1
Os projetos não são ilhas isoladas do mundo, e um bom gestor de projeto sabe isto. Recentemente, foi-me atribuído um projeto de upgrade de um ESB (Enterprise Service BUS) numa grande empresa em Portugal. Um ESB tem por objetivo coordenar os processos de negócio que são suportados por várias aplicações, tornando a comunicação mais homogénea do ponto de vista tecnológico e reduzindo a complexidade das comunicações. O problema destes sistemas é que ao fim de algum tempo tornam-se críticos, pois quase todos os processos vitais passam por eles. Um upgrade neste tipo de sistema tem que considerar os impactos que pode ter nos sistemas que com ele ligam e nos projetos a iniciar e a decorrer sobre ele. Gerir um projeto, em particular um projeto desta natureza, sem compreender e tratar de forma adequada os impactos em tudo o que o rodeia (tratar da ilha e esquecer o resto do mundo) é muito provavelmente condenar o projeto ao fracasso. Temos que identificar outros projetos, aplicações que podem ser afetadas, para gerir os riscos, identificar as pessoas envolvidas, para as envolver no plano de comunicação e cuidar que este leve a informação necessária para que todos compreendam, a tempo, os potenciais impactos do projeto, para lá da sua existência isolada. Gerir as fronteiras e as zonas de interação do projeto com a sua envolvente é, por isso, tão ou mais importante que gerir o âmbito, o núcleo do projeto. Um Projeto não é uma ilha Bruno Fernandes BI Specialist [email protected]

Um Projeto não é uma ilha

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Bruno Fernandes

Citation preview

Page 1: Um Projeto não é uma ilha

Os projetos não são ilhas isoladas do mundo, e um bom gestor de projeto sabe isto.

Recentemente, foi-me atribuído um projeto de upgrade de um ESB (Enterprise Service BUS) numa grande empresa em Portugal. Um ESB tem por objetivo coordenar os processos de negócio que são suportados por várias aplicações, tornando a comunicação mais homogénea do ponto de vista tecnológico e reduzindo a complexidade das comunicações. O problema destes sistemas é que ao fim de

algum tempo tornam-se críticos, pois quase todos os processos vitais passam por eles. Um upgrade neste tipo de sistema tem que considerar os impactos que pode ter nos sistemas que com ele ligam e nos projetos a iniciar e a decorrer sobre ele.

Gerir um projeto, em particular um projeto desta natureza, sem compreender e tratar de forma adequada os impactos em tudo o que o rodeia (tratar da ilha e esquecer o resto do mundo) é muito provavelmente condenar o projeto ao fracasso.

Temos que identificar outros projetos, aplicações que podem ser afetadas, para gerir os riscos, identificar as pessoas envolvidas, para as envolver no plano de comunicação e cuidar que este leve a informação necessária para que todos compreendam, a tempo, os potenciais impactos do projeto, para lá da sua existência isolada.

Gerir as fronteiras e as zonas de interação do projeto com a sua envolvente é, por isso, tão ou mais importante que gerir o âmbito, o núcleo do projeto.

Um Projeto não é uma ilha

Bruno FernandesBI [email protected]