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CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA PAULA SOUZA
MESTRADO EM TECNOLOGIA
ELIANA DE SOUZA GAVIOLI
UMA CONTRIBUIÇÃO PARA O DELINEAMENTO
DO PERFIL DO PROFISSIONAL DE TI
FRENTE AOS PAPÉIS EXERCIDOS DURANTE O
PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO DE SOFTWARE
SÃO PAULO
FEVEREIRO/2009
ELIANA DE SOUZA GAVIOLI
UMA CONTRIBUIÇÃO PARA O DELINEAMENTO
DO PERFIL DO PROFISSIONAL DE TI
FRENTE AOS PAPÉIS EXERCIDOS DURANTE O
PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO DE SOFTWARE
SÃO PAULO
FEVEREIRO/2009
Dissertação apresentada como exigência parcial
para a obtenção do Título de Mestre em
Tecnologia no Centro Estadual de Educação
Tecnológica Paula Souza, no Programa de
Mestrado em Tecnologia: Gestão,
Desenvolvimento e Formação sob a orientação
do Professor Doutor Napoleão Verardi Galegale.
Gavioli, Eliana de Souza
G283a Uma contribuição para o delineamento do perfil do
profissional de TI frente aos papéis exercidos durante o
Processo de Desenvolvimento de Software / Eliana de .
Souza Gavioli. - São Paulo: CEETEPS, 2009.
197 f.
Dissertação (Mestrado) - Centro Estadual de
Educação Tecnológica Paula Souza, 2009.
1. Software - desenvolvimento. 2. Perfil profissional. 3.
Testes psicológicos. 4. Testes de inteligência. 5.
Tecnologia da Informação. I. Título.
CDU 681.3:331.543
Dedicatória
Dedico este trabalho aos profissionais que sofrem
as frustrações próprias da inadequação ao papel que exercem,
pois não tem suas aptidões transformadas em habilidades,
não conseguem alcançar um bom desempenho,
sentem-se desqualificados e incompetentes,
quando tudo o que querem e esperam é
agregar valor à organização da qual obtêm sustento e
cumprir o propósito para o qual foram criados.
Agradecimentos
Quero expressar a minha profunda gratidão
aos meus pais que criaram em mim o gosto pelos estudos,
ao meu marido que sempre me amou incondicionalmente,
aos meus filhos, muitas vezes privados da minha presença,
aos meus amigos que me encorajaram nas horas mais difíceis,
ao BNC que me sensibilizou quanto ao tema abordado,
aos companheiros de tão longa jornada,
aos meus orientadores pela cuidadosa atenção,
aos meus professores que tanto me ensinaram,
aos colegas com os quais partilhei esta empreitada,
aos colaboradores que com tanto carinho me receberam e
a Deus que trabalhou por mim, no que eu não era capaz de resolver,
enquanto exausta, procurava descansar, confiante de sua provisão.
“O maior desafio não é colher os frutos maduros que se exibem graúdos à
vista de todos, mas trazer à luz os frutos escondid os,
para que o seu potencial de desenvolvimento
seja plenamente explorado”.
Eliana Gavioli
Resumo
GAVIOLI, E. S. Uma contribuição para o delineamento do perfil do p rofissional de TI
frente aos papéis exercidos durante o Processo de D esenvolvimento de Software.
2009, 197 f. Dissertação (Mestrado em Tecnologia) – Programa de Mestrado, Centro
Estadual de Educação Tecnológica Paula Souza, São Paulo, 2009.
O propósito desta pesquisa é prover subsídios para que sejam alocados profissionais
de TI com perfil ideal para assumir os diferentes papéis exercidos durante o processo de
desenvolvimento de software, com base no desenvolvimento de sua competência, em que o
tipo de inteligência e o tipo psicológico possuem influência direta. A partir do pressuposto de
que alguns perfis são mais apropriados aos papéis exercidos, foram adotados
procedimentos para sua identificação, com base na apuração do nível de adequação dos
profissionais de TI. O referencial teórico envolve os tipos de inteligência, os tipos
psicológicos, sua influência no desenvolvimento da competência, os papéis exercidos
durante o processo de desenvolvimento de software e a adequação ao papel. O critério de
seleção dos profissionais pesquisados tomou como base a familiaridade com os papéis
exercidos durante o processo de desenvolvimento de software. A metodologia empregada é
de natureza exploratória, com a realização de pesquisa baseada em investigação
quantitativa, embora envolva um forte componente qualitativo. O instrumento de coleta de
dados é composto por três testes: o Teste de Inteligências Múltiplas concebido por Celso
Antunes, o Teste de Tipo Psicológico concebido por David Kersey e o Teste de Adequação
do Profissional de TI concebido especialmente para este trabalho. A análise dos dados
apurou o perfil ideal dos papéis, com base no índice de adequação entre os profissionais
pesquisados, com a utilização do método indutivo/analítico/comparativo. Concluiu-se que
existem perfis mais adequados aos papéis exercidos durante o processo de
desenvolvimento de software.
Palavras-chave : processo de desenvolvimento de software, tipo psicológico, tipo de
inteligência, competência, adequação profissional
Abstract
GAVIOLI, E. S. A contribution for delineation of IT profissional´s ideal profile in front of
the roles exercised during the Software Development Process. 2009, 197 s. Dissertation
(Master´s Degree in Technology) – Program of Master´s Degree, Centro Estadual de
Educação Tecnológica Paula Souza, São Paulo, 2009.
The purpose of this research is to provide subsidies for allocation of the IT
professional with ideal profile to assume the different roles exercised during the software
development process, with base in the development of their competence, in that the
intelligence type and psychological type possess direct influence. Starting from the
presupposition that some profiles are more appropriate to the exercised roles, procedures
were adopted for their identification, with base in the adaptation level of the IT professionals.
The theoretical reference involves the intelligence types, the psychological types, their
influence in the development of the competence, the exercised roles during the software
development process and the adaptation at the role. The criterion of selection of the IT
professionals took as base their familiarity with the roles exercised during the process of
software development. The methodology used is of explorative nature with the research
based on quantitative investigation, although it involves a strong qualitative component. The
data collection instrument is composed by three tests: the Test of Multiple Intelligences
conceived by Celso Antunes, the Test of Psychological Type conceived by David Kersey and
the Test of Adaptation of the IT Professional conceived specially for this work. The analysis
data revealed the ideal profile of the roles with base in the adaptation level among the
researched professionals, with the use of the indutive/analitic/comparative method. The
achieved results indicated that there are more appropriate profiles for the roles exercised
during the software development process.
Keywords: software development process, psychological type, intelligence type,
competence, adaptation professional
Figuras
Figura 1 – O ciclo de vida em cascata ...................................................................................................18
Figura 2 – Processo interativo e incremental.........................................................................................19
Figura 3 – Estrutura da Dissertação ......................................................................................................27
Figura 4 – Dinâmica da Teoria dos Tipos Psicológicos de Jung ...........................................................34
Figura 5 – O desenvolvimento da competência.....................................................................................38
Figura 6 – A aquisição de uma habilidade .............................................................................................40
Figura 7 – Necessidades associadas às dimensões humanas .............................................................46
Figura 8 – Obtenção de qualificação......................................................................................................49
Figura 9 – Alcance de um bom desempenho ........................................................................................54
Figura 10 – Estabelecimento da competência .......................................................................................58
Figura 11 – Mobilização do conhecimento.............................................................................................59
Figura 12 – Disciplinas e Fases do Rational Unifield Process...............................................................66
Figura 13 – A dinâmica da complexidade ..............................................................................................73
Figura 14 – A diluição da complexidade ................................................................................................77
Figura 15 – Mapa Mental das Inteligências Múltiplas ..........................................................................120
Quadros
Quadro 1 – Tipos de Inteligências..........................................................................................................32
Quadro 2 – Tipos Psicológicos...............................................................................................................35
Quadro 3 – Necessidades associadas às dimensões humanas (COVEY, 2004, p. 83) .......................46
Quadro 4 – Necessidades associadas às dimensões humanas (proposto pela autora).......................46
Quadro 5 – Necessidades associadas aos tipos psicológicos (proposto pela autora)..........................48
Quadro 6 – Habilidades próprias ao tipo psicológico (proposto pela autora) ........................................48
Quadro 7 – Valores Éticos .....................................................................................................................52
Quadro 8 – Dimensões da qualidade.....................................................................................................53
Quadro 9 – Adequação dos papeis propostos pelo RUP ......................................................................70
Quadro 10 – Classes de pontuação alcançada pelos Tipos de Inteligência .........................................90
Quadro 11 – Critérios para apuração do tipo psicológico......................................................................93
Quadro 12 – Exemplo da aplicação dos critérios para apuração do tipo psicológico ...........................94
Quadro 13 – Agrupamento dos tipos psicológicos.................................................................................95
Gráficos
Gráfico 1 – Experiência dos profissionais de TI pesquisados ...............................................................82
Gráfico 2 – Papéis exercidos mais frequentemente pelos profissionais de TI pesquisados.................83
Gráfico 3 – Papéis exercidos pelos profissionais de TI pesquisados ....................................................84
Gráfico 4 – Exemplo do Gráfico de níveis de adequação do Administrador de Banco de Dados ........85
Gráfico 5 – Níveis de adaptação nos papéis exercidos pelos profissionais de TI.................................89
Gráfico 6 – Distribuição dos tipos psicológicos entre os profissionais de TI ........................................94
Gráfico 7 – Distribuição dos tipos psicológicos por preferência ............................................................95
Gráfico 8 – Distribuição dos tipos psicológicos por preferência ..........................................................100
Gráfico 9 – Interesse pelo atendimento das necessidades humanas ................................................102
Gráfico 10 – Tipos psicológicos associados com as necessidades humanas ....................................102
Gráfico 11 – Interesse pelas ações ligadas ao atendimento das próprias necessidades ...................103
Gráfico 12 – Tipos psicológicos associados com ações voltadas às próprias necessidades .............104
Gráfico 13 – Interesse pelas ações ligadas ao atendimento das necessidades alheias....................104
Gráfico 14 – Tipos psicológicos associados com ações voltadas às necessidades alheias...............105
Gráfico 15 – Interesse pela aquisição de habilidades .........................................................................106
Gráfico 16 – Tipos psicológicos associados com a aquisição de habilidades.....................................107
Gráfico 17 – Níveis de adequação do Administrador de Banco de Dados..........................................138
Gráfico 18 – Níveis de adequação do Administrador de Dados ..........................................................138
Gráfico 19 – Níveis de adequação do Analista de Arquitetura ............................................................139
Gráfico 20 – Níveis de adequação do Analista de Componentes .......................................................139
Gráfico 21 – Níveis de adequação do Analista de Configuração ........................................................139
Gráfico 22 – Níveis de adequação do Analista de Ferramentas .........................................................140
Gráfico 23 – Níveis de adequação do Analista de Implantação ..........................................................140
Gráfico 24 – Níveis de adequação do Analista de Infra-estrutura .......................................................140
Gráfico 25 – Níveis de adequação do Analista de Interface................................................................141
Gráfico 26 – Níveis de adequação do Analista de Metodologia ..........................................................141
Gráfico 27 – Níveis de adequação do Analista de Mudanças .............................................................141
Gráfico 28 – Níveis de adequação do Analista de Processos .............................................................142
Gráfico 29 – Níveis de adequação do Analista de Requisitos .............................................................142
Gráfico 30 – Níveis de adequação do Analista de Segurança ............................................................142
Gráfico 31 – Níveis de adequação do Analista de Testes ...................................................................143
Gráfico 32 – Níveis de adequação do Analista de Treinamento..........................................................143
Gráfico 33 – Níveis de adequação do Analista de Sistemas ...............................................................143
Gráfico 34 – Níveis de adequação do Gerente do Projeto ..................................................................144
Gráfico 35 – Níveis de adequação do Programador............................................................................144
Gráfico 36 – Níveis de adequação do Redator Técnico ......................................................................144
Gráfico 37 – Níveis de adequação do Revisor.....................................................................................145
Tabelas
Tabela 1 – Níveis consolidados de adequação independente do perfil ................................................86
Tabela 2 – Níveis de adequação independente do perfil.......................................................................87
Tabela 3 – Níveis de adequação favoráveis e desfavoráveis independente do perfil...........................88
Tabela 4 – Exemplo da tabela de adaptação desfavorável por tipo de inteligência..............................90
Tabela 5 – Exemplo da tabela de adaptação favorável por tipo de inteligência....................................91
Tabela 6 – Consolidação da adaptação ao papel por tipos de inteligência...........................................91
Tabela 7 – Ranking dos tipos de inteligência para cada papel..............................................................92
Tabela 8 – Exemplo da tabela de adaptação por tipo psicológico.........................................................96
Tabela 9 – Consolidação de adaptação ao papel por tipos psicológicos ..............................................97
Tabela 10 – Consolidação de adaptação ao papel por tipos psicológicos ............................................98
Tabela 11 – Ranking dos tipos psicológicos para cada papel ...............................................................99
Tabela 12 – Consolidação da adaptação aos papéis por preferência.................................................100
Tabela 13 – Adaptação desfavorável por tipo de inteligência do Administrador de BD......................147
Tabela 14 – Adaptação favorável por tipo de inteligência do Administrador de B ..............................147
Tabela 15 – Adaptação por tipo psicológico do Administrador de Banco de Dados ...........................147
Tabela 16 – Adaptação desfavorável por tipo de inteligência do Administrador de Dados.................148
Tabela 17 – Adaptação favorável por tipo de inteligência do Administrador de Dados ......................148
Tabela 18 – Adaptação por tipo psicológico do Administrador de Dados ...........................................148
Tabela 19 – Adaptação desfavorável por tipo de inteligência do Analista de Arquitetura...................149
Tabela 20 – Adaptação favorável por tipo de inteligência do Analista de Arquitetura.........................149
Tabela 21 – Adaptação por tipo psicológico do Analista de Arquitetura..............................................149
Tabela 22 – Adaptação desfavorável por tipo de inteligência do Analista de Componentes..............150
Tabela 23 – Adaptação favorável por tipo de inteligência do Analista de Componentes....................150
Tabela 24 – Adaptação por tipo psicológico do Analista de Componentes.........................................150
Tabela 25 – Adaptação desfavorável por tipo de inteligência do Analista de Configuração...............151
Tabela 26 – Adaptação favorável por tipo de inteligência do Analista de Configuração.....................151
Tabela 27 – Adaptação por tipo psicológico do Analista de Configuração..........................................151
Tabela 28 – Adaptação desfavorável por tipo de inteligência do Analista de Ferramentas................152
Tabela 29 – Adaptação favorável por tipo de inteligência do Analista de Ferramentas......................152
Tabela 30 – Adaptação por tipo psicológico do Analista de Ferramentas...........................................152
Tabela 31 – Adaptação desfavorável por tipo de inteligência do Analista de Implantação.................153
Tabela 32 – Adaptação favorável por tipo de inteligência do Analista de Implantação.......................153
Tabela 33 – Adaptação por tipo psicológico do Analista de Implantação............................................153
Tabela 34 – Adaptação desfavorável por tipo de inteligência do Analista de Infra-estrutura..............154
Tabela 35 – Adaptação favorável por tipo de inteligência do Analista de Infra-estrutura....................154
Tabela 36 – Adaptação por tipo psicológico do Analista de Infra-estrutura ........................................154
Tabela 37 – Adaptação desfavorável por tipo de inteligência do Analista de Interface ......................155
Tabela 38 – Adaptação favorável por tipo de inteligência do Analista de Interface ............................155
Tabela 39 – Adaptação por tipo psicológico do Analista de Interface .................................................155
Tabela 40 – Adaptação desfavorável por tipo de inteligência do Analista de Metodologia.................156
Tabela 41 – Adaptação favorável por tipo de inteligência do Analista de Metodologia.......................156
Tabela 42 – Adaptação por tipo psicológico do Analista de Metodologia............................................156
Tabela 43 – Adaptação desfavorável por tipo de inteligência do Analista de Mudanças....................157
Tabela 44 – Adaptação favorável por tipo de inteligência do Analista de Mudanças..........................157
Tabela 45 – Adaptação por tipo psicológico do Analista de Mudanças...............................................157
Tabela 46 – Adaptação desfavorável por tipo de inteligência do Analista de Processos....................158
Tabela 47 – Adaptação favorável por tipo de inteligência do Analista de Processos .........................158
Tabela 48 – Adaptação por tipo psicológico do Analista de Processos ..............................................158
Tabela 49 – Adaptação desfavorável por tipo de inteligência do Analista de Requisitos....................159
Tabela 50 – Adaptação favorável por tipo de inteligência do Analista de Requisitos .........................159
Tabela 51 – Adaptação por tipo psicológico do Analista de Requisitos ..............................................159
Tabela 52 – Adaptação desfavorável por tipo de inteligência do Analista de Segurança...................160
Tabela 53 – Adaptação favorável por tipo de inteligência do Analista de Segurança.........................160
Tabela 54 – Adaptação por tipo psicológico do Analista de Segurança..............................................160
Tabela 55 – Adaptação desfavorável por tipo de inteligência do Analista de Testes..........................161
Tabela 56 – Adaptação favorável por tipo de inteligência do Analista de Testes ...............................161
Tabela 57 – Adaptação por tipo psicológico do Analista de Testes ....................................................161
Tabela 58 – Adaptação desfavorável por tipo de inteligência do Analista de Treinamento ................162
Tabela 59 – Adaptação favorável por tipo de inteligência do Analista de Treinamento ......................162
Tabela 60 – Adaptação por tipo psicológico do Analista de Treinamento...........................................162
Tabela 61 – Adaptação desfavorável por tipo de inteligência do Analista de Sistemas......................163
Tabela 62 – Adaptação favorável por tipo de inteligência do Analista de Sistemas ...........................163
Tabela 63 – Adaptação por tipo psicológico do Analista de Sistemas ................................................163
Tabela 64 – Adaptação desfavorável por tipo de inteligência do Gerente do Projeto.........................164
Tabela 65 – Adaptação favorável por tipo de inteligência do Gerente do Projeto...............................164
Tabela 66 – Adaptação por tipo psicológico do Gerente do Projeto....................................................164
Tabela 67 – Adaptação desfavorável por tipo de inteligência do Programador ..................................165
Tabela 68 – Adaptação favorável por tipo de inteligência do Programador ........................................165
Tabela 69 – Adaptação por tipo psicológico do Programador .............................................................165
Tabela 70 – Adaptação desfavorável por tipo de inteligência do Redator Técnico.............................166
Tabela 71 – Adaptação favorável por tipo de inteligência do Redator Técnico...................................166
Tabela 72 – Adaptação por tipo psicológico do Redator Técnico........................................................166
