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Um Grid Que Cai

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Editorial project that uses the cinematographic language of Hitchcock's movies to talk about expectations about a editorial project of a book. Developed during an academic work of Escola de Design - UEMG

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Cadu Braga

www.lpm.com.br

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B456s Braga, Cadu, 1987 Um grid que cai / Carlos Eduardo Duarte Braga -- Belo Horizonte: L&PM, 2013. 84p. ; 20 cm -- (Coleção L&PM Pocket)

1. Teoria-Design. 2. Braga, Cadu, 1987

CDD 726 CDU 123(56)-8

Catalogação elaborada por Izabel A. Merlo, CRB 10/329.

© Cadu Braga, 2011, 2012, 2013

Todos os direitos desta edição reservados a L&PM EditoresRua Comendador Coruja 314, loja 9 - Floresta - 90.220-180Porto Alegre - RS - Brasil / Fone: 51.3225.5777 - Fax: 51.3221-5380

Pedidos & Depto. Comercial: [email protected] conosco: [email protected]

Impresso no BrasilInverno de 2013

Coleção

Este livro foi publicado pela L&PM Editores, em formato 14,5x20 cm, em 2013.

Capa: Cadu BragaRevisão: Cadu Braga

ISBN 978-54-516-0548-7

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“O jornal é muito interessante, mas eu acho que jamais

substituirá o livro por ser um apoio de porta muito pobre.”

(Alfred Hitchcock, 1965)

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Barbara Morton (Patricia Hitchcock) em P

acto S

inistro (19

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s. f. 1. Ato ou efeito de esperar. 2. Esperança baseada em supostos direitos, probabilidades, pressupostos ou promessas. 3. Ação ou atitude de esperar por algo ou por alguém, observando.

ex.pec.ta.ti.va(Bueno, 2000)

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s. m. 1. Momento de tensão ou expectativa. 2. Momento de um filme ou de uma obra

literária, em que a ação, parando um instante, mantém o

espectador, o auditor ou o leitor em expectativa ou ansiedade

relativamente ao que vai acontecer.

sus.pen.se(Bueno, 2000)

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homem é um ser criativo, sempre a

procura de algo que lhe conferisse um pouco de

estabilidade. Dar ordem às coisas, criar categorias de

objetos e informações. Cada coisa em seu lugar, uma estrutu-

ra que sustenta os órgãos vitais da lógica.

Com as devidas transposições, para o Design Editorial os orgãos são as in-

formações a serem dispostas: o conteúdo tipográfico e imagético. E o grid, o esqueleto

que sustenta a publicação. Ele organiza in-formações, cria sistemas de posicionamento de

conteúdo, gerando uma lógica que facilita o acesso do leitor à mensagem contida na peça. O leitor sabe

onde encontrar e distinguir os diferentes tipos de informação quando o grid é bem estruturado.

A partir de uma página, pode-se criar uma variedade de grids diferentes fazendo uso do espaço disponível. Depen-

dendo da característica da informação a ser veiculada e do seu conceito da publicação, pode-se criar grids que privilegiem

“Para alguns designersgráficos, ele é parteincontestável do processode trabalho, oferecendoprecisão, ordem e clareza.Para outros, é símbolo daopressão estética da velhaguarda, prisão sufocanteque atrapalha a busca deexpressão.”

(Samara, 2007)

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GRID: C

onstrução e De

scon

strução de

Thimothy

Sam

ara

ora um conteúdo sob o outro, ou que criem harmonia, estabi-lidade, dinamismo. Essa versatilidade pode propiciar um uso criativo da estrutura de um grid, gerando ritmos de leitura mais interessantes e fluidos. Por outro lado, dependendo da forma como é definido, o grid pode engessar o pro-jeto, fazendo-o perder identidade, torná-lo monótono e previsível.

Tendo essa situação em mente, muitos designers optam pela desconstrução do grid ou a sua não utilização a fim de criar expressão criativa e conceitual e a partir disso gerar uma mudança no padrão da utilização do grid nas publi-cações. Tirar o leitor da zona de conforto e abalar suas expectativas ao virar as páginas de uma publicação.

A quebra de valores e desrespeito a conceitos que são admirados por muitos designers coloca aqueles que o fazem numa posição se-melhante ao de um assassino e essa subversão muitas vezes considerada um crime...

