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UNIVERSIDADE FEDERAL DE RORAIMA
CENTRO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE MATEMÁTICA
CURSO DE LICENCIATURA EM MATEMÁTICA
UM INSTRUMENTO QUANTITATIVO DA ATIVIDADE DE
SITUAÇÕES PROBLEMA EM MATEMÁTICA
Boa vista, RR
2018
ÍTALO NATAN OLIVEIRA DE ARAÚJO
UM INSTRUMENTO QUANTITATIVO DA ATIVIDADE DE
SITUAÇÕES PROBLEMA EM MATEMÁTICA
Monografia apresentada como pré-requisito para
conclusão do Curso de Licenciatura Plena em Matemática
do Departamento de Matemática da Universidade Federal
de Roraima. Orientador: Prof. Dr. Héctor José García
Mendoza
Boa vista, RR
2018
FOLHA DE APROVAÇÃO
ÍTALO NATAN OLIVEIRA DE ARAÚJO
UM INSTRUMENTO QUANTITATIVO DA ATIVIDADE DE
SITUAÇÕES PROBLEMA EM MATEMÁTICA
Monografia apresentada como pré-requisito para
conclusão do Curso de Licenciatura Plena em Matemática
do Departamento de Matemática da Universidade Federal
de Roraima. Orientador: Prof. Dr. Héctor José García
Mendoza;
Prof. Dr. Héctor José García Mendoza
Orientador/ Curso de Matemática-UFRR
Prof. Esp. João Luis Gomes Moreira
Curso de Matemática- UFRR
Prof. Dr. Oscar Tintorer Delgado
Curso de Física – UERR
DEDICATÓRIA
À minha família e amigos, em especial a
minha mãe: Ana Charle Lopes Oliveira.
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente à minha família e amigos, que me ajudaram ao longo dessa
caminhada.
Agradeço a todos que de certa forma contribuíram para o desenvolvimento deste
trabalho, em especial ao meu orientador Héctor José García Mendoza que não somente
durante o período de orientação, mas também durante a graduação, colaborou grandemente
para minha formação, sempre me motivando e ajudando a vencer os desafios (que não foram
poucos) tenho certeza que sem essa ajuda não conseguiria concluir esta fase.
Deixo também um agradecimento ao meu amigo Jardel de Souza Leite e ao professor
João Luis Gomes Moreira, que me ajudaram no desenvolvimento deste trabalho.
Quero também agradecer ao Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência
(PIBID), que me amparou financeiramente em um momento de vulnerabilidade, permitindo
que me dedicasse exclusivamente à UFRR.
E por fim, um agradecimento especial ao Prof. Dr. Alberto Martin Martinez Castañeda
que me ajudou bastante durante esse caminho árduo, deixo então um agradecimento vitalício.
RESUMO
A Atividade de Situações Problema em Matemática é uma estratégia para resolução de
problema que pode ser utilizado como metodologia de ensino na zona de desenvolvimento
proximal em um contexto de ensino aprendizagem onde existe uma interação entre o
professor, o estudante e a situação problema, para transitar pelos diferentes estados do
processo de assimilação. A Atividade de Situações Problema em Matemática está
fundamentada na teoria da Atividade formada pelas ações compreender o problema, construir
o modelo matemático, soluciona o modelo matemático e interpretar a solução e sua vez cada
ação está composta por operações. O objetivo deste trabalho é analisar um instrumento
quantitativo para avaliar o desempenho dos estudantes na Atividade de Situações Problema
em Matemática. A ações da Atividade de Situações Problema em Matemática são convertidas
em variável e suas operações em indicadores para quantificar. O instrumento de avaliação
quantitativo guiará as análises qualitativas do desempenho dos estudantes na resolução de
problemas matemáticos.
Palavras Chaves: Atividade de Situações Problema em Matemático. Teoria da Atividade.
Instrumento Quantitativo.
RESUMEN
La Actividad de Situaciones Problema en Matemática es una estrategia para la resolución de
problema que puede ser utilizado como metodología de enseñanza en la zona de desarrollo
próximo en un contexto de enseñanza y aprendizaje donde existe una iteración entre el
profesor, el estudiante y la situación problema, para transitar por los diferentes estado del
proceso de asimilación. La Actividad de Situaciones Problema en Matemática está
fundamentada en la teoría de Actividad de Estudio formada por las acciones comprender el
problema, construir el modelo matemático, solucionar el modelo matemático e interpretar la
solución y su vez cada operación es compuesta por operaciones. El objetivo del trabajo es
analizar un instrumento cuantitativo para evaluar el desempeño de los estudiantes en la
Actividad de Situaciones Problema en Matemática. Las acciones de la Actividad de
Situaciones Problema en Matemática son convertidas en variables y sus operaciones en
indicadores para cuantificar la variable. El instrumento cuantitativo guiará los análisis
cualitativos de los estudiantes en la resolución de problemas matemáticos.
Palabras Claves: Actividad de Situaciones Problema. Teoría de la Actividad. Instrumento
cuantitativo.
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1- Desempenho dos alunos na primeira questão ......................................................... 50 Gráfico 2- Desempenho dos alunos na segunda questão .......................................................... 51 Gráfico 3- Desempenho dos alunos na terceira questão ........................................................... 51
Gráfico 4- Desempenho dos alunos na quarta questão ............................................................. 51 Gráfico 5- Média das ações ...................................................................................................... 52
LISTA DE FIGURAS
Figura 1- Zona de desenvolvimento proximal .......................................................................... 16 Figura 2- Diagonal da tela de uma tv ....................................................................................... 31
LISTA DE QUADROS
Quadro 1- Regras de arredondamento ...................................................................................... 21 Quadro 2- Densidade demográfica dos Estados brasileiros ..................................................... 24 Quadro 3 - Vantagens e desvantagens das medidas de tendência central ................................ 28 Quadro 4- Parâmetros para análise qualitativa e quantitativa .................................................. 29 Quadro 5 - Dimensões das categorias de avaliação .................................................................. 30
Quadro 6- Características das questões da prova diagnóstica em relação as ações da ASP .... 31 Quadro 7- Características das questões da prova diagnóstica em relação as ações da ASP .... 32 Quadro 8- Ações e operações ................................................................................................... 32 Quadro 9 - Descrição das ações ................................................................................................ 33 Quadro 10- Desempenho da atividade de situação problema................................................... 34
Quadro 11- Características das questões .................................................................................. 36 Quadro 12- Ações e operações da primeira questão................................................................. 37 Quadro 13- Ações e operações da primeira questão................................................................. 38
Quadro 14-Ações e operações da segunda questão .................................................................. 38 Quadro 15-Ações e operações da segunda questão .................................................................. 39 Quadro 16- Ações e operações da terceira questão .................................................................. 40 Quadro 17- Ações e operações da terceira questão .................................................................. 41
Quadro 18- Ações e operações da quarta questão .................................................................... 42 Quadro 19- Total da pontuação dos desempenhos dos alunos ................................................. 43
Quadro 20-Descrição das ações da primeira questão ............................................................... 44 Quadro 21- Descrição das ações da segunda questão ............................................................... 46 Quadro 22- Descrição das ações da terceira questão ................................................................ 48
Quadro 23- Descrição das ações da quarta questão .................................................................. 49
Quadro 24 - Total da pontuação dos desempenhos dos alunos ................................................ 49 Quadro 25- Total da pontuação dos desempenhos dos alunos ................................................. 50
Sumário
INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 14
1.1. ZONA DE DESENVOLVIMENTO PROXIMAL ............................................................... 16
1.2. A ATIVIDADE DE SITUAÇÕES PROBLEMA EM MATEMÁTICA ............................ 16 1.2.1. A atividade de estudo ......................................................................................................... 17 1.2.2. Sistema de ações da atividade de situações problema ...................................................... 18
1.3. ESTATÍSTICA........................................................................................................................ 20 1.3.1. Regras de arredondamento na numeração decimal ......................................................... 20 1.3.2. ESTATÍSTICAS DE TENDÊNCIA CENTRAL .............................................................................. 21
CAPÍTULO II: PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ................................. 29
2.1. DESCRIÇÃO DAS VARIÁVEIS QUANTITATIVAS ........................................................ 29
2.2. INSTRUMENTO DA ATIVIDADE DE SITUAÇÕES PROBLEMA ............................... 30
CAPÍTULO III: PROPOSTA DO INSTRUMENTO DA ATIVIDADE DE
SITUAÇÕES PROBLEMA ................................................................................................... 35
3.1 A PROVA DIAGNÓSTICA ................................................................................................... 35
3.2. AVALIANDO A QUESTÃO 1 .............................................................................................. 37
3.3. AVALIANDO A QUESTÃO 2 .............................................................................................. 38
3.4. AVALIANDO A QUESTÃO 3 .............................................................................................. 39
3.5. AVALIANDO A QUESTÃO 4 .............................................................................................. 41
3.6. CALCULANDO AS MTCs NA PRIMEIRA QUESTÃO. .................................................. 43
3.7. CALCULANDO AS MTCs NA SEGUNDA QUESTÃO. ................................................... 44
3.8. CALCULANDO AS MTCs NA TERCEIRA QUESTÃO. .................................................. 46
3.9. CALCULANDO AS MTCs NA QUARTA QUESTÃO. ...................................................... 48
3.10. GRÁFICOS ............................................................................................................................. 50
CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................................... 53
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................... 54
APÊNDICE A ‒TABELA DE AÇÕES E OPERAÇÕES NO EXCEL ................. 56
1.1. COMO ELABORAR A TABELA DE AÇÕES E OPERAÇÕES NO EXCEL? ............... 56
1.2. RESUMO DOS CONCEITOS DO EXCEL ......................................................................... 56
1.3. CONSTRUINDO A TABELA ............................................................................................... 56 1.3.1. Construindo o cabeçalho da tabela .................................................................................... 57 1.3.2. Preenchendo as células das operações............................................................................... 58 1.3.3. Ajustes específicos da coluna das operações ..................................................................... 58 1.3.4. Preenchendo as células das ações e das questões ............................................................. 59 1.3.5. Coluna dos alunos avaliados ............................................................................................... 61
1.4. INSERINDO AS FÓRMULAS .............................................................................................. 62
1.5. TABELAS DAS MEDIDAS DE TENDÊNCIA CENTRAL ............................................... 64
1.6. CONSTRUINDO OS GRÁFICOS ........................................................................................ 70
14
INTRODUÇÃO
É inevitável ouvir de alunos questionamentos a respeito da aplicação de um
determinado conteúdo matemático: “Onde irei usar isso no dia a dia?”, “Pra quê estudar
isso?”, “Até hoje, nunca usei isso!”. Esses questionamentos são consequências da prática
pedagógica tradicional do ensino de matemática cujo foco é apenas aplicar técnicas e
fórmulas já prontas, sem relacionar os conceitos matemáticos com situações que ocorrem no
dia a dia.
Portanto, temos que o ensino de qualquer conteúdo deve começar a partir de
problemas que envolvam situações do dia-a-dia dos alunos, despertando sua curiosidade sobre
como resolver o problema da melhor forma. Esse fenômeno de aprender apenas os
conhecimentos que serão importantes para resolver problemas diários não se restringe apenas
à sala de aula durante toda vida buscamos obter conhecimento que de certa forma nos ajude a
resolver ou otimizar a solução de algum problema.
Os trabalhos vinculados ao Grupo de pesquisa, mestrados e monografias utilizam da
Atividade de Situações Problema como metodologia de ensino, esses trabalhos são de extrema
importância para o desenvolvimento de metodologias que tornem o processo de ensino e
aprendizagem mais eficaz.
Sendo assim, o tema deste trabalho foi sugerido pelo meu orientado, Héctor Mendoza,
sabendo do meu interesse na metodologia de resolução de problemas e da paixão pela
matemática pura, neste caso a estatística descritiva.
O problema deste trabalho é, as Atividades de Situações Problema em Matemática
através de métodos quantitativos contribuem para umas análises do desempenho na resolução
de problema em Matemática?
Devido a isso, este trabalho tem como objetivo geral, analisar um instrumento
quantitativo para avaliar o desempenho na Atividade de Situações Problema em Matemática.
Para isso, foram definidos como os objetivos específicos, estudar os instrumentos usados para
a Atividade Situações Problema em matemática e verificar a possibilidade de uso e a
contribuição da estatística descritiva para construção de um instrumento para a Atividade
Situações Problema em matemática.
O desenvolvimento deste trabalho será dividido em três capítulos. No primeiro são
apresentados os fundamentos teóricos destacando-se principalmente as teorias da atividade de
estudo e o sistema de ações da atividade de situação problemas (ASP) que servirão como base
15
para os capítulos posteriores. Ainda no primeiro capítulo, apresentamos os conceitos da
estatística, abordando principalmente as medidas de tendência central que irão servir de pilar
para o desenvolvimento do instrumento da atividade de situações problemas.
No segundo capítulo será abordado o procedimento e analises do instrumento
quantitativo da atividade de situações problema em matemática, descrevendo suas
características e o método para designar o resultado quantitativo das ações da ASP.
Por fim, no terceiro capitulo, para exemplo, aplicaremos os métodos do segundo
capítulo em uma prova diagnóstica, mostrando passo a passo o processo de avaliação do
instrumento quantitativo e análises a partir da estatística de tendência central.
Vale informar, que os cálculos e automatização dos processos descritos nos capítulos
dois e três estão apresentados no apêndice A cujo objetivo é tornar prático do todo o processo
de avaliação e analises de dados.
16
CAPÍTULO I: FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Neste capítulo são apresentadas as teorias que fundamentam todo o trabalho. Este
capítulo está dividido em dois momentos: no primeiro temos as duas teorias e conceitos da
aprendizagem, no caso: atividade de estudo e a atividade de situações problema. Em um
segundo momento apresentamos a parte matemática, nesse caso a estatística descritiva.
