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N9 99 UM TEMA REVISITADO: A RESPOSTA DA PRODUÇÃO AGRíCOLA. AOS PRECOS NO BRASIL Fernando de Holanda Barbosa da Silva Santiago - 1987 -

UM TEMA REVISITADO: A RESPOSTA DA PRODUÇÃO AGRíCOLA. …

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Page 1: UM TEMA REVISITADO: A RESPOSTA DA PRODUÇÃO AGRíCOLA. …

--~--~-- - --- ---------

• N9 99

UM TEMA REVISITADO: A RESPOSTA DA PRODUÇÃO

AGRíCOLA. AOS PRECOS NO BRASIL

Fernando de Holanda Barbosa Fern~ndo da Silva Santiago

- 1987 -

Page 2: UM TEMA REVISITADO: A RESPOSTA DA PRODUÇÃO AGRíCOLA. …

i· I

UM TEMA REVISITADO: A RESPOSTA DA PRODUCÃO

AGRíCOLA AOS PRECOS NO BRASIL

1. Intro"dução

Fernando de Holanda Barbosa*

Fernando da Silva Santiago**

A resposta da produção agrícola aos. preços nos paí-

ses latino-americanos, e nos países subdesenvolvidos em geral,

foi um tema controverso na década dos 50, e na primeira meta-

de da década dos 60.

Argumentava-se na epoca que a agricultura desses

países não responderia aos estímulos de preços nas decisões

de produção. A razão para este tipo de comportamento estaria

na estrutura fundiária, caracterizada por uma elevada concen-

tração de latifúndios improdutivos e por um grande número de

manifúndios dedicados à agricultura de subsistência. Aliado

a esta estr~tura, o fato presumido de que os agricultoresdes-

ses países não alocavam seus recursos de modo eficiente, em

virtude do estágio de desenvolvimento tecnológico . bastante

primitivo ere que se encontravam, contribuiria para a falta de

resposta da produção agrícola aos preços.

Na América Latina, os economistas estruturalistas

apontavam para esta possível falha dos mercados agrícolas co-

mo uma das cuasas que explicaria o processo inflacionário crê-

* Escola de Pôs-Graduação em Economia da Fundação Getúlio Vargas, e Departamento de Engenharia da Produção da UFF.

** Centro de Estudos Agrícolas, IBRE,da Fundação Getúlio Vargas.

Page 3: UM TEMA REVISITADO: A RESPOSTA DA PRODUÇÃO AGRíCOLA. …

, .J .. ," .2'.)

nico das economias da região.

As primeiras pesquisas que procuraram investigar

esta questão no Brasil, aLgumas delas resenhadas ~m Barbosa

(1985), verificaram que a evidência empírica existente nao

corroborava a hip6tese de que o agricultor seria insensível

aos preços, nas suas decisões de quando e como produzir.

Este trabalho tem como objetivo apresentar uma re-

senha, e também uma avaliação crítica, da literatura econô-

mica brasileira mais recente - nos últimos de~ anos - que

estuda a resposta da produção agrícola aos preços.

As pesquisas que procuram investigar como o pro-

dutor agrícola reage às variações de preços têm sido rea-

lizadas a partir da es?ecificação e estimação de equações de

oferta agrícola. Progressos recentes na teoria da dualida-

de possibilitam que este tema seja, também, abordado de um

ingulo diferente, a partir da função de lucro. A segunda

seção deste trabalho apresenta uma resenha de alguns proble-

mas de especificação ecbnométrica que surgem no estudo da •

oferta agrícola.

A evidência empírica existente aqui no Brasil, e

para outros países, tem chegado à conclusão de que para pnr

dutos individuais o agricultor responde substancialmente aos

incentivos de preços, enquanto para o setor agrícola como

um todo, a influência do preço relativo, embora presente, é

bastante pequena. A terceira seção deste trabalho procura

investigar se essas conclusões são confirmadas em trabalhos

recentes sobre a economia agrícola brasileira.

A quarta e última seçao sumaria as principais con-

clusões deste trabalho.

Page 4: UM TEMA REVISITADO: A RESPOSTA DA PRODUÇÃO AGRíCOLA. …

-- --- ---------c-------------------------------

·.3.

,.) " ! , .'

2. A Oferta Agrícola

O estudo da resposta da produção agrícola aos incen-

tivos de preços tem se baseado na teoria da empresa em concor-

rência perfeita. O agricultor, mesmo que seja um latifundiário,

não tem, em geral, condições de afetar os preços dos produtos que

veooe e dos insumos que compra. Na época do plantio, quando·o agri

cultor tem que tomar a decisão de quanto plantar,- o preço do pro-

duto não é conhecido, e nem sempre existem mercados futuros aonde

ele possa vender antecipadamente sua produção. A decisão do pro-

'dutor depende do preço que ele antecipa para seu produto. Porta~

to, a formulação de hipóteses sobre a determinação do preço espe-

rado pelo agricultor é um ponto fundamental no estudo da oferta

agrícola.

O· preço mínimo e as condições de crédito, seja no que

diz respeito a disponibilidade quanto ao preço do mesmo, podem afe

tar, também, a decisão do agricultor. Problemas conceituais e prá-•

ticos têm que ser resolvidos para se averiguar até que ponto essas

duas variáveis afetam a quantidade produzida. A seguir, procurare­

mos .analisar alguns problemas envolvidos· na especificação da equa-

çao de oferta agrícola, começando com o modelo de Nerlove(1956) ,que

se tornou um clássico na literatura, e que, até hoje, continua a

ser usado como um marco de referênci~ em várias pesquisas sobre o

assunto.

Page 5: UM TEMA REVISITADO: A RESPOSTA DA PRODUÇÃO AGRíCOLA. …

•. 'i.

• ') ';:,; I}

2.1. O MedeIo' de Nerlove

O modelo de Nerlove de oferta de produtos agrícolas

consiste em três equações. A primeira é a equação da oferta a­

grícola desejada:

onde a, B e y sao parâmetros, p~ é o preço esperado do pro­

duto agrícola para o período t no teríodo t-l, quando ele plan

ta, Zt é um vetor que contém entre seus elementos, os preços

dos insumos, os preços esperados dos produtos substitutos e

complementares na produção, e outras variáveis que possam in­

fluenciar a decisão do agricultor. O termo €t representa uma

variável estocastica, cujas propriedades devem ser especifica-

das para que se possa estimar de modo adequado os parâmetros do

modelo.

d A quantidade que o agricultor deseja produzir, qt

pode divergir da quantidade efetivamente produzida em virtude • de custos de ajustamento na realo~ação de fatores de produção.

A segunda equação do modelo de Nerlove supõe um processo de

ajustamento parcial entre as quantidades produzida e desejada,

de acordo com:

l-ô

l-ôL

d qt ' O ~ ô. < 1

O parâmetro de ajustamento ô está compreendido entre zero e um,

e L é o operador de defasagem (LX t = Xt - l ) . Quando o parâmetro ô

e igual a zero, a produção efetiva e a desejada sao iguais.

