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Um regis t ro do que aconteceu nos 20 anos de Sambas de Enredo
na Passare la do Samba
D O F O G O Q U E I L U M I N A A V I DA , S A L G U E I R O É C H A M A Q U EN Ã O S E A PA G A • 2 0 0 501
Moisés Santiago • Waltinho Honorato • Fernando Magaça • Luiz Antonio
Salgueiro acende a paixãoÉ pura emoção... É fogoDivina criação que a humanidade adorouChama viva que clareia... Clareia... Clareia...Deixa queimar...Que o sangue vai ferver na veiaSurgiram deuses, mitos do imaginárioPra alma é purificaçãoFerros, modelagens, tem lendas e dragõesRituais de fé, religiõesFez evoluir a era industrialTem fogo neste Carnaval
Bota lenha na fogueira... Ô, iaiáO sabor do seu tempero... Vou provarNo calor do dia-a-dia... Tem que respeitarNão brinca com fogo pra não se queimar
A chama que arde no peitoÉ luz que irradia... AmorQuem dera que o homem apagasseDa mente, a maldade e a dor
Um brilho explode no arA festa vai começarO sol traz esperançaVitória e confiançaDo fogo que ilumina a vidaVermelho incendeia a Avenida
Hoje o fogo da alegriaAlastrou na academia por inteiro (é dez, é show!)Vem no show da bateriaEsse fogo que arrepia... É Salgueiro!
A CANA QUE AQUI SE PLANTA TUDO DÁ , ATÉ ENERGIA . . .ÁLCOOL, O COMBUSTÍVEL DO FUTURO • 200402
Leonel • Luizinho Professor • Serginho 20 • Sidney Sã • Prof. Newtão • Quinho
Salgueiro produz alegria“Caminha” descrevendo nossa terraVeio da Índia inspiração para o cultivoQue dava fim à liberdade do nativoTerra de fartura, coberta de canaCanaã, por naturezaNegro, do açúcar mascavoBranco, toque refinadoDa cobiça holandesa
Academia, é doce seu cantarVerde Eldorado, o encanto “deste lado”Solo fértil pro meu samba germinar
Pelo tempo, adoçou a economiaCom a evolução, ganhou outro “sabor”O álcool, o progresso moviaCoisa que Caminha nem imaginouE mesmo sem destronar o ouro negroJá desvendaram seus segredosO nosso jeito de abastecerSonho vê-lo enfim em seu reinado
Meio ambiente preservadoConquistando o “espaço”, infinito alvorecer
A cana que aqui se planta, tudo dáDá samba até o dia clarearO combustível do futuro é brasileiroÉ energia que hoje embala meu Salgueiro
ASAS DE UM SONHO. VIAJANDO COM O SALGUEIRO, O ORGULHODE SER BRASILEIRO • 200203
Leonel • Luizinho Professor • Serginho 20 • Sidney Sã • Claudinho • Nêgo
O sonho está no ar, vai decolarCom o Salgueiro Dando asas à imaginaçãoAlcançou a imensidãoO orgulho de ser brasileiroEste sonho foi de ÍcaroRenasceu em Da VinciPipas chinesas, aves de papelEra mais leve que o arNos balões a flutuarCruzava mares, dirigível pelo céu
Hoje eu vou salgueirar, da avenida voarCom a bandeira do meu paísVou com Santos Dumont Tirando onda em Paris
Surgiram heróis pioneirosQue marcaram história na aviaçãoCom a tecnologia romperam o espaçoBarreira do somRiscando o céu de vermelho
Estende o tapete, lá vem meu SalgueiroHerdeiro do ar, comandante na foliaTamanho orgulho te cantar na Academia
Vou zoar,Nem melhor, nem pior, amorO Salgueiro vai eternizarVida e vôo de um sonhador
SOU REI , SOU SALGUEIRO, MEU REINADO É BRASILEIRO • 200004Fernando Baster • J.C. Couto • João da Valsa • Touro • Wander Pires
Senhor, olhai por nósIluminai este momento Os nossos coraçõesE as emoções estão ao ventoNavegando o passadoNas águas do meu pensamentoE hoje...A história vem mostrarA transmigração da realezaChegando à Bahia, trazendo luxo e riquezaE no Rio de Janeiro, a Corte veio encontrarNo carioca maneiro, um povo festeiro a comemorar
Roda, baiana bonitaVem no balanço do marO teu sorriso clareia meu olhar
Mudando o rumo da economia, meu Rio seriaA grande atração comercial... Gira, gira, capitalDom João está sorrindoCurtindo seu reinado tropicalNova estrutura, arte e cultura
E veio a coroaçãoCriou-se um legado de artistasQue ao mundo encantouE nessa caravela futuristaSou mais um sambista, me leva, que eu vouVou brincar com meu amor...
