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Um Sonho de Gigante Miolo

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Baú das LendasUm Sonho de Gigante

Copyright © 2011 Autores e QuidNovi Reservados todos os direitos para esta edição

Texto Pedro Sena-LinoIlustração Sebastião PeixotoDesign & Paginação Sara Soares/QuidnoviImpressão e Acabamento Peres-Soctip, S. A.(www.soctip.pt)

1ª edição Maio de 2011

ISBN 000-000-000-000-0Depósito Legal 000000/11

BOOKLÂNDIA é uma chancela da editora QuidNovi.QUIDNOVI QN – Edição e Conteúdos, S. A., Rua 10 de Junho, 54, Aveleda,4485-029 Vila do Conde • Tel. +351 229 388 155 • Fax. +351 229 390 359 •www.quidnovi.pt • [email protected] • quidnovipt.blogspot.com

para a Catarina ter sempre sonhos gigantes

Pedro Sena-LinoTexto

Sebastião PeixotoIlustração

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Tu sabias que as histórias têm mais coisas dentro do queaquilo que podes ver? Têm letras, como estas, e desenhos,mas também têm metáforas e personagens. Ui, são palavrascomplicadas, parecem doenças dos pés. Mas metáfora éuma palavra tão importante como pés, coração ou cabeça –porque é a coisa que liga tudo. É uma ponte.Esta história é uma metáfora. E a metáfora é esta: osgigantes não são só grandes por fora: têm sonhos enormes,tão largos que ocupam muito espaço.

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Era uma vez um gigante assim, com dedos como árvores ebraços como montanhas. Chamava-se Almourol e vivianuma terra muito grande e deserta, chamada Ucanha. Aspessoas da terra tinham muito medo dele, mas ele era bome pacífico, e dentro do seu coração tinha um grande desejode conhecer novas terras e percorrer o mar.

— Mas para quê atravessar o marSe nada e ninguém vou encontrar?

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Andava pelas terras, com os seus passos pesados quefaziam cair a fruta das árvores, voar os pássaros, e cairpedregulhos na montanha, sempre a repetir aquelaspalavras. Cada passo parecia um espirro! Durante o dia,deitava-se no rio Mondego, e ficava a ver as nuvens. Às vezes, também sonhava em ir ao céu; mas sabia que era pesado como as montanhas e não podia voar comoos pássaros. Já tinha pensado subir à montanha mais alta da Serra da Estrela e tentar tocar no céu, mas depoisvoltava a perguntar:

— Mas para quê para quê tocar o arSe nada e ninguém vou encontrar?

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Ora isto aconteceu uma, duas, três vezes. Agricultãotinha comprado muita comida para os trabalhadores, e tudo se estragava. À terceira, ele resolveu pediropinião a uma sábia velhinha que morava numa casa ao pé do rio Mondego. A velhinha, que tinha sidouma grande princesa, e estava encantada por umabruxa vesga chamada Malévola, disse com a sua vozsuave:

— Ninguém quer trabalhar na vinha Do gigante têm muita cagufinha

E assustada, fechou logo a porta da sua cabana.

Havia na Ucanha um homemchamado Agricultão. Era muito rico e tinha comprado todas as terras em redor. Queria cultivá-lase enchê-las de vinhas, para produzirbom vinho. Porque todas as terrasem Espanha, Itália e França estavamdevastadas pela guerra, Agricultãoqueria fazer muito vinho e vendê-loa estes países. «Enquanto nãoinventarem a Coca-cola – diziaAgricultão para si mesmo – toda a gente vai beber vinho!». Foi então chamar todas as pessoasque viviam nas aldeias para viremtrabalhar para ele – mas ninguémaparecia.

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Ora, pensou Agricultão: «Não tenho medo de nada, vou procurar o gigante». Já tinha viajado muito e vistomuitas coisas: o monstro de Loch Ness, na Escócia; a cobrade cinco cabeças, na Síria; e mesmo a grande Fénix que nascia e morria do fogo. Ah, e até o Monstro Kaagaum,que fazia nascer vulcões – só de se sentar a fazer cocó.Agricultão desceu pensativo e viu o grande gigante deitadono rio a ver o céu.

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Agricultão lembrou-se de todos os monstros que viu,respirou fundo e foi ter com o gigante Almourol.

