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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO EDSON HERMENEGILDO PEREIRA JÚNIOR UM MÉTODO DE GESTÃO POR PROCESSOS PARA MICRO E PEQUENA EMPRESA DISSERTAÇÃO PONTA GROSSA 2010

UM MÉTODO DE GESTÃO POR PROCESSOS PARA MICRO E

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Page 1: UM MÉTODO DE GESTÃO POR PROCESSOS PARA MICRO E

UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

EDSON HERMENEGILDO PEREIRA JÚNIOR

UM MÉTODO DE GESTÃO POR PROCESSOS PARA MICRO E PEQUENA EMPRESA

DISSERTAÇÃO

PONTA GROSSA 2010

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EDSON HERMENEGILDO PEREIRA JÚNIOR

UM MÉTODO DE GESTÃO POR PROCESSOS PARA MICRO E PEQUENA EMPRESA

Dissertação apresentada como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em Engenharia de Produção, do Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção da Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Área de Concentração: Gestão Industrial. Orientador: Profa. Dra. Simone Nasser Matos Co-orientador: Prof. Dr. Luciano Scandelari

PONTA GROSSA 2010

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À minha amada esposa Lourdes e meus

filhos, Guilherme e Gabriela, que sempre

me apoiaram nos momentos mais difíceis

com muito amor e carinho, que foi a

minha força para nunca desistir.

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AGRADECIMENTOS

Aos gestores das empresas pesquisadas, pelo apoio e dedicação à introdução

e validação do método de gestão por processos, objeto deste trabalho.

À minha orientadora, Profa.Dra Simone Nasser Matos, pelo apoio, orientação e

incentivo.

Ao meu co-orientador, Prof. Dr. Luciano Scandelari, pelo incentivo e apoio no

início da elaboração deste trabalho.

À UTFPR-PG e seus professores pelo profissionalismo e dedicação.

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RESUMO

Pereira Junior, Edson Hermenegildo. Um método de gestão por processos para micro e pequena empresa. 2010. 132 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção) - Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção, Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Ponta Grossa, 2010. A pequena e micro empresa possui a característica de ter administração não profissional e gestão pessoal, ter falta de recursos, principalmente o financeiro e não possuir mão de obra qualificada. Mas, para ser competitiva e se manter no mercado necessita se atualizar em termos de gestão e eliminar atividades que não agregam valor. As empresas são constituídas por processos e gerenciá-los consiste na identificação dos problemas e sugerir melhorias para a otimização das atividades organizacionais. Então, a micro e pequena empresa deve estudar seus processos e eliminar desperdícios, utilizando metodologias de gestão por processos. Existem várias destas metodologias, mas com pouca utilidade para estas empresas, pois sugerem a necessidade de um especialista em processos, atuando em equipe, com comando e liderança, com investimento em ferramentas de automação e gerando grande volume de trabalho. Desenvolver um método que possibilite ao gestor da micro e pequena empresa implantar a gestão por processos em sua organização é o problema deste estudo. Este trabalho tem por objetivo propor um modelo adaptado às micros e pequenas empresas para auxiliá-las à introdução da gestão por processos. O estudo inicia-se com uma revisão bibliográfica onde são tratados os conceitos de processo, estruturas verticais versus estruturas horizontais, gestão por processos, a relação com clientes e fornecedores, a cadeia de valor, os fatores críticos de sucesso na implantação da gestão por processos, o desenvolvimento de metodologias e as características de micro e pequena empresa. A seguir, a partir da observação das características destas metodologias apresentadas por alguns autores, desenvolveu-se um método de gestão por processos adequado para a micro e pequena empresa do ramo de prestação de serviços. O trabalho finaliza com a aplicação do método proposto em duas empresas, sendo facilmente entendido pelos gestores que o utilizaram, com a participação ativa dos envolvidos no estudo, pois todos entenderam o objetivo da atividade de gestão dos processos.

Palavras-chave: Processos. Gestão por processos. Micro e pequena empresa.

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ABSTRACT

Pereira Junior, Edson Hermenegildo. A method of process management for micro and small companies. 2010. 136 f. Dissertation (Master in Production Engineering) - Post-Graduation in Production Engineering, Federal Technological University of Paraná. Ponta Grossa, 2010. The small and micro companies have characteristic of not professional administration and personal management, not have financial resources and qualify employees. But need to be competitive and stay on the market to upgrade in terms of management and eliminating non-value added activities. The companies are a set of processes. And manage processes to identify problems and suggest improvements to optimize the organizational activities. Then, the micro and small enterprises should study their processes and eliminate waste using business process management methodologies. There are several of these methodologies, but with little use for micro and small enterprises, because it suggest the necessity a process specialist, with leader and team work, developed automation tools and create a lot off activities. Develop a method that permits the manager of micro and small enterprise to deploy the business process management in your organization is the problem with this study. This work has the intention to propose a model of process management adapted to micro and small companies to help them to the process management introduction. The study begins with a literature review which analyzes the concepts of process, vertical structures versus horizontal structures, process management, the relationship between clients and suppliers, the value chain, the critical factors of success in the implantation of process management, the methodologies of business process management development and the micro and small companies’ features. Following, based on observations of features of business process management methodologies developed by some authors, an appropriate method of business process management was developed to micro and small companies of service provide branch. The work was finalized with the application into two companies, and easily understood by process owners, who used it, with the active participation of those involved in the processes under study, because everyone understood the goal of case management activity. Keywords: Process. Business Process Management. Small and micro companies.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Hierarquia dos Processos ........................................................................ 22

Figura 2 - Classificação Geral dos Processos Empresariais .................................... 24

Figura 3 - Estrutura Integrada de Gestão por Processos ......................................... 32

Figura 4 - Os Estágios de Evolução para a Organização por Processos ................. 33

Figura 5 - O que falta fazer para atingir uma Organização por Processos ............... 34

Figura 6 - Fases da Metodologia para o Desenvolvimento e Implementação dos

Processos Administrativos nas Empresas................................................................ 40

Figura 7 - Detalhamento das Fases do Desenvolvimento e Implementação dos

Processos Administrativos ....................................................................................... 41

Figura 8 - Decomposição de uma Atividade de Interação do Servpro ..................... 44

Figura 9 - Símbolos usados no Servpro ................................................................... 45

Figura 10 - Mapa de Processo do Servpro ............................................................... 46

Figura 11 - BARCO – Modelo de Processo Completo ............................................. 47

Figura 12 - PIER – Modelo de Processo Simplificado ............................................. 48

Figura 13 - Metodologia de Modelagem de Processos ........................................... 50

Figura 14 - Modelo do Workflow a partir do Modelo “To Be” do Processo .............. 52

Figura 15 - Exemplo de Mapa do Processo ............................................................. 60

Figura 16 - Método de Gestão por Processo ............................................................ 67

Figura 17 - Macrodiagrama do Processo ................................................................. 69

Figura 18 - Mapa do Processo ................................................................................. 70

Figura 19 - Modelo da Matriz Importância X Desempenho ...................................... 72

Figura 20 - Pontos de Análise do Processo ............................................................. 75

Figura 21 - Visão Geral dos Pontos de Melhoria de um Processo ........................... 77

Figura 22 - Método de Gestão por Processos ......................................................... 85

Figura 23 - Fase 1 do Método de Gestão por Processos ......................................... 86

Figura 24 - Processograma do Distribuidor de Baterias ........................................... 86

Figura 25 - Processograma da IES .......................................................................... 87

Figura 26 - Macrodiagrama do Processo “Atendimento ao Cliente – Distribuidor de

Baterias” ................................................................................................................... 89

Figura 27 - Macrodiagrama do Processo “Atendimento ao Cliente – IES” ............... 90

Figura 28 - Mapa do Processo de Roteirização – Distribuidor de Baterias .............. 91

Figura 29 - Mapa do Processo de Preparação e Execução do Fórum Acadêmico .. 92

Page 10: UM MÉTODO DE GESTÃO POR PROCESSOS PARA MICRO E

Figura 30 - Fase 2 do Método de Gestão por Processos ........................................ 99

Figura 31 - Fase 3 do Método de Gestão por Processos ...................................... 109

Figura 32 - Mapa Revisado do Processo de Preparação e Execução do Fórum

Acadêmico .............................................................................................................. 114

Page 11: UM MÉTODO DE GESTÃO POR PROCESSOS PARA MICRO E

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 - Porte das MPEs Pesquisadas ................................................................ 64

Gráfico 2 - Resultado da Pesquisa com as MPEs .................................................... 80

Gráfico 3 - Resultado do Método Escolhido - Pesquisa com as MPEs .................... 82

Gráfico 4 - Resultado do Método Escolhido em MPEs de Prestação de Serviços ... 83

Gráfico 5 - Resultado do Método Escolhido em MPEs de Varejo de Bens .............. 83

Gráfico 6 - Resultado do Método Escolhido em MPEs Industriais ........................... 84

Gráfico 7 - Matriz Importância X Desempenho do Distribuidor de Baterias.............. 95

Gráfico 8 - Matriz Importância X Desempenho do Fórum - IES ............................... 96

Page 12: UM MÉTODO DE GESTÃO POR PROCESSOS PARA MICRO E

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Questões Internas às Organizações e suas Consequências ................. 27

Quadro 2 - Gestão por Processos Relacionada às Estratégias Competitivas e Cultura

Organizacional ......................................................................................................... 29

Quadro 3 - Definição de Micro e Pequena Empresa ................................................ 53

Quadro 4 - Incompatibilidade da MPE às Metodologias de Gestão por Processos . 54

Quadro 5 - Validação dos Indicadores de Desempenho .......................................... 73

Quadro 6 - Análise do Processo ............................................................................... 74

Quadro 7 - Causas dos Problemas do Processo ..................................................... 75

Quadro 8 - Modelo de um Plano de Ação ................................................................ 76

Quadro 9 - Relação Adotada entre a Escala Likert e Nível de Conhecimento. ........ 81

Quadro 10 - Escopo do Processo de Atendimento ao Cliente do Distribuidor de

Baterias .................................................................................................................... 88

Quadro 11 - Escopo do Processo de Atendimento ao Cliente da IES ...................... 88

Quadro 12 - Informações da Pesquisa aos Clientes do Distribuidor de Baterias ..... 94

Quadro 13 - Informações da Pesquisa aos clientes do Fórum - IES ........................ 96

Quadro 14 - Validação dos Indicadores de Desempenho – Distribuidor de Baterias

................................................................................................................................. 98

Quadro 15 - Validação dos Indicadores de Desempenho – IES .............................. 98

Quadro 16 - Análise do Processo de Roteirização – Distribuidor de Baterias.........100

Quadro 17 - Análise do Processo de Preparação e Execução do Fórum Acadêmico –

IES............................................................................................................................104

Quadro 18 - Causas dos Problemas do Processo de Roteirização – Distribuidor de

Baterias .................................................................................................................. 105

Quadro 19 - Causas dos Problemas do Processo de Preparação e Execução do

Fórum Acadêmico – IES......................................................................................... 107

Quadro 20 - Plano de Ação para o Processo de Roteirização – Distribuidor de

Baterias .................................................................................................................. 110

Quadro 21 - Plano de Ação para o Processo de Preparação e Execução do Fórum

Acadêmico – IES .................................................................................................... 113

Quadro 22 - Comparação das Metodologias Estudadas e do Método Proposto em

relação as características da Micro e Pequena Empresa....................................... 115

Quadro 23 - Comparação das Metodologias Estudadas e do Método Proposto .... 117

Page 13: UM MÉTODO DE GESTÃO POR PROCESSOS PARA MICRO E

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

BPMN Business Process Modeling Notation

BSC Balanced Score Cards

C Cliente do Processo

D médio Desempenho Médio

DI Metodologia para o Desenvolvimento e Implementação dos Processos

Administrativos

E Entrada do Processo

EPC Event-driven Process Chain

F Fornecedor

GP Método para Gestão por Processos

I médio Importância Média

IDEFO Integration Definition for Function Modeling

IEL Indicador de Desempenho que mede o Índice de Adequação do Local do

Evento do Fórum

IES Instituição de Ensino Superior

MEC Ministério da Educação

MP Metodologia de Modelagem de Processos

MPE Micro e pequena empresa

P Saída do Processo

PI Indicador de Desempenho que mede o Índice de Incidentes ocorridos no

Fórum Acadêmico

PP Indicador de Desempenho que mede o Índice de Pedidos no Prazo

RE Modelo “A Remo”

RQP Indicador de Desempenho que mede o Índice de Reclamações dos

clientes quanto aos Pedidos

Servpro Serviço e Processo

SP Subprocesso

TPM Total Productive Maintenance

Page 14: UM MÉTODO DE GESTÃO POR PROCESSOS PARA MICRO E

LISTA DE ACRÔNIMOS

BNDES Banco Nacional do Desenvolvimento

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

SEBRAE Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas

Page 15: UM MÉTODO DE GESTÃO POR PROCESSOS PARA MICRO E

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 15 1.1 DEFINIÇÃO DO PROBLEMA DE PESQUISA .................................................... 16 1.2 JUSTIFICATIVA DA PESQUISA ......................................................................... 16 1.3 OBJETIVOS ........................................................................................................ 18 1.3.1 Objetivo Geral ................................................................................................... 18 1.3.2 Objetivos Específicos ........................................................................................ 18 1.4 ESTRUTURA DE DISSERTAÇÃO...................................................................... 18 2 REFERENCIAL TEÓRICO ................................................................................... 20 2.1 PROCESSO ........................................................................................................ 20 2.1.1 Processos e Subprocessos............................................................................... 22 2.1.2 Estruturas Verticais Versus Estruturas Horizontais ........................................... 24 2.2 GESTÃO POR PROCESSOS ............................................................................. 26 2.2.1 A Gestão Por Processos e a Relação entre Clientes e Fornecedores .............. 34 2.2.2 Cadeia de Valor e a Gestão por Processos ...................................................... 36 2.2.3 Fatores Críticos de Sucesso na Implantação da Gestão Por Processos .......... 37 2.2.4 Introdução e Desenvolvimento de Metodologias de Gestão por Processos ..... 39 2.2.4.1 Metodologia para o Desenvolvimento e Implementação dos Processos Administrativos nas Empresas (DI) ........................................................................... 39 2.2.4.2 Técnica Servpro .......................................................................................... 44 2.2.4.3 Modelo “A Remo” (RE) ................................................................................ 46 2.2.4.4 Metodologia de Modelagem de Processos (MP)......................................... 49 2.2.5 Características da micro e pequena empresa (MPE) e a compatibilidade das metodologias de gestão por processos ..................................................................... 53 3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ............................................................. 57 3.1 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA ...................................................................... 57 3.2 METODOLOGIA DA PESQUISA ........................................................................ 59 3.3 UNIVERSO DE PESQUISA E AMOSTRA .......................................................... 61 3.3.1 Tamanho da Amostra da Pesquisa com Micros, Pequenas e Médias Empresas (MPE) da Região de Curitiba ..................................................................................... 62 4 MÉTODO PROPOSTO PARA GESTÃO POR PROCESSOS .............................. 65 4.1 VISÃO GERAL DO MÉTODO PROPOSTO ........................................................ 65 4.1.1 Fase 1: Conhecimento do Processo ................................................................. 67 4.1.2 Fase 2: Análise do Processo ............................................................................ 73 4.1.3 Fase 3: Otimização do Processo ...................................................................... 76 5 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS .......................................... 79 5.1 RESULTADOS OBTIDOS SOBRE O CONHECIMENTO EM GESTÃO POR PROCESSOS ............................................................................................................ 79 5.1.1 Resultados da Pesquisa com Micros, Pequenas e Médias Empresas (MPE) da Região de Curitiba ..................................................................................................... 80 5.2 APLICAÇÃO DO MÉTODO DE GESTÃO POR PROCESSOS NAS ORGANIZAÇÕES DE SERVIÇOS ............................................................................ 84 5.2.1 Fase 1: Conhecimento do Processo ................................................................. 85 5.2.2 Fase 2: Análise do Processo ............................................................................ 98 5.2.3 Fase 3: Otimização do Processo .................................................................... 109 5.3 AVALIAÇÃO DO MÉTODO PROPOSTO ......................................................... 115

Page 16: UM MÉTODO DE GESTÃO POR PROCESSOS PARA MICRO E

5.3.1 Comparação das características das metodologias estudadas e do método proposto .................................................................................................................. 115 5.3.2 Pontos fortes e fracos do método proposto .................................................... 117 5.3.2.1 Pontos fortes do método de gestão por processos ................................... 118 5.3.2.2 Pontos fracos do método de gestão por processos .................................. 118 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS E RECOMENDAÇÕES .......................................... 119 6.1 CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................. 119 6.1.1 Considerações sobre a Pesquisa com Micros, Pequenas e Médias Empresas (MPE) da Região de Curitiba ................................................................................... 119 6.1.2 Considerações sobre a aplicação do método proposto de gestão por processos nas organizações de serviços ................................................................................. 120 6.2 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS ................................................ 122 REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 123 APÊNDICE A ........................................................................................................ 127 APÊNDICE B ........................................................................................................ 132 APÊNDICE C ........................................................................................................ 134 APÊNDICE D ........................................................................................................ 136

Page 17: UM MÉTODO DE GESTÃO POR PROCESSOS PARA MICRO E

15

1 INTRODUÇÃO

A micro e pequena empresa tem uma contribuição acentuada na economia,

pois está presente em todos os seus ramos. Está situada próxima ao seu mercado

consumidor e, por isso, é sensível às oscilações econômicas. Porém, possui como

característica fundamental a indefinição entre a pessoa física do proprietário e a

jurídica em termos contábeis e financeiros (LIMAS, 2009). Geralmente utiliza mão-

de-obra pouco ou não qualificada e não está propensa a correr riscos.

Mas, como toda empresa, é um conjunto de processos, distribuídos pelos

departamentos. Então, entender os processos destas empresas, é compreender

como as organizações executam suas atividades, identificando problemas, gargalos

e ineficiências (OLIVEIRA, 2007; KRAJEWSKI, 2009).

Gerenciar seus processos é auxiliar na redução de custos e tempos de

ciclos, melhorias na qualidade geral da organização e, principalmente, melhorar o

atendimento ao cliente, aumentando a sua satisfação e dos funcionários das

organizações (COSTA, 2009), ampliando sua competitividade.

Durante o gerenciamento de processos podem-se utilizar metodologias que

auxiliem o gestor a mapear e entender seus processos, documentá-los, identificar os

problemas e sugerir melhorias para sua otimização (OLIVEIRA, 2007 ; DE SORDI,

2008).

Desta forma, com base no estudo sobre algumas metodologias e técnicas

sugeridas para a gestão dos processos organizacionais observou-se que as

metodologias atuais sugerem a utilização de um especialista em processos, pois

necessitam de conhecimento em simbologia especifica, atuação em equipe, com

comando e liderança, delegação de tarefas e investimento em ferramenta de

automação. A gestão deve ter base cientifica, focado em treinamento e com

propensão a corre riscos calculados.

O tema central desta pesquisa é a gestão por processos em micros e

pequenas organizações de serviço.

Este trabalho propõe um método para gerir processos em micro e pequena

empresa de prestação de serviços. Devido às características destas organizações,

como administração familiar, centralizada não profissional, informalidade, falta de

recursos, imaturidade organizacional, sistema simples de informações, as decisões

Page 18: UM MÉTODO DE GESTÃO POR PROCESSOS PARA MICRO E

16

intuitivas, grande poder do proprietário-dirigente e dependência de certos

empregados, este método deve ser de entendimento fácil para todos os integrantes

da organização em estudo.

1.1 DEFINIÇÃO DO PROBLEMA DE PESQUISA

A transformação das empresas de uma estrutura verticalizada,

hierarquicamente gerenciada, organizada em departamentos, para uma estrutura

horizontal, gerenciada por processos, é uma obrigação das organizações, que

desejam estar à frente de seus concorrentes (HAMMER; CHAMPY, 1994).

O mercado globalizado e competitivo não permite mais que as empresas

fiquem estruturadas com vários níveis hierárquicos e ineficientes (OLIVEIRA, 2007).

Assim, o gestor deverá enfrentar este desafio para continuar competitivo no

mercado.

Para que, esta atividade possa ser realizada em qualquer organização e

com fácil aceitação é necessário que exista uma técnica de gestão por processos,

que gere a possibilidade aos gestores de visualizar esta transformação

organizacional e o alcance da meta de atendimento ao cliente com simplicidade e

baixo custo.

Então, a questão que estimulou a execução deste trabalho foi: como

possibilitar ao gestor da micro e pequena empresa implantar a gestão por processos

em sua organização?

1.2 JUSTIFICATIVA DA PESQUISA

Nas décadas de 1950 e 1960 os gestores estavam preocupados com a

capacidade operacional da organização, pois a demanda estava em crescimento. Se

não fosse possível atendê-la, a empresa poderia perder mercado.

A maioria das organizações estava estruturada em pirâmide, pois era fácil

ajustar para atender o aumento da demanda, acrescentando trabalhadores à base e

completando com cargos gerenciais, possibilitando a facilidade de planejamento e

Page 19: UM MÉTODO DE GESTÃO POR PROCESSOS PARA MICRO E

17

controle. Com o crescimento das organizações, os processos globais se tornaram

complexos e os níveis intermediários de gerentes se ampliaram, aumentando a

distância entre a alta gerência e os seus clientes, tornando difícil entender suas

necessidades (HAMMER;CHAMPY, 1994).

As organizações, sejam de prestação de serviços ou fabricação de produtos,

estão inseridas num competitivo ambiente de negócios. Os clientes não admitem

que seus fornecedores cometam erros, pois estão de posse de muitas alternativas

de consumo. As empresas não podem manter negócios e operações ineficientes e

de alto custo. Assim, as organizações necessitam rever seus negócios, sua forma de

administrar e a visualização de seus clientes e fornecedores.

É necessário um grande enfoque no nível de serviço no atendimento ao

cliente. E neste ambiente de negócios, verificado a partir da última década do século

XX, que o tempo entre transações está se tornando cada vez mais curto e que

propiciou também, sensível redução de tempo e espaço entre a gestão das

empresas e seu público consumidor, entre a gestão das empresas e seus parceiros

e fornecedores, mostrando as fraquezas dos modelos de gestão empresarial

utilizados, todos fortemente direcionados e especializados às áreas funcionais das

organizações (visão funcional) (DE SORDI, 2008, p.15).

Os empresários e gestores estão envolvidos no seu dia a dia com os

problemas de fornecedores, materiais, pessoal, clientes etc. e obviamente, não há

disponibilidade de tempo para pensar na mudança em gestão dos negócios,

inclusive se as novas técnicas e sistemáticas administrativas possuírem aspectos de

complexidade e alto custo de implantação.

Todas as organizações serão obrigadas a se transformarem por iniciativa

própria ou terão que correr atrás do prejuízo, pois o mercado globalizado e

competitivo não permite mais empresas ineficientes (OLIVEIRA, 2007, p.26). É este

o desafio que os gestores estão enfrentando para se manter competitivos no

mercado. Mas para que isto ocorra, as pessoas na organização devem entender sua

posição, em relação aos clientes externos e qual sua importância no processo.

Este estudo teve a finalidade de desenvolver um método de gestão por

processos, para ser utilizado em micros e pequenas empresas, permitindo a

identificação, o estudo e melhoria de seus processos.

Será aplicado o objeto deste estudo em empresas de serviços para validá-lo

Page 20: UM MÉTODO DE GESTÃO POR PROCESSOS PARA MICRO E

18

através da observação dos resultados obtidos. As grandes organizações possuem

sua estrutura própria de gestão por processos, com equipes estruturadas e em

constante aprendizado. Mas, as organizações menores, como as de prestação de

serviço, não possuem estas condições, necessitando também promover melhorias

constantes e redução de custos, para serem competitivas.

1.3 OBJETIVOS

1.3.1 Objetivo Geral

Propor um modelo adaptado às micros e pequenas empresas para auxiliá-

las à introdução da gestão por processos.

1.3.2 Objetivos Específicos

Identificar as características das micros e pequenas empresas;

Comparar metodologias e técnicas de gestão por processos propostas

por outros autores;

Definir as abordagens relevantes destas metodologias e técnicas para

as micros e pequenas empresas;

Utilizar ferramentas de mapeamento de processos adequadas para as

micros e pequenas empresas;

Aplicar o método proposto de gestão por processos em duas

organizações de prestação de serviços;

1.4 ESTRUTURA DE DISSERTAÇÃO

O trabalho está estruturado em seis capítulos. O capítulo 2 apresenta a

fundamentação teórica desta pesquisa, abrangendo: processo e subprocessos;

consequências nos processos influenciadas pela organização; estruturas verticais

versus estruturas horizontais; gestão por processos; a gestão por processos e a

Page 21: UM MÉTODO DE GESTÃO POR PROCESSOS PARA MICRO E

19

relação com clientes e fornecedores; cadeia de valor e a gestão por processos;

fatores críticos de sucesso na implantação da gestão por processos; introdução e

desenvolvimento de metodologias de gestão por processos; características de micro

e pequena empresa (mpe) e a compatibilidade das metodologias de gestão por

processos.

O capítulo 3 descreve os procedimentos metodológicos apresentando a

metodologia, a classificação e o universo da pesquisa.

O capítulo 4 narra a proposta de um método de gestão por processos

considerando a visão geral do método proposto.

O capítulo 5 relata os resultados da aplicação da metodologia envolvendo

duas organizações de serviços; análise e discussão dos resultados obtidos e os

pontos fortes e fracos do método proposto.

O capítulo 6 apresenta as considerações finais com base no objetivo da

pesquisa e recomendações para trabalhos futuros.

Page 22: UM MÉTODO DE GESTÃO POR PROCESSOS PARA MICRO E

20

2 REFERENCIAL TEÓRICO

Este capítulo apresenta os principais conceitos sobre processos e gestão

por processos. É dado ênfase na relação cliente e fornecedor, nos fatores críticos de

sucesso e sua importância na gestão por processos. Também são citadas as

características das pequenas e microempresas e como estão atuando em relação ao

gerenciamento dos seus processos. Por fim, são apresentadas algumas

metodologias de gestão por processo.

2.1 PROCESSO

O processo é um conjunto de atividades repetitivas e logicamente

interrelacionadas, envolvendo pessoas, equipamentos, procedimentos e

informações que, quando executadas, transformam entradas em saídas, agregam

valor e produzem bons e aproveitáveis resultados para os clientes externos e

internos da organização (KRAJEWSKI, 2009; DE SORDI, 2008, OLIVEIRA, 2007,

DAVENPORT, 1994; HAMMER; CHAMPY, 1994; MOTTA, 1995).

Toda atividade importante realizada nas empresas está incluída em algum

processo, pois não existe um produto ou um serviço oferecido por uma empresa sem

um processo de negócios (GONÇALVES, 2000a, p.7).

Os processos não estão definidos para atuarem isoladamente, mas para

serem aplicados em estruturas organizacionais interagindo entre si, utilizando

centros de competência e equipes multidisciplinar, o que possibilita o conhecimento

de forma holística (OLIVEIRA; 2007).

Um processo pode ter seu próprio conjunto de objetivos e envolver um fluxo

de trabalho que cruze fronteiras departamentais, necessitando de recursos de vários

departamentos sendo algumas etapas projetadas para atividades de rotina,

enquanto outras são constituídas para o trabalho personalizado (KRAJEWSKI, 2009,

p.6).

Desta forma, as organizações necessitam rever seus negócios, sua forma de

administrar e visualizar seus clientes e fornecedores. O tempo é o elemento

determinante no sucesso destas transações (OLIVEIRA, 2007, p.21). Além de

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21

atender ao cliente, é necessário um enfoque no seu nível de serviço. Mas, para que

isto ocorra, as pessoas dentro da organização devem entender onde estão situadas

em relação aos clientes externos e qual sua importância no processo.

A principal condição para que o processo de negócio seja integrado é

entender a empresa na sua totalidade e assim transpor as barreiras organizacionais,

adquirindo o conhecimento de organização por processos, sobrepondo o

entendimento de hierarquia funcional (DA SILVA; PEREIRA, 2006).