Vou brincar com meu amor, eu vou que vouNessa viagem de alegria, Salgueiro eu souParabéns, meu BrasilVem comigo, arrebenta bateria(Oh, meu Senhor)
SALGUEIRO É SOL E SAL NOS 400 ANOS DE NATAL • 199905Celso Trindade • Demá • Eduardo Dias • Líbero • Quinho
O rei sol a brilharClareia meu amor, clareiaEncantou meu olharVagando neste manto de areiaCom a colonização deu início à expansãoQue maravilha!!!Seu forte é o marco dessa terraTem o sal que lhe temperaO ar é pura sedução
Tem jangadas no marMareia meu amor, mareiaEu vou deitar e rolarGostoso é deslizar na areia
Oh! NatalMeu Deus do céuEu nunca vi tanta belezaObra da mãe NaturezaCartão-postal do meu BrasilDo turista que se encanta a delirarNesta festa popular
Salgueiro é o sol que irradiaNesta dia de foliaE faz aqui seu "CarNatal"
É sol, é sal, é paixão, amor...Natal é pura emoção, vem brindar, ôBate na palma da mãoA festa vai começarSão quatro séculos de história pra contar(O rei sol a brilhar)
ANARQUISTAS SIM, MAS NEM TODOS • 199606Márcio Paiva • Adalto Magalha • Eduardo Dias • Quinho
Hoje eu vou cantarMe acabar nessa cançãoMeu Salgueiro em festa vem mostrarA influência de uma civilizaçãoDo sonho nasce a realidadeEm cada chão de uma cidadeEm cada braço, em cada mão
Itália, fonte da civilidadeDa cultura e da religiãoCom sua fé conquistou a multidãoNo momento tão divinoO vinho tem a sua tradiçãoO imigrante veio em busca de riquezaA colônia virou mitoNessa terra brasileira
Se liga, meu bemVem nessa tambémO Salgueiro faz a "massa"E não tem pra ninguém
A princesa com a sua uniãoTrouxe a arte pra delírio da naçãoO teatro e o cinemaO sindicato para a profissãoCom o circo a magia, Carnaval é alegriaSacode meu povão
A nossa emoção tá solta no arVem, meu amor, se acabarO meu coração não vai agüentarVer essa galera delirar
UM CASO POR ACASO • 199507Márcio Paiva • Adalto Magalha • Quinho
Navegando, ô, nesse mar, eu vou(Eu vou, eu vou, eu vou)Caravelas portuguesasO comércio e a riquezaD. João proporcionouVento forte, timoneiro rumo à sorteA África ele conquistouSereias e serpentesLendas envolventesO sonho se realizouColombo está contenteDescobre um continenteE Duarte se encantou
Amor, amor, quem foi, quem foiQue descobriu o meu BrasilPois o tratado eu sei que existiu
Viajando foi às ÍndiasVasco da Gama, o navegador, foi quem comandouO acordo foi fechadoE novamente a Europa desfrutou
Então Cabral partiu, oficializouRezaram a missa como o rei mandou
Me leva que eu também vou, eu vou, eu vouA festa vai começar, vou me acabarQuero ver você sorrirA galera sacudirAo ver meu Salgueiro passar
RIO DE LÁ PRA CÁ • 199408Celso Trindade • Demá • Bala • Arizão • Guaracy
Meu Rio, que é um rio de alegriaTransborda de felicidade (e vem mostrar)Vem mostrar as tradiçõesO jeitinho dessa genteE da coroa real
Sua beleza, seus festejos e encantosGerminou nos quatro cantosSementes de amorDe lá pra cá o Rio se glorificou
Virou mar de poesiaBate forte, coraçãoSou cariocaSalgueirense, sou povão
Rio, cidade maravilhosaJá cantada em verso e prosaCartão-postal do meu BrasilRio, da mulata e do pagodeFutebol e samba forteComo explode coração...
(Tá na boca do povão)Num abraço te envolverRio, és razão do meu viver
Balança, oi, balançaChegou a hora do Salgueiro sacudirDeixar essa cidade loucaCom água na boca na Sapucaí
PEGUEI UM ITA NO NORTE • 199309Demá • Arizão • Bala • Celso Trindade • Guaracy
Lá vou eu...Me levo pelo mar da sedução (sedução)Sou mais um aventureiroRumo ao Rio de JaneiroAdeus, Belém do ParáUm dia volto, meu paiNão chores, pois vou sorrirFelicidade, o velho Ita vai partir
Oi, no balanço das ondas... Eu vouNo mar eu jogo a saudade... AmorO tempo traz esperança e ansiedadeVou navegando em busca da felicidade
Em cada porto que passoEu vejo e retrato, em fantasiasCultura, folclore e hábitosCom isso refaço minha alegriaChego ao Rio de JaneiroTerra do samba, da mulata e futebolVou vivendo o dia-a-dia
Embalado na magiaDo seu Carnaval
Explode, coraçãoNa maior felicidadeÉ lindo o meu SalgueiroContagiando, sacudindo essa cidade
O NEGRO QUE VIROU OURO NAS TERRAS DO SALGUEIRO • 199210Bala • Efealves • Preto Velho • Sobral • Tiãozinho do Salgueiro
HistóriaBeirando a poesiaLenda, sonho e fantasiaAbissínia, ArábiaA natureza é tão sábiaUm quê de malíciaTrouxe esta delícia ao ParáDizem então, dizem entãoQue foi a terraO sol, este luarQue o fez se apaixonar por este chãoE se espalhar feito um marDa cor da raçaCheiro e sabor (sabor)Gostoso como um beijo de amor
O ciclo do café era a riquezaFausto e luxo da nobrezaE suor da escravidãoSonso, vira vício e rotinaFilosofia de esquina
Cafezinho no balcãoTem até quem admiteQue ele dá bom palpiteNa loteria popularCadê o bom café, foi viajarOnde andará... Eu sei lá!
