UM NOVO CAPÍTULO - PUC-Campinasbibliotecadigital.puc-campinas.edu.br/services... · Diploma duplo O Fórum do Grupo Interdisciplinar de Estudos da Ino-vação e do Trabalho (GINEIT)

CAPÍTULOCAPÍTULOCAPÍTULOCAPÍTULOCAPÍTULO UM NOVO

Ensino a distância com o uso daEnsino a distância com o uso daEnsino a distância com o uso daEnsino a distância com o uso daEnsino a distância com o uso daInternet se propaga com intensidadeInternet se propaga com intensidadeInternet se propaga com intensidadeInternet se propaga com intensidadeInternet se propaga com intensidadee aponta para profundas mudançase aponta para profundas mudançase aponta para profundas mudançase aponta para profundas mudançase aponta para profundas mudanças

no processo educacionalno processo educacionalno processo educacionalno processo educacionalno processo educacional

Revista da Escola de Administração - UFRGS - ano 4 - no 15 - Edição Outono 2006Revista da Escola de Administração - UFRGS - ano 4 - no 15 - Edição Outono 2006

ADMINISTRAÇÃO NO MILÊNIO - OUTONO 20062

Mundo na EA ( 7 )Holanda na banca

CAPA ( 8 )Uma revolução em curso na rede

Entrevista ( 16 )Léa Fagundes:Reconstruindo conceitos

Editorial ( 3 )Mestres desafiados, por João Luiz Becker, Diretor da EA/UFRGS

Fatos & Ofícios ( 4 )Administradores expõem seus talentos

ColunistasDESAFIO A educação a distância no cenário brasileiro atualA educação a distância no cenário brasileiro atualA educação a distância no cenário brasileiro atualA educação a distância no cenário brasileiro atualA educação a distância no cenário brasileiro atual por Julio Alberto Nitzke ( 19 )PERSPECTIVA Ensino e aprendizagem em transformaçãoEnsino e aprendizagem em transformaçãoEnsino e aprendizagem em transformaçãoEnsino e aprendizagem em transformaçãoEnsino e aprendizagem em transformação por Mary Biancamano ( 20 )EXPERIÊNCIA Escola sem fronteiras potencializa a EAEscola sem fronteiras potencializa a EAEscola sem fronteiras potencializa a EAEscola sem fronteiras potencializa a EAEscola sem fronteiras potencializa a EA por Luis Alberto Guadagnin ( 21 )

NESTE NÚMERO

Perfil ( 14 )Sala de aula virtual tem 600 alunos

Mande sua sugestão, crít icaMande sua sugestão, crít icaMande sua sugestão, crít icaMande sua sugestão, crít icaMande sua sugestão, crít icae colaboração para Carta doe colaboração para Carta doe colaboração para Carta doe colaboração para Carta doe colaboração para Carta do

Leitor pelo e-mailLeitor pelo e-mailLeitor pelo e-mailLeitor pelo e-mailLeitor pelo [email protected] rgs [email protected] rgs [email protected] rgs [email protected] rgs [email protected] rgs .br

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ADMINISTRAÇÃO NO MILÊNIO - OUTONO 2006 3

ADMINISTRAÇÃO NO MILÊNIO é umapublicação da Escola de Administração daUniversidade Federal do Rio Grande do Sul

Diretor :Diretor :Diretor :Diretor :Diretor :Prof. João Luiz BeckerVice-diretor:Vice-diretor:Vice-diretor:Vice-diretor:Vice-diretor:Prof. Paulo César Delayti Motta

Diretor do CEPDiretor do CEPDiretor do CEPDiretor do CEPDiretor do CEPA:A:A:A:A:Prof. Fernando Bins LuceVice-diretor:Vice-diretor:Vice-diretor:Vice-diretor:Vice-diretor:Prof. Luiz Carlos Ritter Lund

Coordenador do PPGA:Coordenador do PPGA:Coordenador do PPGA:Coordenador do PPGA:Coordenador do PPGA:Prof. Luis Felipe Machado NascimentoCoordenadora-substituta:Coordenadora-substituta:Coordenadora-substituta:Coordenadora-substituta:Coordenadora-substituta:Profa. Lilia Maria VargasCoordenação de ComunicaçãoCoordenação de ComunicaçãoCoordenação de ComunicaçãoCoordenação de ComunicaçãoCoordenação de ComunicaçãoSocial: Social: Social: Social: Social: Prof. Roberto Lamb eMárcia Barcelos Silva

Coordenação, produção e edição:Coordenação, produção e edição:Coordenação, produção e edição:Coordenação, produção e edição:Coordenação, produção e edição:Anamara BolssonReportagem:Reportagem:Reportagem:Reportagem:Reportagem:Clarice EsperançaFotos:Fotos:Fotos:Fotos:Fotos:Gil GoschProjeto gráfico e diagramação:Projeto gráfico e diagramação:Projeto gráfico e diagramação:Projeto gráfico e diagramação:Projeto gráfico e diagramação:Luciano Seade

Capa:Capa:Capa:Capa:Capa: Luciano Seade sobrefotos de Gil Gosch

Impressão:Impressão:Impressão:Impressão:Impressão: Nova ProvaTTTTTiragem:iragem:iragem:iragem:iragem: 5.000 exemplares

Endereço:Endereço:Endereço:Endereço:Endereço:Rua Washington Luis, 855 - Porto Alegre- RS - Brasil - CEP 90010 - 460 Fone:Fone:Fone:Fone:Fone:(51) 3316.3536 Fax:Fax:Fax:Fax:Fax: (51) 3316.3991Homepage:Homepage:Homepage:Homepage:Homepage: www.ea.ufrgs.brE-mail:E-mail:E-mail:E-mail:E-mail: [email protected]

MestresdesafiadosCaros leitores,

Há uma revolução em curso no processo educacional. Impulsionadopela tecnologia que eliminou fronteiras e traçou teias pelo espaço, o en-sino a distância ressurge como recurso atualíssimo e se propaga. Em suaessência, entretanto, traz o maior desafio, pois várias experiências de en-sino a distância não vão além de reproduzir (e mal) o ensino tradicional,sendo necessário um completo redesenho do modelo pedagógico vigen-te. O professor assume seu mais nobre papel, atuando como estimuladorno processo de aprendizagem, instigando a produção do conhecimento.E o aluno, com autonomia e liberdade, constrói seu aprendizado. Para-doxalmente, se é verdade que o professor está distante geograficamente,o aprendizado nunca esteve tão próximo do aluno. O sujeito que emergedeste processo é o profissional dos sonhos de qualquer empresa, o resul-tado mais visível desta enorme mudança e o aluno que a Escola de Ad-ministração quer diplomar.

Nessa edição temática mostramos os esforços empreendidos para aimplantação do ensino a distância nas universidades. Na UFRGS,mapeamos ações pioneiras, de vanguarda, e demonstramos o trabalhodesenvolvido pela Escola de Administração. Atuando em todos os níveisde ensino e em todas as áreas da Administração, nossa Escola desenvol-veu seu modelo de ensino baseado também na integração entre seusalunos de mestrado e doutorado, que se exercitam como tutores no EAD.A experiência ao implantar o ensino a distância na graduação, pós-gra-duação e extensão levou nossa Escola a interagir e se integrar de formamais efetiva a outras unidades da UFRGS, como a Faculdade de Educa-ção e os Institutos de Psicologia e de Informática. São dezenas de pro-fessores e alunos empenhados em romper fronteiras geográficas e físicasem prol do conhecimento, e fazendo valer, como nunca, a quase esqueci-da reflexão de Voltaire: “O bom professor ensina, o verdadeiro professorinspira”.

