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ADECA AGRONEGÓCIOS
2020
Vivenciamos um cenário mundial atualmente extremamente
conturbado, tensões entre EUA e Irã, Guerra comercial dos norte-
americanos com a China, e o novo corona-vírus foram alguns dos
assuntos mais discutidos nos últimos dias. Mesmo assim, as notícias
do cenário nacional conseguiram se mostrar bastante animadoras.
Após a alta das carnes no final do ano passado, a inflação atingiu um
de seus menores patamares. Além disso, a taxa Selic (Sistema
especial de Liquidação e Custódia) também quebrou recordes
ultimamente, atingindo seu menor valor já registrado.
Esses novos recordes alcançados por ambas as taxas
estiveram em pauta ultimamente. Mesmo estando na ponta da língua
do brasileiro, esse assunto ainda deixa muita gente bastante confusa.
Sendo assim, o Adeca Agronegócios decidiu fazer um resumão sobre o
assunto, explicando detalhadamente cada nó dessa história que nos
trouxe até o presente cenário, ajudando nossos leitores a não perderem
essa oportunidade única de ganhar dinheiro que vivenciamos nos dias
de hoje.
Primeiramente, para um melhor panorama sobre o assunto,
é indispensável a leitura de nosso conteúdo sobre os últimos 10 anos
da Selic, postado em junho de 2019.
O QUE É A SELIC?
A taxa Selic é a taxa básica de juros do país. Ela é
administrada pelo Banco Central (BC), sendo firmada pelo Comitê de
Um panorama completo da Selic
ADECA AGRONEGÓCIOS
2020
Política Monetária (COPOM), e, segundo o próprio BC (s.d), é a
principal taxa da política monetária brasileira, sendo utilizada para
controlar a inflação nacional. O infográfico a seguir representa muito
bem como é calculada a Selic, sua função, assim como sua relação
com o rendimento da poupança.
ADECA AGRONEGÓCIOS
2020
Figura 1: Infográfico Selic.
Fonte: infografia_selic – ArteDJOR.
A SELIC DEPOIS DE JUNHO DE 2019
Como já esperado pelo mercado financeiro, menos de um
mês após a postagem do conteúdo, a Copom reduziu a taxa de 6,5%
a.a. para 6% a.a., a menor taxa já registrada (até então) desde a
implantação do regime de metas da inflação, em 1999.
Alguns fatores levaram está queda, que na verdade vinha
progredindo desde o impeachment da ex-presidente Dilma, que
entregou o governo com a taxa em torno 14,25%. Em meados de 2017
foi estabelecido o teto de gastos do governo assim limitando
crescimento das despesas ao ritmo da inflação, fazendo que a
necessidade de venda de títulos reduzisse, assim permitindo a taxa de
juros baixa.
Reunião pós reunião, o COPOM foi calibrando o patamar da
taxa Selic, buscando o cumprimento da meta da inflação (figura 2). Na
última quarta-feira, ocorreu o anúncio de uma nova redução para 2020.
O valor foi de 4,5% para 4,25%, sendo essa a nova mínima histórica.
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2020
Figura 2: Evolução da taxa Selic.
Fonte: Adaptado - G1.
MAS O QUE PERMITIU SALTAR 14% PARA 4,25%?
Diversos fatores influenciaram essa queda. Além do já citado teto de
gastos governamentais, tivemos uma redução no ritmo econômico
perturbando de forma leve a inflação, a queda no risco-pais, indo de
quase 400 pontos para 100 pontos, além da recuperação da
credibilidade do Banco central, este sendo visto como autônomo
novamente e responsável efetivo no controle da inflação.
Mas mesmo diante de todos esses fatores, o principal a ser
mencionado para essa nova queda de 2020, segundo a CNA
(Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil), foi a redução dos
preços da carne no varejo, em torno de 4,03% em janeiro. Sem esta
queda, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) teria sido 50%
maior no mês passado, chegando a 0,31%.
