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UMA CIDADE EM MOVIMENTO: O DESENVOLVIMENTO URBANO DE CASCAVEL A PARTIR DO ACERVO FOTOGRÁFICO DO MIS – MUSEU DA IMAGEM E DO SOM – DE CASCAVEL (1960 – 1975). Autor: Jael dos Santos 1 – UNIOESTE RESUMO: O presente estudo constituiu-se a partir de reflexões surgidas no decorrer de minha pesquisa de conclusão de curso em História. Na composição desse esboço, também acrescento minha experiência enquanto estagiário do Projeto de Extensão “Ações para Higienização, Catalogação e Digitalização do Acervo do Museu da Imagem e do Som de Cascavel – MIS” o qual iniciou suas atividades no final de 2009. O supracitado projeto dispõe o acervo do MIS online e com isso evidencia e disponibiliza discursos não verbais – visuais – sobre a cidade de Cascavel na internet. A população urbana do município cresceu de forma vertiginosa nas décadas de 60 e 70 e esse aumento em muitas imagens aparece relacionado a iniciativas do poder público ocupado por representantes da elite local. Há também nesse período o esforço da prefeitura, em conjunto com a iniciativa privada, em consolidar o município como “A Capital do Oeste”. A constituição de discursos fotográficos, tendo em vista caráter físico-químico da fotografia, expressa intencionalidades e permite que determinadas memórias sejam erigidas e percursos construídos. Buscar-se-á explicar, a partir da exposição de um determinado conjunto de imagens, como as referidas correlações aparecem e como informações “não visíveis” podem ser acrescentadas para historicizar as fotografias e a iniciativa do poder público de Cascavel expressa na divulgação do acervo do MIS na internet. Palavras-chave: fotografia; memória; acervos eletrônicos. INTRODUÇÃO O presente texto se debruçará sobre dois eixos fundamentais concernentes ao tema exposto. Utilizaremos tais eixos para problematizarmos os diversos propósitos aos quais fotografias da cidade serviram nas diferentes temporalidades de sua exibição. Primeiramente situar-se-á apontamentos sobre a noção de memória localizando- a enquanto objeto em construção e um campo de afirmações e disputas socialmente constituídas. Haverá enfoque na atuação do Museu da Imagem e do Som – MIS – de Cascavel 2 e particularmente no Projeto MIS 3 , cuja principal atribuição concentra esforços em disponibilizar o acervo fotográfico do museu em plataforma online. O segundo elemento, concentrará esforços em pensar a história da urbanização de Cascavel mediante a produção e circulação de imagens fotográficas a partir do site da Prefeitura Municipal. Um conjunto fotográfico foi selecionado a partir da totalidade das imagens em vista aérea cadastradas no site do MIS 4 . Tais imagens fazem parte do acervo do MIS e demonstram o crescimento urbano de forma linear. Os elementos III Encontro Nacional de Estudos da Imagem 03 a 06 de maio de 2011 - Londrina - PR 1490

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UMA CIDADE EM MOVIMENTO: O DESENVOLVIMENTO URBANO DE CASCAVEL A PARTIR DO ACERVO FOTOGRÁFICO DO MIS – MUSEU DA

IMAGEM E DO SOM – DE CASCAVEL (1960 – 1975).

Autor: Jael dos Santos1 – UNIOESTE

RESUMO: O presente estudo constituiu-se a partir de reflexões surgidas no decorrer de minha pesquisa de conclusão de curso em História. Na composição desse esboço, também acrescento minha experiência enquanto estagiário do Projeto de Extensão “Ações para Higienização, Catalogação e Digitalização do Acervo do Museu da Imagem e do Som de Cascavel – MIS” o qual iniciou suas atividades no final de 2009. O supracitado projeto dispõe o acervo do MIS online e com isso evidencia e disponibiliza discursos não verbais – visuais – sobre a cidade de Cascavel na internet. A população urbana do município cresceu de forma vertiginosa nas décadas de 60 e 70 e esse aumento em muitas imagens aparece relacionado a iniciativas do poder público ocupado por representantes da elite local. Há também nesse período o esforço da prefeitura, em conjunto com a iniciativa privada, em consolidar o município como “A Capital do Oeste”. A constituição de discursos fotográficos, tendo em vista caráter físico-químico da fotografia, expressa intencionalidades e permite que determinadas memórias sejam erigidas e percursos construídos. Buscar-se-á explicar, a partir da exposição de um determinado conjunto de imagens, como as referidas correlações aparecem e como informações “não visíveis” podem ser acrescentadas para historicizar as fotografias e a iniciativa do poder público de Cascavel expressa na divulgação do acervo do MIS na internet. Palavras-chave: fotografia; memória; acervos eletrônicos.