Tabela 73 – Adaptação desfavorável por tipo de inteligência do Revisor ...........................................167
Tabela 74 – Adaptação favorável por tipo de inteligência do Revisor .................................................167
Tabela 75 – Adaptação por tipo psicológico do Revisor ......................................................................167
Sumário
Introdução......................................................................................................... ...................18
Definição do Problema ..................................................................................................... 22
Hipótese ........................................................................................................................... 22
Objetivos .......................................................................................................................... 23
Justificativa....................................................................................................................... 23
Metodologia...................................................................................................................... 25
Estrutura da dissertação................................................................................................... 27
Capítulo 1 – Referencial teórico........................................................................................... 29
1.1. As inteligências múltiplas........................................................................................... 29
1.2. Os tipos psicológicos ................................................................................................. 33
1.3. O desenvolvimento da competência .......................................................................... 35
1.3.1. A aquisição de uma habilidade ............................................................................ 40
1.3.1.1. O conhecimento na aquisição de uma habilidade......................................... 41
1.3.1.2. A aptidão na aquisição de uma habilidade .................................................... 43
1.3.1.3. O interesse na aquisição de uma habilidade ................................................ 44
1.3.1.4. Conclusão na aquisição de uma habilidade.................................................. 49
1.3.2. Obtenção de qualificação .................................................................................... 49
1.3.2.1. A formação na obtenção da qualificação ...................................................... 51
1.3.2.2. O respeito á ética e o rigor técnico na obtenção da qualificação .................. 51
1.3.2.3. Conclusão na obtenção da qualificação ....................................................... 53
1.3.3. Alcance de um bom desempenho ....................................................................... 54
1.3.3.1. A atitude no alcance de um bom desempenho ............................................. 56
1.3.3.2. A oportunidade no alcance de um bom desempenho................................... 57
1.3.3.3. Conclusão no alcance de um bom desempenho .......................................... 58
1.3.4. Estabelecimento da competência ........................................................................ 58
1.3.4.1. A mobilização do conhecimento no estabelecimento da competência.......... 59
1.3.4.2. A vivência profissional na mobilização do conhecimento.............................. 60
1.3.4.3. A disposição para o ensino na mobilização do conhecimento .....................................60
1.3.4.4. A utilização de esquemas mentais na mobilização do conhecimento ..........................61
1.3.4.5. Conclusão na mobilização do conhecimento................................................................63
1.3.5. Conclusão do Desenvolvimento da Competência ................................................................64
1.4. O Processo de Desenvolvimento de Software ............................................................................64
1.5. A adequação ao papel.................................................................................................................72
Capítulo 2 – Resultados da Pesquisa ....................................................................................................79
2.1. Níveis de adequação dos profissionais de TI..............................................................................85
2.1.1. Níveis de adequação quanto aos Tipos de Inteligência .......................................................89
2.1.2. Níveis de adequação quanto aos Tipos Psicológicos ..........................................................93
2.2. Delineamento dos perfis mais adequados ................................................................................101
2.3. Influência do perfil no desenvolvimento da competência..........................................................101
Capítulo 3 – Conclusão ........................................................................................................................108
Referências Bibliográficas....................................................................................................................110
Apêndice 1 – Teste de Adequação do Profissional de TI aos papéis..................................................117
Apêndice 2 – Descrição dos Tipos de Inteligências.............................................................................120
1) Inteligência Lingüística .................................................................................................................122
2) Inteligência Lógico-Matemática....................................................................................................124
3) Inteligência Intrapessoal...............................................................................................................126
4) Inteligência Interpessoal...............................................................................................................128
5) Inteligência Naturalista .................................................................................................................130
6) Inteligência Vísuo-espacial...........................................................................................................132
7) Inteligência Musical ......................................................................................................................134
8) Inteligência Corporal-Cinestésica.................................................................................................136
Apêndice 3 – Apuração dos níveis de adequação independente do perfil ..........................................138
Apêndice 4 – Apuração dos níveis de adequação considerando-se o perfil .......................................146
1) Administrador de Banco de Dados ...........................................................................................147
2) Administrador de Dados ...........................................................................................................148
3) Analista de Arquitetura..............................................................................................................149
4) Analista de Componentes.........................................................................................................150
5) Analista de Configuração..........................................................................................................151
6) Analista de Ferramentas...........................................................................................................152
7) Analista de Implantação............................................................................................................153
8) Analista de Infra-estrutura.........................................................................................................154
9) Analista de Interface .................................................................................................................155
10) Analista de Metodologia..........................................................................................................156
11) Analista de Mudanças.............................................................................................................157
12) Analista de Processos ............................................................................................................158
13) Analista de Requisitos ............................................................................................................159
14) Analista de Segurança............................................................................................................160
15) Analista de Testes ..................................................................................................................161
16) Analista de Treinamento.........................................................................................................162
17) Analista de Sistemas ..............................................................................................................163
18) Gerente do Projeto..................................................................................................................164
19) Programador ...........................................................................................................................165
20) Redator Técnico......................................................................................................................166
21) Revisor ....................................................................................................................................167
Anexo 1 - Teste dos Tipos de Inteligências .........................................................................................168
Anexo 2 - Teste do Tipo Psicológico....................................................................................................172
Anexo 3 - Descrição dos Tipos Psicológicos ......................................................................................181
1) Tipo Psicológico ISTJ ...................................................................................................................182
2) Tipo Psicológico ISTP ..................................................................................................................183
3) Tipo Psicológico ESTP .................................................................................................................184
4) Tipo Psicológico ESTJ..................................................................................................................185
5) Tipo Psicológico ISFJ ...................................................................................................................186
6) Tipo Psicológico ISFP ..................................................................................................................187
7) Tipo Psicológico ESFP .................................................................................................................188
8) Tipo Psicológico ESFJ..................................................................................................................189
9) Tipo Psicológico INFJ...................................................................................................................190
10) Tipo Psicológico INTJ.................................................................................................................191
11) Tipo Psicológico INTP ................................................................................................................192
12) Tipo Psicológico ENTP...............................................................................................................193
13) Tipo Psicológico ENTJ ...............................................................................................................194
14) Tipo Psicológico INFP ................................................................................................................195
15) Tipo Psicológico ENFP...............................................................................................................196
16) Tipo Psicológico ENFJ .............................................................................................................. 197
18
Introdução
Como todas as tecnologias que já impactaram o mundo, a Tecnologia da Informação
(TI) passou de fator de vantagem competitiva para fator de sobrevivência das empresas
(ALBANO, 2001, p.26). Daí, a demanda crescente por sistemas de informação que
agreguem valor aos negócios e que sejam alterados com agilidade, adaptando-se
rapidamente às exigências do mercado.
Conforme Kruchten (2003, p.6), no ciclo de vida em cascata, o desenvolvimento de
um sistema de informações é linear e único, ou seja, as atividades são feitas uma de cada
vez, desde o levantamento de requisitos até a entrega, em uma única versão, conforme
representado na Figura 1.
Figura 1 – O ciclo de vida em cascata
(KRUCHTEN, 2003, p. 6)
Esta abordagem, além de adiar o descobrimento dos riscos, o que torna mais
dispendioso corrigir os erros cometidos em fases anteriores, induz ao uso de um mesmo
profissional ou equipe para desempenhar as tarefas aleatoriamente, embora admita o uso
de papéis variados durante o processo de desenvolvimento de software. Estas tarefas
exigem diferentes especialidades e perfis, que desta forma não podem ser atendidas. Além
disso, o fato de um mesmo profissional ou equipe revisarem ou testarem os artefatos fruto
de seu trabalho, pode levar a uma falta de percepção dos erros, além de interpretação
equivocada dos requisitos.
19
Segundo o autor, uma alternativa para a abordagem em cascata é o ciclo de vida em
espiral, em que um processo iterativo e incremental permite a identificação precoce dos
riscos inerentes a um projeto. Esta abordagem envolve o desenvolvimento iterativo que está
associado com a idéia de percorrer várias vezes todas as disciplinas de desenvolvimento de
tal forma que haja um refinamento do entendimento do sistema. A cada iteração, um produto
executável, gradualmente mais completo é liberado, o que leva a uma descoberta contínua,
em que cada iteração estimula a equipe do projeto a conduzir o desenvolvimento em direção
a uma conclusão previsível e repetitiva. Um típico processo iterativo e incremental está
representado na Figura 2:
Figura 2 – Processo interativo e incremental
(KRUCHTEN, 2003, p. 6)
Além disso, a atual complexidade dos sistemas exige o domínio de um elenco de
disciplinas não possível a um único profissional, sugerindo que as atividades sejam
executadas por diferentes especialistas durante o ciclo de vida em espiral (MOURA, 2004, p.
7 a 10). Assim, especialistas trabalham paralelamente para liberar a cada iteração, artefatos
cada vez mais próximos da versão final, em um processo contínuo em que atividades
sucessivas e colaborativas são intercaladas.
O fato de um profissional concluir uma etapa e outro profissional iniciar a execução
de outra, e assim sucessivamente, requer uma documentação que facilite essa passagem.
Não significa, necessariamente, que um profissional exerça um único papel, mas que ele
pode exercer diferentes papéis, desde que possua o nível de especialização requerido.
Assim, o desenvolvimento iterativo e multidisciplinar sugere que os profissionais assumam
papéis que envolvam atividades colaborativas que produzam um conhecimento que uma
20
vez documentado, forneça subsídios para as próximas fases e iterações e mesmo para as
futuras manutenções.
No entanto, se esses papéis não forem assumidos por um perfil de profissional
adequado, corre-se o risco de gerar altos níveis de insatisfação. Entenda-se por perfil
adequado aquele que possui um conjunto de características próprias às atividades
requeridas para um determinado papel. Como existem evidências de que um alto nível de
satisfação dos profissionais resulta em maior produtividade e qualidade no trabalho
realizado (BOTEM, 2002, p.8) esta pode ser uma questão crítica para as organizações que
dependem de TI para a sua sobrevivência. Além disso, conforme Rampersad (2003, p.49)
um colaborador com domínio completo de suas atribuições está mais estimulado a usar sua
criatividade, que é essencial para promover inovação.
A satisfação do profissional quanto à atividade executada envolve variáveis tais
como o tipo psicológico, o grau de maturidade, motivações, habilidades intelectuais, o estilo
de aprendizagem, entre outras, e se torna imperativo que ao conhecer o perfil de seus
funcionários, a gerência seja desafiada a encaixar esses perfis nas atividades mais
adequadas. Apesar de o perfil do profissional não ser a única fonte de satisfação, a correta
atribuição de responsabilidade é condição primordial para que as atividades sejam feitas
com maior qualidade, produtividade e inovação.
Ao associar os tipos de inteligência e os tipos psicológicos aos papéis, é possível
determinar sua predominância nos papéis exercidos, além de investigar os níveis de
satisfação e insatisfação dos profissionais de TI que desempenham esses papéis, a fim de
obter subsídios para uma correta atribuição de responsabilidade.
De acordo com Kruchten (2003, p.13), os processos de desenvolvimento de software
são processos genéricos para engenharia de software que buscam garantir que o produto
seja desenvolvido com qualidade, tempo e custo previsíveis. Neles as boas práticas foram
adaptadas para uma grande variedade de projetos e organizações, aplicando-se tanto ao
desenvolvimento quanto à manutenção.
Alguns processos de desenvolvimento de software, como o RUP (Rational Unified
Process) propõem um elenco de papéis em que profissionais com diferentes habilidades
interagem de forma a produzir software com qualidade e produtividade. Não significa que
sejam necessários tantos profissionais quantos sejam os papéis estabelecidos, mas sim,
que, um profissional possa assumir quantos papéis suas habilidades permitirem. No entanto,
ele deve preparar uma documentação que subsidie a passagem de um papel para outro,
como se esta acontecesse entre diferentes profissionais (KRUTCHEN, 2003, p.30, 31)
Assim, vários desses papéis podem ser assumidos por um mesmo profissional,
dependendo do porte da empresa e do projeto, o que não dispensa certo formalismo na
21
passagem de uma atividade para outra, pois mesmo que essa passagem envolva uma única
pessoa é preciso garantir a qualidade da documentação do software.
Segundo Reggiani (2007, p.1), 97% dos profissionais de TI consideram seu trabalho
estressante. De acordo com Lipp (1996, p.20), o estresse é causado por um fator
desencadeador que envolve algum nível de adaptação, também chamado de estressor. Os
estressores podem exibir caráter positivo, quando, por exemplo, o indivíduo recebe uma
promoção, ou caráter negativo, quando, por exemplo, o indivíduo perde algum ente querido.
Esses estressores podem ser de origem interna, determinados pelo próprio indivíduo, tais
como ansiedade, depressão, características de personalidade, ou podem ser ainda, de
origem externa, relacionados a condições ou eventos que independem do estado do
indivíduo, tais como condições ambientais, mudança de chefia, acidentes.
O fato de um alto percentual de profissionais de TI considerarem seu trabalho
estressante sugere que existe um contingente de profissionais que parece não se enquadrar
aos seus papéis e que experimentam níveis de insatisfação significativos.
O desdobramento de papéis no processo de desenvolvimento de software dá a
oportunidade de, se não eliminar, aos menos diminuir esse contingente, desde que o
conhecimento sobre os tipos psicológicos e os tipos de inteligência seja aplicado para uma
correta atribuição de responsabilidade frente aos papéis estabelecidos.
Muito se tem falado sobre a importância da competência no âmbito das
organizações. É interessante observar que o termo competência ganhou importância
crescente conforme o ambiente corporativo, relativamente estável, tornou-se instável devido
às turbulências e ambigüidades resultantes da intensificação do processo de globalização,
impulsionado pela intensa introdução das tecnologias da informação (CASTELLS, 2007, p.
142). Neste contexto, o conhecimento ganhou lugar de destaque.
Na era do conhecimento, o lucro baseado no uso da força física perdeu sua
importância, dando lugar ao uso do conhecimento, não mais para a obtenção de lucro, como
um fim em si mesmo, mas para a satisfação de necessidades legítimas das populações,
como meio de alcançar desenvolvimento sustentável (ZARIFIAN, 2001, p.22, 54).
Embora o termo competência, de acordo com Deluiz (2001, p.9), seja
reconhecidamente polissêmico e justamente por isso, haja uma tão grande variação na sua
utilização, o termo no contexto deste trabalho é passível de desdobramento em conceitos
mais específicos visando um entendimento mais amplo da dinâmica que rege o
desenvolvimento da competência. Esse entendimento pode esclarecer os pontos em que os
tipos psicológicos e os tipos de inteligências se aplicam para a elaboração de respostas
requeridas por um ambiente extremamente complexo, turbulento e ambíguo, como o que
presenciamos.
22
Um entendimento mais amplo desta dinâmica favorece que os indivíduos busquem
uma melhor adequação ao seu papel de modo a alcançar todo o potencial reservado para
uma concepção dinâmica, sinérgica, competitiva e altamente instável das organizações em
que os profissionais atuam.
Definição do Problema
Conforme nos alerta GIL (2002, p.1, 26), rigorosamente, um projeto de pesquisa só
pode ser definitivamente elaborado quando se tem o problema claramente definido. Da
experiência acumulada dos pesquisadores, é possível extrair certas regras básicas na
formulação de problemas científicos, tais como, a formulação do problema como uma
pergunta, a clareza e precisão, a possibilidade de experimentação, a suscetibilidade a uma
solução e o delineamento do problema em uma dimensão viável.
Assim, a formulação do problema se dá com a seguinte pergunta: Qual o perfil do
profissional de TI ideal frente aos papéis exercidos durante o Processo de Desenvolvimento
de Software?
Hipótese
Segundo Gil (2002, p.31, 32), a hipótese é a proposição testável que pode vir a ser a
solução do problema, o que significa que uma hipótese pode não se mostrar verdadeira para
um dado problema.
No entanto, a pesquisa não terá sido vã, pois fica provado que as variáveis
estabelecidas para determinada hipótese não se mostraram conclusivas quanto ao
problema levantado.
Portanto, a construção de uma hipótese deve ser muito cuidadosa, no que tange à
escolha das variáveis prováveis de produzir resultados tangíveis, acerca de um problema
tido como solucionável.
O autor afirma que as hipóteses podem ser implícitas ou formalmente expressas, e
que geralmente, nos estudos em que o objetivo é o de descrever determinado fenômeno ou
as características de um gupo, as hipóteses não são enunciadas formalmente e envolvem
uma única variável.
