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PROVÍNCIA FRANCISCANA DA IMACULADA CONCEIÇÃO DO BRASIL | DEZEMBRO - 2015 | ANO LXII • N o 12 | Um feliz Natal e abençoado Ano Novo!

Um feliz Natal e abençoado Ano Novo! - franciscanos.org.br · ricórdia do Pai”. Pois, “na plenitude do tempo, quando tudo estava pron- ... você um FELIZ NATAL e a esperan -

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Província Franciscana da imaculada conceição do Brasil | DEZEMBRO - 2015 | ANO LXII • No 12 |

Um feliz Natal e abençoado Ano Novo!

Província Franciscana da imaculada conceição do BrasilRua Borges Lagoa, 1209 - 04038-033 | Caixa Postal 57.073 - 04089-970 | São Paulo - SP www.franciscanos.org.br | [email protected]

Sumário

MensageM do Ministro Provincial “Naquele dia o Senhor enviou sua misericórdia e, de noite, seu cântico ........................................659

ForMaÇÃo PerManente Jubileus da Província 2015 ....................................................................................................................................................661

sav Ordenação presbiteral e Primeira Missa de Frei Jean Carlos Ajluni de Oliveira ............................664 Ordenações Diaconais no Sagrado ................................................................................................................................671 Estágio Vocacional reúne 32 jovens ...............................................................................................................................672 Missões Franciscanas da Juventude ..............................................................................................................................673 Encontro reúne ex-seminaristas franciscanos em 2016 .................................................................................673

ForMaÇÃo e estUdos O último Postulinter do ano ................................................................................................................................................674 Curso: Teologia e Espiritualidade 2016 ........................................................................................................................674 Ituporanga: 35ª Olimpíada Frei Gabriel .......................................................................................................................675 Curso de Franciscanismo reúne 70 participantes em Rondinha ............................................................676 ITF: XVI Semana Teológico-Pastoral ................................................................................................................................682 ITF: Sínodo é tema de Noite Cultural ............................................................................................................................687 Frei Antônio Moser fala sobre o Sínodo aos estudantes do Antonianum.......................................688 Diversidade Cultural no ITF ...................................................................................................................................................689 Homenagem da Família Piva à “Vó Dileta”: 90 anos...........................................................................................689

Fraternidades Regional: Encontro recreativo no Vale do Paraíba ..............................................................................................690 Postulantado: “Misericórdia”, tema da 3ª Exposição Franciscana de Presépios ............................691 Relíquia de São Francisco em Santos ..........................................................................................................................692 Primeira Exposição Franciscana de Presépios em São Sebastião ...........................................................693 Frei Walter lança “Retalhos da Vida ..................................................................................................................................694 Poesia, lembranças e história marcam a 15ª Feira do Livro .........................................................................694 Agudos: Casa da Fazenda de cara nova .....................................................................................................................695 Encontro Rescreativo do Regional do Espírito Santo .......................................................................................696 Beatificação do primeiro padre negro do Brasil ...................................................................................................696 “Reconstruir a Casa”, tema do Retiro Provincial de Agudos ....................................................................... 697 Paróquia São Paulo de Agudos celebra Finados ..................................................................................................698 Lançamento em Vila Velha do livro “Animais no Altar” ....................................................................................698 Caminhada Franciscana em Gaspar ..............................................................................................................................699 Crisma, primeiro compromisso em Gaspar de Dom Rafael .......................................................................700 PVF: Solidariedade com as vítimas de Mariana .....................................................................................................701

evangeliZaÇÃo FIMDA: Notícias de Malange ...............................................................................................................................................702 Angola: Votos perpétuos de sete Irmãs Clarissas ................................................................................................703 Sefras: Cultura e Cidadania, contra a violência e em favor da Paz ..........................................................704 Sefras SP: Reformas para atender à população de rua ....................................................................................705 Frente de Comunicação: provocações e questionamentos ......................................................................706 Primeiro Capítulo Universitário da USF .......................................................................................................................708 caPÍtUlo Provincial Decreto de Convocação do Capítulo Provincial Ordinário de 2016.....................................................710 Carta de aprovação dos candidatos ao ofício de Ministro Provincial ..................................................713 cFFB Mensagem de solidariedade às vítimas de Mariana ........................................................................................714 FaleciMento Aos 87 anos, falece Irmã Edith, das Franciscanas de Siessen......................................................................715 Falecimento da avó de Frei Marcos P. dos Santos ...............................................................................................715

agenda ......................................................................................................................................................................................716

| Comunicações | Dezembro 2015 | 659

Mensagem

Caríssimos Irmãos e Irmãs,

Evangelista São Mateus, re-tomando a profecia de Isaías (Is 9,2), assim anuncia o iní-

cio da ação do Messias: “O povo que estava nas trevas viu uma grande luz e para os que moravam na região te-nebrosa da morte, levantou-se uma luz” (Mt 3,16).

Neste Natal, mais uma vez somos convidados a contemplar Deus que nos visita; Deus que deseja ser Luz em meio a tantas situações de trevas no nosso presente histórico. Como outrora, também hoje Ele nos visita na sua infinita misericórdia. Cele-brar o Natal é caminhar ao encontro

da Misericórdia. E este encontro se dá em Jesus Cristo, “o rosto da mise-ricórdia do Pai”. Pois, “na plenitude do tempo, quando tudo estava pron-to segundo o seu plano de salvação, mandou o seu Filho, nascido da Virgem Maria, para nos revelar, de modo definitivo, o seu amor. Quem o vê, vê o Pai. Com a sua palavra, os seus gestos e toda a sua pessoa, Jesus de Nazaré revela a misericórdia de Deus” (Misericordiae Vultus, nº1).

O Papa Francisco, em sua ho-milia proclamada no último dia 19 de novembro no Vaticano, na pers-pectiva das celebrações natalinas, evidenciou os crescentes sinais de trevas que envolvem a humanidade

de hoje: disseminação do ódio, do egoísmo e do desrespeito à dignida-de da vida. Se nesta proximidade do Natal idealizamos as luzes, as festas, os presépios, as árvores iluminadas e a utopia da sonhada paz, “estas fes-tividades – afirma o Papa – soam falsas num mundo que escolheu “a guerra e o ódio”... “O mundo conti-nua em guerra, fazendo guerras, não compreendeu o caminho da paz... E o que resta? Ruínas, milhares de crianças sem educação, tantos mor-tos inocentes. E tanto dinheiro nos bolsos dos traficantes de armas”. Para o Papa, a guerra é a escolha de quem prefere as “riquezas” ao ser humano.

São Francisco de Assis, ao con-

“NAQUELE DIA O SENHOR ENVIOU SUA MISERICÓRDIA E, DE NOITE, SEU CÂNTICO”

(São Francisco, Salmo XV,5 – Do Ofício do Natal do Senhor)

| Comunicações | Dezembro 2015 |

Eu vou, Senhor, te procurar numa Belém,Mas sei que é lei não te procurar em minha estrada,Sei que tu chegas neste mundo e que também,Nasces cada ano, e, que tu vens na madrugada. Natal pra mim: - Em toda parte te esperar,Verbo encarnado no esplendor da Natureza,E no esperar, eu fico, assim a contemplar,Esse amanhã que vai trazer toda a riqueza...

Deus te enviou para nasceres neste mundo,Para trazer-lhe amor, salvá-lo, não julgar.E assim se fez esse mistério tão profundo.

Natal é para mim Belém em toda parte,Teu Nascimento para mim, no mundo inteiro,É Deus fazendo uma rica e linda Tela d’Arte...

(Frei Walter Hugo de Almeida)

Mensagem

templar no Menino de Belém a ma-nifestação da misericórdia de Deus, convoca todas as criaturas a cantar o cântico novo da recriação da vida: “Alegrem-se os céus, e exulte a terra, comovam-se os mares e tudo o que eles encerram, rejubilem-se os cam-pos e o que neles existe (Sl XV,9). Hoje, infelizmente, a mesma “guer-ra e ódio” se expande sobre a nossa Mãe-Terra nesta triste degradação da sua vida, com sua rica biodiver-sidade. Também esta violência está tão próxima de todos nós! Dói ouvir o clamor do pescador do Rio Doce que circulou nas redes sociais: “Se o pescador for pego pela polícia no rio, pescando na época da piracema, o pescador é preso, sem fiança. E quem mata tudo no rio? O que acontece”? Toda esta vida, massacrada e ferida

pelas botas enlameadas da prepotên-cia humana, infelizmente não pode-rá cantar neste Natal o ‘cântico novo’ com as demais criaturas.

Neste ano, no espírito das ce-lebrações do Advento e do Natal, somos convidados a abrir as portas do nosso coração à Proclamação do Jubileu Extraordinário da Mise-ricórdia. Quem sabe, mais do que nunca, o coração da humanidade deva ter outra postura ao prostrar-se diante do Presépio. Contemplando a visita da Misericórdia de Deus “de-vemos pedir a graça de chorar por este mundo, que não reconhece o caminho para a paz. Para chorar por aqueles que vivem para a guerra e que têm o cinismo de o negar” (Papa Francisco).

Nesta nova movimentação de po-

vos, migrantes que são exilados das suas raízes e de seus países por causa das guerras fratricidas, ou retiradas das catástrofes ambientais provocadas pela exploração gananciosa do poder econômico, falta-nos o necessário si-lêncio para ouvir a mensagem dos An-jos no canto que anuncia a encarna-ção do Amor Misericordioso: “Glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens por ele amados” (Lc 2,14).

Também neste Natal o Senhor envia sua Misericórdia! E “ilumi-nado pela esperança evangélica que provém da gruta humilde”, desejo a você um FELIZ NATAL e a esperan-ça de mais vida e mais misericórdia para o Ano Novo!

Frei Fidêncio Vanboemmel, OFMMinistro Provincial

BELÉM EM TODA PARTE

| Comunicações | Dezembro 2015 | 661

Formação Permanente

fraternidade São Boaventura, de Rondinha, voltará a ser anfitriã das comemorações

dos Jubileus da Província da Imacu-lada Conceição neste ano. O encon-tro tem início no dia 7 dezembro e termina na solenidade da Imaculada Conceição de Nossa Senhora, padro-eira da Província, com a celebração eucarística solene às 10h00.

Neste ano, são 33 frades que ce-lebram a ação de graças pelos 25, 50, 60, 65 e 71, 73, 74 e 75 anos de Vida Religiosa ou Sacerdotal, com desta-que para Dom Paulo Evaristo Arns, com 75 anos de Vida Religiosa e 70 de vida sacerdotal.

Para a Província, a celebração dos jubileus é por excelência um mo-mento de “ação de graças onde, em fraternidade, agradecemos o dom da vocação de cada um desses nossos

irmãos”, explica Frei Fidêncio Van-boemmel, Ministro Provincial.

“Em primeiro lugar, sublinhamos a vocação à vida religiosa franciscana. ‘O Senhor me concedeu’ viver esta forma e Regra de vida, nos ensina São Francisco de Assis! E nesta mesma lógica, o Seráfico Pai ainda nos ensi-na que o irmão é uma dádiva divina dada à fraternidade: ‘O Senhor me deu irmãos!’ Em segundo lugar, evi-denciamos a vocação presbiteral dos confrades que celebram seu jubileu sacerdotal. Louvamos e agradecemos a Deus pela vida sacerdotal desses ir-mãos porque o Senhor ‘os honrou aci-ma de todos, por causa desse mistério’, nos exorta São Francisco”, continua o Ministro Provincial.

“Para cada jubilando em particu-lar, a celebração jubilar é uma oca-sião singular que possibilita ao con-

frade fazer a releitura da sua vocação de frade menor ou a sua vocação de sacerdote do Altíssimo. Por que re-leitura? A releitura implica numa parada. Parada para rever, discernir e retomar o ‘ponto de partida’ da sua consagração a Deus na vida religio-sa ou sacerdotal. Assim, celebrar o jubileu é retomar toda a caminhada vocacional para atualizá-la no pre-sente, em forma de ação de graças. Enfim, no dia do Jubileu, o irmão também renova o compromisso as-sumido há 25, 50, 60, 65 e 70 anos, declarando o segredo mais pro-fundo que o animou, tanto na vida religiosa como na vida sacerdotal: ‘Senhor, a minha vida está nas tuas mãos’”, completa Frei Fidêncio, ma-nifestando aos confrades jubilandos, “a nossa gratidão e estima, e que o Senhor os abençoe!”

JUBILEUS DA PROVÍNCIA 2015

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Formação Permanente

50 ANOS DE VIDA RELIGIOSA

FREI ANTÔNIO OTÁVIO FERREIRA É natural de Santo Amaro da Imperatriz, Santa Catarina. Nasceu no dia 5 de abril de 1944 e ingressou na Ordem dos Frades Menores no dia 12 de dezembro de 1964. Fez a profissão solene no dia 13 de dezembro de 1970.

FREI BENJAMIM BERTICELLI É natural de Aratiba, RS. Nasceu no dia 20 de setembro de 1943 e ingressou na Ordem dos Frades Menores no dia 19 de dezembro de 1964. Fez a profissão solene no dia 14 de novembro de 1969 e foi ordenado presbítero no dia 20 de dezembro de 1970.

DOM CAETANO FERRARIDom Caetano Ferrari é Bispo de Bauru, SP. É natural de Pirajuí, São Paulo. Nasceu no dia 30 de julho de 1942 e in-gressou na Ordem dos Frades Menores no dia 19 de dezembro de 1964. Fez a profissão solene no dia 14 de novembro de 1969. Foi ordenado sacerdote em 27 de dezembro de 1970 e bispo no dia 7 de julho de 2002.

FREI JOSÉ LINO LÜCKMANN É natural de Ituporanga, SC. Nasceu no dia 15 de março de 1944 e ingressou na Ordem dos Frades Menores no dia 19 de dezembro de 1964. Fez a profissão solene no dia 11 de novembro de 1969 e foi ordenado sacerdote no dia 19 de dezembro de 1970.

FREI PEDRO CARON É natural de Água Doce, SC. Nasceu no dia 6 de agosto de 1942 e ingressou na Ordem dos Frades Menores no dia 19 de dezembro de 1964. Fez a profissão solene no dia 14 de novembro de 1969 e foi ordenado sacerdote no dia 13 de dezembro de 1970.

FREI RUI GUIDO DEPINÉÉ natural de Rodeio, SC. Nasceu no dia 8 de outubro de 1942 e ingressou na Ordem dos Frades Menores no dia 19 de dezembro de 1964. Fez a profissão solene no dia 14 de novembro de 1969 e foi ordenado presbítero no dia 18 de julho de 1971.

75 ANOS DE VIDA RELIGIOSA

DOM PAULO EVARISTO ARNSArcebispo Emérito de São Paulo, é natu-ral de Forquilhinha, SC. Nasceu no dia 14 de setembro de 1921 e ingressou na Ordem dos Frades Menores no dia 9 de dezembro de 1939. Fez a profissão solene no dia 10 de dezembro de 1943 e foi ordenado bispo no dia 3 de julho de 1966. Tornou-se Cardeal em 5 de março de 1973.

74 ANOS DE VIDA RELIGIOSA

FREI JOÃO BATISTA A. CAMPOSÉ natural de Bragança Paulista, São Paulo. Nasceu no dia 2 de setembro de 1922 e ingressou na Ordem dos Frades Menores no dia 26 de novembro de 1940. Fez a profissão solene no dia 8 de maio de 1949.

FREI OLAVO SEIFERTÉ natural de Curitiba, Paraná. Nasceu no dia 4 de agosto de 1919 e ingressou na Ordem dos Frades Menores no dia 21 de dezembro de 1940. Fez a profissão solene no dia 22 de dezembro de 1944 e foi ordenado sacerdote no dia 3 de dezembro de 1946.

73 ANOS DE VIDA RELIGIOSA

FREI CÁSSIO VIEIRA DE LIMA É natural de São João da Boa Vista (SP). Nasceu no dia 22 de agosto de 1921 e ingressou na Ordem dos Frades Menores no dia 20 de dezembro de 1941. Fez a profissão solene no dia 21 de dezembro de 1945 e foi ordenado sacerdote no dia 16 de julho de 1949.

FREI NESTOR KUHNÉ natural de Peritiba, Santa Catarina. Nasceu no dia 25 de outubro de 1921 e ingressou na Ordem dos Frades Meno-res no dia 20 de dezembro de 1941. Fez a profissão solene no dia 21 de junho de 1946 e foi ordenado sacerdote no dia 26 de julho de 1948.

71 ANOS DE VIDA RELIGIOSA

FREI CIRÍACO TOKARSKIÉ natural de Contenda, Paraná. Nasceu no dia 28 de julho de 1922 e ingressou na Ordem dos Frades Menores no dia 20 de dezembro de 1943. Fez a profissão solene no dia 21 de dezembro de 1947 e foi ordenado sacerdote no dia 26 de julho de 1951.

FREI POLICARPO BERRI É natural de Rodeio, Santa Catarina. Nasceu no dia 13 de julho de 1924 e in-gressou na Ordem dos Frades Menores no dia 20 de dezembro de 1943. Fez a profissão solene no dia 21 de dezembro de 1947 e foi ordenado sacerdote no dia 25 de julho de 1950.

65 ANOS DE VIDA RELIGIOSA

FREI CELSO FRANCISCO DE FARIAÉ natural de Florianópolis, Santa Cata-rina. Nasceu no dia 21 de fevereiro de 1928 e ingressou na Ordem no dia 19 de dezembro de 1949. Fez a profissão solene no dia 20 de dezembro de 1953 e foi ordenado sacerdote no dia 2 de julho de 1956.

60 ANOS DE VIDA RELIGIOSA

FREI ANTÔNIO A. NADER É natural de Vitória, Espírito Santo. Nasceu no dia 17 de novembro de 1928 e ingressou na Ordem dos Frades Menores no dia 12 de abril de 1954. Fez a profissão solene no dia 15 de abril de 1958 e foi ordenado sacerdote no dia 12 de dezembro de 1959.

FREI PEDRO ENGEL É natural de Peritiba, Santa Catarina. Nasceu no dia 24 de agosto de 1936 e ingressou na Ordem dos Frades Menores no dia 28 de fevereiro de 1954. Fez a profissão solene no dia 4 de maio de 1962.

OS CONFRADES E SEUS JUBILEUS

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Formação Permanente

FREI VITALINO TURCATO É natural de Jaborá, Santa Catarina. Nasceu no dia 27 de agosto de 1943 e ingressou na Ordem dos Frades Meno-res no dia 19 de dezembro de 1964. Fez a profissão solene no dia 14 de novem-bro de 1969 e foi ordenado sacerdote no dia 19 de dezembro de 1970.

25 ANOS DE VIDA RELIGIOSA

FREI ADEMIR SANQUETTI É natural de Cabrália Paulista, SP. Nasceu no dia 27 de novembro de 1966 e ingressou na Ordem dos Frades Menores no dia 10 de janeiro de 1989. Fez a profissão solene no dia 17 de setembro de 1994 e foi ordenado sacer-dote no dia 29 de agosto de 1998.

FREI ANTÔNIO MAZZUCCO É natural de Frei Rogério, Santa Catarina. Nasceu no dia 26 de julho de 1963 e ingressou na Ordem dos Frades Menores no dia 10 de janeiro de 1990. Fez a profissão solene no dia 17 de setembro de 1994 e foi ordenado sacer-dote no dia 25 de janeiro de 1997.

FREI BOAVENTURA DA SILVA É natural de Taió, Santa Catarina. Nasceu no dia 2 de dezembro de 1948 e ingressou na Ordem dos Frades Meno-res no dia 10 de janeiro de 1989. Fez a profissão solene no dia 17 de setembro de 1995 e foi ordenado sacerdote no dia 29 de junho de 1997.

70 ANOS DE SACERDÓCIO

DOM PAULO EVARISTO ARNSArcebispo Emérito de São Paulo, é natural de Forquilhinha, Santa Catarina. Nasceu no dia 14 de setembro de 1921 e ingressou na Ordem dos Frades Meno-res no dia 9 de dezembro de 1939. Fez a profissão solene no dia 10 de dezembro de 1943 e foi ordenado bispo no dia 3 de julho de 1966. Tornou-se Cardeal em 5 de março de 1973.

65 ANOS DE SACERDÓCIO

FREI POLICARPO BERRI É natural de Rodeio, Santa Catarina. Nasceu no dia 13 de julho de 1924 e in-gressou na Ordem dos Frades Menores no dia 20 de dezembro de 1943. Fez a profissão solene no dia 21 de dezembro de 1947 e foi ordenado sacerdote no dia 25 de julho de 1950.

60 ANOS DE SACERDÓCIO

FREI ELISEU TAMBOSI É natural de Rodeio, Santa Catarina. Nasceu no dia 24 de dezembro de 1926 e ingressou na Ordem dos Frades Menores no dia 19 de dezembro de 1948. Fez a profissão solene no dia 20 de dezembro de 1952 e foi ordenado sacerdote no dia 30 de junho de 1955.

FREI FLORIANO SURIAN É natural de São José do Rio Pardo, São Paulo. Nasceu no dia 11 de no-vembro de 1927 e ingressou na Ordem no dia 19 de dezembro de 1948. Fez a profissão solene no dia 20 de dezembro de 1952 e foi ordenado sacerdote no dia 30 de junho de 1955.

FREI XAVIER FORNASIEROÉ natural de Milão, Itália. Nasceu no dia 5 de agosto de 1930 e ingressou na Ordem dos Frades Menores no dia 11 de julho de 1947. Fez a profissão solene no dia 15 de agosto de 1948 e foi ordenado sacerdote em 25 de junho de 1955.

50 ANOS DE SACERDÓCIO

FREI ANTÔNIO MOSERÉ natural de Gaspar, Santa Catarina. Nasceu no dia 29 de agosto de 1939 e ingressou na Ordem dos Frades Meno-res no dia 19 de dezembro de 1959. Fez a profissão solene no dia 1° de fever-eiro de 1964 e foi ordenado sacerdote no dia 15 de dezembro de 1965.