INTRODUÇÃO

O presente texto se debruçará sobre dois eixos fundamentais concernentes ao

tema exposto. Utilizaremos tais eixos para problematizarmos os diversos propósitos aos

quais fotografias da cidade serviram nas diferentes temporalidades de sua exibição.

Primeiramente situar-se-á apontamentos sobre a noção de memória localizando-

a enquanto objeto em construção e um campo de afirmações e disputas socialmente

constituídas. Haverá enfoque na atuação do Museu da Imagem e do Som – MIS – de

Cascavel2 e particularmente no Projeto MIS3, cuja principal atribuição concentra

esforços em disponibilizar o acervo fotográfico do museu em plataforma online.

O segundo elemento, concentrará esforços em pensar a história da urbanização

de Cascavel mediante a produção e circulação de imagens fotográficas a partir do site da

Prefeitura Municipal. Um conjunto fotográfico foi selecionado a partir da totalidade das

imagens em vista aérea cadastradas no site do MIS4. Tais imagens fazem parte do

acervo do MIS e demonstram o crescimento urbano de forma linear. Os elementos

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retratados consonam-se ao esforço dos grupos locais que desde a década de 1960 até o

presente esforçam-se em consolidar o município de Cascavel enquanto “A Capital do

Oeste”.

A metodologia que regulou a seleção das fotografias buscou privilegiar a

aglomeração das mesmas em torno de grupos temáticos. E não tão somente, pois grande

parte das imagens não está datada e, portanto, optou-se por analisar aquelas nas quais

esse dado aparece5. As datas e os demais dados estão expostos na ficha catalográfica

(disponíveis online) que também serão expostas juntamente com as fotografias.

Tendo em vista esses aspectos, foram selecionadas quatro fotografias para

análise. Duas delas são aparentemente casuais. As outras, por sua vez, pertencem a um

conjunto de cartões postais pertencentes à coleção fotográfica do Museu. A varredura

propôs-se a dar uma noção global da coleção.

A partir do levantamento das referidas imagens constatou-se que das 214

fotografias inseridas em vista aérea até o dia 25 de Março de 2011, 91 são fotografias

que focam a Catedral Nossa Senhora Aparecida. 19 delas foram tiradas de locais fora da

cidade e o restante (109) de áreas periféricas.

Com o intuito de entender as razões pelas quais determinados espaços da cidade

foram mais apreciados que outros acrescentaremos elementos não visíveis. Como

contraponto se utilizará testemunhos de época presentes em dois periódicos de

circulação local: um deles “O Diário D’Oeste6” e o outro o “Fronteira do Iguaçu7”. A

opção pela utilização de ambos se deveu ao fato desses jornais terem sido, durante

praticamente toda sua existência, órgãos oficiais de imprensa da Prefeitura Municipal.

Cabe salientar que os esforços da pesquisa não estão concentrados em

comprovar ou não a veracidade das imagens, por em dúvida o caráter do sujeito

fotógrafo, nem muito menos tecer críticas de estilo. Pretende-se, antes de tudo,

compreender as referidas imagens enquanto expressões de projetos, visões de mundo e

cujas articulações se dão com uma teia mais ampla de significados. A ideia de cidade

em movimento, nesse sentido, é abordada tanto do ponto de vista material como

simbólico.

POR UMA DEFINIÇÃO DE MEMÓRIA

Não há dúvidas que a memória é uma das bases da produção do conhecimento

histórico. Não raro pode-se constatar que tal conceito é assimilado como sendo a própria

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História adquirindo, Ipsis litteris, caráter de verdade – a oralidade é um ótimo exemplo

dessa amálgama.

Jacques Le Goff, em sua obra “História e Memória”, trabalha com um grande

leque de distinções e considerações sobre o conceito tanto do ponto de vista individual

quanto coletivo. Em determinado momento do texto (1990, p. 423) o autor define a

memória enquanto um conjunto de funções neuropsíquicas que permitem ao indivíduo

estabelecer conexões com uma dada realidade passada. Essa definição apontada por Le

Goff, importante por hora, trabalha com o conceito de memória a partir do ponto de

vista individual. Embora consideremo-la pertinente, haja vista que a individualidade é

uma dimensão importantíssima da vida social, a dimensão de memória que mais nos

interessa é outra, trata-se da memória coletiva.

