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Repertório das Essências Florais Um Guia Abrangente das Essências Florais Norte-Americanas e Inglesas, para o Bem-estar Emocional e Espiritual Patricia Kaminski e Richard Katz

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atz

Repertório das

Essências FloraisUm Guia Abrangente das Essências Florais

Norte-Americanas e Inglesas, para o

Bem-estar Emocional e Espiritual

Patricia Kaminski e Richard Katz

Fotos da Flower Essence Society (sentido horário a partir do alto à esquerda): campinas alpinas onde

nasce a Indian Paintbrush; aula da FES nas montanhas de Sierra Nevada; observando as flores selva-

gens da primavera nos sopés da Sierra; o selvagem South Yuba River perto de Nevada City; prática de

aconselhamento numa aula da FES nos jardins de Terra Flora; fazendo a essência de Pink Monkeyflower

perto de um riacho alpino.

“Repertório das Essências Flo-

rais é o melhor livro de con-sulta para os estudantes denossos cursos. É uma excelen-te fonte de referências tantopara principiantes quantopara terapeutas experimenta-dos. O Repertório fornece des-crições das essências numavasta gama de categorias; éclaro, conciso e capta o âma-go da essência na maneiracomo ela se relaciona comuma categoria específica. ORepertório de Essências Flo-rais é um investimento indis-pensável para qualquer pes-soa que use essências florais.”

Mark Well, B.Sc., N.D.,

naturopata e professor de

essências florais,

Melbourne, Austrália

Capa.PMD 25/3/2009, 10:491

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Repertório dasEssências Florais

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Repertório dasEssências Florais

Um Guia Abrangente dasEssências Florais Norte-Americanas

e Inglesas, para o Bem-estarEmocional e Espiritual

Patricia Kaminski e Richard Katz

tradução deMelania Scoss e Merle Scoss

3.a ediçãoSão Paulo - 2003

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Título originalFlower Essence Repertory

Flower Essence Society © 1986, 1987, 1992, 1994, 1996Primeira publicação desta edição revista e ampliada em 1994.

Direitos para a língua portuguesa reservados aTRIOM - Centro de Estudos Marina e Martin Harvey

Editorial e Comercial Ltda.Rua Araçari, 208

01453-020 - São Paulo - SP - BrasilTel/fax: 11 3168-8380

Tradução: Melania Scoss e Merle ScossRevisão técnica: Ruth Toledo

Revisão gráfica: Adriana C. L. da Cunha CintraFoto da capa da Califórnia Poppy e fotos da contra-capa da Indian Paintbrush

e das flores da primavera nas encostas: Wayne GreenOutras fotos: Richard Katz

Diagramação e fotolitos: Casa de Tipos Bureau e Editora Ltda.

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)(Câmara Brasileira do Livro, São Paulo, SP)

Kaminski, PatríciaRepertório das essências florais: um guia abrangente das essências

florais norte-americanas e inglesas para o bem-estar emocional eespiritual / Patrícia Kaminski e Richard Katz; tradução de Melania Scosse Merle Scoss. — Ed. rev. e ampl. — São Paulo: TRIOM, 1997.

Título original: Flower essence repertory.ISBN 85-85464-15-1

1. Essências e óleos essenciais - Catálogos2. Essências e óleos essenciais - Uso terapêutico3. Flores 4. Sistemas terapêuticos I. Katz, Richard.II. Título.

97-5082 CDD-615.850216

Índices para catálogo sistemático:

1. Essências florais: Terapias alternativas: Repertórios 615.8502162. Repertórios: Essências florais: Terapias alternativas 615.850216

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AgradecimentosAo Dr. Edward Bach, por suas indicações originais sobre os

39 remédios ingleses que estão incluídos neste Repertório; epelos insights de muitos terapeutas, especialmente os inspira-dos escritos de Julian e Martine Barnard (The Healing Herbsof Edward Bach), Mech-thild Scheffer (Bach Flower Therapy)e Phillip M. Chancellor (Handbook of the Bach FlowerRemedies).

A Matthew Wood, companheiro de longa data e membroda Flower Essence Society, por seus insights sobre as proprie-dades de sete importantes remédios florais contidos neste Re-pertório (Seven Herbs, Plants as Teachers).

Aos incontáveis terapeutas de todo o mundo, cujos nomesseriam por demais numerosos para listá-los aqui, mas que ge-nerosamente apoiaram os esforços de pesquisa da FlowerEssence Society. Através de seus inúmeros relatos de casos,cartas, conversas, entre-vistas telefônicas e comentários decasos, tornou-se possível para nós continuamente aprofundare refinar nossa compreensão das flores e de seus benefíciosterapêuticos.

Finalmente, nossa gratidão às próprias flores, pois elas sãoas preciosas expressões da alma Daquela que é chamada deNatureza ou Gaia. Somos gratos às muitas hierarquias da Cri-ação que protegem e guiam a generosidade da Terra, e espe-cialmente a Cristo, o Espírito Solar que uniu Sua mais íntimaessência com o ser Terra. Possam a mente e o coração huma-nos buscarem sempre estar conscientes da identidade da Na-tureza como alma e espírito, e possa Sua essência curadorasempre nos renovar e inspirar.

Saint John’s Wort

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... Quando não sabes mais como ir adiante, deixaque as plantas te digam, as plantas que deixas de-sabrochar, crescer, florescer e frutificar dentro deti. Aprende a linguagem das flores.

Todos os habitantes da Terra são capazes de en-tender a linguagem das flores, pois seu mestre é oEspírito Solar que fala a cada coração humano. Asplantas apontam o caminho do túmulo à ressurrei-ção, através de todas as fendas e abismos, sobretodas as pastagens e todos os cumes a que o cami-nho possa levar: baga do sabugueiro, rosa-canina,crisântemo, áster — são os degraus da transforma-ção, da purificação e da cura dos erros e infelicida-des do mundo.

Albert Steffen, Journeys Here and Yonder

Shasta Daisy Chrysanthemum maximum

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ÍndiceAgradecimentos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 0VPrefácio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . X I

Parte I

Visão Geral da Teoria e Prática das Essências Florais . . . 01

Introdução: O que são as Essências Florais? . . . . . . . . . . . . . . . . . 03

Capítulo 1: O que é a Terapia Floral? . . . . . . . . . . . . . . 05A Natureza da Saúde . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 05Os Paradigmas Médicos da Cura . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 06O Relacionamento Corpo-Mente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 08A Contribuição do Dr. Edward Bach . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11A Visão Holística do Ser Humano . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12A Terapia Floral como Cura da Alma . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16O Papel Singular da Terapia Floral nos Cuidados com a Saúde . 23

Capítulo 2: Podemos verificar as propriedades dasessências florais? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .030

A Necessidade de Pesquisas sobre as Essências Florais . . . . . . . 30Rumo a uma Ciência Viva da Natureza . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34O Estudo das Plantas usadas nas Essências Florais . . . . . . . . . . 39Estudos Clínicos das Essências Florais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52A Pesquisa sobre os Fenômenos da Energia Sutil . . . . . . . . . . . 54Programa de Pesquisas da Flower Essence Society . . . . . . . . . . 58

Capítulo 3: Como são selecionadas as essências florais? . 59

Identificando as Questões Principais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 59Selecionando as Essências Apropriadas . . . . . . . . . . . . . . . . . . 60Combinando as Essências Florais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 62Trabalhando com as Essências em Diferentes Níveis . . . . . . . . . 64Situações Especiais de Seleção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 65Uso Doméstico e Profissional . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 67Seleção através de Técnicas Vibracionais . . . . . . . . . . . . . . . . . 68Como Usar o Repertório das Essências Florais . . . . . . . . . . . . . 70

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Capítulo 4: Como são usadas as essências florais? . . . . . . 76

Orientações Práticas para a Administração das Essências Florais 77Acentuando o Efeito das Essências Florais . . . . . . . . . . . . . . . . 80A Terapia Floral e outras Modalidades de Tratamento de Saúde 81Os Resultados da Terapia Floral . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 84Referências Bibliográficas e Sugestões de Leituras . . . . . . . . . . 92Flower Essence Society . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 100

Parte II

Questões da Alma: Categorias e Temas . . . . . . . . . . . . . . 102Lista das Categorias e Temas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 103Descrição das Essências, organizadas por Categorias e Temas 108

Parte III

Qualidades e Perfis das Essências Florais . . . . . . . . . . . . . . 275Índice das Essências Florais. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 277Qualidades e Perfis das Essências Florais. . . . . . . . . . . . . . . . . 279Origem das Essências Florais do Repertório . . . . . . . . . . . . . . 367

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PrefácioO Repertório das Essências Florais é um guia de seleção

para o uso profissional e doméstico das essências florais. Foiescrito com a compreensão de que uma apreciação plena destamodalidade terapêutica requer um estudo cuidadoso bem comouma abertura do coração; e com o reconhecimento de que aqui-lo que foi escrito neste livro é apenas um passo no processocontínuo de pesquisas e descobertas neste assunto multifacetado.

Este Repertório é publicado pela “Flower Essence Society”(FES), uma organização de âmbito mundial composta por pro-fissionais de saúde e leigos interessados no assunto, que se de-dicam ao desenvolvimento da terapia floral. Embora tenha sidoescrito por Patricia Kaminski e Richard Katz, co-diretores daFES, este trabalho reflete a pesquisa e os insights de inúmerospraticantes da terapia floral em todo o mundo, que, ao longodos últimos dezesseis anos, contribuíram com seus estudos decaso e outros dados clínicos.

As indicações apresentadas no Repertório não pretendemsubstituir os cuidados profissionais, médico ou psicoterapêutico,quando estes são apropriados. Ao contrário, o uso das essênci-as florais descrito aqui tem a intenção de complementar e am-pliar os programas de saúde bem-equilibrados, tanto na práticaclínica como nos cuidados no lar.

O Repertório é composto de três grandes seções. A Parte Ioferece uma visão geral da teoria e prática da terapia floral.Cada um dos temas tratados merece uma maior elaboração, eé nossa intenção desenvolvê-los em futuras publicações. Nossoobjetivo, nestes textos, é apresentar aos iniciantes bem comoaos praticantes experientes um contexto filosófico, cultural eprático para a terapia floral. A Parte II contém uma relaçãoabrangente das indicações das essências, organizadas por cate-gorias. A Parte III compõe-se de um perfil profundo e detalha-do de cada essência, uma apresentação resumida de suas qua-

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lidades positivas e seus padrões de desequilíbrio, e referênciascruzadas para as categorias da Parte II.

O Repertório das Essências Florais foi elaborado com aintenção de ser facilmente acessado por aqueles que desejam traba-lhar com ele de variadas maneiras. Embora, ao longo do Repertó-rio, sejam feitas referências a vários conceitos filosóficos e metafísicos,não é uma precondição que o leitor acredite num determinadoensinamento cultural ou espiritual para obter benefício das essênciasflorais. O mais importante é que cada pessoa considere os méritosdesta modalidade terapêutica e aplique as crenças ou conceitos quevivem dentro de seu coração e sua mente. Independentemente davisão filosófica de uma pessoa, o Repertório pode sempre serusado de um modo muito básico e direto, se ela simplesmentetornar-se sensível à vida dos sentimentos da alma humana e apren-der as qualidades das flores que refletem as condições da alma.Esperamos sinceramente que o Repertório venha a ser umaferramenta para a verdadeira cura da alma e para buscas e desco-bertas adicionais por parte do leitor.

Apesar dos nossos constantes esforços ao longo dos últimosdezesseis anos para expandir e aprofundar nossa pesquisa,estamos claramente conscientes de sua natureza pioneira. Serámuito bem recebida a participação ativa dos nossos leitores nodesenvolvimento dos conhecimentos sobre a terapia floral, atra-vés de suas contribuições ao programa de pesquisa da FlowerEssence Society. Também serão muito bem recebidos os seuscomentários sobre as formas de aprimorar o Repertório emfuturas edições. Acima de tudo, oramos para que as flores pos-sam ser sempre uma fonte de inspiração e de cura. Se esteRepertório ajudar, mesmo que em pequena escala, a alcançaresse objetivo, nossos esforços não terão sido em vão.

Patricia Kaminski e Richard KatzNevada City, Califórnia

Maio de 1994

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Parte I

Visão Geralda Teoria e Prática das

Essências Florais

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Repertório das Essências Florais

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O que é a Terapia Floral?

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Introdução:

O que são as Essências Florais?As essências florais são extratos líquidos sutis, geralmente ingeridos por via oral,

usados para tratar profundas questões do bem-estar emocional, do desenvolvimentoda alma e da saúde do corpo-mente. Embora o uso de flores para a cura tenha muitosprecedentes desde a antigüidade, a aplicação precisa das essências florais em emo-ções e atitudes específicas foi desenvolvida pela primeira vez por um médico inglês, oDr. Edward Bach, na década de 1930. Hoje, as essências florais estão ganhandoreconhecimento profissional no mundo todo por sua significativa contribuição para asaúde holística e para os programas de bem-estar.

Em geral, as essências florais são preparadas a partir de uma infusão solar de floressilvestres ou flores intatas de jardim em um recipiente com água, que é posteriormen-te diluída, potencializada e conservada em conhaque. A preparação com qualidaderequer uma cuidadosa atenção à pureza do ambiente, à vibração e potência das flores,às condições celestes e meteorológicas, e um estudo sensível das propriedades físicase energéticas da planta ao longo dos seus ciclos de crescimento.

Embora as essências florais se assemelhem a outros medicamentos apresentadosem frascos com conta-gotas, elas não agem devido à composição química do líquidoe sim por causa das energias vitais provenientes da planta e contidas na matriz à basede água. Como os remédios homeopáticos, as essências florais têm uma naturezavibracional. Elas são altamente diluídas, sob um ponto de vista físico, porém contêmum poder sutil enquanto substâncias potencializadas, pois incorporam os padrõesenergéticos específicos de cada flor. Seu impacto não é o resultado de alguma interaçãobioquímica direta na fisiologia do corpo. Pelo contrário, as essências florais atuamatravés dos vários campos de energia humanos, os quais por sua vez influenciam obem-estar mental, emocional e físico.

A ação das essências florais pode ser comparada aos efeitos que experimentamosao ouvir uma peça musical particularmente emocionante ou ao contemplar uma inspi-rada obra de arte. As ondas luminosas ou sonoras que chegam aos nossos sentidospodem evocar sentimentos profundos em nossa alma, os quais indiretamente afetamnossa respiração, ritmo da pulsação e outros estados físicos. Esses padrões não noscausam impacto pela intervenção física ou química direta em nosso corpo. Ao contrá-rio, é o contorno e o arranjo da luz ou do som que despertam em nossa alma umaexperiência semelhante àquela que nasceu dentro da alma do criador da forma musi-cal ou artística. Esse é o fenômeno da ressonância, tal como acontece quando umacorda de guitarra soa ao ser entoada uma nota correspondente. De modo similar, aestrutura e a forma específicas das forças vitais transmitidas por cada essência floralfazem ressoar, e despertam, qualidades particulares na alma humana.

Outro exemplo que pode ser útil para entendermos a ressonância vibracional dasessências florais provém da holografia. Uma fotografia holográfica consiste em pa-drões de interferência de ondas luminosas, e qualquer parte deles contém informa-ções sobre o todo e pode ser usada para recriar a imagem tridimensional original.

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Repertório das Essências Florais

Assim, podemos descrever a água que contém as flores como sendo a receptora deuma espécie de impressão holográfica das qualidades essenciais da planta. Cada gotadessa água contém a configuração completa do arquétipo da planta. Ao diluirmos aessência floral, atenuamos a substância física da infusão de modo que ela deixa de serbioquimicamente significativa. Entretanto, toda a “mensagem” etérica da essência daplanta permanece nas poucas gotas, altamente diluídas, que introduzimos em nossocorpo.

O trabalho com as essências florais requer que estendamos nosso pensamentopara além da premissa materialista de que “quanto mais, melhor”. As essências flo-rais, como outros remédios vibracionais, ilustram o princípio de que “o pequeno ébelo”. Elas são parte de um campo emergente de terapias sutis, não invasoras eestimulantes da vida, o qual promete dar uma importante contribuição aos cuidadoscom a saúde nos anos vindouros.

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O que é a Terapia Floral?

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Um

O que é a Terapia Floral?A terapia floral envolve a aplicação de essências florais no contexto de um programa

global de estimulação da saúde, seja na prática profissional ou nos cuidados no lar.Embora a palavra “terapia” seja tipicamente usada para indicar o tratamento e a curada doença, a raiz grega therapeía tem o sentido mais amplo e anímico-espiritual de“serviço” e está relacionada ao verbo therapeuein, “cuidar de”. É nesse sentido deserviço e cuidado que falamos da terapia floral; ela é uma maneira de nutrirmos esustentarmos a saúde com as forças benéficas da Natureza, no contexto de uma sábiae amorosa atenção humana.

Para entender os usos terapêuticos das essências florais, é importante fazer algumasperguntas básicas sobre a natureza da saúde e da doença. Qual o objetivo do cuidadocom a saúde? O que causa a doença? Qual a relação entre a mente e o corpo? Quaissão nossas premissas sobre a natureza humana? Nossas respostas a essas perguntasgenéricas irão determinar se temos ou não a compreensão e o discernimento parausar as essências florais em sua plena capacidade de catalisadores da saúde do corpo-mente.

A Natureza da Saúde

A liberdade para experimentar a vida

Saúde é a capacidade de participar plenamente dos ritmos da vida, sentindo aglória do raiar do dia, celebrando o ciclo anual das estações e percebendo a pulsaçãovital da Natureza bater dentro de nós. A verdadeira saúde é mais do que apenas “irlevando”. Significa mergulhar por inteiro na vida, significa o envolvimento pleno docorpo e da mente em tudo o que fazemos — no trabalho, na vida familiar e social, naexpressão criativa e na contemplação interior.

Não existe nenhum modelo fixo do que significa ser uma pessoa saudável. Sermossaudáveis é sermos completamente nós mesmos — não a identidade definida pelocondicionamento social, nem a persona que adotamos para atender as expectativasdos outros. Pelo contrário, é o Eu que expressa singularmente tudo o que podemosser. Ele será diferente para cada pessoa e, portanto, pressupõe o desenvolvimento doautoconhecimento e da compreensão de si mesmo.

Saúde é a aceitação da vida, com todas as suas imperfeições e contradições. É umaexpansibilidade do ser, o qual se fortalece ao abraçar todas as experiências, ao invésde tentar suprimir a limitação, a dor ou o sofrimento. Na verdade, o sofrimento tem opotencial de nos levar a uma apreciação mais profunda da vida e a um despertar parao nosso próprio potencial maior. A doença pode ser vista não como um tormento aser erradicado, mas sim como um mestre que nos mostra as fontes de desequilíbrio

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Repertório das Essências Florais

em nossa vida ou os aspectos do nosso ser que temos ignorado. Os desafios com quenos defrontamos podem evocar virtudes interiores e nos motivar a fazer as mudançasnecessárias. Em seu nível mais profundo, a doença pode ser uma experiência iniciática,sentida não como uma simples perda, mas também como uma oportunidade para umnovo começo.

A saúde pressupõe liberdade interior. A responsabilidade é o processo que leva àverdadeira liberdade, a capacidade de responder. Quando somos um simples recipi-ente passivo da doença ou do tratamento médico, meramente reagindo ou nos sentin-do influenciados, tornamo-nos um objeto a ser manipulado em vez de um participanteativo no cuidado com nossa saúde. A verdadeira saúde requer uma ativa autopercepçãoconsciente, na qual cada um de nós assume a responsabilidade pelos desafios e pelaslições da vida.

Os Paradigmas Médicos da Cura

A saúde é comumente definida na nossa cultura como a ausência de sintomas, ou aeliminação ou controle da doença. Já que falta a essa definição uma imagem positivado que é bem-estar, o nosso sistema médico está preocupado em tratar a doença e nãoem criar a saúde. Compreender os limites dessa abordagem sintomática da saúde éfundamental para todos os que usam as essências florais. Sem essa percepção consci-ente, é fácil abordar as essências florais como meros remédios para solucionar ossintomas emocionais, em vez de catalisadores da percepção consciente e da transfor-mação.

O modelo mecanicista do ser humano

A abordagem sintomática da saúde está baseada no paradigma da prática médicaque tem uma visão mecanicista do ser humano. Suas raízes filosóficas remontam àcosmovisão do século 17, exemplificada por René Descartes, que postulava a dualidadede mente e corpo, e por Isaac Newton, cujas teorias levaram a um modelo mecânico,semelhante a um relógio, do Universo. À medida que esse paradigma científico sedesenvolvia nos séculos seguintes, a Revolução Industrial abastecia nosso mundo commáquinas cada vez mais sofisticadas e o corpo humano passava a ser visto como amais admiravelmente complexa de todas as máquinas. Esse modelo mecanicista con-sidera a cura como uma questão de consertar o maquinário quebrado, similar àregulagem de um motor ou à substituição de uma peça defeituosa.

Com a proliferação dos computadores nas décadas mais recentes, o paradigmamecanicista tem se propagado como um modelo cibernético de vida. Os seres huma-nos, e os seres vivos em geral, são atualmente considerados como sendosupercomputadores, feitos de “chips” biológicos e genéticos. Através da engenhariagenética, a moderna tecnologia médica está agora tentando redesenhar a própriaestrutura dos organismos vivos.

Ao mesmo tempo em que o reducionismo mecanicista interpreta a vida comosendo composta por “blocos de construção” físicos (tais como células, moléculas,átomos e partículas subatômicas), a cibernética reduz toda inteligência a informações

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O que é a Terapia Floral?

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digitais, isto é, à sucessão de bits binários ligados/desligados que forma a base docomputador moderno. A “inteligência artificial” de um computador é um poderosoinstrumento, mas será a mesma coisa que a vida? Consideremos a imagem de umarosa, impressa em meio-tom. As séries de pontos coloridos e espaços brancos napágina impressa pode assemelhar-se à imagem de uma rosa, mas nós sabemos queuma rosa viva é infinitamente mais complexa e está preenchida de sentido e significa-do muito mais profundos.

A medicina contemporânea, admite-se, desenvolveu um extraordinário conheci-mento sobre o funcionamento dos vários sistemas e estruturas do corpo físico. Issogerou uma tecnologia sofisticada para, através de cirurgias, restaurar o corpo dasdevastações causadas por doenças e acidentes e, através da medicina química, alteraras funções fisiológicas do corpo.

Embora essa complexa tecnologia médica proporcione alguns benefícios admirá-veis, ela é exorbitantemente cara. Além disso, há também outros custos, menos tan-gíveis. Hoje em dia poucos médicos visitam os pacientes em casa ou dedicam, naconsulta, o tempo suficiente para obter um quadro completo da vida do paciente,incluindo o ambiente doméstico, a dinâmica familiar ou a vivência do trabalho. Aascensão do especialista, que é um conhecedor de uma parte da “máquina” humana,significa que atualmente dedica-se menos atenção à pessoa como um todo do que nostempos do médico da família.

Além disso, quando somos tratados como simples máquinas a serem manipuladasou computadores a serem programados, nossas imensas capacidades inatas de curasão ignoradas, fazendo-nos cada vez mais dependentes das custosas intervençõesmédicas. A crise contemporânea em relação aos cuidados com a saúde é mais do queum problema financeiro ou político; é um sintoma cultural da nossa falta de conexãocom as fontes profundas de onde brota a saúde.

A teoria do germe

A premissa que norteia a medicina convencional é a de que a cura resulta do lutarcontra a doença, em vez do promover a saúde. Com efeito, é impressionante oquanto de sua linguagem é tomado de empréstimo às imagens da guerra. Tentamos“derrotar a doença”, “combater a infecção” com “cápsulas mágicas” e travar uma“batalha contra o câncer”.

O ímpeto desse retrato da medicina como uma campanha militar tem sua origemna teoria do germe da doença, que culminou no século 19 com o trabalho de LouisPasteur, o fundador da microbiologia. Pasteur estabeleceu não só as bases científicascomo também as bases filosóficas para as modernas técnicas de combate às doenças,tais como a imunização e os antibióticos. Do ponto de vista da teoria do germe, adoença é causada por agentes externos invasores, como bactérias ou vírus, contra osquais precisamos lutar. A medicina moderna reuniu um poderoso arsenal de armasque têm vencido muitas batalhas contra as doenças infecciosas que antes devastavama humanidade.

Os modelos mecanicista-cibernéticos do ser humano e a teoria do germe da doen-ça contêm algumas verdades e levaram a uma melhora da saúde humana. Contudo, aincapacidade da medicina contemporânea de reduzir significativamente muitos malescrônicos como o câncer, a artrite ou a doença cardiovascular, aponta para a necessi-dade de uma visão mais ampla da saúde e da cura.

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Repertório das Essências Florais

A resistência à doença

Foi um contemporâneo de Pasteur, outro cientista e médico francês chamado ClaudeBernard, quem discordou da idéia de que os microorganismos invasores eram a causada doença. Bernard enfatizava a importância do “ambiente interior” da pessoa e seugrau de receptividade à doença, em vez de enfatizar o “germe”, que seria apenas omecanismo pelo qual a doença ocorria. Falava do “solo” onde o bem-estar humanopodia crescer. Ele sabia, como o saberia qualquer jardineiro, que sem um solo saudávelnão conseguimos fazer crescer plantas robustas e resistentes a doenças, por mais quecombatamos as pragas invasoras.

Os insights de Bernard introduziram o conceito de resistência à doença, o qualreconhece que microorganismos patogênicos estão disseminados por toda a popula-ção, mas apenas certas pessoas em momentos específicos sucumbem de fato às doen-ças “causadas” por esses germes. Essa compreensão é a base do cuidado verdadeira-mente preventivo com a saúde; cuidado este que enfatiza que a dieta, os exercícios, ocontrole do stress, o bem-estar emocional e os fatores ambientais são componentesimportantes de um estilo de vida vibrante e resistente à doença. Embora esses fatoresque promovem um estilo de vida saudável já tivessem sido articulados há muito tempo,no século 5 a.C. pelo médico grego Hipócrates, eles estão cada vez mais sendo reco-nhecidos como meios que permitem ao indivíduo assumir a responsabilidade e influ-enciar seu estado de saúde.

É verdade que nem todas as doenças podem ser prevenidas e muitos fatores cau-sadores de doença podem até estar além do controle individual. No entanto, podemosinfluenciar a maneira como respondemos aos desafios que a vida nos apresenta. Amoderna compreensão do sistema imunológico, seu papel na prevenção da doençae na recuperação, e sua íntima ligação com nossas emoções e hábitos diários, ensina-nos que o modo como vivemos — nossos hábitos físicos, emocionais e mentais —exerce uma influência profunda sobre a nossa capacidade de resistir às doenças e criarmais saúde e bem-estar.

É nesse contexto de uma estimulação geral da saúde que podemos entender aadmirável contribuição das essências florais. Elas não são substitutas das drogasmiraculosas ou dos milagres altamente tecnológicos da medicina moderna. Pelo con-trário, seu propósito é preparar a terra onde cresce a boa saúde, enriquecer o soloprofundo da nossa vida, para que os hábitos e as atitudes afirmadores da vida, quenutrem o nosso bem-estar, possam criar raízes e florescer.

O Relacionamento Corpo-Mente

Medicina psicossomática, stress e personalidade

Embora a corrente dominante da medicina tenha sido progressivamente influencia-da no século passado pelos modelos de cura mecanicistas e bélicos, um fortecontramovimento, que reconhece o papel da mente e das emoções, também fez avan-ços significativos.

A medicina homeopática, desenvolvida pelo médico alemão Samuel Hahnemannhá mais de duzentos anos, tornou-se uma importante força na prática médica do

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O que é a Terapia Floral?

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século 19. Ela enfatiza o tratamento da pessoa, e não o da doença, e seus praticanteslevam em consideração os fatores mentais e emocionais juntamente com os sintomasfísicos. Embora tenha sido amplamente rejeitada pela medicina convencional como“não-científica”, alguns aspectos da filosofia homeopática penetraram a corrente do-minante da medicina. Por exemplo, no final do século 19, o famoso médico canaden-se Sir William Osler descreveu a importância que as emoções e atitudes de seus paci-entes tinham na doença e na recuperação. Diz-se que foi Osler quem afirmou: “Émelhor conhecer o paciente que tem a doença do que a doença que o paciente tem.”

A ascensão da psiquiatria e o uso clínico do hipnotismo trouxeram o reconheci-mento da extraordinária influência dos processos mentais inconscientes sobre o fun-cionamento do corpo. Essa compreensão foi reforçada pela ocorrência da PrimeiraGuerra Mundial, quando muitos soldados voltaram das trincheiras sofrendo de “neu-rose de guerra” devido ao extremo stress dos combates. Foi nessa mesma época queo Dr. Edward Bach desenvolveu seus insights quanto ao papel das emoções e atitudesna doença, o que o conduziria ao seu sistema das essências florais nos anos 30.

A década de 30 desencadeou os terríveis traumas sociais da Grande Depressão eos primórdios da Segunda Guerra Mundial. Com tais desafios diante da psique huma-na, não causa surpresa que essa década também trouxesse uma maior investigaçãodas relações corpo-mente. O conceito de “medicina psicossomática” foi desenvolvidonessa época pelo psiquiatra Dr. Franz Alexander e outros. Reconheceu-se que inúme-ras doenças — tais como verrugas e outras afecções cutâneas, asma, úlceras estoma-cais e colite — tinham causas emocionais ao invés de físicas, embora seus efeitosfossem decididamente físicos. Foi também nos anos 30 que o Dr. Hans Seyle iniciouseu trabalho pioneiro sobre o stress, um conceito que atualmente já se firmou nacultura popular. Seyle mostrou que as reações de “fuga ou luta” do sistema nervososimpático, que são apropriadas para situações de emergência e perigo físico imediato,podem tornar-se debilitantes quando repetidamente acionadas por atitudes emocio-nais habituais ou por reações do stress crônico.

Após a Segunda Guerra Mundial, a pesquisa do corpo-mente começou a identifi-car traços específicos de personalidade que têm correspondência com a suscetibilidadea certas doenças. (Essa idéia tem raízes muito antigas; já no século 2, o ilustre médicogrego Galeno opinava que a pessoa melancólica era mais suscetível ao câncer.) Umdos mais famosos estudos modernos a associar personalidade e doença foi conduzidonos anos 50 pelos Drs. Meyer Friedman e Raymond Rosenman. Eles cunharam otermo Comportamento Tipo A para designar a atitude impaciente e hostil que pare-cia ligada a um maior risco de doença cardíaca, em comparação com o mais despre-ocupado Comportamento Tipo B.

O Dr. Dean Ornish, que vem recebendo crescente reconhecimento por seu pro-grama de reversão da doença cardíaca através de mudanças na dieta, estilo de vida epsicologia do paciente, conduz uma das mais significativas pesquisas contemporâneassobre as condições cardíacas. Ele descobriu que por trás da tendência compulsiva demuitos pacientes cardíacos está o esforço de criar um falso eu que seja capaz deganhar a aprovação e o amor dos outros, preenchendo assim o “vácuo” sentido nofundo do coração. Para essas pessoas, Ornish prescreve uma “cirurgia do coração anível emocional” para ajudar a derrubar suas defesas. Sua pesquisa mostra que o enri-quecimento da vida dos sentimentos, junto com mudanças relacionadas ao estilo devida, contribui para uma taxa muito maior de cura a longo prazo do que a cirurgiaconvencional do coração.

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Repertório das Essências Florais

Uma pesquisa recente da psicóloga Lydia Temoshok sugere aquilo que ela chamade Personalidade Tipo C, caracterizada pela não-expressão da raiva, desesperança edepressão, e que parece ter correspondência com uma maior suscetibilidade ao cân-cer. Num marcante estudo controlado que durou dez anos, o Dr. David Spiegel, psi-quiatra da Universidade de Stanford, descobriu que mulheres com câncer de mamaque recebiam psicoterapia de grupo viviam duas vezes mais do que mulheres com amesma condição e mesmo tratamento físico, porém sem receber a psicoterapia.

Uma pesquisa adicional em Stanford, com pacientes artríticos num programa deauto-ajuda, mostrou a importância do desenvolvimento de um senso de auto-respon-sabilidade e proficiência, descrito pelo psicólogo Albert Bandura como “auto-eficá-cia”. Os pacientes desse programa que superaram os sentimentos de desamparo eopressão experimentaram uma redução da dor e uma mobilidade crescente.

Embora muitos estudos ainda restem por ser feitos para que seja estabelecida arelação precisa entre traços de personalidade e doenças específicas, as pesquisas emcurso demonstram claramente que as emoções e atitudes são os principais fatores quecontribuem para nossa capacidade de resistir à doença e criar a saúde.

O efeito placebo

Ironicamente, alguns dos argumentos mais convincentes para o papel das atitudese das crenças na saúde humana provêm de dados que costumam ser descartados naspesquisas. Quando se fazem estudos controlados, o grupo de controle recebe umplacebo, algo que parece um medicamento ou tratamento, mas é fisicamente inerte.A idéia é a de que o tratamento ou o medicamento é eficaz se as pessoas que recebemo tratamento “verdadeiro” obtêm resultados significativamente melhores do que aque-las que recebem o placebo.

Contudo, muitas das pessoas que recebem o placebo se recuperam de fato, muitasvezes em taxas bem maiores do que seria de esperar em quem não está recebendotratamento algum. Esse “efeito placebo” tornou-se bastante constatado nas pesquisase é explicado como o efeito da crença do paciente de estar recebendo algum tipo detratamento útil, crença esta reforçada pela atenção cuidadosa do médico ou pesquisa-dor.

Os pesquisadores geralmente são pagos para medir o efeito físico do remédio oudo procedimento nos pacientes que recebem “a coisa autêntica”. Porém, parece igual-mente significativo estudar as respostas dos grupos placebo, que não recebem ne-nhum tratamento médico, mas muitas vezes experimentam mudançasdemonstráveis baseadas simplesmente na crença de que estão recebendo trata-mento.

O efeito placebo é uma evidência convincente de que as atitudes e crenças causamimpacto no corpo humano de maneiras tão observáveis e reais como as dos agentesfísicos ativos. Ao invés de descartar essa parte do método experimental, deveríamosexaminá-la com mais atenção. Essa demonstração da influência corpo-mente nosdesafia a desenvolver terapias que se dirijam diretamente às atitudes e às crenças. Aterapia floral é uma dessas modalidades.

A psiconeuroimunologia

Nos anos 80, a ciência médica começou a levar a sério a conexão corpo-mente, àmedida que as pesquisas começaram a mapear alguns dos mecanismos bioquímicos

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O que é a Terapia Floral?

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envolvidos. Com a publicação do livro de Robert Ader, Psychoneuroimmunology, em1981, esse termo entrou no vocabulário médico e popular. A psiconeuroimunologia(PNI) refere-se à capacidade da mente de, agindo através do sistema nervoso, alterara fisiologia do sistema imunológico humano, que é responsável pela resistência à doen-ça. Estudos mostram as conexões diretas do sistema nervoso com a glândula timo, aprodutora das células T, as quais são básicas para a função imunológica. Inúmeros“mensageiros bioquímicos” têm sido estudados, incluindo os hormônios que transmi-tem as respostas emocionais das glândulas para o corpo e vice-versa, e váriosneuropeptídios tais como as endorfinas, que têm efeitos analgésicos e euforizantes.

É de extrema importância que compreendamos acuradamente o significado da PNIe de outras pesquisas do corpo-mente. Elas não explicam a mente como um fenôme-no puramente fisiológico, nem provam que a mente pode ser controlada por meiosquímicos. Tal interpretação estaria confundindo o cérebro, que é uma parte do corpofísico, com a mente ou a alma, que são aspectos do Eu situados além do corpo físico.A mente age através do cérebro e de outras partes do corpo, e desse modo afeta seusfuncionamentos. Da mesma maneira, a atividade da mente é obstruída ou intensificadapela condição do cérebro e do corpo. Essa é uma relação recíproca, bem mais comple-xa e dinâmica do que a afirmação simplista de que a mente nada mais é que mecanis-mos bioquímicos.

Se a pesquisa da PNI for interpretada de uma maneira reducionista, ela se tornaapenas mais uma elaboração do ser humano como máquina complexa oubiocomputador. A verdadeira significância da pesquisa da PNI é que podemos mediros efeitos físicos das nossas crenças, atitudes e sentimentos, que, de outro modo, nãosão diretamente mensuráveis. É uma situação análoga à dos físicos, que estudam asinvisíveis partículas subatômicas olhando seus rastros nas câmaras de bolhas. Os ca-minhos bioquímicos mapeados pela pesquisa da PNI são evidências da existência dequalidades anímicas mais elevadas que têm suas origens num plano além do corpofísico. Assim entendida, essa pesquisa dá apoio a uma compreensão mais ampla doser humano, a de que o corpo físico é diretamente afetado por aquilo que pensamose sentimos.

Em suma, podemos ver que a moderna terapia floral é parte de uma busca maior,dentro das profissões voltadas aos cuidados com a saúde, por uma visão mais holísticado ser humano e especialmente pela importância dos sentimentos, atitudes e crençassobre a nossa saúde geral e sobre a nossa capacidade de resistir à doença.

A Contribuição do Dr. Edward Bach

É nesse contexto histórico da medicina do corpo-mente que podemos apreciar ogênio do Dr. Edward Bach, criador da terapia floral, e compreender porque seu traba-lho fala tão fortemente aos nossos tempos.

O Dr. Bach foi um pioneiro na compreensão do relacionamento das emoções coma saúde do corpo e da psique. Ele percebeu que, para a saúde ser gerada, os nossosaspectos emocionais e espirituais precisam ser tratados. A má saúde ocorre quandonos falta uma percepção consciente da nossa identidade como alma-espírito, e quan-do nos alienamos dos outros ou perdemos a conexão com nosso propósito na vida.

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Repertório das Essências Florais

Como Bach explicou em sua marcante obra Heal Thyself (Cura-te a ti mesmo), adoença é uma mensagem para mudarmos, uma oportunidade para tomarmos consci-ência das nossas imperfeições e para aprendermos as lições da vida, de modo apodermos cumprir melhor nosso verdadeiro destino.

