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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES- UCAM
AVM FACULDADE INTEGRADA
CURSO DE PÓS- GRADUAÇÃO LATO SENSU DE GESTÃO EM
SAÚDE
UM PANORAMA DA ACESSIBILIDADE DE
MEDICAMENTOS NO ÂMBITO DO SUS.
NYVEA DE LIMA SANTIAGO
Prof. Orientadora: Fabiane Muniz
Prof. Co-orientadora: Giselle Böger Brand
RIO DE JANEIRO
2016
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES- UCAM
AVM FACULDADE INTEGRADA
CURSO DE PÓS- GRADUAÇÃO LATO SENSU DE GESTÃO EM
SAÚDE
UM PANORAMA DA ACESSIBILIDADE DE
MEDICAMENTOS NO ÂMBITO DO SUS.
NYVEA DE LIMA SANTIAGO
Monografia apresentada à AVM
Faculdade Integrada como
requisito parcial para a obtenção
do grau de especialista de
Gestão em Saúde
Prof. Orientadora: Fabiane Muniz
Prof. Co-orientadora: Giselle Böger Brand
RIO DE JANEIRO
2016
AGRADECIMENTOS
Agradeço a todos que de certa forma me apoiaram
na construção desse trabalho. Agradeço a Deus por
me manter de pé e a minha família por estar sempre
ao meu lado.
RESUMO
Este trabalho busca compreender como ocorre o acesso de medicamentos no Sistema Único de Saúde do Brasil. Desde a sua implantação na constituição de 1988 e com os seus princípios de universalidade e equidade, o SUS se propõe a grandes avanços inclusive da Assistência Farmacêutica no processo de promoção da saúde.
Entender como o SUS se estrutura e organiza quanto à gestão, o planejamento e o financiamento, para analisar como são arrecadados os recursos públicos destinados à saúde e de que maneira esses recursos são direcionados para atender as demandas da população. Além, do levantamento das principais ações que promoveram a expansão do acesso a medicamentos como a Política Nacional de Medicamentos e a reorientação da Assistência Farmacêutica dividida em três componentes de financiamento. E os fatores que influenciam no processo de acessibilidade aos medicamentos desde a aquisição de insumos farmacêuticos dos interesses envolvidos na produção de medicamentos por parte das indústrias farmacêuticas, a intervenção por meio da “quebra de patente” no processo de abastecimento de medicamentos no SUS e como o aumento da demanda de ações judiciais interfere no sistema financeiro do SUS.
Assim, devemos considerar que os recursos públicos são limitados e que há crescente demanda por medicamentos, torna-se fundamental entender a influência deste produto de saúde na gestão do setor público.
Palavras-chave: Acesso a medicamento, Assistência Farmacêutica e Saúde
pública.
METODOLOGIA
1.1 Classificação da Pesquisa
Com uma abordagem metodológica qualitativa, pois visa compreender o
objetivo proposto. Esta pesquisa é de natureza aplicada, pois rege o
conhecimento aplicado a solução de um problema específico.
Do ponto de vista dos procedimentos técnicos, a pesquisa é
bibliográfica, pois investiga o problema a partir do referencial teórico existente
nas fontes de pesquisa, sobre tudo do que já foi escrito sobre o tema. E o outro
processo é a Pesquisa documental que estuda documentos com o fim de
descrever e comparar tendências, usos e costumes, que requer coleta de
dados de variadas fontes, que se desenvolve por meio de documentação.
Neste caso serão utilizados os sites do governo como portal saúde do
ministério da saúde, IBGE, CONASS, OMS, OPAS, leis e regulamentos.
1.2 Planejamento da Pesquisa
Utilizamos bibliotecas virtuais para a busca de artigos científicos por
meio das bases de dados SciELO, LILACS e Portal Regional da BVS, além, de
livros e principalmente das leis que tratam da saúde publica como no artigo 198
da Constituição Federal do Brasil de 1988 que trata da criação do Sistema
Único de Saúde- SUS, a Lei Orgânica da Saúde nº 8080 de 1990 e a Lei nº
8142 de 1990. Além de Portarias, Decretos e artigos de alguns autores como
Vieira, F.S.; Portela, A.S. e Resende, K.S. que tratam dos assuntos de saúde
pública, gestão em saúde e acesso a medicamentos.
Após a busca desse material, a etapa seguinte foi a triagem,
selecionando aquilo que seria analisado, para então realizar a fundamentação
teórica necessária para esta pesquisa. Assim, neste trabalho serão
considerados os dados públicos como principal fonte de análise, e que mesmo
tendo um levantamento abrangente, pode ocorrer a presença de dado não
completo, defasado ou mesmo escasso.
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ABS- Atenção Básica de Saúde
Anvisa- Agência Nacional de Vigilância Sanitária
CEAF- Componente especializado da assistência farmacêutica
CFF- Conselho Federal de Farmácia
DST- Doença sexualmente transmissível
EC- Emenda Constitucional
ESF- Estratégia da Saúde da Família
FDA- Food and drugs administration
IBGE- Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
LDO- Lei de Diretrizes Orçamentarias
LOA- Lei Orçamentaria Anual
OMS- Organização Mundial da Saúde
PAFAB- Programa Assistência Farmacêutica na Atenção Básica
PCDT- Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas
PIB- Produto Interno Bruto
PNM- Politica Nacional de Medicamentos
PPA- Plano PluriAnual
PSF- Programa de Saúde da Família
RDC- Resolução da Diretoria Colegiada
Rename- Relação Nacional de Medicamentos
SUS- Sistema Único de Saúde
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 10
CAPÍTULO I
A ORGANIZAÇÃO DO SUS 13
1.1. A Saúde publica no Brasil a partir da constituição de 1988 14
1.2. A gestão no SUS 16
1.3. O Planejamento no SUS 18
1.4. O financiamento do SUS 20
CAPÍTULO II
O ACESSO AOS MEDICAMENTOS 23
2.1. A Política Nacional de Medicamentos 24
2.2. A Assistência Farmacêutica 25
2.2.1. O Componente de Medicamentos da Atenção Básica 26
2.2.2. Os Medicamentos do Componente Estratégico da
Assistência Farmacêutica 27
2.2.3. Os Medicamentos do Componente de
Dispensação Especializado 28
2.3. O Programa Farmácia Popular 29
CAPÍTULO III
DESAFIOS QUE INFLUENCIAM NA ACESSIBILIDADE DE
MEDICAMENTOS NO SUS 31
3.1. Problemas na aquisição de medicamentos 32
3.1.1. Desabastecimento de medicamentos 33
3.1.2. O Licenciamento compulsório- “Quebra de patente” 34
3.2. A Judicialização da saúde 37
CONCLUSÃO 40
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 42
WEBGRAFIAS 45
ÍNDICE 46
INTRODUÇÃO
Este estudo tem como tema o acesso de medicamentos no SUS, onde
buscam compreender quais são os fatores que influenciam nas ações de saúde
que demandam o uso de medicamentos para a assistência integral à saúde no
SUS. Devido à importância que os medicamentos possuem em qualquer
tratamento médico e dimensionar o seu impacto torna-se fundamental, na
proporção em que as políticas públicas definidas na constituição de 1988,
contidas no Sistema Único de Saúde (SUS) ampliam o acesso.
