forma, os gestores poderão planejar o futuro das organizações

utilizando-se de ferramentas comuns de serem aplicadas como o fluxo de caixa

e o orçamento, fundamentados em informações geradas pela própria

administração e contabilidade da empresa. Executar seus planos traçados e,

19

eventualmente se encontrar alguma mudança no caminho, corrigi-lo durante o

processo de execução. E finalmente, na fase do controle, realizar a

comparação entre o traçado e o realizado, chegando assim a um resultado

final. MOURA e OLIVEIRA, (2008).

Verifica-se que não existe uma única forma ou único padrão de se

formular e implementar o planejamento nas organizações. Qualquer que seja a

abordagem a ser adotada irá exigir dos gestores mais do que o domínio de

habilidades técnicas racionais ou mesmo de competências no trato dos

interesses dos indivíduos e grupos. A prática do planejamento nas empresas

exige do gestor habilidades que combinem as dimensões racionais e política

com aspectos subjetivos, como intuição e criatividade, presentes em qualquer

ação humana e críticos para o sucesso do processo. Sem esta capacidade o

planejamento nas empresas perde sua eficácia, tornando-se um processo de

benefícios duvidosos, comprometendo o futuro da organização.

Conclui-se que, o planejamento organizacional, em especial o

financeiro é um instrumento muito importante para obtenção de sucesso dos

planos financeiros das empresas demonstrando a realidade das

movimentações financeiras e com possibilidade de aplicação correta das

disponibilidade da empresa, de modo que não afete o capital de giro das

organizações.

2.4 ADMINISTRAÇÃO DO CAPITAL DE GIRO

Segundo ARAÚJO e MACHADO (2007) a administração do capital de

giro consiste no processo de planejamento, organização, liderança e controle

de pessoas e recursos com o objetivo de maximizar o valor gerado pelos itens

circulantes da empresa. Os itens considerados circulantes em uma empresa

são basicamente: caixa, contas a receber, estoques e dívidas de curto prazo.

São estes itens que sustentam as operações do dia-a-dia da empresa. Essa

atividade constitui-se uma das mais importantes dos administradores

financeiros, pois é a ela que são dedicados o maior tempo e trabalho.

ASSAF NETO (2003) afirma que a administração do capital de giro

engloba decisões de compra e venda, e também as mais diversas atividades

20

operacionais e financeiras de uma empresa. Observa-se que a administração

do capital de giro deve garantir a uma empresa a adequada consecução de sua

política de estocagem, compra de materiais, produção, venda de produtos e

mercadorias, e prazo de recebimento.

O Capital de Giro corresponde aos valores contabilizados (aplicados) no

Ativo Circulante de uma empresa. Ele permite a viabilidade de todo o ciclo

operacional e financeiro (compra, estoque, venda e recebimento) da

organização. MARCELINO, (2007).

Segundo LONGENECKER, MOORE e PETTY (1997), a administração

do capital de giro da empresa é feito pelo gerenciamento dos ativos de curto

prazo e também das fontes de financiamento a curto prazo da empresa.

O planejamento financeiro de curto prazo está ligado à administração do

capital de giro da empresa.

Segundo GITMAN (1997, p.618):

A administração financeira de curto prazo administração dos ativos e passivos circulantes constitui uma das mais importantes atividades dos administradores financeiros, à qual dedicam mais de 60% de seu tempo de trabalho.

Verifica-se que a administração do capital de giro na empresa é uma

ferramenta estratégica, fundamental para garantir a solvência, pois uma

empresa pode conseguir sobreviver sem lucro, mas vai a falência se não tiver

caixa. É a liquidez que garante a continuidade dos negócios.

Para BERNARDI (2007, p.87):

A política de capital de giro de uma empresa tem como objetivo garantir a operacionalidade e a liquidez da empresa ao menor custo possível. Para tanto, devemos analisar qual o nível total dos investimentos que a empresa deveria ter em capital de giro, qual o nível ideal para cada item do ativo circulante, e como ele deve ser financiado.

BERNARDI (2007) aponta que os fatores que influenciam essa decisão

são os seguintes:

Setor em que atua a empresa;

Tipo de produtos vendidos;

Grau de terceirização;

Nível de vendas;

21

Política de crédito e de estoques;

Eficiência Operacional;

Segundo MOREIRA (2003, p. 5), apud HOJI, (2001, p.109 ):

O capital de giro é conhecido também como capital circulante e corresponde aos recursos aplicados em ativos circulantes, que transformam-se constantemente dentro do ciclo operacional.

Este elemento é fundamental para a administração financeira, devido à

necessidade da empresa em recuperar todos os custos e despesas incorridos

no ciclo operacional e obter, assim, o lucro desejado, por meio da venda do

produto ou prestação do serviço.

O capital de giro ou circulante é constituído pelo ativo circulante,

principalmente pelas disponibilidades, valores a receber e estoques,

demonstrando os recursos necessários da empresa para financiamento de

suas atividades operacionais, desde as aquisições de insumos básicos, até o

recebimento pela venda da produção acabada.

Acredita-se que um dos grandes problemas do gerenciamento de capital

de giro é a sincronização temporal entre os seus elementos constitutivos. Para

produzir, são necessários recursos financeiros que, salvo nos casos

excepcionais de adiantamentos de clientes, a empresa os terá de dispor até

que o produto da venda seja recebido. Infere-se dizer, portanto, que em função

da não sincronização entre produção, vendas e cobrança, surge a necessidade

do gerenciamento de capital de giro MOREIRA, (2003).

Observa-se que a falta de investimento em capital de giro para expandir

a produção e vendas pode resultar em perda de mercado e lucros, afetando

negativamente o crescimento da empresa. Por outro lado, excesso de capital

de giro reduz a rentabilidade e pode gerar problemas de liquidez, caso os

ativos circulantes não possam ser convertidos em caixa com rapidez caso

necessário.

Pode-se concluir, portanto, que o termo Capital de giro faz referência

aos recursos financeiros aplicados pela empresa na execução do ciclo

operacional de seus produtos, recursos estes que serão recuperados

financeiramente ao final deste ciclo.

22

2.4.1 Capital De Giro Líquido

Segundo GITMAN (1997) o Capital de giro líquido é a diferença entre os

ativos e os passivos circulantes da empresa, dessa forma refletindo sua

capacidade de gerenciar suas relações com fornecedores e clientes.

Por outro lado, ROSS et al. (1997) afirmam que o Capital de giro líquido

é a diferença entre ativos circulantes e passivos circulantes.

Dessa forma, verifica-se que o capital de giro representa os recursos

demandados por uma empresa para financiar suas necessidades operacionais

englobadas desde a compra de matérias-primas/ mercadorias até o

recebimento pela venda do produto/ serviço.,

2.4.1.1. Capital de Giro Permanente e Sazonal

Para ALBANO (2007), o capital de giro pode se apresentar segmentado

em fixo (ou permanente) e variável (ou sazonal), sendo que, o Capital de giro

permanente refere-se ao volume mínimo de ativo circulante necessário para

manter a empresa em condições normais de funcionamento, enquanto que o

Capital de giro variável é definido pelas necessidades adicionais e temporais

de recursos verificadas em determinados períodos e motivadas,

principalmente, por compras antecipadas de estoque, maior morosidade no

recebimento de clientes, recursos do disponível em trânsito, maiores vendas

em certos meses do ano.

De acordo com ASSAF NETO e SILVA (1997) para analisar a situação

financeira de uma empresa o conceito de Capital de giro próprio; deverá ser

apurado levando-se em conta a diferença entre o patrimônio líquido e o ativo

permanente mais o realizável a longo prazo.

2.4.2 A Demonstração De Fluxo De Caixa (Dfc)

Segundo MATARAZZO (2003) a demonstração de fluxo de caixa - DFC

é uma das demonstrações financeiras mais úteis, apesar de não ser divulgada

pelas empresas no Brasil.

23

É imprescindível seu uso, pois quase sempre, os problemas de

insolvência ou iliquidez ocorrem por falta de uma adequada administração do

fluxo de caixa. “Muitas empresas vão à falência por não saberem administrar

seu fluxo de caixa” MATARAZZO, (2003, p. 370).

A DFC demonstra a origem e a aplicação de todo o dinheiro que transitou pelo caixa em um determinado período e o resultado desse fluxo, considerando que o caixa engloba as contas Caixa e Bancos, mostrando então as entradas e saídas de valores monetários (IUDÍCIBUS e MARION, 1999, p. 218).

THIESEN (2000, p.10) diz que a DFC “permite mostrar, de forma direta

ou mesmo indireta, as mudanças que tiveram reflexo no caixa, suas origens e

aplicações”.

Verifica-se que essa demonstração “fornece um resumo dos fluxos de

caixa da empresa relativos às atividades operacionais, de investimento e de

financiamento e reconcilia-os com as variações em seu caixa e títulos

negociáveis, durante o período em questão” GITMAN, (1997, p. 75).

Percebe-se que a DFC demonstra tanto a origem quanto a aplicação dos

recursos da empresa.

No Brasil, a DFC atualmente é usada apenas para controle interno,

poucas empresas a publicam juntamente com as suas demonstrações

contábeis.

2.4.3 Balanço Patrimonial

Para análise do Capital de Giro, utiliza-se a análise de Balanços

Patrimoniais por fornecer uma visão clara e precisa da situação econômica e

financeira de uma empresa.

De acordo com NAKAGAWA (1993) o Balanço Patrimonial é o

demonstrativo sintético que espelha o patrimônio da empresa, norteado pelos

princípios da exatidão e clareza, acredita-se que seja a forma mais simples e

direta para se avaliar uma empresa.

Ele é composto pelas seguintes contas:

Ativo: mostra onde a empresa aplicou seus recursos, ou seja,

quais os bens e direitos que dispõe.

24

São contas do Ativo:

Ativo Circulante: conjunto de bens e direitos conversíveis em

caixa a curto prazo (Caixa, Bancos, Contas a Receber, Provisão para

Devedores Duvidosos, Estoques, Aplicações de Liquidez imediata e

Adiantamento a Fornecedores).

Caixas e Bancos: é a conta mais líquida da empresa, visto que é

composta por dinheiro físico. Para administrar o comportamento desta conta é

necessário a elaboração do Fluxo de Caixa, para o posicionamento da entrada

e saída de dinheiro através do tempo. Pelo Fluxo de Caixa, será possível obter

estimativas da necessidade de Capital de Giro em determinada data.

