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CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS DEPTO. DE GEOCIÊNCIAS GEOGRAFIA SIMONE DE SOUZA SIQUEIRA UMA ABORDAGEM SOBRE ANÁLISE AMBIENTAL EM REGIÃO DE FUNDO DE VALE - O CASO DA ÁREA DA LAGOA DOURADA NA ZONA SUL DE LONDRINA-PR Londrina 2007

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CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS DEPTO. DE GEOCIÊNCIAS

GEOGRAFIA

SIMONE DE SOUZA SIQUEIRA

UMA ABORDAGEM SOBRE ANÁLISE AMBIENTAL EM REGIÃO DE FUNDO DE VALE - O CASO DA

ÁREA DA LAGOA DOURADA NA ZONA SUL DE LONDRINA-PR

Londrina 2007

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SIMONE DE SOUZA SIQUEIRA

UMA ABORDAGEM SOBRE ANÁLISE AMBIENTAL EM

REGIÃO DE FUNDO DE VALE - O CASO DA ÁREA DA LAGOA DOURADA NA ZONA SUL DE

LONDRINA-PR

Trabalho de Conclusão do Curso de Geografia – Habilitação Bacharelado, da Universidade Estadual de Londrina - UEL.

Orientadora: Profa Dra. Nilza Aparecida Freres Stipp

Londrina

2007

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SIMONE DE SOUZA SIQUEIRA

UMA ABORDAGEM SOBRE ANÁLISE AMBIENTAL EM REGIÃO DE FUNDO DE VALE - O CASO DA

ÁREA DA LAGOA DOURADA NA ZONA SUL DE LONDRINA-PR

Trabalho de Conclusão de Curso aprovado, apresentado à UEL – Universidade

Estadual de Londrina, no Centro de Ciências Exatas, como requisito parcial para a

obtenção do título de Bacharel em Geografia, com nota final igual a _______,

conferida pela Banca Examinadora formada pelos professores:

Profª Dra. Nilza Aparecida Freres Stipp Universidade Estadual de Londrina

Prof. Dr. Geraldo Terceiro Correa Universidade Estadual de Londrina

Profª Dra. Márcia Siqueira de Carvalho Universidade Estadual de Londrina

Londrina, 30 de novembro de 2007.

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Dedico este trabalho aos meus pais pela

credibilidade e incentivo.

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AGRADECIMENTOS

Em primeiro lugar a Deus pela sabedoria e oportunidade em realizar

esse trabalho.

A minha orientadora Profª Dra. Nilza Aparecida Freres Stipp pela

paciência e colaboração.

Ao meu noivo Robson pela compreensão e por estar sempre ao meu

lado.

A todas as pessoas que direta e indiretamente me apoiaram.

Aos professores que contribuíram com seus conhecimentos para

minha formação.

A minha avó Luzia pelas orações.

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Quando você quer alguma coisa, todo o universo conspira para que você realize o seu desejo.

(Paulo Coelho)

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SIQUEIRA, Simone de Souza. Uma abordagem sobre análise ambiental em região de fundo de vale - o caso da área da lagoa dourada na zona sul de londrina-pr. 2007. 66 folhas. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Geografia) – Centro de Ciências Exatas Universidade Estadual de Londrina, Londrina, 2007.

RESUMO

O presente trabalho teve como objetivo geral desenvolver uma análise ambiental sobre a área do fundo de vale da Lagoa Dourada. O estudo realizado buscou levantar dados e colher informações sobre os principais problemas que se encontram na referida área. Foi desenvolvido um estudo de caso aplicando-se um questionário, junto aos residentes próximos ao fundo de vale da Lagoa Dourada, a fim de apontar quais os problemas que mais incomodam a comunidade. Os resultados e conclusões deste trabalho poderão contribuir com medidas a serem aproveitadas para recuperação do local. Através dos dados coletados, notou-se que há uma grande preocupação por parte dos moradores em busca de melhoria para a região de estudo, como também se verifica que a referida região necessita urgentemente que providências sejam tomadas, sendo que a reivindicação dos moradores já vem de uma longa data, desde 1998.

Palavras-chave: Londrina/PR, Análise Ambiental, Fundo de Vale e Recuperação Ambiental.

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SIQUEIRA, Simone de Souza. Uma abordagem sobre análise ambiental em região de fundo de vale - o caso da área da lagoa dourada na zona sul de londrina-pr. 2007. 66 folhas. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Geografia) – Centro de Ciências Exatas Universidade Estadual de Londrina, Londrina, 2007.

ABSTRACT

This study aimed to develop a general environmental analysis on the area of the bottom of the valley Golden Lagoon. The study sought to raise gather data and information about the main problems that are in that area. It was developed using a case study is a questionnaire, with residents close to the bottom of the valley Golden Lagoon, in order to identify what the problems that most annoy the community. The results and conclusions of this work can help with measures to be taken for recovery of the site. Through the data collected, noted that there is great concern on the part of residents in search of improvements for the region of study, but it appears that the region urgently needs to be action taken, and the demand of residents has been for a long time, since 1998. Palavras-chave: Londrina/PR, Environmental Analysis, Fund Valley and Environmental Recovery.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Imagem da Bacia do Ribeirão Cambé com Afluente Córrego Roseira....27

Figura 2 – Localização da Área de Estudo...............................................................29

Figura 3 – Imagem Ampliada da Lagoa Dourada de 2006. .....................................29

Figura 4 – Recorte Espacial em Menor Escala da Área de Estudo..........................30

Figura 5 – Imagem da Lagoa Dourada Via Satélite SPOT.......................................33

Figura 6 – Problemática dos Lixos Lançados em Torno da Lagoa Dourada ...........36

Figura 7 – Falta de Consciência da População........................................................36

Figura 8 – Presença de Restos de Materiais de Construção ..................................37

Figura 9 – Presença de Galerias Pluviais ...............................................................37

Figura 10 – Mina .....................................................................................................38

Figura 11 – Situação Atual da Lagoa Dourada.........................................................38

Figura 12 – Rompimento do Barranco da Lagoa Dourada ......................................39

Figura 13 – Fluxo da Água do Córrego Roseira ......................................................39

Figura 14 – Presença de Água Parada e Lixos no Córrego Roseira .......................40

Figura 15 – Demarcação na Área de Estudo Para Uso Particular ..........................40

Figura 16 – Presença de Animais ............................................................................41

Figura 17 – Espécies de Vegetação.........................................................................41

Figura 18 – Reivindicação dos Moradores ...............................................................42

Figura 19 – Gráfico - Sexo .......................................................................................43

Figura 20 – Gráfico -Faixa Etária .............................................................................44

Figura 21 - Gráfico – Tempo de Residência.............................................................45

Figura 22 – Gráfico – Local de Residência ..............................................................45

Figura 23 - Gráfico – Material de Construção das Residências ...............................46

Figura 24 – Gráfico - Parte Sanitária da Residência dos Entrevistados...................46

Figura 25 – Gráfico - Escolaridade...........................................................................47

Figura 26 – Gráfico - Problemas que Aparecem com mais Freqüência ...................48

Figura 27 – Gráfico - Participação dos Moradores ...................................................49

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO...................................................................................................11

1.1 OBJETIVOS...........................................................................................................12

1.2 OBJETIVO GERAL..................................................................................................12

1.3 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ......................................................................................12

2 METODOLOGIA ................................................................................................13

3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.........................................................................14

3.1 GEOGRAFIA E MEIO AMBIENTE...............................................................................18

3.2 ALGUMAS CONSIDERAÇÕES SOBRE FUNDOS DE VALES ...........................................20

3.3 LEGISLAÇÃO AMBIENTAL .......................................................................................24

3.4 BREVE HISTÓRICO DA CIDADE DE LONDRINA............................................................25

3.5 DESCRIÇÃO DO RIBEIRÃO CAMBEZINHO..................................................................27

4 APRESENTAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO: FUNDO DE VALE LAGOA

DOURADA................................................................................................................29

4.1 LOCALIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO ........................................................................29

4.2 ALGUNS ASPECTOS FÍSICOS DA ÁREA DE ESTUDO...................................................30

4.3 HISTÓRICO DA ÁREA .............................................................................................31

4.4 ANÁLISE AMBIENTAL DA ÁREA DO FUNDO DE VALE...................................................33

4.5 DESCRIÇÃO DAS FOTOGRAFIAS OBTIDAS NO TRABALHO DE CAMPO ............................36

5 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS COLETADOS ..........................43

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS...............................................................................50

REFERÊNCIAS.........................................................................................................52

APÊNDICES .............................................................................................................56

APÊNDICE A – Modelo do Instrumento de Pesquisa Utilizado na Coleta de Dados 57

ANEXOS ...................................................................................................................60

ANEXO A – Cópia do Projeto de Revitalização da SEMA do Fundo de Vale da Lagoa

Dourada ....................................................................................................................61

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ANEXO B – Reportagem do Jornal de Londrina Sobre o Fundo de Vale da Lagoa

Dourada ....................................................................................................................63

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1 INTRODUÇÃO

Este trabalho foi desenvolvido no interesse de se identificar a

situação de uma área de fundo de vale na cidade de Londrina, que é considerada de

porte médio, com grau de urbanização acentuada em menos de um século. Esse

fato gerou vários conflitos de ordem social e ambiental, dentre eles foram

constatados problemas nas áreas de fundo de vale com conseqüente degradação.