Tendo em vista como o desenvolvimento que trata a Política Nacional de
Medicamentos de 1998 que estabelece uma reorientação da assistência
farmacêutica, com a garantia de recursos pelas três esferas do governo para
distribuição direta ou descentralizada, a descentralização plena da aquisição e
distribuição de medicamentos, e o financiamento específico para os
medicamentos da atenção básica, têm gerado provisão aos usuários do
sistema.
Assim, com a amplitude do acesso a medicamentos em acordo com os
princípios que norteiam o SUS, mesmo com programas que priorizam a
atenção básica que prevaleça a promoção da saúde em nível primário, temos
que avaliar o gerenciamento dos medicamentos de alto custo. Considerar,
segundo Vilaça (2016), que nos últimos anos o SUS vem atravessando
mudanças que interferem diretamente em seu funcionamento como as
transições demográficas, nutricionais, epidemiológicas e tecnológicas, que
influenciam nos recursos do sistema de saúde brasileiro.
Tendo como hipótese que a acessibilidade de medicamento é de
fundamental importância para o desenvolvimento pleno das ações em saúde,
pois implicam diretamente sobre os direitos em atender integralmente as
necessidades individuais, que demandam aspectos econômicos para que elas
sejam atendidas.
10
Assim, no presente estudo teremos como objetivo geral: Analisar o
comportamento do acesso aos medicamentos pelo sistema único de saúde-
SUS, e com objetivos específicos pontuados abaixo:
A) Analisar como ocorre a organização do Sistema Único de Saúde;
B) Identificar quais são as principais evoluções ao acesso de medicamentos no
SUS;
C) Examinar como o desabastecimento de produtos, a judicialização da saúde
e as patentes interfere na acessibilidade de medicamentos no SUS.
O texto será dividido em três capítulos, onde no primeiro capitulo iremos
abordar como se organiza o Sistema Único de Saúde- SUS. Realizaremos um
breve levantamento do contexto histórico e das suas principais bases legais e
políticas que irão nortear o processo de desenvolvimento do SUS e como estão
relacionadas à gestão, o planejamento e o financiamento desse sistema para a
implantação da assistência integral a saúde.
No segundo capitulo vamos tratar do acesso aos medicamentos,
buscaremos entender como ocorre a implementação do programa de
assistência farmacêutica no SUS, qual é a importância da Política Nacional de
Medicamentos na reorientação da Assistência Farmacêutica e como ocorre a
processo de divisão do financiamento dos componentes de medicamentos
entre os níveis de gestão (Federal, Estadual e Municipal). Além de outras
formas de acesso aos medicamentos, parcialmente subsidiado pelo governo
como o Programa de Farmácia Popular.
Já o Capítulo III será examinado quais os desafios que interferem na
acessibilidade de medicamentos por meio do SUS. Abordará as dificuldades no
processo de aquisição de medicamentos, principalmente no que se refere aos
recursos públicos, que causam desabastecimento de produtos farmacêuticos.
Também serão abordados os interesses e conflitos entre a indústria
farmacêutica e o poder público, no processo de licenciamento compulsório.
Outro desafio a ser enfrentado, está relacionado ao crescente número de
intervenções judiciais da saúde.
11
Na sequência iremos apresentar a conclusão do presente estudo numa
tentativa de articular os principais elementos considerados e quais são as
perspectivas futuras desse estudo.
12
CAPÍTULO I
A ORGANIZAÇÃO DO SUS
O primeiro capítulo tem como função a contextualização do processo de
desenvolvimento do Sistema Único de Saúde no Brasil, baseadas nas
diretrizes e leis que regulamentam esse sistema de saúde, que possui um
modelo de assistência à saúde que se torna bastante complexo e com muitos
desafios pela frente para atingir seus objetivos.
Com grande extensão territorial do país e populacional segundo o IBGE
(2016), estimada em mais de 205 milhões de habitantes, que atualmente passa
por uma transição demográfica em que temos um crescente numero de idosos,
principal grupo populacional que sofre com doenças crônicas- degenerativas.
Além disso, o Brasil é um país de diversidade social, econômica e cultural.
Por isso, realizaremos o levantamento de como esse sistema de saúde
público se estrutura e organiza quanto à gestão, o planejamento e o
financiamento, para analisar como são arrecadados os recursos públicos
destinados à saúde e de que maneira esses recursos são direcionados para
atender as demandas da população.
Compreender que um sistema de saúde como o SUS engloba diversos
serviços dos mais simples a complexos processos, que demanda vários
profissionais de diferentes níveis de qualificações e também, um conjunto de
tecnologias, equipamentos e insumos, dos quais fazem parte os
medicamentos. O conceito de medicamento segundo a RDC nº 84 de 2002 é:
Produto farmacêutico, tecnicamente obtido ou elaborado com
finalidade profilática, curativa, paliativa ou para fins de
diagnóstico. É uma forma farmacêutica terminada que contém
o fármaco, geralmente em associação com adjuvantes
farmacotécnicos.
13
(RDC nº 84. Regulamento Técnico para medicamentos
genéricos. Diário Oficial da União 2002. Disponível em:
<http://www.anvisa.gov.br/hotsite/genericos/legis/resolucoes>.
Acessado em: 26/07/2016).
A utilização de medicamentos torna-se imprescindível para a qualidade
de vida e na contribuição da expectativa de vida, principalmente numa
população com aumento de idosos e de doenças crônico-degenerativas.
1.1. A Saúde publica no Brasil a partir da constituição de 1988
A partir da criação do Sistema Único de Saúde- SUS com a constituição
de 1988, devido à redemocratização do país, a saúde pública assume um
caráter social e abrangente, e estabelece que a saúde é um direito de todos e
um dever do Estado. Com um modelo de atenção integral à saúde com o
objetivo de desenvolver ações de promoção, proteção e recuperação da saúde,
sendo pontuado a seguir:
Promoção são as ações de educação em saúde, adoção de estilos de
vida saudáveis, com bons padrões de alimentação e nutrição, estímulo à
prática de exercícios físicos, hábitos de higiene pessoal, domiciliar e
ambiental e no combate ao sedentarismo, o tabagismo, o uso de drogas,
entre outras. Essas ações devem ser orientadas para o maior número de
pessoas de forma sistemática e com linguagem adequada ao público-
alvo;
Proteção são ações para obter informações, conhecer e acompanhar a
saúde da comunidade, para que em determinadas situações adotar
medidas de prevenção e controle das doenças e agravos à saúde.