Page 6: UM TEMA REVISITADO: A RESPOSTA DA PRODUÇÃO AGRíCOLA. …

. • 5 •

) "

A terceira equaçao do modelo de Nerlove é dada pelo

mecanismo de expectativa adaptada, que pode ser descrito pela

seguinte expressão:

e l-À Pt = l-ÀL Pt-l' O ~ À < 1

o coeficiente de adaptação Àestá, também, compreendido entre ze

ro e um. Quando ele é igual a zero, a expectativa é do tipo es­

tática, pois o produtor espera que o preço do-período t-l se re

pita no período t.

A combinação dessas três equaçoes fornece a forma re

duzida do modelo de Nerlove:

+ fHl-À) (1-0) Pt-l + Y (l-t'» Zt

onde u t = (1-0) Et.

Esta equaçao foi estimada em diversos estudos no Bra

sil, alguns dos quais estão resenhados em Barbosa (1985). As es

pecificações variavam quanto a variável de oferta, alguns usa-

vam a área plantada ou colhida, e outros a quantidade produzida.

O argumento para se usar a área plantada é de que a quantidade

produzida depende de condições climáticas e de prazos que afe­

~am a lavoura, e que, portanto, a produção pode sofrer flutua­

ções que não seriam captadas pelas variáveis explicativas in-

Page 7: UM TEMA REVISITADO: A RESPOSTA DA PRODUÇÃO AGRíCOLA. …

·6 .

.' ;.

cluídas no modelo. A área colhida apresenta os mesmos percalços

da quantidade produzida. A especificação do vetor Zt depende das

características de cada produto, e muitas vezes da" disponibili-

dade de informações. Alguns dos estudos empíricos incluiram o

tempo t para captar o efeito de variáveis que estariam deslocag

do a curva de oferta, seja pela incorporação de novas tecnologi-

as ou pela mecanização das lavouras. Pouca atenção nessas pesqui

sas foi dada à especificação do termo estocástico, que pode con­

duzir a alguns problemas econométricos na escolha do método es-

tatístico apropriado para a estimação dos parâmetros da equaçao.

Alguns trabalhos admitiram como hipótese mantida que o parâmetro

de expectativa, ou que o parâmetro de ajustamento parcial ou que

aIT~os eram iguais a zero

Na maioria dos trabalhos que usaram como paradigma o

modelo de Nerlove, a despeito da diversidade das especificações

empregadas,cheQ9U-Se à co~clusão de que os produtores agrícolas

reagiam ao incentivo de preços, aumentando a produção quando os

preços subiam _ ~ . I

e diminuindo a produçao em caso contrarlO.

1

Alguns desses trabalhos não consideraram os preços dos insumos como variá-veis explicativas na equação de oferta. Em geral, tem-se usado como argu­mentos desta equação o preço do produto deflacionado por um índice de pre­ços agrícola, ou do preço de um produto substituto na produção, a variável dependente (área ou quantidade) defasada e o tempo. Este tipo de especi­ficação, ao excluir os preços dos insumos, pode estar acarretando tenden­cios idade nos parâmetros estimados.

Page 8: UM TEMA REVISITADO: A RESPOSTA DA PRODUÇÃO AGRíCOLA. …

.7. i '; _ ' . ,

2.2. A Teoria da Dualidade

A função lucro restrita de urna empresa em concorrên-

cia perfeita é urna função que associa ao lucro máximo da empresa

os preços do produto e dos fatores de produção variáveis, e as

quantidades dos fatores fixos. Ela resulta do seguinte problema

de otimização:

TI = TI{p,r,k,T} = max {pq - rx: q,k,x ET} x

onde p é o preço do produto, r é um vetor de preços dos fatores

de produção variáveis, x é um vetor com as quantidades dos ins~

mos variáveis, q é a quantidade do produto, k é um vetor cujos

elementos são as quantidades de fatores de produção fixos, e T

representa a tecnologia existente.

Aplicando-se o Lema de Hotelling à função lucro ob~_

tém-se as equações de oferta de produto e as equações de deman-

da de fatores. Isto é: •

dTI

dq

dTI

dr. 1

= q (p,r,k,T)

= x. 1

{p,r,k,T}

o comportamento do agricultor com relação às varia-

çoes dos preços do produto e dos insumos variáveis pode ser es­

tudada a partir da estimação dos coeficientes da função lucro.

Esta necessita para sua estimação de informações estatísticas 50

Page 9: UM TEMA REVISITADO: A RESPOSTA DA PRODUÇÃO AGRíCOLA. …

·8. 'J •

bre o lucro, os preços do produto e dos insumos variáveis e de

dados sobre a evolução dos fatores de produção fixos.

No longo prazo,quando todos os fatores de produção

sao variáveis, a função lucro depende dos preços dos insumos fi

xos e não das quantidades desses fatores, ou seja:

TI*(p,r,w,T) = max{pq-rx~wk: q,k,x ET}

As equaçoes de demanda de fatores e de oferta de pr~

duto, no longo prazo, serão dadas por

-

-

* dTI --dr.

1-

* dTI --

aw. 1-

* dTI

dp

* (p,r,w,T) = x. 1-

k. * (p,r,w,T) = 1-

= q* (p,r, w,T)

As equaçoes de oferta de curto e de longo prazo es­

tã.o relacionadas pela seguinte identidade:

q(p,r,k*,T) - q* (p,r,w,T)

A reaçao do agricultor,no longo prazo, às variações

do preço do produto seria igual à sorna de duas parcelas. A pri­

meira é a componente. de curto prazo. A segunda parcela mede o

efeito do preço do produto sobre as quantidades dos fatores de

Page 10: UM TEMA REVISITADO: A RESPOSTA DA PRODUÇÃO AGRíCOLA. …

produção fixos. Em símbolos:

+

n

E

i=l

onde n representa o número de fatores de produção fixos.

.9.

Algumas equaçoes que "incluem o tempo como uma proxy

para captar o efeito da evolução dos fatores ?e produção fixos

sobre a quantidade produzida certamente subestimam, no longo

prazo, a importância do preço na decisão de produção do agricul-

toro

Cabe ainda salientar que a literatura econométrica

tem apresentado um bom número de formas funcionais flexíveis que

sao aproximações para a função lucro, como a translog e a função 2

Leontief generalizada ..

2 Na literatura brasileira que trata de oferta de produto agrícolas, não existe nenhum trabalho publicado nas principais revistas de economia que tenha empregado a função de lucro para investigar a resposta da produção agrícola aos preços. O trabalho de Zy1berstajnd e Johnson (1985) estuda, a partir de urna função de custo trans10g, as demandas de insumos na pro­dução de algodão, no Estado de são Paulo.

Page 11: UM TEMA REVISITADO: A RESPOSTA DA PRODUÇÃO AGRíCOLA. …

.10.

2.3. Os Preços Mínimos

No modelo de oferta agrícola de Nerlove o preço mí~

nimo, fixado pelo governo para o produto antes da época do

plantio, nao entre como um dos argumentos do modelo. Às ve-

zes, ele é adicionado de uma maneira ad-hoc, substituindo o

preço esperado do produto na equaçao de oferta. Todavia, es-

ta não é a maneira adequada de se tratar o problema. Com efei-

to, a Figura la mostra a função de densidade de probabilidade

do preço do produto; cujo valor esperado é igual a p~. A fi~

xação do preço mínimo pelo governo equivale a truncar-se a

distribuição no valor desse preço, pois o produtor agora sabe

que o preço do produto quando muito será igual ao preço míni-

mo (p ;> p ) min .