A maior parte das alterações ambientais é resultante da ação

antrópica, falta de planejamento urbano e o não cumprimento da Legislação

Ambiental, repercutindo assim nas modificações em áreas de preservação

ambiental, ocasionando a sua descaracterização natural.

A partir disso acabam agravando sobremaneira a problemática

ambiental, através dos processos erosivos, aterros, assoreamentos, poluição da

água, ar, habitações em locais impróprios, culturas indevidas, lançamento de lixos e

esgotos nos mananciais hídricos.

Segundo Guerra e Cunha (2000, p. 362):

As Atividades humanas desenvolvidas em um trecho do rio podem alterar, de diferentes formas e escalas de intensidade, a dinâmica desse equilíbrio.

Portanto, a degradação do meio ambiente clama por soluções

imediatas, sendo uma preocupação e uma obrigação de todos enquanto cidadãos,

cuja preservação é urgente e indispensável para o bem-estar das gerações

presentes e futuras.

Em contrapartida o foco da pesquisa é direcionada a análise

ambiental que atualmente é de suma importância, além disso, teve como propósito

registrar de alguma forma a situação crítica em que os moradores residentes

próximo a área de estudo estão enfrentando. Por conseguinte, apresentar a

importância das Áreas de Preservação Permanente na zona urbana, como também

demonstrar as leis que amparam a preservação destas áreas, já que no perímetro

urbano da cidade de Londrina encontram-se muitos fundos de vales, que deveriam

estar com as suas regiões de nascentes e margens dos corpos d` águas delimitadas

para preservação.

Desta forma foi feito uma análise na área de estudo, através de

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levantamento dos problemas que ocorrem com maior freqüência, com trabalho de

campo, como também entrevistas com os moradores que residem próximo ao local,

como meio para detectar quais possibilidades poderiam ser propostas de melhorias

para a localidade.

Sendo assim o objetivo geral deste trabalho de conclusão de curso

para obtenção do título de Bacharel em Geografia foi o de fazer uma análise

ambiental na área de fundo de vale da Lagoa Dourada, localizada no bairro Monte

Belo, no que se refere a qualidade de preservação do local, ocupação irregular,

presença de lixos, além de identificar junto aos órgãos competentes a existência de

algum projeto de revitalização em andamento para o local.

1.1 OBJETIVOS

1.2 OBJETIVO GERAL

Fazer uma análise ambiental na área de fundo de vale da Lagoa

Dourada, localizada na zona sul da cidade de Londrina.

1.3 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

a) analisar a atual situação do referido fundo de vale;

b) verificar se há ocupação irregular no local;

c) elaborar propostas e sugestões de recuperação para essa área,

após entrevistas junto à comunidade que reside próximo ao local.

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2 METODOLOGIA

Desenvolveu-se este estudo buscando informações através de

levantamentos bibliográficos sobre o fundo de vale na biblioteca da UEL e também

pesquisa em trabalhos com o mesmo tema, para melhor aprimoramento.

Outro recurso para complementação da pesquisa foi a utilização de

imagens de satélite e consulta ao projeto de revitalização da área de estudo

disponibilizado pela SEMA – Secretaria do Meio Ambiente. Além disso, conseguiu-se

através do IPPUL materiais sobre o processo de revitalização da área.

Com o trabalho de campo no respectivo fundo de vale pôde – se

fazer uma análise de percepção sobre a problemática do local. Com o uso das

fotografias tiradas no local permitiu-se focar as regiões que se encontram em maior

estado de degradação.

Outro método de abordagem foi a aplicação do questionário junto à

comunidade residente nas proximidades da área de estudo. O mesmo constou de 10

perguntas e pode ser visualizado no Apêndice A. O presente instrumento elaborado

teve como proposta buscar informações dos problemas que mais ocorrem na área.

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3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

O tema meio ambiente atualmente está na pauta de todas as

discussões que são realizadas em Conferências e Fóruns, onde são discutidos os

meios que regridem os danos causados pelas ações antrópicas, apesar de que nem

sempre é levada em consideração, essa discussão, devido aos inúmeros interesses

econômicos e políticos.

A degradação do meio ambiente clama por soluções imediatas,

tornando-se uma preocupação e um compromisso de todos os habitantes do planeta

Terra, cuja preservação é urgente e indispensável para o bem-estar das gerações

futuras.

O crescimento exarcebado da população urbana é na atualidade um

dos problemas graves que causa a deterioração do meio ambiente, pois reflete na

ruptura do funcionamento do ambiente natural.

De acordo com Milano (1990), “embora o meio urbano não

apresente padrões de qualidade ambiental desejáveis para uma vida saudável,

existem mais de 80% da população mundial morando nas cidades”.

No processo de urbanização ocorre a substituição do ecossistema

natural por um outro completamente adverso, que o homem organiza conforme suas

necessidades de sobrevivência, e segundo o poder que exerce sobre este espaço.

O uso intensivo do solo e a ausência de planejamento pelas atividades humanas

têm gerado disfunções espaciais e ambientais, repercutindo na qualidade de vida do

homem, que se dá de modo diferenciado, atingindo na maioria das vezes de forma

mais intensa a população de baixa renda, a qual, muitas vezes sem acesso a

moradia, passa a ocupar áreas impróprias à habitação.

Conforme Carrara (1991), “as condições ambientais das cidades

criam uma natureza hostil, pois o desequilíbrio entre os elementos que compõem o

sistema urbano compromete a qualidade de vida de seus habitantes”.

As Áreas de Proteção Permanente – (APPs) são exemplos de

ocupações impróprias de habitação. A ocupação irregular destas áreas não ocorre

apenas por invasões, mas pode estar associada a aprovação indevida de

loteamento, falta da aplicação da Legislação Ambiental.

São consideradas APPs áreas que margeiam os cursos d’água (rio,

nascente, lago, represa), encosta, local de declividade superior a 100% ou 45° e

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outras situações quando declaradas pelo poder público, como para atenuar a erosão

das terras, formar faixas de proteção ao longo de rodovias e ferrovias, proteger sítios

de excepcional beleza ou de valor (científico ou histórico) ou ainda para assegurar

condições de bem-estar público.

A ocupação irregular em áreas de fundos de vale ocorre em muitas

cidades brasileiras de médio e grande porte. É um problema bastante grave, pois

não se trata apenas da preservação ambiental destas áreas, mas é, sobretudo um

problema socioeconômico que reflete as questões de moradia do país e atinge

diretamente uma parcela da população que não tem acesso a este direito.

No entanto existe um grande leque de causas que estão ligados à

degradação ambiental, ainda no tocante sobre áreas urbanas, pode-se citar que os

calçamentos e o corte das encostas, para a construção de casas, prédios e ruas se

constituem nas principais causas da degradação ambiental.

Guerra e Cunha (2000, p. 347 e 348) afirmam que:

A desestabilização das encostas, feita pela construção de casas por populações de baixa ou alta renda, tem provocado o desencadeamento de uma série de problemas ambientais. Essas causas, provocadas pela intervenção antrópica, podem ser acentuadas devido à declividade das encostas, à maior facilidade do escoamento das águas, em superfície, à existência de descontinuidades nos afloramentos rochosos e nos solos, e as chuvas concentradas.

Outro fator é a preservação da vegetação ripária que é fundamental

para a proteção de córregos e rios, principalmente os que atravessam as cidades,

pois estão sujeitos a um elevado grau de intervenção antrópica. Tal vegetação

contribui para a estabilização das margens dos corpos d’água, reduzindo o

assoreamento e auxiliando na manutenção da qualidade da água, como também

sobre os elementos climáticos, influenciando o controle da radiação solar,

temperatura e umidade do ar.

Além das funções de estabilizar as margens dos rios e córregos,

manutenção da qualidade da água e atenuação de fatores climáticos deve ser

acrescentada para os fundos de vale sua importância em relação à fauna e flora

nativa.

A preocupação com a preservação dos fundos de vale não é um

mero capricho dos estudiosos, governantes e até da própria população. É antes de

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tudo uma necessidade a fim de se preservar e tentar recuperar a qualidade da água

dos rios, dependendo principalmente, da manutenção das encostas, da mata ciliar e

da qualidade da água.

