2
UM MINUTO PARA PENSAR ( Telma Costa) Ver um atleta paraolímpico competir, Ou vencer, Insistir E crer, É, no mínimo, uma aula a aprender. Aula de garra, De superação, De otimismo, Reação, De beleza E muita grandeza. Como pôde aquele atleta chinês Vencer na piscina, No peito e na raça, (vê se imagina): Sem os “dois” braços!.. Pernas de aço! E o nosso brasileiro, Nosso torpedo na água, Não é fenomenal?: Venceu quebrando Record mundial, Que há doze anos não era superado! Maravilhosamente obcecado! Correu sem pernas à medalha alcançada, Suada, Molhada. E o nosso futebol fazendo bonito, Sem diz-que-me-diz, Sem faz-de-conta, Mostrando que é ponta Como equipe e estratégia! Enfim, tantos outros, lá E nossa universal carência: A da auto-estima. Esse um minuto me faz pensar: “como eu reclamo tanto por tão pouco”. Onde está o meu otimismo, Há tanto perdido? Meu otimismo atrevido, desaparecido? Onde está minha determinação? O que fiz com minha aptidão? Minha vocação? Eu, paralítica dos meus sonhos, Amputada dos meus planos... Vulcanos. O que estou fazendo Pra superar minhas próprias desgraças, Mordaças, Minhas auto-censuras, Torturas, Minhas próprias desventuras? O que faço pra superar o mal que me atinge, Transformando em bem que me redima, Me ensina? Eu cá, Preocupada com celulites e gorduras, E alguém lá, em Atenas, fazendo história.

Um Minuto Para Pensar

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Poema

Citation preview

Page 1: Um Minuto Para Pensar

UM MINUTO PARA PENSAR (Telma Costa)

Ver um atleta paraolímpico competir,Ou vencer,

InsistirE crer,

É, no mínimo, uma aula a aprender.Aula de garra,De superação,De otimismo,

Reação,De beleza

E muita grandeza.Como pôde aquele atleta chinês

Vencer na piscina, No peito e na raça,

(vê se imagina):Sem os “dois” braços!..

Pernas de aço!E o nosso brasileiro, 

Nosso torpedo na água,Não é fenomenal?:

Venceu quebrando Record mundial,Que há doze anos não era superado!

Maravilhosamente obcecado!Correu sem pernas à medalha

alcançada, Suada, 

Molhada.E o nosso futebol fazendo bonito,

Sem diz-que-me-diz, Sem faz-de-conta,

Mostrando que é pontaComo equipe e estratégia!

Enfim, tantos outros, láDando aula pra nós, de cá!

Um minuto de silêncio, senhores,Pra pensar nesses fatores!Vencer, todos venceram;

Estar ali já é glória,Já é vitória.

Vitória contra o cronômetro,E vitória contra o preconceito,

Contra a auto-piedade (mal que assola a humanidade), 

Contra a auto-dependência,

E nossa universal carência: A da auto-estima.

Esse um minuto me faz pensar:“como eu reclamo tanto por tão

pouco”.Onde está o meu otimismo, 

Há tanto perdido?Meu otimismo atrevido, desaparecido?

Onde está minha determinação?O que fiz com minha aptidão?

Minha vocação?Eu, paralítica dos meus sonhos,

Amputada dos meus planos...Vulcanos.

O que estou fazendo Pra superar minhas próprias

desgraças,Mordaças,

Minhas auto-censuras,Torturas,

Minhas próprias desventuras?O que faço pra superar o mal que me

atinge,Transformando em bem que me

redima, Me ensina?

Eu cá, Preocupada com celulites e gorduras,

E alguém lá,em Atenas, fazendo história.