Boa leitura!Prof. João Luiz Becker

Diretor da EA/UFRGS

editorialEDITORIAL



FATOS E OFÍCIOS

Administradores expõem seus talentosA Escola de Administração e o Pro-

grama de Pós-Graduação da EA /UFRGS estão revelando desde março ahabilidade artística de seus professores,alunos e técnicos. O projeto “Talentos daEA”, criado como parte das comemora-ções pelos 10 anos da Escola, em setem-bro, demonstra que administradores nãose debruçam apenas sobre problemas dede gestão. A estréia foi em março com amostra fotográfica “Porto Alegre: cidade

das árvores floridas”, uma coleção de 30imagens captadas pelo professor LuísRoque Klering. Em abril foi a vez da dou-tora em Administração, MoniqueRevillion, lançar seu primeiro livro de con-tos Teresa, que esperava as uvas. Em maio,imagens registradas pelo professor LuísFelipe Nascimento em viagens à Grécia,Noruega, Bulgária, EUA, Turquia, Ale-manha, Portugal e Espanha revelaram fla-grantes da cultura desses países. E em ju-

lho, foi a vez do doutorando do PPGA,Rafael Vecchio mostrar sua poesia. Os haikais que já circulam pelos ônibus de Por-to Alegre há alguns anos - Vecchio é umdos autores selecionados nas três últimasedições do concurso Poemas no Ônibus,da Prefeitura de Porto Alegre – ganha-ram espaço nos murais. Autor de dois li-vros, Areias da Ampulheta e Consideraçõese Espelho, o doutorando autografou asobras para alunos e professores.

Monique Revillon lançou livro na EA

Experiência e pesquisas viram livros

O relato da experiência solidária de 11alunos da Administração da UFRGSem cinco organizações não-governamen-tais no RS transformou-se em livro.Residência Solidária: Vivência de Universi-tário com o Desenvolvimento de umaTecnologia Social é a obra organizada pelaprofessora Rosinha Machado Carrion,do Programa de Pós-Graduação da EA/UFRGS, com a participação de BeatrizHellwig e Igor Valentin. O livro editado

pela UFRGS tem 208páginas e está à vendapelo sitewww.livraria.ufrgs.brpor R$ 25.Outro lançamento éMetagestão – A arte dodiálogo nas organiza-ções, de autoria da

Doutorando Sandro Trecastro BergueProfessora Geni de Sales Dornelles

Poemas de Rafael Vecchio nos ônibus

professora da Escola de Administra-ção, Geni de Sales Dornelles. Apublicação é resultado de sua tese dedoutorado. O livro editado pelaSaraiva tem textos em espanhol eportuguês e custa R$ 45.A experiência como auditor públicodo Tribunal de Contas do RS e comoprofessor universitário serviram de baseao novo livro de Sandro Trescastro

Bergue, doutorando em Administra-ção do PPGA / EA/ UFRGS. Gestãode Pessoas em Organizações Públicasdemonstra a viabilidade de promovertransformações na gestão de pessoasem organizações públicas de forma amelhor alinhá-la aos fins da adminis-tração pública contemporânea. Com383 páginas, o livro editado pela UCScusta R$48,00.

“Deixa eu ver se entendi:“Deixa eu ver se entendi:“Deixa eu ver se entendi:“Deixa eu ver se entendi:“Deixa eu ver se entendi:Estou condenado a morrerEstou condenado a morrerEstou condenado a morrerEstou condenado a morrerEstou condenado a morrerSó porque nasci?Só porque nasci?Só porque nasci?Só porque nasci?Só porque nasci?

Dia lindo, sol raiandoDia lindo, sol raiandoDia lindo, sol raiandoDia lindo, sol raiandoDia lindo, sol raiandoNa janela, a dúvidaNa janela, a dúvidaNa janela, a dúvidaNa janela, a dúvidaNa janela, a dúvidaPulo ou saio voando?Pulo ou saio voando?Pulo ou saio voando?Pulo ou saio voando?Pulo ou saio voando?

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Aluno e professora da EAvencem Prêmio Ethos-Valor

A prática do assédio moral nas em-presas é muito mais freqüente do queacreditam gestores e empresários. Su-til, velado ou abertamente estimuladopela cultura competitiva das empresas,“as pequenas perversidades”, como de-fine a professora Rosinha MachadoCarrion, foram detectadas pela pesquisado mestrando do Programa de Pós-Graduação da Escola de Administra-ção da UFRGS, Daniel Von der HeydeFernandes. O trabalho, orientado porRosinha, venceu a Etapa Regional SULdo Prêmio Ethos-Valor, 6ª Edição –Concurso para Estudantes Universitá-rios sobre Responsabilidade Social dasEmpresas e Desenvolvimento Susten-tável, promovido pelo Instituto Ethose pelo jornal Valor Econômico.

Fernandes, graduado em Adminis-tração pela EA em 2005, consumiudois anos e meio na pesquisa realiza-da em duas empresas. A investigaçãoresultou no trabalho Assédio Moral noTrabalho: Um estudo com “Suspiros”Etnográficos das Relações de Poder nasEmpresas, escolhido entre os melhoresda região sul. A pesquisa demonstraque o sofrimento silencioso dos en-

Rosinha Carrion e Daniel Fernandes da EA

trevistados se manifestava sempre atra-vés de longos suspiros. “Eles finaliza-vam sempre as frases com suspiros etransmitiam muito mais do que as pa-lavras”, justifica o autor, que presen-ciou várias investidas, desde agressõesverbais até casos de assédio sexual.

Como orientadora do trabalho epesquisadora do terceiro setor,Rosinha observa que a prática deinvalidação de indivíduos no ambi-ente de trabalho sempre existiu, masse dissemina favorecida por um ambi-ente altamente competitivo. “E pornão ser visível é ainda mais perigosa”,adverte. A professora e o aluno rece-beram os prêmios em São Paulo.

Uma rede parasalvar o planeta

Como ensinar e contribuir para odesenvolvimento sustentável noplaneta. Este é o objetivo doevento “A Universidade Frenteaos Desafios da Sustentabilidade– Educação paraSustentabilidade”, que a Escolade Administração da UFRGSorganiza com a participação demais oito instituições de ensino,no próximo dia 23 de agosto emPorto Alegre. Com o apoio daUnesco e o patrocínio daCopesul, o encontro aberto aalunos, professores e comunidadedeve fomentar o debate e areflexão sobre educaçãoambiental, gestão das águas,sistemas de gestão ambiental egestão de resíduos. “Vamosdiscutir a contribuição que asuniversidades e faculdadespodem dar ao assunto, desde oensino até ações práticas”, explicaLuís Felipe Nascimento, doPrograma de Pós-Graduação daEscola de Administração ecoordenador geral do evento. Oencontro será aberto pela profes-sora Esther Grossi e terá aparticipação de painelistasconvidados que apresentarãocasos exemplares. Nascimentosalienta que o objetivo é construiruma rede organizada dentro doambiente acadêmico formandouma rede de intercâmbio para asquestões da sustentabilidade nocontexto do ensino, pesquisa eextensão. Para inscrições e maisinformações visite o sitewww.ea.ufrgs.br/sustentabilidade

Parceria para especialização em regulação

O professor Marçal Justen Filho, uma das maio-res autoridades no tema regulação pública noBrasil, foi o palestrante da aula inaugural do cursode Especialização em Regulação de ServiçosPúblico Delegados, desenvolvido pelo Programade Pós-Graduação da Escola de Administraçãopara o quadro de funcionários da Agência Esta-dual de Regulação dos Serviços Públicos Delega-dos do RS (Agergs). Participam do curso 20técnicos da Agergs e 10 servidores de órgãopúblicos com atividades afins.O curso temduração de um ano e meio, e é coordenado peloprofessor Ivan Pinheiro, do PPGA/EA/UFRGS. Justen Filho na Agergs

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MUNDO NA EA

PhD de Iowa

O professor Thomas Gruca, da Uni-versidade de Iowa, EUA, foi opalestrante do primeiro encontro do anodo Grupo de Estudos em Marketing(GEM), da Escola de Administração,realizado em março passado. Gruca fa-lou para alunos do doutorado, mestradoe MBA do PPGA sobre Insights em pu-blicações de revistas internacionais. Grucaveio ao Brasil para integrar a banca deavaliação da defesa de tese de doutoradode Guilherme Liberali, orientado peloprof. Walter Nique.