Duplicatas a Receber: esta conta representa o valor das vendas a

prazo realizadas pela empresa. Enquanto por um lado esta conta representa

custo, por outro lado gera benefícios, como aumento no nível de vendas que

pode ser convertido em Caixa através do Desconto de Duplicatas e ganhos

financeiros, se o valor das duplicatas forem superiores aos juros bancários e

custo administrativo das vendas a prazo.

Estoques: divide-se em três tipos na empresa industrial: (matéria-

prima, produtos em elaboração e produtos acabados). Por ainda necessitar de

processamento, é considerado um ativo inferior a Duplicatas a Receber e tem

também, um peso significativo na composição dos ativos totais. Estoques de

produtos acabados em excesso podem denotar problemas quanto à

possibilidade de vendê-los no futuro, enquanto que estoques de produtos em

processo exagerados podem denotar problemas relacionados ao sistema de

produção, máquinas e equipamentos e estoques de matéria-prima em excesso

podem significar que a empresa tem fontes de fornecimento não confiáveis

quanto a entrega. Os custos relacionados a estoques podem ser: Custos de

Manutenção (custo do capital empatado, custo de estocagem e manejo,

seguro, impostos prediais, depreciação e obsolescência), Custo de Pedido

(custo de produção e preparação, custo de embarque e manuseio), Custo da

Falta de Estoques (perdas de vendas, perda da confiança dos clientes, quebra

dos cronogramas de produção).

Realizável a Longo Prazo: são direitos realizáveis após o término

do exercício, ou seja, que demoram mais de um ano para serem recebidos.

25

Ativo Permanente: aplicações feitas pela empresa com

características de permanente (Investimentos, Imobilizado e Diferido).

Passivo: retrata de onde vieram os recursos, ou seja, quais são

as obrigações da empresa.

São contas do Passivo:

Passivo Circulante: é o conjunto de obrigações de curto prazo de

uma empresa (Fornecedores, Salários e Encargos Sociais, Impostos e Taxas,

Instituições Financeiras).

Salários, Fornecedores e Impostos a Recolher: são consideradas

fontes espontâneas. Qualquer ampliação no prazo médio de pagamento,

destas contas influencia diretamente na necessidade de recursos de curto

prazo da empresa.

Empréstimos Bancários: uma das operações mais utilizadas são

os Descontos de Duplicatas, vindo a seguir Operações de Crédito Rotativo,

onde o banco garante dinheiro dentro de um limite preestabelecido com a

empresa, comprando as duplicatas a receber da empresa. Em todas estas

operações, é importante analisar os juros cobrados pela instituição e sua forma

de contabilização, se racional ou por dentro, pois todas implicam em custos

para a empresa.

Empréstimos de Terceiros e Adiantamento de Clientes: No

primeiro incidindo juros e no segundo concessão de descontos. Ambos

implicando em custos para a empresa.

Exigível a Longo Prazo: são obrigações cujos vencimentos são

superiores a um ano (Financiamentos, outros).

Patrimônio Líquido: é o resultado de quanto o proprietário tem

investido na empresa em recursos próprios. É representado pela equação

(bens + direitos) – obrigações.

2.4.4 Demonstração do Resultado do Exercício – D.R.E

A D.R.E é a demonstração da situação de lucro ou prejuízo da empresa

em determinado período. Sua apresentação é feita pela forma dedutiva,

26

partindo-se da Receita Bruta das Vendas, até atingir o Lucro Líquido do

exercício, conforme demonstrado na figura 1, apresentada a seguir.

Figura 1. Modelo Sintético do Demonstrativo de Resultados.

Fonte: FERREIRA, 2000

Segundo FERREIRA (2000), a Demonstração do Resultado do Exercício

- D.R.E é composta por:

Receitas das Vendas (RV): É o valor total Bruto (incluídos

impostos) do Faturamento realizado no período estabelecido, deduzidas as

vendas canceladas e descontos concedidos.

É a soma das Receitas das Vendas a Vista e Receitas das Vendas a

Prazo

Receitas das Vendas à Vista (RVV): É o valor faturado no mês

com recebimento à Vista.

Receitas das Vendas à Prazo (RSVP): É o valor faturado no mês

com recebimento a Prazo.

DEMONSTRATIVO DE RESULTADOS – D.R.E

1. Receita Bruta das Vendas

2. Custos Variáveis de Produção

3. Custos Variáveis de Vendas

4. Custos Variáveis Total ( 2 + 3 )

5. Margem de Contribuição ( 1 – 4 )

6. Custos Fixos

7. Lucro Operacional ( 5 – 6 )

8. Ponto de Equilíbrio ( 6 / 5 x 1 )

9. Investimentos

10. Despesas Financeiras

11. Receitas Financeiras

12. Contribuição Social

13. IRPJ

14. Lucro Líquido [ ( 7 + 11 ) – ( 9 + 10 + 12 + 13 ) ]

27

Custos Variáveis: São aqueles que variam proporcionalmente ao

volume de produção e vendas da empresa, isto é, quando o volume aumenta

estes custos aumentam na mesma proporção.

Custos Variáveis de Produção (CVP): É o resumo dos Custos

Variáveis que incidiram sobre a Produção no Período.

Custos Variáveis de Vendas (CVV): é o montante dos Custos

Variáveis de Vendas que incidiram sobre os itens faturados no período.

Exemplos: ICMS; PIS/COFINS; fretes pagos sobre as vendas e comissões

pagas sobre as vendas.

Custo Variável Total (CVT): É a soma dos Custos Variáveis de

Produção com os Custos Variáveis de Vendas.

Margem de Contribuição (MC): é o resultado da diferença entre a

Receita das Vendas (a Vista e a Prazo) e os Custos Variáveis Totais. A

Margem de Contribuição sofre influência direta de dois fatores externos à

empresa: o fornecedor e a concorrência. Fatores estes que estão fora do

domínio da empresa e cujos determinantes alteram profundamente sua

lucratividade.

A análise permanente e constante da variação da Margem de

Contribuição permite à empresa o gerenciamento destas contingências e

subsidia a tomada de decisões, visando minimizar as consequências que a

queda da Margem de Contribuição causa aos seus Resultados.

Como análise direta da Margem de Contribuição, tem-se:

- Margem de Contribuição > que o Custo Fixo = Lucro Operacional.

- Margem de Contribuição = Custo Fixo = Equilíbrio Operacional.

- Margem de Contribuição < Custo fixo = Prejuízo Operacional

Concluindo, a Margem de Contribuição proporciona:

- Conhecimento do Ponto de Equilíbrio da Empresa.

- Conhecimento da Lucratividade dos produtos.

- Análise do desempenho das Vendas.

- Agilidade nas tomadas de decisões gerenciais sobre as Unidades de

Negócios e seus produtos.

- Verificação e análise criteriosa da permanência ou não dos produtos

comercializados pela empresa.

28

Custos Fixos (CF): são denominados Custos Fixos todos os

desembolsos que incidem sobre a empresa no período em análise,

independente ou não de realização de Vendas ou de Produção.

No modelo apresentado, considera-se a mão-de-obra direta como custo

fixo, porque as empresas não costumam demitir seus funcionários de fabrica se

não ocorrerem variações consideráveis nos volumes de produção.

Lucro Operacional (LO): O Lucro Operacional demonstra a

viabilidade operacional da Empresa. É o resultado da diferença entre a Margem

de Contribuição e os Custos Fixos.

Despesas Financeiras (DF): É o resumo das despesas

despendidas no período em análise com:

- Juros sobre Pagamento de Duplicatas em atraso.

- Juros sobre Financiamentos.

- Juros sobre Cheque Especial.

- Juros sobre Desconto de Duplicatas.

- Taxas Bancárias.

Receitas Financeiras (RF): É o resumo das receitas percebidas

no período em análise provenientes de: Juros sobre Duplicatas emitidas contra

o Cliente e juros sobre Aplicações Financeiras.

Impostos Federais Sobre o Lucro: É o resumo dos valores pagos

no período em análise, em impostos sobre o Lucro.

Contribuição Social (CS): É o valor pago no período em análise,

com Contribuição Social.

I.R.P.J.: É o valor pago no período em análise, com Imposto

Sobre a Renda da Pessoa Jurídica sobre o Lucro percebido.

Lucro Líquido (LL): É o resultado da soma do Lucro Operacional

somado as Receitas Financeiras, deduzido da soma dos Investimentos,

Despesas Financeiras e Impostos Federais sobre o Lucro. É a parcela do

resultado do exercício que sobrou para os acionistas ou cotistas.

29

2.4.5 Índices financeiros

Os índices financeiros são medidas de grandeza e expressam as

relações que existem entre contas das demonstrações contábeis e financeiras

da empresa, que podem ser obtidas a partir das demonstrações financeiras,

publicadas junto com o balanço patrimonial das empresas. SILVA; HOEFLICH;

LUCHESA, (2006).

Observa-se que é imprescindível trabalhar com um conjunto de índices

que consiga classificar e avaliar as empresas com pequena margem de erro. A

quantidade e os tipos de índices a serem escolhidos para a análise financeira

de uma empresa depende muito do objetivo da análise (SILVA; HOEFLICH;

LUCHESA, (2006).

De acordo com TSUKAMOTO (1968, p. 10) é fundamental, para a

empresa, calcular os seus índices de desempenho financeiro uma vez que eles

permitirão avaliar como estão os principais elementos que são: a estrutura de

capital, a composição do endividamento, a taxa de retorno e a liquidez do

capital.

As análises das demonstrações financeiras podem ser divididas em

análise da situação financeira e econômica. Deste modo os índices são

divididos em índices que evidenciam aspectos da situação econômica e índices

que evidenciam aspectos da situação financeira, que ainda são subdivididos

em índices de estrutura de capitais e de liquidez.

2.4.5.1 Índices de liquidez

Define-se Índice como uma relação entre as contas do mesmo grupo ou

entre as contas de grupos diferentes que compõem as Demonstrações

financeiras, com o objetivo de proporcionar ao analista uma visão mais

detalhada da situação econômica ou financeira da instituição. MATARAZZO,

(1998).

O índice deve ser considerado dentro de um contexto mais amplo, onde

outras variáveis devem ser cuidadosamente interpretadas.