Alguns exemplos são as campanhas de vacinação, saneamento básico,
a vigilância epidemiológica e sanitária, a prática de realizar exames
médicos periódicos e;
14
Recuperação esse grupo de ações são exercidas pelos serviços
ambulatorial e hospitalar (consultas médicas e odontológicas,
atendimento de enfermagem, exames de diagnósticos e tratamento, e
inclusive internações), envolve o diagnóstico e tratamento de doenças,
acidentes e outros danos, limitações da invalidez e a reabilitação
(BRASIL, 1990).
As diretrizes do SUS foram regulamentadas pelas Leis Orgânicas nº
8080 de 1990 e nº 8142 de 1990, que dão os princípios básicos, que estão
pontuados a seguir:
Descentralização dos serviços: ocorre uma redistribuição das
responsabilidades entre os níveis de governo (Federal, estadual e
municipal), considerando que as decisões devem ser tomadas o mais
próximo do cidadão. Cabendo aos municípios maior responsabilidade na
promoção das ações de saúde;
Equidade: igualdade de assistência, o cidadão será atendido conforme a
sua necessidade com a complexidade que o caso demandar, sem
privilégios e barreiras;
Hierarquização e regionalização: organização dos serviços em níveis de
complexidade tecnológica crescente, dispostos em áreas geográficas
definidas, dando capacidade de resolução dos serviços em todos os
níveis de assistência;
Integralidade de assistência: conjunto articulado e continuo das ações e
serviços, seja de caráter preventivo ou curativo, individual ou coletivo,
para cada caso todos os níveis de complexidade do sistema;
Participação popular: através de entidades representativas nos
Conselhos de Saúde, participar da formulação de políticas de saúde;
Universalização: acesso aos serviços de saúde em todos os níveis de
assistência.
15
A Lei nº 8080/90 também estabelece a organização básica das ações e
dos serviços de saúde quanto à direção e gestão, competência e atribuições de
cada esfera de governo, assegurando provimento da assistência terapêutica
integral, incluindo a Assistência Farmacêutica (BRASIL, 1990).
A Assistência Farmacêutica é abrangente, pois constitui um conjunto de
atividades relacionadas ao medicamento, segundo Vieira (2010), “é parte do
cuidado à saúde individual ou coletiva, tendo no medicamento o insumo
essencial, cujo acesso deve ser garantido com uso racional” (p.149).
1.2. A gestão no SUS
Com tantas atribuições que houve na mudança do modelo assistencial,
antes com perfil curativo e restrito para universal e integral, que Vieira assinala
a consequência desse processo, “automaticamente gerou-se desequilíbrio
entre a oferta de serviços e a demanda, pois não existiu a etapa de preparação
da administração pública para a assunção de novas responsabilidades” (2009,
p.1566).
Antes da implantação do SUS a gestão era sob a forma centralizada,
quem direcionava as ações de saúde era o governo Federal, que tinha uma
percepção geral do país e das regiões mais estruturadas. Com a Constituição
de 1988 e com o principio de descentralização, preconiza maior autonomia dos
municípios na gestão, de acordo com as necessidades e características locais
dos cidadãos.
Os princípios do SUS que regulamentam o processo de
descentralização e regionalização do sistema de saúde têm como principal
destaque da Lei Orgânica da Saúde nº 8080 de 1990, promover os municípios
a responsabilidade de primeira instância dos problemas de saúde da sua
população e também inclui o município como parte do financiamento (BRASIL,
1990).
16
Quem deve controlar é a população, o poder legislativo e cada
gestor das três esferas de governo. A população deve ter
conhecimento de seus direitos e reivindicá-los ao gestor local do
SUS (secretário municipal de saúde), sempre que os mesmos
não forem respeitados. O sistema deve criar mecanismos
através dos quais a população possa fazer essas reivindicações.
Os Gestores devem, também, dispor de mecanismos formais de
avaliação e controle e democratizar as informações. (BRASIL.
Ministério da Saúde. Secretaria Nacional de Assistência à
Saúde. ABC do SUS - Doutrinas e Princípios. Brasília, 1990, p.7.
<http://www.pbh.gov.br/smsa/bibliografia/abc_do_sus_doutrinas_
e_principios.pdf>. Acessado em: 06/07/2014)
Segundo Vilaça (2016), a gestão da saúde é composta por processos de
trabalho com naturezas jurídica, administrativa, financeira, de pessoal e outras
tantas, que são imprescindíveis para que a devida atenção seja ofertada à
população.
Em 2006 foi estabelecido pelo Ministério da saúde, o Pacto pela Saúde
(Portaria nº 399/ 2006) que consiste em reformas institucionais nas três esferas
de gestão municipal, estadual e federal, com objetivo de promover inovações
nos processos e instrumentos de gestão com foco em melhorar a eficiência e a
qualidade das ações do SUS.
O Pacto pela Saúde está consolidado em três componentes:
Pacto pela vida: pontua as principais prioridades em programas de
saúde como Saúde do idoso, redução da mortalidade infantil e
consolidação da Atenção básica à saúde, entre outros;
Pacto em defesa do SUS: movimento de repolitização do sistema com
estratégia de mobilização social e
Pacto de gestão: estabelece as competências e as responsabilidades de
cada nível de gestão, que direcionam para o compromisso das ações.
17
Assim, a gestão do SUS está caracterizada por se organizar nos três
níveis de gestão e com maiores responsabilidades para os municípios, pois
estão mais próximos das necessidades da população. Com a pactuação
estabelece os principais programas, estratégias e responsabilidades de cada
um para o desenvolvimento das ações em saúde.
1.3. O Planejamento no SUS
O planejamento é uma maneira organizada para se chegar a um
objetivo. E um conceito sobre planejamento é dado por Chiavenato e Sapiro
(2004):
Compreende um conjunto de conhecimentos práticos e teóricos
ordenados de modo a possibilitar interagir com a realidade,
programar as estratégias e ações necessárias, e tudo o mais
que seja delas decorrente, no sentido de tornar possível alcançar
os objetivos e metas nele pré-estabelecidas. (Chiavenato e
Sapiro (2004), p.458).
A importância do planejamento consiste no estabelecimento de
procedimento para se chegar a um proposito e no setor da saúde publica
ganha destaque no âmbito da necessidade e abrangência que o caracteriza.
Sem o planejamento as ações tornam-se desarticuladas, no SUS é
estabelecido de acordo com, a Lei 8080 de 1990, no seguinte trecho.
O processo de planejamento e orçamento do Sistema Único de
Saúde (SUS) será ascendente, do nível local até o federal,
ouvidos seus órgãos deliberativos, compatibilizando-se as
necessidades da política de saúde com a disponibilidade de
18
recursos em planos de saúde dos Municípios, dos Estados, do
Distrito Federal e da União. (BRASIL. Presidência da República.
Lei nº 8.080. Dispõe sobre as condições para a promoção,
proteção e recuperação da saúde, a organização e o
funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras
providências. Diário Oficial da União 1990).