Diploma duploO Fórum do Grupo

Interdisciplinar de Estudos da Ino-vação e do Trabalho (GINEIT)contou em junho com o professorHubert Drouvot, da área de Negó-cios Internacionais do Instituto deAdministração de Empresas (IAE)de Grenoble, (FR) e diretor do Ins-tituto Franco-Brasileiro de Admi-nistração de Empresas (IFBAE ).Drouvot fez duas palestras para alu-nos e professores da EA e do PPGAcom os temas “Intercâmbio de Es-tudantes EA/UFRGS/Brasil –IAE/ UPMF/ França e o duplo di-ploma internacional” e “Dificulda-des e desafios atuais da Europa e asrelações comerciais e políticas como Brasil”.

Thomas Gruca falou no PPGA / EA

Da Austrália para a Escola

O matemático búlgaro Petko Stefanov Kalev, mestre emestatística pela University of Melbourne, Austrália, e profes-sor do Departamento de Contabilidade e Finanças da insti-tuição, esteve na Escola de Administração em maio último.Na ocasião, Kalev ministrou a palestra Uma análise intraday dahipótese de Samuelson para contratos futuros de commodities dirigidaa professores e alunos da graduação e do PPGA/EA. O profes-sor, que tem inúmeros artigos e trabalhos publicados em perió-dicos internacionais, concentra suas pesquisas em microestruturade mercado, gestão de carteiras, alocação de ativos, eficiência demercado e finanças corporativas.

Holanda na banca

O professor Peter Zuurbier (fotoacima), da Universidade deWageningen, Holanda, participouem abril da banca de doutorado deDaniela Callegaro, aluna do PPGA/ EA, orientada pelo professor An-tônio Padula. Por ocasião de sua es-tada, Zuurbier, cuja especialidade ébioenergia, fez uma palestra para osalunos de mestrado e doutorado so-bre as perspectivas da União Euro-péia quanto a bionergia. O profes-sor também falou para os alunos doscursos de especialização sobre aHolanda como um portal de entra-da para a Europa.

Intercâmbio

Howard Rockness, Art Frankel eCarlos Rodrigues, professoresvisitantes da Cameron School ofBusiness University of NorthCarolina at Wilmington (EUA)estiveram na Escola de Administra-ção em maio. Vieram com o objetivode realizar contatos para futuraspesquisa com professores da EA/UFRGS e para tratar de Intercâm-bio entre estudantes do convênioCapes/FIPSE.

Globalização

O professor Omar Aktouf, deMontreal, Canadá, proferiu emmarço no Centro Empresarial daEscola de Administração (CEAD)uma palestra sobre o processo deglobalização dos mercados e osefeitos sobre a sociedade. Participa-ram professores e alunos do Progra-ma de Pós-Graduação da Escola deAdministração.


EA NO MUNDO

Pelo mundo Antonio Domingos Padula, profes-

sor da EA, foi a Ede, na Holanda, paraa 7ª Conferência Internacional sobreGestão nas Cadeias de RedesAgroalimentares, em Ede, Holanda.

O professor Denis Borenstein foiselecionado e cursou, em julho, o 7°Curso Intensivo de Verão em Econo-mia Computacional Baseada emAgentes, realizado em Trento, naItália.

Roberto Lima Ruas esteve emMontreal, Canadá, onde participou decolóquio na École des Hautes ÉtudesCommerciales..

O melhor em Taiwan

DenisBorenstein,DeniseBandeira eJoão LuizBecker

Artigos em Pequim

O coordenador do Programa de Pós-Graduação da Escola de Administração,Luiz Felipe Nascimento e os professoresEdi Fracasso e Eugênio Pedroso viajaramà China para apresentar seis artigos noCongresso da Associação Internacionalde Gestão em Tecnologia (IAMOT),em maio. O evento, que este ano serealizou em Pequim, é o principal daárea no mundo e contou com a apresen-tação de 300 artigos.

Doutor no MIT

Guilherme Liberali, que defendeu suatese de doutorado em marketing noPPGA, orientado pelo professor WalterNique, retornou da bolsa sanduíche du-plo na University de Iowa e noMassachusetts Institute of Technology(MIT), Boston, com um convite na ba-gagem. Foi convidado como pesquisadorvisitante no MIT durante este ano. Emvirtude de compromissos profissionais noBrasil, Liberali vai a Boston mensalmenteonde permanece durante uma semana.

Inovação na rota

O professor Paulo Zawislak esteve em duas oportunidades na LappeenrantaUniversity of Technology, na Finlândia, a convite da instituição. Ele partici-pou de seminários organizados pela universidade e pela indústria finlandesade papel e celulose, abordando o tema cadeias produtivas. Este tema o levoutambém à Universidade de San Petesburg, em junho passado. Zawislakainda ministrou aulas na Universidade de Ciência e Tecnologia Lille 1,França, na disciplina de Economia da Inovação, para os cursos de mestradoacadêmico e profissional, em fevereiro.

Marketing em Atenas

A professora Cristiane Pizzutti dos Santos apresentou dois artigos na 35ªConferência Anual da Academia Européia de Marketing, em Atenas, na Grécia.A professora atuou também como revisora da Conferência.

O artigo Modelando a distribuição in-tegrada de conteiners vazios e cheios basea-do na tese de doutorado de DeniseLindrstrom Bandeira, do Programa dePós-Graduação da Escola de Adminis-tração da UFRGS, e realizado juntamentecom os professores-orientadores DenisBorenstein e João Luiz Becker foi consi-derado o melhor apresentado no 4° Con-gresso Internacional sobre Gestão de Ca-deias de Suprimento e de Sistemas de In-formações (SCMIS2006), realizado emjulho passado em Taichung,Taiwan.

Denise defendeu a tese em julho de2005 e apresentou um modelo inédito eintegrado para controlar a movimenta-ção de containers na área de exportação

especialmente dirigido a empresas de na-vegação. A tese defende um uso mais ra-cional que privilegia a organização garan-tindo maior controle e menor custo. Umresumo deste trabalho foi apresentado emoutubro do ano passado no 2ª SimpósioBrasileiro de Sistemas de Informações, emFlorianópolis, e também lá se destacoucomo a melhor tese na área de sistemasde informação apresentada.

Em Taiwan, o trabalho desenvolvi-do pela doutoranda e seus orientadoresfoi apresentado pelo professor João LuizBecker, o único representante do Brasile da América do Sul, entre cerca de 143artigos apresentados por pesquisadoresde todo o mundo.


curso nUMAREVOLUÇÃO

CAPA

O crescimento e ainstitucionalizaçãoda educação adistância noBrasil geramoportunidadese desafios queprometemmodificar oensino superior

EM


na redeUma revolução está prestes a transformar o

ensino no Brasil. Sob o nome de educação a dis-tância (EAD), a metamorfose não promete ape-nas fazer as novas gerações trocarem o lápis pelomouse e o quadro-negro pela tela do computa-dor. O crescimento geométrico do número decursos e alunos que usam Internet no país anunciauma mudança completa na relação professor-alu-no e poderá garantir o acesso à educação de seg-mentos massivos da população.

Os números confirmam o crescimento dofenômeno. A Secretaria de Educação a Distân-cia do Ministério da Educação (SEAD / MEC)avalia que há hoje no país 1,2 milhão de alunosà distância. Um dos marcos da institucionalizaçãodo setor ocorreu no último dia 30 de junho, como lançamento oficial do projeto-piloto da Uni-versidade Aberta do Brasil (UAB).

O projeto consiste na abertura deinacreditáveis 10 mil vagas de graduação em Ad-ministração por meio de um consórcio de 25universidades, em 87 pólos de 17 estados e doDistrito Federal. O curso, cujo projeto político-pedagógico foi elaborado sob a liderança da Es-cola de Administração da Universidade Federaldo Rio Grande do Sul (UFRGS), terá parte dasvagas destinadas aos funcionários do Banco doBrasil (BB), financiador do projeto. No RioGrande do Sul, são 500 vagas em 10 municípi-os, e as aulas serão ministradas pela Escola.

