21
1 Revista de Medicina da Faculdade Atenas ISSN 2236-9686 v7, n1, 2019 UM NOVO OLHAR SOBRE A HIPODERMÓCLISE-conhecimento e Aplicabilidade na Enfermagem atual Polyane Calçado Guimaraes Araújo 1 Nicolli Bellotti De Souza 2 RESUMO A hipodermóclise é uma técnica de administração de fluidos e fármacos pela via subcutânea. É considerada uma técnica simples e de baixo custo, podendo ser realizada em ambientes de saúde ou em domicilio. Seus primeiros relatos foram no auxilio as epidemias e guerras. Porém, por mais que seja antiga, pouco ainda se conhece sobre essa técnica, principalmente após a ocorrência de algumas iatrogenias, o que a colocou em desuso, retornando em baixa escala. Apesar de muito utilizada no passado, atualmente pouco se sabe sobre ela, tanto no meio acadêmico quanto profissional. A hipodermóclise como qualquer outra via de administração de medicamentos possui suas indicações, contraindicações, vantagens e também desvantagens. Atualmente, ela tem sido indicada para os tratamentos oncológicos, principalmente para aqueles pacientes que necessitam de cuidados paliativos, podendo estar em seu próprio domicilio. A enfermagem é uma das profissões que mais se dedica a cuidados diretos ao paciente. Visto isso, tem um papel fundamental nesta técnica, no que diz respeito à aplicabilidade da mesma, desde sua indicação, execução e monitoramento do acesso, até a avaliação da eficácia do tratamento, prognostico e acompanhamento do paciente. A hipodermóclise deve ser conhecida para ser aplicada. Palavras-chave: Hipodermóclise. Enfermagem. Técnica. Conhecimento. ABSTRACT Hypodermoclisis is a technique of administering fluids and drugs by the subcutaneous route. It is considered a simple and low-cost technique, and can be performed in health settings or at home. His first reports were in the aid of epidemics 1 Acadêmica do curso de Enfermagem - UniAtenas 2 Docente e Orientadora Científica – UniAtenas

UM NOVO OLHAR SOBRE A HIPODERMÓCLISE-conhecimento e ... · 1 Revista de Medicina da Faculdade Atenas ISSN 2236-9686 v7, n1, 2019 UM NOVO OLHAR SOBRE A HIPODERMÓCLISE-conhecimento

  • Upload
    others

  • View
    5

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: UM NOVO OLHAR SOBRE A HIPODERMÓCLISE-conhecimento e ... · 1 Revista de Medicina da Faculdade Atenas ISSN 2236-9686 v7, n1, 2019 UM NOVO OLHAR SOBRE A HIPODERMÓCLISE-conhecimento

1

Revista de Medicina da Faculdade Atenas ISSN 2236-9686 v7, n1, 2019

UM NOVO OLHAR SOBRE A HIPODERMÓCLISE-conhecimento e Aplicabilidade

na Enfermagem atual

Polyane Calçado Guimaraes Araújo1

Nicolli Bellotti De Souza2

RESUMO

A hipodermóclise é uma técnica de administração de fluidos e fármacos

pela via subcutânea. É considerada uma técnica simples e de baixo custo, podendo

ser realizada em ambientes de saúde ou em domicilio. Seus primeiros relatos foram

no auxilio as epidemias e guerras. Porém, por mais que seja antiga, pouco ainda se

conhece sobre essa técnica, principalmente após a ocorrência de algumas

iatrogenias, o que a colocou em desuso, retornando em baixa escala. Apesar de

muito utilizada no passado, atualmente pouco se sabe sobre ela, tanto no meio

acadêmico quanto profissional. A hipodermóclise como qualquer outra via de

administração de medicamentos possui suas indicações, contraindicações,

vantagens e também desvantagens. Atualmente, ela tem sido indicada para os

tratamentos oncológicos, principalmente para aqueles pacientes que necessitam de

cuidados paliativos, podendo estar em seu próprio domicilio. A enfermagem é uma

das profissões que mais se dedica a cuidados diretos ao paciente. Visto isso, tem

um papel fundamental nesta técnica, no que diz respeito à aplicabilidade da mesma,

desde sua indicação, execução e monitoramento do acesso, até a avaliação da

eficácia do tratamento, prognostico e acompanhamento do paciente. A

hipodermóclise deve ser conhecida para ser aplicada.

Palavras-chave: Hipodermóclise. Enfermagem. Técnica. Conhecimento.

ABSTRACT

Hypodermoclisis is a technique of administering fluids and drugs by the

subcutaneous route. It is considered a simple and low-cost technique, and can be

performed in health settings or at home. His first reports were in the aid of epidemics

1 Acadêmica do curso de Enfermagem - UniAtenas

2 Docente e Orientadora Científica – UniAtenas

Page 2: UM NOVO OLHAR SOBRE A HIPODERMÓCLISE-conhecimento e ... · 1 Revista de Medicina da Faculdade Atenas ISSN 2236-9686 v7, n1, 2019 UM NOVO OLHAR SOBRE A HIPODERMÓCLISE-conhecimento

2

Revista de Medicina da Faculdade Atenas ISSN 2236-9686 v7, n1, 2019

and wars. However, although it is old, little is known about this technique, especially

after the occurrence of some iatrogenies, which put it in disuse, returning at a low

scale. Although much used in the past, little is known today about it, both in the

academic and professional settings. Hypodermoclisis like any other route of

administration of medicines has its indications, contraindications, advantages and

also disadvantages. Currently, it has been indicated for cancer treatments, mainly for

those patients who need palliative care, and may be in their own home. Nursing is

one of the professions most dedicated to direct patient care. Given this, it plays a

fundamental role in this technique, regarding its applicability, from its indication,

execution and monitoring of access, to the evaluation of the efficacy of treatment,

prognosis and follow-up of the patient. The hypodermoclisis should be known to be

applied.