A Figura lb) mostra a funcão de densidade de proba-

bilidade da distribuição do preço, depois doestabelecirnento

do preço mínimo. Pode-se demonstrar, Embora seja bastante intúi'-

e ~l

J Antes do Preço Mínimo b) Depois do Preço Minimo

Figura 1. Distribuição de Preço do Produto

Page 12: UM TEMA REVISITADO: A RESPOSTA DA PRODUÇÃO AGRíCOLA. …

.11.

tivo a partir do exame da nova distribuição, que o preço míni-

·mo acarreta duas coisas: i) aumento do preço esperado, que

e e . passa de Po para Pl' e ii)redução da variância do preço, di-

3 minuindo a incerteza do produtor. Consequentemente, o novo

preço esperado passa a ser função do antigo e do preço mínimo:

com ambas derivadas parciais ~ositivas. Se o antigo preço es­

perado fosse determinado a partir da história passada, o modé-

lo se completaria com urna equação do tipo:

onde P- l , P-2' indicam os preços nos períodos t-l e t-2. Para

estimar-se um modelo com essas duas equações, as funções f e g

teriam que ser especificadas a partir de uma função de distri-

buição dos preços. Esta tarefa, do ponto de vista algébrico,

nem sempre é fácil, como bem demonstra o trabalho de· Araújo

(1985) .! Ademais, se a oferta agrícola depender da variância

dos preços - diminuindo a incerteza aumentaria a produção -o

preço mínimo afetaria a variância. Esta relação, também, nao

é facilmente colocável sob uma forma algébrica simples.

3 A área assinalada com a letra A, na Figura lb, é igual a área que corres­ponde a letra B, pois a área debaixo da função de densidade de probabili­dade deve ser igual a um.

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.12.

2.4. O Crédito Para a Agricultura

A especificação da equaçao de oferta baseada na ma­

ximização do lucro do produtor agrícola leva ã inclusão das

variáveis preços dos produtos complementares e substitutos na

produção, dos preços dos fatores de produção, além do próprio

preço do produto. A pergunta que surge naturalmente é corno

avaliar a importância do crédito agrícola na decisão de quan­

to produzir do aqricultor. A resposta a esta questãQ, a par­

tir do modelo tradicional da empresa em concorrência perfeit~

é de que o crédito agrícola seria um fator de produção e,Dor-- ~

tanto, seu preço seria urna das variáveis explicativas da equ~

ção de oferta. Todavia, corno em geral o crédito agrícola tem

sido concedido a taxas subsidiadas faz-se necessário a cons­

trução de uma série estatística que medisse adequadamente as

taxas de juros efetivamente praticadas. Parece, tanto quanto

foi possível para os autores deste trabalho investigar, que

estas informações não são disponíveis atualmente para a eco-

nomia brasileira.

Adernais, há evidências de que existe racionamento do

crédito agrícola. Em outras palavras, o agricultor não se de­

fronta corno urna curva de oferta de crédito infinitamente elás-

tica, seja por razões institucionais ou de risco da própria

agricultura. Alguns trabalhos, com base neste tipo de argu-

mento, incluem o valor real do crédito de custeio corno argu­

mento da equação de oferta. Do ponto de vista teórico, o mo-

delo da empresa em concorrência perfeita pode ser modificado,

para justificar este tipo de procedimento, adicionando-se à

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------------ -------

.13.

restrição de crédito no problema d~ otimização: o agricultor

maximizaria o lucro sujeito às restriçõs tecnológicas e à

restrição de crédito. Quando se admite que o crédito aqríco-

la seria usado na compra de todos ·os insumos variáveis, e a

restrição de crédito é efetiva, chega-se a cqnclusão de

que o preço do produto não afeta a quantidade produzida. Por

outro lado, se· o crédito agrícola for usado apenas na compra

de um subconjunto de fatores de produção variáveis (sementes,

fertilizantes, adubos, etc.) o preço do produto e o crédito

agrícola afetam a decisão de quanto produzir4.·~aliticamente,

-neste caso, a oferta agrícola seria função dos preços do pro-

duto (p) e dos insumos (r), e da quantidade de crédito (Cr). Is-

to é:

q = q (p, r, Cr-, ... )

Esta formulação é bastante geral para abranger as

duas outras possibilidades a oferta agrícola depende do

crédito mas não do preço, e a oferta agrícola responde a pre-

ços mas não varia com o crédito -- como casos particulares.

4 Para demais detalhes acerca dos possíveis canais pelos quais o credito agrícola entra, ou não, corno argumento da equação de oferta agrícola ver Santiago (1986).

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) .14.

2.5. A Formação de Expectativas

o preço esperado no mecanismo de expectativa adapta-

da pode ser escrito corno uma média ponderada de última previ-

sao e do valor mais recente da variável:

~ Um aspecto interessante revelado por esta fprmula e

que o mecanismo de expectativa adaptada segue urna equação de

diferenças finitas de primeira ordem. Para analisar-se urna

propriedade importante deste mecanismo suponha-se que a variá-

veo que se deseja prever, a partir de um certo instante, tenha

valor constante: Pt-l = Pt = ... = p. O diagrama de fases da - e

equaçao Pt = À Pt-l +(1 - À)p está representado na Figura 2. A

interseção desta equação com a reta de 45 0 é o ponto de equi-

líbrio, para a qual converge o valor esperado da variável, que

se torna igual a p.

Observe-se, através do diagrama de fases, que o me-

canismo de expectativa adaptada conduz a erros sistemáticos de

previsão. Com efeito, se o valor esperado inicial for igual

a P~ todos os erros de previsão que serão cometidos daí por

diante serão negativos; se o valor esperado inicial fosse igual

a p~ os erros de previsão seriam todos positivos. ~ bast~n­te difícil acreditar que um produtor agrícola que usasse tal

mecanismo não aprendesse com a experiência, e continuasse a

cometer erros sistemáticos.

i

I,

I I

Page 16: UM TEMA REVISITADO: A RESPOSTA DA PRODUÇÃO AGRíCOLA. …

p

p

-----~I-

I I I I I

.. . :, .15.

tg8=À

Figura 2. Diagrama de Fases do Mecanismo de Expectativa Adapt~da

Outra propriedade de mecanismos do tipo expectativa

adaptada, em que a previsão da variável é predeterminada, e

que o valor esperado de uma variável endógena que participe

do modelo e o valor previsto desta variável pelo modelo sao,

em geral, diferentes.