A meta da Universidade Aberta é oferecer,em médio prazo, 198 cursos gratuitos, em 40universidades federais e 10 centros federais deeducação tecnológica (Cefets). O projeto incluia instalação de 311 pólos presenciais (prédios

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com computadores ligados a Internet) em 305municípios de todos os estados.

Mais do que vagas e instalações, porém, estarevolução promete transformar mentes e proces-sos. José Palazzo de Oliveira, professor do Insti-tuto de Informática da UFRGS, espera umatransformação radical no processo de avaliação ede titulação: “No futuro as pessoas receberãocertificações de competências, independente-mente da forma como as adquiriram”.

O diretor da Escola de Administração daUFRGS, João Luiz Becker, compara o atualmomento a outras duas modificações cruciais nahistória da universidade brasileira: a extinção dascátedras, no fim dos anos 60, e o boom dos cur-sos de pós-graduação, nas décadas de 70 e 80.“Estamos no limiar de uma revolução pedagógi-ca. O professor vai se dar conta do seu verdadei-ro papel, que é o de “autonomizar” o aprendente.Os cursos presenciais vão se esboroar e se trans-formarão em parcialmente presenciais”, prevê.

Enfrentando os desafiosEnfrentando os desafiosEnfrentando os desafiosEnfrentando os desafiosEnfrentando os desafiosO primeiro desafio gerado pela expansão da

EAD é estabelecer um patamar de qualidade.Neste sentido, o forte interesse das universida-des públicas agrega credibilidade ao setor, naopinião de Sérgio Roberto Kieling Franco, pre-sidente da Comissão Nacional de Avaliação daEducação Superior (Conaes). “A quantidade decursos aumentou enormemente, porém o númerode vagas ociosas é muito grande. Cerca de 80%não estão ocupadas”, observa. A desconfiança emrelação a EAD, em geral, é um dos fatores queafasta os alunos dos cursos não-presenciais.


Professor da Faculdade de Educação daUFRGS, do Programa de Pós-graduação emEducação e em Informática na Educação e co-ordenador de pólos da Secretaria de Educação aDistância (SEAD) da UFRGS, Franco criticapropostas que se preocupam penas em “despejarconteúdo”. “A preocupação deve ser a de criarespaços de relação”, observa. Por isso são essenci-ais recursos como chats, fóruns, correio eletrôni-co e videoconferências.

Outro grande desafio é a modificação noprocesso de ensino. Um exemplo é o crescimen-to do papel dos monitores e dos tutores, respon-sáveis pelo acompanhamento dos estudantes emtodas as etapas. A participação desses profissio-nais é importante para combater um dos princi-pais dilemas da EAD: o alto índice de evasão.Na opinião de Palazzo, a questão é que o ensinoa distância demanda uma grande força de von-tade e disciplina do aluno para seguir as aulas.

Gigantesca é a tarefa do governo federal, quepretende usar os cursos a distância para dimi-nuir o déficit de professores de Ensino Funda-

CAPA

10

A EAD no mundoA educação a distância (EAD) sedesenvolveu na Europa em paralelo àsinstituições tradicionais de ensinosuperior, que preferiram manter omodelo presencial. Este campo acabousendo suprido pela criação de novasuniversidades, exclusivamente a distân-cia, como a Fern Universitat (Alema-nha), a Universidade Aberta de Portu-gal e a Open University (Grã-Bretanha), a maior delas, com 180 milalunos.Nos Estados Unidos, a EAD estárestrita a algumas experiências inovado-ras, como a do Massachussets Instituteof Technology (MIT). A maioruniversidade a distância do mundo é aAnadolu Üniversitesi, na Turquia, queatende a 550 mil estudantes – oequivalente ao dobro da populaçãointeira de Novo Hamburgo.

Equ ipeEqu ipeEqu ipeEqu ipeEqu ipeProfessora PatríciaBehar e o grupo deprogramadores daplataforma Rooda,da UFRGS

mental e Médio com licenciatura. Dos atuais 2milhões de docentes desse nível no país, metadenão tem formação adequada.

Nesse esforço, a meta da UFRGS é criar maisoito cursos de licenciatura a distância em 2007.Um total de 4 mil vagas deve abranger as áreasde artes visuais, biologia, física, matemática, in-

GravGravG ravG ravG ravandoandoandoandoandoProfessores

pepraram-se noestúdio de TV da

Escola de Administração da

UFRGS para gravaruma aula


glês, química, música e tecnologia em desenvol-vimento rural, e se somariam à atual licenciaturaem pedagogia para séries iniciais, cujo edital foipublicado em julho, oferecendo 400 vagas emcinco municípios. “A meta em longo prazo é aca-bar com a diferença entre cursos presenciais e adistância, fazendo com que eles estejaminterelacionados”, diz Júlio Nitzke, titular daSEAD.

Instituições têm experiências diversasInstituições têm experiências diversasInstituições têm experiências diversasInstituições têm experiências diversasInstituições têm experiências diversasA UFRGS trabalha hoje com duas platafor-

mas – a Navi, da Escola de Administração, e a Rooda,da Faculdade de Educação. Ambas foram desen-volvidas na própria universidade e usam softwarelivre. “É positivo que as instituições estejam maisdesenvolvendo do que copiando. E desenvolvendoem software livre, o que representa um investimentosocial importante”, avalia Patrícia Alejandra Behar,coordenadora da plataforma Rooda. A Rooda foicriada em 2000 e tem atualmente 11 mil usuários,a maioria alunos de graduação que têm na Internetum instrumento auxiliar de ensino.

Conhecimento a distânciaConfira os cursos oferecidos atualmente na UFRGS

GRADUAÇÃOAdministração – Escola de Administração e Universidade Abertado Brasil. Inscrições encerradas. Início em agosto – 500 vagas.

Pedagogia (licenciatura em séries iniciais) – Faculdade de Educa-ção. Destinado a professores sem licenciatura, de escolas públicas deAlvorada, Gravataí, São Leopoldo, Sapucaia, Três Cachoeiras.Inscrições encerradas – 400 vagas.

ESPECIALIZAÇÃOGestão de Negócios Financeiros – Escola de Administração eUniversidade Corporativa do Banco do Brasil. Destinado a funcio-nários do BB na região Sul – 622 vagas.

Administração Pública Eficaz – Escola de Administração. Cursoem andamento. Inscrições encerradas – 100 vagas.

Informática na Educação – Em andamento a terceira turma, com28 alunos. Nova edição em 2007.

Tecnologias da Informação e da Comunicação na promoção daaprendizagem – Instituto de Matemática com a SEAD / MEC.Curso em andamento. 300 vagas.

EXTENSÃOAutocad 2D, Autocad 3D, MS Project – Faculdade de Arquite-tura. Cada curso tem 20 horas. Utiliza o portal Aramis (Ambientede Apredizagem de Computação Gráfica a Distância), desenvolvi-do pela unidade. Edições permanentes. Inscrições sempre abertas.De 15 a 30 alunos por turma.

Curso para professores de Matemática do Ensino Médio –Instituto de Matemática da UFRGS com o Instituto de Matemá-tica Pura e Aplicada do Rio de Janeiro (Impa). Curso parcialmentea distância. Próxima edição no verão. 100 vagas.

Tecnologia em Gestão Pública - Escola de Administração. Cursocom 30 horas. Inscrições abertas.

Finanças Públicas - Escola de Administração. Inscrições abertas.

Gestão de Mudanças no Setor Público - Escola de Administra-ção. Inscrições abertas.


CAPA

A Pontifícia Universidade Católica(PUCRS) decidiu seguir um modelo diverso,investindo na compra de tecnologia a partirda definição de necessidades apontadas pelaárea da educação. “Todo o aporte financeiropartiu da universidade, como investimento afundo perdido”, salienta Beatriz Franciosi, co-ordenadora de educação a distância daPUCRS.

A instituição franqueia hoje 17 especiali-zações a distância e 18 cursos de extensão. Alémdisso, 32 alunos cursam desde 2000 a gradua-ção em Engenharia Química a distância, cursoavaliado pelo MEC com conceito A.