1.1. ZONA DE DESENVOLVIMENTO PROXIMAL
Este conceito foi criado pelo psicólogo soviético Vygotsky, segundo ele o nível de
desenvolvimento real refere-se a tudo aquilo que a criança já tem consolidado em seu
desenvolvimento, e que ela é capaz de realizar sozinha sem a interferência de um adulto ou de
uma criança mais experiente. Já a “zona de desenvolvimento proximal” refere-se aos
processos mentais que estão em construção na criança, ou que ainda não amadureceram (ver
Figura 1). A “zona de desenvolvimento proximal” é, pois, um domínio psicológico em
constantes transformações, aquilo que a criança é capaz de fazer com a ajuda de alguém hoje,
ela conseguirá fazer sozinha amanhã.
FIGURA 1- ZONA DE DESENVOLVIMENTO PROXIMAL
Fonte: Elaborada pela o autor, 2018.
1.2. A ATIVIDADE DE SITUAÇÕES PROBLEMA EM MATEMÁTICA
No presente trabalho entende-se como atividade o conceito desenvolvido por Leóntiev
e assumido por Galperin e definida por um sistema de ações e cada ação por um sistema de
operações para alcançar um objetivo. Assim, a Atividade de Situações Problema em
Matemática é dita como uma estratégia que pode ser utilizada pelos estudantes para a
formação de habilidades na resolução de problemas matemáticos ou pelo professor como
metodologia de ensino dos conteúdos matemáticos.
17
1.2.1. A atividade de estudo
Mendoza (2016, pag. 5) afirma que “Através da atividade o sujeito se relaciona com o
objeto respondendo a suas necessidades e adotando uma atitude. A interação entre o objeto e
sujeito, possibilita ao último internalizar o objeto e dá solução as tarefas. A vida humana está
formada por um sistema de atividades e elas não existem sem o objeto, mas este último pode
se apresentar independente do sujeito ou como reflexo de sua interação”.
Afirma ainda que: “A atividade está formada por ações, operações e objetivos, ou seja,
o sujeito se relaciona com o mundo exterior através de uma atividade que está formada por
um sistema de ações, a sua vez cada ação, por um sistema de operações para alcançar um
objetivo.”
É importante destacar que a atividade é impulsionada através de um motivo, esse pode
ser material ou ideal. As ações que estão contidas na atividade são impulsionadas pelo
objetivo e as operações provêm das premissas da atividade. O trabalho ainda enfatiza que:
“Uma atividade pode realizar-se através de diferentes ações e uma mesma ação pode formar
parte de diferentes atividades, a sua vez, uma ação pode produzir-se através de diferentes
operações e uma mesma operação pode formar parte de distintas ações.”
Para que ocorra a assimilação de um conhecimento novo, é necessário que o sujeito
execute um sistema de atividades que consequentemente contém um sistema de ações, que
dependendo de determinadas condições do processo de ensino, esse sistema de ações pode
virar uma habilidade ou hábito. Sendo assim, podemos dizer que a atividade, ações,
habilidades ou hábitos atuam como objeto de assimilação.
Com relação a assimilação dos conteúdos, Mendoza (2016, pág. 6) coloca que: “Para
alcançar com êxito a assimilação dos conteúdos pelos alunos, se considera importante a ter em
consideração o significado de um conjunto de elementos tais como ações, operações,
objetivos, motivação, habilidades e hábitos, principalmente.”
Mendoza completa atribuindo ao aluno um conjunto de ações para que a assimilação
de um determinado conteúdo se torne eficiente:
Uma atividade de estudo, por suposto, tem um objetivo de ensino vinculado à
assimilação de certo conteúdo. O aluno necessita realizar um conjunto de ações para ter uma
eficiência na assimilação dos conteúdos, manifestando as habilidades de planejar, controlar,
resumir, corrigir entre outras. Outras ações estão relacionadas com a ciência e a disciplina que
se está estudando. Mas, ações num primeiro nível são ações não resumidas que devem
transitar para ações resumidas no processo de formação das ações mentais. Portanto, para
18
avaliar a assimilação há que analisar a qualidades das ações que se podem ser classificadas em
três níveis: as ações específicas das disciplinas, as ações vinculadas com ciência e as do
processo de assimilação. (Mendoza, 2016, pág. 6)
Para alcançar o êxito no processo de assimilação dos estudantes é importante
determinar as tarefas do professor no processo de ensino e aprendizagem. O professor tem
duas funções principais, ser uma fonte de informação e dirigir o processo de assimilação.
Enquanto fonte de informação deve selecionar os conhecimentos da disciplina, o sistema de
habilidades, explicar os conteúdos e ensinar a lógica de execução das ações. Quanto ao
processo de assimilação, deve dirigir o processo de transformação das ações externas sobre o
objeto em internas, ou seja, a direção deve estar centrada na interação entre o objeto e o
estudante (Talízina, 1984, 1988, 1994)
A direção da atividade de estudo deve considerar os seguintes elementos: o objetivo de
ensino; o estado de partida da atividade psíquica dos estudantes; as tarefas para garantir as
etapas do processo de assimilação; o enlace de retorno ou retroalimentação e a correção do
processo de estudo (Talízina, 1984, 1988, 1994)
1.2.2. Sistema de ações da atividade de situações problema
Como já foi a motivação é o que impulsiona a atividade, logo (Mendoza, 2017, pág.
12) afirma que: “Na motivação se encontram o motivo e a necessidade, um objeto que
responda a suas necessidades que não só estimule a atividade do sujeito, senão também dá
uma orientação definida. A necessidade primeiramente se manifesta como premissa, como
uma condição para a atividade, mas por si só, como fenômeno puramente interior não dirige
nem orienta ao objeto, somente o ativa.”
Portanto tem-se que as habilidades são o produto da sistematização das ações por parte
do sujeito de forma consciente em condições tais que permitam um constante
desenvolvimento, e os hábitos constituem a assimilação dos aspectos estruturais da atividade
que são as operações. Ou seja, as habilidades são ações sistemáticas não automatizadas,
enquanto os hábitos são operações sistemáticas automatizadas. O surgimento dos hábitos tem
como base as habilidades, mas necessariamente não todas as habilidades se convertem em
hábitos (Mendoza, 2017, pág. 12).
Ao colocar que “As ações são realizadas pelo sujeito dirigido para um objetivo e sua
carga motivacional em relação ao objetivo determina se é uma atividade ou uma ação. Mas
ações têm as funções de orientação, execução e controle. A determinação das ações está
estritamente relacionada com as características do objeto e com o objetivo da atividade.” ,
19
Mendoza (2016, pág. 6) afirma que as ações irão depender do objetivo da atividade, ou seja,
uma atividade pode abranger desde apenas uma ação a várias ações, mais à frente iremos
perceber que no processo de assimilação de um conteúdo matemático teremos questões onde
que de acordo com suas características, pode realizar-se através de uma ou mais ações.
A Atividade de Situações Problema (ASP) em Matemática está orientada pelo objetivo
de resolver situações problema na zona de desenvolvimento proximal em um contexto de
ensino aprendizagem onde existe uma interação entre o professor, o estudante e a situação
problema, utilizando-se a resolução de problema em Matemática como metodologia de
ensino, bem como a tecnologia disponível e outros recursos didáticos para transitar pelos
diferentes estados do processo de assimilação. (Mendoza, 2017, pág. 13)
A ASP em Matemática é formada por um sistema invariante de quatro ações com suas
respectivas operações que permitem solucionar várias classes de problemas matemáticos. Na
continuação é exposta o sistema de ações com suas respetivas operações (Mendoza, 2009,
Mendoza et al.,2009, Mendoza; Tintorer, 2010)
A primeira ação é compreender o problema e é formada pelas operações de ler o
problema e extrair todos os elementos desconhecidos, estudar os dados e suas condições e
determinar o(s) objetivo(s) do problema.
A segunda ação é construir o modelo matemático onde é necessário determinar as
variáveis e incógnitas, nominar as variáveis e incógnitas com suas unidades de medidas,
construir o modelo matemático a partir das variáveis, incógnitas e condições e, por último,
realizar a análise das unidades de medidas do modelo matemático.
Solucionar o modelo matemático é a terceira ação formada pelas operações de
selecionar o(s) método(s) matemático(s) para solucionar o modelo, selecionar um aplicativo
que contenha os recursos necessários do(s) método(s) matemático(s) para solucionar o modelo
e por fim, solucionar o modelo matemático.
Por último, a quarta ação é interpretar a solução formada pelas operações de
interpretar o resultado, extrair os resultados significativos que tenham relação com o(s)
objetivo(s) do problema, dar resposta ao(s) objetivo(s) do problema, realizar uma reflexão
baseado no(s) objetivo(s) do problema; analisar, a partir de novos dados, as condições que
tenham relação direta ou não com o(s) objetivo(s) do problema, verificando a existência da
possibilidade de reformular o problema e assim construir novamente o modelo matemático,
solucionar e interpretar a solução.
20
Por exemplo, se um professor que utiliza a ASP como metodologia de ensino, durante
a aula de função quadrática, tem o objetivo de ensinar o método da fórmula de Bháskara para
a obtenção dos zeros de uma função quadrática, tem-se que o professor deve partir de um
problema que tenha como modelo matemático uma equação segundo grau completa (os
demais casos podem ser solucionados isolando “x” ou usando a fatoração). Se o aluno não
sabe ainda resolver uma equação do segundo grau utilizando a fórmula de Bháskara, então a
terceira ação de solucionar o modelo matemático se converte em uma atividade, sendo a
motivação sua necessidade. Por outro lado, se o aluno já sabe como resolver uma equação de
segundo grau por Bháskara, então, solucionar o modelo matemático é uma ação que forma a
ASP.
A ASP é um procedimento que pode resolver muitos problemas que tenham
principalmente modelos matemáticos. Sugere-se, de acordo com a complexidade dos
conteúdos matemáticos a serem assimilados e os conhecimentos prévios dos estudantes e suas
habilidades na resolução de problema, que se comece pela a orientação das ações da ASP com
problemas heurísticos e não com situações problema. (Mendoza, 2017, pág. 14).
1.3.ESTATÍSTICA
Nesta seção é abordado em particular as medidas de estatística descritiva que
fornecem uma indicação do valor central ou médio dos dados observados, também conhecidas
por medidas de tendência central. As medidas de tendência central incluem, além da média, a
moda e a mediana.
Os conceitos apresentados aqui são utilizados nas seções posteriores para descrever ou
resumir os resultados obtidos por meio de atividades realizadas. Ou seja, através de
instrumento os dados se converterão em medidas de centrabilidade que permitirão uma
análise mais resumida do processo de assimilação de cada aluno ou da turma em geral.
Entretanto, antes de iniciarmos a estatística de tendência central, resumimos as regras
de arredondamento na numeração decimal, que será de extrema importância em seções
posteriores.
1.3.1. Regras de arredondamento na numeração decimal 1
Sempre que se trabalha com valores, surge muitas dúvidas quando se tem um valor
com 3 algarismos decimais e é preciso arredondar para 2. A ABNT dispõe sobre as regras de
arredondamento da numeração decimal e ensina como fazer isso (ver Quadro 1):
1 As regras de arredondamento na numeração decimal encontram-se no endereço:
https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/administracao/regras-de-arredondamento/30568
21
QUADRO 1- REGRAS DE ARREDONDAMENTO
Primeiro
algarismo a ser
abandonado
Regra de arredondamento Exemplos
< 5 (menor que 5) Quando o primeiro algarismo a ser
abandonado é 0,1,2,3 ou 4, ficará
inalterado o último algarismo que
permanece.
43,24 passa para 43,2.
54,13 passa para 54,1.
> 5 (maior que 5).
Quando o primeiro algarismo a ser
abandonado é o 6,7,8, ou 9, aumenta-se
em uma unidade o algarismo que
permanece.
23,87 passa para 23,9.
34,08 passa para 34,1.
74,99 passa para 75,0.
= 5 (igual a 5).
Se após o 5 seguir, em qualquer casa, um
algarismo diferente de zero, aumenta-se
uma unidade ao algarismo que
permanece.
6,352 passa para 6,4.
55,6501 passa para 55,7.
96,250002 passa para 96,3.
Se o 5 for o último algarismo ou após o 5
só se seguirem zeros, o último algarismo
a ser conservado só será aumentando de
uma unidade se for ímpar.
14,75 passa para 14,8
24,65 passa para 24,6
34,75000 passa para 34,8
44,8500 passa para 44,8
Fonte: Elaborado pelo autor, 2018.
Outros exemplos:
VALORES ABNT
0,3452 0,35
0,3450 0,35
0,3352 0,34
0,3050 0,31
0,3150 0,32
Observação: Nunca devemos fazer arredondamentos de sucessivos.
1.3.2. ESTATÍSTICAS DE TENDÊNCIA CENTRAL
Antes de apresentar os conceitos de medidas de centrabilidade e variabilidade
resumimos um conceito importante da estatística descritiva que é utilizado com frequência
nos capítulos seguintes.
22
1.3.2.1.Variável
Intuitivamente, entende-se como variável algo que muda, diversifica ou que possui
diferentes formas.
Aqui usaremos a definição formal de Reis (2008, pág. 46) juntamente com a definição
de Iezzi Et al. (2006, pág. 80).
Definição 1. Variável é um símbolo que representa determinada característica de uma
população ou amostra de uma população. Ou ainda, pode-se definir variável como aspectos
investigados que permitirão realizar a análise desejada.
A notação utilizada para uma variável corresponde as letras 𝑥, 𝑦, 𝑧.