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Cena

do filme Ps

icos

e (19

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raduziro suspense, uma lin-

guagem consagrada no cinema e na literatu-

ra, em um projeto gráfico exige levar em consideração

uma palavra: expectativa. No suspense, o expectador ou o

leitor sabe que algo irá acontecer, há um certo nível de previsibilidade

nos acontecimentos. Sendo assim, é construída toda uma cena que antecipe

um ato. A tensão é sempre um elemento constante.

Tendo como base o conceito “O suspense quebrando expectativas”, foram estudados

elementos conceituais e gráficos que traduzissem esse conceito, que surpreendesse o leitor quanto

suas expectativas quanto ao um projeto de Design Editorial.

O grid é constituído por duas colunas que delimitam a diagramação, sobretudo, de citações e textos explicativos.

Sobreposto a ele, um grid com forma de cunha, inspirado na forma das facas, é utilizado para a inserção da maioria dos

textos e imagens. Além de ser uma forma dinâmica e inusitada

“Existe algo mais importante que a lógica: a Imaginação. Se a ideia é boa, jogue a lógica pela janela.”

(Alfred Hitchcock)

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por possuir um volume ideal para

que algumas de suas partes pudessem ser

ocultadas sem preju-dicar a sua legibilidade.

Ela também apresenta incisões oblíquas em suas

minúsculas e algumas de suas maiúsculas, assim como

a forma de cunha. A tipografia auxiliar, a SF Theramin Gothic, foi

selecionada para que se mantivesse a coerência formal entre as tipogra-

fias e que tivesse menos peso para ser usada em texto corrido e em legendas de

imagens.

A cor amarela das páginas é utilizada para gerar um clima de tensão e intriga e para que-

brar a expectativa do leitor, que em geral está acostumado com o fato das páginas de um livro

sejam brancas. A massa de cor preta vai aumentando com o avançar do capítulo como uma forma de represen-

tar o aumento da tensão no decorrer de cenas de filmes de suspense. A utilização de impressão em apenas uma cor,

a preta, é uma forma de fazer alusão às sombras, morte e ao clima sombrio dos filmes em P&B do diretor Hitchcock.

para a inserção de texto e imagens, ela gera uma tensão, pois a diagramação torna-se mais difícil a cada linha. A paginação também é disposta de forma a criar uma diagonal, sendo que a das páginas ímpares ficam no canto superior direito e a das páginas pares ficam no canto inferior esquerdo.

As imagens são utilizadas “sangrando” a página ou den-tro de boxes em forma de cunha. Isso reforça a ideia do suspense pelo fato de ocultar, de alguma forma, parte da imagem e por deixar a entender que há mais para ser visto. As lengendas são dispostas na mesma angulação das fotografias, sempre em oposição à paginação e sempre respeitando as margens da página. Apenas nos casos de exemplificação a diagramação do texto segue o grid colunar e as imagens são postas dentro das margens das pági-nas com o intuito de preservar seus detalhes.

A SavingsBond foi a tipogra-fia selecionada para a marca do livro, títulos, paginação, iniciais de capítulos e ci-tações. Essa tipografia foi escolhida a par-tir de pesquisas de pôsteres de filmes de Hitchcock e

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SF Theramin GothicabcdefghijklmnopqrstuvzywxABCDEFGHIjklMNOPqRSTuvzywx0123456789.:,;‘“(!?)+-*/=

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Alfred

Hitchco

ck (1961)

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olêmico em sua época, vicia-

do em comida e dono de um humor tão som-

brio quanto seus filmes, muitas vezes seus proje-

tos foram desacreditados por parceiros, financiadores, públi-

co e até mesmo por sua esposa Alma Reville. Mas algo não se pode

negar, Hitchcock era o Mestre do Suspense.

Nascido em londres em 1899, Alfred joseph Hitchcock foi um cineasta famoso

e renomado por seus filmes de suspense. Bem-humorado e sempre presente e atuante

durante as gravações de seus filmes, Hitchcock não escondia sua paixão e preferências por atrizes

loiras. Foi durante as filmagens de “O Inquilino Sinistro” que ele adotou o hábito de aparecer de forma sutil em

seus próprios filmes quando substituiu um coadjuvante que havia faltado às filmagens. Após esse, foram mais de

30 aparições em filmes próprios.