No presente estudo, como se trata da descrição das características de um grupo,
que é o perfil do profissional de TI, caracterizado pelos tipos de inteligência e tipo
psicológico, e referirem-se a uma única variável, a hipótese não é formalmente expressa.
23
Objetivos
O objetivo geral deste trabalho consiste em prover subsídios para que sejam
alocados profissionais de TI com perfil ideal para assumir os diferentes papéis exercidos
durante o processo de desenvolvimento de software Os objetivos específicos a serem
alcançados nesse trabalho são:
� Investigar os níveis de adequação aos papéis exercidos pelos profissionais de TI
durante o processo de desenvolvimento de software, segundo o perfil revelado pelos
testes.
� Delinear os perfis mais adequados aos papéis exercidos durante o processo de
desenvolvimento de software.
� Investigar a influência dos perfis no desenvolvimento da competência requerida para
os papéis exercidos durante o processo de desenvolvimento de software.
Este trabalho pretende trazer as seguintes contribuições ao processo de
desenvolvimento de software:
� Maior conexão entre as áreas de negócio e áreas técnicas.
� Melhor aproveitamento dos recursos humanos.
� Diminuição de re-trabalho.
� Aumento de satisfação dos profissionais de TI.
� Diminuição do stress dos profissionais de TI.
� Aumento de qualidade, produtividade e inovação entre os profissionais de TI.
� Maior aderência aos requisitos.
Justificativa
Conforme publicado pela Gazeta Mercantil (AGÊNCIA BAGUETE, 2006) apesar de
o Brasil apresentar um déficit de 50 mil profissionais para o setor de serviços de TI, a
procura por cursos de graduação em TI cai 20% ao ano, chegando à taxa de 2,2 candidatos
por vaga. Já a média de evasão dessas formações atinge 68%. Diante deste quadro, a
previsão da TI Inside (2007) de que o déficit de profissionais de TI pode chegar a 3 milhões
no Brasil, parece razoável.
24
No entanto, causa perplexidade o fato de o índice de desemprego da população
economicamente ativa no Brasil ter sido de 10,1% em abril de 2007, segundo informou o
IBGE (AGENCIA EFE, 2007). Ora, carência de mão-de-obra especializada, decréscimo
significativo na procura por cursos de TI, alto índice de evasão de alunos nesses cursos e
uma taxa de desemprego significativa sugerem que o país não tem aproveitado suas
oportunidades de crescimento.
Segundo Espindola (2003) estudos sobre os perfis psicológicos demonstram a
predominância de tipos Pensamento entre os profissionais de TI. Em seu trabalho, o
pesquisador apurou um percentual de 90% de tipo Pensamento entre os profissionais de TI
brasileiros. Considerando que entre a população o índice do tipo Pensamento seja de 50% e
o índice de Sentimento seja de 50%, verifica-se uma predominância do tipo Pensamento
entre os profissionais de TI, em especial entre os brasileiros.
Robbins (2002, p.34) afirma que os pontos fortes e fracos de um profissional em
certas habilidades podem torná-lo superior a outro profissional em relação a uma atividade.
Muito embora pareça natural não esperar a mesma produtividade e qualidade na execução
de uma atividade compartilhada por profissionais com características diametralmente
opostas, existe forte tendência em manifestar apreciação ao profissional que não precisou
se esforçar minimamente para alcançar um resultado satisfatório, assim como manifestar
crítica ao profissional que se esforçou ao máximo, mas que não alcançou um resultado tão
satisfatório.
Por isso, atualmente os maiores desafios para as organizações não são de ordem
técnica, mas pessoal e interpessoal. A complexidade dos processos corporativos exige que
o conhecimento sobre as diferenças individuais sejam utilizados para melhorar a
probabilidade de que o profissional possa desempenhar bem suas atividades, além de
promover a formação de equipes multidisciplinares, que se não estiverem bem ajustadas
podem comprometer a efetividade das organizações. (ROBBINS, 2002, 249 e 250).
Conforme Myers (1997, p.197), no âmbito das organizações o conhecimento e a
compreensão das diferenças tipológicas fornecem subsídios para orientar a organização de
grupos de trabalho, identificar as capacidades a serem trabalhadas e a origem dos conflitos,
bem como fundamentar alternativas de reorganização de funções e tarefas.
Tipos pouco adequados podem contribuir grandemente por possuírem raras
qualidades no meio em que atuam, em especial em atividades em que os tipos mais
comumente aceitos não costumam alcançar sucesso.
O fato de profissionais com tipo Sentimento serem alocados para tarefas
essencialmente técnicas ou profissionais tipo Pensamento serem alocados para tarefas que
exigem habilidades humanas pode causar insatisfação, em especial quando existe uma
25
tendência de comparar a performance dos profissionais com diferentes perfis envolvidos em
uma mesma tarefa.
A publicação de um trabalho que demonstre que o processo de desenvolvimento de
software oferece oportunidades para outros tipos psicológicos, que não os tipos
Pensamento e outros tipos de inteligência que não os Lógico-matemáticos, pode atrair um
maior número de interessados, manter os estudantes até a conclusão do curso e colocar os
profissionais recém formados no mercado. Ou seja, pode abrir novas perspectivas para a
indústria de software brasileiro.
Do ponto de vista acadêmico a despeito de haver vários trabalhos publicados que
abordam o estudo dos tipos psicológicos e Inteligências múltiplas em várias áreas de
atividade humana, inclusive na Tecnologia da Informação, não existem estudos baseados
em uma grande variedade de papéis, como proposto pelo RUP.
Cientificamente, a pesquisa se propõe a contribuir para a consolidação das teorias
envolvidas, Teoria das Inteligências Múltiplas de Gardner e a Teoria dos Tipos Psicológicos
de Jung, largamente difundidas nos meios acadêmicos.
A relevância desta pesquisa para a sociedade está em contribuir para o
delineamento do perfil ideal do profissional de TI frente aos papéis exercidos durante o
processo de desenvolvimento de software, visando um melhor aproveitamento dos
profissionais de TI, a ampliação do mercado de software e uma resposta mais rápida às
exigências de um mercado altamente competitivo.
Vale ressaltar que, analisar as diferenças individuais e a contribuição que cada um
pode oferecer, segundo o seu perfil e em função do papel mais adequado a esse perfil, é
uma providência que utiliza recursos já alocados, diminui os níveis de stress na organização
e pode trazer níveis crescentes de adequação e satisfação. Trata-se de iniciativas que
resultam em maior qualidade, produtividade e inovação às organizações, sem a
necessidade de novos investimentos.
Metodologia
Com base na Teoria de Inteligências Múltiplas e na Teoria dos Tipos Psicológicos e a
partir do pressuposto de que alguns traços de personalidade são mais apropriados, foram
adotados procedimentos para identificação dos tipos mais adequados aos papéis exercidos
durante o processo de desenvolvimento de software.
A metodologia empregada é de natureza exploratória, pois tem como objetivo
proporcionar maior familiaridade com o problema, com vistas a torná-lo mais explícito, com o
aprimoramento das idéias e descobertas baseadas na intuição, na medida em que requer o
levantamento bibliográfico, os questionários aplicados a profissionais com experiências
26
práticas e a análise dos resultados em busca da compreensão do problema (GIL, 2002,
p.41).
Embora a pesquisa esteja baseada em investigação quantitativa, uma vez que os
níveis de adaptação do profissional serão mapeados e consolidados para análise dos
resultados, ela apresenta um forte componente qualitativo, pois se refere ao perfil do
profissional e a adaptabilidade aos papéis exercidos (BOGDAN, 1994, p.74).
O critério de seleção dos profissionais pesquisados tem como base o exercício de
pelo menos um dos papéis propostos durante o processo de desenvolvimento de software,
que são baseados no RUP, por ser um processo de desenvolvimento com uma proposta
ampla no uso de papéis. O processo é de propriedade da IBM, que é uma empresa de
criação, desenvolvimento e manufatura de tecnologias de informação da indústria, incluindo
sistemas de computadores, software, sistemas de rede, dispositivos de armazenamento e
microeletrônica (IBM, 2008).
A Plataforma de Entrega de Software Rational da IBM é uma plataforma para
governar a entrega de software e de sistemas mediante uma variedade de produtos que
abrangem todo o ciclo de vida da entrega de sistemas e de software. Esta solução aberta e
modular envolve ferramentas, serviços e as melhores práticas a fim de auxiliar as
organizações na automação, integração e governança dos processos de negócios centrais
de entrega de sistemas e de software. O RUP encontra-se no núcleo da plataforma e é uma
estrutura flexível para estabelecer um processo de negócios repetitivo para entrega de
sistemas e de software (IBM, 2008).
O instrumento de coleta de dados é composto por três testes: o Teste de
Inteligências Múltiplas adaptado de Celso Antunes com base no trabalho de Howard
Gardner (conforme Anexo 1), o Teste do Tipo Psicológico concebido por David Keirsey com
base no trabalho de Carl Jung (conforme Anexo 2) e o Teste de Adequação dos
Profissionais de TI (conforme Apêndice 1).
Os participantes da pesquisa são profissionais de TI distribuídos aleatoriamente
entre diversas empresas, sendo que aproximadamente 70% referem-se a funcionários ou
ex-funcionários do Banco Nossa Caixa. Os primeiros 300 respondentes receberam os
laudos dos testes realizados, acompanhado de uma descrição dos tipos de inteligência
(Apêndice 2) e uma descrição dos tipos psicológicos (Anexo 3). A análise dos dados
qualitativos, que apurou o perfil ideal para os papéis exercidos durante o processo de
desenvolvimento de software, com base no índice de adequação entre os profissionais
pesquisados, foi realizada com a utilização do método indutivo/analítico/comparativo.
27
Estrutura da dissertação
O presente trabalho baseia-se em três eixos principais: os tipos de inteligência,
propostos por Howard Gardner, os tipos psicológicos, propostos por Carl Jung e os papéis
propostos pelo RUP, com vistas à determinação do perfil ideal para os papéis, por meio da
apuração do índice de satisfação, conforme representado na Figura 3:
Figura 3 – Estrutura da Dissertação
(elaborado pela autora)
No entanto, embora haja um destaque desses três eixos ao longo deste trabalho,
eles serão examinados no contexto da competência, em que o perfil é crítico para definir a
aquisição de habilidades, como sustentação para o desenvolvimento da competência em
uma área de atuação profissional.
Dessa forma, tendo a introdução definido o problema, discorrido sobre a hipótese,
traçado os objetivos, exposto as justificativas, estabelecido a metodologia, tecido
considerações referentes às expectativas gerais, e, enfim, estabelecido a estrutura da
dissertação, seguem-se três capítulos, cada um com a sua própria finalidade.
O primeiro capítulo apresenta o referencial teórico sobre as teorias de inteligências
múltiplas e tipos psicológicos, como se encaixam no contexto da competência, a descrição
dos papéis exercidos durante o processo de desenvolvimento de software e a importância
da adequação do profissional aos papéis, em função da influência do perfil no
desenvolvimento de sua competência.
O segundo capítulo consolida os resultados obtidos com a realização da pesquisa
reproduzida no Anexo 1, Anexo 2 e Apêndice 1 e analisa os resultados consolidados para
delineamento do perfil ideal do profissional de TI frente aos papéis exercidos durante o
processo de desenvolvimento de software.
28
O terceiro capítulo propõe uma caracterização dos papéis como uma forma de
auxiliar a escolha dos profissionais com perfil ideal e discute a possibilidade de
investigações, que apesar de relevantes ao contexto das organizações, não foram
abordados pela pesquisa.
29
Capítulo 1 – Referencial teórico
1.1. As inteligências múltiplas
A Teoria das Inteligências Múltiplas de Gardner deve constar do referencial teórico,
pois com base nela e na Teoria de Tipos Psicológicos de Jung é que foram delineados os
perfis adequados aos papéis exercidos durante o Processo de Desenvolvimento de
Software.
Gardner (1995, p.22 a 29) afirma que a natureza dos indivíduos se manifesta em
uma ou mais inteligências, que originalmente classificou em 7 espectros. Com a evolução de
seus estudos, foram criados critérios para justificar a existência de uma inteligência
(GARDNER, 2001, p.49 a 56), e que são descritos a seguir:
1) Potencial de isolamento da lesão cerebral
O fato de uma lesão ocorrida em uma parte do cérebro afetar habilidades inerentes a uma
inteligência, sem necessariamente, afetar outras habilidades relativas a inteligências
localizadas em outras áreas, indica que cada inteligência possui um endereçamento que
deve ser considerado para justificar a existência de uma dada inteligência.
2) Plausibilidade evolutiva
O fato de que a necessidade de uma inteligência passou a ser fator de sobrevivência da
espécie, indica que cada inteligência possui uma plausibilidade que deve ser considerada
para justificar a existência de uma dada inteligência.
3) Conjunto de operações nucleares identificável
O fato de que certas operações relativas a uma habilidade se mostrem nucleares para certo
tipo de inteligência, embora uma habilidade geralmente requeira o uso de mais que uma
inteligência e certas operações sejam compartilhadas por outras habilidades, indica que
cada inteligência possui certa dominância no uso dessas operações, que deve ser
considerada para justificar a existência de uma dada inteligência.
30
4) Suscetibilidade à codificação num sistema de símbolos
O fato de que sistemas de símbolos foram desenvolvidos ao longo da evolução humana, de
modo a representar o produto de certas inteligências, indica que a suscetibilidade à
codificação num sistema de símbolos deve ser considerada para justificar a existência de
uma dada inteligência.
5) Suscetibilidade ao desenvolvimento distinto
O fato de que uma inteligência não pode se desenvolver, caso o contexto diante de uma
perspectiva cultural não lhe seja favorável, ou, por outro lado, se apesar de favorável, não
houver empenho por parte do indivíduo, indica que a suscetibilidade ao desenvolvimento
distinto deve ser considerada para justificar a existência de uma dada inteligência.
6) Existência de indivíduos excepcionais
O fato de que existam indivíduos excepcionais em algumas habilidades e com limitações
acentuadas em outras, indica que cada inteligência possui uma excepcionalidade que deve
ser considerada para justificar a existência de uma dada inteligência.
7) Suscetibilidade ao uso simultâneo
O fato de experimentos psicológicos revelarem que o exercício de uma habilidade interfere
com o desempenho de outras habilidades que utilizam a mesma inteligência e não interfere
com o desempenho de habilidades que requerem o uso de outras inteligências, indica que a
suscetibilidade ao uso simultâneo deve ser considerada para justificar a existência de dada
inteligência.
8) Fraca correlação entre as inteligências
O fato de que descobertas psicométricas demonstrem uma fraca correlação entre diferentes
habilidades, indica que a fraca correlação entre as várias inteligências deve ser considerada
para justificar a existência de uma dada inteligência.
Antunes (2003, p.15) observa que, o notável e espetacular desenvolvimento das
ciências como a bioquímica, a genética e a neurofisiologia, e a possibilidade de vislumbrar o
cérebro humano por meio de vários tipos de sensores, como nunca antes na história da
humanidade, apontam para um extraordinário avanço no estudo da inteligência humana.
Maximiano (2007, p.237 a 239) comenta que a Teoria das Inteligências Múltiplas não
atribui maior importância a nenhum tipo de inteligência e explica que as inteligências são
inter-relacionadas, mas relativamente independentes umas das outras. Alguns argumentos
que corroboram para esta afirmação:
31
� O Quociente Intelectual (QI) refere-se a três principais aptidões: numérica, verbal e
lógica, que possuem um valor relativo, quando se trata de predizer o desempenho
nos mais variados tipos de situações.
� As aptidões medidas pelo QI são importantes para certos tipos de ocupações, como
profissões na área de exatas, mas pode ser irrelevante para as atividades que
requerem habilidades de outra natureza.
� As pessoas de QI elevado, muitas vezes são completamente obtusas em outras
aptidões.
Segundo Gardner (2000, p.189) é possível afirmar com segurança que a inteligência
de um indivíduo é produto de uma carga genética extensa, mas que alguns detalhes da
estrutura da inteligência podem ser alterados com estímulos significativos em momentos
cruciais do desenvolvimento humano, a que o autor chama de janelas de oportunidades.
Pode-se afirmar que o envelhecimento das inteligências, ou sua incapacidade de se
expandir, não ocorre com todas as inteligências ao mesmo tempo, e nem com a mesma
intensidade nos dois hemisférios cerebrais. Ocorre muito mais por falta de estímulos
adequados do que por questões meramente biológicas.
Antunes (2003, p.18, 19) criou uma interessante metáfora com o cérebro humano
que é mais ou menos como um prédio com certo número de janelas, cada uma delas com
um momento certo para abrir-se, escancarar-se ou entreabrir-se. Algumas dessas janelas
começam a abrir-se ainda no ventre materno, a maioria no nascimento e outras nos
primeiros anos de vida. Em geral, estão escancaradas entre os dois e 16 anos de vida, mas
depois se retraem um pouco e não mais se fecham, a não ser após os 72 anos. A densidade
das sinapses de uma criança de 1 a 2 anos é cerca de 50% maior do que um adulto, mas o
universitário de 22 anos apresenta tanta facilidade ou dificuldade de aprender quanto seu
avô de 71 anos. Basta saber qual dos dois está mais motivado e cercado de desafios mais
estimulantes.