Exemplo 1. Uma pesquisa deseja realizar um levantamento da quantidade de filhos
dos habitantes de uma determinada região. Aqui temos como variável a “quantidade de
filhos”. Observe que os valores que essa variável pode receber são 0,1,2,3..., ou seja,
números, dizemos então que a variável “quantidade de filhos” é quantitativa.
Além disso, as variáveis quantitativas, podemos classifica-las em discretas ou
contínuas.
Discretas: São aquelas cujos valores são números inteiros. Exemplo: Idade, número
de irmão, quantidade de acertos ou erros.
Contínuas: São aquelas que assumem valores em uma escala contínua (na reta real),
para as quais valores fracionais fazem sentido. Usualmente são medidas através de algum
instrumento. Exemplo: Altura, Peso, tempo.
Exemplo 2. Uma pesquisa deseja obter o sexo dos estudantes que cursam nível
superior. Aqui, a variável é “sexo”, observe os valores assumidos pela variável “sexo”, são
atributos, não são números, dizemos então que “sexo” é uma variável qualitativa.
Formalmente dizemos que variáveis qualitativas são aquelas que assumem valores
considerados atributos, preferencia, adjetivo, etc. Outros exemplos: Cor dos olhos, grau de
instrução, intenção de voto.
1.3.2.2.Medidas de tendência central
Muitas vezes torna-se útil descrever ou resumir um conjunto de dados estatísticos
através de apenas um valor. Esse valor depende das características dos dados obtidos.
As definições e exemplos apresentados nesta seção foram retirados de Iezzi (2006,
pág. 114-137).
23
1.3.2.2.1. Média aritmética
A média aritmética é a medida de tendência central mais utilizada e de mais fácil
interpretação.
Definição 2. Seja 𝑥 uma variável quantitativa e 𝑥1, 𝑥2, … , 𝑥𝑛 os valores assumidos por
𝑥. Define-se média aritmética de 𝑥, e indicamos por 𝑀𝐴, como a divisão da soma de todos
esses valores de 𝑥 pelo número de valores, isto é:
𝑀𝐴 =∑ 𝑥𝑖
𝑛𝑖=1
𝑛=
𝑥1 + 𝑥2 + ⋯ + 𝑥𝑛
𝑛
O exemplo abaixo encontra-se em https://matika.com.br/media/media-aritmetica.
Exemplo 3. Um aluno, preparando-se para o exame vestibular, fez 12 simulados no
cursinho ao longo do ano. Em cada simulado, o numero de questões era oitenta. Os valores
seguintes correspondem as pontuações obtidas nesses exames
56— 52— 61— 53— 48— 68— 49— 59— 61— 62— 60— 55
Qual a média aritmética desses valores?
Temos:
𝑀𝐴 =∑ 𝑥𝑖
12𝑖=1
12=
56 + 52 + ⋯ + 60 + 55
12=
684
12= 57
A nota média obtida por essse aluno é 57 pontos. Qual é o significado desse valor?
Caso o aluno apresentasse a mesma pontuação (desempenho) em todos os simulados,
essa pontuação deveria ser 57 pontos a fim de que fosse obtida a pontuação total de 684
pontos, equivalentes a soma dos pontos obtidos efetivamente nas 12 provas.
Observe também que em nenhum simulado ocorreu a pontuação média, que é 57
pontos. Isso sugere que, ao calcular a média aritmética de um conjunto de valores podemos
obter um resultado que não coincide com nenhum dos valores que a variável assume.
1.3.2.2.2. Mediana
Em 2002, a população brasileira era constituída por aproximadamente 175 milhões de
habitantes.
A área da superfície do território brasileiro é 8514204,8 𝑘𝑚² .
Assim a densidade demográfica neste ano era:
175 𝑚𝑖𝑙ℎõ𝑒𝑠 𝑑𝑒 ℎ𝑎𝑏𝑖𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒𝑠
8,514 𝑚𝑖𝑙ℎõ𝑒𝑠 𝑑𝑒 𝑘𝑚²≅ 20,6 ℎ𝑎𝑏𝑖𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒𝑠/𝑘𝑚²
No Quadro 2, constam os valores (expressos em habitantes por km²) das densidades
demográficas dos 26 Estados e o Distrito Federal.
24
QUADRO 2- DENSIDADE DEMOGRÁFICA DOS ESTADOS BRASILEIROS
Calculando a média aritmética das densidades relacionadas acima, encontramos:
𝑀𝐴 =∑ 𝑥𝑖
27𝑖=1
27=
1594,1
27≅ 59 ℎ𝑎𝑏𝑖𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒𝑠/𝑘𝑚²
Observe que esse valor é quase o triplo do valor encontrado para densidade
demográfica da população brasileira.
O cálculo da média aritmética ficou muito afetado por conta de lugares com altíssima
concentração populacional.
Como vimos, a média aritmética pode ser muito afetada quando encontramos valores
discrepantes em um conjunto de dados, podendo se tornar uma medida de centrabilidade
pouco representativa do resumo dos dados.
Para contornar esses problemas, definiremos, a seguir, uma medida de centrabilidade
mais resistente aos valores discrepantes denominada mediana.
Definição 3. Sejam 𝑥1 ≤ 𝑥2 … ≤ 𝑥𝑛 os 𝑛 valores ordenados de uma variável 𝑥. A
mediana desse conjunto de valores, indicada por 𝑀𝑒, é definida por:
𝑀𝑒 = {
𝑥(
𝑛+12
), 𝑠𝑒 𝑛 é í𝑚𝑝𝑎𝑟
𝑥(
𝑛2
)+ 𝑥
(𝑛2
+1)
2, 𝑠𝑒 𝑛 é 𝑝𝑎𝑟
Exemplo 4. Vejamos como encontrar a mediana dos valores referentes à introdução
deste tópico.
É preciso inicialmente ordenar os valores (usaremos as siglas dos Estados e a ordem
crescente):
Estado Densidade
Demográfica
Acre 3,7
Alagoas 101,3
Amapá 3,3
Amazonas 1,8
Bahia 23,2
Ceará 50,9
Distrito Federal 352,2
Espirito Santo 76,2
Goiás 14,7
Maranhão 17,0
Mato grosso 2,8
Mato grosso do Sul 5,8
Minas Gerais 30,5
Pará 5,0
Estado Densidade
Demográfica
Paraíba 61,1
Paraná 48,0
Pernambuco 80,3
Piauí 11,3
Rio de Janeiro 328,0
Rio Grande do Norte 52,2
Rio Grande do Sul 36,1
Rondônia 5,8
Roraima 1,5
Santa Catarina 56,1
São Paulo 149,0
Sergipe 81,1
Tocantins 4,2
Fonte: Almanaque Abril, 2002.
25
RR AM MT AP AC TO PA RO MS PI GO MA BA MG RS
𝑥1 𝑥2 𝑥3 𝑥4 𝑥5 𝑥6 𝑥7 𝑥8 𝑥9 𝑥10 𝑥11 𝑥12 𝑥13 𝑥14 𝑥15
Como 𝑛 é ímpar (𝑛 = 27), segue que:
𝑀𝑒 = 𝑥(
27+12
)= 𝑥14
Ou seja, a mediana é a densidade demográfica do Estado de Minas Gerais. Portanto,
𝑀𝑒 = 30,5 habitantes/km². Note que essa medida de centrabilidade é mais representativa que
a média aritmética (59,04).
Exemplo 5. Os números seguintes indicam a quantidade de faltas de um aluno durante
o ano letivo nas dez disciplinas do seu curso:
3—4— 9— 6— 3— 8— 2— 4— 5— 6
Para encontrar o número mediano de faltas do aluno, ordenamos esses valores:
2 3 3 4 4 5 6 6 8 9
𝑥1 𝑥2 𝑥3 𝑥4 𝑥5 𝑥6 𝑥7 𝑥8 𝑥9 𝑥10
Como 𝑛 é par (𝑛 = 10), temos:
𝑀𝑒 =𝑥
(102
)+𝑥
(102
+1)
2=
𝑥5+𝑥6
2=
4+5
2=
9
2= 4,5 faltas.
1.3.2.2.3. Moda
Definição 4. Seja 𝑥 uma variável quantitativa que assume os valores 𝑥1, 𝑥2, … , 𝑥𝑛,
com frequências absolutas iguais a 𝑛1, 𝑛2, … , 𝑛𝑘, respectivamente. Se o máximo entre
𝑛1, 𝑛2, … , 𝑛𝑘 é igual a 𝑛𝑗 , 𝑗 ∈ {1,2, … , 𝑘}, dizemos que a moda, indicada por 𝑀𝑜 é igual ao
valor 𝑥𝑗. Ou seja:
A moda de um conjunto de valores corresponde ao valor que ocorre mais vezes.
Exemplo 6. Vamos determinar a moda dos seguintes conjunto de valores:
40— 44— 42— 23— 36— 40
Observe que o valor que ocorre mais vezes é 40, logo 𝑀𝑜 = 40
12— 13— 19— 13— 14— 12— 16
Há duas modas, 12 e 13, pois esses valores ocorrem com mais frequência. Dizemos
que se trata de uma distribuição bimodal.
0,6— 0,7— 0,5— 0,8— 0,3— 0,4— 0,9
PR CE RN SC PB ES PE SE AL SP RJ DF
𝑥16 𝑥17 𝑥18 𝑥19 𝑥20 𝑥21 𝑥22 𝑥23 𝑥24 𝑥25 𝑥26 𝑥27
26
Observe que aqui todos os valores ocorrem com a mesma frequência, neste caso
dizemos que não há moda nessa distribuição.
1.3.2.3.Medidas de dispensão
Estudamos, na seção anterior, mecanismos para encontrar valores (média, mediana e
moda) que sintetizam o comportamento dos elementos de um conjunto de dados. Esses
valores fornecem parâmetros significativos para uma análise dos dados, porém ainda é
importante identificar como variam ou diferenciam as características dos elementos de um
conjunto.
Nesta seção, aprenderemos como medir o grau de concentração ou dispersão dos
dados em torno da média. Por isso estudaremos as principais medidas de dispersão, que são:
variância e desvio padrão. A escolha de uma medida em relação à outra dependerá do objetivo
que se pretende alcançar.
1.3.2.3.1. Variância
A variância e o desvio padrão são medidas que levam em consideração a totalidade
dos valores da variável em estudo, e não apenas os valores externos, como a amplitude total
(CRESPO, 2002). Por isso, essas medidas são índices de variabilidade bastantes estáveis e,
consequentemente, muito utilizados no cotidiano. Além disso, a variância e o desvio padrão
complementam informações obtidas pelas medidas de tendência central.
Definição 5. Seja 𝑥 uma variável quantitativa que assume os valores 𝑥1, 𝑥2, … , 𝑥𝑛 e �̅�
a média aritmética correspondente a esses valores. A variância desses valores indicada por
𝑉𝑎𝑟(𝑥) ou 𝜎² é definida por:
𝜎2 =∑ (𝑥𝑖 − �̅�𝑛
𝑖=1 )²
𝑛=
(𝑥1 − �̅�)2 + (𝑥2 − �̅�)2 + ⋯ + (𝑥𝑛 − �̅�)2
𝑛
Notemos que cada termo do numerado corresponde ao quadrado da diferença entre um
valor observado e o valor médio. Essa diferença traduz o quanto um valor observado se
distancia do valor médio.
Exemplo 7. Vamos determinar a variância dos seguintes conjuntos de valores:
2— 3— 4— 5— 6
Aqui, a média é �̅� = 4, logo:
𝜎² =(2 − 4)2 + (3 − 4)2 + (4 − 4)2 + (5 − 4)2 + (6 − 4)2
5= 2
27
1.3.2.3.2. Desvio Padrão
O desvio padrão é a medida de dispersão mais utilizada porque aponta de forma mais precisa
a dispersão dos valores em relação à média aritmética (NAZARETH, 2003).
Definição 6. Sejam 𝑥1, 𝑥2, … , 𝑥𝑛 os valores assumidos por uma variável 𝑥. Chamamos
desvio padrão de 𝑥, indicado por DP(𝑥) ou 𝜎, a raiz quadrada da variância de 𝑥.
𝜎 = √∑ (𝑥𝑖 − �̅�𝑛
𝑖=1 )²
𝑛= √
(𝑥1 − �̅�)2 + (𝑥2 − �̅�)2 + ⋯ + (𝑥𝑛 − �̅�)2
𝑛
Exemplo 8. Vamos determinar o desvio padrão dos seguintes conjuntos de valores:
2— 3— 4— 5— 6
Aqui, a média é �̅� = 4, logo:
𝜎 = √(2 − 4)2 + (3 − 4)2 + (4 − 4)2 + (5 − 4)2 + (6 − 4)2
5= √2
2— 2— 3— 4— 4
Aqui, a média é �̅� = 3, logo:
𝜎 = √(2 − 3)2 + (2 − 3)2 + (3 − 3)2 + (4 − 3)2 + (4 − 3)2
5= √
4
5
(−2)— (−1)— (−1)— (0)— 1— 3
Aqui, a média é �̅� = 0, logo:
𝜎 = √(−2 − 0)2 + (−1 − 0)2 + (−1 − 0)2 + (0 − 0)2 + (1 − 0)2 + (3 − 0)²
6
= √16
6= √
8
3
1.3.2.3.3. Comparação das medidas de tendência central
Não existe uma regra geral para determinar qual a medida de tendência central é mais
apropriada para descrever uma determinada distribuição. Há casos que não faz diferença na
escolha dessas medidas, nesses casos tanto a média, mediana e moda são iguais. Porém, há
casos em que a escolha deve ser feita depois de uma análise das características de cada uma
das medidas e do tipo de dados disponíveis.
Apresenta-se, em seguida, o Quadro 3 com o resumo das vantagens e desvantagens de
cada uma das medidas de tendência central.