O trabalho deve ser desenvolvido baseado em processos e nas pessoas que

o exercem (HAMMER; CHAMPY, 1994). Estas assumem o controle com autonomia

e poder para tomar as decisões adequadas e se responsabilizam pelas atividades a

serem executadas, pois o trabalho não é modificado, mas exercido de forma

conjunta por toda a organização.

Gonçalves ressalta: “O fluxo de trabalho é apenas um dos tipos de processo empresarial, talvez aquele em que as atividades são mais interdependentes e realizadas numa sequência específica. Essa definição estrita deixa de fora os processos que não têm início e fim claros ou cujo fluxo não é bem definido. Às vezes, alguns desses processos têm impacto maior que os demais na própria viabilidade da empresa, como aqueles ligados à sucessão na empresa, ao desenvolvimento dos gerentes e à avaliação do desempenho do pessoal.” (GONÇALVES, 2000a. p.7).

As organizações estão inseridas em um ambiente competitivo, exigindo que

haja estratégias agressivas e arrojadas, conhecidas por todos dentro da

organização, para suplantar a concorrência (KRAJEWSKI, 2009, DAVENPORT,

1994; HAMMER; CHAMPY, 1994).

As empresas não estão mais competindo localmente, mas com concorrentes

globais, que estão localizados em qualquer parte do mundo, adquirindo materiais e

fornecendo seus produtos globalmente. Então, o entendimento dos processos

essenciais da organização contribui para que a empresa desenvolva as suas

estratégias. Também, possibilita o entendimento de sua missão e competências para

superar a concorrência e se perpetuar no mercado.

As grandes organizações estão utilizando seus recursos para,

explicitamente, focar sua atenção na concepção e gestão de seus processos

(SMART; MADDERN; MAULL, 2008, p.3). Para Gonçalves (2000a, p.8), nos

processos estão todos os trabalhos essenciais realizados nas empresas, assim não

há um produto ou um serviço oferecido pelas organizações sem um processo

Page 24: UM MÉTODO DE GESTÃO POR PROCESSOS PARA MICRO E

22

empresarial.

Os processos essenciais devem ser conhecidos por todos da organização.

Assim, é necessário definir processos simples e empresas definidas por processos,

para poder atender as demandas de qualidade, atendimento, custos baixos e

flexibilidade (HAMMER; CHAMPY, 1994, p.38).

2.1.1 Processos e Subprocessos

Todas as organizações podem ser identificadas como um conjunto de

processos, mesmo aquelas que estão estruturadas por departamentos e são

hierarquicamente definidas, independente de seu porte e ramo de negócio. A

hierarquia dos processos depende do nível de detalhes que se deseja analisar.

Gonçalves (2000b, p.10) afirma que o conceito de processo é válido para qualquer

nível da organização.

Os processos nas organizações são estruturados seguindo a arquitetura

apresentada na figura 1 (SMART; MADDERN; MAULL; 2008). Os macroprocessos

possuem processos; os processos possuem subprocessos, os quais possuem

atividades. Por fim, as atividades possuem tarefas e assim por diante.

Atividades

Macro

Processos

Subprocessos

Figura 1 – Hierarquia dos Processos. Fonte: Adaptado de De Sordi (2008, p.60).

Os macroprocessos são processos básicos e fundamentais da organização,

que a descrevem de forma geral e podem ser constituídos de microprocessos

alocados pelos departamentos funcionais (JURAN, 1992). E, devem ser eficazes,

eficientes, adaptáveis, mensuráveis, controláveis e formalizados.

Page 25: UM MÉTODO DE GESTÃO POR PROCESSOS PARA MICRO E

23

Macroprocessos são divididos em processos os quais podem ser formados

por subprocessos, também chamados de microprocessos, que são partes menos

complexas ou menores.

Os subprocessos são divididos em outros subprocessos ou em atividades

para simplificar a sua compreensão por parte de todos na organização. Ou seja, o

conceito de subprocessos possibilita o entendimento das interconexões de

atividades na organização, a forma como interagem os insumos e os resultados de

cada processo.

Ressalta-se que um processo complexo necessita ser repartido em seus

subprocessos e seu mapeamento deve orientar todos os participantes de sua

constituição e interligação (DAVENPORT, 1994, p.34). É importante considerar que,

uma pessoa ou um departamento talvez não execute todas as partes do processo

ou, fases diferentes podem exigir habilidades diferentes (KRAJEWSKI, 2009, p.05).

A contribuição mais significativa da arquitetura (hierarquia) de processos é a

de introduzir uma linguagem e conceitos fundamentais de processo focando nas

necessidades do cliente (SMART; MADDERN; MAULL, 2008, p.12).

As organizações necessitam distinguir entre os processos de negócio e de

suporte, para ter condições de identificar os seus processos essenciais. Então,

serem capazes de dividi-los em subprocessos. A figura 2 apresenta a classificação

de processos empresariais e suas principais características, classificando-os em

processos de negócios, organizacionais e gerenciais (GONÇALVES, 2000a).

Os processos de negócios possuem a característica de mostrar a atuação

da empresa, são apoiados por outros processos internos. Resultam no produto ou

serviço ao cliente, possuem a capacidade de lhes agregar valor. São característicos

para a organização em que estão inseridos e diferem em outras organizações.

Assim, devem estar baseados nas necessidades dos clientes e serem revistos e

atualizados para melhorar seu nível de serviço.

Os processos organizacionais são internos à organização, possibilitando o

seu adequado desempenho e apóiam os processos de negócios. Os processos

gerenciais possibilitam o gerenciamento organizacional, direcionando a empresa ao

alcance de suas metas estratégicas. Os processos organizacionais e gerenciais são

de suporte e geram informação e decisão à organização (GONÇALVES, 2000a).

Page 26: UM MÉTODO DE GESTÃO POR PROCESSOS PARA MICRO E

24

Figura 2 – Classificação Geral dos Processos Empresariais.

Fonte: Gonçalves (2000a).

Os processos organizacionais são internos à organização, possibilitando o

seu adequado desempenho e apóiam os processos de negócios. Os processos

gerenciais possibilitam o gerenciamento organizacional, direcionando a empresa ao

alcance de suas metas estratégicas. Os processos organizacionais e gerenciais são

de suporte e geram informação e decisão à organização (GONÇALVES, 2000a).

Para Krajewski (2009, p.06) há uma classificação diferente para os

processos: “Processos Essenciais (core process) – é uma cadeia de atividades que

entrega valor a clientes externos e Processos de Apoio – provêem recursos e

insumos vitais aos processos essenciais e são vitais para a gestão da empresa”.

2.1.2 Estruturas Verticais Versus Estruturas Horizontais

A verticalização, baseado na Administração Científica, disseminou as

estruturas verticais hierárquicas organizacionais nas empresas, com visão

fragmentaria e estanque da interação entre superiores e subordinados e suas

obrigações, provocando a especialização que separou o trabalho em funções,

levando as empresas a se afastarem de seus objetivos de negócios (DAVENPORT,

1994; DE SORDI, 2008).

Page 27: UM MÉTODO DE GESTÃO POR PROCESSOS PARA MICRO E

25

Para Hammer e Champy (1994), nas empresas funcionais, as áreas afins

estão alocadas em uma divisão funcional, consumindo energia em demasia para a

tomada de decisões através da estrutura organizacional.

As estruturas funcionais sempre funcionaram com perfeição dentro da

hierarquia organizacional, buscando a maximização dos lucros com redução de

custos. Todos os departamentos respondem ao seu superior hierárquico, que possui

suas próprias metas. Porém, sem a visão holística do processo, que fica sob a

responsabilidade da diretoria.

De Sordi comenta:

“A busca de excelência pelos “silos funcionais” resolvia problemas localizados, não abrangendo as questões estruturais da organização. Observou-se que desempenhar diversas funções com excelência não implicava obrigatoriamente na satisfação do cliente final, pois muitos dos problemas residiam na comunicação e na interação de trabalho entre as diversas áreas funcionais, problemas apontados como “lacunas organizacionais” ou “áreas nebulosas”, pouco compreendidas e gerenciadas pelas organizações” (DE SORDI, 2008, p.20).

Assim, percebe-se que, a organização necessita se modernizar e buscar

novas alternativas para atender as necessidades do cliente e para se manter

competitiva no mercado atual.

A gestão funcional não é adequada ao modelo de organização de trabalho

das empresas e este é um problema que se agravará, pois as organizações estão se

movendo ao modelo de trabalho com visão nos processos de forma intensiva (DE

SORDI, 2008, p.16).

As organizações precisam alterar suas práticas de gestão, se modernizar,

entender as necessidade e expectativas de seus clientes e integrar todas as suas

áreas paulatinamente (KRAJEWSKI, 2009; DE SORDI, 2008). Além de, desenvolver

intensamente uma estrutura de serviços, que mantenha o cliente sempre satisfeito.

Segundo Gonçalves:

“Geralmente, mudar a estrutura organizacional da empresa de um modelo funcional para uma estrutura por processo implica: Atribuir a responsabilidade pelo andamento de cada processo essencial a um process owner; Minimizar os deslocamentos de pessoas e as transferências de material (para reduzir esperas, erros e cruzamento de fronteiras), organizando as atividades ao longo de processos, e não por funções; Maximizar o agrupamento das atividades, empregando equipes multifuncionais e pessoal polivalente; Diminuir o gasto de energia por meio de atividades como, por exemplo, reunir as partes da empresa em um menor número de locais ou empregar maciçamente os recursos de tecnologia de informação para reduzir o

Page 28: UM MÉTODO DE GESTÃO POR PROCESSOS PARA MICRO E

26

transporte, a armazenagem e o deslocamento dos recursos e materiais empregados nos processos essenciais. (GONÇALVES, 2000b).”

Embora as empresas possam estar organizadas e estruturadas em relação a

sua missão e objetivos, a sua grande maioria não se define como uma empresa

organizada por processos. E, muitas vezes, não percebem a interação que há entre

as várias áreas da empresa.

Para Smart, Maddern e Maull (2008, p.07), os responsáveis pelos processos

trabalham em equipes multifuncionais, focados no nível de serviço aos clientes.

Enquanto que a gestão funcional utilizada na organização tradicional é direcionada

para os seus propósitos departamentais. Esta ambiguidade é uma fonte potencial de

conflitos, pois os gestores por processos possuem objetivos diferenciados dos

gestores tradicionais. Logo, é necessário amadurecer a idéia de processos e

envolver todas as pessoas da organização, fazendo-os entender que todos estão

inseridos em algum processo organizacional.

A qualidade dos processos internos está diretamente relacionada com o

sucesso organizacional (BERTUCCI, 2005, p.14). Os processos devem estar

sincronizados com os objetivos dos gestores para que a empresa tenha condições

de sobreviver.

Davenport (1994) considera que a estrutura de processos possibilita uma

visão dinâmica da produção de valor que a organização oferece ao seu cliente.

Enfatiza que a pressão competitiva e os clientes impulsionam as empresas para

melhorar seus processos. E, assim, visualizar os desejos do cliente, fabricando

somente o essencial, através de uma coordenação eficiente e conjunta com os

departamentos de marketing e vendas.

Porém, as organizações possuem muitas questões internas que podem

gerar algumas consequências para a administração de processos (OLIVEIRA, 2007).

Estas questões e suas consequências estão apresentadas no Quadro 1.

2.2 GESTÃO POR PROCESSOS

Os processos podem e devem ser tratados como sistemas internos à

organização e também, externos com interação entre sistemas de outras empresas

que desenvolvem suas atividades em parceria com a organização (DAVENPORT,

Page 29: UM MÉTODO DE GESTÃO POR PROCESSOS PARA MICRO E

27

1994; KRAJEWSKI, 2009; DE SORDI, 2008).

Questões Internas Consequências a) Desenvolvimento e aplicação de

estruturas voltadas para os resultados.

As tradicionais organizações hierarquizadas estão em desuso e estão dando lugar para as estruturas voltadas para os resultados e os clientes, como as estruturas por processos.

b) Desenvolvimento e aplicação de estruturas flexíveis e ágeis.

As empresas estão procurando se aproximar de itens do processo, pois estão focadas no individuo, que é o ponto fundamental de consolidação do processo decisório.

c) Adequação das atividades de apoio das empresas.

Estas atividades devem ser programadas e organizadas para atender às necessidades e às expectativas das atividades fim da organização. Mas, a tendência tem sido de descentralização de atividades operacionais das unidades de apoio que são alocadas nas unidades fim da empresa, assim facilitando que a empresa fique mais voltada para as necessidades do mercado.

d) Desenvolvimento e aplicação de estruturas organizacionais baseadas em interações e compreensões mútuas, bem como nas responsabilidades.

Porque as estruturas atuais estão ficando sem finalidade.

e) Consolidação de um novo perfil de executivos.

Devem estar mais envolvidos com o ambiente da empresa e com maiores responsabilidades, sempre voltados para o cliente, auxiliando a empresa a encontrar o equilíbrio entre as mudanças ambientais e internas, com o intuito de alavancar e consolidá-la no mercado. Estes executivos alteram sua função de comando e controle para o de treinamento de seus subordinados, que tomarão suas próprias decisões.

f) Desenvolvimento dos trabalhos em equipe, principalmente multidisciplinares.

Cada membro foca em seu aperfeiçoamento contínuo, não faz seu julgamento pessoal, auxilia a sinergia de conhecimentos, conhece e influencia os processos, compartilha a importância do trabalho em equipe e aprende a pensar e atuar de forma holística. E as equipes multidisciplinares terão um papel fundamental de gerenciamento.

g) Desenvolvimento do processo de terceirização.

Deverá ter a aceitação de todos os envolvidos, pois é um novo desafio organizacional, que solicitará profissionais com novas visões e ações, sendo que o importante diferencial da terceirização são as parcerias e o amplo conhecimento do ambiente das empresas participantes.

h) Aumento da flexibilidade empresarial, tanto nos níveis estratégico, organizacional ou de processos.

Com a utilização de instrumentos administrativos que proporcionem a integração entre todos os sistemas da organização.

Quadro 1 – Questões Internas às Organizações e suas Consequências. Fonte: Adaptado de Oliveira (2007).

Page 30: UM MÉTODO DE GESTÃO POR PROCESSOS PARA MICRO E

28

Um sistema é “um conjunto de elementos interconectados cuja

transformação em uma de suas partes influencia as demais. Originário do grego, o

termo “sistema” significa combinar, ajustar, formar um conjunto” (DE SORDI, 2008,

p.12).

A gestão de processo pode ser definida como (OLIVEIRA; 2007, p.58):

“O conjunto estruturado e intuitivo das funções de planejamento, organização, direção e avaliação das atividades sequenciais, que apresentam relação lógica entre si, com a finalidade de atender e, preferencialmente, suplantar, com minimização dos conflitos interpessoais, as necessidades e expectativas dos clientes externos e internos das empresas.”

Então, os processos devem ser gerenciados e melhorados como sistemas,

utilizando a gestão de processo. Isto possibilita a visão holística do negócio, dando

condições do gestor observar além de suas fronteiras processuais.

Para Netto (2004, p.02), a gestão por processos possibilita o fornecimento

de valor aos clientes, com a definição de objetivos, metas e monitoramento do

desempenho. Com isto, proporciona-se a melhoria contínua dos processos.

É necessária a figura de um gestor para gerenciar os processos. Hammer e

Champy (1994, p.17) consideram que, se não houver um responsável pela

supervisão do processo completo, individualmente não haverá responsáveis, o que

torna alta a probabilidade de erros, pois muitas pessoas agem separadamente na

execução das atividades do processo.

A gestão de processo sendo introduzida em uma organização pode ser

utilizada como base para a melhoria contínua dos processos produtivos, ampliando

os níveis de eficiência e reduzindo as perdas e em consequência, maximizando os

lucros (LOPES, 2008, p.02). Tanto que, para Mororó (2008, p.40), a melhoria dos

processos simplifica-os, elimina etapas, fazendo-o com maior eficiência. E, resulta

em eliminação dos erros e redução de custos.

Mas, Gonçalves (2000b, p.15) enfatiza que as empresas de qualquer

tamanho, tipo e área de atuação podem ser reestruturadas para se organizarem por

processos. Então, o gestor deve focar na administração de seus processos. Pois, a

gestão por processos de negócios possui uma administração direcionada ao cliente

final, desenvolvendo autonomia gerencial para a tomada de decisão nas pessoas

participantes dos processos. Faze-os mais produtivos, mais qualificados, reduzindo

custos operacionais (DE SORDI, 2008, p.28).

Page 31: UM MÉTODO DE GESTÃO POR PROCESSOS PARA MICRO E

29

E Netto (2004, p.37) apresenta a gestão por processos como estando

relacionada às estratégias competitivas e à cultura organizacional, gerando aumento

de competitividade organizacional, como pode ser observado no Quadro 2.

A gestão por processos

Relacionamento com a Implicações

Implica em Estratégia competitiva Melhor entendimento do funcionamento da organização.

Permite a definição adequada de responsabilidades.

Utilização eficiente dos recursos à prevenção e solução de problemas.

A eliminação de atividades redundantes. Identificação clara dos clientes e fornecedores.

Possibilita Estratégia competitiva Atuar com eficiência nos recursos. Eficácia nos resultados.

Prove meios Estratégias Capacidades valorizadas pelos clientes.

Implica em Eficácia Gerenciar os processos interrelacionados. Controle contínuo sobre a ligação entre os

processos. Promove Cultura organizacional Integração da organização.

Permite Cultura organizacional Melhor definição de responsabilidades.

Quadro 2 - Gestão por Processos Relacionada às Estratégias Competitivas e Cultura Organizacional Fonte: Adaptado de Netto (2004).

Mesmo com a conscientização dos benefícios citados anteriormente, para

Smart, Maddern e Maull (2008, p.03), o setor de serviços embora esteja cada vez

mais dominando o cenário empresarial, continua a ser relativamente inexplorado

pelas comunidades de pesquisa. Dentro desta área, a gestão de processo atrai

grande atenção, mas, ainda sofre falta de clareza teórica. E, Juran (1992, p.81)

acrescenta que, na visão do cliente, os serviços devem ser realizados rapidamente.

Isto gera uma necessidade imediata, porém, se torna crítica por estar diretamente

lidando com o cliente.

É preciso notar que as organizações estruturadas por processo, não

necessariamente estão sendo geridas por processos. O inverso também é

verdadeiro, sendo frequentemente gerida por idéias ultrapassadas, normalmente de

estruturas departamentalizadas (GONÇALVES, 2000b, p.13).

Logo, é importante que haja o rompimento das idéias antigas e se inicie um

movimento de modernização da empresa, não somente nas estruturas e no papel,

mas também na mente das pessoas, inclusive porque o desafio de implementar

sistemas de gestão efetivos ainda continua atual (BERTUCCI, 2005, p.11).

Page 32: UM MÉTODO DE GESTÃO POR PROCESSOS PARA MICRO E

30

Segundo Oliveira (2007, p.67), a falta de metodologias estruturadas de

gestão por processos dificulta a sua consolidação como instrumento administrativo

de qualidade, o que faz o gestor pensar se realmente é necessária a aplicação da

administração de processos.

Mas, não basta identificar, mapear e descrever os processos, é necessário

criar possibilidades para a melhoria, preferencialmente contínua. Paladini (1995,

p.96) comenta que, como a política de qualidade determina a atuação no mercado, o

nível de tecnologia utilizado, a qualificação das pessoas envolvidas etc., influenciará

diretamente na definição e estruturação dos processos. Antes, porém, Juran (1992,

p.376) enfatiza que, será necessário entender as necessidades dos clientes para

satisfazê-lo. Então, coloca as seguintes indagações que devem estar sempre à

frente dos estudos sobre o cliente:

a) Como o cliente utiliza os produtos e serviços do processo?

b) Qual a visão do cliente em relação à importância de suas necessidades?

c) Qual a diferença entre as percepções do cliente e do processo?

É importante ainda medir o desempenho do processo através de

indicadores, com o intuito de verificar a evolução gerada pelas melhorias. Então, os

responsáveis pelos processos, de posse dos recursos necessários, administram o

desempenho do processo, frequentemente independente da estrutura organizacional

formal (SMART, MADDERN, MAULL; 2008, p.7). Apesar de haver necessidade de

controles na organização, somente são utilizados quando viáveis economicamente

(HAMMER; CHAMPY, 1994, p.43).

E, para compreender os resultados obtidos, Borchardt, Sellitto e Pereira,

(2007, p.308) comentam que, a pesquisa deve ser baseada por teorias e princípios

direcionados para a busca da melhoria dos processos. Paladini (1995, p.71)

acrescenta que, quando há a utilização da melhoria contínua, a avaliação deve ser

constante, porém estruturada. O enfoque deve ser dado aos processos críticos,

quando há a iniciativa para a melhoria contínua, para não desperdiçar energia,

tempo e recursos da organização (DAVENPORT, 1994, p.41).

A gestão por processos pode se basear em outras teorias e técnicas como

Produção Enxuta (Lean Manufacturing), Teoria das Restrições, Gestão da Qualidade

Total (Total Quality Management), Seis Sigma, entre outros, para alcançar os

resultados positivos que seus objetivos almejam. Inclusive, Smart, Maddern, e Maull

Page 33: UM MÉTODO DE GESTÃO POR PROCESSOS PARA MICRO E

31

(2008, p.3), sugerem que, o impacto da implantação da gestão por processos no

desempenho operacional de uma empresa deverá ser medido através da avaliação

sobre as melhorias que produzirem no desenvolvimento dos processos de negócio.

Para Gonçalves:

A importância dos processos essenciais na gestão das empresas vai da identificação e definição desses processos, passa pelo aperfeiçoamento de tais processos, pela priorização deles na gestão da empresa como um todo e chega até a redefinição da estrutura organizacional e do funcionamento da empresa em função dos seus processos básicos (GONÇALVES, 2000b, p.12).

Antes de pensar em implantar a gestão por processos, algumas questões

relevantes devem ser levantadas (KRAJEWSKI, 2009; DE SORDI, 2008; OLIVEIRA,

2007, DAVENPORT, 1994; HAMMER; CHAMPY, 1994; PALADINI, 1995;

GONÇALVES, 2000b):

a) Quais a(s) área(s) deverão adotar esta forma de gestão?

b) Como conciliar a gestão por processo com o modelo de estrutura

organizacional?

c) Quais as atribuições e papéis das equipes de processo nesta iniciativa?

d) Qual o dimensionamento ideal destas equipes para a execução e o

controle dos processos?

e) Qual o suporte adequado de ferramentas de tecnologias?

f) Quais os tipos de indicadores de desempenho a serem utilizados para

monitorar e controlar os processos?

g) Quais são a integração e interdependência entre os processos?

Existem cinco temas chaves que deverão estar em estreita relação com as

questões citadas anteriormente, para o gerenciamento de processos: estratégias de

processos, arquitetura dos processos, definição dos donos dos processos, medição

dos processos e melhoria de processos (Figura 3) (SMART, MADDERN, MAULL,

2008, p.4). Para Hammer e Champy (1994), surgem as seguintes funções quando as

organizações aplicam a gestão por processos:

a) Líder, que é exercido por um gestor da alta cúpula, com influencia, que

sugere a transformação radical da organização. É visionário e motivador.

b) Dono do processo, exercido por um gerente responsável de um

determinado processo, com prestígio, credibilidade e influência na

Page 34: UM MÉTODO DE GESTÃO POR PROCESSOS PARA MICRO E

32

organização. Deve ser respeitado, voltado para mudanças, tolerante nas

adversidades e ambiguidades. Deve ainda, ser motivador, inspirador e

aconselhar adequadamente sua equipe.

Gestão Consciente de Processos

Componentes Conceituais

Componentes de Aplicação

Gestão de Macroprocessos

Estratégias de Processo

Arquitetura do Processo

Medição do Processo

Dono do Processo

Melhoria de Processo

Figura 3 – Estrutura Integrada de Gestão por Processos.

Fonte: SMART, MADDERN, E MAULL (2008, p.13).

c) Equipe de processos, composta por pessoas dedicadas à reengenharia

de um processo. Deve diagnosticar, supervisionar e implantar novos

processos ou melhorias no existente. Necessitam ser autogerenciáveis,

em que o dono do processo é seu cliente, trabalhar focada à sua meta.

d) Comitê geral, composto por gerentes de alto nível, com a função de

estabelecer as estratégias da gestão por processos e monitorar o seu

desempenho e progresso.

A melhoria de processos se dá através da implantação da qualidade no

processo e com a utilização de ferramentas da qualidade, que são classificadas em

três grupos, como a seguir (PALADINI, 1995):

a) Ferramentas tradicionais que, a partir do conhecimento do processo,

desenvolvem-se ações para melhorá-lo: Diagrama de Causa e Efeito

(Ishikawa), Histogramas, Gráficos de Controle, Folhas de Checagem,

Gráficos de Pareto, Fluxogramas e Diagramas de Dispersão.

b) Ferramentas baseadas em novos sistemas de produção que, a partir da

organização do processo, desenvolvem-se ações para melhorá-lo: Perda

Zero, Células de Produção, Kanban, TPM (manutenção produtiva total),

Círculos da Qualidade, JIDOKA (Autocontrole – autonomação),

Qualidade na Origem.

Page 35: UM MÉTODO DE GESTÃO POR PROCESSOS PARA MICRO E

33

c) Novas Ferramentas que, a partir da otimização do processo, propiciam

as melhorias: Diagrama - Matriz (representação de ações,

responsabilidades, propriedade ou atributos interrelacionados); Matriz de

Análise de Dados (visualização de um conjunto de variáveis que

interferem em um processo); Diagrama Seta (programação de execução

de atividades); Diagrama de Dependência (Separação de causa e

efeitos e relação entre eles); Diagrama Árvore (determinação de

métodos e formas para atingir um objetivo fixado); Diagrama de

Similaridade (definição de níveis de similaridades entre informações de

um processo); Diagrama de Programação de Decisão (determinação,

eliminação ou minimização da ocorrência de problemas inesperados no

processo, proveniente de uma tomada de decisão).

Figura 4 – Os Estágios de Evolução para a Organização por Processos. Fonte: GONÇALVES (2000b).

A figura 4 mostra os vários estágios de evolução das empresas que estão

buscando se transformarem em uma organização por processo. Será necessário

Page 36: UM MÉTODO DE GESTÃO POR PROCESSOS PARA MICRO E

34

posicionar a empresa em um destes estágios, antes de iniciar as atividades de

gestão por processos, pois é importante entender a situação atual da organização

em relação aos processos, para que se tenha uma idéia das atividades que deverão

ser desenvolvidas, fazendo um planejamento adequado de tempo, recurso e esforço

necessário (GONÇALVES, 2000b, p.19).

A figura 5 detalha as ações que devem ser desenvolvidas nas empresas

para se transformarem em uma organização por processos, conforme o estágio em

que esta se encontra.

Figura 5 – O que falta fazer para atingir uma Organização por processos. Fonte: GONÇALVES (2000b).

2.2.1 A Gestão Por Processos e a Relação entre Clientes e Fornecedores

Os processos e as pessoas de uma organização possuem seus clientes.

Uns são clientes externos, que atuam como usuários finais ou intermediários e, que

adquirem os produtos ou serviços da empresa. Outros são clientes internos, que são

Page 37: UM MÉTODO DE GESTÃO POR PROCESSOS PARA MICRO E

35

os funcionários ou processos que recebem insumos de outros e executam seu

trabalho (KRAJEWSKI, 2009, p.05).

Os clientes mudaram e estão mais exigentes atualmente, determinam aos

fornecedores os produtos e serviços personalizados, adaptados à sua necessidade

(HAMMER; CHAMPY, 1994, p.10). Comunicam o que, quando e como o querem e

quanto estão dispostos a pagar por isso, ou seja, exigem um tratamento

personalizado.