A hipótese de expectativas racionais, introduzida

por Muth (1961), rejeita essas incoerências dos mecanismos

baseados na extrapolação de história passada, ao admitir que

o valor esperado de uma variável e igual à esperança matemá­

tica da mesma, condicionada pela informação disponível no mo-

mento em que a previsão é feita. Isto e:

Page 17: UM TEMA REVISITADO: A RESPOSTA DA PRODUÇÃO AGRíCOLA. …

.: j .! ',:,: .~ .16.

onde a letra E indica a esperança matemática, e It

-l

o con­

junto de informações disponiveis no periodo t-l. O principio

básico da expectativa racional é de que o valor subjetivo de

expectativa dos agentes econ6micos (e.g. p:> é igual ~ espe­

rança matemática, da distribuiç~o condicionada pela informa-

ç~o disponivel, da variável re.g. E(Pt/1t-l)] no modelo eco­

n6mico no qual ele e uma variável endógena.

Num modelo econ6mico qualquer, as variáveis que de-

le participam podem ser classificadas em endógenas e exógenas.

As variáveis endógenas s~o explicadas pelo modelo, enquanto as

exógenas são determinadas fora do modelo. As variáveis exóge-

nas são as variáveis que movem o modelo, no sentido de que

sao suas variações que acarretam mudanças nas variáveis endó­

genas.. Na hipótese de expectativas racionais, as previsões

das variáveis endógenas, que entram como argumento no modelo,

dependerá d6s valores esperados das variáveis exógenas, com a

informação disponivel no momento ·em que as previsões s~o fei­

tas. Haverá, portanto, necessidade de se explicitar, nos mo-

delos que adotam a hipótese de expectativa racional, o pro-

cesso pelo qual as variáveis exógenas s~o determinadas.

Apesar dos exemplos usados por Muth em seu artigo

serem provenientes da agricultura, não houve, aqui no Brasil,

trabalhos publicados nas principais revistas de economia que

incorporassem essa idéia seminal nas pesquisas que tratam da

resposta do produtor agricola aos incentivos de preços.

--- --------------------------------

Page 18: UM TEMA REVISITADO: A RESPOSTA DA PRODUÇÃO AGRíCOLA. …

.17.

Cabe aqui mencionar que em modelos com expectativas

racionais, pelo menos do ponto de vista formal, fica bastante

fácil averiguar a importância do preço minimo na produção

agricola, pois este preço faz parte do conjunto de inf0rma­

ções da agricultor. Com efeito, a esperança matemática con-

dional do preço do produto seria dada por:

* onde I t - l representa as demais informações disponiveis para

o agricultor no momento t-l. Este valor é a esperança mate-

mática de uma distribuição truncada, como já foi comentada

anteriormente .

. I

Page 19: UM TEMA REVISITADO: A RESPOSTA DA PRODUÇÃO AGRíCOLA. …

-------------------------~-----------------------------------------------------.

.18.

3. A Resposta da Produção Agrícola: Evidência Empírica

Os trabalhos que procuram investigar a resposta do

agricultor ao incentivo .de preços podem ser clas?ificados em

duas categorias: i) aqueles que se dedicam ao estudo de prod~

tos individuais, e ii) os que tratam do setor agrícola como

um todo. Na primeira parte desta seção apresentamos uma amos­

tra de resultados obtidos em pesquisas recentes para alguns

produtos agrícolas .. Infelizmente, não foi possível aos auto­

res deste artigo encontrar trabalhos publicados que examinas­

sem a questão da resposta da oferta agrícola aos preç~s do

ponto de vista agregado. Para suprir e'sta lacuna, apresentamos

na segunda parte desta seção alguns resultados de estimativas

que realizamos ao nível agregado para as lavouras de consu­

mo interno e de exportação.

3.1. Evidência Empírica Para Alguns Produtos

A Tabela 1 apresenta os resultados Qbtidos por di­

versos autores - Noronha et aI (1978), Santi et aI (1978), Pi

naga et aI (1980) e Luz Sarbosa (1978) - ryara estimativas àa

resposta do agricultor aos incentivos de preços para a laran­

ja, o arroz, a cana-de-açúcar e a soja.

No primeiro trabalho foi elaborado um modelo para

reproduzir o funcionamento do mercado de laranja "in natura"

no estado de são Paulo, oara o período 1970-75. O método dos

mínimos quadrados, de dois estágios,foi utilizado para a es­

timação dos parâmetros das equações simultâneas de oferta e

demanda. As variáveis da função de oferta, em logaritmos, fo~

Page 20: UM TEMA REVISITADO: A RESPOSTA DA PRODUÇÃO AGRíCOLA. …

~----------------------------------------------~TAB~L~-I.

A RESPOSTA DA OFERTA AGRíCOLA: ALGUNS PRODUTOS

Prod.e Va- Preço de> Preços dos Preç •. Prod. Varo Dep. riávél 08- Produto Insurros substit. Defasada pendente

Quantida-de da 0,855 -0,516 0,115 Laranja __ (2,215)~}I~08) (0,723)

Tendência , Durrmy

Área Plant. de Arroz

0,30 (3,18)

0,90 0,03

Rendirrento ~ ~ 1 .-.g!'lCO a

do Arroz

Rendi.TUP...n­to Agrí­cola da Cana de Açúcar

Ãre", Soja

0,03 (1,35)

4,6810 (2,10)

6,370 (2,32)

0,4999 (0,23)

3,8206 (3,96)

1,3501 (2,00)

0,1458 (3,76)

-0,052 (-0,08)

0,1423 (3,01)

-0,1530 (-3,4)

-0,08 (-2,01)

(7,03) _ (0,83)

1,2xl0-7

. (1,10)

0,08 (2,51)

0,0151 (0,43)

0,.037 (0,88)

0,014 (4,06 )

Dl 0,02 (3,03)

O2-0,04

(-5,00)

Outras Variáveis Precip.Plu- Ren~~-- t Área Plant.

. ~t' u.Llll\::!n o T d Vlorne rlca ou axa e

0,1538 (3,95)

0,176 (3,91)

0,1515 (3,98)

0,1492 (4,03)

0,09 (0,31)

0,0922 (0,63)

0,084 (0,45)

0,0892 (0,63 )

cânbio

-2,20 (-2,47)

0,1746 (2,30)

R2

(D.W.)

0,401 (0,553)

0,95 (-1,13)

0,83 (2,33)

0,7341 (1,428)

0,6376 (1,424)

0,7293 (1,423)

0,7319 (1,414)

0,868 (0,886)

períddo

1970/75

1948/75

1948/75

1948/75

. 1948/75

1960/84 Obs.: Para o arroz, as variáveis independentes cano área plantada, preço do produto, e preços dos produtos substitutos, estão

defasadas de um ano. Na equação de rendimento, o preco do produto está dividido pelo de fertilizantes e as duas variáveis "Dtmnies" correspomem a clima favorável e desfavorável, nesta ordem nas equações referentes à cana-de-açúcar, os preços dos produtos, os rendimentos e os pr~os dos insumos, estão defasados de dois anos (com exceção da 2a. Regressão, cuja dpfasagem é de um ano para esta última variável) .. os números entre parênteses abaixo dos coeficientes são as estatístiças 't" de Stuàent.