O Sistema de Planejamento do Sistema Único de Saúde- PlanejaSUS,
criado pela Portaria nº 3085 de 2006 do Ministério da Saúde, revisou os
instrumentos num momento de reformas institucionais por meio do Pacto pela
Saúde (VIEIRA, 2009). E define a atuação contínua, articulada, integrada e
solidária do planejamento das três esferas de gestão de SUS. E também
apresenta os instrumentos básicos de planejamento do SUS:
O Plano de Saúde: apresenta as intenções e os resultados a serem
buscados no período de quatro anos. É a base para a execução, o
acompanhamento, avaliação e a gestão do sistema de saúde.
O Programa Anual de Saúde: operacionaliza as intenções expressas no
Plano de Saúde. São detalhadas as ações, metas e os recursos
financeiros do respectivo plano.
O Relatório Anual de Gestão: apresenta os resultados alcançados,
apurados com base no conjunto de indicadores, que foram propostos na
programação para acompanhar o cumprimento das metas e reorientar
quando fizer necessário.
De acordo com a Portaria nº 3085 de 2006 do Ministério da Saúde estes
instrumentos, em cada esfera de gestão do SUS, deverão ser compatíveis com
os respectivos Planos PluariAnuais (PPA), a Lei de Diretrizes Orçamentária
(LDO) e a Lei Orçamentária Anual (LOA).
Os Planos PluariAnuais (PPA) tem a duração de um mandato de quatro
anos, refere-se aos programas de duração continuada.
19
A Lei de Diretrizes Orçamentária (LDO) irá prever as diretrizes do ano
seguinte, precede a LOA, de todos os programas do governo.
E a Lei Orçamentária Anual (LOA) apresenta a destinação dos gastos
públicos do ano.
Estes instrumentos têm como objetivo de programar os recursos
financeiros necessários ao desempenho das atividades nas áreas de despesas
e investimentos, em conformidade com a receita arrecadada. (VIEIRA, 2009)
O planejamento da assistência farmacêutica, de acordo com Pereira
(2016), “devem estabelecer o recurso orçamentário com previsão detalhada
dos gastos de acordo com as necessidades de saúde para garantir o
fornecimento oportuno de medicamentos com qualidade e na quantidade
requerida” (p.2).
1.4. O financiamento do SUS
A origem dos recursos para o financiamento do SUS decorre da
arrecadação de impostos e contribuições nas três esferas do governo federal,
estadual e municipal, que estão regulamentados pela Lei nº 8212 de 1991 da
Seguridade Social, que consiste em um conjunto integrado de ações de
iniciativa dos poderes públicos e da sociedade, destinado a assegurar o direito
à saúde, previdência e assistência social.
Dos recursos geridos pelo Ministério da Saúde, parte é retirada para o
custeio federal e outro restante é repassado as secretaria de saúde, estaduais
e municipais. Nos estados, somam se as próprias receitas o repasse do
Ministério da saúde, parte será retida para a realização de suas ações
enquanto parte é passada aos municípios. O mesmo ocorre com os municípios,
devendo destinar parte do seu orçamento para ações em saúde. (BRASIL,
1990)
20
Baseada na Lei nº 8142 de 1990, estabelece que através do Fundo
Nacional de Saúde as receitas que se vinculam à realização de determinados
objetivos ou serviços, facultada adoção de normas peculiares de aplicação.
Cada esfera do governo possui um Fundo de saúde que recebe a transferência
fundo a fundo, responsável pelo repasse de valores, regular e automático,
diretamente do Fundo Nacional de Saúde para estados e municípios. (BRASIL,
1990)
Segundo a cartilha do Ministério da Saúde, ABC do SUS - Doutrinas e
Princípios traz a importância da criação dos fundos de saúde, “a criação dos
fundos é essencial, pois asseguram que os recursos da saúde sejam geridos
pelo setor da saúde, e não pelas secretarias de fazenda, em caixa único,
estadual ou municipal, sobre o qual a Saúde tem pouco acesso”. (1990, p.8)
A Emenda constitucional nº 29 de 2000 institui os percentuais mínimos
que cada parte do governo deve comprometer seus recursos, sendo a União o
valor comprometido no ano anterior mais no mínimo, o percentual
correspondente do PIB do ano anterior, Estados com 12% e Municípios com
15% (BRASIL, 2000). A importância desta emenda está na estabilidade que se
firma entre as três esferas de governo sobre a obrigatoriedade do
financiamento do SUS.
Outra importância na regulamentação da EC nº 29 está na definição no
que constitui serem as ações e serviços de saúde publica como sendo aquelas
que promovam a promoção, proteção e recuperação da saúde, em acordo com
a Lei Orgânica 8080/90 e exclui despesas custeadas de fundos específicos
distintos da saúde como merenda escolar, limpeza urbana, preservação do
meio ambiente, saneamento básico, entre outros.
No esquema 1, apresentamos como ocorre o repasse dos recursos
financeiros para cada nível de gestão, que resume o caminho percorrido dos
recursos públicos até as ações e serviços mais próximo do cidadão.
21
12%
15%
Esquema 1: Repasse dos recursos financeiros para cada nível de gestão.
SEGURIDADE SOCIAL
FUNDO NACIONAL DE
SAÚDE
FUNDO ESTADUAL DE
SAÚDE
FUNDO MUNICIPAL DE
SAÚDE
Impostos + Contribuições
SAÚDE PREVIDENCIA
SOCIAL
ASSISTÊNCIA
SOCIAL
Ações e serviços
em saúde
Impostos
Estaduais
Impostos
Municipais
Ações e serviços de
saúde estadual
Ações e serviços
de saúde municipal
22
CAPÍTULO II
O ACESSO AOS MEDICAMENTOS
No SUS a porta de entrada para a assistência a saúde no Brasil, com a
reorientação do sistema, ocorre nos municípios que possui a responsabilidade
de ofertar atendimento da atenção básica, o que contempla os medicamentos
do componente da Atenção Básica, que são os medicamentos que priorizam a
recuperação da saúde.
Realizar o levantamento das principais ações que promoveram a
expansão do acesso a medicamentos e de que maneira ocorre esse acesso.
Segundo, Silva e Caetano (2014) os programas de Assistência Farmacêutica
no SUS.
São a única forma de acesso aos medicamentos para parte
importante da população brasileira, mas agregam pressões
significativas sobre os recursos públicos destinados à saúde,
sendo relevante considerar a sustentabilidade dos programas
desenvolvidos nesse contexto assistencial. (SILVA e CAETANO,
2014, p.1216).
Segundo Vieira e Zucchi (2013), universalidade implica em equidade de
acesso, e um dos problemas sobre o acesso da população a medicamentos,
consiste no aumento da demanda do financiamento. E isto, podemos
considerar como desafio a ser enfrentado pelo sistema público, devido ao
aumento da expectativa de vida. Além, dos medicamentos destinados ao
tratamento de doenças crônico-degenerativas.