Keywords: Hypodermoclase. Nursing. Technique. Knowledge.

INTRODUÇÃO

Os primeiros relatos sobre a Hipodermóclise se deu em 1886 na epidemia

de Cólera da Venezuela, onde o médico italiano Arnaldo Cantani propôs desde 1885

o uso da hipodermóclise para o tratamento rápido de desidratação e acidose

sanguínea dos pacientes. Essa epidemia durou cerca de um mês e ao termino

houve um resultado satisfatório quanto à aplicação da hipodermóclise visto que os

pacientes se encontravam na fase aguda da doença (DALL’OLIO; 2009).

A Hipodermóclise em 1913 foi utilizada, porém devido à presença de

iatrogênias, o seu uso teve um declive significativo (MANSFIELD et al, 1999).

A Hipodermóclise ou Terapia Subcutânea é utilizada para aqueles

pacientes onde a via oral, endovenosa e intramuscular já estão comprometidas, e

necessitam de infusões de fluidos, fármacos e grandes volumes de forma

intermitente ou contínua, podendo ser executada em ambiente hospitalar,

ambulatorial e até mesmo domiciliar, desde que supervisionada por um profissional

capacitado (AZEVEDO; SANTOS 2009).

Por ser uma técnica de simples aplicação e com baixo custo, é necessário

ter um olhar humanitário quanto a ela, pois tanto para o paciente quando a

Page 3: UM NOVO OLHAR SOBRE A HIPODERMÓCLISE-conhecimento e ... · 1 Revista de Medicina da Faculdade Atenas ISSN 2236-9686 v7, n1, 2019 UM NOVO OLHAR SOBRE A HIPODERMÓCLISE-conhecimento

3

Revista de Medicina da Faculdade Atenas ISSN 2236-9686 v7, n1, 2019

instituição vale a pena. Trata-se de uma técnica menos invasiva, com menores

riscos de infecção e contaminação, além de gerar menos desconforto e dor ao

paciente, podendo ser aplicada a pacientes paliativos e sob os cuidados de Home

CARE (SASSON, 2001).

METODOLOGIA DO ESTUDO

O estudo foi realizado através de pesquisa bibliográfica com revisão de

literatura com base em artigos, pareceres técnicos publicados por órgãos de

fiscalização profissional da enfermagem e livros publicados relacionados ao tema

(GALLUPO, 2012).

A base de dados utilizada foi o Google acadêmico. As palavras chaves

utilizadas serão: Hipodermóclise, Terapia Subcutânea, via subcutânea,

Hipodermóclise em cuidados paliativos.

Foi realizada também uma pesquisa entre os profissionais e acadêmicos

de Enfermagem, por meio de um questionário para avaliar o conhecimento da

referida técnica (Anexo). A todos os participantes foi aplicado o Termo de

Consentimento Livre e Esclarecido.

HIPODERMÓCLISE

CONCEITO

A Hipodermóclise é uma via alternativa de administração de fluidos,

eletrólitos, fármacos e soluções com pH próximo da neutralidade no tecido

subcutâneo, utilizada em pacientes que estejam com a via oral comprometida, cuja a

via endovenosa esteja de difícil acesso e tenha a possibilidade de continuar o

tratamento em domicilio, podendo ser administrada de forma contínua ou

intermitente tendo como objetivo a reposição hidroeletrolítica e/ou terapia

medicamentosa. A Hipodermóclise pode ser realizada em pacientes que necessitem

de cuidados paliativos em casos de neoplasias malignas (INCA, 2009).

Page 4: UM NOVO OLHAR SOBRE A HIPODERMÓCLISE-conhecimento e ... · 1 Revista de Medicina da Faculdade Atenas ISSN 2236-9686 v7, n1, 2019 UM NOVO OLHAR SOBRE A HIPODERMÓCLISE-conhecimento

4

Revista de Medicina da Faculdade Atenas ISSN 2236-9686 v7, n1, 2019

HISTÓRIA DA HIPODERMÓCLISE

Os primeiros relatos sobre a Hipodermóclise se deu em 1886 na epidemia

de Cólera da Venezuela, onde o médico italiano Arnaldo Cantani propôs desde 1885

o uso da hipodermóclise para o tratamento rápido de desidratação e acidose

sanguínea dos pacientes. Essa epidemia durou cerca de um mês e ao termino

houve um resultado satisfatório quanto à aplicação da HPC visto que os pacientes

se encontravam na fase aguda da doença (DALL’OLIO; 2009).

No ano de 1913 houve relatos sobre a aplicação da técnica de

Hipodermóclise utilizada em crianças e recém-nascidos. Porém, entrou em desuso

devido ao aparecimento de efeitos adversos graves em situações críticas que não

permitiam erros, sendo um fator definitivo para extinção da técnica. Na Inglaterra no

fim da década de 60, diante de um novo contexto sendo este em pacientes em

cuidados paliativos, a técnica de Hipodermóclise se iniciou novamente, expondo as

vantagens e desvantagens e que esta poderia ser mais uma opção de via de

administração de medicamentos, sendo ela pratica, eficaz, de baixo custo e segura,

tendo também a opção de não ser somente realizada em ambientes hospitalares

bem como também no próprio domicilio do paciente, proporcionando melhor conforto

e bem estar para o mesmo (OLIVEIRA, 2008).

Russel em 1979 relata o uso da Hipodermóclise como uma via alternativa

para administração de Morfina em pacientes oncológicos no estado já avançado.