FONI'E: lbronha et al (1978), 'Santi et al (1978), Pinava et al (1980), Luz Barbosa (1987). I-'

'"

Page 21: UM TEMA REVISITADO: A RESPOSTA DA PRODUÇÃO AGRíCOLA. …

- --------'

ram assim definidos: quantidade

.20.

ti v,,~G#\~ a.~ t;' o Gf.l·\lL~'Q\l .. llMO~-­

iU~H>'\~:~R\O RF .. ~I'U _\1lL101 EC A I .......

mê~ de laranjas "in natura"

-comercializada na capital do estado dê são Paulo, em cem cai-

xas de trinta e dois quilos; média mensal dos preços reais

recebidos pelos citricultores paulistas, em cruzeiros por cai-

xa de quarenta quilos de laranja; média mensal dos preços re-

ais da muda cítrica, em cruzeiros por unidade.

Para o arroz, procurou-se avaliar economicamente as

políticas de preços mínimos e de subsídios aos fertilizantes,

no Brasil, no período de 1953 a 1976. Duas equaç6es foram tes~

tadas. A primeira, na forma exponencial e escala logarítmica.,

correlacionava a area plantada de arroz, medida em hectares por

ano, com: a area plantada defasada de um ano, em hectares; pr~

ço real de arroz, em cruzeiros por tonelada, defasado de um

ano; política agrícola ("dummy")- 1953/62=0 e 1963/72=1, que

tenta medir os efeitos da política de preços mínimos, da polí-

tica de crédito e de outras, fortalecidas a partir de 1963;re~

dimento do arroz por ano, em quilo por hectare. A segunda equ~

çao, que utiliza algumas variáveis na escala logarítmica e ou-

tras na aritmética, mede os rendimentos do arroz, em ~oneladas

por hectare por ano em função do preço real, retardado de um

ano, dos produtos competitivos em cruzeiro por tonelada; -ten-

dência (1953=1, 1954=2 ... ,) i clima favorável ("dummy") sendo

ano favorável=l e ano normal=O; clima desfavorável ("dummy")

sendo ano desfavorável=l e ano normal=O; relação dos preços r~

ais de arroz e fertilizantes, em cruzeiro por tonelada, retar-

dado de um ano.

No caso da cana-de-açúcar, estuda-se resposta de ren

dimento agrícola a mudança de preços da cana-de-açúcar no es­

tado do Rio de Janeiro, com dados temporais de 1948-75. A téc-

Page 22: UM TEMA REVISITADO: A RESPOSTA DA PRODUÇÃO AGRíCOLA. …

------------------------ ------------

.21.

nica econométrica utilizada foi dos mínimos quadrados ordiná-

.rios, aplicando-se o modelo nerloviano de retardamento distri

buído. A estrutura do modelo é composta.pela equação de rendi

mento agrícola (variáveis expressas em toneladas por hectare,

no período produtivo), estimada em sua forma logarítmica, teg

do as seguintes variáveis independentes: rendimento agrícola

defasado de dois anos; preço da cana-de-açúcar defasado de

dois anos, expresso em cruzeiros por tonelada; preço de ferti

lizante defasado de um ou dois anos, expresso em cruzeiros por

tonelada; precipitação pluviométrica, expresSa em milímetros,

no período produtivo; tendência.

No estudo de soja, Luz Barb9sa (1978) utiliza-se de

modelos do tipo ARlMA para gerar os valores previstos de pre-

ço internacional de soja e da taxa de câmbio. Na sua pesquisa

ela adota a metodologia das expectativas quase-racionais, de

Nerlove et aI (1979), que é uma aproximação à hipótese de ex-

pectativas racionais. O modelo foi estimado para toda a ~

area

com soja menos as áreas com soja dos estados de Mato Grosso ,

Mato Grosso do Sul, Goiás e Distrito Federal. O períoQo total

de análise (1960-84) foi dividido em 1960-80 e 1960-84, para

permitir juntamente com a divisão do espaço (área total e

área total menos cerrado) a análise do comportamento dos pr~

dutores tradicionais (isto é, mais antigos na indústria) vis-

à-vis dos produtores "novos".

A Tabela 1 contém estimativas de equaçao de rendi-

mento agrícola para o arroz e cana-de-açúcar. O rendimento a-

grícola é obtido dividindo-se a produção pela are a colhida.A

especificação desta equação depende de outras duas outras e­

quações, da oferta do produto e da demanda do fator terra, a

Page 23: UM TEMA REVISITADO: A RESPOSTA DA PRODUÇÃO AGRíCOLA. …

·22.

lém das variáveis climaticas e de' outras que sejam relevantes

para explicarem a relação entre a área plantada e a.área co-

lhida do produto em estudo. A evidência.empírica, exceto pa~

ra arroz e para uma das equações de cana-de-açúcar, é de que

o rendimento agrícola é influenciado pelo preço' do produto.

No caso da laranja, da área plantada do arroz e da

soja, os produtores respondem positivamente aos estímulos de

preços de acordo cornos resultados contidos na Tabela 1 • .

Na Tabela 2 encontram-se alguns dos resultados do.

trabalho de Santiago (1986), que averigua a resposta da prod~

ção agrícola, aos estímulos de preços e crédito de custeio.As

observações são do período 1966 a 1983, d~ algumas . cuLturas

teITvorarias em oito estados da Federação, medidas em mil quilos;

os preços recebidos pelos agricultores nos anos imediatamente

anteriores, em cruzeiros por qu~lo; os créditos de custeio, me

didos em mil cruzeiros, nos anos imediatamente anteriores, a-

través das informações do Banco Central e do Banco do Brasil.

As duas variáveis monetárias foram deflacionadas pelos preços

dos insumos agrícolas, a variável "Dummy",. foi empreg.ada para

captar os efeitos dos fatores climáticos adversos.

A equação econométrica esiliada através do método dos

mínimos quadrados pode ser representada da seguinte forma:

Nos casos em que o crédito se constitui numa restri-

çao para um subconjunto de insumos, como já mencionado na se­

çao 2.4, ou seja, quando o agricultor usa o crédito para a com

Page 24: UM TEMA REVISITADO: A RESPOSTA DA PRODUÇÃO AGRíCOLA. …

·23 • . '

pra de alguns insumos mas nao todos', o preço e o crédito influ­

enciam a sua decisão de plantio. Neste caso, Sf O e yf O, na

equação acima. Se o crédito, entretanto, for usado na co~pra de

todos os insumos, o preço do produto passa a não ter influência

na· decisão do agricultor, que toma apenas o crédito como variá­

vel relevante na determinação do plantio. Neste caso, o coefic!

ente do preço na equação acima assume o valor zero (S=O). Na h!

pótese do crédito não ser restrição, o seu coeficiente iguala-se

a zero (y=O), e apenas o preço determinaria a p:r:oduçã.o.

Os coeficientes das regressões da Tabela 2, mostram

que o preço influencia a produção, fato não verificado, apenas,

na quinta equação. O crédito também mostrou-se uma "Jé\:::-iável im

portante com exceção da quarta equação. Nos casos de alternân­

cia de influências entre essas duas variáveis, a explicação e~

tá no que foi visto anteriormente: quando o crédito passa a ser

a fonte de recursos mais importante na compra dos insumos, ela

se torna urra variável relevante n;::t decisão db plantio. A frequ~n­

cia com que aparece a quantidade defasada influenciando a prod~

ção, mostra quanto o agricultor é lento na sua resposta aos

estímulos de preço e crédito. ~ de se supor que a adoção de tec

nologia mais desenvolvida, estimulada por variáveis econômicas,

resultará em maiores níveis de produção somente dentro de um

tempo relativamente longo, ficando a produção, num prazo mais

curto, altamente correlacionada com a produção anterior.