Bach recebeu treinamento médico convencional em Londres e praticou durantemuitos anos como bacteriologista. Sua abordagem, contudo, era pouco convencional,na medida em que ele baseava seu tratamento mais nas emoções e atitudes de seuspacientes do que num diagnóstico puramente físico. Mais tarde, ele se voltou para amedicina homeopática, pois apreciou essa abordagem da saúde da pessoa como umtodo e a aplicação de remédios que energizavam os poderes de cura do corpo. Narealidade, uma série de nosódios intestinais desenvolvidos por Bach ainda são usadospelos homeopatas hoje em dia.

Em 1930, o Dr. Bach deixou sua clínica homeopática em Londres e se transferiupara a zona rural a fim de desenvolver um novo sistema de remédios naturais, feitoscom flores silvestres. Através de sua sensível observação tanto da Natureza como dosofrimento humano, ele foi capaz de correlacionar cada remédio floral com um espe-cífico estado mental humano.

Antes de sua morte em 1936, aos 50 anos, Bach desenvolveu uma série de essên-cias florais que demonstravam um admirável insight na natureza humana. Numa épo-ca em que o mundo estava preocupado com o sofrimento físico, a convulsão política,a devastação econômica e a ascensão do nazismo e do fascismo, Bach percebeu aescuridão interior da alma humana. Reconheceu a importância de emoções destrutivastais como a depressão, o ódio e o medo. Junto com outros pioneiros da medicinapsicossomática, ele percebeu o tributo devastador que as emoções e atitudes desequi-libradas cobram do corpo humano. Bach foi mais longe, contudo, no sentido de saberque a verdadeira saúde está baseada na conexão de nossa vida e destino com umpropósito maior. Além disso, ele compreendeu que poderíamos encontrar na própriaNatureza as substâncias capazes de trazer profunda mudança à alma e ao corpo hu-manos.

A Visão Holística do Ser Humano

Energia vital e saúde

Se partirmos do princípio de que o ser humano é algo mais que uma máquina a serconsertada quando se quebra ou um complexo biocomputador que precisa serreprogramado, podemos então desenvolver uma visão expandida da natureza huma-na, uma perspectiva mais “holística”. O primeiro passo é reconhecer o ser humanocomo um sistema de forças energéticas assim como de estruturas físicas e atividadebioquímica. Os antigos conceitos orientais de chi e prana, ou o da força vital natradição ocidental, descrevem uma energia vital que anima a matéria física no interiordos seres vivos. Uma deficiência ou distúrbio nessas energias vitais podem levar aostress no corpo físico, reduzindo desse modo a resistência à doença.

Ao olhar apenas para os sistemas físicos do ser humano, a medicina convencionalignora a influência dos campos transfísicos de energia. É mais ou menos como tentar

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O que é a Terapia Floral?

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entender as imagens da televisão analisando as partes do aparelho de TV, sem reco-nhecer o campo de energia eletromagnética circundante que transporta o sinal trans-mitido. A estrutura física é fundamental, mas a premissa reducionista de que nãoexiste nada mais além dessa estrutura ignora as forças que animam as formas físicas.

O corpo etérico

Os campos eletromagnéticos, com os quais estamos tão familiarizados nesta nossaera eletrônica, proporcionam uma analogia muito útil para compreendermos os cam-pos de energia dos seres vivos. No entanto, seria um erro tentar explicar a vida emfunção das energias físicas da eletricidade e do magnetismo. As energias vitais, co-nhecidas como as forças etéricas formativas, têm suas próprias e distintas qualidadese características, e mesmo sua própria geometria. Por exemplo, as forças físicas seirradiam de um ponto de origem para a periferia, enquanto as forças etéricas seconcentram a partir da periferia para um centro vital. George Adams e Olive Whicher,em seu livro The Plant Between Sun and Earth (A Planta entre o Sol e a Terra),descrevem como o estudo da geometria projetiva fornece uma base matemática paracompreendermos a polaridade das forças físicas e etéricas em organismos vivos, taiscomo as plantas.

Essas forças vitais etéricas envolvem o corpo físico e pode-se dizer que constituemo corpo etérico. Uma surpreendente demonstração da existência desse corpo é o“efeito da dor fantasma”, no qual a pessoa conserva a sensação dolorosa de ummembro amputado. O membro físico foi perdido, mas o membro etérico permanece.Esse fenômeno também é ilustrado pelo “efeito da folha fantasma”, visível na fotogra-fia kirlian de uma folha cortada que mostra claramente a imagem do campo de ener-gia da folha completa, sem o corte. Pesquisadores russos chamaram esse campo daaura de “bioplasma” de um ser vivo, que podemos considerar como um outro nomepara o corpo etérico. (Ver pág. 56 para maiores informações sobre a fotografiakirlian).

O corpo etérico também engendra hábitos vitais construtivos e padrões rítmicos decomportamento. Um conceito similar tem sido proposto por Rupert Sheldrake, umpioneiro biólogo inglês e autor de A New Science of Life (Uma Nova Ciência da Vida).A teoria da causação formativa de Sheldrake descreve os campos morfogênicos, osquais dão forma e direção aos organismos vivos e são moldados pelos padrões daexperiência passada. Essas são as forças etéricas formativas, comuns a todos os orga-nismos vivos e responsáveis pelo crescimento e desenvolvimento das formas orgânicas.

É o corpo etérico que diferencia o vivo do não-vivo. Sua presença estabelece adiferença entre um organismo vital, florescente e uma porção de matéria sem vida.Quando o corpo etérico se retira do corpo físico, ocorre a morte e a dissolução.Quando o corpo etérico é forte e vitalizado, o organismo físico é cheio de vida.

A homeopatia e a acupuntura como medicinas de energia

Duas modalidades de tratamento de saúde que estão bem estabelecidas no mundode hoje — a homeopatia e a acupuntura — reconhecem e tratam os campos daenergia etérica humana. A diferença entre os remédios homeopáticos e os medica-mentos convencionais é que os primeiros são tão diluídos fisicamente que qualquerinfluência bioquímica é atenuada ou eliminada, ao mesmo tempo em que suas forçasenergéticas são amplificadas através de um processo de dinamização oupotencialização, produzido pela sucussão rítmica que acompanha cada estágio de

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Repertório das Essências Florais

diluição. Esses remédios produzem então um efeito nos campos energéticos humanosatravés da Lei dos Semelhantes. Esse princípio sustenta que uma substância causado-ra de um conjunto específico de sintomas quando ministrada em grandes doses, irá,em doses homeopáticas, estimular o corpo a curar esse mesmo conjunto de sintomas.Assim, a homeopatia age como um catalisador, reunificando as forças vitais do serhumano para que elas se envolvam no processo de cura.

A acupuntura é uma antiga ciência médica oriental na qual minúsculas agulhas sãoinseridas ao longo dos meridianos, que são os caminhos da energia vital humana.Usados para tudo, desde o alívio da dor até a cura de doenças crônicas, os tratamen-tos com acupuntura agem sobre os sistemas fisiológicos ao regular e tonificar o corpoenergético humano.

A homeopatia é uma profissão amplamente praticada e altamente respeitada naEuropa, Índia, América do Sul e Austrália. Após um século de repressão, ela estápassando por um renascimento na América do Norte. A acupuntura, praticada hámilhares de anos na China e no Japão, tornou-se cada vez mais difundida no Ociden-te nas últimas décadas. Essas duas modalidades de tratamento de saúde podem com-provar milhares de casos em que clientes obtiveram uma cura para a qual a ciênciamédica convencional não tem explicação. Receitar doses infinitesimais de substânciasou inserir agulhas em meridianos de energia não faz sentido se o ser humano forapenas um mecanismo bioquímico. O sucesso dessas terapias etéricas é uma podero-sa evidência de que o ser humano é mais do que uma máquina e de que os camposenergéticos humanos são reais.

O sistema dos campos energéticos humanos

Reconhecer a existência do corpo etérico como um campo de energia vital é oprimeiro passo para se alcançar uma compreensão da anatomia sutil humana, ouseja, a estrutura e funcionamento dos “corpos superiores” ou campos de energia quese estendem além da dimensão física. Embora haja muitos sistemas de anatomia sutil,neste Repertório referimo-nos a uma fundamental divisão quádrupla do ser humano,que tem origem em várias tradições da sabedoria e da cura metafísicas, e que é resu-mida sucintamente nos escritos do moderno cientista espiritual, Dr. Rudolf Steiner.

Essa classificação quádrupla refere-se a: 1) o corpo físico — a estrutura bioquímicae mecânica do corpo; 2) o corpo etérico — o envoltório vital que circunda imediata-mente o corpo físico e que está intimamente conectado com as forças vitais da Natu-reza; 3) o corpo astral — a sede da alma e o repositório dos desejos, emoções esentimentos humanos, especialmente correlacionado com o mundo dos astros e ou-tras influências cósmicas; e 4) o Self ou Eu Espiritual — a essência ou identidadeespiritual verdadeira de cada ser humano. Esses quatro corpos também podem servistos como se estivessem contidos em duas polaridades fundamentais do ser huma-no: o pólo da vida (o físico-etérico) e o pólo da consciência (o anímico-espiritual). Jáanalisamos os corpos físico e etérico; passamos agora ao pólo da consciência do serhumano.

O corpo astral

A consciência nasce no corpo astral, criando um espaço interior no qual o mundoexterior pode ser vivenciado. Se compararmos a qualidade bidimensional e espalhadada folha de uma planta com o fechado espaço interior de um órgão humano ouanimal, teremos uma imagem da diferença que existe entre os corpos etérico e astral.

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O que é a Terapia Floral?

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A presença do corpo astral nos animais é evidenciada pelos seus movimentos e sonscaracterísticos, que são as expressões exteriorizadas de suas experiências interiores.Nos seres humanos, o corpo astral é a morada da alma e dos nossos sentimentos,desejos e sensibilidade aos outros e ao ambiente. Ele contém tanto a nossa experiên-cia do mundo que nos rodeia quanto do nosso mundo interior. O corpo astral é, semdúvida, um lugar de polaridades, onde somos lacerados entre o gostar e não gostar,atração e repulsão, extroversão e introversão. Embora seja o corpo etérico que conce-de vitalidade, é o corpo astral que dá cor e profundidade à nossa vida.

Embora, em seu crescimento e desenvolvimento, a planta seja basicamente umaexpressão das forças etéricas, percebemos a influência de qualidades astrais no apare-cimento da flor, com suas cores, formas e fragrâncias ímpares. O formato de taça demuitas flores sugere um espaço interior, embora de um modo mais parcial que osórgãos humanos e animais. Podemos, por esse motivo, compreender porque as es-sências florais são preparadas especificamente da parte florida da planta. Quando aplanta verde brota em floração, uma forma puríssima e extraordinária de astralidadetoca brevemente sua dimensão etérica. Os remédios que são preparados nesse mo-mento do florescimento são singularmente capazes de tratar as experiências emocio-nais do corpo astral humano, harmonizando-as com o corpo etérico.

Um dos antigos ensinamentos sobre o corpo astral é o de que ele contém seteimportantes centros de energia, ou “chakras”. Há muita literatura disponível sobre osistema dos chakras, sua relação com as emoções e suas correspondências com osistema endócrino dos corpos físico e etérico. As essências florais produzem clara-mente um forte efeito sobre os chakras humanos. Entretanto, achamos que umacompreensão do sistema dos chakras e sua relação com as essências florais deveriabasear-se na evidência empírica bem como na filosofia metafísica. Neste Repertório,somente algumas das principais relações com os chakras são mencionadas naquelasessências em que tais relações são particularmente significativas. É nossa intençãoprovidenciar um exame mais completo do relacionamento entre as essências florais eos chakras, em futuros seminários e publicações, à medida que se desenvolveremnossas pesquisas.

O Eu Espiritual

O aspecto supremo do ser humano no sistema quádruplo é o ego espiritual ouSelf, também conhecido como a presença do Eu ou a centelha de divindade quehabita no indivíduo. É essa percepção consciente interior do ego espiritual, essa pos-sibilidade de individuação, que leva o ser humano à liberdade de dar forma ao seudestino e desenvolver as forças morais da consciência assim como a consciência desi. Esse Eu, ou presença auto-reflexiva, distingue os seres humanos dos três outrosreinos da Natureza — os animais, as plantas e os minerais.

O Eu Espiritual é aquele aspecto divino do nosso ser que age através da matriz docorpo e da alma, buscando a encarnação na matéria a fim de evoluir. Ele representauma identidade individual que não pode ser plenamente definida por fatoresdemográficos ou hereditários, mas que se manifesta em nosso caráter e destino pes-soal. Assim como é única a estrutura cristalina de cada floco de neve que cai do céusobre a Terra, também a diamantina divindade que pertence a cada alma humana éuma expressão sublime de espiritualidade individual.

É também o Eu Espiritual que proporciona um foco central para a integração dosdiversos elementos do nosso ser. O egotismo ou o egoísmo ocorrem quando nos

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Repertório das Essências Florais

identificamos com papéis, auto-imagens, emoções ou anseios limitadores em vez denos identificarmos com a plenitude do Eu Espiritual. Às vezes essas expressões do “euinferior” estão ocultas da plena visão da nossa consciência, mas mesmo assim exer-cem poderosas influências enquanto “sombra” ou “duplo” psicológico. Se soubermostransferir a nossa identidade para o Eu Espiritual, desenvolveremos uma capacidadede observador, um centro sereno para a prática da autopercepção consciente e dohonesto exame de nossos atos e pensamentos.

Não nos é possível superar o egoísmo através da negação do eu. A repressão não-saudável da individualidade não traz uma verdadeira realização do ego espiritual. Semum forte senso do eu e de propósito na vida, ficamos sujeitos às influências aleatóriasdas circunstâncias mutáveis ou ao controle e orientações dos outros; somos arrasta-dos pela vida como um barco sem leme no mar. O genuíno não-eu nasce da liberdadee da força, quando servir e entregar-se a um propósito mais elevado são a escolhaconsciente de um Eu forte e radiante.

A expressão física do Eu é o sistema imunológico. Sua função é estabelecer adiferença entre aquilo que serve à totalidade do nosso ser e aqueles processos doenti-os que egoisticamente servem seus próprios propósitos às custas do todo. Não écoincidência que numa época em que a verdadeira identidade espiritual está perturba-da ou distorcida de mil maneiras, a nossa cultura como um todo também experimenteum rápido aumento das doenças relacionadas com a função imunológica. A mensa-gem mais profunda dessas doenças físicas é a de que precisamos desenvolver umrelacionamento integral com o Eu Espiritual.

Assim, um senso forte, porém equilibrado, do Eu é vital para a saúde tanto docorpo como da alma. Quando despertamos nossa percepção consciente para o fatode que o Eu é a parte sagrada e mais íntima do nosso ser, sua radiância solar podeiluminar nosso caminho através da vida.

Em suma, é através da compreensão da natureza multidimensional do ser humanoque podemos perceber o pleno potencial da terapia floral como agente facilitador dasaúde e do bem-estar. É um processo que envolve todos os quatro níveis do nossoser; o Eu Espiritual, as nossas experiências interiores, as nossas forças vitais e tambéma nossa natureza física. Somos desafiados a fazer a escolha consciente de mudar, deassumir a responsabilidade pela nossa saúde e destino na vida, utilizando a força plenado nosso Eu espiritual. Precisamos tratar as emoções e atitudes que constituem ocorpo astral, desenvolvendo equilíbrio e clareza interiores. Além disso, precisamosnutrir o corpo etérico, despertando as forças vitais que, por sua vez, irão energizar efortalecer o corpo físico. Assim entendida, a terapia floral torna-se verdadeiramenteholística, relacionando-se com cada dimensão da vida.

A Terapia Floral como Cura da Alma

A alma humana

Embora as essências florais sejam capazes de tocar todos os aspectos da experiên-cia humana, elas o fazem por meio da alma humana. Mas, o quê exatamente seentende por alma? Essa é uma questão que tem preocupado os pensadores ao longo

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dos séculos, e assim é pouco provável que possamos oferecer aqui uma descriçãodefinitiva. Como disse o filósofo norte-americano Ralph Waldo Emerson, “A filosofiade seis mil anos não inspecionou as câmaras e depósitos da alma.” De todo modo,esperamos nesta rápida visão geral compartilhar uma percepção do que é a vidaanímica e como as essências florais enriquecem a alma.

Nas discussões teológicas dos filósofos, bem como em muitos ensinamentos religi-osos e metafísicos contemporâneos, a “alma” é o aspecto imortal do ser humano,destinada à condenação eterna ou à redenção, ou a encarnar uma vida após a outra.Nas palavras do poeta inglês William Wordsworth, “A alma que conosco se ergue,nossa Estrela da Vida / teve alhures seu ocaso / e de muito longe vem.” A partir dessaperspectiva, a alma é uma entidade espiritual.

Do ponto de vista da moderna ciência materialista, aquilo a que chamamos alma éuma entidade totalmente física, nada além de um subproduto das reações químicas nocérebro. Podemos seguir a pista desse conceito até o filósofo francês do século 17,René Descartes, que localizou a alma na glândula pineal.

Já a visão clássica era a de que a alma não seria nem puro espírito nem purocorpo, mas sim uma qualidade viva do corpo. O filósofo grego Aristóteles definia aalma como “a realidade inicial de um corpo natural imbuído com a capacidade para avida”. O romano Plotino declarou: “É a alma que empresta movimento a todas ascoisas”, fazendo eco ao que Cícero dissera vários séculos antes, “Pois tudo que éposto em movimento por forças externas é sem vida, mas tudo aquilo que possui vidaé movido por um impulso interior e inerente. E esse impulso é a própria essência epoder da alma.” A religiosa medieval Hildegard de Bingen descrevia a alma como “umsopro do espírito vivo que, com sublime sensibilidade, permeia todo o corpo para dar-lhe vida.”

A partir dessas descrições temos a impressão de que a alma é aquilo que move, ouanima, um corpo vivo. Com efeito, anima e animus são as palavras latinas quedesignam os aspectos feminino e masculino da alma. Enquanto humanos, comparti-lhamos essa qualidade animada da alma com aquelas criaturas que são nossas compa-nheiras na Terra, os animais, dos quais cada espécie expressa uma qualidade anímicaúnica em seus sons e movimentos.

A alma é aquilo que nos move; é paixão, desejo, luta por algo que está além donosso alcance. A alma é também as profundezas da experiência. É a incursão na dor,na vulnerabilidade, na mortalidade, na entrega. Como a flor na planta, a alma huma-na expressa a riqueza da experiência; ela dá cor, textura e sentimento. É um cálicepara receber a vida, um espaço interior no qual vivenciar o mundo exterior. A almavive através do contato com a pulsação da vida. Experimentamos tal alma na soulmusic ou na poesia que eleva a alma.

A alma está assim fortemente conectada ao corpo astral, morada das nossas emo-ções, do nosso gostar e não gostar, das nossas experiências. Contudo, seria umasimplificação exagerada dizer que a alma é o corpo astral, pois ela também busca umrelacionamento com o mundo físico, com a Natureza e com a sociedade humana.

Como pode a alma nascer do mundo espiritual e, ainda assim, expressar-se atravésdo corpo físico? Qual o mistério contido nesse paradoxo? Onde exatamente podemosachar a alma? O poeta alemão Novalis disse, “A sede da alma é ali onde o mundointerior e o mundo exterior se encontram. Onde eles se sobrepõem; a alma está em

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Repertório das Essências Florais

cada um dos pontos da sobreposição.” A palavra grega psyche significa tanto “alma”como “borboleta”. Essa imagem sugere que a alma é capaz de transmutação, oumetamorfose, desde a lagarta presa à terra, passando pela crisálida encasulada, atéchegar finalmente às asas celestiais libertas. A alma é assim um intermediário entre ointerior e o exterior; entre o corpo (encarnação na matéria) e o espírito (expansãoilimitada do Eu); entre a vida e a consciência.

Essa natureza dinâmica e fluida da alma é essencial. Se confundimos alma e espí-rito, como fizeram muitos teólogos do passado, então a alma torna-se uma abstraçãodesincorporada, separada da pulsação da vida. Se reduzimos a alma a um mecanismofísico, como faz a ciência materialista moderna, então negamos seus atributos trans-cendentes e misteriosos e promovemos a macabra visão de um mundo sem cor habi-tado apenas por criaturas mecânicas.

Há muitas descrições e perspectivas relacionadas à alma. Tal como na famosaparábola indiana dos cegos e do elefante, cada percepção é um vislumbre de umatotalidade maior que está além da nossa visão. No entanto, com cada novo ponto devista, chegamos mais perto da verdade. Agora que a “alma” escapou da obscuridadedas dissertações teológicas e cruzou as fronteiras dos idiomas étnicos para ocupar seulugar nos grandes êxitos de livraria, temos a oportunidade de nos unir à cultura comoum todo para pesquisar o significado da alma. Podemos hoje falar das essências flo-rais como uma terapia da alma, com uma certa expectativa de que estaremos fazendovibrar um acorde já conhecido.

Psicologia, psicoterapia e cura da alma

Psicologia, em suas raízes etimológicas, é o “conhecimento da alma” (o logos dapsique). Isso pode ser difícil de reconhecer numa cultura em que alguns psicólogosfazem pesquisas em ratos para entender o comportamento humano ou usam a inse-gurança sexual e outras emoções para vender bens de consumo ou manipular a opi-nião pública. Essas práticas ilustram uma abordagem que trata a alma como um meromecanismo que pode ser previsivelmente programado. Na medida em que as pessoasagem de modo mecânico e impensado, tais métodos behavioristas tornam-se pressu-posições que acabam por se realizar.

Algumas escolas de psicologia e psiquiatria têm se voltado cada vez mais para apsicofarmacologia, envolvendo o uso de tranqüilizantes, antidepressivos ou drogaspsicotrópicas para tratar as lutas da alma. Embora seja verdade que a manipulaçãoquímica do cérebro pode alterar dramaticamente o comportamento e a experiência, aalma é mais do que a química do cérebro.

Apesar de várias tentativas para reduzir a psicologia a uma programação mecanicista,a psicoterapia (“tratamento da alma”) está basicamente interessada na estimulação daautopercepção consciente e na qualidade da vida da alma. No desenvolvimento inicialda psicoterapia, foi a psicanálise de Sigmund Freud que reconheceu que a psiquetinha dimensões ocultas ou inconscientes, as quais, contudo, exerciam poderosasinfluências sobre nossos pensamentos, sentimentos e ações. No entanto, a psicologiae a psicoterapia não ganharam sua merecida fama até que os traumas sociais daprimeira metade do século 20 — as duas Guerras Mundiais, a Depressão, o Holocausto— deram um forte impulso para que fossem acesas as luzes da compreensão nosescuros recessos da psique humana. À medida que amadurecia a geração nascidaapós a Segunda Guerra Mundial, a psicoterapia foi se tornando parte integrante danossa vida cultural.

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Carl Jung e sua terapia da alma

O psiquiatra suíço Dr. Carl Jung desenvolveu, em especial, a dimensão anímica dapsicoterapia. Jung foi originalmente discípulo de Freud, mas discordou de sua estreitaênfase na sexualidade como causa da neurose e como base principal das aspiraçõesanímico-espirituais da humanidade. Jung reconheceu que nas profundezas da experi-ência do indivíduo — contatadas através de sonhos, meditação, terapia profunda, epresentes nas imagens mitológicas de culturas tradicionais — há certos arquétipostranspessoais. Esses temas recorrentes são expressos com muitas variações, de acor-do com as circunstâncias individuais. No entanto, emanam de uma fonte comum, aque Jung deu o nome de inconsciente coletivo, ou o que também poderia ser chama-do de base do ser ou mente universal, um conceito articulado pelo filósofo gregoPlatão. Jung afirmava que o trabalho interior consciente poderia ajudar a pessoa acompreender como esses arquétipos desempenham um papel no desenrolar do desti-no individual. Ele ensinava que, através de um processo de individuação, a almahumana pode harmonizar seus vários aspectos e encontrar sua expressão singular navida. Particularmente importante é o encontro com a sombra, ou seja, as emoções eatitudes não reconhecidas que com freqüência opõem-se às nossas intenções consci-entes. Uma vez que esses elementos rejeitados da psique sejam reconhecidos, elespoderão ser gradualmente resgatados e integrados ao Eu consciente. Jung chamavaesse processo de União dos Opostos, pedindo emprestado uma imagem da tradiçãoalquímica.

Na verdade, uma das principais contribuições de Jung foi reviver o interesse mo-derno pela alquimia como uma linguagem da alma. Jung contestava a visão convenci-onal de que a alquimia era uma tentativa de magicamente converter metais comunsem ouro. Em vez disso, ele via a alquimia como uma série de processos simbólicosdirecionados para o trabalho interior e a transmutação da alma. Jung encontrou cor-relações entre as imagens transformativas que surgiam espontaneamente nos sonhosde seus pacientes e as formas arquetípicas usadas na alquimia. Isso o levou a concluirque os processos alquímicos que envolviam as substâncias da Natureza eram basica-mente projeções da psique humana, uma espécie de sonho desperto repleto de sím-bolos da vida interior, mas sem qualquer realidade independente.

Infelizmente, Jung estava certo apenas pela metade em sua avaliação da alquimia.Seus insights levaram a uma nova sabedoria sobre a vida da alma humana, mas semuma conexão direta com a alma da Natureza. O mundo natural está cheio de arquéti-pos vivos, tão reais quanto aqueles que habitam a psique humana. Como trataremosa seguir, a sabedoria alquímica não é simplesmente a projeção de um mundo interiorsobre uma tela em branco; ela trabalha com as correspondências entre a alma huma-na e a alma da Natureza. É exatamente essa compreensão que forma o alicerce daterapia floral.

Desenvolvimentos recentes na psicoterapia

No período que se seguiu à Segunda Guerra Mundial, um dos mais significativospioneiros da psicologia foi Abraham Maslow, fundador da psicologia humanista.Maslow discordou da ênfase mal colocada pela psiquiatria e pela psicologia behaviorista,que era a de ajudar um indivíduo disfuncional a tornar-se “bem ajustado” em seuspapéis profissionais e familiares. Maslow postulou uma hierarquia de necessidades,que incluía a capacidade básica de funcionar no mundo e atender as necessidades davida. Contudo, além dessas necessidades da sobrevivência física, está o empenho pela

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Repertório das Essências Florais

auto-realização, ou pleno desenvolvimento do potencial humano, para que sejamencontrados o significado e a realização mais profundos na vida. Esse reconhecimen-to tornou-se a base da psicologia humanista e daquilo que é chamado de movimentodo potencial humano, o qual gerou uma grande variedade de terapias destinadas aajudar a alma a encontrar a realização na vida.

A psicologia transpessoal é um desenvolvimento ulterior; há nela o reconheci-mento de uma dimensão transcendente ou espiritual da vida, que daria um contextomais amplo ao desenvolvimento individual da nossa alma. Um dos pioneiros dessetrabalho foi Roberto Assagioli, promovedor da psicossíntese. Através de tal processo,um senso essencial do Eu Espiritual é desenvolvido, tornando-se um centro em voltado qual constelam os vários sub-eus, ou subpersonalidades.

À medida que nos aproximamos do final do século 20, erguem-se vozes que ques-tionam se a psicoterapia, tal como é praticada, não estaria frustrando a vida da almaao invés de estimulá-la. James Hillman, psicólogo de arquétipos, criticou o narcisismodaqueles que, pela própria abordagem do autodesenvolvimento, são levados àintroversão e ao não-envolvimento social e político. Ele nos exorta a ver a conexãoentre a neurose individual e as doenças sociais, e a nos envolver nas questões donosso tempo. Theodore Roszak sugere que grande parte da angústia da alma contem-porânea tem suas origens na desconexão da sociedade em relação à Terra. Perceben-do que a auto-realização do movimento do potencial humano é inadequada, ele pedeuma nova ecopsicologia, na qual a cura de nós mesmos é inseparável da cura daTerra. Robert Sardello exorta-nos a trazer sentido e beleza às nossas vidas não sócomo uma realidade interior, mas como uma experiência ativa e dinâmica no mundosocial e natural. Thomas Moore escreve sobre a necessidade dos “cuidados da alma”como uma atividade diária, em vez de apenas uma experiência levada a efeito na salado terapeuta. Ele sugere que abandonemos nossa obsessão em nos fixar nos proble-mas psicológicos e, em vez disso, prestemos atenção à sabedoria da vivência singularda nossa alma.

Em seus questionamentos, por vezes polêmicos, mas sempre incisivos, dapsicoterapia contemporânea, essas vozes nos desafiam a desenvolver um novoparadigma psicológico. A psique não deveria ser vista como um objeto isolado parareflexão interior, mas como um participante plenamente envolvido com a Terra e coma cultura humana. A alma humana individual é um membro da alma do mundo (animamundi). Está intimamente relacionada com Gaia, o ser vivo Terra, e com todos osseres que nela existem. Assim imaginada, a psicoterapia torna-se uma genuína curada alma, fiel à definição de Novalis, “ali onde o mundo interior e o mundo exterior seencontram.”

As essências florais e a alma do mundo

A terapia floral incorpora essa visão mais ampla dos cuidados com a alma. Seuprincípio fundamental é o de que nosso bem-estar pessoal e nosso sentido de inteirezadependem muitíssimo do bem-estar geral do mundo em que vivemos. Todavia, estenão é simplesmente um conceito abstrato ou um ideal teórico. O processo mais pro-fundo — o próprio cerne do significado da terapia floral – é que um diálogo ourelacionamento é gerado entre a alma humana e a alma da Natureza.

Basicamente, podemos enxergar a terapia floral como uma forma extraordináriade comunhão, na qual recebemos não só a nutrição física das substâncias da Terra,mas também permitimos a nós mesmos absorver conscientemente as qualidades

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O que é a Terapia Floral?

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anímicas do ser vivo Terra. Tal terapia nos concede a oportunidade não apenas desermos “curados” num sentido pessoal, mas de podermos realmente vivenciar e apren-der com a Natureza, unir a percepção consciente microcósmica e macrocósmica.

Compreendendo a partir dessa perspectiva, podemos apreciar o valor mais profun-do dos dois remédios policrestos (multiuso) do sistema de Bach. As essências Wild Oate Holly sintetizam a combinação do interno e do externo na terapia floral. O Dr. Bachpretendia que eles fossem amplamente usados, para ajudar a orientar a alma do modomais básico ao longo de sua jornada de cura. Wild Oat dirige-se à nossa capacidade deencontrar significado no mundo e desenvolver compromisso e foco interiores, que irãofortalecer e direcionar a alma na descoberta de sua vocação ou chamado para servir osoutros e contribuir na cultura mundial. Por outro lado, Holly dirige-se àqueles senti-mentos mais íntimos da alma que nos separam dos outros, tais como a hostilidade, ociúme e a inveja. Com efeito, o próprio nome dessa planta admirável remete à idéia deinteireza ou santidade; (1) Holly conduz a alma para um sentimento de unidade, inclu-são e confiança nos relacionamentos com os outros.

À medida que consideramos cada uma das essências listadas no Repertório, vemosque elas sempre se dirigem para o perfeito equilíbrio da alma: buscar a força e osignificado interiores, mas também construir uma sensibilidade compassiva pelos ou-tros; ampliar a consciência, mas também focá-la na atividade prática e enraizada; estarconsciente dos mundos mais elevados e mais sutis, mas também estar presente nomundo físico e no corpo físico. Embora ainda seja um esforço pioneiro, a terapia floraltem o potencial de trazer uma contribuição real e significativa ao nosso entendimentoda cura da alma. Ela promove um relacionamento verdadeiramente dinâmico entre ointerior e o exterior, o pessoal e o social, o mundo humano e o mundo natural, apercepção consciente pessoal e a consciência transcendente.

A dividida tradição alquímica

O processo de relacionar a alma individual com a alma mundial e a alma da Natu-reza tem antigas raízes na tradição alquímica. Embora a cultura contemporânea aconsidere uma mera precursora primitiva da química moderna e Jung acredite que elatem um caráter estritamente psíquico ou simbólico, a alquimia é na verdade um siste-ma profundo de atividade filosófica e científica que reconhece a interconexão entreHumanidade, Natureza e Cosmos. O grande mestre egípcio Thot (conhecido pelosgregos como Hermes Trismegisto) é visto como o fundador da tradição alquímica econsiderado o criador do axioma, “Assim na Terra como no Cosmos”.

A sabedoria alquímica afirmava que a ordem do Universo se expressa no mundoda Natureza e também no ser humano, que pode ser considerado um microcosmo docosmos maior. Um dos mais notáveis representantes desse ensinamento foi Paracelso,alquimista suíço da Idade Média. Paracelso retratou a Natureza como se ela fosse umlivro narrado numa escrita cósmica, cujas formas e processos revelavam o funciona-mento de leis mais elevadas. Sua Doutrina das Assinaturas descrevia como as corres-pondências entre as formas vegetais e as humanas indicavam a ação curativa específi-ca dos remédios à base de plantas. Isso se fundamentava na compreensão de que asestruturas e processos físicos das plantas expressam os mesmos princípios universaisque se manifestam nas formas e processos do ser humano. Paracelso relacionou as

1 Wholeness (inteireza, totalidade) e holiness (santidade), palavras com a mesma raiz semântica, numaalusão fonética a holly (azevinho) (N.T.)

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Repertório das Essências Florais

influências dos planetas e estrelas sobre as plantas e os metais, uma compreensão quetambém podemos encontrar nos compêndios de grandes herboristas como Hildegardde Bingen, Gerard e Culpeper.

De acordo com Paracelso, o trabalho do alquimista era extrair as substâncias daNatureza e torná-las mais refinadas e sutis, aumentando assim seus poderes de trans-formar o ser humano. Ele escreveu, “A quinta essentia consiste naquilo que é extra-ído de uma substância — de todas as plantas e de tudo que tenha vida... a inerência deuma coisa, sua natureza, poder, virtude e eficácia curativa.” Desse modo, para Paracelso,um remédio curador era a refinada quintessência de uma substância natural.

A escola esotérica rosa-cruz foi uma parte importante da tradição alquímica, devo-tada à percepção do mundo natural como uma rica biblioteca de arquétipos espirituaise processos transformativos. Suas práticas espirituais não se destinavam a deixar paratrás o corpo físico, nem abandonar o corpo maior da Natureza ou as necessidades dacomunidade humana na qual viviam. Pelo contrário, cada conquista ao longo do cami-nho rosa-cruz exigia uma maior maestria nos mundos físico e social, e uma consciên-cia cada vez mais profunda das leis espirituais que moldam esses mundos. Ativosdurante o final da Idade Média e no início da Renascença, os alquimistas rosa-cruzesviviam de uma maneira prática no mundo, dando contribuições substantivas às profis-sões médicas, acadêmicas e científicas de seu tempo.

Como sabemos, a ciência abandonou suas raízes metafísicas e desenvolveu umparadigma mecanicista no qual a matéria deixou de ter qualquer conexão com o serou com as forças etéricas da Natureza. A alquimia se transformou na química, que,junto com a biologia reducionista, forma a base da atual ciência médica materialista.Os ensinamentos alquímicos foram descartados como mera superstição primitiva oucharlatanismo. Certamente muitos erros e distorções se infiltraram nos ensinamentosalquímicos ao longo dos tempos, mas esses ensinamentos estão permeados por umasabedoria muito profunda que uma época materialista não consegue compreender.

Assim, a tradição da alquimia, baseada no relacionamento entre o mundo exteriordas substâncias da Natureza e o mundo interior da alma humana, tornou-se divididaem nosso tempo. Por um lado, temos um estudo sem alma de um mundo mecânico;por outro, temos um desincorporado sistema de símbolos que existe apenas no mun-do interior da psique. A psicologia contemporânea reflete essa cisão alquímica. Ospsiquiatras que seguem o modelo médico utilizam substâncias e processos físicos, masnão cuidam da vida interior da alma humana. Os psicólogos da tradição junguiana sãomestres na vida interior da alma, mas (com poucas e notáveis exceções, como o Dr.Edward Whitmont) geralmente carecem de um relacionamento com a alma da Nature-za e não trabalham com um conhecimento preciso das substâncias reais da Natureza.

A terapia floral como uma nova alquimia da alma

Como a terapia floral se dirige ao relacionamento entre a alma humana e a almada Natureza, ela reúne as duas polaridades da tradição alquímica. É a mensageira deuma nova alquimia da alma, que incorpora a antiga sabedoria com uma modernapercepção consciente da psique humana e da Natureza.

A essência proveniente de uma planta em floração cria uma quinta essentiaalquímica, facilitando um diálogo anímico entre os arquétipos da Natureza e os arqué-tipos no interior da alma humana. Isso não está baseado numa projeção sentimentale romântica, nem na nostalgia por uma mítica idade de ouro. Ao contrário, é uma

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O que é a Terapia Floral?

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compreensão muito precisa de que os pensamentos, os sentimentos e as vivências dapsique humana são reflexos das mesmas leis cósmicas inerentes aos padrões de cres-cimento, formas, cores, fragrâncias e energias vitais da Natureza, que se expressamna planta florida. Esse é o significado do ensinamento alquímico, “Assim na Terracomo no Cosmos.” A vida anímica que alcançamos à medida que fazemos nossa jorna-da interior corresponde à própria anima mundi da Natureza.

O Papel Singular da

Terapia Floral nos Cuidados com a Saúde

As essências florais não são drogas

Como as essências florais são substâncias que introduzimos no corpo, é fácil con-fundi-las com as drogas usadas para tratar as doenças físicas e emocionais. As essên-cias florais não são drogas. Antes de mais nada, as essências florais, por causa de suanatureza vibracional, não causam impacto direto sobre a bioquímica do corpo, talcomo as drogas farmacêuticas e psicoativas. Tranqüilizantes, antidepressivos, analgé-sicos, euforizantes e drogas que “expandem a mente” afetam os estados emocionais,mas o fazem mudando a química do cérebro e, desse modo, alteram o veículo bioló-gico através do qual a alma humana se expressa.