Com base na evolução dos estudos realizados nesta área, surgiram diferentes
conclusões. Este trabalho tomou como base os estudos de Gardner (2001, p.56, 57) que
revê os 7 tipos de inteligências originais e justifica a inclusão da inteligência naturalista
(GARDNER, 2001, p.64 a 69), e os estudos de Antunes (2003, p.111 a 113) que
apresentam um amplo domínio do assunto e com base nos quais foi concebido o teste de
inteligências múltiplas adaptados para a pesquisa e retratado no Anexo 1.
Os oito tipos de inteligências são relacionados no Quadro 1:
32
Quadro 1 – Tipos de Inteligências
Inteligência Descrição Localização Habilidades Lingüística Capacidade de processar rapidamente
mensagens lingüísticas, de ordenar palavras e de dar sentido lúcido às mensagens.
Lobo frontal e acima do lobo temporal (vocabulário). Lobo temporal (linguagem).
Descrever Narrar Observar Comparar Relatar Avaliar Concluir Sintetizar
Lógico-matemática
Capacidade para o cálculo, percepção da geometria espacial e resolução de problemas embutidos em jogos e atividades desafiadoras.
Lobos frontais e parietais esquerdos.
Enumerar Seriar Deduzir Medir Comparar Concluir Provar
Intrapessoal
Capacidade para uma elevada auto-estima, auto-motivação, formação de um modelo coerente e verídico de si mesmo e do uso dele para construir felicidade pessoal e social.
Interpessoal
Capacidade de compreender outras pessoas, descobrir sua motivação e sentir empatia.
Lobos frontais. Interagir Perceber Usar de empatia Auto-estimar Auto-conhecer Usar de ética
Vísuo-espacial
Capacidade de perceber formas com precisão, mesmo quando em ângulos não usuais, de efetuar transformações sobre as percepções, de imaginar o movimento ou deslocamento interno entre suas partes, de recriar aspectos da experiência visual e de perceber as direções.
Hemisfério direito.
Localizar no espaço Localizar no tempo Comparar Observar Deduzir Relatar Combinar Transferir
Naturalista Atração pelo mundo natural e sensibilidade em relação a ele, capacidade de classificação dos objetos, identificação da linguagem natural e capacidade de êxtase diante da paisagem humanizada ou não.
Hemisfério direito, presumivelmente.
Relatar Demonstrar Selecionar Levantar hipótese Classificar Revisar
Musical
Capacidade de identificar sons diferentes, reconhecer sons da natureza, perceber nuanças em sua intensidade, direcionalidade e a distinção entre tom, melodia, ritmo, timbre e freqüência.
Hemisfério direito, lobo frontal.
Observar Identificar Relatar Reproduzir Conceituar Combinar
Cinestésica-corporal
Capacidade de usar o próprio corpo de maneira diferenciada e hábil de forma expressiva, além de trabalhar com objetos, tanto os que envolvem motricidade especifica, quanto os que exploram uso integral do corpo.
Hemisfério esquerdo.
Comparar Medir Relatar Transferir Demonstrar Interagir Sintetizar Interpretar Classificar
Fonte: Antunes, 2003, p.111 a 113
33
1.2. Os tipos psicológicos
A Teoria dos Tipos Psicológicos de Jung deve constar do referencial teórico, pois
com base nela e na Teoria das Inteligências Múltiplas de Gardner é que foram delineados os
perfis adequados aos papéis exercidos durante o processo de desenvolvimento de software.
Na Teoria dos Tipos Psicológicos de Carl Jung (1974, p.386 a 470), o tipo
psicológico é visto como um modelo característico composto por três dimensões da
personalidade: as atitudes de Extroversão e Introversão e as funções psicológicas de
percepção (irracionais): Sensação, Intuição e as funções de julgamento (racionais):
Pensamento e Sentimento.
A atitude Extroversão dirige o indivíduo para o mundo objetivo e a atitude Introversão
para o mundo subjetivo. Significa que o indivíduo Extroversão dirige sua energia e atenção
para fora, para as pessoas e experiências do mundo, enquanto o indivíduo Introversão dirige
sua energia e atenção para dentro, para os seus próprios pensamentos e estados interiores.
Segundo Cloninger (1999, p.98,99), as funções psicológicas possuem uma
complementaridade, pois as funções de percepção percebem o ambiente, captando os
estímulos de modo a fornecerem informações com base nas quais as funções de julgamento
elaboram julgamentos voltados à tomada de decisões.
Desta forma, um indivíduo apresenta dominância de uma função psicológica sobre a
outra, que se torna a sua função auxiliar. Se um indivíduo possui a função Percepção
dominante, ele prefere reunir a maior quantidade de informações possível, antes de partir
para o julgamento, com o risco de postergar indefinidamente uma tomada de decisão. Se
um indivíduo possui a função Julgamento dominante, ele prefere partir o quanto antes para
a tomada de decisões, ainda que não tenha reunido todas as informações necessárias.
O autor afirma que se o indivíduo for extrovertido, ele é mais propenso a usar a
função dominante para a realidade externa, e, ao contrário, for introvertido, ele é mais
propenso a usar a função dominante para o mundo interno. Assim, a função psicológica
utilizada para lidar com a atitude dominante (Extroversão ou Introversão), é também tida
como dominante. E a função psicológica utilizada para lidar com a atitude não dominante
(Extroversão ou Introversão) é tida como a função auxiliar. O tipo Extrovertido utiliza a
função dominante para lidar com a realidade externa e a função auxiliar para lidar com a
realidade externa, enquanto o tipo Introvertido utiliza a função dominante para lidar com o
mundo interno e a função auxiliar para lidar com a realidade externa.
A função Percepção acontece com o uso da Sensação ou da Intuição. A Sensação
percebe a realidade com o uso dos cinco sentidos obtidos por meio dos órgãos sensoriais. A
Intuição percebe a realidade além dos sentidos, na busca do significado intrínseco das
coisas e possibilidades futuras.
34
A função Julgamento acontece com o uso do Pensamento ou Sentimento. O
Pensamento faz uma apreciação objetiva das situações e as submete a julgamento,
decidindo conforme uma lei geral. O Sentimento faz a apreciação do conteúdo, atribuindo-
lhe um valor definido de aceitação ou rejeição. Significa que o indivíduo Pensamento toma
uma decisão com base na razão, não importando seus sentimentos, enquanto que o
indivíduo Sentimento toma uma decisão com base no sentimento, ainda que não pareça
fazer sentido numa análise mais racional.
A combinação das atitudes e das funções gerou 8 tipos psicológicos e inspirou o
desenvolvimento do MBTI - Myers-Briggs Type Indicator (MYERS, 1998, p. 38), em que foi
incluída pelos autores mais uma preferência: a dominância da atitude perceptiva ou da
atitude julgadora como forma de viver e lidar com o mundo exterior. Assim, independente de
um indivíduo ser introvertido ou extrovertido, é possível indicar se o mundo externo é
abordado por uma função de percepção ou por uma função de julgamento.
A dinâmica entre a atitude extrovertida e introvertida e as funções de percepção e
julgamento está representada na Figura 4:
Figura 4 – Dinâmica da Teoria dos Tipos Psicológico s de Jung
(elaborado pela autora)
35
Os tipos psicológicos de Jung combinados com a dominância da percepção ou
julgamento, proposta por Myers, resultam em 16 tipos psicológicos. As letras
correspondentes às letras iniciais dos termos utilizados em inglês são usadas para formar as
siglas conforme demonstrado no Quadro 2.
Quadro 2 – Tipos Psicológicos
Tipos Sensoriais (S) Tipos Intuitivos (N)
Pensamento (T) Sentimento (F) Pensamento (T) Sentimento (F)
ISTJ ISFJ INTJ INFJ Julgamento (J) Introvertido (I) ISTP ISFP INTP INFP Percepção (P)
ESTP ESFP ENTP ENFP Percepção (P) Extrovertido (E) ESTJ ESFJ ENTJ ENFJ Julgamento (J)
Fonte: Myers, 1998, p.38
No entanto, o MBTI não é o único teste que apura o tipo psicológico com base nos
estudos de Jung. David Keirsey concebeu um teste mais simples, que foi traduzido e
adaptado por Kuri e Giorgetti (KURI, 2004, p.278 a 281), com base no qual foi baseada a
pesquisa, conforme retratado no Anexo 2.
1.3. O desenvolvimento da competência
O Conselho Nacional da Educação, em suas resoluções, é importante fonte de
análise do termo competência. O Parecer CEB nº16/99 (BRASIL MEC, 1999, p.33, 34 e 47)
afirma que:
“Pode-se dizer, portanto, que alguém tem competência profissional quando
constitui, articula e mobiliza valores, conhecimentos, habilidades e atitudes
para a resolução de problemas não só rotineiros, mas também inusitados em
seu campo de atuação profissional. Assim, age eficazmente, diante do
inesperado e do habitual, superando a experiência acumulada transformada
em hábito e liberando o profissional para a criatividade e a atuação
transformadora”.
“A vinculação entre educação e trabalho, na perspectiva da laborabilidade, é
uma referência fundamental para se entender o conceito de competência
como capacidade pessoal de articular os saberes (saber, saber fazer, saber
ser e saber conviver) inerentes às situações concretas de trabalho. O
desempenho no trabalho pode ser utilizado para aferir e avaliar
competências, entendidas como um saber operativo, dinâmico e flexível,
capaz de guiar desempenhos num mundo do trabalho em constante mutação
e permanente desenvolvimento”.
36
“Um exercício profissional competente implica em um efetivo preparo para
enfrentar situações esperadas e inesperadas, em condições de responder
aos novos desafios profissionais propostos diariamente ao cidadão
trabalhador, de modo original e criativo, de forma inovadora, imaginativa,
empreendedora, eficiente no processo e eficaz nos resultados, que
demonstre responsabilidade, espírito crítico, auto-estima compatível,
autoconfiança, sociabilidade, firmeza e segurança nas decisões e ações,
capacidade de auto-gerenciamento com autonomia, disposição
empreendedora, honestidade e integridade ética”.
Embora, conforme Braslavsky (2004, p.15), não exista ainda consenso suficiente e
nem experiência na definição do conceito de competência ou em sua tradução operativa,
muitos pesquisadores tem se empenhado em facilitar o entendimento do conceito da
competência. Zarifian (2003, p.137) propõe três definições para o termo:
� Competência é a tomada de iniciativa e responsabilidade do indivíduo em situações
profissionais com as quais se defronta.
� Competência é uma inteligência prática das situações, que se apóia em
conhecimentos adquiridos e os transforma, à medida que a diversidade das
situações aumenta.
� Competência é a faculdade de mobilizar redes de atores em volta das mesmas
situações, de compartilhar desafios, de assumir áreas de responsabilidade.
Conforme Perrenoud (1999, p.7 a 13) a competência pode ser definida como sendo
uma capacidade de agir eficazmente em um determinado tipo de situação, apoiada no
conhecimento, mas sem, contudo, limitar-se a ele. Para enfrentar uma situação da melhor
maneira possível é preciso acionar vários recursos cognitivos complementares de forma
sinérgica. A competência utiliza, integra e mobiliza o conhecimento às ações e constitui
qualidades no indivíduo que permite que ele realize de maneira bem sucedida atividades
socialmente úteis. Assim, competente é aquele que julga, avalia e pondera, a fim de obter
uma alternativa de solução, que concebe após examinar cuidadosamente determinada
situação.
Perrenoud (2000, p.15, 16) acrescenta que competências não são elas mesmas
saberes, savoir-faire, ou atitudes. As competências mobilizam, integram e orquestram tais
37
recursos. Essa mobilização é pertinente apenas em uma situação em particular, sendo que
cada situação é singular, exigindo outra mobilização, ainda que possa ser tratada
analogamente. O exercício da competência passa por operações mentais complexas,
subentendidas por esquemas mentais, que permitem determinar mais ou menos consciente
e rapidamente, e realizar de modo mais ou menos eficaz, uma ação relativamente adaptada
à situação. A competência é construída ao sabor da navegação diária, de uma situação de
trabalho à outra.
Conforme Ramalho (2004, p.124 a 144), a atuação competente mobiliza os
esquemas de ação, mas os modifica, na medida em que eles não são suficientes para a
solução das novas situações. A competência, enquanto capacidade complexa expressa na
prática, representa uma estrutura dinâmica organizada do pensamento, que permite
analisar, avaliar e compreender o contexto no qual o indivíduo atua. É escolher, decidir,
utilizar, modificar e acatar os recursos disponíveis para resolver determinados problemas,
mobilizando os diferentes recursos disponíveis. A atuação competente constitui uma
atividade reflexiva e crítica, que caracteriza o agir do indivíduo numa dada esfera de sua
atividade, sem respostas automáticas ou rotineiras.
Para Perrenoud (2000, p.24 a 26), a competência é aprendida e estimulada,
conquanto, parte das potencialidades do sujeito, essas inatas, e se tornam competências
efetivas quando aprendidas e exercitadas em diferentes contextos. A competência é uma
aquisição, um aprendizado construído e não uma virtualidade da espécie, de ordem inata.
Não só nas afirmações de Perrenoud, como nas demais, nota-se uma diferença
entre competência e habilidade que é de fundamental importância. Segundo ele, uma
competência passa por raciocínios explícitos, decisões conscientes, inferências, hesitações,
ensaios e erros, mecanismo que pode automatizar-se gradativamente e constituir-se, por
sua vez, em um esquema complexo, a partir do momento em que o indivíduo fizer o que
deve ser feito, sem sequer trazer para o nível consciente. Neste caso não se fala mais em
competência, mas em habilidades ou hábitos, que fazem parte da competência.
Segundo o autor, a distinção entre competência e habilidade, é que as habilidades
estão contidas na competência. Nota-se que na maioria das vezes em que um autor refere-
se a competência no plural, ele na verdade deseja referir-se as habilidades e na maioria das
vezes em que se refere a competência no singular, ele deseja referir-se a atuação
competente, que engloba um conjunto de habilidades adquiridas para enfrentar uma
situação da melhor maneira possível.
Segundo Ramalho (2004, p.11 a 15), estabelecer diferenças entre competência e
habilidade possibilita evitar qualquer tipo de circularidade nas relações entre essas
categorias.
38
Conforme a autora, as habilidades constituem procedimentos estruturados da
atividade dirigidos a resolução de situações rotineiras. Elas se afirmam e desenvolvem nos
marcos dos limites de um grupo de tarefas de mesmo tipo, para as quais esse procedimento
é adequado e conhecido. Podem não estar associadas a justificações ou ações teóricas nas
quais se sustentam. As habilidades podem ser formadas num contexto artificial, como a sala
de aula ou um laboratório, em que uma habilidade não é operacionalizada em situação real.
Já a competência, segundo ela, não é uma habilidade ou destreza mecânica, como
manifestações de condução operante baseada numa visão empírico-positivista, mas uma
ação contextualizada, onde o conjunto de pressões real está presente. Manifesta-se em
contextos específicos de sua formação, não obstante, para seu desenvolvimento, deva
ultrapassar as condições impostas pelo contexto, e desta forma ser atualizada, ampliada e
consolidada. Essa situação se relaciona com a contextualização e descontextualização da
aprendizagem e o uso da criatividade em situações reais. A competência é uma opção
epistemológica que une a teoria e a prática.
A noção de competência se vincula a uma atividade transformadora, ou seja, não é
só prática, e sim, práxis humana, no sentido filosófico. Por outro lado, não se reduz apenas
a comportamentos observáveis.
Assim, o desenvolvimento da competência, conforme abordado neste trabalho supõe
quatro fases, segundo demonstrado na figura 5:
Figura 5 – O desenvolvimento da competência
(elaborado pela autora)
39
Significa que a evolução da competência acontece em ciclos evolutivos em que
habilidades são desenvolvidas aleatoriamente e concomitantemente, conforme as aptidões
e os interesses são manifestos pelo indivíduo e a aquisição do conhecimento subsidie uma
prática correta. Esta prática deve manter uma constância suficiente para que um processo
inconsciente seja estabelecido (STENBERG, 2000, p.81 a 84).
Um indivíduo deve compatibilizar o elenco de habilidades adquiridas com a sua
pretensão profissional na busca de uma qualificação, que ao mesmo tempo forneça o nível
de formação exigido pelo mercado de trabalho e a conformidade com os valores éticos
instituídos e as técnicas consagradas para a área de atuação pretendida.
Um desempenho satisfatório é alcançado conforme um indivíduo devidamente
qualificado tenha uma atitude direcionada ao aproveitamento das oportunidades que
surgirem no mercado de trabalho.
Alcançado um bom desempenho, um indivíduo qualificado só pode ser considerado
competente, conforme mobilizar o conhecimento em situações com alta variabilidade e
complexidade na prática do ensino e na aplicação de esquemas mentais altamente
sofisticados (ZARIFIAN, 2003, p.56, 108 e 115). Estes esquemas são construídos com base
nas análises, sínteses, inferências, generalizações, analogias, associações e transferências
dos saberes já constituídos (BRASIL. MEC. RCN, 2000, p.10), dos saberes em movimento e
de sua capacidade de abstração (STERNBERG, 2000, p.185). Este profissional possui a
competência exigida em contextos de grande instabilidade. (ZARIFIAN, 2003, p.113).
Os vários elementos que compõem a competência e as situações envolvidas foram
representados por um conjunto de esquemas mentais, relevantes para a decomposição de
conceitos complexos. Estes esquemas proporcionam mecanismos para perceber o que
acontece na ausência de um dos componentes formadores do conceito em análise.
Vale ressaltar, que a aquisição das habilidades é a base para o estabelecimento da
competência. Quanto mais habilidades um indivíduo adquire, melhores condições ele possui
para alcançar competência, uma vez que as habilidades se complementam, e mesmo que
totalmente alheias à sua área de atuação, pode prover metáforas poderosas para a
elaboração de esquemas mentais a serem utilizados no momento oportuno.