Para a Análise das Demonstrações Financeiras, utilizam-se os seguintes

grupos de índices:

30

Índices de Liquidez: são utilizados para medir a capacidade

financeira da empresa em pagar seus compromissos;

Índices de Estrutura: tem a função de indicar a segurança

oferecida pela empresa aos seus credores que representam o Capital de

Terceiros, bem como revelar a sua política de obtenção de outros recursos e

suas respectivas alocações;

Índices de Rentabilidade: são responsáveis por interpretar o

desempenho global da empresa, medindo a capacidade da geração de lucros.

Falar-se-á neste trabalho especificamente do índice de liquidez

Este índice indica a estrutura da situação financeira da organização.

Uma empresa com bons índices de liquidez demonstra possuir capacidade de

pagar a seus credores.

Os principais índices de liquidez, são:

Liquidez Corrente;

Liquidez Imediata;

Liquidez Seca;

Liquidez Geral;

Segundo MATARAZZO (1998), os índices de liquidez mostram a base

da situação financeira da empresa, não são índices extraídos do fluxo de caixa

que comparam as entradas com as saídas de dinheiro e sim, índices que, a

partir do confronto dos Ativos Circulantes com as dívidas, procuram medir quão

sólida é a base financeira da empresa.

Acredita-se que, a análise da liquidez da organização é condição

elementar que permite mensurar a capacidade de pagamento das dívidas de

curto prazo, remetendo, assim, a entender o processo de solvência da

empresa, sob a ordem dos indicadores de liquidez.

2.4.5.1.1 Liquidez Corrente

O índice que avalia a capacidade da empresa pagar os recursos

aplicados no ativo circulante outrora financiado pelo passivo circulante utiliza-

se o Índice de Liquidez Corrente.

31

No cálculo da liquidez corrente divide-se o ativo circulante pelo passivo

circulante conforme a fórmula citada por MORANTE (2009):

LC = Ativo Circulante

Passivo Circulante

O índice de liquidez corrente, mede a capacidade da empresa de pagar

suas obrigações de curto prazo. Na análise da liquidez corrente, ainda que o

ativo circulante supere o passivo circulante, não significa que a empresa esteja

em uma situação efetivamente de solvência, uma vez que, existem contas do

ativo circulante que levam tempo para serem convertidas em dinheiro. Outro

fator a ser levado em consideração são as possíveis perdas de créditos e

ociosidades no estoque GITMAN, (2010).

Os índices de liquidez, de acordo com CARDOSO (2008) são utilizados

para avaliar a capacidade de pagamento da empresa, isto é, constituem uma

apreciação sobre a empresa, mostrando sua capacidade de saldar seus

compromissos. Esta capacidade de pagamento pode ser avaliada no longo

prazo, no curto prazo ou no prazo imediato.

Considera-se que uma empresa com bons índices de liquidez tem

condições de ter boa capacidade de pagar suas dívidas, mas não estará,

obrigatoriamente, pagando suas dívidas em dia em função de outras variáveis

como prazo e renovação de dívidas.

2.4.5.1.2 Liquidez Geral (LG)

Este índice indica o quanto à empresa possui no Ativo Circulante e

Realizável a Longo Prazo para cada $1,00 de dívida total. Ele mostra a

capacidade de pagamento da empresa a Longo Prazo, considerando tudo o

que a empresa converterá em dinheiro (a Curto e Longo Prazo), e relacionando

com tudo o que a empresa já assumiu como dívida (a Curto e Longo Prazo).

Mais uma vez, o problema dos prazos empobrece o sentido e a utilidade do

índice, a não ser que seja levado em sua devida conta. CARDOSO, (2008).

A seguir ver-se-á a fórmula para este índice:

32

Fórmula:

Ativo Circulante + Realizável a Longo Prazo

Passivo Circulante + Exigível a Longo Prazo

2.4.5.1.3 Liquidez Seca (LS)

Este índice indica o quanto à empresa possui de Ativo Líquido para cada

$1,00 de Passivo Circulante (dívidas em curto prazo).

Para a medição da capacidade financeira, em curto prazo, a

determinação de Liquidez Seca constitui a verdadeira prova de fogo para

empresa. Adicionando-se às disponibilidades líquidas existentes num dado

momento, os direitos a receber negociáveis e por isso conversíveis em

numerário (desconto de duplicatas, negociação de títulos mobiliários existentes

mas de fácil conversibilidade em numerário), subtraindo-se os estoques, e

dividindo-se o montante obtido pelo valor do passivo circulante, tem-se o grau

de Liquidez Seca. CARDOSO, (2008).

A seguir ver-se-á a fórmula para este índice:

Fórmula:

Ativo Circulante - Estoques

Passivo Circulante

2.4.5.1.4 Liquidez Imediata (LI)

Segundo CARDOSO (2006) este índice indica que o quanto à empresa

possui de Ativo Disponível cada $1,00 de Passivo Circulante (dívidas em curto

prazo).

Verifica-se que a medida da capacidade financeira imediata da empresa,

por isso imediata, para liquidação de uma só vez de todas as obrigações

assumidas perante terceiros, vencíveis em curto prazo (até doze meses)

denomina-se grau de Liquidez Imediata.

Considera-se que para efeito de análise, é um índice sem muito realce,

pois relaciona-se dinheiro com valores, que vencerão em datas as mais

variadas possíveis, embora em Curto Prazo.

33

CARDOSO (2006) diz que para empresas industriais e comerciais, grau

na faixa de 0,15 a 0,25 como medida satisfatória de Liquidez Imediata.

Sucessivas reduções na Liquidez Imediata, com constantes e crescentes

atrasos no pagamento a fornecedores já são um indicador relevante de

dificuldades financeiras.

LI=___DISPONIVEL_______

PASSIVO CIRCULANTE

2.5 ÍNDICES DE ESTRUTURA DE CAPITAIS

De acordo com CARDOSO (2006) os índices desse grupo mostram as

grandes linhas de decisões financeiras, em termos de obtenção e aplicação de

recursos. A partir destes índices pode-se apreciar o nível de endividamento da

empresa.

Os índices de endividamento tem o objetivo de informar se a empresa se

utiliza mais de recursos de terceiros ou de recursos dos proprietários. Uma

participação de terceiros exagerada em relação ao capital Próprio torna a

empresa vulnerável a qualquer intempérie. Normalmente, as instituições

financeiras não estarão dispostas a conceder financiamentos para as empresas

que apresentarem esta situação desfavorável. Em geral, as empresas que vão

à falência apresentam endividamento elevado em relação ao Patrimônio

Líquido.

2.5.1 Participação de capitais de terceiros (PCT)

Este índice indica o quanto à empresa tomou de capitais de terceiros

para cada $100 de capital próprio investido.

CARDOSO (2006) diz que este índice é um indicador de risco ou de

dependência a terceiros, por parte da empresa, também pode ser chamado

Índice de Grau de Endividamento. Do ponto de obtenção de lucro, pode ser

vantajoso para a empresa trabalhar com capitais de terceiros, se a

34

remuneração paga a esses capitais de terceiros for menor do que o lucro

conseguido com sua aplicação nos negócios. Se a composição do

endividamento apresentar uma significativa concentração no Passivo

Circulante (Curto Prazo), a empresa poderá ter reais dificuldades num

momento de reversão do mercado (o que não aconteceria se as dívidas

estivessem concentradas no Longo Prazo).

Na crise, elas terão poucas alternativas: vender seus estoques na base

de uma liquidação forçada, assumir novas dívidas a Curto Prazo que,

certamente, terão juros altos, o que aumentará as despesas financeiras.

CARDOSO, (2006).

A seguir ver-se-á a fórmula para este índice:

Fórmula:

Capitais de Terceiros x 100

Patrimônio Líquido

2.5.2 Composição do endividamento (CE)

De acordo com CARDOSO (2006) este índice indica: qual o percentual

de obrigações de curto prazo em relações às obrigações totais.

CARDOSO (2006) diz que uma coisa é ter dívidas de curto prazo que

precisam ser pagas com os recursos possuídos hoje, mais aqueles gerados a

Curto Prazo, outra coisa é ter dívidas a Longo Prazo, pois aí empresa dispõe

de tempo para gerar tais recursos (normalmente lucro + depreciação) para

pagar essas dívidas. Por exemplo, se a empresa opera com um índice de

0.90→90% , praticamente, todas as dívidas vencerão no Curto Prazo. Esta

situação é totalmente desfavorável, prejudicando a Liquidez Corrente da

empresa.

2.5.3 Imobilização do patrimônio líquido (IPL)

CARDOSO (2006) esse índice indica o quanto a empresa aplicou no

Ativo Permanente para cada $100 de Patrimônio Líquido.

Diante disso, verifica-se que quanto mais a empresa investir no Ativo

Permanente, menos recurso próprio terá para alavancar o Ativo Circulante, em

35

consequência, maior será a dependência a capitais de terceiros para o

financiamento do seu Ativo Circulante.

Observa-se que um índice de 71% de imobilização do Patrimônio

Líquido, indica que a empresa investiu no Ativo Permanente a importância

equivalente a 71% do Patrimônio Líquido, para um índice igual a 121%, isto

significa que para cada $100 existentes de Patrimônio Líquido a empresa

aplicou todo $121 no Permanente, ou seja, imobilizou todo o Patrimônio

Líquido mais recursos de terceiros, equivalentes a 21% do Patrimônio Líquido.

Nesse caso, o Ativo Circulante seria totalmente financiado por Capitais de

Terceiros, os quais financiam ainda uma parte do Ativo Permanente.

Conclui-se que, a empresa está em mãos de terceiros para o

financiamento de seu giro comercial (Ativo Circulante) e depende ainda desses

mesmos terceiros para o financiamento de uma parte do seu parque industrial

(Ativo Permanente).

A seguir ver-se-á a fórmula para este índice:

Fórmula:

Ativo Imobilizado x 100

Patrimônio Líquido

2.5.4 Imobilização dos recursos não correntes (IRNC)

Fórmula:

Ativo Permanente x100

Patrimônio Líquido + Exigível a Longo Prazo

Para CARDOSO (2006) este índice Indica que percentual de Recursos

não Correntes a empresa aplicou no Ativo Permanente.