Apesar de reconhecido e ter recebido indicações por filmes como Psicose e janela Indiscreta, ele nunca alcançou a conquista maior

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do cinema americano, o Oscar. Porém, foi inovador na linguagem cinematográfica dos filmes de suspense lançando mão de técni-cas de posições e movimentos de câmeras, nas elaborações das edições e, sobretudo, no uso da trilha sonora como um personagem vivo em seus filmes para acentuar e compor a trama, como no caso do assassinato da personagem Marion no filme Psicose de 1960. Mesmo com a existên-cia da Technicolor, Hitchcock muitas vezes fez uso da filmagem em P&B como um elemento conceitual importante em seus filmes.

Alfred Hitchcock dirigiu alguns dos thrillers psicológicos mais impactantes da história do cinema e criou personagens macabros que ajudaram a definir o gênero suspense. O diretor, também, foi quem melhor definiu a diferença entre mistério e suspense. Enquanto que no primeiro ninguém sabe o que está para acontecer, no segundo apenas os personagens da trama estão no escuro, enquanto somente a platéia presente sabe o que está para acontecer.

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feita pelo fotógrafo Gjon

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(1944

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ntesde cometer um

“crime”, é preciso conhecer bem sua víti-

ma, pois nenhum crime é tão bem executado quanto

aquele que é bem planejado! É necessário saber tudo sobre

sua vítima antes de saber onde atacar e como atacar, e até se

atacar vale a pena... E como qualquer vítima polêmica, o grid é considerado

por muitos designers como uma estru-tura essencial para os projetos de Design

Editorial.

O grid é uma estrutura bidimensional compos-to por eixos verticais e horizontais que geram

uma série de interseções, criando e determinando, sobretudo, espaços para a disposição do conteúdo

tipográfico e imagético. Ele auxilia na organização do conteúdo, porém também é importante por criar um

sistema de identidade do conteúdo. Isso para que o leitor, ao ler uma publicação e se familiarizar com ela, consiga

navegar intuitivamente através de seu conteúdo. um projeto editorial com um grid bem utilizado deixa transparecer a lógica

por trás de sua estrutura e, principalmente, a sua função.

“Antigamente, os vilões tinham bigode e chutavam os cachorros. Hoje o público está mais inteligente. Eles não querem que o vilão seja jogado neles com um holofote verde na cara.”

(Alfred Hitchcock)

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que o grid não se torne uma

prisão. Assim como é um aspecto que

pode atrair o leitor por suas particulari-

dades, a escolha do grid também pode ser um ele-

mento que torne o projeto editorial monótono e previsível,

com um ritmo de leitura monóto-no e desinteressante para o leitor.

Entender sua estrutura e, sobretudo, suas possibilidades, pode ser de grande

ajuda ao designer. Ainda mais quando a ideia é desconstruí-lo...

O grid também é uma ferramenta importante para o trabalho do designer, pois ele é responsável não só por criar espaços onde serão inseridos títulos, imagens, textos e paginação. Ele também dá identidade à publicação como um todo, fazendo parte também de sistemas de identidade visual de marcas ou empresas. Ele reforça e transmite características conceituais importantes que precisam ser trabalhados com tanta atenção como a própria criação de uma identidade visual. A partir de um grid, pode-se até mesmo identificar a que classe ou que tipo de in-formação a publicação está tratando por sermos expostos a uma grande quantidade de padrões de grids ao longo da nossa vida. Sabemos diferenciar, mesmo sem ler o seu conteúdo ou sem necessariamente nos atentarmos às imagens inseridas, se o grid de cer-ta publicação pertence a um jornal, uma revista, um livro ou até mesmo a um site de internet. Somos até mesmo capazes de, depois de entrarmos em contato com um jornal qualquer, por exemplo, prever a sua organização e de qualquer outro jor-nal de outras editoras.

No entanto, ao pro-jetar, deve-se ter o cuidado para

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O grid retangular ou manuscri-to é a organização mais simples possível para um grid. Nele, o conteúdo tipográfico e imagético são dispostos em um uma área retangular, sem que haja pre-dominância de algum elemento específico.

Sua função é acomodar um grande volume de texto na página, po-

dendo ou não acomodar também imagens. Geralmente utilizado em documentos, livros literários e de cunho científico.

Algumas técnicas, como o uso de proporções matemáticas nas relações entre as margens, podem ser artifícios para dinamizar esse tipo de diagramação.