O objetivo da gestão por processos é oferecer produtos e serviços que

agreguem valor, o mais rápido que puder e com redução de custos, pois o preço

pago é somente um ponto considerado pelo cliente (GONÇALVES, 2000b, p.10).

Há grande quantidade de clientes com diferentes necessidades, exigindo

múltiplas características dos processos (JURAN, 1992, p.23). Isto torna a tarefa de

atendimento e satisfação ao cliente um item complexo. E, Davenport (1994) afirma

que, a organização para adotar o ponto de vista do cliente, deve usar a abordagem

de processo, o qual necessita ser projetado para satisfazer ao cliente. Qualquer

melhoria deve ser baseada, também, nos seus objetivos.

Todos os processos e todas as pessoas de uma organização dependem de

fornecedores. Os fornecedores externos são outras empresas ou indivíduos que

entregam recursos, serviços, produtos e materiais para a utilização em curto e longo

prazo. Que devem ser tratados como clientes externos, pois necessitam receber

realimentação constante (JURAN, 1992, p.53).

Os processos possuem ainda fornecedores internos que são ou não

funcionários, subprocessos ou processos que fornecem informações, recursos ou

materiais essenciais para o processo cliente (KRAJEWSKI, 2009). As organizações

têm obrigação de desenvolver parcerias permanentes com seus fornecedores, ou

seja, necessitam trabalhar em cooperação, pois ambos possuem objetivos comuns

(PALADINI, 1995).

A integração com o processo deve ser unificada, considerando todos os

fatores envolvidos, sendo externa em (PALADINI, 1995, p.73):

a) Integração com Fornecedores Externos com avaliação prática,

precisa e isenta do seu processo produtivo, antes da avaliação de seus

produtos e material fornecido.

b) Integração com Clientes fazendo-o participar do processo, dando

Page 38: UM MÉTODO DE GESTÃO POR PROCESSOS PARA MICRO E

36

importância a sua opinião e necessidades.

c) Integração com o Meio Ambiente preocupando-se com os recursos

naturais e competitividade, para ampliar sua participação no mercado.

2.2.2 Cadeia de Valor e a Gestão por Processos

Cadeia de Valor é um conjunto de ações ou processos interrelacionados que

produz um serviço ou produto com valor para o cliente.

A definição de cadeia de valor reforça a relação entre processos e

desempenho, o que inclui a interação entre os processos internos de uma empresa

e também o de seus clientes e fornecedores externos (KRAJEWSKI, 2009).

A administração de cadeias de valor é baseada em administração de

processo e estratégias de operações. O domínio dos processos garante

seguramente a conquista de vantagens competitivas e a agregação de valor para os

clientes (MORORÓ, 2008, p.39).

O valor de um produto ou serviço é o quanto o cliente está disposto a pagar,

desde que este atenda suas expectativas e necessidades (OLIVEIRA, 2007, p.47).

E, para enfatizar este conceito, Paladini (1995, p.105) comenta que, quando a

organização valoriza o cliente, todas as suas necessidades, conveniências e

preferências são transformadas em objetivos fundamentais da empresa. E, baseado

nas colocações anteriores, isto é conseguido com facilidade utilizando-se a visão por

processos.

As organizações internamente não se integram e, tão pouco, realizam a

transferência de informações necessárias, deixando de desenvolver o conhecimento

integrado entre os vários setores (MORORÓ, 2008, p.14). E, Tubino (2000, p.18)

confirma as colocações de Mororó, quando cita que, as organizações têm o

conhecimento que as barreiras funcionais necessitam ser eliminadas.

Ressalta-se que os times de desenvolvimento de processos desafiam a

forma original de um processo e procuram redesenhá-lo para reduzir as atividades

que não agregam valor, proporcionando a integração entre as áreas internas

(SMART; MADDERN; MAULL, 2008, p.07).

Page 39: UM MÉTODO DE GESTÃO POR PROCESSOS PARA MICRO E

37

2.2.3 Fatores Críticos de Sucesso na Implantação da Gestão Por Processos

Fatores críticos de sucesso são atividades ou ações vitais de um estudo ou

projeto, cujo desempenho é fundamental que, quando não são considerados ou não

são atendidos, provocam o insucesso, fazendo com que o processo não atinja os

seus objetivos.

A otimização dos negócios, da estrutura organizacional e/ou dos resultados

empresariais e a consolidação dos produtos e serviços exigem várias análises de

todos os componentes dos processos de negócios, especialmente nos fatores que

se tornam críticos no momento de introduzir a gestão por processos dentro das

organizações (OLIVEIRA, 2007, p.14).

Lopes (2008), em seu artigo, indicou oito fatores críticos de sucesso para a

implantação da gestão por processos, sendo as pessoas envolvidas no processo, o

mais crítico: Foram indicados oito fatores determinantes para o sucesso da implantação da gestão de processos numa organização, a seleção e capacitação das pessoas que irão liderar com o projeto, a sensibilização e o envolvimento das pessoas que irão atuar no projeto, a divisão do trabalho de acordo com os conhecimentos, habilidades e atitudes, o conhecimento técnico dos processos, o envolvimento e motivação das pessoas que irão operar os processos, a disponibilidade de técnicos e gerentes para atuar nas fases do projeto, um sistema de acompanhamento de resultados funcional e a divisão do trabalho de acordo com as finalidades de processos (LOPES, 2008, p.14).

Um dos fatores críticos de sucesso, e importante para a implementação da

gestão por processos, são as pessoas, pois sem elas os processos não são

realizados adequadamente. Como observado no artigo de Lopes, dos oito fatores

críticos sugeridos, seis envolvem as pessoas que estão desenvolvendo os

processos.

Em um modelo estrutural, o homem é o elemento fundamental, assim deve

ser considerado com grande importância (CHINELATO FILHO, 2000, p.272). Pois,

são as pessoas que executam os processos e se envolvem em todas as etapas e

principalmente, possibilitam que estas se executem de forma simples e adequada. E,

os gestores devem perceber quão críticos são para o sucesso das organizações.

Entretanto, em algumas áreas isto já está ocorrendo, conforme observado: “[...] executivos estão aprendendo um segredo sobre essa prática tão usada: cortes de funcionários geralmente causam um efeito negativo na valorização das empresas e, às vezes, demissões custam mais no longo

Page 40: UM MÉTODO DE GESTÃO POR PROCESSOS PARA MICRO E

38

prazo do que são capazes de economizar no curto. [...] A alta direção das empresas claramente reconheceu que clientes satisfeitos - e, mais do que isso, fiéis– valem ouro” (BAIN; COMPANY, 2004, p.2)

Quando as empresas demitem ou deixam seus funcionários serem

contratados pelo concorrente, perdem seu capital intelectual, que geralmente, se

torna difícil de ser reposto, atrasando o desenvolvimento empresarial.

Para confirmar o exposto, Borchardt, Sellitto e Pereira, (2007, p.311),

comentam que, em sua pesquisa realizada na cidade de Porto Alegre, as

organizações consideram importantes os parâmetros relacionados às “Pessoas”.

E, nas organizações que adotam a administração por processos, as pessoas

são valorizadas e fortalecidas na execução de suas atividades (DE SORDI, 2008,

p.28). Ressalta-se que, não é suficiente as pessoas estarem motivadas, é importante

que estejam qualificadas para desenvolver atividades com qualidade e isto gera a

necessidade de treinamento, que é melhor absorvido quando executado

informalmente no dia a dia (PALADINI, 1995, p.95). Então, é fundamental que

saibam conviver em constante cooperação e integração com seus colegas e

gestores.

Se uma organização for incapaz de definir e comunicar a sua visão de

processo pode criar uma descrença nos seus funcionários, que pode ser difícil de

ser superada quando eles são convidados a implementar a gestão centrada em

processos (SMART; MADDERN; MAULL, 2008, p.5). Mas, antes de envolver as

pessoas, é importante motivá-las para a gestão por processos e mostrar a

importância que suas funções exercem para a organização.

A motivação não é uma tarefa fácil, pois independe de decisões ou

transferência de informações, sendo dependente da tendência intrínseca a quem se

deseja motivar (PALADINI; 1995, p.127). E, fundamentalmente surgem algumas

interrogações, quando as organizações estão estruturadas por processos: como os

funcionários desenvolvem suas atividades? A quem se reportam? Qual a prática de

coordenação da equipe? Como o desempenho dos funcionários é avaliado? Como

gerir a carreira do profissional? (GONÇALVES, 2000b, p.12).

Outro ponto a ser considerado são as metodologias de gestão de processo

que, embora tenham um objetivo específico, nem sempre as empresas se

interessam em utilizá-las para sua gestão.

A adoção de uma metodologia pode gerar a necessidade de um profissional

Page 41: UM MÉTODO DE GESTÃO POR PROCESSOS PARA MICRO E

39

especializado para promover o planejamento e análise das atividades de gestão por

processos, o que aumenta a rejeição por estas metodologias (DA SILVA; PEREIRA,

2006, p.349). Mas, Oliveira (2007, p.6) coloca que, provavelmente a expectativa em

relação à administração seja o desenvolvimento de metodologias e técnicas que,

possam consolidar o comprometimento do indivíduo com os resultados das

organizações.

As organizações necessitam entender e medir seus processos, que devem

ser direcionados por parâmetros pré-estabelecidos, baseados na visão do negócio e

nas expectativas dos clientes, para então, aperfeiçoá-los. Pois, medidas eficazes,

combinadas com medições comuns eficientes, proporcionam uma boa base para as

atividades de melhoria de processos (SMART; MADDERN; MAULL, 2008, p.8).

Paladini (1995, p.197) acrescenta que, a avaliação deve ser frequente, pois,

constantemente há elementos novos surgindo nos processos. Assim, a avaliação

dos processos é um fator crítico de sucesso, pois permite identificar o seu nível de

desempenho.

2.2.4 Introdução e Desenvolvimento de Metodologias de Gestão por Processos

As pessoas administram de forma eficiente na medida em que a decisão

pode ser baseada por metodologias, técnicas e processos, porque a integração das

várias partes e atividades da organização possibilita uma visão lógica e evidente

(OLIVEIRA, 2007, p.4).

A seguir, será apresentada a análise de algumas metodologias de gestão

por processos, considerando seus aspectos técnicos.

2.2.4.1 Metodologia para o Desenvolvimento e Implementação dos Processos

Administrativos nas Empresas (DI)

Esta metodologia foi sugerida por Oliveira (2007) e auxilia o gestor no

desenvolvimento e implantação dos processos administrativos em sua organização.

Como pode ser observado na figura 6, esta metodologia possui cinco fases:

comprometimento, estruturação, análise, desenvolvimento e implementação,

demonstrando uma metodologia de fácil entendimento visual.

Page 42: UM MÉTODO DE GESTÃO POR PROCESSOS PARA MICRO E

40

Comprometimento

Desenvolvimento

Análise

Estruturação

Implementação

Figura 6 – Fases da metodologia para o desenvolvimento e implementação dos processos

administrativos nas empresas. Fonte: Oliveira, (2007).

Cada fase é composta de várias partes, totalizando 37 etapas, conforme

apresentado na figura 7, e serão descritas a seguir. Para a aplicação desta

metodologia, Oliveira (2007) sugere que a organização possua ou contrate um

especialista em processos.

A fase “Comprometimento” objetiva apresentar a estrutura geral de

administração de processos para que os profissionais envolvidos nos processos

possam debater, entender e comprometer-se no desenvolvimento destas atividades.

Nesta fase serão abordados os seguintes itens:

Apresentar os conceitos, metodologia, vantagens e precauções que

abordam o entendimento da realidade da empresa, dos princípios de

administração de processos e da metodologia que será aplicada. A

análise e debate sobre as vantagens e precauções da implantação da

gestão por processos.

Realizar uma reunião com a participação dos principais gestores da

organização para debater sobre os objetivos da empresa e do projeto de

gestão por processos. E a forma de participação, comprometimento e os

papéis dos executivos e funcionários na aplicação da metodologia.

Desenvolver o modelo ideal de gestão por processos, baseado na

realidade da empresa.

Executar o treinamento conceitual e operacional de todos os participantes

do projeto.

Planejar criteriosamente o processo de mudança, com o objetivo de

Page 43: UM MÉTODO DE GESTÃO POR PROCESSOS PARA MICRO E

41

reduzir as resistências e otimizar as interações entre as pessoas da

organização.

Fase 1Comprometimento

Etapa 1.1Conceitos/Metodologia/vantagens/precauções

Etapa 1.2Reunião geral de debates/ajustes/

responsabilidades/comprometimentos

Etapa 1.3Modelo ideal

Etapa 1.4Treinamento

Etapa 1.5Planejamento da

mudança

Fase 5Implementação

Etapa 5.1Planejamento

Etapa 5.2Implementação

Etapa 5.3Acompanhamento e

avaliação

Etapa 5.4Aprimoramento

Fase 2Estruturação

Etapa 2.1Expectativas dos

Clientes

Etapa 2.2Interação Processos

Estratégicos X Clientes/Fornecedores

Etapa 2.3Medidas de desempenho

Etapa 2.4Processos de Apoio

Etapa 2.5Problemas existentes e

potenciais

Etapa 2.6Sistemas e subsistemas

Focos de análise

Etapa 2.7Atividades permanentes

e esporádicas

Etapa 2.8Delineamento dos

Processos

Etapa 2.9Atividades que agregam

valor

Etapa 2.10Benchmarking

Etapa 2.11Estimativas dos recursos

Etapa 2.12Prioridades dos

Processos

Fase 3Análise

Etapa 3.1Situação futura

desejada

Etapa 3.2Realidade do Processo

Etapa 3.3Análise do valor

agregado

Etapa 3.4Benchmarking dos

indicadores de desempenho

Etapa 3.5Análise dos resultados

Etapa 3.6Delineamento dos processos ideais

Etapa 3.7Decomposição da passagem para a situação futura

Etapa 3.8Análise das alternativas

Etapa 3.9Definir as prioridades

Fase 4Desenvolvimento

Etapa 4.1Sistemas de

informações gerenciais

Etapa 4.2Relação entre processos e informações

Etapa 4.3Estruturação dos

processos

Etapa 4.4Abordagem tecnológica

Etapa 4.5Adequação da estrutura

organizacional

Etapa 4.6Delineamento dos perfis

de atuação

Etapa 4.7Catalisador responsável

Figura 7 – Detalhamento das fases do desenvolvimento e implementação dos processos administrativos.

Fonte: Adaptado de Oliveira, (2007).

A fase “Estruturação” objetiva identificar todos os aspectos para o

desenvolvimento e implantação dos processos administrativos, baseado na cultura

da organização e foco em seu cliente. Esta fase é composta pelos seguintes

aspectos básicos:

Determinar as necessidades dos clientes e do mercado para que toda a

organização esteja focada no nível de atendimento ao cliente.

Reconhecer os processos estratégicos e identificar sua interação com

Page 44: UM MÉTODO DE GESTÃO POR PROCESSOS PARA MICRO E

42

clientes e fornecedores, baseado nas estratégias organizacionais.

Determinar e implantar indicadores de desempenho para os processos

estratégicos identificados anteriormente.

Determinar os processos de apoio que darão suporte aos processos

estratégicos.

Levantar os problemas existentes e potenciais e determinar a ação sobre

eles.

Identificar os sistemas e subsistemas e a interação e interdependência

entre eles para alcançar um objetivo específico, determinando as

entradas, o processo de conversão, as saídas, os controles e as

realimentações.

Determinar as atividades permanentes e esporádicas para cada sistema

identificado na etapa anterior.

Determinar os processos que estão contidos nos sistemas e subsistemas

identificados anteriormente. Identificar o processo principal, determinar

suas estradas e saídas e a interação com outros processos e levantar

todas as atividades que o compõem.

Levantar as atividades que agregam valor para a organização e para o

cliente, baseado nas estratégias da organização.

Determinar todos os processos, sistemas e subsistemas da organização e

fazer benchmarking com empresas bem sucedidas.

Computar a necessidade de recursos para cada processo analisado.

Estabelecer as prioridades para os processos para determinar o

tratamento que cada processo deverá receber.

A fase “Análise” objetiva estruturar a sistemática de administração de

processos para preparar à aplicação da fase “Desenvolvimento”. Nesta fase, serão

abordados os seguintes itens:

Determinar a situação futura com a otimização dos processos para

melhorar a organização.

Entender a estrutura do processo e identificar todos os pontos de

melhoria.

Identificar detalhadamente e analisar as atividades que agregam valor

Page 45: UM MÉTODO DE GESTÃO POR PROCESSOS PARA MICRO E

43

para o cliente e organização.

Melhorar a definição dos indicadores de desempenho com base na

aplicação de benchmarking.

Identificar e analisar os resultados esperados com as mudanças

planejadas.

Planejar e mapear os processos ideais.

Desenvolver ações para passar da situação atual para a situação futura

desejada.

Estabelecer e analisar as alternativas para o processo de mudança.

Determinar as prioridades das várias alternativas de mudanças.

A fase “Desenvolvimento” objetiva consolidar a gestão por processos na

organização, desenvolvido através de ampla discussão entre os profissionais

envolvidos, sobre os objetivos desta metodologia, para entender a situação

administrativa proposta nas fases anteriores. Esta fase é composta pelos seguintes

aspectos básicos:

Desenvolver e implantar o sistema de informações gerenciais para

fornecer informações de forma estruturada para o processo decisório

organizacional.

Organizar a alocação de informações necessárias e importantes aos

respectivos processos.

Otimizar e estruturar os processos administrativos ideais.

Desenvolver e implantar conhecimento tecnológico aos processos.

Alinhar a estrutura da organização aos objetivos dos novos processos

estratégicos e administrativos.

Determinar a função dos membros das equipes multidisciplinares que

atuarão nos processos administrativos.

Determinar o líder da gestão por processos.

A fase “Implementação” tem por finalidade operacionalizar a gestão por

processos planejada e estruturada nas fases anteriores da metodologia. Esta fase

não deve ser o final da aplicação da gestão por processos na organização, pois o

desenvolvimento desta metodologia necessita ser reconhecida como um processo,

que não se encerra. Os itens abordados nesta fase são:

Page 46: UM MÉTODO DE GESTÃO POR PROCESSOS PARA MICRO E

44

Projetar a implantação das mudanças baseado no desenvolvimento

organizacional e considerar os impactos sobre a cultura organizacional.

Implantar a administração de processos na organização e consolidar a

documentação de todos os processos.

Observar a evolução dos processos, controlar e avaliar o desempenho

para garantir o alcance dos objetivos e metas.

Aperfeiçoar continuamente os processos e a gestão por processos.

2.2.4.2 Técnica Servpro

Possibilita o mapeamento do processo de serviço, baseado no usuário

(SANTOS; FACHIN; VARVAKIS, 2003), permitindo a análise de processos

existentes e o planejamento de novos serviços. Considera apenas os processos

onde há a participação do usuário, sendo mapeadas as interações usuário/empresa.

Possui dois componentes:

a) O diagrama que decompõe os processos hierarquicamente (processos,

subprocessos etc), com representação gráfica do processo. São compostos pelos

elementos:

Atividades de interação, que são as atividades do processo.

Setas, que são utilizadas para unir as atividades de interação

mostrando a sequência das atividades e o fluxo do processo, como

mostra a figura 8.

Figura 8 – Decomposição de uma atividade de interação do Servpro.

Fonte: SANTOS; FACHIN; VARVAKIS (2003, p.88).

Page 47: UM MÉTODO DE GESTÃO POR PROCESSOS PARA MICRO E

45

Junções, ilustrada na figura 9, que indicam se o fluxo do processo

converge ou diverge em atividades que são executadas paralelamente

ou alternativamente.

Figura 9 – Símbolos usados no Servpro.

Fonte: SANTOS; FACHIN; VARVAKIS (2003, p.88).

Go-to, que ajuda a descrever o fluxo do processo quando a ocorrência

seguinte não está interligada por seta;

b) Documento de elaboração utilizado para as atividades de interação que

estão representadas no nível hierárquico mais baixo e que necessitam de

informações adicionais detalhadas.

Este documento descreve as seguintes informações: “nome, número e rótulo

da atividade de interação, elemento(s) de contato, interações entre o(s) elemento(s)

e o usuário, operações do(s) elemento(s), operações do usuário, determinantes da

qualidade e medidas de desempenho” (SANTOS; FACHIN; VARVAKIS, 2003, p.89).

A figura 10 apresenta um exemplo de processo com a aplicação da técnica

Servpro, caracterizando os elementos e símbolos utilizados. Pode ser observado

que, a atividade “Procurar informação” está detalhada em atividades menores, o que

possibilita o seu entendimento.

Para Santos; Fachin; Varvakis (2003), o processo está facilmente

identificado. E, esta técnica mostra ser uma ferramenta que auxiliará os gestores em

empresas de serviços a melhorar a sua administração.

Page 48: UM MÉTODO DE GESTÃO POR PROCESSOS PARA MICRO E

46

Figura 10 – Mapa de Processo do Servpro.

Fonte: SANTOS; FACHIN; VARVAKIS (2003, p.91).

2.2.4.3 Modelo “A Remo” (RE)

Este modelo faz uma analogia a um barco a remo (NETTO, 2004). Possui o

objetivo de analisar processos de manufatura e de serviços, com uma abordagem

técnica e outra comportamental.

A abordagem técnica possui um componente de modelagem para

representar os diversos processos e as interrelações com outros processos e

participantes. Esta abordagem permite ainda avaliações do desempenho do

processo. A abordagem comportamental contribui para a atuação em equipe, com

comando e liderança.

O modelo possui como premissas que, as representações gráficas, símbolos

e diagramas sejam simples para serem usadas pelos participantes da equipe de

processo. Os mapas de processo contemplam os processos de negócio, de apoio e

administrativos; e as equipes multifuncionais possuem importância fundamental na

análise dos processos.

O modelo apresenta vários símbolos relacionados ao barco a remo, como

por exemplo, raia, timão, proa, entre outros, para representar os elementos que

compõem os processos.

Page 49: UM MÉTODO DE GESTÃO POR PROCESSOS PARA MICRO E

47

Netto (2004) relaciona os pontos considerados na sua metodologia:

O planejamento do projeto e a aplicação do modelo: compreende as

fases de planejar, operar, provar e avaliar o processo em estudo.

O mapeamento dos macroprocessos: definidos como a realização do

produto, gestão de recursos e a gestão do sistema.

Os componentes dos processos: representam as entradas, saídas,

recursos e controles, mostrados de forma simplificada. Os controles

são os procedimentos e indicadores. E, os recursos são os

equipamentos e recursos humanos.

O modelo completo de processo, mostrado na figura 11, é usado na fase de

planejamento da modelagem dos processos. Este modelo apresenta o processo com

a especificação de suas entradas e saídas, os indicadores que devem medir o

processo e todos os elementos que fazem parte do processo.

Também possui a atividade de averiguação, com o objetivo de realizar

avaliações periódicas de curto prazo em produtos ou serviços, informação às

pessoas envolvidas, objetivos e avaliações anteriores.

Figura 11 – BARCO – Modelo de processo completo

Fonte: Netto (2004, p.63).

Esta verificação é realizada em termos de conformidade, manutenção e

eficácia dos procedimentos, organização das atividades, projetos de melhoria, ações

corretivas e preventivas.

A verificação em longo prazo aborda os aspectos estratégicos em relação à

tecnologia, informação e informática, as consequências das mudanças planejadas, o

Page 50: UM MÉTODO DE GESTÃO POR PROCESSOS PARA MICRO E

48

ambiente interno e externo e a estrutura organizacional. São analisados valores,

oportunidades, gerenciamento de restrições e limites e ameaças.

A figura 12 apresenta os mesmos componentes da figura 11, porém é o

modelo simplificado que foi desenvolvido para ser eficiente na fase de implantação

do modelo (NETTO, 2004, p.62).

O modelo “PIER” deve ser utilizado como detalhamento do modelo de

processo completo (BARCO), descrevendo os processos de cada área de trabalho.

Sendo que, a fase anterior e posterior significaria a área fornecedora e área cliente,

com suas entradas e saídas, respectivamente.

E, os outros componentes do modelo detalham o processo da área em

estudo, como os equipamentos que são utilizados, os documentos e procedimentos

usados e os gerados e, ainda os indicadores de desempenho, com suas metas e

objetivos a serem alcançados, para avaliação destes processos.

Figura 12 – PIER – Modelo de processo simplificado

Fonte: Netto (2004, p.63).

O modelo “A Remo” contempla ainda as seguintes etapas:

Treinar os colaboradores de todos os níveis hierárquicos;

Mapear os macroprocessos da organização fazendo desmembramentos

até o máximo detalhamento, conforme os objetivos da organização. Esta

análise busca identificar os processos-chave da organização.

Alterar o comportamento dos colaboradores para desenvolver postura

pró-ativa para colocar em prática as mudanças sugeridas.

Page 51: UM MÉTODO DE GESTÃO POR PROCESSOS PARA MICRO E

49

Para Netto (2004), a aplicação deste modelo, tem o objetivo de alinhar as

decisões entre a estratégia operacional, a gestão dos macroprocessos e a cultura

organizacional. E, deverá ser aplicado para demonstrar os princípios praticados de

gestão organizacional ou inserir novas formas de gerir com qualidade a organização.

2.2.4.4 Metodologia de Modelagem de Processos (MP)

Costa (2009) desenvolveu uma rota metodológica para a modelagem de

processos com o objetivo de determinar um modelo para levantar dados, coletar

informações e trabalhar a interação com a criação de um sistema de workflow.

Um workflow é um conjunto de ferramentas que proporciona parcial ou

totalmente a automação dos processos da organização, para gerar um diferencial

competitivo (ANGELONI, 2003). Esta ferramenta facilita a visualização do fluxo de

documentos, informações ou tarefas entre seus participantes com o intuito de

melhorar as transações empresariais, a comunicação interna e com seus clientes e o

desenvolvimento de produtos.

O workflow é uma estrutura tecnológica que movimenta a informação com o

objetivo de otimizar os seus resultados, gerenciando e integrando as pessoas que

atuam no processo (CRUZ, 1995), considerando os seguintes pontos básicos:

Orientação ao processo, à sua lógica e aos seus participantes;

Orientação a históricos e a rastreamentos.

A compreensão precisa de um processo é uma tarefa complexa sem uma

metodologia padronizada de modelagem, devido a sua natureza abstrata (COSTA,

2009). Porém, a modelagem de processos é uma ferramenta gerencial fundamental

na determinação de problemas e geração de pontos de melhorias.

A metodologia proposta por Costa (2009) apresenta as seguintes fases:

1. Delineamento do Processo;

2. Modelagem do Processo Atual (As Is);

3. Otimização para o Processo Desejado (To Be);

4. Montagem do workflow.

Cada fase é composta de várias partes, totalizando 14 etapas, conforme

apresentado na figura 13, que serão descritas a seguir.

Na fase 1, Delineamento do Processo será abordado os seguintes itens:

Page 52: UM MÉTODO DE GESTÃO POR PROCESSOS PARA MICRO E

50

Etapa 1.1, Documentar a missão, estratégias, metas e objetivos da

organização: O processo a ser analisado deve sugerir mudanças que

deverão estar de acordo com os objetivos estratégicos organizacionais.

Etapa 1.2, Levantar a estrutura organizacional: Para obter um

entendimento da atuação do processo na empresa e sua interação com

os vários departamentos organizacionais.

Etapa 1.3, Descrever as metas do processo selecionado e o seu

ambiente: Identificar o tipo de cliente e suas necessidades, para

determinar os limites do processo e o seu direcionamento com os

objetivos organizacionais. E então, descrever e documentar as metas e

objetivos do processo selecionado e o ambiente em que está inserido.

Etapa 1.4, Construir o mapa geral de processos: Analisar a rede de

processos da organização, determinando as entradas, fornecedores,

saídas e clientes internos e externos de cada processo ou subprocesso e

suas interrelações para construir o mapa geral dos processos.

Figura 13 – Metodologia de Modelagem de Processos

Fonte: Adaptado de Costa (2009).