A memória é plural e subjetiva e sua constituição organiza e forja a ideia de

grupo e de comunidade tanto do ponto de vista material quanto simbólico, pois ela é um

produto eminentemente social no qual projetos estão sendo constantemente afirmados e

reafirmados. Para Ecléa Bosi (1979, p. 17)

a memória do indivíduo depende do seu relacionamento com a família, com a classe social, com a escola, com a Igreja, com a profissão, enfim, com os grupos de convívio e os grupos de referência peculiares a esse indivíduo.

Além de sabermos que a memória é formada pelo sujeito a partir de suas

relações sociais cotidianas é essencial partirmos do pressuposto de que a memória é um

objeto em construção, em disputa permanente. É no campo da memória que tensões

fundamentais são exprimidas e no qual os processos que explicam as lutas sociais, em

muitos casos, são expressos de formas perniciosas. Tais questões demandam atenções

cuidadosas das ciências humanas, pois “a memória coletiva é não somente uma

conquista, é também um instrumento e um objeto de poder”. (Le Goff, 1990, p. 476).

Contudo, não podemos restringir esse amplo campo de disputas tão somente à

produção verbal, dito ou escrito, mas também ao não verbal, ao não dito, que no

presente caso é a fotografia. Esse formato de documento, por suas características, tem

um grande poder de convencimento já que “recria memórias e recordações, compartilha

a cena e agrega autoridade à noção de patrimônio” (LE GOFF, 1990, p. 221).

O Projeto MIS produz novos horizontes fotografia, pois amplia o seu circuito

social. Assim sendo, a proposta de se utilizar a internet para expor o acervo do Museu

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da Imagem e do Som demanda questionamentos cuidadosos. Um deles recai sobre a

escolha do Museu em disponibilizar na internet fotografias e não outras formas de

documentação.

A difusão e consequente ampliação do circuito social da fotografia mediante aos

novos “espaços de memória” consolidados a partir de inovações como a internet é

empreendimento recente. Todavia, a reflexão sobre a utilização de novas tecnologias

relacionadas à informática na preservação e disponibilização de acervos documentais,

em muitos casos, enfocam demasiadamente questões de ordem utilitarista que se

referem à comodidade ou a acessibilidade. Tais discussões sobrepujam debates mais

urgentes que perpassam, dentre outros aspectos, os problemas de se oferecer um

horizonte novo de partilha e emissão de discursos não verbais.

A utilização da internet reconfigura a noção de local de memória. Do ponto de

vista museal, tal transformação é radical. A visitação virtual muda a maneira com a qual

o indivíduo se relaciona com o espaço e com a composição da história. Tal

transformação, embora interessante aos olhos contemporâneos, abre brechas que se

desdobram sobre a maneira pela qual as interpretações sobre o passado são compostas,

por vezes de formas perniciosas.

A maioria das fotografias do MIS não foram devidamente catalogadas. Em

muitos casos, dados importantes como a identificação dos autores das imagens bem

como dos retratados foram omitidos ou não coletados. Assim sendo, são temerárias

algumas afirmações no momento da catalogação. Entretanto, podemos identificar alguns

personagens como políticos e profissionais de destaque e também espaços da cidade.

Tais circunstâncias, por sua vez, fornecem subsídios parciais para que determinadas

memórias sobre a cidade sejam erigidas.

É certo que a história se faz a partir do presente, pois as preocupações que

movem o indivíduo a conhecer o passado partem desse tempo. O passado, entretanto, é

interpretado por correlações complexas de informações que partem do leitor do

documento. Se para o visitante do site o único horizonte for a imagem, certamente as

possibilidades de interpretação estarão restritas. A partir da experiência nos trabalhos do

Projeto podemos constatar que em muitos casos a escassez de informações admitirá

leituras não são necessariamente equivocadas, mas superficiais.

Mediante a tais circunstâncias, exibir uma coleção de fotografias torna-se

problemático, pois a leitura das mesmas será orientada dentro dos limites que a cena

fotográfica oferece. A relevância desse raciocínio recai sobre a capacidade da fotografia

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de recriar realidades. Boris Kossoy (1993, p. 13) nos alerta para tais propriedades da

fotografia:

Se, por um lado, ela tem valor incontestável [...] por outro, ela sempre se prestou e se prestará aos mais diferentes e interesseiros usos dirigidos. As diferentes ideologias, onde quer que atuem, sempre tiveram na imagem fotográfica um poderoso instrumento para a veiculação das idéias e da conseqüente formação e manipulação da opinião pública, particularmente a partir do momento em que os avanços tecnológicos da indústria gráfica possibilitaram a multiplicação massiva de imagens através de meios de informação e divulgação.