— Preciso da tua ajuda para plantar a minha vinha.

Ao olhar para ele, teve tanto medo, e tremia tanto, que pensou que os seus ossos iam partir-se. Almourololhava-o lá do alto, tão longe como da tua casa à tua escola.E então abanou a cabeça para dizer que sim – e com essemovimento logo uma nuvem se formou e começou a chover.

Quando o viu, Agricultão deu um salto, e correu a esconder-seatrás de uma pedra. Olhou para as pernas do gigante, que pareciam montanhas, e os dentes dele bateram comocastanholas; depois viu os dedos como árvores, e quase fezchichi nas calças; e quando ia ver a cabeça grande como a Lua, o gigante viu-o e logo lhe perguntou:

— Mas porque é que me estás a olhar Se comigo tu não queres falar?

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Logo Agricultão lhe mostrou toda a comida que tinhacomprado para os trabalhadores, e disse a Almourol:

— Podes comer esta comida se plantares toda a vinha.

E foi-se esconder, cheio de medo, com o coração e o fígadoe os intestinos e até os pés a saírem-lhe da boca de tantomedo.

— A comida há-de se tragar e a vinha há-de se plantar!

Disse o gigante bondoso, que logo com uma mão, maior que um centro comercial, pegou na comida toda e devorou-a em três dentadas. Voltou-se então para a terra:e com aqueles pés tremendos arou toda o terreno; com as mãos imensas deitou as sementes; e com a boca do tamanho de um lago bebeu água do rio e regou toda a terra. Mas o rio tinha uma baleia lá dentro, e o giganteficou com ela atravessada na garganta. Então tossiu e espirrou – e assim soltou uma onda de calor. E, comgrande espanto, as vinhas começaram a crescer muitodepressa.

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Num minuto saíam da terra, noutro minuto nasciam uvas,noutro estavam prontas a colher. Então o gigante colheutodas as uvas num ápice, e pondo-as dentro de uma talha,pisou-as com o seu dedo mindinho. Logo todo o vinho ficoupronto. Então Agricultão saiu do seu esconderijo – e nãopodia acreditar. Mas como era malandro, deitou um ratopara dentro do vinho. Disse então a Almourol:

— Bebe o vinho que fizeste.

E feliz pegou na talha e bebeu um golo de vinho. Perguntouentão divertido Agricultão se ele tinha sentido alguma coisa.

— O vinho é bom como um néctar Saboroso como um manjar Lá dentro havia um mosquito a nadar Eu bebi-o – não há-de me matar

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Então Agricultão riu muito, e o gigante percebeu que ele lhe tinha pregado alguma partida. Mas não era mau, e entãolhe disse:

— Fartei-me de trabalhar: Arar, cavar e regar Tu que viveste a viajar Diz-me o que há depois do mar

Agricultão ficou espantado depois do mar não conhecianada. Mas que não muito longe dali, em Penacova, viviam outros gigantes. Isto porque uns anos antes um homem chamado António tinha mandado os seustrabalhadores tirar toda a água da lagoa; e quando estaestava enxuta tinham encontrado uma escada enorme e escura, até ao centro da terra. E debaixo dessa escadaencontraram quatro enormes gigantes: tinham barbas até aos pés, e armas nas mãos. Os homens fugiram, e com medo dos gigantes, taparam a Lagoa com água outra vez. E a história ficou.

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Almourol sentiu o seu coração cantar. Então aqueles seusprimos gigantes deviam já ter ido ao mar! Ele podia pedirinformações! E além disso já lá iam mais de quinhentos anosdesde a última vez que tinha visto um gigante. E com os seus passos maiores que cidades, para lá correucheio de felicidade. E sentia que tinha o tamanho certo –tinha a medida dos seus sonhos.

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A Paixão do Gigantão

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Era uma vez um gigante, que dava passos do tamanho dos seus sonhos. Isto era mesmo verdade, da verdadesaborosa e boa das metáforas.

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Almourol ia a Penacova procurar os gigantes que viviamdebaixo da Lagoa. Hoje pode-se ir de autoestrada, mas cada passo dele era maior que dois kilómetros, e chegou à enorme Lagoa, cheia de água. Parecia uma piscina de natação, mas multiplicada por cem. Como não sabiacomo é que se tira o ralo da água de uma Lagoa, começou a tentar bebê-la. Mas bebeu tanto, tanto, tanto, que engoliuuma cobra de água. Esta, assustada, navegou dentro do corpo do gigante e saiu-lhe pelo nariz. «Atchooooo»,espirrou ele, e a cobra voou como um pássaro.