Soca no pilãoPreto-velho, mandingueiroO negro que virou ouroLá nas terras do Salgueiro
ME MASSO SE NÃO PASSO PELA RUA DO OUVIDOR • 199111Sereno • Luiz Fernando • Diogo
Eu vouVou daqui pra láE de lá pra cá, oiVou sorrindoEssa rua do OuvidorVirou caso de amorDo meu RioA moda do francêsGanhou freguêsNa fidalguiaJornaisContavam fatos e boatos do lugarPara alegria popular
Rua do OuvidorAgora entendo seu papelDesviou do marE virou Torre de BabelRomances divinaisOs CarnavaisE a poesia
FicouDa carne-seca à Notre-Dame de ParisA nostalgiaDe um rio que era mais feliz
E hoje, eu seiDa velha rua que não esqueciMeu Salgueiro fazEnredo na Sapucaí
Da Primeiro de MarçoFalta um passoPra OuvidorE no samba faltavaEsse traçoDe amor
SOU AMIGO DO REI • 199012Alaor Macedo • Arizão • Demá • Pedrinho da Flor • Fernando Baster
Vim, meu amorDe uma era medievalPara brincar, oi, o CarnavalA folia tomou conta da cidadeA ordem do rei é cantar Sou menestrel do DivinoA poesia já vem me contagiarOs doze pares de FrançaSe trançam em busca do mesmo idealCristãos e mouros se lançamNa luta do bem e do mal
Lagedo sagradoO rei congo aqui chegouPra ser coroadoNeste "reino de Xangô"
Tumba lá e cá, é MoçambiqueTumba lá e cá, rainha Ginga
Hoje os sertões se manifestamCariri, pageú, siridó (siridó, siridó)É de couro e prata a coroaFidalgos de minha casa real (o lugar é divinal)Tabuleiro de xadrezMesa de baralhoZumbi, louvado seja o ritualPastorinhas brilham neste festivalE as bandeiras colorindo o visual
O Salgueiro éPra quem tem féNo gingado das baianasVem, meu povão, diz no pé
TEMPLO NEGRO EM TEMPO DE CONSCIÊNCIA NEGRA • 198913Alaor Macedo • Helinho do Salgueiro • Arizão • Demá • Rubinho do Afro
Livre ecoa o grito dessa raçaE traz na cartaA chama ardente da AboliçãoOh! Que santuário de belezaUm congresso de nobrezaDe raríssimo esplendorRevivendo traços da HistóriaEstão vivos na memóriaChica da Silva e Chico ReiSaravá, os deuses da BahiaNesse quilombo tem magiaXangô é nosso pai, é nosso rei
Ô, zaziê, ô, zaziáÔ, zaziê, maiongolê, marangoláÔ, zaziê, ô, zaziáSalgueiro é maiongolê, marangolá
Vai, meu samba, vaiLeva a dor, traz alegriaEu sou negro, sim
Liberdade e poesiaE na atual sociedadeLutamos pela igualdadeSem preconceitos sociaisLinda Anastácia sem mordaçaO novo símbolo da massaA beleza negra me seduzViemos sem revolta e sem chibataDar um basta nessa farsaÉ festa, é Carnaval, eu sou feliz
Ê, baianasO jongo e o caxambu vamos rodarSalgueirar vem de criançaO centenário não se apagará
EM BUSCA DO OURO • 198814Arizão • Alaor Macedo • Rolando Medeiros • Rixxa • Jorginho da Cadeira • Henrique do Salgueiro • Gilberto Tobias •Buguinho • Mauro Torrão
Minha fantasia vale ouroMeu tesouro se espalha na AvenidaVem de Midas o exemploEsta ambição antigaNegros de ofício e artistasFizeram do barroco opçãoXangô todo banhado em ouro? Chico ReiNa festa da libertaçãoA saga da lavoura do café... É, é...A viga mestra da falida economiaÉ festa, sinhazinha, vem dançarOs feitores vão chegarJuntos com a fidalguia
"Bantô"... "d'Angolo"...Crioulo, muito axé...Eis o milagre do café
Um dia na Bahia apareceuCascatas de ouro negroMeu mano entregando o que é seu
Em troca, presente gregoInteresses ocultosO sangue da terra sugouBaianas, Monteiro LobatoHerói literatoO petróleo salvouE hoje do ouro de fatoO sonho dourado foi o que restou
Serra Pelada já está nuaMas minha alegria continua
Nem de ouro, nem de prataO cruzado tanto fez que virou lata