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Anais – III Simpósio Regional de Geoprocessamento e Sensoriamento Remoto
Aracaju/SE, 25 a 27 de outubro de 2006
UM SISTEMA DE INFORMAÇÕES GEOGRÁFICAS
PARA O CAMPUS CENTRAL DA UFRN
GOMES, C.1; CUELLAR, M. 2; COSTA, A. M. B.3; AMORIM, R. F.4; RAMOS, A. E. S.5;
NASCIMENTO, K. C. do6
RESUMO: A criação de um Sistema de Informações Geográficas (SIG) para o Campus Central da
Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) tem a finalidade de subsidiar as atividades de
gestão do uso e da ocupação do espaço físico e, particularmente, da implantação e revisões do seu
Plano Diretor. Para isso, as necessidades e fontes de informações têm sido identificadas, e a
organização de um banco de dados no programa Spring se estabeleceu a partir de um planejamento
inicial de categorias principais, modelos de dados, planos de informação e classes para mapeamentos
temáticos e outros. O desenvolvimento do SIG iniciou com a entrada de uma imagem do satélite
quickbird, cobrindo uma área de 25 quilômetros quadrados da cidade de Natal, que inclui o Campus
Central e áreas adjacentes dos bairros que o circundam. Desde então, os primeiros resultados obtidos
referem-se, basicamente, aos planos de informação (PIs) e mapas temáticos oriundos da digitalização
de vetores sobre a imagem e à alimentação das tabelas para a constituição de bases cadastrais e a
geração de mapeamentos derivados.
PALAVRAS-CHAVE: SIG – Campus Universitário – Plano Diretor
A GEOGRAPHIC INFORMATION SYSTEM FOR
THE CENTRAL CAMPUS OF UFRN
ABSTRACT: The development of a Geographic Information System (GIS) for the central campus of
the Federal University of Rio Grande do Norte aims at supporting the management activities related to
the use and occupation of the university’s area, in particular, the execution and revision of its Directive
Plan. To achieve this goal the need and sources of information have been identified, and the
organization of a database using the Spring software has been designed considering an initial set of
main categories, data models, class and information plans for thematic maps and others maps. The
initial data source for the GIS was a quickbird satellite image covering a 25 square kilometers area
over Natal, including the central campus and the surrounding neighborhoods. So far, the results
1Doutorado em Geografia Humana, Docente-Pesquisadora (Bolsista DCR, CNPQ/FAPERN) do Departamento de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Rua Jaguarari 5250, Bloco E, ap. 401, CEP 59064-500, Lagoa Nova, Natal, RN E-mail: [email protected]. Telefone: (84) 3606-0124. Celular: (84) 91146430. Fax: (84) 3231-4941. 2 Engenheiro do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais – INPE, Centro Regional de Natal e Fortaleza - CRN. 3 Mestrado em Geociências, Bolsista CNPQ/ DTI do INPE/CRN. 4 Estudante de Geografia, Bolsista CNPQ/PIBIC do INPE/CRN. 5 Engenheira da Superintendência de Infra-Estrutura da Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN. 6 Mestrando em Engenharia Sanitária e Ambiental, PPGES/CT, UFRN.
Anais – III Simpósio Regional de Geoprocessamento e Sensoriamento Remoto
Aracaju/SE, 25 a 27 de outubro de 2006 obtained from the GIS basically refer to: the information plans (ip) and thematic maps, both generated
from the image vectorization process and creation of tables for the development of cadastral bases and
derived maps.
KEYWORDS: GIS - University Campus - Directive Plan.
INTRODUÇÃO: As reuniões iniciais7 em vista da criação de um SIG para o Campus Central da
UFRN estabeleceram os principais direcionamentos em vista da elaboração do plano de trabalho que
firmaria o convênio entre a UFRN, através da sua Superintendência de Infra-Estrutura (SIN), e o
Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).
Nesse contexto, a versão do Plano Diretor do Campus Central (UFRN, 2005) desta universidade
tornou-se uma referência principal para o desenvolvimento do SIG, já que este deveria subsidiar, no
âmbito mais amplo da gestão do uso e da ocupação do espaço físico do Campus, o processo de sua
implantação e revisões. Este documento estabelece que uma das atribuições do órgão de planejamento
urbano, o responsável pelo seu gerenciamento, seria “organizar e manter atualizado um banco de
dados (...) especificamente relacionado às questões inerentes ao Plano Diretor do Campus e aberto à
consulta pública” (Artigo 40, Título IX). Além disso, a atualização do SIG também seria “subsidiada
pelo desenvolvimento constante de pesquisas que adotem o espaço do Campus Central da UFRN
como objeto de estudo”.