Após este foram possíveis novos estudos para a contribuição e recomendação da

via subcutânea como uma via segura e eficaz na administração de fluidos e

fármacos.

Em 1991 McQueen M, et al descreveu um estudo realizado com pacientes

idosos saudáveis, onde foram infundidas soluções salinas por vias endovenosas e

subcutâneas por hipodermóclise, onde os resultados quando comparados referente

a absorção e eficácia fora quase idêntico (NOREÑA; RAMÍREZ,2009).

Desde 2008 a Hipodermóclise tem sido utilizada no NCP (Núcleo de

Cuidados Paliativos) do Hospital das Clinicas de Porto Alegre (HCPA) em pacientes

com câncer avançado em suporte clinico paliativo com reposição hidroeletrolítico e

medicamentoso com seus pacientes em internação (PONTALTI et al, 2015).

Page 5: UM NOVO OLHAR SOBRE A HIPODERMÓCLISE-conhecimento e ... · 1 Revista de Medicina da Faculdade Atenas ISSN 2236-9686 v7, n1, 2019 UM NOVO OLHAR SOBRE A HIPODERMÓCLISE-conhecimento

5

Revista de Medicina da Faculdade Atenas ISSN 2236-9686 v7, n1, 2019

A EXECUÇÃO DA HIPODERMÓCLISE

ANATOMIA DA PELE

A pele constitui o maior órgão do corpo humano, é um revestimento

heterogêneo e complexo, formada por três camadas de tecidos sobrepostas (Figura

1) a camada superior (epiderme), uma intermediária (derme) e outra camada mais

profunda (hipoderme), sendo nesta utilizada para instalação da HPC. Dentre as suas

funções apresenta as de transpiração, proteção, pigmentação, nutrição, termo

regulação, defesa e absorção (BATISTELA, 2007; (SANT’ANNA, 2003).

Figura 1- Camadas da Pele.

Fonte: Imagens google3.

A hipoderme não faz parte da pele, porém é de extrema importância por

fixar a epiderme e a derme às estruturas subjacentes, sendo também conhecida

como tela subcutânea, tecido subcutâneo ou fáscia superficial (GUIRRO e GUIRRO,

2002).

A hipoderme não faz mais parte da pele, é formada por tecido conjuntivo

frouxo, responsável pelo deslizamento da pele sobre as estruturas onde se apoia,

além de servir como depósito de gordura (JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2008). 3 Disponível em https://www.google.com.br/search?hl=pt-

BR&tbm=isch&source=hp&biw=1366&bih=608&ei=LaenW52JDsePwwSZ36a4Dg&q=CAMADAS+DA+PELE&oq=CAMADAS+DA+PELE&gs_l=img.3..0l10.810.4166.0.4934.16.11.0.5.5.0.240.1394.0j9j1.10.0....0...1ac.1.64.img..1.15.1500.0...0.7xZRpheIkvM#imgrc=qgypwo0dnyAQ8M: acesso 29/08/18.

Page 6: UM NOVO OLHAR SOBRE A HIPODERMÓCLISE-conhecimento e ... · 1 Revista de Medicina da Faculdade Atenas ISSN 2236-9686 v7, n1, 2019 UM NOVO OLHAR SOBRE A HIPODERMÓCLISE-conhecimento

6

Revista de Medicina da Faculdade Atenas ISSN 2236-9686 v7, n1, 2019

Em questão de absorção (Figura 2), a aplicação de substâncias via

Hipodermóclise tem o mesmo mecanismo de ação daquelas realizadas por via

intramuscular, porém com o tempo de ação prolongado, sendo estes tecidos

dotados de capilares sanguíneos, onde a solução é transportada para a macro

circulação por meio da difusão de fluidos e perfusão tecidual (INCA 2009).

Figura 2- Variação da concentração do medicamento na corrente sanguínea com o

tempo

Fonte: Adaptado de Lüllmann, Color Atlas of Pharmacology 2000 .

LOCAIS DE ADMINISTRAÇÃO DA HIPODERMÓCLISE

Os locais mais indicados para administração são: região deltoide, região

anterior do tórax, região escapular, região abdominal, e nas faces anterior e lateral

das coxas (Figura 3). Esta via tem a capacidade máxima de infusão 2000ml/24hs

em dois sítios, sendo 1000 ml em um mesmo acesso (SASSON, 2001).

Page 7: UM NOVO OLHAR SOBRE A HIPODERMÓCLISE-conhecimento e ... · 1 Revista de Medicina da Faculdade Atenas ISSN 2236-9686 v7, n1, 2019 UM NOVO OLHAR SOBRE A HIPODERMÓCLISE-conhecimento

7

Revista de Medicina da Faculdade Atenas ISSN 2236-9686 v7, n1, 2019

Figura 3- Locais de administração da hipodermóclise

Fonte: adaptado de AZEVEDO(2016)

3.3 TÉCNICA UTILIZADA NA HIPODERMÓCLISE

A técnica se realiza como qualquer outro tipo de punção venosa, porém

no tecido subcutâneo, necessitando dos seguintes materiais (D´AQUINO; SOUZA,

2012), como ilustrado na Figura 4:

a) solução preparada para ser instalada (soro, medicamentos);

b) equipo com dosador (ml/hora);

c) solução antisséptica (álcool 70% ou clorexidina);

d) gaze, luva de procedimento;

e) scalps 25, 27, 23 (tipo butterfly) ou jelco.

f) seringas de 3,5,10 ou 20ml;

g) soro fisiológico a 0,9%;

h) filme transparente para fixar;

i) esparadrapo para identificação da punção.