Os diversos elementos que constituem o Ativo Permanente têm vida útil

que pode ser de 3, 5, 10, ou 50 anos. Portanto, não é necessário financiar todo

o imobilizado com recursos próprios. Podemos utilizar recursos de longo prazo,

desde que o prazo seja compatível com o de duração do imobilizado, caso

contrário, que o prazo seja suficiente para a empresa gerar recursos capazes

de resgatar as dívidas de longo prazo. É importante que este índice seja

36

inferior a 100%, ou seja, deve sempre existir um pequeno excesso de Recursos

não Correntes, em relação às imobilizações, destinado ao Ativo Circulante

CARDOSO, (2006).

Esta parcela é denominada Recursos não Correntes destinada ao Ativo

Circulante de Capital Circulante Líquido (CCL). Seja uma empresa que

apresente um índice de Imobilização dos Recursos Não Correntes igual a 55%,

observa-se que 45% dos Recursos não Correntes foram destinados para o

Ativo Circulante.

O Capital Circulante Líquido - CCL representa a folga financeira a curto

prazo, ou seja, financiamentos de que a empresa dispõe para o seu giro e que

não serão cobrados a Curto Prazo.

A seguir ver-se-á a fórmula para este índice:

Fórmula:

CCL = PL – AP + ELP

CCL = CCP + ELP

Legenda:

CCL = Capital Circulante Líquido

CCP = Capital Circulante Próprio

PL = Patrimônio Líquido

AP = Ativo Permanente

ELP = Exigível a Longo Prazo

2.6 ÍNDICES DE RENTABILIDADE

A análise econômica visa avaliar o rendimento obtido pela empresa, em

dado período. Os indicadores que expressam o rendimento baseiam-se no

capital investido na atividade econômica ou no volume monetário da receita

derivada das vendas de produtos, mercadorias ou da prestação de serviços.

CARDOSO, (2006)

As informações contábeis para a avaliação do rendimento estão contidas

na Demonstração do Resultado do Exercício, ou nos segmentos do período

anual, tendo por base o montante de capitais investidos, em um dado

momento.

37

De acordo com CARDOSO (2006) quando a relação for entre

rendimento e capitais investidos na empresa, a análise será de rentabilidade.

Os índices deste grupo mostram qual a rentabilidade dos capitais investidos,

isto é, quanto rendeu os investimentos e, portanto, qual o grau de êxito

econômico da empresa.

2.6.1 Taxa de lucratividade final (TLF)

Este índice indica o quanto à empresa vendeu para cada $1,00 de

investimento total. Para a determinação da taxa de Lucratividade Final

relaciona-se o resultado líquido obtido no período com a receita operacional

líquida. A taxa de Lucratividade Final deve ser apurada antes do desconto do

imposto sobre a renda e das participações atribuídas a empregados,

administradores, titulares de partes beneficiárias, assim como quaisquer

contribuições concedidas a instituições ou fundos de assistência ou previdência

de empregados. CARDOSO, (2006).

Observa-se que a taxa de lucratividade é um instrumento útil para a

interpretação do desempenho econômico da empresa. O auditor ou analista

deve estabelecer confronto desse indicador com os revelados por outras

empresas do mesmo setor e, se for possível com a média setorial.

Considera-se que é de extrema importância a análise da tendência

revelada por esse indicador em uma série histórica de períodos sociais para

fins de avaliação das perspectivas da empresa.

Conclui-se que o confronto da taxa de lucratividade com o indicador

médio do setor em que se situa a empresa analisada é outro procedimento

significativo para a determinação se o rendimento for mais alto ou mais baixo

do que a média setorial.

A seguir ver-se-á a fórmula para este índice:

Fórmula:

Lucro Final x100

Receita Operacional Líquida

A Taxa de Lucratividade Final é obtida por meio do confronto entre

resultado final antes do Imposto de Renda e volume monetário da receita

38

operacional líquida, depois das deduções do imposto faturado, devolução de

mercadorias e abatimentos concedidos em caráter incondicional. CARDOSO,

(2006).

Para saber se a taxa de lucratividade é satisfatória, normal ou

insuficiente, dependerá da apreciação de uma série de fatores e condições.

Recomenda-se, portanto, a análise comparativa da taxa de lucratividade:

vários exercícios ou períodos;

de empresas competidoras;

com a média do setor em que se situa a empresa sob análise

2.6.2 Giro do ativo (GA)

Este índice indica o quanto à empresa vendeu para cada $1,00 de

investimento total.

Segundo CARDOSO (2006) a rotação do Ativo expressa o número de

vezes em que as vendas realizadas, num período, reproduzem o montante dos

recursos aplicados nos investimentos.

Quanto maior for o giro do Ativo pelas vendas, maior deverá ser a Taxa

de Lucro, por isso é aconselhável manter o Ativo a um mínimo necessário.

Ativos ociosos, grandes investimentos em Estoques, elevados valores de

Duplicatas a Receber, prejudicam o giro do Ativo e, consequentemente a

rentabilidade.

A seguir ver-se-á a fórmula para este índice:

Fórmula:

Vendas Líquidas

Ativo

2.6.3 Margem líquida (ML)

Este índice, de acordo com CARDOSO (2006) indica o quanto a

empresa obtêm, de lucro para cada $100 vendidos. Ele compara o lucro com

as vendas líquidas. Este quociente, apesar dos esforços constantes para

39

melhorá-lo, comprimindo despesas e aumentando a eficiência, apresenta-se

baixo ou alto de acordo com o tipo de empreendimento.

Considera-se que este índice é importante como avaliação do retorno

disponível para os acionistas sobre o montante de vendas. Naturalmente, uma

parcela do Lucro Líquido será reinvestida, mas esse índice reflete a

porcentagem dos recursos obtidos nas vendas.

A seguir ver-se-á a fórmula para este índice:

Fórmula:

Lucro Líquido x100

Vendas Líquidas

2.6.4 Rentabilidade do ativo (RA)

Segundo CARDOSO (2006) este índice demonstra quanto a empresa

obtém de lucro para cada $100 de investimento total. Tal índice mostra quanto

a empresa obteve de Lucro Líquido em relação ao Ativo. É uma medida do

potencial de geração de lucro da parte da empresa. Não é exatamente uma

medida de rentabilidade do capital, mas uma medida da capacidade da

empresa em gerar Lucro Líquido e assim poder capitalizar-se. É ainda uma

medida do desempenho comparativo da empresa ano a ano.

A seguir ver-se-á a fórmula para este índice:

Fórmula:

Lucro Líquido x100

Patrimônio Líquido

2.6.5 Rentabilidade do patrimônio líquido (RPL)

Este índice, segundo CARDOSO (2006) indica o quanto a empresa

obtém de lucro para cada $100 de Capital Próprio investido. Os recursos

aplicados na massa patrimonial ativa originam-se dos proprietários da empresa

40

e de terceiros. Os recursos originados dos proprietários da empresa são

denominados Capital Próprio ou Patrimônio Líquido. Os provenientes de

terceiros são conhecidos por Capital de Terceiros ou Passivo (Circulante e

Exigível a Longo Prazo).

De acordo com CARDOSO (2006) afirma-se que o Patrimônio Líquido

abrange: Capital Social Realizado, Reservas de Capital, Reservas de

Reavaliação, Reservas de Lucro e Resultados Acumulados. O objetivo básico

das empresas prende-se à produção ou comercialização de bens ou serviços

para serem oferecidos a consumidores ou usuários, mas de forma que

proporcione remuneração justa do capital.

Para se ter uma medida de avaliação da remuneração do capital

aplicados pelos acionistas ou cotistas, dependendo do tipo de sociedade, em

determinado empreendimento, importa estabelecer uma relação entre o

Resultado Líquido do Exercício e o capital acumulado dos proprietários.

CARDOSO, (2006).

CARDOSO (2006) diz que o papel do índice de Rentabilidade do

Patrimônio Líquido é mostrar qual a taxa de rendimento do Capital Próprio.

Essa taxa pode ser comparada com a de outros rendimentos alternativos no

mercado, como Caderneta de Poupança, CDBs, Letras de Câmbio, Ações,

Aluguéis, Fundos de Investimentos, etc. Com isso se pode avaliar se a

empresa oferece rentabilidade superior ou inferior a essas opções. Como o

Lucro Líquido se acha expurgado da inflação, a taxa de Rentabilidade do

Patrimônio Líquido é real.

A seguir ver-se-á a fórmula para este índice:

Fórmula:

Lucro Líquido x 100

Patrimônio Líquido

41

2.7 PROCESSO DE AVALIAÇÃO DE ÍNDICES

Uma vez calculados os índices e comparados com padrões, pode-se

fazer primeiro uma avaliação individual de cada índice, depois uma avaliação

conjunta e assim, avaliar-se a empresa e sua administração. CARDOSO,

(2006).

Essa forma de avaliação não é descoberta da Análise de Balanços.

Pelo contrário, trata-se de uma técnica científica seguida largamente por outra

ciência (muito antes de sua aplicação na Análise de Balanços) e que,

basicamente, tem a seguinte ordem:

a) Descoberta de Indicadores – quais índices se quer avaliar;

b) Definição do Comportamento do Indicador – existem três possibilidades:

quanto maior, melhor;

quanto menor, melhor;

ponto ótimo em torno de um parâmetro.

c) Tabulação de Padrões – é a construção de tabelas baseadas em elementos

do mesmo conjunto, no caso, índices de empresas do mesmo ramo, de

maneira que permita a comparação dos índices de uma empresa com as

demais empresas.

d) Escolha dos Melhores Indicadores e Atribuição dos Respectivos Peso.

CARDOSO, (2006)

As empresas precisam gerar saldo positivo (folga financeira), havendo

dessa forma disponibilidade de recursos para financiar a Necessidade de

Investimento em Giro - NIG. O saldo é definido pela diferença entre

Necessidade de Investimento em Giro e Capital Circulante Líquido. Da mesma

forma, um saldo tesoura positivo com elevados saldos em disponibilidades

também indica ineficiência no gerenciamento dos recursos financeiros, uma

vez que esses recursos poderiam estar aplicados nos demais ativos da

empresa à busca de maior rentabilidade para o negócio.

Isso significa que seus dirigentes não estão aproveitando a oportunidade

proposta por sua estrutura financeira, sinal de que a empresa ainda não tem

uma estratégia dinâmica de investimento.

42

Segundo BERNARDI (2007) As principais razões que levam uma

empresa a entrar no chamado efeito tesoura são:

Elevado ciclo financeiro: Mesmo a empresa tendo capital de giro

positivo e sendo lucrativa, há uma inadequação de seus itens de giro,

especialmente estoques.