Já é notório que a água é um dos elementos da natureza essenciais

à vida e como tal merece todo o cuidado na sua conservação. Foi nesta linha de

pensamento que o governo federal criou a Lei Nacional de Recursos Hídricos nº 9.

433/97, que, além de traçar normas e diretrizes para o uso racional dos recursos

hídricos, determina o pagamento de taxas pelo uso da água.

A preocupação em preservar a natureza e cuidar do meio ambiente

surgiu no momento que a humanidade passou a usar crescentemente os meios

tecnológicos para a produção. Meios esses que suprem grandes quantidades de

energia e ocasionam detritos insolúveis ou de difícil absorção como fruto da

produção excessiva.

Assim, observam-se inúmeros e variados problemas ambientais,

sendo que a problemática ambiental está na ordem no dia. No simples fato de se

atentar para as fontes de informações e noticiários se depara com as muitas

agressões voltadas ao meio ambiente. Conforme Milaré (2004, p.47) “tudo decorre

de um fenômeno corrente, segundo o qual os homens, para satisfação de suas

novas e múltiplas necessidades, que são ilimitadas, disputam os bens da natureza,

por definição limitada. E é esse fenômeno, tão simples quanto importante, que está

na raiz de grande parte dos conflitos que se estabelecem no seio da comunidade”.

Milaré (2004, p. 50) ainda afirma que:

De fato, a natureza morta não serve ao homem. A utilização dos recursos naturais, inteligentemente realizada, deve subordinar-se aos princípios maiores de uma vida digna, em que o interesse econômico cego não prevaleça sobre o interesse comum da sobrevivência da humanidade e do próprio Planeta.

Verifica-se que em uma sociedade onde o exercício da cidadania é

ainda incipiente, como ocorre em quase todo território brasileiro, as manipulações

contra o meio ambiente, o abuso do poder, os favorecimentos ilícitos, o cinismo são

simplesmente constatáveis e passam despercebidos. Com isso muitas vezes estas

atitudes não são questionadas sob o ponto de vista socioambiental pelos

representantes dos direitos públicos.

Dentro desse contexto, Peter Singer apud Milaré (2004, p. 94) a

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respeito das gerações futuras expressa que:

Uma Floresta virgem é produto de todos os milhões de anos que se passou desde o início da vida em nosso Planeta. Se ela for derrubada, outra floresta pode crescer em seu lugar, mas a continuidade terá sido interrompida. O rompimento dos ciclos naturais da vida das plantas e dos animais significa que a floresta jamais será como teria sido se não tivesse sido derrubada. No entanto, uma vez a floresta derrubada ou inundada, a sua ligação com o passado estará perdida para sempre. Esse é um custo com o qual ligação com o passado estará perdida para sempre. Esse é um custo com o qual terão de arcar todas as gerações que nos sucederem neste planeta.

A partir disso constata-se que no meio urbano, devido à alta

concentração de população, os problemas tendem a se radicalizar, por força da

desigualdade, pobreza, a doença, a falta de higiene, a desorganização social e a

ausência de uma democracia real, contribuem para a agressão voluntária e

involuntária ao meio ambiente.

Conforme Silva e Pruski (2000, p. 273) “a humanidade, infelizmente

investe mais na morte do que na vida. Ademais é válido lembrar que o ser humano

chegou a um estágio paradoxal, onde avançou tecnologicamente a um limite que

pode se voltar contra a si mesmo”.

A agressão ao meio ambiente é fruto da grave injustiça que existe

nas relações entre os grupos dominantes e dominados, que de acordo com Silva e

Pruski (2000, p. 274) a tecnologia, o desenvolvimento e o avanço do conhecimento

científico fazem as nações de primeiro mundo avançar em progressão geométrica,

enquanto as periféricas ou se estagnam ou avançam em progressão atitmética,

destacando-se, cada vez mais, das primeiras, implicando assim o risco de haver

concentração de problemas ambientais nos países periféricos, em que a educação,

a saúde, a moradia, a produção e o conhecimento cientifico são descuidados.

De acordo com Silva e Pruski (2000, p. 274):

A questão do meio ambiente impõe uma retomada da reflexão sobre o papel e a natureza do ser humano. Essa discussão antropológica passa pela revisão das relações do homem com a natureza, a fim de que ele transite do papel de dominador para o de convivente. Atinge também a questão do ser humano não ser mais somente o morador de uma cidade, o cidadão de um país, mas invade a dimensão de ser um habitante do cosmos, que há de exercer sua solidariedade não somente com seus próximos, mas com a terra, a água, as plantas, os

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animais e esse todo no qual ele está vivendo, que na Terra se chama biosfera e no ilimitado denomina-se universo.

3.1 GEOGRAFIA E MEIO AMBIENTE

Em razão da falta de atitude da humanidade em agir a favor da

preservação do meio ambiente constatou-se que houve uma intensa modificação

nos sistemas planetários. Alterações estas que acabaram acarretando problemas

para o próprio cotidiano da sociedade.

Um grande passo em prol do meio ambiente foi dado na Rio 92, na

cidade do Rio de Janeiro, com a Conferência das Nações Unidas para o Meio

Ambiente e o Desenvolvimento, impulsionando assim a concepção do desafio em

sustentar um ambiente equilibrado para as futuras gerações que é um problema

global.

Declaração sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (Rio de

Janeiro, 1992) em seu Princípio 3 dispõe que:

O direito ao desenvolvimento deve ser exercido, de modo a permitir que sejam atendidas eqüitativamente as necessidades de gerações presentes e futuras.

Com a consolidação da concepção do meio ambiente tornou-se

possível juntar as relações da sociedade com a natureza em suas diferentes escalas

geográficas, sendo desde local até a global. Com o conhecimento do meio ambiente,

sendo decorrente da perfomace humana sobre o meio natural, tem sido o objeto de

estudo de importância para várias áreas das ciências, em particular a da Geografia.

Desta forma, a investigação geográfica é voltada para a temática

ambiental com uma visão integradora, com análise de variadas formas de

organização do espaço, pela apropriação e uso do meio natural em seus distintos

grupos sociais, alterando e modificando permanentemente o ambiente que o rodeia.

Verificou-se que a apreensão com as condições ambientais tem

alcançado vários segmentos como social, político e econômico. Em virtude da

globalização, do cuidado com os problemas ambientais que se abespinha a

humanidade tem implicado em de novas reflexões sobre a utilização dos recursos da

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natureza. A Geografia, ao abordar a problemática ambiental, do ponto de vista

social, procura dar unidade e coerência a esses estudos.

A influência do homem no meio em que vive provoca mudanças

que, muitas vezes, levam as alterações irreversíveis na estabilidade dos

sistemas naturais. De acordo com DREW (2002, p. 3 e 4) a relação do homem

com o meio está chegando a uma situação crítica, na medida em que as

mudanças por ele realizadas se tornam irreversíveis, se não trouxerem consigo

alterações de fundo que venham corrigir a situação caótica global.

Atualmente a natureza pode ser vista como um conjunto de

sistemas complexos, dentro do qual existem fluxos de energia entre suas

diversas partes constituintes.

Cada componente do meio ambiente mantém uma relação com

os demais elementos. Assim, o clima, o relevo, os rios, os solos, a vegetação e

os demais seres vivos interagem entre si, e qualquer mudança em apenas um

desses componentes afetará o conjunto todo, trazendo mudanças adversas à

própria vida.

De modo geral, a intervenção antrópica sobre o meio natural

pode produzir diversas reações como: a intervenção do homem sobre o solo cria

condições para a erosão parcial ou total, mudanças feitas nos sistemas fluviais, a

exemplo de barragens, alteram radicalmente o regime das águas dos rios,

ambientes litorâneos, que apresentam forte concentração de população, sofrem

alterações radicais que modificam profundamente as condições de vida nos

estuários e baías, fundamentais para a vida marinha. Drew (2002, p. 128)

complementa que “são poucos os rios que há no mundo que estejam livres da

ação humana”. Drew (2002, p. 129) ainda coloca que “a natureza das mutações

que o homem impõe à superfície da Terra está condicionada por vários fatores

que operam em harmonia”.

Outras áreas de implicações são as urbano-industriais que

representam a mais profunda modificação do homem na superfície da Terra. Os

efeitos da urbanização são altamente intensivos e, em muitos casos, expandem-

se para muito além dos próprios limites das cidades.

No entanto, com as novas tecnologias podem permitir a

desaceleração controlada do consumo perigosamente rápido dos recursos que

são finitos, mas também podem criar sérios riscos, como novos tipos de poluição

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20

e o surgimento de novas variedades de formas de vida, que alterariam os rumos

da evolução. Enquanto isso, as indústrias que mais dependem de recursos do

meio ambiente, e que mais poluem, multiplicam-se com grande rapidez no

mundo em desenvolvimento.