Com esta perspectiva, o SIG deveria oferecer, no tempo de duração do projeto, um bom retrato da
organização do espaço físico do Campus, mediante a produção de mapeamentos e a organização de
informações associadas.
Localizado na região sul da cidade de Natal, mais precisamente no bairro de Lagoa Nova, o Campus
está instalado em uma área de aproximadamente 123 hectares. Faz fronteira com o Sétimo Batalhão de
Engenharia e Combate; a CAERN; os Conjuntos Potilândia, Mirassol e Cidade Jardim; a BR- 101 e,
ainda, o Parque das Dunas, ao qual se atribui um valor paisagístico dos mais significativos para a
cidade de Natal e o Campus (ver figura 01 na página 4).
MATERIAL E MÉTODOS: As etapas de desenvolvimento do SIG para o Campus basearam-se em
algumas técnicas do SPRING (Sistema de Processamento de Informações Georreferenciadas). O
Sistema SPRING é um banco de dados geográficos que gerencia e organiza dados vetoriais e matriciais
e realiza a integração de dados de sensoriamento remoto (INPE, 2004). Os dados e informações
utilizados no SIG estão sendo adquiridos em campo, mas também, junto aos órgãos administrativos da
UFRN e, ainda, a partir de levantamentos e consultas bibliográficas no Plano Diretor e outros trabalhos
7 Além dos autores, integram a equipe atualmente: Manoel Jozeane Mafra de Carvalho (INPE/CRN), Gustavo Coelho (SIN/UFRN), Sérgio A. da S. Almeida, Sheila Oliveira de Carvalho (UFRN).
Anais – III Simpósio Regional de Geoprocessamento e Sensoriamento Remoto
Aracaju/SE, 25 a 27 de outubro de 2006 já realizados sobre Campus em geral, como o de SIMÕES e BASTOS (2003), e o próprio Campus da
UFRN.
O desenvolvimento do SIG adquiriu os seus primeiros contornos com a definição de sua área de
abrangência (retângulo envolvente) e a exploração de informações e documentos necessários.
Após a aquisição de uma imagem do satélite Quick Bird, datada de dezembro de 2004 e com resolução
espacial de 0.60 cm, teve início um levantamento de pontos com DGPS topográfico Promark 2, no
Campus (figura 02) e adjacências. Transportados para o Spring, os pontos obtidos possibilitaram o
georeferenciamento da imagem e a geração do Modelo Numérico do Terreno (MNT) e,
consecutivamente, conduziram à ortoretificação da imagem.
Em seguida, a modelagem do Banco de Dados no Spring foi discutida e esboçada, com a definição de
categorias e modelos de dados, planos de informação (PIs), classes, fontes e informações.
A partir da imagem, a digitalização de vetores deu origem aos PIs ou mapas temáticos que
representam o conjunto das edificações (figuras 03 e 04) e o sistema viário do Campus e, também, as
diversas demarcações de áreas que integram o Plano Diretor, como a da propriedade e do cercamento
do Campus; do seu macrozoneamento (figura 05) e zoneamento territorial; a das áreas especiais
(figura 06) e de gabaritos permitidos.
Posteriormente, estes mapas foram exportados para outros PIs, do modelo cadastral e, a partir daí, os
objetos foram editados, a tabela de atributos construída e a alimentação do banco de dados
propriamente dita pode ter o seu início. Na tabela, estão sendo disponibilizadas informações a respeito
das edificações (número de pavimentos, usos, área, entre outras) e, entre estas, algumas foram
extraídas do trabalho de CARVALHO (2005). Assim, alguns novos mapas puderam ser gerados
mediante os procedimentos de consulta por atributo ao mapa cadastral das edificações (figura 07).
Simultaneamente, o sistema viário foi também representado pelo modelo de rede (figura 08).
Inicialmente foram digitalizadas as linhas e nós (elementos da rede) que representam, respectivamente,
os eixos das vias do Campus e o encontro dos eixos. Depois foram definidas as impedâncias (positivas
e negativas), que representam o sentido das vias tendo como referência os nós (sua origem ou destino)
para cada segmento da rede. Na seqüência os elementos da rede (linhas e nós) foram associados aos
objetos (edição de objetos) e foram definidos o rótulo e nome para cada objeto. Com o mapeamento
dos eixos viários no modelo de rede, consultas (figura 09) podem ser realizadas no sentido de saber a
direção a percorrer na rede viária, o melhor percurso e a distância para chegar a determinados destinos.