ADECA AGRONEGÓCIOS
2020
O IBGE divulgou no dia 7 deste mês o resultado de janeiro
do IPCA, índice oficial de inflação do governo, que teve alta de 0,21%,
uma desaceleração em relação a dezembro, quando a inflação oficial
foi de 1,15%. Para que o governo abaixe deliberadamente a taxa Selic
como ocorreu recentemente é imprescindível que a taxa de inflação do
país esteja baixa, como observamos hoje em dia.
AFINAL, QUAL É A RELAÇÃO DA SELIC COM A INFLAÇÃO?
A Selic e a inflação possuem uma forte relação entre si.
Basicamente, a taxa básica de juros funciona como um freio para a
inflação no país. O crescimento das taxas ocorre de maneira inversa,
ou seja, a redução da Selic representa, na teoria, um aumento
generalizado dos preços no país (inflação). Contudo, a mera
observação dessas duas taxas não nos mostra, de fato, qual a relação
entre elas, deixando oculta toda uma história que torna essa conexão
possível.
Primeiramente, é importante ressaltar que essa
representação é referente a uma teoria econômica, que trata dos
fatores de maneira singular, ou seja, mantendo todos os outros fatores
que possam influenciar essas taxas constantes (o chamado ceteris
paribus). Para explicar a relação entre as taxas serão analisados dois
cenários: um onde a taxa de juros sofre um aumento, e um segundo
onde essa taxa sofre redução (cenário que vivenciamos hoje em dia).
O caso Dilma: aumento da taxa de juros
Levando em consideração um cenário de alta na taxa Selic,
assim como pudemos observar de 2013 até o meio de 2015, espera-se
que todas as outras taxas de juros existentes no mercado
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2020
também sofram um aumento, restringindo o crédito às empresas e
famílias brasileiras. Essa restrição é observada no momento de se
conseguir um financiamento, por exemplo. Nesse cenário, as taxas de
juros para financiamentos não estariam atrativas, desencorajando a
aquisição de financiamentos.
Além disso, essa alta taxa se tornaria uma forma de
incentivo às aplicações de renda fixa, resultado de uma maior
atratividade dos rendimentos dessas aplicações. O tesouro direto, por
exemplo, se mostraria um investimento bastante rentável neste cenário.
A poupança também seria beneficiada com esse aumento, rendendo
valores bastante relevantes. Com isso, o governo brasileiro conseguiria
captar uma grande quantia de capital.
Sendo assim, teoricamente haveria um desaquecimento do
consumo, uma vez que as famílias estariam optando por guardar seu
dinheiro (aproveitando as altas rentabilidades da poupança ou de
outras rendas fixas, por exemplo), ao invés de gastá-lo no mercado.
Esse desaquecimento, por sua vez, traria uma redução na produção
das empresas, tomando como base a lei de oferta e demanda do
mercado, onde o baixo consumo das famílias faria com que a oferta
dessas empresas também diminuísse.
Com o consumo em baixa, como dito antes, a oferta
também teria de ser reduzida. Assim, com uma oferta menor de
produtos, as empresas teriam de empregar menos funcionários para
produzir o necessário para sanar as necessidades do mercado.
Portanto, essa baixa de consumo acarretaria uma menor
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empregabilidade da população. Essa baixa empregabilidade, por sua
vez, reduziria ainda mais a renda das famílias, reduzindo novamente o
consumo, gerando um efeito bola de neve.
Sendo assim, esse cenário resultaria numa diminuição
do Produto Interno Bruto do país. Menor consumo, menor geração de
renda, diminuição do PIB. Contudo, essa diminuição do consumo
também acarreta um controle da inflação, uma vez que, novamente
utilizando da teoria de oferta e demanda no mercado, haveria um
excesso de oferta, causando uma redução nos preços para que esses
produtos em demasiado sejam comercializados. A figura 1 a seguir
busca representar toda essa linha de acontecimentos de maneira mais
visual:
Figura 1: Cenário de alta taxa de juros.
Fonte: Elaborado pelos autores.
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2020
O cenário atual: baixa taxa de juros
O cenário que vivenciamos hoje representa exatamente o
inverso do que vimos entre 2013 e 1015. A redução da taxa Selic
representa a redução de todas as outras taxas de juros, resultando
em um crédito mais barato e acessível a famílias e empresas. Além
disso, investimentos de renda fixa, diferentemente do cenário anterior,
se mostram inviáveis. Deixar o dinheiro na poupança, neste caso, seria
perder dinheiro, uma vez que seu rendimento não cobre nem mesmo a
inflação.