Dentro desse contexto, a Geografia tem o papel essencial porque

provê os meios para o estudo das interações entre os aspectos sócio-

econômicos e culturais e as características físicas e biológicas do meio natural,

assim como fornece os instrumentos de análise para o desenvolvimento

sustentável, em âmbito local, regional, nacional e mundial.

Sendo assim os problemas ambientais com que se depara

atualmente não são novos. Mas só ultimamente sua complexidade começou a

ser entendida. Antes, as preocupações voltavam-se para os efeitos do

desenvolvimento sobre o meio ambiente. Hoje, há que se preocupar também

com o modo como a deterioração ambiental pode impedir ou reverter o

desenvolvimento econômico.

3.2 ALGUMAS CONSIDERAÇÕES SOBRE FUNDOS DE VALES

Antes de aprofundar no aspecto da área de estudos é interessante

analisar o que é um fundo de vale. Conforme Christofoletti (1981, p. 287) “o fundo de

vale pode ser entendido como uma designação dada às formas de relevo entalhadas

como corredor ou depressão longitudinal, de tamanho e aspectos, variados, e

ocupados pelos cursos de água”. Já para Guerra (1993, p. 446) “os fundos de vale

são formas topográficas constituídas por talvegues e duas vertentes, com dois

sistemas de declives convergentes”. Por fim, Leinz e Mendes apud a Christofoletti

(1981, p. 287) definem como sendo “depressões topográficas alongadas e inclinadas

numa direção em toda a sua extensão”.

Segundo Christofoletti (1981, p. 287) a formação e o

desenvolvimento dos vales fluviais são resultantes da interferência de três linhas

evolutivas: escavamento do leito ou aprofundamento do talvegue, alargamento das

vertentes e aumento da extensão ou encompridamento.

Foram várias as classificações sugeridas para os vales, de acordo

com Christofoletti (1981, p. 288) elas podem ser divididas em: vale conseqüente,

vales subseqüentes, vales obseqüentes, vales homoclinais, vales anticlinais, vales

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em garganta, vales em magedoura ou calha, vales com terrações fluviais, vales

assimétricos e vales com perfil em U.

Conforme consta no Plano Diretor (1995) de Londrina no que tange

a parte ambiental é constatado que os fundos de vales desta cidade estão

genericamente degradados, em quase 100% de sua extensão urbana, além da

inexistência de mata ciliar, ou quando há não comporta o mínimo necessário para

proteção dos cursos hídricos e a alimentação da fauna aquática.

Esses locais muitas vezes são procurados para lançamentos de

(lixos residenciais, industriais e construção civil etc.). Os fundos de vales estão

bastante alterados por aterros de toda natureza, processos de urbanização,

agriculturas desenvolvidas em área inadequadas chegando abranger até mesmo

dentro dos cursos hídricos. Com isso a degradação ambiental dos fundos de vales é

bastante preocupante, pois pode refletir na proliferação de endemias como também

na queda da qualidade das águas.

Desta forma é relevante ressaltar a grande importância de manter a

recuperação desses locais, pois são constatados através de estudos recentes que a

vegetação dos fundos de vale, demonstra que esses ecossistemas são de extrema

significação aos demais sistemas ambientais (hidrografia, clima). De acordo com

Zanini (1998) e Souza (1999):

Essas áreas são de grande importância na manutenção e equilíbrio dos sistemas aquáticos, influenciando também no clima, melhorando qualitativamente a paisagem e a qualidade de vida urbana e contribuindo para a proteção das margens dos rios e córregos. Em contrapartida com o crescimento desordenado das cidades, sobretudo nos grandes e médios centros, é fácil detectar problemas referentes a retirada da vegetação: deslizamentos de encostas, fundo de vale ocupados, córregos poluídos e etc.

Estas áreas também identificadas como APPs (Áreas de Proteção

Permanente) que são amparadas pela Lei no 4.771, de 15/09/65 (Código Florestal),

alterada pela Lei no 7.803, de 8/08/93, no seu Artigo 2o, define como Áreas de

Proteção Permanente locais onde devem ser mantidas todas as florestas e demais

formas de vegetação natural. Estes locais foram definidos como de proteção

especial, pois representam áreas frágeis ou estratégicas em termos de conservação

ambiental, não devendo ser modificadas para outros tipos de ocupação. A

manutenção da vegetação natural nestes locais contribui para o controle de

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processos erosivos e de assoreamento dos rios, para garantir qualidade dos

recursos d'água e mananciais e proteção da fauna local. Mesmo assim muitos

desses ecossistemas encontram-se degradados pela ação antrópica, não cumprindo

as leis e também sendo negligente junto aos órgãos públicos que fiscalizam (SILVA

et al, 2000).

A partir disso, verifica-se que a preservação da vegetação ciliar, ou

de fundo de vale, é de suma importância para a qualidade das águas dos rios e

córregos, especialmente no que se referem os que se encontra em ambientes com

maior grau de antropização, como é o caso das cidades.

Galetti (1989) afirma que:

Os córregos e rios que nascem e correm dentro de densa vegetação não sofrem grandes alterações no volume de suas águas, não sofrem inundações nem secam, o fato disto está que nas áreas onde possuem densa vegetação as águas das chuvas em vez de correrem sobre o solo alcançando em poucos instantes o rio ou córrego, se infiltram lentamente e vagarosamente alcançando rios e córregos, pois o rio que correm dentro de densa vegetação tem águas limpas, pois a água é quase toda filtrada pelo solo antes de atingir rios e córregos.

As matas ciliares e de galeria são fisionomias associadas a cursos

de água, e podem ocorrer tanto em terrenos bem drenados como em mal drenados.

Por mata ciliar entende-se a vegetação florestal que acompanha os rios de médio e

grande porte, em que a vegetação arbórea não forma galerias. A mata de galeria

acompanha os rios de pequeno porte e córregos, formando corredores fechados

sobre o curso de água. (RIBEIRO e WALTER, 1998).

A degradação das áreas de preservação permanente não pode ser

discutida sem considerar sua inserção no contexto do uso e ocupação do solo

brasileiro. No Brasil, assim como na maioria dos países, a degradação dessas áreas

sempre foi e continua sendo fruto da expansão desordenada das fronteiras agrícolas

e zonas urbanas (RODRIGUES e GANDOLFI, 2001).

Dentre as alternativas de promover a reparação de áreas

desmatadas surgem três modelos: a restauração, reabilitação e a recuperação.

Restauração é a reposição das exatas condições ecológicas das áreas degradadas,

justificáveis para ambientes raros. Reabilitação é o retorno da área a sua função

produtiva, embora não necessariamente ecológica, por meio da revegetação.

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Recuperação é a recomposição da área degradada, sem estrito compromisso

ecológico, mas, sobretudo em sua função ambiental (CORRÊA, 1998).

Reconstruir ou reorganizar um ecossistema florestal ciliar a partir de

uma abordagem científica implica em conhecer a complexidade dos fenômenos que

se desenvolvem nestas formações, compreenderem os processos que levam à

estruturação e manutenção destes ecossistemas no tempo e utilizar estas

informações para a elaboração, implantação e condução de projetos de restauração

dessas formações (RODRIGUES e GANDOLFI, 2001).

Para Ribeiro (1998), o conhecimento sobre as estratégicas de

adaptação das espécies representativas da comunidade de mata de galeria, bem

como as variações nestas estratégias ao longo dos seus ciclos de vida, permite

encontrar estes padrões de comportamento e estabelecimento das espécies destes

ambientes.

As espécies que se estabelecem logo após um distúrbio na floresta

primária e povoam rapidamente as clareiras são do grupo das pioneiras, tendo como

principal característica à intolerância à sombra. Na fase subseqüente, aparecem

espécies com alguma tolerância à sombra, ainda que apenas na fase juvenil,

caracterizando o grupo das secundárias. Por fim, fechando o ciclo de sucessão,

crescem espécies tolerantes à sombra que fecham o dossel novamente,

caracterizando o grupo das espécies de clímax (FONSECA et al., 2001).

O processo de regeneração de clareiras em uma floresta natural

denomina-se sucessão secundária e tem sido usado como fundamento para o

plantio misto de espécies nativas, visando à recuperação de matas ciliares e outras

áreas de preservação permanente. Nesse sentido, o uso coordenado de espécies

pioneiras, secundárias e climássicas em arranjos integrados, tem sido estratégico

(MACEDO, 1993).