Decisões de imobilizações: Empresas mesmo tendo seu capital de giro

bem administrado, podem entrar no efeito tesoura em virtude de decisões de

imobilização sem disporem de recursos próprios ou fontes de longo prazo para

isto.

Obtenção de recursos de curto prazo junto a instituições financeira:

Empresas incorrendo em prejuízo, mesmo tendo um capital de giro bem

administrado, podem reduzi-lo em níveis insuficientes para financiar a

necessidade de capital de giro.

Qualquer outra combinação envolvendo uma ou mais das três condições

anteriores: Níveis elevados de Capital de Giro; níveis baixos de capital de giro;

prejuízos, desde que resulte no crescimento da magnitude do hiato entre as

curvas do capital de giro e necessidade de capital de giro.

De acordo com ALTMAN (1968), a insolvência de uma empresa é

declarada quando os acionistas recebem uma rentabilidade pelos seus

investimentos inferior a rentabilidade ofertada pelo mercado a investimentos de

risco similar.

Já para LEV (1978), o estado de insolvência de uma empresa pode

ocorrer quando esta se vê incapacitada para pagar as suas obrigações

financeiras na data do vencimento, bem como quando seus ativos forem

inferiores ao valor de seus passivos.

De acordo com FAMÁ e GRAVA (2000) intimamente ligada a liquidez

das empresas, a insolvência tem no inadimplemento seu primeiro efeito, senão

sintoma. Quando uma empresa deixa de honrar um compromisso, isto pode

dever-se apenas a uma alocação inadequada de recursos, isto é, a empresa

possui recursos suficientes para saldar uma dívida, mas não consegue fazê-lo

com rapidez necessária para cumprir seus compromissos em dia.

Já em relação aos sintomas apresentados pelas empresas que

caminham em direção da insolvência pode-se destacar segundo ROSS (1996):

43

redução de dividendos; fechamento de instalações; prejuízos constantes;

quedas substanciais no preço de ações; dentre outros.

2.8 PRAZO MÉDIO DE RENOVAÇÃO DO ESTOQUE DA EMPRESA

O Ciclo Operacional compreende o período desde a aquisição da

matéria-prima inserida no processo produtivo até o recebimento das duplicatas,

ou seja, é a soma do prazo médio de renovação de estoque com o prazo médio

de recebimento de vendas, envolvendo contas patrimoniais tais como: caixa,

bancos, salários a pagar; contas a pagar; duplicatas a receber; estoques de

matérias-primas, de produtos em andamento e de produtos acabados;

fornecedores; impostos a recolher e empréstimos a pagar. Os saldos dessas

contas são alterados frequentemente, estão permanentemente em movimento.

MARION (1985).

Este ciclo operacional abrange todas as fases operacionais presentes no

processo empresarial de produção-venda-recebimento, entretanto, cada uma

das fases apresenta determinado prazo, tais como: prazo de recebimento de

pagamento por clientes, prazo de estocagem de produtos acabados e/ou

matéria-prima, prazo para pagamento a fornecedores. A soma desses prazos

resulta no ciclo operacional. ASSAF NETO, (1997).

A seguir definir-se-á o prazo médio de renovação de estoques (PMRE),

O indicador prazo médio de renovação de estoques, de acordo com

SILVA (2010), mostra em quantos dias ou meses, em média, as mercadorias

ficaram estocados na organização antes de serem vendidas. O ideal é que a

empresa tenha um alto índice de rotação de estoques, desde que isso seja o

reflexo do alto grau de comercialização de seus produtos, em decorrência do

aumento da demanda.

O prazo médio de renovação de estoques indica quantos dias, em

média, os produtos ficam armazenados na empresa antes de serem vendidos.

SILVA, (1993).

Estoques x360

Mercadoria Vendida

44

Para análise de renovação de estoques, alguns pontos devem ser

considerados, assim, quando há um alto índice de rotação, também pode ser

sinal de baixo investimento em estoques, o que pode acarretar a perda de

vendas e consequente redução nos lucros. Quando há um baixo índice de

rotação, pode estar sinalizando um investimento excessivo nos estoques,

aumentando os custos de manutenção. SILVA, (1993).

A soma do prazo médio de renovação de estoque e o prazo médio de

recebimentos de vendas, representam o tempo decorrido entre a compra e o

recebimento da venda da mercadoria, denominado ciclo operacional.

MATARAZZO, (2003).

Todas as alternativas apresentadas servem para qualquer empresa, seja

qual for seu ramo de atividade, de modo que bem aproveitadas, apresenta

alternativas para o bom andamento de qualquer entidade, o presente trabalho

foca nas demonstrações apresentadas no setor cooperativista, de modo que

analisará demonstrações apresentadas aos seus cooperados e quais

informações são relevantes em função dos dados apresentados nas

cooperativas.

45

3 REVOLUÇÃO INDUSTRIAL E COOPERATIVISMO

Pode-se dizer que o nascimento da agricultura propicia o aparecimento

de excedentes e isso constitui um marco do que em economia denomina-se de

divisão do trabalho. Ao longo da evolução humana, em sociedade, sempre

ocorreu de alguma forma, uma divisão do trabalho entre os membros dos

grupos sociais. Ao dividir o trabalho, conseguir fazer provisões para sua

subsistência, o homem conseguiu produzir excedentes e acumular. Quanto

mais ele vai aprimorando o processo de gerar excedentes, ao longo da sua

história, mais ele consegue acumular e dar o tom da sua evolução para o modo

de produção capitalista.

O pequeno agricultor perde direito de plantar para sua própria

subsistência, dirigindo-se às cidades para trabalhar no artesanato e nas

manufaturas (período manufatureiro da indústria). Na manufatura ao invés do

trabalho a domicílio sob as ordens de um comerciante fabricante, os

trabalhadores são reunidos num mesmo local, precursor das modernas

fábricas, sob as ordens de um patrão que paga salários e também fornece os

instrumentos de trabalho.

A expulsão dos camponeses do campo vai na mesma direção da

expansão da manufatura, uma vez que era necessário aumentar o número de

trabalhadores disponíveis ao desenvolvimento da manufatura industrial, agora

mais adiantada porquanto já estava promovendo a separação do antigo

artesão do seu instrumento de trabalho

Em resumo, a agricultura está ligada à nova divisão do trabalho, que

separa as atividades agrícolas da indústria e do comércio (separação campo

cidade); essa agricultura camponesa ainda preservava muito da

autossuficiência anterior. Era uma agricultura bastante independente porque

possuía a terra e os meios de produção; houve a dissolução dessa agricultura

em consequência do aumento geral dos preços dos produtos agrícolas devido

à expansão do comércio e das cidades, dos cercamentos e expulsão dos

camponeses do campo; como resultado houve aumento da concentração de

terras, aumento da mão-de-obra na cidade e concentração de capitais com

baixos salários e miséria generalizada (mão-de-obra barata); acentua-se a

46

nova divisão do trabalho, aprimorando-se o nível técnico com as inovações que

vão surgindo.

Segundo SILVEIRA (2009) o emprego surge no século XVIII com a

Revolução Industrial, e desde então passa a ter um papel fundamental na

sociedade ocidental, tanto é verdade que os sobrenomes utilizados pela

maioria das pessoas têm sua origem nas atividades desenvolvidas por seus

antepassados. Assim, o João Prefeito, transformou-se na Inglaterra em John

Major, o Joaquim Sapateiro, virou Johachin Shuemacher na Alemanha e assim

por diante.

Originalmente como se sabe, o homem exercia suas atividades

produtivas livremente, sem a necessidade de estar vinculado a uma empresa

ou outro tipo qualquer de instituição, que lhe assegure a condição de

empregado. Além disto, ele não tinha uma profissão definida. Embora a maioria

fosse agricultor, conhecia outros ofícios como a carpintaria por exemplo. Muitos

homens eram caçadores e não raro também pescadores. Enfim, mudava de

atividades se necessário fosse. Com a Revolução Industrial esta condição

acabou. Suas atividades passaram a ser determinadas pelas necessidades da

empresa e não pelas suas próprias.

Pensar em tal situação hoje em dia é quase impossível, dada a

importância que o emprego assumiu. Estar desempregado na sociedade

ocidental significa praticamente o mesmo que ter lepra no império romano. O

indivíduo sente-se um excluído, um cidadão de segunda categoria, sem direito

a plenitude da cidadania. O que faz refletir: Como era a sociedade antes do

emprego?

SILVEIRA (2009) diz que para se entender o modo de vida antes do

advento do emprego, é preciso compreender a própria origem do emprego. O

momento de ruptura entre o novo e o velho paradigma. Este ponto é

justamente o “cercamento” das terras comuns na Inglaterra. Movidos pela

necessidade de produzir lã para as manufaturas que surgiam por toda a parte,

os senhores feudais passaram a expulsar os camponeses de suas terras,

cercá-las e transformá-las em pastagens de ovelhas.

De acordo com SILVEIRA (2009) o século XVIII criou uma multidão de

miseráveis. Servos despojados de suas terras e moradias, resultado dos

cercamentos de terras feitos pelos nobres.

47

Este povo serviu como mão-de-obra para a crescente Revolução

Industrial, que com suas máquinas e estabelecimentos fabris, começaram a ser

usados para a produção numa sociedade comercial.

Como mencionado anteriormente, o homem originalmente era um ser

livre, que trabalhava de acordo com suas necessidades de alimentação,

vestimenta, sono, moradia, etc. No entanto, com o “cercamento” das terras esta

condição mudou. Sem opção, aldeões e camponeses se viram empurrados em

direção às fábricas e cidades que cresciam ao seu redor.

De acordo com POLANYI (1980, p. 51):

“No coração da Revolução Industrial do século dezoito ocorreu um progresso miraculoso nos instrumentos de produção, o que se fez acompanhar de uma catastrófica desarticulação nas vidas das pessoas comuns”.

Essa desarticulação pode ser melhor entendida ao se observar a

mudança no modo de trabalho antes e depois do emprego.

Segundo BRIDGES (1995, p. 25):

“As necessidades das fábricas nunca variavam. Eram uniformes e abrangentes. Do amanhecer ao anoitecer, e muito mais tempo nos meses de inverno, as pessoas trabalhavam num só lugar, fazendo uma só coisa”.

Certamente era contrário a todos os costumes da época. O homem da

era pré-emprego trabalhava livremente, podia passar de uma tarefa a outra, em

vários lugares, em um horário estabelecido pela luz do sol e pelas exigências

da estação. Havia períodos sazonais de inatividade e recuperação para

compensar os períodos de atividade febril.