Page 53: UM MÉTODO DE GESTÃO POR PROCESSOS PARA MICRO E

51

Na fase 2, Modelagem do Processo Atual (As Is), será abordado os

seguintes itens:

Etapa 2.1, Preparar a modelagem: Reuni-se todos os documentos criados

na fase anterior com os reguladores dos processos. O objetivo é obter

uma visão holística do negócio da organização. A seguir serão definidos

os processos a serem modelados, a equipe e suas funções e o

treinamento necessário para explicar a metodologia e unificar

informações.

Etapa 2.2, Descrever a equipe envolvida no processo: Determinar o

gestor do processo e formar a equipe de modelagem com representantes

de nível gerencial e operacional, dos vários setores da estrutura

organizacional que compõem o processo. Esta equipe terá um

representante de Tecnologia de Informação e deve trabalhar coesa para

ser alimentada com informações corretas e adequadas, dentro dos prazos

estipulados.

Etapa 2.3, Levantar detalhadamente o processo selecionado: Por meio da

elaboração de entrevistas semiestruturadas, a ser aplicada aos

participantes principais do processo, determinar o estado atual e

descrever em detalhes as atividades do processo em análise,

identificando como se relacionam entre si. Será coletada, nesta etapa, a

documentação utilizada no processo, como normas, procedimentos, entre

outros.

Etapa 2.4, Construir os Diagramas de Processo de Negócio: Serão

reunidas de forma clara e precisa todas as informações, levantadas até o

momento, para documentar o As Is do processo. Também deve ser

registrada cada atividade do processo em um documento textual.

Etapa 2.5, Validar o modelo As Is obtido: Reunir todos os envolvidos no

processo modelado para formalizar a homologação do modelo gerado,

garantindo o atendimento das necessidades do cliente.

Na fase 3, Otimização para o Processo Desejado (To Be) serão abordadas

as seguintes etapas:

Etapa 3.1, Analisar o modelo do processo atual e definir as características

Page 54: UM MÉTODO DE GESTÃO POR PROCESSOS PARA MICRO E

52

do processo desejado: Analisar os documentos criados na fase anterior e

determinar alterações no modelo As Is do processo, baseado em

desempenho, custo, tempo, redundâncias e restrições do processo atual.

Pode-se determinar um novo processo definindo as características

desejadas. É necessário considerar a facilidade de implantação destas

alterações e o impacto que causarão ao processo.

Etapa 3.2, Modelar o processo desejado: Acrescentam-se ao modelo As

Is as melhorias definidas e aprovadas na etapa anterior. Podem ser

desenvolvidos alguns modelos To Be. Estas opções do modelo To Be

serão analisados e comparados entre si para se escolher o modelo mais

eficiente.

Etapa 3.3, Validar o modelo (To Be) obtido: Com a equipe de projeto do

processo, e garantir que todos entendam a configuração final do modelo

(To Be).

Na fase 4, Montagem do Workflow serão abordados os seguintes itens:

Etapa 4.1, Montar o fluxo do processo (Workflow): Baseado no modelo

To Be do processo, montar o fluxo do processo escolhido, apresentando o

encadeamento das atividades, através de representação gráfica. A figura

14 apresenta as atividades e suas interações que compõem o modelo do

workflow.

Figura 14 – Modelo do Workflow a partir do modelo To Be do processo.

Fonte: Costa (2009).

Page 55: UM MÉTODO DE GESTÃO POR PROCESSOS PARA MICRO E

53

Nesta etapa, com o objetivo de introduzir o fluxo de trabalho em um

sistema de gerenciamento de workflow, é gerada uma documentação que

descreve detalhadamente as atividades do processo.

Etapa 4.2, Implantar o fluxo do processo num sistema de Gerenciamento

de Workflow: Serão analisados e utilizados os documentos gerados na

etapa anterior para implantar o sistema de gerenciamento de Workflow,

através de uma ferramenta de tecnologia da informação,

Para consolidar sua proposta e validar o workflow implantado, Costa (2009),

recomenda que seja criado um processo preliminar, chamado de processo piloto,

onde serão realizadas todas as modificações e análises, sugeridas na sua

metodologia.

2.2.5 Características da micro e pequena empresa (MPE) e a compatibilidade das

metodologias de gestão por processos

As definições de Micro e Pequena Empresa (MPE) são diferenciadas,

conforme o critério de valor do faturamento, e/ou no número de pessoas ocupadas,

baseado na legislação específica, ou em instituições financeiras oficiais e órgãos

representativos do setor (LIMAS, 2009).

O quadro 3 resume os critérios determinados para enquadrar as MPEs no

Brasil. Critério Micro Empresa Pequena Empresa

SEBRAE N° de pessoas empregadas

Indústria e Construção: até 19 pessoas ocupadas Comércio e Serviços: até 9 pessoas ocupadas

Indústria e Construção: de 20 até 99 pessoas ocupadas Comércio e Serviços: de 10 até 49 pessoas ocupadas

Estatuto da MPE – atualizado pelo Decreto n° 5.028/2004

Receita Bruta Anual de até R$ 433.755,14

Receita Bruta Anual de R$ 433.755,15 até R$ 2.133.222,00

Regime de Tributação SIMPLES – Medida Provisória 275/05

Receita Bruta Anual de até R$ 240.000

Receita Bruta Anual acima de R$ 240.000 até R$ 2.400.000

IBGE – As micro e pequenas empresas Comerciais e de Serviços no Brasil – 2001

Até 5 pessoas ocupadas De 6 a 19 pessoas ocupadas

BNDES – Carta Circular n° 64/02

Receita Operacional Bruta Anual de até R$ 1.200.000

Receita Operacional Bruta Anual de R$ 1.200.000 até R$ 10.500.000

Quadro 3 - Definição de Micro e Pequena Empresa Fonte: Limas (2009).

Page 56: UM MÉTODO DE GESTÃO POR PROCESSOS PARA MICRO E

54

As MPEs possuem a marcante característica da falta de diferenciação entre

a pessoa física do proprietário e a jurídica em termos contábeis e financeiros, com

registros contábeis quase inexistentes (LIMAS, 2009). Outro ponto observado é o

tipo de mão-de-obra utilizada, que é pouco ou não qualificada.

Mas, estas empresas estão localizadas próximas ao seu mercado

consumidor e conseguem perceber as mudanças e, assim reagir mais rapidamente.

Outras características relevantes das MPEs, citadas no trabalho de Limas

(2009) são: a pessoalidade, a administração não profissional, a informalidade, a falta

de recursos, a imaturidade organizacional, a estrutura simples e leve, a falta de

planejamento formal, um sistema simples de informações, as decisões intuitivas, a

falta de dados quantitativos, o grande poder do proprietário-dirigente, a dependência

de certos empregados e a propensão a riscos calculados.

O quadro 4 apresenta a incompatibilidade das metodologias descritas

anteriormente, comparando com as características das MPEs, marcando com “X” as

características que são aplicadas à respectiva metodologia.

Características das MPEs Metodologias

DI Servpro RE MP

1) Gestão pessoal e pessoalidade

2) Administração não profissional

3) Decisões intuitivas

4) Grande poder do proprietário-dirigente X

5) Mão de obra pouca qualificada

6) Dependência de certos empregados

7) Propensão a riscos calculados X X X

8) Informalidade

9) Falta de recursos X

10) Imaturidade organizacional

11) Estrutura simples e leve X X X X

12) Falta de planejamento formal

13) Sistema simples de informações X X

14) Falta de dados quantitativos X X

Quadro 4 – Incompatibilidade da MPE às Metodologias de gestão por Processos Fonte: Adaptado de Limas (2009).

Page 57: UM MÉTODO DE GESTÃO POR PROCESSOS PARA MICRO E

55

A análise do quadro 4 mostra que as metodologias não são compatíveis às

PMEs, pois não estão preparadas para atender a todas as características que são

apresentadas nestas empresas.

Oliveira (2007) sugere que, para a aplicação de sua “metodologia de

desenvolvimento e implantação dos processos (DI)”, a organização possua ou

contrate um especialista em processos. As MPEs, segundo as características

descritas anteriormente, não estão preparadas para contratar um especialista

somente para esta função, pois a falta de recursos, principalmente o financeiro é

determinante nesta decisão.

A técnica “Servpro”, de Santos; Fachin; Varvakis (2003), foi a que

possibilitou um maior atendimento às características listadas. Contudo, de 14

características apenas 5 foram compatíveis, sendo a falta de mão de obra

qualificada fundamental para a não utilização desta ferramenta. Pois, como a técnica

necessita do conhecimento da simbologia utilizada, será importante treinar um

funcionário para utilizá-la.

O modelo “A Remo” (RE), de Netto (2004), se mostrou inadequado, pois, é

necessário atuação em equipe, com comando e liderança, características não

encontradas facilmente nas MPEs (LIMAS, 2009). Também são inseridos símbolos e

metáforas e, como na técnica “Servpro”, será importante treinar um funcionário para

utilizá-la. Com as características de mão de obra não qualificada, administração não

profissional e gestão pessoal, a introdução deste modelo não será eficiente para

todos os ramos das MPEs.

A “Metodologia de Modelagem de Processos (MP)”, desenvolvida por Costa

(2009), se mostrou inadequada pela necessidade de criação de um sistema de

workflow. Embora um workflow facilite a visualização do fluxo de documentos,

informações ou tarefas entre seus participantes, com o intuito de melhorar as

transações empresariais, o investimento nesta ferramenta automatizada está fora do

alcance das MPEs. Pois, com a característica de mão de obra pouco qualificada e

falta de recursos, a implantação desta metodologia torna-se inadequada.

Descreve-se, a seguir, para cada característica a sua incompatibilidade para

as MPEs. Para a “gestão pessoal e pessoalidade”, as metodologias não foram

compatíveis, pois é necessário que o gestor tenha condições de delegar tarefas e

consiga trabalhar em equipe, e esta característica mostra um gestor atuando de

Page 58: UM MÉTODO DE GESTÃO POR PROCESSOS PARA MICRO E

56

forma individual e pessoal.

Para a “administração não profissional e decisões intuitivas”, as

metodologias não foram compatíveis, pois é necessário que haja disposição à

disciplina para o trabalho, ou seja, a gestão deve ter base cientifica. As decisões

devem ser tomadas, principalmente com análise dos fatos e conhecimento científico

e com pouca intuição.

Para a “mão de obra pouco qualificada”, a incompatibilidade se caracteriza

pela impossibilidade de delegar as atividades de trabalho em equipe, sem o

treinamento adequado.

Enquanto que, para “grande poder do proprietário”, somente a técnica

“Servpro” foi considerada compatível pela possibilidade de centralização do

desenvolvimento da técnica.

Para a característica “Dependência de certos empregados e falta de

recursos”, a incompatibilidade ocorre pela falta de disponibilidade de tempo do

funcionário, ou por falta de interesse em aplicar qualquer metodologia.

As características “Informalidade e Imaturidade organizacional” foram

incompatíveis, pois, sem um treinamento adequado e conscientização dos

benefícios que uma destas metodologias proporciona às empresas, não haverá a

disposição para aplicar qualquer melhoria na organização.

Para as características “Falta de planejamento formal”, “Sistema simples de

informações” e “Falta de dados quantitativos”, o gestor não percebe a necessidade

de investir em melhorias em sua gestão, pois não percebe esta necessidade.

As características “Propensão a riscos calculados” e “Estrutura simples e

leve” não são adequadas para a aplicação de qualquer metodologia de gestão por

processos, pois gera um volume de trabalho, que nem sempre é aceitável pelo

gestor.

Page 59: UM MÉTODO DE GESTÃO POR PROCESSOS PARA MICRO E

57

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Este capítulo apresenta como a pesquisa foi realizada, os tipos de materiais

pesquisados e os métodos de pesquisa utilizados. Por fim, é apresentado o tipo de

empresa em que foi aplicado o método de gestão por processo proposto.

3.1 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA

Esta pesquisa tem caráter científico e possui o objetivo de checar a

veracidade de fatos ou fenômenos. Para Gil (1999), isso possibilita a verificação de

resultados por meio de métodos científicos.

Para se realizar uma pesquisa é necessário que se saiba como proceder

para se obter as informações necessárias através do processo investigatório. Então,

antes de iniciar qualquer atividade exploratória, é importante que se defina o objeto

da pesquisa, o que se pretende determinar ou validar, a população e a amostra que

será pesquisada e qual o procedimento a utilizar para obter as informações

necessárias para validar ou não o objeto da pesquisa.

Esta pesquisa tem como propósito identificar um método para auxiliar a

gestão da micro e pequena empresa, buscando otimizar os processos de negócios.

Pois, este gestor necessita de um método que lhe possibilite visualizar a sua meta

de atendimento ao cliente de forma clara e precisa.

Inicialmente foi realizada a revisão bibliográfica para identificar as questões

atuais sobre o assunto em termos de gestão por processos. A pesquisa bibliográfica

possui o objetivo de fazer o pesquisador conhecer tudo o que foi escrito, dito ou

filmado sobre gestão por processos (LAKATOS; MARCONI, 2001, p.183). Esta

pesquisa pode ser feita por meio de material já elaborado, composto de livros e

artigos científicos (GIL, 1999, p.65).

Os artigos científicos são obtidos em periódicos científicos que são úteis

porque trazem informações atualizadas. As revistas científicas especializadas

possuem uma importância maior porque contém conteúdos detalhados e com uma

maior qualidade (GIL, 1999, p.78).

Foi realizada pesquisa em publicações como livros atualizados e artigos

Page 60: UM MÉTODO DE GESTÃO POR PROCESSOS PARA MICRO E

58

escritos sobre o assunto. Observou-se o que foi escrito, o atual estado das

pesquisas, inclusive as novidades sobre o tema. E, possibilitou realizar uma

abordagem crítica ao momento atual das pesquisas.

Nesta pesquisa, foi utilizado o método observacional e comparativo que,

segundo Gil (1999, p.26), é o caminho para alcançar um determinado objetivo

através do método científico, que é o conjunto de procedimentos intelectuais e

técnicas para se alcançar o conhecimento, utilizando a análise, a comparação, a

síntese, os processos mentais da dedução e indução (CERVO; BERVIAN, 2002,

p.25).

A utilização do método observacional auxilia na identificação da forma como

os agentes do processo estão utilizando-o, pois o pesquisador observa o fato no

momento do acontecimento ou quando ocorreu no passado. Estes fatos deverão ser

comparados, utilizando-se o método comparativo que, é realizado através de

investigação de indivíduos, classes, fenômenos ou fatos, com o objetivo de verificar

as diferenças e similaridades entre o que está documentado e como ocorre na

prática (GIL, 1999, p.34).

A observação é fundamental nas ciências e é definida como a aplicação dos

sentidos físicos ao objeto de pesquisa, para obter um conhecimento claro e preciso

(CERVO; BERVIAN, 2002, p.27).

Também foram realizadas observações individuais, que é a técnica de

observação realizada por um observador, anotando os dados, fazendo algumas

interferências nos eventos reais.

Neste estudo de campo que, segundo Gil (1999, p.72), é o levantamento

representativo de uma população bem definida para oferecer resultados específicos

e precisos, serão obtidas informações sobre os processos das empresas

pesquisadas, procurando aprofundar as questões relacionadas ao procedimento de

gestão atual, com o objetivo de levantar os seus processos, a forma como as tarefas

estão sendo realizadas na prática e identificar as falhas que ocorrem no atendimento

ao cliente.

Para que a observação seja eficiente, deve ser atenta, exata, completa,

precisa, sucessiva e metódica (CERVO; BERVIAN, 2002, p.28). Esta observação

pode ser classificada como sistemática, que segundo Gil (1999, p.114) “o

pesquisador, antes da coleta de dados, elabora um plano específico para a

Page 61: UM MÉTODO DE GESTÃO POR PROCESSOS PARA MICRO E

59

organização e o registro das informações.” Neste tipo de observação, o pesquisador

possui o conhecimento do fenômeno e dos aspectos mais importantes para atingir

os objetivos da pesquisa. E, possui informações do que é necessário identificar e

sua importância. Assim, deve ser objetivo, perceber os erros que aparentemente não

influenciam os dados levantados, para em seguida, estar apto a sugerir melhorias

que deverão resultar em benefícios na organização (LAKATOS; MARCONI, 2001,

p.193).

3.2 METODOLOGIA DA PESQUISA

Nesta pesquisa procurou-se identificar a relevância do assunto perante as

publicações, verificando se há uma metodologia de gestão por processos que

possibilite ser adaptada ou que atenda ao objetivo deste trabalho.

A pesquisa utilizou o método observacional, pois este auxilia na identificação

da forma como os agentes do processo estão usando-a.

A pesquisa é focada em micros e pequenas empresas que atuam com

prestação de serviços. As organizações industriais, principalmente de grande porte,

não são o foco desta pesquisa, pois, possuem pesquisadores e profissionais que

estão atuando constantemente na busca da otimização dos processos produtivos e

em consequência, na redução de custos.

Foram realizadas entrevistas informais com os gestores dos processos

estudados em duas empresas de serviços, uma micro empresa e uma de porte

médio com o intuito de conhecer como estão sendo realizadas as ações de gestão

dentro destas organizações.

Foi aplicada também a observação direta ao estilo de gestão adotado pelas

empresas escolhidas para a pesquisa, pois, não basta identificar como as atividades

estão sendo realizadas e como os processos ocorrem, é necessário perceber o

estilo de gestão adotado na organização.

O estilo de gestão é um fator determinante nas ações da organização e nas

melhorias que poderão ser sugeridas, inclusive nos processos que deverão ser

identificados para gerir a empresa.

Foram realizadas várias visitas às empresas pesquisadas, para a obtenção

Page 62: UM MÉTODO DE GESTÃO POR PROCESSOS PARA MICRO E

60

de informações sobre seus processos de negócios. E, foram confeccionados mapas

de processo da situação atual, como o exemplificado na figura 15, que terá como

objetivo suportar a análise inicial, pois este é um dos itens primordiais integrantes de

qualquer “Metodologia de Gestão por Processos”.

Mapa do Processo - BL:GR

SC

MP

lane

jam

ento

Distribuir Equipamentos,

Definindo a Posição de Montagem dentro dos Bastidores

Carregar as Informações de Configuração de Equipamentos e Lista de Cabos

para o SAP

Liberar a Ordem de

Equipamento no SAP

Analisar Documentação

do ProjetoTRIAGEM

PPIInício

Fim

Configuração e Testes

Tem PPI?

S

MP5-004

N

Figura 15 – Exemplo de um Mapa do Processo. Fonte: Autoria própria.

Esta figura representa as atividades de um processo através dos retângulos

menores, as setas simbolizam a sequência de execução das atividades e suas

interconexões. Os paralelogramos representam os subprocessos envolvidos neste

processo. O losango representa uma decisão e, os retângulos maiores, onde estão

inseridos os outros elementos são as áreas envolvidas no processo. Pode ser

observado o nome do processo na parte superior esquerda da figura.

Após a etapa de levantamento da situação atual da organização, foram

analisados os dados para a identificação de possíveis falhas nos procedimentos

atuais e o seu nível de desempenho.

Este estudo considerou o atendimento ao cliente, a execução dos pedidos

de serviços ou produção dos produtos, a técnica de priorização e atendimento dos

pedidos, os fatores que são considerados na execução das atividades, a relação dos

gestores com os funcionários e clientes, as políticas de recursos humanos, as

políticas e procedimentos internos, gestão da qualidade, acompanhamento de

desempenho, gestão de fornecedores etc.

Foram introduzidos, na implantação do método de gestão por processos

sugerida, os indicadores de desempenho dos processos e a forma de obtê-los, com

o objetivo de mensurar o desempenho dos processos em estudo.

A identificação e seleção destes indicadores não é uma tarefa simples, pois

pode haver muitos deles para uma mesma variável, ou alguns difíceis de serem

Page 63: UM MÉTODO DE GESTÃO POR PROCESSOS PARA MICRO E

61

medidos. E, o mais importante é que os processos sejam representados pelos

indicadores que foram definidos na pesquisa, pois, só assim, haverá coerência neste

trabalho.

Após sua introdução na organização e a execução das melhorias propostas,

nova medição deverá ser realizada, para observar o ganho atingido e se as metas

propostas foram alcançadas. Então, comparam-se os resultados obtidos no cenário

anterior e posterior às mudanças. Deverão ser registrados os ganhos que foram, por

ventura, alcançados por meio do método de gestão por processos sugerida.

3.3 UNIVERSO DE PESQUISA E AMOSTRA

Inicialmente foi realizada a pesquisa em uma pequena empresa de

distribuição de baterias para automóveis e similares, situada na cidade de Curitiba,

que atua na Região Metropolitana. Esta empresa nunca utilizou ou estudou a gestão

por processos e esta será uma oportunidade de colocá-la frente a técnicas de

gestão de negócios.

Também foram estudados os processos de uma instituição de ensino de

nível superior, de porte médio, com aproximadamente 4.000 alunos. Esta

organização está situada na cidade de Curitiba. Neste tipo de organização existe um

grande dilema, cliente / aluno, onde é necessário atender os anseios do aluno, sem

perder a qualidade de ensino, não tirar a autoridade do professor em sala de aula,

mas ao mesmo tempo, satisfazer ao cliente, que é o aluno.

Realizou-se pesquisa documental aos documentos escritos de arquivos

destas organizações. O objetivo desta pesquisa é conhecer as práticas utilizadas

nas organizações e obter informações sobre os processos existentes.

As empresas, citadas anteriormente, possuem potencial de aplicação do

método proposto neste estudo, pois são de prestação de serviços. Para Coelho e

Turrioni (2008, p. 81), trabalhar com empresas de atividades, porte e produtos

diferenciados garante à pesquisa maior credibilidade.

Page 64: UM MÉTODO DE GESTÃO POR PROCESSOS PARA MICRO E

62

3.3.1 Tamanho da Amostra da Pesquisa com Micros, Pequenas e Médias Empresas

(MPE) da Região de Curitiba

Antes da aplicação do método proposto foi realizada uma pesquisa com os

gestores de micros, pequenas e médias empresas da região de Curitiba, para

identificar a aceitação do método proposto. Esta pesquisa foi baseada na percepção

do gestor em relação a gestão por processos e para identificar seu nível de

conhecimento no assunto.

Existem, segundo dados de 2009 do Sebrae – PR, uma população de

45.816 microempresas, 7280 pequenas empresas e 755 médias empresas,

totalizando 53.851 empresas na região de Curitiba.

A escolha da população é um fator importante na pesquisa, pois através dela

é que são determinadas as variáveis que se deseja estudar e analisar (BARBETTA,

2001). As variáveis são as características que se consegue observar ou medir dos

elementos de uma população.

As variáveis para a pesquisa das empresas são: porte da empresa e ramo

de atuação. São variáveis qualitativas, pois, os resultados são atributos como

pequena, micro empresa, serviços etc (BARBETTA, 2001).

Porém, como a população das empresas pesquisadas possui um valor

expressivo, será necessário fazer a pesquisa em uma amostra desta população.

Para Triola (1999, p.2), amostra é uma parte da coleção de elementos retirados da

população. Para Barbetta (2001) a amostragem é utilizada quando a pesquisa será

realizada em grande população. As razões para usar a amostragem são tempo,

economia, confiabilidade dos dados e operacionalidade.

O tamanho da amostra pode ser calculado em duas etapas (BARBETTA,

2001): tamanho aproximado de amostra e tamanho da amostra quando o tamanho

da população é conhecido.

Na primeira etapa, calcula-se um tamanho aproximado para a amostra,

conforme a equação ilustrada em (1):

n0 = 1/E02 (1)

Onde:

n0 – uma primeira aproximação para o tamanho da amostra

E0 – erro amostral tolerável

Page 65: UM MÉTODO DE GESTÃO POR PROCESSOS PARA MICRO E

63

Por sua vez, quando é conhecido o número de elementos da população, o

tamanho da amostra pode ser obtida pela equação (2):

n = (N . n0) / (N + n0) (2)

Onde:

N – número de elementos da população

n – número de elementos da amostra

n0 – uma primeira aproximação para o tamanho da amostra

Triola (1999) e Barbetta (2001) conceituam erro amostral como sendo a

variação que o resultado de um estudo estatístico pode apresentar, ou seja, é a

margem de erro aceitável. Neste trabalho, deseja-se um nível de erro amostral de

10%, valor comum em estudos estatísticos, ou seja, os resultados obtidos podem

estar 10% a acima ou abaixo dos valores apresentados. Por isso, uma primeira

aproximação para o tamanho da amostra é de 100 empresas, obtida pela aplicação

da fórmula (1):

n0 = 1/E02 = 1/102 = 100 empresas

Considerando que o total de elementos da população é de 53.851 (micro,

pequenas e médias empresas), tem-se que o número de elementos da amostra,

obtida pela aplicação da fórmula (2), é de aproximadamente 99,81 empresas,

conforme ilustra-se a seguir:

n = (N . n0) / (N + n0) = (53.851 x 100) / (53.851 + 100) = 99,81 empresas.

Então, a pesquisa foi aplicada em uma amostra de 120 empresas de micro,

pequeno e médio porte, da região de Curitiba, segmentada conforme o gráfico 1.

Estas empresas foram classificadas em industriais ou de fabricação, de

prestação de serviços e de compra e venda de mercadorias para o público

consumidor, denominada de varejo de bens.

Varejo “engloba todas as atividades envolvidas na venda de bens ou

serviços diretamente a consumidores finais para seu uso pessoal, e não

organizacional” (KOTLER; ARMSTRONG, 2007, p.330).

Page 66: UM MÉTODO DE GESTÃO POR PROCESSOS PARA MICRO E

64

32,50%

36,67% 30,83%

Micro

Pequena

Média

Gráfico 1 – Porte das MPEs Pesquisadas Fonte: Autoria própria.

Após definido a quantidade de amostra, aplicou-se o questionário ilustrado

no Apêndice A, com o objetivo de identificar e avaliar o nível de conhecimento dos

gestores destas empresas em relação a gestão por processos, bem como as

metodologias nesta área. E, para perceber sua intenção em aplicá-las na

organização.

Foram escolhidas quatro questões diretas que apresentassem a percepção

dos gestores das empresas pesquisadas e que fosse respondida rapidamente, para

se obter um bom percentual de retorno de resposta e alcançar o tamanho da

amostra desejada. A quinta pergunta do questionário estava relacionada a escolha

de uma das metodologias apresentadas neste trabalho e o método proposto.

Page 67: UM MÉTODO DE GESTÃO POR PROCESSOS PARA MICRO E

65

4 MÉTODO PROPOSTO PARA GESTÃO POR PROCESSOS

Este capítulo apresenta a proposta de um método de gestão por processos

(GP), construído a partir das metodologias descritas no Capítulo 2. Considera os

levantamentos fundamentais para identificação de processos de negócios e

possibilita a sugestão de uma situação futura otimizada. Poderá ser aplicado em

micro e pequenas empresas de serviços e de fabricação.

4.1 VISÃO GERAL DO MÉTODO PROPOSTO

A modelagem de processos gera um aumento do percentual de integração

dos processos internos da organização (DA SILVA; PEREIRA, 2006, p.352).

Possibilita também a facilidade de visualização e entendimento dos processos,

aumentando o relacionamento com parceiros e clientes, bem como melhora a

competitividade.

Os executivos devem cuidar, para uma bem sucedida implantação da gestão

por processos em sua organização, com os seguintes itens (OLIVEIRA; 2007):

Conhecer o significado, a abordagem e a amplitude da administração

de processos;

Começar a administração de processos imediatamente;

Ter abrangência global na empresa;

Ter sustentação de outros instrumentos administrativos;

Possuir uma metodologia de desenvolvimento e implementação;

Ter entendimento dos resultados esperados;

Permitir aos clientes sugerirem as mudanças;

Focar os negócios futuros;

Estar à alta administração amplamente envolvida.

Estar fundamentada pelo espírito do servir de todos os profissionais.