E é justamente na aquisição de habilidades, que a influência do perfil se mostra mais
relevante, conforme abordado durante o desdobramento da aquisição de uma habilidade.
40
1.3.1. A aquisição de uma habilidade
A habilidade (saber fazer) acontece em função da aquisição de um conhecimento
(saber) associado a uma aptidão natural (inclinação para saber fazer) e pelo interesse
(querer saber fazer), conforme representado na figura 6.
Figura 6 – A aquisição de uma habilidade
(elaborado pela autora)
Assim, caso um indivíduo possua o conhecimento e a aptidão requeridos para o
exercício de uma habilidade, embora não possua interesse, ele poderá saber fazer algo,
mas sem empenho, e com certeza seu desempenho não será tão bom. Caso um indivíduo
possua o conhecimento e o interesse, mas não possua aptidão, ele poderá saber fazer algo,
desde que se esforce para isso. E finalmente, caso um indivíduo possua interesse e aptidão,
mas não possua o conhecimento necessário, ele poderá saber fazer, mas precariamente.
Por exemplo, a aquisição da habilidade na condução de um veículo requer:
� Conhecimento sobre os mecanismos de controle do veículo, as convenções
adotadas no trânsito, entre outros.
� Certa aptidão expressa pela manifestação da inteligência espacial e inteligência
cinestésica-corporal.
� Interesse despertado no indivíduo, para atendimento de necessidades próprias ou de
outros indivíduos, a quem desejam atender, ou mesmo pelo simples prazer de dirigir.
41
Assim, caso um indivíduo possua o conhecimento e a aptidão requeridos para a
condução de um veículo, embora ele não possua interesse, a qualquer momento, ele poderá
passar a conduzir um veículo, sem a necessidade de muitas aulas práticas. Caso um
indivíduo possua o conhecimento e o interesse, mas não possua aptidão, ele poderá
conduzir o veículo, desde que se esforce bastante, necessitando de muitas aulas práticas. E
finalmente, caso o indivíduo possua interesse e aptidão, mas não possua o conhecimento
necessário, ele até poderá conduzir um veículo, mas de forma precária e sujeito a pôr em
risco a sua própria vida e a de outras pessoas.
A categorização das habilidades apresenta uma grande variação e depende
diretamente do contexto a qual se aplica. Zarifian (2003, p.166) propõe 4 categorias de
competências, que serão traduzidas aqui como habilidades: técnicas, organizacionais,
relacionais e inovativas.
A proposta por Zarifian está alinhada a uma economia de serviços, pois nela,
profissionais de todos os níveis organizacionais devem adquirir todos os tipos de habilidades
ou a organização não é capaz de ocupar uma posição competitiva.
1.3.1.1. O conhecimento na aquisição de uma habili dade
Um indivíduo possui um conhecimento, porque em algum momento percebeu um
estímulo que avaliou e julgou relevante para ser representado e acessado futuramente.
A percepção do ambiente
Conforme Sternberg (2000, p.125), a percepção do ambiente acontece conforme o
estímulo é reconhecido, organizado e entendido. O estímulo é reconhecido conforme os
dados sensoriais são coletados do ambiente com o uso dos sentidos. Para que o estímulo
seja organizado, ele deve ser contextualizado, ou seja, o estímulo é associado aos seus
principais elementos. Por exemplo: o ronco do motor de um carro está associado a um carro
e a uma via na qual ele transita, enquanto que o apito de um trem está associado a um trem
e ao um trilho no qual ele trafega e assim por diante.
Uma vez o estímulo contextualizado, é necessário entender o seu significado com
base em inferências, de acordo com as expectativas e de experiências anteriores, o que
acontece com a utilização de processos cognitivos de alto nível. Ou seja, dependendo da
expectativa advinda das aptidões e dos interesses demonstrados por um indivíduo em
relação ao estímulo recebido, ele pode ser aproveitado ou não.
42
A tomada de decisão
Segundo Sternberg (2000, p.349), a tomada de decisão ou julgamento acontece
conforme o resultado da percepção do ambiente é avaliado para enquadramento conforme
uma lei geral (raciocínio dedutivo) ou para a criação de uma lei geral (raciocínio indutivo).
Cabe lembrar que o estudo dos tipos psicológicos de Jung aborda justamente a
dimensão da percepção e a dimensão do julgamento. Assim, um indivíduo pode ser mais
atento aos seus processos de percepção, postergando os processos de julgamento, para
depois que estiver convencido de que explorou todas as possibilidades, enquanto que
outros podem ser mais atentos aos processos de julgamento, tomando decisões, sem ter
explorado adequadamente as variáveis envolvidas.
A representação do conhecimento
Sternberg (2000, p.151 a 155) afirma que a representação do conhecimento
acontece a partir do conhecimento declarativo e do conhecimento procedural, com a
utilização de um sistema simbólico.
Na epistemologia clássica (o estudo da natureza, as origens e os limites do
conhecimento humano), os filósofos distinguiam entre duas classes de estruturas do
conhecimento: o conhecimento declarativo (o que?) e o conhecimento procedural (como?).
O conhecimento declarativo refere-se aos objetos e fatos que podem ser declarados e pode
ser definido como um corpo organizado de informações factuais. O conhecimento
procedural refere-se aos procedimentos que podem ser executados em relação a objetos ou
fatos já representados pelo indivíduo.
O conhecimento, seja declarativo ou procedural, é representado por um sistema
simbólico. Um símbolo pode ser qualquer coisa que seja designada para representar algo
diferente de si próprio.
Gardner (2001, p.51, 52) ao se referir à suscetibilidade de uma inteligência à
codificação num sistema de símbolos, cita que qualquer indivíduo, principalmente no
ambiente escolar e laboral, investe uma boa dose de energia dominando e manipulando
vários tipos de sistemas de símbolos, tais como, linguagem falada e escrita, sistemas
matemáticos, diagramas, desenhos e equações lógicas. Naturalmente que há sistemas
simbólicos bastante específicos, tais como as notações musicais impressas nas partituras
musicais. Esses sistemas são desenvolvidos para transmitir sintética e precisamente
informações culturalmente significativas.
Conclui-se que a busca pelo conhecimento sofre uma forte influência tanto dos tipos
de inteligência, quanto do tipo psicológico, o que incide na aquisição das habilidades e no
desenvolvimento da competência do profissional de TI frente aos papéis exercidos durante o
processo de desenvolvimento de software
43
O conhecimento possui papel preponderante na aquisição de uma habilidade, pois
por mais admirável que seja uma aptidão ou por maior que seja o interesse, um indivíduo
apenas pode adquirir uma habilidade, quando possui o conhecimento necessário.
1.3.1.2. A aptidão na aquisição de uma habilidade
Snow (1992) define aptidão como uma predisposição das pessoas em emitir
respostas diferenciais à determinada situação ou classe de situações, significando um
estado inicial que irá influenciar o desenvolvimento posterior, dadas determinadas
condições. Essas respostas diferenciais caracterizam-se pelo uso da inteligência, mas não
uma inteligência geral, em que todas as pessoas apresentam os mesmos interesses e a
mesma forma de responder aos desafios.
Gardner (2000, p.78) considera a inteligência um potencial bio-psicológico, na
medida em que todos os membros da espécie possuem o potencial de exercitar um conjunto
de faculdades intelectuais. As inteligências constituem recursos cognitivos em virtude dos
quais um indivíduo pode efetuar alguma conexão significativa em uma área de conteúdo.
Segundo Antunes (2003, p.25), existem áreas no cérebro humano que correspondem
de maneira aproximada a determinados espaços de cognição que expressam uma forma
diferente de inteligência e se responsabilizam pela solução de problemas ou pela criação de
um produto.
Gardner (2000, p. 65) afirma que quase todos os papéis culturais requerem uma
combinação de inteligências, que agregadas dão ao indivíduo a possibilidade de enfrentar
os vários desafios que se interpõem no seu cotidiano. Assim, as culturas se beneficiam com
essas diferenças de inclinações intelectuais encontradas em sua população.
Por outro lado, numerosos papéis só podem ser assumidos mais efetivamente
porque as pessoas apresentam perfis de inteligência diferentes. Numa determinada
profissão, indivíduos com diferentes inteligências proporcionam uma interessante mistura de
forças nas diferentes áreas de atuação.
Gardner (2000, p.18) ressalta que é da máxima importância reconhecer e estimular
todas as variadas inteligências, assim como todas as combinações de inteligências. As
diferenças individuais são explicadas em grande parte pelas diferentes combinações de
inteligências. Saber mobilizar o espectro das habilidades humanas proporciona a chance de
lidar mais adequadamente com os problemas, a consciência sobre a própria competência,
maior comprometimento e maior estímulo para contribuir para o bem comum. A mobilização
das inteligências de um indivíduo, aliado a um senso ético, pode aumentar a probabilidade
de sobrevivência da vida humana no planeta.
44
Como um sistema computacional com base neural, cada inteligência é ativada por
certos tipos de informação interna ou externamente apresentados, e como tal, deve ser
capaz de ser codificada num sistema simbólico – um sistema de significados criado
culturalmente, que captura e transmite formas importantes de informação. O relacionamento
de uma inteligência candidata com um sistema simbólico humano não é nenhum acidente.
De fato, a existência de uma capacidade nuclear computacional antecipa a existência de um
sistema simbólico que utiliza aquela capacidade (GARDNER, 2000, p.22).
Para Gardner (2000, p.187) as inteligências são potenciais ou inclinações que são
realizadas ou não, dependendo do contexto cultural em que são encontradas. As
inteligências são sempre uma interação entre as inclinações biológicas e as oportunidades
de aprendizagem que existem numa cultura.
A Teoria das Inteligências Múltiplas de Gardner oferece uma boa base para a
percepção da influência da aptidão na aquisição de uma habilidade. A manifestação das
aptidões sofre uma forte influência dos tipos de inteligência, o que incide na aquisição das
habilidades e no desenvolvimento da competência do profissional de TI frente aos papéis
exercidos durante o processo de desenvolvimento de software
A aptidão possui papel preponderante na aquisição de uma habilidade, pois por mais
completo que seja o conhecimento em uma área do saber e por maior que seja o interesse,
um indivíduo que não possua aptidão pode adquirir uma habilidade, apenas quando
despende um esforço considerável.
1.3.1.3. O interesse na aquisição de uma habilidad e
Claxton (1987, p.215) afirma que as pessoas aprendem com mais urgência o que vai
ao encontro de suas necessidades. Com base nesta afirmação, Sacristán (1998, p.43)
pondera que tudo o que se distanciar das preocupações e interesses de um indivíduo, se
não estiver relacionado de alguma maneira com a satisfação de uma necessidade, com a
realização de um desejo ou com a diminuição de um risco, dificilmente poderá converter-se
em um conteúdo significativo e relevante.
Como o interesse é um conceito subjacente à motivação, pode-se afirmar que o
interesse possui três propriedades: direção, intensidade e permanência, conforme
Maximiano (2007, p.250).
A direção (o que eu desejo saber) envolve o objetivo a ser alcançado, que no caso, é
a aquisição de uma determinada habilidade. A intensidade (o quanto eu quero saber)
envolve a magnitude do interesse, ou seja, o quanto se deseja a aquisição de uma
determinada habilidade. A permanência (por quanto tempo eu desejo saber) envolve a
45
duração do interesse, ou seja, por quanto tempo perdura o desejo pela aquisição de uma
determinada habilidade.
Desta forma, o interesse (querer poder fazer) pode ser definido como o desejo de
desenvolver uma habilidade pela qual um indivíduo venha a satisfazer necessidades ou
obter algum tipo de prazer, conforme sugere o seu tipo psicológico.
Esse tema constitui em importante elemento no desenvolvimento da competência. É
justamente por estar motivado que um indivíduo busca a aquisição de uma habilidade,
alcança um bom desempenho, obtêm uma qualificação e estabelece sua competência.
Além disso, como será abordado neste item, o tipo psicológico pode estar
intimamente associado à forma como os indivíduos buscam satisfazer as suas necessidades
e procuram obter prazer.
Dubrin (2003, p.110) define motivação como um processo pelo qual o
comportamento é mobilizado e sustentado no interesse da realização de uma meta que é
alcançada com o dispêndio de esforço. Como as pessoas são diferentes umas das outras,
o que motiva uma pessoa em certo momento, pode não motivar a outra no mesmo instante
(GIL, 2001, p.210).
As pessoas são diferentes umas das outras e os estímulos para a obtenção de
satisfação não são os mesmos para todos. Diferenças individuais afetam significativamente,
não só a interpretação de um desejo, mas também a compreensão da maneira particular
como as pessoas agem na busca de seus objetivos (BERGAMINI, 1997, p.32). Assim,
conforme Robbins (2002, p.151), a motivação é o resultado da interação do indivíduo com a
situação na qual ele se encontra, e que o nível da motivação varia tanto entre os indivíduos,
como em cada indivíduo, dependendo da situação.
Covey (2004, p.22, 23) afirma que é possível associar as necessidades às
dimensões humanas e apesar de não existir um estudo conclusivo sobre essas dimensões,
o autor afirma que as seis principais religiões do mundo concordam sobre o corpo, a alma e
o espírito. Considerou a alma como duas dimensões distintas: a mente e a emoção, a fim de
estabelecer necessidades próprias a cada uma delas, concluindo quatro dimensões: corpo,
coração, mente e espírito, numa hierarquia em que o espírito é a dimensão central ao redor
da qual orbitam as demais dimensões representadas na Figura 7.
O autor associou uma necessidade a cada uma das dimensões humanas. Ao
espírito ele associou a necessidade de significado e contribuição. À mente ele associou a
necessidade de crescimento e desenvolvimento. Ao coração ele associou a necessidade de
relacionamento. E ao corpo ele associou à necessidade de sobrevivência.
46
Figura 7 – Necessidades associadas às dimensões hum anas
(COVEY, 2004, p.23)
Além disso, Covey elegeu um verbo para satisfazer cada uma das necessidades.
Assim, para satisfazer a necessidade de sobrevivência ele usou o verbo viver, para
satisfazer a necessidade de relacionamento ele usou o verbo amar, para satisfazer a
necessidade de desenvolvimento ele usou o verbo aprender e para satisfazer a necessidade
de significado e contribuição ele usou a expressão “deixar um legado”, conforme
representado no Quadro 3:
Quadro 3 – Necessidades associadas às dimensões hum anas (COVEY, 2004, p. 83)
Dimensão Humana Necessidade Verbo Corpo Sobrevivência Viver Mente Crescimento e Desenvolvimento Aprender
Coração Relacionamento Amar Espírito Significado e Contribuição Deixar um legado
Fonte: Covey, 2004, p.83
A proposição de Covey foi escolhida justamente pela divisão das necessidades em
quatro categorias, as quais se pode associar as duas funções da percepção, Sensação e
Intuição, e as duas funções de julgamento, Pensamento e Sentimento, levando em conta
que o tipo psicológico pode influir consideravelmente na premência das necessidades, e,
portanto, no interesse de um indivíduo desenvolver certas habilidades.
No entanto, é conveniente realizar algumas adaptações na terminologia
empregada, que retratado no Quadro 4:
Quadro 4 – Necessidades associadas às dimensões hum anas (proposto pela autora)
Dimensão Humana Necessidade Verbo Corpo Sobrevivência Produzir
Emoção Relacionamento Interagir Razão Capacitação Aprender Espírito Realização Conceber
47
Assim, um indivíduo deve produzir para garantir a sobrevivência, interagir para
ampliar os relacionamentos, aprender para desenvolver a capacitação e empreender para
alcançar a realização. Além disso, percebe-se uma identificação clara das dimensões
humanas com os tipos Intuição, Sensação, Pensamento e Sentimento.
A função Sensação está ligada ao corpo, pois é por meio dos cinco sentidos que o
ambiente é percebido, e a partir dessa percepção o indivíduo produz condições de
subsistência e segurança, a fim de satisfazer a necessidade de sobrevivência.
A função Sentimento está ligada à emoção, pois é por meio dela que o indivíduo
interage com os demais, a fim de satisfazer a necessidade de relacionamento.
A função Pensamento está ligada a razão, pois é por meio dela que o indivíduo
aprende princípios, critérios, convenções e demais mecanismos que norteiam suas
escolhas, a fim de satisfazer a necessidade de capacitação, que em última instância está
ligada a tomada de decisão.
A função Intuição está ligada ao espírito, pois é por meio dele que o indivíduo
concebe possibilidades futuras voltadas ao bem comum, a fim de satisfazer a necessidade
de realização.
Não significa, contudo, que um tipo psicológico tenha uma única necessidade. Ele
apenas atribui maior importância ao atendimento de certa necessidade, e por isso, tende a
relegar para segundo plano o atendimento das demais.
No entanto, é preciso considerar que o homem é um ser social, pois se constitui por
meio das relações sociais que estabelece com outros homens e com a natureza, sendo
produto e produtor destas relações num processo histórico (VYGOTSKY, 1998, p.8 a 11).
Sacristán (2002, p.16) afirma que o ser humano nasce, constrói-se, realiza-se e
alcança a sua plenitude relacionando-se com os semelhantes, dos quais toma humanidade
e sobre os quais projeta a sua própria humanidade. Os indivíduos ancoram no mundo,
primeiramente, transformando-o em uma complexa rede de relações, interdependência e
sentimentos para com os seus semelhantes. Tornam-se humanos porque são seres sociais
e chegam a ser indivíduos graças a esta condição. Portanto, além de suprir as suas próprias
necessidades, um indivíduo deve suprir as necessidades de outros indivíduos com os quais
convive, o que amplia a proposição, conforme retratado no Quadro 5.