FREI HIPÓLITO MARTENDAL É natural de Santo Amaro da Imperatriz (SC). Nasceu no dia 13 de agosto de 1937 e ingressou na Ordem no dia 19 de dezembro de 1959. Fez a profissão solene no dia 01 de fevereiro de 1964 e foi ordenado sacerdote no dia 15 de dezembro de 1965.

FREI JOÃO GUALBERTO SPOHN É natural de Gaurama, Rio Grande do Sul. Nasceu no dia 31 de maio de 1937 e ingressou na Ordem dos Frades Meno-res no dia 19 de dezembro de 1959. Fez a profissão solene no dia 1° de fevereiro de 1964 e foi ordenado sacerdote no dia 15 de dezembro de 1965.

FREI JOSÉ BOEING É natural de Tubarão, Santa Catarina. Nasceu no dia 29 de agosto de 1938 e ingressou na Ordem dos Frades Meno-res no dia 19 de dezembro de 1959. Fez a profissão solene no dia 1° de fever-eiro de 1964 e foi ordenado sacerdote no dia 15 de dezembro de 1965.

FREI LUDOVICO GARMUSÉ natural de Alto Irani, Santa Catarina. Nasceu no dia 24 de agosto de 1939 e ingressou na Ordem dos Frades Meno-res no dia 19 de dezembro de 1958. Fez a profissão solene no dia 2 de fevereiro de 1963 e foi ordenado sacerdote no dia 4 de julho de 1965.

FREI MÁRIO BRUNETTA É natural de Ibicaré, Santa Catarina. Nasceu no dia 19 de outubro de 1937 e ingressou na Ordem dos Frades Meno-res no dia 19 de dezembro de 1959. Fez a profissão solene no dia 1° de fever-eiro de 1964 e foi ordenado sacerdote no dia 15 de dezembro de 1965.

25 ANOS DE SACERDÓCIO

DOM JAIME SPENGLERÉ natural de Gaspar, Santa Catarina. Nasceu no dia 6 de setembro de 1960 e ingressou na Ordem dos Frades Meno-res no dia 20 de janeiro de 1982. Fez a profissão solene no dia 8 de dezembro de 1985 e foi ordenado presbítero no dia 17 de novembro de 1990. Foi ordenado bispo no dia 5 de fevereiro de 2011.

FREI JOÃO MANNES É natural de Ibicaré, Santa Catarina. Nasceu no dia 13 de dezembro de 1962 e ingressou na Ordem dos Frades Menores no dia 20 de janeiro de 1982. Fez a profissão solene no dia 8 de dezembro de 1985 e foi ordenado sa-cerdote no dia 17 de fevereiro de 1990.

FREI LUIZ TOIGO É natural de Jaborá, Santa Catarina. Nasceu no dia 30 de novembro de 1957 e ingressou na Ordem dos Frades Menores no dia 20 de janeiro de 1982. Fez a profissão solene no dia 8 de dezembro de 1985 e foi ordenado sa-cerdote no dia 10 de fevereiro de 1990.

FREI VALDIR LAURENTINO É natural de Major Gercino, Santa Catarina. Nasceu no dia 2 de agosto de 1954 e ingressou na Ordem dos Frades Menores no dia 20 de janeiro de 1982. Fez a profissão solene no dia 8 de dezembro de 1985 e foi ordenado sacerdote no dia 22 de setembro de 1990.

| Comunicações | Dezembro 2015 |664

confissão de Frei Jean Carlos Ajluni de Oliveira marcou a ordenação presbiteral no gi-

násio poliesportivo de São José da Barra (MG), no sábado (21/11). Frei Jean abraçou o presbiterato num dia que ficará para sempre na memória do povo da pequena cidade mineira, onde hoje reside sua família, já que ele é natural de Passos, cidade vizinha.

Se juntaram ao povo, como teste-munhas deste belo momento, cerca de 40 frades e religiosas de todos os cantos do país, um ônibus de amigos do Rio de Janeiro, uma amiga da Itá-lia e amigos da Síria.

Dom Caetano Ferrari, da Diocese de Bauru e ex-provincial da Provín-cia da Imaculada, falou de sua alegria por ser o bispo escolhido para presi-dir esta celebração, que teve como concelebrantes o Definidor Frei João Mannes e o pároco Pe. Janício de

disse que, num momento de tantas atrocidades promovidas por terroris-tas no mundo, a escolha para o bem e para a paz de Frei Jean enchia a to-dos de alegria. “Que bom a gente ver numa comunidade um jovem que quer produzir frutos, não de guer-

ORDENAÇÃO PRESBITERAL

FREI JEAN:FREI AUGUSTO GABRIEL

E MOACIR BEGGO

Carvalho Machado. Frei Diego Melo fez a animação litúrgi-ca, ajudado pela afi-nada equipe de mú-sicos da Paróquia.

Referindo-se ao lema escolhido por Frei Jean - “Perma-necei em mim e eu permanecerei em vós” -, D. Caetano

SAV

“HOJE É O DIA MAISFELIZ DA MINHA VIDA”

| Comunicações | Dezembro 2015 | 665

ra, não de ódio, não de morte, mas frutos da partilha de vida, do pão, do lavapés ao modo de Francisco, irmão do bem, da misericórdia, irmão da paz”, disse D. Caetano, que acolheu os primeiros votos de Frei Jean na Ordem Franciscana quando era Pro-vincial da Imaculada.

O bispo, contudo, exortou Frei Jean que, sozinho, não vai conseguir viver esse ideal. “Só permanecendo ligado ao tronco da videira, que é Jesus, poderemos conseguir”, disse,

referindo-se ao Evangelho da Missa. D. Caetano citou o Papa Francisco no final para falar da missão do sa-cerdote. “O padre é tirado do povo para servir o povo e viver no meio do povo. O padre e o bispo são as-sim. Não devem exercer o minis-tério com se fossem funcionários”, disse. “Somos padres não para nós mesmos, mas para os outros. Para a Igreja. Não somos anjos, mas huma-nos. O povo compreende bem isso”, completou, agradecendo Frei Jean

então, o momento central da orde-nação com a imposição das mãos e a Prece de Ordenação. Na sequência, a última parte do rito: unção das mãos, vestição do eleito com a casula e a es-tola.

Os amigos de Frei Jean, Fátima e Sergio, trouxeram suas vestes sacer-dotais. Pe. Nélson Fernandes, anti-go pároco desta Paróquia e quem batizou Frei Jean, teve a alegria de revesti-lo com as vestes sagradas, en-quanto o coro entoou: “Reveste-me Senhor, com a tua graça”.

Depois, com a unção das mãos com o óleo do santo Crisma, D. Caetano atou as mãos de Frei Jean e sua mãe, D. Catarina, desatou a fita e recebeu a primeira bênção do neopresbítero. Os sobrinhos, Davi e João Gabriel, carregaram em pro-cissão o cálice e a patena que foram entregues a Frei Jean, para a con-tinuação da liturgia eucarística. O rito terminou com o abraço do bis-

por tê-lo convidado para esta celebração.

Após a homilia, o rito continuou com o propósito do elei-to. Em seguida, foi cantada a Ladainha de todos os San-tos, quando o eleito prostrou-se, como sinal de sua total en-trega a Deus. Veio,

SAV

| Comunicações | Dezembro 2015 |666

po, dos sacerdotes e religiosos e da família.

HOMENAGEM ARÁBEFrei Jean, que viveu em Jerusalém

e tem descendência árabe, pôde con-tar com a presença de um grupo de amigos sírios, refugiados que estão residindo em Belo Horizonte e vie-ram junto com o Pe. George Rateb Massis, da Igreja do Sagrado Cora-ção de Jesus dos Siríacos Católicos. A jovem Naden Zakour emocionou com um belo canto em árabe que dizia assim, segundo explicou Frei Jean: “O Senhor é a luz dos dias da minha vida”.

Frei Mannes representou o Mi-

nistro Provincial Frei Fidêncio Vanboemmel, e em nome de toda a Província agradeceu ao bispo D. Caetano, aos confrades, familiares, a Frei Diego Melo, coordenador do SAV, ao povo e, por último, fez um agradecimento especial ao pároco Pe. Janício pelo acolhimento e dedi-cação nestes dias.

Pela comunidade, Raquel Quei-roz disse que este foi um dia aben-çoado: “Seu sacerdócio nos enche de esperança. Sua juventude nos enche de sonhos. Sua fé enfeita nossa Igreja. Estamos aqui, seus amigos da boa terra, homens e mu-lheres de fé, que confiamos na sua vocação. Queremos tomar parte

do seu sim. Pense em nós todos ao longo do seu ministério. Quando vier o cansaço, o medo, lembre-se deste dia, de nós”.

Na sequência, um coro de crian-ças de flautas doces tocou, e o ma-estro Tales cantou, “Doce é sentir”, emocionando o povo e a Frei Jean.

CONSAGRAÇÃOBem mais leve no final, Frei Jean

disse que esse momento demorou vinte anos para chegar, mas valeu pela espera: “Hoje, certamente, é o dia mais feliz da minha vida. Espero que eu seja muito feliz, e certamente serei, perseverando no sacerdócio”.

Ele agradeceu a Deus pela famí-

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lia, pela comunidade e pela família franciscana. “Quero agradecer a Paróquia São José, de forma mui-to especial o Pe. Janício, que nesses dias não foi apenas um pároco. Ele foi o meu pai (o pai de Frei Jean é falecido) e nele agradeço a todos”, disse Frei Jean, já bastante emocio-nado.

Ele não esqueceu de seus for-madores nas duas etapas: “Dei uma parada no meio, mas foi vontade de Deus”, explicou. Aos seus ami-gos, falou especialmente para Maria Bruno, a italiana que fez a Primeira Leitura, assim como seus confrades da Custódia do Sagrado Coração de Jesus, da Província de Santa Cruz, da

Província do Santíssimo Nome, da Custódia das Sete Alegrias de Nossa Senhora e da Imaculada Conceição. “É quase uma reunião da Conferên-cia dos Frades Menores do Brasil”, brincou. Também agradeceu muito a seus amigos que vieram de longe, como os sírios e os amigos da Baixa-da Fluminense, onde durante anos fez a sua pastoral.

A D. Caetano revelou: “Quan-do entrei no Noviciado tinha um sonho muito grande de usar o há-bito franciscano e o sr. o entregou a mim. Hoje, realizo outro sonho de me vestir com as vestes sacerdotais. Os orientais têm o costume de rezar sempre pelos bispos de suas orde-

nações. Certamente sempre rezarei pelo sr.”, garantiu.

Por último, agradeceu a seus cole-gas de turma que estavam presentes, ao prefeito João Passos, e as pessoas importantes da comunidade, como Rosa e Roseli, que ajudaram na or-ganização desta celebração. Por últi-mo, consagrou o seu ministério a São Francisco, a São José e à Imaculada Conceição. Pediu aos frades que o ajudassem a cantar “Salve, Mestre, Pai Amado”, e depois pediu a todos para cantar os hinos: “São José, a vós nosso amor” e “Imaculada Conceição”.

E, na confraternização, Frei Jean ainda teve forças para dançar com os sírios.

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rei Jean Carlos Ajluni de Oli-veira celebrou a sua Primeira Missa no domingo, solenidade

de Cristo Rei, na Paróquia São José (MG). A igreja lotou para celebrar este momento tão especial na vida do neopresbítero, que o fez como um sacerdote experiente. Seguro, ele conduziu a celebração com leve-za e devoção, tendo ao seu lado os concelebrantes Frei João Mannes, definidor da Província da Imacu-lada e Guardião na Fraternidade de Rondinha, e Pe. Janício de Carvalho Machado, pároco da Paróquia São José, além do diácono Luís Fernan-do Nunes Leite e do cerimoniário Frei Alan Leal de Matos.

Um grande número de frades e re-ligiosas de todo o país permaneceu em São José para participar desta celebra-ção, que começou às 9 horas de uma

manhã dominical com temperatura agradável.

Frei Jean convidou o seu conterrâneo Frei Be-nedito Gonçalves, ou sim-plesmente Frei Dito, para fazer a homilia. Natural de São José do Alegre (MG), Frei Dito foi o pri-meiro formador de Frei Jean, quando ingressou no Seminário de Agudos.

“Eu o acompanhei na-queles primeiros tempos. É emocionante para mim – e deve ser também para

nor. “Quando há uma ordenação, a gente pensa em algo mágico. Mas não vai acontecer nada disso. Ordenação só dá trabalho para a gente”, brincou.

Bem ao seu estilo mineiro, Frei Dito foi claro e didático ao falar do ministério que Frei Jean assumiu. “A gente assume um trabalho e continua sendo um irmão, porque é isso que a gente é, ou que deveríamos ser por vocação”, disse, lembrando Frei Lauro Formigoni, que também participou

A PRIMEIRA MISSA

Frei Lauro Formigoni que está aqui -, recordar e participar deste momento de sua vida. Frei Jean era um garoti-nho pequeno e de poucas palavras. Mas hoje ele fala bastante, fala até em outras línguas!”, recordou Frei Dito, contando que encontrou Frei Jean na Rodoviária Tietê de São Paulo, às 5h30, quando recebeu o convite para ser o pregador deste dia.

Segundo Frei Dito, a ordenação não muda nada na vida do frade me-

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da formação de Frei Jean e é irmão leigo. “A gente só assume um serviço para a Igreja”, explicou o pregador.

Tomando a liturgia solene de Cris-to Rei, Frei Dito lembrou que a pala-vra “rei” já leva a imaginar algo po-deroso, grande. “Alguém importante, com roupas brilhantes, coroa de ouro, cetro de lado, sentado no trono. Tem até umas representações de Cristo Rei desse jeito. Eu acho que Jesus deve ter dor de barriga quando vê essas

ilustrações. Jesus se fez nosso irmão e serviu a nós. É dessa forma que ele quer ser visto”, ressal-tou. Para o pregador, Ele quis um mundo igual, de fraternidade, de justiça, de partilha. “Por isso, fez um último desejo ainda em vida: ele ensinou para nós a Eucaristia, sacra-mento maior de seu rei-no, onde todo mundo é igual, onde todo mundo come e partilha do mes-mo pão”, frisou.

enviados a celebrar os sacramentos”, observou.

Para o pregador, o presbítero, aquele que assume este trabalho, não pode se esquecer disso: “Ele pode fa-zer a celebração mais bonita que for, mas enfeitada que for, mas se ela es-tiver distanciada da experiência que a fez surgir, ela é nula, ela é inválida”.

“MEXER COM IGREJA”Frei Dito ponderou, contudo, que

essa missão tem desafios, especial-mente na sociedade e também na Igreja de hoje. Ele contou que, no ano passado, o seu pai foi morar para sem-pre ao lado do Pai. Estava com 90 anos e sofria com a doença de Alzeimer, tendo dificuldades para reconhecer as pessoas e não falava ‘coisa com coisa’. “Quando fui visitá-lo, ele olhou para mim e eu pedi a sua bênção. Ele me olhou com um olhar meio vago e mi-nha irmã, que cuidava dele, disse: ‘Pai, você não está conhecendo? É o Dito’. Então, ele disse: ‘Oh, Dito, tudo bem? Você ainda mexe com Igreja?’ (risos). De fato, ‘mexer’ com Igreja não é fácil.

Segundo Frei Dito, esse é cer-tamente o maior sinal daquele que assumiu esse serviço do presbite-rado. “Nem sempre nós, Igreja, tra-duzimos para o mundo o Reino de Deus. E aí precisamos fazer sempre o ‘mea culpa’: precisamos ser mais Reino de Deus e menos Igreja preo-cupada com a liturgia, o rito. A Igreja precisa ser mais prática, portadora da justiça, da fraternidade, do amor, da partilha. Como presbítero somos

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Então, Frei Jean, você vai ‘mexer com Igreja’. Você sabe que na Igreja tem de tudo, como em qualquer outro lugar. A maioria do nosso povo gosta mui-to de nós, vive a sua fé com devoção e profundidade, mas na Igreja apare-ce cada enrosco, cada gente amarga, azeda. Muitas pessoas encontram na Igreja o lugar para descarregar suas ‘neuras’. E, nesse sentido, é preciso saber como lidar com isso. Os desa-fios serão muitos, isso é inevitável. Tem até movimentos dentro da Igre-ja querendo rezar a Missa em latim! Mas a gente precisa se alegrar com as coisas boas, com aqueles que que-rem ser de fato portadores do Reino de Deus. E com aqueles outros, você tem que ter paciência. Aliás, paciência é uma coisa que não deve faltar mui-to para você, não é mesmo, Frei Jean? Ele sempre foi assim paciente, demo-rava para se encolerizar, mas quando se encolerizava, sai de perto…”, reve-lou.

PACIÊNCIA MINEIRA“Dizem que nós, mineiros, somos

pacientes. Não sei se é muito verdade isso. Tem até uma piadinha de minei-ro para encerrar. ‘Um mineiro, em certa circunstância, foi condenado à

disse: ‘Não tem problema, eu espero’” (risos).

“Que Frei Jean possa ser paciente com o povo de Deus, pois vale a pena, apesar de todos os problemas e desa-fios. Paz e bem para você”, encerrou Frei Dito.

A descontração também conta-giou o neopresbítero que fez todo mundo rir quando disse após a comu-nhão: “Sempre quis dizer isso: agora, os avisos paroquiais!”…

No final da celebração, Frei Jean recebeu mais homenagens da comu-nidade e o Pe. Janício agradeceu a presença de todos e disse que a or-denação de Frei Jean foi um marco para a Paróquia. “Nesses dias, convi-vendo com vocês, pude conhecer um pouco a espiritualidade franciscana e o modo de vida dos frades, diferente da minha formação como diocesano em doze anos de Seminário”, con-tou o pároco. “Esse espírito fraterno, com certeza, contagiou a nossa Pa-róquia, que está celebrando as San-tas Missões em preparação para o centenário da Diocese de Guaxupé”, disse. “Que esta celebração nos forta-leça ainda mais na nossa caminhada. Espero que nos encontremos mais vezes”, completou.

morte. E aí, chegou o dia da sentença e o levaram para o paredão. Iria ser fuzilado. Quando o comandante da tropa chegou, disse o seguinte: ‘Você foi condenado à morte e vai ser fu-zilado, mas é costume que cada sen-tenciado diga suas últimas palavras ou faça até um pedido’. O mineiro pensou bem e disse: ‘Eu quero comer uma jaca’. O comandante disse: ‘Puxa vida, mineiro, tanta coisa para você falar no último instante de sua vida. Você poderia pedir outras coisas…. E quer logo uma jaca?! Além disso, nem é tempo de jaca. A época de jaca é só daqui a seis meses’. O mineiro, então,

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Pe. Janício de Carvalho Machado

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o dia 19 de dezembro próxi-mo, em Petrópolis, Frei Ed-valdo Batista Soares e Frei

Robson Scudela serão ordenados diá-conos pelo bispo diocesano de Petró-polis, Dom Gregório Paixão, OSB, na Igreja do Sagrado Coração de Jesus.

Frei Edvaldo Batista Soares é na-tural de Entre Rios, na Bahia, onde nasceu no dia 9 de outubro de 1979. Ele vestiu o hábito franciscano no dia 12 de janeiro de 2007, em Rodeio, onde fez a Primeira Profissão em 03 de janeiro de 2008. Concluiu o Curso de Filosofia em Rondinha e está con-cluindo o curso de Teologia em Pe-trópolis, onde professou solenemen-te na Ordem dos Frades Menores no dia 6 de dezembro de 2014.

Já Frei Robson Scudela, depois de fazer uma experiência de dois anos

ORDENAÇÕES DIACONAIS NO SAGRADO

na Missão de Angola, após concluir os estudos de Filosofia, professou solenemente na Ordem dos Frades Menores neste dia 4 de janeiro de 2014, na Igreja Matriz São Francisco de Assis de Rodeio (SC).

Frei Robson é natural de Xaxim,

no Oeste Catarinense. Nasceu no dia 27 de outubro de 1986 e vestiu o há-bito franciscano no dia 8 de janeiro de 2006, em Rodeio. Antes da expe-riência em Angola, Frei Robson cur-sou Filosofia em Curitiba e conclui este ano o curso de Teologia.

Frei Robson Scudela Frei Edvaldo Batista Soares

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este último final de semana, de 30 de outubro a 2 de no-vembro, foi realizado o estágio

vocacional da Província Franciscana da Imaculada da Conceição, que reu-niu 32 jovens vocacionados que dese-jam iniciar a caminhada de formação do frade menor no ano de 2016. Este primeiro estágio aconteceu no Postu-lantado Frei Galvão, em Guaratingue-tá (SP).

É sempre uma experiência mar-cante reunir tantos jovens que dese-jam iniciar um projeto em comunida-de, inspirados por Deus a entregarem sua vida para se tornarem servidores da Igreja e da humanidade. Nesse es-tágio, cada um deles pôde partilhar um pouco de sua história vocacional e de como se sentiu chamado à vida

religiosa. É uma verdadeira riqueza perceber os diversos modos como Deus chama a cada um, fazendo uso de fatos cotidianos, de pessoas im-portantes para nós ou mesmo de si-tuações difíceis e dolorosas que nos fazem despertar e iniciar um processo de mudança de vida.

O estágio é uma oportunidade também de conhecer a Província da Imaculada em suas diversas áreas de atuação e o processo de formação dos frades que abraçarão esta missão. É tempo para que os jovens tirem suas dúvidas e se certifiquem do terreno onde estão pisando.

Além desta formação, momen-tos fortes de oração e espiritualidade franciscana marcaram o encontro, aproveitando as festas litúrgicas do final de semana (Dia de Todos os Santos e Finados) e ligando-as ao

momento vocacional onde cada um se encontrava. A convivência com os postulantes, jovens que há dois anos iniciaram esta formação, também foi enriquecedora e serviu para animá--los a seguir em frente.