— Eu sou a cobra Serpentina E se eu não fosse tão fina Acabava feita em margarina.

Almourol pediu-lhe desculpa e disse-lhe que queria era tirara água da Lagoa para ver os seus amigos gigantes.

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— Eu posso-te já explicar Se tu me quiseres ajudar

«Claro que sim», disse Almourol bondoso. Então Serpentinaexplicou-lhe que para tirar a água daquela lagoa grande e azul, teria de levantar uma grande rocha que ficava à direita. Lá dentro estava uma princesa escondida há muitos séculos. Chamava-se Cardiga e era filha de um dos Quatro Gigantes que viviam debaixo da Lagoa.

— A Princesa foi encerrada dentro da rocha encarnada pelo monstro Kaagaum sujo e feio como um pumzão

Então parecia que o monstro Kaagaum tinha ficadodesempregado lá na Ásia onde trabalhava, e tinha vindopara aquelas bandas porque já não havia maus suficientes. E para tudo ficar bem equilibrado era preciso sempre haver bons e maus, dizia ele. A verdade é que fazia surgirvulcões em todo o lado, e comia as metáforas que haviadentro das histórias. Era muito triste.

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A cara de Almourol ficou vermelha, depois laranja, depois quase fogo. Estava triste e irritado com estamaldade. E num ápice lançou o seu enorme braço até à rocha vermelha, e com toda a força, puxou e levantou. Era enorme, e forte, e Almourol demorou dez pesados anosa conseguir afastar a rocha: depois atirou-a tão alto, que foi parar bem longe, ao pé de Peniche, e aí ficou. Hoje as pessoas conhecem essa rocha com o nome de IlhasBerlengas. E debaixo da rocha, dentro de uma gruta escuracom cheiro de medicamento e diarreia, estava Cardiga, a princesa mais linda que Almourol podia imaginar: era loura como os campos de trigo da Provença; os olhos azuis como a estrela Viajum onde o gigante passava férias; e tinha uma cara grande e larga como uma auto-estrada.Olharam-se e foi amor à primeira vista. O gigante ficou tão envergonhado por Cardiga ser tão linda, e sentir tantos sentimentos por ela, que a cara ficou tão vermelha que começou a deitar fumo. E logo toda a terra ficou cheiade nevoeiro.

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— Agora gigante amigo livra-me de perigo

Disse Serpentina, lembrando-lhe que precisava da ajudadele. O monstro Kaagaum tinha-a transformado numapequena cobra de água, mas ela precisava de ser bemesticada para poder voltar a Serpa, a terra das serpentes.Logo o gigante com carinho pôs a cobra entre dois dos seusdedos, e puxou devagarinho, e ela alargou-se logo com um«BOOOING!». E sorriu seguindo o seu caminho.

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Voltou a olhar para Cardiga. Ai, que cabelos lindos e grandescomo a floresta da Amazónia!Mas não podia olhar mais, ou sentia que podia derreter-setodo! Ouviu então uma vozgrave, que parecia feita de todosos cantos de pássaros:

— Eu sou o Gigante Ar Muito grato por me salvar

Cardiga correu a abraçar o Ar. Logo se seguiuoutro gigante, que saiu de dentro da porta da Lagoa, devagar e com passos largos. Era o Gigante Fogo, com uma barba feita de cinza.

— Eu sou o Gigante Fogo e vou ali arder – agradeço-te mais logo

E lá foi como um rastilho a correr. Cardigasó teve tempo de lhe fazer uma pequenafesta na barba cinza. Depois veio o Gigante Terra, com o corpo feito de raízes.

— Eu sou o Gigante Terra Obrigado forever

O Gigante Terra abraçou a sobrinha, e foi logo a correr para Inglaterra. Antes de ser preso pelomonstro Kaagaum, estava a fazer a Irlanda, que é uma grande ilha ao lado da Inglaterra, mas nãotinha tido tempo para acabar. Era por isso quefalava inglês. Finalmente apareceu o GiganteÁgua. Tinha umas longas e líquidas barbas, feitasde peixes e conchas. Abraçou a sua filha Cardiga,e olhou para Almourol com bondade e interesse.