Com isso, as famílias estariam encorajadas a consumir
mais, uma vez que guardar o dinheiro não é mais uma opção rentável.
Aqui é importante ressaltar que esse consumo pode não representar,
de fato, o consumo de bens ou produtos dentro da economia. O ato de
você investir seu dinheiro em empresas de capital aberto, ou até buscar
abrir seu próprio negócio, representam esse aumento de consumo de
que estamos falando. Lembrando que neste cenário a obtenção de
crédito está bem facilitada, os juros são baixos, tornando os
financiamentos bastante rentáveis. Portanto, a questão de consumo
não representa apenas o consumo de fato, mas sim a necessidade que
as famílias acabam tendo de se movimentar para compensar as perdas
que começaram a ocorrer sobre o dinheiro guardado na poupança ou
outros fundos de renda fixa.
O aumento desse consumo, portanto, necessitaria ser
acompanhado por um aumento na produção das empresas, já que mais
pessoas estariam consumindo (ou investindo dinheiro nessas
empresas). Esse fato geraria um aumento da empregabilidade. Uma
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maior demanda necessita de maior oferta, tendo essas empresas de
produzir mais, necessitando de mais funcionários para isso.
Maior empregabilidade representa um aumento de renda
para as famílias, resultando em um novo incentivo ao consumo. Esse
ciclo, ao contrário do cenário anterior, resultaria em crescimento
econômico e aumento do PIB. Porém, assim como visto anteriormente,
a alta demanda de consumo resultaria também em um aumento da
inflação. A figura 2 a seguir representa toda essa linha de raciocínio de
forma esquematizada:
Figura 2: Cenário de baixa taxa de juros.
Fonte: Elaborado pelos autores.
Vale ressaltar que, assim como dito anteriormente, essa é uma teoria
econômica, e representa como funcionaria o cenário econômico sem
levar em conta quaisquer outros fatores influenciadores. Sendo assim,
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é muito difícil dizer que uma política monetária (aumentar ou diminuir a
Selic) é preferível à outra. Mesmo parecendo um cenário muito mais
favorável, a diminuição da Selic só é de fato vantajosa em um ambiente
onde a inflação está controlada.
Sendo assim, é compreensível a escalada na taxa de juros
durante o governo Dilma, uma vez que, na época, o Brasil sofria com
uma alta taxa de inflação. Seguindo a mesma linha de raciocínio, faz
bastante sentido essa redução na taxa feita pela equipe econômica de
Bolsonaro nos dias de hoje. Como ressaltado anteriormente, dentre
outros fatores, a baixa taxa inflacionária do Brasil atual foi fundamental
para que isso fosse possível.
Além disso, também é importante considerar que o
ambiente econômico do país não está inteiramente relacionado ao
governo vigente ou à sua política monetária, mas também ao cenário
externo e até ao próprio mercado. São inúmeros os fatores que
contribuem para um alto ou baixo nível de inflação.
Contudo, é comum que governos com ideologias que tendem ao
liberalismo econômico encontrem um cenário menos inóspito para o
desenvolvimento desse tipo de política monetária. Isso se dá pela
reação do mercado para com o cenário interno.
Governos voltados ao liberalismo econômicos trazem
vantagens às grandes empresas, portanto são vistos com bons olhos
pelo mercado, resultando em melhores variáveis que influenciam
índices como a inflação, por exemplo. Contudo, essa é apenas uma
visão simplificada e bastante superficial do assunto, o qual requer uma
abordagem muito mais aprofundada, o que não cabe no presente texto.
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2020
MAS O QUE EU TENHO A VER COM A SELIC?
É bem simples entender essa relação. Como dito
anteriormente, ela é a taxa básica de juros. A taxa SELIC, além de
servir de parâmetro para diversas taxas da economia, também tem sua
oscilação ligada ao nosso dia-a-dia. Baseando-se em tudo que foi
levantado acima sobre a taxa de juros e sua relação com a inflação,
podemos observar que a Selic influencia diversos fatores do nosso
cotidiano.