O estágio de Guaratinguetá trans-correu num clima tranquilo e fraterno entre os vocacionados que integrarão a turma de Aspirantes 2016 e aqueles que ingressarão do Seminário Menor para cursarem o Ensino Médio. Era bonito ver a alegria e animação nos olhos de cada um, a felicidade por não se verem sozinhos diante des-ta importante missão. São 32 jovens que desejam servir a Deus, seguindo o modo de São Francisco de Assis, na humildade e fraternidade.

Que Deus os abençoe em seu pro-pósito e os mantenha firmes e perse-verantes em sua caminhada!

GUARATINGUETÁ

ESTÁGIO VOCACIONAL REÚNE 32 JOVENSFREI RODRIGO DA S. SANTOS

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Os ex-seminaristas franciscanos, principalmente aqueles que vive-ram no Seminário Santo Antônio de Agudos (SP), poderão “matar a saudade” no Encontro que está pro-gramado para janeiro de 2016. De 29 a 31 de janeiro, ex-seminaristas que passaram por um dos seminários da Província da Imaculada Conceição se reunirão em Agudos para viver e recordar um pouco desse tempo na formação franciscana.

Frei Nélson Hillesheim, o orien-tador espiritual, lembra que esse encontro acontece de dois em dois anos. “Eles se reúnem para rever os amigos do tempo de seminário, ma-tar a saudade, conviver, rezar e revi-gorar a espiritualidade franciscana que continua viva em cada ex-semi-narista”, explica o frade, convidando a todos os ex-seminaristas para que “façam um esforço” de participar do

Caros confrades, paz e bem!

Conforme consta em nossa agenda provincial, estamos nos aproximando da III Missão Franciscana da Juventude, que desta vez acontecerá em Chopinzi-nho – PR.

Sendo o meio juvenil o espaço privi-legiado do Serviço de Animação Voca-cional, reiteramos a importância do em-penho de todos os frades em mais este evento Provincial. Assim, esperamos que cada Paróquia ou Fraternidade possa con-tribuir de alguma forma para facilitar a ida de alguns representantes, lembrando que não há um número exato de participantes por paróquia, desde que devidamente ins-critos até o dia 20 de dezembro.

Por fim, gostaria de convidar espe-cialmente os frades, pois como teremos um grupo bastante numeroso de jovens,

a presença de vocês será de grande aju-da. De Chopinzinho, nós, os frades, po-deremos seguir diretamente para Agu-dos, para o Capítulo Provincial. Conto com a adesão de vocês!

Abaixo, seguem maiores detalhes da missão.

Data e Local: Chegada até às 11h do dia 14/01/2016 e encer-ramento com o almoço do dia 17/01/2016. Paróquia São Francisco de Assis, Chopinzinho - PR. Programação: Formação sobre o Espírito Missionário Francis-cano; visitas às famílias e enfermos das comu-nidades rurais e urbanas; momentos de oração e aprofundamento da espiritualidade francisca-na; noite cultural com apresentações artísticas típicas; visitas às casas de prostituição; visitas às aldeias indígenas; Caminhada Franciscana. Perfil dos participantes:Para jovens de 15 a 30 anos. Quem for menor

de idade precisa da autorização dos pais.

Contribuição:R$ 40,00 por participante. O valor deverá ser depositado na conta da Mitra Diocesana de Palmas, Banco SICREDI, Ag. 0740, Conta Cor-rente 23971-2. Obs.: Para aqueles que irão em grupo, sugerimos que seja feito um único depó-sito do valor total.

Inscrições: SOMENTE ATÉ O DIA 20 DE DEZEMBRO, pelo link: http://goo.gl/forms/4xIGLvGswOA confirmação da inscrição somente se dará mediante o envio do comprovante de depósito do valor da inscrição, aos cuidados de Deni Bia-va, em um dos seguintes contatos: (46) 9908 1333 (Whatsapp - Tim), (46) 9118 6122 (Vivo) ou pelo e-mail: [email protected]

Informações: [email protected]

Fraternalmente,

Frei Diego Atalino de Melo, OFMServiço de Animação Vocacional

MISSÕES FRANCISCANAS DA JUVENTUDE

ENCONTRO REÚNE EX-SEMINARISTAS FRANCISCANOS EM 2016

ideal, a espiritualidade franciscana com os demais, e reviver momentos que ficaram eternizados em suas vi-das”, enfatizou Frei Nélson.

PROGRAMAÇÃO:Dia 29/01 (6ª feira): Chegada durante o dia, em horário livre, acolhida, hospedagem, convivência, lazer, jogos, piscina, apresen-tação, Missa de abertura e roda de viola.Dia 30 (sábado): Reflexão sobre a Encícli-

ca do Papa Francisco: “Laudato Sí”, mesa redonda, almoço festivo com churrasco, tor-neios, visita ao museu, terço na gruta, Mis-sa, noite dos talentos e confraternização. Dia 31 (domingo): Atividades gerais, foto do encontro, premiação dos torneios e Missa de Encerramento.

Informações com o coordenador nacional: Ubiratan Gomes – (41) 3324-9845 - 3223-5901 – 9236-0762- [email protected]

Encontro. “Convide tam-bém os ex-seminaristas com quem você tem con-tato. Aos frades também convidamos para parti-cipar e, por gentileza, di-vulguem o Encontro em suas Frentes de Evangeli-zação. É impressionante os depoimentos de quem participa do Encontro: A alegria de poder compar-tilhar a vida, a história, o

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Formação e Estudos

sobre aquilo pelo que optamos a vi-ver, contribuindo muito para a nossa etapa de formação.

O ÚLTIMO POSTULINTER DO ANOPOSTULANTES ODILON E LUCAS

Seminário Frei Galvão, em Guaratinguetá, recebeu nos dias 14, 15 e 16 de outubro

o quarto e último Postulinter deste ano, um encontro que reuniu os pos-tulantes do Vale do Paraíba e região. Fomos assessorados pela Irmã Júlia Irios, Terceira Capuchinha, que nos ajudou no discernimento vocacional.

Sendo o quarto e último encontro, estávamos familiarizados uns com os outros e formamos, assim, um am-biente fraterno e agradável, onde pos-tulantes a cônegos regulares, frades e irmãs de diversas congregações pu-deram aprender uns com os outros,

berço do curso foi o Con-vento de Santo Antônio, no Largo da Carioca. Tudo

começou em agosto de 1998, com 180 inscrições. O Curso nasceu a pedido dos fiéis do Convento e com as bênçãos da Fraternidade local e de Frei José Pereira, então guar-dião. O Curso queria aprofundar a fé dos participantes e pretendia ser uma extensão da evangelização do Convento. Os Fundadores e primei-ros módulos e professores foram: Espiritualidade (Frei Neylor); Mo-ral Fundamental (Frei Gamaliel); Eclesiologia (Frei Fernando Araú-jo); Bíblia/Apocalipse (Frei Evaristo Spengler). O Curso sempre gozou do apoio dos professores do ITF (Instituto Teológico Franciscano, de Petrópolis).

Em 1999, o curso migrou para a Matriz Nossa Senhora da Glória (Largo do Machado, Laranjeiras) por razões de espaço. Inscreveram--se 350 alunos. Em 2002, foi aberta

uma Filial em Copacabana, com 400 inscritos. Em 2005, outra Filial foi aberta em Niterói para 440 partici-pantes. Em 2006, o Curso começou a ser oferecido na Tijuca com 180 inscritos.

Já passaram pelo Curso mais de 10 mil alunos Ele é aberto a todos, indistintamente. Não se exige grau acadêmico, não há “lição de casa”, mas apenas interesse em querer ser mais cristão apaixonado por Cristo e mais esclarecido em doutrina da Igreja.

Como afirmou um aluno: “Quem participa deste Curso não abandona a Igreja Católica”. Outro afirmou: “É disso que as igrejas do Rio estão precisando”. E um ter-ceiro confessou: “Enquanto viver, nunca abandonarei o Curso. Ele ali-menta minha fé e me espiritualiza”. Como co-fundador e diretor atual, afirmo e confirmo: “Não queremos competir com as paróquias. Dese-jamos apenas ser um complemen-

to ilustrado de sua evangelização.Para o primeiro semestre de 2016,

as matérias a serem oferecidas serão as seguintes:

CURSO: TEOLOGIA E ESPIRITUALIDADE 2016

Postulinter foi um encontro marcan-te para a vida do Postulantado, nos ajudou a ter mais clareza e convicção

na troca de experiências, nos momentos de formação e nos recreios fraternos.

Os encontros de pos-tulantes que aconteceram durante todo o ano nos aju-daram a refletir e clarear di-versos pontos pertinentes à vida do religioso consagra-do. Temas como: motivação, autoconhecimento, sexuali-dade e vida em grupo auxi-liaram tanto para nossa vida pessoal como para nossa vida comunitária. De fato, o

MARÇO (DIAS 07 – 14 – 21 – 28)TEMA: O Sínodo dos Bispos sobre a FamíliaPROFESSOR: Frei Antônio Moser

ABRIL (DIAS 04 – 11 – 18 – 25)TEMA: Evangelhos, Fontes da EspiritualidadePROFESSORA: Irmã Lina Boff

MAIO (DIAS 02 – 09 – 16 – 23 – 30)TEMA: Vida, Esperança e Fim: EscatologiaPROFESSOR: Cesar A. Kuzma

JUNHO (DIAS 06 – 13 – 20 – 27)TEMA: Igreja em Saída 2PROFESSOR: Padre Medoro de Oliveira Souza Neto

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Formação e Estudos

conteceu no Seminário São Francisco, entre os dias 31 de outubro e 03 de novembro, a

35ª Olimpíada Frei Gabriel. Como é tradição desde quando o Ensino Mé-dio era em Agudos, as Olimpíadas levam esse nome em homenagem a Frei Gabriel Wzorek, grande incen-tivador dos esportes, que faleceu em 1980.

Divididos em 3 equipes (roxa, azul e cinza), os seminaristas e aspirantes

ITUPORANGA: 35ª OLIMPÍADA FREI GABRIEL

puderam vivenciar momentos mar-cantes. A superação, o trabalho em equipe e a integração marcaram es-ses dias de atividades esportivas, que contaram com modalidades coletivas e também de atletismo, como mara-

tona, salto em distância, arremesso de peso, dentre outras. Além dis-so, entre as modalidades esportivas aconteciam provas que exigiam tra-balho em equipe e raciocínio rápido.

Já na madrugada de 1º de no-vembro, as equipes foram acordadas para uma prova, na qual tinham que encontrar um membro da equipe: o mascote, que era um galo, ao qual tinham que dispensar cuidados. No final do terceiro dia, houve uma cor-

rida com os mascotes, que sempre foram tratados com cuidado.

Digno de nota foi o circuito pre-parado pela professora de Educação Física, Marilândia do Nascimento, que exigiu muito esforço dos atletas.

Passando por obstáculos, correndo, fazendo abdominais, enfrentando lama e passando por um cabo de aço suspenso, a prova revelou muita superação e, sobretudo, a integração entre as equipes, que não mais tor-ciam para si mesmas, mas para que todos conseguissem completar a prova com coragem e dignidade.

As atividades esportivas se encer-raram no dia 03 de novembro, à noi-te, com um delicioso churrasco pre-

parado pelo Frei Elias. Na ocasião, foram anunciados e premiados os ganhadores, ficando a equipe cinza em primeiro lugar, a equipe azul em segundo e a equipe roxa em terceiro lugar.

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Formação e Estudos

CURSO DE FRANCISCANISMO REÚNE 70 PARTICIPANTES EM RONDINHA

mensagem do Papa Francisco norteou o Curso de Francis-canismo, realizado de 26 a 30

de outubro na Fraternidade São Boa-ventura de Rondinha (PR). Esta edi-ção, com 70 participantes, foi uma das maiores desde a criação do even-to, com destaque para a presença das Irmãs Clarissas de Cascavel. No dia 26 de outubro, o guardião Frei João Mannes deu as boas-vindas aos par-ticipantes no salão São Boaventura e os convidou a mergulharem neste momento fraterno de crescimento pessoal e vocacional da espirituali-dade franciscana.

Frei João e Frei Fábio César Go-

mes, da Fraternidade local, e Frei Dorvalino Francisco Fassini, frade da Província São Francisco de Assis

(RS), conduziram as reflexões diaria-mente. Confira na sequência como foi!

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Formação e Estudos

Curso de Franciscanismo teve início no dia 27/10, com a Santa Missa na Ca-

pela do Convento São Boaventura, em Rondinha. O aniversariante do dia, Frei Fábio César Gomes, pre-sidiu a celebração e já deu início, durante a homilia, ao tema do dia: a Vida Consagrada (VC), que tam-bém perpassa todo o Curso tendo em vista o Ano da Vida Consagra-da.

Partindo do Evangelho de Lucas (13, 18-21), Frei Fábio destacou a qualidade da vida evangélica dos consagrados (as), comparando a vida religiosa à semente, que pro-duz bons frutos no acolhimento, cuidado, fraternidade e no en-contro com Deus, e ao fermento: “Mesmo que seja uma presença si-lenciosa, o religioso deve ser igual ao fermento, silencioso, escondido no seu agir, mas que faz a diferença onde é colocado”, disse.

Já no Salão Boaventura, por vol-ta das 9 horas, Frei Fábio retomou o tema na própria palestra, falando sobre a origem do termo Vida Re-ligiosa, que passou a ser chamada de Vida Consagrada. Primeiro, o palestrante, pela via da negação, exemplificou o que não é a Vida Consagrada. “Ela não é o único estado de perfeição, ideia muito ligada à passagem do Evangelho sobre o jovem rico (Mc 10,17-22), erroneamente interpretada quando quer dividir a vida consagrada em categorias, os mais fortes e os mais fracos”, assegura Frei Fábio.

Segundo o palestrante, Jesus não quer fazer distinção entre os seus seguidores. “Depois, a vida consagrada não foi fundada por Jesus Cristo, no sentido de funda-mentar-se explicitamente em uma

OS TRÊS “Cs” DA VIDA CONSAGRADAPRIMEIRO DIAFREI RAONI FREITAS DA SILvA

Sua palavra. Não existe uma pala-vra específica de Jesus para apoiar a nossa consagração, mas esta opção de vida é inspirada em Jesus Cristo, no seu modo de vida”, explicou.

Para Frei Fábio, a vivência do Evangelho e o batismo levaram ao desejo de uma consagração maior para o seguimento mais próximo possível de Jesus. “A vida consagra-da também não pode se resumir em um simples fazer, não pode ser reduzida às atividades. A vida con-sagrada não é só trabalho e obras. O trabalho deve ser expressão do carisma”, frisou o palestrante.

Segundo Frei Fábio, a vida con-sagrada é “viver a aliança batismal numa forma radical” (cita Jean Ma-rie Roger Tillard), na dimensão da gratuidade e do “exagero”.

Ainda na parte da manhã refle-tiu-se sobre as bases teológicas da vida consagrada, apresentadas por Frei Fábio como a reflexão dos três “C’s”: Consagração, Conversão e Comunhão. “A vida consagrada é ter a consciência de que a comu-nhão é a essência da consagração. A fonte por excelência de comu-

nhão entre nós, consagrados, pre-cisa ser a própria comunhão tri-nitária. Não basta simplesmente confessar a fé na Trindade, mas vi-ver de modo confessional ao modo da Santíssima Trindade”, observou o palestrante.

Após o almoço, os trabalhos se iniciaram às 14h30. Frei Fábio abordou as dimensões teológicas da Vida Consagrada: antropológi-ca, cristológico/trinitária, pneuma-tológico/profética e eclesial. Após a exposição dos temas, o palestrante abriu o diálogo com os participan-tes. O dia chegou ao fim com a ora-ção das Vésperas e o jantar.

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Formação e Estudos

rei Dorvalino Francisco Fas-sini, frade da Província São Francisco de Assis (RS) e um

estudioso e divulgador das Fon-tes Franciscanas, foi o pregador do segundo dia (28/10) do Curso de Franciscanismo em Rondinha (PR). A formação do período ma-tutino apresentou aos ouvintes uma leitura da vida e espiritualida-de franciscana relacionada à Igre-ja, à sociedade e à mística cristã. E como não poderia deixar de ser, o pregador terminou com um desa-fio inspirador: quão precioso seria o ressurgimento de grupos fran-ciscanos de estudo em todas as co-munidades onde se encontrassem consagrados franciscanos, grupos que se dedicassem a conhecer me-lhor a espiritualidade franciscana a partir de leituras, pesquisas e par-tilhas.

Frei Dorvalino presidiu a Cele-bração Eucarística do dia, festa dos apóstolos São Simão e São Judas.

Apreciou-se a figura de São Francisco como um personagem atual, que nos alcança com seu tes-temunho e exemplo. Um nome que permeia o imaginário popular com toda força e vigor, marcando os co-rações e provocando a sociedade a intensas reflexões, especialmente quanto ao ser e ao ter. O Poverello que inspirou papas, apresentou novas esperanças a ricos e pobres, idosos e jovens, homens e mulhe-res e ainda hoje chama, convida, interroga, propõe novos caminhos a todos. O religioso destacou enfa-ticamente que é por tudo isso que o retorno às Fontes Franciscanas

RETORNO ÀS FONTES

SEGUNDO DIA

FREI EvERTON LEANDRO PIOTTO

e aos Escritos de São Francisco torna-se o grande motivador da caminhada dos consagrados e con-sagradas nos dias atuais. Retornar às Fontes para ‘beber água pura’, para rever o que deu certo e o que ainda precisa ser modificado. Somente a partir deste retorno é possível compreender o verdadei-ro sentido de vida consagrada que pode mudar o mundo: a dinâmica do encontro. Segundo Frei Dorva-lino, este encontro proposto pelo Papa Francisco na Encíclica Evan-gelii Gaudium é o grande mistério capaz de despertar no coração do homem, a nova civilização; o so-frimento que o ato de sair de si em

direção ao coração do outro pode nos provocar é o mesmo capaz de gerar a morte em cada indivíduo, mas uma morte que conduz e fru-tifica na vida nova, sempre à luz de Cristo.

Segundo o frade, esse encontro muitas vezes falta às famílias, falta às comunidades cristãs, falta à so-ciedade impregnada de individua-lismo e indiferença. Tais reflexões ajudam a entender o porquê de a espiritualidade franciscana ainda ser atual e necessária à Igreja, à so-ciedade e ao mundo. Para o frade, a espiritualidade é que sustenta a fra-ternidade (lugar do encontro con-sigo mesmo e com o outro), onde

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a morte do velho homem cede lu-gar à vida transformadora e con-tagiante, tão desejada pela Igreja e proposta pelo Santo Padre, o Papa Francisco.

À tarde, Frei Dorvalino apre-sentou de modo claro e inspirador reflexões em torno da vida frater-

na, relacionando as novas con-gregações que também bebem no carisma franciscano, sem deixar de lado os irmãos da Ordem Fran-ciscana Secular. Terminou-se o en-contro vespertino com referências a Santa Clara através de breve es-tudo sobre a Primeira Carta a Inês

de Praga. Frei Dorvalino terminou sua assessoria ressaltando que a Ordem Franciscana inaugurou um novo modo de ser na Igreja: um modo apostólico, o qual hoje pre-cisa, mais do que nunca, ser resga-tado e revivido nas comunidades religiosas.

A partilha e a convivência fraterna, seja no café da manhã, nos cafezinhos, refeições, deixavam à mostra o calor e a alegria dos ir-mãos. Estes, desejosos de conhecerem uns aos outros, descobrirem novas amizades, encantarem-se com o serviço e o trabalho de tantos filhos e filhas de São Francisco viven-do em fraternidade. É um momento de re-aprenderem o significado do calor humano, que em muitos lugares, infelizmente, está es-quecido. Do mais jovem ao mais experiente, todos são convidados a mergulharem, a cada momento, na beleza e riqueza espirituais do carisma, que frutificou a partir de Francisco de Assis.

Neste encontro, podia-se ver que o que se destacava não era a diferença de gera-ções, nem a quantidade de obras ou núme-ros congregacionais, tampouco as estru-turas complexas ou regras estabelecidas. Pelo contrário, o que saltava aos olhos de todos era simplesmente o carisma em si, este amor que todos os presentes experi-mentavam e que apresentava-se como o elo comum de unidade, que nutria e es-treitava os laços fraternos entre os irmãos ali presentes. A alegria de uns contagiava a todos, o testemunho de outros invadia a alma de tantos dos presentes. Foi bela surpresa descobrir e celebrar o aniversá-rio de fundação da Congregação das Irmãs Franciscanas de São José. A invocação das bênçãos de Deus sobre elas era na verdade um pedido de bênção sobre toda a Famí-lia Franciscana, que concelebrava também seu dom e sua existência, na vida e no tra-balho destas mulheres que tudo de si ofer-tam ao Senhor.

CONVÍVIO FRATERNO

Da esq. para dir.: Frei Raoni, Frei Leandro e Frei José Aécio

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terceiro dia (29/10) do Cur-so de Franciscanismo teve como tema “Os desafios

atuais da vida religiosa consagrada”. Segundo Frei João Mannes, “encon-tramo-nos num tempo de ‘mudança de época’, mudança de paradigma, mudança de mentalidade, mudança de compreensão da realidade”, enfa-tizou.

A partir das considerações do sociólogo norueguês Sygmund Bauman, exige-se da Vida Religiosa Consagrada uma profunda reflexão: “Trata-se de uma mudança de men-talidade, mergulhando nas fontes, especialmente na fonte máxima de nossa opção de batizados: o segui-mento de Nosso Senhor Jesus Cristo”.