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Cartaz “letterpress Manifesto Design” (fonte: Behance)

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Oceana - livro Promocional (fonte: Behance)

Pre-Arrival Guide For Erasmus Students (fonte: Behance)

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quando há predominância clara do uso de colunas, diz-se que o grid é colunar. O fato de ser frag-mentado em colunas o torna um formato de grid muito flexível.

Ele pode ser utilizado quando a característica das informaçãos de uma publicação é descontínua. As colunas podem ser somadas entre si para formar novos espaços. Por exemplo, algumas colunas podem ser reservadas para o texto corri-do e imagens grandes enquanto as legendas podem ficar numa coluna a parte.

O grid colunar ajuda a separar o conteúdo primário do restante, distinguir conteúdos entre si e criar relação entre eles.

A relação da largura das colunas no grid colunar depende principal-mente da fonte usada no texto principal. É necessário definir uma largura capaz de acomodar uma quantidade cômoda de caracteres. Se a coluna for muito estreita, por exemplo, haverá muita quebra de palavras, impedindo a formação de uma textura homogênea de texto.

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99% Magazine 2012 (fonte: Behance)

CRu Fanzine #49 - Revista vadia e Rasca (fonte: Behance)

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Projeto “Catch of the Day” (fonte: Behance)

Projeto Dust 911 (fonte: Behance)

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um grid modular é aquele que é definido por uma malha regular em que os elementos são dispostos. Ele é uma opção para projetos complexos e que exigem um con-trole maior do conteúdo.

O grid modular também pode ser definido como um grid colunar subdividido por várias guias horizontais dispostas em inter-valos regulares. quanto maior o

números de módulos nesse tipo de grid, maior a flexibilidade e precisão por um lado, mas tam-bém maior é a dificuldade de manusear o conteúdo na sua malha.

Também é utilizado para a dia-gramação de conteúdos tabulares, como gráficos, formulários ou sistemas de navegação, pois cria uma padronização no campo visual.

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jornal da 99% Conference do Behance (fonte: Behance)

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Nesse grid, os módulos se somam para formar novas zonas espaciais para acomodar os gráficos e informações.

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Site da Bertoni Design & Branding

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Nesse layout, há fusão de dois ou mais módulos em diferentes sentidos.

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Define-se um grid como hierárquico quando algum elemento se sobrepõe ao restante, geralmente ocupando uma boa parcela do grid. Ele tam-bém é útil por unificar elementos de diversos pesos, como em uma embalagem.

Esse tipo de grid é utilizado quando as exigências visuais e informati-vas do projeto não se encaixam nas oferecidas por outros tipos

de grids. Ele oferece uma dis-posição mais intuitiva do conteúdo de acordo com as proporções dos elementos que o compõe.

Geralmente utilizado em layouts de sites de internet e revistas em que uma imagem ou grafismo apresenta uma predominância em relação ao espaço ocupado por outros elementos.

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Site do Abduzeedo

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O grid que compõe o layout de sites geralmente é fluido para permitir o ajuste em diferentes formatos de monitores e a inserção contínua de conteúdos.

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Capa da revista uTSIkT (fonte: Behance)

ENTAlA Magazine (fonte: Behance)

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Cena

do filme Pa

cto Sinistro (1951)

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eo grid é um elemen-

to que dá identidade às publicações, o que

normalmente se espera quando se abre um livro?

Páginas brancas? Imagens perfeitamente emolduradas?

Grid de colunas? Grid retangular? leiturabilidade máxima?

Muitas vezes, ir contra as expecta-tivas do usuário é mais importante e

significativo do que apenas mostrar a eles o que ele poderia ver em qualquer outra

publicação. A desconstrução do grid, ou até mesmo a sua inexistência, pode munir o pro-

jeto de uma carga conceitual e expressiva que, de outra forma, não poderia ser alcançada com

tanta efetividade. Por isso, abrir mão de preceitos do Design Editorial, como os aspectos ergonômicos

de visibilidade, legibilidade e leiturabilidade, são técnicas muito exploradas nos dias de hoje.

Apesar de alguns designers considerarem o desrespeito a essas “regras” como algo semelhante a um crime, há o

entendimento de que a carga expressiva e conceitual do projeto

David Ca

rson

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nunca deve ser limitado por preceitos tão rígidos. Porém, que-brar o grid de um projeto não é algo tão simples de ser feito. Deve-se prever a desconstrução com cuidado, para que ela não comprometa o projeto a ponto da mensagem conseguir ser transmitida.