Page 8: UM NOVO OLHAR SOBRE A HIPODERMÓCLISE-conhecimento e ... · 1 Revista de Medicina da Faculdade Atenas ISSN 2236-9686 v7, n1, 2019 UM NOVO OLHAR SOBRE A HIPODERMÓCLISE-conhecimento

8

Revista de Medicina da Faculdade Atenas ISSN 2236-9686 v7, n1, 2019

Figura 4- Materiais necessários para a execução da hipodermóclise

Fonte: Azevedo (2016)

De acordo com o SASSON (2001), a técnica consiste na inserção de um

cateter agulhado (scalp-butterfly) ou não agulhado (jelco), no espaço subcutâneo,

não sendo necessário o garroteamento, seguindo os seguintes passos:

a) separar o material a ser utilizado em uma bandeja;

b) preparar o medicamento como, realizar diluição necessária e/ou

preencher o equipo de infusão com a solução a ser infundida;

c) explicar ao paciente sobre o procedimento;

d) realizar a assepsia das mãos e calçar as luvas de procedimento;

e) escolher o local da infusão;

f) fazer antissepsia e a prega cutânea na pele;

g) introduzir o scalp/jelco num ângulo de 30° a 45° (a agulha deverá ficar

solta no espaço subcutâneo);

h) fixar o scalp com o filme transparente;

i) assegurar que nenhum vaso tenha sido atingido (caso seja a técnica

deverá ser realizada novamente);

j) aplicar o medicamento direto no escalp/jelco ou conecta lo ao equipo

da solução,

k) identificar a punção com hora, data e o profissional que a realizou;

l) relatar o procedimento.

Page 9: UM NOVO OLHAR SOBRE A HIPODERMÓCLISE-conhecimento e ... · 1 Revista de Medicina da Faculdade Atenas ISSN 2236-9686 v7, n1, 2019 UM NOVO OLHAR SOBRE A HIPODERMÓCLISE-conhecimento

9

Revista de Medicina da Faculdade Atenas ISSN 2236-9686 v7, n1, 2019

A execução da técnica encontra-se ilustrada na Figura 5.

Figura 5- Ilustração da execução da técnica de hipodermóclise.

Fonte : Adaptado de Azevedo (2016) e Araujo (2017).

Algumas observações relacionadas a punção também se fazem

necessárias tais como:

a) ao tomar banho deve proteger o local da punção pra evitar umidade e

possivelmente predisposição a bactérias.

b) a lavagem das mãos antes do manuseio do cateter é indispensável pra

prevenir infecções.

c) o gotejamento para a infusão de solução deve ser em torno de 60 a

125 ml/h, considerando as condições clínicas do paciente.

d) não é recomendado fazer a punção em locais com proeminências

ósseas.

e) Desde que não haja sinais flogísticos, a punção pode permanecer de

72 horas até de 4 a 7 dias e na presença destes fazer uso de calor

(bolsa térmica) para amenizar os sintomas. Caso haja sangramento,

1 2 3

4 5 6

Page 10: UM NOVO OLHAR SOBRE A HIPODERMÓCLISE-conhecimento e ... · 1 Revista de Medicina da Faculdade Atenas ISSN 2236-9686 v7, n1, 2019 UM NOVO OLHAR SOBRE A HIPODERMÓCLISE-conhecimento

10

Revista de Medicina da Faculdade Atenas ISSN 2236-9686 v7, n1, 2019

hiperemia ou hematoma, a punção deverá ser trocada (FERREIRA;

SANTOS, 2009).

MEDICAMENTOS MAIS UTILIZADOS VIA HIPODERMÓCLISE

Segundo D’Aquino e Souza (2012), os medicamentos que são comumente

administrados pela via subcutânea são aqueles cujo pH está próximo à neutralidade

e são hidrossolúveis como, por exemplo, a morfina, brometazida, ondrasetrona,

metadona, midalozan, prometazina, metrocloprsmida, fenobarbital, escopolamina,

dexametasona, clorpromazina, clonidina, ranitidina, garamicina, tramadol dentre

outros.

Grande parte das soluções isotônicas de uso endovenoso pode ser

administrada por via subcutânea, sendo mais utilizadas as isotônicas de sódio com e

sem glicose. Soluções eletrolíticas não vesicantes com ou sem lactato também

podem ser administradas. Já as soluções glicosadas de 5% a 10% não devem ser

utilizadas na hipodermóclise (TURNER, CASSANO 2004).

Thomas et al (2008), citaram que podem ser administrados também por

esta via, haloperidol, insulina, cloreto de potássio, aminofilina, hidrocortisona

penicilinas e extreptomicinas.

Embora escassos, já existem relatos sobre o uso de antimicrobianos

administrados por essa via, dentre eles estapenen, amicacina, gentamicina e

teicoplamina (AZEVEDO, 2012).

Existem também algumas soluções e medicamentos que não são

compatíveis com esta via como, por exemplo, diazepam, diclofenaco, eletrólitos não

diluídos e fenitoína (D’AQUINO; SOUZA, 2012)

ASPECTOS POSITIVOS E NEGATIVOS DA HIPODERMÓCLISE

INDICAÇÕES

A hipodermóclise está indicada nos casos onde a ingesta oral de

alimentos líquidos e medicamentos são prejudicados, onde há perda significativa de

líquidos relacionada a vômitos, diarreia e outros; onde há dificuldade em puncionar

Page 11: UM NOVO OLHAR SOBRE A HIPODERMÓCLISE-conhecimento e ... · 1 Revista de Medicina da Faculdade Atenas ISSN 2236-9686 v7, n1, 2019 UM NOVO OLHAR SOBRE A HIPODERMÓCLISE-conhecimento

11

Revista de Medicina da Faculdade Atenas ISSN 2236-9686 v7, n1, 2019

ou até mesmo de se manter um acesso venoso periférico pérvio, pois existem

pacientes com veias debilitadas e frágeis, ou até mesmo colapsadas e finas que se

rompem facilmente. Está indicada também nos casos onde o paciente se encontra

no estado de sonolência, confusão e hipertermia. Indicada para hidratação em longo

prazo. Há também a possibilidade de ser realizada naqueles que não necessitem de

estar hospitalizado, porem necessitam de cuidados no domicilio (OLIVEIRA 2008;

INCA 2009; SASSON 2001).