O palestrante lembrou que o Papa pede aos religiosos que deem um testemunho profético, seguindo

mais de perto a Jesus Cristo. Conti-nuou dizendo que três são as pala-vras pragmáticas do Papa Francis-co, as quais indicam o modo como a Vida Consagrada deve proceder: “Jubilosos, corajosos, homens e mu-lheres de Comunhão!”.

Nesta perspectiva, enfatizou-se que o Papa exorta a todos os Con-sagrados a olharem com gratidão o passado, convocando a uma renova-ção do carisma que brota da fonte; a viver com gratidão o presente, com fiel audiência às interpelações do Espírito Santo; e a abraçar com es-perança o futuro com todos os seus desafios, mas com coragem e audá-cia evangélica.

“Os consagrados devem ser pe-ritos em vida de comunhão. De-vem evangelizar como uma tarefa que decorre do seguimento de Jesus Cristo. A vida em fraternidade deve ser vivida não como algo acidental,

mas como característica e identida-de, pois é o coração da vida religiosa franciscana! Tal vida exige um con-tínuo ‘êxodo de nós mesmos’ para centrar a existência em Jesus Cristo e em seu Evangelho”, acrescentou.

No período da tarde, os parti-cipantes se reuniram em grupos. Juntos refletiram sobre a Carta Apostólica do Papa Francisco aos Consagrados, e também sobre a vida religiosa na Igreja de Francisco. Em seguida, após o café, houve a partilha dos pontos-chave, onde cada consa-grado e consagrada pôde expressar o que mais lhe chamou a atenção, um momento muito frutuoso e rico de significado!

O terceiro dia do encontro encer-rou-se com a oração das Vésperas. O jantar foi regado a uma boa pizza, e boas risadas, pois “onde quer que haja consagrados, aí está a alegria!” (Papa Francisco).

OS DESAFIOS HOJETERCEIRO DIA

FREI ADRIANO CézAR DE OLIvEIRA

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legria, partilha, gratidão e despedidas marcaram o úl-timo dia (30/10) do Curso

de Franciscanismo na Fraternidade Franciscana São Boaventura, em Rondinha.

Assim como nos dias anteriores, as atividades se iniciaram com a ce-lebração da Santa Missa. Frei João Mannes, guardião do Convento São Boaventura, foi quem presidiu a sa-grada Eucaristia. Já a homilia deste dia foi proferida pelo diácono Frei Jean Carlos Ajluni de Oliveira.

Às nove horas, quando todos já se encontravam no Salão São Boa-ventura, Frei João convidou a todos para assistirem ao discurso do Papa aos Consagrados na Catedral de Havana, em Cuba, neste ano.

Em seguida, realizou-se um mo-mento de partilha e agradecimen-tos. Frei João agradeceu a presença de todos. Frei Fábio frisou que a participação das Irmãs Clarissas de Cascavel foi de fundamental impor-tância em nosso meio, completando assim toda a Família Franciscana.

Para a Irmã Zenilda Luzia Petry, da Congregação das Irmãs Fran-

ciscanas de São José de Curitiba, participar deste curso sobre a Vida Consagrada (VC) de São Francisco e Santa Clara de Assis na Igreja hoje, “foi uma graça”. “Este curso teve sa-bor especial, tanto pelo conteúdo trabalhado, quanto pela fraternidade vivida, celebrada e saboreada. A Vida Consagrada Franciscana é uma espe-cial profecia para o mundo de hoje. Se a identidade da vida consagrada como tal é a profecia, segundo a in-sistência do Papa Francisco, a vida consagrada franciscana é portadora da grande profecia da fraternidade, da paz e da misericórdia”.

FREI AUGUSTO LUIz GABRIEL

ENCERRAMENTO

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primeira palestra da XVI Semana Teológico-Pastoral, Instituto Teológico Francis-

cano, em Petrópolis, foi proferida pelo reitor da Pontifícia Univer-sidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), Pe. Josafá Carlos de Siqueira, salientando que, a exem-plo de São Francisco de Assis, a Encíclica critica a sociedade e su-gere que esta adote um novo com-portamento em elação ao meio ambiente. Ele ressaltou três pontos importantes do documento: 1) é a primeira com enfoque ecológico; 2) convergência: preocupação da ciência/sociedade/Igreja com as questões ambientais; e 3) visão in-tegradora: entre as questões sociais

e ambientais – “ecologia integral”.Em sua preleção, o Pe. Siqueira,

que é graduado em Ciências Bio-lógicas pela Universidade Católica de Goiás, afirmou que “uma espé-cie em extinção é uma criatura que deixa de dar glória a Deus” e frisou que a biodiversidade é um patri-mônio da humanidade.

Pe. Josafá chamou a atenção para as críticas e mudanças que o Papa propõe na Encíclica.

Críticas: 1. à visão consumis-ta do ser humano; 2. à cultura do descarte; 3. aos efeitos sociais e ambientais das mudanças climáti-cas; 4. à problemática da água; 5. à perda de biodiversidade;

6. à deterioração da qualidade de vida humana e degradação so-cial; 7. à separação entre a degra-

dação social e ambiental; 8. aos que acham que a redução da natalidade é a solução dos problemas; 9. ao antropocentrismo ensimesmado, não relacional; 10. à ineficácia das relações e discussões políticas; 11. ao paradigma tecnocrático; 12. ao relativismo prático.

Propostas de mudança: 1. apon-tar em um outro estilo de vida; 2. educar para a aliança entre a hu-manidade e o ambiente; 3. leituras e hermenêuticas sobre a criação; 4. conversão ecológica; 5. diálogo inter-religioso; 6. diálogo e união com as diferenças; 7. resgatar a vi-são sistêmica do mundo; 8. o cui-dado com os espaços comuns; 9. a importância da justiça intergene-racional; 10. ecologia cultural e os princípios do bem comum.

ITF: XVI SEMANA TEOLÓGICO-PASTORAL

SOB O SIGNO DA LAUDATO SÍ

NEUCI L. SILvA

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A segunda palestra foi proferida pela advogada e professora Francine Damaceno Pinheiro, que falou dos “movimentos sociais” e relatou sua experiência no encontro com o Papa Francisco na Bolívia, em julho deste ano. A palestrante destacou alguns pontos essenciais: 1. Colocar a eco-nomia a serviço de todos; 2. Unir os povos no caminho da paz e da justi-ça; 3. Defender a mãe terra; 4. A or-ganização popular e a defesa da vida são tarefas dos povos que devem ser assumidas e implementadas com co-ragem.

Francine também citou a Carta de Santa Cruz de la Sierra, documen-to elaborado por militantes sociais de 40 países durante o 2º Encontro

À tarde, o professor e cientista social Luiz Gonzaga de Souza Lima falou sobre: “Ecologia integral, perspectivas de nossa Casa comum (no Brasil)”.

Para o palestrante, o Brasil e o Papa Francisco possuem uma “fina sintonia”. Elogiou todos os par-ticipantes da Semana Teológico--Pastoral pelo grau de consciência e preocupação que os unem.

Ao abordar a crise do planeta, citou alguns fatores fundamentais: 1) a crise da imigração; 2) o Esta-do como um âmbito de negócio e não mais como um órgão de repre-sentação da sociedade; 3) a política nas mãos de quem possui dinheiro configurando-se numa indústria que produz poder; 4) o ser humano destruindo tudo à sua volta.

Segundo o palestrante, o Brasil nasceu do desmantelamento das culturas indígena e africana. O país começou como uma empresa, divi-

A LUTA SOCIAL NA AMÉRICA LATINA

Mundial de Movimentos Popula-res. Temas como a defesa da terra e da soberania alimentar fazem parte

desse documento que foi entregue ao Papa Francisco em sua recente visita à Bolívia.

ECOLOGIA INTEGRAL: PERSPECTIVASdida em partes privatizadas (capi-tanias hereditárias), cuja produção visava a exportação. O primeiro grande impacto ambiental sofrido pelo país foi a cultura da cana-de--açúcar; planta que não é nativa e que foi produzida em larga escala.

Frisou que somos sobreviventes de 500 anos de destruição e a partir daí, devemos fundar uma socieda-de colocando a vida como centro. Uma sociedade nasce do amor, não

da economia. Paradoxalmente, da destruição nasceu um “povo pla-netário”, uma macroetnia que se reuniu/se reúne e se misturou/se mistura e construiu/constrói uma cultura.

Por causa das dificuldades en-frentadas no cotidiano, “ser alegre no Brasil é um desafio que a alma enfrenta dia após dia, o dia inteiro”. “Mas, não estamos à deriva, não”, garantiu.

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NO CONTEXTO DA DOUTRINA SOCIAL DA IGREJA

O dia foi encerrado com a pa-lestra do professor Paulo Fernando Carneiro de Andrade (PUC-Rio) que abordou a Laudato si’ no contex-to da Doutrina Social da Igreja.

A encíclica inaugura a terceira

geração da Doutrina Social da Igreja, iniciada pelo Papa Leão XIII com a Rerum novarum. Após um breve his-tórico dos documentos pontifícios, o palestrante ressaltou que a segunda geração teve início com o Papa João

XXIII com a Pacem in Terris.Destacou a forte relação existen-

te entre a crise social e a crise am-biental vividas nos tempos atuais, cuja raiz se encontra no sistema econômico e tecnocrático, promo-tor da exclusão, pobreza, destrui-ção da “mãe terra”. Paulo Fernando sublinhou que nenhum Papa havia feito tal afirmação com tanta clareza e nitidez e de forma tão direta como o atual.

A opção preferencial pelos po-bres, reafirmada desde o início de seu Pontificado, foi o destaque na apresentação do tema proposto. O palestrante destacou o discurso pro-ferido pelo Papa em sua participação no II Encontro Mundial dos Movi-mentos Populares.

LAUDATO SI’: DESAFIOS E PERSPECTIVAS TEOLÓGICO-PASTORAISA primeira palestra do dia 22 de

outubro coube ao professor Mário de França Miranda (PUC-Rio). Ele, que esteve na gênese das semanas teoló-gicas, abordou o instigante tema dos desafios e das perspectivas teológico--pastorais em relação à terra e aos pobres. Sua exposição, dividida em duas partes, procurou mostrar a base teológica da encíclica.

Na primeira parte, “a cultura do-minante em nossos dias”, Pe. França ressaltou a preocupação com a aqui-sição dos bens materiais e a cultura individualista na qual estamos inse-ridos. No sistema atual, tudo é consi-derado em função do lucro. Lidamos com uma cultura que privilegia o lucro ao invés da pessoa humana. A economia colocou de joelhos o po-der civil. Os presidentes das nações têm muito menos poder do que há cem anos.

Na segunda parte, “o mundo cria-do à luz da fé cristã”, a tônica foi dada à finalidade da criação e a relação en-tre a fé cristã e a ecologia. Na Bíblia e nas palavras de Jesus não há referên-cia ao problema ecológico.

Um ato livre é um ato de amor. A criação é fruto do gesto gratuito e desinteressado de Deus, cuja fina-lidade foi que Jesus Cristo assumis-se um corpo mortal. A Encarnação antecede e justifica a criação. Fomos

criados em Cristo e não temos acesso à Trindade a não ser através do Jesus histórico. O ato criador de Deus se situa fora do tempo, é eterno.

Constatou-se que não há duas cri-ses separadas, há apenas uma: a crise socioambiental. O discurso ecolo-gista na ética neoliberal é engodo. É necessário combater o consumismo apresentado pela mídia como fonte de felicidade. A palavra-chave aqui é “sobriedade”.

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Frater Henrique Cristiano José Matos (ISTA-BH), “sem pretensões de linguagem acadêmica”, brindou os participantes da XVI Semana Te-ológico-pastoral com uma reflexão impactante, denunciando as graves agressões à vida. Todas as observa-ções feitas surgiram de um confronto pessoal.

Frater Henrique utilizou-se de dois pontos de partida para a sua fala nesta manhã: 1) uma ação popular de conscientização da mineradora LMX, em torno de Belo Horizonte, exemplo típico de empresa preocupada com os lucros; 2) um convite recebido em 2014 para um simpósio realizado na PUC-Minas sobre o uso de animais em pesquisas científicas.

Frisou que numa visão ecológica verdadeiramente integral, todos os seres se apresentam como parentes, como irmãos, pelo fato de todos aspi-rarem à felicidade. Nas grandes tradi-ções religiosas a veneração pela vida em todas as suas dimensões é basilar. Nelas aparece também o especial cui-dado pela vida que está terminando. Quem se debruça, sem preconceitos, sobre o sofrimento infringido aos

animais (como as cobaias de labora-tório), experimenta uma profunda indignação ética. Os animais torna-ram-se simples objetos do interesse humano.

Lembrou São Francisco de Assis que viveu intensamente a “fraterni-zação” de toda a realidade criada. “Quando eliminamos outros seres, atingimos Aquele que nos criou. A veneração pela vida pertence ao âma-go da mensagem cristã.”

Citando o patê de fígado de gan-so e o baby beef, o palestrante exem-plificou algumas práticas capazes de anular por completo a consciência ambiental. Abuso de seres vivos que conosco fazem parte da Casa comum.

A manhã terminou com o seguin-te pensamento: “Não podemos dizer que toda a vida não é igual, existe uma hierarquia de valores, mas o ponto de partida será sempre o respeito à vida. Todos são dignos de cuidado”.

UMA ÉTICA ECOLÓGICA INCLUSIVA: QUESTÕES DE JUSTIÇA E COMPAIXÃO

MENTALIDADE E PRÁTICA ECOLÓGICAS - O PARADIGMA FRANCISCO DE ASSISO segundo dia de palestras foi

brilhantemente encerrado pelo te-ólogo Leonardo Boff (ITF, UERJ) que iniciou a sua participação – dividida em duas partes –, apre-sentando um vídeo sobre a ecolo-gia integral. O vídeo foi feito como material pedagógico para educa-ção ecológica e apresentado nesta XVI Semana Teológico-Pastoral com o desejo de que este debate não fique restrito ao púbico pre-sente neste evento, mas que seja levado adiante.

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EM LINHAS GERAIS, BOFF DIVIDIU A PALESTRA EM DUAS PARTES:

Primeira parteSem utilizar uma linguagem teo-

lógica, mas uma “linguagem univer-sal”, o professor Boff abordou a atua-lidade da figura de Francisco de Assis no presente contexto social e ambien-tal. Francisco de Assis é o novo, pois viveu e pregou a convivência pacífica entre todas as criaturas muito antes que a bandeira ecológica começasse a tremular em nosso horizonte.

Se queremos salvar a vida, deve-mos seguir os passos do santo de As-sis. Mais do que um nome, Francisco é um projeto de vida. O santo de Assis não pertence à Igreja, pertence a toda humanidade. Ele inspira outro tipo de civilização, é uma chave para a crise atual. Os dois Franciscos, o de Assis e o “de Roma”, são figuras inspiradoras.

É preciso termos consciência de que a terra não conseguirá se refazer sozinha, é necessária a nossa ajuda. Tanto a Carta da Terra quanto a En-cíclica são textos escritos a partir do novo paradigma. Partem da visão de que nós formamos um grande todo. Em sua encíclica, o Papa não dis-se “planeta”, ele disse “casa” comum. Mais do que um documento pontifí-cio é um verdadeiro manual de ecolo-gia. A ecologia é uma nova relação do ser humano com a natureza e a Terra.

O documento do Papa é um texto longo no qual ele teve o cuidado de discutir temas diversos e assumiu um

novo conceito: a terra como “mãe”.“Não é limando os dentes do lobo

que tiramos a sua ferocidade. A fero-cidade do lobo está em sua própria natureza”.

O paradigma dominante do capi-talismo entrou em colapso. É neces-sário pensar a partir da nova visão de mundo instaurada há mais de 800 anos, por São Francisco de Assis. Não há diferença entre o ser humano e a Terra, tudo é uma unidade e a terra mantém, num sutil equilíbrio, todos os elementos.

A terra criou a grande comunida-de de vida, porque os seres mantêm entre eles laços de fraternidade. To-dos os seres vivos, desde a bactéria mais originária até o ser humano, têm o mesmo código genético e cada ser tem um valor intrínseco em si mes-mo, uma mensagem a dizer, e nós precisamos captar essa mensagem.

Segunda parteBoff retomou a sua fala e abordou

variados temas, desde as três espécies de cérebro possuídas pelo ser huma-no, até a falta de diálogo entre o Oci-dente e o Estado Islâmico; e chamou a atenção para uma situação delicada e perigosa: “Deixamos de ter a Deus como uma referência de sentido, daí deriva a secularização do mundo mo-derno. Se nós não resgatarmos a razão sensível, espiritual, não resgataremos o planeta terra”. Sublinhou a alarman-te constatação feita por cientistas: “Se houver o cruzamento do aqueci-

mento global com a escassez de água potável, assistiremos a uma enorme catástrofe sem precedentes”. A nossa espécie pode desaparecer.

No entanto, Boff acenou com uma palavra de otimismo: “Não acredito que estamos diante de uma tragédia anunciada… o ser humano é capaz de tudo… ou mudamos ou morremos”.

O teólogo encerrou sua palestra afirmando que a ecologia pode dar um caráter mais contemporâneo à Te-ologia da Libertação. Surgiria, assim, uma “Eco-Teologia da Libertação”.

Encerramento Frei Elói Dionísio Piva deixou

claro que cabe a todos nós a tomada de decisão perante o quadro que se nos apresenta. Podemos ser coniven-tes com a situação atual ou podemos ser os protagonistas da necessária mudança de comportamento perante o sistema tecnocrático que está degra-dando o meio ambiente.

Frei Piva ressaltou o desejo de que esta Semana não seja apenas mais uma semana de “diletantismo inte-lectual”, mas que seja um evento que suscite inquietações, revigore postu-ras éticas e ofereça subsídios para um novo modo de ser. Que ela (re)des-perte o/a protagonista que está em cada um dos participantes, pois, em-bora pareça tarde demais, ainda há tempo de salvar a Mãe Terra. O cami-nho proposto para a necessária mu-dança está na escolha do tema deste evento: “o cuidado da Casa comum”.

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Noite Cultural no Instituto Teológico Franciscano, em Petrópolis (RJ), no dia 18

de novembro, trouxe Frei Antônio Moser para falar sobre o Sínodo dos Bispos, já que ele foi o único teólogo brasileiro em Roma. Frei Ludovico Garmus, numa sucinta introdução e apresentação, sinalizou a Frei Moser alguns pontos de sua expectativa de ouvinte: 1) Como o Sínodo foi pre-parado; 2) Quais seus percalços; 3) A que resultado chegou.

Ao longo de uma hora e, com mui-ta objetividade, Frei Moser partilhou suas experiências e impressões, além de explicar a estruturação de um even-to desse porte. Partindo da etimologia da palavra sínodo em grego, que sig-nifica “caminhar junto”, 270 bispos, 30 leigos, 20 representantes de Igrejas tra-dicionais e 22 peritos estiveram reuni-dos no Vaticano no mês de outubro.

Frei Moser fez uma brevíssima recapitulação da tradição sinodal da Igreja, salientando a característica marcante deste último Sínodo: o fato de ter sido preparado a partir de uma base popular, através de questionários que foram enviados às paróquias em todo o mundo.

O interesse da mídia em questões como o divórcio, a sexualidade e a co-munhão aos recasados não era o eixo da reunião. Várias questões foram, sim, individualizadas e abordadas como temas espinhosos, entre eles: homossexualidade, ideologia de gê-nero, pastoral familiar, planejamento familiar, reprodução assistida, abertu-ra da Igreja aos recasados.

Um dos fatos que mais marcou a Frei Moser foi a paulatina mudança de comportamento dos participan-tes. No início, eles se constituíam em grupos relativamente reservados que, com o tempo, criaram um espí-rito muito fraterno e familiar. Uma grande conquista do sínodo: um cli-

ma inesperado em que as pessoas se despojaram de suas pompas, de seus saberes.

O Papa deixou claro que a finali-dade do Sínodo não era tirar conclu-sões e elaborar um “tratado teológico” sobre a pastoral familiar e seus atuais percalços. Ele queria, na verdade, ou-vir o relato da grande diversidade de situações e de pensamento na Igreja Católica, bem como em outras igre-jas. Por isso, seu propósito fora o de proporcionar uma ocasião para troca de experiências e reflexões pastorais sobre o delicado tema da família na sociedade atual. O título geral do Sí-nodo já era orientador: “A vocação e a missão da família na Igreja e no mundo contemporâneo”. Não have-ria, portanto e propriamente, “uma conclusão”; as questões abordadas deveriam continuar sendo objeto de

discussão. Também porque as rela-ções familiares e tudo que as envolve ultrapassariam as possibilidades de um único evento como este.

Mas, o alcance deste Sínodo po-deria ser resumido em três caracterís-ticas: a diversidade; a comunhão; e o desejo de “acertar o passo”.

O Papa falou poucas vezes e ouviu muito. Sua colocação final foi, porém, enfática: “Até parece que alguns se sentaram na cátedra de Moisés para ditar normas que não remetem ao Evangelho”.

O documento conclusivo é um texto que flui; é inspirador e voltado para pessoas inteligentes, pois não responde perguntas. Não se deve, pois, esperar que ele dê respostas prontas. Ele leva, sim, à reflexão e se caracteriza pela abertura às mais di-versas culturas e realidades.

O SÍNODO É TEMA DE NOITE CULTURAL

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odos já sabem que Frei An-tônio Moser participou do Sínodo dos bispos. Poucos

sabem que durante esses dias ele se hospedou com os frades estudantes no Antonianum. Em poucos dias já sabia o nome de vários e entre uma conversa e outra veio a ideia, proposta por alguns colegas, de um encontro sobre o Sínodo, colhendo suas impressões e ideias sobre o evento que despertou as atenções da Igreja do mundo inteiro. Isso aconteceu dia 26 à noite, assim que essa última assembleia foi en-cerrada. Marcado por um clima de informalidade e espontaneidade, o encontro durou uma hora e envol-veu frades de quatro continentes, sendo muito apreciado seja pelo conteúdo seja pelo bom humor do palestrante.