Além disso, diversos links estão sendo reservados para a visualização de fotografias do Campus,
plantas arquitetônicas, informações históricas sobre o Campus (NEWTON, 2005) etc.
Anais – III Simpósio Regional de Geoprocessamento e Sensoriamento Remoto
Aracaju/SE, 25 a 27 de outubro de 2006 RESULTADOS E DISCUSSÃO: Ao longo do processo de trabalho acima descrito foram
produzidos diversos PIs. Além da imagem e área de contorno do campus e do levantamento de pontos
em DGPS, podemos ver, a seguir, alguns dos PIs mais representativos do SIG até o presente momento.
Figura 01 - Área de abrangência do SIG e localização do Campus
Figura 02 – Pontos coletados com DGPS topográfico
Figura 03 – Mapa cadastral das edificações.
Figura 04 – Tabela de atributos das edificações.
Figura 05 – Mapa do macrozoneamento do Campus
Figura 06 – Mapa das áreas especiais do Campus
Anais – III Simpósio Regional de Geoprocessamento e Sensoriamento Remoto
Aracaju/SE, 25 a 27 de outubro de 2006
Figura 07 – Consulta ao mapa cadastral das edificações Figura 08 e 09 – Consulta ao PI do sistema viário
(modelo de rede)
Neste processo de trabalho, as discussões que têm envolvido os integrantes da equipe referem-se às
diversas possibilidades para o desenvolvimento do SIG, o que supõe não apenas a questão das
informações mais significativas a serem adicionadas como também o melhor uso das ferramentas do
Spring. Em atenção às finalidades pré-definidas e às prioridades em diferentes momentos, e
considerando, ainda, a disponibilidade de pessoal e recursos para novos levantamentos e
processamentos de informações, o SIG deverá ser atualizado e ampliado, continuamente, de forma a se
tornar, de fato, um instrumento útil para as atividades de gestão do Campus e a consulta pública de
caráter acadêmico ou interesse geral.
Nesse sentido, o desenvolvimento do projeto seguirá para sua próxima etapa prevista, onde estão
sendo processados: o PI das áreas verdes do campus, através da imagem de satélite disponível; uma
nova sistematização de dados acerca dos conjuntos edificados (setores de aula, por exemplo) ou
diferentes edifícios (biblioteca, reitoria etc), com base em um levantamento dos projetos de arquitetura
existentes; levantamento de informações para a construção dos PIs sobre infra-estruturas
(abastecimento de água, transportes, fibra óptica etc.); registros históricos e fotográficos etc.
CONCLUSÃO: O gerenciamento deste projeto tem nos possibilitado uma avaliação que
considera as seguintes proposições conclusivas. No contexto geral de difusão do
geoprocessamento aplicado aos estudos acadêmicos e processos de planejamento e gestão, as
principais dificuldades advêm, ainda, de dois problemas fundamentais: o da mentalidade, que
induz a uma aceitação maior ou menor das novas tecnologias; e, sobretudo, o problema das
condições reais (pessoal habilitado, recursos, equipamentos) para o desenvolvimento e
atualização permanente dos SIGs.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Anais – III Simpósio Regional de Geoprocessamento e Sensoriamento Remoto
Aracaju/SE, 25 a 27 de outubro de 2006 CARVALHO, Sheila Oliveira de. Análise bioclimática como ferramenta para implementação do
Plano Diretor do Campus Central da UFRN. Dissertação de mestrado apresentada ao Programa de
Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo (PPGAU), UFRN, Natal, 2005.
INPE – INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS ESPACIAIS. Introdução ao Spring:
apostilha teórica. Natal, 2004.
NEWTON Junior, C. Portal da memória: Universidade Federal do Rio Grande do Norte: 45 anos de
federalização (1960-2005). Brasília, DF: Senado Federal, 2005.
SIMÕES, C. R. M. e BASTOS, L. C. Um Sistema de Informações Geográficas para Auxiliar a
Administração Universitária: Desenvolvimento de um Protótipo para a UFSC. Anais XI SBSR, Belo
Horizonte, 5-10 abril, 2003, INPE, p. 1011-1018.
UFRN. Plano Diretor do Campus Universitário Central da UFRN. Natal: Superintendência de
Infra-Estrutura, maio de 2005.