Essa manipulação bioquímica pode ser importante em casos de doenças graves,tais como tendências suicidas extremas. Mas, além do perigo dos efeitos colaterais,precisamos também levantar questões profundas sobre o uso de drogas que alteram oânimo com a finalidade de controlar ou eliminar emoções tão tipicamente humanascomo a depressão, o medo, a ansiedade e a timidez. Qual o efeito que exercem sobrea alma esses transformadores da personalidade quimicamente induzidos? Será quealgo não se perde quando a alma escapa à necessidade de lidar arduamente com a dordo abuso na infância ou com a raiva diante das injustiças do mundo? Como poderá aalma aprender as lições da vida se não tiver a liberdade de vivenciar a dor e a transfor-mação? A sociedade seria melhor se os grandes poetas tivessem tratado sua introversãocom estimulantes do ânimo ou se os críticos sociais tivessem curado sua alienaçãocom antidepressivos?

As essências florais, ao contrário, deixam a alma em liberdade. Elas encorajam amudança ao invés de forçá-la, agindo através da ressonância vibracional e não daintervenção bioquímica. Seu efeito é evocativo, muito semelhante ao efeito de umaconversa com um amigo sensato e prestativo. As essências estimulam um diálogointerior com os aspectos ocultos do nosso Eu, despertando profundos arquétipospsicológicos e dando-nos acesso às suas mensagens. Como resultado dessa “conver-sa” com nossa alma, ocorrem profundas mudanças emocionais e mentais que pode-rão produzir também alterações fisiológicas. Mas essas mudanças não são impostasdo exterior; elas ocorrem dentro de nós mesmos, através da nossa própria experiên-cia e esforço.

As essências florais são catalisadores que estimulam e energizam o processo detransformação interior, ao mesmo tempo em que nos deixam livres para desenvolver-

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Repertório das Essências Florais

mos as nossas capacidades inatas. O melhor uso das essências é dentro de um contex-to de desenvolvimento interior, através da auto-observação, do diálogo e doaconselhamento. Por essa razão, elas não são utilizadas para tratar doenças específi-cas. Mais exatamente, as essências florais nos ajudam a aprender as lições de todaenfermidade, enfrentar os desafios apresentados à nossa alma pela dor e sofrimentoemocionais e físicos, e, dessa maneira, transformar nossa vida. Essa metamorfoseincentiva a saúde e pode eliminar diversos sintomas físicos dolorosos, porém o objeti-vo supremo continua a ser a evolução da alma. Ao contrário das drogas analgésicasou supressoras de sintomas, que podem criar dependência a longo prazo quandousadas para controlar condições crônicas, as essências florais estimulam mudançasduradouras na consciência, que continuarão a fazer parte da nossa vida mesmo de-pois que pararmos de tomar essas essências.

As essências florais não são remédios fitoterápicos convencionais

As essências florais têm muito em comum com os remédios fitoterápicos. Elescompartilham a tradição de usar ingredientes puros diretamente da Natureza e a filo-sofia de trabalhar junto com o processo de cura, em vez de reprimi-lo. Com efeito,depois que o Dr. Bach deixou sua clínica homeopática e descobriu as essências florais,ele se referia a si mesmo como herborista e caracterizava suas essências como remé-dios à base de ervas.

No entanto, as essências florais são uma forma muito especializada de preparaçãofitoterápica, que deveria ser distinguida dos remédios fitoterápicos convencionais. Osprodutos fitoterápicos são preparados a partir de diversas partes da planta, incluindoraiz, caule, folhas, frutos, sementes, bem como flores; são preparados através de umavariedade de métodos, incluindo infusão, decocção e tintura.

As essências florais diferem quanto ao método de preparação, pois geralmente sãopreparadas por infusão, utilizando apenas as flores frescas da planta e no contexto deuma matriz ambiental específica. Ao descrever a preparação da essência floral, o Dr.Bach comentou: “Observemos que os quatro elementos estão envolvidos: a terra paranutrir a planta; o ar do qual ela se alimenta; o sol ou fogo para permitir-lhe comunicarseu poder; e a água... para ser enriquecida com sua benéfica cura magnética.” Acres-centaríamos ainda a existência do quinto elemento alquímico, o elementoquintessencial, que é o estado de consciência sensível do preparador da essênciafloral. Desse modo, as essências florais são mais do que simples extratos fitoterápicos;são quintessências alquímicas que levam em si os arquétipos vivos da planta inteira,capturados no momento supremo do desabrochar das flores.

Os remédios fitoterápicos geralmente são selecionados com base nos sintomasfísicos e são usados devido a seus constituintes físicos de ocorrência natural. As essên-cias florais, por outro lado, têm uma natureza vibracional e são selecionadas de acor-do com seus efeitos sobre as qualidades da alma. Entretanto, nas tradições fitoterápicase xamânicas de muitas culturas existe o reconhecimento de que as plantas têm signi-ficados mais profundos e estão associadas às forças e processos espirituais. Esse lega-do de uma fitoterapia mais sutil pode ser visto como uma das fontes para a compreen-são das qualidades das essências florais.

As propriedades fitoterápicas das plantas mantêm uma relação com seus usoscomo essências florais, mas não são idênticas a estes. Muitas vezes, o efeito da essên-cia floral sobre a alma é como uma “oitava superior” dos efeitos físicos da planta,embora isso deva ser considerado no contexto de um estudo completo da planta,

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conforme o exame que se inicia à página 43. Por exemplo, o aneto Dill é usado comoerva culinária para estimular a digestão e neutralizar a flatulência causada pelo comerexcessivo ou demasiado rápido. Já a essência floral Dill dirige-se à “indigestão psíqui-ca”, que ocorre quando a alma é sobrecarregada por impressões sensoriais excessivasou muito rápidas; Dill atua refinando e clarificando nossa experiência do mundo sen-sorial. Muitos herboristas modernos usam as essências florais juntamente com os me-dicamentos fitoterápicos tradicionais. Eles relatam, contudo, que as essências tratamas questões da psique de modo muito mais direto e preciso do que os remédiosfitoterápicos convencionais.

As essências florais diferem das fragrâncias e óleos essenciais

As essências florais não devem ser confundidas com as fragrâncias nem com osóleos essenciais puros usados na aromaterapia, embora o termo “essências florais”seja algumas vezes equivocadamente aplicado a esses óleos. As essências florais nãotêm qualquer aroma específico, exceto pelo conhaque que é usado como conservantenatural. Isso ocorre porque a substância física da flor contida na essência está alta-mente atenuada, para que suas qualidades vibracionais possam ser acentuadas.

As fragrâncias geralmente são preparações sintéticas elaboradas em vista de seuaroma e usadas em perfumaria. Os óleos essenciais puros são o produto, altamenteconcentrado, da destilação natural dos óleos aromáticos de substâncias vegetais econstituem, portanto, um tipo especializado de remédio fitoterápico. Os óleos essen-ciais podem ter forte efeito sobre o corpo e a alma, mas seu caminho é através dossentidos e do corpo físico, em vez dos campos vibracionais usados pelas essênciasflorais. A aromaterapia e as essências florais funcionam bem em parceria, mas nãodevem ser confundidas. Elas são terapias complementares — do corpo para a alma, eda alma para o corpo.

Uma comparação entre as essências florais e a homeopatia

As essências florais também diferem dos remédios homeopáticos, embora essasduas modalidades de cura tenham muito em comum em termos históricos, filosóficose práticos. Ambos os tipos de remédios têm uma natureza vibracional e, portanto, sãofisicamente diluídos. Cada um deles age como um catalisador do processo de cura dapessoa, em vez de suprimir ou controlar os sintomas. Ambas as modalidades tratam apessoa e não a doença, e procuram aliar o remédio à situação específica do indivíduo.O Dr. Bach trabalhou como médico homeopata antes de desenvolver suas essênciasflorais e hoje os homeopatas estão entre os que mais prontamente reconhecem aeficácia da terapia floral.

Há, contudo, significativas diferenças entre as essências florais e os remédios ho-meopáticos. Bach descreveu claramente o desenvolvimento das essências florais comoum rompimento com a homeopatia, afirmando que as essências não seguem a Leidos Semelhantes, a qual é a própria definição da medicina homeopática.

De acordo com o princípio dos semelhantes, os remédios homeopáticos são de-senvolvidos por experimentos, em que grandes doses de uma substância são dadas aum grupo de indivíduos saudáveis e os sintomas por eles desenvolvidos tornam-se asindicações para a condição à qual se dirige o remédio. Se Bach tivesse usado o méto-do homeopático, ele teria dado a um grupo-teste de pessoas grandes doses de Hollye descoberto que elas se tornaram ciumentas, invejosas e cheias de ódio, ou entãodescobriria que Clematis, em grandes doses, produzia um estado sonhador e desfocado

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Repertório das Essências Florais

no seu grupo-teste.

É um fato histórico que Bach jamais usou experimentos ao desenvolver seus remé-dios florais, nem que experimentos homeopáticos tenham sido usados para testaroutras essências florais. Ao contrário, Bach descobriu que a essência floral Hollyproduzia um sentimento de união e amor na alma perturbada pela inveja, ciúme ouódio, e que a essência Clematis intensificava a qualidade da presença em pessoassonhadoras e desincorporadas.

Se as essências florais não seguem a Lei dos Semelhantes da homeopatia, pode-ríamos então dizer que elas são uma expressão da Lei dos Contrários, que é a baseda medicina alopática e supressora de sintomas? Bach aparentemente acreditava queos remédios florais agiam através dos contrários no interior da alma, dizendo que eles“inundam nossa natureza com a virtude particular de que necessitamos, e lavam denós a falha que está causando o dano.” Contudo, nossas próprias pesquisas ao longodos últimos 16 anos indicam que isso seria uma simplificação excessiva. Ao invés deagir por semelhantes ou por contrários, a ação transformativa das essências florais éuma expressão da integração das polaridades no interior da nossa psique, tal comoentendido pela alquimia e pela psicologia junguiana.

Por exemplo, a essência floral Mimulus dirige-se aos medos da vida cotidiana; elanão cria o medo quando dada em grandes doses a um indivíduo saudável que não temesses medos, como seria de esperar se ela seguisse a Lei dos Semelhantes dahomeopatia. E Mimulus tampouco elimina o medo, como faria uma droga tranqüili-zante que operasse pela Lei dos Contrários da alopatia. Uma pessoa que toma aessência floral Mimulus pode tornar-se mais agudamente consciente da existência deum estado de medo, talvez antes oculto de sua percepção consciente. Ao mesmotempo, Mimulus encoraja tal pessoa a enfrentar esses medos, despertando nela aforça anímica necessária para ir ao encontro de tais desafios. Portanto, podemosdizer que Mimulus trabalha com a polaridade medo e coragem, habilitando a alma aalcançar um nível mais elevado de integração. Ao invés de eliminar o medo, Mimulusnos ajuda a ter a coragem de enfrentar o medo. Entendida deste modo, a terapiafloral aplica a lei alquímica da União dos Opostos, pela qual os pólos opostos sãointegrados numa síntese mais elevada.

Além disso, as essências florais e os remédios homeopáticos são preparados demaneira diferente. Enquanto os remédios homeopáticos têm sido feitos de quasetodas as substâncias e de qualquer parte da planta, as essências florais são feitasexclusivamente com a flor. Por essa razão, as essências florais também devem serdistinguidas dos diversos remédios vibracionais preparados com outras partes da plan-ta ou com substâncias animais ou minerais, tais como as essências marinhas e oselixires minerais. É a flor, especificamente, que se utiliza no preparo das essênciasflorais, pois é no processo de floração que as qualidades anímicas da Natureza juntam-se à forma e substância da planta. Assim, a essência floral torna-se um veículo decomunicação entre a alma da Natureza e a alma humana.

Mesmo quando os remédios homeopáticos são feitos de flores, sua preparação édiferente daquela das essências florais. A substância-mãe homeopática consiste numatintura ou extração alcoólica da planta macerada, que é então diluída e dinamizada,em geral inúmeras vezes, para produzir o remédio. As essências florais são prepara-das através da infusão da flor inteira em água, processo no qual o preparador trabalhaem conjunto com as condições ambientais e meteorológicas circundantes de modo

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O que é a Terapia Floral?

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muito consciente. Por essa razão, dizemos que as essências florais são feitas no “labo-ratório da Natureza”, no hábitat natural da flor silvestre ou num jardim onde as florespodem florescer sob condições ideais.

As essências florais são usadas somente em primeira ou segunda diluições, e noentanto atingem diretamente a mente e as emoções. Elas causam efeito na psique deuma maneira suave, deixando, no geral, a consciência escolher livremente como res-ponder à sua influência. Os remédios homeopáticos usualmente precisam ser eleva-dos até uma potência muito mais alta para afetarem os estados mentais e emocionais.Muitos terapeutas acreditam que tais potências atuam sobre a psique de uma maneiramais persuasiva do que o fazem as essências florais. Desse modo, os remédios home-opáticos de alta potência têm algumas similaridades com as drogas farmacêuticas,devendo sempre ser usados com extrema cautela e por terapeutas muito habilidosos.Os remédios homeopáticos de baixa potência, por outro lado, trabalham mais direta-mente com o aspecto físico-etérico do ser humano e são, portanto, mais similares aosremédios fitoterápicos. As essências florais combinam a segurança dos remédios ho-meopáticos de baixa potência com a capacidade de estimular a consciência dos remé-dios de potência mais alta. As essências florais criam um diálogo com a alma, em vezde lhe ditar ordens.

Também no modo de uso as essências florais diferem dos remédios homeopáticos.Um caso homeopático envolve extensa catalogação de sintomas, geralmente comgrande ênfase nas condições e hábitos físicos, que formam um quadro do corpoetérico ou vital da pessoa. O terapeuta procura então encontrar a melhor combinaçãoentre a lista de sintomas apresentados pelo paciente e a lista de indicações dos remé-dios.

Por outro lado, a terapia floral correlaciona um “arquétipo” ou “mensagem” deuma planta com uma qualidade específica da alma ou psique humana. Embora ossintomas físicos e outros sintomas ofereçam pistas quanto aos problemas interiores,escolher uma essência floral é mais do que comparar uma lista de sintomas com umalista de indicações. Mais exatamente, a ênfase é dada na identificação dos problemase lições subjacentes, como meio de pintar um “retrato da alma” do indivíduo. Esseretrato é então correlacionado com uma ou mais essências florais cujas configuraçõesvibracionais incorporam aquelas qualidades e processos.

Desse modo, fica claro que as essências florais não são remédios homeopáticos,embora ambos pertençam à categoria mais ampla de remédios energéticos ouvibracionais. Pode haver confusão neste ponto porque algumas marcas de essênciasflorais são rotuladas como drogas homeopáticas para fins de regulamentação ou im-portação. Tal rotulagem é infeliz e incorreta, mas de modo algum invalida as diferen-ças filosóficas e práticas entre essas duas modalidades de cura.

O trabalho com aparelhos vibracionais

A terapia floral também difere dos sistemas de testes vibracionais e das práticasque empregam máquinas ou aparelhos para medir ou ajustar os campos energéticoshumanos de acordo com diversas escalas quantitativas. Essas modalidades sãofreqüentemente empregadas para auxiliar na seleção de remédios homeopáticos,nutricionais e fitoterápicos, bem como para “sintonizar” os sistemas fisiológicos atra-vés da ação dos “equivalentes” vibracionais dos remédios. Até o ponto em que traba-lham com uma mensuração quantitativa, tais aparelhos podem dar informações úteis,particularmente quanto à força relativa ou ao grau de vitalidade dos sistemas fisiológi-

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Repertório das Essências Florais

cos e energéticos humanos, e como estes são afetados pelas várias substâncias. Con-tudo, essas mensurações não são um substituto para o trabalho com as qualidadesdas essências florais e as questões anímicas por elas tratadas. A terapia floral nosenvolve numa série de relacionamentos conscientes; ela ocasiona um diálogo interiore uma reflexão sobre os sentimentos e as atitudes, uma conversa sensível com umamigo ou terapeuta, e uma escuta receptiva da linguagem curadora da Natureza.

Além disso, o uso de aparelhos vibracionais ou eletrônicos como substitutos das essên-cias florais verdadeiras cria um campo sutil sem uma âncora físico-etérica. O indivíduomaterialista ignora a alma da Natureza ao reduzir a substância à mera química e mecânica;porém, existem sérios problemas com o impulso oposto, que utiliza mecanismos pura-mente vibracionais que dissociam nossa alma das substâncias físicas da Natureza.

Assim, no melhor dos casos, os aparelhos vibracionais podem desempenhar umpapel suplementar na terapia floral. Todavia, não há o que substitua o desenvolvimen-to de uma relação consciente com a alma humana e com a alma da Natureza, se é querealmente desejamos participar dos dons que as essências nos oferecem.

As essências florais e a busca da cura

No início desta seção, definimos saúde como a capacidade de vivenciarmos a vidade maneira completa, de nos tornarmos plenamente nós mesmos. Ao despertarem ascapacidades inatas da nossa alma, as essências florais estimulam a saúde em todos osníveis: físico, emocional e espiritual. Elas não o fazem suprimindo sintomas nem alte-rando nossa bioquímica, mas sim agindo como catalisadores que fortalecem nossajornada consciente de cura.

Essa jornada é uma busca de totalidade, de inteireza, baseada no reconhecimentode que a doença é um sinal de alerta da nossa alma, pedindo para descobrirmos a nósmesmos e sermos sensíveis para com os outros e o mundo à nossa volta. Acima detudo, ela requer que mudemos nossas atitudes interiores, nossas crenças e percep-ções. É neste ponto que as essências florais podem oferecer sua contribuição ímpar,não importa quais outras terapias estejamos usando.

É típico do ser humano temer e resistir à mudança, especialmente quando não estáconsciente do propósito ou da necessidade dessa mudança. Ao despertar nossa per-cepção consciente, mesmo que às vezes isso seja doloroso, as essências proporcio-nam um estímulo adicional e nos ajudam a deixar para trás nossa negação e resistên-cia. Nas palavras do poeta alemão Goethe, “A menos que estejas constantementemorrendo e te transformando, nada mais és que um hóspede sombrio numa Terraobscurecida.” Isso é verdadeiro para todos nós, mas a doença torna essa verdade maisurgente.

Vemos assim que, embora as essências florais combinem com muitas outras moda-lidades de cura e lhes dêem apoio, elas têm sua própria e singular mensagem paracompartilhar conosco. Como verdadeiras amigas, elas nos estimulam rumo àautopercepção consciente e à mudança, mas basicamente deixam para nós mesmos aescolha de aproveitar a oportunidade e prestar atenção ao chamado para a metamor-fose da alma.

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Je älter ich werde, je mehr vertrau

ich auf das Gesetz, wonach die Rose

und die Lilie blüht.

Quanto mais envelheço,

mais acredito na lei pela qual

florescem o lírio e a rosa.

Johann Wolfgang von Goethe

California Wild Rose Rosa Canina

Tiger Lily Lilium Humboldtii

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Repertório das Essências Florais

Dois

Podemos verificar as propriedadesdas essências florais?A Necessidade de Pesquisassobre as Essências Florais

Como podemos saber se as essências florais causam os efeitos que lhes são atribu-ídos neste Repertório ou em outras obras especializadas?

Diante das recentes evidências científicas, parece indiscutível que as emoções e asatitudes exercem um profundo efeito sobre a saúde. Contudo, é um desafio ao nossomodo vigente de pensar dizer que uma infusão altamente diluída de flores, sem qual-quer mecanismo bioquímico discernível, possa afetar a maneira como pensamos esentimos. Além do mais, mesmo aceitando-se que as essências florais possam afetaros estados de espírito do ser humano, como podemos estar certos de que a essênciade uma planta terá aquele efeito específico que é mencionado? Estas são perguntascruciais para todos os que procuram compreender e empregar as essências florais noscuidados com a saúde. É por essa razão que a Flower Essence Society dedica-se a ummultifacetado programa de pesquisas.

O legado do Dr. Bach

O trabalho pioneiro do Dr. Bach nos anos 30 é um ponto de partida para asnossas indagações, mas mesmo assim restam muitas perguntas sem resposta. Embo-ra Bach tenha passado apenas oito dos seus 50 anos de vida pesquisando os remédiosflorais, ele realizou um notável estudo dos tipos psicológicos humanos durante osanos em que trabalhou como bacteriologista e homeopata. Ele depois desenvolveuesses insights em precisas tipologias da alma que correspondiam aos seus remédiosflorais, primeiramente como um sistema de 12 tipos, depois 19 e por fim 38. Atravésdos raros escritos e palestras de Bach, e da biografia escrita por sua assistente, NoraWeeks, temos alguns vislumbres de quão extraordinariamente perceptivo era ele emrelação à vida anímica de seus pacientes. Observando cuidadosamente o modo comoos pacientes entravam no consultório, Bach com freqüência intuía de quais remédioseles necessitavam.

Embora ele fosse altamente crítico em relação à ciência médica, fica bastante claroque o treinamento médico profissional auxiliou-o em sua pesquisa das essências flo-rais, pois o habilitou a aplicar a disciplina científica da observação acurada e do estudosistemático na compreensão da alma humana. Podemos assumir que Bach emprega-va uma abordagem semelhante em seus estudos da Natureza. Ele parece ter tidoalguma ligação com a tradição alquímica, e refere-se aos ensinamentos de Paracelsoem seus escritos. Sabemos também que Bach originalmente preparava as essênciasflorais colhendo nas pétalas das flores as gotas de orvalho dinamizadas pelo sol, ummétodo apreciado pelos alquimistas.

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Mas não temos informações sobre as percepções de Bach a respeito das plantasque utilizou em suas essências florais. Nora Weeks relata, na biografia The MedicalDiscoveries of Edward Bach (As descobertas Médicas de Edward Bach), que ele viaja-va extensamente por toda a zona rural procurando plantas para uso em remédiosflorais ou fitoterápicos, e passava muito tempo observando a forma, os padrões decrescimento e o hábitat dessas plantas. Mas, à parte o relato de Weeks sobre a extra-ordinária sensibilidade dele às energias das plantas, o método exato usado por Bachpara pesquisar as plantas permanece envolto em mistério.

O próprio Bach é um pouco responsável por essa situação, já que deliberadamentedestruiu suas notas de pesquisa e muitos de seus escritos. Na introdução a The TwelveHealers and Other Remedies (Os Doze Curadores e Outros Remédios), Bach escre-veu: “Nenhuma ciência, nenhum conhecimento é necessário, além dos métodos sim-ples aqui descritos; e quem obterá o maior benefício desta Dádiva enviada por Deusserão aqueles que a mantiverem pura tal como ela é; livre de ciência, livre de teorias,pois tudo na Natureza é simples.” Reagindo, evidentemente, contra os excessos deuma ciência por demais materialista e reducionista, que pouco espaço dava à almahumana ou à alma da Natureza, Bach privou as gerações futuras de seus insightsquanto aos processos dinâmicos que permitem que as energias das plantas participemda metamorfose da consciência humana. Podemos também especular que sua atitudetalvez fosse devida à tradição do segredo, própria do conhecimento esotérico da LojaMaçônica, da qual Bach era membro; ou talvez o próprio Bach não estivesse plena-mente consciente de como alcançava sua compreensão intuitiva das plantas.

Julian Barnard, notável pesquisador e professor, que escreveu sobre a vida e a obrado Dr. Bach, faz os seguintes comentários em seu livro Patterns of Life Force (Pa-drões de Energia Vital):

“... Num certo momento, a pesquisa de Bach deu um salto e é difícil paranós ver onde e como. Em 1928, ele está caminhando em uma das mar-gem de um rio, ainda trabalhando como bacteriologista, mas já procu-rando os equivalentes vegetais para suas vacinas, e então... ele surge naoutra margem, com uma ‘delicada vasilha de vidro’, dinamizando certasflores que conterão um novo poder de cura.

“Bem, temos duas opções. Podemos decidir deixá-lo de lado e dizer queele teve insights e inspirações que estão além do nosso alcance, ou pode-mos optar por construir uma ponte que nos conduzirá a uma compreen-são mais profunda do como e do por quê de seu trabalho. Quem preferira primeira alternativa, terá nas mãos o seu sistema de cura e poderáexultar com os frutos de seu trabalho. A explicação seria a de que ele foium homem extraordinariamente sensível, que vagueou e foi conduzido,que encontrou seus remédios através do sofrimento e da aflição pessoal:uma descoberta cega e dolorosa. Mas o trabalho de Bach, seus escritos eseus remédios florais convidam-nos a uma outra visão, que, embora maisexigente, é mais gratificante.”

É exatamente essa procura de uma ponte para a compreensão — descobrir comoa linguagem arquetípica das flores corresponde à linguagem da alma humana — quelevou à fundação da Flower Essence Society e à sua ênfase na pesquisa de plantas eno estudo de casos da terapia floral.

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Repertório das Essências Florais

A alma e a ciência como pólos opostos

Precisamos da pesquisa sobre as essências florais não só para satisfazer nossa sedede compreensão filosófica. Há também uma necessidade prática e moral de encontrarnormas e princípios para a compreensão das essências florais, necessidade esta quese tornou mais urgente nas seis décadas que se passaram desde a época do Dr. Bach.Em particular nos últimos dez anos, centenas de novas essências florais estão sendorapidamente postas à disposição do público por dezenas de grupos em todo o mundo.Muitas vezes, diferentes pessoas em diferentes lugares preparando essências de umamesma flor irão atribuir-lhe qualidades bastante diversas. São divulgadas, com fre-qüência, essências que passaram por poucas, ou mesmo nenhuma norma de pesqui-sa. Quais critérios podemos usar para saber qual interpretação das propriedades deuma essência está correta, se é que alguma o está? Será que podemos aprender adiferenciar o verdadeiro insight dos sentimentos subjetivos momentâneos e das proje-ções psíquicas ou sentimentais? Será que podemos desenvolver uma metodologiapara investigar a exatidão das nossas percepções intuitivas?

À medida que buscamos as respostas para essas perguntas, defrontamo-nos comum dilema. Na nossa cultura atual, é a ciência que proporciona as normas objetivasatravés das quais verificamos a validade das nossas premissas e convicções. Contudo,a ciência mostra-se fria, insensível, desumanizadora e sem relação com aquilo que émais sagrado à alma. Além disso, a pesquisa científica geralmente ignora a destruiçãoecológica e cultural para parece acompanhar seu progresso.

Embora o pensamento científico domine nossa cultura, uma importantecontracorrente se desenvolveu, reagindo contra o materialismo da ciência convencio-nal. Esse conflito representa uma profunda fenda em nossa cultura, que já vimosanteriormente ao discutir a cisão da alquimia em trabalho anímico e em ciência exata.Essa divisão pode ser descrita de várias maneiras — como uma divisão entre humani-dades e ciência, entre alma e tecnologia, entre psique e substância, entre interior eexterior. Também a encontramos em nosso sistema educacional (particularmente naAmérica do Norte), no qual a maioria dos cientistas, engenheiros e técnicos têmpouco treinamento em história, psicologia, filosofia ou artes, e por isso costumam sercegos às conseqüências humanas e morais do desenvolvimento científico. Por outrolado, há uma imensa parcela da população que não está familiarizada com os concei-tos básicos da ciência. Isso resulta não apenas em uma ignorância da complexatecnologia atual como também mutila a aptidão para o pensamento rigoroso. Sem umconhecimento do método científico, fica difícil para uma pessoa observar e investigarsistematicamente o mundo natural, ou pensar e avaliar de maneira independente asevidências que surgem em sua busca da verdade. Assim, a separação dos nossosmundos interior e exterior em pólos opostos levou a desequilíbrios tanto em nossavida anímica como em nossa compreensão da Natureza.

Os problemas do conhecimento subjetivo

No passado, nossa vida espiritual e anímica era mais intensamente regulada pelasestruturas culturais e religiosas. Hoje, experimentamos uma liberdade maior, mas tam-bém uma crescente confusão. Algumas pessoas gravitam em torno de convicçõesfundamentalistas a fim de se sentirem seguras. Outras, rejeitando a necessidade dainvestigação científica e do pensamento intelectual sistemático, preferem confiar nossentimentos, na intuição vaga e na experiência mística para guiá-las até a verdade.

Percebe-se fortemente esta última tendência dentro do movimento “Nova Era” e

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O que é a Terapia Floral?

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entre muitas pessoas que utilizam as essências florais, resultando numa rápida expan-são de experiências intuitivas e psíquicas. Por exemplo, muitas qualidades de essênci-as florais têm sido deduzidas a partir de impressões psíquicas e canalizações, mensa-gens interiores e orientações espirituais, leituras de energias sutis, ou variados siste-mas de teste vibracional tais como a cinesiologia (teste muscular) e a radiestesia (pên-dulo). Muitas vezes essas experiências não estão de modo algum ancoradas na obser-vação sistemática dos efeitos reais das essências sobre as pessoas ou num cuidadosoestudo das plantas que dão origem às essências.

Confiar apenas nos sentimentos pessoais, na intuição ou numa efêmera experiên-cia psíquica está no extremo da parte interior da polaridade que descrevemos naseção acima, um local de total subjetividade. É uma posição desequilibrada, pois cor-remos o risco de viver apenas na nossa própria realidade, sem relação com os outrosou com o mundo no qual vivemos. A alma individual torna-se isolada do alma mundiale da alma da Natureza.

Imaginemos, por exemplo, a situação difícil que seria gerada se cada praticantetivesse uma definição totalmente diferente para cada essência floral ou remédio ho-meopático. Nessas circunstâncias, criaríamos uma verdadeira “Torre de Babel”, ondeseria impossível o trabalho conjunto porque não conseguiríamos compartilhar umlinguagem comum ou uma mesma percepção da realidade.

Em seu cerne, a ciência é uma busca da verdade, a busca de uma realidade quepossa ser compartilhada coletivamente, pois ela reflete uma compreensão acurada daNatureza e não uma projeção egoística da experiência pessoal. A ciência é um corre-tivo para a confusão que pode resultar da subjetividade excessiva. Apesar do escopolimitado sob o qual a ciência convencional é praticada, é o método científico que nosoferece um meio de perceber acuradamente o mundo e definir seus princípiossubjacentes. Através da investigação científica, encontramos o mundo natural e osoutros seres humanos e nos ligamos a uma realidade maior. Portanto, apesar de tudoaquilo que a ciência atual tem de alienante, precisamos desesperadamente do espíritoda ciência — a procura das normas da verdade no estudo da Natureza — nas nossaspesquisas sobre as essências florais e em campos de investigação a elas relacionados.

Os desequilíbrios existentes no método científico

Embora precisemos da objetividade que a ciência oferece, enfrentamos problemasbastante reais com o método científico atual.

A palavra “ciência” provém do latim scire, que significa “conhecer”, mas também“discernir”, no sentido de separar ou seccionar. Essa capacidade da mente analítica dedividir os fenômenos em suas partes componentes, bem como a de separar o obser-vador do objeto observado, habilitou a humanidade a aprender muito sobre o mundonatural. Como afirmou Aristóteles há muitos séculos, precisamos de alguma distânciapara poder ver claramente as coisas. A humanidade precisava retroceder um passoem relação à Natureza a fim de observá-la e meditar sobre seu significado. Além denos dar o conhecimento, nosso intelecto concedeu-nos um poderoso sentido de liber-dade e individualidade que era impossível quando a realidade estava ainda oculta sobdogmas sociais ou religiosos.

Contudo, esse mesmo desenvolvimento da objetividade distanciada — ou consci-ência do observador — também nos alienou da Natureza, do mundo espiritual e, porfim, de nós mesmos. A completa objetividade só pode ser alcançada ao reduzirmos o

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Repertório das Essências Florais

mundo a uma coleção de objetos a serem observados. No entanto, existe aqui umparadoxo. Se os seres humanos nada mais são que uma das muitas classes de objetos,então quem está observando esse mundo de objetos? Se a mente é apenas um produ-to bioquímico do mecanismo do cérebro, então onde está a consciência que chegou aessa conclusão? O físico alemão Max Planck, o primeiro a desenvolver a teoria quântica,assim se expressou a esse respeito: “A ciência não pode resolver o derradeiro mistérioda Natureza. Porque, em última análise, somos parte do mistério que tentamos resol-ver.” Apesar das desconcertantes perguntas levantadas pela física quântica e pelateoria da relatividade no início deste século, e por novas perspectivas de agora, taiscomo a teoria do caos, a ciência convencional tem praticamente ignorado essas ques-tões epistemológicas fundamentais.

O estudo científico surgiu a partir de um impulso do ser humano de abandonar osclaustros da Idade Média e aventurar-se com independência no reino da Natureza, afim de observá-la e conhecer suas leis. Entretanto, ao contar com instrumentos com-plexos como meio de mensurar a realidade, o pesquisador científico de hoje estámuitas vezes desligado da experiência direta dos fenômenos da Natureza, daquelaexperiência feita através da percepção dos sentidos humanos. É irônico ver até queponto o cientista criou seu laboratório à semelhança de um claustro moderno, umambiente artificial distanciado da Natureza e da sociedade.

A ciência moderna tornou-se, assim, cada vez mais divorciada da plenadimensionalidade do processo da vida. Em seu empenho por objetividade racional, ométodo científico estreitou seu campo de visão para aquilo que é fisicamente mensurávele quantificável, desconsiderando a experiência qualitativa das dimensões etéricas eanímicas da vida. Por não perceber a inteireza das formas vivas nem reconhecer osseres vivos que habitam essas formas, a ciência moderna desconectou-se da Naturezae da alma humana e, por isso, tornou-se incapaz de compreender as forças sutis ou asqualidades de alma associadas à terapia floral e a outros paradigmas holísticos.

Precisamos encontrar novas formas de pesquisa científica que sejam apropriadasao plano sutil das essências florais, mas que, ainda assim, conservem o rigor e a buscaobjetiva da verdade que fizeram da indagação científica um degrau tão importante naevolução da cultura humana. Desse modo, somos desafiados por dois lados. Nossaspesquisas sobre os remédios vibracionais necessitam da busca disciplinada da verdade,que é a essência da ciência. Mas nossa abordagem da ciência deve também englobara profunda e multidimensional relação da humanidade com o mundo da Natureza,relação essa que tanta falta faz na pesquisa científica contemporânea. A terapia floralrequer o desenvolvimento de uma nova e viva ciência da Natureza.

Rumo a uma Ciência Viva da Natureza

Que tipo de ciência é capaz de compreender o mistério das essências florais? Talciência requer a observação disciplinada do pensamento sistemático que caracteriza ométodo científico, mas precisa ser ampla o suficiente para englobar a realidade daalma humana e da alma do mundo. Ela percebe a Natureza não como uma coleção deobjetos mecânicos, mas como uma comunidade de seres. É uma ciência holística(em vez de uma ciência reducionista) que não apenas separa a realidade física em suas

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O que é a Terapia Floral?

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partes componentes, mas reconhece que cada parte é uma expressão de um todomaior. Essa ciência também reconhece que, embora sejamos os observadores da vida,somos também participantes ativos da vida e que a polaridade objetividade/subjetivi-dade precisa encontrar uma nova síntese.

A ciência goethiana

A abordagem científica que postulamos tem suas fontes na vertente alquimia/rosa-cruz, antes de sua cisão final entre o simbolismo psíquico da psicologia contemporâ-nea e a substância sem alma da medicina química. A alquimia reconhecia a correspon-dência entre o macrocosmo da Natureza e o microcosmo da experiência humana. Osalquimistas rosa-cruzes compreendiam que o caminho do desenvolvimento espiritualhumano precisava unir-se com o mundo, para que fosse encontrado o funcionamentodas leis espirituais nas formas e processos da Natureza.

Esse caminho da ciência natural com alma seria mais tarde desenvolvido pelo po-eta e cientista natural alemão Johann Wolfgang von Goethe (1749-1832). Durantesua vida, Goethe testemunhou o rápido desenvolvimento do materialismo científico,que logo levaria à Revolução Industrial. Mas, tal como os alquimistas rosa-cruzes, eleacreditava que “... o perceptível aos sentidos corresponde inteiramente ao espiritual,e não só é uma evidência dele, como na verdade é sua representação.” Enquantopoeta, o destino de Goethe foi o de dar início a uma ciência que reconhecia a alma daNatureza, mas permanecendo fiel à objetividade do método científico.

O temperamento artístico de Goethe permitiu-lhe ver a relação da parte com otodo, perceber uma unidade subjacente dentro da diversidade dos fenômenos natu-rais. Seus primeiros trabalhos científicos foram devotados à geologia. Ele se conven-ceu de que, ocultas nos estratos geológicos das montanhas que estudava, estavam ashistórias profundas que a Natureza tinha para contar. Goethe escreveu em WilhelmMeister “... eu usava aquelas figuras e fendas como as letras de um alfabeto, eu tinhade decifrá-las, transformá-las em palavras e aprender a lê-las...”

Todo o gênio científico de Goethe se revela em seus estudos da Natureza viva,particularmente das plantas. Era um perspicaz observador da miríade de detalhes davida vegetal, não tanto com o objetivo de descrever e classificar, e sim com o dedescobrir os princípios unificadores. Comentando o clássico sistema botânico de Lineu(Carl von Linné), Goethe escreveu “... sinto-me, portanto, justificado em concluir queLinné e seus sucessores procederam como legisladores, menos preocupados com oque era do que com o que deveria ser... mas sem dúvida decididos a resolver o difícilproblema de saber como tantos seres inerentemente independentes uns dos outrospuderam vir a existir, lado a lado, com algum grau de harmonia.”

Ao invés de apenas considerar suas partes, Goethe olhava para a totalidade daplanta, seu desenvolvimento ao longo do tempo e suas relações dinâmicas com asoutras formas e processos vegetais. Goethe concebia as múltiplas expressões da vidavegetal como variações de um tema universal, ao qual chamou de Urpflanze (plantaarquetípica). Goethe via as plantas não como formas estáticas, mas como uma expres-são dos processos dinâmicos de mudança contínua, existindo tanto no tempo quantono espaço. Ele foi capaz de perceber a fluidez das formas dos seres vivos como umaexpressão de padrões etéricos e leis cósmicas subjacentes. Referia-se a essas formas eprocessos como os gestos das plantas ou animais. Essa concepção é similar à Doutrinadas Assinaturas de Paracelso, uma compreensão de que há uma correspondência en-tre as formas físicas externas e as qualidades interiores que elas expressam.