28
QUADRO 3 - VANTAGENS E DESVANTAGENS DAS MEDIDAS DE TENDÊNCIA
CENTRAL
Medida Vantagens Desvantagens
Média
É a medida mais usada e conhecida Ser influenciada por valores extremos
que tomam um peso significativo no
cálculo da média.
É fácil de calcular É um valor que faça parte do conjunto
de dados.
É facilmente incluída em equações
matemáticas.
A média não pode ser calculada numa
Distribuição de Frequências que
possua Classes Extremas Abertas.
É fácil de interpretar Não possui precisão quanto a
distribuição em que os valores
ocorrem.
É utilizada toda a informação
disponível.
Não necessariamente tem existência
real, isto é, nem sempre.
Mediana
Mesmo alterando-se alguns valores da
série pode ser que a mediana se
mantenha inalterada;
Valores extremos não interferem no
resultado;
A mediana flutua mais de amostra para
amostra do que a média aritmética;
portanto, é menos confiável. Não utiliza
a totalidade dos dados.
Mesmo que os valores extremos não
sejam apresentados, ela pode ser
calculada;
Quando há valores repetidos, a
interpretação do valor mediano não é
tão simples.
É um valor posicional, não vem
definido por uma expressão
matemática.
Se for determinada a mediana dos
grupos separados, não será encontrada a
mediana do grupo.
Moda
Os valores extremos não interferem no
resultado da moda;
Não pode ser utilizada em distribuições
bimodais ou multimodais.
Não depende de todos os valores da
série, nem de sua ordenação, podendo
mesmo não se alterar com a
modificação de alguns deles.
Pode estar afastada do centro de
observações.
Fácil de encontrar Difícil de incluir em equações
matemáticas.
Pode ter mais de uma.
Não usa todos os dados.
Fonte: Elaborada pelo autor (2018).
29
CAPÍTULO II: PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Neste capítulo são abordados o procedimento e as análises do instrumento quantitativo
da atividade de situações problema em matemática, descrevendo suas características e o
método para designar o resultado quantitativo das ações da ASP.
2.1.DESCRIÇÃO DAS VARIÁVEIS QUANTITATIVAS
No Quadro 4, são apresentados os parâmetros para as análises qualitativa e
quantitativa, destacando-se entre os indicadores o elemento essencial que servirá de parâmetro
para as análises quantitativas.
Fonte: Chirone, 2016.
QUADRO 4- PARÂMETROS PARA ANÁLISE QUALITATIVA E QUANTITATIVA
CATEGORIAS/
VARIÁVEIS
(Ações)
INDICADORES (Operações) ELEMENTO
ESSENCIAL
Compreender o
Problema
a) Extrair os dados do problema,
b) Determinar as condições do problema,
c) Definir o (s) objetivo (s) do problema.
Item c
Construir o
Modelo
a) Determinar as variáveis e incógnitas,
b) Nominar as variáveis e incógnitas com suas
medidas,
c) Construir o modelo matemático a partir das
variáveis incógnitas e das informações extraídas do
problema,
d) Realizar as análises das unidades de medidas do
modelo matemático e critério de aprovação
Item c
Solucionar o
Modelo
a) Selecionar o (s) método (s) matemático (s) para
solucionar o modelo matemático;
b) Utilizar os recursos necessários para solucionar o
modelo;
c) Solucionar o modelo matemático e o critério de
aprovação
Item b
Interpretar a
Solução
a) Interpretar o resultado.
b) Extrair os resultados significativos que tenham
relação com o (s) objetivo (s) do problema.
c) Dá resposta ao (s) objetivo (s) do problema.
d) Realizar um relatório baseado no (s) objetivo (s)
do problema;
e) Analisar a partir de novos dados e condições que
tenham relação direta ou não com o (s) objetivo (s)
do problema, a possibilidade de reformular o
problema, construir novamente o modelo
matemático, solucionar o modelo matemático e
interpretar a solução.
Item c
30
Lembrando que as ações da ASP são compreender o problema, construir o modelo
matemático, solucionar o modelo matemático e interpretar a solução.
Nas análises quantitativas as ações são convertidas em variáveis mensuráveis com
valores ordinais 1, 2, 3, 4 e 5, ou seja, temos a variáveis compreender o problema, construir o
modelo matemático, solucionar o modelo matemático e interpretar a solução.
Em cada variável existe um indicador (constituído pelas operações da ASP) como
critério de essencial, ou seja, é considerado como o conhecimento mínimo que deve ter o
aluno.
No Quadro 5 apresenta os critérios para designar o resultado quantitativo em cada
ação da ASP.
QUADRO 5 - DIMENSÕES DAS CATEGORIAS DE AVALIAÇÃO
Definição Conceitual: É a capacidade dos alunos resolver problemas e suas transferências
para situações novas
Definição Operacional: É a capacidade de desempenho comparando um ponto inicial com
outro, a fim de resolver problemas e estabelecer transferências para situações novas.
Dimensão Descrição
𝑦1 Desempenho de compreender o problema
𝑦2 Desempenho de construir o modelo
𝑦3 Desempenho de solucionar o modelo
𝑦4 Desempenho de interpretar a solução
Medição: Para designar o resultado quantitativo a cada dimensão (𝑦1, 𝑦2, 𝑦3, 𝑦4) será utilizado uma escala de 1 até 5 pontos com os seguintes critérios:
Se o aluno tem correto somente o indicador essencial, obterá a quantificação de três
(3).
Se todos os indicadores estão incorretos, obterá a quantificação de um (1).
Se todos os indicadores estão corretos, obterá quantificação cinco (5).
Se o indicador essencial está incorreto ou parcialmente incorreto e/ou existe pelo
menos outro indicador parcialmente correto, obterá a quantificação de dois (2)
Se o indicador essencial está correto, mas existe pelo menos outro indicador
parcialmente correto, obterá a quantificação de quatro (4).
Fonte: Adaptado de Mendoza, 2009.
2.2.INSTRUMENTO DA ATIVIDADE DE SITUAÇÕES PROBLEMA
Os instrumentos utilizados para coleta de dados podem variar desde provas de lápis e
papel, questionários, autoavaliações, observações, entrevistas e registros pessoais do
professor. Aqui, restringiremos a coleta de dados apenas através de provas formativas.
As ações avaliadas irão depender das características das questões e as questões podem
abordar desde apenas uma ação até todas as quatro ações da ASP.
31
Apresenta-se no Quadro 6 um modelo para a identificação das características de cada
uma das questões da prova formal em relação as ações da ASP.
QUADRO 6- CARACTERÍSTICAS DAS QUESTÕES DA PROVA DIAGNÓSTICA
EM RELAÇÃO AS AÇÕES DA ASP
Questão 1ªA 2ªA 3ªA 4ªA Contexto da questão
𝑄1
𝑄2
...
𝑄𝑛
Legenda: (1ªA) ação compreender o problema; (2ªA) construir o modelo matemático; (3ªA)
solucionar o modelo matemático; (4ªA) ação interpretar a solução. Fonte: Adaptado de Chirone, 2016.
Para identificar as características das questões em relação as ações da ASP podemos
usar os seguintes caracteres:
! — Indicando quais são as informações dadas nas questões.
? — Ações estão sendo avaliadas.
* — Quais ações não estão sendo verificadas.
Exemplo 1: Para determinar o tamanho de uma TV ou monitor, mede-se o tamanho da
diagonal da sua tela em polegadas. Por exemplo, uma TV de 40” (40” = 40 𝑝𝑜𝑙𝑒𝑔𝑎𝑑𝑎𝑠)
possui uma diagonal igual à 40 polegadas (Figura 1).
FIGURA 2- DIAGONAL DA TELA DE UMA TV
Fonte: Elaborada pelo autor, 2018.
Sabendo disso, determine as polegadas de uma TV que possui uma tela com 47,94”
de largura e 26,96” de altura (arredonde o resultado para um número inteiro).
Abaixo, encontra-se o Quadro 7com as características do exemplo. Percebe-se que o
exemplo avalia e apresenta informações nas ações 1ªA e 4ªA, já nas ações 2ª e 3ª somente
avalia.
32
QUADRO 7- CARACTERÍSTICAS DAS QUESTÕES DA PROVA DIAGNÓSTICA
EM RELAÇÃO AS AÇÕES DA ASP
Questão 1ªA 2ªA 3ªA 4ªA Contexto da questão
𝑄1 !? ? ? !? Determinar as polegadas de uma tv.
Legenda: (1ªA) ação compreender o problema; (2ªA) construir o modelo matemático; (3ªA)
solucionar o modelo matemático; (4ªA) ação interpretar a solução; (!) Informação dada na
questão; (?) ação avaliada; (!?)ação avaliada com informações dadas, (*) ação não
verificada. Fonte: Adaptado de Chirone, 2016.
Assim, para avaliar o desempenho dos alunos em uma questão iremos utilizar o Quadro 8,
que apresenta a questão avaliada, as ações especificadas dessa questão com suas respectivas operações
e, por fim, os alunos avaliados.
QUADRO 8- AÇÕES E OPERAÇÕES
Questão Ação Operações A01 A02 ... An
𝑄𝑖
1ª
a) extrair todos os elementos desconhecidos ...
b) Estudar os dados e suas condições ...
c) Reconhecer o (s) objetivo (s) do problema ...
Total ...
2ª
a) Determinar as variáveis e incógnitas ...
b) Nominar as variáveis, incógnitas com suas medidas ...
c) Construir o modelo matemático a partir das variáveis
incógnitas e informações extraídas do problema ...
d) Realizar análises das unidades de medidas do modelo
matemático ...
Total ...
3ª
a) Selecionar o (s) método (s) matemático (s) para
solucionar o modelo matemático ...
b) Utilizar os recursos necessários para solucionar o
modelo ...
c) Solucionar o modelo matemático e o critério de
aprovação ...
Total ...
4ª
a) Interpretar o resultado ...
b) Extrair os resultados significativos que tenham relação
com o (s) objetivo (s) do problema ...
c) Dar resposta ao (s) objetivo (s) do problema. ...
d) Realizar um relatório baseado no (s) objetivo (s) do
problema; ...
e) Analisar a partir de novos dados e condições que tenham
relação direta ou não com o(s) objetivo(s) do problema
existindo a possibilidade de reformular o problema e assim
construir novamente o modelo matemático, solucioná-lo e
interpretar sua solução.
...
Total ...
SOMA DOS INDICADORES DAS AÇÕES (y)
Fonte: Elaborado pelo autor, 2018.
O Quadro 8, apresenta as quatro ações, porém, como sabemos a quantidade de ações depende
das características da questão.
O preenchimento do quadro será feito da seguinte maneira:
33
S→ Se o aluno conseguiu concluir a operação correspondente.
N→ Se o aluno não conseguiu concluir a operação correspondente.
Sendo assim, em cada ação, teremos um conjunto de valores nominais (s ou n) que
serão convertidos em um indicador que variam de 1 até 5, por meio dos seguintes critério:
Se o aluno tem somente correto o indicador essencial, obterá a quantificação de três
(3).
Se todos os indicadores estão incorretos, obterá a quantificação de um (1).
Se todos os indicadores estão corretos, obterá quantificação cinco (5).
Se o indicador essencial está incorreto ou parcialmente incorreto e/ou existe pelo
menos outro indicador parcialmente correto, obterá a quantificação de dois (2)
Se o indicador essencial está correto, mas existe pelo menos outro indicador
parcialmente correto, obterá a quantificação de quatro (4).
Os indicadores são preenchidos nas células correspondentes ao total dos alunos em
cada ação, além disso, o mesmo processo se repete nas demais questões. Os resultados de
cada questão podem ser organizados em um quadro (como descrito no Quadro 9), assim, a
partir desses dados obtemos as medidas de tendência centrais:
QUADRO 9 - DESCRIÇÃO DAS AÇÕES
𝑄𝑖
Alunos 1ª𝐴 2ª𝐴 3ª𝐴 4ª𝐴 y
A01
A02
...
...
...
...
...
...
An
Média
Mediana
Moda
DP
Fonte: Elaborado pelo autor, 2018.
Ao final desse processo, reunimos os resultados em apenas um quadro (como descrito
no Quadro 10) que contém a média de cada aluno em cada ação. Vale observar que apesar do
quadro apresentar todas as ações da ASP, haverá casos em que determinadas ações estarão
ausentes devido às características das questões correspondentes.
34
QUADRO 10- DESEMPENHO DA ATIVIDADE DE SITUAÇÃO PROBLEMA.
𝑄1 𝑄2 ... 𝑄𝑘 Média das ações
Alunos 1ª𝐴 2ª𝐴 3ª𝐴 4ª𝐴 y 1ª𝐴 2ª𝐴 3ª𝐴 4ª𝐴 y ... 1ª𝐴 2ª𝐴 3ª𝐴 4ª𝐴 y 1ª𝐴 2ª𝐴 3ª𝐴 4ª𝐴 w
A01 ...
A02 ...
...
...
...
...
...
...
...
...
...
...
...
...
...
...
...
...
...
...
...
...
...
...
An ...
Média ...
Mediana ...
Moda ...
DP ...
𝑄𝑖=Questões; 𝐴=Ação; 𝑦=Soma dos indicadores das ações; 𝑤 =soma das médias das ações;
𝐷𝑃 =Desvio padrão
Fonte: Elaborado pelo autor, 2018.
Com o quadro acima preenchido, pode-se usar gráficos que resumam os resultados
obtidos, na seção posterior, é exposto alguns gráficos referentes aos resultados da prova
diagnóstica elaborada por Jardel ( 2016).