Durante sua fala ficou evidente que algumas ideias, que pra mui-tos de nós no Brasil não são novi-dade, aqui deram o que falar. Por

exemplo: a necessidade de dialogar com as diversas ciências para evitar discursos reducionistas e a leitura do sínodo como o florescimento de uma nova eclesiologia na qual a colegialidade retorna como valor e as angústias existenciais são assu-midas pelo episcopado após ouvir atentamente as pessoas.

Tratando seja dos temas mais espinhosos seja de suas impres-sões, Moser insistiu que por mais que os meios de comunicação queiram dizer o contrário, o Sí-nodo foi muito produtivo. Talvez a expectativa de grandes mudan-ças ainda seja devedora de uma mentalidade em que as decisões deveriam ser tomadas de cima pra baixo. Agora, fica claro que a co-legialidade e as tensões, longe de serem um empecilho, enriquecem a Igreja. De fato, «vivemos novos tempos para a Igreja. Temos a im-pressão da proximidade de uma primavera com muitas flores e fru-tos, isso não só pela figura caris-mática do Papa mas por todo um

espírito novo de corações aber-tos onde todos querem condivi-dir preocupações, erros e acertos para assim reconquistar o mesmo espírito que atuou nos tempos de Pedro e Paulo. Naqueles tempos via-se claramente a existência de muitas tensões e problemas, no entanto, o espírito de Deus e a fé em Jesus Cristo sempre contribu-íram para o crescimento da Igreja e do cumprimento de sua missão».Nota: O assim chamado Antonia-num corresponde a um complexo com duas fraternidades francisca-nas, a Gabriel Allegra e a Santo An-tônio, uma Basílica, e a Pontifícia Universidade Antonianum. Está ligado diretamente à Cúria Geral dos Frades Menores, que situa-se em Roma. Atualmente residem na Fraternidade Gabriel Allegra 90 frades estudantes do mundo intei-ro, sendo seis brasileiros, três da Província da Santa Cruz, com sede em Belo Horizonte e três da Pro-víncia da Imaculada Conceição, com sede em São Paulo.

FREI ANTÔNIO MOSER FALA SOBRE O SÍNODO AOS ESTUDANTES DO ANTONIANUM

FREI LEONARDO AURELIANO

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Em pé, a partir da esquerda para direita: James, João Bunga, João Canjenjenga, Ever, Nestor, Gaudêncio. Sentados: Serge, Cambolo e Ermelindo.

DIVERSIDADE CULTURAL NO ITFesde o ano passado, o Insti-tuto Teológico Franciscano de Petrópolis tem registrado

a presença dos estudantes africa-nos em sua Faculdade de Teologia. Oriundos de países, culturas e idio-mas diferentes, os teólogos-estudan-tes africanos se sentem em casa. A diversidade cultural não impediu a adaptação deles no Instituto.

São oito jovens estudantes de Teologia que vêm da África. Dentre eles, 5 da República de Angola; 2 da República dos Camarões, e 1 da Re-publica Democrática do Congo.

Formação e Estudos

DILETA ZANELLA PIVA nasceu em 08/11/1925, na Linha 9ª, municí-pio de Serafina Corrêa, RS. É filha de Antônio Zanella e de Felicita Spinelli. É a 3ª do segundo casamento de seu pai. Ao todo, ela tem 17 irmãos.

Viveu sua juventude na alegria e na simplicidade da vida do interior. Seus pais tinham princípios de vida muito claros: orientavam-se pelo amor e res-peito ao próximo, observando assim os mandamentos do Senhor. O traba-lho era voltado à agricultura e aos afa-zeres domésticos. Não tendo energia elétrica, água encanada, rádio, televi-são, telefone, muito menos internet, celulares, redes sociais etc., costumava reunir-se para cantar e contar anedo-tas, enquanto fazia trança com palha de trigo, principalmente nos filós com os vizinhos – não faltando um bom vinho.

Dileta gosta de cantar, e também foi catequista em sua comunidade. E foi numa festa, na comunidade de Linha 9ª, que Dileta conheceu um “ragazzo”..., o jovem Antônio Piva. Namoraram três anos, e casaram-se em 24/05/1945, em Serafina Corrêa,

HOMENAGEM DA FAMÍLIA PIVA À “VÓ DILETA”: 90 ANOSàs 11 horas. Seguiram, em cavalgada, durante 1 hora, para a festa na Linha Oitava. Em 1948, mudaram-se para SC, fixando residência no município de Chapecó, especificamente, em seu interior, Quadro Santo Antônio, nos-so atual município de Coronel Freitas.

Nesse “novo mundo”, trabalha-ram na roça e tiveram mais 9 filhos. Ao todo, 11: Elói e Laura, nascidos no Rio Grande do Sul; e, nesta nova ter-ra: Marilda, Lorena, Arcílio, Geraldo, Marilene, Clóvis, Terezinha e Maria Salete (gêmeas) e o caçula Univaldo. A educação foi integral: comida, saú-de, vestuário, tendo por base um am-biente de trabalho, de fé e amor.

A caminhada de convivência a dois, com suas alegrias e dificulda-des, foi coroada em 24/05/1995 com as bodas de Ouro, e, em 24/05/2005, com as bodas de Diamante - 60 anos de vida matrimonial! Mas, por uma inesperada doença, seu companheiro, Antônio, partiu.

Contudo, enquanto conviveram, construíram um legado alicerçado na amizade, na acolhida e no amor.

Você é nossa mãe! Sem você, não

existiríamos! Por isso, você é o motivo do agradecimento, da festa e da ale-gria. Especialmente, ao completar 90 anos, com saúde e lucidez, e acompa-nhando tudo o que se passa.

Hoje, mãe, você é, também e sobre-tudo, a “Vó Dileta”! Pois, ao celebrar 90 anos, Você conquistou uma família maior do que aquela de seus 11 filhos: Você tem 4 noras: a Leiry, a Maria, a Justina e a Anadete; 4 genros: o Antô-nio, o Alves (em memória), o Agenor e o Lenoir. E ainda: 22 netos e 9 bisne-tos! Então: Louvar a Deus e agradecer a todos e a tudo, é um privilégio!

| Comunicações | Dezembro 2015 |690

Fraternidades

os dias 09 e 10 de novembro, frades e os Postulantes reali-zaram o Encontro Fraterno

Recreativo, em São Sebastião, Lito-ral Norte / SP. Nem todos puderam estar presentes. Que pena!

Frei João Francisco, coordena-dor, conduziu a Oração da Manhã, as Laudes, do próprio da Festa de São Francisco de Assis. O Evange-lho do dia (Jo 2,13-22) pede para “expulsar os vendilhões do templo”, cuidar dele e respeitá-lo, porque é sagrado.

O objetivo desse Regional Festivo, a essa data, não foi para decretar o encerramento das ati-vidades locais deste ano, mesmo porque ainda estão em andamen-to, mas o de aproveitar a oportu-

nidade de convivência fraterna mais abrangente, entre seus mem-bros e Postulantes, agradecer ao Senhor todo o bem realizado e pedir-Lhe a continuidade da ca-minhada franciscana, sempre com vigor e entusiasmo, onde quer a “providência” coloque os destinos de cada um, no próximo ano. Foi oportuno lembrar o Estágio Voca-cional que aconteceu no Postulan-tado no final de outubro e começo de novembro, sob a orientação de Frei Diego e Frei Alvaci. Eram 32 jovens vocacionados provenientes de vários Estados.

Na Casa em São Sebastião, atraiu a atenção, de modo especial, a “Primeira Exposição Franciscana de Presépios, no Convento Francis-cano Nossa Senhora do Amparo; são mais de 20 presépios de várias

regiões do Brasil e de outros paí-ses”, com a temática “A Misericór-dia”. Até o Papa Francisco está pre-sente dentro deles, e, entre outras, deixou esta mensagem: “Precisa-mos sempre contemplar o mistério da misericórdia, que é fonte de ale-gria, serenidade e paz” (Laudato Si’). “Sede misericordiosos como o Pai é misericordioso” (Lc 6,36). Criatividade e arte, na montagem dos presépios, têm a marca e a co-ordenação de Frei Paulo Santana, num trabalho em equipe da comu-nidade paroquial e de Frei Marcelo Romani, da fraternidade local.

Esse Encontro Regional Recre-ativo deixou uma muito boa im-pressão e um convite, os da “cer-veja partilhada”: não mais tomada à parte, mas com “mais copos à mesa”.

ENCONTRO REGIONAL DO VALE DO PARAÍBAFREI CLAUDINO DAL’MAGO

691| Comunicações | Dezembro 2015 | 691

este domingo, 25 de outubro, o Seminário Franciscano Frei Galvão celebrou com grande

alegria a festa de seu padroeiro. Às 9h30, o guardião da fraternidade, Frei João Francisco da Silva, presidiu a Missa Solene em honra ao primei-ro santo brasileiro. Após a comu-nhão, houve a bênção das Pílulas de Frei Galvão, que são distribuídas aos romeiros que, diariamente, visitam o seminário. Em seguida, todos se diri-giram em procissão até a Exposição de Presépios, onde Frei João aben-çoou e inaugurou a nova mostra.

O tema escolhido pela fraterni-dade para esta 3ª Exposição Francis-cana de Presépios foi a Misericórdia, tendo em vista que no próximo ano

celebraremos o Jubileu Extraordi-nário da Misericórdia, proclamado pelo Papa Francisco.

Logo na entrada da exposição nos deparamos com o versículo bí-blico: “Sede misericordiosos como o vosso Pai é misericordioso” (Lc 6, 36), que nos motiva a refletir sobre o amor de Deus, que se encarnou e veio até nós e aqui vemos represen-tado nos presépios.

A mostra conta com presépios de diversos países e estados brasi-leiros, como: Holanda, Alemanha, Vaticano, México, Peru, Minas Ge-rais, Santa Catarina, entre outros. Podemos ressaltar ainda um presé-pio angolano, em homenagem aos 25 anos de presença franciscana no país; também um presépio da Síria, que aborda o tema da guerra civil; e

POSTULANTADO FREI GALVÃO

“MISERICÓRDIA”, TEMA DA 3ª EXPOSIÇÃOFRANCISCANA DE PRESÉPIOS

WILLIAN BERNARDI DE CASTRO

um quadro da Sagrada Família em fuga para o Egito, que é uma memó-ria dos inúmeros refugiados que são obrigados a deixarem seus países em busca da dignidade humana.

A Exposição Franciscana de Pre-sépios fica aberta diariamente das 8h30 às 11h30 e das 14h às 16h. Ve-nha conferir!

Fraternidades

692 | Comunicações | Dezembro 2015 |692

m 2021 será celebrado em todo o mundo o Jubileu de 800 anos da Ordem Franciscana Secu-

lar. No Brasil, em preparação a essa grande celebração, está acontecendo uma peregrinação da relíquia de São Francisco de Assis, juntamente com a imagem do santo.

A ideia partiu do Conselho Na-cional da Ordem Franciscana Secular, após receber tão grandes presentes, vindos diretamente da cidade de Assis. A imagem foi um presente da Cúria Geral dos Frades Menores Capuchi-nhos e a relíquia, um fragmento do osso do santo, foi ofertada pela Cúria Geral dos Frades Menores Conventuais.

A peregrinação teve início na re-gião Sudeste III da OFS do Brasil, que inclui o Estado de São Paulo e Sul de Minas Gerais. A primeira fraternidade que recebeu a imagem e relíquia foi a fraternidade das Chagas do Seráfico Pai São Francisco, localizada no Largo São Francisco, em São Paulo, no dia 20 de setembro de 2015.

A Região Sudeste III, a maior do Brasil em número de fraternidades, é constituída por 8 distritos, sendo que a Baixada Santista faz parte do primeiro distrito, juntamente com a cidade de São Paulo, Grande São Paulo e ABC. Em virtude do elevado número de frater-nidades, 86 no total, a peregrinação se encerrará na região em junho de 2016.

A RELÍQUIA No dia 10 de novembro, terça-fei-

ra, a relíquia de São Francisco foi trazi-da pela fraternidade Nosso Senhor do Bonfim, do Parque das Nações, Santo André (SP), para a fraternidade da OFS Valongo. Foi entronizada na mis-sa das 15 horas. Nessa oportunidade foi proclamado o início do ano jubilar da OFS Valongo, que em outubro de 2016 estará celebrando 375 anos de existência.

RELÍQUIA DE SÃO FRANCISCO EM SANTOSANA MARIA RODRIGUES

Pelo programa da peregrinação, a relíquia permaneceu dois dias em cada fraternidade, que ficou responsá-

vel pela programação do período. No Valongo, a relíquia ficou exposta nos dias 11 e 12 de novembro.

Fraternidades

693| Comunicações | Dezembro 2015 | 693

o dia 07 de novembro deste ano, houve a abertura para vi-sitação da primeira exposição

franciscana de presépios, em nosso convento franciscano de Nossa Se-nhora do Amparo. As nove horas da manhã iniciamos a solenidade, com a presença do Senhor Bispo Diocesano de Caraguatatuba, Dom José Carlos Chacorowski, e diversas autoridades do poder público, civil e militar. Tive-mos a participação do coral munici-pal Maestro Sinésio Pinheiro, de São Sebastião, para abrilhantar esse mo-mento tão especial.

São 32 presépios expostos, oriun-dos de vários países e diversas regiões do Brasil. O tema central está estam-pado logo na porta de entrada, que é o lema do Ano da Misericordia: “Mi-sericorde Sicut Pater!”, onde encon-tramos também, ao lado, o primeiro presépio feito por um menino de tre-ze anos, às margens do Rio São Fran-cisco, no Estado de Sergipe.

Respondendo ao chamado do Papa Francisco, a Igreja em todo o mundo celebrará este Ano Jubilar, o 29º jubileu na história da Igreja Ca-tólica, um Ano Santo extraordinário centrado no tema da Misericórdia. Pela Bula de 11 de abril de 2015, o Ano Santo da Misericórdia terá início no dia 8 de dezembro de 2015, Sole-nidade da Imaculada Conceição, com a Santa Missa de abertura da Porta Santa da Basílica de São Pedro e será concluído no dia 20 de novembro de 2016, Solenidade de Nosso Senhor Je-sus Cristo, Rei do Universo.

Este tema perpassa toda a exposi-ção, juntamente com o espírito fran-ciscano da simplicidade, da humilda-

de, que deve prevalecer para mostrar o mistério da encarnação presente nos diversos países e povos represen-tados aqui neste lugar.

A feira de Natal, pensada inicial-mente, acontece junto com a exposi-ção. Nela se encontram lembranças, objetos religiosos e de Natal. No mes-mo espaço, também estão sendo co-mercializados pães e biscoitos, feitos em nosso convento. O objetivo, além de angariar fundos para as despesas da exposição, é a sustentabilidade de nosso convento.

O nosso Convento Nossa Se-

nhora do Amparo abre as portas para receber visitantes, não somen-te para a exposição propriamente dita, mas também como marco ce-lebrativo do jubileu de ouro da Pa-róquia Nossa Senhora do Amparo, mostrando um pouco da riqueza franciscana. A exposição vai ficar até dia 07 de fevereiro de 2016, principalmente porque nesta época do ano o fluxo de turistas é muito forte, e assim, proporcionamos a eles mais uma opção enriquecedo-ra, juntando o lazer, a religiosida-de, a arte e o conhecimento.

PRIMEIRA EXPOSIÇÃO FRANCISCANA DE PRESÉPIOS EM SÃO SEBASTIÃO

FREI MARCELO PAULO ROMANI E FREI PAULO ROBERTO S. SANTANA

Fraternidades

| Comunicações | Dezembro 2015 |694

Fraternidades

rei Walter Hugo de Almeida é mineiro de Diamantina, onde nasceu no seio de uma famí-

lia de artistas, no dia 14 de junho de 1936. Teve a maior inspiração de sua vida quando conheceu o também poeta Francisco de Assis e, no dia 19 de dezembro de 1965, vestiu o hábito franciscano. “Sou um homem reali-zado; um franciscano de coração e de vida, amante da Província Fran-ciscana da Imaculada Conceição”, confessa em seu livro “Retalhos da Vida”, que lançou em outubro pas-sado. “Um sacerdote apaixonado pela Igreja”, acrescenta o frade que se ordenou presbítero no dia 12 de de-zembro de 1971.

Na sua caminhada, como leigo cristão, militar, seminarista, francis-cano e sacerdote, nunca abandonou a poesia. “É uma necessidade bio-lógica”, garante. “Poesia é a transfi-guração artística da palavra, muitas vezes, em suas impertinências. O poeta transfigura a realidade”, ex-

FREI WALTER LANÇA “RETALHOS DA VIDA”

plica o autor, que acatou os conse-lhos de Frei Hans Stapel, fundador da Fazenda da Esperança, para pu-blicar um livro de poemas. “Nunca tive pretensão de publicá-los; e eles

foram se acumulando em minhas gavetas”, revela.

Segundo o frade, que atualmente reside na Fazenda da Esperança, em Guaratinguetá, os versos brotaram nas poucas horas em que tem dis-ponível, nunca por encomenda. “ A gente não faz poesia, ela nos faz...”, corrige.

“Meu confrade, Frei Walter Hugo, com muita sabedoria, nos ajuda, atra-vés de suas poesias, a descobrir e com-preender os retalhos da vida”, escreve na apresentação do livro Frei Hans.

Neste livro, Frei Walter reúne 142 poemas que vão do ideal cristão, do mundo da utopia, do sentido da reli-gião, até o carisma franciscano. Pre-fere o soneto como gênero literário, mas também há textos modernos e simbolistas. “Para o poeta, o que importa é a relação com o mundo, as coisas, num sentido particular, sub-jetivo... Até certo sentido, suas ideias são universais, só que ditas em outro sentido do comum!...”, completa.

a noite do dia 26 de outubro, nas dependências do Seminá-rio Santo Antonio, foi aber-

ta a 15ª Feira do Livro de Agudos, realização da Prefeitura Municipal, através da Secretaria de Educação e Cultura. A solenidade, aberta pelo Prefeito Everton Octaviani, contou com a reinauguração da Biblioteca Frei Onésimo Dreyer, o lançamento do livro “Retalhos da Vida”, de Frei Walter Hugo de Almeida, e sarau para homenagear o escritor, além de

POESIA, LEMBRANÇAS E HISTÓRIA MARCAM A 15ª FEIRA DO LIVRO

ROSELI ANDREOTTI

| Comunicações | Dezembro 2015 |

Fraternidades

exposição das esculturas de Frei Pe-dro Pinheiro.

Em dois meses de preparação, sob os cuidados de Frei Leonardo Pinto dos Santos e da Prof. Maria Helena Lovisi, a biblioteca tem o caráter es-pecial de exposição permanente de livros raros, como exemplo, “Os Lu-síadas”, de Camões, do séc. XIX.

Frei Walter foi homenageado pelo

Prefeito de Agudos, acompanhado pelo Secretário de Educação e Cul-tura, Prof. Waldemir Rodrigues de Mello e pela Coordenadora de Cultu-ra, Prof. Marisa A. da Silva Octaviani. Poemas e biografia do escritor foram apresentados com a participação do músico Raphael Gouveia Bortoluzzii, fazendo menção à sua naturalidade mineira, ao amor materno e maria-

no, aos votos e vocação franciscana.A comunidade agudense fez-se

presente através de representantes da Câmara Municipal, secretarias municipais, especialmente da Cul-tura e do Turismo, escolas, frades franciscanos, membros da Ordem Franciscana Secular, Clubinho São Francisco (catequese de perseveran-ça) e amigos locais.

AGUDOS: CASA DA FAZENDA DE CARA NOVA...

ra proporciona o divisor de águas: de um lado, nascentes do rio Turvo e de outro a nascente do rio Lençóis Paulista.

A fazenda Santo Antônio participou de algumas caval-gadas realizadas na cidade de Agudos. A última partici-pação foi em prol da construção de uma casa para idosos. Confeccionamos uma camiseta com a marca da fazenda, uma estrela, e no interior dela a inscrição de Paz e Bem. Participaram 23 cavaleiros em nossa comitiva, e ao todo em torno de 250 cavaleiros nas ruas da cidade, terminando com um suculento almoço.

Foi realizada uma pintura completa na casa sede da fa-zenda, onde os primeiros frades residiram antes da cons-trução do Seminário. Foram agrupadas no porão da casa diversas ferramentas agrícolas e objetos mais antigos usa-dos na agricultura em geral. Ao lado há uma pequena hor-ta, e também plantamos um pequeno pomar com frutas diversas. E na fazenda ainda construímos uma pequena pista de areia, fechada, para andar a cavalo, aos menos ex-perientes, e com mais segurança.

Foram adquiridas 5.000 mudas de ár-vores nativas; sendo duas mil já plantadas e outras três mil a se-rem plantadas em de-zembro na nascente do rio Lençóis Paulis-ta, e em outras partes de sua margem. No alto da fazenda, a ser-

Sobre o refeitório dos frades foram re-formados 25 quar-tos, e transformados em apartamentos, já concluídos há me-ses. Foi a última área do convento refeita. E continuamos até hoje com pinturas em diversos locais, mas principalmente nos corredores.

| Comunicações | Dezembro 2015 |696

Fraternidades

o último Encontro Regional deste ano, os frades das três fraternidades do Espírito San-

to se reuniram em uma bonita fazen-da nos arredores de Vila Velha (ES) para um momento recreativo. Já no domingo (15) à noite, alguns frades foram ao local e iniciaram o encon-tro festivo. Na segunda-feira (16), os demais frades se juntaram aos outros que já estavam por lá e todos juntos puderam agradecer pelos trabalhos realizados por todos em suas frater-nidades e aproveitaram a beleza da propriedade para caminhar, ver os animais e conhecer toda a fazenda.