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Repertório das Essências Florais

O trabalho pioneiro de Goethe oferece uma base para uma compreensão viva dalinguagem da Natureza. É uma ciência qualitativa da Natureza, que contrasta com aabordagem estritamente quantitativa da predominante visão reducionista e mecanicistada Natureza. Em vez de simplesmente mensurar os constituintes químicos de umaplanta, Goethe estudava como a forma da folha evoluía da planta jovem à madura,surgia sob nova forma nas pétalas da flor e novamente nos estames e pistilos. Em vezde ver o florescimento e a frutificação de uma planta como mero mecanismo depropagação, Goethe os via como o apogeu de uma dança de expansão e contração,expressa de uma nova maneira em cada estágio do crescimento da planta. A partirdesse entendimento, ele desenvolveu seu conhecido conceito da metamorfose dasplantas.

Na abordagem goethiana da ciência, a consciência humana torna-se na verdadeum instrumento de pesquisa. O próprio pensamento torna-se metamórfico, desenvol-vendo a mesma mobilidade e flexibilidade dos fenômenos que encontra. Isso envolvea recriação de uma imagem interior daquilo que percebemos no mundo exterior atra-vés dos nossos sentidos. Essa capacidade é uma extensão da imaginação artística;mas difere daquilo que geralmente entendemos por imaginação, na medida em que éuma resposta precisa aos fenômenos reais da Natureza.

Através desse processo que Goethe chamou de “imaginação exata”, começamos aexperimentar não só os fenômenos da Natureza, mas também seu efeito sobre nossopróprio ser à medida que os experimentamos interiormente. Desse modo podemosperceber não só os objetos e eventos da Natureza, mas também as forças e qualidadesque os permeiam. Somos, assim, capazes de apreender os arquétipos que vivem naNatureza não como abstrações intelectuais e sim como percepções diretas do nossopensamento vivo.

A observação está casada com o pensamento, permitindo que a percepção cresçae se torne um conceito vivo. O método científico goethiano, desse modo, traz aoprocesso de pesquisa uma reconciliação da dicotomia interior e exterior, participantee observador, objetividade e subjetividade.

Na ciência goethiana, o observador se torna um participante consciente do pro-cesso de pesquisa. Isso é diferente da “consciência do observador” convencional, emque o pesquisador finge ser um espectador distanciado, sem conjeturas nemenvolvimentos. No método científico convencional, qualquer participação subjetiva noprojeto de pesquisa é vista como uma interferência a ser evitada. Já que está nanatureza da observação científica o fato de que o observador afeta aquilo que é obser-vado (o “Princípio da Incerteza” de Heisenberg), essa participação não reconhecida setorna inconsciente, freqüentemente levando a premissas e conjeturas ocultas. Poroutro lado, o cientista goethiano cultiva ativamente a clareza de sua própria consciên-cia e assume a responsabilidade por ela enquanto instrumento científico.

Contudo, o método goethiano também é diferente da abordagem totalmente sub-jetiva, na qual nosso mundo interior é ingenuamente projetado sobre o mundo exte-rior, de um modo autocentrado que nega a diversidade daquilo que está fora de nós.E tampouco é como a jornada psíquica ou induzida por drogas, que nos tira do corpofísico e leva-nos a outras realidades, ou nos põe em contato astral com seresdesencarnados.

O método goethiano é um encontro com um mundo natural bastante tangível eque tem suas próprias leis e verdades. Nossa compreensão desse mundo precisa base-

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O que é a Terapia Floral?

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ar-se naquilo que realmente existe nele, descobrindo a correspondência entre a expe-riência interior e os fenômenos externos. É uma aptidão que exige tempo e paciênciaaté se desenvolver numa verdadeira técnica de pesquisa científica que possa discernirentre a verdade e o erro.

A ciência espiritual

Os estudos científicos de Goethe tornaram-se uma pequena contracorrente subter-rânea dentro da corrente dominante do pensamento científico. Ele ficou muito maisconhecido por sua obra literária, em especial por sua obra-prima dramática, o Fausto.Há cerca de cem anos, o filósofo e mentor espiritual austríaco Rudolf Steiner (1861-1925) publicou os trabalhos científicos de Goethe, chamando para eles a atenção domundo moderno e expondo pela primeira vez a real significância da epistemologiacientífica de Goethe. Steiner reconhecia em Goethe um rigoroso fenomenismo, noqual o pensamento permanece fiel às percepções diretas da Natureza. Não é queGoethe se esquivasse de pensar, mas sim que seu pensamento era moldado por suapercepção. Desse modo, ele evitou o erro da ciência convencional, que aplica aomundo metamórfico dos seres vivos as leis mecanicistas apropriadas aos objetos ina-nimados.

Steiner não era contrário à ciência natural moderna. Ele reconhecia que a humani-dade, na tentativa de explicar o mundo natural, desenvolvera a importante faculdadedo pensamento independente. Em vez de descartar o método científico, ele queriaampliá-lo, desenvolver uma ciência espiritual, à qual deu o nome de antroposofia,que significa “sabedoria da humanidade”. Em sua série de palestras, The Boundariesof Natural Science (As Fronteiras da Ciência Natural), Steiner disse, “Precisamos co-meçar adquirindo a disciplina que a ciência moderna pode nos ensinar (...) e transcendê-la, para que possamos usar a mesma abordagem rigorosa (...) e assim estender essametodologia também para a investigação de reinos inteiramente diferentes (...) Nãoconsegue alcançar o verdadeiro conhecimento do espírito quem não adquiriu disciplinacientífica, quem não aprendeu nos laboratórios a investigar e pensar de acordo com omoderno método científico.”

A ciência espiritual de Steiner está construída sobre a ciência goethiana, mas ado-tou uma abordagem complementar. Enquanto Goethe começava com o objeto perce-bido e se dirigia para o conceito, Steiner partia do pensamento puro e então desenvol-via a percepção. A ciência goethiana é um estudo da Natureza, mas Steiner desejavautilizar a disciplina científica na investigação da própria consciência.

Em seu livro The Philosophy of Freedom (A Filosofia da Liberdade), também co-nhecido como The Philosophy of Spiritual Activity (A Filosofia da Atividade Espiritu-al), Steiner sustentava que a faculdade do pensamento humano pode ser elevada a umnível em que se torna atividade espiritual. Enquanto tal, ela tem mais afinidade com ameditação consciente do que com uma experiência mística de fusão com o divino. Emsua essência, essa atividade espiritual do pensamento é totalmente “livre dos sentidos”e, contudo, pode ser experimentada diretamente e sua verdade validada. Steiner ofere-cia a matemática pura como um exemplo de pensamento livre-dos-sentidos, devido àsua rigorosa coerência lógica e sua capacidade de ser verificável. É através do desen-volvimento do pensamento superior, afirmava Steiner, que temos a possibilidade deconquistar a verdadeira liberdade, de crescer até a maturidade espiritual assumindo aresponsabilidade pela aptidão do nosso Eu Espiritual de apreender as verdades maiselevadas.

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Repertório das Essências Florais

A ciência goethiana e o pensamento livre-dos-sentidos, explicava Steiner, formamos dois lados de uma polaridade, matéria e consciência; ambas precisam ser encontra-das e harmonizadas para que seja desenvolvida a verdadeira ciência espiritual. Elecomparava esse processo à antiga ioga da respiração praticada no Oriente, a qualtrabalhava com o ciclo de inalação e exalação. Nessa nova ioga da era moderna, nós“inspiramos” nossas percepções sensoriais do mundo e “expiramos” nossos pensa-mentos. Como Steiner descreveu em Boundaries of Natural Science (As Fronteirasda Ciência Natural), “inalação e exalação são experiências físicas: quando elas estãoharmonizadas, a pessoa experimenta conscientemente o eterno. Na vida cotidiana,experimentamos o pensamento e a percepção. Ao trazermos mobilidade à vida daalma, experimentamos o pêndulo, o ritmo, a contínua vibração da percepção e dopensamento interpenetrando-se”.

Ao unir percepção e pensamento dentro da nossa experiência anímica, temperadoscom a disciplina científica, a ciência espiritual é capaz de evitar os problemas do conhe-cimento subjetivo bem como os desequilíbrios, já discutidos antes, dos métodos científi-cos convencionais. A pesquisa científico-espiritual exige que nos libertemos da projeçãopsíquica, da propensão emocional e da auto-ilusão, a fim de nos tornarmos precisosinstrumentos de percepção e insight. Contudo, para alcançar a objetividade, nem nostornaremos um observador independente apartado da Natureza e divorciado de qual-quer experiência interior, nem dependeremos de abstratos instrumentos técnicos demensuração. Ao contrário, a verdadeira objetividade consiste em uma capacidade disci-plinada e sistemática de observar e compreender aquilo que está sendo observado. Aessência do método científico — observação objetiva e documentação dos fenômenos— precisa ser integrada com a essência da abordagem espiritual — o reverente reco-nhecimento dos estados transpessoais e transfísicos da realidade e do ser.

Através da ciência espiritual, a alma humana pode encontrar o reino arquetípico daNatureza e os reinos mais elevados do espírito, com a mesma clareza e disciplinainterior que são postas em prática nas ciências físicas. Assim como o cientista botâni-co, por exemplo, pode desenvolver a capacidade perceptiva de distinguir claramente aestrutura de uma flor, também o cientista espiritual pode aprender a empregar a visãointerior para “ver” as forças que formam a flor e a “idéia” viva ou arquétipo dos reinosmais elevados que trazem a planta à vida.

Essa nova ciência da Natureza requer uma intensificada elevação das capacidadesda alma humana voltadas à imaginação (clara vidência), à inspiração (clara audiência)e à intuição (clara senciência ou clareza de sentimentos e sensações). Todos essesmétodos de trabalhar com os fenômenos da Natureza precisam ser fortalecidos eamplificados por uma comunidade de pesquisadores que estejam trabalhando de mo-dos similares, a fim de que os insights individuais possam ser corroborados e refinadosatravés de um pool de conhecimentos coletivos.

As abordagens científico-espirituais de Goethe e Steiner têm sido retomadas eelaboradas por muitos pesquisadores contemporâneos que trabalham nos campos dabotânica, biologia animal, agricultura biodinâmica, medicina antroposófica, física,química e matemática. Nas nossas pesquisas de essências florais, enfrentamos umdesafio semelhante. Será que podemos aplicar o espírito da ciência às qualidadesinteriores encontradas na planta, integrando a clareza do método científico com sufi-ciente sensibilidade de alma?

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O que é a Terapia Floral?

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O Estudo das Plantasusadas nas Essências Florais

A pesquisa das essências florais é basicamente um processo dual: envolve o estudodas plantas usadas no preparo das essências, e o estudo das experiências das pessoasque utilizam as essências. Ambas as áreas são de vital importância, mas o estudo dasplantas representa talvez o maior desafio, exigindo a abertura de um novo terreno.

Tanto o desenvolvimento dos remédios florais pelo Dr. Bach como a tradiçãohomeopática de Hahnemann, da qual surgiu o trabalho de Bach, enfatizam o usoclínico dos remédios e oferecem poucas diretrizes para o estudo, diretamente na Na-tureza, das fontes desses remédios. Até certo ponto, os nossos estudos das plantasusadas nas essências florais podem recorrer às tradições fitoterápicas de muitas cultu-ras, ricas em informações e conhecimentos sobre as plantas úteis. Contudo, grandeparte do conhecimento fitoterápico é vago ou fragmentário, geralmente representan-do remanescentes incompletos de culturas do passado. A fitoterapia de hoje, muito àsemelhança da medicina convencional, com freqüência enfatiza as propriedades eefeitos físicos das plantas, sem relacioná-los com suas qualidades anímicas ou influên-cias sutis. Nos ensinamentos alquímicos de Paracelso e outros, encontramos umaabordagem rudimentar ao estudo das plantas que integra os mundos interior e exteri-or. Porém, quando olhamos para o moderno desenvolvimento dos estudos alquímicos,predomina a abordagem puramente simbólica da psicologia junguiana, a qual nãoestá relacionada com as substâncias reais da Natureza.

Nossa tarefa, portanto, é criar uma alquimia moderna, uma nova ciência da Natu-reza que possa nos ajudar a compreender as plantas que usamos nas essências florais.Ao longo desse caminho, os estudos naturais de Goethe e a filosofia científico-espiri-tual de Steiner podem ser um farol orientador. Mas Goethe e Steiner nunca aplicaramseus métodos ao estudo da linguagem anímica das essências florais, e as descobertasde Bach sobre as essências florais nunca se desenvolveram em direção a uma ciênciasistemática das plantas. Assim, embora tenhamos muito a aprender com aqueles quevieram antes de nós — personalidades como Paracelso, Hahnemann, Goethe, Steiner,Jung, Bach, e tradições como a fitoterapia, o xamanismo e a medicina popular —precisamos fazer novas perguntas e buscar novas respostas. Encontrar nosso cami-nho rumo a uma ciência espiritual da terapia floral é uma jornada verdadeiramentepioneira, da qual mal demos os primeiros passos.

A importância da observação física das plantas

As pessoas que preparam essências florais (e outros remédios naturais) para opúblico têm como responsabilidade fundamental compreender as plantas que usam.Para os terapeutas e para aqueles que usam as essências florais no lar, os métodos depesquisa descritos abaixo constituem uma importante base de conhecimentos quelhes permite apreciar o complexo esforço exigido na descoberta e na meticulosa pes-quisa das propriedades das essências. Mesmo para aqueles que não estão diretamenteenvolvidos na pesquisa das plantas, é importante compreender as muitas considera-ções da pesquisa que envolve o estudo de campo das essências florais.

No programa de pesquisas da Flower Essence Society, iniciamos o estudo dasqualidades de uma essência floral com a observação da própria planta e sua relaçãocom o ambiente. Nas palavras de Paracelso, “se queres conhecer o Livro da Natureza,

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Repertório das Essências Florais

deves trilhar suas páginas com teus pés”.

Antes de interpretar as qualidades anímicas das plantas, é importante cultivar adisciplina de verdadeiramente perceber a planta, observar sua cor, forma, hábitat,padrões de crescimento e ciclos sazonais. Todos esses detalhes físicos oferecem umalicerce sobre o qual construiremos insights bem fundados das qualidades sutis daplanta. Após termos, com sensibilidade, nos aproximado da planta como um serfísico, registrando nossas diversas observações num diário e caderno de esboços,podemos gradualmente criar uma imagem interior da planta e começar a entender suanatureza essencial.

Este processo é semelhante à observação atenta que fazemos da postura, dasexpressões faciais e dos movimentos de uma pessoa quando queremos compreenderalgo do seu caráter interior. Precisamos primeiro discernir nas formas e movimentosfísicos das plantas aquilo que Paracelso chamou de assinatura e Goethe, de gesto,antes de podermos conhecer as qualidades de alma que elas representam.

Adquirir tais insights profundos envolve uma observação paciente e contínua, e umprofundo amor e senso de maravilhamento pelo mundo das plantas. Assim como nãopodemos dizer que conhecemos realmente bem uma pessoa após um ou dois brevesencontros, também é necessário desenvolvermos um relacionamento ao longo dotempo com qualquer planta que desejemos conhecer. Além disso, assim como neces-sitamos saber algo sobre as ligações de uma pessoa com sua família e sua comunidadea fim de formarmos um quadro mais completo de quem ela é, também deveríamosconsiderar a relação da planta com seu hábitat, com as outras plantas, o mundoanimal, os ciclos sazonais da Natureza e as mudanças ambientais.

É importante lembrar que a planta é um ser no tempo. Não conhecemos umaplanta vendo-a apenas em floração. A flor é o auge de um processo que começa comuma semente, desenvolve-se em raiz e brotos, abre-se em folhas, cresce através deestágios de novos ramos e folhas, concentra suas energias nos botões e finalmenteirrompe em floração. O processo continua com a fertilização e queda das flores e como amadurecimento dos frutos e sementes, através das quais o ciclo recomeça.

Conseqüentemente, para preparar essências florais precisamos conhecer mais doque apenas a flor no momento da floração. O nosso estudo abrange a planta toda àmedida que ela se estende no tempo e no espaço. Pois a essência floral não é simples-mente um extrato da substância da flor; é uma destilação de todo o ser da planta. É nomomento da floração que a mais elevada expressão anímico-espiritual da planta semanifesta; mas, somente se estivermos dispostos a seguir a planta em sua jornadacompleta, é que poderemos realmente apreciar o mistério da flor.

Esse profundo conhecimento da essência das plantas é muito importante, não sópara que elas possam ser usadas com sabedoria, mas também porque as plantas sãoseres vivos, pedindo que nós apresentemos sua essência ao mundo com todo o res-peito, precisão e fidelidade possíveis. Assim como é fácil interpretarmos mal umapessoa porque projetamos sobre ela nossas conjeturas subjetivas ou porque não dedi-camos o tempo suficiente para realmente aprender com ela e escutar sua história devida, também é muito fácil distorcermos nossa relação com as plantas. Se não estamosfamiliarizados com a observação das plantas, podemos ter dificuldade em estabelecera diferença entre o que é realmente significativo a respeito de uma determinada plantae o que é uma propriedade comum a muitas plantas. É fácil simplificar em demasia oprocesso de descoberta dos gestos das plantas. Precisamos estar preparados para

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O que é a Terapia Floral?

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observar e experimentar muitas plantas, durante anos e anos, até sermos capazes derealmente compreender o gesto arquetípico e a correspondente essência anímica deuma determinada planta.

Conhecendo a planta: um estudo de campo do Yarrow/milefólio

Primeiramente travamos conhecimento com uma planta como um ser que tem suaforma particular, suas cores e aromas específicos, e um relacionamento com seu hábitat.Estamos interessados em compreender como cada parte dessa planta se relacionacom o todo, e como ela é em comparação com as outras plantas. Ao longo do tempo,observamos a relação que existe entre os ciclos da Natureza e a planta e seus padrõesde crescimento.

Para dar uma dimensão prática ao esboço da nossa pesquisa sobre as plantas,oferecemos algumas indicações gerais para o estudo da Achillea millefolium, o milefólioou Yarrow, em inglês. A partir dessa conhecida erva silvestre é preparada uma dasmais proeminentes e eficazes essências florais incluídas neste Repertório.

Encontramos o milefólio florescendo em áreas abertas e ensolaradas, e particular-mente magnífico no hábitat das campinas de montanhas. No início da primavera,vemos apenas um tapete de folhas verde-escuras e cobertas de lanugem, bem junto aochão. Esfregando as folhas entreos dedos, deparamo-nos com umaroma forte e penetrante. Se es-cavarmos um pouco, veremos asraízes rizo-matosas espalhando-sesob a terra. Quando a primaveraestá mais adiantada, um forte cau-le central ergue-se da matrizenfolhada, alcançando uma alturade 30 cm a um metro. Arranjadasalternadamente ao longo do cau-le, coberto de pêlos finos, surgemmais folhas penugentas, de até 13cm de comprimento.

No calor e na luz presentes porvolta da época do solstício de ve-rão, o milefólio desabrocha suasflores num brilhante dossel bran-co sobre a folhagem verde, pare-cendo reluzir com sua radiânciaquase incandescente. Olhandomais de perto, vemos que o cauleramificou-se muitas vezes para for-mar a umbela, a inflorescência emforma de guarda-chuva. A copa daumbela é um agrupamento extre-mamente compacto de muitas flo-res (cada uma delas com cinco rai-os brancos semelhantes a pétalas)e de florinhas centrais com peque-

Yarrow Achillea millefolium

O milefólio se distingue por suas folhas penugentas, pelocaule forte e reto, e pela umbela de radiantes flores brancascompostas.

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Repertório das Essências Florais

nos pontos amarelos, onde as anteras vão primeiramente surgir nos estames. O admi-rável é que à medida que o verão vai se transformando em outono, o milefólio perma-nece em plena floração, só gradualmente secando conforme se aproxima o inverno,porém ainda retendo sua forma característica.

O milefólio é encontrado em todas as zonas temperadas dos Hemisférios Norte eSul. É uma erva perene, com um robusto caule lenhoso e um forte sistema de raízesespalhando-se vigorosamente a partir de estolhos subterrâneos. O nome “milefólio” eo nome da espécie, millefolium, significam “mil folhas”, referindo-se às folhasfinamente divididas e altamente definidas. Ao contrário de muitas plantas que têmlargas folhas carnudas, ou daquelas plantas com folhas estreitas ou divididas somentena sua parte superior, mesmo as folhas mais baixas do milefólio são cobertas por umalanugem. A planta toda é altamente aromática, enchendo o ar com um perfume muitopungente, especialmente quando ao calor do sol.

Além do milefólio-branco, duas outras variedades foram incluídas neste Repertó-rio. O Pink Yarrow/milefólio-cor-de-rosa é, em aparência, quase idêntico ao milefólio-branco comum, exceto pelas flores que vão do rosa-escuro ao rosa-avermelhado. Éfreqüentemente cultivado como variedade hortícola, mas muitos deles, em tons maisclaros de rosa, ocorrem naturalmente. O Golden Yarrow/milefólio-dourado é umaplanta maior e mais robusta, nativa da Ásia Menor. Suas flores amarelo-douradasperdem os raios em forma de pétala, mantendo apenas os centros amarelos firme-mente agrupados. Suas folhas são maiores, e mais semelhantes às da samambaia doque penugentas.

As forças elementais e alquímicas presentes na planta

À medida que vamos refinando a nossa observação da planta, somos capazes de, apartir da estrutura física, chegar a uma percepção de como as forças vitais agem atra-vés da planta. Uma das maneiras mais básicas de ver a planta é através dos quatroelementos: terra, água, ar e fogo; um sistema proeminente na tradição alquímica eque pode ser rastreado até Aristóteles. Não devemos confundir esses quatro elemen-tos com os cerca de 100 elementos químicos da tabela periódica da ciência moderna.Os quatro elementos alquímicos representam processos e qualidades da Natureza,não “blocos de construção” físicos. A terra representa a qualidade de solidez e vigor;a água, a qualidade de liquidez e vida; o ar, a qualidade de expansão e receptividade àluz; e o fogo é o princípio da radiância, do calor e da transformação. Na alma huma-na, cada elemento expressa um dos quatro temperamentos humanos, tais comoeram conhecidos no pensamento clássico. A pessoa presa à terra é melancólica; apessoa da água, fleumática; a pessoa aérea, sanguínea; e a pessoa ígnea, colérica.

Cada planta contém em si a ação de todos os quatro processos elementais. Noentanto, podemos observar que alguns dos elementos são mais pronunciados que osoutros. No milefólio, vemos uma forte relação com o ar nas folhas penugentas e nasflores, uma qualidade ígnea nos óleos aromáticos, uma qualidade aquática nas raízesrizomatosas que se espalham rapidamente, e uma qualidade terrena na forte estruturado seu caule lenhoso. Em comparação com outras plantas, as forças elementais sãoexcepcionalmente bem equilibradas no milefólio, sendo talvez a qualidade aquáticaum pouco menos desenvolvida.

As forças que agem através do mundo vegetal englobam mais coisas do que essas qua-tro qualidades elementais. Cada um dos constituintes químicos ou nutritivos de uma plantapode ser entendido como um processo vivo, e também como uma substância química.

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Por exemplo, a presença de uma alta porcentagem de sais de potássio (potassa)nas cinzas do milefólio expressa aquilo que os alquimistas chamam de sal, um processosalino terreno e criador da forma, que fica evidenciado no caule e raízes fortementeestruturados. Sabemos, pela agricultura química, que o potássio físico é usado parafortalecer os caules e prolongar a vida das folhas. A extraordinária capacidade domilefólio de construir uma estrutura bem ordenada, e mantê-la após ter atingido oestágio de floração, é testemunha dos poderes formativos do potássio. Ele cria umaespécie de “fronteira” para as forças ígneas, mais cósmicas, que operam na planta, talcomo expresso nos óleos aromáticos, nas folhas penugentas e na inflorescência bri-lhante e cheia de luz. Assim, o milefólio é capaz de equilibrar a polaridade existenteentre os processos cósmico e terreno, florescendo no calor e na luz do sol de verão,enquanto mantém fortemente intacta sua forma terrena.

Essa compreensão das forças que atuam através da planta tem sido aplicada demodo bastante prático na agricultura biodinâmica, uma forma de agricultura orgânicainiciada por Rudolf Steiner em 1924. O milefólio é um dos elementos dos preparadosbiodinâmicos empregados no composto que vai dar vida ao solo. De acordo comSteiner, o milefólio incorpora um equilíbrio tão admirável de forças terrenas e cósmi-cas que é capaz de tornar a terra sensível ao recebimento das influências vivificadorasdo cosmos e de chamar as influências astrais à Terra de uma maneira harmoniosa.Este é um reflexo do efeito do milefólio sobre o ser humano, que utiliza a essênciafloral Yarrow para trazer vigor às fraquezas de seu corpo astral.

Nosso objetivo na pesquisa das essências florais é nos conscientizarmos dessasforças dinâmicas que agem através da planta, de modo a podermos entender melhorcomo essas forças se relacionam com as propriedades sutis da alma humana.

A tradição fitoterápica e o uso medicinal das plantas

Além do estudo direto da própria planta, podemos aprender muito com o conheci-mento que o ser humano acumulou sobre as plantas, o modo como elas eram usadasna alimentação e na medicina, e as qualidades que lhes eram atribuídas. Da rica heran-ça sobre o uso das plantas que existe em todas as culturas tradicionais ligadas à terra,apenas uma pequena parte sobreviveu em textos e relatos de povos primitivos acercadas ervas. Essa sabedoria não representa só uma longa história de experiências práti-cas, mas também o que resta das percepções de uma época anterior da história, quan-do a humanidade, através de sua unidade inconsciente com a alma da Natureza, tinhauma experiência clarividente das plantas. Grande parte desse conhecimento oral seperdeu ou nunca foi registrado na forma escrita. Entretanto, por ser produto de umapercepção consciente pré-científica, há muita projeção e inexatidão misturadas com overdadeiro insight. Desse modo, embora a tradição fitoterápica nos ofereça muitaspistas, ela nunca poderá substituir a investigação científico-espiritual meticulosa e origi-nal sobre as essências florais.

Algumas tradições fitoterápicas sobre as propriedades físicas das plantas têm sidocientificamente verificadas; na verdade, a farmacopéia médica do início deste séculoincluía muitos remédios feitos à base de ervas. Essas propriedades medicinais dasplantas são pistas importantes para a compreensão das essências florais. Como des-crevemos anteriormente, as qualidades de uma essência floral expressam a “oitava”superior das propriedades físicas; são uma expressão paralela, no corpo astral ouetérico, daquilo que a erva física está fazendo no corpo físico.

O milefólio é um exemplo de erva com uma extensa história de usos e tradições

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medicinais. Um dos nomes folclóricos do milefólio era sobrancelha-de-vênus, e essaerva foi tradicionalmente associada ao planeta Vênus, tal como relatado por antigosherboristas, entre eles Culpeper. As qualidades de alma associadas às ervas “venusianas”incluem a sensibilidade, a intuição e a compaixão.

Todavia, muitas plantas mantêm relações bipolares e isso certamente é verdadeiroquanto ao milefólio. Além de sua natureza venusiana, também discernimos nele asqualidades “marcianas” da força e da proteção. O planeta Marte está associado às artesmarciais e o milefólio era levado pelos soldados ao campo de batalha como um talismãprotetor. O milefólio foi conhecido por nomes tais como “erva-para-ferimento-de-solda-do”, “milefólio-do-cavaleiro” e “erva-militar”. Diz-se que seu gênero botânico, Achillea,refere-se ao guerreiro grego Aquiles, que usava essa erva para curar os ferimentos deseus soldados, embora ele próprio padecesse com seu vulnerável calcanhar.

A erva milefólio possui a propriedade física de tratar os ferimentos estancando osangue, seja em lesões externas, hemorragia interna ou fluxo menstrual excessivo.Acreditava-se também que proporcionava proteção espiritual contra os inimigos pes-soais. O chá de milefólio, preparado com toda a planta florescida exceto as raízes, étradicionalmente usado para induzir a sudação durante resfriados ou febres, para ca-sos de indigestão e inflamação gástrica, como expectorante e para reduzir osangramento interno.

A moderna análise química também produz informações sobre as propriedades domilefólio que confirmam muitos dos seus usos tradicionais. A erva contém uma subs-tância amarga, a aquineína, que ajuda a estimular a digestão, além de taninos eresinas com o poder de curar feridas. Seu óleo essencial — encontrado na plantatoda, mas particularmente nas flores — é verde-azulado e, como o óleo de camomila,contém azuleno (um princípio amargo e adstringente) e cineol (com atributos anti-sépticos, expectorantes e estomacais).

À medida que revemos as tradições e os usos fitoterápicos do milefólio, surgemdiversos temas. Embora suas propriedades expectorantes e diaforéticas (indutoras dasudação) tenham qualidades de liberação, a ação mais forte do milefólio parece ser suacapacidade de criar e sustentar a forma. Isso é expresso no seu poder de curar feridase estancar hemorragias, nas suas qualidades adstringentes e em sua açãoantiinflamatória. Ele também revigora os processos metabólicos da digestão, ligadosao elemento fogo, demonstrando que seu poder formativo não é estático, mas simcapaz de entrar numa relação dinâmica com as sempre mutáveis forças ígneas da vida.Mais uma vez vemos o milefólio como uma planta excepcionalmente equilibrada,com uma notável capacidade de integrar as forças terrenas e as cósmicas; ele harmo-niza a sensibilidade de Vênus com o vigor e a proteção de Marte.

Relações botânicas

Também podemos aprender muito sobre uma planta examinando sua classificaçãobotânica e sua relação botânica com outras plantas. A tradição alquímica nos ensina aabordar a Natureza como um livro escrito numa linguagem cujo significado somoscapazes de aprender a decifrar. Com esse pano de fundo, podemos então usar adisciplina científica da classificação botânica como um guia enciclopédico para asformas vivas que desejamos compreender.

Desenvolvido há mais de dois séculos por Lineu, nosso moderno sistema botânicoestabeleceu uma nomenclatura universalmente aceita para a miríade de espécies devida na Terra. Contudo, há mais coisas nas famílias, gêneros e espécies do sistema de

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Lineu do que um método conveniente demanter a ordem, tal como o arranjo delivros numa biblioteca. A classificaçãobotânica representa milhares de observa-ções meticulosas das formas de vida daNatureza, registrando quais característi-cas são similares e quais diferenciam umaplanta de outra. Embora poucos botâni-cos estejam cientes da tradição alquímicaou mesmo das pesquisas de Goethe, asestruturas e formas que eles tão cuidado-samente estudam expressam os proces-sos vivos que atuam nas plantas e ofere-cem pistas para o entendimento de suasqualidades essenciais. A pesquisa de es-sências florais pode assim fazer uso desistemas científicos existentes (tais comoa classificação botânica) e então impregná-los com uma compreensão sensível dasmensagens da alma que falam através dasformas e processos da vida física.

Em nossa pesquisa, descobrimos queas plantas que estão relacionadas botani-camente em geral exibem afinidades nasqualidades de suas essências florais. Asfamílias vegetais, em particular, expres-sam amplas propriedades arquetípicas,com os membros de cada família repre-sentando variações sobre um mesmotema.

Por exemplo, as plantas da família dasliliáceas, tais como os lírios, possuem bul-bos aquosos e minimamente enraizados.Por isso, estão apenas frouxamenteconectadas à terra, sustentando suas for-ças a partir de um útero de água vital. Poroutro lado, suas típicas flores hexagonaisem forma de estrela refletem a pura har-monia das esferas celestiais. As essênciasflorais preparadas de plantas da famíliadas liliáceas, tais como Star Tulip, Mari-posa Lily, Easter Lily e Alpine Lily, ge-ralmente trabalham os aspectos femini-nos e receptivos da alma humana, quetêm mais afinidade com a harmonia domundo espiritual. Porém, com essas es-sências a pessoa também aprende a en-frentar os desafios da vida terrena.

Mariposa Lily Calochortus leichtlinii

Esta delicada flor silvestre branca e malva é encon-trada nas montanhas do oeste norte-americano. Seuminúsculo bulbo cresce em fendas rochosas, mal emal preso à terra. Membro da família das liliáceas,possui três pétalas em forma de concha, separadaspor três sépalas menores.

Star of BethlehemOrnithogalum umbellatum

Nativa da Europa e norte da África, é uma das cincoflores da fórmula de emergência do Dr. Bach. Seubulbo redondo e sua flor, que forma uma perfeitaestrela de seis pontas, são típicos das plantas da fa-mília das liliáceas, as quais estão relacionadas com acebola (às vezes classificada separadamente comosendo da família das amarilidáceas).

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Repertório das Essências Florais

As plantas da família das rosáceas, emcontraste, são fortemente enraizadas epossuem flores e frutos com uma geome-tria pentagonal, representando a perfei-ção da forma humana (como no desenhode Leonardo de Vinci que mostra umhomem com a cabeça, braços e pernasformando uma estrela de cinco pontas).O Blackberry, o Quince/marmeleiro e aRose/roseira, em particular, têm longasraízes profundamente ancoradas no solo,troncos cobertos de espinhos e ramos quecrescem vigorosamente. As essências pre-paradas com essas plantas trabalham ostemas associados à encarnação, ajudan-do a pessoa a prender-se fortemente àvida na Terra e trazer as forças do amor,da compaixão e do compromisso.

O milefólio é um membro da famíliadas compostas, das flores semelhantes aDaisies/margaridas, entre elas o Sun-flower/girassol, cujas essências geralmen-te lidam com os princípios de síntese ouintegração do Eu. Cada flor composta écomo um campo de flores, pois contémmuitas florinhas no disco central, bemcomo florinhas semelhantes a pétalas noraio que circunda o disco. A flordo milefólio leva esse princípio deintegração um passo além — acopa da flor é um feixe compacta-mente organizado de muitas flo-res compostas, cada uma das quaisse compõem de florinhas no raioe no disco.

Embora as plantas da famíliadas compostas compartilhem umaestrutura floral característica, asespécies vegetais individuais exi-bem uma ampla gama de formase gestos. Realmente, cada famíliavegetal representa um amplo es-pectro de qualidades ou variaçõessobre um mesmo tema. Temos oSunflower/girassol — com suasfolhas largas e redondas, e sua altae radiante cabeça — em contrastecom o Star Thistle — com suasfolhas estreitas grudadas ao cau-

Blackberry Rubus ursinus

O blackberry silvestre tem flores de cinco pétalascom numerosos estames, características das plantasda família das rosáceas. Seus ramos prolíficos e co-bertos de espinhos, seus frutos negros e suas raízestenazes estão entre as mais fortes expressões dessafamília vegetal.

California Wild Rose Rosa californica

As delicadas e docemente perfumadas flores cor-de-rosa destarosa silvestre são encontradas sobre um vigoroso arbustocom espinhos aguçados e um sistema de raízes forte e pro-fundo. Ao contrário da maior elaboração encontrada nasrosas cultivadas, esta rosa mantém a simplicidade da formade cinco pétalas.

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le, espinhos muito pontiagudose pequenos agrupamentos deflorinhas tubulares. Também den-tro dessa família vegetal temosas contraídas flores do Tansy/tanaceto, às vezes chamadas de“botões” porque contêm somen-te as florinhas do disco (como sefosse o centro amarelo da mar-garida), contrastando com oDandelion/dente-de-leão e aChicory/chicória, que contêmsomente as florinhas do raio.

O milefólio é um membroparticularmente notável da famí-lia das compostas, pois tambémse assemelha de muitas manei-ras às plantas da família dasumbelíferas, entre as quais estáa salsa. Com sua umbela, ainflorescência em forma de guar-da-chuva, e suas folhas finamentedivididas e aromáticas, atravessa-das pela luz e pelo ar, o milefóliocompartilha as qualidades deabertura e sensibilidade deumbelíferas tais como a Angeli-ca/angélica, o Dill/aneto e aQueen Anne’s Lace/cenoura.Eles têm qualidades similares deramificações múltiplas nas folhasfinamente divididas e nas copasda flor, de caules centrais forte-mente estruturados, e de quali-dades aromáticas que penetramnas folhas e nos caules. Contu-do, embora essas plantas tenhamcomplexas umbelas como omilefólio, as flores individuais sãobastante simples, ao contráriodas flores compostas domilefólio. Assim, vemos que con-quanto a classificação botânicaseja um guia importante paracompreendermos os gestos eassinaturas das plantas, tambémprecisamos considerar aquelasrelações entre as formas que cru-zam as fronteiras botânicas.

Dandelion Taraxacum officinale

Irrompendo em florações amarelo-brilhantes no início da pri-mavera, esta flor composta tem somente florinhas do raio. Osestames formam a estrutura central; não há florinhas do dis-co. A qualidade expansiva do dente-de-leão é vista não só nasflores do raio, mas também na cabeça de sementes que se dis-persa facilmente ao vento.

Tansy Tanacetum vulgare

Esta flor composta tem somente as florinhas do disco centrale por isso se assemelha ao centro de uma margarida, sem qual-quer florinha do raio. A copa da flor, densamente estruturada,dá uma impressão de compactação e contenção.

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Dentro do vasto tema da família botânica, as plantas que compartilham o mesmogênero têm, em sua forma, uma relação ainda mais íntima. Por exemplo, o Yarrow/milefólio-branco (Achillea millefolium), o Pink Yarrow/milefólio-cor-de-rosa (Achilleamillefolium var. rubra) e o Golden Yarrow/milefólio-dourado (Achillea filipendulina)são, todos três, membros do gênero Achillea. Neste Repertório, algumas essênciasflorais preparadas a partir de outros grupos de plantas que compartilham o mesmogênero são: Aesculus (Chestnut Bud, Red Chestnut, White Chestnut); Artemisia(Mugwort, Sagebrush); Calochortus (Fairy Lantern, Mariposa Lily, Star Tulip, YellowStar Tulip); Dicentra (Bleeding Heart, Golden Ear Drops); Lilium (Alpine Lily,Easter Lily, Tiger Lily); Mimulus (Mimulus, Pink Monkeyflower, PurpleMonkeyflower, Scarlet Monkeyflower, Sticky Monkeyflower); Penstemon (MountainPride, Penstemon); e Rosa (California Wild Rose, Wild Rose). Convidamos o leitora examinar as descrições dessas essências na Parte III do Repertório, estudando comoas relações botânicas das plantas são expressas nas qualidades das essências florais.