35
CAPÍTULO III: PROPOSTA DO INSTRUMENTO DA ATIVIDADE DE SITUAÇÕES
PROBLEMA
Neste capítulo é apresentado um exemplo que abrange desde a elaboração do
instrumento de avaliação até a construção dos gráficos dos resultados. Para isso, usaremos a
prova diagnóstica e as análises feitas por Jardel (2016) com nove estudantes do segundo ano
do ensino médio. Neste trabalho o autor explica o objetivo da prova diagnóstica e conteúdo
avaliado: “A prova diagnostica teve como objetivo essencial, constatar o conhecimento prévio
dos estudantes (Objetivo do Ensino e Nível de Partida para a formação e orientação da BOA)
do 2º ano do ensino médio, em relação as ações e as operações realizadas no processo
avaliativo, que antecede o processo de ensino orientado pela Atividade de Situações
Problemas no Conteúdo de sistemas de equações lineares. Naturalmente que na prova de lápis
e papel, envolveu-se as características de questões/problemas heurísticos e conteúdo que já
estudaram no 1º ano do ensino médio sobre equações do 1º grau. O contexto dos problemas
baseia-se nas ideias do cotidiano. Este processo permite conhecer o nível que os estudantes
apresentam em relação aos conteúdos prévios exigidos para a pesquisa.”
3.1 A PROVA DIAGNÓSTICA
Questão 1
Resolva algebricamente:
a) 11𝑥 − 13 = 64
b) 5𝑥 + 2 = 12
a) 10𝑥 + 2 = 5𝑥 + 12
Essa questão está relacionada com a categoria de solucionar o modelo, tendo o
estudante que determinar o valor numérico das equações.
Questão 2
Hoje um rapaz tem 24 anos e seu pai tem 42 anos, houve uma época que a idade do pai
foi o triplo da do filho.
a) Atualmente qual é a soma das idades do filho e do pai?
b) Construa a expressão que representa a idade do pai quando tinha o triplo da idade
do filho.
c) Qual era a idade do pai quando tinha o triplo da idade do filho?
Nesse problema se pretende observar a compreensão da questão pela visão do aluno, a
pergunta “a” pretende induzir o aluno a extrair as informações conhecidas do problema, logo
em seguida a pergunta “b” tem o objetivo de induzir o estudante a utilizar essas informações
36
conhecidas e assim buscar obter as informações desconhecidas do problema que é a idade do
pai. Nesse contexto o aluno vai assim buscar um método para solucionar o problema.
Questão 3
Uma mãe dividirá R$ 625,00 entre seus três filhos: o do meio receberá R$ 45,00 a
mais que o caçula e o mais velho receberá o dobro do filho do meio. Responda as questões
abaixo:
a) Encontre a quantia exata que cada filho receberá.
b) Como podemos representar essa mesma situação se o filho mais velho recebesse a
metade e não o dobro do filho do meio? Considerando esta nova situação, quanto receberia o
filho caçula?
Nessa questão o objetivo é estimular o estudante a desenvolver suas habilidades nas
quatro ações e verificar sua compreensão do problema diante de uma nova mudança nas
informações.
Questão 4
Segundo um censo escolar, a escola Tancredo Neves é a escola com menor número de
alunos matriculados. Já a escola Girassol, cujo número de alunos equivale ao triplo da escola
Tancredo Neves mais 312, é a escola com o maior número de alunos matriculados. Sabendo
que juntas a escola Tancredo Neves e a escola Girassol têm 668 alunos matriculados,
determine quantos alunos têm cada escola. Justifique sua resposta.
De acordo a análise dessa prova diagnostica, as questões se caracterizam da seguinte
maneira mostrado no Quadro 11.
QUADRO 11- CARACTERÍSTICAS DAS QUESTÕES
Questão 1ªA 2ªA 3ªA 4ªA Contexto da questão
𝑄1 * * ? * Resolver equações de 1º grau
𝑄2 ? ? ? * Solucionar um problema envolvendo equação do 1º grau
𝑄3 * ? ? ? Solucionar um problema envolvendo equação do 1º grau
𝑄4 ? ? ? ?
Solucionar e interpretar um problema envolvendo equação
do 1º grau
Legenda: (1ªA) ação compreender o problema; (2ªA) construir o modelo matemático; (3ªA)
solucionar o modelo matemático; (4ªA) ação interpretar a solução; (!) Informação dada na
questão; (?) ação avaliada; (!?)ação avaliada com informações dadas, (*) ação não
verificada.
Fonte: Adaptado de Chirone, 2016.
Observando o quadro, percebemos que:
A primeira questão (𝑄1) aborda apenas uma ação da ASP, a 3ªA.
A segunda questão (𝑄2) aborda três primeiras ações da ASP, 1ªA, 2ªA e 3ªA.
37
A terceira questão (𝑄3) aborda três ações da ASP, 2ªA, 3ªA e 4ªA.
A quarta questão (𝑄2) aborda todas ações da ASP, 1ªA, 2ªA, 3ªA e 4ªA.
Através dos resultados da avaliação, podemos montar um quadro específico de cada
questão, contendo os indicadores em cada ação.
3.2.AVALIANDO A QUESTÃO 1
O Quadro 12, mostra os resultados organizados por ações e operações da primeira
questão.
QUADRO 12- AÇÕES E OPERAÇÕES DA PRIMEIRA QUESTÃO
𝑄1
Ação Operações A01 A02 A03 A04 A05 A06 A07 A08 A09
3ªA
a) Selecionar o (s) método (s) matemático (s)
para solucionar o modelo matemático s s s n n n n n s
b) Utilizar os recursos necessários para
solucionar o modelo n s s n n n n n s
c) Solucionar o modelo matemático e o
critério de aprovação n s s n n n n n s
Total
Fonte: Jardel, 2018.
Observe que no quadro da primeira questão, temos a especificação da questão, as
ações que caracterizam a questão, suas respectivas operações (destacando o indicador
essencial) e como foram avaliados nove alunos (A01, A02, ..., A09). Ainda, nota-se que o
quadro já foi preenchido com os resultados obtidos por Jardel (2016).
O próximo passo é converter esses valores nominais em valores quantitativos
(indicadores). Para isso, usaremos o Quadro 4.
Exemplo, o aluno A01 não conseguiu concluir o indicador essencial (o indicador
essencial está incorreto ou parcialmente incorreto) e existe pelo menos outro indicador
parcialmente correto (a e b), logo, A01 obterá a quantificação de 2 na 𝑄1. O aluno A02
conseguiu concluir todas as operações, logo, A02 obterá a quantificação de 5 na primeira
questão.
Esse mesmo processo se repete para os demais alunos, e ao final desse processo tem-
se o Quadro 13:
38
QUADRO 13- AÇÕES E OPERAÇÕES DA PRIMEIRA QUESTÃO
𝑄1
Ação Operações A01 A02 A03 A04 A05 A06 A07 A08 A09
3ªA
a) Selecionar o (s) método (s) matemático (s)
para solucionar o modelo matemático s s s n n n n n s
b) Utilizar os recursos necessários para
solucionar o modelo n s s n n n n n s
c) Solucionar o modelo matemático e o
critério de aprovação n s s n n n n n s
Total 2 5 5 1 1 1 1 1 5
Fonte: Jardel, 2018.
Analogamente preenchemos os quadros referentes as demais questões da prova diagnóstica.
3.3.AVALIANDO A QUESTÃO 2
Os resultados da segunda questão estão descritos no Quadro 14:
QUADRO 14-AÇÕES E OPERAÇÕES DA SEGUNDA QUESTÃO
𝑄2
Ação Operações A01 A02 A03 A04 A05 A06 A07 A08 A09
1ªA
a) extrair todos os elementos
desconhecidos n s s s n s n n s
b) Estudar os dados e suas
condições n s s n n n n n s
c) Reconhecer o (s) objetivo (s) do
problema n s s s n s n n s
Total
2ªA
a) Determinar as variáveis e
incógnitas n n s n n n n n s
b) Nominar as variáveis, incógnitas
com suas medidas n n s n n n n n n
c) Construir o modelo matemático a
partir das variáveis incógnitas e
informações extraídas do problema
n n s s n n n n s
d) Realizar análises das unidades
de medidas do modelo matemático n n s n n s n n s
Total
3A
a) Selecionar o (s) método (s)
matemático (s) para solucionar o
modelo matemático
n n s s n n n n s
b) Utilizar os recursos necessários
para solucionar o modelo n n n n n n n n s
c) Solucionar o modelo
matemático e o critério de
aprovação
n n s s n s n n s
Total
Total geral
Fonte: Jardel, 2018.
39
Através dos resultados da segunda questão, montamos o quadro abaixo já com a
pontuação de cada aluno. Observe que nessa questão avaliamos mais de uma ação, portanto,
ao final somaremos os totais de cada ação:
QUADRO 15-AÇÕES E OPERAÇÕES DA SEGUNDA QUESTÃO
𝑄2
Ação Operações A01 A02 A03 A04 A05 A06 A07 A08 A09
1ªA
a) extrair todos os elementos
desconhecidos n s s s n s n n s
b) Estudar os dados e suas
condições n s s n n n n n s
c) Reconhecer o (s) objetivo
(s) do problema n s s s n s n n s
Total 1 5 5 4 1 4 1 1 5
2ªA
a) Determinar as variáveis e
incógnitas n n s n n n n n s
b) Nominar as variáveis,
incógnitas com suas medidas n n s n n n n n n
c) Construir o modelo
matemático a partir das
variáveis incógnitas e
informações extraídas do
problema
n n s s n n n n s
d) Realizar análises das
unidades de medidas do
modelo matemático
n n s n n s n n s
Total 1 1 5 2 1 3 1 1 4
3A
a) Selecionar o (s) método (s)
matemático (s) para
solucionar o modelo
matemático
n n s s n n n n s
b) Utilizar os recursos
necessários para solucionar o
modelo
n n n n n n n n s
c) Solucionar o modelo
matemático e o critério de
aprovação
n n s s n s n n s
Total 1 1 4 4 1 3 1 1 5
Total geral 3 7 14 10 3 8 3 3 14
Fonte: Jardel, 2018.
3.4.AVALIANDO A QUESTÃO 3
Os resultados da terceira questão estão descritos no Quadro 16:
40
QUADRO 16- AÇÕES E OPERAÇÕES DA TERCEIRA QUESTÃO
𝑄3
Ação Operações A01 A02 A03 A04 A05 A06 A07 A08 A09
2ªA
a) Determinar as variáveis e
incógnitas n n s n n n n n s
b) Nominar as variáveis, incógnitas
com suas medidas n n n n n n n n n
c) Construir o modelo matemático a
partir das variáveis incógnitas e
informações extraídas do problema n n s n n n n n s
d) Realizar análises das unidades
de medidas do modelo matemático n n n n n n n n s
Total
3ªA
a) Selecionar o (s) método (s)
matemático (s) para solucionar o
modelo matemático n n s n n n n n s
b) Utilizar os recursos necessários
para solucionar o modelo n n n n n n n n n
c) Solucionar o modelo
matemático e o critério de
aprovação
n n s n n n n n s
Total
4ªA
a) Interpretar o resultado n n n n n n n n n
b) Extrair os resultados
significativos que tenham relação
com o (s) objetivo (s) do problema n n n n n n n n n
c) Dar resposta ao (s) objetivo (s)
do problema. n n n n n n n n s
d) Realizar um relatório baseado no
(s) objetivo (s) do problema; n n n n n n n n n
e) analisar a partir de novos dados e
condições que tenham relação direta
ou não com o(s) objetivo(s) do
problema existindo a possibilidade
de reformular o problema e assim
construir novamente o modelo
matemático, solucioná-lo e
interpretar sua solução. Por
n n n n n n n n n
Total
Total geral
Fonte: Jardel, 2018.
Com os resultados da terceira questão, preenchemos o Quadro 17 com a pontuação de
cada aluno. Observe que nessa questão também avalia-se mais de uma ação:
41
QUADRO 17- AÇÕES E OPERAÇÕES DA TERCEIRA QUESTÃO
𝑄3
Ação Operações A01 A02 A03 A04 A05 A06 A07 A08 A09
2ªA
a) Determinar as variáveis e
incógnitas n n s n n n n n s
b) Nominar as variáveis, incógnitas
com suas medidas n n n n n n n n n
c) Construir o modelo matemático a
partir das variáveis incógnitas e
informações extraídas do problema n n s n n n n n s
d) Realizar análises das unidades
de medidas do modelo matemático n n n n n n n n s
Total 1 1 2 1 1 1 1 1 4
3ªA
a) Selecionar o (s) método (s)
matemático (s) para solucionar o
modelo matemático n n s n n n n n s
b) Utilizar os recursos necessários
para solucionar o modelo n n n n n n n n n
c) Solucionar o modelo
matemático e o critério de
aprovação
n n s n n n n n s
Total 1 1 4 1 1 1 1 1 4
4ªA
a) Interpretar o resultado n n n n n n n n n
b) Extrair os resultados
significativos que tenham relação
com o (s) objetivo (s) do problema n n n n n n n n n
c) Dar resposta ao (s) objetivo (s)
do problema. n n n n n n n n s
d) Realizar um relatório baseado no
(s) objetivo (s) do problema; n n n n n n n n n
e) analisar a partir de novos dados e
condições que tenham relação direta
ou não com o(s) objetivo(s) do
problema existindo a possibilidade
de reformular o problema e assim
construir novamente o modelo
matemático, solucioná-lo e
interpretar sua solução. Por
n n n n n n n n n
Total 1 1 1 1 1 1 1 1 3
Total geral 3 3 7 3 3 3 3 3 11
Fonte: Jardel, 2018.