As fotografias recriam realidades e corroboram na construção de sentidos e

imaginários, as “fotos fornecem um testemunho” (SONTAG, 2007, p. 16). Antes de

narrar o passado, a fotografia o apresenta e o oferece às mãos do observador. Barthes

(1984, p. 128-130) aponta para a capacidade que a fotografia tem de apreender o real,

diz ele: ”a foto possui uma força constativa, e que o constativo da Fotografia incide, não

sobre o objeto, mas sobre o tempo”.

As particularidades da fotografia esclarecem, em parte, o porquê desse tipo de

documento ser o eleito do Museu da Imagem e do Som para compor o Projeto. Outro

fator, essencialmente técnico, diz respeito às imagens serem populares na internet, pois

os arquivos imagéticos, ao contrário dos textos, são de fácil acesso e assimilação. Fotos

são pretensamente objetivas e sua leitura não exige mais do que poucos segundos.

Entretanto, são por esses detalhes caros a sociedade contemporânea (BENJAMIN, 1994,

pp. 165-196) – massificada e marcada pela velocidade dos processos – que os devidos

cuidados devem ser aspirados.

Nesse sentido, discutir o Projeto MIS, bem como outros que se assemelham em

fins, é pertinente porque permite compreender como estão se articulando os novos

mecanismos de afirmação de memórias, de construção de imaginários e identidades e

como essas complexas correlações incidem na sociedade podendo “sugerir caminhos

úteis para pesquisar o processo de formação da memória coletiva que denominamos

história” (FONTANA, 2004, p. 411).

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NARRATIVAS POLISSÊMICAS SOBRE A “CAPITAL D’OESTE”

As décadas de 1950 e 1960 marcaram-se por apresentar forte impulso

urbanístico no Brasil. Tal impulso se deve a influência da construção de Brasília. Ideias

progressistas que ligavam urbanização e modernidade pulverizaram-se pelo território

nacional. Contudo, não podemos restringir os impulsos urbanísticos a imaginários

coletivos, mas a planos concretos intermediados pelo governo e viabilizados por grupos

locais a partir de jornais e outros meios. Nesse sentido, conforme Maricato (1987), foi

durante década de 1960 que se criaram órgãos de fomento a construção civil. Foram

fundados, por exemplo, o Sistema Financeiro de Habitação (SFH) e o Banco Nacional

de Habitação (BNH).

Nas décadas de 1960 e 1970, a população de Cascavel aumenta em 127,08%. E

81,78% na década seguinte (1970 a 1980). A tabela abaixo, além de mostrar o

crescimento em números de habitantes, evidencia um amplo movimento populacional

entre o campo e a cidade. O aumento substancial da população urbana e o êxodo rural

expressam movimentos que em duas décadas modificaram substancialmente as

dinâmicas da cidade.

EVOLUÇÃO DA POPULAÇÃO – MUNICÍPIO DE CASCAVEL

ANO URBANO RURAL TOTAL

1960 5.274 34.324 39.598

1970 34.961 54.960 89.921

1980 123.698 39.761 163.459

Fonte: IBGE/2004

Trabalhos acadêmicos e recentes sobre Cascavel demonstram que o ritmo de

crescimento da cidade foi provocado por vários fatores. Dentre os quais, contínuas

expropriações no campo. Tais processos são consequência da expansão da fronteira

agrícola do município e da mecanização demandada pela substituição da agricultura de

subsistência pela de exportação (ADAMY, 2010).

Em Cascavel essas amplas transformações sociopolíticas se fizeram sentir. Nas

décadas de 1960 e 1970, o cascavelense familiarizou-se com termos como

modernização, progresso e desenvolvimento já que foi cotidiana a veiculação de tais

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pressupostos nos principais jornais da cidade, eram eles “O Diário D’Oeste” e o

“Fronteira do Iguaçu”. Esses, sem meias palavras, expressaram projetos intimamente

ligados a anseios de modernização com o termo progresso como carro-chefe. Tais

pressupostos, por sua vez, permitiram que juízos a respeito da cidade fossem emitidos e

mascararam o ciclo de transformações profundas pelas quais o município estava

vivendo.