Apesar da variedade de especificações adotadas, amai

oria das estimativas dasTabela 1 B 2 mostram que o coeficiente

do preço do produto é significativo do ponto de vista estatís­

tico, e que, em alguns casos, ele é bastante elevado do ponto

de vista econômico.

Page 25: UM TEMA REVISITADO: A RESPOSTA DA PRODUÇÃO AGRíCOLA. …

Pl:OO. e Var. tependente

ARROZ

FEIJÃO

MILHO

SOJA

Preço do Produto

0,42

(1,53)

0,26

(1,71)

0,50

(1,79)

0,27

(1,40)

0,22

(0,84)

0,90

(2,10)

TABELA 2

FUNÇÃO DE OFERTA AGRíCOLA

Crédito Custeio

0,30

(1,97)

0,21

(5,28)

0,41

(5,22)

0,15

(1,09 )

0,50

(3,12)

0,22

(1,59)

Varo Dep. DefaSada

0,64

(2,05)

0,73

(4,13)

0~49

(3,46)

0,47

(2,42)

Dummy

-0,57

(-3,35)

-0,68

(-2,38) -------~-- - - _._----~--

0,81

1,79

0,75

2,76

0,71

1,72

0,99

1,78

0,98

1,78

0,94

2,il

.24.

Período

1966-83

1966-83

1966-83

1966-83

1966-83

9bs .: Nas duas últimas equações os preços nao estão deflacionados, mas

divididos pelos preços de milho (substituto na produção). A pri­

meira, a terceira e a sexta equações referem-se ao Estado do Pa­

raná; a segunda e quarta a Santa Catarina, e a quinta a são Pau­

lo. Os números entre parênteses abaixo dos coeficientes sao as

estatisticas "t" de Student. Apenas a segunda equação está ex­

pressa na escala aritmética, as demais estão na 10gatitmica.

Page 26: UM TEMA REVISITADO: A RESPOSTA DA PRODUÇÃO AGRíCOLA. …

.25.

3.2. Evidência Empírica Ao Nível Agre~ado

Ao lnvés de se estudar a resposta da oferta'agríco-

la agregada aos incentivos de preços, cdmo é bastante usual

na literatura, os resultados qu~ serio apresentado~ a seguir

tratam apenas da lavoura, em virtude das peculiaridades da

pecuária exigirem um enfoque teórico e um tratamento economé­

trico com especificidade própria.

Dentro das lavouras, cabe ~inda distinquir as la­

vouras de consumo interno e de exportaçio. A divisio entre

esses dois tipos de lavouras seguiu a classificaçio estabele­

cida por Mendonça de Barros e Graham (1978).

As lavouras de consumo interno sio as seguintes:

arroz, batata doce (Brasil, exclusive sio Paulo), cebola,fei­

jio, mandioca, milho, banana, laranja (Brasil, exclusive são

Paulo), coco (Brasil, exclusive Centro-Sul e sio Paulo), to­

mate, batata inglesa, uva e trigo. As lavouras consideradas .

de exportaçio foram as seguintes: cacau (Brasil, exclusive

Centro-Sul e sio Paulo), fumo (Brasil, exclusive sio Paulo) ,

algodio, cana de açúcar, soja (Centro-Sul e sio Paulo), amen­

doim (Centro-Sul e sio Paulo), laranja (Sio Paulo) e café.

Para estes dois tipos de lavouras foram construídos índices

de quantum e de preços. Os índices de quantum seguem o cri­

tério Laspeyres, com base móvel. Os índices de preço resul­

taram da divisio dos índices de valores pelos .índices de

quantum respectivos. A partir de .informações do Banco Cen­

tral foram levantadas, também, séries de crédito de custeio

para ambas as lavouras.

Page 27: UM TEMA REVISITADO: A RESPOSTA DA PRODUÇÃO AGRíCOLA. …

A Tabela 3 contém estimativas de várias regressões

para a oferta agrícola da lavoura de consumo interno. Quando

se inclui o preço relativo das lavouras de consumo interno em

relaç~o ãs de exportaçio e o crédito de ~usteio agrícola como

variáveis explicativas, ambas se" mostram significaQtes. A va-

riável dependente defasada quando é acrescentada ã regressao

nio é significativa. Por outro lado, se o crédito agrícola é

retirado da regressão, a quantidade defasada de um per iodo

passa a se~ significante. Porém; quando se inclui o tempo

além das variáveis preço e quantidade defasada," esta última

variável deixa de ser significativa pois o tempo capta todo o

efeito que estava sendo atribuídoã quantidade defasada. A

introduçio do crédito de custeio nas regressões que inclui a

variável tempo, não leva a q~e se aceite a hioótese de que o

crédito é significante ao nível de 5%.

A conclus~o que emerge das regressões para a lavou-

ra de consumo interno é de que a variável preço é significa-o

tiva, qualquer que seja a especificaçio econométrica utiliza-

da.

A Tabela 4 apresenta os resultados de estimativas de

e9uaçoes de oferta para as lavouras de exportaçio. Quando as

variáveis explicativas s~o o preço relativo das lavouras de

exportação em relaçio ãs de consumo interno e o crédito de

custeio agrícola, a variável preço, embora com o sinal corre-

to, não é significativa ao nível de 5%. A inclusão da quan-

tidade defasada nio altera os res~ltados e ela orópria nao ~

e

significativa. A introduçãó da variável temoo faz com que o

crédito de custeio deixe de ser significativo, e a variável

Page 28: UM TEMA REVISITADO: A RESPOSTA DA PRODUÇÃO AGRíCOLA. …

·.!J .27.

TABELA 3

A RESPOSTA DA OFERTA AGRíCOLA: LAVOURA DE CONSUMO INTERNO

ao aI a 2 a 3 a 4 R2 Período

(D.w)

3,6787 0,2938 0,1827 0,80 1969/84 (25,1203) (2,2288) (5,4196) (1,87)

2,9611 0,1982 0,2857 0,1432 0,81 1969/84 (3,6762) (0,9062) (2,1480) (2,5886) (2,31)

1,5739 0,6450 0,3472 0,70 1969/84 (2,1821) (14,0063) (2,2119) (2,41)

4,5297 -0,0833 0,2431 0,0207 0,85 1969/84 (4,3764) (-0,3350) (1,9999) (3,3472) (2,O9)

4,5752 -0,1523 0,2346 0,0787" 0,0157 0,87 1969/84 (4,5997) (-0,6245) (2,0064) (1,4168) (2,2670) (2,23)

3,9635 0,2398 0,0717 0,0130 0,87 1969/84 (23,4762) (2,1110) (1,3536) (2,4834) (2,48)