Antunes (2003) e Macedo (1993) consideram que, para a

revegetação de ambientes, vários procedimentos devem ser observados,

independentes das características de cada local:

1) uso exclusivo de espécies nativas da região;

2) conhecimento silvicultura e das espécies a serem utilizadas;

3) aumento da diversidade de espécies e de procedências dentro de

cada espécie;

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4) adoção de espaçamentos que favoreçam a regeneração natural;

5) garantia da sucessão secundária.

Ribeiro (1998) define que o processo de recuperação de matas de

galeria depende de vários fatores, dentre os quais se destacam: o grau de

modificação em relação ao ambiente natural, as espécies a serem utilizadas, a

viabilidade de obtenção de propágulos, a distribuição das espécies no novo

ambiente e a participação da comunidade.

3.3 LEGISLAÇÃO AMBIENTAL

Na Constituição Brasileira datada de 05/10/88, em seu capítulo VI

que refere ao Meio Ambiente, dispõe no Art. 225 que todos têm direito ao meio

ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à

sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder publico e a coletividade o dever de

defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.

Na Constituição Estadual Paranaense de 1980, complementa as leis

federais, colaborando com alguns dispostos que assegura o direito ao ambiente

equilibrado, como consta nos incisos IV e XIX no artigo 207, que dispõem: as áreas

de preservação ambiental e de proteção de ecossistemas essenciais; declarar, como

área de preservação permanente, o remanescente das matas ciliares dos

mananciais de bacias hidrográficas que abasteçam os centros urbanos.

A Lei Orgânica Municipal de Londrina de 05/04/90, também detalha

a legislação ambiental em seus artigos, principalmente os artigos 179, 183 e 186 no

que tange sobre a preservação e no zoneamento ambiental.

O artigo 179 dispõe que todos têm direito ao ambiente saudável e

ecologicamente equilibrado impondo-se ao Poder Público Municipal e à coletividade

o dever de defendê-lo e preservá-lo para o benefício da atual e das futuras

gerações, em que dentre essas responsabilidades consta à preservação e

recuperação dos fundos de vales tais como: preservar e restaurar os processos

ecológicos essenciais; preservar e restaurar a diversidade e integridade do

patrimônio genético, biológico e paisagístico; executar programas de

reflorestamento; estimular e promover o reflorestamento ecológico em áreas

degradadas, objetivando especialmente a proteção de encostas, fundo de vale,

margens dos rios e dos recursos hídricos, com a consecução de índices mínimos de

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cobertura vegetal; inventariar as condições ambientais das áreas sob ameaça de

degradação ou já degradadas.

Já no artigo 183 rege que aquele que explorar recursos minerais fica

obrigado a recuperar o ambiente degradado de acordo com a solução técnica

exigida por órgão público competente, na forma da lei.

A Legislação Ambiental Brasileira ainda conta com a Lei 4771 de

15/09/65 (Código Florestal), onde a área de preservação permanente é aquela

“protegida nos termos dos arts. 2º e 3º desta Lei, coberta ou não por vegetação

nativa, com a função ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a

estabilidade geológica, a biodiversidade, o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o

solo e assegurar o bem-estar das populações humanas. Portanto os arts. 2º e 3º do

Código Florestal tratam das florestas e demais formas de vegetação que não podem

ser removidas, tendo em vista a sua localização. São as restrições que definem as

áreas de preservação permanente estabelecida pelo art. 1º § 2º, II. Com isso a

vegetação localizada ao longo dos cursos d` água, nas encostas, nas restingas, ao

redor dos lagos e lagoas, ao longo das rodovias etc., conforme discriminação

constante desses artigos dada a sua importância ecológica, considerada de

preservação permanente, pelo efeito desta Lei, as florestas e demais formas de

vegetação natural ficam assim: a) ao longo dos rios ou de qualquer curso d'água

desde o seu nível mais alto em faixa marginal cuja largura mínima seja: de 30 (trinta)

metros para os cursos d'água de menos de 10 (dez) metros de largura; de 50

(cinqüenta) metros para os cursos d água que tenham de 10 (dez) a 50 (cinqüenta)

metros de largura; de 100 (cem) metros para os cursos d'água que tenham de 50

(cinqüenta) a 200 (duzentos) metros de largura; de 200 (duzentos) metros para os

cursos d'água que tenham de 200 (duzentos) a 600 (seiscentos) metros de largura e

de 500 (quinhentos) metros para os cursos d'água que tenham largura superior a

600 (seiscentos) metros; (redação alterada pela Lei nº 7.803 de 18/07/89).

A partir disso percebe-se que com o cumprimento rigoroso dessas

leis, seria possível identificar os resultados que poderiam proporcionar a melhoria da

qualidade de vida da população.

3.4 BREVE HISTÓRICO DA CIDADE DE LONDRINA

Com o crescimento acelerado das cidades os recursos naturais são

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usufruídos sem limites, ocasionando assim vários problemas: erosão, poluição,

habitações precárias, desmatamentos, ocupação irregular de áreas de preservação

permanente e doenças.

A cidade de Londrina localizada no Norte do Paraná pode ser

inserida nesse contexto, pois ao ser fundada em 1929, teve rápido crescimento. Em

1967 a sua população urbana foi superior à rural, isso foi ocasionado pelo declínio

dos cafeicultores, que teve inicio no final da década de 50, sendo essa cultura

substituída por outras como soja, o trigo e pastagem, com isso impulsionou o fluxo

migratório do êxodo rural, gerando assim o crescimento acelerado e desorganizado

da cidade.

Nos meados da década de 90, com a aplicação do Plano Diretor

para todas as cidades brasileiras, imposta pela Constituição Federal de 1988 (art.

182) a política de desenvolvimento urbano, executada pelo Poder Público municipal,

conforme diretriz geral fixada em lei, tem por objetivo ordenar o pleno

desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o bem - estar de seus

habitantes. No § 1º o Plano Diretor, aprovado pela Câmara Municipal, obrigatório

para cidades com mais de vinte mil habitantes, é o instrumento básico da política de

desenvolvimento e de expansão urbana e no 2 § a propriedade urbana cumpre sua

função social quando atende às exigências fundamentais de ordenação da cidade

expressas no Plano Diretor.

Essa lei foi desenvolvida com objetivo de auxiliar no planejamento

das cidades devido o crescimento desordenado. No entanto com esse plano

deparou-se com várias áreas problemáticas em específico de maior interesse

aquelas localizadas no fundo de vale existentes nas cidades. Conforme coloca

Santos (1993), a urbanização é caracterizada por priorizar o interesse do capital,

fazendo do solo urbano uma mercadoria de alto valor de troca, conseqüentemente

acessível a uma pequena parte da população.

Ferreira (2001, p. 109) coloca que:

Este modelo tem resultado graves problemas sócio-ambientais e econômicos, tanto na área urbana quanto na rural, criando áreas com imensos vazios, sob o controle do capital privado e apoiado pelo poder público, acentuando cada vez mais os contrastes existentes na cidade.

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Desta forma, foi analisada uma destas áreas de fundo de vale

localizada na zona sul da cidade de Londrina, onde se encontra a Lagoa Dourada

que é derivada do córrego Roseira afluente do Ribeirão Cambezinho.

3.5 Descrição do Ribeirão Cambezinho

Fig. 1 Imagem da Bacia do Ribeirão Cambé com afluente Córrego Roseira. Fonte: Imagem Land Sat Organizador Mirian Vizentin Apud Vicente Torres Tomazi, 2004. Legenda:

O Ribeirão Cambezinho nasce próximo ao trevo da BR – 369 entre a

cidade de Londrina e Cambe e a sua vertente esquerda em sentido a área urbana

de Londrina. O Ribeirão Cambé, possui grande parte de sua origem hídrica situada

no espaço urbano da cidade de Londrina, e corta o município de nordeste em

direção ao sudeste. O referido Ribeirão, pelo fato de atravessar uma cidade jovem e

Microbacia do Ribeirão Cambé

Microbacia do Córrego Roseira

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28

em pleno desenvolvimento, torna-se alvo de inúmeras transformações, quais sejam

desde a alteração de seu leito até mesmo com constantes degradações ambientais.

Verificou se que a área também sofre com interferências antrópicas

típicas de ambiente urbano, como a remoção da mata ciliar, lançamento de efluentes

na água, mudança do canal e a introdução de espécies exóticas ou alóctones.

O Ribeirão Cambezinho é considerado uma microbacia e se define

por ser uma área que drena água, sedimentos e materiais dissolvidos para uma

saída comum, num determinado ponto de um canal fluvial. De acordo com Silva,

Schulz e Camargo (2004, p. 94) “as bacias hidrográficas têm se tornado importante

unidade espacial utilizada para gerenciar atividades de uso e conservação de

recursos naturais, principalmente nas situações atuais de grande pressão sobre o

ambiente em função do crescimento populacional e do desenvolvimento”.