É importante considerar, segundo Vieira (2010), a diferença entre a
assistência farmacêutica ambulatorial e a assistência farmacêutica hospitalar,
pois no Brasil no âmbito ambulatorial a assistência farmacêutica é exercida por
23
instituições públicas, enquanto a assistência farmacêutica hospitalar está
alocada principalmente nas instituições privadas que prestam serviço ao SUS.
A assistência farmacêutica ambulatorial é aquela que ocorre a
dispensação de medicamentos ao paciente para uso em sua residência e na
assistência farmacêutica hospitalar a dispensação de medicamentos ocorre no
serviço de saúde, com a intervenção de um profissional de saúde para
administração ao paciente (VIEIRA, 2010).
O bloco de financiamento para a assistência farmacêutica é constituída
por três componentes: o Componente Básico da Assistência Farmacêutica;
Componente Estratégico da Assistência Farmacêutica e o Componente de
Medicamentos de Dispensação Especializado.
2.1. A Política Nacional de Medicamentos
A Política Nacional de Medicamentos estabeleceu a diretriz de
reorientação da assistência farmacêutica, articulada em três pontos: garantia
de recursos pelas três esferas para distribuição direta ou descentralizada,
descentralização plena da aquisição e distribuição de medicamentos, e
financiamento específico para os medicamentos da atenção básica (BRASIL,
2001).
Sendo em qualquer esfera de governo, uma política de medicamentos
deve garantir a disponibilidade e acesso de toda a população a medicamentos
eficazes, seguros e de qualidade.
A Política Nacional de Medicamentos “é considerada o primeiro
posicionamento formal e abrangente do governo brasileiro sobre a questão dos
medicamentos no contexto da reforma sanitária” (PORTELA et al, 2010, p.11).
O processo de descentralização do SUS ocorre, como cita Messeder et
al (2005)
24
Em nível de gestão municipal, aquele mais próximo da
população, seria o responsável pela execução das ações,
incluindo a dispensação de medicamentos essenciais, tanto
aqueles adquiridos por ele próprio, quanto os fornecidos pelos
outros dois níveis de gestão. À gestão estadual caberia a
responsabilidade de organização e coordenação das ações de
assistência farmacêutica dentro do Estado, além da
responsabilidade específica quanto à dispensação dos
medicamentos de alto custo (ou excepcionais). O gestor federal
seria responsável pela regulação de todo o sistema, devendo
providenciar os mecanismos de financiamento, bem como propor
as diretrizes das ações a serem implantadas pelos estados e
municípios. (p.256)
2.2. A Assistência Farmacêutica no SUS
Segundo Novaes et al, (2010), a assistência farmacêutica é parte
integrante e essencial dos processos de atenção à saúde em todos os níveis
de complexidade.
Na PNM a assistência farmacêutica englobará um conjunto de ações
que consiste em seleção, programação, aquisição, armazenamento e
distribuição, controle de qualidade e utilização (considera-se a prescrição e a
dispensação). Com a devida disponibilidade segundo as necessidades da
população (BRASIL, 2001).
Para Portela et al (2010), a assistência farmacêutica deve ser realizada
de forma sistêmica que além de um conjunto de atividades relacionadas ao
medicamento compreende uma atividade multiprofissional, por representar a
união entre as tecnologias de gestão e de uso de medicamentos, desde a
orientação do uso ao monitoramento de reações adversas, que compõem o
uso racional de medicamentos.
25
Com a reorientação da assistência farmacêutica, houve uma
categorização dos recursos federais da saúde em blocos de financiamento.
Assim, os programas que eram para doenças especificas como hanseníase,
Aids ou tuberculose, foram agrupados em componentes dos blocos de
financiamento (VIEIRA, 2010).
Especialmente no âmbito ambulatorial, foram divididos em três
componentes: Componente da Atenção Básica, Componente Estratégico e
Componente Especializado.
2.2.1. O Componente de Medicamentos da Atenção Básica
A expansão do acesso aos serviços de saúde que inclui os
medicamentos e uma das prioridades governamental quanto à politicas de
saúde, e está concentrada na porta de entrada do sistema, que consiste na
Atenção Básica à Saúde- ABS realizada pelo Programa Saúde da Família- PSF
que passou a ser chamada de Estratégia Saúde da Família- ESF.
Referenciando em Oliveira et al (2010) “a distribuição de medicamentos
na ABS é parte integrante do processo de cura, reabilitação e prevenção de
doenças” (p.3562). E neste nível de atuação estão os chamados medicamentos
essenciais, que são aqueles que satisfazem as necessidades da maioria da
população.
“O componente Básico destina-se à aquisição de medicamentos e
insumos da Assistência Farmacêutica no âmbito da Atenção Básica de Saúde
e aquelas relacionadas a agravos e programas de saúde específicos, inseridos
na rede de cuidados” (OLIVEIRA et al, 2010, p.3564).
Para Vieira (2010), alguns dos principais programas que fazem parte
desse componente de medicamentos: Programa Assistência Farmacêutica na
Atenção Básica (PAFAB) com um elenco de medicamentos retirados da lista do
Rename e os valores são disponíveis per capita por ano em cada município.
26
Um exemplo da distribuição do componente da Atenção Básica está no
Programa de Diabetes (medicamentos e insumos) as insulinas são fornecidos
pelo Ministério da Saúde, os hipoglicemiantes orais pertencem ao PAFAB, os
insumos complementares devem ser feitas palas secretarias estaduais e
municipais. E no Programa da Saúde da Mulher são fornecidos os
medicamentos e correlatos com finalidade contraceptiva.
2.2.2. Os Medicamentos do Componente Estratégico da Assistência
Farmacêutica
Os pacientes são cadastrados em programas e recebem os
medicamentos cuja importância esta no perfil endêmico da doença, no impacto
socioeconômico, e o controle e tratamento possuir protocolos e normas
estabelecidas.
De acordo com a publicação do Conselho Federal de Farmácia- CFF
(2010), no componente estratégico estão:
Os medicamentos destinados a patologias de controle específico
do Ministério da Saúde, para atingirem as metas de controle e
eliminação exigidos pela Organização Mundial de Saúde- OMS,
ou por serem medicamentos cuja aquisição depende de
processos de licitação internacional (CFF, 2010, p.29).
Neste bloco de financiamento as ações são dos seguintes programas de
saúde estratégicos:
a) Para controle de endemias, como a Tuberculose, Hanseníase, Malária,
Leishmaniose, Doença de Chagas e outras doenças endêmicas de
abrangência nacional ou regional;
27
b) Antirretrovirais do programa DST/AIDS;
c) Sangue e hemoderivados e
d) Imunobiológicos.