Fundamentado na pesquisa das metodologias de gestão por processos e em

observações das características das micros e pequenas empresas foi desenvolvido

um método de gestão por processos, com o objetivo de analisar e melhorar os

processos organizacionais. Pois, os processos devem ser analisados para

Page 68: UM MÉTODO DE GESTÃO POR PROCESSOS PARA MICRO E

66

possibilitar pontos de melhoria e assim, atingir as metas da estratégia da

organização (KRAJEWSKI, 2009, p.15).

Projetar a eficiente capacidade de processo com eficaz administração das

restrições, elaborar o layout adequado das atividades do processo e definir o

“enxugamento” dos processos, eliminando atividades que não agregam valor, e,

simultaneamente, melhorar as que agregam, é também função primordial na

redefinição dos processos.

O método desenvolvido está de acordo com os aspectos estratégicos do

projeto de processo que são a identificação de oportunidade, definição do escopo,

documentação do processo, avaliação de desempenho, projeção de novo processo

e a implantação de mudanças, definidos por Krajewski (2009, p.15).

O método se baseia nas atividades-chave da análise e melhoria de

processos existentes, que Davenport (1994) definiu como sendo, mapear o processo

atual, mensurar o processo atual com base nos objetivos do processo sugerido e

fazer comparações, avaliar o processo atual baseado nos níveis dos atributos do

processo novo (base para comparações), observar problemas ou deficiências

baseado nas comparações realizadas, propor melhorias para o processo atual,

analisar e avaliar as tecnologias utilizadas, tanto da informação, quanto da

organização, que poderão continuar sendo utilizadas.

Desta forma, o método proposto considera os levantamentos fundamentais

para identificação de processos de negócios e possibilita a sugestão de uma

situação futura otimizada.

Foi baseado nas fases 2, Estruturação e fase 3, Análise da Metodologia de

Desenvolvimento e Implantação dos Processos Administrativos, desenvolvido por

Oliveira (2007). Estas fases, conforme citado no capítulo 2, determinam e estruturam

os aspectos para o desenvolvimento e implantação dos processos, baseado na

cultura organizacional e foco no cliente. Aspectos fundamentais para a gestão por

processos.

Da “Metodologia de Modelagem de Processos”, apresentada por Costa

(2009), foi utilizada a fase 2 e 3, por definirem o estudo do processo atual (As Is) e a

possibilidade de otimização para um processo desejado (To Be). Pois, a gestão por

processos busca constantemente a melhoria e otimização, gerando novos desenhos

do processo em estudo.

Page 69: UM MÉTODO DE GESTÃO POR PROCESSOS PARA MICRO E

67

E, estas metodologias consideram os aspectos estratégicos de Krajewski e

as atividades-chave de Davenport.

O método proposto, composto de três fases e oito etapas, conforme a figura

16, será descrito a seguir.

Determinação de Medidas de Desempenho

Conhecimento do Processo

Análise doProcesso

Etapa 1Levantamento do Processo

Atual

Etapa 2 Identificação

dos Requisitos do Processo

Etapa 5Análise de Problemas

Entendimento do Processo

Etapa 4

Etapa 6

Planejamento de Alternativas

de Melhoria

Etapa 7

Resultado das Melhorias

Implantadas

Etapa 8

Etapa 3Definição de

Metas de Sucesso

Melhoria Contínua

Otimização do Processo

Figura 16 – Método de Gestão por Processos Fonte: Autoria própria.

4.1.1 Fase 1: Conhecimento do Processo

Nesta fase é definida a estrutura de processos, o seu “processograma”, que

é composto de todos os macrodiagramas da organização. Juran (1992, p.48)

considera que, para evitar a complexidade dos processos, é necessário mostrá-los

através de um diagrama de macroprocessos, de forma geral, com escopo

multifuncional. E, a seguir, representar cada parte deste em microprocessos,

fazendo o seu detalhamento. Os processos serão classificados em administrativos,

de apoio e de negócio.

A próxima ação é definir o processo que será estudado, os participantes e

líderes do processo, sua missão e limites, o conhecimento da missão, estratégias e

objetivos da organização. Todos estes itens são fundamentais para entender a

Page 70: UM MÉTODO DE GESTÃO POR PROCESSOS PARA MICRO E

68

necessidade de mudanças (COSTA, 2009), e principalmente, compreender como

este processo auxiliará a organização a atingir os seus objetivos e metas.

É fundamental documentar todos os itens levantados, pois após a

identificação e mapeamento dos processos, será necessário definir critérios para a

escolha dos processos que deverão ser melhorados (HAMMER; CHAMPY, 1994,

p.101).

É sugerida então, com o auxílio do líder do processo, a escolha dos

processos mais problemáticos. A seguir, os que exercem maior impacto sobre os

clientes. E, por fim, os processos que possuem maior possibilidade de redefinição ou

melhoria. Porém, se não houver a compreensão de um processo existente, não

deverá ser projetado um processo novo a partir deste (DAVENPORT, 1994, p.161).

A estrutura organizacional será descrita de forma objetiva, em

macrofunções, e decomposta nas respectivas microfunções, pois assim, se

conseguirá um maior detalhamento de informações do processo (DA SILVA e

PEREIRA, 2006).

É importante, ao iniciar esta fase, procurar trabalhar com profissionais que

atuam no processo para auxiliar na aplicação do método. Sempre que possível,

escolher representantes do fornecedor e do cliente. E, a seguir, treiná-los para a

equalização do nível de conhecimento sobre gestão por processos e do método a

ser aplicado.

Esta fase é composta de três etapas, que serão descritas a seguir.

Etapa 1: Levantamento do processo atual

Esta etapa consiste em determinar o escopo do processo atual, definindo

sua missão, o início, o fim, o que contém e o dono do processo em estudo. Desta

forma, o processo está identificado e limitado.

Outro aspecto a ser determinado nesta etapa é o “macrodiagrama” do

processo, detalhando:

As entradas do processo;

Os seus fornecedores;

As saídas do processo;

Os seus clientes;

Os subprocessos que o compõem.

Page 71: UM MÉTODO DE GESTÃO POR PROCESSOS PARA MICRO E

69

Alguns pontos relevantes devem ser destacados pelos profissionais que

estão estudando os processos, quando introduzirem o mapeamento de

macroprocessos (NETTO, 2004, p.13):

Planejamento de mudanças com visão sistêmica;

Visão holística das operações organizacionais;

As ferramentas para facilitar o mapeamento;

Conexão com o fornecedor e/ou cliente;

Ligação forte entre a gestão pela qualidade e a gestão por processos;

Mostrar as interrelações entre as atividades de cada função

organizacional.

Após a identificação de todos os elementos citados anteriormente, a figura

17 ilustra uma visão geral do processo em estudo e o seu ambiente de atuação.

Fornecedores Entradas Saídas ClientesProcessos

E1

E2

E3

SP2

SP3

P1 C1

P2 C2

C3

C4P3

F2

SP1F1

Figura 17 – Macrodiagrama do Processo. Fonte: Autoria própria.

A seguir, com a identificação de cada subprocesso, inicia-se o seu

mapeamento, utilizando-se a técnica de fluxograma, destacando as atividades do

processo, suas inter-relações, a sequência na qual são executadas e quem executa

cada uma dessas atividades (departamento / função). A utilização do fluxograma,

durante o mapeamento do processo permite uma visão clara, precisa e completa do

objeto que está em análise, por ser uma representação gráfica da sequência de

atividades de um processo (D’ASCENÇÃO, 2001, p.109). Por isso, escolhida em

Page 72: UM MÉTODO DE GESTÃO POR PROCESSOS PARA MICRO E

70

relação a outras técnicas de mapeamento do processo.

A modelagem de processos possui uma visão simplificada centrada no fluxo

de trabalho, isto é, os processos empresariais são reduzidos para um

sequenciamento de atividades (HEPP; ROMAN, 2007). E, demonstra as

interdependências do processo com os diversos setores envolvidos, conforme

ilustrou a figura 15.

Ao utilizar-se uma ferramenta de modelagem de processos será possível

levantar e desenhar os processos antes de sua implantação, facilitando a tomada de

decisão de implantação de um novo processo (DA SILVA; PEREIRA, 2006, p.345).

É necessário definir o nível de detalhamento do mapeamento do processo,

baseado nos objetivos desejados do estudo.

Assim, o processo atual está determinado e possibilita a equipe de estudo

entender como estão ocorrendo as atividades. Porém, antes de identificar os

requisitos do processo e do cliente, não há condição de sugerir melhorias, pois se

corre o risco de otimizar o que não é importante ou necessário. A figura 18

apresenta um mapa de processo com a aplicação da técnica do fluxograma.

Figura 18 – Mapa do Processo

Fonte: Autoria própria.

Page 73: UM MÉTODO DE GESTÃO POR PROCESSOS PARA MICRO E

71

Etapa 2: Identificação dos requisitos do processo

Esta etapa consiste em determinar os requisitos, necessidades e

expectativas da organização e do cliente. E, a partir disto, entender como o processo

está atuando para atendê-los.

As várias ferramentas existentes para mapear os processos indicam

somente a sequência de atividades (NETTO, 2004, p.20). Mas, não demonstram

com clareza os recursos envolvidos e os controles necessários para o processo.

Conforme os dados identificados na etapa anterior, será preparada uma

entrevista com o cliente, para ouvir suas expectativas e necessidades e, assim

identificar os requisitos que lhes agregam valor.

Esta atividade é crítica, pois se não for executada com eficiência, poderá

traduzir de forma errada os desejos do cliente. E, assim buscar melhorias em pontos

que não provocarão eficácia para o processo.

A seguir, relacionam-se todos os requisitos mencionados pelos clientes,

determinando a frequência com que foram citados. Os requisitos que mais se

destacaram devem ser considerados críticos e importantes. E, então verificar o

desempenho destes requisitos críticos. Com estas informações, gerar um ponto com

suas coordenadas, p(x; y): “requisito (valor da importância; valor do desempenho)”.

E, desenvolver a “Matriz Importância X Desempenho”, apresentada por Martilla e

James (1997 apud Tontini e Sant’ana, 2007), conforme mostrado na figura 19. Então,

posicionar estes requisitos (pontos) na matriz, e verificar a posição de cada um nos

seus quadrantes e priorizando- os para análise detalhada posterior. Esta matriz foi

escolhida por apresentar claramente a relação de requisitos, conforme a visão do

cliente do processo.

Os requisitos com importância alta e com baixo desempenho (quadrante II)

devem ser priorizados para as sugestões de melhorias. A “Matriz Importância X

Desempenho” apresenta aos gestores, os requisitos do processo que necessitam de

melhorias, para aumentar a competitividade organizacional (TONTINI e SANT’ANA,

2007).

Page 74: UM MÉTODO DE GESTÃO POR PROCESSOS PARA MICRO E

72

Importância

Des

empe

nho

I médio

D médio

Repensar / melhorar

Manter / melhorar

Melhorarimediatamente

Atenção / repensar

Quadrante IPontos fortes

Quadrante IVPontos fortes menores

Quadrante IIIPontos fracos menores

Quadrante IIPontos fracos

Figura 19 – Modelo da Matriz Importância X Desempenho

Fonte: Adaptado de Tontini e Sant’ana (2007, p. 46).

Etapa 3: Determinação de medidas de desempenho

A determinação das medidas de desempenho do processo tem como

objetivo determinar indicadores de desempenho para medir o processo em cada

requisito que agrega valor ao cliente.

Pois, as organizações necessitam entender e medir seus processos, que

devem ser direcionados por parâmetros pré-estabelecidos, baseados na visão do

negócio e nas expectativas dos clientes para então, aperfeiçoá-los. (SMART;

MADDERN; MAULL, 2008, p.8). Paladini (1995, p.197) acrescenta que, a avaliação

deve ser frequente, pois, constantemente há elementos novos surgindo nos

processos.

São criados vários indicadores, formando um conjunto de medidas de

desempenho do processo. Estes indicadores devem ser validados pela equipe de

estudo e pelo dono do processo, com o objetivo de haver somente indicador que

realmente irá medir o que agrega valor.

Estes devem ser facilmente obtidos, ou seja, possuir simplicidade, clareza,

facilidade de implantação e frequência de medição.

Para validar um conjunto de indicadores, preenche-se o quadro 5,

respondendo aos seguintes questionamentos: Por que medir? O que medir? Como

medir? Quando medir? Com que freqüência medir? Quem mede? A quem interessa

este indicador?

Page 75: UM MÉTODO DE GESTÃO POR PROCESSOS PARA MICRO E

73

Requisito do Processo Requisito A Requisito B Indicadores de Desempenho Indicadores de Desempenho

baseado no Requisito A Indicadores de Desempenho

baseado no Requisito B Por que medir? O que medir? Como medir? Quando medir (frequência)? Quem mede? Parte Interessada

Quadro 5 – Validação dos Indicadores de Desempenho Fonte: Autoria própria.

4.1.2 Fase 2: Análise do Processo

Nesta fase foi analisado o processo detalhadamente para entendê-lo

criteriosamente, identificando seu desempenho e os pontos que podem estar

falhando em não atender as necessidades dos clientes. A seguir, são determinados

os prováveis problemas que causam estas falhas, são levantadas suas possíveis

causas-raízes. Então, são definidas ações de melhoria com o objetivo de eliminar as

causas dos problemas. A partir deste conhecimento, serão identificados os fatores

críticos de sucesso e estabelecidas as metas para que as saídas do processo

possam agregar valor ao cliente.

Etapa 4: Entendimento do processo

Entender como o processo atual é executado na prática e os problemas que

ocorrem é importante para poder identificar pontos de melhoria. A modelagem de

sistemas de produção é aplicada para ampliar o conhecimento sobre o processo,

base para análise e simulação do processo, estruturação para tomada de decisões,

identificação da funcionalidade e comportamento da organização etc (MORORÓ,

2008, p. 92).

Para entender o processo atual são utilizados o Macrodiagrama e o Mapa do

Processo desenvolvidos na Etapa 1, o que permite fazer uma verificação detalhada

de todas as atividades, suas interrelações, os participantes do processo, as entradas

e as saídas.

A próxima atividade será o questionamento de cada atividade,

principalmente aquelas que afetam diretamente aos requisitos dos processos, em

particular os dos clientes. Para cada requisito, cujo desempenho tenha sido

Page 76: UM MÉTODO DE GESTÃO POR PROCESSOS PARA MICRO E

74

considerado baixo pelos clientes durante a Etapa 2, buscar entender que atividade

ou aspecto do processo está causando esse baixo desempenho. Nesta etapa, o

quadro 6 será uma ferramenta importante para auxiliar no desenvolvimento dos

planos futuros de melhoria. Resultando:

Identificação do nível de desempenho atingido pelo processo;

Problemas crônicos;

Oportunidades de melhoria;

Principais dependências;

Integridade dos sistemas;

Planos de melhoria existentes;

Barreiras às melhorias.

ANÁLISE DO PROCESSO

Área Item Descrição Objetivo Como Ocorre? Ponto Forte Problemas Oportunidades

de Melhorias

Quadro 6 – Análise do Processo Fonte: Autoria própria.

Etapa 5: Análise de problemas

A partir da identificação dos problemas do processo, esta etapa teve o

objetivo de determinar as suas possíveis causas-raízes. Isto pode ser alcançado

utilizando algum método de análise e solução de problemas, em conjunto com

ferramentas de identificação de causa de problemas, como por exemplo, o Diagrama

de Causa e Efeito (Ishikawa). É importante nesta etapa, determinar os problemas

potenciais para que haja uma antecipação à sua ocorrência. E, como ferramenta

auxiliar, será utilizado o quadro 7.

São analisadas as entradas, saídas, atividades, suas interrelações, fluxo e

sistema de indicadores existente, para identificar as causas-raízes dos problemas. A

figura 20 apresenta estes pontos de análise em um mapa de processo.

Page 77: UM MÉTODO DE GESTÃO POR PROCESSOS PARA MICRO E

75

Causas dos Problemas no Processo

Área Item Descrição Problemas Oportunidades de Melhorias Consequências Causas

Quadro 7 – Causas dos Problemas do Processo Fonte: Autoria própria.

Atividade

SaídaEntradaSistema de Indicadores

Interrelações

Figura 20 – Pontos de Análise do Processo Fonte: Autoria própria.

Assim, se gerará uma base de dados para a sugestão de melhorias e

definição das metas de sucesso do processo, que serão as próximas etapas deste

método.

Etapa 6: Definição de metas de sucesso

Esta etapa inicia com a identificação dos fatores críticos para o sucesso do

processo, que deverão ser determinados a partir de uma conversa com os clientes

mais importantes, particularmente aos aspectos relacionados às prioridades

identificadas na “Matriz de Importância X Desempenho”. E nas principais lacunas

identificadas no diagnóstico da etapa 5.

A partir da determinação dos fatores críticos de sucesso serão definidas as

metas de sucesso para o processo em estudo. Estas devem compreender níveis de

desempenho que atendam ou superem as expectativas do cliente e os seus

requisitos. Mas, será necessário considerar as estratégias da organização e buscar

informações competitivas no mercado.

Page 78: UM MÉTODO DE GESTÃO POR PROCESSOS PARA MICRO E

76

4.1.3 Fase 3: Otimização do Processo

Nesta fase serão definidas alternativas de melhoria para o processo, a fim

de atender as necessidades e superar as expectativas do cliente. Identificam-se

soluções para os problemas encontrados na fase de análise, com o objetivo de

eliminar as suas causas básicas. Então, deverá ser montado um plano de ação para

alcançar as melhorias propostas, visando uma situação futura. Logo após, parte-se

para a implantação de um plano piloto de melhorias.

Para encerrar a otimização do processo em estudo serão coletados dados

sobre as ações implantadas, realizar os ajustes que se façam necessários e

documentar todo o processo.

Etapa 7: Planejamento de alternativas de melhoria

Após a definição das metas de sucesso são planejadas as alternativas de

melhoria para o processo, conforme a análise realizada na etapa 5.

A seguir é necessário priorizar as oportunidades de melhoria sugeridas com

base no impacto que causará no processo, urgência das ações e no nível de

desempenho para os clientes. Então, foi montado o plano de implantação das

melhorias com o propósito de validar as metas de sucesso, realizar mudanças nas

atividades ou no fluxo, fazer terceirização de alguma etapa do processo, melhorar os

sistemas de informação e fazer redesenho parcial ou total do processo.

O quadro 8 apresenta um modelo de um plano de melhorias.

Ação Meta Responsável Prazo Recursos

Quadro 8 – Modelo de um Plano de Ação Fonte: Autoria própria.

No quadro 8, observam-se as ações para a melhoria, a meta de sucesso que

esta ação irá atender, os responsáveis pela execução da ação, o prazo para a sua

conclusão e os recursos que deverão ser utilizados para executá-la.

Logo após, é planejada a situação futura do processo e elaborado o novo

modelo do processo. As ações de melhoria, as metas de sucesso e o novo modelo

do processo devem ser validados por todos os envolvidos e que possuam poder de

Page 79: UM MÉTODO DE GESTÃO POR PROCESSOS PARA MICRO E

77

decisão. Pois, é fundamental que todos os participantes do processo possuam o

conhecimento das ações que transformarão o processo final (COSTA, 2009).

Na próxima etapa deverá ser implantado um plano piloto de melhorias e

acompanhar as ações passo a passo, monitorando os resultados.

Etapa 8: Resultado das melhorias implantadas

Após a implantação do plano piloto de melhorias, quando os resultados

começarem a surgir, se iniciará a coleta de dados para avaliar a sua eficácia. Os

ajustes que se fizerem necessários deverão ser realizados.

O plano de implantação deve ser revisado com frequência para corrigir os

desvios e, assim resultar em ações eficientes de melhorias.

A figura 21 mostra todos os pontos do processo que devem ser

considerados no plano piloto de melhorias.

SaídasEntradas

Forn

eced

ores

Clie

ntes

Relacionamento Líder

Processo

Sistema de Indicadores

RequisitosRequisitos

Feedback

Figura 21 – Visão Geral dos Pontos de Melhoria de um Processo Fonte: Autoria própria.

É importante rever as metas propostas e fazer modificações constantes para

obter os resultados esperados e facilitar a implantação e comprovação das

melhorias.

Com a conclusão da implantação das melhorias, deverão ser demonstrados

os benefícios obtidos, como redução dos defeitos, dos tempos de ciclo, dos custos,

aumento da satisfação dos clientes entre outros.

São armazenados todos os documentos do processo, gerados em todas as

Page 80: UM MÉTODO DE GESTÃO POR PROCESSOS PARA MICRO E

78

fases e etapas do método. Na Fase1, Etapa1 são emitidos o Escopo,

Macrodiagrama, Mapa e Fluxogramas. O documento gerado na Etapa 3 é o Sistema

de Medição, incluindo os indicadores de desempenho, baseado nos requisitos dos

clientes. Na fase 2, Etapa 4, são gerados os quadros de análise do processo. Na

etapa 5, desta fase, são gerados os quadros de causa dos problemas. E, na etapa 6

são definidas as metas de sucesso do processo em estudo. Na Fase 3, Etapa 7 são

gerados os planos de ação para melhoria dos processos em estudo e, finalmente na

etapa 8 são armazenados todos os documentos de entendimento, os resultados da

aplicação das melhorias.

Durante a aplicação deste método deve haver o acompanhamento constante

do responsável (dono) pelo processo. E, emitir relatórios de acompanhamento com

frequência aos gestores da organização.

Page 81: UM MÉTODO DE GESTÃO POR PROCESSOS PARA MICRO E

79

5 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS

Este capítulo apresenta os principais resultados obtidos com a aplicação do

método proposto em um processo de duas organizações de serviços: uma revenda

de baterias automotivas e uma instituição privada de ensino superior. Empresas de

serviço atuam na prestação de serviços e possuem atividades intangíveis que

apresentam uma grande interatividade entre pessoas (MARTINS; LAUGENI, 2005).

Serviços são atividades que não geram nenhuma posse de produto

(KOTLER; ARMSTRONG; 2007).

Ouros tipos são as empresas industriais de fabricação ou de transformação,

para Martins e Laugeni (2005), caracterizadas por executarem um conjunto de

atividades que, transformam um grupo de bens tangíveis em outro bem com

características e utilidades distintas das originais.

A pesquisa realizada para identificar o conhecimento em gestão por

processos foi aplicada em indústrias e empresas de prestação de serviço. A variável

considerada fundamental para o resultado foi o porte da empresa. Então, foram

pesquisados micros, pequenas e médias empresas situadas em Curitiba. Foram

excluídas as empresas de grande porte, por não pertencerem a população desejada.

5.1 RESULTADOS OBTIDOS SOBRE O CONHECIMENTO EM GESTÃO POR

PROCESSOS

As organizações menores, como as de prestação de serviço, não possuem

uma estrutura própria de gestão por processos. Sua condição é precária para

promover melhorias constantes e redução de custos. Então, para identificar esta

dificuldade, foi aplicado um questionário (Apêndice A) em empresas industriais e de

prestação de serviços com o objetivo de se obter a percepção dos gestores de

pequenas e micro empresas sobre gestão por processos. A seguir, são

apresentados os resultados obtidos nesta pesquisa.

Page 82: UM MÉTODO DE GESTÃO POR PROCESSOS PARA MICRO E

80

5.1.1 Resultados da Pesquisa com Micros, Pequenas e Médias Empresas (MPE) da

Região de Curitiba

A pesquisa foi aplicada em uma amostra de 120 empresas, distribuídas em

32,5% de microempresas, 36,7% de pequenas empresas e 30,8% de empresas de

médio porte, da região de Curitiba.

Estas empresas foram classificadas em industriais ou de fabricação, de

prestação de serviços e de compra e venda de mercadorias para o público

consumidor, denominada de varejo de bens.

Após definido a quantidade de amostra, aplicou-se o questionário ilustrado

no Apêndice A, com o objetivo de identificar e avaliar o nível de conhecimento dos

gestores destas empresas em relação a gestão por processos, bem como as

metodologias nesta área. E, para perceber sua intenção em aplicá-las na

organização.

A seguir são comentados os resultados obtidos na pesquisa, conforme

ilustra o gráfico 2.

2,9

3,5

3,9 4,1

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

3,0

3,5

4,0

4,5

5,0

Q1 - A empresa possui conhecimento sobre o que é uma Metodologia de gestão por processos?

Q2 - A empresa utilizaria uma metodologia de gestão por processos?

Q3 - A empresa possui conhecimento das necessidades de seus clientes?

Q4 - A aplicação de uma metodologia de gestão por processos auxiliaria na gestão de sua empresa?

Gráfico 2 – Resultado da Pesquisa com as MPEs Fonte: Autoria própria.

Observou-se que os gestores possuem pouco conhecimento sobre o que é

gestão por processos, mas reconhecem que isto poderia ajudá-los a se tornarem

Page 83: UM MÉTODO DE GESTÃO POR PROCESSOS PARA MICRO E

81

competitivos.

Em relação a primeira pergunta da pesquisa, “A empresa possui

conhecimento sobre o que é uma Metodologia de gestão por processos?” foi

determinado que as empresas possuem um nível de conhecimento de 2,9, referente

as escala Likert de 5 pontos. Esta escala foi relacionada ao nível de conhecimento,

conforme o quadro 9.

Escala Likert Nível de Conhecimento

1 Nenhum

2 Mínimo

3 Médio

4 Muito

5 Máximo

Quadro 9 - Relação Adotada entre a Escala Likert e Nível de Conhecimento. Fonte: Autoria própria.

Assim, as empresas demonstraram que estão com um nível inferior ao

médio de conhecimento sobre esta questão.

Para a questão “A empresa utilizaria uma metodologia de gestão por

processos?”, o nível de aceitação ficou em 3,5, ou seja, as empresas acreditam que

talvez um método estruturado de gestão por processos poderia ser utilizado.

Quando questionado sobre as necessidades do cliente, o nível de

conhecimento foi superior aos anteriores, ou seja, foi registrado o valor de 3,9. Isto

demonstra que as organizações possuem de seu ponto de vista, um bom

conhecimento das necessidades de seus clientes.

Porém, quando a pergunta foi relacionada à aplicação de uma metodologia

para auxiliar a gestão da empresa, os valores foram elevados para 4,1. Assim, o

nível de conscientização dos gestores em relação a utilização de uma ferramenta

que lhes auxilie a ser competitivo, ficou acima do nível “muito”. Ou seja, os gestores

estão cientes que uma ferramenta estruturada poderá ajudá-los a melhorar a sua

organização.

A última pergunta estava relacionada à adequação de uma metodologia para

a organização. O gráfico 3 apresenta o resultado obtido e mostra que 64% dos

gestores optou pelo “Método de Gestão por Processos” (GP), proposto por este

trabalho.

Page 84: UM MÉTODO DE GESTÃO POR PROCESSOS PARA MICRO E

82

18%

6%64%

12%

Tipo de Método Escolhido - PME

Modelo “A Remo" (RE)

Metodologia de Modelagem de Processos (MP)

Método de Gestão Por Processo (GP)

Metod. de Desenv. e Implantação dos Processos Admin. (DI)

Gráfico 3 – Resultado do Método Escolhido - Pesquisa com as MPEs Fonte: Autoria própria.

Também pode ser observado que a “Metodologia de Desenvolvimento e

implantação dos Processos Administrativos” (DI) (OLIVEIRA, 2007), que apresenta

cinco fases e 37 etapas de desenvolvimento, obteve o percentual (12%) de escolha

pelos gestores e a “Metodologia de Modelagem de Processos” (MP) (COSTA, 2009),

que apresenta quatro fases e 14 etapas de desenvolvimento, obteve o percentual

(6%) de escolha pelos gestores. Foram as metodologias que apresentaram os

menores percentuais da pesquisa. Este resultado está relacionado à característica

de “Imaturidade organizacional e Estrutura simples e leve” das MPEs, que ao

observarem uma metodologia com várias etapas, não a escolheram por acreditar

que não se adaptaria à sua organização.

O modelo “A Remo”, que apresenta representações gráficas, símbolos e

diagramas de forma simples para serem utilizadas pelos participantes da equipe de

processo, obteve um percentual de 18%. Ou seja, foi a metodologia que conseguiu o

segundo maior percentual.