Uma ferramenta estimulante, flexível esimples, interativa e dotada de um enfoquesistêmico, capaz de oferecer múltiplos recur-sos sem perder a clareza e a organização. Es-sas metas guiaram a concepção da plataformade educação a distância pelo Núcleo de Apren-dizagem Virtual (Navi) da Escola de Admi-nistração da UFRGS. O modelo, inteiramenteconcebido pela equipe da escola, está desdemarço disponível para uso por qualquer ou-tra unidade da universidade, tendo sido in-corporada à base de dados do Centro deProcessamentos de Dados (CPD) da univer-sidade. A plataforma já é usada cotidianamen-te pelos quase 2 mil alunos dos cursos de gra-duação, mestrado e doutorado da Escola.

Para o coordenador do Navi, Luís Ro-que Klering, a plataforma traduziu a filoso-fia da área. “A Administração dá muita ên-fase à eficiência e ao estímulo. O burocráti-co, o detalhado, nem sempre é eficaz”, ob-serva o professor, que integra o grupo gestorde EAD da UFRGS. A flexibilidade e a fá-cil adaptação da estrutura da plataforma àsnecessidades de cada área é garantida pelo

enfoque sistêmico. Nesta primeira fase, até 30disciplinas de outras unidades poderão utilizá-la em seus cursos.

Por meio da Navi, os alunos dispõem derecursos como exercícios e textos on-line, chatse fóruns e acesso aos conceitos da disciplina eaos dados cadastrais da turma. Os professorespodem optar por disponibilizar seus materiaispara suas turmas, departamentos, unidades aca-dêmicas ou até para toda a universidade. É va-lorizada a autonomia dos docentes para a atua-lização de arquivos e informações.

“A plataforma foi desenvolvida para seamoldar à estrutura das organizações ou insti-tuições e não para impor a sua hierarquia” res-salta Fábio Moreira da Silva, da DFLConsultoria Limitada, empresa que faz partedo projeto incubadora do Instituto deInformática da UFRGS e que presta assessoriaao Navi. O núcleo da Escola dá suporte técnicoao uso de recursos como vídeos, fóruns e chats.

O Navi surgiu em 1999, sob o nome deProjeto de Educação a Distância da Escola deAdministração, e no mesmo ano, foi desenvol-vida a primeira versão da plataforma própria.

A Universidade do Vale dos Sinos(Unisinos) optou por desenvolver uma platafor-ma própria com modelo pedagógico da institui-ção, a partir de um trabalho de pesquisa iniciadoem 2000. Neste segundo semestre, devem serofertadas on-line 60 disciplinas de 20 cursospresenciais (2,4 mil alunos). A instituição in-veste em acompanhamento constante. Se o sis-tema mostra que o estudante não se conectoucom a plataforma durante uma semana, o pro-fessor entra em contato. “Estamos conseguindomanter os índices de evasão menores do que naeducação presencial”, comemora Paula Caleffi,diretora da unidade acadêmica de graduação.

Plataforma Navi da Escola deAdministração une interação e eficiência


O primeiro curso de extensão à distância - Pla-nejamento Estratégico em Saúde - foi oferecidoem março de 2001. Em novembro, se iniciou autilização de vídeos no curso de extensão a dis-tância Administração Municipal Eficaz comResponsabilidade Fiscal (AMERF). No ano se-guinte, foi inaugurada oficialmente a EATv, umcanal interativo de TV na web, aberto e gratuito.A escola montou uma sala para realizar trans-missões, gravações, digitalizações e edições devídeos. Em 2006, a EATv ganhou novo estúdio,melhorando a qualidade das transmissões, comaperfeiçoamento das condições de acústica e ilu-minação. “Até o final de outubro, pretendemosentrar com programação 24 horas”, afirmaRosane Mendes, coordenadora da EATv. A ex-periência pioneira da EATv foi tema demonografia de Vanessa Siviero, aluna do cursode Comunicação da UFRGS.

A primeira especialização a distância (Ad-ministração Pública Eficaz, ou CEAPE) foiaprovada pelo MEC em 2002. A ferramentadisponibilizada para a UFRGS é a quarta versãoda plataforma Navi e está desenvolvida emsoftware livre.

Tentando conjugar experiências e estimulara cooperação, 10 instituições de ensino superiordo Rio Grande do Sul formaram em 2005 a RedeGaúcha de Ensino Superior a Distância(REGESD). A intenção é oferecer cursos con-juntos – todos gratuitos. A rede é integrada pelasquatro universidades federais (Porto Alegre, San-ta Maria, Pelotas e Rio Grande), o Cefet de Pelotas,a PUCRS, a Universidade Estadual do Rio Grandedo Sul (UERGS), a Universidade de Caxias doSul (UCS), a Universidade de Santa Cruz(UNISC) e a Universidade de Passo Fundo(UPF). A efetivação dos cursos ainda em 2007está em fase de negociação.

A NAA NAA NAA NAA NAVI VVI VVI VVI VVI VAIAIAIAIAITécnicos e operadoresda EATv e da PlataformaNavi atuam sob a coordenação do profes-sor Luís Roque Klering(à esquerda, em pé)


600 ALUNOSPara poder voltar a estudar, Fernando de

Quadros Rodrigues, 50 anos, teve que negociaro uso da Internet no computador de casa com ofilho de 16 anos. Gerente de expediente numaagência do Banco do Brasil (BB) em Porto Ale-gre, Rodrigues é um dos 621 alunos da Especi-alização em Gestão de Negócios Financeiros, mi-nistrado pelo Programa de Pós-Graduação daEscola de Administração (PPGA/EA) da

Curso da Escola de Administração da UFRGSem parceria com o Banco do Brasil tem

alunos de três estados e foi promovido a partirde modelo desenvolvido na instituição

PERFIL

Sala de aula virtual tem

FORÇA DE VONTFORÇA DE VONTFORÇA DE VONTFORÇA DE VONTFORÇA DE VONTADEADEADEADEADEGerente do Banco doBrasil, em Porto Alegre,Fernando de QuadrosRodrigues cursa aespecialização emGestão de NegóciosFinanceiros do programade Pós-Graduação daEscola de Administraçãoda UFRGS direto docomputador de casa

UFRGS. Entusiasmado, ele não só acompanhafielmente as aulas, como busca se aperfeiçoar so-zinho. “Compro um a dois livros novos a cadadisciplina”, diz. O curso à distância foi a formado bancário driblar a falta de recursos e de tem-po para aprimorar sua formação – é bacharel emDireito - com uma pós-graduação.

A especialização surgiu de uma parceria doBB com quatro instituições de ensino superior,


para oferecer formação aos funcionários em todoo Brasil. A Escola de Administração ficou res-ponsável pelos alunos da Região Sul, iniciandocom o curso sua mais ambiciosa iniciativa emrelação ao ensino virtual e provando a eficiênciada plataforma desenvolvida internamente peloNúcleo de Aprendizagem Virtual (Navi). A es-pecialização se constitui hoje na maior experi-ência em EAD em ação no Brasil, segundo seucoordenador acadêmico-pedagógico, Luís RoqueKlering, também coordenador do Navi.

“O modelo do curso foi calcado nas nossasexperiências anteriores, dos cursos de extensão eespecialização”, diz Klering. A cada semana, as 15turmas da especialização, que tem como coorde-nador executivo o professor Antônio Padula, es-tudam conteúdos diferentes por meio de vídeos,jogos e textos on-line e por CD. A abertura e ofechamento do módulo consistem numa apresen-tação dos conteúdos pelos professores da Escola,através de um vídeo. A discussão dos temas ocorrenos chats e fóruns, comandados por professorestutores (doutorandos do PPGA/EA).

“Tínhamos muita expectativa e certa inse-gurança, principalmente em relação ao rendimen-to dos alunos”, confessa Luis Felipe Machadodo Nascimento, coordenador do Programa dePós-Graduação da Administração e professor doprimeiro módulo ministrado, ResponsabilidadeSocioambiental. “Foi uma surpresa. Percebemosque a educação a distância pode ser tão ou atémelhor que a presencial”. Nascimento salientaque a Escola de Administração apostou cedo naspotencialidades que a tecnologia abre ao ensino,criando o Navi e a EATv.