As duas fotografias selecionadas para a análise (figura 01 e 02) são retratos do

centro da cidade nas décadas de 1960 e 1970 respectivamente. Ambas evidenciam as

transformações que ocorreram nas principais ruas e avenidas. A visualização simultânea

e sem contextualizações permite que leituras preliminares sejam realizadas, mas essas

não deixam de produzir juízos.

No caso de Cascavel há um fator relevante no que diz respeito a fotografias do

centro da cidade. Esse espaço foi remodelado constantemente entre 1960 e 1980. Foram

postos a cabo planos diretores de urbanização direcionados de modo particular a

Avenida Brasil. Tal escolha não é aleatória, pois consoa com os objetivos tornar

Cascavel um grande centro e, portanto, “A Capital D’Oeste”.

(Figura 01) – Fonte: Museu da Imagem e do Som

<Disponível em: www.cascavel.pr.gov.br/servicos/museu/detalhe.php?imagem=20091204141101.jpg Acesso em: 25/03/2011.

A primeira das fotografias (figura 01) data do início da década de 1960 e

enquadra a atual Avenida Brasil, ainda sendo a BR-355. O componente que se intercala

e antagoniza ao humano na fotografia é o natural. Nesse momento é a natureza que

baliza o progresso. Tal visão, no decorrer dos tempos, justificou a exploração do meio.

O elemento natural, entretanto, se intercala a paisagem urbana, pois negá-lo é também

negar a riqueza do local.

Abaixo na imagem, entretanto, aparecem elementos de modernidade, há

automóveis em movimento. A fotografia revela uma relação dialética entre o elemento

humano e o espaço natural. Ao passo que documenta e denuncia a transformação radical

do homem sobre o espaço também o projeta objetivamente para que o domínio seja

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eternamente reafirmado. A sociedade burguesa tem essa característica. No retrato do

agora se imagina o após, pois o que está construído é o ponto de partida do novo.

No final da década de 60 a população de Cascavel diariamente lia nos principais

jornais da cidade sobre a disputa intra-regional pela alcunha de “A Capital do Oeste”. A

principal concorrente ao posto era Toledo8.

O título era abordado constantemente embora os problemas relativos à

urbanização fossem sentidos na cidade desde meados da década de 1950. Tal correlação

evidencia o esforço que a composição de narrativas exerce em projetar a realidade a

qual se refere. Cabe enunciar que a forma pela qual tais valores são expressos estabelece

relações diretas com o contexto histórico ao qual pertencem.

Foi durante a década de 1960 que as primeiras preocupações com a cidade se

acentuam (SMOLARECK, 2005, p. 65). O primeiro planejamento foi concebido por

Gustavo Gama Monteiro, arquiteto e professor da Universidade Federal do Paraná, esse

plano objetivava produzir em Cascavel aspectos de modernidade que privilegiassem

simultaneamente o homem e máquina. Tal plano marcadamente concentrou-se no centro

da cidade sonegando aos pontos periféricos as devidas reformulações.

Há também o esforço em higienizar o espaço. Essa postura foi constante nas leis

contidas nos diários oficiais dos periódicos durante a década de 1960. São exemplos as

leis nº 220/62 (Jornal O Diário D’Oeste – 23/12/1962. Ano I. nº 36, p. 01) na qual

fixam-se abatedouros públicos para que não haja matança de animais em qualquer parte

da cidade e a 002/69 (Jornal O Diário D’Oeste – 12/12/1969. Ano III. nº 431, p. 01) na

qual fica proibida a engorda e matança de porcos em perímetro urbano. A punição para

a desobediência, em ambos os casos, eram multas.

O jornal “O Diário D’Oeste” (02/12/69. Ano IV. nº 469) exibiu reportagem

intitulada “Trabalho-progresso” na qual analisa os dez primeiros meses de Octacílio

Mion frente à prefeitura. A matéria atribui ao Departamento de Viação e Obras Públicas

o adjetivo “dinâmico”. Segundo o texto, a partir da continuidade das obras a cidade

asseguraria o engrandecimento e a evolução para manter o posto de Capital do Oeste

Paranaense. O jornal de Joffre era naquele momento o principal jornal da cidade e

também o órgão de imprensa oficial da prefeitura municipal. O jornal não somente

emitia notas da legislação pública, mas também publicava matérias exaltando os

avanços da administração municipal. O anúncio é endossado com a fotografia de uma

máquina trabalhando.