De forma que, um indivíduo deve prover, para que o outro possa produzir e assim
garantir sua sobrevivência. Intermediar para que o outro possa interagir e assim ampliar
seus relacionamentos. Ensinar para que o outro possa aprender e assim desenvolver sua
capacitação. Inspirar para que o outro possa empreender e assim alcançar a realização.
48
Quadro 5 – Necessidades associadas aos tipos psicol ógicos (proposto pela autora)
Ação Dimensão Necessidade Tipo
Psicológico A si próprio Aos outros
Corpo Sobrevivência Sensação Produzir Prover
Emoção Relacionamento Sentimento Interagir Intermediar
Razão Capacitação Pensamento Aprender Ensinar
Espírito Realização Intuição Empreender Inspirar
Dessa forma, é razoável pensar que o despertamento do interesse sofre uma forte
influência do tipo psicológico, o que incide na aquisição das habilidades e no
desenvolvimento da competência do profissional de TI frente aos papéis exercidos durante o
processo de desenvolvimento de software.
Além disso, a aquisição das habilidades propostas por Zarifian (2003, p.166) pode
ser associada a uma necessidade, a uma dimensão humana e ao tipo psicológico, a partir
das ações que lhe são próprias. Para ampliar a identificação das categorias de habilidades
serão adotados termos utilizados por outros autores, como Katz (1955), Mintzberg (1973),
Maximiano (2007, p.82 e 93) e Fleury & Fleury (2001, p.45 a 55), conforme representado no
Quadro 6:
Quadro 6 – Habilidades próprias ao tipo psicológico (proposto pela autora)
Ação Necessidade Dimensão Tipo
Psicológico A si próprio Aos outros
Habilidades
Sobrevivência Corpo Sensação Produzir Prover Técnicas
Produtivas Operacionais
Relacionamento Emoção Sentimento Interagir Interceder Relacionais Humanas Sociais
Capacitação Razão Pensamento Aprender Ensinar Organizacionais
Conceituais Normativas
Realização Espírito Intuição Empreender Inspirar Inovativas
Empreendedoras Estratégicas
O interesse possui papel preponderante na aquisição de uma habilidade, pois por
mais completo que seja o conhecimento em uma área do saber e por mais evidente que
seja a aptidão, sem interesse um indivíduo pode até adquirir uma habilidade, mas sem, no
entanto, explorar o seu potencial.
49
1.3.1.4. Conclusão na aquisição de uma habilidade
Dentro do contexto do desenvolvimento da competência, surgem importantes
definições. A habilidade como a capacidade de aplicar o conhecimento adquirido a partir do
emprego de aptidões próprias a esta habilidade e do interesse despertado no indivíduo. O
conhecimento como um conjunto de informações percebidas no ambiente e julgadas
relevantes na aquisição de uma habilidade. A aptidão como a propensão ao
desenvolvimento de uma habilidade. O interesse como o desejo de adquirir uma habilidade.
Embora esta pesquisa baseie-se apenas na fase de aquisição das habilidades do
desenvolvimento da competência, supõe-se que naturalmente os tipos de inteligência e o
tipo psicológico possuam uma forte influência nas demais fases: na obtenção da
qualificação, no alcance de um bom desempenho e no estabelecimento da competência.
1.3.2. Obtenção de qualificação
A obtenção da qualificação (saber fazer reconhecido) acontece a partir da aquisição
de um conjunto de habilidades (saber fazer), da formação requerida no contexto profissional
(certificação do saber fazer) e do respeito à ética (saber fazer em conformidade com os
valores éticos instituídos) e rigor técnico (saber fazer em conformidade com as exigências
técnicas requeridas pelas dimensões de qualidade estabelecidas), conforme representado
na figura 8.
Figura 8 – Obtenção de qualificação
(elaborado pela autora)
50
Assim, caso um indivíduo adquira um conjunto de habilidades e possua uma
formação, mas não demonstre respeito à ética e rigor técnico, ele sabe fazer, mas a falta de
conformidade faz dele um profissional não respeitado. Caso um indivíduo adquira um
conjunto de habilidades e demonstre respeito à ética e rigor técnico, mas não possua a
formação requerida no contexto profissional pretendido, ele sabe fazer, mas a falta de
certificação faz dele um profissional não reconhecido. E finalmente, caso um indivíduo
possua a formação requerida no contexto profissional pretendido e demonstre respeito à
ética e rigor técnico, mas não possua o conjunto de habilidades requeridas, a falta dessas
habilidades faz dele um profissional que não sabe fazer.
Segundo Dugué e Maillebouis (1994), a noção de qualificação aparece com o
taylorismo, numa época em que os procedimentos de fabricação estão estabilizados e
cientificamente dominados. Em contrapartida, a noção de competência aparece com as
profundas transformações do aparelho de produção e das políticas de mão-de-obra. O
sistema de qualificação é bem adaptado a contextos estáveis, pois repousa em referências
permanentes, como os postos de trabalho, cuja classificação é determinada de maneira
estática.
Schwartz (1990) apud Roche (1999, p.41), afirma que a dimensão conceitual da
qualificação, que se refere à formação e ao diploma, é de importância capital em qualquer
uso profissional da noção de qualificação. O diploma é percebido como a interface entre a
formação e o emprego, ou a oportunidade para o crescimento profissional, ao garantir uma
qualificação e uma remuneração.
No entanto, segundo Roche (1999), a qualificação por si mesma é insuficiente para
satisfazer as exigências do atual mundo do trabalho, que requer a lógica do ser em
detrimento da lógica do ter. Quando se tem alguma coisa, se tem por toda a vida, mas
quando se é alguma coisa, se é momentaneamente, de maneira transitória e contingente.
Passando de uma lógica do ter, para uma lógica do ser, o indivíduo evolui de uma lógica de
certeza para uma lógica de incerteza, da estabilidade para a instabilidade, da permanência
para a transformação, em que competente em uma dada situação, pode não o ser em outra.
Competente em certo período de sua vida, se não evoluir, pode não o ser em outro
momento.
Essa lógica do ser impõe uma dinâmica, uma atitude adaptadora permanente, uma
visão de transformação, ausente na concepção da qualificação e da certificação. O sistema
de formação admite seu valor certificativo do diploma, mas não pode aceitar o caráter
preditivo de competência, pois a formação por si só não é suficiente para tornar um
indivíduo qualificado para um agir competente.
Com base na premissa de que o saber só existe em ação, a formação deve ser
integrada ao trabalho, pois é nele que se encontra a excelência. No âmbito das
51
organizações e na formação continuada, há uma verdadeira integração dos dispositivos de
formação aos dispositivos de trabalho, de forma a permitir a adaptabilidade profissional, com
vistas ao alcance de um bom desempenho e ao estabelecimento da competência.
1.3.2.1. A formação na obtenção da qualificação
Ainda segundo Dugué e Maillebouis (1994), a posse de um diploma que certifica uma
formação está associada a direitos precisos e duráveis, que imprime ao sistema de
qualificação uma importante limitação, quase como um obstáculo a adaptação dos
profissionais às exigências de mercado.
A noção de qualificação está associada a uma visão estática do mundo do trabalho,
em que os diplomas são adquiridos de uma vez por todas, dando à noção de qualificação
uma dimensão estabilizadora, como se a área de conhecimento a qual ele envolve, não
sofresse alterações em um mundo de tão constantes e profundas transformações.
Além disso, a abundância dos diplomas frente às necessidades do mercado de
trabalho produz uma perda de legitimidade destes certificados, que deixam de servir como
ferramentas de adequação entre a oferta e a procura de trabalho.
Os autores afirmam que os diplomas validam os saberes, mas não conferem ao
sujeito a combinação harmoniosa do conjunto de conhecimentos com o saber ser, requerida
para responder às necessidades de uma situação em particular, em um dado momento.
Nem, contudo, remetem a uma mistura de saber e de comportamento que confere um lugar
preponderante ao “saber ser” e ao investimento psicológico do indivíduo.
A formação possui papel preponderante na obtenção da qualificação, pois por mais
habilidades que um indivíduo possua e por maior que seja a sua conformidade ética e rigor
técnico, sem a posse de um diploma ou certificado, ele não é tido como um profissional
reconhecido em uma atividade profissional, restringindo as oportunidades de
desenvolvimento de sua competência.
1.3.2.2. O respeito á ética e o rigor técnico na o btenção da qualificação
Ora, se a qualificação, conforme comenta Zarifian (2003, p.36), é a caixa de
ferramentas que o profissional possui para realizar o seu trabalho e a competência é a
maneira como ele usa suas ferramentas e tudo o mais que seja necessário para realizar o
seu trabalho, é preciso ainda considerar o respeito à ética e o rigor técnico.
O modelo de competência proposto por Zarifian (2003, p.24) envolve quatro temas
no agir competente: a tomada de iniciativa, a tomada de responsabilidade, o poder da
cooperação e a exigência de rigor. Esses temas estão intimamente ligados ao respeito à
52
ética e ao rigor técnico, e um indivíduo não pode ser tido como qualificado se não estiver
ciente dos valores éticos instituídos e as exigências técnicas da sua área de atuação.
Além disso, se a competência pode ser definida como a tomada de iniciativa e de
responsabilidade do indivíduo sobre os problemas e eventos que enfrenta em situações
profissionais (ZARIFIAN, 2003, p.139), conclui-se, que um indivíduo não pode ser tido como
competente, não importa o seu nível de formação, sem respeito à ética e rigor técnico.
Muito embora, exista uma grande variação entre o conjunto de valores de uma
empresa e outra, Corrêa & Corrêa (2006, p.236) sugere uma lista de valores, a título de
exemplo, que parece abranger valores comuns a grande maioria das atividades profissionais
e que pode ser adotada por um indivíduo como base para a sua atuação. Essa lista atrelada
a questão da responsabilidade tão bem colocada por Zarifian, é retratado no Quadro 7.
Quadro 7 – Valores Éticos
Categoria Valores Confiabilidade Honestidade
Integridade Cumprimento de promessas Lealdade
Respeito Autonomia Privacidade Dignidade Cortesia Tolerância
Responsabilidade Resposta pelas iniciativas Resposta pelo alcance Resposta pelos efeitos Resposta pelas conseqüências
Solidariedade Compaixão Consideração Compartilhamento Bondade
Justiça Imparcialidade Consistência Equidade Igualdade Direito de defesa
Cidadania Respeito às leis Responsabilidade social Proteção ao meio ambiente
Fonte: Adaptado de Corrêa & Corrêa (2006, p.236) e Zarifian (2003, p.139).
Assim, como a ética está associada aos valores a serem observados em um
contexto profissional, o rigor técnico está associado às exigências técnicas requeridas pelas
dimensões de qualidade estabelecidas em um contexto profissional.
Segundo Corrêa & Corrêa (2206, p.180 a 202), vários autores se dedicam à questão
da qualidade, entre eles, David A. Garvin que propõe oito dimensões da qualidade que
53
podem ser relevantes para a delimitação do rigor técnico requerido por um profissional em
qualquer atividade profissional, conforme representado no Quadro 8:
Quadro 8 – Dimensões da qualidade
Dimensão da Qualidade Descrição Desempenho Preocupação com as características operacionais de um produto ou
serviço resultante de uma atividade profissional. Características adicionais Preocupação com características adicionais a serem incluídas em um
produto ou serviço resultante de uma atividade profissional. Confiabilidade Preocupação com a disponibilidade de um produto ou serviço
resultante de uma atividade profissional. Conformidade Preocupação com a conformidade de um produto ou serviço
resultante de uma atividade profissional, quanto às expectativas de seus usuários.
Durabilidade Preocupação com o tempo de vida, resistência de uso ou necessidade de manutenção de um produto ou serviço resultante de uma atividade profissional.
Manutenção Preocupação com a facilidade, custo e freqüência de manutenção de um produto ou serviço resultante de uma atividade profissional.
Estética Preocupação com o aspecto e a impressão causada por produto ou serviço resultante de uma atividade profissional.
Percepção Preocupação com a agregação de valor que um produto ou serviço resultante de uma atividade profissional deve proporcionar aos seus usuários.
Fonte: Adaptado de Garvin, conforme Corrêa & Corrêa (2006, p.200).
O respeito à ética e o rigor técnico possuem papel preponderante na obtenção da
qualificação, pois por mais habilidades que um indivíduo possua e por melhor que seja a sua
formação, sem conhecer e respeitar os valores éticos e as exigências técnicas, ele não é
tido como um indivíduo qualificado para uma atividade profissional, comprometendo o
desenvolvimento de sua competência.
1.3.2.3. Conclusão na obtenção da qualificação
Dentro do contexto do desenvolvimento da competência, surgem importantes
definições. A formação como o processo pelo qual um indivíduo obtém um certificado que o
habilita para exercer uma atividade profissional. O respeito à ética como a observância do
sistema de valores instituído dentro de um contexto profissional com vistas ao bem comum
(MAXIMIANO, 2007, p.214). O rigor técnico como a observância das exigências técnicas
requeridas pelas dimensões de qualidade estabelecidas dentro de um contexto profissional
(CORRÊA & CORREA, 2206, p.180 a 202).
54
1.3.3. Alcance de um bom desempenho
O alcance de um bom desempenho (fazer bem feito) no exercício de uma atividade
profissional acontece na medida em que um indivíduo qualificado aproveita uma
oportunidade (chance de fazer) de exercer suas habilidades (saber fazer) a partir da adoção
de uma atitude correta (querer fazer), conforme representado na Figura 9.
Assim, caso um indivíduo qualificado para a execução de uma atividade possua a
atitude favorável ao fazer, mas não surgir uma oportunidade, ele não poderá alcançar um
bom desempenho. Caso surja uma oportunidade para um indivíduo qualificado, mas ele não
apresente uma atitude favorável, ele não alcançará um bom desempenho. E finalmente,
caso surja uma oportunidade e haja uma atitude favorável, mas o indivíduo não esteja
qualificado, ele também não alcançará um bom desempenho.
Figura 9 – Alcance de um bom desempenho
(elaborado pela autora)
Corrêa & Corrêa (2006, p.159) apresentam duas dimensões no desempenho: a
eficácia e a eficiência. A eficácia refere-se ao alcance dos objetivos a serem atingidos com
uma atividade profissional. A eficiência refere-se ao quão econômico se mostra o seu
empenho e os recursos aplicados numa atividade profissional.
Zarifian (2003, p.128) defende que não pode responsabilizar exclusivamente o
profissional por um bom desempenho, pois o desempenho nunca dependeu tanto da ação
coletiva, sustentada por relações de ajuda e apoio mútuos, por meio de trocas
intersubjetivas. A organização deve controlar os resultados do desempenho, mas deve fazê-
lo de forma clara, considerando todos os parâmetros reais e interações que os geram.
55
Não se deve confundir a avaliação de desempenho da organização com a
avaliação de competência de um indivíduo. A primeira se gerencia no cotidiano, de forma
coletiva e segundo dispositivos estabelecidos pela organização para esse objetivo. A
segunda deve ser avaliada a longo prazo, individualmente e segundo dispositivos que
consideram as variáveis próprias à lógica da competência.
A questão fundamental é em que medida o desenvolvimento e a mobilização da
competência dos indivíduos, de um lado, e as modalidades e os critérios de gestão do
desempenho da organização, de outro, são coerentes entre si?
Avaliar o desempenho econômico diretamente transforma o indivíduo em um
simples instrumento, desrespeita a sua individualidade e o submete a uma pressão e
estresse permanente, propagando a ilusão de que esse indivíduo, sozinho seria responsável
por um desempenho que não é possível individualmente.
Zarifian (2001, p.84) defende que um indivíduo não pode ser responsabilizado
quando não sabe o que fazer ou por que fazer. O resultado de uma atividade não pode ser
medido mecanicamente, sem haver uma penetração no seu sentido, pois existe uma relação
profunda entre a dimensão moral do assumir responsabilidade e o sentido que o indivíduo
atribui ao seu trabalho. A organização deve se responsabilizar por:
� Dar sentido aos objetivos de desempenho da organização, com base em
implicações que devem ser enfrentadas por ela;
� Definir compromissos recíprocos, em que os profissionais se responsabilizam pelo
resultado do seu agir competente e a organização se responsabiliza por prover as
condições necessárias para o alcance deste resultado, explicitando as formas de
controle desses compromissos;
� Praticar a delegação de confiança, como recíproca à responsabilidade assumida.
Quando uma organização assume essa responsabilidade, ela está dando as
condições para que o profissional, uma vez qualificado, crie uma atitude positiva, quanto aos
objetivos da organização e as oportunidades de desenvolvimento de sua competência que
ela pode oferecer. Seu desempenho será coerente com o respeito à ética e o rigor técnico
constituídos durante a obtenção de sua qualificação.
56
1.3.3.1. A atitude no alcance de um bom desempenho
Para Robbins (2002, p.66) atitudes são afirmações avaliadoras, favoráveis ou
desfavoráveis, em relação a objetos, pessoas ou eventos, e refletem como um indivíduo se
sente em relação a eles.
Michener et al (2005, p.172 , 173), afirma que os componentes da atitude são:
� Cognição – envolve a criação de um rótulo a ser atribuído a objetos, pessoas ou
eventos, as regras para atribuição deste rótulo e a estrutura de conhecimento
associada ao rótulo.