Alto nível dos alunosAlto nível dos alunosAlto nível dos alunosAlto nível dos alunosAlto nível dos alunosDoutorando em Gestão Socioambiental e

com uma experiência de 17 anos como profes-sor, o mineiro Cleber Dutra mudou a sua visãosobre educação a distância a partir do trabalhocomo tutor de uma turma de 40 alunos, todosde Blumenau (SC). “O interesse dos alunos eraalto. Mesmo em turmas presenciais, eu não tiveeste nível de aprofundamento”, recorda. Dutraressalta que o trabalho via computador ofereceferramentas interessantes, como os relatos de ca-sos e o correio reservado, usado por alunos rece-osos de exporem suas dúvidas em grupo. “Masem alguns momentos, senti falta de um contatopresencial com a turma”, pondera.

Um raio-X do cursoNome: Especialização em Gestão de Negócios Financeiros

Carga horário: 480 horas / aula

Período de realização: outubro de 2005 a agosto de 2007

Número de alunos: 621

Recursos: textos, apresentações de tópicos, vídeos digitais, acervo,exercícios on-line, estudos de caso, relatos, enquetes, fórum, chat,videoconferência

Estrutura: cada disciplina é ministrada por dois a sete professoresautores, que organizam os conteúdos. Destes, um é professorcoordenador. Também existem professores tutores, que acompa-nham os alunos nos chats e fóruns. A estrutura também é formadapelas equipes administrativa, técnica de suporte e helpdesk.

Avaliação: participação em fóruns e chats, provas presenciais etrabalho de conclusão apresentado perante banca de avaliação.

Para Jorge Doval, doutorando em RecursosHumanos, foi gratificante atuar como tutor nomódulo inicial do curso e retomar a experiênciano mês passado, vendo os aperfeiçoamentos fei-tos pela equipe do Navi na plataforma. Alémdisso, ele notou uma familiaridade maior dosalunos com o curso. “Eles estão participandomelhor. A gente percebe a caminhada”.

Caminhada que foi árdua para Isaura Re-gina Fagundes Silveira, 38 anos, gerente de con-tas da agência do BB em Esteio. “No começofoi terrível. Tinha dificuldade em fazer buscaspela Internet e tive de mudar meu acesso, queera discado. Sem ver a figura do professor é maisdifícil”, relembra. Isaura precisou se organizare planejar o estudo, inclusive definindo um es-paço para si mesma diante do filho de quatroanos. O menino aprendeu que havia horáriosnos quais a mãe estava “em aula” no computa-dor e o que o remédio era buscar o pai. O esfor-ço deu resultado. “A gente tem de seautodisciplinar. Hoje, acho muito melhores asaulas a distância do que o ensino convencio-nal”, completa.

AUTODISCIPL INAAUTODISCIPL INAAUTODISCIPL INAAUTODISCIPL INAAUTODISCIPL INAIsaura ReginaSilveira, gerente decontas do Banco doBrasil, cumpre horáriode aulas em casa econta com a parceriado marido


Muito antes dos micros se tornarem comuns nosescritórios e casas, a professora Léa FagundesLéa FagundesLéa FagundesLéa FagundesLéa Fagundesusou aparelhos de radioamador ligados acomputadores em um curso a distância paraprofessores que trabalhavam com crianças surdas.Ações como essa, pioneiras na promoção do usoda informática em sala de aula no Brasil, valeramrecentemente à coordenadora de pesquisas doLaboratório de Estudos Cognitivos (LEC) doInstituto de Psicologia da Universidade Federal doRio Grande do Sul (UFRGS) o DiplomaReconhecimento oferecido pela Unesco, nacategoria Comunicação e Informação.Léa é um dos cérebros por trás da UniversidadeAberta do Brasil e coordenou diversos projetos deeducação a distância (EAD). Incansável aos 76anos, a professora trabalha hoje com um grupo de16 jovens bolsistas no LEC, desenvolvendoprogramas, como a plataforma Amadis, queampliam as possibilidades de interação professor-aluno. Presidente da Fundação PensamentoDigital, é também consultora internacional emEAD e de programas federais de inclusão digital.Léa critica o que chama de “desperdício” – ouso das novas tecnologias pelos professores deuma forma que não estimule o pensamento e acriatividade dos alunos. Nesta entrevista, aprofessora fala sobre as profundas mudanças quea Internet traz à educação.

ENTREVISTA

RECONSTRUINDO

ConceitosMilênio – Como foi a sua primeira experiênciacom EAD?

O primeiro curso a distância que fizemos foiem 1989, para formar professores de criançassurdas. Foi uma experiência maravilhosa. Nãohavia Internet. Descobrimos que os radioama-dores tinham o que se chama de radiopacote:uma antena, o radioamador e um modem. Quan-do se conecta para falar com outro radioamadorpor esse radiopacote, as informações chegam, masnão sonoras, porque elas entram no pacote e sãodecodificadas no computador. Para este projeto,consegui uma verba da Organização dos Esta-dos Americanos (OEA) e comprei rádio paraescolas de Caxias do Sul, Novo Hamburgo,Pelotas e Porto Alegre. Os professores trabalha-vam com as crianças, que aprendiam a traduzir alinguagem de sinais para texto.

Milênio – Como isto foi evoluindo?Fizemos o primeiro curso por Internet da

UFRGS quando não existia web, só e-mail. Foicom 24 professores da Costa Rica, em 1994. Elestinham introduzido computadores nas escolas eme chamaram para uma avaliação. Descobri queas crianças faziam maravilhas com os computa-dores, mas não em sala de aula. Lá continuavamcom livro didático, cópia, “decoreba”. O compu-tador era usado apenas uma hora por semanapara cada turma. Então, os professores fizeram ocurso para aprender a psicologia da aprendiza-gem. Mandávamos trabalhos e eles discutiam emgrupos.

Milênio – Como o incremento da educaçãodigital e o próprio advento da UniversidadeAberta do Brasil mudam a cultura da aprendi-zagem no país?

A primeira coisa a se lidar é com o paradigma.Professor não tem que ensinar.


“Só se“Só se“Só se“Só se“Só seaprendeaprendeaprendeaprendeaprendecom acom acom acom acom ainteligência”inteligência”inteligência”inteligência”inteligência”

Não é certo que quando a gente ensina, aspessoas aprendem. Quando aprendem, apren-dem muito pouco do que a gente quer que apren-dam. O professor tem que monitorar a aprendi-zagem. Só se aprende com a inteligência. Se ainteligência está bloqueada, as pessoas não apren-dem. É o contrário do ensino behaviorista, queacreditava que se uma pessoa não é inteligente,você ensina e ela vai se desenvolver. Na verdade, afisiologia do cérebro, do sistema nervoso e o fun-cionamento dos mecanismos psicológicos mos-tram que é ao contrário: se você está se desenvol-vendo, na vida, você aprende, na escola ou foradela. Se não está se desenvolvendo, não adiantair à escola, não aprende. Fica bloqueado.

Milênio – Como deve ser o ensino a distância?Deve ter materiais para interação, materiais

para fazer pensar. Pensar discutindo com o ou-tro. Discutindo com o professor, com o colega.Interagindo.

Milênio – É por isso que é fundamental o uso

dos chats e dos fóruns?São fundamentais as ferramentas do ambi-

ente. Mas também é fundamental o desafio queo professor propõe. Não é ensinar, é ajudar aaprender. Não basta que o aluno reproduza oque eu sei. Ele deve buscar informação, investi-gar aquele assunto. O professor também usa aintervenção dele, desafiando a fazer. Despertan-do a curiosidade do aluno, orientando a busca.

Milênio – Qual o efeito que a educação a dis-tância tem na questão do controle do profes-sor sobre a aprendizagem?

Quebra total. Acabou a hierarquia. Hierar-quia é repressão. A pessoa finge que obedece, por-que tem medo da punição e faz por baixo dopano. Você não desenvolve a moral, nem a éticaou a autonomia. Você não é um ser maduro eresponsável. Nesses moldes, não adianta escolher:isto é papel do professor. É preciso que você esco-lha o que quer aprender e que o professor te ajudea aprender. Aí você é responsável. Não vai desistirna metade, porque escolheu. Se escolhe, é livre.