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(Figura 02) – Fonte: Museu da Imagem e do Som

<Disponível em: www.cascavel.pr.gov.br/servicos/museu/detalhe.php?imagem=20091217103601.jpg Acesso em: 25/03/2011.>

A segunda fotografia (figura 02) foi tirada tendo como foco a avenida Brasil.

Deduziu-se a data dessa imagem (1977) pela circunstância da Praça do Migrante, abaixo

no retrato. Na data a Avenida Brasil, ainda em processo de asfaltamento, apresentava

claros traços de inspiração modernista. A influência de Brasília é evidente. A via central

foi construída para ser ampla com propósito de que vários automóveis pudessem

circular ao mesmo tempo com objetivando a fluidez do trânsito. Há calçadas largas,

próprias para comportar o tumulto populacional típico das grandes cidades. A ideia de

acomodar o homem e a máquina se evidencia na construção dos canteiros centrais

arborizados e nas vias para pedestres que há entre os canteiros centrais e a Avenida.

Na data da fotografia era Pedro Muffato (1973-1977) quem estava à frente da

Prefeitura Municipal. O prefeito, então considerado jovial e progressista, enfrentou

problemas de estrutura urbana acentuados. Foi durante a década de 1970 que a cidade

apresentou o mais alto índice de crescimento populacional de sua história.

O jornal “O Diário D’Oeste”, do dia 05 de Abril de 1970, (Ano V. nº 473, p. 01)

parecia preconizar o que foi a década de 1970. Em letras garrafais estampava na capa a

seguinte manchete “Sôbre o vertiginoso progresso da Oeste-Cap, está pairando o

fantasma do DESEMPREGO” [grifo nosso]. Na reportagem o autor desenvolve uma

análise sobre os críticos quadros do desemprego na cidade. O texto inicia reafirmando o

“inquestionável” progresso do local ao dizer que não mais se chegava à cidade com

diligências, caravanas ou a partir de rotas remotas – comparando Cascavel com o

“Velho Oeste Americano” –, mas com veículos automotores velozes e por asfalto. Tal

raciocínio tem a finalidade de salientar que o desenvolvimento tem seus preços que

segundo o autor são os problemas sociais, um desses o desemprego.

Na manchete, portanto, os problemas sociais são apresentados como uma infeliz

consequência do grande desenvolvimento. O autor, entretanto, não parece muito certo

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de suas explicações, pois aparenta não saber quais as reais causas dos quadros do

desemprego. No decorrer do texto o autor desloca as raízes do problema para a força de

trabalho. São os trabalhadores que migram atraídos pela riqueza local e não tem

nenhuma profissão específica que são os culpados por Cascavel correr o risco de ter nas

ruas fileiras de desocupados e suas respectivas proles. A imagem que acompanha a

reportagem é uma visão da Avenida Brasil em perspectiva aérea.

O texto é confuso, mas podemos afirmar que antes de preocupar-se com o

desemprego, o jornal apresenta desconforto com o fato de não haver mão-de-obra

especializada disponível. Tal quadro revela mais uma vez o quão imponderado foi o

crescimento da cidade. E mais, pode ser uma forte evidência da maciça migração

forçada entre o campo e a cidade, pois os trabalhadores do campo, ao se inserirem nos

espaços urbanos estavam despojados do ofício que antes dominavam. Tal fator o autor

do texto menciona em tom reticente quando questiona sobre qual seria a raiz do

problema: “será o êxodo rural?”.

O periódico “O Diário D’Oeste” encerra suas atividades em 1970. As dívidas e

principalmente a morte de Wilson Joffre (principal investidor) em 1966, inviabilizaram

a continuidade dos trabalhos. Em 1971 passa a circular o periódico “Fronteira do

Iguaçu” sob a chefia do jornalista Sefrin Filho. Em março do mesmo ano o referido

periódico passa a ser o órgão oficial de imprensa da Prefeitura Municipal.

O “Fronteira do Iguaçu” noticia constantemente os graves problemas da cidade.

Em 09 de Março de 1974 um pequeno quadro é estampado em uma das páginas do

periódico. A notícia afirma: “Saúde, trezentos por dia” na qual considera um verdadeiro

inferno a procura dos habitantes de Cascavel pelos serviços da saúde pública.