Segundo Vieira (2010), há um destaque para o programa DST/AIDS,
reconhecido internacionalmente pela universalização da atenção aos
portadores da doença, que disponibiliza todos os medicamentos antirretrovirais
no programa com bom desempenho, mesmo que haja deficiências para o
acesso dos medicamentos das doenças oportunas causada pela DST/AIDS.
2.2.3. Os Medicamentos do Componente de Dispensação
Especializado
Neste grupo estão os medicamentos padronizados pelo Ministério da
Saúde e descritos pelo CFF (2010, p.29), “são geralmente de elevado valor
unitário ou pela cronicidade do tratamento tornam-se excessivamente caros,
sendo de dispensação no nível ambulatorial”.
Para isso o fornecimento desses medicamentos padronizados no
Componente Especializado na Assistência Farmacêutica- CEAF deve obedecer
aos critérios de diagnóstico, indicação de tratamento, inclusão e exclusão de
pacientes, esquemas terapêuticos, monitoramento, acompanhamento e demais
parâmetros contidos nos Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas (PCDT)
estabelecidos pelo Ministério da Saúde, com a abrangência nacional.
De acordo com CFF (2010) e Vieira (2010), os medicamentos são
divididos em ter grupos pelas características, responsabilidade e formas de
organização.
28
Grupo 1: medicamentos sob a responsabilidade da União, de elevado
impacto financeiro, indicados para doenças mais complexas, em casos
de refratariedade ou intolerância nos tratamentos iniciais.
Grupo 2: medicamentos sob a responsabilidade das secretarias de
estaduais de saúde. Apresentam menor complexidade da doença a ser
tratada em nível ambulatorial.
Grupo 3: medicamentos sob a responsabilidade de financiamento das
três esferas (União, estados e municípios), sendo a responsabilidade de
aquisição e dispensação realizada pelos municípios. Estão os
medicamentos indicados nas PCDT como primeira linha de tratamento.
Vale destacar outro tipo de financiamento realizado pelo Ministério da
Saúde na atenção hospitalar, no acesso a medicamentos para o tratamento
antineoplásico, realizado segundo a lógica de procedimentos. O Ministério da
saúde paga os prestadores na forma de “pacotes” conforme a Tabela de
Procedimentos, Medicamentos, Órteses e Materiais Especiais do SUS (VIEIRA,
2010).
2.3. O Programa Farmácia Popular
Outra forma de acesso a medicamentos é pela via do “Programa
Farmácia Popular” desenvolvido pelo Ministério da Saúde a partir de 2004, tem
como objetivo de ampliar o acesso da população aos medicamentos
essenciais, a baixos preços, através de subsídios da União.
Diferente dos programas da Assistência Farmacêutica que os
medicamentos são distribuídos totalmente com recursos público, no Programa
Farmácia Popular os medicamentos essências para o tratamento das doenças
mais prevalentes no país, está condicionada ao desembolso direto de parte dos
custos de fornecimento (VIEIRA, 2010).
29
Aproveitando a rede instalada do comércio varejista de produtos
farmacêuticos, bem como a cadeia do medicamento. E funciona
mediante o credenciamento da rede privada de farmácias e
drogarias comerciais, com o intuito de levar o benefício da
aquisição de medicamentos essenciais a baixo custo a mais
lugares e pessoas, aproveitando a dinâmica da cadeia
farmacêutica (produção x distribuição x varejo), por meio da
parceria entre o Governo Federal e o setor privado varejista
farmacêutico.
(Fonte:<www.portalsaude.saude.gov.br/farmáciapopulardobrasil
> Acessado em: 20/06/2016)
Assim, “o governo federal pode subsidiar até 90% do preço do
medicamento” (VIEIRA, 2010, p.154). Este programa procura atingir aquela
parcela da população que não busca assistência no SUS, mas tem dificuldade
para manter tratamento medicamentoso devido ao alto preço dos
medicamentos.
30
CAPÍTULO III
DESAFIOS QUE INFLUENCIAM NA ACESSIBILIDADE DE
MEDICAMENTOS NO SUS
Um dos fatores que influenciam na dificuldade do acesso a
medicamentos, esta na característica peculiar deste produto, pois ao mesmo
tempo é um produto necessário para o reestabelecimento ou manutenção da
saúde, ele também apresenta um grande enfoque comercial, o que gera uma
grande disputa entre as indústrias farmacêuticas de todo o mundo na busca de
manter o monopólio de um determinado fármaco.
No Brasil, para Portela et al (2010), é recente a preocupação dos
medicamentos como fundamentais no processo de promoção da saúde,
refletindo na qualidade de vida da população. Não é possível imaginar a
consolidação do SUS, cujos princípios são universalidade, a equidade e a
integralidade, sem que os medicamentos se encontrem acessíveis a todos os
indivíduos.
Analisar os principais pontos que iram influenciar o processo de
acessibilidade aos medicamentos desde a aquisição de insumos de
medicamentos para a produção dos medicamentos por parte das indústrias
farmacêuticas e até mesmo quais os interesses em produzir ou não um produto
farmacêutico e a intervenção por meio da “quebra de patente” no processo de
abastecimento de medicamentos no SUS. Além, das interferências do processo
de judicialização da saúde no sistema financeiro do SUS.
Assim, de acordo com Resende (2016), “há um conflito
permanentemente entre as necessidades de saúde publica e o mercado” (p.1).
A origem está nas diferenças existentes entre a lógica do lucro fomentado pela
economia de mercado e a condição de saúde almejada pela sociedade.
Ainda assim, outras questões fazem parte dessa acessibilidade como é
relatado por Portela et al., (2010)
31
Podem-se dividir os fatores interferentes na acessibilidade ao
medicamento em: acesso geográfico, no qual os produtos
podem ser obtidos dentro de uma distância razoável; acesso
imediato, ou disponibilidade contínua, através do qual os
medicamentos estão prontamente disponíveis nos serviços de
saúde; e acesso econômico, no qual o usuário pode pagar por
eles (PORTELA et al., 2010, p.12).
Sobre o acesso geográfico também é retratada por Reis e Perini (2008),
“o caráter transnacional e a concentração das indústrias farmacêuticas em
determinadas regiões, associados à dimensão continental do Brasil, são fatores
que dificultam as operações de distribuição para os centros consumidores”
(p.605).
Outra questão levantada por Reis e Perini, consiste na importância que
se levanta por se tratar o medicamento um produto estratégico, em casos
especiais a sua disponibilidade torna se fundamental.
Diante de guerras e ou outros conflitos sociais, e atualmente
diante da ameaça do bioterrorismo, o comprometimento da
disponibilidade de medicamentos se mantém como uma
ameaça. Os países em desenvolvimento, em um cenário de
globalização e dependência de importação de insumos
farmacêuticos, estão mais susceptíveis a desabastecimentos na
eventualidade dessas situações. (REIS e PERINI, 2008, p.606)
3.1. Problemas na aquisição de medicamentos
De acordo com, o Guia de Boas práticas em farmácia hospitalar e
serviços de Saúde (2009), o processo de aquisição objetiva disponibilizar
32
medicamentos selecionados de qualidade, com preço justo, em tempo
oportuno e nas quantidades necessárias.