� Avaliação – envolve o processo de avaliação para atribuir um rótulo a um objeto,
uma pessoa ou um evento.
� Comportamento – envolve as ações intencionais a serem executadas em função do
resultado de uma avaliação realizada para atribuição de um rótulo a um objeto, uma
pessoa ou um evento.
Segundo o autor, para que uma atitude seja adotada, em primeiro lugar o indivíduo
avalia se há um rótulo que possa ser atribuído ao objeto, pessoa ou evento. Caso não
encontre, ele parte para a criação de um novo rótulo, que passa a fazer parte do acervo de
rótulos do indivíduo. Uma vez atribuído o rótulo, o indivíduo procura executar as ações
associadas a ele, que podem ser favoráveis ou desfavoráveis. Neste momento, o indivíduo
pode decidir pela inclusão de mais ações a serem associadas ao rótulo ou não.
Assim, quando um indivíduo adquire uma habilidade, quer por aptidão ou por
interesse, deve acreditar que tal habilidade uma vez exercida em um contexto real, possa
render um bom desempenho, trazer bons resultados, ser vista com bons olhos e não traga
riscos à sua integridade física, ou não poderá aproveitar as oportunidades que surgirem
para exercício desta habilidade. Ele precisa acreditar que o exercício da habilidade é
coerente com os seus objetivos.
Michener et al (2005, p.173, 174) afirma que para que uma atitude seja adotada, o
indivíduo avalia se as conseqüências são positivas ou negativas, associa uma estimulação
repetida freqüentemente a qual associa o objeto, a pessoa ou o evento, ou ainda, observa
como outros indivíduos estão se comportando.
A atitude possui papel preponderante no alcance de um bom desempenho, pois por
maiores que sejam as habilidades adquiridas por um indivíduo qualificado e por melhor que
seja a oportunidade que surja para que ele exerça estas habilidades, se ele não possuir a
atitude correta, ele jamais poderá apresentar um bom desempenho.
57
1.3.3.2. A oportunidade no alcance de um bom desem penho
Hamel e Prahalad (1995, p.2, 26, 36) defendem que o que impulsiona a melhoria e
transformação organizacional é a visão das oportunidades futuras. Eles afirmam que um dos
quatro elementos rumo a uma nova visão estratégica é o processo para descoberta e
percepção das oportunidades potencialmente disponíveis.
No entanto, para que as oportunidades sejam aproveitadas, a organização deve
possuir condições apropriadas, com o risco de perder oportunidades valiosas. Diante de
uma oportunidade, talvez não haja tempo hábil para que a organização reúna as condições
necessárias, principalmente se estas condições envolvem a aquisição de habilidades
estranhas a organização. Considerando que habilidades não são adquiridas de um dia para
outro, se os concorrentes prepararem seus colaboradores com antecedência, eles poderão
abocanhar uma maior fatia do mercado, e quando finalmente a organização reunir as
condições adequadas, já é tarde demais. Todo o investimento redunda em fracasso.
Com base nessa abordagem sobre a oportunidade, alguns fatores podem ser
estabelecidos em relação ao aproveitamento de uma oportunidade por um indivíduo
qualificado no alcance de um bom desempenho:
� Fator circunstancial – envolve um conjunto de condições favoráveis a demonstração
de uma habilidade.
� Fator temporal – envolve limitação de tempo para a demonstração de uma
habilidade.
� Fator perceptivo – envolve uma visão aguçada para a demonstração de uma
habilidade.
Caso as condições sejam favoráveis para o aproveitamento de uma oportunidade
percebida, mas não haja tempo hábil, não há como demonstrar uma habilidade. Caso as
condições sejam favoráveis e ainda esteja dentro do prazo, mas não haja uma percepção
quanto à existência da oportunidade, as condições podem se alterar ou o prazo se esgotar,
e não há como demonstrar uma habilidade. Caso haja a percepção de uma oportunidade e
haja tempo hábil, mas não existam condições favoráveis, indivíduos melhor preparados
podem aproveitá-la, impedindo ou prejudicando a demonstração de uma habilidade.
A oportunidade possui papel preponderante no alcance de um bom desempenho,
pois por maiores que sejam as habilidades adquiridas por um indivíduo qualificado e por
mais favorável que seja sua atitude em relação ao exercício dessas habilidades, caso não
surja uma oportunidade, ele não poderá apresentar um bom desempenho.
58
1.3.3.3. Conclusão no alcance de um bom desempenho
Dentro do contexto do desenvolvimento da competência, surgem importantes
definições. Desempenho como a medida de eficácia e eficiência alcançada por um indivíduo
qualificado no exercício de uma atividade. Um bom desempenho como o alcance de bons
níveis de eficácia e eficiência por um indivíduo qualificado no exercício de uma habilidade. A
atitude como a predisposição de aproveitar uma oportunidade de exercer habilidades na
qual um indivíduo é qualificado. A oportunidade como a percepção de um conjunto de
circunstâncias favoráveis dentro de um limite de tempo para o exercício de habilidades nas
quais um indivíduo está qualificado.
1.3.4. Estabelecimento da competência
O estabelecimento da competência (saber ser) acontece a partir da obtenção de
qualificação (saber fazer reconhecido), do alcance de um bom desempenho (fazer bem
feito) e da mobilização do conhecimento (prover respostas simples, econômicas, rápidas e
efetivas), conforme representado na figura 10.
Figura 10 – Estabelecimento da competência
(elaborado pela autora)
Assim, caso um indivíduo tenha obtido qualificação para exercer uma atividade
profissional e tenha alcançado um bom desempenho num conjunto de habilidades, mas não
seja capaz de mobilizar o conhecimento para prover respostas simples, econômicas, rápidas
e efetivas, ele será capaz de fazer, mas de forma limitada. Caso um indivíduo tenha obtido
qualificação para exercer uma atividade profissional e seja capaz de mobilizar o
conhecimento, mas não alcance um bom desempenho, ele será capaz de fazer, mas sem
59
eficácia e eficiência. E caso, um indivíduo alcance um bom desempenho e consiga mobilizar
o conhecimento, mas não tenha obtido qualificação para exercer uma atividade profissional,
ele será capaz de fazer, mas sem reconhecimento.
Significa que o bom desempenho pode ser alcançado, independente da qualificação
obtida, assim como a qualificação pode ser alcançada, sem que o indivíduo venha a
alcançar um bom desempenho, nas atividades para as quais esteja qualificado. Pode ser
que para um conjunto de habilidades, o indivíduo apresente um arranjo entre qualificação e
desempenho, e para outro conjunto, o indivíduo apresente um arranjo totalmente diferente.
No entanto, independente da variação desses arranjos, a mobilização do conhecimento é a
condição imprescindível no estabelecimento da competência.
A mobilização do conhecimento possui papel preponderante no estabelecimento da
competência, pois por melhor que seja a qualificação obtida e o desempenho alcançado, se
o profissional não for capaz de mobilizar o conhecimento, não terá estabelecido sua
competência.
1.3.4.1. A mobilização do conhecimento no estabelec imento da competência
A mobilização do conhecimento (prover respostas simples, econômicas, rápidas e
efetivas) acontece com a vivência de situações profissionais (memória prática acumulada do
fazer) e com a disposição para a prática do ensino (ensinar saber fazer), a partir das quais
são construídos esquemas mentais (estruturação do saber decorrentes da alocação dos
saberes por meio de análises, sínteses, inferências, generalizações, analogias, associações
e transferências), conforme representado na figura 11.
Figura 11 – Mobilização do conhecimento
(elaborado pela autora)
60
1.3.4.2. A vivência profissional na mobilização do conhecimento
Zarifian (2001, p.150 a 162) discorre sobre a relevância da experiência no
desenvolvimento da competência e em vários momentos cita as tentativas mal sucedidas, a
necessidade de retificação de erros e das lições aprendidas, o que sugere que a vivência
profissional prevê experiências positivas e negativas. Nas experiências positivas, os
resultados trazem as soluções esperadas em certa situação, o que leva a criação de um
conjunto de melhores práticas. Nas experiências negativas, embora os resultados não
tenham sido favoráveis, elas devem ser utilizadas para a criação de um conjunto das lições
aprendidas.
No entanto, experiências, sejam elas positivas ou negativas, não são suficientes no
estabelecimento da competência, pois é o nível de desafio imposto pelas situações devido
sua complexidade e variabilidade que define a riqueza dessa vivência profissional e mobiliza
o conhecimento, indispensável no estabelecimento da competência (CEB nº16/99, 1999, p.
33, 34 e 47).
Caso o indivíduo acumule experiências positivas e negativas, mas essas
experiências aconteçam em um baixo nível de desafio, em situações rotineiras e previsíveis,
não há como mobilizar o conhecimento, nem tampouco enriquecê-lo com melhores práticas
e lições aprendidas. Caso o indivíduo, enfrente um alto nível de desafio, mas não possua o
preparo suficiente para obter experiências positivas que podem prover o equilíbrio com as
experiências negativas e subsidiar as melhores práticas, ele pode ter a sua reputação
profissional comprometida. Caso o indivíduo, enfrente um alto nível de desafio e possua o
preparo suficiente para obter apenas experiências positivas, ele pode desenvolver certo
descuido em situações futuras, pois são justamente as experiências negativas que
subsidiam as lições aprendidas e deixam o profissional mais alerta.
A vivência profissional possui papel preponderante na mobilização do conhecimento,
pois por maior que seja a sua disposição para a prática do ensino e sua capacidade de
utilizar esquemas mentais, um profissional não será capaz de mobilizar seu conhecimento,
se não possuir uma ampla vivência profissional.
1.3.4.3. A disposição para o ensino na mobilização do conhecimento
Entre as várias situações a serem enfrentadas por um profissional competente,
Zarifian (2001, p.168, 169) destaca as situações formadoras, que são aquelas em que o
profissional é levado a transmitir seu saber fazer, seja por intervenção em um treinamento
formal ou por qualquer tipo de ajuda ou orientação a colegas menos preparados em sua
área de atuação.
61
O autor ressalta a importância da dupla vantagem desse tipo de situação. A primeira
é que força o profissional a uma reflexão sobre suas habilidades, de modo a ordenar,
formalizar e completar o conhecimento envolvido, que nada mais é do que mobilizar o
conhecimento. A segunda é que as situações de formação promovem uma ética de ajuda e
solidariedade, coerentes com o princípio de cooperação, intrínseco ao conceito de
competência.
Interessante observar que na dinâmica do desenvolvimento da competência, a
aquisição de habilidades não só inicia o ciclo, como também o fecha, pois não há como
estabelecer uma competência, de fato, sem a prática do ensino. E o ensino é justamente
prover outro indivíduo das condições para a aquisição de habilidades, que por sua vez serão
a base para o desenvolvimento de sua competência.
O agir competente requer que o profissional não apenas transmita o conhecimento,
mas também incentive o outro a descobrir suas aptidões e despertar seus interesses na
aquisição de habilidades.
Caso um profissional qualificado e com bom desempenho se disponha a transmitir o
conhecimento e descobrir as aptidões de outro indivíduo, mas não desperte o interesse pela
aquisição de uma habilidade, o outro poderá aprender a fazer, mas sem empenho. Caso um
profissional qualificado e com bom desempenho se disponha a transmitir o conhecimento e
desperte o interesse de outro indivíduo pela aquisição de uma habilidade, mas não
considere suas aptidões, o outro poderá aprender a fazer algo, mas com muito esforço.
Caso um profissional qualificado e com bom desempenho considere as aptidões e desperte
o interesse de outro indivíduo na aquisição de uma habilidade, mas não transmita o
conhecimento necessário, o outro poderá aprender a fazer, mas precariamente.
A disposição para o ensino possui papel preponderante na mobilização do
conhecimento, pois por maior que seja a vivência de um profissional e por mais ampla a
utilização de esquemas mentais, um profissional não será capaz de mobilizar seu
conhecimento, se não se dispor para a prática do ensino.
1.3.4.4. A utilização de esquemas mentais na mobili zação do conhecimento
Segundo Sternberg (2000, p.328), vários pesquisadores concluíram que a
mobilização do conhecimento pode ser potencializada com o uso de esquemas mentais.
Chi et all (1982) define que um esquema mental é uma estrutura de informação
modificável, que comporta estruturas genéricas de conceitos armazenados na memória de
longo prazo. Glaser (1987) afirma que um esquema mental pode ser comparado a uma
teoria científica ou uma espécie de modelo interno utilizado, adaptado e testado a fim de
62
prever as características de uma nova situação encontrada, a partir da constituição de uma
rede de inter-relações entre sujeitos, situações e acontecimentos.
Sternberg (2000, p.328) define que um esquema mental é uma representação
cognitiva, esquemática e reduzida de uma realidade exterior e das ações possíveis que o
indivíduo possa obter dessa realidade, na forma de um protótipo de situações vividas
utilizadas para reconhecer, representar, interpretar e integrar os novos conhecimentos
ligados a essas situações.
Segundo os Referenciais Curriculares Nacionais da Educação Profissional de Nível
Técnico (MEC, 2000, p.10), esquemas mentais são decorrentes da alocação dos saberes
por meio de análises, sínteses, inferências, generalizações, analogias, associações e
transferências.
Conforme Zarifian (2001, p.113) esquemas mentais são imprescindíveis na medida
em que situações inusitadas exijam soluções imediatas para questões críticas à
organização, além de se apresentarem como instrumento ideal para a formação de
competência em outras instâncias ou dimensões.
Conforme Costa (1999), a mobilização do conhecimento acontece a partir de uma
ação progressiva e endógena de abstração, que se constitui na própria atividade mental e
que define o limite e a progressão do conhecimento.
A abstração vem do latim “abs-trahere”, que significa retirar, arrancar, extrair algo de
alguma coisa. A mobilização do conhecimento está restrita ao que o indivíduo pode
assimilar do que é observável ou do que não é observável do objeto ou situação que está
vivenciando.
Segundo a autora, o indivíduo extrai apenas aquilo que seus esquemas mentais
permitem retirar naquele momento. Esses esquemas são a síntese das experiências
anteriores. Caso os esquemas não sejam suficientes, o indivíduo os modifica por
acomodação para que possam enfrentar os desafios ao nível das transformações da
realidade, modifica suas hipóteses e concepções anteriores, em face das perturbações
provocadas pelas situações novas. Em função das novas formas de assimilação surgidas
durante o processo de acomodação, o indivíduo transforma-se em função das resistências
impostas pelo objeto. Neste sentido, os desafios, as resistências, as perturbações e os erros
são fatores importantes porque provocam a construção de novos e mais sofisticados
esquemas mentais.
Stenrberg (2000, p.393 e 433) relata a existência de uma inteligência cristalizada e de
uma inteligência fluída. A inteligência cristalizada é o conhecimento e expertise acumulados
ao longo de uma vida de experiências. A inteligência fluída é a inteligência orientada ao
processo que exige rápida compreensão de relações inéditas. Embora a inteligência
63
cristalizada seja mais forte nos adultos mais velhos, a inteligência fluída é mais forte nos
adultos mais jovens.
Assim, a capacidade de abstração exercida com o uso das inteligências cristalizada e
fluída permite a construção e manutenção dos esquemas mentais responsáveis pela
mobilização do conhecimento.
Caso um profissional qualificado e com bom desempenho demonstre capacidade de
abstração e uma inteligência cristalizada bem formada, mas não possua uma inteligência
fluida ativa, a mobilização se dará com um conhecimento em processo de obsolescência.
Caso um profissional qualificado e com bom desempenho demonstre capacidade de
abstração e uma inteligência fluída ativa, mas não possua uma inteligência cristalizada bem
formada, a mobilização se dará com um conhecimento superficial. Caso um profissional
qualificado e com bom desempenho possua uma inteligência cristalizada bem formada e
uma inteligência fluída ativa, mas não manifeste capacidade de abstração, a mobilizaçãs se
dará com base em um conhecimento pouco estruturado.
A utilização de esquemas mentais possui papel preponderante na mobilização do
conhecimento, pois por maior que seja a vivência profissional e por mais disposto que esteja
para a prática do ensino, um profissional não será capaz de mobilizar o conhecimento se
não for capaz de utilizar esquemas mentais.
1.3.4.5. Conclusão na mobilização do conhecimento
Dentro do contexto do estabelecimento da competência, surgem importantes
definições. A mobilização do conhecimento como a elaboração de respostas simples,
econômicas, rápidas e efetivas obtidas a partir de esquemas mentais construídos durante a
vivência profissional e a prática do ensino. A vivência profissional como o acúmulo de
experiências positivas e negativas de um indivíduo em situações desafiadoras que
apresentem altos níveis de variabilidade e complexidade. A disposição para a prática do
ensino como uma atitude favorável quanto a transmitir conhecimento, descobrir aptidões e
despertar o interesse em outro individuo, visando à aquisição das habilidades necessárias
ao desenvolvimento da competência. A construção de esquemas mentais como a
capacidade de estruturar o conhecimento com o uso da inteligência cristalizada, a
inteligência fluída e da capacidade de abstração.
64
1.3.5. Conclusão do Desenvolvimento da Competência
A competência é o resultado do exercício constante e autônomo de habilidades, nas
quais um indivíduo qualificado alcança um bom desempenho, mobilizando o conhecimento
pela sua vivência profissional, prática do ensino e utilização de esquemas mentais a fim de
prover respostas simples, econômicas, rápidas e efetivas em situações desafiadoras com
alto nível de complexidade e variabilidade.
