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Uma Análise de Críticas Sobre o Behaviorismo
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Uma Análise de Críticas sobre o Behaviorismo
Katiene do Sacramento Suzart1
Antes de iniciar a análise das criticas, queria relatar, primeiramente, a experiência
desse segundo contato com elas, ou seja, depois de passado um tempo e quebrado
a estranheza. Tempo este bastante importante para uma melhor compreensão do
behaviorismo, não em sua totalidade, é lógico, mas o suficiente, creio eu, para
interpretar críticas direcionadas a ele. Sendo assim, a primeira impressão que tive
das críticas que escolhi, foi de não apresentarem muita lógica, falta de coerência,
idéias muito vagas, e o mais intrigante de tudo, parecem falar de algo que eu nunca
vi. Enfim, acho que não fui muito feliz na escolha do autor que fiz, mas seguirei na
minha tentativa de analisar as suas críticas.
A princípio, os autores usam expressões como: “reduzem a personalidade ao que se
prestar à manipulação imediata”, “É comum experimentos reunirem todos os
participantes e chegarem a conclusões sobre tendências gerais”, “Examinam
meramente o comportamento de um estudante durante 50 minutos no laboratório”, e
“usam medidas convenientes”, expressões as quais são atribuídas ao behaviorismo,
dando-lhe um aspecto mecanicista e reducionista. Entretanto, o que me parece
reducionistas são as expressões, uma vez que chamam de behaviorismo o que na
verdade é análise experimental do comportamento, a qual representa apenas um
dos métodos empregados por esta filosofia do comportamento.
Outro recorte que também me chamou a atenção foi quando dito que “dados de
grupos frequentemente ignoram diferenças individuais”. Nesse contexto, a meu ver,
remete a uma crítica atribuída comumente e erroneamente ao behaviorismo, o qual
é acusado de negligenciar a subjetividade e os sentimentos dos seres humanos.
Assim, é dada ao behaviorismo uma característica, cujo conteúdo seria empregado
corretamente, caso houvesse conhecimento suficiente, ao behaviorismo
metodológico. Em geral, críticas dessa natureza referem-se ao behaviorismo
metodológico, o qual difere da fisiologia apenas no ordenamento dos problemas e
1 Graduanda do 3º Semestre do Curso de Psicologia pela Faculdade Social da Bahia.
assim nega o sentimento e a subjetividade dos indivíduos, julgando-os irrelevantes,
e possuindo como foco a relação estímulo-resposta. Por conta disso, sendo
freqüentemente visto como mecanicista.
Ele diz também que os behavioristas “não esclarecem a estrutura de personalidade
de um indivíduo, nem questões sociais profundas.” Dessa forma, fica claro que o
autor desconhece o que seja behaviorismo, dizendo que ele não esclarece o que na
verdade é o seu foco, ou seja, entender as contingências familiares, sociais,
institucionais, dentre outras que influenciam na personalidade do indivíduo. E mais
ainda, desconhece que o behaviorismo é uma filosofia que diz, a meu ver,
basicamente que a subjetividade de cada um é formada de acordo com as
contingências de reforço as quais os indivíduos foram submetidos, possuindo como
objeto o pensamento, o sentimento e o comportamento, tendo em vista que nenhum
desses elementos é causa ou efeito do outro, mas sim todos eles respostas a uma
determinada história de vida específica.
Em suma, as críticas as quais escolhi vão mais por essa linha dos equívocos e falta
de conhecimento. Eles, realmente, desconhecem o que falam, tenho que admitir e
repetir o discurso feito demasiadamente em sala de aula. É nítida e explícita essa
falta de conhecimento. Embora, tenha observado somente agora, que em nenhum
momento as críticas são direcionadas especificamente ao behaviorismo radical, este
fato me leva a pensar, que o autor mesmo de forma acidental, não se confundiu
tanto, uma vez que essa “herança” do termo behaviorismo (anteriormente usado
pelo behaviorismo metodológico) tenha sido deixada por questões políticas para o
behaviorismo radical, logo, se não há especificação do que se está falando,
portanto, ambos podem ser denominados de behaviorismo. Assim, atribuo-o a essa
confusão nos nomes o motivo por essa mistura de teorias, levando em conta
também, é claro, que quem fala de algo e publica, deve saber exatamente do que é
que está falando.