CONTRA INDICAÇÕES

Assim como a hipodermóclise tem suas indicações, possuem também

algumas contraindicações que são necessárias ser ressaltadas como, por exemplo,

não pode ser aplicada em pacientes trombocitopênicos ou com problemas de

coagulação sanguínea; com distúrbios severos de eletrólitos; edemas, anasarca, e

risco de congestão pulmonar e em casos de todos os tipos de choques onde há

necessidade de infusão rápida (OLIVEIRA 2008; INCA 2009; SASSON 2001).

VANTAGENS

A hipodermóclise tem como uma das maiores vantagens o seu baixo

custo, sendo uma técnica simples segura e eficaz, de fácil administração, podendo

ser realizada em domicílio, por um membro da equipe de enfermagem ou por um

cuidador de saúde treinado. Também exige menos tempo de supervisão técnica de

um enfermeiro, além possibilitar a alta precoce do paciente de um ambiente

hospitalar, favorece a funcionalidade do paciente por ser quase indolor. Oferece

mínimo desconforto de posicionamento e risco de complicação local ou sistêmica,

além de menor risco de sobrecarga cardíaca por infusão rápida (OLIVEIRA 2008;

INCA 2009; SASSON 2001).

DESVANTAGENS

A Hipodermóclise não é via de escolha para infusão de grandes volumes

ou infusão rápida, tendo uma capacidade máxima em cada sitio de punção. Algumas

Page 12: UM NOVO OLHAR SOBRE A HIPODERMÓCLISE-conhecimento e ... · 1 Revista de Medicina da Faculdade Atenas ISSN 2236-9686 v7, n1, 2019 UM NOVO OLHAR SOBRE A HIPODERMÓCLISE-conhecimento

12

Revista de Medicina da Faculdade Atenas ISSN 2236-9686 v7, n1, 2019

medicações que são contraindicadas como, por exemplo, diazepam e diclofenaco e

há associações medicamentosas que não são convenientes como exemplo a

Metadona com a morfina, exigindo avaliação criteriosa. Sua absorção também pode

variar de acordo com a perfusão e vascularização de cada paciente (OLIVEIRA

2008; INCA 2009; SASSON 2001).

ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO FRENTE À HIPODERMÓCLISE

A enfermagem tem um papel fundamental na terapêutica de um paciente.

O enfermeiro é responsável pela administração de medicamentos, o que exige o

conhecimento sobre anatomia, fisiologia, microbiologia e bioquímica para que tal

procedimento seja realizado de maneira segura e eficaz. É necessário saber

também a ação medicamentosa que se espera de uma determinada medicação bem

como as possíveis interações com outros medicamentos e possíveis reações

adversas e erros, como os de administração incorreta (FILHO; CASSIANI, 2009).

A hipodermóclise pode ser realizada pelo enfermeiro ou por um membro

da sua equipe e até mesmo um cuidador em domicílio desde que receba um

treinamento para tal procedimento (MCCAFFERY; PASSERO, 2000)

O parecer tecnico nº 06/2015 do Conselho Regional de Enfermagem do

Sergipe descreve:

a) a hipodermóclise pode ser executada pelos membros da Equipe de Enfermagem (Auxiliares, Técnicos de Enfermagem e Enfermeiros) observando-se o seguimento de criterios cientificos de aplicabilidade e de condutas sistematizadas e previstas em Manual de Protocolos da Instituição;

b) a prática da hipodermóclise pelo auxiliar e Técnico de Enfermagem somente poderá ser Realizada mediante supervisão direta do Enfermeiro;

c) inexistem impedimentos à aplicação da hipodermóclise nos serviços de saúde desde que as condutas sejam instucionalizadas, os profissionais de Enfermagem possuam treinamento adequado e se sintam aptos para sua operacionalização;

d) a administração de medicamentos por via diferente da oral nao é de competencia do cuidador por exigir conhecimentos cientificos especificos, configurando-se atribuição de Enfermagem.

Cabe ao enfermeiro ter conhecimentos específicos sobre a

hipodermóclise considerando que ele é o responsável pela realização ou supervisão

da técnica, da manutenção e permeabilidade do acesso, a fim de comparar os

resultados obtidos no tratamento, se este foi eficaz ou nao, e avaliar as condições

Page 13: UM NOVO OLHAR SOBRE A HIPODERMÓCLISE-conhecimento e ... · 1 Revista de Medicina da Faculdade Atenas ISSN 2236-9686 v7, n1, 2019 UM NOVO OLHAR SOBRE A HIPODERMÓCLISE-conhecimento

13

Revista de Medicina da Faculdade Atenas ISSN 2236-9686 v7, n1, 2019

clínicas do paciente, verificando se há possibilidades de continuidade ou se outras

intervenções terapêuticas serão necessárias (TAKAKI; KLEIN, 2010).

A terapia subcutânea é pouco conhecida no meio acadêmico e também

entre os profissionais já graduados, sendo necessária a discussão sobre o tema ou

até mesmo a criação de uma normalização ou um programa que viabilize a

utilização desta via de administração para mendicamentos, realizando treinamentos

e educação continuada dos profissionais, além de orientações e cuidados que sejam

necessários aos pacientes e familiares (PEREIRA, 2008).