Estes resultados mostraram que, os gestores querem uma ferramenta de

fácil visualização, com poucas etapas de estudo, pois permite a percepção de fácil

utilização.

Se for considerado por ramo e porte de empresa, os resultados confirmam a

mesma percepção do gráfico 3. O gráfico 4 apresenta os resultados estratificados

Page 85: UM MÉTODO DE GESTÃO POR PROCESSOS PARA MICRO E

83

para as empresas de serviço.

048

12162024283236404448

RE MP GP DI

Média

Pequena

Micro

SERVIÇO

Gráfico 4 – Resultado do Método Escolhido em MPEs de Prestação de Serviços Fonte: Autoria própria.

A maioria dos gestores das micros e pequenas empresas de serviços, que

responderam ao questionário, preferem o “Método de Gestão por Processos”. O

mesmo pode ser observado nas empresas de varejo de bens, conforme o gráfico 5.

Neste caso, observou-se que as metodologias com maior número de fases e

etapas não foram escolhidas por nenhum gestor entrevistado.

0

4

8

12

16

20

24

RE MP GP DI

Média

Pequena

Micro

VAREJO DE BENS

Gráfico 5 – Resultado do Método Escolhido em MPEs de Varejo de Bens Fonte: Autoria própria.

Para a categoria de empresas industriais, conforme o gráfico 6, os

Page 86: UM MÉTODO DE GESTÃO POR PROCESSOS PARA MICRO E

84

resultados não se alteraram. Pode ser observado que, houve uma quantidade maior

de empresas pesquisadas de porte médio, porém a maioria escolheu o “Método de

Gestão por Processos”.

0

2

4

6

8

10

12

14

RE MP GP DI

Média

Pequena

Micro

INDÚSTRIA

Gráfico 6 – Resultado do Método Escolhido em MPEs Industriais Fonte: Autoria própria.

Mais uma vez as metodologias com maior número de fases e etapas foram

escolhidas por poucos gestores.

Esta pesquisa demonstrou que o “Método de Gestão por Processos”, obteve

uma boa aceitação, pelo aspecto visual, em comparação com as outras

metodologias apresentadas, pela maioria dos gestores, independente de porte ou

ramo da empresa pesquisada.

5.2 APLICAÇÃO DO MÉTODO DE GESTÃO POR PROCESSOS NAS

ORGANIZAÇÕES DE SERVIÇOS

A seguir serão apresentados os resultados da aplicação do “Método de

Gestão por Processos” em duas empresas de serviços. Um distribuidor de baterias

automotivas (Tudor), classificada como micro empresa, atuando na região

metropolitana de Curitiba. Esta empresa é um braço do setor de vendas da fábrica

de baterias Tudor.

A outra organização onde foi aplicado o método é uma instituição privada de

Page 87: UM MÉTODO DE GESTÃO POR PROCESSOS PARA MICRO E

85

ensino superior (IES), localizada em um bairro da região sul de Curitiba. Possui 13

cursos reconhecidos pelo MEC e atua a mais de quinze anos na região. Sua meta é

oferecer um ensino com qualidade, sendo competitiva e lucrativa.

O método de gestão por processos possui o objetivo de analisar e melhorar

os processos organizacionais. E, considera que o estudo dos processos de

negócios, possibilita a sugestão de uma situação futura otimizada. É composto de

três fases, que estão apresentadas na figura 22.

Conhecimento Análise Otimização

Melhoria Contínua

Figura 22 – Método de Gestão por Processos Fonte: Autoria própria.

A seguir, os resultados da aplicação do método serão apresentados através

das três fases e suas respectivas etapas (figura 16), detalhando o que foi obtido nas

duas empresas. Estas empresas, apesar de serem classificadas como de prestação

de serviço, atuam em atividades bem distintas. Isto mostra que o método poderá ser

utilizado em qualquer tipo de negócio.

5.2.1 Fase 1: Conhecimento do Processo

Nesta fase, através das três etapas mostradas na figura 23, é definida a

estrutura de processos da empresa, o seu “processograma”, que é composto de

todos os macrodiagramas da organização. Também é determinado o processo que

será estudado e os participantes da equipe de estudo, se houver. É definido o

escopo do processo e os líderes que atuam nos processos. São determinados os

requisitos, necessidades e expectativas da organização e do cliente. Além disto, os

requisitos e clientes críticos e os indicadores de desempenho para medir o processo

atual, são identificados.

Page 88: UM MÉTODO DE GESTÃO POR PROCESSOS PARA MICRO E

86

Determinação de Medidas de Desempenho

Etapa 1Levantamento do Processo

Atual

Etapa 2 Identificação

dos Requisitos do Processo

Etapa 3

Conhecimento do Processo

Figura 23 – Fase 1 do Método de Gestão por Processos Fonte: Autoria própria.

Etapa 1: Levantamento do processo atual

Para iniciar o conhecimento do processo a ser analisado, foram

determinados, com auxílio dos gestores, os processos que compõem cada empresa,

classificando-os em administrativos, de apoio e de negócio. Então, foi gerado o seu

processograma.

A figura 24 mostra o processograma do Distribuidor Tudor. Observa-se que,

há poucos processos nesta organização, caracterizando o tipo de suas atividades,

que é basicamente revenda de baterias de uma única marca, entrega aos clientes e

assistência técnica.

Figura 24 – Processograma do Distribuidor de Baterias Fonte: Autoria própria.

Page 89: UM MÉTODO DE GESTÃO POR PROCESSOS PARA MICRO E

87

Também é possível perceber que há um processo de cobrança, pois as

vendas são realizadas a vista ou a prazo. Assim, são geradas atividades adicionais.

Na IES, o processograma possui outra configuração, conforme a figura 25.

Há uma quantidade maior de processos, pois a instituição possui diversas atividades

que auxiliam no desenvolvimento de seu negócio. Este processograma apresenta

vários processos definidos como de apoio ou suporte. Além disso, possui apenas

quatro processos considerados de negócios, chamados de acadêmicos. Isto é

caracterizado, pois a IES necessita de uma forte estrutura de apoio para atender

adequadamente seus alunos.

Após definidos os processos que compõem cada organização, através do

processograma, foi montada a equipe de processos, que têm como função básica,

auxiliar na aplicação do método proposto.

Em consenso, após discussão na equipe de processos, ficou definido que

seria analisado o processo de “Atendimento ao Cliente”. Esta decisão foi tomada

tanto na distribuidora de baterias, como na IES.

Figura 25 – Processograma da IES Fonte: Autoria própria.

Page 90: UM MÉTODO DE GESTÃO POR PROCESSOS PARA MICRO E

88

Nas primeiras reuniões desta equipe foi determinado o escopo do processo

de “atendimento ao cliente”, assim delimitando o objeto de estudo.

Para a empresa de distribuição de baterias foi determinado o escopo do

processo atual, conforme quadro 10.

Escopo do Processo: TUDOR

Nome: Atendimento ao Cliente

Missão: Atender ao Cliente com qualidade para fidelizá-lo e mantê-lo satisfeito.

Inicia com: Reunião de definição de Metas

Termina com: Com o cumprimento das metas mensais

Contém: Venda de baterias; armazenagem; recolhimento de sucata de bateria para

reciclagem; entrega de baterias ao cliente.

Não Contém: Fabricação de baterias; Assistência técnica ao cliente do cliente.

Quadro 10 – Escopo do Processo de Atendimento ao Cliente do Distribuidor de Baterias Fonte: Autoria própria.

A partir desta atividade, identificaram-se os limites do processo e a sua

composição.

Para a instituição de ensino superior (IES), o escopo do processo, conforme

quadro 11, foi determinado com a equipe de processo e o gerente administrativo,

que era o responsável por este processo, ou seja, o “dono do processo”.

Escopo do Processo: IES

Nome: Atendimento ao Cliente

Missão: Atender ao Cliente com qualidade para mantê-lo satisfeito.

Inicia com: Definição dos cursos ofertados no vestibular.

Termina com: Entrega do Diploma de Graduação ou do Certificado de Pós-Graduação.

Contém: Disponibilização de serviços financeiros; Serviços da biblioteca;

Processos de Marketing; Vestibular; Matrícula; Re-matrícula; Avaliações;

Contratos de estágios; Divulgação de ofertas de estágios e empregos;

Benefícios estudantis; Ouvidoria; Emissão de documentos;

Transferências; Tratamento especial; Período especial; Colação de grau;

Cadastros semestrais; Acordos financeiros; Informações via Callcenter;

ENADE.

Não Contém: Aulas; Emissão esporádica de documentos.

Quadro 11 – Escopo do Processo de Atendimento ao Cliente da IES Fonte: Autoria própria.

Page 91: UM MÉTODO DE GESTÃO POR PROCESSOS PARA MICRO E

89

Outro elemento a ser determinado nesta etapa é o “macrodiagrama” do

processo, identificando suas entradas, seus fornecedores, suas saídas, seus clientes

e os seus subprocessos.

Os macrodiagramas e os mapas do processo foram desenhados com o

auxílio do software MS-Visio, por ser de fácil utilização, ter bibliografia acessível,

versão em português, visualizador gratuito e diversos grupos de simbologia (COSTA,

2009).

A figura 26 apresenta o macrodiagrama do processo de “Atendimento ao

Cliente” do distribuidor de baterias. Pode ser observado que estão relacionados os

principais subprocessos envolvidos no atendimento ao cliente.

Figura 26 – Macrodiagrama do Processo “Atendimento ao Cliente – Distribuidor de Baterias” Fonte: Autoria própria.

Nesta parte do método são relacionados os fornecedores e suas respectivas

entradas, bem como as saídas do processo e seus respectivos clientes,

possibilitando a equipe perceber todos os componentes e participantes do processo.

A figura 27 apresenta o macrodiagrama do processo de “Atendimento ao

Cliente” da IES.

Page 92: UM MÉTODO DE GESTÃO POR PROCESSOS PARA MICRO E

90

Mercado

Fornecedor Entradas PROCESSO Saídas Cliente

Mantenedora

Satisfação do Cliente

Aluno Regular

Candidatos ao Vestibular

Alunos de Evasão

Atendimento ao Cliente

Diretrizes

Demanda

Instituições de Ensino

MEC Legislação e Regulamentações

Tecnologia

Recursos

Perfil do Candidato

Candidatos a Pós e Extensão

Figura 27 – Macrodiagrama do Processo “Atendimento ao Cliente – IES” Fonte: Autoria própria.

Neste macrodiagrama, a equipe de processos decidiu não representar todos

os subprocessos, pois são muitos, conforme registro no escopo deste processo e o

tornaria confuso, não atendendo ao propósito desta etapa. Desta forma,

identificaram-se todos os fornecedores e clientes e suas entradas e saídas.

A seguir, foram definidos, pela equipe e o dono do processo, quais os

subprocessos que seriam mapeados, como prioridade, conforme a necessidade da

organização. Então, iniciou-se o mapeamento, utilizando-se a técnica de fluxograma

com o auxílio da ferramenta MS-Visio.

O gestor do distribuidor de baterias solicitou que fosse dada prioridade ao

processo de “Roteirização” das visitas dos seus vendedores e entregadores, pois

havia a necessidade de reduzir tempo de viagens e aumentar a prospecção de

clientes. A figura 28 apresenta este mapa do processo.

Page 93: UM MÉTODO DE GESTÃO POR PROCESSOS PARA MICRO E

91

Figura 28 – Mapa do Processo de Roteirização – Distribuidor de Baterias

Fonte: Autoria própria.

Com o processo atual mapeado, a equipe de estudo, analisando o fluxo das

atividades, teve condições de entender como estas estão ocorrendo neste processo.

E, quais atividades poderiam gerar problemas no processo.

Para a IES foram mapeados os processos de atendimento ao aluno no

protocolo, de preparação para o vestibular, de matrícula e rematrícula, de ofertas de

estágios e de preparação e execução de Fórum Acadêmico.

Decidiu-se aplicar o método proposto, conforme prioridade para o gestor, no

processo de preparação e execução do Fórum Acadêmico, de responsabilidade do

setor de marketing. Este processo apresenta atividades que envolvem seis setores

da IES e é destinado ao público em geral, não somente à comunidade acadêmica.

Page 94: UM MÉTODO DE GESTÃO POR PROCESSOS PARA MICRO E

92

Por isso, a inscrição ao evento pode ser realizada via internet.

O mapa deste processo, apresentando todos os seus participantes e

atividades, está mostrado na figura 29.

Figura 29 – Mapa do Processo de Preparação e Execução do Fórum Acadêmico

Fonte: Autoria própria.

Page 95: UM MÉTODO DE GESTÃO POR PROCESSOS PARA MICRO E

93

O Fórum Acadêmico apresenta a instituição a futuros clientes, tornando-se

um processo importante.

Então, foram identificadas todas as atividades com círculos em amarelo,

contendo a sua numeração, como pode ser observado na figura 29.

Com o mapeamento e definição dos processos que seriam analisados, foi

concluída a etapa 1 do “Método de Gestão por Processos”.

A equipe de gestão por processos está preparada para iniciar a etapa 2, que

é identificar os requisitos importantes para os clientes dos processos.

Etapa 2: Identificação dos requisitos do processo

Nesta etapa, para determinar os requisitos, necessidades e expectativas da

organização e do cliente foi preparada uma pesquisa para identificar o que lhes

agrega valor.

Foi criado, junto com o gestor da empresa de distribuição de baterias, um

formulário para a pesquisa (Apêndice B). Os itens pesquisados foram definidos com

base nas atividades exercidas pela empresa aos seus clientes.

A sua aplicação foi realizada em 24 clientes, definidos pela empresa, como

importantes. Isto representou 8% da totalidade de seus clientes. Solicitou-se que

fosse avaliado o desempenho de itens como “atendimento ao telefone” entre outros.

E, também que os clientes atribuíssem a cada item, um grau de importância (1 a 5)

para o seu negócio. De posse de todos os formulários respondidos, tomaram-se

todos os valores, atribuídos pelos clientes, para a importância de cada requisito e

fez-se a sua média aritmética. O mesmo foi feito para o desempenho dos requisitos.

Compilou-se os dados e gerou-se as informações que estão apresentadas no

quadro 12.

A seguir, foram gerados os pontos: “requisito (valor da importância; valor do

desempenho)” e foi desenvolvida a “Matriz Importância X Desempenho”,

posicionando estes requisitos na matriz e verificando sua localização nos quatro

quadrantes. Os requisitos que foram localizados no quadrante I (alta importância e

alto desempenho) necessitam ser mantidos neste nível. Os requisitos que foram

localizados no quadrante II (alta importância e baixo desempenho) necessitam de

melhorias imediatamente e são as prioridades. Os requisitos que foram localizados

Page 96: UM MÉTODO DE GESTÃO POR PROCESSOS PARA MICRO E

94

no quadrante III (baixa importância e baixo desempenho) necessitam ser

repensados e é importante entender porque não são importantes para os clientes.

Os requisitos que foram localizados no quadrante IV (baixa importância e alto

desempenho), também necessitam ser repensados e analisados para verificar se

não está sendo dada importância para requisitos insignificantes para o cliente.

Item Avaliado Importância Desempenho 1) Atendimento ao Telefone 3,42 4,42

2) Apresentação e Postura do Vendedor 3,75 4,63

3) Pontualidade das Visitas do Vendedor 3,54 4,67

4) Tempo entre as Visitas do Vendedor 3,54 4,54

5) Apresentação e Postura do Entregador 3,67 4,33

6) Pontualidade das Entregas de Baterias 3,63 4,17

7) Quantidade de Baterias Entregue 4,00 4,27

8) Qualidade do Pedido 3,68 4,18

9) Qualidade da Assistência Técnica 4,05 4,05

10) Atendimento da Assistência Técnica 3,76 3,95

11) Qualidade das Orientações Técnicas 3,52 4,22

12) Reposição de Produtos com Garantia 3,80 3,60

13) Agilidade e Retorno na Solução de Problemas 3,80 3,70

Média 3,70 4,21

Quadro 12 – Informações da Pesquisa aos Clientes do Distribuidor de Baterias Fonte: Autoria própria.

O gráfico 7 apresenta os requisitos do processo que necessitam de

melhorias.

Após análise detalhada, foram encontrados no quadrante II os requisitos

“Qualidade da Assistência Técnica”, “Reposição de Produtos com Garantia”,

“Agilidade e Retorno na Solução de Problemas”, “Atendimento da Assistência

Técnica”, que necessitam de melhoria imediata. Pode ser observado, que estes

quatro requisitos estão relacionados direta ou indiretamente à assistência técnica da

empresa.

Porém, “Pontualidade das Entregas de Baterias” e “Qualidade do Pedido”, se

situaram no quadrante III, mas muito próximos das linhas divisórias dos quadrantes.

Estes requisitos também necessitam de atenção, pois qualquer variação pode fazê-

los deslocar-se para o quadrante II e gerar um aumento na insatisfação do cliente,

Page 97: UM MÉTODO DE GESTÃO POR PROCESSOS PARA MICRO E

95

afetando o desempenho da empresa e reduzindo a competitividade organizacional.

3,50

3,60

3,70

3,80

3,90

4,00

4,10

4,20

4,30

4,40

4,50

4,60

4,70

4,80

3,30 3,40 3,50 3,60 3,70 3,80 3,90 4,00 4,10

Atendimento ao Telefone

Apresentação e Postura do Vendedor

Pontualidade das Visitas do Vendedor

Tempo entre as Visitas do Vendedor

Apresentação e Postura do Entregador

Pontualidade das Entregas de Baterias

Quantidade de Baterias Entregue

Qualidade do Pedido

Qualidade da Assistência Técnica

Atendimento da Assistência Técnica

Qualidade das Orientações Técnicas

Reposição de Produtos com Garantia

Agilidade e Retorno na Solução de Problemas

Gráfico 7 - Matriz Importância X Desempenho do Distribuidor de Baterias

Fonte: Autoria própria.

Os dois últimos requisitos estão diretamente relacionados ao processo de

“Roteirização”, mostrando que a preocupação do gestor tinha fundamento.

Na IES, o procedimento foi semelhante. Foi criado, junto com o gestor do

processo de “Preparação e Execução do Fórum Acadêmico” e a equipe de processo,

um formulário para avaliar o evento do ano de 2010 (Apêndice C), que ocorreu em

outubro. Os itens pesquisados foram definidos com base nas atividades executadas

pelos setores envolvidos no evento. Foram respondidos 723 formulários. Isto

representou 66% dos participantes do Fórum. Solicitou-se que fosse avaliado itens

como “organização do evento” entre outros, conforme quadro 7. E, também que os

clientes atribuíssem a cada item, um grau de importância (1 a 5).

De posse de todos os formulários respondidos, foram compilados os dados,

da mesma forma que no processo de “Roteirização” e geraram-se as informações

que estão apresentadas no quadro 13. A seguir, foi criada a “Matriz Importância X

Desempenho”, mostrada no gráfico 8.

Page 98: UM MÉTODO DE GESTÃO POR PROCESSOS PARA MICRO E

96

Item Avaliado Importância Desempenho 1) Local do Evento 4,35 4,21

2) Processo de Inscrição no Evento 4,34 4,35

3) Organização do Evento 4,33 4,24

4) Recepção/Atendimento no dia do Evento 4,31 4,29

5) Palestrante/Tema 4,31 4,42

Média 4,33 4,30

Quadro 13 – Informações da Pesquisa aos clientes do Fórum - IES Fonte: Autoria própria.

4,1

4,2

4,3

4,4

4,5

4,2 4,3 4,4

Dese

mpe

nho

Importância

Local do Evento

Processo de Inscrição

Organização do Evento

Recepção/Atendimento

Palestrante/Tema

Gráfico 8 - Matriz Importância X Desempenho do Fórum - IES Fonte: Autoria própria.

Para a IES, a matriz do gráfico 8, apresentou “Local do Evento”,

“Organização do Evento” e ”Recepção/Atendimento” como requisitos do processo

que necessitam de melhorias, pois ficaram localizadas no quadrante II. Pode ser

observado, que estes requisitos estão relacionados ao dia do evento e diretamente

ao atendimento aos clientes.

O requisito “Processo de Inscrição” foi classificado acima da média, em

importância e desempenho, caracterizando que as pessoas estão satisfeitas com a

comodidade em realizar sua inscrição via internet.

Page 99: UM MÉTODO DE GESTÃO POR PROCESSOS PARA MICRO E

97

Com o conhecimento dos requisitos importantes para os clientes dos

processos, a equipe está preparada para iniciar a etapa 3. Pois, estará concentrando

suas ações nestes requisitos, reduzindo o campo de atuação e podendo obter

resultados efetivos para as empresas.

Etapa 3: Determinação de medidas de desempenho

Nesta etapa, a equipe de gestão por processos possui o objetivo de

determinar indicadores de desempenho, focando nos requisitos importantes e com

baixo desempenho (quadrante II), baseado na “Matriz Importância X Desempenho”.

Para então, medir o processo utilizando estes indicadores.

Esta atividade deve ser realizada em conjunto com o “dono do processo”,

pois necessita de pessoas que possuam conhecimento do processo. Além disto,

devem ter autoridade para tomar a decisão sobre a implantação dos indicadores que

serão sugeridos.

Para a empresa de distribuição de baterias foram estudados os requisitos

“Pontualidade das Entregas de Baterias” e “Qualidade do Pedido”, que estão

relacionados ao processo de “Roteirização”. Foram criados os indicadores “Pedidos

no Prazo” e “Reclamações Quanto aos Pedidos”. Outros indicadores foram

sugeridos, porém estes representam com maior propriedade os requisitos citados

pelos clientes.

Estes indicadores foram desenvolvidos e validados com o gestor da

empresa, utilizando os questionamentos mostrados no quadro 14.

Para a IES foram estudados os requisitos “Local do Evento”, “Organização

do Evento” e ”Recepção/Atendimento”. A equipe e o gestor do processo em análise

desenvolveram os indicadores “Infraestrutura Local” e “Percentual de Incidentes”.

Estes indicadores foram validados com o gestor da empresa, utilizando os

questionamentos mostrados no quadro 15.

Page 100: UM MÉTODO DE GESTÃO POR PROCESSOS PARA MICRO E

98

Requisito do Processo

“Pontualidade das Entregas de Baterias” “Qualidade do Pedido”

Indicadores de Desempenho Pedidos no Prazo (PP) Reclamações Quanto aos Pedidos

(RQP)

Por que medir? Para identificar a pontualidade da empresa e vendedores em relação aos pedidos dos clientes

Para identificar a satisfação dos clientes em relação a sua necessidade de produtos.

O que medir? O número de pedidos entregues dentro do prazo solicitado pelo cliente.

O número de reclamações realizadas pelos clientes em relação a quantidade e tipo de baterias solicitadas.

Como medir? PP = (Quantidade de pedidos entregues no prazo / Quantidade total de pedidos do período) x 100%

RQP = (Quantidade de reclamações dos clientes no período / Quantidade total de pedidos do período) x 100%

Quando medir (frequência)? Mensalmente. Mensalmente.

Quem mede? Assistente Administrativo. Assistente Administrativo. Parte Interessada Cliente e distribuidor. Distribuidor.

Quadro 14 – Validação dos Indicadores de Desempenho – Distribuidor de Baterias Fonte: Autoria própria.

Requisito do Processo “Local do Evento” “Organização do Evento” e

”Recepção/Atendimento”. Indicadores de Desempenho Infraestrutura Local (IEL) Percentual de Incidentes (PI)

Por que medir? Para garantir conforte e comodidade aos participantes do evento.

Para identificar a satisfação dos clientes em relação ao evento.

O que medir? Todos os itens de infraestrutura necessários, com o auxílio de uma lista de verificação (check list).

O número de reclamações e/ou quantidade de avaliações regulares e ruins.

Como medir? IEL = (valor do item de infraestrutura x peso do item) / Total de itens avaliados)

PI = (Quantidade de reclamações e/ou quantidade de avaliações regulares e ruins / Quantidade total de participantes do evento) x 100%

Quando medir (frequência)? Sempre que houver a necessidade. No evento.

Quem mede? Equipe de Marketing. Equipe de Marketing. Parte Interessada IES. Clientes e IES.

Quadro 15 – Validação dos Indicadores de Desempenho – IES Fonte: Autoria própria.

5.2.2 Fase 2: Análise do Processo

Nesta fase, através das três etapas mostradas na figura 30, para entender o

processo em estudo, é realizada uma análise detalhada e criteriosa, identificando os

pontos falhos ao não atendimento das necessidades dos clientes. São identificadas

oportunidades de melhoria e levantadas as possíveis causa-raízes dos problemas.

Page 101: UM MÉTODO DE GESTÃO POR PROCESSOS PARA MICRO E

99

Análise doProcesso

Etapa 5Análise de Problemas

Entendimento do Processo

Etapa 4

Etapa 6 Definição de

Metas de Sucesso

Figura 30 – Fase 2 do Método de Gestão por Processos Fonte: Autoria própria.

Etapa 4: Entendimento do processo

Para iniciar esta etapa são necessários o Macrodiagrama e o Mapa do

Processo desenvolvidos na Etapa 1, da Fase 1. Também é utilizado o resultado das

pesquisas sobre os requisitos do processo, gráficos 7 e 8.

A seguir, é realizada uma análise detalhada nestas documentações,

buscando identificar inconsistências, como falta de subprocessos, entradas ou

saídas indeterminadas, entre outros. Logo após, são verificadas todas as atividades

que compõem o processo. Cada atividade será questionada em relação ao seu

objetivo, execução, pontos fortes, problemas e oportunidades de melhoria. Esta

etapa é base para os planos de melhoria.

No processo de “Roteirização” do distribuidor de baterias, a análise resultou

que, ocorrerem problemas devido a falta de disciplina dos vendedores e

entregadores às visitas aos clientes, de acordo com as rotas estabelecidas. Então,

como consequência, haverá atrasos. Outros clientes não poderão ser atendidos por

falta de tempo e não haverá possibilidade de conquistar novos clientes.

A análise completa deste processo está registrada no quadro 16.

Page 102: UM MÉTODO DE GESTÃO POR PROCESSOS PARA MICRO E

100

ANÁLISE DO PROCESSO - Roteirização – Distribuidor de Baterias Tudor

Área Item Descrição Objetivo Como Ocorre? Ponto Forte Problemas Oportunidades

de Melhorias

Dist

ribui

dor

1

Dividir a Região de Atendimento em 4 Subregiões

O Vendedor deveria trabalhar cada setor da rota diariamente

Verificar o mapa da região e dividir em quadrantes

O cliente está ciente do horário de visita do vendedor

2 Planejar Rota dos Vendedores

Vendedor estar ciente da área de atuação diariamente

Trabalhar o quadrante, identificando os clientes na área.

O vendedor estará com maior tempo para abertura de novos clientes

3

Entregar Planejamento aos Vendedores

Vendedor estar ciente da área de atuação diária

O vendedor recebe sua rota diária por semana

O vendedor está ciente do horário de visita ao cliente

Vendedor nem sempre segue a rota planejada

Educar o vendedor para a realização de sua rota diária

4

Entregar Planejamento aos Entregadores

Entregador estar ciente da área de atuação diária

O Entregador recebe sua rota diária por semana

O Entregador está ciente do horário de visita ao cliente

Entregador nem sempre segue a rota planejada

Educar o Entregador para a realização de sua rota diária

Vend

edor

5 Receber Planejamento

Vendedor estar ciente da área de atuação diariamente

Trabalhar o quadrante, identificando os clientes na área.