A partir disso é necessário que se faça um estudo sobre a

microbacia hidrográfica, a partir de conhecer a sua dinâmica e apontar suas

fragilidades, sendo uma alternativa para minimizar impactos ou desequilíbrios

através de um monitoramento contínuo que compatibilize desenvolvimento e

exploração dos recursos naturais.

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29

4 APRESENTAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO: FUNDO DE VALE LAGOA

DOURADA

4.1 LOCALIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO

Fig. 2 – Localização da região de estudo

Legenda: Fundo de Vale da Lagoa Dourada

Fonte: TAGIMA e TERABE, 2006.

Fig. 3 Imagem ampliada da Lagoa Dourada de 2006. Fonte: Secretaria do Meio Ambiente – SEMA, 2006.

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O fundo de vale da Lagoa Dourada conforme mostra a imagem

abaixo é originada pelo Córrego Roseira que é pertencente à microbacia do córrego

São Lourenço sendo este afluente do Ribeirão Cambezinho.

Fig. 4 - Recorte espacial em menor escala da área de estudo. Fonte: Secretaria do Meio Ambiente – SEMA, 2006.

4.2 ALGUNS ASPECTOS FÍSICOS DA ÁREA DE ESTUDO

Clima

O clima da região, segundo a classificação de Köppen, é do tipo Cfa,

subtropical úmido, com chuvas em todas as estações, podendo ocorrer seca no

período de inverno. A temperatura média anual da região fica em torno de 20,7 °C,

com precipitação pluviométrica anual em torno de 1.615 mm.

Vegetação

A mata é classificada como floresta tropical subperenifolia (MAACK,

2002, p. 241) e constatou-se que na área de estudo está quase que totalmente

ausente. Isso se deve ao avanço urbano exacerbado sobre as nascentes, o uso

irregular, destinação de lixos e cultivo de culturas que não são apropriadas ao local.

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Solo

No município de Londrina, os solos são originados do basalto e

podem variar a fertilidade conforme a topografia e estrutura geológica. Dentre esses

solos são típicos da região: Nitossolos, Latossolos e Argissolos.

4.3 Histórico da Área

O Jardim Monte Belo é um bairro que se localiza na zona sul de

Londrina, entre as coordenadas geográficas de latitude S 23º 23’ e longitude W 51º

08’, com aproximadamente 10 mil habitantes numa área de 94.167 m2.

Em 1980 foi feito o loteamento do referido bairro, durante a gestão

do prefeito Antonio Casemiro Belinatti, sendo que antigamente o local era um sítio

privado de aproximadamente 2 (dois) alqueires. A área era utilizada para cultivo de

hortas, plantação de café e demais produtos de subsistência. Também comportava

uma área de preservação ambiental, a qual tinha uma lagoa hoje especificada com o

nome de Lagoa Dourada, que era utilizada para criação de peixes (carpas).

Com a aceleração do desenvolvimento urbano da cidade de

Londrina o local foi vendido para loteamento de conjunto habitacional, mas mesmo

assim foi mantida a preservação da região da lagoa e seu entorno.

Ao passar dos anos a comunidade do bairro decidiu desativar a

Lagoa Dourada, para evitar os transtornos que vinham ocorrendo tais como: o uso

indevido da área para banho e presença de marginais, que provocavam à

comunidade constrangimento e medo.

Para desativar a lagoa escavaram uma valeta num barranco do

terreno para facilitar o escoamento da água represada, causando assim o seu

esvaziamento. Com isso a lagoa tornou–se um brejo ocupado por vegetação de

taboas e outras espécies de vegetação comuns a esses locais alagados.

Durante a visita no local pôde-se observar a presença de resíduos

sólidos urbanos (RSU) e restos de materiais de construção ao redor da antiga lagoa

como também em alguns pontos das margens do córrego Roseira, que praticamente

hoje se constitui no abastecedor de água da mesma. Constatou-se que a

comunidade é a principal responsável por esses problemas, ocasionando assim a

degradação ambiental dessa área.

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Observou-se no local a presença de algumas espécies de vegetação

como a Araucária, Eucaliptos e Grevíleas. Por ter sido um sitio anteriormente, ainda

há a presença de árvores frutíferas como bananeiras, goiabeiras, jabuticabeiras,

limoeiros, abacateiros, entre outras.

A rede de esgoto receptora do bairro instalada nessa área parece

não acarretar nenhum problema mais grave, pois, é destinada para a Fazenda

Refúgio, na qual é realizado o tratamento no tocante ao saneamento.

Outra questão identificada foi que nessa região há a demarcação de

uma área para uso particular, existindo lá um morador que reside no local há 25

(vinte e cinco) anos, se dedicando à criação de aves, cavalos e plantação de

produtos de subsistência.

Na área da extinta Lagoa Dourada a Prefeitura Municipal doou uma

pequena parte do terreno para construção de uma Igreja, sendo que nas suas

proximidades a comunidade plantou árvores nativas, para dar um melhor aspecto ao

local.

Outro problema encontrado foi o das erosões ocasionadas pela

chuva, em alguns pontos da região, apesar de aí existirem galerias pluviais, que

conduzem as águas da chuva até o córrego Roseira.

Sendo assim, entende-se que as propostas mais viáveis para

recuperação do local, devem partir primeiramente de um trabalho de Educação

Ambiental a partir da conscientização da comunidade sobre o que é uma área de

preservação ambiental, como deve ser conservada, seguida de serviços

permanentes de limpeza do local, buscando também o apoio da Prefeitura de

Londrina. Deve-se também focar a limpeza do canal do córrego Roseira, para

proporcionar um melhor fluxo da água para a antiga lagoa, além disso, verificar a

possibilidade de tornar o referido local uma área de lazer para que a comunidade no

futuro possa dela usufruir.

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33

4.4 ANÁLISE AMBIENTAL DA ÁREA DO FUNDO DE VALE

Fig. 5 Imagem da Lagoa Dourada via Satélite SPOT com passagem em janeiro de 2004. Fonte: Secretaria do Meio Ambiente – SEMA

O planejamento da cidade de Londrina atualmente preserva 84

fundos de vale onde, cada um, é percorrido por corpos d`água que de acordo com o

código de Obras, Lei de 1951, detinha uma solução diferente da canalização e

aterramento dos córregos dos vales isto é, mantinha a preservação. Com isso

atualmente os fundos de vales onde há esses córregos, Áreas de Preservação

Permanente fazem parte dos Parques Lineares espalhados por toda Londrina.

Entende-se que além, de proteger os córregos urbanos, os vales atuam como

estabilizadores do clima, retêm parte da poluição das ruas e protegem os recursos

hídricos, diminuindo a pressão da urbanização e são agradáveis área de lazer.

A partir disso foi efetuada a análise ambiental na área de estudo, ou

seja, no fundo do vale da Lagoa Dourada que é rodeada pelos bairros: Jardim Lagoa

Dourada e Jardim Monte Belo, ambos localizados na zona sul da cidade de

Londrina.

Conforme Mota (1995, p. 107) com o processo de urbanização,

ocorre alterações nos ambientes naturais, tais como o desmatamento, a

impermeabilização do solo, os movimentos de terra (alterações na topografia) e os

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34

aterramentos de áreas baixas ou alagadas. Isso pode ser constatado na área de

estudo através do trabalho de campo, quando foi observado que a grande

problemática do local é o fluxo de resíduos sólidos urbanos (fig. 6) aí encontrados,

como também entulhos de materiais de restos de construção (fig. 8), além de muitas

vezes serem encontrados também animais mortos e indícios de queimadas.

No referido vale há a presença de Galerias Pluviais que são

utilizadas para conduzir as águas da chuva até o córrego Roseira, mas mesmo

assim verifica-se a ocorrência de erosões no solo que são de origem difusa, ou seja,

ocasionadas tanto pela intensidade da chuva quanto pela correnteza do córrego,

ativados pela ação humana. No entanto verifica-se que com as rochas removidas

pelo processo erosivo, aumenta a carga detrítica transportada pelo córrego, com

seus efeitos deposicionais, podendo causar o entulhamento dos leitos (GUERRA,

1980, p. 156), além de juntamente carregar os lixos para esse local até encontrar o

córrego que percorre o fundo de vale, que apesar da vegetação ripária existente ao

seu redor, esta não é suficiente para conter esses detritos, assoreando assim o

córrego e prejudicando o fluxo da água.

De acordo com Mota (1995 p. 107):

A vegetação representa um importante papel com relações aos mananciais, pois é reguladora dos fluxos de água, controlando o escoamento superficial e proporcionando a recarga natural dos aqüíferos. O desmatamento ocasiona um desequilíbrio nesse sistema, resultando em: maior escoamento superficial das águas; maior erosão do solo, com carreamento de matérias para a conseqüente diminuição da calha de escoamento ou da capacidade de armazenamento dos mananciais; diminuição da infiltração da água para os mananciais subterrâneos.