Para Oliveira (2008), o desconhecimento sobre o assunto se dá devido à

falta de discussão sobre o tema nas escolas e faculdades, locais onde deveríamos

ter o primeiro contato.

Takaki; Klein (2010) realizaram um estudo descritivo e exploratório

através da aplicação de um questionario em uma instituiçao hospitalar privada na

cidade de São Paulo com 07 enfermeiros atuantes em unidade de internação na

assistência direta ao paciente. Esse estudo mostrou que a maioria dos enfermeiros

desconhece sobre a hipodérmoclise, visto que neste estudo, apenas 02 enfermeiros

tiveram conhecimento sobre a técnica, o restante (05 participantes) nunca ouviu falar

ou tevve contato com a mesma. Todos os participantes informaram não receber

nenhuma informação sobre tal por parte da instituição. Os autores sugeriram que

este tema seja mais abordado nos cursos de graduação, sendo necessário discutir

seus benefícios, indicações e possíveis reações adversas, enfatizando a atuação do

enfermeiro frente a essa técnica, visto que o seu papel é de suma importância na

assistência e supervisão do processo terapêutico do paciente.

Para Oliveira (2008) no Brasil são notórias a carência de estudos,

utilização eficaz e divulgação da hipodermoclise, o que exige pesquisas para melhor

consolidação do assunto. Deve-se considerar a falta de conhecimentos por parte

dos profissionais de saúde, sendo médicos, enfermeiros e farmacêuticos, o que

provavelmente está relacionado com a falta de informação e discussão do tema

desde a formação acadêmica, tornando necessária a inserção do conteúdo nas

grades acadêmicas.

Page 14: UM NOVO OLHAR SOBRE A HIPODERMÓCLISE-conhecimento e ... · 1 Revista de Medicina da Faculdade Atenas ISSN 2236-9686 v7, n1, 2019 UM NOVO OLHAR SOBRE A HIPODERMÓCLISE-conhecimento

14

Revista de Medicina da Faculdade Atenas ISSN 2236-9686 v7, n1, 2019

O CONHECIMENTO DOS PROFISSIONAIS E ACADÊMICOS DE ENFERMAGEM

SOBRE A HIPODERMÓCLISE EM PARACATU

Quinze pessoas, incluindo acadêmicos de enfermagem do Centro

Universitário Atenas e funcionários do Hospital municipal de Paracatu, participaram

do estudo, respondendo ao questionário que consta no Anexo A. Dentre os

participantes, 14 pessoas (93,7%) era do sexo feminino e 01(6,6%) do sexo

masculino, com idade média de 31 anos.

Com relação às ocupações dos participantes, conforme ilustrado no

Gráfico 1, 04 pessoas (27%) eram acadêmicos de enfermagem cursando o 10°

período e se encontravam em estágio hospitalar; 11 pessoas (73%) já são

graduadas, sendo que 07 pessoas (46,5%) trabalham em ambiente hospitalar e 04

pessoas (26,5%) trabalham em UBS (Unidade Básica de Saúde).

Os anos de graduação dos participantes variaram de 2001 a 2017. Os 04

acadêmicos (27%) entrevistados concluirão o curso em dezembro do ano corrente.

Gráfico 1 – Ocupação dos entrevistados

Fonte: elaborado pelo próprio autor

Dentre os 07 entrevistados que trabalham em ambiente hospitalar, 01

pessoa (14,28%) na coordenação administrativa; 01(14,28%) em supervisão de

07

04 04

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

en

tre

vist

ado

s %

ocupação

Profissionais de ambienteHospitalar 46%

Profissionais de UnidadesBásicas de Saúde 27%

Acadêmicos 27%

Page 15: UM NOVO OLHAR SOBRE A HIPODERMÓCLISE-conhecimento e ... · 1 Revista de Medicina da Faculdade Atenas ISSN 2236-9686 v7, n1, 2019 UM NOVO OLHAR SOBRE A HIPODERMÓCLISE-conhecimento

15

Revista de Medicina da Faculdade Atenas ISSN 2236-9686 v7, n1, 2019

estágio; 01 pessoa (14,28%) na classificação de risco; 04 pessoas (57,16%) como

plantonista.

Com relação aos 04 entrevistados que trabalham em UBS, 01 pessoa

(25%) trabalha como supervisora de estágio; outra (25%) como coordenada da

atenção básica da cidade de Guarda Mor e 02 pessoas (50%) como enfermeiras da

saúde da família.

Como ilustrado no Gráfico 2, dos 15 entrevistados , 07 pessoas (47%)

não sabem nenhuma informação sobre o assunto, enquanto 08 pessoas (53%)

obtiveram algum conhecimento sobre a hipodermóclise.

Gráfico 2 - Conhecimento sobre a hipodermóclise

Fonte: Elaborado pelo autor

Dentre os que declararam conhecimento sobre a hipodermóclise, 08

entrevistados: 02 pessoas (25%) obtiveram o conhecimento durante a faculdade; 01

pessoa (12,5%) foi através de terceiros; 01 pessoa (12,5%) através de outro

profissional de outra área (veterinário); 01 pessoa (12,5%) através de explicação

verbal através de uma médica; 01 pessoa (12,5%) através de sua pós-graduação

em oncologia e 02 pessoas (25%) obteve conhecimento através da internet e por

artigos científicos. Esses resultados encontram-se ilustrados no Gráfico 3.