O vendedor estará com maior tempo para abertura de novos clientes

6 Executar Rota conforme Planejamento

Possuir uma rota definida para melhor atendimento ao Cliente

O vendedor segue a rota definida para as visitas ao cliente

Aumento em clientes visitados e redução de tempo na rota

Vendedor não segue a rota planejada

Treinar o vendedor para seguir a rota planejada e seus benefícios

7

Receber Pedido por Telefone - PG e Litoral

Não fazer viagens sem necessidade

O Vendedor contata os clientes da região via telefone

Redução de tempo com deslocamentos

8 Montar Carga - PG e Litoral

Atender ao cliente

Montar carga aos clientes, conforme pedidos por telefone

Redução de tempo com deslocamentos

O vendedor fazer as visitas pessoalmente

9

Encaminhar Carga para o Motorista - PG e Litoral

Preparar as cargas para atendimento aos clientes

O responsável pela revenda confere os pedidos

Conferência dos pedidos pelos responsáveis pela revenda.

10 Executar a Rota diariamente

Visitar os clientes

O vendedor faz a rota semanalmente ou a cada quinzena

Vendedor não segue a rota conforme planejado

Educar o vendedor para a realização de sua rota planejada.

Entr

egad

or

11 Receber Planejamento

O Entregador estar ciente da área de atuação diariamente

Trabalhar o quadrante, identificando os clientes na área.

O Entregador estará com maior tempo para abertura de novos clientes

12 Montar Carga no Caminhão

Preparar as cargas para atendimento aos clientes

O revendedor prepara as cargas pelo pedido. O motorista a confere

Há uma conferência da preparação das cargas pelos responsáveis pela revenda.

13 Executar Rota: Um dia após o Vendedor

Visitar clientes para entregar os pedidos

O entregador faz a rota, baseado no vendedor.

Entregador não segue a rota conforme planejado

Educar o entregador para a realização de sua rota planejada.

Quadro 16 – Análise do Processo de Roteirização – Distribuidor de Baterias Fonte: Autoria própria.

Page 103: UM MÉTODO DE GESTÃO POR PROCESSOS PARA MICRO E

101

No processo de “Preparação e Execução do Fórum Acadêmico” da IES, a

análise resultou em vários problemas, como: centralização do controle do evento e

excesso de atividades; quantidade de papéis para controlar a entrada e saída dos

participantes do evento, pois gera atividades extras e atrito entre os atendentes e

participantes do evento; geração centralizada de certificados de participação, pois

cria sobrecarga de trabalho para o setor envolvido e aumenta a emissão de papéis,

que muitas vezes, ficam esquecidos, porque os participantes do evento não os

retiram. A análise completa deste processo está registrada no quadro 17.

ANÁLISE DO PROCESSO - Preparação e Execução do Fórum Acadêmico – IES (continua)

Área Item Descrição Objetivo Como Ocorre? Ponto Forte Problemas Oportunidades

de Melhorias

Mar

ketin

g

1

Definir data para Realização do Fórum

Haver uma data determinada no calendário acadêmico

No início do ano, na elaboração do calendário acadêmico

Organização e prazo para a elaboração do evento

2

Definir necessidades para Realização do Fórum

Prever com antecipação, os serviços necessários ao evento

Identificar prioridades baseado em um check list

Organização e ganho de tempo para a elaboração do evento

3 Reservar local para o Fórum

Definir um espaço adequado para o evento

Fazer levantamento dos possíveis locais para o evento, sua disponibilidade e custo

Não haver datas disponíveis para o local escolhido

Adequar a data do evento, conforme a disponibilidade do palestrante

4

Definir Palestrante para o Fórum

Haver a possibilidade de ter um palestrante de renome.

Em reuniões são sugeridas nomes e são feitas pesquisa pelo setor. A seguir levantar o custo de cada profissional

A participação das coordenações; Conseguir profissionais envolvidos com temas relacionados ao público alvo

O palestrante escolhido não possuir disponibili-dade de datas

Definir com antecedência o palestrante, junto com a definição do local do evento

5

Levantar custos para Realização do Fórum

Ter conhecimento do valor do evento

Fazer levantamento dos valores referentes a todos os itens necessários para a realização do evento

Planejar antecipadamente com o financeiro, valores e formas de pagamento

A diferença entre valores orçados antecipadamente

Formalizar através de contrato os serviços e produtos adquiridos antecipadamente

6 Divulgar o Fórum

Fazer campanha promocional do evento

Através de diferentes mídias

Tornar tanto o evento, quanto a instituição, conhecidos do público interno e externo

Criar maior interesse dos discentes, docentes e corpo técnico administrativo

7

Acompanhar Instalações de Iluminação e som no Local do evento

Certificar-se que a infra estrutura do evento está de acordo com o contrato

Acompanhamento no local do evento

Garantia de padrão de qualidade das instalações do local do evento

Page 104: UM MÉTODO DE GESTÃO POR PROCESSOS PARA MICRO E

102

ANÁLISE DO PROCESSO - Preparação e Execução do Fórum Acadêmico – IES (continua)

Área Item Descrição Objetivo Como Ocorre? Ponto Forte Problemas Oportunidades

de Melhorias

Mar

ketin

g

8 Organizar Local do evento

Adequar o local às necessidades do evento

Posicionar móveis, equipamentos e pessoal nos lugares adequados

Estar com o ambiente adequado para a recepção dos convidados

Reunir e instruir com antecedência a equipe de apoio

9 Gerar a Lista de Presença

Relacionar todos os inscritos no evento

Gerar a lista de presença via sistema

Ganho de tempo na tarefa e obter a lista para confecção dos certificados de participação

10

Buscar Palestrante no Aeroporto e levá-lo ao hotel

Garantir a presença do palestrante no evento

Com o veículo da empresa, o responsável pela segurança faz o translado do palestrante até o hotel

O comprometimento da instituição com o palestrante

14 Acompanhar Evento

Gerenciar o Evento

Coordenador as inscrições, verificar as instalações e manter o local organizado

Controle do Evento

A centralização do controle

Delegar atividades para os responsáveis de equipes

15

Providenciar o deslocamento do Palestrante ao final do Evento

Garantir o bem estar ao palestrante

Com o veículo da empresa, o responsável pela segurança faz o translado do palestrante

O comprometimento da instituição com o palestrante

16

Recolher Ficha de Avaliação do Fórum e Lista de Presenças

Verificar o número de participantes. Estar de posse das avaliações do evento

Recolhe as fichas de avaliação da equipe de controle de entrada/saída e as listas de presenças

Ter o controle dos dados do evento

Deixar de recolher as fichas, devido a quantidade de pessoas saindo do local evento

Alocar um maior número de pessoas para o controle de saída

17

Compilar resultados da Pesquisa de Satisfação sobre o Fórum

Quantificar a avaliação do evento

Organizar as fichas e levantar os dados

Obter os dados de avaliação do evento, gerando informações

Centralização da execução da tarefa

Delegar atividades para a equipe

18

Divulgar no Site Imagens e Vídeo do Evento

Mostrar como o evento ocorreu

Preparar material e postar no site

Divulgar o resultado do evento

19

Direcionar Resultado da avaliação à coordenações e Direção

Mostrar a avaliação do evento

Enviar e-mail com as informações

20

Encaminhar Lista de Presença para o Setor de Diplomas

Informar os dados para a confecção dos certificados

Encaminhar uma cópia física da lista de presenças

Rapidez no encaminhamento dos dados

Os dados estarem em papel (físico)

Encaminhar o arquivo em meio eletrônico

21

Separar relação de participantes Externos e sua origem

Obter a relação de participantes externos

Compara as informações via sistema

Determinar a origem do participante externo individualmen-te

O participante gerar o certificado via sistema

Page 105: UM MÉTODO DE GESTÃO POR PROCESSOS PARA MICRO E

103

ANÁLISE DO PROCESSO - Preparação e Execução do Fórum Acadêmico – IES (continua)

Área Item Descrição Objetivo Como Ocorre? Ponto Forte Problemas Oportunidades

de Melhorias

Mar

ketin

g

22 Enviar Certificados pelo correio

Enviar certificado ao participante externo

Preparar as correspondên-cias e encaminhar ao protocolo

A geração de trabalho extra e o custo de envio via correio

O participante gerar o certificado via sistema

Secr

etar

ia

11 Receber Participantes do evento

Garantir a organização do evento

Na recepção do evento, direcionar os convidados para assinar lista de presença

Organização da chegada dos convidados

A falta de colaboração de outros setores da instituição

Manter bom relacionamento com os funcionários e responsáveis pelos setores

12

Solicitar assinatura na lista de presença

Controlar a presença para quantificar o número de participantes

Identificar o nome do participante e solicitar assinatura

Possuir a quantidade de participantes do evento, para elaborar certificados

Utilizar um leitor de código de barras para controlar a entrada, eliminando a assinatura.

13 Entregar Ficha de Avaliação do Evento

Avaliar o evento

Entregar a ficha de avaliação ao participante

Conhecer a opinião dos participantes

A não entrega da ficha de avaliação

Melhorar o controle de saída

Dipl

omas

23 Receber Lista de Presenças do Fórum

Obter a relação dos participantes

Receber uma cópia física da lista de presenças

Lista física de presença

Receber lista via sistema

24 Gerar Certificado de Participação

Obter Comprovante de participação dos inscritos

Comparar lista física com dados de inscritos do Sistema

Possibilidade de fazer "Mala direta"

O participante gerar o certificado via sistema

25

Encaminhar Certificado de Participação para o Marketing

Entregar Certificados dos participantes externos

Entregar Certificados pessoalmente ao Marketing

Volume de trabalho

O participante gerar o certificado via sistema

26

Separar Certificado de Participação dos alunos

Selecionar os Certificados dos alunos

Fazer a seleção manualmente

Volume de trabalho

O participante gerar o certificado via sistema

27

Armazenar e Aguardar Retirada dos Certificado de Participação

Reservar certificados para os alunos solicitarem

Armazenar fisicamente certificados

Volume de material no setor

28 Entregar Certificado de Participação

Disponibilizar certificado aos alunos

Entrega física do certificado pessoalmente ao aluno

Reduzir o volume de material no setor

O atendimento pessoal ao aluno no setor

O participante gerar o certificado via sistema

29

Separar Certificados por Departamento

Selecionar os Certificados dos docente e do corpo técnico administrativo

Separar fisicamente certificados por departamento

Volume de trabalho

30

Encaminhar Certificados aos Departa-mentos

Entregar Certificados a participantes do corpo técnico administrativo

Entregar Certificados pessoalmente e por malote aos gerentes das áreas

Volume de trabalho

O participante gerar o certificado via sistema

Page 106: UM MÉTODO DE GESTÃO POR PROCESSOS PARA MICRO E

104

ANÁLISE DO PROCESSO - Preparação e Execução do Fórum Acadêmico – IES (conclusão)

Área Item Descrição Objetivo Como Ocorre? Ponto Forte Problemas Oportunidades

de Melhorias

Dire

ção

e Co

orde

naçõ

es

31

Receber Resultado da Pesquisa de Satisfação sobre o Fórum

Informar o resultado da avaliação

Receber via e-mail arquivo com os resultados da pesquisa

Possuir as informações para ter base para novas sugestões

Utilizar com maior objetividade as informações contidas no relatório.

32

Encaminhar Resultado da Pesquisa de Satisfação

Mostrar a avaliação do evento

Enviar e-mail com as informações

Coor

dena

ções

33

Receber Certificados de Participação

Obter os certificados de participação

Receber uma cópia física dos certificados de participação

Obter a informação dos participantes do evento

Volume de material no setor

Receber lista de participantes via sistema

34

Distribuir Certificados de Participação

Entregar Certificados dos participantes internos

Entregar Certificados pessoalmente a todos os participantes do evento

Volume de trabalho

O participante gerar o certificado via sistema

Quadro 17 – Análise do Processo de Preparação e Execução do Fórum Acadêmico – IES

Fonte: Autoria própria.

Etapa 5: Análise de problemas

A análise dos problemas foi iniciada na etapa anterior, quando ao identificar

os problemas do processo (pontos fracos), também foram sugeridas oportunidades

de melhoria.

A seguir foram relacionados os problemas e identificada as suas possíveis

causas - raízes. É importante nesta etapa, determinar os problemas potenciais para

que haja uma antecipação a sua ocorrência.

Para o distribuidor de baterias foram identificadas as causas relacionadas,

principalmente a falta de cultura para seguir rotas planejadas e a preocupação com

redução de custos.

Durante suas atividades, tanto vendedores quanto entregadores, sempre

foram cobrados pelo cumprimento de metas. E, seguir a rota, às vezes, para eles,

representa deixar de visitar um bom cliente naquele período. Mas, pode causar

custos a mais e perdas de tempo em viagens desnecessárias. E, também possibilitar

a prospecção de novos clientes. Ou seja, seguir a rota, momentaneamente pode

parecer prejudicial, do ponto de vista do vendedor / entregador, mas trará benefícios

para todos e principalmente para o negócio. Esta análise está relacionada no quadro

18.

Page 107: UM MÉTODO DE GESTÃO POR PROCESSOS PARA MICRO E

105

Causas dos Problemas no Processo - Roteirização

Área Item Descrição Problemas Oportunidades de Melhorias Consequências Causas

Dist

ribui

dor

3

Entregar Planejamento aos Vendedores

O vendedor nem sempre segue a rota planejada

Educar o vendedor para a realização de sua rota diária

Aumento do percurso realizado pelo Vendedor;

Falta de tempo para prospectar novos clientes.

Falta de cobrança para o vendedor seguir a rota;

Estímulo somente ao cumprimento das metas de vendas.

Vend

edor

6 Executar Rota conforme Planejamento

O Vendedor não segue a rota planejada

Treinar o vendedor para seguir a rota planejada e mostrar os seus benefícios

Falta de cultura para seguir as rotas;

Preocupação em atingir as metas de vendas;

Falta de cultura com redução de custo.

10 Executar a Rota diariamente

O vendedor não segue a rota conforme o planejamento.

Educar o vendedor para a realização de sua rota planejada.

8 Montar Carga - PG e Litoral

O vendedor fazer as visitas pessoalmente

Aumento das Vendas e prospecção de novos clientes.

Entr

egad

or 4

Entregar Planejamento aos Entregadores

O Entregador nem sempre segue a rota planejada

Educar o Entregador para a realização de sua rota diária

Aumento do percurso realizado pelo Entregador;

Falta de tempo para prospectar novos clientes.

Falta de cultura para seguir as rotas;

Preocupação em atingir as metas de entregas;

Falta de cultura com redução de custo.

13 Executar Rota: Um dia após o Vendedor

O entregador não segue a rota conforme o planejamento.

Educar o entregador para a realização de sua rota planejada.

Quadro 18 – Causas dos Problemas do Processo de Roteirização – Distribuidor de Baterias Fonte: Autoria própria.

No processo de “Preparação e Execução do Fórum Acadêmico” da IES

foram identificadas as causas relacionadas, principalmente ao controle da entrada

ao evento e a emissão física dos certificados de participação ao evento.

A movimentação que, ocorre instantes antes do início do evento, gera um

grande volume de atividades e possibilita o atraso na entrada dos participantes. E,

criará a insatisfação destas pessoas, que são clientes ou potenciais clientes da

instituição. Desta forma, afetando o atendimento ao cliente e, por consequência,

prejudicando a imagem da empresa perante o mercado.

Quanto à emissão física dos certificados de participação no evento, o

volume de trabalho e de papel gerado é prejudicial para a empresa. Pois, faz com

que os funcionários do setor responsável executem esta atividade e posterguem

outras, talvez prioritárias. E, há a geração de custos, pelo desvio das atividades

prioritárias, pela geração de papel e pelo valor da emissão via correio ou malotes. A

Page 108: UM MÉTODO DE GESTÃO POR PROCESSOS PARA MICRO E

106

análise completa está relacionada no quadro 19.

Causas dos Problemas no Processo - Preparação e Execução do Fórum Acadêmico – IES (continua)

Área Item Descrição Problemas Oportunidades de Melhorias Consequências Causas

Mar

ketin

g e

Secr

etar

ia

3 Reservar local para o Fórum

Não haver datas disponíveis para o local escolhido

Adequar a data do evento, conforme a disponibilidade do palestrante

Redução de atividades extras com escolhas de novo palestrante e/ou Local para o Evento.

Fazer escolha do local do Evento em data diferente da definição do palestrante. 4

Definir Palestrante para o Fórum

O palestrante escolhido não possuir disponibilidade de datas

Definir com antecedência o palestrante, junto com a definição do local do evento

5

Levantar custos para Realização do Fórum

A diferença entre valores orçados antecipadamente

Formalizar através de contrato os serviços e produtos adquiridos antecipadamente.

Previsão correta dos custos do evento.

Falta de um contrato formalizado entre as partes interessadas, para garantir os valores negociados.

8 Organizar Local do evento

Reunir e instruir com antecedência a equipe de apoio Garantir a

participação das áreas de apoio e a organização do evento.

Centralização de atividades;

Falta de distribuição de informações sobre o evento, no Setor de Marketing.

11 Receber Participantes do evento

A falta de colaboração de outros setores da instituição

Manter bom relacionamento com os funcionários e responsáveis pelos setores

13 Entregar Ficha de Avaliação do Evento

A não entrega da ficha de avaliação

Utilizar um leitor de código de barras para controlar a entrada dos participantes, eliminando a assinatura.

Eliminar esta atividade.

Falta de pessoas para controlar a entrada no local do evento;

Grande quantidade de pessoas chegando ao mesmo tempo, principalmente próximo ao início do evento.

14 Acompanhar Evento

A centralização do controle

Delegar atividades para os responsáveis de equipes

Redução de atividades de controle e contato com as equipes de trabalho.

Centralização de atividades;

Falta de distribuição de informações sobre o evento, no Setor de Marketing;

Falta de cooperação de outras áreas da instituição.

16

Recolher Ficha de Avaliação do Fórum e Lista de Presenças

Deixar de recolher as fichas, devido a quantidade de pessoas saindo do local evento

Alocar um maior número de pessoas para o controle de saída

Eliminar esta atividade.

17

Compilar resultados da Pesquisa de Satisfação sobre o Fórum

Centralização da execução da tarefa

Delegar atividades para a equipe

Redução de atividades. Aumento do controle.

Os dados estão em papel;

Faltam pessoas para colaborar nesta atividade.

20

Encaminhar Lista de Presença para o Setor de Diplomas

Os dados estarem em papel (físico)

Encaminhar o arquivo em meio eletrônico

Redução de atividades.

Aumento do controle.

Geração de várias listas de presença para as assinatura dos participantes.

Page 109: UM MÉTODO DE GESTÃO POR PROCESSOS PARA MICRO E

107

Causas dos Problemas no Processo - Preparação e Execução do Fórum Acadêmico – IES (conclusão)

Área Item Descrição Problemas Oportunidades de Melhorias Consequências Causas

Mar

ketin

g e

Secr

etar

ia

21

Separar relação de participantes Externos e sua origem

Determinar a origem do participante externo individualmente

O participante gerar o certificado via sistema

Redução de atividades.

Não há uma lista de participantes externos separada da lista de participantes internos no sistema.

22 Enviar Certificados pelo correio

A geração de trabalho extra e o custo de envio via correio

O participante gerar o certificado via sistema

Eliminar esta atividade.

Não há a emissão de certificados via Sistema;

Os certificados não são emitidos com antecedência para ser entregue no dia do evento.

Dipl

omas

23 Receber Lista de Presenças do Fórum

Lista física de presença

Receber lista via sistema

Redução de atividades.

24 Gerar Certificado de Participação

O participante gerar o certificado via sistema

Eliminar esta atividade.

25

Encaminhar Certificado de Participação para o Marketing

Volume de trabalho

O participante gerar o certificado via sistema

Eliminar esta atividade.

26

Separar Certificado de Participação dos alunos

Volume de trabalho

O participante gerar o certificado via sistema

Eliminar esta atividade.

27

Armazenar e Aguardar Retirada dos Certificados de Participação

Volume de material no setor Eliminar esta

atividade.

28 Entregar Certificado de Participação

O atendimento pessoal ao aluno no setor

O participante gerar o certificado via sistema

Eliminar esta atividade.

29

Separar Certificados por Departamento

Volume de trabalho Eliminar esta

atividade.

30

Encaminhar Certificados aos Departamentos

Volume de trabalho

O participante gerar o certificado via sistema

Eliminar esta atividade.

Coor

dena

ções

33

Receber Certificados de Participação

Volume de material no setor

Receber lista de participantes via sistema

Eliminar esta atividade.

34

Distribuir Certificados de Participação

Volume de trabalho

O participante gerar o certificado via sistema

Eliminar esta atividade.

Quadro 19 – Causas dos Problemas do Processo de Preparação e Execução do Fórum Acadêmico – IES

Fonte: Autoria própria.

Com as análises realizadas anteriormente, é gerada uma base de dados

para as melhorias e para a definição das metas de sucesso do processo, que serão

as próximas etapas deste método.

Page 110: UM MÉTODO DE GESTÃO POR PROCESSOS PARA MICRO E

108

Etapa 6: Definição de metas de sucesso

Esta etapa iniciou com a identificação dos fatores críticos para o sucesso

dos processos. E, a seguir, foram determinadas as metas para o processo em

estudo. Estas devem compreender níveis de desempenho que atendam ou superem

as expectativas do cliente e os seus requisitos.

Para o distribuidor de baterias, no processo de “Roteirização” foram

identificados os seguintes fatores críticos de sucesso:

Conscientização com redução de custos em suas atividades;

Prospecção de novos clientes.

A partir da identificação dos fatores críticos de sucesso, foram definidas as

metas para os vendedores e entregadores.

As metas de sucesso estão apresentadas a seguir:

Atender a 100% dos pedidos no prazo;

Reduzir em 10% as reclamações dos clientes quanto aos pedidos;

Prospectar, pelo menos, mais um cliente por mês;

Reduzir em 5% os custos com automóveis e viagens a cada mês.

Na IES, para o processo de “Preparação e Execução do Fórum Acadêmico”,

foram identificados os seguintes fatores críticos de sucesso:

Satisfação do cliente do Fórum;

Inscrição no Fórum;

Definição do palestrante;

Local do evento;

Tratamento ao cliente no dia do evento.

A partir da identificação dos fatores críticos de sucesso, foram definidas as

metas para a preparação e execução do Fórum, Acadêmico, que são:

Atender a 100% dos pedidos de inscrição no Fórum Acadêmico;

Introduzir o leitor de código de barras para a entrada no evento;

Reduzir em 5% os custos do Fórum Acadêmico em relação ao evento

anterior.

Como se observa, todas as metas de sucesso estão relacionadas aos

fatores críticos de sucesso e aos indicadores de desempenho definidos na etapa 3.

Page 111: UM MÉTODO DE GESTÃO POR PROCESSOS PARA MICRO E

109

5.2.3 Fase 3: Otimização do Processo

Nesta fase, através das duas etapas mostradas na figura 31, foram definidas

alternativas de melhoria para os processos em estudo, a fim de atender as

necessidades e superar as expectativas do cliente, buscando eliminar as causas dos

problemas encontrados nas etapas anteriores.

Planejamento de Alternativas

de Melhoria

Etapa 7

Resultado das Melhorias

Implantadas

Etapa 8

Otimização do Processo

Figura 31 – Fase 3 do Método de Gestão por Processos Fonte: Autoria própria.

Foi necessário montar um plano de ação, visando uma situação futura. E,

partir para a implantação de um plano piloto de melhorias. Para efetivar estas

propostas, foram apresentadas aos gestores das organizações em estudo, para sua

aprovação. A partir da obtenção da aprovação das propostas de melhoria, executá-

las e obter os resultados.

Estas etapas estão descritas a seguir.

Etapa 7: Planejamento de alternativas de melhoria

Esta etapa é uma sequência do trabalho executado anteriormente. Pois, não

são suficientes, apenas identificar os problemas e suas causas e definir metas para

os processos. Mas, propor melhorias para eliminar as causas dos problemas,

priorizá-las e atingir a as metas.

Para o distribuidor de baterias foi sugerida o desenvolvimento de um

treinamento, contemplando os benefícios de seguir a rota planejada, como redução

de tempo das viagens, melhoria no planejamento das visitas aos clientes, entre

Page 112: UM MÉTODO DE GESTÃO POR PROCESSOS PARA MICRO E

110

outros. E, como consequência, o aumento do nível de atendimento ao cliente e

ampliação da carteira de clientes.

A seguir, no quadro 20, adaptado do quadro 8, está apresentado o plano de

ação para este treinamento.

Plano de Ação para Melhorias - Roteirização

Área Item Problemas Oportunidades de Melhorias Solução Ação Duração Responsável

Dist

ribui

dor

1

O vendedor nem sempre segue a rota planejada

Educar o vendedor para a realização de sua rota diária

Treinamento.

Preparar Treinamento contemplando: 1 - Benefícios de seguir Rota Planejada; 2 - Melhoria no Atendimento ao cliente;

Quatro treinamentos, sendo realizado uma vez por semana (Segunda-feira, manhã).

Distribuidor

Vend

edor

6 O Vendedor não segue a rota planejada

Treinar o vendedor para seguir a rota planejada e mostrar os seus benefícios

Entr

egad

or

4

O Entregador nem sempre segue a rota planejada

Educar o Entregador para a realização de sua rota diária

Quadro 20 – Plano de Ação para o Processo de Roteirização – Distribuidor de Baterias Fonte: Autoria própria.

Não foi necessário sugerir nenhuma mudança no processo de

“Roteirização”. Desta forma, não foi preciso alterar o mapa deste processo.

Para a IES, foram sugeridas algumas alterações no processo de

“Preparação e Execução do Fórum Acadêmico”, como desenvolver um contrato

padrão para os fornecedores do evento e adaptar o sistema acadêmico para

utilização de leitor do código de barras e geração de relatórios e documentos.

Estas melhorias geraram redução de tarefas para os setores de Diplomas e

Marketing. E, em consequência, otimização deste processo e redução de custos.

Pois, com pouco investimento em aquisição de alguns equipamentos e o

desenvolvimento e adaptação do sistema existente, se alcança vários benefícios

para os clientes do processo.

As propostas de solução para os problemas encontrados nas etapas

anteriores estão descritas, na sua totalidade no quadro 21.

Page 113: UM MÉTODO DE GESTÃO POR PROCESSOS PARA MICRO E

111

Plano de Ação para Melhorias - Preparação e Execução do Fórum Acadêmico – IES (continua)

Área Item Problemas Oportunidades de Melhorias Solução Ação Duração Responsável

Mar

ketin

g e

Secr

etar

ia

3

Não haver datas disponíveis para o local escolhido.

Adequar a data do evento, conforme a disponibilidade do palestrante. Sincronizar as

atividades de "Reservar Local" e "Definir Palestrante".

Definir Palestrante e Local do evento em sincronia.

20 dias Marketing

4

O palestrante escolhido não possuir disponibilidade de datas.

Definir com antecedência o palestrante, junto com a definição do local do evento.

5

A diferença entre valores orçados antecipada-mente.

Formalizar através de contrato os serviços e produtos adquiridos antecipadamente.

Formalizar contrato entre as partes interessadas, garantindo os valores negociados.

Desenvolver um contrato Padrão para os Fornecedores do Evento.

30 dias Marketing e Jurídico

6

Criar maior interesse dos discentes, docentes e corpo técnico administrativo.

Ampliar a Campanha de divulgação do evento, apresentando a sua importância para os participantes. Utilizando vários tipos de mídia.

Criar Campanha agressiva de divulgação do evento para o público interno.

30 dias Marketing

8 Reunir e instruir com antecedência a equipe de apoio.

Realizar reuniões com as equipes; Fazer treinamentos para a execução das tarefas; E, delegar a coordenação das atividades aos responsáveis por cada equipe de trabalho.

Desenvolver um Plano de Ação para a distribuição das tarefas do evento.

5 dias Marketing 11

A falta de colaboração de outros setores da instituição.

Manter bom relacionamento com os funcionários e responsáveis pelos setores.

14 A centralização do controle.

Delegar atividades para os responsáveis de equipes.

Delegar a coordenação das atividades aos responsáveis por cada equipe de trabalho.

12

Utilizar um leitor de código de barras para controlar a entrada dos participantes, eliminando a assinatura.

O documento de entrada será o crachá funcional do corpo técnico administrativo e docentes. Os discentes usam a carteirinha da faculdade. Para os participantes externos, no ato da inscrição seria gerado um documento com código de barras. Todos apresentam estes documentos na entrada do local do evento.