Dentro da família das compostas, que é grande o suficiente para englobar 10% detodas as plantas que florescem, existem também agrupamentos intermediários deplantas, conhecidos como “tribos”. Por exemplo, os gêneros Cichorium (Chicory/chicória) e Taraxacum (Dandelion/dente-de-leão), com somente flores de raio, per-tencem à tribo das Cichorieae. O gênero Achillea (Yarrow/milefólio) pertence à tribodas Anthemideae, que também inclui os gêneros Artemisia (Mugwort e Sagebrush/artemísias), Anthemis e Matricaria (Chamomile/camomila), Tanacetum (Tancy/aneto)e Chrysanthemum (Chrysanthemum/crisântemo, Shasta Daisy/margarida). Pode-

Queen Anne’s Lace Daucus carota

Este membro da família das umbelíferas possui um dossel de flores brancas, e suas folhas são rendilhadas,tal como o milefólio. Porém, as flores individuais são simples e com cinco pétalas, o que o distingue domilefólio, com suas florinhas compostas tanto no disco como no raio.

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mos ver a relação do milefólio com as plantas de sua tribo. Ele tem folhas finamentedivididas como as da camomila e possui fortes óleos aromáticos como as artemísiasMugwort e Sagebrush. O milefólio-dourado, em particular, assemelha-se fortementeao Tansy/aneto, com suas flores compactas, amarelas e somente de disco, e as folhaslargas e parecidas com as da samambaia.

Ao colher todas essas relações e formas vegetais a partir de nossos estudos botâ-nicos, o que fizemos na verdade foi agrupar as várias letras do alfabeto das plantas ecomeçar a arranjá-las em palavras. O nosso próximo passo é descobrir as relaçõesdinâmicas entre essas palavras, de modo a poder construir frases significativas queirão formar uma “linguagem das flores”.

A sintonia com a planta

Todas as observações e estudos que fazemos das plantas são importantes contri-buições para a nossa compreensão das propriedades de uma planta, porém o todo éainda maior do que a soma de suas partes. À medida que começamos a vivenciar aplanta nos muitos e diferentes níveis que discutimos, desenvolve-se entre ela e nósuma relação mais elevada, construída a partir da nossa compreensão sensorial e men-tal; e gradualmente essa compreensão se refina, tornando-se uma percepção consci-ente extra-sensorial e meditativa. Desse modo, podemos começar a perceber oscampos de energia sutil da planta, ouvir sua mensagem interior ou essência, e final-mente vivenciar a planta ao nível profundo do seu ser. Tal caminho envolve mais doque uma breve transmissão mística ou psíquica; é, em vez disso, uma relação ancora-da e muito prática com a planta, que começa na dimensão física e só gradualmente setorna metafísica.

Por ser esse processo de sintonia com a planta o resultado de uma longa e pacien-te jornada de descobrimento, só nos é possível aqui, na verdade, oferecer algumasindicações, em vez de uma descrição completa ou “receita”. Para ser precisa e exata,a sintonia com a planta tem de ser construída sobre o alicerce da observação física,junto com a contemplação e estudo atentos que já esboçamos acima. A seguir, vem oestágio da imaginação, no qual é formada uma imagem interior daquilo que é obser-vado, mas permitindo-se que essa imagem se metamorfoseie à medida que a planta sedesenvolve no tempo (p.ex., o movimento de semente a rebento, raiz, folha, botão,flor e fruto) ou em suas relações com outras formas vegetais. O estágio seguinte é o dainspiração, no qual há uma escuta interior das qualidades que se expressaram noprocesso anterior. E por fim vem o estágio da verdadeira intuição, que é uma fusãodireta com a planta, no qual as qualidades dessa planta são experimentadas comouma realidade interior.

Essa sintonia tem de ser repetida muitas e muitas vezes, até que a pessoa desenvol-va a sensibilidade e clareza para compreender a mensagem da alma da planta. E talestudo deve tornar-se tão flexível e fluido como o próprio processo de crescimento daplanta. É somente através de uma atividade metamórfica interior desse tipo que po-deremos compreender as relações dinâmicas entre forma e significado que estãosubjacentes aos fenômenos da vida.

Para ilustrar esse processo, vamos retomar o Yarrow/milefólio, no qual observa-mos a qualidade sensível das folhas e flores finamente divididas, o caule e raízes forte-mente estruturados, os óleos aromáticos e a umbela de radiantes flores compostasbrancas. Lembremos o seu forte princípio construtor da forma, seu caule robusto, abem estruturada copa da flor e a capacidade de conservar sua forma durante a luz e

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calor do verão. Também podemos pensar no uso do milefólio como talismã protetore erva para os ferimentos, bem como em outras qualidades que nosso estudo noslevou a considerar. À medida que vamos recriando o milefólio em nossa imaginação,talvez vejamos asas cobertas de lanugem flutuando sensivelmente no ar, com um forteeixo central de apoio, enquanto um dossel de luz branca nos envolve com as qualida-des da clareza, da força interior e da abertura.

Quando liberamos essa imagem e nos aquietamos internamente, talvez venhamos aouvir ou sentir a compaixão e a vulnerabilidade, equilibradas por sentimentos de força eproteção. Conforme encontramos o milefólio interiormente, as polaridades sensibilida-de/força vão buscando integrar-se dentro de nossa alma. Começa então a surgir dentrode nossa mente uma imagem de como o milefólio poderia atuar na alma humana.

Essas impressões construídas através do estudo do milefólio têm sido desenvolvi-das e refinadas ao longo dos anos, e checadas com os resultados empíricos fornecidospelas pessoas que tomaram a essência floral Yarrow. Dessa pesquisa, evoluiu um claroperfil da essência Yarrow. (Uma descrição da pesquisa empírica é apresentada napróxima seção.)

A essência floral Yarrow ajuda aqueles que se sentem “vulneráveis” (literalmente:“capazes de ser feridos”) às influências dos outros e do ambiente. Ela “recostura” aaura demasiado porosa — a aura é o envoltório de energia vital que cerca e protege ocorpo. A essência floral Yarrow promove o equilíbrio entre as qualidades venusianasdo corpo astral, que são demasiado sensíveis, e os bem ancorados vigor e estabilidademarcianos das forças físicas e etéricas. Encoraja um saudável senso do Eu, conceden-do o vigor, a integridade e a clareza de consciência que são típicos dos membros dafamília das compostas.

A essência Yarrow é particularmente útil para terapeutas, curadores e aconselha-dores cuja compreensão e compaixão naturais podem fazê-los “absorver” as tensõese problemas de seus clientes. Essa essência também é largamente indicada para pes-soas afligidas por variadas formas de sofrimento psíquico, hipersensibilidade, reaçõesalérgicas pronunciadas e persistentes distúrbios do sistema imunológico. Yarrow faci-lita a integridade e o vigor próprios de uma saudável estrutura do ego, ao mesmotempo em que capacita a alma a conservar sua sensibilidade e receptividade inatas. Éuma essência extremamente importante para a nossa épo-ca, devido ao ritmo veloz da abertura espiritual e psíquicaque ocorre ao mesmo tempo em que as forçasambientais e sociais ameaçam sobrecarregar,endurecer ou aniquilar as capacidades sensí-veis da alma humana.

Uma questão que surge com freqüên-cia é se a assinatura de uma planta ex-pressa o “problema” ao qual ela se diri-ge, ou a qualidade que é a “solução” doproblema. Isso nos faz recordar nossa discussãoanterior acerca dos semelhantes, dos contráriose da União dos Opostos. Relembrando que as essên-cias florais incorporam uma polaridade de opostos, tor-na-se compreensível que a forma física da planta possaexpressar um lado ou o outro — ou ambos — da polarida-

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de. No milefólio, experimentamos a sensibilidade de alma na abertura da planta à luz eao ar através de suas folhas finamente divididas e de seus óleos voláteis; mas tambémsentimos a força e estabilidade de sua forma, a sensação de proteção de sua umbelabranca e a integridade do Eu que caracteriza a família das compostas. Assim, o milefóliointegra em sua forma ambos os lados dessa polaridade.

Nossos testes com as essências Pink Yarrow e Golden Yarrow, em comparaçãocom a Yarrow, também confirmaram que as variações na cor e na forma se exprimemnas qualidades das essências florais dessas plantas botanicamente aparentadas. OPink Yarrow/milefólio-cor-de-rosa é a Achillea millefolium var. rubra, uma varieda-de do Yarrow/milefólio comum, a Achillea millefolium. Relembramos que ele ésemelhante na forma ao milefólio-branco, mas suas características flores de um pro-fundo rosa-magenta sugerem uma qualidade mais emocional do que o branco purodas flores do milefólio comum. A essência Pink Yarrow é usada em situações desensibilidade emocional excessiva, quando absorvemos as emoções dos outros oupermitimos que a astralidade de nossa alma “sangre” e se funda com os outros.

Já o Golden Yarrow/milefólio-dourado é uma espécie diferente dentro do gêneroAchillea, a Achillea filipendulina. Em comparação com os outros milefólios, ele émaior, com folhas mais fortes e semelhantes às da samambaia. Sua copa de floresdouradas é mais firmemente unida, e as flores enfatizam as florinhas do disco central,parecendo o Tansy/tanaceto. Contudo, ao contrário do tanaceto que cai por terralogo após florescer, o milefólio-dourado tem a característica qualidade dos milefóliosde sustentar a forma, e é menos pungente.

Podemos agora desenvolver uma imagem das polaridades com as quais trabalha omilefólio-dourado. A compacta estrutura floral e a estabilidade da forma expressamum gesto para dentro; enquanto a estrutura aberta das folhas e a brilhante cor amare-lo-ouro das flores sugerem uma qualidade que se irradia para fora. A essência floralGolden Yarrow integra as polaridades de introversão e extroversão, bem como as dasensibilidade e força protetora. É freqüentemente indicada para atores e artistasperformáticos cuja sensibilidade criativa torna-os demasiado vulneráveis em suas re-presentações públicas.

Há ainda uma outra essência de milefólio no Repertório, a Yarrow Special For-mula, que se distingue não pela espécie da planta usada mas pelo método de prepa-ração. Essa fórmula foi especialmente desenvolvida a pedido de terapeutas europeusapós o desastre na usina nuclear de Chernobyl em 1986, para neutralizar os efeitosda radiação no corpo etérico humano. A radioatividade, que é a destruição da estrutu-ra física da matéria a nível dos átomos, representa a própria antítese das forçasformativas etéricas, que são as forças construtoras das estruturas vivas. O milefóliocontém sais de potássio que o ajudam a manter a integridade de sua própria estrutura.Para aumentar esse forte processo salino de intensificação da forma, a Yarrow SpecialFormula é especialmente dinamizada por flores da Achillea millefolium numa basede água salgada do mar. Desse modo, a Yarrow Special Formula fortalece e mantémas forças formativas etéricas que dão vigor e integridade à aura humana. Embora nãosubstitua os cuidados médicos, ela é capaz de neutralizar os efeitos desintegradores daradiação sobre os campos energéticos humanos, quer essa radiação venha por preci-pitação radioativa, raios x, televisores, monitores de computadores, campos eletro-magnéticos ou outros perigos ambientais da vida contemporânea.

Não nos é possível, nesta visão geral do assunto, apresentar perfis completos de

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Repertório das Essências Florais

todas as plantas usadas no preparo das essências do Repertório; oferecemos, porém,esses poucos exemplos dos métodos que utilizamos em nossos estudos das plantas.Nós o fazemos não só para abrir ao leitor uma pequena janela sobre o nosso trabalhode campo com as plantas, mas também com a esperança de que mais pessoas sejaminspiradas a unir-se ao trabalho, ainda embrionário, de desenvolvimento de uma ciên-cia viva que possa compreender as formas e processos da Natureza como uma lingua-gem que fala à alma humana.

Tal pesquisa das essências florais requer uma investigação realmente interdisciplinar.Ela envolve elementos de inúmeros campos de estudo, incluindo agricultura, astrolo-gia, astronomia, biologia, botânica, ecologia, filosofia, física, fitoterapia, geologia,geomancia, matemática (especialmente a geometria), medicina, meteorologia, nutri-ção, psicologia, química, sociologia, e expressões artísticas tais como a poesia, apintura e a música. Além desses estudos “externos”, o autoconhecimento e o desen-volvimento interior são necessários para o estudo das essências florais. Só um amploesforço cooperativo que transponha as fronteiras tradicionais entre os vários ramosespecializados do conhecimento será capaz de abranger o pleno significado da pesqui-sa sobre as essências florais.

Estudos Clínicos das Essências Florais

Estudos de casos

Como podemos ter certeza de que nossos estudos das plantas produzem descri-ções precisas das qualidades das essências florais? Não importa quão sinceramentenos esforcemos por obter clareza e deixar de lado as idéias preconcebidas e as pro-pensões, permanece o fato de que os seres humanos são falíveis. As possibilidades deerro ou distorção são grandes, particularmente numa disciplina tão pioneira quanto apesquisa das mensagens anímicas das flores. Se queremos aplicar o espírito da ciênciaem nosso trabalho, precisamos desenvolver um processo de verificação sistemáticados insights que recebemos a partir dos nossos estudos das plantas.

O meio mais básico para a verificação das qualidades das essências florais é acompilação dos relatos de casos fornecidos pelos terapeutas e usuários de essênciasflorais que documentam suas experiências. Embora possam ser descartadas pela ciên-cia rigorosa, tais “evidências biográficas” servem como valiosas fontes de informa-ções. Na verdade, essa abordagem empírica (ou seja, baseada na experiência) nãosomente é a forma mais comum de pesquisa das essências florais, como também é aúnica base pela qual a medicina homeopática tem sido verificada ao longo dos doisúltimos séculos.

Assim como o preparador de essências florais necessita tornar-se um cientista decampo (fazendo uma cuidadosa observação das plantas usadas nas essências florais evendo como as partes individuais da planta formam uma expressão do todo), tambémo praticante de terapia floral precisa aprimorar suas habilidades enquanto observadorcientífico, começando com as observações básicas das características físicas do clien-te, tais como entonação de voz, linguagem corporal, expressão facial e sintomasfísicos. Um quadro vivo da pessoa em evolução pode ser então criado, incluindo suahistória de vida, suas aspirações e desafios, bem como seus pensamentos e sentimen-

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tos. Tal como a planta, que é constantemente observada nos seus vários estágios decrescimento, a alma também caminha através do tempo e seu progresso precisa derevisão periódica. Desse modo, os estudos de caso mais bem-sucedidos são os longi-tudinais, que se estendem por numerosos meses e incorporam diversas combinaçõesde essências florais e diversos ciclos de crescimento da alma.

Todos os terapeutas podem observar e documentar os efeitos das essências floraisem seus clientes, cultivando gradualmente a disciplina da observação científica. Esta éuma habilidade fundamental e necessária para a pessoa se tornar perita na seleção deessências florais e na avaliação dos resultados de suas escolhas. É indispensável que oterapeuta perceba e registre os efeitos das essências a fim de apoiar e orientar odesenvolvimento do cliente. Com freqüência, entre uma visita e outra os clientes es-quecem uma questão perturbadora ou uma situação dolorosa que deixou de pressioná-los. Boas anotações de caso permitem ao terapeuta lembrar ao cliente o progressoque tem sido alcançado, ou reexaminar questões que ainda constituem desafios.

A hábil observação e a manutenção de registros também são fundamentais para acoleta dos dados empíricos, os quais constroem o corpo estabelecido da pesquisafloral e reportam ou verificam os novos insights sobre as qualidades e efeitos dasessências. Se tomarmos um caso isolado, ele pode parecer insignificante ou não con-clusivo, já que os relatos de caso são necessariamente filtrados através das capacida-des perceptivas tanto do terapeuta como do cliente. Porém, com muito cuidado e umconjunto de dados suficientemente grande, podemos gradualmente discernir um pa-drão sob o qual uma essência específica age.

A pesquisa empírica é extraordinariamente amplificada quando se pode comparti-lhar os casos e se fazer referências cruzadas a partir de muitas fontes. Para essepropósito, a Flower Essence Society desenvolveu formulários de estudo de caso quecobrem os aspectos mais significativos da terapia floral. Esses estudos de caso sãoorganizados e inseridos em nosso banco de dados computadorizado, passando depoispor indexações cruzadas dentro de uma ampla variedade de fenômenos terapêuticos.Alguns dos mais significativos estudos de caso têm sido submetidos ao FES PractitionerCertification Program (Programa de Certificação de Terapeutas), que se segue aoFES Practitioner Training Program (Programa de Treinamento de Terapeutas). Oscandidatos ao certificado, qualificados através do programa de treinamento, precisamcompletar pelo menos três casos profundos e detalhados e um ensaio correlato, quedemonstrem sua manutenção de registros e suas habilidades de observação. O pesocumulativo desses casos e de outros casos que nos foram submetidos por inúmerosterapeutas do mundo todo, juntamente com entrevistas profundas e detalhadas eoutros levantamentos, formam a espinha dorsal da nossa compreensão empírica dasqualidades das essências florais. Esses dados também podem vir a ser a base para seprojetar outros estudos que satisfaçam os parâmetros profissionais do rigor científico.

Estudos clínicos controlados

O parâmetro convencional para a verificação científica da eficácia dos remédiosenvolve estudos com placebos e procedimentos de duplo-cego. Como descrevemosantes, em tais estudos dois ou mais grupos são testados, um deles pelo menos comum placebo inerte e um ou mais com as substâncias a serem testadas. O procedimen-to é “duplo cego” porque nem as pessoas testadas nem aquelas que administram ostestes sabem qual grupo usa o placebo e qual grupo usa o remédio em teste.

Rigorosos estudos duplos-cegos com as essências florais ainda estão por ser reali-

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Repertório das Essências Florais

zados, em parte devido à falta de verbas e interesse na comunidade científica, mastambém devido a certos problemas que surgem quanto aos procedimentos. Na maio-ria dos testes controlados é administrado um remédio padrão ou uma combinaçãopadrão de remédios a cada pessoa do grupo de teste. Essas pessoas são geralmenteselecionadas porque sofrem de uma mesma doença ou conjunto de sintomas. Noentanto, é da natureza da terapia floral que as essências sejam selecionadas especifica-mente para cada indivíduo, como resultado de uma entrevista com o terapeuta. Pesso-as com os mesmos sintomas físicos ou emocionais podem precisar de essências muitodiferentes; por exemplo, há várias essências para os diversos tipos de depressão.Assim, uma combinação floral específica talvez não seja benéfica para a maioria dosindivíduos do grupo de teste, não porque as essências em si sejam ineficazes, masporque aquela combinação não continha as essências mais apropriadas e eficazespara cada pessoa. Por isso, permanece o desafio de provar a validade das essênciasflorais para um grupo aleatório, como geralmente é exigido para os testes duplos-cegos.

Um outro dilema é o desenvolvimento de procedimentos e questionários paratestes e avaliações que satisfaçam os parâmetros profissionais e, ainda assim, sejamtambém apropriados às mudanças emocionais e psico-espirituais típicas do uso dasessências florais. Muitos testes psicológicos são elaborados tendo em vista as altera-ções sintomáticas, e talvez não detectem um crescimento anímico mais sutil e delongo prazo. Existe uma tensão inerente entre a exigência da metodologia científicaconvencional por resultados que sejam quantitativamente mensuráveis, e a necessi-dade de uma hábil avaliação das experiências qualitativas que caracterizam o uso dasessências florais. A Flower Essence Society está pronta para auxiliar todos os poten-ciais pesquisadores e organizações a projetar rigorosos estudos científicos que ve-nham a atender com sucesso os critérios necessários para a aceitação profissional,mas que ao mesmo tempo permaneçam apropriados à natureza dos fenômenos rela-cionados às essências florais.

Os estudos controlados podem ser importantes para difundir o valor e a validadedas essências florais aos profissionais e às autoridades reguladoras, e podem dar umareal contribuição para o conhecimento dos fenômenos ligados às essências florais.Contudo, tais métodos de verificação talvez sejam limitados quanto a sua capacidadede realmente acessar e mensurar as mudanças profundas nos sentimentos e na cons-ciência humana. Portanto, o caminho da pesquisa científico-espiritual no que se refe-re à terapia floral pode e deve sempre depender das habilidades treinadas de percep-ção do terapeuta que trabalha ativamente com os seres humanos ou outros seres vivosnum ambiente terapêutico.

A Pesquisa sobre os Fenômenos da Energia Sutil

O desafio de estudar os remédios vibracionais

Além dos estudos controlados, o outro método convencional para validar os remé-dios naturais é estudar seus constituintes e seu modo de operação no organismohumano. Este é o grande desafio no caso das essências florais, pois elas têm umanatureza vibracional. Se a pessoa realiza um estudo das substâncias reais das essên-

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cias florais, verá que a análise bioquímica não produz resultados significativos. Os in-gredientes físicos das essências — água, álcool e uma infusão extremamente diluída deflores — não conseguem explicar seus efeitos benéficos. Sua ação reside em forçassutis não diretamente perceptíveis aos sentidos físicos e, portanto, não mensuráveispor qualquer aparelhagem física.

Em conseqüência, a autenticidade dos remédios sutis não pode ser determinadapelos estudos científicos típicos, baseados em paradigmas mecanicistas que ignoram aexistência de campos de força além da dimensão física. Essa limitação tem implica-ções filosóficas e médicas, e conseqüências legais e sociais bastante concretas. Osremédios vibracionais, tais como essências florais e remédios homeopáticos, talvezsejam rejeitados pelos órgãos profissionais e reguladores não por lhes faltar eficácia,mas porque é impossível testar essas substâncias através de metodologias que foramcriadas para testar os remédios baseados na bioquímica. Assim, para que a terapiafloral ganhe maior aceitação e os terapeutas tenham sólidos conhecimentos dos re-médios sutis preparados a partir de plantas, é fundamental desenvolver novos méto-dos de perceber e testar as qualidades dessas plantas.

Precisamos descobrir métodos que possam transpor o abismo existente entre aexperimentação científica convencional, cujas premissas materialistas excluem os fe-nômenos da energia sutil, e os métodos de pesquisa puramente espirituais, que de-pendem tão-somente da consciência do investigador. Tais métodos intermediáriosnão irão substituir o aprimoramento das nossas habilidades de observação e percep-ção do mundo físico e das outras dimensões. Contudo, essas técnicas de pesquisa sãopotencialmente importantes não só como uma forma de demonstração para aquelesque questionam a realidade das essências florais, como também um meio de verificare clarificar os insights provenientes da pesquisa espiritual direta.

Detectando as energias sutis

Um trabalho preliminar vem sendo feito com várias técnicas de pesquisa que inves-tigam diversos fenômenos físicos quantificáveis, indicando a presença de camposenergéticos sutis. Tal como rastrear uma pessoa invisível através da neve seguindo assuas pegadas, esses métodos são um meio de perceber os efeitos de forças invisíveissobre fenômenos perceptíveis aos sentidos. Esses efeitos podem ser então observa-dos, mensurados e interpretados de acordo com os parâmetros científicos convencio-nais. Estudar os efeitos físicos do invisível é exatamente o procedimento usado nafísica subatômica para estudar os fenômenos que estão ocultos tanto aos sentidoshumanos como aos instrumentos científicos.

Cristalizações sensíveis

A cristalização sensível é um método de testar a energia sutil, no qual várias subs-tâncias orgânicas são adicionadas a uma solução de cloreto de cobre com a finalidadede produzir padrões distintos de cristalização, de acordo com a natureza da substân-cia. Esse método teve como pioneiro o cientista Dr. Ehrenfried Pfeiffer, já falecido,aluno de Rudolf Steiner e um dos que desenvolveram a agricultura biodinâmica naAmérica do Norte. Pfeiffer conseguiu usar o método de cristalizações sensíveis parainvestigar a seiva e os sucos vegetais, como uma indicação da vitalidade da planta.Também trabalhou com amostras de fluidos humanos tais como o sangue, e foi capazde utilizar as cristalizações sensíveis na detecção precoce de várias doenças. Isso tor-nou-se possível porque os padrões de cristalização foram aparentemente influencia-dos não só pela estrutura física da substância adicionada à solução, mas também por

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Repertório das Essências Florais

suas forças etéricas, o campo de energia vital que indica um estado de saúde oudoença antes que este se manifeste no corpo físico.

A capacidade de Pfeiffer de interpretar o significado dos padrões de cristalização docloreto de cobre estava baseada em muitos anos de pesquisas exatas, nas quais eleexaminou centenas de testes de extratos vegetais e sangue humano. Foi então capazde desenvolver uma linguagem da forma que podia indicar com confiabilidade algosobre a substância em teste. Infelizmente, o método de Pfeiffer não parece ser sensí-vel o suficiente para registrar os remédios vibracionais.

Porém, um pesquisador na Europa está desenvolvendo, um novo método, maissensível, que parece ser capaz de diferenciar os vários remédios homeopáticos e asessências florais. Mas, em comparação com o trabalho de Pfeiffer, essa pesquisa estáainda num estágio muito preliminar. Até este momento, ainda não se completaramtestes suficientes para confirmar se as variações nos padrões de cristalização se devemàs propriedades dos próprios remédios ou a uma infinidade de outras variáveis, taiscomo influências ambientais ou procedimentos laboratoriais.

Se futuros testes puderem estabelecer que cada essência floral produz um padrãodistinto e reconhecível, talvez tenhamos então importantes evidências de que cadaessência floral carrega em si um padrão energético específico, fato este que não podeser demonstrado pela análise química convencional. Mas, mesmo que isso seja feito,ainda teremos muitas pesquisas pela frente até sermos capazes de usar as cristaliza-ções sensíveis para produzir alguma informação significativa sobre as propriedadesdas essências florais. Precisaremos antes criar uma quantidade suficiente de dados afim de que os padrões de cristalização possam ser correlacionados com as qualidadesdas essências florais. Até que esse trabalho paciente e metódico seja feito, não tere-mos nenhuma base para interpretar a “linguagem” dos padrões de cristalização.

Fotografia kirlian

Um outro método de demonstrar os campos de energia é o da fotografia kirlian,assim chamada por causa de seus criadores, os pesquisadores russos Semyon e ValentinaKirlian. Eles usaram cargas elétricas de alta voltagem para tornar visíveis em imagensfotográficas os campos energéticos de plantas e seres humanos. Embora as forçasetéricas não sejam iguais às forças elétricas ou magnéticas, as energias etéricas pare-cem realmente ser capazes de influenciar os campos eletromagnéticos. Esta é umaoutra situação em que as energias sutis deixam suas “pegadas” no mundo físico.

A fotografia kirlian foi popularizada na década de 1970 por dois livros: PsychicDiscoveries Behind the Iron Curtain (Descobertas Psíquicas por trás da Cortina de Ferro),de Sheila Ostrander e Lynn Schroeder, e The Kirlian Aura (A Aura Kirlian), organizadopor Stanley Krippner e Daniel Rubin, que apresentava na capa o famoso “fantasma” deuma folha cortada. Devido às dificuldades em obter resultados verificáveis e repetíveis, ointeresse por essa metodologia declinou nos anos recentes. De todo modo, alguns promis-sores resultados preliminares têm sido obtidos por pesquisadores que tiraram fotos kirliande frascos de essências florais, bem como das pontas dos dedos de pessoas que tomaramdiferentes essências. Embora esses experimentos aparentemente revelem padrões fotográ-ficos distintos para cada essência, alertamos que muitos testes ainda serão necessários paraconfirmar essas descobertas e tornar possível uma interpretação daquilo que os padrõesindicam acerca das propriedades das essências florais.

Assim como Pfeiffer precisou repetir seus experimentos muitas vezes a fim de esta-

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belecer as correlações exatas entre os padrões de cristalização e suas indicações, tam-bém a pesquisa de essências florais, usando técnicas tais como as mencionadas acima,irá requerer resultados que possam ser duplicados de modo independente por diferen-tes laboratórios e correlacionados definitivamente com essências específicas. A FlowerEssence Society encoraja os pesquisadores a continuarem a desenvolver as cristaliza-ções sensíveis e a fotografia kirlian como ferramentas para a pesquisa de essênciasflorais.

Há também muitas outras técnicas que utilizam mensurações físicas dos efeitos dasenergias sutis e se mostram promissoras para a pesquisa de essências florais. Algumasdelas estão sucintamente descritas abaixo, com a esperança de que pesquisadores empotencial se sintam inspirados a investigar essas áreas.

Geometria das plantas e padrões celestes

Lawrence Edwards, matemático escocês, estudou a relação geométrica das formasdas plantas com as forças que moldam o crescimento delas. As pesquisas iniciais nestaárea indicaram a correlação dessas forças com os movimentos orbitais da Lua e dosplanetas. Uma maior documentação dessas correspondências talvez ajude a verificaras associações folclóricas das plantas com as influências planetárias e com suas pro-priedades correlatas.

Efeitos no crescimento das plantas

Alguns remédios homeopáticos foram testados através da mensuração de seus efei-tos no crescimento das plantas. Este método poderia ser aplicado às essências florais,mas sabendo-se de antemão que tal estudo estaria limitado a demonstrar apenas osefeitos das essências florais sobre a vitalidade física e etérica. Pois tais testes não abor-dam o impacto das essências florais sobre a vida mental e emocional do ser humano.

Aparelhos de testes

Alguns terapeutas usam aparelhos de diagnóstico que mensuram o distúrbio relati-vo dos diversos meridianos e sistemas orgânicos. Outros terapeutas usam métodosdiretos, tais como o diagnóstico de pulso. A experiência clínica demonstra que asessências florais irão equilibrar certos distúrbios. As pesquisas talvez sejam capazes deestabelecer padrões consistentes, tal como verificado por esses procedimentos dediagnóstico. Embora tais mensurações possam não indicar as plenas dimensões datransformação anímica a longo prazo, a qual é possível com a terapia floral, poderãoao menos confirmar que alguma mudança real de curto prazo ocorreu nos camposenergéticos da pessoa.

Dinamólise capilar

O método da dinamólise capilar, também conhecido como cromatografia, foi ins-pirado por Rudolf Steiner e desenvolvido por Lilly e Eugen Kolisko no início desteséculo. O método Kolisko consiste em combinar um extrato vegetal com um sal metá-lico, tal como o nitrato de prata, e deixá-lo subir verticalmente num cilindro de papel-filtro. Forma-se um padrão ou imagem, que é uma indicação das forças em ação noextrato. Extratos vegetais têm sido testados para verificar a vitalidade de plantas medi-cinais e alimentares; fluidos humanos têm sido testados para detectar estados de do-ença. É possível que esta técnica, até agora usada com extratos físicos, possa seradaptada de modo a indicar algumas propriedades de remédios potencializados, taiscomo as essências florais.

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Repertório das Essências Florais

A técnica da gota d’água

A técnica da gota d’água, desenvolvida por Theodor Schwenk, é outra maneira detornar visíveis as forças etéricas. Ela tem sido usada para testar a vitalidade da águapotável, ou de outros líquidos, através da observação dos padrões ondulatórios que seproduzem à medida que uma série de gotas de água cai na superfície de um líquido.Talvez pudesse ser desenvolvido um método similar, que indicasse as mudançasvibracionais que ocorrem na água como resultado de ela ter sido potencializada comuma essência floral.

As técnicas descritas acima talvez precisem de um maior aperfeiçoamento e orga-nização, de modo a detectarem toda a amplitude dos efeitos produzidos pelas essên-cias florais. A Flower Essence Society está altamente interessada em promover eencorajar pesquisas com métodos de verificação que detectem a presença de camposenergéticos sutis nas essências florais. Já demos alguns passos iniciais em tais pesqui-sas, e acolhemos entusiasticamente a participação de outros praticantes e pesquisado-res ou suas sugestões.

Programa de Pesquisasda Flower Essence Society

Está claro que, na nossa cultura, a investigação científica é ainda a forma predomi-nante de verificar a verdade e, portanto, é um pré-requisito para a aceitação da realida-de das essências florais pelo público em geral bem como pelos profissionais e autorida-des governamentais. Mas, mesmo entre aqueles que estão convencidos da eficácia dasessências florais através de sua própria experiência, a pesquisa científica das essênciasé igualmente importante para clarificar seus conhecimentos sobre as qualidades dasessências e princípios pelos quais elas atuam.

Embora muito tenha sido feito, consideramos que nossos dezesseis anos de esfor-ços na pesquisa de essências florais são apenas um modesto começo. Estimulamos osleitores a considerarem a possibilidade de participar do Programa de Pesquisas da FESatravés de qualquer uma dentre as várias opções, incluindo:

1. Ampla e detalhada documentação do uso das essências florais com clientes ouno lar. Este é o alicerce de todo o conhecimento sobre as essências florais; encoraja-mos todos os terapeutas e usuários de essências florais a envolver-se neste nível depesquisa. A pedido, a FES fornecerá formulários para estudos de caso.

2. Compartilhar os insights e observações sobre as diversas essências que vocêtenha usado ou indicado para os outros. Isso pressupõe manter anotações gerais ebuscar as tendências e padrões gerais em seu uso das essências florais.

3. Desenvolver estudos clínicos controlados das essências florais.

4. Estudos das propriedades sutis das plantas, com base nos princípios da ciênciaespiritual.

5. Desenvolver pesquisas para detectar, analisar e interpretar a presença de forçassutis nas essências florais.

Para ajudá-lo a participar do Programa de Pesquisas da FES, nós o convidamos apreencher e enviar-nos o formulário de relato encontrado junto à terceira-capa. Se seuexemplar do Repertório não tiver o formulário, teremos o maior prazer em lhe forne-cer cópias.

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O que é a Terapia Floral?

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Três

Como são selecionadasas essências florais?

Quando começamos a nos relacionar com as essências florais, é comum nos sentir-mos assoberbados pelo fato de haver tantas possibilidades. Como podemos escolheras essências mais apropriadas para nós mesmos, nossos amigos ou clientes? Seja noscuidados com a saúde em casa ou na clínica, os elementos-chave são os mesmos.Precisamos conhecer a nós mesmos ou aqueles a quem estamos ajudando, e precisa-mos conhecer a linguagem de alma das essências florais.

Identificando as Questões Principais

Criar um diálogo

O primeiro passo num processo de seleção é identificar as questões-chave da alma.O melhor meio de fazê-lo é através do diálogo — uma conversa com o outro ou umexame interior que nos ajuda a entrar em contato com nossos sentimentos maisprofundos. Em ambos os casos, o sucesso na escolha das essências florais apropria-das depende da nossa capacidade de sermos honestos e abertos a respeito de nósmesmos.

Às vezes, as questões da alma com as quais precisamos lidar são facilmente visí-veis. Contudo, o mais freqüente é que a identificação dessas questões exija uma certainvestigação. É possível que percebamos de início uma sensação geral de mal-estar,mas sem sermos capazes de distinguir problemas específicos. Ou talvez estejamosmais conscientes do mal físico e precisemos perceber a mensagem interior dos nossossintomas. Ou podemos sentir frustração ou sobrecarga, mas nos faltar insight nascausas subjacentes.

O desenvolvimento da percepção consciente dentro do processo de auto-reflexãoou aconselhamento pode ser auxiliado por um processo de interrogação. Algumasboas perguntas iniciais são: “Qual é meu propósito na vida, e como esse propósito sereflete no meu trabalho diário? Qual é meu próximo passo na vida? Como eu me sintoa respeito do meu relacionamento com os outros? Quais lições eu estou aprendendoneste exato momento?” O próprio processo de interrogação contribui para uma atitu-de interior meditativa, de modo que a pessoa pode começar a observar mais eficaz-mente a vida de sua alma e escolher prioridades de desenvolvimento.

A importância de fazer perguntas é ilustrada pela história de Percival e sua buscado Santo Graal. Quando chega ao castelo de um rei enfermo, Percival esquece deperguntar-lhe, “Irmão, o que te aflige?”, e assim perde a oportunidade de ser umagente de cura. Aquele rei possuía o Graal, mas não poderia usufruir de seu poder até

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Repertório das Essências Florais

que a pergunta fosse feita. A capacidade de ouvir, observar e interrogar é fundamentalem todo processo de seleção de essências florais.

Questões da alma — passado, presente e futuro

É útil que o desenvolvimento das questões da alma seja considerado à luz das expe-riências passadas, em relação às circunstâncias atuais e em termos de sua influênciasobre o futuro. As experiências emocionais da infância ou qualquer episódio significa-tivo ocorrido em fases passadas da vida podem ser chaves para a compreensão dosnossos sentimentos e reações atuais. Ao trazer para a luz da consciência essas partesfreqüentemente reprimidas da nossa história pessoal, é possível identificar as atitudes epadrões emocionais que estão por trás dos desafios da vida presente. Tais questõespodem envolver experiências de abandono, negligência ou abuso; podem incluir nossaresposta às expectativas dos pais ou da sociedade, ou profundos sentimentos de raiva,desespero ou pesar que a alma carrega desde os primeiros momentos de sua encarnação.

É igualmente importante rever a vida da alma no momento presente, particular-mente para examinar as áreas cruciais do trabalho e dos relacionamentos pessoais. Sefizermos um inventário honesto dessas duas áreas-chave da nossa vida, é muito pro-vável que venhamos a descobrir uma grande quantidade de questões anímicas quemerecem atenção.

Além de avaliar os problemas e desafios do passado e do presente, é vital conside-rarmos os objetivos futuros. Podemos fazer perguntas tais como, “Como eu gostariaque fosse minha vida daqui a cinco (ou dez) anos? Quais potenciais interiores eugostaria de trazer à tona e desenvolver na minha vida? Quais obstáculos se interpõemno caminho da realização dos meus objetivos?” Tais perguntas nos permitem identifi-car aquelas questões que podem levar avante o desenvolvimento da alma, rumo aoseu destino maior.

A biografia de cada pessoa narra uma jornada singular da alma. Através da escutasensível podemos discernir não só as enfermidades ou problemas específicos do mo-mento mas também intuir toda a correnteza do nosso destino, à medida que ele vaijorrando do passado, fluindo através do momento presente e correndo em direção àssuas possibilidades futuras.

Selecionando as Essências Apropriadas

Aprender sobre as essências florais

Uma vez determinadas as principais questões da alma, o próximo passo é selecio-nar as essências florais que melhor se aplicam àquelas questões. Embora a quantidadede essências florais possa parecer desencorajadora, é possível nos familiarizarmosgradualmente com suas qualidades, começando com aquelas essências que mais nosatraem. Podemos ler os perfis psicológicos associados às essências florais e meditarsobre essas descrições em função daquilo que sabemos a respeito de nós mesmos edos outros.