Tal quadro, entretanto, não se restringe somente a saúde, mas também a

habitação e empregabilidade. Na edição do dia 22 do mesmo mês o periódico dedica

duas de suas primeiras páginas a uma análise cujo título é: “Uma Imagem Sugestiva” na

qual há uma grande fotografia de um menino engraxate ajoelhado aos pés de alguém

cujo restante do corpo não aparece na fotografia. Abaixo da fotografia há uma legenda

que conta a história do menino e seus dramas diários. No final da legenda o texto

encaminha o leitor para a página dois na qual está disposto o editorial. Mais abaixo há

um subtítulo no qual está escrito: “Ainda os Indigentes”. Está impressa a fotografia de

um homem com aparência mendicante deitado em rua. Abaixo há uma pequena legenda

que comenta a cena, que segundo o jornal está sendo constante na cidade. No final do

pequeno texto se encaminha o leitor para a página seguinte. A segunda legenda,

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entretanto, é mais sugestiva, pois conduz o leitor à argumentação do texto contido na

próxima página.

O texto tem o título de “Ainda os Indigentes”. Nele o autor constrói uma fluente

argumentação pela qual interpreta os problemas sociais de Cascavel como sendo

normais na trajetória de qualquer cidade grande. Para tanto, compara a trajetória de

Cascavel à de grandes centros como Curitiba e Londrina. O argumento é muito próximo

aquele levantado na matéria que analisa o desemprego na cidade, o culpado é o

desocupado – ou indigente – que vem de fora do município atraído pelas riquezas do

local. O autor cobra iniciativas do poder público, mas o redime ao apelar à relação de

linearidade e causalidade.

Pedro Muffato, ainda em 73, salienta as dificuldades ao solicitar parcerias entre

a Prefeitura e a Universidade Federal do Paraná. Através dessa um sistemático

levantamento de dados sobre o município foi elaborado. Para tanto estudantes das mais

diversas áreas foram convidados a permanecer na cidade durante um tempo para

desenvolverem estudos, planos e soluções à cidade, eram eles: engenheiros, assistentes

sociais, médicos, advogados, dentre outros (DIAS, 2005, p. 68). A sistematização serviu

de base para a implantação do Projeto CURA – Comunidade Urbana de Recuperação

Acelerada – em Cascavel. Tal plano captava recursos extramunicipais como do Sistema

Financeiro de Habitação (SFH) e do Banco Nacional de Habitação (BNH).

O acervo do MIS comporta em sua coleção cartões postais produzidos na década

de 1970. A autoria desses não é certa. Ao que tudo indica foram produzidos pela

Prefeitura Municipal, pois a composição das cenas evidencia pontos de circulação

pública. Não nos deteremos às suposições e sim as críticas. Dois exemplares serão

expostos (figuras 03 e 04) para fins de análise.

Os cartões postais são comuns no Brasil desde as passagens do século XIX para

o XX. Tal produção nasceu antes da ambição de idealizar do que de retratar o lugar e os

costumes. O sucesso dos cartões postais foi imediato, uma vez que eram práticos e

cumpriam decentemente a finalidade a qual eram demandados. Possuir um cartão postal

era possuir uma parte, ou relato, do local retratado, tendo estado nele ou não. Aos

poucos foram tornando-se objetos de desejo e foram utilizados por governos para

salientar seus supostos avanços.

O cartão postal, antes de partilhar uma cena, socializava valores. A composição

dos cartões postais era dotada de um preciosismo que buscava fundamentalmente

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destacar o belo, a partir de um conjunto de signos. Mostra-se presente neles uma

dimensão do real, uma do ritual e outra pedagógica.

(Figura 03) – Fonte: Museu da Imagem e do Som.

<Disponivel em: http://www.cascavel.pr.gov.br/servicos/museu/detalhe.php?imagem=20100809135601.jpg Acesso em 25/03/2010>

A composição da cena do cartão postal (figura 03) retrata a Avenida Brasil tendo

em vista parte de sua extensão total. Na imagem objetiva-se destacar os aspectos da

Avenida, mas também valorizar a Praça do Migrante, recém-construída. Há a presença

de muito verde em meio aos prédios, essa abordagem demonstra que Cascavel é uma

cidade que consegue manter o avanço sem abdicar de elementos naturais. Essa

composição é cara aos projetos mais atuais de cidade uma vez que comporta elementos

urbanos e naturais.