Adaptar o Sistema Acadêmico para utilização do Leitor do Código de Barras e Geração dos Relatórios e Documentos Necessários.

60 dias Marketing, Diplomas e Informática

Page 114: UM MÉTODO DE GESTÃO POR PROCESSOS PARA MICRO E

112

Plano de Ação para Melhorias - Preparação e Execução do Fórum Acadêmico - IES (continua)

Área Item Problemas Oportunidades de Melhorias Solução Ação Duração Responsável

Mar

ketin

g e

Secr

etar

ia

13 A não entrega da ficha de avaliação.

Utilizar um leitor de código de barras para controlar a entrada dos participantes, eliminando a assinatura.

Com a introdução do leitor de Código, os participantes do evento poderão gerar o seu próprio certificado de participação. Mas, só o farão após o preenchimento da avaliação do evento. Uma atividade fica condicionada a outra.

Adaptar o Sistema

Acadêmico para utilização

do Leitor do Código de Barras e

Geração dos Relatórios e Documentos Necessários.

60 dias

Marketing, Diplomas e Informática

16

Deixar de recolher as fichas, devido a quantidade de pessoas saindo do local evento.

Alocar um maior número de pessoas para o controle de saída.

Atividades realizadas através do Sistema e Leitor de Código de Barras.

17 Centralizar a execução da tarefa.

Delegar atividades para a equipe.

As compilações dos dados são feitas pelo sistema.

20 Os dados se encontram em papel (físico).

Encaminhar o arquivo em meio eletrônico.

O Setor de Diplomas gera a lista dos participantes presentes via sistema, com a separação dos externos e internos e por departamento.

21

Determinar a origem do participante externo individual-mente.

O participante gerar o certificado via sistema.

22

A geração de trabalho extra e o custo de envio via correio.

O participante gerar o certificado via sistema.

Dipl

omas

23 Lista física de presença.

Receber lista via sistema.

Geração da lista dos participantes presentes via

sistema, com a separação dos

externos e internos e por departamento.

24 O participante gerar o certificado via sistema.

25 / 26 / 30

Volume de trabalho.

O participante gerar o certificado via sistema.

27 Volume de material no setor.

28 O atendimento pessoal ao aluno no setor.

O participante gerar o certificado via sistema.

Page 115: UM MÉTODO DE GESTÃO POR PROCESSOS PARA MICRO E

113

Plano de Ação para Melhorias - Preparação e Execução do Fórum Acadêmico – IES (conclusão)

Área Item Problemas Oportunidades de Melhorias Solução Ação Duração Responsável

Coor

dena

ções

33 Volume de material no setor.

Receber lista de participantes via sistema. Geração da lista dos

participantes presentes via sistema, com a separação dos externos e internos e por departamento.

Adaptar o Sistema

Acadêmico para utilização

do Leitor do Código de Barras e

Geração dos Relatórios e Documentos Necessários.

60 dias Marketing, Diplomas e Informática

34 Volume de trabalho.

O participante gerar o certificado via sistema.

Dire

ção

e Co

orde

naçõ

es

31

Utilizar com maior objetividade as informações contidas no relatório.

Centralizar atividade de distribuição das informações no Setor de Marketing.

Distribuir as informações através do e-mail Marketing

5 dias Marketing

Quadro 21 – Plano de Ação para o Processo de Preparação e Execução do Fórum Acadêmico – IES Fonte: Autoria própria.

Com a implantação destas melhorias o mapa do processo ficou alterado,

sendo eliminadas algumas atividades, principalmente do setor de Diplomas. O novo

mapa deste processo é mostrado na figura 32.

A seguir, deverá ser implantado um plano piloto de melhorias e acompanhar

as ações passo a passo, monitorando os resultados.

Etapa 8: Resultado das melhorias implantadas

Esta etapa não foi considerada neste trabalho, pois, a partir do plano de

ação, a decisão da sua implantação ou não depende da alta gerência das

organizações em estudo. Porém, foi encaminhada a cada empresa, a documentação

levantada neste estudo, sendo entregue uma cópia de:

Escopo do processo;

Macrodiagrama;

Mapa e Fluxogramas;

Sistema de Medição;

Documentos de Entendimento.

Page 116: UM MÉTODO DE GESTÃO POR PROCESSOS PARA MICRO E

114

Figura 32 – Mapa Revisado do Processo de Preparação e Execução do Fórum Acadêmico Fonte: Autoria própria.

Para validar o método proposto, além de aplicá-lo nas empresas e verificar

os resultados descritos anteriormente, foi feito uma análise em relação às principais

características de uma metodologia de gestão por processos e comparado com as

metodologias apresentadas. E, foram determinados os pontos fortes e fracos do

método proposto. A próxima seção apresenta estes resultados.

Page 117: UM MÉTODO DE GESTÃO POR PROCESSOS PARA MICRO E

115

5.3 AVALIAÇÃO DO MÉTODO PROPOSTO

Com a aplicação do método proposto nos processos das empresas de

serviços e em discussão com os envolvidos nas análises foi possível determinar o

seu desempenho e identificar seus pontos fortes e fracos. E, foi realizada a

comparação com as outras metodologias apresentadas no capítulo 2, em relação às

principais características de uma metodologia de gestão por processos e da micro e

pequena empresa. A seguir, são apresentados os resultados obtidos com esta

análise.

5.3.1 Comparação das características das metodologias estudadas e do método

proposto

Para executar esta análise foram identificadas as características de todas as

metodologias, estudadas no capítulo 2, baseado nas definições de seus autores.

Considerou-se as características da micro e pequena empresa e foi comparado ao

método proposto. Os resultados obtidos estão mostrados no quadro 22.

Características das MPEs Metodologias

DI Servpro RE MP GP 1) Gestão pessoal e pessoalidade

2) Administração não profissional

3) Decisões intuitivas

4) Grande poder do proprietário-dirigente X X

5) Mão de obra pouca qualificada X

6) Dependência de certos empregados

7) Propensão a riscos calculados X X X X

8) Informalidade X

9) Falta de recursos X X

10) Imaturidade organizacional X

11) Estrutura simples e leve X X X X X

12) Falta de planejamento formal X

13) Sistema simples de informações X X X

14) Falta de dados quantitativos X X X

Quadro 22 – Comparação das Metodologias Estudadas e do Método Proposto em relação as características da Micro e Pequena Empresa

Fonte: Adaptado de Limas (2009).

Page 118: UM MÉTODO DE GESTÃO POR PROCESSOS PARA MICRO E

116

O método de gestão por processos se mostrou mais adequado que as

outras metodologias estudadas, pois não necessita de uma ferramenta específica de

mapeamento de processos, utiliza uma quantidade menor de fases e etapas e

auxilia ao gestor organizar sua empresa.

A característica “grande poder do proprietário”, foi considerada compatível

pela possibilidade de visualização da organização em processos. O método facilita a

visão holística da organização, através do processograma.

A “mão de obra pouco qualificada”, não influencia a aplicação do método

proposto, pois o gestor do processo está atuando em conjunto com a equipe de

processos. E, todos recebem o mesmo treinamento, equalizando o conhecimento.

Enquanto que, para a característica “falta de recursos”, o método foi

desenvolvido para ser aplicado pelo próprio gestor e seu pessoal, com baixo custo.

As características “Informalidade e Imaturidade organizacional” são

combatidas com a geração dos documentos do processo, o que permite ao gestor

entender a estrutura do seu negócio.

Para as características “Falta de planejamento formal”, “Sistema simples de

informações” e “Falta de dados quantitativos”, o método proposto permite ao gestor

levantar dados e requisitos do seu cliente e planejar melhorias para sua

organização.

As características “Propensão a riscos calculados” e “Estrutura simples e

leve” são consideradas na aplicação do método de gestão por processos, pois

possibilita ao gestor planejar planos de ação dentro de suas perspectivas,

considerando as necessidades do cliente.

Outra análise realizada considerou características como quantidade de fases

e etapas da metodologia, se há a preocupação com melhoria contínua dos

processos, se é sugerido o desenvolvimento de indicadores de desempenho para

medir o processo, entre outras. A seguir, foi analisado o método proposto,

verificando quais características importantes foram consideradas neste método.

Na análise completa, apresentada no quadro 23, observa-se que o método

proposto apresenta as principais características de uma metodologia de gestão por

processos, mostrando-se adequado para ser aplicado nas organizações, com o

objetivo de otimizar processos e propor melhorias. É caracterizado também, como

Page 119: UM MÉTODO DE GESTÃO POR PROCESSOS PARA MICRO E

117

de fácil visualização para os clientes, devido à adequada quantidade de fases e

etapas.

Características RE MP DI Servpro GP 1) Quantidade de Fases da metodologia 5 4 5 NA 3 2) Quantidade de Etapas da metodologia NA 14 37 NA 8 3) Melhoria contínua X X 4) Definição dos macroprocessos X X X X 5) Utilização de equipe de processos X X X 6) Análise do processo atual X X X X X

7) Escopo do processo X X X X 8) Requisitos do cliente X X X 9) Indicadores de desempenho X X X X 10) Identificação de problemas X X X 11) Identificação das causas dos problemas X 12) Determinação de metas X X X

13) Sugestão de alternativas de melhorias X X X

14) Modelagem do processo otimizado X X X X 15) Workflow X 16) Fácil visualização para os clientes X X 17) Necessidade de especialista em

processos X

18) Treinamento sobre utilização do método X X X

19) Documentação X X X X X

Quadro 23 – Comparação das Metodologias Estudadas e do Método Proposto Fonte: Autoria própria.

A não exigência da contratação de um especialista em processo na

organização em estudo é um ponto importante para a aceitação do método pelos

gestores. E, ainda sugere a definição de indicadores de desempenho para medir o

processo, possibilitando ao gestor verificar os pontos que devem ser melhorados,

para aumentar a satisfação do cliente.

5.3.2 Pontos fortes e fracos do método proposto

Com as análises realizadas no método proposto, como citado na seção

anterior e com os resultados obtidos com a sua aplicação nos processos de

“Roteirização” e “Preparação e execução do Fórum Acadêmico”, foram determinados

os seus pontos fortes e fracos, que são descritos a seguir.

Page 120: UM MÉTODO DE GESTÃO POR PROCESSOS PARA MICRO E

118

5.3.2.1 Pontos fortes do método de gestão por processos

Este método apresentou os seguintes pontos fortes:

Redução na quantidade de fases e etapas;

Apresentação das características básicas de uma metodologia de gestão

por processos;

Não há a necessidade de um especialista em gestão por processos na

organização;

Sugestão de um sistema de indicadores de desempenho e como obtê-los;

Identificação dos principais requisitos dos clientes;

Identificação das causas-raízes dos problemas, com o objetivo de eliminar

definitivamente os problemas;

Determinação do escopo e limites do processo;

Utilização de uma ferramenta acessível de mapeamento de processos;

A melhoria dos processos continuamente como objetivo fundamental;

A possibilidade de visualização da empresa como um conjunto de

processos e, assim facilitar a visão de uma organização horizontal.

5.3.2.2 Pontos fracos do método de gestão por processos

E como pontos fracos, este método apresenta:

Necessidade de treinamento no método;

Maior concentração de atividades para o analista de processos na fase 1;

A falta de um sistema gerencial para garantir o processo de melhoria

contínua;

A grande dependência do dono do processo e/ou equipe de gestão por

processos.

Page 121: UM MÉTODO DE GESTÃO POR PROCESSOS PARA MICRO E

119

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS E RECOMENDAÇÕES

Este capítulo apresenta as conclusões e recomendações para trabalhos

futuros, centralizadas nos objetivos do desenvolvimento e aplicação do método de

gestão por processo adaptado para micros e pequenas empresas.

6.1 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este trabalho foi desenvolvido com o objetivo de ser proposto um modelo de

gestão por processos, adaptado às micros e pequenas empresas para auxiliá-las à

introdução da gestão por processos. E, para validá-lo, foi aplicado em duas

empresas de prestação de serviço, com atividades distintas.

6.1.1 Considerações sobre a Pesquisa com Micros, Pequenas e Médias Empresas

(MPE) da Região de Curitiba

Primeiramente foi realizada uma pesquisa com médias, pequenas e micros

empresas da cidade de Curitiba, para identificar o nível de conhecimento dos

gestores destas organizações sobre gestão por processos. E, também identificar, se

estes aceitam utilizar técnicas de gestão por processos. A pesquisa usou uma

amostra equilibrada de empresas, sendo 30,83% de médio porte, 36,67% de

pequeno porte e 32,5% de micro empresas. Desta forma, garantindo que não haja

influência de qualquer tipo de empresa nos resultados da pesquisa.

Conclui-se que, a maioria dos gestores não conhece o que é uma

metodologia de gestão por processos, comprovando a característica deste tipo de

empresa que é de administração amadora, centralizada na pessoa do gestor ou

dono da empresa. Entretanto, a questão relacionada à aplicação de uma

metodologia de gestão por processo auxiliar na gestão da empresa, as respostas

foram acima do nível “muito”. Embora possa parecer uma controvérsia, este

resultado representa que, os gestores são conscientes da utilidade de uma

metodologia sistematizada para auxiliar na gestão de sua empresa.

Quando a questão estava relacionada ao conhecimento das necessidades

Page 122: UM MÉTODO DE GESTÃO POR PROCESSOS PARA MICRO E

120

de seus clientes, as respostas foram variadas. Ou seja, a maioria dos gestores

acredita possuir bons conhecimentos das necessidades de seus clientes, contudo

alguns, principalmente os gestores das microempresas, não tem certeza.

Quando a questão foi relacionada ao tipo de técnica que poderia ser

utilizada na organização, as que possuem um impacto visual menos agressivo, e

com menor número de fases e/ou etapas foram as mais escolhidas pelos gestores,

independente do porte ou ramo da empresa, conforme os gráficos 4, 5 e 6.

Conclui-se que, após a análise desta pesquisa, que os gestores se

interessam por métodos ou metodologias que apresentam uma característica de

menor complexidade, ou seja, procuram aplicar uma ferramenta de fácil

visualização, com poucas etapas de estudo, pois lhe permite a percepção de fácil

utilização. Mas, não desprezam um método estruturado, para auxiliá-los na gestão

da organização.

E, em todos os seguimentos pesquisados, o método proposto obteve uma

aceitação superior às outras metodologias apresentadas. Então, conclui-se que, o

método pode ser aplicado às micros e pequenas empresas, pois foi aceito pelos

seus gestores. Porém, ainda é necessário avaliá-lo em relação à eficiência dos

resultados obtidos na aplicação às empresas estudadas. E, identificar sua

adaptabilidade às necessidades das micro e pequenas empresas.

6.1.2 Considerações sobre a aplicação do método proposto de gestão por processos

nas organizações de serviços

A utilização de uma metodologia de gestão por processos permite identificar

os principais processos da organização e padronizar suas documentações. Auxilia o

gestor a definir quais estratégias deverão ser adotadas para melhorar o atendimento

ao cliente.

Com os resultados alcançados, apresentados no capitulo 5, o método

proposto mostrou-se adequado para a aplicação em micro e pequena empresa,

sendo facilmente entendido pelos gestores dos processos, que o utilizaram. E,

durante todas as fases da metodologia, foi observada a participação ativa dos

envolvidos nos processos em estudo, pois todos entenderam o objetivo da atividade

de gestão dos processos.

Page 123: UM MÉTODO DE GESTÃO POR PROCESSOS PARA MICRO E

121

Uma característica importante do método proposto é a utilização de

fluxograma para o mapeamento dos processos, facilitando a compreensão do

processo em análise e possibilitando uma visão holística deste. Este é um fator

primordial para este tipo de atividade, pois, está visão geral, permite ao gestor

entender o processo e rapidamente verificar pontos que podem ser melhorados ou

eliminados. Também, possibilita a verificação da participação de todos os envolvidos

no processo e assim, valorizar suas atividades para a melhoria do nível de serviço

ao cliente.

Foi identificado pelos participantes da aplicação do método, nas duas

empresas, que a etapa 1(Levantamento do processo atual) e a etapa 2 (Identificação

dos requisitos do processo), na fase 1 (Conhecimento do Processo) foram as

atividades mais longas e trabalhosas.

Na etapa 1, foram realizados todos os levantamentos para o entendimento

dos processos da organização em estudo. Estas atividades são fundamentais para a

gestão por processo, pois posicionam a empresa em relação aos seus processos,

definindo como será a empresa, se transformada em uma organização horizontal,

conforme discutido no capitulo 2. E, permite ao gestor ter a visão holística do seu

negócio. Por ser uma etapa básica, apresenta atividades que necessitam ser

executadas e não devem ser desmembradas.

Em relação a etapa 2, identificação dos requisitos do processo, é o momento

de identificar os requisitos e necessidades dos clientes. Desta forma, esta etapa é

base para todas as outras fases e etapas do método proposto. Todas as análises,

melhorias e otimizações estão baseadas no objetivo de aumentar a competitividade

organizacional.

Principalmente, a etapa 1 poderia ser desmembrada em outras etapas

dentro da fase 1, porém não atenderiam ao propósito do método que é ser de fácil

visualização pelos gestores e dificultaria a obtenção de sua aceitação. Com isso, as

micros e pequenas empresa não teriam esta ferramenta para auxiliá-la a melhorar

sua gestão e aumentar sua participação no mercado.

Embora não haja os resultados das melhorias obtidas (etapa 8), o método de

gestão por processos se mostrou adequado para a gestão dos processos nas duas

empresas de prestação de serviços.

Em síntese, este método mostrou-se eficiente, pois foi possível identificar os

Page 124: UM MÉTODO DE GESTÃO POR PROCESSOS PARA MICRO E

122

problemas nos processos estudados e analisar as suas causas. Então, sugerir

melhorias e indicadores de desempenho para medir os processos. Porém, como

qualquer aplicação de técnicas de gestão, só poderá ser utilizado se houver o

comprometimento da direção da organização em estudo.

6.2 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS

Como este trabalho não possui caráter definitivo, espera-se que sirva de

estímulo para novas pesquisas sobre este tema. E, que haja aprofundamento em

alguns itens como:

a) Desenvolver um sistema de indicadores de desempenho, baseado no

Balanced Score Cards (BSC) e adaptá-lo ao método proposto, para

introduzir um conjunto de indicadores financeiros, de produção, de

qualidade, entre outros. Isto permitirá criar um sistema de indicadores

padronizados ao método.

b) Aplicar o método em indústrias de porte pequeno e médio, pois este

também é um segmento significativo de empresas que necessitam de

ferramentas para auxiliar na sua gestão.

c) Utilizar outras técnicas de mapeamento de processos, pois a

documentação do processo necessita linguagens com bom grau de

aplicabilidade, capacidade intuitiva de representação e simplicidade,

como (COSTA, 2009):

IDEF0 – Integration DEFinition for Function Modeling;

EPC – Event-driven Process Chain da SCHEER;

BPMN – Business Process Modeling Notation.

d) Como a fase 1, do método proposto foi considerada extensa e trabalhosa,

sugere-se desmembrar a etapa 1, com o intuito de equalizar, em termos

de quantidade de tarefas. E, aplicar nova pesquisa para verificar a sua

aceitação perante os gestores das micros e pequenas empresas.

Page 125: UM MÉTODO DE GESTÃO POR PROCESSOS PARA MICRO E

123

REFERÊNCIAS

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Page 129: UM MÉTODO DE GESTÃO POR PROCESSOS PARA MICRO E

127

APÊNDICE A: Formulário de Pesquisa com as MPEs

Page 130: UM MÉTODO DE GESTÃO POR PROCESSOS PARA MICRO E

128

QUESTIONÁRIO

GESTÃO POR PROCESSOS

Sua empresa está sendo convidada para participar de uma pesquisa sobre Gestão por

Processos, que é um instrumento eficaz na busca da satisfação dos clientes e do

aperfeiçoamento dos sistemas de Gestão de Qualidade.

Para que as organizações possam realizar a gestão de seus processos é necessário implantar

um método de gestão por processo. Esta pesquisa possui o objetivo de identificar o nível de

conhecimento das organizações sobre a gestão por processos e se utilizaria um método para

isto. E, dentre os métodos apresentados qual seria mais adequado à sua organização.

Processo: É um conjunto de atividades repetitivas e logicamente inter-relacionadas,

envolvendo pessoas, equipamentos, procedimentos e informações que, quando executadas,

transformam entradas em saídas, agregam valor e produzem resultados específicos ao Cliente.

Gestão por Processos: é uma Forma estruturada e preventiva para definir, avaliar, analisar e

melhorar, de forma contínua, os processos empresariais com base nas necessidades dos

clientes, maximizando a eficácia e a eficiência.

Empresa: Ramo: Porte da Empresa: Micro ( ) Pequena ( ) Média ( )

Nenhum Mínimo Médio Muito Máximo

1) A empresa possui conhecimento sobre o que é uma Metodologia de gestão por processos?

1 2 3 4 5

2) A empresa utilizaria uma metodologia de gestão por processos? 1 2 3 4 5

3) A empresa possui conhecimento das necessidades de seus clientes? 1 2 3 4 5

4) Em sua opinião, a aplicação de uma metodologia de gestão por processos auxiliaria na gestão de sua empresa?

1 2 3 4 5

5) Qual das metodologias apresentadas abaixo se adequaria a sua organização?

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129

( ) - Modelo “A Remo”

Page 132: UM MÉTODO DE GESTÃO POR PROCESSOS PARA MICRO E

130

( ) – Metodologia de Modelagem de Processos

Fase 1Delineamento do

Processo

Etapa 1.1Documentar a missão,

estratégia, metas e objetivos da organização

Etapa 1.2Levantar a Estrutura

Organizacional

Etapa 1.3Descrever as metas do processo selecionado e

o seu ambiente

Etapa 1.4Construir o Mapa geral

de Processos

Fase 2Modelagem do Processo Atual

(“As Is”)

Etapa 2.1Preparar a modelagem;

Etapa 2.2Descrever a equipe

envolvida no processo

Etapa 2.3Levantar

detalhadamente o processo selecionado

Etapa 2.4Construir os Diagramas de Processo de Negócio

Etapa 2.5Validar o modelo “As

Is” obtido

Fase 3Otimização para o

Processo Desejado (“To Be”)

Etapa 3.1Analisar o modelo do

processo atual

Etapa 3.3Modelar o Processo

desejado

Etapa 3.4Validar o modelo “To

Be” obtido

Fase 4Montagem do

Workflow

Etapa 4.1Montar o fluxo do

processo (workflow)

Etapa 4.2Implantar o fluxo do

processo num Sistema de Gerenciamento de

Workflow

Etapa 3.2Definir as características

do processo desejado

( ) – Método de Gestão Por Processo

Determinação de Medidas de Desempenho

Melhoria Contínua

Conhecimento do Processo

Análise doProcesso

Otimização do Processo

Etapa 1Levantamento do Processo

Atual

Etapa 2 Identificação

dos Requisitos do Processo

Etapa 5Análise de Problemas

Entendimento do Processo

Etapa 4

Etapa 6

Planejamento de Alternativas

de Melhoria

Etapa 7

Resultado das Melhorias

Implantadas

Etapa 8

Etapa 3Definição de

Metas de Sucesso

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131

( ) - Metodologia de Desenvolvimento e Implantação dos Processos Administrativos

Fase 1Comprometimento

Etapa 1.1Conceitos/Metodologia/vantagens/precauções

Etapa 1.2Reunião geral de debates/ajustes/

responsabilidades/comprometimentos

Etapa 1.3Modelo ideal

Etapa 1.4Treinamento

Etapa 1.5Planejamento da

mudança

Fase 5Implementação

Etapa 5.1Planejamento

Etapa 5.2Implementação

Etapa 5.3Acompanhamento e

avaliação

Etapa 5.4Aprimoramento

Fase 2Estruturação

Etapa 2.1Expectativas dos

Clientes

Etapa 2.2Interação Processos

Estratégicos X Clientes/Fornecedores

Etapa 2.3Medidas de desempenho

Etapa 2.4Processos de Apoio

Etapa 2.5Problemas existentes e

potenciais

Etapa 2.6Sistemas e subsistemas

Focos de análise

Etapa 2.7Atividades permanentes

e esporádicas

Etapa 2.8Delineamento dos

Processos

Etapa 2.9Atividades que agregam

valor

Etapa 2.10Benchmarking

Etapa 2.11Estimativas dos recursos

Etapa 2.12Prioridades dos

Processos

Fase 3Análise

Etapa 3.1Situação futura

desejada

Etapa 3.2Realidade do Processo

Etapa 3.3Análise do valor

agregado

Etapa 3.4Benchmarking dos

indicadores de desempenho

Etapa 3.5Análise dos resultados

Etapa 3.6Delineamento dos processos ideais

Etapa 3.7Decomposição da passagem para a situação futura

Etapa 3.8Análise das alternativas

Etapa 3.9Definir as prioridades

Fase 4Desenvolvimento

Etapa 4.1Sistemas de

informações gerenciais

Etapa 4.2Relação entre processos e informações

Etapa 4.3Estruturação dos

processos

Etapa 4.4Abordagem tecnológica

Etapa 4.5Adequação da estrutura

organizacional

Etapa 4.6Delineamento dos perfis

de atuação

Etapa 4.7Catalisador responsável

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132

APÊNDICE B: Formulário de Pesquisa com os Clientes do Distribuidor de Baterias Tudor

Page 135: UM MÉTODO DE GESTÃO POR PROCESSOS PARA MICRO E

133

Cidade: Bairro: Data:

Importância Ruim Regular Bom Muito Bom Excelente

1 Atendimento ao Telefone

2Apresentação e Postura do Vendedor

3Pontualidade das Visitas do Vendedor

4Tempo entre as Visitas do Vendedor

5Apresentação e Postura do Entregador

6Pontualidade das Entregas de Baterias

7Quantidade de Baterias Entregue

8 Qualidade do Pedido

9Qualidade da Assistência Técnica

10Atendimento da Assistência Técnica

11Qualidade das Orientações Técnicas

12Reposição de Produtos com Garantia

13Agilidade e Retorno na Solução de Problemas

Pesquisa - Posicionamento dos Clientes

Itens

Comentários / Sugestões ou Críticas:

Cliente:

Observações:

1 - Estamos realizando este estudo para conhecer a percepção de nossos clientes em relação aos serviços prestados pelo representante TUDOR, com o objetivo de melhorarmos sempre mais nossas atividades. 2 - Na coluna "Importância", colocar de 1 a 5 conforme o item é importante em sua opinião, sendo 1: Pouca ou nenhuma Importância e 5: Máxima Importância.3 - Para cada Item de avaliação marque com "X" sua percepção em relação a qualidade do seviço prestado (Ruim, Regular, Bom, Muito Bom ou Excelente).

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134

APÊNDICE C: Formulário de Pesquisa com os Clientes do Processo de Preparação e Execução do Fórum Acadêmico – IES

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135

Pesquisa - Posicionamento dos Clientes

Cliente: Interno: Externo:

Observações: 1 - Estamos realizando este estudo para conhecer a percepção de nossos clientes em relação ao processo de Preparação e Execução do Fórum Acadêmico – IES, com o objetivo de melhorarmos sempre mais nossas atividades. 2 - Na coluna "Importância", colocar de 1 a 5 conforme o item é importante em sua opinião, sendo 1: Pouca ou nenhuma Importância e 5: Máxima Importância. 3 - Para cada Item de avaliação marque com "X" sua percepção em relação a qualidade do seviço prestado (Ruim, Regular, Bom, Muito Bom ou Excelente).

Itens Importância Regular Bom Muito Bom Ótimo

1 Local do Evento

2 Processo de Inscrição no Evento

3 Organização do Evento

4 Recepção/Atendimento no dia do Evento

5 Palestrante/Tema

Comentários / Sugestões ou Críticas:

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APÊNDICE D: Autorização de Divulgação dos Resultados da Pesquisa com os Clientes do Distribuidor de Baterias Tudor

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