Milênio – A senhora defende que é preciso selivrar da visão linear para montar uma aula vir-tual, e que a Internet possibilita um curso emespiral. O que é isso?

O que o professor quer ensinar? Conteúdo.Mas conteúdo não é informação. A informaçãoé aquilo que você retira de um dado, mas paravocê organizá-la é preciso conhecimento. Con-teúdos são conceitos das disciplinas. Todas asdisciplinas têm códigos para representação dosconceitos. O conceito é o que você constrói deconhecimento sobre aquele fato, fenômeno, even-to. O conceito é sempre construído e reconstruído,mas de maneira sistêmica. Ele vem relacionadocom outros conceitos, em um contexto. O pro-blema todo é que esta construção não é linear.Você constrói cada experiência nova, cada con-ceito, você vai coordenando e formando uma es-piral. Mas a programação do ensino é linear, prin-cípio, meio e fim: tem a primeira unidade, a se-

gunda, a terceira, a disciplina 1, a disciplina 2.Tudo reservado, encaixotado, linear. Se o alunotem curiosidade, é preciso satisfazê-la! Não sedeve esperar que o conceito já esteja definido,que ele tenha compreendido tudo. Algo ele com-preendeu.

Milênio – O perfil da maioria dos alunos deEAD é o de pessoas já adultas, que voltam aosestudos com metas determinadas e com todauma bagagem de vida. Qual o desafio que issoimpõe?

São pessoas que já estão cheias de conheci-mento. O professor tem que conhecer o que oaluno sabe e trabalhar em cima disso. Interagindocom os outros, ele vai ver que este conhece umlado da questão, o outro tem outra perspectiva.O professor tem que manejar. Tem que dar re-cursos digitais para que eles possam enxergar opensamentos do outros.

ENTREVISTA

“Professor não“Professor não“Professor não“Professor não“Professor nãotem de ensinar”tem de ensinar”tem de ensinar”tem de ensinar”tem de ensinar”

NO COMANDONO COMANDONO COMANDONO COMANDONO COMANDOProfessora Léa

Fagundes e o grupode bolsistas que

desenvolvemprogramas para

ampliar a interaçãoprofessor-aluno


É visível o crescimento que a Educação a Distância (EAD)tem apresentado nos últimos anos. As maiores provas destefenômeno são a grande exposição que o assunto tem recebidona mídia (impressa ou televisiva) e o crescimento da oferta decursos na modalidade a distância. Apenas como exemplo, até2005, a UFRGS não possuía nenhum curso de graduaçãonesta modalidade e para 2007 pretende-se implementar cer-ca de 10 cursos (dois deles já implementados), que irão atin-gir mais de 3.000 novos alunos. Este crescimento pode serexplicado, principalmente, por duas razões: a primeira é ointeresse demonstrado pelas IES particulares, que viram naEAD uma forma de expandir sua abrangência e, em algunscasos, seus ganhos financeiros; a segunda é a ênfase que oMinistério da Educação tem colocado na EAD, pois percebenesta modalidade a melhor maneira de atingir suas metas decapacitação, sobretudo pela possibilidade de incluir os estu-dantes que encontram-se longe dos grandes centros, bem comoaqueles que já estão no mercado de trabalho, a quem o acessoe permanência em curso presenciais é, normalmente, muitodifícil.

Surge, então, o primeiro desafio da EAD: acompatibilização dos custos com a qualidade, o que não éuma tarefa muito simples. Um dos “mitos” que existem sobrea EAD é que estes cursos são mais baratos do que ospresenciais. Esta afirmação é completamente equivocada, naperspectiva da maioria das IFES envolvidas com a EAD, quetêm o propósito de manter o mesmo padrão de qualidadedos equivalentes na modalidade presencial, uma vez que osdiplomas são iguais. Entre os custos, fora o pagamento deprofessores e tutores envolvidos no processo de aprendiza-gem, a preparação dos materiais didáticos a serem utilizadospelos alunos é um dos maiores, e requer uma equipe especi-alizada. As formas mais freqüentes de vencer este obstáculosão aumentar muito o número de alunos, diluindo os custos,ou formar parcerias para compartilhar recursos. Esta é a for-ma que vem sendo mais adotada pelas instituições públicas,como no caso do curso de Administração EAD, Projeto Pi-

Os desafios da educação adistância no cenário brasileiro atual

loto do Sistema UAB, cujo projeto pedagógico e materiaisdidáticos estão sendo preparados e utilizados cooperativamen-te pelas 25 IPES que participam do mesmo. Outro exemplodeste tipo de parceria é a Rede Gaúcha de Ensino Superior aDistância (REGESD), formada pelas quatro universidadesfederais gaúchas, por um CEFET, pela universidade estaduale quatro comunitárias, para o oferecimento de nove cursos delicenciatura na modalidade a distância. Nesta configuração,as capacitações de docentes e tutores, a preparação dos mate-riais didáticos e a implementação das disciplinas pedagógicase tecnológicas, entre outras ações, é feita de maneira compar-tilhada entre todas as IES parceiras.

A mudança de paradigma em relação ao processo de apren-dizagem é outro dos grandes desafios na implementação decursos na modalidade a distância. A maior parte das IES bra-sileiras insere-se na chamada “terceira geração de EAD” (queincluiu as ferramentas de informática), em diferentes estági-os. A EAD praticada pela UFRGS destaca-se, neste cenário,pela ampla utilização das Tecnologias de Informação e Co-municação (TIC), principalmente da Internet. Na grandemaioria das IES nacionais, o modelo pedagógico é baseadoem material didático impresso, com interações entre os agen-tes da aprendizagem intermediados pelos meios eletrônicos.Na UFRGS, porém, percebe-se uma substituição dos mate-riais impressos, por outros mais interativos, tais comohipertextos, animações, vídeos, etc., distribuídos através daInternet. Mais do que uma simples inclusão de tecnologia,estes materiais pressupõem uma mudança epistemológica: omaterial didático perde sua função de “transmissor de conhe-cimento”, e passa a conter informações a partir das quais oestudante é desafiado a “construir seu conhecimento”. Estesmateriais, inseridos em Ambientes Virtuais de Aprendiza-gem disponíveis na Internet, favorecem a interatividade doaluno com o conteúdo a ser desenvolvido, bem como ainteração com seus colegas, com os tutores e com os professo-res, instalando-se, assim, um modelo de aprendizagem coo-perativa.

JULIO ALBERTO NITZKEJULIO ALBERTO NITZKEJULIO ALBERTO NITZKEJULIO ALBERTO NITZKEJULIO ALBERTO NITZKEDoutor em Informática na Educação

Secretário de Educação a Distância da UFRGS

PESQUISA



A realidade brasileira, frente à dificuldade de acesso aoconhecimento por grande parte da população, exige das au-toridades criatividade e ousadia para disponibilizar novastecnologias digitais de comunicação e informação com focoem ações educativas para diferentes áreas de interesse. A soci-edade contemporânea, por seu lado, aponta para a necessida-de de novas competências institucionais e pessoais viabilizadaspor sistemas de ensino-aprendizagem transformados. Nessascircunstâncias, a EAD utiliza-se do ambiente midiático parapreencher lacuna aberta nos processos tradicionais de ensino-aprendizagem desenvolvidos pelas instituições educacionais.

Examinando-se o contexto mundial atual e analisando-se práticas pedagógicas de teleuniversidades, observam-sepeculiaridades, como a existência de ensino: a) por corres-pondência, apoiado em livros didáticos/científicos, tarefascomentadas; b) a distância clássico, combinando materialimpresso, midiático, e centros de estudo com assistênciatutorial; c) a distância baseado em pesquisa; d) a distânciagrupal; e) autônomo e f ) teleconferência em rede.

Essas diversas possibilidades didáticas mostram flexibili-dade e variabilidade no ensino a distância, permitindo adap-tação às situações culturais, econômicas, sociais e políticas decada país, segundo diferentes prioridades: objetivosinstitucionais; meios tecnológicos; entendimento sobre o con-ceito de educação a distância; culturas de ensino diversas;tradições acadêmicas de culturas pedagógicas diferentes.