O progresso e a modernidade aparecem quando aproximamos os olhos da cena e

percebemos as ruas repletas de veículos automotores, destaca-se um ônibus que aparece

abaixo no retrato. O foco produz uma sensação de simetria para a cidade, pois a

Avenida segue em sua extensão harmoniosamente paralela com as vias laterais, a

sensação de desconforto visual que provém do desalinhamento abaixo do retrato é

compensada pela imagem da Praça do Migrante.

(Figura 04) – Fonte: Museu da Imagem e do Som.

<Disponivel em: http://www.cascavel.pr.gov.br/servicos/museu/detalhe.php?imagem=20100809135601.jpg Acesso em 25/03/2010>

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O outro cartão postal (figura 04) estabelece paradigmas muito próximos aos do

primeiro. Exaltam-se os pressupostos do progresso e do avanço na medida em que se

destaca a Avenida Brasil, as ruas movimentadas e os automóveis. Alguns desses

veículos estão em movimento e as pessoas também. O efeito do movimento remete a

ideia de que a imobilidade não faz parte da genética da cidade. À esquerda a imponente

Catedral Nossa Senhora Aparecida materializa a monumentalização da prática religiosa.

Houve a preocupação em captar edifícios (aos fundos da cena). Esses remetem o leitor a

ideia de desenvolvimento, mas também a de solidez e grandiosidade.

Ambos os cartões postais apresentam cenários inteiramente produzidos pela ação

humana o que nessa época é muito interessante devido aos pressupostos apregoados

constantemente nos jornais e materializados na composição dos cartões postais. O

cenário produzido concebe a vitória do homem sobre a natureza – que carrega em si a

negatividade, o primitivo, o inóspito.

Não há dúvidas que o centro da cidade de Cascavel é o grande estandarte do

município na composição do discurso da “Capital D’Oeste”. A noção de modernidade

incorporada à concretude inegável do urbano é apontada nas fotografias e nos cartões

postais como elementos cotidianos. Certamente os cartões se destinaram menos aos

moradores do local do que aos visitantes da cidade. A intenção é demonstrar ao

consumidor do cartão que “a população” da cidade aspira um conjunto de valores

comuns que convergem à noção de modernidade e progresso.

CONCLUSÃO

A fotografia é documento polissêmico. Sua natureza objetiva mascara

intencionalidades e a faz assumir caráter de verdade. Entretanto, ela pode ser tudo

aquilo que se supõe ao passo que pode ser o contrário.

O texto buscou demonstrar que a produção de fotografias assume finalidades

diversificadas em temporalidades diferentes, pois os sistemas de significações não são

estáticos. Naquele presente materializaram discursos não verbais que consolidavam

Cascavel enquanto “A Capital D’Oeste”, nesse presente, entretanto, obedecem a lógica

a memorialística, contida na exibição da coleção do MIS na internet.

Nesse breve artigo pensamos o Projeto MIS como um auxiliar ao historiador.

Buscamos apontar as carências e os elementos complementares a partir dos quais as

lacunas podem ser sanadas. Para tanto utilizamos jornais de época como contraponto

explicativo. Contudo, o campo de possibilidades de embate de fontes é aberto.

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Para além dos apontamentos críticos é importante que se mencione o valor de

iniciativas a que viabilizou o Projeto MIS, uma vez que abrem possibilidades objetivas

para historiadores e pesquisadores de diferentes áreas realizarem estudos e exercerem as

funções as quais são demandadas que são questionar e explicar.

Além do MIS, cabe-nos destacar o papel do CEPEDAL enquanto espaço

acadêmico permeado de interesses distintos como o desenvolvimento de trabalhos e

análises e também a consolidação do caráter extencionista da atividade. A via de mão

dupla que se dá entre a Universidade e o Museu expressa possibilidades interessantes a

dois segmentos da sociedade. Um desses diz respeito ao grupo que acessará o site para

conhecer aspectos materiais do passado do local ou para relembrar passagens de sua

vida e de seus familiares. O outro grupo é o composto por cientistas, sejam ou não

ligados às ciências humanas, que buscam nas fotografias subsídios para pesquisas e

trabalhos acadêmicos.

Nesse sentido, procuramos refletir como a utilização da internet infere um

elemento a mais no produto final da relação que as pessoas estabelecem com o Museu.

O atual imediatismo presente no cotidiano inibe questões pertinentes e recria visões do

passado que não levam em consideração o que não está visível. Reafirmamos que

apresentar alternativas para tais lacunas cabe à pesquisa história.

BIBLIOGRAFIA:

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