David Carson é um designer americano que, apesar de ter se formado em Sociologia e ter tido um pequeno conta-to acadêmico com o Design Gráfico, ficou conhecido por seus trabalhos como diretor de arte da Ray Gun e de outras revistas e projetos, como a Surf Portugal, Coca-Cola e levi Strauus & Co., é considerado um dos mais inovadores de-signers do século xx.

Seus trabalhos popularizaram um estilo por muitos considerado underground, com um alto apelo gráfico e de cunho extremamente autoral. As principais características da técnica utilizada por ele são espaçamentos irregulares e irracionais, tipos invertidos, fotos recortadas, tipos distorcidos, quebrados e recombinados, sujeira, ruído e rabiscos, sobreposições de imagens, pro-

p o r c i o n a n d o dessa forma ao

leitor uma certa liberdade de inter-

pretação. A importân-cia da aceitação dos

trabalhos de Carson mos-trou uma mudança no con-

sumo do design e até mesmo uma demanda crescente por

trabalhos mais expressivos e menos pragmáticos.

“não confunda legibilidade com comunicação.”

(david carson)

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Edição da Surf Portugal diagramada por David Carson

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Capa do catálogo da mostra Typeforce

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war Poster feito por David Carson

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OwT zine - Creative Issue #13

DADA book

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livro Popular lies About Graphic Design

Catálogo desenvolvido pelo estúdio ME u wE Design

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Cartaz feito para o estúdio audiovisual Cathedra

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HASLAM, Andrew. 2010. O livro e o designer II. Editora Rosari: 2a Edição.

SAMARA, Timothy. Grid: Construção e Desconstrução. Editora Cosac Naify: 2a Reimpressão.

99% Conference - http://www.behance.net/gallery/99-Conference-Materials-2011/3872017

99% Magazine - http://www.behance.net/gallery/99-Magazi-ne-2012/3750163

Abduzeedo - http://abduzeedo.com.br/

Bertoni Design & Branding - http://bertonidesign.com.br/novo/

Catch of the Day - http://www.behance.net/gallery/Catch-of-the-day/9214423

Cathedra for audio-visual media - http://www.behance.net/gallery/Cathedra-for-audio-visual-media-identity-redesign/6398859

CRU Fanzine - http://www.behance.net/gallery/CRU-Fanzi-ne/9136717

DADA book - http://www.behance.net/gallery/DADA-book/1637601

David Carson - http://www.davidcarsondesign.com/

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Dust 911 - http://www.behance.net/gallery/DUST-911-(a-self-initia-ted-project)/3503891

Entala Magazine - http://www.behance.net/gallery/Enlata-maga-zine/9216413

IMDb - http://www.imdb.com/

Letterpress Manifesto Design - http://www.behance.net/gal-lery/Behance-Manifesto-Letterpress-Poster/9025571

ME U WE Design - http://www.behance.net/mp_design

Oceana Promotional Kit - http://www.behance.net/gallery/Ocea-na-Promotion-Book/3834387

OWT zine - http://www.behance.net/gallery/OWT-creative-Issue-13-Reprocess-(Research-Publication)/4593977

Popular Lies About Graphic Design - http://www.behance.net/gallery/Popular-Lies-About-Graphic-Design/5582279

Pre-Arrival Guide For Erasmus Students - http://www.behance.net/gallery/Pre-Arrival-Guide-For-Erasmus-Stu-dents/9130569

Surf Portugal - http://www.surfportugal.pt/

Typeforce Exhibition Catalogue - http://www.behance.net/gal-lery/Typeforce-Exhibition-Catalogue/2203227

UTSIKT Magazine - http://www.behance.net/gallery/UTSIKT-Ma-gazine/8335831

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um Grid que Cai

Carlos Eduardo (Cadu) BragaPrática Projetual III

Escola de Design - uEMGBelo Horizonte 2013

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Inquieto, algo incomoda o designer... Tudo é igual, estático, comum... Então ele decide fazer algo, drástico, violento, talvez perigoso... Ele embriaga os alinhamentos, estrangula os espaçamentos e destrói o grid!

O fato chama a atenção dos holofotes, deixa os leitores e designers incomodados, intrigados... Como um crime contra as regras do Design Editorial pode causar ao mesmo tempo causar assombro, estranhamento e admiração?

veja nesse livro a importância do grid em projetos editoriais e o significado da sua desconstrução ou inexistência para o Design Editorial.