O encontro também foi ocasião para descansar e, por isso, todos se reuniram em torno da mesa para um disputado jogo de cartas, mas também para partilhar do sabor dos

o dia 14 de novembro, em Três Pontas, MG, foi beatificado Padre Francisco de Paula Vic-

tor, o primeiro negro a ser ordenado presbítero no Brasil.

Nasceu em Campanha, MG, aos 12 de abril de 1822. Era escravo e foi alforriado por sua madrinha, Maria-na Bárbara de Almeida, que lhe fez um dote de terras, para ascender ao sacerdócio.

Como aprendiz de alfaiate teve

BEATIFICAÇÃO DO PRIMEIRO PADRE NEGRO DO BRASILuma conversa com Dom Antônio Ferreira Viçoso, então bispo de Ma-riana, MG, que o aceitou no Seminá-rio, também com a intenção de cola-borar na abolição da escravatura.

Ordenado aos 14 de junho de 1853, foi destinado por Dom Viçoso a paroquiar Três Pontas, onde ficou até a morte, ocorrida a 23 de setembro de 1905.

Nesses mais de 50 anos, na mesma cidade, levou vida simples e abnega-da. Imaginemos o preconceito e a dis-criminação contra os negros - mesmo sendo padre!

Sua caridade para com os pobres era proverbial: dava tudo o que re-cebia; atendia a todos, viajando em carro de bois até as mais longínquas fazendas.

Dedicou-se à instrução, fundando

a Escola Sagrada Família, onde estu-dou o primeiro bispo da Campanha, Dom João de Almeida Ferrão, + 1935, que teve como coadjutor e sucessor Dom Frei Inocêncio Engelke, ofm.

O processo de beatificação do Pe. Victor iniciou-se aos 16 de julho de 1993. Após idas e vindas, as virtudes heróicas foram reconhecidas em maio de 2013 e o milagre, atribuído a sua intercessão, aos 05 de maio deste ano.

No dia 14 de novembro, a cidade de Três Pontas recebeu numerosos devotos e romeiros do Venerável Ser-vo de Deus, que foi beatificado pelo delegado pontifício Cardeal Ângelo Amato, prefeito da Congregação das Causas dos Santos.

+ D. Frei Diamantino P. de CarvalhoBispo da Diocese da Campanha

ENCONTRO RECREATIVO DO REGIONAL DO ESPÍRITO SANTOFREI GILSON KAMMER

alimentos e, como não podia faltar, o churrasco foi o prato principal, acom-panhado de boas histórias e muitas ri-sadas. Alguns frades ficaram ainda até a terça-feira (17) ao meio-dia, quando todos voltaram às suas fraternidades para continuar seus trabalhos.

Fica o agradecimento de todos os frades à família que disponibilizou o agradável espaço para este encontro fraterno e a todos os frades que dele puderam fazer uso para melhorar ainda mais a vida franciscana deseja-da por todos.

697| Comunicações | Dezembro 2015 | 697

Fraternidades

Seminário Santo Antônio de Agudos recebeu, de 26 a 30 de outubro, trinta frades

para o Retiro Provincial do ano, que foram assessorados por Frei Vitorio Mazzuco. Apenas cinco não vieram e dois por estarem enfermos.

Frei Vitório nos conduziu a mer-gulharmos no universo do Caris-ma Franciscano, dentro de uma metodologia muito feliz: Resgatar os valores já conhecidos por todos nós, mas que mereceriam ser re--esquentados por nós. Assim, ele delineou os temas desses dias de Retiro, nesta perspectiva: a) A Casa do Coração (Etos); b) A Casa dos Valores (Ética); c) A Casa do Mundo (oikos). Nos encontros, Frei Vitorio valeu--se de bons e significativos slides e textos – com legendas, ilustrando a sua temática. O assessor nos chamou sempre a atenção para a riqueza da marca franciscana de ontem, de hoje, e nos sonhos para o amanhã. Real-çou vários e especiais ícones fran-ciscanos de nossa história, que nunca perdem sua atualidade... Suas incursões, sempre foram com-provadas pelo caráter histórico, e por seu jeito místico, poético, em expor suas ideias. O assessor possui uma capacida-de impressionante de perceber na história, intuições franciscanas, nas entrelinhas, e que perpassam toda a História de ontem e vem até hoje!... Para todos os participantes, a Ida-de Média foi focada numa visão de pontos-chave de valores que, hoje, resgatados, não só pelos francisca-nos, em sua filosofia e teologia, mas também, por outros que não são do mundo de Francisco...

Todos nós saboreamos esses dias de Retiro, constatando que Frei Vitó-rio se mostrou plenamente cônscio do Carisma, e condutor de todos para o mergulho no universo de nossa Espiritualidade. Pelo que ouvi dos retirantes, todos apreciaram sumamente esses dias, como de sabor profundamente humano, cristão, franciscano, ecle-sial... A marca do Retiro foi: a) Encon-tros de palestras profundas e bem sóbrias, em termos de espaço; b) Textos resumidos após cada encontro; bastante tempo para a meditação individual, pessoal; c) Oportunidade para a partilha di-ária, nas Eucaristias; d) Riqueza nas exposições, pelo talento ex-periencial de Frei Vitório, sempre muito ligado à sociedade de hoje, à Vida Consagrada Franciscana, e à nossa Mãe Igreja. O tema abrangente de todo o Re-tiro foi reconstruir a Casa... Neste sentido, foi-se deslanchando nos

dias disponíveis, até chegar à coroa, quando se encerrou este Tempo de Graças!... o Retiro. Nas vésperas do encerramento, houve uma linda e significativa Celebração Penitencial; enrique-cedora na vida de cada retiran-te. Nesta, cada um deveria levar uma lista íntima, própria, com duas colunas: 1. As luzes próprias e dos irmãos... 2. As som-bras próprias e dos irmãos... Na Celebração, em silêncio, cada um a apresentaria ao Senhor... Todos nós expressamos a nossa gratidão à Fraternidade do Semi-nário; aliás, já é bem conhecida pelo seu carinho em acolher a to-dos os confrades. Encerramento: Às 11h00, com a Eucaristia; depois, o almoço, e muitos já viajaram. Tudo manifes-tava alegria, estampada nos rostos de quem partia ou ficava... E QUE DEUS SEJA LOUVADO POR MAIS ESTA GRAÇA CE-LESTE!

ETOS – ÉTICA – OIKOS: RECONSTRUIR A CASAFREI WALTER HUGO

| Comunicações | Dezembro 2015 |698

a manhã da segunda-feira (02/11), mais de 200 paro-quianos da Paróquia São Pau-

lo Apóstolo, de Agudos, reuniram-se para a tradicional Missa de Finados, neste ano, por conta da chuva, rea-lizada na Igreja Matriz. A Missa foi celebrada pelo pároco Frei Ademir Sanquetti e contou com a presen-ça do Diácono Marcos Arantes.

O Dia de Finados ou o Dia dos Fiéis Defuntos tem por objetivo a ce-lebração da vida eterna das pessoas que já faleceram. “É um dia de rezar pelos entes queridos que já se foram. Não é dia tristeza e, sim de saudade e boas lembranças”, frisou o pároco Frei Ademir, durante a celebração.

PARÓQUIA SÃO PAULO APÓSTOLO CELEBRA FINADOS

Mais de 200 fiéis reuniram-se na manhã de 2 de novembro para a tradicional Missa de Finados

O Dia de Finados celebra a vida eterna das pessoas que já faleceram.

o dia 12 de novembro de 2015, no Centro de Pastoral do Santuário Divino Espírito

Santo, foi feito o lançamento do novo livro de Frei Clarêncio Neotti: “Ani-

mais no Altar”. Os convidados foram recebido no auditório superior, onde podiam comprar seus exemplares e levá-los para serem autografados pelo autor.

Frei Clarêncio fez, na sequência, uma pequena palestra sobre o livro

e se colocou à disposição para per-guntas e curiosidades sobre o tema “Animais no Altar”.

Em seguida, amigos, autoridades municipais e confrades foram recep-cionados no auditório térreo para um farto coquetel.

LANÇAMENTO DO LIVRO “ANIMAIS NO ALTAR”FREI JAMES F. GOMES NETO

Fraternidades

| Comunicações | Dezembro 2015 | 699

Fraternidades

om muita fé, alegria, devoção e louvor, a Paróquia São Pedro Apóstolo, de Gaspar (SC), ce-

lebrou, entre os dias 1º a 4 de outu-bro, a Festa de São Francisco de As-sis, do ano 2015. Tendo como tema central, “São Francisco e a alegria do Evangelho”, foi preparada uma ex-tensa programação, que contou com a participação de toda a comunidade paroquial.

No primeiro dia do Tríduo, a Ce-lebração Eucarística, presidida por Frei Carlos Ignacia, teve a participa-ção de todos os movimentos e pasto-rais da Paróquia, da Família Francis-cana e o povo. Em sua homilia, Frei Carlos discorreu sobre o lema esco-lhido: “São Francisco e a Alegria de ser missionário”.

Para o segundo dia do Tríduo, o

CAMINHADA FRANCISCANA EM GASPARGERTRUDES CRESCENCIA SPENGLER lema escolhido foi “São Francisco e a

Alegria da vocação”. A programação deste dia contou com a participação das 16 comunidades da Paróquia, a Família Franciscana, Coral Santa Ce-cília, os jovens e o povo.

No terceiro dia do Tríduo, a Ce-lebração Eucarística teve a partici-pação dos catequistas, catequizan-dos, Família Franciscana e o povo. A Celebração iniciou-se com uma procissão luminosa, saindo da Gruta de Nossa Senhora de Lourdes até a Igreja Matriz. O lema escolhido para este dia foi “São Francisco e a Alegria de ser menor e servidor”. No dia 3 (sábado), após a Oração da Manhã, aconteceu a Caminhada Francis-cana, com a participação de cate-quizandos, catequistas, membros da OFS, das Irmãs Franciscanas, os Freis da Paróquia, lideranças e fiéis que comungam do ideal franciscano.

A Caminhada iniciou-se às 8h30, em frente da Linhas Círculo, estenden-do-se até o centro da cidade. Foram distribuídos panfletos com a Oração pela Paz aos funcionários da Empre-sa Círculo, atendentes do Comércio e transeuntes que circulavam pela rua.

Seguindo o exemplo de São Fran-cisco, que amava todas as criaturas, às 10h00, no pátio da Igreja Matriz, foram abençoados os animais de estimação, trazidos por crianças e adultos.

Encerrando as festividades de São Francisco de Assis, no dia 04, às 8h00, foi celebrada a missa, presidida por Frei Germano Guesser, assisten-te espiritual da Fraternidade Santo Antônio de Pádua. Nesta celebração, houve a comemoração do Jubileu de 25 anos de profissão na Ordem Fran-ciscana Secular de nossa Irmã Mar-garida Demmer.

| Comunicações | Dezembro 2015 |700

Fraternidades

novo bispo da Diocese de Blumenau, Dom Rafael Bier-naski, fez a sua primeira visi-

ta à Paróquia São Pedro Apóstolo de Gaspar, nos dias 13 e 15 de novem-bro, quando ministrou o sacramento do Crisma para 301 jovens e adultos. Dom Rafael tomou posse na Diocese no dia 29 de agosto último.

Dom Rafael participou de duas celebrações: uma na sexta-feira (13), quando crismou 150 jovens e, no do-mingo, 15, quando crismou mais 151 jovens.

Saudando a todos, de modo espe-

cial aos crismandos, Dom Rafael dis-se que o Espírito Santo é um presente enviado por Deus para o fortaleci-mento na busca da santidade.

Recomendou a cada um que vi-vesse o amor em plenitude como Je-sus viveu. Jesus foi capaz de doar sua própria vida em benefício de todos. Viver o amor em plenitude é traduzi--lo em gestos e atitudes. Sigam a Jesus e amem as pessoas. Elas estão seden-tas de amor.

Aos padrinhos, disse-lhes que a Igreja pede e lhes confia uma missão. Seus afilhados haverão de segui-los. Portanto, precisam ser responsáveis e mostrarem a eles o caminho que os levará à felicidade. Agradeceu aos pais por terem transmitido aos seus filhos o dom da fé. É na família que a semente da fé é lançada.

CRISMA EM GASPAR

Os catequistas, disse ele, não são pessoas desocupadas, que não têm o que fazer. São pessoas que, além do seu trabalho cotidiano, en-contram tempo para dedicar-se na transmissão dos ensinamentos de Jesus Cristo.

Por suas palavras, Dom Rafael revelou o que pede e espera Jesus de seus seguidores e, pela demonstração de afeto, externado às pessoas, nessa primeira visita, conquistou a amizade e o carinho de todos que se fizeram presentes na Celebração.

AGRADECIMENTOO pároco Frei Germano Guesser,

em seus agradecimentos, confessou que a primeira visita de Dom Rafael Biernaski alegrou muito a todos.

“Ao crismar ou confirmar estas crianças, é toda a Paróquia que se sente confirmada na verdadeira fé”. Segundo Frei Germano, mesmo sen-do há pouco tempo Pastor em Blume-nau, o povo já se sentia próximo dele.

“Sua presença aqui, Dom Rafael, nos enche de alegria e mostra a essas crianças o rosto amoroso do Pastor, do Pai”, disse.

“Quero, em nome de toda a Pa-róquia de São Pedro Apóstolo, agra-decer-lhe de coração, por esta visita. Agradecer-lhe, mais uma vez, pela alegria que nos proporciona por es-tar em nosso meio, como nosso Pai e Pastor”, terminou, pedindo a bênção apostólica.

| Comunicações | Dezembro 2015 |

campanha por doações para as vítimas da tragédia de Ma-riana mobilizou São Paulo e

alguns estados. A Província, através do Pró-Vocações e Missões Fran-ciscanas, enviou doações a Mariana para ajudar às vítimas da tragédia ocasionada pelo rompimento da barragem da mineradora Samarco no município de Bento Rodrigues e que afetou toda a população local e o ecossistema do Vale do Rio Doce.

Frei Alvaci Mendes da Luz, coor-denador do Pró-Vocações e Missões Franciscanas (PVF), fez questão de enfatizar o seu agradecimento, em nome da Província, a todos os doa-dores desta campanha, que uniram forças para o bem comum. “Quando a gente une os corações, o milagre da partilha acontece”, acredita o frade, explicando como se dará a entrega dos mantimentos em Mariana.

“Um grupo de ‘aventureiros do bem’, chamado ‘Brasil fora de Es-trada’, teve a brilhante ideia de pe-gar seus carros, que geralmente são usados para passeios e ralis, e usar para entregar doações às vítimas de Mariana e cidades vizinhas”, informa Frei Alvaci. A campanha nasceu da iniciativa do grupo, unida ao desejo de ajudar aquelas pessoas afetadas. Na terça-feira, dia 10 de novembro, foi lançada a primeira divulgação.

Em menos de 24 horas após a divulgação nas redes sociais, as do-ações começaram a chegar. Segundo Frei Alvaci, a localização do Conven-to São Francisco – na região central de São Paulo – e os meios de comu-

nicação mobilizados (redes sociais da Província, sites, Rádio 9 de julho) ajudaram a espalhar a iniciativa. “Em menos de uma semana tínhamos o espaço do Pró-Vocações e Missões Franciscanas lotado de doações”, afirma com alegria o frade.

Uma das doadoras foi a Mar-leide Bezerra da Silva, que mora na Mooca, zona leste de São Paulo. Ela contou que ouviu na Rádio 9 de Ju-lho o apelo, e decidiu trazer algumas doações de roupas, alimentos e uten-sílios de cozinha para doação.

A ação uniu não somente católi-cos ou benfeitores do Pró-Vocações. Foi o caso das jovens Julia, Vitória e Mariana. Elas são amigas, tem 16 anos e não são católicas. Elas soube-ram da iniciativa através das redes

sociais, se mobilizaram pelo What-sapp para arrecadar as doações, e as trouxeram na tarde de quarta-feira, dia 18. As jovens confessaram que a situação dos moradores de Mariana comoveu muito o grupo e o levou a tomar essa iniciativa.

Tudo aquilo que foi arrecadado será levado na noite desta quarta--feira para os moradores de Mariana e região, que certamente receberão com muita alegria as doações de tan-tos paulistanos sensibilizados com o drama por eles vivido. “Muito em breve, cada litro de água, cada peça de roupa, calçados, fraldas, alimen-tos, remédios, enfim, tudo o que conseguimos, estarão nas mãos de quem realmente precisa”, conclui Frei Alvaci.

PVF

SOLIDARIEDADE COM AS VÍTIMAS DE MARIANA

éRIKA AUGUSTO

Fraternidades

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702 | Comunicações | Dezembro 2015 |

Evangelização

o dia 11 de novembro pas-sado, Angola comemorou 40 anos de Independência. Esta

efeméride acontece quando, de um lado, Portugal está fragilizado por conflitos internos e, de outro, há o an-seio de “libertar Angola do colonialis-mo, da escravatura e da exploração”.

A Enciclopédia Wikipédia traz longos textos sobre o assunto, dos quais podemos destacar alguns tópi-cos.

No dia 04 de janeiro de 1961, na região de Malange, os trabalhado-res de algodão, “armados de catanas (facões) e canhangulos (espingardas artesanais) mobilizam-se num levan-te contra a exploração, e destroem plantações, pontes e casas”. Portugal reprime a revolta. Este fato é lembra-do, pelos moradores, como o “Dia dos Mártires da Baixa Cassange”, mas o governo central o ignora porque o “início oficial da Luta Armada de Libertação Nacional” – não foi em Malange, mas em Luanda, pois em 04 de fevereiro de 1961, um grupo do MPLA (Movimento Popular de Li-bertação de Angola) invade a Casa de Reclusão Militar para libertar alguns detentos. Portugal reage e faz muitas vítimas. Para o partido (MPLA), este

NOTÍCIAS DE MALANGEFREI LUIz IAKOvACz

Seminário Santo Antônio encerrou sua atividade acadêmica com 58 seminaristas e alguns alunos externos. Dezessete (17) deles estão previstos para

ingressar no Potulantado, no próximo ano. Em 2016, a es-timativa é de termos 60 seminaristas, aproximadamente.

No último Conselho Paroquial, todos foram unânimes em solenizar o Natal, não só com a tradicional limpeza do pátio, estrada e novena, mas também termos uma ence-nação e a união de todas as equipes corais para formamos uma grande assembleia cantante, com hinos novos, a vozes e instrumentos (teclado, flauta). Frei Luiz assumiu os en-saios e a encenação.

A confraternização dos frades será junto com as três comunidades de Irmãs, na noite de Natal, após a celebra-ção. Estamos torcendo que não chova, para que seja cam-pal, no pátio da casa paroquial.

No dia 22 de novembro, Festa de Cristo Rei, após sete anos sem Ordenações Diocesanas, o Bispo de Malange Dom Benedito Roberto ordenou um presbítero e um diá-cono. A celebração aconteceu no Centro Esportivo, territó-rio de nossa paróquia. Por isso, a ornamentação do espaço físico e a acolhida do povo estavam sob a nossa responsabi-lidade. O pároco, Frei Afonso, coordenou todo o trabalho. O povo se fez presente em grande número, bem como o Núncio Apostólico e o único Cardeal de Angola, o emérito Dom Alexandre, natural desta cidade.

A INDEPENDÊNCIA DE ANGOLA

é o início da Guerra pela Independên-cia.

Porém, fatos semelhantes acon-tecem com o FNLA (Frente Nacio-nal de Libertação de Angola), em Ambriz, no noroeste do país, e com a UNITA (União Nacional para a Libertação Total de Angola), em Hu-ambo, no sudoeste. Essas dissenções internas, aliadas ao forte senso tribal e o acentuado regionalismo, dificultam a construção de uma aliança nacional.

Depois de 14 anos, em julho de 1974, há o cessar-fogo. Em 15 de ja-neiro de 1975, assina-se o Acordo Al-vor entre Portugal e os três partidos angolanos. Compôs-se um Governo de Transição até 11 de novembro, data

oficial em que Angola será proclama-da um país independente e soberano.

A partir de então, muitos portu-gueses regressam ao país, e Angola ficou sem a mão-de-obra qualificada. Porém, o mais agravante foi o conflito interno entre os partidos pelo “con-trole das diferentes regiões de Angola e pela composição do novo governo”.

Apoiados pelo interesse de outros países e, por eles financiados, Angola ingressa numa desumana e cruenta Guerra Civil (1975 -2002).

Ao todo, foram 41 anos de sofri-mento do povo.

Hoje, após 13 anos de paz, o país está se reconstruindo a olhos vistos. O MPLA, apoiado pela Organização da Unidade Africana (OUA), foi o par-tido que predominou durante todos esses anos. O primeiro presidente foi Agostinho Neto (1975 -1979), subs-tituído por José Eduardo dos Santos que se mantém no poder até hoje (36 anos).

O país está se desenvolvendo, sem dúvida, mas, para a ONU, Angola está entre os países mais pobres do mun-do e a Transparência Internacional o classifica como um dos mais corrup-tos. Ainda há um “longo caminho a percorrer” (1Rs 19,7).

703| Comunicações | Dezembro 2015 |

Evangelização

ob os acordes de “Veni Cre-ator”, no dia 14 de novembro, Ir. Maria de Nazaré, Ir. Clara Mª

do Espírito Santo, Ir. Verónica Mª da Santa Face, Ir. Amélia Da Trindade, Ir. Mª do Carmo da SS. Trindade, Ir. Beatriz Mª da Divina Misericórdia e Ir. Irene Mª do Céu, após onze anos de caminhada e formação, fizeram a sua profissão perpétua nas mãos da Madre Maria Fabíola, abadessa no Mosteiro do Sagrado Coração de Je-sus, em Luanda.