Page 29: UM TEMA REVISITADO: A RESPOSTA DA PRODUÇÃO AGRíCOLA. …

--- - -------------- --~----

,'. ; , . ~ .J (Ia. '. 28 •

TABELA 4

A RESPOSTA DA OFERTA AGRíCOLA: LAVOURA DE EXPORTACÃO .

a aI a 2 a 3 ·a a 5 R2 Período o 4

(D. W)

2,0368 0,2128 0,5663 0,89 1970/84 (7,6572) (1,0344) (8,7753) (1,78)

1,6483 0,1709 0,3430 0,4838 0,90 1970/84 (2,7703) (0,7338) (1,1023) (3,7358) (2,14)

2,8627 0,2133 0,1802 0,0509 0,93 1970/84 (6,7200) (0,8102) (1,0202) (2,2968) (2,60)

3,2820 0,1283 0,0725 0,92 1970/84 (29,1875) (O ,5129) (10,6352) (2,78)

4,7782 -0,4569 0,0073 0,1025 0,94 1970/84 (5,3622) (-1,6908) (0,0303) (5,4329) (2,30)

1,5699 0,6993 0,5273 0,85 1964/84 (1,9066) (4,1913). (1,8440) (2,70)

Page 30: UM TEMA REVISITADO: A RESPOSTA DA PRODUÇÃO AGRíCOLA. …

~~--------------------------

.29.

preço continue com elevado erro padrão. A presença da quantidade defasã":"

da e cb tempo na equação de oferta torna o coeficiente preço pra1:icamen-

te igual a zero, tanto do Donto de vista econômico como do' ponto

de vista estatistico.

Estes resultados para as lavouras de exportação são

bastante desencorajadores para a aceitação da hipótese de

que a oferta agricola desses produtos reage aos incentivosde

preços. Todavia, quando se procura examinar as caracteris-

ticas dos produtos que foram classificados como lavoura de

exportação, observa-se que a maioria são culturas permanen-

tes, e que, portanto, o preço num dado instante do tempo não

deve ser uma variável importante na decisão . do agricul toro

Este preço pontual pode ter um componente transitório nao

desprezivel, enquanto a variável preço que deve afetar a de­

cisão do produtor agricola seria o preço permanente do pro-

duto. A última linha da Tabela 4 apresenta os resultados de

uma regressao em que o preço é uma média móvel de quatro pe-•

riodos, deflacionado pelo'indice de custo de vida. Esta re­

gressao inclui também como variável explicativa a quantidade

defasada de um periodo. A elasticidade-preço de curto prazo

é igual a 0,5273, significativamente diferente de zero ao

nivel de 5%, e a elasticidade-preço de longo prazo é igual a

1,69. Estes resultados pretendem apenas salientar o ponto

de que a especificação da equação de oferta agricola da la­

voura para exportação deve levar em conta a importância das

,culturas permanentes, e de que a regressão que inclui apenas

preços correntes não pode ser tomada a sério na decisão de

Page 31: UM TEMA REVISITADO: A RESPOSTA DA PRODUÇÃO AGRíCOLA. …

-- ----------------

.30.

aceitar ou rejeitar a hipótese de que o preço afeta a decisão

de produzir. Este mesmo argumento invalida os resultados que

são obtidos nos estudos da oferta agrícola agregada. 'Não se

constitui surpresa que muitas vezes se chegue a conclusão de

que a oferta agrícola agregada não responde aos estímulos das

variações dos preços, pois a agregação de culturas premanentes

e temporárias, sem a adequada especificação econométrica, po­

de levar a resultados enganosos.

4. Conclusão

As principais conclusões deste trabalho podem ser

sumariadas nos seguintes pontos:

a) No período recente de 1975 até 1986 - o progresso obser-

vado na tecnologia econométrica, sobretudo nos modelos com

expectativas racionais, não foi incorporado de maneirasig­

nificativa na literatura brasiieira que procura investigar

a resposta da oferta agrícola aos incentivos de preços.

b) A evidência empírica atualmente existente para produtos in­

dividuai~, apesar da variedade das especificações emprega­

das nos diferentes estudos, é 'de que, em geral, o agricul­

tor reage posi ti vamente às variações dos preços dos produtos.

c) As estimativas que procedemos das equações de oferta agrí­

cola agregada, para as lavouras de exportação e de consu­

mo interno, nos indica que a quantidade ofertada é infl\.EI1-

ciada de modo significativo pelos preços dos produtos.'

d) As nossas investigações sugerem que se deve examinar com

mais detalhe a hipótese dos estudos agregados não consegui­

rem detectar a influência da variável preço, em virtude do

processo de agregação envolver culturas permanentes e tem-

porárias, com características econômicas bastante diversas.

Page 32: UM TEMA REVISITADO: A RESPOSTA DA PRODUÇÃO AGRíCOLA. …

.31·

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Page 34: UM TEMA REVISITADO: A RESPOSTA DA PRODUÇÃO AGRíCOLA. …

• .... >

ENSAIOS ECONOMICOS DA EPGE

(a partir de n~ 50)

50. JOGOS DE INFORMAÇÃO INCOMPLETA: UMA I.NTRODUÇÃO - Sérgio Ribeiro da Costa Werlang - 1984 (esgotado)

51. A TEORIA MONETARIA MODERNA E O EQUILrBRIO GERAL ·WAlRASIANO COM UM NOMERO INFINITO DE BENS - A. Araujo - 1984 (esgotado)

52. A ~NDETERMINAÇÃO DE MORGENSTERN - Antonio Maria da Si lveira ~ 1984 (esgotado)

53. O PROBLEMA DE CREDIBILIDADE EM POLfTICA ECONOMICA - Rubens Penha Cysne -1984 (esgotado)

54. U~1A ANALISE ESTATfsTICA DAS CAUSAS DA EMISSÃO DO CHEQUE SEM FUNDOS: FORMU­LAÇÃO DE UM PROJETO PILOTO - Fernando de Holanda Barbosa, Clovis de Faro e Aloísio Pessoa de Araujo - 1984

55. POLfTICA MACROECONOMICA NO BRASIL: 1964-66 - Rubens Penha Cysne - 1985 -(esgotado)

56. EVOLUÇÃO DOS PLANOS BAslCOS DE FINANCIAMENTO PARA AQUISiÇÃO DE CASA PROPRIA DO BANCO NACIONAL DE HABITAÇÃO: 1964-1984 - Clovis de Faro - 1985 (esgotado)

57. MOEDA INDEXADA - Rubens P. Cysne - 1985 (esgotado)

58. INFLAÇÃO E SALARIO REAL: A EXPERltNCIA BRASILEIRA - Raul José Ekerman -1985 (esgotado)

59. O ENFOQUE MONETARIO DO BALANÇO DE PAGAMENTOS: UM RETROSPECTO - Valdir Ramalho de Melo - 1985 (esgotado)

60. MOEDA E PREÇOS RELATIVOS: EVIDtNCIA EMPfRICA - Antonio SaLazar P. Brandão·-1985 (esgotado)

61. INTERPRETAÇÃO ECONOMICA, INFLAÇÃO E INDEXAÇÃO - Antonio Maria da Silveira -1985 (esgotado)

62. MACROECONOMIA - CAPrTULO I - O SISTEMA MONETARIO - Mario Henrique Simonsen e Rubens Penha Cysne - 1985 (esgotado)

63. MACROECONOMIA - CAPrTULO I I - O BALANÇO DE PAGAMENTOS - Mario Henrique Simonsen e Rubens Penha Cysne - 1985 (esgotado)