Maack (2002, p. 241) confirma que “os fatores mais importantes para

formação da mata pluvial são: o grande teor de umidade proveniente da distribuição

das precipitações por todos os meses do ano, o conseqüente ciclo biológico

contínuo e a multiplicidade de espécies que crescem em pequena área”.

Nota-se que a rica floresta que amparava a área da microbacia do

Córrego Roseira que alimenta o fundo de vale Lagoa Dourada, foi arduamente

avançada pela ocupação agrícola, por tratar-se anteriormente de um sitio particular,

até os meados da década de 90, elevou-se ao máximo o uso do solo, removendo

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por completo as matas que envolviam as encostas, nascentes e as galerias dos

córregos. Portanto, restaram somente alguns fragmentos da mata, que atualmente

estão sendo depredados com a expansão urbana desenfreada iniciada a partir da

década de 90, através de loteamentos irregulares, represamento de nascentes,

ocupação e aterros em áreas de preservação permanente, como também seguida

da retirada da vegetação, ocasionando danos ambientais e sociais, informações

essas observadas e registradas em jornais e relatadas pela própria população.

Outro ponto é a ausência da mata ciliar já mencionada anteriormente

que deveria haver nas nascentes dos córregos, restando somente poucos metros de

matas que acompanham o curso dos córregos, pois o que ainda resta dos nativos

esta totalmente alterados. Espécies exóticas como (Eucalipto e Santa Bárbara)

localizam-se principalmente próximo à beira dos mananciais hídricos, em que

prevalecem como se fossem espécies nativas.

Conforme pesquisa feita junto ao IPPUL como também junto à

população residente nas imediações da área de estudo, consta-se que há

reivindicação da revitalização do fundo de vale da Lagoa Dourada solicitada a

Prefeitura de Londrina desde 1998, mas sem qualquer providência até agora.

Segundo a reportagem do Jornal de Londrina edição de 02/10/07, a

licitação já foi liberada e existe uma Empresa que será contratada pela prefeitura

para fazer a revitalização do local. De acordo com as especificações do

Planejamento de Obras do Município o local será transformado em área de lazer

com objetivo de: recuperar a Lagoa Dourada, executar pista de caminhada, iluminar

as pistas, instalar postes e construir uma barragem para a formação do lago.

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36

4.5 DESCRIÇÃO DAS FOTOGRAFIAS OBTIDAS NO TRABALHO DE CAMPO

Fig. (nº 6) Nesta foto verifica-se a problemática dos lixos que são lançados no local pelos moradores do bairro que fica ao redor da Lagoa Dourada. (Siqueira,S.2007) Fig. (nº 7) A foto acima confirma a falta de consciência da população em lançar resíduos sólidos urbanos em local não apropriado. (Siqueira, S. 2007)

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Fig. (nº 8) Além de lançar lixos, resíduos sólidos urbanos, há também presença de restos de materiais de construção. (Siqueira, S. 2007) Fig. (nº 9) Presença de Galerias Pluviais para conduzirem as águas da chuva até o córrego Roseira. (Siqueira, S. 2007)

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38

Fig. (nº 10) Aqui mostra onde nasce uma mina que também alimenta a Lagoa Dourada.

(Siqueira, S. 2007)

Fig. (nº 11) A foto acima mostra como está a Lagoa Dourada atualmente, após ter sido esvaziada, tornando-se assim um brejo ocupado por vegetação típica de taboas. (Siqueira, S. 2007)

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Fig. (nº 12) Para melhor visualização esta foto retrata o rompimento do barranco que fizeram para escoar a água da Lagoa Dourada em tempos atrás. (Siqueira, S. 2007) Fig. (nº 13) Em alguns pontos do canal do Córrego Roseira que ainda alimenta parte da Lagoa Dourada, nota-se que o fluxo da água é muito lento. (Siqueira, S. 2007)

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Fig. (nº 14) Nesta imagem do Córrego Roseira fica claro que possui água parada, como também presença de lixos. (Siqueira, S. 2007) Fig. (nº 15) Demarcação feita numa porção do fundo de vale onde se encontra a Lagoa Dourada, para uso particular de um morador que ali reside. (Siqueira, S. 2007)

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Fig. (nº 16) Presença de animais alimentando-se no fundo de vale próximo a Lagoa Dourada. (Siqueira, S. 2007)

Fig. (nº 17) Espécies de vegetações existentes na área de estudo. (Siqueira, S. 2007)

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Fig. (nº 18) A foto acima demonstra o protesto dos moradores da região quanto à promessa política de revitalização do local, que seria realizada no ano de 2006, mas até o momento não foi tomada nenhuma providência. (Siqueira, S. 2007)

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43

5 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS COLETADOS

Foi aplicado um questionário com 10 (dez) perguntas sucintas aos

moradores do Jardim Monte Belo em suas residências e também às pessoas que

usufruem da pista de caminhada localizada ao redor do Fundo de Vale da Lagoa

Dourada.

Fig. 19 - Gráfico referente a questão sobre o sexo dos entrevistados. Fonte: Pesquisa do aluno

Dos 20 (vinte) entrevistados, 11 (onze) são do sexo masculino e 9

(nove) do sexo feminino.

0

2

4

6

8

10

12

Masculino Feminino

Masculino

Feminino

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Fig. 20 - Gráfico referente a questão sobre a faixa etária dos entrevistados. Fonte: Pesquisa do aluno

A maioria dos entrevistados tem mais de 35 anos, totalizando 15

(quinze) pessoas. Já na faixa etária de 21 a 25 anos enquadram-se 3 (três) pessoas.

Apenas 1 (uma) pessoa encontra-se na faixa etária de 18 a 20 anos e de 26 a 35

anos.

Considerando os dados apresentados, constatou-se que entre os

questionados, há um grupo maior de pessoas acima de 35 anos, o que representa

mais experiência de vida e, por conseguinte, possuem uma visão diferenciada dos

problemas do local de estudo, contribuindo assim com valiosas informações para o

presente trabalho.

18 a 2021 a 25

26 a 35Acima de

35

0

5

10

15

Faixa Etária

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Fig. 21 - Gráfico referente a questão sobre o tempo de residência dos entrevistados. Fonte: Pesquisa do Aluno

Constatou-se que existem 19 (dezenove) pessoas com residência

fixa a mais de 1 (um) ano. Há apenas 1(um) caso de pessoa que reside na faixa de 7

meses a 1 ano. Com os dados colocados define-se o tempo de ocupação da

população nos bairros próximos ao fundo de vale. Conforme informações em

documentos pesquisados no IPPUL o bairro que há no local foi loteado na década

de 90. Além disso, pelo tempo de residência, a comunidade foi essencial no

fornecimento das informações sobre a história e problemas que aí ocorrem.

Fig. 22 - Gráfico referente a questão sobre o local de residência dos entrevistados. Fonte: Pesquisa do Aluno

0

5

10

15

20

7 Meses a 1Ano

Mais de 1 Ano

0

2

4

6

8

10

12

14

16

Jd. Piza

Jd. Monte Belo

Outros

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46

Notou-se que 15 (quinze) entrevistados residem no bairro Jardim

Monte Belo, 2 (dois) no Jardim Piza e a opção outros, contam com 3 (três) pessoas.

Com a opção outros, mostrou-se que há freqüentadores de outros bairros na área de

estudo. Desta forma evidencia ser urgente a revitalização do local, tornando-o um

ambiente agradável para uso da população.

Fig. 23 - Gráfico referente a questão sobre o material de construção das casas dos entrevistados. Fonte: Pesquisa do Aluno

Os dados acima mostram que a população do Jardim Monte Belo,

num total de 19 (dezenove) pessoas, possui domicílios de alvenaria, existindo

apenas um caso que é de madeira. Sendo que essa exceção refere-se ao morador

que reside no fundo de vale há 25 (vinte e cinco) anos.

Fig. 24 - Gráfico referente a questão sobre a parte sanitária da residência dos entrevistados. Fonte: Pesquisa do aluno

0

5

10

15

20

Alvenaria Madeira

Alvenaria

Madeira

0

5

10

15

20

Fossa Rudimentar

Rede Geral deEsgoto

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Com relação à forma de escoadouro dos dejetos, observou-se que a

maioria dos moradores possui rede geral de esgoto, num total de 19 (dezenove).

Aparentemente esse resultado é satisfatório, por não interferir no Córrego Roseira,

sendo que o encaminhamento dos resíduos é destinado à Fazenda Refúgio. No

entanto, dentro desse número apresentado há um problema, pois a única fossa

séptica rudimentar que aparece no gráfico é utilizada pelo morador já citado

anteriormente, que possui uma casa de madeira.