3.5.AVALIANDO A QUESTÃO 4
Os resultados da quarta questão estão descritos no Quadro 18:
42
QUADRO 18- AÇÕES E OPERAÇÕES DA QUARTA QUESTÃO
𝑄4
Ação Operações A01 A02 A03 A04 A05 A06 A07 A08 A09
1ªA
a) extrair todos os elementos
desconhecidos n n n n n n n n n
b) Estudar os dados e suas
condições n n n n n n n n n
c) Reconhecer o (s) objetivo (s) do
problema n n n n n n n n n
Total 1 1 1 1 1 1 1 1 1
2ªA
a) Determinar as variáveis e
incógnitas n n n n n n n n n
b) Nominar as variáveis, incógnitas
com suas medidas n n n n n n n n n
c) Construir o modelo matemático a
partir das variáveis incógnitas e
informações extraídas do problema n n n n n n n n n
d) Realizar análises das unidades
de medidas do modelo matemático n n n n n n n n n
Total 1 1 1 1 1 1 1 1 1
3ªA
a) Selecionar o (s) método (s)
matemático (s) para solucionar o
modelo matemático n n n n n n n n n
b) Utilizar os recursos necessários
para solucionar o modelo n n n n n n n n n
c) Solucionar o modelo
matemático e o critério de
aprovação
n n n n n n n n n
Total 1 1 1 1 1 1 1 1 1
4ªA
a) Interpretar o resultado n n n n n n n n n
b) Extrair os resultados
significativos que tenham relação
com o (s) objetivo (s) do problema n n n n n n n n n
c) Dar resposta ao (s) objetivo (s)
do problema. n n n n n n n n n
d) Realizar um relatório baseado no
(s) objetivo (s) do problema; n n n n n n n n n
e) analisar a partir de novos dados e
condições que tenham relação direta
ou não com o(s) objetivo(s) do
problema existindo a possibilidade
de reformular o problema e assim
construir novamente o modelo
matemático, solucionálo e
interpretar sua solução. Por
n n n n n n n n n
Total 1 1 1 1 1 1 1 1 3
Total geral 4 4 4 4 4 4 4 4 4
Fonte: Jardel, 2018.
43
Em resumo, os resultados da aplicação da prova de lápis e papel, aos nove alunos, na
fase diagnóstica (pré-teste) podem ser observados em conformidade com o Quadro 19
abaixo, o mesmo apresenta o desempenho dos alunos no teste diagnóstico.
QUADRO 19- TOTAL DA PONTUAÇÃO DOS DESEMPENHOS DOS ALUNOS
𝑄1 𝑄2 𝑄3 𝑄4 Média das ações
Alunos 3ª𝐴 1ª𝐴 2ª𝐴 3ª𝐴 𝑦 2ª𝐴 3ª𝐴 4ª𝐴 y 1ª𝐴 2ª𝐴 3ª𝐴 4ª𝐴 y 1ª𝐴 2ª𝐴 3ª𝐴 4ª𝐴 w
A01 2 1 1 1 3 1 1 1 3 1 1 1 1 4
A02 5 5 1 1 7 1 1 1 3 1 1 1 1 4
A03 5 5 5 4 14 2 4 1 7 1 1 1 1 4
A04 1 4 2 4 10 1 1 1 3 1 1 1 1 4
A05 1 1 1 1 3 1 1 1 3 1 1 1 1 4
A06 1 4 1 3 8 1 1 1 3 1 1 1 1 4
A07 1 1 1 1 3 1 1 1 3 1 1 1 1 4
A08 1 1 1 1 3 1 1 1 3 1 1 1 1 4
A09 5 5 4 5 14 4 4 3 11 1 1 1 1 4
Média
Mediana
Moda
DP
𝑄𝑖=Questões; 𝐴=Ação; 𝑦=Soma dos indicadores das ações; 𝑤 =soma das médias das ações;
𝐷𝑃 =Desvio padrão
Fonte: Adaptado Jardel, 2018.
A seguir, calculamos as Medidas de Tendencial Central (MTCs) das quatro questões.
3.6.CALCULANDO AS MTCs NA PRIMEIRA QUESTÃO.
Aqui, usamos os valores de todos os alunos em cada ação, depois faremos o cálculo
geral (somando os valores de todas as ações). Como essa questão abrange apenas uma ação da
APS, não será preciso realizar o cálculo geral.
Média aritmética da terceira ação
Como, são nove alunos avaliados, temos 𝑛 = 9:
𝑀𝐴 =𝑥1 + 𝑥2 + ⋯ + 𝑥9
9=
2 + 5 + 5 + 1 + 1 + 1 + 1 + 1 + 5
9=
22
9≅ 2,4
Mediana da terceira ação
Organizando os dados em ordem crescente, temos:
1— 1— 1— 1— 1— 2— 5— 5— 5
Como 𝑛 = 9, e 9 é ímpar:
𝑀𝑒 = 𝑥(
𝑛+12
)= 𝑥
(9+1
2)
= 𝑥5 = 1
44
Moda da terceira ação
A moda de um conjunto de valores corresponde ao valor que ocorre mais vezes, assim,
observando os dados, percebemos que:
𝑀𝑜 = 1
Desvio padrão da terceira ação
𝜎 =√(2 −
229 )
2
+ 3 (5 −229 )
2
+ 5 (1 −229 )
2
9≅ 1,83
Resumindo:
QUADRO 20-DESCRIÇÃO DAS AÇÕES DA PRIMEIRA QUESTÃO
𝑄1
Alunos 3ªA y
A01 2 2
A02 2 2
A03 3 3
A04 1 1
A05 2 2
A06 3 3
A07 3 3
A08 1 1
A09 5 5
Média 2,4 2,4
Mediana 1 1
Moda 1 1
DP 1,83 1,83
Fonte: Elaborado pelo autor, 2018.
3.7.CALCULANDO AS MTCs NA SEGUNDA QUESTÃO.
Média aritmética da primeira ação
𝑀𝐴1 =𝑥1 + 𝑥2 + ⋯ + 𝑥9
9=
1 + 5 + 5 + 4 + 1 + 4 + 1 + 1 + 5
9=
27
9= 3
Média aritmética da segunda ação
𝑀𝐴2 =𝑥1 + 𝑥2 + ⋯ + 𝑥9
9=
1 + 1 + 5 + 2 + 1 + 1 + 1 + 1 + 4
9=
17
9≅ 1,9
Média aritmética da terceira ação
Como 𝑛 = 9 temos:
𝑀𝐴3 =𝑥1 + 𝑥2 + ⋯ + 𝑥9
9=
1 + 1 + 4 + 4 + 1 + 3 + 1 + 1 + 5
9=
7
3≅ 2,3
Média aritmética geral
45
𝑀𝐴 =𝑥1 + 𝑥2 + ⋯ + 𝑥9
9=
3 + 7 + 14 + 10 + 3 + 8 + 3 + 3 + 14
9=
65
9≅ 7,2
Mediana da primeira ação
Organizando os dados em ordem crescente, temos:
1— 1— 1— 1— 4— 4— 5— 5— 5
Como 𝑛 = 9, e 9 é ímpar:
𝑀𝑒 = 𝑥(
𝑛+12
)= 𝑥
(9+1
2)
= 𝑥5 = 4
Mediana da segunda ação
Organizando os dados em ordem crescente, temos:
1— 1— 1— 1— 1— 2— 3— 4— 5
Como 𝑛 = 9, e 9 é ímpar:
𝑀𝑒 = 𝑥(
𝑛+12
)= 𝑥
(9+1
2)
= 𝑥5 = 1
Mediana da terceira ação
Organizando os dados em ordem crescente, temos:
1— 1— 1— 1— 1— 3— 4— 4— 5
Como 𝑛 = 9, e 9 é ímpar:
𝑀𝑒 = 𝑥(
𝑛+12
)= 𝑥
(9+1
2)
= 𝑥5 = 1
Mediana geral
Organizando os dados em ordem crescente, temos:
3— 3— 3— 3— 7— 8— 10— 14— 14
Como 𝑛 = 9, e 9 é ímpar:
𝑀𝑒 = 𝑥(
𝑛+12
)= 𝑥
(9+1
2)
= 𝑥5 = 7
Moda da primeira ação
O valor que ocorre mais vezes é 1, logo 𝑀𝑜 = 1
Moda da segunda ação
O valor que ocorre mais vezes é 1, logo 𝑀𝑜 = 1
Moda da terceira ação
O valor que ocorre mais vezes é 1, logo 𝑀𝑜 = 1
Moda geral
O valor que ocorre mais vezes é 3, logo 𝑀𝑜 = 3
Desvio padrão da primeira ação
46
𝜎 = √4(1 − 3)2 + 2(4 − 3)2 + 3(5 − 3)2
9≅ 1,83
Desvio padrão da segunda ação
𝜎 = √5(1 − 1,9)2 + (2 − 1,9)2 + (3 − 1,9)2 + (4 − 1,9)2 + (5 − 1,9)2
9≅ 1,45
Desvio padrão da terceira ação
𝜎 = √5(1 − 2,3)2 + (3 − 2,3)2 + 2(4 − 2,3)2 + (5 − 2,3)2
9≅ 1,56
Desvio padrão geral
𝜎 = √4(3 − 7,2)2 + (7 − 7,2)2 + (8 − 7,2)2 + (10 − 7,2)2 + 2(14 − 7,2)2
9≅ 4,37
Resumindo:
QUADRO 21- DESCRIÇÃO DAS AÇÕES DA SEGUNDA QUESTÃO
𝑄2
Alunos 1ªA 2ªA 3ªA y
A01 1 1 1 3
A02 5 1 1 7
A03 5 5 4 14
A04 4 2 4 10
A05 1 1 1 3
A06 4 1 3 8
A07 1 1 1 3
A08 1 1 1 3
A09 5 4 5 14
Média 3 1,9 2,3 7,2
Mediana 4 1 1 6
Moda 1 1 1 3
DP 1,83 1,45 1,56 4,84
Fonte: Elaborado pelo autor, 2018.
3.8.CALCULANDO AS MTCs NA TERCEIRA QUESTÃO.
Aqui, usamos os valores de todos os alunos em cada ação, depois faremos o cálculo
geral (somando os valores de todas as ações).
Média aritmética da segunda ação
Como, são nove alunos avaliados, temos 𝑛 = 9:
47
𝑀𝐴2 =𝑥1 + 𝑥2 + ⋯ + 𝑥9
9=
1 + 1 + 2 + 1 + 1 + 1 + 1 + 1 + 4
9=
13
9= 1,4
Média aritmética da terceira ação
𝑀𝐴3 =𝑥1 + 𝑥2 + ⋯ + 𝑥9
9=
1 + 1 + 4 + 1 + 1 + 1 + 1 + 1 + 4
9=
15
9≅ 1,6
Média aritmética da quarta ação
𝑀𝐴4 =𝑥1 + 𝑥2 + ⋯ + 𝑥9
9=
1 + 1 + 1 + 1 + 1 + 1 + 1 + 1 + 3
9=
11
9≅ 1,2
Média aritmética geral
𝑀𝐴 =𝑥1 + 𝑥2 + ⋯ + 𝑥9
9=
3 + 3 + 7 + 3 + 3 + 3 + 3 + 3 + 11
9=
39
9≅ 4,3
Mediana da segunda ação
Organizando os dados em ordem crescente, temos:
1— 1— 1— 1— 1— 1— 1— 2— 4
Como 𝑛 = 9, e 9 é ímpar:
𝑀𝑒 = 𝑥(
𝑛+12
)= 𝑥
(9+1
2)
= 𝑥5 = 1
Mediana da terceira ação
Organizando os dados em ordem crescente, temos:
1— 1— 1— 1— 1— 1— 1— 4— 4
Como 𝑛 = 9, e 9 é ímpar:
𝑀𝑒 = 𝑥(
𝑛+12
)= 𝑥
(9+1
2)
= 𝑥5 = 1
Mediana da quarta ação
Organizando os dados em ordem crescente, temos:
1— 1— 1— 1— 1— 1— 1— 1— 3
Como 𝑛 = 9, e 9 é ímpar:
𝑀𝑒 = 𝑥(
𝑛+12
)= 𝑥
(9+1
2)
= 𝑥5 = 1
Mediana geral
Organizando os dados em ordem crescente, temos:
1— 1— 3— 3— 3— 3— 3— 3— 3— 7
Como 𝑛 = 9, e 9 é ímpar:
𝑀𝑒 = 𝑥(
𝑛+12
)= 𝑥
(9+1
2)
= 𝑥5 = 3
Moda da segunda ação
O valor que ocorre mais vezes é 1, logo 𝑀𝑜 = 1
48
Moda da terceira ação
O valor que ocorre mais vezes é 1, logo 𝑀𝑜 = 1
Moda da quarta ação
O valor que ocorre mais vezes é 1, logo 𝑀𝑜 = 1
Moda geral
O valor que ocorre mais vezes é 3, logo 𝑀𝑜 = 3
Desvio padrão da segunda ação
𝜎 = √7(1 − 1,4)2 + (2 − 1,4)2 + (4 − 1,4)2
9≅ 0,96
Desvio padrão da terceira ação
𝜎 = √7(1 − 1,6)2 + 2(4 − 1,6)2
9≅ 1,25
Desvio padrão da quarta ação
𝜎 = √8(1 − 1,2)2 + (3 − 1,2)2
9≅ 0,63
Desvio padrão geral
𝜎 = √2(1 − 4,3)2 + 6(3 − 4,3)2 + (7 − 4,3)2
9≅ 2,67
Resumindo:
QUADRO 22- DESCRIÇÃO DAS AÇÕES DA TERCEIRA QUESTÃO
𝑄3
Alunos 2ªA 3ªA 4ªA y
A01 1 1 1 3
A02 1 1 1 3
A03 2 4 1 7
A04 1 1 1 3
A05 1 1 1 3
A06 1 1 1 3
A07 1 1 1 3
A08 1 1 1 3
A09 4 4 3 11
Média 2,8 2,4 2,3 10,8
Mediana 1,4 1,6 1,2 4,2
Moda 1 1 1 3
DP 1 1 1 3
Fonte: Elaborado pelo autor, 2018.