Restringindo-nos ao espaço nacional, à administraçãopública, pode-se dizer que flexibilidade de tempo e espaço eredução de custos proporcionada pela EAD vêm ao encontrodas propostas de desenvolvimento de recursos humanos, su-prindo necessidades urgentes na área, diante de novas legisla-ção e práticas de gestão. A participação da universidade nesseprocesso consolida seu papel de centro de difusão do conhe-cimento e promoção do desenvolvimento, como instituiçãodinâmica integrada à comunidade, apoiando a aplicação prá-tica dos avanços da ciência no interesse dos cidadãos.

Em 1998, o Decreto nº 2.494 regulamentou o artigo 80

Ensino e aprendizagemem transformação

da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, estabele-cendo o apoio de materiais didáticos sistematicamente orga-nizados, apresentados em diferentes suportes de informação,utilizados isoladamente ou combinados, e veiculados em di-versos suportes de comunicação e interação disponíveis.

Com esses parâmetros, tendo como premissa agilizar oprocesso de construção e atualização do conhecimento eviabilizando a melhoria contínua nas instituições públicasparticipantes, equipe multidisciplinar atuante no Núcleo deAprendizagem Virtual – NAVi, da Escola de Administra-ção da UFRGS, concebia, ainda no ano de 2001, o primeirocurso de extensão totalmente a distância “AdministraçãoMunicipal Eficaz com Responsabilidade Fiscal”.

Com otimismo, constata-se na Região Sul, 26 institui-ções de educação superior, públicas e privadas, autorizadaspelo MEC para oferta de cursos de graduação a distância ecredenciadas para cursos de pós-graduação Lato Sensu a dis-tância, aproximando-se de 100 em todo o País. Vislumbra-se que, no futuro, a universidade, associando-se ao mundodo trabalho, atenderá às demandas dos alunos, permitindoque sejam autônomos na definição das práticas adequadas àssuas necessidades, no tempo e no espaço, uma vez que a flexi-bilidade se impõe na associação dos modos de ensino, parale-la ou seqüencialmente, e no uso de várias instituições ao mes-mo tempo.

Finalmente, considero importante salientar que é o pró-prio aluno quem constrói o conhecimento, produto deinterações entre o sujeito e o seu meio. Essa construção pro-vém das atividades do sujeito e de sua capacidade de extrairpropriedades do ambiente ou objeto, acomodando-as e orga-nizando-as em sua memória. A experiência tem demonstra-do que práticas pedagógicas na EAD criam condições paraque os alunos construam significados, se priorizada a interaçãoentre professor e aluno, entre alunos, e desenvolvido um am-biente virtual cooperativo, operador de desequilíbrios, quedesencadeie o processo de construção do conhecimento.

MARY BIANCAMANOMARY BIANCAMANOMARY BIANCAMANOMARY BIANCAMANOMARY BIANCAMANOMestre em Administração PPGA / EA / UFRGS

Doutoranda em Informática na Educação PPGIE / UFRGS

PERSPECTIVA



A Escola de Administração da UFRGS consolidou-secomo um dos principais centros de construção de competên-cia em gestão organizacional. Professores e alunos da EA apri-moram modelos teóricos e interagem com gestores e pesqui-sadores deste e de outros países. Estimula-se a reflexão críti-ca, buscando ampliar a capacidade dos gestores para otimizaro funcionamento das organizações. Até recentemente, as ati-vidades de ensino, pesquisa e extensão circunscreviam-se aosmuros da Escola; a interação entre pesquisadores e com asempresas demandava recursos e deslocamento físico. Hoje, aEducação a Distância – EAD viabiliza a superação de restri-ções espaciais, temporais e financeiras. Os resultados já obti-dos pelo Núcleo de Aprendizagem Virtual – Navi e pelaEATv sinalizam as extraordinárias potencialidades da EAD.Destacam-se, a seguir, estratégias, ações e resultados da breve,porém profícua, trajetória da EAD na EA.

O Navi optou por desenvolver plataforma própria de e-learnig, caracterizada pela flexibilidade, facilidade de navega-ção, integração de recursos, gestão descentralizada dos cursos,economicidade e disponibilidade de indicadores de desem-penho. A plataforma Navi de EAD foi sendo aperfeiçoadacom o uso. Em 2001, estruturou-se o curso de extensão àdistância “Administração Municipal com ResponsabilidadeFiscal”. Após, ofertaram-se cursos a distância sobre as novasTecnologias da Gestão Pública e obteve-se a homologaçãodo Ministério da Educação para o curso de especialização emAdministração Pública Eficaz – CEAPE, em andamentodesde 2005. A confiabilidade da plataforma Navi restou evi-denciada por: a) emprego como ambiente virtual de apoio adezenas de disciplinas presenciais; b) adoção, por parte daSecretaria de Educação a Distância – SEAD, como uma dasduas plataformas oficiais de EAD de toda a UFRGS; c) rea-lização de cursos a distância com centenas de participantes,que compartilham subsídios, análises e trabalhos.

O êxito de cursos a distância, voltados à formação degestores, requer a superação de fatores críticos como:

a) proposição de desafios teórico-praticados para solução

Escola sem fronteiraspotencializa a EA

em equipe, mediante cooperação a distância; b) formação deespírito de comunidade; c) uso da avaliação como instru-mento de aprendizagem; d) articulação entre os temas abor-dados e as experiências profissionais dos participantes; e)atratividade dos conteúdos; f ) estruturação de ferramentasque propiciem a cooperação virtual na elaboração de relatosde implementação de estratégias e na solução de estudos decaso pelos alunos–gestores.

Atendidos tais requisitos, o uso integrado de aulasinterativas on line, vídeo-aulas, fóruns assíncronos, biblioteca,exercícios on line, “café” virtual e portfólio, com espaço paracada aluno conhecer os trabalhos dos colegas e oferecer con-tribuições, tem consistido em poderoso recurso de apoio àaprendizagem.

Constatou-se outra potencialidade da EAD: promover oamálgama entre universidade e sociedade e entre acadêmicose gestores. O prefeito de Torres, no RS, os secretários, geren-tes municipais e lideranças comunitárias estão utilizando, desde2004, ambientes de EAD da UFRGS para planejar eimplementar um novo modelo de gestão no município. Osalunos do CEAPE / UFRGS têm acesso às definições dosgestores de Torres, compartilhadas na plataforma de EAD.Assumindo-as como estudo de caso dinâmico, os pós-graduandos elaboram e debatem estratégias com os adminis-tradores municipais, em paralelo ao planejamento, à execu-ção e à avaliação das mesmas. Utilizou-se inclusive vídeo-chat, a partir do Navi, para apoiar a análise conjunta das pro-postas. Com a mediação de cinco professores da EA, am-pliou-se a construção de conhecimentos, com a interação en-tre alunos e gestores.

A EA continua a inovar na construção da sua história.Agora, com suporte na EAD amplia de forma exponencial ainserção da Escola na concepção e concomitante aplicação desoluções voltadas a superar o déficit dos governos na satisfa-ção das necessidades coletivas, a ampliar a competitividadeempresarial e a aprimorar as condições de trabalho e a quali-dade de vida da população.

PROF. LUIS ALBERTO GUADAGNINPROF. LUIS ALBERTO GUADAGNINPROF. LUIS ALBERTO GUADAGNINPROF. LUIS ALBERTO GUADAGNINPROF. LUIS ALBERTO GUADAGNINProfessor do CEAPE /PPGA/ UFRGS

Mestre em Administração pelo PPGA / EA/ UFRGSDoutor em Informática na Educação pelo PPGIE / UFRGS

[email protected]

EXPERIÊNCIA




VERÃO 2006OUTONO 2006

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UM NOVO CAPÍTULO - PUC-Campinasbibliotecadigital.puc-campinas.edu.br/services... · Diploma duplo O Fórum do Grupo Interdisciplinar de Estudos da Ino-vação e do Trabalho (GINEIT)