7 8

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

en

tre

vist

ado

s (%

)

conhecimento

não possuem conhecimento 47% possuem conhecimento 53 %

Page 16: UM NOVO OLHAR SOBRE A HIPODERMÓCLISE-conhecimento e ... · 1 Revista de Medicina da Faculdade Atenas ISSN 2236-9686 v7, n1, 2019 UM NOVO OLHAR SOBRE A HIPODERMÓCLISE-conhecimento

16

Revista de Medicina da Faculdade Atenas ISSN 2236-9686 v7, n1, 2019

Gráfico 3 – Via de aquisição do conhecimento sobre a hipodermóclise

Fonte: Elaborado pelo autor

Com relação à opinião sobre o grau de conhecimento a respeito da

hipodermóclise, 10 pessoas (66,7%) relataram que o grau de conhecimento é

escasso; 04 pessoas (26,7%) não souberam responder; 01 pessoa (6,6%) não

respondeu. Esses resultados encontram-se ilustrados no Gráfico 4.

Gráfico 4 – Opinião dos entrevistados sobre o grau de conhecimento a respeito da

hipodermóclise

Fonte: Elaborado pelo autor

2

1 1 1 1

2

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

en

tre

vist

ado

s (%

)

vias de aquisiçao

Durante a faculdade 25%

Através de terceiros 12,5%

Profissionais de outra área12,5%

Explicação verbal médica12,5%

Pós graduação 12,5%

Internet e artigos científicos25%

10

4

1

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

ESCASSO 66,7% NÃO SOUBERAM RESPONDER 26,7%

NÃO RESPONDERAM 6,6%

en

tre

vist

ado

s (%

)

opinião

Page 17: UM NOVO OLHAR SOBRE A HIPODERMÓCLISE-conhecimento e ... · 1 Revista de Medicina da Faculdade Atenas ISSN 2236-9686 v7, n1, 2019 UM NOVO OLHAR SOBRE A HIPODERMÓCLISE-conhecimento

17

Revista de Medicina da Faculdade Atenas ISSN 2236-9686 v7, n1, 2019

Como é possível observar no Gráfico 5, todos os entrevistados, 10

pessoas (66,7%) além de apontarem escassez de informaçao, relataram que falta

divulgação, treinamentos e palestras sobre o assunto; 03 pessoas (20%) não

souberam responder e 02 pessoas (13,3%) não responderam.

Gráfico 5 – Motivos do desconhecimento sobre a hipodermóclise

Fonte: Elaborado pelo autor

Em acordo com outros estudos apontaram (TAKAKI, KLEIN 2010;

OLIVEIRA 2008), é possível concluir que há uma grande deficiência no grau de

conhecimento tantos dos Enfermeiros quanto dos acadêmicos de enfermagem, e

que seria necessária uma melhor divulgação e implantação do conteúdo nas

faculdades e instituições de saúde com treinamentos, capacitações e

aperfeiçoamentos para os profissionais para melhor aceitação e aplicabilidade da

mesma, expondo suas indicações, vantagens, desvantagens e até mesmo as

possíveis complicações e reações adversas. Assim, sendo mais amplamente

conhecida, a hipodermóclise configurará uma via alternativa de administração de

medicamentos e fluidos, não somente na ala de cuidados paliativos, mas onde

houver necessidade e indicação de uso da mesma.

10

03 02

falta divulgação,palestras e treinamentos

66,7%

não souberam responder20%

não responderam 13,3%

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

opinião

en

tre

vist

ado

s (%

)

Page 18: UM NOVO OLHAR SOBRE A HIPODERMÓCLISE-conhecimento e ... · 1 Revista de Medicina da Faculdade Atenas ISSN 2236-9686 v7, n1, 2019 UM NOVO OLHAR SOBRE A HIPODERMÓCLISE-conhecimento

18

Revista de Medicina da Faculdade Atenas ISSN 2236-9686 v7, n1, 2019

CONCLUSÃO

A hipodermóclise quando comparada a outras vias de administração de

fluidos e fármacos, se torna uma via alternativa simples, de baixo custo, de fácil

instalaçao no paciente, de boa disponibilidade de materiais e mão de obra, e é

considerada com poucas contra indicações e reações adversas, sendo muito

utilizada em pacientes oncológicos diante dos cuidados paliativos prestados.

Uma de suas principais indicações é a possibilidade de permanência do

paciente em seu próprio domicílio, mesmo necessitando de alguns cuidados,

evitando assim hospitalizações desnecessárias e prolongadas, diminuindo o risco de

infecções e doenças oportunistas, trazendo assim um conforto e aconchego familiar

cada vez mais próximo do paciente.

A enfermagem atua na assistencia direta ao paciente, desempenhando

um papel fundamental na sua aplicação e suporte, devendo sempre aprimorar seus

conhecimentos, para prestar um atendimento efetivo e de qualidade.

Visto que a hipodermóclise mesmo sendo uma técnica antiga, com início

em meados dos anos 80, nos dias atuais ainda é pouco conhecida no meio

profissional e acadêmico de enfermagem. Fica claro que é necessário fornecer mais

informação sobre a técnica, por meio da educação continuada daqueles que já

exercem a profissão e para aqueles que ainda são graduandos, seria ideal que o

assunto fosse abordado de maneira a adquirir o conhecimento e um primeiro contato

com a técnica, despertando assim o interesse em aprimorar cada dia mais sua base

de dados.