3.9.CALCULANDO AS MTCs NA QUARTA QUESTÃO.
49
Como os valores dos indicadores nessa questão foram todos iguais a 1, então, temos
que as médias, medianas e modas são iguais a 1 em todas as ações e igual a 4 nas somas das
ações. Já o desvio padrão será igual a zero em todos os casos.
QUADRO 23- DESCRIÇÃO DAS AÇÕES DA QUARTA QUESTÃO
𝑄4
Alunos 1ªA 2ªA 3ªA 4ªA y
A01 1 1 1 1 4
A02 1 1 1 1 4
A03 1 1 1 1 4
A04 1 1 1 1 4
A05 1 1 1 1 4
A06 1 1 1 1 4
A07 1 1 1 1 4
A08 1 1 1 1 4
A09 1 1 1 1 4
Média 1 1 1 1 4
Mediana 1 1 1 1 4
Moda 1 1 1 1 4
DP 0 0 0 0 0
Fonte: Elaborado pelo autor, 2018.
Com esses dados obtidos, preenchemos o Quadro 24 de pontuação dos desempenhos
dos alunos
QUADRO 24 - TOTAL DA PONTUAÇÃO DOS DESEMPENHOS DOS ALUNOS
𝑄1 𝑄2 𝑄3 𝑄4 Média das ações
Alunos 3ª𝐴 1ª𝐴 2ª𝐴 3ª𝐴 𝑦 2ª𝐴 3ª𝐴 4ª𝐴 y 1ª𝐴 2ª𝐴 3ª𝐴 4ª𝐴 y 1ª𝐴 2ª𝐴 3ª𝐴 4ª𝐴 w
A01 2 1 1 1 3 1 1 1 3 1 1 1 1 4
A02 5 5 1 1 7 1 1 1 3 1 1 1 1 4
A03 5 5 5 4 14 2 4 1 7 1 1 1 1 4
A04 1 4 2 4 10 1 1 1 3 1 1 1 1 4
A05 1 1 1 1 3 1 1 1 3 1 1 1 1 4
A06 1 4 1 3 8 1 1 1 3 1 1 1 1 4
A07 1 1 1 1 3 1 1 1 3 1 1 1 1 4
A08 1 1 1 1 3 1 1 1 3 1 1 1 1 4
A09 5 5 4 5 14 4 4 3 11 1 1 1 1 4
Média 2,4 3 1,9 2,3 7,2 1,4 1,6 1,2 4,3 1 1 1 1 4
Mediana 1 4 1 1 7 1 1 1 3 1 1 1 1 4
Moda 1 1 1 1 3 1 1 1 3 1 1 1 1 4
DP 1,83 1,83 1,45 1,56 4,37 1,96 1,25 0,63 2,67 0 0 0 0 0
𝑄𝑖=Questões; 𝐴=Ação; 𝑦=Soma dos indicadores das ações; 𝑤 =soma das médias das ações;
𝐷𝑃 =Desvio padrão
Fonte: Adaptado de Jardel, 2018.
Através de cálculos de média aritmética, pode-se obter as médias das ações de cada aluno
(Quadro 25), iremos omitir os cálculos, pois, não é a finalidade deste trabalho.
50
QUADRO 25- TOTAL DA PONTUAÇÃO DOS DESEMPENHOS DOS ALUNOS
𝑄1 𝑄2 𝑄3 𝑄4 Média das ações
Alunos 3ª𝐴 1ª𝐴 2ª𝐴 3ª𝐴 𝑦 2ª𝐴 3ª𝐴 4ª𝐴 y 1ª𝐴 2ª𝐴 3ª𝐴 4ª𝐴 y 1ª𝐴 2ª𝐴 3ª𝐴 4ª𝐴 w
A01 2 1 1 1 3 1 1 1 3 1 1 1 1 4 1 1 1,25 1 3
A02 5 5 1 1 7 1 1 1 3 1 1 1 1 4 3 1 2 1 4,75
A03 5 5 5 4 14 2 4 1 7 1 1 1 1 4 3 2,67 3,5 1 7,5
A04 1 4 2 4 10 1 1 1 3 1 1 1 1 4 2,5 1,33 1,75 1 4,5
A05 1 1 1 1 3 1 1 1 3 1 1 1 1 4 1 1 1 1 2,75
A06 1 4 1 3 8 1 1 1 3 1 1 1 1 4 2,5 1 1,5 1 4
A07 1 1 1 1 3 1 1 1 3 1 1 1 1 4 1 1 1 1 2,75
A08 1 1 1 1 3 1 1 1 3 1 1 1 1 4 1 1 1, 1 2,75
A09 5 5 4 5 14 4 4 3 11 1 1 1 1 4 3 3 3,75 2 8,5
Média 2,4 3 1,9 2,3 7,2 1,4 1,6 1,2 4,3 1 1 1 1 4 2 1,43 1,83 1,1 4,48
Mediana 1 4 1 1 7 1 1 1 3 1 1 1 1 4 2,5 1 1 1 3,75
Moda 1 1 1 1 3 1 1 1 3 1 1 1 1 4 1 1 1 1 2,75
DP 1,83 1,83 1,45 1,56 4,37 1,96 1,25 0,63 2,67 0 0 0 0 0 0,92 1,14 1,16 0,32 2,22
𝑄𝑖=Questões; 𝐴=Ação; 𝑦=Soma dos indicadores das ações; 𝑤 =soma das médias das ações;
𝐷𝑃 =Desvo padrão
Fonte: Adaptado de Jardel, 2018.
3.10.GRÁFICOS
Os dados descritos no Quadro 25 podem ser resumidos em gráficos específicos. A
importância dos gráficos está ligada sobretudo à facilidade e rapidez na absorção e
interpretação das informações.
Abaixo apresentamos os gráficos do desempenho dos alunos em cada questão e o
gráfico das médias dos alunos em cada ação.
GRÁFICO 1- DESEMPENHO DOS ALUNOS NA PRIMEIRA QUESTÃO
Fonte: Jardel, 2018.
0
1
2
3
4
5
6
A01 A02 A03 A04 A05 A06 A07 A08 A09
QUESTÃO 1
3ªA
51
GRÁFICO 2- DESEMPENHO DOS ALUNOS NA SEGUNDA QUESTÃO
Fonte: Jardel, 2018.
GRÁFICO 3- DESEMPENHO DOS ALUNOS NA TERCEIRA QUESTÃO
Fonte: Jardel, 2018.
GRÁFICO 4- DESEMPENHO DOS ALUNOS NA QUARTA QUESTÃO
Fonte: Jardel, 2018.
0
1
2
3
4
5
6
A01 A02 A03 A04 A05 A06 A07 A08 A09
QUESTÃO 2
1ªA 2ªA 3ªA
0
1
2
3
4
5
A01 A02 A03 A04 A05 A06 A07 A08 A09
QUESTÃO 3
2ªA 3ªA 4ªA
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
1,2
A01 A02 A03 A04 A05 A06 A07 A08 A09
QUESTÃO 4
1ªA 2ªA 3ªA 4ªA
52
GRÁFICO 5- MÉDIA DAS AÇÕES
Fonte: Jardel, 2018.
Como percebe-se, todos os processos descritos nesse capítulo podem ser feitos
manualmente, porém, o objetivo é tornar prático e fácil a avaliação e análises do instrumento
quantitativo da ASP, sendo assim, no Apêndice A, propormos através do software Excel, a
automatização desse sistema.
O tutorial foi feito de forma simples para que todos que não tenham conhecimento da
ferramenta consigam agilizar os métodos apresentados até aqui. Vale informar que o objetivo
não é ensinar como usar o Excel, e sim, em como utilizá-lo para o desenvolvimento do objeto
em questão, sendo assim, cabe ao leitor explorar outras funções do programa, isso geralmente
ocorre com a prática.
0
1
2
3
4
A01 A02 A03 A04 A05 A06 A07 A08 A09
MÉDIAS DAS AÇÕES
1ªA 2ªA 3ªA 4ªA
53
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A Atividade de Situações Problema em Matemática se explorada pelo professor torna-
se uma ferramenta importante no desenvolvimento de habilidade de resolução de problemas,
sendo assim, torna-se então uma metodologia que se destaca em relação a eficiência no
processo de ensino e aprendizagem.
As ações da A Atividade de Situações Problema em Matemática são convertidas em
variável quantitativas e as operações seus indicadores. Utilizando elementos da estatística
descritiva é quantificado o desempenho dos estudantes para a resolução de problemas
matemáticos.
O instrumento quantitativo construído guiará as pesquisas qualitativas para explicar o
desempenho dos estudantes na resolução de problemas matemáticos. Sugere-se o instrumento
quantitativo que seja combinado com instrumentos qualitativos para instrumento avaliativo a
ser utilizado pelos professores.
54
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Disponível em: < https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/educacao/a-zona-de-
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ANÁLISE ESTATÍSTICA - Medidas de tendência central. PASSEI DIRETO. Disponível
em: < https://www.passeidireto.com/arquivo/981986/analise-estatistica---medidas-de-
tendencia-central>. Acesso em: 25 out. 2018.
CHIRONE, A. R. R. A aprendizagem de equações do 1º grau a partir da atividade de
situações problema como metodologia de ensino, fundamentado na teoria de formação
por etapas das ações mentais e conceitos de Galperin. 2016. Dissertação (Mestrado em
Ensino de Ciências) - PRODUTO EDUCACIONAL - Universidade Estadual de Roraima,
Orientador: Héctor José García Mendoza.
CRESPO, A. A. Estatística fácil. São Paulo: Saraiva, 2002. MARTINS, Gilberto de A.;
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FEIJOO, A.. Medidas de tendência central. In: A pesquisa e a estatística na psicologia e na
educação [online]. Rio de Janeiro: Centro Edelstein de Pesquisas Sociais, 2010, pp. 14-22.
ISBN: 978-85-7982-048-9. Available from SciELO Books.
IEZZI, G; HAZZAN, S.; DEGENSZAJN D. M. Fundamentos de matemática elementar
11. São Paulo: Editora Atual, 2006.
LEITE, J. S. A aprendizagem da atividade de situações problema em sistema de equações
lineares fundamentado na teoria de formação por etapas das ações mentais de Galperin
nos estudantes 2º ano de ensino médio da escola estadual maria dores brasil. 2016.
Trabalho de Conclusão de Curso. (Graduação em Licenciatura em Matemática) -
Universidade Federal de Roraima. Orientador: Héctor José García Mendoza.
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MENDOZA, H. J. G..; TINTORER, O. A didática da matemática fundamentada na teoria
de formação por etapas das ações mentais de galperin. In: Isauro Beltrán Núnez; Betânia
Leite Ramalho. (Org.). P. Ya. Galperin e a teoria da assimilação mental por etapas: Pesquisa e
experiências para um ensino inovador. 1ed.Campina - SP: Mercado de Letras, 2018, v. 1, p.
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MENDOZA, H. J. G.; TINTORER, O. A contribuição do ensino problematizador de
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MENDOZA, H. J. G.; TINTORER, Oscar. A atividade de situações problema em
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(Org.). Ensino, aprendizagem e desenvolvimento: fundamentos psicológicos e didáticos para
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NAZARETH, H. Curso básico de estatística. São Paulo: Ática, 2003.
NETO, R. R.; MENDOZA, H. J. G.; TINTORER, O.. Estudo sobre: a atividade de
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Educação (Unisul), v. 8, p. 157-172, 2014.
55
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https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/administracao/regras-de-
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TALÍZINA, N. Conferencias sobre “Los Fundamentos de la Enseñanza en la Educación
Superior”. Habana: UH, 1984
TINTORER, O.;MENDOZA, H. J. G. Evolução da teoria histórico-cultural de Vigotski à
teoria de formação por etapas das ações mentais de Galperin. In: Ghedin, Evandro;
Peternella, Alessandra. (Org.). Teorias Psicológicas e suas implicações à educação em
ciências. 1ed.Boa Vista: Editora UFRR, 2016, v. 1, p. 157-170.
56
APÊNDICE A ‒TABELA DE AÇÕES E OPERAÇÕES NO EXCEL
O objetivo deste tutorial é ensinar como realiza-se as avalições quantitativas das ações
da ASP de forma automática, usando o software Excel. Vale lembrar que os procedimentos
são feitos de forma superficial, ou seja, é necessário explorar o software para obter a prática.
1.1.COMO ELABORAR A TABELA DE AÇÕES E OPERAÇÕES NO EXCEL?
Para melhor compreensão iremos elaborar a tabela de ações e operações genérica, ou
seja, construiremos uma tabela que possui as quatro ações e as suas operações. Porém, como
já foi dito, a quantidade de ações vai depender das características de cada questão.
Essa seção está dividida em quatro subseções. Inicialmente construiremos as tabelas
brutas (sem as fórmulas). Na segunda parte vamos inserir a fórmula para quantificar
automaticamente a pontuação de cada ação e a fórmula da soma das notas das ações. Para
organizar os resultados e as medidas de tendência central, construiremos outra tabela. Por
fim, usaremos os dados obtidos para gerar um gráfico automaticamente.
1.2.RESUMO DOS CONCEITOS DO EXCEL
Para facilitar o processo de construção da tabela de ações e operações no Excel, abaixo
encontra-se de forma resumida três conceitos que serão usados durante o todo o processo.
Planilha: Ao abrirmos o Microsoft Excel é apresentada uma janela com três planilhas
- Plan1, Plan2 e Plan3. A planilha selecionada por padrão é a planilha Plan1, uma
planilha vazia, onde possuímos linhas e colunas dispostas de tal forma que podemos
inserir informações dentro da grade formada com o cruzamento desses dois elementos.
Tabela: É basicamente um subconjunto da planilha, ou seja, é um conjunto de células
da planilha.