A celebração foi presidida pelo bispo auxiliar da Arquidiocese de Luanda, Dom Zeca Martins e conce-lebrada por Dom Chingo ya Hombo, bispo emérito da Diocese de Mbanza Kongo, Dom Zacarias Kamwenho, arcebispo emérito da Arquidiocese do Lubando, Dom António Manuel dos Santos, Bispo de São Tomé e Príncipe, e por mais de trinta padres de diver-sos institutos religiosos e do clero da Diocese local. A celebração teve início às 10 horas e terminou por volta das 14h30. Àquele lugar, por ser um San-tuário e casa de Monjas, acorreram religiosos e religiosas consagrados de mais de quarenta congregações reli-giosas e cerca de quatro mil fiéis de diversas paróquias de Luanda e de ou-tras dioceses do país, segundo os da-dos fornecidos pelo protocolo, dando uma ideia de como é a consagração solene dessas Damas Pobres, nutridas por Deus ao se comprometerem a vi-ver uma vida de contemplação, silên-cio e oração, apartando-se do barulho do mundo.

Sob o lema “Onde quer que haja consagrados, aí há alegria”, as mais de cinquenta Irmãs Clarissas daque-le mosteiro, com cânticos e aplau-sos, fizeram transparecer sua ale-

gria por serem sinais de presença silenciosa, mas cada vez mais eficaz.

Antes das ladainhas, Dom Chingo Ya Hombo teve que abandonar o altar por razões de saúde. Após a prostra-ção das Irmãs, o presidente da cele-bração falou da responsabilidade da consagração e recordou que aquela profissão religiosa era um ato de li-berdade. As Irmãs escolheram Cris-to como a prioridade em suas vidas. Abandonaram suas casas paternas para se unirem ao seu esposo. Esco-lheram o simples para confundirem o mundo. Renunciaram a todas as van-glórias, inclusive o apelido familiar. Trocaram suas roupas de marca por uma túnica e uma sandália. Trocaram o dinheiro pelo sorriso de viver numa comunidade de amor e vida, mos-trando ao mundo que sua profissão não é um frenesi nem um ativismo estéril que, muitas vezes, deixa o vazio na vida interior dos homens e mu-lheres do nosso tempo. Deixar tudo é aceitar Deus em sua vida.

O momento mais bonito foi quan-do as professandas, prostradas por terra e cobertas de lençóis brancos com flores, comprometeram-se em morrer para o mundo e unirem-se a Cristo eternamente. Se durante a

profissão temporária já tinham rece-bido o véu, o crucifixo e a medalha, insígnias que manifestavam a sua identidade, com os votos perpétuos ao Senhor, as esposas para sempre colocaram as alianças nos dedos para manterem íntegra a fidelidade a Cris-to. Por isso, já com os anéis nos dedos responderam: “Eis que já vejo o que tanto desejei, já possuo o que tanto es-perei, já estou unida àquele que amo eternamente”.

O ato celebrativo congregou um número considerável de franciscanos e franciscanas, inclusive a Ministra Ge-ral das Irmãs Catequistas Franciscanas.

As Irmãs neoprofessas agradece-ram a todos os fiéis que participaram da celebração e aqueles que por elas elevaram preces a Deus. Dirigiram um especial agradecimento aos Frades Menores pelo apoio que têm recebi-do e por serem suporte muito grande em seus momentos difíceis, sobretu-do a Frei Sebastião Kremer, professor, capelão e assistente espiritual delas. Também agradeceram aos Frades Ca-puchinhos e aos Irmãos Salesianos.

A celebração terminou sob os acordes do “Te Deum” e seguiu-se o momento do convívio fraterno e al-moço festivo.

ANGOLA

VOTOS PERPÉTUOS DE SETE IRMÃS CLARISSASFREI CRISÓSTOMO ÑGALA

704 | Comunicações | Dezembro 2015 |

Evangelização

o dia 28 de outubro as ações da empresa Forjas Taurus, na Bovespa, subiram 13%.

É o maior ganho da empresa, desde agosto de 2015. Tal fato deve-se à aprovação da Revogação do Estatu-to do Desarmamento, aprovada pela Câmara dos Deputados no dia ante-rior, 27 de outubro. A Taurus, como é sabido, é uma das maiores fabrican-tes de armas do país. A discussão da Revogação do Estatuto foi muito cri-ticada por amplos setores da socie-dade, principalmente movimentos sociais de esquerda, sociólogos e es-tudiosos da violência, que afirmam, baseados em dados estatísticos, que a maior disponibilidade de armas de fogo contribui consideravelmen-te para o aumento da criminalida-de e da taxa de homicídios no país. Por outro lado, segundo estudos da ONG Sou da Paz, o Estatuto em vi-gor ajudou a salvar pelo menos 160 mil vidas nestes 10 anos de existên-cia. O afrouxamento nas regras para o porte de armas foi aprovado na Comissão Especial da Câmara que trata do tema, por 18 votos a favor e

9 contrários, e agora deve seguir para o Senado. Trata-se, na verdade, de mais um retrocesso na luta por cida-dania, vida e dignidade, que contou, na sua aprovação, com o forte lobby das indústrias bélicas e afins, além do apoio da bancada conservadora do Congresso, conhecida como a ban-cada “BBB”: bala, boi e Bíblia (Depu-tados ex-militares e agentes de segu-rança, empresários do agronegócio e evangélicos). Desta vez quem venceu foi a bancada da bala, que compunha cerca de 40% da Comissão. Como pode se verificar pelo imediato ga-nho nas bolsas da empresa Taurus, a aprovação não foi desprovida de altos interesses econômicos. O san-gue derramado e a violência, mes-mo revestidos da regularidade da lei, rendem não poucos dividendos aos “filhos das trevas”.

Diante desta triste realidade, é natural que as pessoas que pensam que refletem e acreditam nos meios democráticos de defesa dos direitos, da vida e da cidadania, sintam-se frustrados. Parece que pouco resta a fazer, a não ser ficar à mercê de po-líticos reacionários, que se revelam verdadeiros facínoras, desprovidos

todas as formas de violência”. Uma “tenda da Paz” foi montada na Praça da Igreja do Sagrado. Cartazes e di-zeres alusivos ao tema e um singelo altar franciscano ajudavam a com-pletar o ambiente. Fôlderes eram dis-tribuídos aos transeuntes e fiéis que participavam das várias missas do dia. A celebração eucarística das 18 horas teve como tema a Paz. Logo a seguir, em frente à igreja, foi organizada uma apresentação cultural. Crianças e adolescentes do Gente Viva apresen-taram números de capoeira e balé. Numa breve explanação aos que pres-tigiavam o evento, os organizadores lembraram que a cultura e o apoio às populações empobrecidas na luta por dignidade, justiça e direitos, é uma das formas mais eficazes de se promover a paz e combater a violência. As ofici-nas não têm o objetivo de formar pro-fissionais, mas de educar para a auto-nomia e o protagonismo consciente, para a convivência fraterna, cordial, solidária, tolerante e dialogal. Ao fi-nal das apresentações, a organização da paróquia do Sagrado, capitaneada por Frei Ângelo José Luiz, brindou os participantes do Projeto com um delicioso lanche.

SEFRAS – CULTURA E CIDADANIA: CONTRA A VIOLÊNCIA E EM FAVOR DA PAZ

FREI SANDRO ROBERTO DA COSTA

de caráter, preocupados apenas com seus (mais escusos) interesses. Ape-sar de tudo, como cantava Chico Buarque, “amanhã há de ser um novo dia”. Enquanto esperamos este novo amanhecer, não po-demos ficar de braços cru-zados. Foi neste espírito que o Sefras de Petrópolis (Gente Viva) celebrou, no dia 27 de outubro, o Es-pírito de Assis, que teve como tema: “Pela Frater-nidade Universal. Contra

SEFRAS

705| Comunicações | Dezembro 2015 |

Evangelização

normalmente nas terças e quintas--feiras, no escritório da entrada do salão.

Após esta primeira fase, a popu-lação de rua terá disponível o local para a alimentação, serviço social, atendimentos psicológicos e socio-educativos. A segunda fase da re-forma construirá o vestiário e fará a ampliação da cozinha. Para concluir, a terceira fase da reforma construirá a lavanderia.

Para a qualificação desse novo espaço de atendimento à população de rua, que será conveniado à Se-cretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social (Smads), os atendidos, além do almoço e café da tarde, poderão tomar banho e lavar roupas. O atendimento deixará de ser apenas de segunda a sexta-feira e passará a funcionar de domingo a domingo. A finalização da reforma deste prédio com aproximadamente 600 metro quadrados está prevista para a segunda semana de dezembro deste ano.

O Sefras realiza todo ano, ao fi-nal do mês de outubro, a Semana do “Espírito de Assis”, mais conhecida como “Semana da Paz”. Se no início do mês, no dia 4, temos o Dia de São Francisco, ao final do mês bus-camos espalhar o espírito e os ensi-namentos de Francisco nas regiões onde estão localizados os nossos serviços.

A semana começou no dia 23 de outubro, na Baixada do Glicério, onde está projeto Recifran, que tra-balha com catadores de material re-ciclável, muitos em situação de rua.

“Já viemos conscientizando os trabalhadores do Recifran desde o mês passado sobre esta celebração da Paz e hoje estamos aqui na rua tentando conscientizar as pessoas de que precisamos de um pouco mais de paz e serenidade. No trân-sito, na vida e no dia a dia em geral. A gente aproveita a oportunidade

para também divulgar o serviço e, com isso, além de promover a paz, também promovemos a coleta se-letiva. Muitas pessoas passam por aqui e não conhecem o Recifran. É é uma oportunidade de nos apre-sentarmos a elas”, conta a educadora social Mônica Eugenio.

Por volta das 8h, cerca de 15 trabalhadores e participantes do Recifran montaram uma tenda – a Tenda da Paz – na praça que está lo-calizada ao lado do serviço, na rua Junqueira Freire e, usando a tenda como ponto de partida saíram pelas ruas distribuindo os folhetos da Se-mana do Espírito de Assis, prepara-da pelo Sefras, e pregando palavras de paz para os motoristas e pedes-tres da região.

PELA PAZ

ara acolher com mais digni-dade e infraestrutura às pes-soas em situação de rua, do

Centro de São Paulo, o Sefras iniciou, na primeira quinzena de outubro, a reforma do Salão São Francisco, co-nhecido como “Chá do Padre”. Este espaço, mantido pela instituição, está localizado atrás do Largo São Fran-cisco e foi de lá que a rede do Ser-viço Franciscano de Solidariedade começou a se organizar e atender os empobrecidos por segmentos, entre eles, a população de rua que já era atendida pelos frades, na época da “Comunidade Missionária dos So-fredores de Rua”.

De acordo com o responsável pelo departamento de patrimônio do Sefras, Brayan Filipe, a obra será

composta por três fases. A progra-mação em três etapas foi a melhor maneira para organizar a reforma e não deixar o espaço fechado por muito tempo e prejudicar o aten-dimento às pessoas de rua que dia-riamente contam com a alimen-tação e o espaço de acolhimento.

No primeiro momento, já inicia-do, será feita a reforma do teto, do banheiro e do piso central. O espaço permanecerá fechado, sem atendi-mento durante este período.

A previsão de reabertura e a nor-malização do atendimento a popula-ção de rua está previsto para o dia 16 de novembro.

Com a reforma acontecendo, so-mente o atendimento da Defensoria Pública da União (DPU) continua

SEFRAS SP: REFORMAS PARAATENDER À POPULAÇÃO DE RUA

SEFRAS

706 | Comunicações | Dezembro 2015 |

Evangelização

ais do que deixar pistas, o jornalista Mauro Lopes, convidado por Frei Gustavo

Medella para assessorar o 3º Encontro da Frente de Evangelização da Comu-nicação, deixou muitas provocações aos 40 profissionais de comunicação que estiveram na Fraternidade São Boaventura, em Rondinha (PR), nos dias 10 e 11 de novembro.

Para refletir sobre o tema “Comu-nicação a serviço de uma Igreja em saída”, Frei Medella, que é o coorde-nador da Frente de Comunicação da Província da Imaculada Conceição, convidou o ex-jornalista da Folha de S. Paulo e TV Cultura para falar do Pontificado do Papa Francisco e, dentro desse contexto da Igreja atual, indicar pistas que ajudem a comuni-cação provincial a ser mais eficiente e ter uma ação de mais qualidade na di-reção do que propõe o nosso querido Papa Francisco.

Lopes, que é também ministro da Palavra numa comunidade em Parai-sópolis, partiu de três momentos for-tes do Pontificado do Papa Francisco para fundamentar sua palestra: a En-

cíclica “Laudato Sí”, o pronunciamen-to que fez em Santa Cruz De La Sierra – a “Galileia dos tempos atuais” – no segundo encontro dos movimentos populares organizado pelo Vaticano (o primeiro foi em Roma), e a fala à Cúria Romana no Natal de 2014, que é fundamental para entender o Papado de Francisco. Neste discurso está a sua visão em relação à Igreja, e, portanto, a visão crítica que ele projeta à Igreja.

Partindo deste momento vivido pela Igreja hoje, Lopes perguntou: “Em que medida o trabalho de co-municação que cada um faz dialoga com este projeto – projeto, sim, por-que está sempre em processo – de Igreja do Papa Francisco, que não é

um projeto dele, mas é a retomada do processo evangélico da Igreja de Jesus Cristo?”.

Segundo o palestrante, a caminha-da para o Reino acontece neste mun-do. “Não é apenas ajoelhar no banco da igreja, mesmo que isso seja funda-mental, mas é amassar barro cotidia-namente no processo relacional que fazemos a caminhada para o Reino, individualmente, como comunidade, e como Igreja”, detalhou.

Lopes contou que não teve o privi-légio de conhecer o frade capuchinho Frei Prudente Nery, mas que quando leu um texto seu, se encantou por ele. “Não o conheci. Não tive esse privilé-gio, mas me encantei por ele quando li um texto, ‘A vida consagrada à luz do mistério trinitário’, publicado na re-vista ‘Convergência’”, revelou. Ele diz assim: “O mundo é também o lugar dos primeiros acenos e encontros de um eterno amor. Este mundo nunca deixará de ser finito, banal, profano e, em si mesmo, desimportante… tenda precária, imprópria e indigna para aquele que imaginamos nas altu-ras inalcançáveis ou nas profundezas impenetráveis, mas o único lugar em que agora é possível a Deus, ainda que

FRENTE DE COMUNICAÇÃO: PROVOCAÇÕES E QUESTIONAMENTOS

MOACIR BEGGO

707| Comunicações | Dezembro 2015 |

Evangelização

humildemente retraído, estar junto dos homens e aos homens estarem perto de Deus”.

A nossa jornada como homens, mulheres, como comunicadores, comunidade, Ordem, Igreja, é a jor-nada de buscar esses momentos de encontro - explica Mauro. “Propiciar e vivermos esses momentos, sobretu-do vivermos esses momentos de en-contro. Se nós somos definidos pela relação que estabelecemos, então nós somos definidos pelo que nós somos e pelo ambiente que criamos por nós”, emendou Mauro.

Segundo o assessor, o Papa Fran-cisco coloca o seu Papado e coloca a Igreja numa trajetória do núcleo evangélico de onde nunca deveria ter saído. Por isso, o olhar de Francisco para o mundo se traduz numa leitura radicalmente anticapitalista, de crítica ao império do dinheiro, da explora-ção e dominação dos homens e do planeta, tal como Jesus o formulou originalmente.

“O Papa (como em toda a sua pre-gação) nada mais fez que atualizar o ensinamento de Jesus Cristo: “Cristo não escolheu Roma, nem Jerusalém. Sua jornada foi nas aldeias perdidas da Galileia, uma região pobre e es-quecida. É esta compreensão que fez o Papa escolher como um dos centros de sua mensagem o tema das “perife-rias existenciais”. Jesus não procurou o centro – manteve-se nas margens. Sabia que se ocupasse o centro seria tragado e moído pela lógica do siste-ma. Mas, paradoxalmente, manten-do-se à margem, ocupou e ocupa o centro da história da humanidade. É o que faz Francisco. Sua escolha é estar entre os mais pobres, os deserdados. Não é à toa que ele escolheu a Bolívia, uma Galileia na dimensão do planeta, para algumas das afirmações cruciais de seu papado. O discurso de Fran-cisco no encontro dos movimentos populares tem cheiro de Sermão da

cional dos Franciscanos a partir de 4 chaves de leitura: 1ª) A centralidade dos pobres; 2ª) A crítica radical que o Papa faz ao antropocentrismo; 3ª) O deslocamento da Igreja do centro para a periferia (da cátedra para a roda=diálogo) (a gente nunca vê Jesus pontificando. Ele está sempre conver-sando em roda. Os Evangelhos são diálogos o tempo todo); e 4ª) Qual é o contexto da elaboração da “Laudato Sí”?

No final de sua palestra, Mauro Lopes foi decisivo: A comunicação franciscana precisa estar simbolizada por todos os sinais do Papa.

O Encontro em Rondinha termi-nou na quarta-feira (11/11), com a apresentação de sugestões para as di-retrizes desta Frente de Comunicação.

“Trata-se de um texto em construção. É um passo que este grupo, represen-tativo e significativo, quer dar agora no que diz respeito à nossa Frente”, explicou Frei Gustavo. O trabalho foi realizado em grupos. No momento da plenária, houve uma rica e calo-rosa discussão em torno da Frente de Comunicação, de sua composição e de seus rumos.

A jornalista Karolline Paim (foto ao lado), que está na Fundação Ce-linauta há 9 anos e atua na TV Su-doeste, participou pela primeira vez e não poupou elogios ao encontro: “Eu ouvia falar da Rádio Coroado, eu ouvia falar da USF, do Bom Jesus, mas eu não os conhecia. A gente fica tão concentrada no local de trabalho em nossa região que às vezes é difí-cil acompanhar todos os trabalhos do grupo Franciscanos. Então, para mim, foi válida essa troca de expe-riências, e, certamente, depois des-se encontro vou levar para a TV o que aprendi aqui. O que refletimos vai melhorar o meu modo de agir, o meu ambiente de trabalho na TV e, consequentemente, o que vai chegar à comunidade. Eu gostaria de agra-decer o convite e acho que mais fó-runs como esse deveriam acontecer”, completou.

Montanha, especialmente o trecho das bem-aventu-ranças (Mt 5, 1-12)”.

Com base nesta re-flexão, Mauro pergunta: Qual é o lugar que vocês escolhem para os veículos de comunicação de vocês, para a comunicação de vocês, para a mensagem que vão levar e, sobretudo, para as relações que vocês estabelecem?

Mauro propôs uma leitura da “Laudato Sí” e, a partir dessa leitura, pensar um processo comunica-

O jornalista Mauro Lopes

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ela primeira vez em 40 anos de Presença Franciscana na Universidade São Francisco

(USF), frades e reitoria promoveram um Capítulo Universitário, mobi-lizados pelo Capítulo Provincial da mantenedora, a Província Francis-cana. De 23 de setembro a 24 de ou-tubro, todos os docentes e colabora-dores foram convidados a contribuir com o texto “Frente de Evangeliza-ção da Educação”, que aborda a mis-são franciscana e seu papel dentro da educação.

O Capítulo Provincial surge a partir do desenvolvimento das pri-meiras províncias franciscanas, por volta de 1217. Periodicamente, todos os membros da Ordem dos Frades Menores (OFM) se reúnem para avaliar, planejar e decidir as ações futuras. O coordenador da Pastoral

Universitária e do NEXT, Frei Thiago Alexandre Hayakawa, contextualiza a importância histórica do Capítulo para os frades e o fato de a comu-nidade acadêmica participar. “Para nós, frades, o Capítulo é o momento mais importante da vida da Provín-cia e da fraternidade. É o momento em que sentamos como irmãos para dialogar sobre as coisas comuns e nos locais em que atuamos. Trouxe-mos pela primeira vez esse momento especial para os membros da Uni-versidade para partilharmos nossos anseios e também ouvir dos leigos sobre a atuação franciscana e como podemos evoluir em nossa presença na USF”, disse Frei Thiago.

O Presidente da Casa de Nossa Senhora da Paz – Ação Social Fran-ciscana (CNSP-ASF), Frei Raimun-do Justiniano de Oliveira Castro, destaca a importância dos 40 anos de presença franciscana na USF e

a honra de ter toda a comunidade acadêmica participando, pela pri-meira vez, das discussões do Capí-tulo. “Será um ano de celebrações e eventos que marcarão os 40 anos da presença franciscana na USF e os 30 anos de reconhecimento das Facul-dades Franciscanas. Estamos deno-minando esse momento como “Ano Franciscano”, ocasião para olharmos com gratidão o passado, recordar os confrades e colaboradores das pri-meiras horas, e trabalhar para que este Capítulo traga caminhos para continuarmos nossa missão de pro-duzir e difundir o conhecimento, por meio do diálogo entre ciência e fé e assim entrar em comunhão com o Papa Francisco, que aponta a edu-cação como uma plataforma privile-giada de evangelização, um espaço imprescindível para garantir, dentro do pluralismo cultural, o pensamen-to e valores cristãos de fraternidade

Evangelização

O 1º CAPÍTULO UNIVERSITÁRIO DA USFANA PAULA MOREIRA DE SOUzA

| Comunicações | Dezembro 2015 | 709

e solidariedade”, explanou Frei Rai-mundo.

O reitor da USF, professor Joel Al-ves de Sousa Júnior, ressaltou o mo-mento histórico que a Universidade está vivenciando. “Concederam-nos a oportunidade de nos organizarmos dentro da Universidade para discu-tir e opinar um texto originário dos próprios frades. Pela primeira vez, a comunidade universitária é convida-da a participar de um processo que já é tradição para os franciscanos”, afirmou o Reitor.

As atividades do Capítulo Uni-versitário tiveram início no dia 23 de setembro, quando frades e membros

da reitoria apresentaram aos direto-res, coordenadores de curso, coorde-nadores e encarregados de núcleos e departamentos informações sobre a composição e os trabalhos desenvol-vidos pelas Frentes de Evangelização da Província Franciscana da Imacu-lada Conceição do Brasil, mantene-dora da USF. Além disso, a ocasião teve como principal objetivo apre-sentar o Capítulo Universitário e a forma com que toda a comunidade acadêmica poderia contribuir e par-ticipar desse momento tão impor-tante.