Conforme BRIDGES (1995, p. 37):

“A colocação de cercas nas terras comuns, embora legal no sentido técnico, era uma total violação de séculos de uso incontestado. Os ingleses sempre tiveram o direito de usar essas terras sob a lei comum, e foi somente quando o conceito de propriedade mudou com as novas ideias de capitalismo que esse direito foi usurpado. ”

Segundo POLANYI (1980, p.167):

“Separar o trabalho das outras atividades da vida e sujeitá-lo às leis do mercado foi o mesmo que aniquilar todas as formas orgânicas da existência e substituí-las por um tipo diferente de organização, uma organização atomista e individualista”.

48

Os partidários do antigo regime desesperavam-se com o que julgavam a

destruição da Inglaterra, seu povo e cultura.

O velho mundo estava desaparecendo, e junto com ele as relações que

definiam direitos e obrigações sociais. Enfim as maneiras consagradas pelo

tempo de entrelaçar a vida doméstica e a vida no trabalho estavam sendo

destruídas.

Obviamente houve resistências a mudança, por toda a Inglaterra,

máquinas, acusadas de serem as responsáveis pelas transformações em

curso, foram destruídas. Os partidários das fábricas enfureciam-se com seus

antagonistas e sua relutância em aceitar a realidade econômica: o mundo

estava mudando, e aqueles que resistiam obstruíam o progresso.

SILVEIRA (2009) diz que era necessário reeducar as pessoas para que

aprendessem as novas regras do emprego. Escritores como o reverendo

Anderw Ure, em seu influente Philosofy of Manufactures (1835), propunha um

plano total para criação de novos hábitos, atitudes e valores necessários para

se realizar o trabalho ao novo modo. A ideia era separar as crianças dos pais e

educá-las de acordo com as necessidades do novo regime. Assim, em poucas

gerações, a oposição desapareceria.

Afinal, como comenta MARX apud SIMÕES, (1985, p. 70 ):

“A classe que tem a sua disposição os meios para a produção material, dispõe, com isso, ao mesmo tempo, os meios de produção intelectual, assim de um modo geral, as ideias daqueles que não dispõe de meios de produção intelectual são subordinadas à classe dominante...”.

De acordo com SILVEIRA (2009) mais do que uma transformação

econômica, a Revolução Industrial representou uma mudança de mentalidade.

Antes dela, a acumulação de riquezas praticamente não existia, toda a

produção era destinada ao consumo próprio, a subsistência.

Quando muito, trocava-se o excedente por outra mercadoria que se

desejava, no entanto, mesmo essa troca, tinha por objetivo a satisfação

pessoal de alguma necessidade, e não a obtenção de qualquer espécie de

vantagem econômica.

Mesmo quando se armazenavam os bens produzidos, seu destino era a

redistribuição.

49

Com a máquina e o aumento de produtividade, as sobras passaram a

ser uma constante, já não se podia consumir tudo o que se produzia e então

passou-se ao acúmulo de bens, com o objetivo da troca, e obtenção de lucro.

O lucro, portanto, é a remuneração do capital investido na produção de

determinado bem ou serviço, sendo portanto a renda daqueles que vendem

seus serviços empresariais, da mesma forma que o salário é a renda daquele

que vende sua força de trabalho.

A noção de salário também esta ligada ao surgimento do emprego.

Antes da Revolução Industrial o trabalhador não necessitava vender sua força

de trabalho no mercado.

No entanto, uma vez expulso da terra, viu-se obrigado a vender seu

único bem disponível.

Pode-se concluir que a Revolução Industrial alterou profundamente as

condições de vida do trabalhador braçal, provocando inicialmente um intenso

deslocamento da população rural para as cidades, com enormes

concentrações urbanas.

A produção em larga escala e dividida em etapas irá distanciar cada vez

mais o trabalhador do produto final, já que cada grupo de trabalhadores irá

dominar apenas uma etapa da produção.

3.1 COOPERATIVISMO

O cooperativismo evoluiu e conquistou um espaço próprio, definido por

uma nova forma de pensar do homem, sobre seu trabalho e desenvolvimento

social. Por sua forma igualitária e social o cooperativismo é aceito por todos os

governos e reconhecido como fórmula democrática para a solução de

problemas sócio-econômicos.

O Cooperativismo é o instrumento pelo qual a sociedade se organiza,

através de ajuda mútua, para resolver diversos problemas relacionados ao seu

dia-a-dia.

No Brasil, em 1600, surgiu a primeira organização baseada no bem

comunitário e voltada a formar uma cooperativa. Baseava-se na solidariedade

humana, onde o bem estar do grupo sobressaia ao individual e chegou em

meio a grandes transformações.

50

De acordo com SINGER (2002) através de imigrantes europeus,

inicialmente no formato de cooperativas de consumo na cidade e de

cooperativas agropecuárias no campo.

É importante ressaltar, que a primeira cooperativa, Colônia Tereza

Cristina no Paraná, com moldes rochdaleanos, surgiu apenas em 1847,

fundada por Jean Maurice Faivre, médico francês, a frente dos colonos

europeus inspirados por Fourier. Esta organização foi referencia aos novos

empreendimentos coletivos RIOS (1987)

Foi somente a partir de 1980, que as cooperativas de Santa Catarina e

outros Estados, viram a necessidade de uma maior integração entre

cooperados e dirigentes. Tal medida era necessária para a obtenção de um

desenvolvimento mais eficiente do sistema cooperativista.

Neste sentido a OCESC (1993, p. 24) afirma que:

Em 1986, conclui-se pela necessidade do Sistema Cooperativo assumir inteiramente a responsabilidade pelo seu crescimento, procurando desta forma evitar a dependência em relação ao governo. Este desejo foi amplamente discutido pelas bases, em nível nacional, sendo posteriormente analisado e homologado pelo 10º Congresso Brasileiro de Cooperativismo, realizado em março de 1988. Desde então, iniciou-se a defesa de postulações junto ao Congresso Nacional, através da Frente Parlamentar Cooperativista. O trabalho resultou na Autogestão definida assumida pelas cooperativas e assegurada pela Constituição de 1988.

Com o fim da intervenção do estado no funcionamento das cooperativas,

os dirigentes tornaram-se responsáveis pela gestão das mesmas. As

cooperativas passam a andar com suas próprias pernas. Iniciando-se assim um

novo estágio para o cooperativismo brasileiro.

De acordo com a Lei n 5.764/71 que define a Política Nacional do

Cooperativismo: “Cooperativas são sociedades de pessoas, com forma e

natureza jurídica próprias, de natureza civil, não sujeitas à falência, constituídas

para prestar serviços aos associados”. SILVA FILHO (2001, p. 34).

Cooperativa é a união de diversos trabalhadores de igual ou diversas

profissões que por iniciativa própria visando um objetivo em comum decidem

trabalhar juntos, através da ajuda mútua e não concorrência, assim tendendo a

aprimorar o indivíduo em todas as suas dimensões, tanto social, econômica e

cultural, preocupando- se com a qualidade de seus produtos e serviços, com o

meio ambiente e o meio em que se encontra, buscando preço justo e a

51

constituição de uma sociedade mais equitativa, democrática e sustentável.

SILVA FILHO (2001).

Segundo MLADENATZ (2003) o cooperativismo se organiza a partir de

um conjunto de princípios, são eles:

Adesão livre: permite a livre associação dos indivíduos que

concordem com o estatuto social da cooperativa e, consequentemente, com os

seus objetivos, sendo igualmente livres para desfazerem a associação.

Gestão democrática: numa cooperativa, cada associado tem

direito a um voto, não importando o seu capital integralizado, as diferenças

sociais, etc. As decisões representam a vontade da maioria, ou seja, o controle

é democrático.

Neutralidade política e indiscriminação religiosa, racial e social:

numa cooperativa, todos são iguais, não importando a etnia, a religião, o

partido político e a posição social. É o princípio da igualdade.

Estímulo à educação: uma educação permanente e atuante é a

base do desenvolvimento de cooperativas e do cooperativismo. Ela deve atingir

todos: diretores, associados, funcionários e a própria comunidade para torná-

los mais conscientes e atuantes, tanto na cooperativa como na comunidade

onde estão inseridos.

Retorno das sobras proporcional às operações: uma cooperativa,

quando bem administrada, normalmente apresenta, ao final do exercício, um

saldo positivo, resultante da diferença entre a despesa e receita. Este saldo é

chamado sobras. Dessas sobras são deduzidas as porcentagens às quais têm

direito os fundos e o restante constitui as sobras à disposição da assembleia. A

Assembleia Geral deverá destinar as sobras aos associados da seguinte forma:

dividi-las, proporcionalmente, segundo as operações que cada associado

manteve com a cooperativa durante um ano; incorporá-las ao capital,

aumentando-o; fortalecer os fundos existentes visando o desenvolvimento da

cooperativa, através de investimentos.

Juros limitados ao capital: a Lei nº 5.764/71 permite que uma

cooperativa pague até 12% (doze por cento) de juros ao ano, sobre o capital

integralizado pelo associado. É uma forma de incentivo ao associado, pois uma

52

cooperativa não tem a finalidade de remunerar o capital social. Este é

considerado apenas como fator de produção.

Integração cooperativista: é necessário que o mesmo espírito de

união e cooperação existente entre os membros de uma cooperativa, exista

entre as próprias cooperativas, nos planos local, regional, nacional e

internacional.

Verifica-se que as cooperativas atuam em diversos seguimentos,

atendendo as necessidades dos cooperados que a integram, também podendo

ser chamados de tipos de cooperativas, ramos ou campos de ação.

No Brasil, existem 13 ramos cooperativistas, são eles: agropecuário,

consumo, crédito, educacional, especial, habitacional, infraestrutura,

mineração, produção, saúde, trabalho, transporte, turismo e lazer. CRÚZIO,

(2002).

Segundo OLIVEIRA (2006), a constituição que rege as cooperativas

diferencia da constituição jurídica das demais empresas isso pode ser visto

como vantagem e também desvantagem, pois as cooperativas concorrem no

mercado com as empresas em geral. As vantagens cooperativas devem se

basear na sua forma de interação com seus clientes, cooperados e mercado

em geral.