Célula: É a unidade de uma planilha na qual você pode inserir e armazenar dados. É
formada através da interseção de cada linha e coluna em uma planilha.
Intervalos de células: Quando trabalhamos com uma planilha, muitas vezes nos
deparamos com a necessidade de tratar um trecho ou uma determinada região de
maneira diferente do restante da planilha. Um intervalo de células é uma região da
planilha que selecionamos a fim de trabalhar e modificar, ele é identificado através da
célula do canto superior esquerdo e do canto inferior direito da faixa de células. Uma
faixa é representada pelo endereço da primeira célula (canto superior esquerdo), dois
pontos (:) e o endereço da última célula (canto inferior direito). Por exemplo: A1:A6,
1.3.CONSTRUINDO A TABELA
57
Nessa primeira parte, construiremos a tabela abaixo:
Questão Ação Operações A01 A02 ... An
𝑄𝑖
1ªA a) extrair todos os elementos desconhecidos ...
b) Estudar os dados e suas condições ...
c) Reconhecer o (s) objetivo (s) do problema ...
Total ...
2ªA a) Determinar as variáveis e incógnitas ...
b) Nominar as variáveis, incógnitas com suas
medidas
...
c) Construir o modelo matemático a partir das
variáveis incógnitas e informações extraídas do
problema
...
d) Realizar análises das unidades de medidas do
modelo matemático
...
Total ...
3ªA a) Selecionar o (s) método (s) matemático (s) para
solucionar o modelo matemático
...
b) Utilizar os recursos necessários para solucionar o
modelo
...
c) Solucionar o modelo matemático e o critério de
aprovação
...
Total ...
4ªA a) Interpretar o resultado ...
b) Extrair os resultados significativos que tenham
relação com o (s) objetivo (s) do problema
...
c) Dar resposta ao (s) objetivo (s) do problema. ...
d) Realizar um relatório baseado no (s) objetivo (s)
do problema;
...
e) Analisar a partir de novos dados e condições que
tenham relação direta ou não com o(s) objetivo(s) do
problema existindo a possibilidade de reformular o
problema e assim construir novamente o modelo
matemático, solucioná-lo e interpretar sua solução.
...
Total ...
As colunas 𝐴01, 𝐴02, . . . , 𝐴𝑛, irão variar dependendo da quantidade de alunos
avaliados.
1.3.1. Construindo o cabeçalho da tabela
Com o Excel aberto, iniciaremos criando os três principais cabeçalhos da tabela de
ações operações:
Digitamos:
“Questão” na célula A1.
“Ação” na célula B1.
‘Operação” na célula C1.
58
Importante: A localização da tabela vai depender de como se prefere organizar os elementos
(tabelas, gráficos, imagens, etc.) na planilha, aqui estamos optando por construir a tabela no
canto esquerdo superior.
1.3.2. Preenchendo as células das operações
Parece estranho começar preenchendo as células referentes as operações das ações da
ASP, porém, mais adiante iremos perceber o porquê.
1.3.3. Ajustes específicos da coluna das operações
Perceba no Excel que na coluna C (operações) o espaço das células é insuficiente para
especificar a operação. Portanto, devemos aumentar a largura da coluna C e fazer alguns
ajustes:
Clique na lateral da coluna C e arraste para direta o quanto achar necessário.
Clique na coluna C
Selecione as opções “Alinhar no meio” e “Quebra de texto automaticamente” da
barra de ferramentas.
Com a coluna C ajustada, especificaremos cada operação conforme mostrado na tabela
de ações e operações, sendo que, após as operações de cada ação temos a célula “Total” que
armazenará o valor da pontuação em cada ação.
59
1.3.4. Preenchendo as células das ações e das questões
Observação: Na tabela de ações operações algumas células como, “𝑸𝒊” e “1ªA, 2ªA, 3ªA e
4ªA”, possuem alturas diferentes, pois, a célula “𝑸𝒊” engloba as células “1ªA, 2ªA, 3ªA e
4ªA”, que por sua vez engloba as células das operações.
Começaremos por esta última, ou seja, iremos dividir as células da coluna de “Ação”
para que englobe suas respectivas operações (incluindo o total).
Selecione as células da coluna de “Ação” correspondentes as células das operações
(incluindo o total) da primeira ação da ASP.
Clique nas opções da barra de ferramentas, Mesclar e centralizar; Alinhar no meio.
Observe que as células selecionadas “se convertem em uma só”. Nessa célula,
especifique a ação, neste caso, 1ªA.
60
Repita o mesmo procedimento para as demais ações.
Do mesmo modo, é feito nas células da coluna “Questão”, para que englobe todas as
ações. E assim, nominando de acordo com especificação de cada questão que se pretende
avaliar. Para exemplo, nominaremos de Q1.
61
1.3.5. Coluna dos alunos avaliados
Usaremos as colunas a direita da coluna “Operação” para especificar os alunos
avaliados. É pratico identificá-los da seguinte forma:
𝑨𝟎𝟏, 𝑨𝟎𝟐, . . . , 𝑨𝒏
62
Para exemplo, colocamos apenas 9 alunos. Assim, nossa tabela está quase pronta,
faltando apenas as fórmulas que irão gerar a pontuação automaticamente de cada ação.
Com a tabela pronta, formatamos à critério. Para melhor visualização, recomendamos
,destacar (negrito ou sublinhado) os elementos essenciais em cada ação, destacar (mudar a
cor) a linha correspondente ao total e as ações, centralizar o cabeçalho e as células que serão
preechidas com s ou n.
1.4. INSERINDO AS FÓRMULAS
Para que o Excel gere automaticamente uma pontuação de uma determinada ação,
teremos que inserir fórmulas nas células referentes ao “Total”.
Observação: O objetivo desta subseção não é explicar como se constrói a fórmula para obter
os valores quantitativos de cada ação automaticamente. A lógica das pontuações está descrita
na tabela Dimensões das categorias de avaliação (QUADRO 4), assim, as fórmulas aqui
expostas, são apenas um modelo das sentenças que designam o resultado quantitativo a cada
dimensão.
Portanto, para praticidade apenas é recomendável que apenas copie e cole as fórmulas
apresentadas durante essa subseção.
A ideia é inserir manualmente a fórmula na célula referente ao “Total” apenas do
primeiro aluno. Para os demais alunos iremos inserir automaticamente.
Importante: Observe que as fórmulas apresentas aqui, fazem referências a determinadas
células da planilha (D3; D4; D5...), ou seja, as fórmulas só funcionarão se a localização da sua
63
tabela estiver conforme a apresentada nas figuras anteriores. Caso contrário, você terá que
substituir as referências das fórmulas de acordo com a posição da sua tabela.
Cole a fórmula abaixo, na célula referente ao “Total” do primeiro aluno.
=SE(E(D2="n";D3="n";D4="n");1;SE(E(D2="s";D3="s";D4="s");5;SE(E(D4="s";OU
(D2="s";D3="s"));4;SE(E(D4="n";OU(D2="s";D3="s"));2;3))))
Como ainda não foi atribuído nenhum valor lógico nas células das respectivas
operações, o Excel automaticamente apresenta o valor igual 3.
Como foi dito, a partir da fórmula inserida na célula do A01, iremos inserir
automaticamente as fórmulas dos demais. Para isso, clique no canto inferior direto dessa
célula e arraste até a coluna do último aluno.
Pronto, agora é só repetir o mesmo processo para as demais ações. Apenas a fórmula
de cada ação irá se modificar. Abaixo apresentamos as fórmulas de cada ação:
Fórmula da segunda ação
=SE(E(D6="n";D7="n";D8="n";D9="n");1;SE(E(D6="s";D7="s";D8="s";D9="s");5;S
E(E(D9="s";OU(D6="s";D7="s";D8="s"));4;SE(E(D9="n";OU(D6="s";D7="s";D8="s"));2;3
))))
Fórmula da terceira ação
=SE(E(D11="n";D12="n";D13="n");1;SE(E(D11="s";D12="s";D13="s");5;SE(E(D13
="s";OU(D11="s";D12="s"));4;SE(E(D13="n";OU(D11="s";D12="s"));2;3))))
Fórmula da quarta ação.
=SE(E(D15="n";D16="n";D17="n";D18="n";D19="n");1;SE(E(D15="s";D16="s";D1
7="s";D18="s";D19="s");5;SE(E(D17="s";OU(D15="s";D16="s";D18="s";D19="s"));4;SE(
E(D17="n";OU(D15="s";D16="s";D18="s";D19="s"));2;3))))
64
Nossa tabela está pronta para ser preenchida (s ou n) com os resultados obtidos.
Exemplo: Suponhamos que o aluno A01 conseguiu concluir todas as operações da
primeira ação. Logo, iremos digitar “s” nas células de cada operação.
Observe que a pontuação coincide com a mesma apresentada no Quadro 5.
1.5. TABELAS DAS MEDIDAS DE TENDÊNCIA CENTRAL
Antes de gerar os gráficos dos resultados obtidos, iremos organizar e resumir os
resultados em outra tabela (preferencialmente em outra planilha), juntamente com algumas
medidas de tendência central (média, mediana, moda e desvio padrão).
Perceba que até aqui estamos tentar manter os dados o mais organizado possível,
sendo assim, renomearemos a atual planilha e criaremos outra para inserir as medidas de
tendência central e os gráficos.
Para renomear atual planilha, clique no com o botão direito do mouse no canto inferior
esquerdo na aba Planilha 1 e selecione a opção “Renomear”.
Renomeie como achar conveniente. Por exemplo: Ações e operações. Esse nome será
usado para fazer referência na próxima tabela criada.
Para criar outra planilha, clicaremos no botão ao lado da aba da planilha que
renomeamos no item anterior.
65
Renomeamos também como achar conveniente. Por exemplo: Gráficos.
Nessa nova planilha, construiremos a tabela abaixo. Ela será a base que irá gerar os
gráficos.
Legenda: A=Alunos; 1ªA=1ª Ação... Y= Soma das ações; DP=desvio padrão;
DP(%)= Desvio padrão em porcentagem.
Após construir a tabela acima, iremos formatá-la, para melhor visualização.
P-1
A 1ªA 2ªA 3ªA 4ªA Y
A01
A02
A03
A04
A05
A06
A07
A08
A09
Media
Mediana
Moda
DP
DP(%)
66
Feito isso, inserimos as fórmulas para o preenchimento automático desta tabela.
Começaremos preenchendo a nota da 1ªA do aluno A01, observe que essa nota se
encontra na tabela da planilha “Ações e operações”. Portanto, iremos apenas referenciar a
célula da tabela da planilha “Ações e operações”:
Na célula da 1ªA do A01, inserimos o sinal de igualdade (=).
Clicamos na aba da planilha “Ações e operações”
Na planilha “Ações e operações”, clicamos na célula que contém o valor desejado e
apertamos “Enter”. O mesmo processo irá se repetir nas células das demais notas.
Perceba os valores gerados nas células especificas de uma planilha (Ações e
operações) aparece instantaneamente na outra planilha (Gráficos).
Para preencher automaticamente a célula da Soma das notas (Y), basta inserir na
célula correspondente a soma das notas das ações do primeiro aluno a seguinte fórmula:
67
= 𝑠𝑜𝑚𝑎
Observe que ao digitar, simultaneamente aparece a opção:
Clique 2x na opção SOMA, em seguinda selecionamos as células que queremos somar
os valores contidos e apertamos “Enter”.
Pronto, temos a soma das notas do aluno A01. Assim, para somar as notas dos demais
alunos:
Clique no canto inferior direito da célula que contem a soma das notas do A01 e
arraste até a linha do ultimo aluno.
Observação: No exemplo todas as notas são iguais a 3, e consequentemente a soma igual a
12. Isso acontece devido ao não preenchimento (s ou n) da tabela de ações e operações.
68
Média
Para obter automaticamente as médias:
Basta digitar “=média” na célula correspondente a média do aluno:
Irá aparecer simultaneamente a opção para a fórmula MÉDIA.
Clique 2x nesta opção e selecione as células que contém os valores que se deseja obter
a média e aperte “Enter”.
Para as demais ações, basta:
Clicar no canto inferior direito e arraste até a última coluna da tabela.
69
Mediana, Moda e desvio padrão.
Para obter as medianas, modas e desvios padrão, basta repetir o mesmo processo da
média, apenas mudando as fórmulas.
Mediana: “=med”
Moda: “=modo.único”
Desvio padrão: “=desvpad.p”
Desvio padrão em porcentagem
Aqui, teremos que dividir o desvio padrão de cada ação pela média das respectivas
ações. Para isso, especificamos a célula que contém o desvio padrão dividindo pela célula que
contem a média.
Exemplo: Para o desvio padrão em porcentagem da 1ºA:
= 𝐵15/𝐵12
70
Para as demais ações, basta:
Clicar no canto inferior direito da célula do desvio padrão preenchida anteriormente e
arrastar até a última coluna da tabela.
Temos agora, uma tabela resumindo os resultados obtidos:
1.6. CONSTRUINDO OS GRÁFICOS
Gráfico das notas de cada ação
Esse gráfico é feito quase todo automaticamente. Basta selecionar as células com os
dados desejados.
71
Clique na aba “Inserir” na barra de ferramentas
Para esse primeiro gráfico, clicamos na opção “Inserir gráfico de colunas ou de
barras” na parte de gráficos.
Agora é só selecionar o modelo de gráfico de colunas ou de barras de sua preferência.
Instantaneamente o Excel gera um gráfico com as notas dos alunos avaliados em cada ação.
72
Gráfico das medidas de tendência central de cada ação
Selecione as células destacadas abaixo:
Segure a tecla “Ctrl” e selecione também as células destacadas abaixo:
O processo para gerar um gráfico de barras é análogo ao anterior.