REFERÊNCIAS

ARAÚJO, Camila Pinheiro et al. Hipodermóclise: uma proposta de protocolo de segurança do paciente em uso de infusão subcutânea. 2017. AZEVEDO, D. L.O uso da via Subcutanea em geriatra e Cuidados Paliativos Rio de Janeiro-Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia 2016. AZEVEDO, Eliete Farias et al. Administração de antibióticos por via subcutânea: uma revisão integrativa da literatura. Acta Paulista de Enfermagem, v. 25, n. 5, p. 817-822, 2012

Page 19: UM NOVO OLHAR SOBRE A HIPODERMÓCLISE-conhecimento e ... · 1 Revista de Medicina da Faculdade Atenas ISSN 2236-9686 v7, n1, 2019 UM NOVO OLHAR SOBRE A HIPODERMÓCLISE-conhecimento

19

Revista de Medicina da Faculdade Atenas ISSN 2236-9686 v7, n1, 2019

BATISTELA, M.A.; CHORILLI, M.; LEONARDI, G.R. Abordagens no estudo do envelhecimento cutâneo em diferentes etnias. Rev. Bras. Farm., v.88, n.2, p.59-62, 2007. Conselho Regional de Enfermagem de São Paulo; PARECER COREN-SP 031/2014; PRCI Nº102.681/2013; ticket nº 295.806. Ementa: Punção e administração de fluidos na hipodermóclise. Conselho Regional de Enfermagem de Sergipe. PARECER TÉCNICO Nº 66/2015. Assunto: Analise de parecer quanto á Hipodermóclise, critérios para sua aplicabilidade, utilização nos serviços de saúde e sua pratica por parte da equipe de Enfermagem e cuidadores. D’AQUINO, Maria; DE SOUZA, Rogério Marques. Hipodermóclise ou via subcutânea. Revista Hospital Universitário Pedro Ernesto, v. 11, n. 2, 2012. FARIAS SOUZA KLEIN, Gilmara de, ISHIKAWA TAKAKI, Christiane Yumi; Hipodermóclise: o conhecimento do enfermeiro em unidade de internação. ConScientiae Saúde, v. 9, n. 3, 2010. FERREIRA, K. A.; SANTOS, A. C. Hipodermóclise e administração de medicamentos por via subcutânea: Uma técnica do passado com futuro. Prática Hosp, v. 6, n. 65, p. 109-14, 2009. GALUPPO BRUNO, Vanessa. Hipodermóclise: revisão de literatura para auxiliar a prática clínica. Einstein (16794508), v. 13, n. 1, 2015. GUIRRO, E; GUIRRO, R. Fisioterapia Dermato-Funcional: fundamentos, recursos e patologias. São Paulo: Manole, 2002. LIPSCHITZ S, Campbell AJ, Roberts MS, Wanwimolruk S, McQuenn EG, McQueen M, et al. Subcutaneous fluid administration in elderly subjects. J Am Geriatr Soc 1991;39:6-9 LÜLLMANN, Heinz et al. Color atlas of pharmacology. New York: Thieme, 2000 MCCAFFERY,M.;PASSERO,C. How to choose the best. Nurs 2000, dez; 30 (12):34-38 NOREÑA, Luis Fernando Enciso; RAMÍREZ, Diana Marcela Pareja. Hipodermoclises:Un tratamiento seguro, eficaz y de bajo costo para el manejo pacientes. Universidad Nacional de Colombia, 2009. OLIVEIRA, Reinaldo Ayer de. Cuidado paliativo. São Paulo: Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo, p. 51, 2008. PEREIRA I. Hipodermóclise. In: Cuidado paliativo. São Paulo: Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo; 2008. Parte 2 cap. 3, p. 259-272.

Page 20: UM NOVO OLHAR SOBRE A HIPODERMÓCLISE-conhecimento e ... · 1 Revista de Medicina da Faculdade Atenas ISSN 2236-9686 v7, n1, 2019 UM NOVO OLHAR SOBRE A HIPODERMÓCLISE-conhecimento

20

Revista de Medicina da Faculdade Atenas ISSN 2236-9686 v7, n1, 2019

PONTALTI, Gislene et al. Caracterização dos pacientes que utilizaram a hipodermóclise no núcleo de cuidados paliativos do Hospital de Clínicas de Porto Alegre. Clinical and biomedical research. Porto Alegre, 2015. SANT’ANNA, Paulo Afrânio; et al. A expressão de conflitos psíquicos em afecções dermatológicas: um estudo de caso de uma paciente com vitiligo atendida com o jogo de areia. Psicologia teoria e prática, São Paulo, v.5, n.1, p.81-96, 2003. SASSON, Menahem; SHVARTZMAN, Pesach. Hypodermoclysis: an alternative infusion technique. Am Fam Physician, v. 64, n. 9, p. 1575-1578, 2001 TELLES FILHO, Paulo Celso Prado; DE BORTOLI CASSIANI, Silvia Helena. Administração de medicamentos: aquisição de conhecimentos e habilidades requeridas por um grupo de enfermeiros. Revista Latino-Americana de Enfermagem, v. 12, n. 3, p. 533-540, 2004. TURNER, Tari; CASSANO, Anne-Marie. Subcutaneous dextrose for rehydration of elderly patients–an evidence-based review. BMC geriatrics, v. 4, n. 1, p. 2, 2004.

Page 21: UM NOVO OLHAR SOBRE A HIPODERMÓCLISE-conhecimento e ... · 1 Revista de Medicina da Faculdade Atenas ISSN 2236-9686 v7, n1, 2019 UM NOVO OLHAR SOBRE A HIPODERMÓCLISE-conhecimento

21

Revista de Medicina da Faculdade Atenas ISSN 2236-9686 v7, n1, 2019

ANEXO: Questionário para avaliar o conhecimento a respeito da Hipodermóclise.

1. Qual cargo e área de atuação você exerce na área de Enfermagem?

2. O que você tem como conhecimento e bagagem sobre a

Hipodermóclise?

3. Como adquiriu tal conhecimento?

4. Qual a importância desta técnica, em sua opinião?

5. Qual o papel da enfermagem na execução desta técnica?

6. Em sua visão, como é o grau de conhecimento sobre tal técnica?

7. O que falta para que ela seja mais conhecida e aplicada?