Além disso, pode ser bastante útil aprendermos algo sobre as próprias plantas,pois elas são a fonte das essências florais. Contemplar uma foto da flor, cultivá-la no

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jardim ou procurá-la na natureza, são coisas que podem aprofundar imensamente nos-sa relação com a mensagem anímica de uma planta. Como ajuda ao processo deseleção, também é muito benéfico usar imagens das plantas que deram origem àsessências. Com freqüência, as plantas que nos atraem têm um significado especial.Além de um conhecimento das plantas específicas, a nossa vontade genérica de vivenciaro mundo natural, e especialmente a maravilha e o mistério da vida vegetal, pode criarem nossa alma um receptáculo para receber as mensagens curadoras das flores.

A natureza bipolar das essências florais

À medida que nos familiarizamos com as propriedades das várias essências florais,descobrimos que elas abarcam uma ampla gama de qualidades humanas, muitas dasquais parecem contraditórias. Por exemplo, existem essências tais como Manzanitaou California Wild Rose que nos ajudam a alcançar um relacionamento mais íntimocom o mundo físico; contudo, essências tais como Angel’s Trumpet ouChrysanthemum auxiliam a alma a se desprender de sua conexão terrena. Goldenrodajuda-nos a nos distinguir de uma identidade grupal, enquanto Quaking Grass har-moniza a vontade individual dentro do propósito comum do grupo. Com essas indica-ções aparentemente paradoxais, como saber em que direção devemos seguir?

A solução para esse dilema é que não há nenhuma resposta preestabelecida. Cadaindivíduo precisa procurar o equilíbrio, fortalecendo aquelas qualidades que estão fra-cas ou bloqueadas e moderando as que estão em excesso. Desse modo, uma pessoademasiado espiritualizada, com pouca conexão com o corpo, talvez precise de essên-cias que ancorem, como Manzanita ou Clematis; enquanto a pessoa excessivamenteenredada no mundo material talvez precise de essências que elevam ou sensibilizam,como Hound’s Tongue ou Star Tulip. O objetivo é liberar o potencial singular queexiste dentro de cada um de nós, em vez de tentar seguir um modelo externo de comodeveríamos ser.

Conforme procuramos a equanimidade de alma, aprendemos também que o equi-líbrio não é estático. É um caminho espiral de evolução, sempre ascendendo. Cadaquestão tratada com sucesso leva-nos a um novo desafio. Assim, embora num dadomomento essências tais como Centaury ou Buttercup possam ser necessárias parauma certa pessoa desenvolver um forte senso de identidade, num outro momentoChicory ou Heather seriam indicadas para essa mesma pessoa superar uma tendên-cia ao egoísmo ou a preocupação excessiva com seus problemas pessoais.

As polaridades da alma também podem ser encontradas nos atributos de umaessência individual. Por exemplo, Sunflower auxilia a pessoa que tem um egodominador; e também ajuda a pessoa auto-anuladora a encontrar uma identidademais forte do ego. Sticky Monkeyflower ajuda aqueles que são sexualmente hiperativos,bem como aqueles que temem a intimidade sexual; em ambos os casos, ajuda a trazerintegração e equilíbrio sexuais.

Além disso, a natureza bipolar de uma essência se expressa em seu trabalho tantocom o “problema” quanto com a “solução” de uma questão. Podemos escolher MorningGlory para superar hábitos viciosos, ou devido a um desejo de aumentar nossa sensa-ção de vitalidade. Sweet Pea pode ser sugerida para nossa falta de enraizamento, ouporque estamos conscientes de um desejo de encontrar uma comunidade. Os aspec-tos “negativo” e “positivo” dessas questões são como os dois lados de uma moeda. Naescolha de essências, é útil nos deslocarmos de uma perspectiva para a outra, a fim deobtermos um quadro mais completo de como as qualidades das essências florais po-

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Repertório das Essências Florais

dem falar conosco. Nessa constante mudança de perspectiva, estamos estimulando oprocesso alquímico da União dos Opostos dentro da nossa psique.

Combinando as Essências Florais

É possível, e muitas vezes desejável, combinar diversas essências florais numa fór-mula pessoal. O efeito de uma combinação de essências pode ser maior do que oefeito de uma essência individual, se elas se equilibrarem e se realçarem mutuamente.

Quantas essências podem ser combinadas?

Quantas essências podem ser usadas numa única combinação? Na verdade, pare-ce que às vezes precisamos de todas elas! Entretanto, é importante lembrar que ocrescimento da alma ocorre de maneira gradual e progressiva. É melhor focalizar asquestões-chave, tendo em mente que as flores atuam como catalisadores, estimulandotodo um processo de mudança; quando as questões importantes mudam, outros pro-blemas menores ou associados a elas também podem ser transformados.

Portanto, o melhor é não combinar demasiadas essências ao mesmo tempo, umavez que isso talvez confunda ou sobrecarregue desnecessariamente a psique. Emboranão se possam dar números absolutos, os praticantes relatam que as situações maiscomuns são de três a seis essências por vez. Praticantes experientes podem ser capa-zes de habilmente combinar e estruturar fórmulas de essências florais com uma quan-tidade grande de essências que trabalham sinergicamente. Porém, para as questõesrealmente fundamentais, talvez seja melhor usar apenas uma única essência centralque possa falar de um modo mais arquetípico com o cerne da personalidade.

Podemos imaginar o repertório das essências florais como a paleta de cores de umartista. A combinação de diversas essências pode produzir matizes belíssimos. A mis-tura inábil de demasiadas cores cria um resultado “turvo”, sem nenhuma clareza. Aalma é a tela do artista. É preciso paciência e prática para usar com sabedoria as“cores” das essências. Embora linhas gerais possam ser oferecidas, não há atalhos nocaminho do desenvolvimento da arte de combinar essências florais.

Os princípios da combinação de essências florais

Formular essências florais requer prática a fim de que a aptidão seja desenvolvida.Contudo, há alguns princípios básicos que podem oferecer um ponto de partida. Omeio mais fácil de combinar essências é escolher aquelas que têm íntima afinidadecom uma questão específica, criando unidade e foco na fórmula. (Isso é particular-mente importante quando predominam o caos e a confusão emocional.) Por exem-plo, Wild Oat, Larch e Blackberry poderiam ser escolhidas para ajudar no tratamen-to de questões relacionadas à realização profissional. Uma mistura de Golden EarDrops, Pink Monkeyflower e Mariposa Lily poderia ser usada para tratar sentimen-tos de vulnerabilidade e abandono originados na infância.

Outro princípio mais desafiador é trabalhar com a polaridade, escolhendo essên-cias indicadas para aspectos contrastantes do trabalho da alma. Por exemplo, Sunflowere Star Tulip juntas numa fórmula iriam tratar o equilíbrio do masculino e femininointeriores. Uma combinação de Yellow Star Tulip e Pink Yarrow ajudariam a pessoaque precisa tratar as questões da sensibilidade e da compaixão, ao mesmo tempo em

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que esclareceria uma inadequada fusão emocional com os outros. A ação das fórmu-las que trabalham a polaridade é trazer à luz as tensões inerentes da alma, ajudando aesclarecer as oposições e a conduzi-las a uma resolução mais elevada. Essas fórmulassão geralmente mais dinâmicas e exigem maior perícia na seleção e no trabalho deacompanhamento.

Também é possível acrescentar essências a uma combinação para regular a velo-cidade e o ritmo com que atuam as demais essências, ou para equilibrar e tonificaros efeitos delas. Por exemplo, essências tais como Black-Eyed Susan ou Cayennepodem ser usadas para estimular a percepção consciente ou a ação numa pessoa queestá num estado de negação ou estagnação. Essências tais como Self-Heal ou YerbaSanta podem oferecer força e conforto à pessoa que está trabalhando com questõesparticularmente desafiadoras.

Outra maneira de ajustar os efeitos de uma combinação é variar a freqüência dadosagem. Tomar as essências em intervalos curtos, como por exemplo de hora emhora, irá intensificar os seus efeitos; enquanto que diminuir as dosagens para uma ouduas vezes ao dia geralmente torna os efeitos mais suaves e graduais.

À medida que nos tornamos mais aptos na seleção de essências florais podemosaplicar os princípios básicos da afinidade ou da polaridade para incluir outros elemen-tos que atuem como fatores integrantes na fórmula floral. Esses elementos podemincluir cor, relações botânicas, estruturas temáticas tais como passado, presente efuturo, ou configurações geométricas básicas. A arte de combinar e estruturar comsucesso as fórmulas florais é uma arte que pode ser desenvolvida progressivamente,conforme vamos adquirindo insights das qualidades e da dinâmica das essências.

Algumas vezes não é possível desenvolver uma única fórmula para tratar todas asprincipais questões da alma, sem sobrecarregar a combinação. Nesses casos, o me-lhor é trabalhar seqüencialmente, começando com uma combinação que se aplique auma constelação de questões, e desenvolvendo outras fórmulas conforme necessário.Para aqueles que já estão bastante aptos no uso das essências florais, é possível usaruma ou mais fórmulas para diferentes situações. Por exemplo, poderíamos ter umacombinação que tomamos de manhã e durante o dia de trabalho, para tratar nossomodo de agir no mundo; e outra que tomamos quando estamos em casa à noite, paranos sensibilizar aos nossos sentimentos e relacionamentos.

Ajustar a combinação

A combinação de essências precisa ser avaliada e ajustada conforme ocorrem astransformações cíclicas; muito freqüentemente as essências originais continuam a sernecessárias, mas talvez com o acréscimo de uma nova essência e a retirada de umaoutra. Noutros momentos, toda uma nova série de essências pode ser indicada. Con-tudo, o melhor é evitar mudanças constantes na fórmula, pois isso cria confusão efalta de continuidade no processo de cura da alma. É importante que se obtenha umaimagem vívida de como as essências estão agindo e como as mudanças podem sergradual e sutilmente estimuladas através da habilidosa metamorfose de uma combina-ção de essências florais.

Combinações já prontas

Muitos terapeutas relatam o uso de combinações-chave de essências para a abertu-ra inicial ou trabalho a nível de acesso à terapia floral. Se tais fórmulas forem habil-mente combinadas e estruturadas, elas terão a capacidade de tratar temas abrangentes

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Repertório das Essências Florais

ou miasmas emocionais que talvez precisem ser clarificados antes que o trabalho espe-cífico de desenvolvimento seja empreendido.

Contudo, devemos ter em mente que a terapia floral trata basicamente os aspectossingulares da situação de cada pessoa. Falando de modo geral, a seleção de essênciasflorais precisa levar em conta a história de cada indivíduo — seus objetivos, seuspontos fortes e seus pontos fracos, seus relacionamentos, seu trabalho e suas experi-ências de vida — para facilitar o processo inteiro de transformação.

Trabalhando com as Essênciasem Diferentes Níveis

As essências-tipo dirigidas à lição de vida e ao propósito na vida

Uma das metas mais importantes no trabalho com as essências florais é discernir aprincipal questão arquetípica na vida da pessoa, e então encontrar uma única essênciafloral, o remédio-tipo, que possa tratar essa questão. Pode-se fazer uma analogia como remédio constitucional da prática homeopática, embora seja possível a pessoa termais de uma essência floral como remédio-tipo no decorrer de sua vida.

O remédio-tipo é usado para tratar tanto nossa lição de vida como nosso propó-sito na vida. A lição de vida é uma profunda questão anímica que surge como umtema recorrente na nossa vida. Geralmente está ligada à vivência de uma ferida emo-cional na infância ou a um desafio que trazemos conosco nesta vida; isso irá colorirnossa experiência em cada estágio de desenvolvimento. Se a lição de vida é aquiloque trazemos do passado, então nosso propósito na vida é aquilo que nos orienta emdireção ao futuro. Ele é o nosso destino, o chamado interior ouvido por nossa almapara que manifeste seu pleno potencial no mundo e preste serviço aos outros.

A lição de vida e o propósito na vida estão intimamente entrelaçados, pois muitasvezes é conhecendo a fundo nossa lição de vida que nos tornamos capazes de cumprirnosso propósito na vida. Nossa capacidade de curar ou servir os outros geralmentecresce quando vivenciamos nossas próprias feridas (o arquétipo do curador ferido).Assim, surge com freqüência uma essência que trabalha tanto a lição de vida quanto opropósito na vida. Em alguns casos, porém, pode ser necessário usar uma essênciadiferente para cada um desses aspectos, pelo menos até que se torne claro como elesfuncionam juntos.

Embora possa levar algum tempo até se alcançar a clareza para definir uma únicaessência arquetípica, é benéfico, no entanto, considerar a questão da lição de vida epropósito na vida e algumas possíveis essências como remédios-tipo. Essas essênciasservem como “âncoras” nas fórmulas florais, e a elas podemos retornar periodica-mente enquanto tratamos outras questões. Através de tal abordagem, lançamos nos-so olhar no desenvolvimento a longo prazo da alma, em vez de nos preocuparmoscom os humores e perturbações transitórios que podem irromper de um dia para ooutro.

Quais essências florais podem ser remédios-tipo? Na verdade, qualquer essênciafloral pode ser um remédio-tipo, se for usada para padrões que estão fortemente

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O que é a Terapia Floral?

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arraigados há longo tempo. A cura profunda da alma, que é possível através de umsábio uso do remédio-tipo, requer uma disponibilidade para examinar fundamente asquestões centrais, uma aptidão para selecionar a essência apropriada e um compro-misso com o uso a longo prazo.

Uso das essências florais a curto prazo

Embora seja importante manter o uso arquetípico das essências florais como umobjetivo máximo, é útil e geralmente necessário usar essências a curto prazo e emsituações imediatas. As descrições das lições de vida associadas a cada essência, redigidasa partir de um nível mais arquetípico e contidas na Parte III do Repertório, precisamser interpretadas de modo flexível quando temos em vista o uso a curto prazo.

Por exemplo, Echinacea poderia ser escolhida como essência-tipo pelo indivíduocujo senso de identidade tenha sido totalmente devastado por toda uma vida de abusoviolento. Porém, essa mesma essência poderia ser usada em situações bem menosdramáticas, tais como sustentar a auto-estima após uma demissão no emprego. En-quanto essência-tipo, Manzanita corrige uma profunda aversão da alma pelo corpo epela matéria física, muitas vezes resultante de um sistema de crenças, cultural oureligioso, excessivamente rigoroso. Porém, essa mesma essência também pode serusada durante a gravidez, para proporcionar à mulher uma maior aceitação das mu-danças em seu corpo físico e para ela acolher a nova vida que está encarnando atravésde si. Embora Lavender, enquanto essência-tipo, ajude a personalidade nervosa eexcitável, ela poderia ser adicionada à água do banho — junto com o óleo de alfazema(lavender) — para nos ajudar a relaxar e preparar para dormir após um dia particular-mente estressante.

Desse modo, as essências florais podem ser empregadas num amplo espectro desituações, desde os desafios que nos acompanham por toda a vida até às lutas do dia-a-dia. Contudo, seria inadequado usar as essências para “dar um jeito” em todo equalquer sentimento ou humor que experimentamos ao longo do dia ou da semana.Esses sentimentos superficiais são bastante mutáveis e efêmeros, e podem afastar-nosda oportunidade de trabalhar mais profundamente a alma. Em geral, é melhor prestarmenos atenção às ondas agitadas da superfície e assentar nosso foco sobre as corren-tes que fluem nas profundezas da vida emocional.

Situações Especiais de Seleção

Compartilhar as essências com os outros

Quando descobrimos as essências florais, muitas vezes nosso entusiasmo faz nas-cer em nós uma forte tentação de experimentá-las nas pessoas que conhecemos e porquem nos interessamos, quer estas queiram ou não. Devemos lembrar que, no adulto,é necessário alguma participação consciente na jornada de cura para que ele obtenhaum real benefício das essências. Por certo que é apropriado compartilharmos nossoentusiasmo e nossas experiências com os outros e encorajá-los a descobrir as essênci-as florais. Mas precisamos esperar pela resposta do outro: ele pode escolher participarou não; caso sua resposta seja negativa, precisamos aceitá-la. É intrusão e falta deética dar essências florais a uma pessoa sem seu conhecimento. Isso é uma violação

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Repertório das Essências Florais

de seu livre-arbítrio e pode levá-la a um sofrimento emocional, para o qual não estápreparada, se sentimentos inconscientes forem trazidos à tona sem ela compreender oque está acontecendo. Também é ineficaz dar essências a uma pessoa que concordoude má vontade em tomá-las, só para nos agradar ou agradar um membro de suafamília. A menos que haja uma abertura interior às essências florais, não temos odireito de esperar que uma pessoa se disponha a examinar sentimentos dolorosos oufazer mudanças difíceis.

Crianças

Uma vez que as crianças ainda não desenvolveram a estrutura do ego ou aautopercepção consciente do adulto, é apropriado que seus pais ou outros responsá-veis escolham as essências para elas. De todo modo, é útil envolver as crianças, tantoquanto possível, na seleção e no uso das essências. Em geral elas querem muito tomarsuas “flores em gotas” e freqüentemente irão lembrar os pais na hora da próximadose. Como as capacidades conceituais das crianças pequenas ainda não estão desen-volvidas, não é necessário explicar-lhes em detalhe as questões emocionais relaciona-das a cada essência. É mais adequado dizer-lhes algo como, “Os florais vão ajudarvocê a se sentir melhor” ou “Nós estamos lhe dando os florais para ajudar você arelaxar e dormir de noite”.

Quando selecionamos essências para crianças, precisamos de uma variedade demétodos para discernir as questões com as quais elas estão se debatendo. Um métodoque dá bons resultados é pedir à criança que faça um desenho e depois conte ahistória associada a ele. Inúmeros terapeutas infantis usam a terapia junguiana do“jogo de areia” como um meio de envolver a criança numa atividade que expresse ascamadas mais profundas da psique. Naturalmente, é útil conversar direto com a crian-ça, bem como com seus pais, outros membros da família e professores, para se obteruma compreensão mais completa da sua situação. Porém, essas conversas não devemsubstituir a hábil observação daquilo que a criança revela diretamente através da arte,dos jogos, da linguagem corporal, do tom de voz e do comportamento.

Freqüentemente os conflitos que a criança vivencia são reflexos de uma tensão euma luta mais profundas no sistema familiar. É importante considerar se há conflitoconjugal ou uma família desfeita, violência ou abuso de drogas ou álcool, um padrãode repressão e desonestidade emocionais, ou expectativas por parte dos pais de que acriança satisfaça suas necessidades ou carências não preenchidas. A situação idealseria que toda a família examinasse suas questões por intermédio da terapia floral. Sea família não está receptiva às essências, um esforço deve ser feito para, no mínimo,envolver os membros da família no aconselhamento ou exame dos conflitos que pos-sam estar afetando a criança.

Animais

As essências florais são usadas com muito sucesso nos animais, tanto nos cuidadosem casa como na clínica veterinária. Nesses casos, o processo de seleção deve sermodificado. A pessoa que seleciona as essências precisa conhecer o animal suficiente-mente bem para ser capaz de identificar seus humores e atitudes emocionais. Nosanimais, a alma se expressa por meio dos comportamentos, de modo que o coice docavalo, o arranhão do gato e o rosnado do cachorro são demonstrações de sentimen-tos específicos. É importante, por certo, distinguir aquilo que é natural e instintivonum animal e aquilo que é excessivo e fora de equilíbrio. A arte de selecionar essênci-as consiste em interpretar as qualidades da essência em função das vivências do ani-

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O que é a Terapia Floral?

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mal e de seus estados de alma. Podemos ser bem-sucedidos na medida em que formoscapazes de sentir empatia por um animal enquanto ser vivo, em vez de meramente vê-lo como um objeto que atende as necessidades humanas. Algumas sugestões úteispodem ser encontradas na Parte II do Repertório, na categoria “Animais e trato comanimais”.

Os animais, e particularmente os animais domésticos de estimação, respondemfortemente à influência das pessoas que cuidam deles. Portanto, quando se receitaessências para um animal, é muito útil selecionar essências também para a pessoaresponsável, se ela estiver disposta a examinar o modo como suas próprias atitudes esentimentos podem estar causando efeito sobre o animal.

Uso Doméstico e Profissional

Uso doméstico, automedicação e uso informal

A intenção do Dr. Bach era a de que as essências florais fossem um método sim-ples e seguro de tratamento doméstico, e, em muitos sentidos, isso é verdade. Asessências podem tornar-se uma parte integrante do programa caseiro de tratamentode saúde de uma família, junto com uma boa nutrição e os remédios caseiros à base deervas. A fim de selecionarmos habilmente as essências florais e outros remédios paranós mesmos, para membros da família e para amigos, devemos nos familiarizar comos princípios gerais que regem a saúde e compreender as propriedades específicas dosremédios que usamos no tratamento caseiro.

Na terapia floral, também é necessário desenvolvermos suficiente autopercepçãoconsciente ou insight dos outros a fim de identificarmos as questões-chave emocio-nais. Embora seja possível desenvolver a capacidade de auto-reflexão e insight, emgeral é difícil enxergarmos claramente a nós mesmos ou aqueles que estão muitopróximos. É freqüente não percebermos ou negarmos aquelas questões que talvezsejam extremamente significativas para o desenvolvimento futuro. Portanto, é essen-cial obtermos insights sobre a outra pessoa através de conversa ou aconselhamentoinformal. Trabalhar com o outro dessa maneira proporciona-nos um “espelho” queativa nossa própria autopercepção consciente e nos ajuda a identificar as questõesque formam a base da nossa seleção de essências florais.

Uma possibilidade é desenvolver uma relação de co-aconselhamento com um ami-go ou colega, na qual um poderia proporcionar ao outro essa função de espelho. Umaextensão desse conceito é formar um grupo de apoio e estudo de essências florais, noqual cada participante acolhe as observações dos outros membros do grupo e (tam-bém) ajuda a selecionar as essências. Se na comunidade local ainda não houver sufici-ente interesse pelas essências florais, é possível que haja outros tipos de grupos deapoio disponíveis, que podem proporcionar uma perspectiva sobre as questões daalma e um apoio para as mudanças que as essências estimulam.

Trabalhando com um terapeuta

O nível no qual as essências florais podem ser usadas depende da nossa habilidadee experiência. Embora haja muitas situações em que o autotratamento é apropriado,seria importante saber quando se torna necessária a assistência adicional de um

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Repertório das Essências Florais

terapeuta treinado. (A Flower Essence Society está desenvolvendo a Flower EssencePractitioner Referral Network — Rede de Referência de Terapeutas Florais. Favorcontatar-nos para maiores detalhes.)

Sempre que houver um sério distúrbio físico ou psicológico é muito importanteprocurar-se ajuda profissional. A situação ideal é buscar um terapeuta ou aconselha-dor que seja também treinado na terapia floral. Se isso não for possível, talvez sejanecessário usar os serviços de um profissional de saúde para monitorar ou tratar acondição séria, e usar outro terapeuta para ajudar na seleção das essências florais.

Mesmo sem problemas extremos, pode ser bastante benéfico trabalhar com umterapeuta na seleção de essências florais. Aqueles que estão começando a conhecer asessências, ou os que estão lutando com problemas difíceis, podem beneficiar-se aotrabalhar com um terapeuta; pois o terapeuta possui um conhecimento das qualidadesdas essências e uma habilidade de aconselhar e entrevistar que ajudam nossa percep-ção consciente a ver quais as questões subjacentes da alma. Um terapeuta experientepode fornecer apoio e insights quando as essências florais evocam sentimentos dolo-rosos ou nos põem frente a frente com escolhas duras.

Seleção através de Técnicas Vibracionais

Muitas pessoas empregam técnicas vibracionais para selecionar essências floraispara si mesmas ou para os outros. Tais técnicas incluem: vários aparelhos eletrônicos,sensibilidade direta através das mãos ou da ponta dos dedos, radiestesia (teste dopêndulo) e cinesiologia (teste muscular). As pessoas que desenvolveram suficiente ha-bilidade com tais métodos podem verificar que eles têm valor real na seleção de essên-cias florais. Através do contato com um nível profundo e não verbal de consciência, osmétodos vibracionais podem sugerir questões e essências que estão ocultas da percep-ção consciente racional; ou talvez eles ajudem a refinar a escolha das essências após aentrevista inicial ou sessão de aconselhamento.

Essas técnicas de seleção também são benéficas enquanto processo não verbal decomunicação e descoberta. Quando usadas sabiamente, tais técnicas podem levar auma compreensão mais profunda — tanto por parte do terapeuta quanto do cliente— das essências e das questões emocionais indicadas. Por exemplo, muitosquiropráticos, massagistas e outros profissionais que trabalham terapeuticamente ocorpo consideram a cinesiologia uma extensão natural de suas práticas, pois já estabe-leceram um vínculo empático com seus clientes a um nível físico e etérico. Todos osenvolvidos são então capazes de examinar as várias questões emocionais indicadaspelas essências selecionadas; cria-se assim, para o cliente, a oportunidade de umanova reflexão e, para o terapeuta, uma compreensão intensificada das qualidades dasessências.

Porém, por mais valiosos que sejam esses métodos vibracionais, eles podem serproblemáticos quando baseados em premissas errôneas. Por exemplo, alguns terapeutasescolhem técnicas como a radiestesia ou a cinesiologia porque acreditam serem elasmenos “intelectuais” e mais “intuitivas” do que os métodos que envolvem o aprendiza-do das indicações das essências. Todavia, está claro que tanto o intelecto quanto aintuição são fundamentais em toda técnica de seleção. Compreender as qualidades

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O que é a Terapia Floral?

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das essências florais e as questões da alma humana não é meramente uma árida ativi-dade intelectual. Requer uma percepção consciente e uma sintonia de coração e men-te, que seja profundamente refletida, usando nossos poderes de observação,discernimento e julgamento.

Nos relatos de casos fornecidos por terapeutas, que colecionamos e analisamosdurante os últimos dezessete anos, observamos as dificuldades que surgem quando aintuição e o entendimento cognitivo não estão integrados. Esses casos freqüentementecontêm combinações de essências nas quais falta continuidade ou coesão. Uma fór-mula floral parece não estar relacionada com a outra, e as essências dentro de cadafórmula não formam um todo integrado. Em conseqüência, muitas reações ou sinto-mas caóticos podem ocorrer. Sem desenvolver um insight sensível das questões maisprofundas que estão por trás das experiências anímicas do cliente, ou sem familiarida-de com as próprias essências, há pouca compreensão de como cada essência estárealmente agindo na fórmula floral ou como o cliente está de fato progredindo atravésda terapia.

Além disso, muitos terapeutas acreditam que as técnicas vibracionais de seleçãopermitem um processo mais imparcial, já que a mente consciente é posta de lado.Assumem que tais métodos produzem informações objetivas, independentes de qual-quer predisposição pessoal ou outra limitação da pessoa que aplica o teste. Isso é deuma imensa ironia, pois esse modelo, o do observador não envolvido e imparcial, éprecisamente o paradigma da ciência mecanicista que tantos praticantes das artes da“Nova Era” querem evitar. Na verdade, o pesquisador científico, tanto quanto ocinesiologista ou o radiestesista, são todos eles verdadeiros participantes de seus res-pectivos processos de testes.

Nossa própria evidência empírica — através de estudos de casos e vários testes —verificou que as técnicas vibracionais de seleção são métodos subjetivos, cuja precisãoreflete muitíssimo o conhecimento, a habilidade, a experiência, a clareza interior e asintonia empática que o terapeuta transmite ao processo de seleção.

Com muitos grupos diferentes, repetimos um experimento no qual vários terapeutasescolhem essências florais para uma mesma pessoa, independentemente uns dos ou-tros e usando diversos métodos vibracionais. Como resultado invariável, temos quecada terapeuta escolhe um conjunto totalmente diferente de essências, quer ele e osdemais usem os mesmos ou diferentes métodos de seleção vibracional.

Em outro teste, alguns terapeutas usam técnicas vibracionais de seleção no contex-to de entrevista e aconselhamento, consultando as descrições das qualidades das es-sências; enquanto isso outros terapeutas usam as mesmas técnicas vibracionais “àsescuras”, sem ter tido nenhuma interação prévia com o cliente. Os resultados de-monstram que há uma escolha de essências mais sábia, mais perceptiva e eficaz quan-do o terapeuta usa as técnicas vibracionais de seleção no contexto de um relaciona-mento terapêutico com o cliente.

Mesmo se fosse possível eliminar toda projeção inconsciente ou predisposiçãopessoal, ainda assim não haveria uma escolha única e definitiva de essências para umadeterminada pessoa e situação. Quer sejam ou não empregadas técnicas vibracionais,as essências escolhidas sempre expressam a percepção do terapeuta quanto às ques-tões do cliente, sua familiaridade com as essências e os objetivos terapêuticos queforam estabelecidos com o cliente. Do mesmo modo, as técnicas vibracionais usadaspara a auto-seleção não são mais precisas ou objetivas do que a seleção por outros

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Repertório das Essências Florais

meios e, por isso, não são substitutos para o insight e a perspectiva que uma pessoaganha ao trabalhar com um terapeuta, um amigo ou um colega.

Em todo trabalho terapêutico, é muito importante reconhecermos e assumirmos aresponsabilidade pelas escolhas que fazemos. Precisamos formular perguntas funda-mentais: “Qual é a fonte de informação que eu uso para fazer minha seleção? Elapode produzir resultados confiáveis e coerentes? Eu já a testei? Se os resultados vari-am com diferentes terapeutas, o que isso significa? Já que o processo está intimamen-te relacionado com o meu próprio estado de consciência, então de que maneira euassumo a responsabilidade por minha percepção consciente e conhecimento? Qual omeu nível de conhecimento das essências? A que grau estou pronto para perceber asnecessidades daqueles a quem quero ajudar?”

Quando usados de modo apropriado, os métodos vibracionais podem suplemen-tar nossa compreensão consciente das essências e das questões às quais elas se diri-gem, porém eles não substituem o processo da escuta atenta aos nossos clientes ou odesenvolvimento da nossa própria percepção e conhecimento. Quaisquer que sejamas escolhas sugeridas por esses procedimentos, elas têm de ser conscientemente tes-tadas à luz daquilo que sabemos sobre as essências florais e da relevância da seleçãoenquanto próximo passo no desenvolvimento da alma.

Uma advertência similar aplica-se ao uso de mecanismos de testes eletrônicos,radiônicos e outros correlatos, bem como aos programas de seleção por computador.A acurácia de tais aparelhos e sistema provém em grande parte das aptidões dooperador. De todo modo, eles são um suplemento, e não um substituto, para o diálo-go pessoal com os clientes ou para o desenvolvimento de uma relação consciente coma linguagem curadora das flores.

Em última análise, a terapia floral é um íntimo relacionamento anímico entreterapeuta e essência, entre terapeuta e cliente, e entre cliente e essência. Para queesses relacionamentos sejam eficazes, precisamos estar prontos para empregar o co-ração e a mente, e para desenvolver uma presença empática e uma sintonia sensível.Não seria aconselhável ter regras fixas sobre quais técnicas de seleção usar, nem comoe quando usá-las, ou mesmo se vamos usá-las ou não. Contudo, encorajamos aquelesque usam as essências florais na prática profissional e nos cuidados em casa a desen-volverem os mais profundos conhecimentos, amor e respeito pelas essências e pelosseres aos quais buscam ajudar. As técnicas de seleção utilizadas deveriam ser objetiva-mente testadas e avaliadas quanto à capacidade do terapeuta de usá-las de modoeficaz, para que ele possa desempenhar plena e responsavelmente sua função noprocesso terapêutico.

Como Usar o Repertório das Essências Florais

Parte II — Questões da Alma: Categorias e Temas

A Parte II do Repertório das Essências Florais contém mais de 3.200 entradas,agrupadas de acordo com as questões e situações básicas da alma, e os grupos etáriosou populacionais que compartilham temas comuns. Essa seção inclui uma ampla gamade tópicos, mas não deve ser vista como um compêndio completo. Seria praticamenteimpossível captar os incontáveis estados sutis de consciência associados às essências

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O que é a Terapia Floral?

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florais sem acabar produzindo um livro do vulto de um dicionário ou enciclopédia. Emvez disso, este Repertório pretende examinar, de modo prático porém criativo, cate-gorias gerais que são consideradas de ajuda para a seleção de essências florais.

O primeiro passo para o uso do Repertório é identificar as principais questões daalma através da consulta e da auto-reflexão, conforme descrito antes. Durante a en-trevista, pode ser útil o terapeuta ir anotando palavras-chave ou frases usadas pelocliente e impressões quanto às qualidades dos gestos e da voz, pois fornecerão pistaspara importantes questões emocionais.

O passo seguinte é pesquisar cada listagem apropriada na Parte II, procurando asdescrições das questões de alma específicas e as essências florais correspondentesdentro da categoria. Isso deveria ser feito com uma atitude de investigação e diálogo.“Este é um medo de coisas conhecidas (Mimulus) ou de coisas desconhecidas (Aspen)?É um medo da hostilidade dos outros (Oregon Grape) ou um medo de que as própriasemoções poderosas venham a irromper (Scarlet Monkeyflower)?” Tais perguntaspodem fazer parte do processo de interrogação usado para selecionar essências parauma outra pessoa, e talvez ajudem a evocar conversas e insights adicionais. Quando aescolha das essências estiver delimitada, tais perguntas podem ajudar a confirmar aprecisão da seleção.

Observe que algumas entradas se aplicam aos estados mentais negativos, outrasao estado transformado (que é o objetivo da terapia) e outras ainda incluem ambas aspolaridades. É importante que nos familiarizemos com a natureza bipolar das essênci-as florais: tanto o estado de desequilíbrio quanto o potencial positivo ou transformativo.Na seleção das essências apropriadas, podemos iniciar pelo objetivo positivo e sódepois desvendar o padrão emocional ou mental que bloqueia esse propósito. Oupodemos começar com o padrão de desequilíbrio ou sofrimento do cliente, e depoisdeterminar a qualidade positiva que precisa ser desenvolvida. Portanto, as listagens daParte II são uma mescla de indicações positivas e negativas para as essências.

Considere cada declaração e avalie se ela é apropriada. Se uma descrição parecefiel mas não totalmente aplicável à situação, anote-a mesmo assim. Talvez você en-contre outra interpretação das qualidades da essência que lhe pareça mais adequada.À medida que você examina as várias categorias associadas às principais questões daalma, anote as essências que se repetirem diversas vezes. Elas podem ser essênciasimportantes a levar-se em consideração.

Estude também as categorias relacionadas àquelas que você já checou, indicadasno “Ver também...”. Talvez você encontre outras essências apropriadas ou novas pers-pectivas sobre as essências que está considerando. Observe os vários tipos de catego-rias: estados emocionais e mentais (Raiva, Clareza), situações (Emergências, Estudos),condições (Alcoolismo, Distúrbios alimentares), temas (Materialismo, RelacionamentosPessoais), práticas (Massagem, Meditação), populações (Animais, Crianças) e estágiosda vida (Adolescência, Envelhecimento). A listagem no início da Parte II pode ser útilpara você localizar as categorias apropriadas.

Parte III — Qualidades e Perfis das Essências Florais

Após selecionar algumas essências para consideração, consulte a Parte III do Re-pertório a fim de obter uma descrição profunda e detalhada de suas qualidades. Cadadescrição inicia com um resumo das qualidades positivas e dos padrões de desequilíbrio

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Repertório das Essências Florais

da essência. Esse resumo é particularmente útil quando a entrada que acabamos de lerna Parte II indicar somente o lado positivo ou o lado negativo da polaridade. A seguir,há uma relação de todas as categorias da Parte II nas quais a essência aparece. Essasreferências cruzadas podem ser úteis para se conhecer aplicações adicionais da essên-cia, ou para sugerir questões correlatas a serem levadas em consideração. Isso talveznos conduza a um estudo de novas categorias na Parte II, com a possibilidade derevelar essências que iriam complementar a seleção. Desse modo, a Parte II e a ParteIII podem ser usadas reciprocamente para criar uma seleção mais acurada.

A Parte III contém perfis ampliados de cada essência floral. Note, por favor, queessas descrições são feitas a partir de um nível arquetípico — do ponto de vista daalma em si —, caracterizando a principal lição de vida e a jornada transformativatratada por cada flor. Se pudermos perceber as largas pinceladas contidas nessesquadros arquetípicos, então será mais fácil compreendermos os sintomas detalhadose as distinções mais sutis que estão contidas na Parte II. É possível que nem sempreprecisemos de uma essência ao nível arquetípico de cura da alma; ainda assim, deve-ríamos estar sempre atentos para sua profundidade e potencial espirituais. As essên-cias florais têm a capacidade de despertar a profunda metamorfose da alma, e tal curadeveria ser nosso objetivo último.

Quando estamos usando uma essência num papel coadjuvante, ou numa situaçãomenos intensa, talvez seja necessário interpretar criativamente ou “abrandar” a descri-ção dessa essência, para que ela se aplique à situação específica. De todo modo, nãodeveríamos nos deixar limitar pelas palavras exatas usadas para descrever as essênci-as. As mensagens das flores têm sua origem num reino além da linguagem humana.Em nossas descrições, captamos apenas um vago reflexo da plenitude de seu ser, algomais ou menos como tentar capturar em palavras a beleza de uma grande pintura oude uma obra-prima musical. Com este entendimento, tente usar as descrições conti-das no Repertório para contatar o arquétipo que está por trás da essência e entãotraduza-o em palavras que falem à experiência humana específica à qual ele se aplica.

As essências incluídas no Repertório das Essências Florais

O Repertório das Essências Florais é um reflexo do Programa de Pesquisa daFES. Portanto, é um trabalho em contínuo crescimento e evolução. Todas as essênci-as relacionadas neste Repertório têm sido selecionadas com base nos relatos extensi-vos de praticantes ao longo dos anos, legitimando a acurácia das qualidades das es-sências. Como nosso conhecimento das qualidades das plantas vem aumentando,juntamente com nossa capacidade de verificar as propriedades das plantas através dedocumentação empírica, temos podido expandir o conteúdo do Repertório.