— Eu sou o Gigante Água Obrigado por acabares com a minha mágoa

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Almourol ia responder, mas o seu coração nãoconseguia falar. Estava preso de paixão e amor porCardiga. E logo lhe saiu, mais rápido que uma flecha:

— Com a sua linda filha Eu quero já casar Aceite o meu pedido Eu só a quero adorar

O Gigante Água então perguntou a Cardiga se aceitava o pedido. Ela disse que as pessoas não se podem casarassim tão rápido, têm que se conhecer melhor, mas que o seu coração lhe dizia que ela amava o gigante desde

o primeiro momento que se viram. E que gostava dos músculos dele, grandes como montanhas,

e do seu coração bondoso, maior e mais profundoque o Grand Canyon. Então o Gigante Águasorriu e disse, muito feliz:

— Deixo-te casar com a Princesa da Água Se me ajudares nesta fábula

Contou-lhe então que Kaagaum tinha começado um vulcão terrível ali perto, junto do rio Tejo. E precisava de ajuda para apagar esse enorme vulcão. Almourol então avançou para o Mondego, e abriu os braços. O braço esquerdo estava mais alto, e a água começou a correr pelo corpo todo, até chegar ao outro braço.Um braço estava no Mondego e o outro no Tejo, e toda a água correu e apagou todos os vulcões. Feliz, o gigante Água então lhes indicou onde era o Mar, e o que lá poderiam encontrar. E felizesforam viver para Almourol, onde o Gigante fez um castelo enorme no rio Tejo. Passavam os doisos dias deitados no rio a conversar e a olharpara o céu de mãos dadas.

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Quando o terrível Kaagaum, ao saber do seu vulcãoapagado, teve uma fúria castanha. E tão furioso ficou que nasceram três vulcões na América. E a correr foi para o Castelo de Almourol, deitando mau cheiro por todo o lado. Os pássaros fugiam, as pessoas tapavam o nariz, os peixes escondiam-se no fundo do mar quando elepassava. No Castelo, o nosso gigante não estava – tinha ido ajudar a fazer a floresta das Ardenas, em França.Quando viu o terrível monstro Kaagaum a chegar,Cardiga ficou assustada. Mas logo Kaagaum atransformou numa ilha no meio do mar Atlântico,onde pássaros chamados Açores voavam. E rindo de maldade começou a tentardestruir o Castelo, que foi ficando pequeno,pequeno e pequeno, e tanto, que o Tejocomeçou a correr para o mar Atlântico.E foi aí que o Tejo inventou o Oceano,tão grande agora que já nãopodia só ser Mar.

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Quando Almourol chegou, o Castelo já estava muito magro,muito magro e fininho. Kaagaum estava satisfeito a comerárvores. Então Almourol deu-lhe um soco tão grande queKaagaum deu uma volta como um crepe na frigideira, e caiu de costas no mar. Bruto como era, Kaagaum não sabia nadar. E então foi levado pelo mar, para tão longe,tão longe, que se tornou um enorme iceberg. E aí nasceu a Gronelândia, a maior ilha do mundo, que é branca e gelada porque a Água limpou toda a sujidade do monstroKaagaum. Aflito, Almourol procurou a sua mulher por todo o lado. Com a água do Oceano pelos joelhos, chegou até à ilha – a ilha de Santa Maria. Logo o seu coração sentiu que ali estava a sua querida Cardiga. Então o Gigantedeitou-se ao lado da sua mulher, e transformou-se na ilha deS. Miguel. E juntos, um ao lado do outro, a olhar o céu e asentir o mar, viveram felizes para sempre.

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A partir das lendas coligidas pelo CEAO, baseadas em:FURTADO-BRUM, Ângela, Açores: Lendas e outras histórias,Ponta Delgada, Ribeiro & Caravana editores, 1999, p.21-22PINHO LEAL, Augusto Soares d'Azevedo Barbosa de,Portugal Antigo e Moderno, Lisboa, Livraria Editora TavaresCardoso & Irmão, 2006 [1873] , tomo I, p. 29-30VASCONCELLOS, J. Leite de, Contos Populares e Lendas II,Coimbra, por ordem da universidade, 1966 , 613

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