O alcance desse objetivo depende de um sistema adequado de gestão
de suprimentos, o que demanda um processo continuado de seleção, avaliação
e qualificação de fornecedores, e também de um monitoramento eficiente do
procedimento de compra (NOVAES et al., 2009). Este conceito pode ser
aplicado em todas as escalas de gestão tanto publico quanto privado.
A interlocução da assistência farmacêutica com setores administrativos e
jurídicos, além das questões financeiras, assegura a qualidade do
medicamento oferecido para a população (PEREIRA, 2016).
Há muitos fatores que iram influenciar na dificuldade para a aquisição de
medicamentos, principalmente quando se trata dos aspectos econômicos, pois
o orçamento público não é ilimitado. Para Portela et al (2010), é na área da
assistência farmacêutica que se evidencia as maiores dificuldades do SUS e
os problemas causados pelas desigualdades socioeconômicas do país.
Fatores externos também contribuem para compor este quadro, onde as
indústrias farmacêuticas buscam produzir aquilo que for conveniente para seus
ganhos financeiros. Quando este objetivo não é alcançado, as indústrias
desinteressam pelo produto.
3.1.1. Desabastecimento de medicamentos
O desabastecimento reflete na elevação dos preços e a demora no
atendimento de sua condução pode ser percebida pelo cidadão e um desafio
para gestores. Segundo Reis e Perini (2008), um resultado imediato no
desabastecimento consiste no adiamento de procedimento ou prolongamento
do tempo de internações nos casos hospitalares.
33
Além disso, “a necessidade do medicamento deve ser considerado pelos
componentes da cadeia logística um produto de saúde, com tratamento
diferenciado dos bens de consumo comuns” (Reis e Perini, 2008, p.603).
É essencial, segundo Reis e Perini (2008), que se incorporem cada vez
mais os modernos conceitos de logística de matérias para evitar o
desabastecimento de medicamentos devido a fatores internos, tais como
planejamento inadequado ou emprego de ferramentas gerenciais ineficientes.
Para acrescentar alguns motivos que influenciam o abastecimento de
medicamentos sendo fatores externos, segundo Resende (2016), o mercado
de insumos farmacêuticos no Brasil está dependente do mercado internacional,
ficando desfavorecido nas mudanças de produção desses produtos.
A interrupção do processo fabril tem destaque quando um medicamento
é produzido por exclusividade de uma única empresa e qualquer mudança até
mesmo para adequações das normas sanitárias pode prejudicar o fornecimento
de medicamentos.
Outros problemas são a interrupção temporária ou permanentemente
reduzida o nível de produção quando envolvem questões financeiras, a
empresa atinge a cota anual programada ou por fusão de laboratórios que
alteram as linhas de produção podendo causar descontinuidade de alguns
medicamentos (Reis e Perini, 2008).
3.1.2. O Licenciamento compulsório- “Quebra de patente”
No Brasil um princípio ativo pode ser encontrado em três formas
diferentes de categoria para a mesma apresentação farmacêutica. O
medicamento de referência ou de marca é aquele que possui um principio ativo
novo, comprovado cientificamente e está há muito tempo no mercado, a
patente pode durar de 10 a 20 anos. O medicamento genérico possui a mesma
eficácia e segurança do medicamento de referência e pode ser intercambiável,
34
já o medicamento similar é equivalente ao de referência pode diferir na forma,
tamanho, excipientes, veículos e se apresenta com nome comercial (ANVISA,
2000).
Há uma crescente competitividade na área de pesquisa e
desenvolvimento do setor farmacêutico na busca de novos produtos para que
as empresas mantenham competitiva no mercado (RESENDE, 2016).
Sobre a dificuldade na obtenção de produtos inovadores que apresente
realmente uma nova entidade molecular, apresentamos um dado que
exemplifica essa situação, por Angell (2007, apud Chieffi e Barata, 2010,
p.423):
Em 2007, somente 17 entidades moleculares foram aprovadas
nos EUA. Entre 1998 e 2002 foram aprovados os registros de
415 medicamentos pela FDA destes, apenas 133 (32%) eram
constituídos por novas moléculas. Dos 133, somente 58 eram
drogas que apresentavam algum benefício superior aos
medicamentos da mesma condição, cerca de 14% do total. No
período mencionado, 77% da produção resultaram em
medicamentos de “imitação”, que são medicamentos
classificados pela FDA no mesmo nível de outros já disponíveis
no mercado para tratar a mesma condição.
(Angell M. A verdade sobre os laboratórios farmacêuticos: como
somos enganados e o que podemos fazer a respeito. Rio de
Janeiro: Record, 2007)
O direito de exclusividade sobre um medicamento pode ser
temporariamente suspenso quando ocorrer: baixa disponibilidade no mercado,
elevação no custo e caso de epidemia.
35
Segundo Resende (2016), o desinteresse comercial de produtores de
insumos farmacêuticos ativos e de medicamentos antigos, ocorre por vários
motivos, nos quais podemos citar:
- Produtos com muito tempo de mercado, que já não é novidade e com o tempo
diminui a lucratividade e assim o desinteresse pelas empresas em mante- lós
no mercado. Dessa forma, há uma incessante busca de novas alternativas de
produtos farmacêuticos, que nem sempre são melhores que os antigos.
- Há grupos de insumos farmacêuticos ativos que não são produzidos no país,
como antibióticos ou produtos de doenças raras que envolvem um reduzido
número de pacientes.
A percepção pelo poder público muitas vezes só ocorre quando a Anvisa
(Agência Nacional de vigilância sanitária) vai realizar a renovação do registro
sanitário e então as empresas farmacêuticas comunicam que não há interesse
de continuar produzindo justificado pelo alto custo.
Em Resende (2016), cita que o “licenciamento compulsório deve ser
entendido como caso de exceção e não se deve interferir na exploração normal
de um direito de patente” (p.4). Ou seja, o uso da licença compulsória com
consentimento do detentor da patente farmacêutica, acontece somente em
razão de interesses sociais.
Sobre outro problema na produção do medicamento que é a capacidade
produtiva necessária, “o mesmo ‘expertise’ de recursos humanos e materiais”,
que “fica mais complexa e demorada sem a ajuda do detentor da tecnologia
que muitas vezes levou anos no seu desenvolvimento” (RESENDE, 2016, p.4).
A maioria das indústrias farmacêuticas brasileiras produzem
medicamentos genérico e/ou similar, que são aqueles que já perderam a
proteção da patente. Por um lado o preço ao consumidor torna-se mais
atraente, mais por outro o país tem pouco incentivo na pesquisa e
desenvolvimento de novos ativos farmacêuticos ou de novas tecnologias para a
saúde.