As essências florais inglesas

Durante a década de 1930, na Inglaterra, o Dr. Edward Bach desenvolveu umasérie de 38 essências florais e uma fórmula combinada para emergências. Desde amorte do Dr. Bach em 1936, suas indicações originais para as essências florais ingle-sas têm sido constatadas por seis décadas de uso nos cuidados de saúde domésticos eprofissionais. Nosso conhecimento de seus benefícios terapêuticos continua a crescer,e o leitor encontrará novos temas e insights quanto ao uso desses clássicos remédiosingleses. Hoje em dia, diversas empresas oferecem, sob diferentes marcas, a série deessências florais inglesas formulada pelo Dr. Bach. Contudo, as indicações para seuuso são aplicáveis independentemente de qual linha de essências inglesas é usada.

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O que é a Terapia Floral?

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As essências florais norte-americanas

Essas essências têm sido pesquisadas pela FES desde 1978, com base num alicercedual composto pelo estudo da planta e pelos relatos de praticantes. Foram primeira-mente divulgadas em três grupos seqüenciais de 24 essências. Após terem recebidodocumentação convincente em diversos ambientes clínicos e terapêuticos de muitospaíses do mundo, foram reunidas num único kit de 72 essências. Embora as qualida-des dessas 72 essências sejam amplamente conhecidas e verificadas, temos consegui-do continuamente refinar e expandir nossa compreensão delas através da pesquisadireta das plantas e dos estudos empíricos de casos. Esses insights adicionais estãoretratados nesta presente edição do Repertório.

O primeiro grupo das 72 essências norte-americanas básicas foi descrito na ediçãodo Repertório de 1986, junto com as essências inglesas descobertas pelo Dr. Bach. Aedição de 1987 acrescentou onze remédios de pesquisa sobre os quais tínhamosrecebido relatos promissores por parte de praticantes. Esses onze remédios eramAngelica, Calla Lily, Canyon Dudleya, Fairy Lantern, Forget-Me-Not, Hibiscus,Pink Monkeyflower, Poison Oak, Rosemary, Sage e Yarrow Special Formula. Aedição de 1992 descrevia 17 outras essências, incluindo três essências pesquisadaspor Matthew Wood (ver As Sete Ervas, a seguir) e outras 14 promissoras essências depesquisa: Alpine Lily, Angel’s Trumpet, Baby Blue Eyes, Chrysanthemum, Cos-mos, Echinacea, Evening Primrose, Fawn Lily, Golden Yarrow, Milkweed, PrettyFace, Queen Anne’s Lace, Snapdragon e Yellow Star Tulip. No Repertório de1994, três outras importantes essências de pesquisa foram acrescentadas: Love-Lies-Bleeding, Nicotiana e Purple Monkeyflower.

As essências adicionadas ao Repertório têm sido selecionadas a partir de um gru-po maior de quase 200 essências de pesquisa que estão em vários estágios de inves-tigação e revisão. Algumas dessas essências têm permanecido nesse status de pesqui-sa preliminar por mais de uma década, esperando suficiente confirmação de suasqualidades por parte dos praticantes. A Flower Essence Society intencionalmente re-tém a publicação de descobertas preliminares a respeito de essências, até que sejamcoletados suficientes dados empíricos e de pesquisa que corroborem suas descrições.

Desde a publicação original desta edição do Repertório em 1994, as qualidadesdessas essências mais novas receberam corroboração por parte de extensivas expe-riências clínicas e de profundos e detalhados estudos das plantas; e nós agora conside-ramos que elas “se graduaram”, saindo da condição de “remédios de pesquisa”. Por-tanto, doravante as relacionamos como parte de um kit completo de 103 essênciasnorte-americanas. De todo modo, achamos que é importante alertar os praticantespara o status mais recente dessas essências, a fim de que eles possam participar dosnossos esforços contínuos na coleta de estudos de casos e observações sobre suasqualidades e efeitos.

As Sete Ervas

Uma pesquisa sobre sete essências florais é descrita no livro Seven Herbs, Plantsas Healers, (Sete Ervas, Plantas como Curadores) de Matthew Wood, velho amigo ecolega da FES. Quatro desses remédios já foram incluídos no Kit Profissional: Sagebrush,Iris, Star Tulip (ou Cat’s Ears) e Yerba Santa. Matthew Wood usa em sua pesquisa aBlue Flag Iris; Iris versicolor enquanto a FES utiliza a Iris silvestre da Costa do Pacífico,Iris douglasiana. Ambas essas íris exibem propriedades similares e são citadas junto.

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Repertório das Essências Florais

As três essências remanescentes — Black Cohosh, Easter Lily e Lady’s Slipper —foram incluídas no Repertório. Matthew Wood recentemente relatou bons resultadosno uso de Showy Lady’s Slipper (Cypripedium reginae) em vez de Yellow Lady’sSlipper (Cypripedium parviflorum). Portanto, ambas as espécies estão citadas emLady’s Slipper.

Outras mudanças

A Yarrow Special Formula foi primeiramente desenvolvida em resposta ao desas-tre nuclear de Chernobyl em 1986, como uma adaptação da essência floral Yarrowpara a proteção contra influências ambientais nocivas. Recentemente, as essênciasEchinacea e Arnica foram acrescentadas à fórmula, junto com as tinturas dessas trêsplantas. Note também que os nomes botânicos das plantas das essências Chamomile,Poison Oak e Saguaro foram alterados para ficar em conformidade com a maisrecente nomenclatura botânica.

A criação de novas essências florais

Existem centenas de milhares de espécies vegetais. De quais delas deveríamospreparar essências florais? Por outro lado, qual a razão para se criar novas essências?Algumas pessoas acreditam que o Dr. Bach considerava seus 38 remédios como umsistema completo, dirigindo-se a todos os possíveis estados mentais.

A única razão genuína para se oferecer novas essências florais é a de elas poderematender necessidades humanas autênticas e proporcionar cura ao sofrimento da almahumana. Foi por isso que Bach, durante os oito anos que passou pesquisando suasessências, constantemente revisou e expandiu seu repertório de essências florais.Conforme observava atitudes e estados emocionais que não eram adequadamentetratados pelos seus remédios já existentes, ele buscava novas plantas que oferecessemas qualidades necessárias. À semelhança da experiência do Dr. Bach, novas essênciasflorais têm sido desenvolvidas pela FES em resposta a profundas indagações sobre anatureza do sofrimento humano. Essas indagações podem surgir a partir das necessi-dades de um cliente específico ou de um tema mais amplo tratado por muitos terapeutas.Em outros momentos, encontramos uma planta com qualidades especialmente poten-tes e, à medida que sua mensagem vai se tornando clara através do estudo e dasintonia, somos levados a reconhecer seu dom específico de cura da alma.

Sessenta anos se passaram desde o trabalho pioneiro do Dr. Bach. Durante esseperíodo, abriram-se muitos portais para a apreciação e a compreensão da vida daalma. Ao mesmo tempo, graves conflitos e desafios cercam nosso mundo e exigemnossa máxima força psíquica, saúde física e serviço espiritual. Neste momento, ao nosaproximarmos do limiar do milênio, a humanidade está em luta com profundos pro-blemas de patologia social, sexual e psicológica que têm como origem o vício e abusode álcool, drogas ou medicamentos, súbitas aberturas psíquicas e espirituais, mudan-ças nos papéis sexuais, abuso de crianças e disfunção familiar, crescente violênciafísica e psíquica, injustiças econômicas e sociais, conflitos étnicos, raciais, religiosos egeopolíticos, e a destruição ecológica da Terra. As essências florais que desenvolve-mos, e que são descritas neste Repertório, são uma resposta a esses desafios donosso tempo, ajudando a alma individual a encontrar sua correta conexão com a almamundial.

Embora reconhecendo que há outros remédios vibracionais significativos além dosrelacionados neste Repertório, estamos confiantes, com base em nossas pesquisas,

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O que é a Terapia Floral?

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de que cada uma das essências aqui incluídas tem uma importante contribuição a darno alívio do sofrimento e na evolução anímica da humanidade. Os autores corroboramplenamente todas as pesquisas apresentadas neste Repertório e assumem a responsa-bilidade por qualquer possível erro ou omissão. Num espírito de investigação científica,continuamos nos empenhando para clarificar nossa pesquisa através de ediçõesatualizadas do Repertório. Uma vez que a pesquisa é um processo e não um conjuntoestático de informações, encorajamos os terapeutas e outras pessoas a se unirem aeste esforço, de modo que a terapia floral possa tornar-se uma modalidade verdadeira-mente profissional e respeitada de tratamento de saúde.

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Repertório das Essências Florais

Quatro

Como são usadasas essências florais?

O mais comum é tomar as essências florais por via oral, a partir de um frasco comconta-gotas, diretamente sob a língua, ou então num copo com um pouco de água.Além do uso oral, as essências florais também são muito eficazes quando absorvidaspela pele em banhos ou aplicações tópicas. Os métodos de preparação de dosagemdescritos abaixo são instruções para o uso das essências florais, baseadas em váriasdécadas de experiência. Tenha em mente, contudo, que há muitas maneiras criativase eficazes de usar as essências florais.

Há vários níveis de diluição na preparação das essências florais. A essência-mãeprovém de flores frescas numa vasilha com água, posta em infusão ao sol matinal (ouaquecida no fogo, no caso de algumas das essências inglesas). A essência-mãe égeralmente conservada em conhaque. Posteriormente, essa infusão é diluída maisainda, até o nível concentrado (stock), e às vezes além, até um nível dosagem (solu-ção de uso). Geralmente é o nível concentrado de diluição que está disponível comer-cialmente nas empresas de essências florais, embora haja algumas combinações pre-paradas previamente que são vendidas ao nível dosagem de diluição.

O preparo de uma essência-mãe: infusão solar das flores de Sweet Pea

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O que é a Terapia Floral?

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Orientações Práticas para aAdministração das Essências Florais

Usando diretamente do concentrado

1. As essências florais podem ser tomadas diretamente do frasco do concen-trado (a forma na qual a maioria das essências é vendida).

2. Ponha quatro gotas sob a língua ou num pouco com água. Esta dosagem émais comumente tomada quatro vezes ao dia.

Misturando as essências num copo de água

1. Adicione quatro gotas do concentrado de cada essência selecionada a umaxícara ou copo grande com 3/4 de água fresca.

2. Mexa a água por cerca de um minuto em sentido horário e anti-horário.

3. A combinação de essências pode ser bebida aos goles, várias vezes ao longodo dia. Cubra o copo para protegê-lo.

4. Essa mistura pode ser preparada novamente depois de um a três dias. Detodo modo, ela deve ser mexida todo dia.

Preparo do frasco de dosagem

1. Coloque água de fonte ou outra água fresca num frasco de vidro de 30 ml,dotado de conta-gotas.

2. Adicione uma pequena quantidade de conhaque (de 1/4 a 1/3 do frasco),como conservante. Pode-se adicionar mais conhaque se o frasco de dosagem forusado durante vários meses ou se for ficar exposto a altas temperaturas.

3. À mistura de água e conhaque, adicione de duas a quatro gotas, a partir dofrasco de concentrado, de cada essência selecionada.

4. Depois que as gotas do concentrado tiverem sido adicionadas, e antes decada uso subseqüente, seria interessante agitar ritmicamente ou dar levespancadinhas no frasco a fim de deixar as essências num estado mais potente oumais energizado.

5. Pingue quatro gotas sob a língua ou num pouco de água. Esta dosagem émais comumente ingerida quatro vezes ao dia. Um frasco de dosagem de 30 mlusado desta maneira durará aproximadamente de três semanas a um mês.

6. O conteúdo do frasco de dosagem pode ser diluído ainda mais através daadição de quatro gotas em meio copo de água. Mexa essa mistura tanto no sentido

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Repertório das Essências Florais

horário como no anti-horário, e beba aos goles vagarosamente. Esta é uma manei-ra de atenuar o gosto do conhaque conservante.

Recomenda-se o uso de frascos e conta-gotas de vidro, uma vez que o plásticopode afetar negativamente as qualidades sutis desses remédios naturais. É melhorusar frascos novos para novas combinações de essências, assegurando a limpeza eclareza dos padrões vibracionais.

Usando um frasco de vidro com spray ou um nebulizador

1. Prepare as essências tal como indicado para o frasco de dosagem.

2. Em vez de ingerir as gotas, vaporize a mistura em volta do corpo e noambiente.

3. Agite o frasco antes de cada aplicação para manter a potência.

O uso em banhos

1. Adicione cerca de 20 gotas do concentrado de cada essência a uma banhei-ra de tamanho médio contendo água quente.

2. Mexa a água num movimento lemniscático (o 8 deitado) durante pelo me-nos um minuto, para ajudar a potencializar os remédios na água.

3. Fique imerso nessa solução por aproximadamente 20 minutos. Seque apele com suaves palmadas e depois repouse tranqüilamente ou vá dormir, paracontinuar a absorver as qualidades sutis das essências.

Uso tópico

1. Adicione 6-10 gotas do concentrado de cada essência selecionada paracada 30 g de creme, óleo ou loção.

2. Use todo dia, exclusivamente no uso tópico ou suplementando o uso oral.

3. Gotas de essências também podem ser aplicadas diretamente sobre o corpoem conjunto com massagem, acupressão ou acupuntura, ou tratamentosquiropráticos.

Freqüência e ajuste da dosagem

O uso rítmico e regular dos remédios florais constrói a força de sua açãocatalisadora. Portanto, a potência é aumentada não pela ingestão de mais gotasde uma vez, e sim pelo seu uso numa base freqüente e uniforme. Na maioria doscasos, as essências deveriam ser tomadas quatro vezes ao dia, embora esta dosa-gem possa ser aumentada, em casos de emergências ou situações agudas, parauma vez a cada hora ou até mais freqüente. Por outro lado, as crianças ou outraspessoas altamente sensíveis talvez precisem diminuir a freqüência de uso parauma ou duas doses por dia.

As essências dirigem-se ao relacionamento entre o corpo e a alma, e, portan-to, são mais eficazes nos limiares do despertar e do adormecer, já que esses são

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momentos em que mudam as fronteiras entre corpo e alma. Outros momentos detransição do dia são também importantes, tais como logo antes do almoço e dojantar. Mesmo quando as essências são usadas em meio a uma programaçãofebril, é benéfico planejar um momento sereno de receptividade para que as men-sagens das flores possam ser recebidas a um nível sutil. Muitas pessoas acham útil,para lembrarem de tomar as essências, manter um frasco de sua fórmula floralbem visível na mesa de cabeceira e outro frasco da mesma combinação na bolsa,na pasta ou na cozinha.

Embora as essências florais possam ser usadas a curto prazo para situaçõesagudas, seu uso ideal é a longo prazo ou para a mudança de uma situação mental-emocional profundamente arraigada. Neste nível, o ciclo de uso mais comum dasessências é o de quatro semanas ou um mês, um intervalo de tempo que estáfortemente relacionado com o corpo emocional ou astral. Ciclos de sete ou quatorzedias também podem ser significativos no processo de crescimento. Para mudan-ças particularmente profundas, toda uma série de ciclos mensais talvez precise serlevada em conta. Contudo, na maioria dos casos as mudanças serão observadasem cerca de um mês. Nesse intervalo, costuma haver a necessidade de reformularou reavaliar a combinação de essências florais. Recomendamos que a fórmula, oupelo menos uma ou duas de suas essências-chave, continue a ser usada por umcerto período de tempo, mesmo depois de alguma mudança ter sido notada. Issoabre a possibilidade de as essências “ancorarem” nos níveis mais profundos daconsciência.

O uso por pessoas sensíveis ao álcool

Muitos alcoólicos em recuperação e outras pessoas sensíveis ao álcool têm sebeneficiado grandemente do uso das essências florais. Embora os remédios floraissejam conservados em conhaque no nível concentrado, as pessoas têm tido muitosucesso diluindo as essências até o nível dosagem sem usar álcool. Os métodos dediluição asseguram que qualquer álcool ingerido torne-se quimica e fisiologica-mente insignificante: cerca de uma parte em 600 quando diluído num frasco dedosagem de 30 ml ou cerca de uma parte em 4.800 quando diluído num copo deágua de 250 ml. Todos os quatros métodos descritos a seguir têm sido relatadoscomo eficazes:

1. Use duas a quatro gotas do concentrado num copo grande com água ousuco de fruta, mexa e beba aos goles lentamente.

2. Prepare as essências num frasco de dosagem, mas coloque 1/4 a 1/3 devinagre de maçã como conservante, em vez do conhaque.

3. Prepare as essências num frasco de dosagem, colocando 1/3 a 1/2 deglicerina vegetal. A glicerina vegetal é um derivado do óleo de coco; tem um sabordoce e é extensivamente usada para conservar preparações fitoterápicas.

4. O frasco de dosagem também pode ser preparado sem qualquer conservantese for refrigerado ou usado por um período de tempo mais curto (de alguns dias auma semana).

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Repertório das Essências Florais

Acentuando o Efeito das Essências Florais

Técnicas de amplificação

Uma vez que as essências florais possuem uma natureza vibracional, tem sido suge-rido que seus efeitos podem ser ainda mais acentuados através de técnicas tais como adinamização homeopática ou pelo uso de pirâmides e cristais. Tais métodos criariamnovos campos de energias nas essências ou em volta delas. Contudo, devemos nosperguntar se eles realmente acentuam o processo de desenvolvimento da alma, queé o objetivo último do trabalho com as essências florais.

O desejo de “amplificar” as essências florais freqüentemente reflete a tendênciamaterialista da nossa cultura de que “quanto mais, melhor”. A ação suave e gradualdas essências florais é geralmente o modo mais apropriado para trabalharmos o de-senvolvimento da alma, pois nos permite a liberdade de escolher e de mudar. Aopreparar as essências-mãe e os concentrados das essências florais da FES, nósimplementamos certos procedimentos rítmicos para estabilizar suas propriedades su-tis. Observamos, porém, que se as essências florais são submetidas às repetidas dilui-ções e sucussões do método homeopático clássico, elas podem adquirir algumas dasqualidades coercivas dos remédios homeopáticos de alta potência e incorrer no perigode provocar reações, se usadas incorretamente. Ao invés de tentar obter resultadosmais rápidos magnificando a fórmula de essências, a terapia floral visa aprofundar avida interior. É dessa maneira que a ressonância sutil entre o florescimento da plantae o desenvolvimento da alma humana pode ser melhor acentuada.

A importância das práticas voltadas à autopercepção consciente

Nos estudos de caso coletados pela Flower Essence Society, verificamos que asmais profundas transformações da alma ocorrem quando o trabalho com as essênciasflorais é acompanhado por práticas que cultivam a percepção consciente dos pensa-mentos e sentimentos interiores. A terapia floral é uma jornada de autodescoberta.Seja através de uma conscienciosa auto-observação, de um diálogo com um grupo deapoio ou amigos, ou de um relacionamento terapêutico com um conselheiro ou pra-ticante profissional, é importante ter um meio de tratar conscientemente as questõesrepresentadas pelas essências florais.

Se os resultados que obtemos com as essências florais parecerem insignificantes equisermos fortalecer os efeitos delas, deveríamos olhar para todo o processo terapêuticoe não só para as essências em si. As práticas de apoio apresentadas a seguir podemintensificar a autopercepção consciente e a abertura à mudança interior, trazidas àtona pelas essências.

Manutenção de um diário

Por causa da tendência materialista da nossa cultura, é freqüente estarmos desa-tentos às mudanças profundas geradas pelas essências florais em nossa vida anímica.A fim de perceber as transformações na consciência, precisamos estar preparadospara conduzir, a nós mesmos e aos nossos clientes, a um relacionamento bem maisíntimo com a vida da alma.

A manutenção de um diário durante o uso das essências é uma maneira eficaz deobservar as mudanças interiores. Essa atenção plena é particularmente importante,

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O que é a Terapia Floral?

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pois em geral estamos muito menos conscientes da dinâmica da nossa vida anímicado que estamos da dor e das sensações físicas. É especialmente útil manter um diáriodos sonhos, já que o movimento interior costuma expressar-se na vida onírica antesde aflorar à plena percepção consciente.

Afirmações

Outra maneira de reforçar a mensagem sutil das flores é através do uso de pensa-mentos meditativos, afirmações ou prece reflexiva. Reservando uns poucos minutospor dia para fazer um trabalho interior e consciente com as mudanças positivas ou“afirmativas” que nos são apontadas pelas essências florais, podemos aumentargrandemente o efeito delas. A Flower Essence Society publicou o livro Affirmations:The Messages of the Flowers in Transformative Words for the Soul (Afirmações: Asmensagens das flores em palavras transformadoras para a alma), que pode oferecerorientação e sugestões para esse trabalho. Afirmações escritas e verbais também po-dem ser combinadas com imagens interiores, visualização ou trabalho artístico.

Deveríamos estabelecer a distinção entre o uso transformativo das afirmações e aidéia popular de pensamento positivo, que com freqüência faz parte da filosofia “NovaEra”. Se usamos os pensamentos positivos como um meio de negar a dor e o sofri-mento, ou como uma recusa de enfrentar nossa sombra interior, criamos distorção,desequilíbrio ou doença, em vez de bem-estar. O uso sábio das afirmações junto comas essências florais nos permite reconhecer a dor e o conflito, e trabalhar resoluta-mente tendo em vista a transformação.

A expressão artística

A arte é uma expressão por excelência da alma. Ela pode desempenhar um papelespecial na terapia floral, tanto como um meio de autodescoberta quanto como umaferramenta transformacional agindo em sinergia com as essências florais. Uma pinturapode valer mais do que mil palavras sobre a alma, pois a linguagem sutil da alma costu-ma se expressar com mais clareza através da forma e da cor do que através das palavras.Muitos terapeutas bem-sucedidos usam alguma forma de arte com seus clientes, paraajudá-los a acessar suas questões subjacentes. Isso é particularmente importante quantoàs crianças, que não possuem as capacidades verbais e cognitivas do adulto.

Além do mais, a arte pode ser um meio verdadeiramente satisfatório para a almaexpressar o crescimento experimentado através da terapia floral. É possível que a vidados sentimentos recém-desperta seja mais capaz de revelar-se através de uma pintura,uma canção, um poema, da dança ou movimento, do que através das prosaicas pala-vras. A meta não é necessariamente produzir arte profissional, mas sim encorajar aexpressão da riqueza e diversidade da vida anímica evocadas pelas essências florais.

A Terapia Floral e outras Modalidadesde Tratamento de Saúde

O movimento holístico de saúde

A terapia floral pode ser considerada parte do movimento holístico de saúde, umaampla gama de modalidades, tanto tradicionais quanto modernas, que apóiam o bem-

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estar do corpo-mente. Nesse movimento estão incluídas práticas tais como fitoterapia,homeopatia, acupuntura, naturopatia, quiroprática, terapia nutricional, massagemterapêutica, aconselhamento psicológico e espiritual, ioga, meditação, prece,visualização, afirmações, várias terapias do movimento, terapia da arte e da música,essências florais e muitas outras. Além disso, médicos e enfermeiras progressistas es-tão expandindo suas práticas para incluir uma orientação mais holística.

Apesar do fato de os cientistas e praticantes médicos convencionais no geral per-manecerem céticos quanto às práticas holísticas de saúde, estas estão recebendo cres-cente reconhecimento por parte do público. Nos Estados Unidos, um estudo recentedo Dr. David Eisenberg publicado no prestigioso New England Journal of Medicinemostrou que 37% da população adulta daquele país tinham feito uso de uma ou maispráticas holísticas, embora cerca de 70% nada tivesse dito aos seus médicos. Em1992, o Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos criou um Departamento deMedicina Alternativa para financiar pesquisas em várias modalidades alternativas desaúde.

Embora restem muitos desafios políticos e científicos, está claro que, de um modoou outro, a perspectiva holística terá um importante papel a desempenhar no desen-volvimento dos cuidados com a saúde na nossa sociedade. É dentro desse contextoque a terapia floral receberá crescente reconhecimento.

As essências florais no espectro dos cuidados com a saúde

A alma ocupa um plano intermediário entre o corpo e o espírito. A terapia floral éfundamentalmente uma terapia da alma; assim, ela precisa sempre levar em contacomo a mudança é ancorada e estabilizada no corpo, e como a alma é libertada eiluminada através do espírito. Como a alma é a mediadora entre o corpo e o espírito,as essências florais combinam muito eficazmente com outras modalidades de cura quese dirigem aos vários aspectos do corpo, da alma e do espírito.

Os terapeutas que trabalham basicamente com problemas físicos, por exemplo,usam as essências florais para tratar algumas das causas emocionais subjacentes des-ses problemas. Os praticantes de massagem terapêutica a nível profundo dos tecidosestão principalmente preocupados com a estrutura dos músculos e tecidos conectivos.Porém, a tensão muscular é freqüentemente o resultado de trauma e stress emocio-nais guardados no corpo. As essências florais trazem tais questões à percepção cons-ciente e levam em conta a liberação mútua da tensão física e da tensão emocional.Muitos quiropráticos relatam que os alinhamentos de coluna conservam-se por maistempo quando as essências florais são usadas para ajudar seus pacientes a lidar comas emoções estressantes. Os conselheiros nutricionais utilizam as essências floraispara habilitar seus clientes a superar as causas emocionais dos distúrbios alimentares.Os médicos progressistas usam as essências florais para tratar as questões emocionaisassociadas às doenças físicas, bem como as atitudes de seus pacientes em relação aoprocesso de cura em si.

Quando utilizadas junto com outras modalidades orientadas para a alma, as essên-cias florais trabalham de modo complementar. Por exemplo, a psicoterapia profundaé um contexto excepcional para o uso das essências florais, no qual elas podemestimular reais avanços no processo de desenvolvimento. Outros trabalhos com aalma que combinam sinergicamente com as essências florais são a terapia da arte e damúsica, a poesia, a arte dramática e o trabalho com os sonhos.

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As essências florais também têm uma contribuição importante a dar à prática espi-ritual. Muitas pessoas que seguem um caminho espiritual têm dificuldade em chegar aum acordo com o “lado da sombra” da vida emocional e tentam suprimir esses aspec-tos de seu ser, em vez de reconhecê-los e transformá-los. As essências florais são umveículo para o desenvolvimento de uma honesta autopercepção consciente, bem comopara a liberação das forças vitais, muitas vezes aprisionadas pela repressão emocional.Desse modo, práticas espirituais tais como a meditação podem tornar-se verdadeira-mente integradas com o desenvolvimento moral e emocional.

As essências florais em perspectiva

Embora as essências florais tenham aplicação quase universal numa ampla gama decircunstâncias, elas não são um remédio para todos os males nem uma resposta paratodos os problemas. A saúde e a doença são experiências multifacetadas que envolvemmuitos fatores diversos. Mesmo sendo verdade que o estado da alma se reflete nasaúde do corpo, também é verdade que um corpo fora de equilíbrio pode causar umimpacto negativo sobre a alma. Por exemplo, a hipoglicemia (baixa taxa de açúcar nosangue) pode contribuir para a depressão e a ansiedade, ao privar o cérebro da nutri-ção adequada. Essas emoções serão difíceis de ser superadas, a menos que haja umamudança na dieta a fim de reduzir ou eliminar os doces. Ao mesmo tempo, mudar oshábitos alimentares pode ser difícil a menos que as fontes emocionais dos desejosalimentares insaciáveis sejam tratadas. Em tais situações, um programa que combineaconselhamento nutricional e terapia floral será muito mais eficaz do que qualquer umadessas modalidades por si só.

Aqueles que usam as essências florais em si mesmos ou nos outros precisam saberquando consultar outros profissionais em busca de assistência. As essências floraisfuncionam melhor quando fazem parte de um programa geral de estimulação da saú-de, que inclua boa nutrição, exercício apropriado, relacionamentos saudáveis,envolvimento com o trabalho e a comunidade, expressão artística e consulta a umavariedade de práticas e modalidades terapêuticas, incluindo o cuidado médico quandonecessário.

Os Resultados da Terapia Floral

Efeitos sutis e a longo prazo

Há um amplo espectro de respostas às essências florais. Algumas pessoas relatamresultados imediatos, perceptíveis e muito dramáticos. Outras parecem não notar ne-nhuma diferença e talvez só percebam leves mudanças no bem-estar e nos estadosmentais-emocionais após um considerável período de tempo. A maioria das pessoastipicamente responde às essências em algum grau no meio dessa escala de respostas.

Os efeitos das essências florais são sutis e cumulativos. Em outras palavras, é raroque alguém venha a experimentar de imediato uma catarse ou transformação total. Asessências agem dia após dia, gradualmente de dentro para fora, despertando as forçasda saúde e da transformação interior. A paciência, portanto, apoiada pela firmeza eregularidade, é decisiva para que as essências florais sejam eficazes.

Uma vez que as essências são usadas para a transformação da vida interior, é possí-

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vel que não as sintamos de um modo muito direto. Somos mais propensos a observarseu efeito ao longo de um certo tempo, à medida que notamos mudanças sutis emnosso modo de agir, em nosso modo de ver a nós mesmos e aos outros, ou mesmodiferenças muito reais em nossa sensação de bem-estar físico. É freqüente serem osoutros — amigos, família ou colegas de trabalho — os primeiros a notar e chamar aatenção para as mudanças nas nossas atitudes e padrões de comportamento.

Expectativas não realísticas sobre as essências florais

Vivemos numa cultura que promove as respostas rápidas e a evitação da dor. Apropaganda nos engoda com promessas de um alívio instantâneo dos sintomas, o quenos possibilitaria lidar melhor com a vida cotidiana. Já que as essências florais sãolíquidos apresentados em frascos com conta-gotas, seria fácil vê-las como apenas maisum remédio que “resolve tudo”. Isso pode levar a expectativas não realistas e impedirnossa capacidade de experimentar seus plenos benefícios.

As essências florais são tonificantes das nossas forças anímicas, permitindo-nosaprender e crescer com os desafios da vida. Elas nos convidam a uma jornada decura, e podem ser nossas aliadas e guias ao longo do caminho. As essências nãopretendem eliminar sem dor os nossos problemas, nem oferecer gratificação instantâ-nea. Tal expectativa leva inevitavelmente à impaciência, desilusão, passividade oudesapontamento. E, o que é mais importante, resulta na falta de disponibilidade dapessoa em se tornar um participante ativo no processo de cura.

Em situações de stress agudo, combinações florais de emergência tais como aFive-Flower Formula podem oferecer alívio e calma imediatos, proporcionando umaintrodução à “realidade” dos remédios vibracionais. Contudo, este é apenas um pri-meiro passo. A autêntica terapia floral é uma oportunidade da pessoa examinar alongo prazo suas questões emocionais básicas, que não podem ser eficazmente trata-das com fórmulas gerais de emergência.

Consideremos, por exemplo, uma pessoa que leva uma vida frenética e sentefadiga constante, a ponto de criar problemas de saúde. Para se sentir mais energizada,essa pessoa pode ser tentada a tomar uma combinação floral contendo essências taiscomo Olive e Nasturtium, sem contudo tratar as causas subjacentes do stress e dafadiga. Uma abordagem mais sábia seria escolher essências que lidam com a capaci-dade de liberar a tensão, e também analisar as escolhas fundamentais relacionadas aoestilo de vida e examinar as atitudes subjacentes que levam à competitividade, insegu-rança, vício em trabalho e outras síndromes correlatas.

Talvez ao ler as descrições das essências florais neste Repertório e em outraspublicações, venhamos a sentir o desejo de projetar uma nova personalidade para nósmesmos. É fácil imaginar que, se adquirirmos a lista correta de traços desejáveis, nostornaremos alguém que causará boa impressão nos amigos, na família ou nos colegasde trabalho. Tal atitude é uma perspectiva totalmente exteriorizada de nós mesmos,pois busca moldar a persona da alma — a máscara que a alma usa para enfrentar omundo — conforme as expectativas e valores dos outros.

As essências florais podem, com efeito, estimular surpreendentes mudanças depersonalidade ao desenvolverem capacidades inatas que têm estado bloqueadas oufrustradas. Segundo o princípio da ressonância, as essências evocam apenas o poten-cial já existente dentro de nós. Elas não impõem algo de fora para dentro (tal como ofazem as drogas bioquímicas), mas catalisam aquilo que é uma possibilidade irrealizada

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e nos ajudam a fazer escolhas livremente a fim de cumprirmos nosso propósito navida. Precisamos selecionar essências que ajudem a tratar as atitudes e emoções queestão bloqueando a percepção desse propósito, bem como essências que ativem aquelasqualidades que poderão nos ajudar a cumprir nosso destino maior.

As essências florais e o desenvolvimento interior

O uso das essências florais pode intensificar práticas de autopercepção conscientetais como a meditação e, inversamente, essas práticas aprofundam os efeitos dasessências. As essências não são substitutos para a autopercepção consciente e odesenvolvimento interior, nem são uma instantânea “consciência em frascos”. Ascapacidades espirituais e psíquicas surgem de modo gradual quando fazemos um ho-nesto inventário moral das nossas imperfeições, lutamos para corrigir essas falhas etrabalhamos para cumprir o destino da nossa alma. Como catalisadores internos, asessências florais estimulam nossa capacidade de responder, ou de assumir a responsa-bilidade pelo nosso crescimento, pois aprofundam a percepção consciente de nossossentimentos, de nossas atitudes subjacentes e de nosso Eu espiritual.

Essa atitude de auto-responsabilidade é especialmente importante na nossa épocaatual, quando muitas pessoas que seguem um caminho de desenvolvimento interior ofazem sem a orientação da autoridade ou discipulado religioso tradicional. Tal buscatraz uma liberdade crescente, mas falta a ela a proteção que a comunidade espiritualproporcionava aos buscadores no passado. Este caminho espiritual moderno nos de-safia a enfrentar a violência e a confusão do mundo, mas sem bloquear a sensibilidadee abertura proporcionadas pelo desabrochar espiritual. Além disso, como o buscadormoderno vive no mundo e não sob a proteção de ashrams e mosteiros, ele tem umaoportunidade sem precedentes de aplicar os princípios espirituais aos desafios munda-nos relacionados à responsabilidade familiar, dinheiro, desejo, poder e relacionamen-tos.

As essências florais nos ajudam a chegar a um acordo com esses desafios que secolocam à alma moderna. Elas nos auxiliam a manter nossa sensibilidade espiritual econcedem-nos força para enfrentarmos a adversidade no mundo. Elas asseguram quenossa percepção consciente espiritual esteja física e emocionalmente incorporada. Dessemodo, a busca espiritual não será um vôo da alma, mas sim um meio de realçar acapacidade de nossa alma como ponte entre o mundo terreno e o mundo espiritual.

As essências florais e as condições físicas

As condições físicas podem ser importantes indicadores das questões com que sedefronta a alma. Por exemplo, um resfriado talvez indique uma desconexão com asforças vitais; neste caso a essência Nasturtium poderia ajudar. Uma dor de gargantatalvez revele constrição na auto-expressão; aí uma essência tal como Larch poderiaser a escolhida. Problemas digestivos talvez revelem tensão emocional no plexo solar;já neste caso Chamomile poderia dar assistência.

Uma vez que são remédios para a alma, as essências florais não devem ser usadaspara tratar diretamente doenças ou sintomas físicos específicos, tal como são usadasas drogas ou mesmo os remédios fitoterápicos. Nasturtium não é a essência floralindicada para resfriados, nem Larch para a dor de garganta, nem Chamomile paratodos os problemas digestivos. As essências são escolhidas de acordo com as questõese experiências singulares do indivíduo; pessoas que apresentam os mesmos sintomasfísicos podem ter padrões emocionais e questões de vida totalmente diferentes. As

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indicações físicas incluídas neste Repertório são apenas auxiliares para a identificaçãoda configuração geral do corpo-mente, que é a base para a seleção de uma essência.

Embora as essências florais não sejam remédios para enfermidades físicas específi-cas, as transformações produzidas por elas nas emoções e nas atitudes podem vir afacilitar mudanças admiráveis na saúde física. Médicos qualificados têm relatado muitoscasos em que as essências florais desempenham um papel-chave nos programas detratamento de várias doenças.

Contudo, existem considerações legais e éticas quanto ao uso de essências floraisno tratamento de condições físicas por pessoas que não sejam médicos. Primeiro, háo problema prático de não violar as leis locais que determinam quais licenças e quali-ficações são necessárias para tratar condições específicas. Também há importantesquestões éticas, que mereceriam atenção mesmo se não existirem restrições legais.

Particularmente ao trabalhar com condições graves, os praticantes de saúde eusuários domésticos das essências precisam conhecer os limites de seu conhecimentoe habilidade. Usar as essências florais não deve ser uma desculpa para negligenciar aajuda médica de um terapeuta com o apropriado treinamento e experiência. As essên-cias florais podem ser bastante benéficas em tais circunstâncias, mas é preciso quehaja também um médico qualificado que possa monitorar qualquer condição clínicagrave e, se necessário, proporcionar tratamento. A mesma prudência aplica-se aoscasos de extrema disfunção psicológica, que podem necessitar da intervenção de umpsicólogo ou psiquiatra.

Possíveis efeitos colaterais

O que acontece se as essências florais erradas forem selecionadas? Há perigos ouefeitos colaterais associados ao uso das essências? Em geral, as essências florais estãoentre os mais seguros e auto-reguladores de todos os remédios disponíveis. Se tomar-mos essências que são totalmente inapropriadas e têm pouca relação com as nossasverdadeiras questões, nesse caso sentiremos pouco efeito.

As essências florais atuam por ressonância; assim, essências erradas não farãovibrar nenhuma “nota” em nossa alma. Se tomamos um número excessivo de essên-cias ou essências que só tratam questões menores, então elas podem ser ineficazes;não conseguiremos mudanças substantivas ou estas demorarão muito mais tempopara ocorrer. Às vezes, seleções inadequadas ou caóticas de essências estimulam aconfusão ou uma sensação de desconforto. É possível que demasiadas questões sejam“revolvidas” ou que a mudança aconteça mais rápido do que a pessoa pode tolerar.Há ocasiões em que a rápida transformação psicológica — ou nossa resistência a ela— pode produzir sensações físicas desagradáveis, como fadiga, erupções cutâneas oudor de cabeça. Tais reações geralmente duram pouco e podem ser uma indicação paraque se reformule a combinação floral ou se trabalhe com aconselhamento e outraspráticas a fim de remover quaisquer impedimentos psicológicos ao processo terapêutico.

A crise de conscientização

Uma experiência comum relatada por pessoas que usam as essências florais é aintensificação de certas características antes de a transformação ser vivenciada. Porexemplo, uma pessoa que está tomando a essência Willow devido ao ressentimentotalvez tenha uma aguda percepção consciente desse ressentimento, antes de ser ca-paz de largá-lo e perdoar. Essa piora aparente de uma característica emocional ésemelhante à “agravação” produzida por um remédio homeopático ou a “crise de

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cura” estimulada por práticas de purificação tais como o jejum.