Fig. 25 - Gráfico referente a questão sobre a escolaridade dos entrevistados. Fonte: Pesquisa do aluno

O gráfico acima apresenta o grau de escolaridade da população

residente nas proximidades da área de estudo. Dos 20 (vinte) entrevistados 02 (dois)

possuem Ensino Fundamental Incompleto, 03 (três) Ensino Médio Completo, 4

(quatro) Ensino Médio incompleto, 4 (quatro) Curso Superior Incompleto e 4 (quatro)

dentro da opção outros. Esses resultados mostram que o nível de escolaridade

observado entre os moradores levou à conclusão de que os resultados auferidos

mostraram a deficiência do incentivo e oportunidades do acesso à educação.

0 1 2 3 4 5

Ens. Fund. Incompleto

Ens. Médio Incompleto

Ens. Médio Completo

Curso Superior Incompleto

Curso Superior Completo

Outros

Escolaridade

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Fig. 26 - Gráfico referente a questão sobre os problemas que aparecem com maior freqüência na opinião dos entrevistados. Fonte: Pesquisa do Aluno

Esse gráfico demonstrou os problemas que ocorrem, com maior

freqüência, no fundo de vale da Lagoa Dourada, tendo um total de 14 respostas para

Resíduos Sólidos urbanos, 7 (sete) para entulho de construção civil e 7 com opção

outros que foram instados a especificar. Como resultado destacou-se diversas

situações tais como: presença de animais mortos, falta de iluminação, queimadas,

abandono do local, desmatamento, presença de vândalos, ocupação irregular,

animais soltos usufruindo da vegetação da área, falta de limpeza, etc. No que se

refere a grande quantidade de lixos encontrados no fundo de vale não deveria

acontecer, pois a população conta com serviços de coletas que passam 2 (duas)

vezes por semana nas ruas do bairro. Desta forma, não teria a necessidade de

haver lixos próximos às margens do córrego como também em algumas partes do

fundo de vale da Lagoa Dourada, concorrendo assim para sua degradação

ambiental.

Problemas que Ocorrem com Maior Frequência no Fundo de Vale

Resíduos SólidosUrbanos

Entulho

Outros

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Fig. 27 - Gráfico referente a questão da participação em busca de melhorias para o fundo de Vale da Lagoa Dourada dos entrevistados. Fonte: Pesquisa do aluno.

Por fim, notou-se que o resultado exposto no gráfico acima

demonstrou o grau de interesse dos moradores em busca de melhorias para o local,

destacando-se neste rol a reivindicação para autoridades responsáveis

implementarem a revitalização do fundo de vale, através do projeto já existente

desde 1998, mas não executado até o momento.

Na resposta da questão aberta nº 10 que solicita que seja

especificada a forma com que os moradores participaram na cobrança de melhorias

para o local, observou-se uma grande preocupação em solucionar os problemas

existentes no fundo de vale. As participações podem ser destacadas das seguintes

formas: baixo-assinado; plantação de árvores; presença em reuniões para

acompanhar o desenvolvimento do projeto de revitalização, promessa política para o

ano 2006. Notou-se que entre as diversas formas de participação há também um

desabafo por parte da população solicitando uma participação mais ativa dos órgãos

responsáveis para a conclusão dessa obra. Há também a indignação quanto à

demora na aprovação do projeto de revitalização da área de estudo que atualmente

encontra-se abandonada. A área apresenta-se sem limpeza, sem iluminação,

repercutindo na insegurança da população que reside próxima à referida região.

Participação para Melhorias no Fundo de Vale

Sim

Não

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50

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O meio ambiente é o tema do momento e vem sendo discutido com

grande ênfase pela preocupação da humanidade em buscar alternativas para

diminuir os seus impactos mediante o uso dos recursos naturais de forma racional.

Dentro desse contexto, esta pesquisa foi direcionada aos problemas

ambientais urbanos, especificamente os ocorridos no fundo de vale da Lagoa

Dourada que é denominada Área de Preservação Permanente – APP.

Desta forma, a linha de pesquisa centrou-se em diagnosticar as

principais causas da degradação ambiental que ocorrem com mais freqüência no

referido local. Os dados coletados e informações obtidas resultaram de visitas à

região e conversas com moradores mais antigos que colaboraram no sentido de

discorrer sobre a história e apontar problemas que mais incomodam a população

atualmente.

Diante disso pôde-se identificar que os principais problemas

encontrados na área de estudo foram: a destinação de lixo doméstico e entulhos de

restos de materiais de construção em algumas partes do fundo de vale e próximo às

margens do córrego Roseira. Além disso, observou-se também, que o fluxo da água

do córrego é lento, apresentando pontos de assoreamento resultantes dos poucos

centímetros de mata ciliar existentes nas suas margens. A mata ciliar é de extrema

importância para evitar o assoreamento, que conforme as determinações do Código

Florestal, a mesma nessa região não se enquadram na legislação, pois a exigência é

de 30 m próximo ao curso d`água.

Com os levantamentos apresentados objetivou-se tornar público a

real situação, na qual o referido fundo de vale se encontra. Constatou-se também

que na cidade de Londrina esse problema não se restringe apenas a essa região,

abrangendo igualmente outras que necessitam de revitalização.

No decorrer do trabalho foram visitados alguns órgãos públicos

como o IPPUL e a SEMA. Descobriu-se que neste último há um projeto em

andamento desde 1998 com vistas à revitalização da área, mas que até o momento

não foi aprovado. O que se tem de informação sobre isso hoje, conforme foi

publicado no Jornal de Londrina, datado de 02/10/2007 e confirmado junto ao Setor

de Planejamento da SEMA, que já foi aprovada a licitação e que há apenas uma

empresa na concorrência. Para elaboração desse projeto estima-se um investimento

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no total de R$ 70 mil reais, e a empresa contratada terá o prazo de 2 (dois) meses

para concluir a obra.

Sendo assim, a pesquisa realizada teve como foco principal a

proposição de medidas a serem adotadas para recuperação do fundo de vale da

Lagoa Dourada tais como: canalização do Córrego Roseira; manutenção

permanente da limpeza do local envolvendo a Prefeitura; melhor iluminação,

implantação de lixeiras no entorno do referido fundo de vale, trabalho de

conscientização junto à comunidade que reside nas proximidades, no sentido de não

despejar mais lixos no local, comprometendo-os com a sua manutenção e

preservação; reativar a lagoa e, por fim, tornar uma área de lazer para que a

população possa dela usufruir dignamente.

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APÊNDICES

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APÊNDICE A – Modelo do Instrumento de Pesquisa Utilizado na Coleta de Dados

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QUESTIONÁRIO

Prezado entrevistado (a), este questionário tem como objetivo colher dados sobre alguns aspectos relacionados à Lagoa Dourada. Esta avaliação será utilizada para complementar o Trabalho Final de Graduação do curso de Geografia da Universidade Estadual de Londrina – UEL e poderá ajudar na qualidade de vida desta região. 1) Sexo: ( ) masculino ( ) feminino 2) Qual a sua idade? ( )18 a 20 anos ( ) 20 a 25 anos ( ) 26 a 35 anos ( ) acima de 35 anos 3) Grau de escolaridade? ( ) Ensino Fundamental incompleto ( ) Ensino Fundamental Completo ( ) Ensino Médio incompleto ( ) Ensino Médio Completo ( ) Curso Superior incompleto ( ) Curso Superior completo ( ) Outros: _____________________ 4) Qual bairro você reside? ( ) Jd. Piza ( ) Jd. Monte Belo ( ) Outros: _____________________ 5) Há quanto tempo você reside neste bairro? ( ) Até 1 mês ( ) 1 a 6 meses ( ) 7 meses a 1 ano ( ) mais de 1 ano 6) A construção de sua residência foi feita com qual material? ( ) Alvenaria ( ) Madeira 7) Como é feita a parte Sanitária de sua residência? ( ) Fossa Séptica/Rudimentar ( ) Rede Geral de Esgoto

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8) Em sua opinião, quais desses problemas que ocorrem com freqüência próximo ao Fundo de Vale Lagoa Dourada? ( ) Depósito de Lixo Resíduos Sólidos Urbanos(RSU) ( ) Depósito de entulho de Construção Civil ( ) Outros Problemas: Especifique: _______________________________________ 9) Você teve participação no processo de Revitalização do local? ( ) Sim ( ) Não 10) Se sua resposta anterior foi Sim, em que aspecto você colaborou? _____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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ANEXOS

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ANEXO A – Cópia do Projeto de Revitalização da SEMA do Fundo de Vale da Lagoa

Dourada

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ANEXO B – Reportagem do Jornal de Londrina Sobre o Fundo de Vale da Lagoa

Dourada

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