64. MACROECONOMIA - CAPrTULO III - AS CONTAS NACIONAIS - Mario Henrique Simonsen e Rubens Penha Cysne - 1985 (esgotado)

65. A DEMANDA POR DIVIDENDOS: UMA JUSTIFICATIVA TÉORICA - TOMMY CHIN-CHIU TAN e Sérgio Ribeiro da Costa Werlang - 1985 (esgotado)

66. BREVE RETROSPECTO DA ECONOMIA BRASILEIRA ENTRE 1979 e 1984 - Rubens Penha Cysne - 1985

67. CONTRATOS SALARIAIS JUSTAPOSTOS E POLfTICA ANTI-INFLACIONARIA - Mario Henrique Simonsen - 1985

Page 35: UM TEMA REVISITADO: A RESPOSTA DA PRODUÇÃO AGRíCOLA. …

-- ------~----------------~--- ~-

68. INFLAÇÃO E POLfTICAS DE RENDAS - Fernando de Holanda Barbosa e Clovis de Faro - 1985 (esgotado)

69. BRAZIL INTERNATIONAL TRADE AND ECONOMIC GROWTH - Mario Henrique Si monsen - 1986

70. CAPITALIZAÇÃO CONTfNUA: APLICAÇÕES - Clovis de Faro - 1986 (esgotado)

71. A RATIONAL EXPECTATIONS PARADOX - Mario Henrique S·imonsen - 1986 (esgotado)

72. A BUSINESS CYCLE STUDY FOR THE U.S. FORM 1889 TO 1982 - CarlQs Ivan Simonsen Leal - 1986

73. DINAMICA MACROECONÔMICA - EXERCfclOS RESOLVIDOS E PROPOSTOS - Rubens Penha Cysne - 1986 (esgotado)

74. COMMON KNOWLEDGE ANO GAME THEORY - Sérgio Ribeiro da Costa Werlang - 1986

75: HYPERSTABILlTY OF NASH EQUllIBRIA - Carlos Ivan Simonsen Leal - 1986

76. THE BROWN-VON NEUMANN DIFFERENTIAL EQUATION FOR BIMATRIX GAMES -Çarlos Ivan Si monsen Leal· - 1986 (esgotado)

77. EXISTENCE OF A SOLUTION TO THE PRINCIPAL'S PROBLEM - Carlos Ivan Simonsen Leal - 1986

78. FILOSOFIA E POLfTICA ECONOMICA I: Variações sobre o Fenômeno, a Ciência e seus Cientistas - Antonio Maria da Si Iveira - 1986

79. O PREÇO DA TERRA NO BRASIL: VERIFICAÇÃO DE ALGUMAS HIPOTESES - Antonio Salazar Pessoa Brandão - 1986

80. M~TODOS MATEMATICOS DE ESTATfsTICA E ECONOMETRIA: Capitulos I e 2 Carlos Ivan Simonsen Leal - 1986 - (esgotado)

81. BRAZILIAN INDEXING AND INERTIAL INFLATION: EVIDENCE FROM TIME-VARYING ESTIMATES OF AN INFLATION TRANSFER FUNCTION Fernando de Holanda Barbosa e Paul D. McNelis - 1986

82. CONSORCIO VERSUS CR~DITO DIRETO EM UM REGIME DE MOEDA ESTAvEL- .. Clovis de·Faro

;. 1986

83. NOTAS DE AULAS DE TEORIA ECONÔMICA AVANÇADA I - Carlos Ivan SimonsenLeal-1986

84. FILOSOFIA E POLfTICA ECONOMICA I I - Inflação e Indexação - Antonio Maria da Silveira - 1986 - (esgotado)

85. SIGNALLING ANO ARBITRAGE - Vicente Madrigal e Tommy C. Tan - 1986

86. ASSESSORIA ECONOMICA PARA A ESTRATtGIA DE GOVERNOS ESTADUAIS: ELABORAÇÕES SOBRE UMA ESTRUTURA ABERTA - Antonio Maria da Silveira - 1986 - (esgotado)

87. THE CONSISTENCY OF vJELFARE JUDGEMENTS WITH A REPRESENTATIVE

CONSUMER - James Dow e Sérgio Ribeiro da Costa. Werlang _ 19Ft.

Page 36: UM TEMA REVISITADO: A RESPOSTA DA PRODUÇÃO AGRíCOLA. …

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88. INDEXAÇÃO E ATIVIDADE AGRrCOlA: CONSTRUÇÃO E JUSTIFICATIVA PARA A ADOÇÃO DE UM fNDICE ESPECrFICO - Antonio Salazar P. Brandão e Clóvis de Faro - 1986

89. MACROECONOMIA COM RACIONAMENTO UM MODELO SIMPLIFICADO PARA ECONOMIA ABERTA

- Rubens Penha Cysne, Carlos Ivan Simonsen Leal z Sérgio Ribeiro da Costa

Wer1ang - .1986

90. RATlONAL EXPECTATIONS, INCOME POLICIES AND GAME THEORY - Mario Henrique

Simonsen - 1986 - ESGOTADO

91. NorAS SOBRE M::>DEIDS DE GERAÇÕES SUPERPOSTAS 1: OS FUNDAMENTOS ECX:NOOmS

- Antonio Sa1azar P. Brandão - 1986 - ESGOTADO

92. TOPICOS DE CONVEXIDADE E APLICAÇÕES A TEORIA ECONOMICA - Renato. Fragel li

Cardoso - 1986

93. A TEORIA DO PREÇO DA TERRA: UM RESENHA

- Sérgio Ribeiro da Costa Werlang - 1987

94. INFLAr.Ao, INDEXACAo E ORCAMENTO DO GOVERNO - Fernando de Holanda Barbosa

- 1987

95; UMA RESENHA DAS TEORIAS DE INFLAÇAO

Maria Silvia Bastos Marques - 1987

96. SOLUÇÕES ANALÍTI'CAS PARA A TAXA INTERNA DE RETORNO

- Clovis de Faro - 1987

97. NEGOTIATION STRATEGIES IN INTERNATIONAl ORGANISATIONS:

A GAME - THEORETIC VIEWPOINT - Sérgio Ribeiro da Costa Werlang - 1987

98. O INSUCESSO DO PLANO CRUZADO: A EVIDtNCIA EMPfRICA DA INFLAÇAO 100% INERCIAL PAR~ O BRASIL - Fernando de Holanda Barbosa e Pedro l.Valles

Pereira - 1987

99. UM TEMA REVISITADO: A RESPOSTA DA PRODUÇÃO AGRfCOLA AOS PREÇOS NO BRASIL

- Fernando de Holanda Barbosa e Fernando da Silva Santiago - 1987

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