É importante que todo o movimento cooperativista esteja unido para

atingir suas metas, em função do bem comum. A união entre as cooperativas é

fonte de crescimento e desenvolvimento do movimento cooperativista. Dentro

do conceito de cooperativa voltada para seus associados a Cooperativa dos

Cafeicultores da Média Sorocabana se destaca com seu grande volume de

negócios, que conheceremos adiante.

O presente trabalho analisara as demonstrações financeiras oferecidas

para seus cooperados e tentar extrair o máximo de informações possíveis das

demonstrações financeiras publicadas pelas cooperativas, analisando

demonstrações de 2012 e 2013, da empresa objeto do estudo de caso.

As Demonstrações financeiras apresentadas para o estudo de caso, são

da Cooperativa dos Cafeicultores da Média Sorocabana – Coopermota que

segue sua historia da seguinte forma:

53

Década de 1950

Na década de 1950, o café era o principal produto cultivado e

comercializado no Vale Paranapanema, tendo o oeste de São Paulo e o o norte

do Paraná como principais produtores deste grão. Cândido Mota se destacava

nesta área devido as características do solo regional, rico em húmus, cálcio,

fósforo e potássio. Neste período foi criada a Coopermota.

Final da década de 1950

Em 1958, Joaquim Galvão de França, Jair Ribeiro da Silva, Gilfredo

Boreti e mais alguns produtores – sob a liderança de Lázaro Inácio Dias – se

uniram e idealizaram a Cooperativa dos Cafeicultores da Média Sorocabana

em busca de se fortalecerem e fugirem dos preços altos cobrados pelos

produtores de beneficiamento. A Coopermota foi inaugurada oficialmente no

dia 17 de maio de 1959. Além dos três idealizadores e do líder Inácio Dias, a

criação da cooperativa também foi sustentada pelos produtores Otavio Pires de

Almeida, Waldo Antunes Ribeiro e Mario Martins, além de mais 38 produtores,

os quais assinaram a lista de presença da Ata da Assembleia Geral

Extraordinária. A máquina de café destinada ao benefício e estocagem dos

grãos regionais foi um dos primeiros investimentos para a criação da

cooperativa. O início foi realizado com muito esforço dos seus pioneiros, no

trabalho para o beneficiamento do café.

Meados da década 1970

Diante das novas culturas (soja e trigo) que passaram a ser cultivadas

na região, a Coopermota investiu na adaptação de sua estrutura para atender à

demanda do mercado regional e, em 1972, construiu o seu primeiro silo

graneleiro, tendo logo em seguida, em 1976, a instalação do segundo, ambos

em Cândido Mota.

Início da década 1980

A modernização do setor agrícola se estendia em âmbito nacional,

sendo apoiada por linhas de crédito destinadas ao financiamento de

investimentos variados. Porém, as crises econômicas nacionais das décadas

54

de 1980 e 1990 afetaram as exportações, provocando redução do volume de

negócios tanto da soja como do trigo. A saída encontrada pela Coopermota foi

a diversificação de sua linha de atuação, permitindo manter o seu processo de

modernização. O perfil da economia rural regional então sofria a sua última

alteração em meados da década de 1980, quando o trigo cedeu lugar ao milho,

mediante incentivo da Coopermota.

Meados da década de 1980

A agricultura passava a receber incentivos para a sua modernização e a

cooperativa buscava se adequar neste sentido. Além de incentivar a opção do

milho em detrimento ao trigo, que já apresentava problemas para a sua

comercialização, a Coopermota construiu, no início da década, a sua nova

sede e modernizou diversas atividades. Neste período, a cooperativa já

contava com silos graneleiros em Cândido Mota, Ipaussu e Palmital, se

portando não só como um polo de comercialização da produção regional, mas

também como um meio de formação do agricultor para a sua adequação a uma

agricultura especializada e produtiva

Começo da década de 1990

No começo da década de 90, a cooperativa incluiu o milho safrinha entre

os grãos comercializados e armazenados em suas instalações. Além disso,

diversificou suas ações para diversas áreas como supermercados (1992-1995),

loja de roupa, pecuária, piscicultura, rações, etc.

Neste período foram realizadas ações de ampliação de suas unidades

para outros municípios e a diversificação de sua atuação em áreas como

postos de combustíveis, lojas de roupas, supermercado, transportadora, granja,

suinocultura, pecuária, horticultura e piscicultura.

Já na década de 1990, a cooperativa também passou a produzir ração

animal, oferecendo, atualmente a nutrição tanto para ovinos, bovinos, suínos,

equinos e peixes. Na área rural, foi nessa década que o milho safrinha surgiu

como opção de safra de inverno, sendo oferecido aos produtores a partir de

tecnologias geradas por meio de experimentos e ensaios realizados

conjuntamente com o Instituto Agronômico de Campinas (IAC) e financiados

pela Coopermota e parceiros regionais. Uma tentativa de unificação das

55

cooperativas da região para a criação de um fundo de recursos para o

desenvolvimento de projetos em comum, envolvendo a Coopermota, a

Riograndense e a Cooperativa de Pedrinhas também ocorreu neste período

para a criação do que seria a Centralvale, porém a iniciativa não avançou.

Décadas de 1999 e 2000

Nos anos seguintes, foram ampliadas as atuações de armazenamento

de grãos nas cidades de Campos Novos Paulista, Iepê, Maracaí, Cândido Mota

(rodovia Fortunato Petrini). No total, eram 10 Unidades de Negócios,

distribuídas nas cidades de Assis, Campos Novos Paulista, Cândido Mota,

Ibirarema, Iepê, Ipaussu, Palmital, Paraguaçu Paulista e Ribeirão do Sul. Na

década de 1990, a cooperativa deu expansão ao seu setor de serviços, com

Unidades de Negócios, compreendidas por lojas de produtos e implementos

agrícolas e pecuários. Todos os efeitos do Plano Collor foram sentidos pelos

produtores da região e a cooperativa enfrentou a crise com diferentes projetos

e planos para incentivos e auxílio ao produtor.

Início da década de 2000

Pouco antes do início do século XXI, um novo processo de

reestruturação foi implantado na cooperativa, desta vez voltado à difusão de

tecnologias e a valorização do cooperativismo, tanto entre funcionários como

também entre seus cooperados.

Neste sentido, em 2003, foi criado o Campo de Difusão, voltado para

pesquisas em agronegócios. Em 2007 este mesmo espaço se tornou a sede do

Coopershow, feira anual destinada à exposição de tecnologias e práticas

agrícolas. Desde então, o evento reúne diversas empresas e órgãos de

pesquisa, levando informação e novidades do mercado agrícola ao produtor.

A área era antes utilizada para ensaios da cultura do café, em um total

de 14,5 hectares, localizada em Cândido Mota. Os experimentos realizados no

local se referem a novas tecnologias de manejo e produção, além de análise

prática do cultivo de novas sementes disponíveis no mercado, bem como a

análise de métodos utilizados para o controle de pragas e doenças.

56

No início do século XXI, a Coopermota ampliou a sua atuação até os

municípios de Taciba e Santa Cruz do Rio Pardo.

Desde 2005, a área de atuação da Coopermota já vinha sendo

ampliada, com abertura de novas filiais, passando a se voltar também nas

áreas de negócios que envolviam a cana-de-açúcar, além da soja, do milho

safrinha e do trigo

Período Atual

Em 2014, investiu em algumas reformas estruturais de suas

dependências, para melhor atender ao cooperado, inaugurando filiais de

Unidades de Negócio da cooperativa em Presidente Prudente e Maracaí, bem

como a unidade em novo endereço no município de Santa Cruz do Rio Pardo.

Ainda neste ano, investiu na expansão dos silos graneleiros de Cândido Mota e

Palmital, ampliando a capacidade de armazenamento da cooperativa em 28 mil

toneladas de grãos.

Atualmente (2014), oferece serviços de abastecimento de combustíveis,

com postos em Cândido Mota, Palmital, Maracaí e Ribeirão do Sul. Ainda no

que se refere aos investimentos no setor de armazenamento, depois de sete

anos de arrendamento, a Coopermota concluiu em 2014, a negociação de

compra do silo graneleiro de Ibirarema. Além disso, possui uma Unidade de

Agroenergia em Palmital e cerca de 1.900 cooperados, com aproximadamente

330 trabalhadores diretamente vinculados à cooperativa. A Coopermota lidera

o ranking regional de recebimento de grãos e de distribuição de insumos.

No ano de 2013 foram encerradas e publicadas demonstrações,

conforme ilustrações a seguir:

57

Figura 1 – Balanços patrimoniais

Fonte: Site da Coopermota

58

Figura 2 Demonstração de resultado do exercício

Fonte: Site da Coopermota

59

Figura 3 - Demonstração do resultado abrangente

Fonte: Site da Coopermota

Figura 4 - Demonstração das mutações do Patrimônio Líquido

Fonte: Site da Coopermota

60

Figura 5 - Demonstração das mutações do Patrimônio Líquido

Fonte: Site da Coopermota

61

Figura 6 - Demonstração dos Fluxos de Caixa

Fonte: Site da Coopermota

As notas explicativas são parte integrante das demonstrações

financeiras.

62

3.2 ANALISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS DA COOPERMOTA

2012/2013

Liquidez Corrente 2012

LC= ATIVO CIRCULANTE = LC = 141.391.051 = LC=1,09

PASSIVO CIRCULANTE 128.729.360

Liquidez Corrente 2013

LC=ATIVO CIRCULANTE = LC = 187.234.306 = LC= 1,08

PASSIVO CIRCULANTE 173.123.362

Pode-se verificar perante a análise de 2012, que a cada R$ 1,00

devedor a Cooperativa possuía no seu ativo R$ 1,09, porém, em 2013, houve

uma leve mudança no quadro demonstrativo no qual aponta que, para cada R$

1,00 devedor a Cooperativa possuía no seu ativo R$ 1,08

Liquidez Geral 2012

LG=ATIVO CIRCULANTE +REALIZAVEL A LONGO PRAZO

PASSIVO CIRCULANTE+EXIGIVEL A LONGO PRAZO:

141.391.051+75.919.155 = 217.310.206 =

128.729.360 + 31.153.833= 159.883.193 LG = 1,35

Liquidez Geral 2013

LG=ATIVO CIRCULANTE +REALIZAVEL A LONGO PRAZO =

PASSIVO CIRCULANTE+EXIGIVEL A LONGO PRAZO

187.234.306.+74.588.819 = 261.823.125=

173.123.362 +284.349.917 = 201.558.279 LG=1,30

63

Pode-se verificar que o índice de Liquidez Geral 2012 indica que para

cada R$ 1,00 de dívida a empresa possuía R$1,35 de investimentos a curto

prazo, ou seja, consegue pagar todas suas dívidas e ainda despõe de uma

folga de excedente de 35%, porém no ano de 2013 apesar de haver tido uma

pequena redução ainda índice é considerado muito bom.