A celebração do Capítulo Univer-sitário e a abertura do Ano Francis-cano reuniram representantes de nú-cleos, cursos e departamentos, no dia 24 de outubro, no Tauá Hotel, em Ati-baia. Apresentaram as reflexões feitas pelos docentes e colaboradores du-rante um mês de intensas atividades. Os diretores de campi – professora Márcia Aparecida Antônio (Campus Bragança Paulista), professor Fernan-do Cesar Gentile (Campus Campinas – unidade Swift), professora Simone Cristina Spiandorello (Campus São Paulo e Campus Campinas - Unidade Cambuí) e professor Carlos Eduardo Pizzolatto (Campus Itatiba) –, deram vozes ao processo de leitura e reflexão do texto e como ocorreu o envolvi-mento de toda a comunidade univer-sitária nesse trabalho, assim como os resultados com todas as percepções dos leigos em torno da presença fran-ciscana na USF.

Participaram também do encon-

tro o Pró-Reitor de Administração e Planejamento (PROAP), Adriel de Moura Cabral, além do Frei Carlos Pierezan e dos representantes da FAE e Colégio Bom Jesus, Eros Pa-checo Neto e Leila Pagnozzi.

Para o Animador da Frente de Evangelização da Educação, Frei Nilo Agostini, momentos como esse são fundamentais para dar continui-dade à missão franciscana. “Estar na educação é, para nós franciscanos, continuar uma tradição que desde o início da Ordem existiu. A missão franciscana é partilhada e quem tra-balha conosco faz parte da missão”, afirmou o Frei.

A Pró-Reitora de Ensino, Pesqui-sa e Extensão (PROEPE), professora Iara Andrea Alvares Fernandes, co-mentou sobre o desafio inicial de en-volver todos os setores acadêmicos na discussão do Capítulo Universitá-rio e que o próximo passo será ouvir os alunos. “Agradeço aos frades que nos deram essa oportunidade, espe-ro que tenhamos contribuído a con-tento e que sejam dadas mais mis-sões como essa para continuarmos a escrever a história da USF”, finalizou a Pró-Reitora.

Nas próximas semanas, os alu-nos de todos os campi serão convi-dados a participar de uma pesquisa de opinião sobre a vivência e a per-cepção da identidade franciscana da USF. Em seguida, as contribuições dos docentes, colaboradores e alunos serão compartilhadas com os frades da Província Franciscana.

Evangelização

| Comunicações | Dezembro 2015 |710

Capítulo Provincial

São Paulo, 25 de outubro de 2015Festa de Santo Antônio de Santana Galvão

A todos os Irmãos Capitulares do Capítulo Provincial de 2016

Caríssimo Irmão,

O Senhor lhe dê a Paz!

Estamos próximos do Capítulo Provincial, um evento importante e carregado de graça para

nós, Irmãos Menores, membros desta Província da Imaculada.

Conforme nosso seráfico pai São Francisco, “todo ano, cada ministro pode reunir-se com seus irmãos, onde lhes aprouver (...), para tratar das coisas que se referem a Deus” (RnB XVIII). “O Capítulo é uma instituição da maior importância para a direção da vida e da missão dos irmãos na Província”, dizem nossos Estatutos Gerais (art. 165). E as nossas Constituições Gerais completam com mais aspectos: “Compete ao Capítulo provincial analisar o estado atual da vida e atividade dos irmãos da Província, procurar e propor meios oportunos para seu crescimento e emenda, deliberar e, de comum acordo, tomar decisões sobre novas iniciativas e assuntos de maior importância, bem como realizar eleições.” (CCGG, 215)

O Papa Francisco, na sua mensagem aos Irmãos do Capítulo Geral de maio passado, enfatizou a importância de darmos espaço ao Espírito Santo, pois Ele é o animador da vida religiosa em nossas relações e nossa missão na Igreja e no mundo. Quando as pessoas consagradas vivem iluminadas e guiadas pelo Espírito, descobrem o segredo da sua fraternidade, a inspiração do seu serviço aos irmãos, a força da sua presença profética na Igreja e no mundo e saberão enfrentar os desafios que estão diante delas.

Nesta perspectiva, conforme o artigo 166 dos EEGG e os artigos 55 e 56 dos EEPP da Província da Imaculada Conceição do Brasil,

CONVOCO-O A PARTICIPAR INTEGRALMENTEDO CAPÍTULO PROVINCIAL ORDINÁRIO

que se realizará no Convento / Seminário Santo Antônio, em Agudos - SP,

de 18 a 26 de janeiro de 2016

Decreto de Convocaçãodo Capítulo Provincial Ordinário de 2016

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Capítulo Provincial

CAPITULARES POR DEVER DE OFÍCIO 1. Adriano Freixo Pinto 2. Alex Sandro Ciarnoscki 3. Alexandre Magno C. da Silva 4. André Becker 5. Antônio Michels 6. Carlos José Körber 7. Carlos Pierezan 8. César Külkamp 9. Cláudio César B. de Siqueira 10. Diego Atalino de Melo 11. Djalmo Fuck 12. Estêvão Ottenbreit13. Evandro Balestrin 14. Evaristo Pascoal Spengler 15. Fábio Cesar Gomes 16. Fernando de Araújo Lima 17. Fidêncio Vanboemmel 18. Gentil de Lima Branco 19. Germano Guesser 20. Gilberto Marcos S. Piscitelli 21. Gilmar José da Silva 22. Gilson Kammer 23. Ivo Müller 24. Jacir Antonio Zolet 25. James Ferreira Gomes Neto26. James Luiz Girardi 27. João Fernandes Reinert 28. João Francisco da Silva 29. João Mannes 30. João Pereira da Silva 31. João Pereira Lopes 32. Jorge Lazaro de Souza 33. Jorge Luiz Maoski 34. Jorge Paulo Schiavini 35. José Antonio dos Santos 36. José Francisco de C. Santos 37. José Idair Ferreira Augusto38. José Lino Lückmann 39. José Pereira 40. Ladí Antoniazzi 41. Leonir Ansolin

42. Luiz Carlos Peloso 43. Luiz Colossi 44. Luiz Henrique F. Aquino45. Marcos Antonio de Andrade 46. Marcos Estevam de Melo 47. Mário Luiz Tagliari 48. Nelson José Hillesheim 49. Nestor Schwerz50. Nilton Decker 51. Nolvi Dalla Costa 52. Olivo Marafon 53. Pascoal Fusinato 54. Paulo Roberto Pereira 55. Paulo Roberto S. Santana 56. Pedro da Silva 57. Roberto Carlos Nunes 58. Samuel Ferreira de Lima 59. Sandro Roberto da Costa 60. Sílvio Trindade Werlingue 61. Valdecir Schwambach62. Valdir Laurentino 63. Valdir Nunes Ribeiro 64. Vanderley Grassi 65. Vilmar Alves da Silva66. Walter de Carvalho Júnior 67. Walter Ferreira Junior 68. Wilson Batista Simão 69. Marx Rodrigues dos Reis CAPITULARES POR DECISÃO PESSOAL 70. Ademir Sanquetti 71. Adriano Dias do Nascimento 72. Airton da Rosa Oliveira 73. Alan Maia de França Victor74. Albino Francisco Gabriel 75. Aldeci de Arcízio Miranda76. Alessandro D. Nascimento 77. Alex César Rodrigues 78. Alex Ferreira da Silva 79. Alexandre Rohling80. Alisson Luís Zanetti 81. Almir Ribeiro Guimarães

82. Aloísio Bernardo Hellmann 83. Aloísio P. Agost. dos Santos 84. Alvaci Mendes da Luz 85. Anacleto Luiz Gapski 86. Angelo José Luiz 87. Angelo Vanazzi 88. Antonio Joaquim Pinto 89. Antônio Marcos Koneski90. Antônio Moser 91. Arlindo Oliveira Campos 92. Ary E. Pintarelli93. Benedito G. G. Gonçalves 94. Camilo Donizeti Evaristo Martins95. Carlos Alberto Branco Araújo96. Cássio Vieira de Lima 97. Celso Francisco de Faria 98. Clarêncio Neotti 99. Claudino Gilz 100. Clauzemir Makximovitz 101. Conrado Lindmeier 102. Daniel Dellandrea 103. David Raimundo Santos 104. Douglas Paulo Machado105. Edvaldo Batista Soares106. Elói Dionísio Piva 107. Fabiano Kessin 108. Fabio José Gomes109. Felipe Gabriel Alves 110. Florival Mariano de Toledo 111. Francisco Morás 112. Gabriel Vargas Dias Alves113. Gaudêncio Sens 114. Genildo Provin 115. Gilberto G. Garcia116. Guido Moacir Scheidt 117. Guido Scottini 118. Gustavo Wayand Medella 119. Hans Heinrich Stapel 120. Hipólito Martendal 121. Ivair Bueno de Carvalho 122. Jairo Ferrandin 123. Jeâ Paulo Andrade 124. Jean Carlos Ajluni Oliveira125. Jeferson Palandi Broca

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Capítulo Provincial

OBSERVAÇÕES IMPORTANTES:

1. O dia 18 de janeiro é o dia da chegada: até o jantar, às 19H00, todos os Capitulares estejam no local do Capítulo. O encerramento é previsto para o dia 26 de janeiro à noite.

2. Confiando na palavra de Jesus “se pedirdes alguma coisa ao Pai em meu nome, ele vo-la dará” (Jo 16, 23) e acolhendo o dom precioso do Espírito Santo que “o Pai do céu dará aos que o pedirem” (Lc 11,22), convido a todos os irmãos a rezarem pelo bom êxito do Capítulo. A Comissão Preparatória, com a ajuda de confrades, elaborou algumas fórmulas e as enviará às Fraternidades.

3. O Capítulo se orientará pelo tema “EVANGELIZAR COMO IRMÃOS E MENORES” hoje, e pelo lema “EU VIM PARA SERVIR”. A Comissão Preparatória do Capítulo está preparando material, elaborado com a participação dos Irmãos e das Fraternidades, e em breve o enviará a cada Capitular. Convido cada Irmão Capitular a ler tal material e ir ao Capítulo já familiarizado com os conteúdos a serem abordados durante o Capítulo.

4. Se no processo de preparação do Capítulo, surgir a necessidade ou conveniência

de convidar mais Irmãos a participar do mesmo ou assumir serviços, o faremos em momento oportuno.

5. Os Irmãos capitulares levem consigo ao Capítulo o hábito franciscano. Se for bom e necessário trazer outras coisas para liturgia ou partilha fraterna com os demais confrades, será ainda comunicado ou ficará por conta da criatividade e generosidade de cada um.

Convido todos os Capitulares a assumirem desde já atitudes de irmãos e menores que favoreçam uma participação ativa, fraterna, criativa, dialógica no Capítulo e a todos os frades da Província a cultivarem a comunhão fraterna e espiritual com a assembleia capitular.Por intercessão da Virgem Maria Imaculada, do nosso Pai Seráfico São Francisco, de Santa Clara, de Santo Antônio de Santana Galvão, Deus Trindade nos conceda a graça de celebrarmos um Capítulo que nos ajude a ser Fraternidade em saída e a produzir bons frutos em nossa vocação de evangelizar como irmãos e menores no seguimento de Cristo que veio para servir.

Fraternalmente,

Frei Nestor Inácio Schwerz, ofmVisitador Geral e

Presidente do Capítulo Provincial

126. João Maria dos Santos127. Joarez Foresti128. José Ariovaldo da Silva 129. José Henrique Rosa 130. José Luiz Alves 131. Laerte de Farias dos Santos 132. Lauro Both133. Lauro Formigoni 134. Leandro Costa Santos135. Leonardo Pinto dos Santos 136. Ludovico Garmus 137. Luiz Flavio Adami Loureiro 138. Marco Antonio dos Santos 139. Marcos Vinícius Motta Lopes140. Mário José Knapik 141. Mário Stein 142. Miguel da Cruz143. Moacir Antonio Longo 144. Moiséis Beserra de Lima 145. Neuri Francisco Reinisch 146. Neylor José Tonin 147. Nilo Agostini 148. Paulijacson P. de Moura 149. Paulo Cesar M. Borges 150. Pedro de Oliveira Rodrigues 151. Pedro do Nascimento Viana 152. Pedro Engel 153. Rafael Teixeira do Nascimento154. Raimundo J. de O. Castro 155. Reinaldo Meneses da Silva 156. René Zarpelon 157. Robson Luiz Scudela 158. Ronaldo Fiuza Lima159. Rozântimo Antunes Costa 160. Sérgio Calixto 161. Sérgio Silas Damasceno 162. Thiago Alexandre Hayakawa163. Valdevino Negherbon 164. Vanderlei da Silva Neves165. Virgílio Pereira de Souza 166. Vitorio Mazzuco Filho 167. Volney José Berkenbrock 168. Vunibaldo Vogel 169. Walter Hugo de Almeida

Capítulo Provincial

714 | Comunicações | Dezembro 2015 |

A Conferência da Família Fran-ciscana do Brasil divulgou no dia 11 de novembro a seguinte mensagem de solidariedade às famílias atingi-das com o rompimento das barra-gens Fundão e Santarém, em Maria-na – MG:

“Quando se propõe uma visão da natureza unicamente como objeto de lucro e interesse, isso comporta graves consequências também para a sociedade.”

Papa Francisco , Laudato Si’ (82)

A Conferência da Família Fran-ciscana do Brasil (CFFB) se solidari-za com as famílias atingidas pela tra-gédia provocada pela empresa Vale/BHP Billiton (Samarco), com o rom-pimento de suas barragens Fundão e Santarém. Somos uma só família hu-

mana, uma fraternidade universal. Oferecemos nossas preces pelos que perderam sua vida, pelos desapareci-dos e pelos desabrigados. A fé e a es-perança cristã confortem a todos na reconstrução de suas vidas, de seus bens e na luta pela dignidade e direi-tos. Temos acompanhado em várias regiões do Brasil os impactos e viola-ções de direitos humanos, cometidos pelas mineradoras na busca insaciá-vel de lucro. Nossa consciência é de que não estamos diante de um aci-dente, mas de um crime contra a vida humana e a natureza. Os impactos são imensuráveis, e se estendem por dois estados brasileiros. Àqueles que têm a responsabilidade política de governo lembramos, neste momen-to, as palavras do Papa Francisco na Encíclica Laudato Si’: «A política não deve submeter-se à economia» e esta não deve submeter-se à tecnocracia. O Papa Francisco insiste no desen-

volvimento de processos de tomada de decisões justas e transparentes, a fim de “discernir” quais políticas e iniciativas de negócios levam “a um desenvolvimento integral real” (185). O Papa afirma ainda que “a previsão do impacto ambiental dos empreen-dimentos e projetos requer proces-sos políticos transparentes e sujeitos a diálogo, enquanto a corrupção, que esconde o verdadeiro impacto ambiental dum projeto em troca de favores, frequentemente leva a acor-dos ambíguos que fogem ao dever de informar e a um debate profundo”. (182) Solicitamos que o ministério público, o governo e os órgãos com-petentes sejam ágeis e transparentes na apuração dos fatos e na realização da justiça socioambiental.

Brasília, 11 de novembro de 2015Frei Éderson Queiroz

Conselho Diretor da CFFB

TRAGÉDIA DE MARIANA

CFMB

MENSAGEM DA CFMB

715| Comunicações | Dezembro 2015 | 715

AOS 87 ANOS, FALECE IRMÃ EDITHvento no ano de 1947. Fez a Primeira Profissão Religiosa no ano de 1952. Por muitos anos trabalhou como en-fermeira no Hospital de Agudos e em Getulina, mostrando sempre o amor de Deus aos enfermos, de modo espe-cial aos mais pobres. Juntamente com os cuidados da saúde corporal, zelava para que os enfermos fossem prepa-rados para receber os sacramentos. Isso ela guardou na lembrança a vida toda e partilhava conosco suas experi-ências muito fortes.

Serviu de modo bem franciscano, em muitas comunidades, através dos serviços caseiros. Pôde também tra-balhar na Pastoral, na catequese e na formação dos seminaristas, no Semi-nário Santo Antônio em Agudos/SP, por meio de sua presença tão humilde e dedicada.

As características de Ir. Edith eram a simplicidade e a alegria. Fez o aco-lhimento das pessoas do jeito amoro-so de Deus que se alegra em encon-trar seus filhos. Ir. Edith sempre foi muito fiel à sua vida de oração e à vida fraterna.

os 87 anos, faleceu no dia 28/10, em Guaratinguetá, Ir. Edith Ana de Lima, da Con-

gregação das Irmãs Franciscanas de Siessen. Irmã Edith celebrou 63 anos de vida consagrada. “Foi impressio-nante como aquele corpo tão frágil suportou tanto sofrimento na última semana, sem reclamar, com uma clara consciência de que seu estado era gra-ve. Ao contrário, com os olhos vivos e o discreto sorriso sempre dizia: ‘Mui-to abrigada! Deus lhe pague!’ Ao ver o sacerdote que chegou para minis-trar a unção dos enfermos, exclamou: ‘Graças a Deus! É isso que eu queria!’”, revelou o comunicado enviado pela Congregação.

“Eu sou a Ressurreição e a Vida”. Com estas palavras, em nome da fraternidade provincial, o Ministro Provincial, Frei Fidêncio Vanboem-mel, enviou as condolências a todas as Irmãs de Siessen por ocasião da Páscoa da nossa querida Irmã Edith. “Enquanto vocês celebravam a Missa de corpo presente, estávamos unidos em prece na nossa oração da manhã,

FALECIMENTO DE MARIA APARECIDA DO PRADO

louvando e agradecendo a Deus pela vida da Ir. Edith. Que ela descanse em paz e viva a plenitude da vida entre os eleitos de Deus. Nossa gratidão a Deus e a vocês por tudo o que ela fez no seu silêncio eloquente, na simplici-dade e na humildade. Mulher que era a palavra, sem a necessidade de mui-tas palavras!”, disse Frei Fidêncio.

Ir. Edith, filha do Sr. Manoel No-gueira e de Dª Rita Maria da Concei-ção, nasceu a 28 de julho de 1928, em Dom Viçoso (MG). Entrou no con-

os 12 de novembro de 2015 fa-leceu a nossa querida avó, Ma-ria Aparecida do Prado, com

74 anos de idade. Seu passamento pegou-nos de surpresa. Estava inter-nada desde o dia 8 de novembro, por consequência de um primeiro AVC, mas havia recebido alta na quinta-fei-ra, dia em que nos deixou. Foi vítima de um segundo e terrível AVC. O que dizer sobre a nossa querida vó Maria? Cristã católica de uma profunda fé, porque simples e sem floreios. Seguiu a Jesus! Dedicou grande parte de sua vida à comunidade de que participa-va, Paróquia de São Lourenço Mártir

e à nossa família. Foi ministra da Eu-caristia e, com toda certeza, despertou Jesus acolhedor no coração de muitos enfermos. A nós, filhas, esposo, netos, neta, educou-nos na fé cristã católica desde cedo. Por isso hoje podemos elevar nossa gratidão a Deus pela vida que nos foi dada e pela fé que temos. Como um rio, nosso belo amor, vó Maria, cumpriu a sua tarefa. E ago-ra segue na vida eterna e continua junto de Deus. E nós, seus afluentes, continuamos o caminho, com a fir-me e a feliz certeza de que vale a pena também dedicar nossa vida ao segui-mento de Jesus. E assim testemunhar

o amor, a justiça, o perdão, a paz, a acolhida, a solidariedade, o respeito, a sensibilidade, a partilha, os valores que concretizam o Reino de Deus, projeto e sonho de Jesus para toda a humanidade. Nossa vó também foi muito devota de Nossa Senhora Apa-recida. Que a nossa querida Mãe nos ajude a sermos firmes, constantes, fidedignos aos ensinamentos de seu Filho Jesus: confiar em Deus com a fé que não se deixa dissuadir e doar a vida aos que estão à margem do Rei-no de Deus.

Frei Marcos P. dos Santos e Tiago dos Santos

Falecimento

| Comunicações | Dezembro 2015 |

AGENDA 2015Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil(*) As alterações e acréscimos estão destacados

2016janeiro 05 Primeira Profissão dos Noviços (Rodeio)14 a 17 Missões de Férias da Juventude (Chopinzinho)15 Vestição dos Noviços (Rodeio)18 a 26 Capítulo Provincial

aBriL25 a 29 Reunião da UCLAF (Cochabamba, Bolívia)

juLho25 a 01 JMJ (Itália e Polônia)

Dezembro

06 Renovação dos votos em Petrópolis (Capela restaurada do ITF)

07 Encontro do Regional de Curitiba - Recreativo (Caiobá)

07 e 08 Jubileus (Rondinha)08 Renovação dos votos em Rondinha14 e 15 Encontro do Regional do Planalto Catarinense

e Alto Vale do Itajaí (Piratuba)14 a 17 Reunião do Definitório Provincial19 Ordenação diaconal de Frei Edvaldo Batista

Soares e Frei Robson Luiz Scudela (Petrópolis)

NOVA BELÉM“Os irmãos foram chamados de muitos

lugares; homens e mulheres daquela terra, com ânimos exultantes, preparam, segundo suas possibilidades, velas e

tochas para iluminar a noite que com o astro cintilante iluminou todos os

dias e os anos. Veio finalmente o santo de Deus e, encontrando tudo preparado, viu e alegrou-se. E, de fato, prepara-se o

presépio, traz-se o feno, são conduzidos o boi e o burro. Ali se honra a simplicidade, se exalta a pobreza, se elogia a humildade; e de

Greccio se fez como que uma nova Belém”.1Cel 85,2-5