36
3.2. A Judicialização da saúde
Uma justificativa das demandas judiciais segundo Chieffi e Barata
(2010), está na garantia constitucional do direito universal à saúde e o dever do
Estado em garanti-lo, para a aquisição de medicamentos não padronizados no
SUS por essa via.
Essa forma de acesso a medicamentos que tem crescido em números e
em gastos financeiros são as intervenções judiciais. De acordo com, Resende
(2016), essa judicialização “vem cada vez mais sobrecarregando o orçamento
público de saúde por ser um gasto de caráter desordenado, dado a
necessidade de cumprimento imediato das ordens judiciais” (p.2).
A individualização da demanda muitas vezes de produtos não
disponíveis no SUS causa conflito no planejamento e gestão na dimensão
coletiva, interfere na continuidade de políticas públicas em se tratando na
racionalização dos recursos públicos (CHIEFFI e BARATA, 2010).
Não somente os fabricantes de produtos judicializados que pressionam o
mercado, mas também prescritores e organizações de pacientes realizam certa
pressão sobre o sistema de saúde utilizando o poder judiciário. E isto é
analisado por Chieffi e Barata (2010), a maioria das liminares são para atender
à prescrição de produtos de alto custo, muitos deles recém lançados em outros
países e indisponíveis no Brasil.
O lobby da indústria e do comércio de produtos farmacêuticos
com associações de portadores de doenças crônicas e o intenso
trabalho de propaganda com os médicos fazem com que tanto
os usuários quanto os prescritores passem a considerar
imprescindível o uso de medicamentos novos. (CHIEFFI e
BARATA, 2010, p.422).
37
Um aspecto importante destacado por Resende (2016) é a necessidade
de um melhor dialogo com o poder judiciário para que não haja pressão, “por
apelo popular e pelos prescritores, por incorporação pela via judicial de
produtos não registrados pela Anvisa e, que em alguns casos, não foram nem
desenvolvidos e nem produzidos em condições de Boas Práticas Clínicas ou
de Fabricação” (p.5).
Mesmo que um produto com registro aprovado na Anvisa e
comercializado no país, não significa que ele fará parte do elenco de
medicamentos padronizados nos programas de Assistência Farmacêutica do
SUS.
O poder público define em seus programas os medicamentos
para tratamento das doenças, com base em critérios aceitos
cientificamente, pois esses medicamentos serão utilizados por
milhões de brasileiros, dessa maneira, é primordial ofertar à
população medicamentos seguros, eficazes, eficientes e custo-
efetivos. (CHIEFFI e BARATA, 2010, p.423)
Para Messeder et al (2005), por outro lado há solicitação de ações
judiciais para medicamentos da atenção básica contra o nível de gestão
estadual por exemplo, evidência uma grande dificuldade por parte da
população de identificar qual é o papel de cada gestor no processo de
aquisição do medicamento.
E isso se torna mais grave quando o medicamento é de uso contínuo,
indicando que o autor do processo não tem acesso ao medicamento no
município e o outro nível de gestão será obrigada a fornecer por toda a vida do
indivíduo o medicamento que não é de sua competência (MESSEDER et al,
2005).
Verificamos que a judicialização é uma ferramenta para garantir que um
dos princípios, da equidade do SUS seja atingido, atender cada individuo com
38
suas necessidades, porém essa via tem outra vertente, seja do alto custo como
a de um medicamento, levar através da determinação da justiça o seu uso
antes mesmo das pesquisas clínicas.
39
CONCLUSÃO
Apresentamos a seguir as considerações finais deste trabalho, além da
sua relevância e recomendação futura.
1- O acesso de medicamento pelo SUS é constitucionalmente garantido pelos
princípios da universalidade e equidade e ocorre através dos programas da
Assistência Farmacêutica.
2- O Sistema Único de Saúde esta organizado na forma de gestão
decentralizada com maior participação do nível municipal e mais próximo da
população, e os recursos são das três esferas com repasses definidos
diretamente para cada Fundo de Saúde.
3- As principais evoluções ao acesso de medicamentos no SUS se deve a
Política Nacional de Medicamento que consolidou as ações na reorientação da
Assistência Farmacêutica.
4- O desabastecimento de produtos está relacionado a vários fatores, ligados
desde a dependência de insumos farmacêuticos importados até aos interesses
de manter ou não o medicamento no mercado. E o poder público precisa estar
atento às mudanças e interesses das indústrias farmacêuticas.
5- A quebra de patente de um produto inovador é um direito que só pode
ocorrer em casos especiais como de epidemias, onde os interesses sociais são
maiores. Mas, mesmo que ocorra a permissão de produção há dificuldade de
adquirir a tecnologia para desenvolvê-lo.
6- A judicialização da saúde têm aumentado devido à entrada de novos
produtos que ainda não fazem parte do elenco de medicamentos padronizados
no SUS e até mesmo de medicamento que ainda não apresenta registro
sanitário, além da utilização dessa via de acesso para atender a demanda de
casos de doenças raras.
40
Este trabalho tem relevância devido aos constantes destaques que toda
a sociedade vê nos noticiários, mostrado o desperdício do dinheiro público
quando os medicamentos não chegam ao seu destino final, não só causada
pela falta de recurso para a compra, mas muitas vezes descartado por prazo
de validade vencido, condicionamento inadequado ou puro descaso com a
coisa publica, e isto, demonstra que os recursos públicos precisam ser melhor
geridos para atender as necessidades da população.
Recomendamos a continuidade deste estudo por se tratar de um tema
presente na atualidade e de crescente influência no setor público de saúde.
41
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45
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 2 AGRADECIMENTOS 3
RESUMO 4
METODOLOGIA 5
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS 7
SUMÁRIO 8
INTRODUÇÃO 10
CAPÍTULO I
A ORGANIZAÇÃO DO SUS 13
1.1. A Saúde publica no Brasil a partir da constituição de 1988 14
1.2. A gestão no SUS 16
1.3. O Planejamento no SUS 18
1.4. O financiamento do SUS 20
CAPÍTULO II
O ACESSO AOS MEDICAMENTOS 23
2.1. A Política Nacional de Medicamentos 24
2.2. A Assistência Farmacêutica 25
2.2.1. O Componente de Medicamentos da Atenção Básica 26 2.2.2. Os Medicamentos do Componente Estratégico da
Assistência Farmacêutica 27
2.2.3. Os Medicamentos do Componente de Dispensação
Especializado 28
2.3. O Programa Farmácia Popular 29
46
CAPÍTULO III
DESAFIOS QUE INFLUENCIAM NA ACESSIBILIDADE DE
MEDICAMENTOS NO SUS 31
3.1. Problemas na aquisição de medicamentos 32
3.1.1. Desabastecimento de medicamentos 33
3.1.2. O Licenciamento compulsório- “Quebra de patente” 34
3.2. A Judicialização da saúde 37
CONCLUSÃO 40
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 42
WEBGRAFIA 45
ÍNDICE 46
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