Liquidez Seca 2012

LS=ATIVO CIRULANTE- ESTOQUE = 141.391.051 – 70.266.390 =

PASSIVO CIRCULANTE: 128.729.360

71.124.661 = LS = 0,55

128.729.360

Liquidez Seca 2013

LS= ATIVO CIRCULANTE – ESTOQUE = 187.234.306 – 92.927.918 =

PASSIVO CIRCULANTE: 173.123.362

94.306.388 = LS = 0,54

173.123.362

Observa-se que a fórmula acima indica que para cada R$1,00 de dívidas

de curto prazo com terceiros (passivo circulante) a cooperativa dispõe em 2012

de R$ 0,55 e no ano de 2013, R$0,54 de bens e direitos de curto prazo, menos

os estoques, para pagar. Se o quociente fosse igual a 1 indicaria que os

estoques da cooperativa estariam totalmente livres de dividas com terceiros

Liquidez Imediata 2012

LI= DISPONIVEL = 7.674.486= LI = 0,059

PASSIVO CIRCULANTE 128.729.360

Liquidez Imediata 2013

LI = DISPONIVEL = 11.207.048 = LI = 0,065

64

PASSIVO CIRCULANTE 173.123.362

Observa-se por meio das demonstrações que, a Cooperativa em 2012

para R$1,00 de dívida de curto prazo com terceiro, dispõe de R$0,059 e no ano

de 2013 ela dispõe R$ 0,065.

Participação Capital de Terceiro- 2012

IPCT = CAPITAL DE TERCEIRO x 100 = IPCT = 3.125.595 x 100 = 5,4%

PATRIMONIO LIQUIDO 57.427.013

Participação Capital de Terceiro- 2013

IPCT = CAPITAL DE TERCEIRO x 100 = IPCT = 3.326.548 x 100 = 5,5%

PATRIMONIO LIQUIDO 60.264.845

Este índice indica o quanto tomou de capitais de terceiros para cada

R$100,00 de capital próprio investido, no ano de 2012 o índice foi de 5,4% e no

de 2013 o índice foi de 5,5%.

Imobilização Patrimônio Liquido – 2012

IIPL = ATIVO IMOBILIZADO x 100 = 60.734.305 x 100 = 105,70

PAT. LIQUIDO 57.427.013

Imobilização Patrimônio Liquido – 2013

IIPL = ATIVO IMOBILIZADO x 100 = 61.793.713 x 100 = 102,53

PAT. LIQUIDO 60.264.845

Este índice indica quantos reais a Cooperativa aplicou no ativo

permanente para cada R$100,00 de patrimônio líquido. No ano de 2012 o

índice foi de R$ 105,70 e 2013 o índice foi de R$ 102,53.

65

Prazo Médio de Renovação de Estoque - 2012

PME = ESTOQUE X 360 = 70.266.390 X 360 =106,76 DIAS

CMV 236.935.046

Prazo Médio de Renovação de Estoque - 2013 2013

PME = ESTOQUE X 360 = 92.927.918 X 360 = 121,26 DIAS

CMV 275.879.617

No ano de 2012 houve a renovação total do estoque da Cooperativa em

106,76 dias, no ano de 2013 a renovação total do estoque foi em 121,26 dias.

Rentabilidade do Patrimônio Liquido – 2012

RPL= LUCROS LIQUIDOS X 100 = 1.315.038 X 100 = 0,0228 X100=

PAT.LIQUIDO 57.427.013 RPL= 2,28

Rentabilidade do Patrimônio Liquido - 2013

RPL= LUCROS LIQUIDOS X 100 = 2.515.304 X 100 = 0,0417375 X100 = PAT.LIQUIDO 60.264.845 RPL=4,17

Esse índice demonstra o quanto a Cooperativa obteve de lucro para

cada R$100,00 investido em media, no exercício .

No ano de 2012 a rentabilidade apurada foi de R$2,28 para cada

R$100,00 investido, já no ano de 2013 a rentabilidade apurada foi de R$4,17

para cada R$100,00 investido.

Imobilização dos Recursos Não Corrente – 2012

IRNC= ATIVO PERMANENTE_ X 100 = 75.919.155 X 100 =

PAT.LIQUIDO + EXIGIVEL A LONGO PRAZO 57.427.013 +31.153.833

66

75.919.155 X 100 = 0,857060622 x100= IRNC 85,70%

88.580.846

Imobilização dos Recursos Não Corrente - 2013

IRNC= ATIVO PERMANENTE X 100 = 74.588.81 X100 =

PAT.LIQUIDO + EXIGIVEL A LONGO PRAZO 60.264.845 + 28.434.917

74.588.819 X100 =0,840913406 X 100= IRNC=84,09%

88.699.762

Este índice indica que percentual dos recursos não correntes

(Patrimônio Liquido e Exigível a longo Prazo) foram destinados ao ativo

permanente.

No ano de 2012 o índice foi de 85,70% e no ano de 2013 o índice foi de

84,09%.

Rentabilidade do Ativo - 2012

LUCRO LIQUIDO X 100 ATIVO TOTAIS

1.315.038 X 100 = 1,73

75.919.155

Rentabilidade do Ativo - 2013

ANO 2013 LUCRO LIQUIDO X 100

ATIVO TOTAIS

2.515.304 X 100 = 3,37 74.588.819

A Cooperativa no ano de 2012 obteve R$ 1,73 para cada R$ 100,00 de

investimento total, e no ano de 2013 obteve para cada R$ 100,00 de

investimento total R$ 3,37

Taxa de Lucratividade Final - 2012

LUCRO FINAL X 100 RECEITA OP. LIQUIDA

67

1.315.038 X 100 = 0,49% 266.336.482

Taxa de Lucratividade Final - 2013

LUCRO FINAL X 100 Receita Op. Liquida

2.515.304 X 100 = 0,78%

318.636.609

A cooperativa teve uma evolução positiva em sua lucratividade pois em

2012, apresentou 0,49% de lucratividade, o que significa que a Cada R$100,00

de Receita Operacional Líquida, a entidade teve R$0,49 de lucratividade final.

O cenário em 2013 apresenta uma lucratividade de 0,78%, o que

significa que dos R$0,49 a cada R$100,00 de Receita Operacional Líquida de

2012, em 2013, o valor aumentou para R$0,78, o que significa um aumento de

aproximadamente 59% em sua lucratividade final.

Giro do Ativo - 2012

VENDA LIQUIDA ATIVO

236.935.436 = 3,12

75.919.155

Giro do Ativo - 2013

VENDA LIQUIDA ATIVO

275.879.617 = 3,70

74.588.819

Os demonstrativos indicam que, a cooperativa vendeu para cada R$

1,00 de investimento total no ano de 2012, R$ 3,12 e para cada R$ 1,00 de

investimento total no ano de 2013 vendeu R$ 3,70.

Margem Liquida - 2012

LUCRO FINAL X 100 VENDAS LIQUIDAS

68

1.315.038 X 100 = 0,56 236.935.436

Margem Liquida – 2013

LUCRO FINAL X 100 VENDAS LIQUIDAS

2.515.304 X 100 = 0,91

275.879.617

Esse índice indica quanto a cooperativa obteve para cada R$100,00

vendidos. No ano de 2012, obteve lucro de R$ 0,56 para cada R$100,00

vendidos, e no ano de 2013 obteve lucro de R$ 0,91 para cada R$ 100,00

vendidos.

Portanto, de uma forma geral, pode-se observar que a Coopermota

possui bons índices, demonstrando principalmente o fato de que seus estoques

e reservas influenciam nos seus bons resultados e índices finais, dando à

cooperativa uma boa liquidez, retornos atrativos e ainda, a possibilidade de

uma boa remuneração aos cooperados de suas sobras, mesmo com a

necessidade e obrigatoriedade legal de se reservar parte dos resultados finais

obtidos.

69

CONCLUSÃO

Esse estudo possibilitou verificar a importância atribuída aos relatórios

financeiros e econômicos que são publicados, em especial da Cooperativa dos

Cafeicultores da Média Sorocabana – Coopermota, demonstrados anualmente,

pois a analise e controle interno da contabilidade gerencial é fundamental para

a elaboração de relatórios para tomada de decisões, com maior segurança e

confiabilidade.

Por meio das análises feitas ficam evidenciados vários pontos que

traduzem a real situação financeira da entidade e sua evolução que podem dar

suporte aos diretores e associados, para que possam planejar e orientar na

tomada de decisões, que através de analises feitas nos relatórios demonstra

bons índices de maneira geral nas análises.

Como pontos a serem analisados com mais atenção, são as politicas de

créditos, que poderíamos tentar diminuir o valor investido a receber a curto

prazo, todas classificadas no Ativo Circulante, outro ponto que destacou são os

financiamentos classificados no Passivo Circulante, pois aumentou seus saldos

de forma significativa sem grande aumento de investimento ou mesmo de

imobilizado que justifique esse aumento de R$45.182.092 para R$73.076.874.

Uma característica de beneficio dos associados é que houve variação

nos estoques e contas a receber, o que significa que a Cooperativa fez

financiamentos para aumentar os estoques e conceder mais créditos. Tal

situação pode ser perigosa pois o retorno do capital investido nos estoques

pode não ser tão rápido quanto a exigência de quitação dos financiamentos.

Todas as sugestões são embasadas pela análise das demonstrações,

seja através dos índices de liquidez, rentabilidade e ainda os prazos médios de

renovação dos estoques, e são de responsabilidade e interpretação dos

autores.

As análises dos diversos índices são de fundamental importância para

tornar mais claro o entendimento, pois mostram de forma objetiva vários pontos

positivos ou negativos.

Conclui – se que a contabilidade fornece importantes relatórios que

permitem ao usuário interno e externo identificar a real situação da instituição

em que pertence ou quer participar, de modo que é possível identificar futuras

70

tendências positivas ou negativas, dando a possibilidade de tomada de decisão

antes do seu acontecimento.

71

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