Podemos chamar esse fenômeno de crise de conscientização, ou crise de percep-ção consciente, pois ele é causado pela vinda, à superfície da percepção consciente,das emoções e atitudes inconscientes. Já que antes estavam ocultas ou eram desco-nhecidas, essas qualidades parecem mais intensas quando trazidas à consciência. Taisexperiências nos oferecem uma clara oportunidade de testemunhar e reconhecer osaspectos negativos ou disfuncionais de nós mesmos.

O apoio de um aconselhador, a auto-reflexão, a manutenção de um diário e outrosmeios de fortalecimento do aspecto “observador” da consciência podem ajudar a criaruma jornada mais suave através das águas às vezes agitadas dessa experiência. Se acrise de percepção consciente tornar-se incomumente intensa (além de um nível sau-dável de desconforto), nesse caso a pessoa pode reduzir a freqüência da dosagem oumudar a seleção de essências florais para facilitar o processo.

Junto com a percepção consciente vem a capacidade de compreender e de mudar.É difícil deixar ir o ressentimento e perdoar, se a pessoa não tem consciência dele ounega ter qualquer ressentimento. Se a autopercepção consciente já está sendo cultiva-da, com freqüência a crise de percepção consciente não se faz necessária; é maisprovável que a pessoa passe diretamente para o estágio transformativo do processofloral.

Mudanças de longo prazo que são possíveis com a terapia floral

Embora as essências florais sejam tipicamente escolhidas para tratar questões emo-cionais específicas, pode ocorrer um profundo crescimento da alma que vai além daresolução da situação particular para a qual as essências foram selecionadas. Estudosde caso e entrevistas profundas e detalhadas com praticantes ao longo de um períodode 16 anos proporcionaram-nos um quadro abrangente das sete principais áreas dedesenvolvimento da alma que são possíveis através da terapia floral de longo prazo.

Esses metaníveis do desenvolvimento da alma geralmente não são divisados noinício da jornada com as essências florais, mas surgem à medida que a alma se abrecom o uso regular e continuado das essências e de práticas de apoio. Em conjunto,essas qualidades proporcionam uma bela imagem da alma em plena floração.

1. A percepção consciente e a vitalidade emocionais são estimuladas.

Para os milhares de pessoas que experimentaram a terapia floral, a contribuiçãomais básica foi a de beneficiar a vida emocional da alma. Aqueles que se sentiamemocionalmente amortecidos ou inibidos desenvolveram uma nova percepção consci-ente de seus problemas, bem como a capacidade de vivenciar e expressar uma gamamais ampla de sentimentos. Aqueles que se sentiam sobrecarregados ou drenados poremoções caóticas adquiriram a capacidade da auto-observação imparcial e da atençãoplena, assim mantendo um forte centro de equilíbrio dentro das experiências emocio-nais.

O principal efeito das essências tem sido o de estimular a flexibilidade e a capacida-de de recuperação emocionais, em vez de simplesmente tornar a pessoa mais — oumenos — emocional. O repertório anímico da maioria das pessoas é seriamente limi-tado, muitas vezes ficando preso à raiva, depressão, medo ou outras respostas habitu-ais à vida; outras pessoas acreditam que devem controlar ou reprimir por completo assuas emoções. Através da terapia floral, a alma torna-se capaz de vivenciar todo o

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espectro da expressão emocional humana, incluindo a alegria, o pesar, o temor, araiva, a compaixão, a reverência e assim por diante.

2. A percepção consciente do corpo é encorajada, com uma sensação demaior bem-estar físico.

Muitas pessoas começam sua jornada de cura com uma percepção de desconfortoou doença no corpo físico. Os praticantes relatam que as essências florais dão apoioaos programas de saúde física, pois elas ativam as forças vitalizadoras do corpo etérico,proporcionam um relacionamento mais íntimo das forças espirituais e anímicas com ocorpo físico, e no geral mobilizam os poderes interiores de cura.

Além disso, a terapia floral com freqüência leva o indivíduo a um relacionamentofundamentalmente novo com seu corpo físico, a uma percepção consciente de comoo corpo está falando através dos sintomas físicos. Ao invés de se sentirem vitimadaspela doença, as pessoas começam a assumir a responsabilidade pelos cuidados comseu corpo, eliminando hábitos que são destrutivos à sua saúde e cultivando práticasque nutrem e fortalecem o corpo. E mais, elas chegam a reconhecer que a alma seexpressa através do corpo físico, e que as dores e tensões físicas costumam serindicações de raiva, medo, sobrecarga, depressão e outras emoções que precisam sertratadas. É comum a experiência de que, uma vez resolvidas as questões subjacentes,muitos sintomas físicos são liberados.

Para aqueles que sofrem de doenças ou lesões, ou que lutam contra os efeitos doenvelhecimento, a terapia floral traz uma maior aceitação da condição do corpo e acapacidade de acatar os ensinamentos da dor ou da limitação. Ao mesmo tempo,muitas pessoas no geral saudáveis relatam o despertar para novas possibilidades deuma vida gratificante e vitalizada, sem necessidade de comparar-se às imagens ideali-zadas de juventude, força e beleza promovidas pela nossa cultura através dos meios decomunicação de massa.

Para muitas almas sensíveis, é inerentemente problemática a jornada desde osvastos reinos do espírito até as limitadas dimensões temporais e espaciais de umcorpo físico. Um resultado freqüente é o desejo de não tomar posse ou negar o corpo.Esse desejo em geral se manifesta sob a forma de distúrbios alimentares e outroshábitos destrutivos, ou como uma hesitação em se tornar plenamente envolvido coma vida. A terapia floral ajuda tais pessoas a superarem sua ambivalência fundamentalquanto ao corpo, ancorando a alma no mundo físico. Elas se tornam mais encarnadasfisica e emocionalmente, e se sentem habilitadas a assumir um papel ativo na comuni-dade e na sociedade. Desse modo, a alma é capaz de aceitar de coração aberto suaencarnação na matéria física, e viver a vida com entusiasmo.

3. A sintonia com a Natureza é desenvolvida.

Uma das mais admiráveis experiências que os praticantes relatam regularmente éo despertar de um profundo relacionamento com a Natureza, mesmo por parte da-quelas pessoas que tiveram pouco interesse ou ligação com o mundo natural. Quemmora em apartamento talvez obtenha uma planta ou comece a formar uma jardineirano peitoril da janela. Aqueles que residem nas cidades caminharão no parque ouviajarão para o campo. Talvez essas pessoas lembrem de uma flor favorita ou de umretiro natural que tinham na infância e se sintam motivadas a fazer passeios ao ar livrecom mais freqüência, buscar lazer orientado para a natureza ou plantar um jardim.

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Poderá haver um interesse mais profundo pelas questões ecológicas e pela proteção daTerra. Às vezes as pessoas que estão usando as essências florais chegam mesmo a terum ativo interesse pelo aprendizado da botânica e do hábitat das flores utilizadas emsua cura.

Além de nos conectar com específicas energias curadoras de determinadas flores,as essências evocam o manto curador de Natura, da Natureza como um ser vivo.Vivenciaremos então como a Natureza pode nos nutrir e proteger, e como nossaprópria cura é inseparável do respeito e cuidado que temos pelo ser Terra. Dessemodo, a alma individual encontra uma conexão com a alma mundial da Natureza.

4. A percepção consciente da vocação, relacionada ao propósito na vida eao serviço no mundo, é clarificada.

Uma questão básica da alma que é tratada na terapia floral diz respeito ao modocomo as pessoas se expressam através de seu trabalho. Muitas pessoas estão insatis-feitas com seu emprego ou com a falta de uma ocupação. A primeira conseqüência dese tratar esta questão talvez seja simplesmente fazer aflorar perguntas mais profundasà percepção consciente: “Estou trabalhando neste emprego só por necessidade desobrevivência ou para atender outras expectativas minhas? O meu trabalho é verda-deiramente uma vocação, algo que me sinto interiormente chamado a fazer comouma expressão do meu propósito de vida e do servir aos outros? Será que eu seimesmo o que quero fazer da minha vida?”

Com freqüência esse questionamento é reprimido devido à dor das prováveis res-postas. A terapia floral pode nos levar a um honesto auto-exame, tratando de maneirarealista as nossas capacidades e recursos interiores inexplorados, bem como as pai-xões e ideais que nos impelem. Aprendemos a fazer a distinção entre as expectativasdos outros e as exigências da personalidade por sucesso material, por um lado, e, poroutro, o verdadeiro anseio da nossa alma por uma vocação que seja autenticamentenossa, que seja uma expressão dos nossos mais profundos desejos. Nas palavras deDavid Whyte, poeta contemporâneo, “A alma prefere fracassar em sua própria vidaque ser bem-sucedida na vida de outrem.”

Pode ser um desafio desencorajador traduzir em ação essa nova autopercepçãoconsciente num mundo onde as coerções econômicas tornam difícil a escolha de umtrabalho que seja significativo. De todo modo, é extraordinário ver quantas oportuni-dades se abrem à pessoa que assumiu o compromisso de agir a partir de seu sentidointerior de propósito. Quer transformando seu emprego atual através de uma atituderenovada e de um ímpeto de energia criativa, quer descobrindo uma situação total-mente nova, mudanças profundas no trabalho e na carreira são com freqüência umextraordinário resultado da terapia floral. À medida que alcançam um maior alinha-mento com seu propósito na vida, as pessoas também percebem como seu própriodesenvolvimento e destino pessoal são inseparáveis do destino do mundo. Elas tor-nam-se então capazes de reconhecer que a correta subsistência envolve necessaria-mente o serviço ao mundo, facilitando o desenvolvimento da alma individual dentroda alma mundial maior.

5. Há um despertar para a linguagem da alma.

À medida que a vida anímica é despertada e a vida emocional harmonizada, umasensibilidade mais elevada torna-se possível. A terapia floral facilita uma maior percep-ção da dimensão sagrada e sutil da vida. Muitas pessoas são inspiradas a criar beleza

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em seus ambientes; elas também se tornam mais cônscias dos símbolos da alma e dossignificados interiores quando na atividade cotidiana e nos relacionamentos pessoais.

Tal percepção consciente permite que o fecundo mundo onírico venha enriquecera vida desperta. Muitas pessoas têm a surpresa de descobrir que seus sonhos sãoimensamente avivados após usarem as essências florais durante várias semanas oumeses. A lembrança dos sonhos é intensificada e os próprios sonhos tornam-se maisvívidos e plenos de significado. É bastante comum a pessoa começar a escrever umdiário de seus sonhos e perceber como sua alma está lhe falando através da linguagemdos sonhos.

À medida que desperta, a alma se expressa em sua maior plenitude através da vidados sentimentos ligada às artes. Muitas pessoas que se trataram com as essênciasflorais relatam uma apreciação e um interesse renovados pelas artes, descobrindo ouredescobrindo a música, a pintura, a escultura, as artes dramáticas, a literatura, apoesia e outras formas de arte — não necessariamente para segui-las como profissão,mas antes como um enriquecimento de sua própria vida anímica. Tais aptidões artís-ticas desenvolvem uma profunda sensibilidade na alma que, em sua expressão maiselevada, torna-se uma capacidade de servir os outros altruistamente e com profundacompaixão.

6. Uma profunda compreensão dos relacionamentos e do karma é desen-volvida.

Com essa nova compreensão de si mesmo que foi despertada pela terapia floral,os relacionamentos com os outros também recebem uma maior consideração. É fre-qüente as pessoas perceberem a maneira como têm sido feridas pelos outros, incluin-do sua família de origem. A terapia floral auxilia a reconhecer esses sentimentos eliberá-los através do perdão. Porém a maior autopercepção consciente também trazuma nova responsabilidade. Nos estágios mais avançados da terapia floral, as pessoasrelatam que são capazes de admitir suas próprias imperfeições e reparar os danosfeitos àqueles a quem feriram — seja a família, os amigos, os colegas de trabalho ou acomunidade mais ampla.

As essências florais estimulam uma percepção intensificada dos fios mais profun-dos da experiência e do karma que unem as vidas das pessoas. Aqueles que estãotrabalhando com questões ligadas aos relacionamentos ganham uma nova apreciaçãodos propósitos comuns que compartilham com os outros e uma compreensão ampli-ada das questões não resolvidas do passado. Essas percepções freqüentemente produ-zem profundas mudanças de vida. Muitos relacionamentos existentes que ficaramaprisionados em padrões destrutivos durante anos podem de súbito tornar-se intolerá-veis para essa percepção consciente recém-sensibilizada. Como resultado, talvez se-jam feitos novos esforços para restaurar um casamento ou seja tomada uma claradecisão de terminar um relacionamento prejudicial ou disfuncional. Muitas pessoasque evitaram relacionamentos por medo de serem feridas descobrem uma nova cora-gem para estender a mão aos outros, para buscar intimidade, desenvolver amizades eparticipar da vida comunitária. A alma individual aprende assim como sua identidadeestá entrelaçada às outras almas no tecido maior da vida.

7. Há um compromisso renovado com a busca e a expressão espirituais.

O dom superior da terapia floral é permitir que a alma se torne um cálice parareceber as forças espirituais. Pessoas das mais variadas formações religiosas e não

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religiosas relatam ter desenvolvido um interesse pela filosofia e éticas espirituais, mes-mo quando este não era um de seus objetivos conscientes ao usarem as essênciasflorais. Muitas pessoas despertam para a necessidade de reexaminar as raízes religio-sas, culturais e espirituais de sua infância, enquanto outras encontram a coragem parainvestigar novas dimensões da espiritualidade ou descobrir novas formas de culto quesejam particularmente adequadas às necessidades de sua alma.

Perguntas tais como “Quem sou eu? Há um propósito na vida? Haverá uma vidaalém do mundo físico?” assumem uma nova importância. Muitas pessoas que procu-raram a terapia floral para tratar problemas aparentemente físicos ou tensão emocio-nal aguda são inspiradas a examinar valores culturais e morais — e, em última análise,o próprio sentido da vida — com renovado interesse e dedicação. Essa busca porsignificado leva a uma experiência mais profunda do Eu, bem além dos limites dapersonalidade do dia-a-dia.

Quando a terapia floral é conduzida até seu pleno desenvolvimento, o Eu Espiritualtorna-se o princípio organizador central na vida da alma. Assim como o Sol irradia sualuz nas muitas dimensões da vida anímica, a percepção consciente do Eu dá contextoe significado aos outros seis metaníveis do desenvolvimento anímico, os quais abran-gem as nossas emoções, a relação com o corpo, a sintonia com a Natureza, a vocaçãoe propósito na vida, a vida interior e desenvolvimento artístico, e os relacionamentospessoais e karmas da vida. Então chegamos à percepção de que o despertar do centroespiritual dentro de nós, bem como sua expressão em todos os aspectos da nossavida, é a verdadeira meta da terapia floral e, na verdade, da busca da cura.

Algum dia chegamos ao fim da terapia floral?

Se o trabalho com as essências florais é uma jornada de cura, será que algum diachegamos ao fim dessa jornada? Haverá por acaso um momento em que já lidamoscom todas as nossas questões emocionais e deixaremos de precisar das essênciasflorais? Tais perguntas têm como base a premissa de que existiria um estado estáticode normalidade, saúde, felicidade, perfeição, bem-aventurança ou iluminação, quepoderia ser permanentemente alcançado. Na verdade, enquanto estamos vivos nestaTerra, nossa alma sempre enfrentará desafios e sempre terá a necessidade de apren-der e evoluir na escola da vida. Se vemos as essências florais como catalisadores docrescimento da alma, e não como remédios que solucionam nossos problemas, elassempre terão a possibilidade de nos ajudar. Embora possa haver momentos em queoptamos por não trabalhar com as essências ou escolhemos usar outros métodos,mesmo assim as essências florais podem permanecer nossas aliadas através dos mui-tos ciclos e espirais da evolução da nossa alma.

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Repertório das Essências Florais

Referências Bibliográficas e Sugestões de Leituras

Apresentamos a seguir uma lista parcial dos livros que formam um pano defundo para os conceitos discutidos na Parte I.

Agricultura biodinâmica

Biodynamics, publicação bimensal da Bio-Dynamic Farming and GardeningAssociation, P.O. Box 550, Kimberton, PA 19442.

Klocek, Dennis — A Bio-Dynamic Book of Moons. Wyoming, RI: Bio-DynamicLiterature, 1983.

König, Karl — Earth and Man. Wyoming, RI: Bio-Dynamic Literature, 1982.

Steiner, Rudolf — Agriculture. Londres: Bio-Dynamic Agriculture Association, 1958.

Storl, Wolf D. — Culture and Horticulture. Wyoming, RI: Bio-Dynamic Literature,1979.

Alquimia

Albertus, Frater — Alchemists Handbook. York Beach, ME: Samuel Weiser, 1974.

Fabricius, Johannes — Alchemy: The Medieval Alchemists and their Royal Art.Wellingsborough, Inglaterra: The Aquarian Press, 1976.

Goodrick-Clarke, Nicholas, ed. — Paracelsus: Essential Readings. Wellingsborough,Inglaterra: Crucible, 1986.

Hall, Manly P. — The Mystical and Medical Philosophy of Paracelsus. Los Angeles:Philosophical Research Society, 1964.

Hartmann, Franz, M.D. — Paracelsus: Life and Prophecies. Blauvelt, NY:Steinerbooks, 1973.

Hartmann, Franz, M.D. — Jacob Boehme: Life and Doctrines. Blauvelt, NY:Steinerbooks, 1977.

Holmyard, E. J. — Alchemy. Nova York: Dover Publications, 1990.

Jacobi, Jolande, ed. — Paracelsus, Selected Writings. Bollingen Series XXVIII.Princeton, NJ: Princeton University Press, 1988.

Jung, C. G. — Alchemical Studies. Princeton, NJ: Princeton University Press, 1983.

Jung, C. G. — Mysterium Coniunctionis: An Inquiry into the Separation andSynthesis of Psychic Opposites in Alchemy. Princeton, NJ: Princeton UniversityPress, 1977.

Jung, C. G. — Psychology and Alchemy. Princeton, NJ: Princeton University Press,1980.

Junius, Manfred M. — Practical Handbook of Plant Alchemy. Nova York: InnerTraditions, 1985.

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O que é a Terapia Floral?

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McLean, Adam — A Commentary on the Mutus Liber. Grand Rapids, MI: PhanesPress, 1991.

Scott, Sir Walter, ed. — Hermetica: The ancient Greek and Latin writings whichcontain the religious or philosophical teachings ascribed to Hermes Trismegistus.Boston: Shamballa, 1993.

von Franz, Marie-Louise — Alchemy: An Introduction to the Symbolism and thePsychology. Toronto, Canadá: Inner City Books, 1980.

Waterfield, Robin — Jacob Boehme: Essential Readings. Wellingsborough, Inglater-ra: Crucible, 1986.

Antroposofia e ciência espiritual

Hutchins, Eileen — Parzival: An Introduction. Londres: Temple Lodge Press, 1992.

Shepherd, A. P. — Rudolf Steiner: Scientist of the Invisible. Rochester, VT: InnerTraditions International, 1954, 1987.

Steiner, Rudolf — An Outline of Occult Science. Spring Valley, NY: AnthroposophicPress, 1985.

Steiner, Rudolf — How to Know Higher Worlds (anteriormente publicado com otítulo Knowledge of the Higher Worlds and its Attainment). Hudson, NY:Anthroposophic Press, 1994.

Steiner, Rudolf — Rosicrucianism and Modern Initiation. Londres: Rudolf SteinerPress, 1982.

Steiner, Rudolf — The Boundaries of Natural Science. Spring Valley, NY:Anthroposophic Press, 1983.

Steiner, Rudolf — The Philosophy of Freedom. Londres: Rudolf Steiner Press, 1979.

Aromaterapia

Lavabre, Marcel — Aromatherapy Workbook. Rochester, VT: Healing Arts Press,1990.

Tisserand, Robert B. — The Art of Aromatherapy. Rochester, VT: Healing ArtsPress, 1977.

Valnet, Jean, M.D. — The Practice of Aromatherapy. Rochester, VT: Healing ArtsPress, 1990.

Ciência goethiana e novos paradigmas científicos

Adams, George e Olive Whicher — The Plant Between Sun and Earth. Londres:Rudolf Steiner Press, 1980.

Adams, George — Nature Ever New. Spring Valley, NY: Mercury Press, 1979.

Bockemühl, Jochen, ed. — Toward a Phenomenology of the Etheric World. SpringValley, NY: Anthroposophic Press, 1985.

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Repertório das Essências Florais

Bohm, David — Wholeness and the Implicate Order. Boston: Routledge & KeganPaul, 1982.

Bortoft, Henri — Goethe’s Scientific Consciousness. Tunbridge Wells, Kent, Ingla-terra: Institute for Cultural Research, 1986.

Edelgass, Stephen, Georg Maier, Hans Gerbert e John Davy — Matter and Mind,Imaginative Participation in Science. Hudson, NY: Lindsifarne Press, 1992.

Edwards, Lawrence — The Field of Form: Research concerning the outer world ofliving forms and the inner world of geometrical imagination. Edinburgo, Escó-cia: Floris Books, 1982.

Gleick, James — Chaos: Making a New Science. Nova York: Penguin, 1987.

Goethe, Johann Wolfgang von e Rudolf Steiner; Herbert H. Koepf e Linda S. Jolly,eds. — Readings in Goethean Science. Wyoming, RI: Bio-Dynamic Farming andGardening Association, 1978.

Goethe, Johann Wolfgang von; Douglas Miller, ed. — Goethe: Scientific Studies.Nova York: Suhrkamp Publishers, 1988.

Goethe, Johann Wolfgang von; Frederick Ungar, ed. — Goethe’s World View,Presented in His Reflections and Maxims. Nova York: Frederick Ungar PublishingCo., 1963.

Grohmann, Gerbert — The Plant; vols. 1 e 2. Kimberton, PA: Bio-Dynamic Literature,1989.

Hauschka, Rudolf — The Nature of Substance. Londres: Rudolf Steiner Press, 1983.

Iovine, John — Kirlian Photography: A Hands-On Guide. Blue Ridge Summit, PA:TAB Books (McGraw-Hill), 1993.

Kolisko, Eugen e Lilly — Agriculture of Tomorrow. Bournemouth, Inglaterra: KoliskoArchives Publications, 1939, 1978.

Lehrs, Ernst — Man or Matter: Introduction to a Spiritual Understanding of Natureon the Basis of Goethe’s Method of Training Observation and Thought. Lon-dres: Rudolf Steiner Press, 1985.

Pelikan, Wilhelm — Healing Plants. Londres: The British Homoeopathic Journal,1970-71 (esgotado), tradução parcial de Heilpflanzenkunde. Dornach, Suíça:Philosophisch-Anthroposophischer Verlag am Goetheanum, 1963.

Pelikan, Wilhelm — L’Homme et les Plantes Médicinales, tomos 1-3. Paris: Editionsdu Centre Triades, 1986; (tradução francesa de Heilpflanzenkunde).

Pfeiffer, Ehrenfried — Sensitive Crystallization Processes. Spring Valley, NY:Anthroposophic Press, 1936, 1975.

Schwenk, Theodor — Sensitive Chaos. Londres: Rudolf Steiner Press, 1965.

Schwenk, Theodor e Wolfram Schwenk — Water: The Element of Life. Hudson,NY: Anthroposophic Press, 1989.

Schwenk, Theodor — The Basis of Potentization Research. Spring Valley, NY:Mercury Press, 1988.

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O que é a Terapia Floral?

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Selawry, Alla - Ehrenfried Pfeiffer: Pioneer of Spiritual Research and Practice. SpringValley, NY: Mercury Press, 1992.

Sheldrake, Rupert — A New Science of Life: The Hypothesis of Formative Causation.Los Angeles: J. P. Tarcher, 1981.

Steiner, Rudolf — Goethe’s World View. Spring Valley, NY: Mercury Press, 1985.

Steiner, Rudolf — Goethean Science. Spring Valley, NY: Mercury Press, 1988.

Steiner, Rudolf — Man as Symphony of the Creative Word. Sussex, Inglaterra: RudolfSteiner Press, 1991.

Thompson, William Irwin, ed. — Gaia 2: Emergence: The New Science of Becoming.Hudson, NY: Lindsifarne Press, 1991.

Watson, E. L. Grant — The Mystery of Physical Life. Hudson, NY: LindsifarnePress, 1992.

Whicher, Olive — Sun Space: Science at a Threshold of Spiritual Understanding.Londres: Rudolf Steiner Press, 1989.

Wilber, Ken, ed. — The Holographic Paradigm and other Paradoxes. Boulder, CO:Shamballa, 1982.

Zajonc, Arthur — Catching the Light: The Entwined History of Light and Mind.Nova York: Bantam Books, 1993.

Essências florais e Dr. Bach

Bach, Edward, M.D. e F. J. Wheeler, M.D. — The Bach Flower Remedies. NewCanaan, CT: Keats Publishing, 1979.

Bach, Edward, M.D. Julian Barnard, ed. — Collected Writings of Edward Bach.Hereford, Inglaterra: Flower Remedy Programme, 1987.

Barnard, Julian e Martine — The Healing Herbs of Edward Bach, An IllustratedGuide to the Flower Remedies. Bath, Inglaterra: Ashgrove Press, 1988.

Barnard, Julian — Patterns of Life Force. Hereford, Inglaterra: Flower RemedyProgramme, 1987.

Chancellor, Philip M. — Handbook of the Bach Flower Remedies. New Canaan,CT: Keats Publishing, 1980.

Cunningham, Donna — Flower Remedies Handbook. Nova York: Sterling Publishing,1992.

Deroide, Philippe — Les Elixirs Floraux: harmonisants de l’âme. Barret-le-Bas,França: Le Souffle d’Or, 1992.

Kaminski, Patricia — Affirmations: The Messages of the Flowers in TranformativeWords for the Soul. Nevada City, CA: Flower Essence Society, 1994.

Scheffer, Mechthild — Bach Flower Therapy. Wellingsborough, Inglaterra: Thorsons,1986.

Weeks, Nora — The Medical Discoveries of Edward Bach, Physician. New Canaan,CT: Keats Publishing, 1979.

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Repertório das Essências Florais

Wood, Matthew — Seven Herbs: Plants as Teachers. Berkeley, CA: North AtlanticBooks, 1987.

Wright, Machaelle Small — Flower Essences: Reordering Our Understanding andApproach to Illness and Health. Jeffersonton, VA: Perelandra, 1988.

Fitoterapia e botânica

Bailey, Liberty Hyde, Ethel Zoe Bailey e equipe do Liberty Hyde Bailey Hortorium —Hortus Third: A Concise Dictionary of Plants Cultivated in the United Statesand Canada. Nova York: MacMillan Publishing, 1976.

Balls, Edward K. — Early Uses of California Plants. Berkeley, CA: University ofCalifornia Press, 1962.

Baumgardt, John Philip — How to Identify Flowering Plant Families. Portland, OR:Timber Press, 1991.

Culpeper, Nicholas — Culpeper’s Complete Herbal. Londres: W. Foulsham, semdata.

Foster, Steven e James A. Duke — A Field Guide to Medicinal Plants: Eastern andCentral North America. Peterson Field Guide Series #40. Boston: HoughtonMifflin, 1990.

Gerard, John — The Herbal, or General History of Plants: The Complete 1633Edition as Revised and Enlarged by Thomas Johnson. Nova York: DoverPublications, 1975.

Grieve, M. — A Modern Herbal, vols. I e II. Nova York: Dover Publications, 1971.

Hickman, James C., ed. — The Jepson Manual: Higher Plants of California. Berkeleye Los Angeles, CA: University of California Press, 1993.

Hoffman, David — The Holistic Herbal. Forres, Escócia: Findhorn Press, 1986.

Millspaugh, Charles — American Medicinal Plants. Nova York: Dover Publications,1974.

Moore, Michael — Medicinal Plants of the Mountain West. Santa Fé, NM: Museumof New Mexico Press, 1979.

Moore, Michael — Medicinal Plants of the Pacific West. Santa Fé, NM: Red CraneBooks, 1993.

Niehaus, Theodore F. e Charles L. Ripper — Pacific States Wildflowers. PetersonField Guides #22. Nova York: Houghton Mifflin Company, 1976.

Parsons, Mary Elizabeth — The Wildflowers of California. Nova York: DoverPublications, 1966.

Schauenberg, Paul e Ferdinand Paris — Guide to Medicinal Plants. New Canaan,CT: Keats Publishing, 1990.

Smith, James Payne Jr. — Vascular Plant Families. Eureka, CA: Mad River Press,1977.

Stark, Raymond — Guide to Indian Herbs. Blaine, WA: Hancock House, 1981.

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O que é a Terapia Floral?

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Strehlow, Dr. Wighard e Gottfried Hertzka, M.D. — Hildegard de Bingen’s Medicine.Santa Fé, NM: Bear and Company, 1988.

Homeopatia

Cook, Trevor M. — Samuel Hahnemann: The Founder of Homoeopathic Medicine.Wellingsborough, Inglaterra: Thorsons, 1981.

Coulter, Harris L. — Homoeopathic Science and Modern Medicine: The Physics ofHealing with Microdoses. Richmond, CA: North Atlantic Books, 1981.

Danciger, Elizabeth — Homeopathy: From Alchemy to Medicine. Rochester, VT:Healing Arts Press, 1988.

Kent, James Tyler, M.D. — Lectures on Homoeopathic Philosophy. Richmond, CA:North Atlantic Books, 1981.

Shepherd, Dra. Dorothy — A Physician’s Posy. Devon, Inglaterra: Health SciencesPress, 1969.

Ullman, Dana — Discovering Homeopathy. Nova York: Grove Press, 1980.

Vithoulkas, George — The Science of Homeopathy. Berkeley, CA: North AtlanticBooks, 1993.

Whitmont, Edward C., M.D. — Psyche and Substance: Essays on Homeopathy inthe Light of Jungian Psychology. Richmond, CA: North Atlantic Books, 1980.

Whitmont, Edward C., M.D. — The Alchemy of Healing: Psyche and Soma. Berkeley,CA: North Atlantic Books, 1993.

Paradigmas médicos e holísticos da saúde

Advances: The Journal of Mind-Body Health, publicação trimestral do Fetzer Institute,9292 West KL Avenue, Kalamazoo, MI 49009.

Bott, Victor — Anthroposophical Medicine, An Extension of the Art of Healing.Londres: Rudolf Steiner Press, 1972.

Dossey, Larry, M.D. — Healing Words: The Power of Prayer and the Practice ofMedicine. Nova York: HarperCollins, 1991.

Dossey, Larry, M.D. — Medicine and Meaning. Nova York: Bantam, 1992.

Dossey, Larry, M.D. — Recovering the Soul. Nova York: Bantam, 1989.

Evans, Dr. Michael e Iain Rodger — Anthroposophical Medicine: Healing for Body,Soul, and Spirit. Londres: Thorsons, 1992.

Friedman, Dr. Howard S. — The Self-Healing Personality. Nova York: PenguinBooks, 1992.

Laughlin, Tom com a colaboração de James P. Moran, M.D. — The Mind and Cancer:Six Psychological Factors that May Lead to Cancer. Malibu, CA: Panarion Press,1990.

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Repertório das Essências Florais

Leviton, Richard — Anthroposophic Medicine Today. Hudson, NY: AnthroposophicPress, 1988.

Mees, L. F. C., M.D. — Blessed by Illness. Spring Valley, NY: Anthroposophic Press,1990.

Moyers, Bill — Healing and the Mind. Nova York: Doubleday, 1993.

Murphy, Michael — The Future of the Body. Los Angeles: Jeremy P. Tarcher, 1992.

Ornish, Dean, M.D. — Dr. Dean Ornish’s Program for Reversing Heart Disease.Nova York: Ballentine Books, 1991.

Poole, William com a colaboração do Institute of Noetic Sciences — The Heart ofHealing. Atlanta, GA: Turner Publishing, 1993.

Simonton, O. Carl, M.D., Stephanie Simonton e James Creighton — Getting WellAgain. Nova York: Bantam, 1992.

Steiner, Rudolf — Health and Illness, vols. 1 e 2. Spring Valley, NY: AnthroposophicPress, 1983.

Temoshok, Lydia e Henry Dreher — The Type C Connection: The Behavior Linksto Cancer and Your Health. Nova York: Random House, 1992.

Twentyman, Ralph, M.D. — The Science and Art of Healing. Edinburgo, Escócia:Floris Books. 1989.

Wood, Matthew — The Magical Staff: The Vitalist Tradition in Western Medicine.Berkeley, CA: North Atlantic Books, 1992.

Perspectivas culturais

Bohm, David e Mark Edwards — Changing Consciousness: Exploring the HiddenSource of the Social, Political, and Environmental Crises Facing our World.Nova York: HarperCollins, 1991.

Merchant, Carolyn — The Death of Nature: Women, Ecology, and the ScientificRevolution. Nova York: HarperCollins, 1990.

Tarnas, Richard — The Passion of the Western Mind: Understanding the IdeasThat Have Shaped Our World View. Nova York: Harmony Books, 1991.

Zoeteman, Kees — Gaiasophy: The Wisdom of the Living Earth. Hudson, NY:Lindsifarne Press, 1991.

Psicoterapia e cuidados com a alma

Assagioli, Roberto, M.D. — Psychosynthesis: A Collection of Basic Writings. NovaYork: Penguin Books, 1986.

Barasch, Marc Ian — The Healing Path: A Soul Approach to Illness. Nova York:Tarcher/Putnam, 1993.

Bittleston, Adam — Counselling and Spiritual Development. Edinburgo, Escócia:Floris Books, 1988.

Bragdon, Emma — The Call of Spiritual Emergency: From Personal Crisis to PersonalTransformation. Nova York: Harper and Row, 1990.

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O que é a Terapia Floral?

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Bryant, William — The Veiled Pulse of Time: An Introduction to Biographical Cyclesand Destiny. Hudson, NY: Anthroposophic Press, 1993.

Campbell, Joseph, ed. — The Portable Jung. Nova York: Penguin Books, 1986.

Cousineau, Phil, ed. — Soul: An Anthology. Readings from Socrates to Ray Charles.Nova York: HarperCollins, 1994.

Gill, Eric — A Holy Tradition of Working. West Stockbridge, MA: Lindsifarne Press,1983.

Grof, Stanislav, M.D. e Christina Grof, eds. — Spiritual Emergency: When PersonalTransformation Becomes a Crisis. Los Angeles: Jeremy Tarcher, 1989.

Jung, C. G. — Man and His Symbols. Nova York: Dell, 1968.

Jung, C. G. — Memories, Dreams, and Reflections. Nova York: Vintage, 1989.

Hillman, James — Re-visioning Psychology. Nova York: HarperCollins, 1976, 1992.

Hillman, James — The Thought of the Heart & the Soul of the World. Dallas, TX:Spring Publications, 1992.

Hoffman, Bob — No One is to Blame: Getting a Loving Divorce from Mom & Dad.Palo Alto, CA: Science and Behavior Books, 1979.

Kühlewind, Georg — From Normal to Health: Paths to the Liberation ofConsciousness. Great Barrington, MA: Lindsifarne Press, 1988.

Lievegoed, Bernard — Man on the Threshold: The Challenge of Inner Development.Stroud, Inglaterra: Hawthorne Press, 1985.

McNiff, Shaun — Art as Medicine: Creating a Therapy of the Imagination. Boston:Shamballa, 1992.

Moore, Thomas — Care of the Soul: A Guide for Cultivating Depth and Sacrednessin Everyday Life. Nova York: HarperCollins, 1992.

Nelson, John E., M.D. — Healing the Split: Madness or Transcendence? Los Angeles:Jeremy P. Tarcher, 1990.

Progoff, Ira — At a Journal Workshop. Nova York, NY: Dialogue House Library,1988.

Roszak, Theodore — The Voice of the Earth. Nova York: Simon & Schuster, 1992.

Sardello, Robert — Facing the World with Soul. Hudson, NY: Lindsifarne Press,1991.

Walsh, Roger, M.D., PhD e Frances Vaughn, PhD — Paths Beyond Ego: TheTranspersonal Vision. Los Angeles: Jeremy Tarcher, 1993.

Ward, Keith — Defending the Soul. Oxford, Inglaterra: Oneworld Publications Ltd.,1992.

Whyte, David — The Heart Aroused: Poetry and the Preservation of Soul inCorporate America. Nova York: Doubleday, 1994.

Zweig, Connie e Jeremiah Abrams, eds. — Meeting the Shadow: The Hidden Powerof the Dark Side of Human Nature. Los Angeles: Jeremy Tarcher, 1991.

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Repertório das Essências Florais

Flower Essence SocietyA Flower Essence Society foi fundada em 1979

por Richard Katz e incorporada, em 1982, à Earth-Spirit, uma organização sem fins lucrativos. Des-de 1980 a FES tem sido co-dirigida por PatriciaKaminski e Richard Katz, que são casados e par-ceiros profissionais. Há três grandes propósitosna FES: 1) promover a pesquisa das plantas e apesquisa clínica empírica sobre os efeitosterapêuticos das essências florais; 2) administrarprogramas de treinamento e certificação para pra-ticantes ativos de essências florais, bem como au-las e seminários abertos ao público no mundo todo;e 3) proporcionar uma rede de comunicação e re-ferências para aqueles que estão ensinando,pesquisando ou praticando no campo da terapiafloral.

Doações dedutíveis do Imposto de Renda oufiliações à Flower Essence Society com a finalida-de de ajudar a sustentar seus programas educaci-onais e de pesquisas serão aceitos de muito bomgrado. Estudos de casos e relatos de praticantessão ativamente encorajados e calorosamente aco-lhidos. Favor escrever ou telefonar para a FlowerEssence Society para obter maiores informaçõessobre nosso programa de pesquisas, taxas defiliação, descontos, horários de aulas, boletins eanúncios, livros e outros recursos educacionais.

Wild Iris

Flower Essence Society, P.O. Box 459, Nevada City, CA 95959 USA.Telefone: (001) 800-548-0075 ou 916-265-9163; Fax: 916-265-6467

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