Juros baixos é igual a real fraco. Real fraco, melhora a
capacidade exportadora assim gerando mais empregos, reduz a
capacidade importadora evitando assim a redução de vagas.
Segundo o blog XPI (2020), a poupança, que já não tinha
boa rentabilidade antes, agora então está menos rentável ainda. Por
render somente 70% da Selic de acordo com as regras atuais, a
poupança está rendendo hoje um valor muito próximo a zero. Assim,
quem estiver hoje com dinheiro guardado na poupança está
praticamente perdendo dinheiro! Para este cenário, a melhor opção é
investir. Seja em uma empresa de capital aberto (como ocorre em
investimentos na bolsa de valores), ou buscando abrir um negócio
próprio, o importante é não deixar que esse dinheiro parado se torne o
cano furado de suas finanças.
Esse é o momento ideal para quem busca empreender.
Segundo G1 (2020), esse será o último movimento de corte, sendo que
em 2021 estão previstos aumentos na Selic. Logo, se o pensamento é
tentar crédito, a melhor hora é agora. É nesse momento que se mostra
importante, também, o plano de negócios. Investir em uma ideia sem se
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planejar para isso é extremamente arriscado, neste caso seria até
melhor manter o dinheiro parado na poupança, uma vez que assim
mesmo perdendo dinheiro, essa perda seria controlada.
Para abrir um novo negócio não basta a boa ideia, mas
também é preciso saber como será a execução dessa ideia, ou seja,
deve-se planejar antes de tirar a ideia do papel, buscando saber de
antemão como será o início desse investimento, qual será o caminho a
ser seguido, e onde muito provavelmente esse negócio irá chegar.
É nesse momento que entra o trabalho do Adeca
Agronegócios. Nós possuímos todo o Know How para transformar sua
boa ideia em um bom negócio, auxiliando o empreendedor com todo o
planejamento necessário para tirar a ideia do papel sem que haja o
risco da incerteza, já que buscaremos levantar todos os fatores que
possam influenciar no negócio.
O Adeca Agronegócios, mais do que nunca, se mostra a
sua melhor ferramenta para ganhar dinheiro de maneira segura em um
cenário onde não se pode deixar dinheiro parado.
Beatriz Santos e
Agentes de projetos
(19) 3429-8855
Caio Rosateli,
Vitor Lima
[email protected] @adecaagronegocios /adeca.agronegocios (19) 3429-8855
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2020
BLOG XPI. Queda da Selic em 4,25% . Onde investir com a Selic em
queda? 2020. Disponível em: <https://blog.xpi.com.br/onde-investir-
com-a-selic-em-queda/> Acesso em: 09 fev. 2020.
CNA. Queda do preço das carnes leva ao menor IPCA de janeiro
desde 1999. 2020. Disponível em:
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leva-ao-menor-ipca-de-janeiro-desde-1999> Acesso em: 09 fev. 2020.
SOUSA, Y. Copom reduz taxa básica de juros de 6,5% para 6% ao
ano. 2019. Disponível em:
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basica-de-juros-de-65percent-para-6percent-menor-percentual-dos-
ultimos-33-anos.ghtml> Acesso em: 09 fev. 2020.
MELO, L. ; GERBELLI G. L. ; SALATI P. Próximo movimento do
Copom será de alta dos juros, mas apenas em 2021, dizem
analistas. 2020. Disponível em:
<https://g1.globo.com/economia/noticia/2020/02/05/proximo-
movimento-do-copom-sera-de-alta-dos-juros-mas-apenas-em-2021-
dizem-analistas.ghtml> Acesso em: 09 fev. 2020.
G1. Copom reduz taxa básica de juros de 4,5% para 4,25% ao ano.
2020. Disponível em:
<https://g1.globo.com/google/amp/economia/noticia/2020/02/05/copom-
reduz-taxa-basica-de-juros-de-45percent-para-425percent-ao-
ano.ghtml> Acesso em: 09 fev. 2020.
[email protected] @adecaagronegocios /adeca.agronegocios (19) 3429-8855
Referências bibliográficas