Conclui-se que o desenvolvimento da competência sofre uma forte influência dos
tipos de inteligência e do tipo psicológico, o que incide na adequação do profissional de TI
frente aos papéis exercidos durante o processo de desenvolvimento de software
1.4. O Processo de Desenvolvimento de Software
Segundo Kruchten (2003, p.1), justamente pelo fato de o software se constituir no
combustível dos negócios modernos, com o qual criamos, acessamos e visualizamos
informações, de formas anteriormente inconcebíveis, a evolução surpreendente do software
ajudou a direcionar o crescimento da economia mundial, a curar o doente, a dar voz mundo,
mobilidade ao incapacitado e oportunidade ao deficiente.
No entanto, de acordo com Kruchten (2003, p.2), a expansão de software em
tamanho, complexidade, distribuição e importância exigem melhoria em seu processo de
desenvolvimento a fim de evitar as seguintes situações:
� Incompreensão das necessidades do usuário final;
� Inabilidade para lidar com requisitos variáveis;
� Falha na integração dos módulos;
� Dificuldade na manutenção e incrementação;
� Descoberta tardia de sérias imperfeições;
� Baixa qualidade;
� Baixo desempenho;
� Dificuldade no controle e recuperação de versões;
� Baixa confiabilidade.
Segundo afirma Krutchen (2003, p.3), o processo de desenvolvimento de software
pode ser aprimorado, em função da aplicação das melhores práticas relacionadas a seguir:
65
� Desenvolvimento iterativo;
� Gerenciamento dos requisitos;
� Uso de arquiteturas baseadas em componentes;
� Modelagem visual;
� Verificação contínua de qualidade;
� Controle de mudanças.
Kruchten (2003, p.5, 6) demonstra que os processos clássicos de desenvolvimento
de software que seguem o ciclo em cascata conduzem ao desenvolvimento linear, o que
adia o descobrimento dos erros, encarecendo a sua correção e gerando custos excedentes
ou até mesmo cancelamento do projeto.
Uma alternativa a esse quadro é o processo iterativo e incremental, fundamentado
no ciclo de vida em espiral, em que a identificação dos erros ocorre mais cedo, quando é
possível reagir de uma maneira pontual e eficiente.
O autor acrescenta que esta abordagem traz uma continua descoberta, invenção e
implementação, que a cada nova iteração estimula a equipe de desenvolvimento a produzir
artefatos voltados a uma conclusão previsível e repetitiva. Cada iteração produz uma
arquitetura executável possível de ser medida, testada e avaliada contra os requerimentos
do sistema, permitindo o combate constante dos riscos ao projeto.
O RUP contempla nove disciplinas paralelas e iterativas que associadas cobrem
todos os aspectos a serem considerados pelos profissionais de TI, nas fases de Iniciação,
Elaboração, Construção e Transição, conforme ilustrado na Figura 12.
66
Figura 12 – Disciplinas e Fases do Rational Unifield Process
(KRUCHTEN, 2003, p.39)
Seja qual for a área de conhecimento abordada, sua arquitetura baseia-se
invariavelmente em visões, que podem receber diferentes termos. Por exemplo, todo edifício
para ser construído utilizou diferentes plantas para representar diferentes aspectos de sua
arquitetura, tais como planta baixa, planta hidráulica, planta elétrica, entre outras. Com a
engenharia de software não é diferente e ela deve se preocupar com diferentes aspectos de
seu desenvolvimento, tais como a organização lógica do projeto, a organização das
funcionalidades, o endereçamento dos aspectos de concorrência e a descrição da
distribuição física da plataforma subjacente (KRUCHTEN, 2003, p.71).
Administrador de sistema
Responsável pela manutenção do ambiente de desenvolvimento (hardware e software),
assim como a administração do sistema.
Analista do processo empresarial
Responsável por liderar e coordenar a modelagem do caso de uso empresarial, esboçando
e delimitando a organização a ser modelada.
67
Analista de sistema
Responsável por conduzir e coordenar a extração de requerimentos e a modelagem de
casos de uso, esboçando as funcionalidades do sistema.
Arquiteto
Responsável por conduzir e coordenar as atividades técnicas e artefatos ao longo do
projeto, além de estabelecer a estrutura global para cada visão arquitetônica.
Desenvolvedor de treinamento
Responsável por desenvolver material de treinamento para os usuários.
Engenheiro de processo
Responsável pelo processo de desenvolvimento de software, que inclui configurar o
processo e aprimorá-lo continuamente.
Escritor técnico
Responsável por produzir material de apoio para o usuário final, como guias do usuário,
textos de ajuda, notas da versão e assim por diante.
Especialistas de ferramenta
Responsável pelas ferramentas de suporte ao projeto, que inclui a avaliação da necessidade
de ferramenta, sua seleção, aquisição e utilização.
Especificador de caso de uso
Responsável por detalhar a especificação de uma funcionalidade do sistema, descrevendo
os requerimentos de um caso de uso.
Gerente de configuração
Responsável por fornecer a infra-estrutura e ambiente para a equipe do projeto, de forma a
prover espaços de trabalho apropriados, assegurando um ambiente favorável a revisão,
mudança e correção do produto.
Gerente de mudança
Responsável por monitorar o processo de mudança, ao instituir representantes de todas as
partes interessadas, inclusive clientes, desenvolvedores e usuários.
68
Gerente de distribuição
Responsável por planejar a transição do produto para a comunidade de usuários, por meio
da elaboração de planos de distribuição.
Gerente de projeto
Responsável por alocar recursos, formular prioridades, coordenar interações com os clientes
e usuários, estabelecer práticas para assegurar o resultado do projeto, além de manter a
equipe de projeto focada em seus objetivos.
Implementador
Responsável por desenvolver e testar os componentes conforme os padrões adotados pelo
projeto.
Integrador de sistema
Responsável por promover os componentes testados numa área de integração, onde são
combinados para ampliar uma construção anteriormente liberada.
Projetista de banco de dados
Responsável por definir as tabelas e outras construções específicas de banco de dados,
necessárias para armazenar, recuperar e excluir objetos persistentes.
Projetista de Cápsula
Responsável por assegurar que o sistema possa responder a eventos de maneira oportuna,
de acordo com os requerimentos.
Projetista de interface do usuário
Responsável por conduzir e coordenar o projeto da interface, captando os requerimentos do
usuário.
Projetista de teste
Responsável pelo planejamento, projeto, implementação e avaliação dos testes.
Projetista empresarial
Responsável por detalhar a especificação de uma parte da organização, descrevendo o
fluxo de um ou vários casos de uso de negócio.
69
Projetista
Responsável por definir responsabilidades, operações, atributos e relações das várias
classes, determinando seu ajustamento ao ambiente.
Revisor de arquitetura
Responsável por planejar e administrar as revisões da arquitetura de software em geral.
Revisor de código
Responsável por assegurar a qualidade do código-fonte e planejar e administrar revisões de
código-fonte.
Revisor de requerimento
Responsável por planejar e administrar a revisão formal do modelo de caso de uso.
Revisor de modelo empresarial
Responsável por revisar o modelo de caso de uso empresarial e do modelo de objeto
empresarial.
Revisor de projeto
Responsável por planejar e administrar as revisões formais do modelo de projeto.
Verificador
Responsável por executar e avaliar os resultados do teste.
Apesar de o RUP ser um processo de desenvolvimento de software com uma
proposta ampla no uso de papéis, em muitos casos a terminologia empregada parece não
ser muito familiar aos profissionais, conforme consulta aos sites que oferecem guias de
profissões, como Catho Online, Mananger Online, Brasil Profissões e Info Professional. Esta
questão sugere a necessidade de adequação dos papéis propostos pelo RUP, conforme
representado no Quadro 9.
Os papéis resultantes desse levantamento foram utilizados durante a pesquisa de
adequação aos papéis exercidos durante o processo de desenvolvimento de software.
70
Quadro 9 – Adequação dos papeis propostos pelo RUP
RUP Conjunto Papel
Papel na Pesquisa
Status Responsabilidade
Arquiteto de Negócio
Analista de Processos
Adapt. Responsável pela arquitetura de negócio que envolve todas as decisões ligadas à estrutura, comportamento, realizações, interfaces, restrições e suposições.
Analista de Processo de Negócio
Analista de Requisitos
Adapt. Responsável por liderar e coordenar a elicitação de requisitos de negócio.
Projetista de Negócio
Adapt. Responsável pela especificação dos casos de uso de negócio.
Especificador de Requisitos
Adapt. Responsável por especificar e manter os requisitos detalhados do sistema.
Análise
Analista de Sistemas
Analista de Sistemas
Adapt. Responsável por liderar e coordenar a elicitação de requisitos dos contornos definidos pelas funcionalidades do sistema.
Projetista de BD
Adapt. Responsável por liderar o projeto de banco de dados a ser usado pelo sistema.
Projetista Adapt. Responsável pelo projeto do sistema de acordo os requisitos e a arquitetura estabelecida.
Integrador Adapt. Responsável pela integração dos elementos de implementação.
Arquiteto de Software
Analista de Sistemas
Adapt. Responsável por liderar o desenvolvimento da arquitetura, a qual inclui o suporte para as decisões técnicas que restringem o projeto.
Implementador Programador Adapt. Responsável por desenvolver os componentes de software e executar os testes unitários.
Projetista de Componentes
Analista de Componentes
Adapt. Responsável por projetar os componentes de forma a garantir a resposta aos eventos.
Desenvol-vimento
Projetista de Interface
Analista de Interface
Mant. Responsável por projetar a interface do usuário.
Gerente de Mudanças
Analista de Mudanças
Adapt. Responsável por definir e supervisionar o processo de controle de mudanças.
Gerente de Configuração
Analista de Configuração
Adapt. Responsável por gerenciar a configuração da infra-estrutura e do ambiente.
Gerente de Entrega
Adapt. Responsável por liderar a entrega do software para a comunidade de usuários, garantir a adequação dos planos, gerenciar os pontos de atenção e monitorar o progresso.
Gerente de Revisão
Adapt. Responsável por avaliar o plano do projeto e a validação dos produtos para os pontos de revisão do ciclo de vida do projeto.
Gerente de Projeto
Mant. Responsável pelo planejamento, gestão e alocação de recursos, definição de prioridades, interações com usuários, manutenção nos objetivos e garantia de qualidade dos produtos.
Gerente de Testes
Gerente do Projeto
Adapt. Responsável por liderar o esforço de teste, que inclui defender a qualidade, a gestão dos recursos e a resolução de pontos de atenção prejudiciais aos testes.
Gerência
Administrador do Sistema
Analista de Infra-estrutura
Adapt. Responsável pelo desenvolvimento da infra-estrutura de software e hardware, que inclui instalação, configuração, backup, etc.
71
RUP
Conjunto Papel Papel na Pesquisa
Status Responsabilidade
Desenvolvedor de Treinamento
Analista de Treinamento
Adapt. Responsável por desenvolver material de treinamento dos usuários na utilização do software.
Artista Gráfico Elim. Responsável por criar o visual gráfico do produto.
Engenheiro de Processo
Analista de Metodologia
Adapt. Responsável por suportar os papéis durante o desenvolvimento de software, equipar o time do projeto com o processo adequado e cuidar para que o time não seja impedido de trabalhar.
Administrador do Sistema
Analista de Implantação
Adapt. Responsável pelo desenvolvimento da infra-estrutura de software e hardware, que inclui instalação, configuração, backup, etc.
Redator Técnico
Redator Técnico
Mant. Responsável por produzir o material de suporte tais como manuais, help, notas da versão etc.
Especialista em Ferramentas
Analista de Ferramentas
Adapt. Responsável por suportar as ferramentas usadas no projeto, selecioná-las, adquiri-las, configurá-las e instalá-las, além de verificar o seu funcionamento.
Administrador de Dados
Incl. Responsável por administrar os dados e manter o modelo de dados dos sistemas.
Administrador de BD
Incl. Responsável por administrar os bancos de dados e garantir que os dados estejam acessíveis e íntegros.
Analista de Segurança
Incl. Responsável pela segurança de acesso e a continuidade do negócio suportado pelo sistema.
Produção e Suporte
Analista de Arquitetura
Incl. Responsável por definir e manter a arquitetura tecnológica que dá sustentação aos sistemas.
Analista de Testes
Mant. Responsável por identificar e definir os testes requeridos, monitorar o progresso, os resultados e a qualidade global de cada ciclo de teste.
Projetista de Testes
Adapt. Responsável por definir a abordagem de testes, garantir sua implementação, identificar as técnicas, ferramentas e linhas mestras para a execução dos testes.
Testador Adapt. Responsável por administrar os testes e os logs resultantes.
Testes
Gerente de Testes
Analista de Testes
Adapt. Responsável por liderar o esforço de teste, que inclui defender a qualidade, a gestão dos recursos e a resolução de pontos de atenção prejudiciais aos testes.
Coordenador de Revisão
Adapt. Responsável por facilitar as revisões e inspeções formais.
Revisor Mant. Responsável por prover feedback sobre os produtos submetidos à revisão.
Geral
Revisor Técnico
Revisor
Adapt. Responsável por prover feedback técnico sobre os produtos submetidos à revisão.
Fonte: Adaptado de Kruchten (2003, p.223 a 226)
72
1.5. A adequação ao papel
Segundo Michener ET AL (2005, p.8, 9), a teoria dos papéis afirma que uma porção
substancial do comportamento social cotidiano observável, consiste no fato de que, as
pessoas representam papéis, como se fossem atores em um palco. Essa teoria defende que
o comportamento é orientado por expectativas relativas aos papéis, as quais o indivíduo
assume e por ele se torna responsável. Diferentemente dos papéis assumidos teatralmente,
o papel profissional não determina literalmente o que cada ator deve dizer ou fazer, mas
certamente especifica os objetivos a serem perseguidos, as tarefas a serem realizadas e os
níveis de desempenho a serem alcançados, com amplo espaço para improvisação.
Ainda, segundo o autor, a teoria dos papéis pressupõe que:
� Os indivíduos passam grande parte de suas vidas participando de grupos ou
organizações, em que cada um ocupa uma posição definida.
� Cada posição acarreta um papel, que é o conjunto de funções desempenhadas por
um indivíduo no grupo ou organização, definidas pelas expectativas de desempenho
estabelecidas dentro de um contexto no qual ele está inserido.
� Essas expectativas são traduzidas como um conjunto de parâmetros que
especificam como o indivíduo que ocupa certo papel deve se comportar, que
recompensas ele deve receber em troca de um alto desempenho e que punições ele
deve sofrer em função de um baixo desempenho.
� Os indivíduos em geral tentam exercer o seu papel, cientes das expectativas
estabelecidas pelo grupo ou organização.
� A expectativa de um indivíduo, no exercício de um papel, faz com que ele se ajuste
aos parâmetros impostos pelo grupo ou organização, a fim de alcançar as
recompensas e evitar as punições.
� Um indivíduo pode ocupar vários papéis concomitantemente.
Michener ET AL (2005, p.9, 10) afirma que para modificar o comportamento de um
indivíduo é necessário alterar ou redefinir o seu papel, atribuindo-lhe um novo papel ou
alterando-se as expectativas quanto ao papel que exerce. Como toda mudança, a alteração
ou redefinição de um papel pode causar certa tensão inicial ao indivíduo, enquanto se ajusta
ao papel, mas seu comportamento acabará mudando, e muitas vezes, poderá obter um
desempenho melhor do que no papel anterior, afetando significativamente seu crescimento
e desenvolvimento em todos os setores de sua vida.
A abordagem do RUP, ao criar papéis durante o processo de desenvolvimento de
software, possibilita que os profissionais possam experimentar vários papéis, na busca de
papéis que lhes sejam mais adequados. A criação e atribuição de papéis a um profissional
é muito vantajosa para lidar com a complexidade do mundo contemporâneo.
73
Santomé (1998, p.43) afirma que uma das características que distinguem o nosso
tempo é a freqüência pela qual o conhecimento deve ser reorganizado, diante da tendência
de maiores parcelas de especialização e propensão a uma maior unificação do saber, pólos
entre os quais oscila a construção e a difusão do conhecimento.
Segundo ele, a complexidade dos problemas enfrentados pelas atuais sociedades
exige considerar o maior número possível de pontos de vista, desentranhar as questões
com múltiplas lentes, com o risco de que os resultados sejam afetados pelas distorções
impostas pela seletividade das perspectivas de análise que se aplicam. A compreensão de
qualquer evento que envolva pessoas apresenta-se invariavelmente entrecruzada por
diversas dimensões, por intermédio de múltiplas facetas. A realidade é multidimensional e
altamente complexa.
Para Morin (1980) apud Santome (1998, p. 44), a complexidade é um tecido de
constituintes heterogêneos inseparavelmente associados que apresentam o paradoxo da
unicidade e da multiplicidade, sendo entretecido pelos acontecimentos, ações, interações,
retroações, determinações e acasos que constituem o mundo dos fenômenos, conforme
representado na Figura 13.
Figura 13 – A dinâmica da complexidade
(elaborado pela autora)
74
Santomé (1998, p.66, 67) afirma que quando se assume a complexidade da
realidade, é preciso elaborar uma lógica da complexidade capaz de captar o papel da
desordem, dos ruídos e do antagonismo. Em função desta complexidade surgem
progressos para assentar as bases de um novo paradigma menos rígido e mais respeitoso,
que vai além do estudo das propriedades das partes. Estende a análise e a compreensão
das relações entre as partes, de forma que surja uma interdependência da qual emergem
novas propriedades, que as partes, consideradas isoladamente, não possuíam.
Dentro desse conceito, a interligação entre os elementos que integram um sistema,
assim como entre diferentes sistemas, é uma característica desta perspectiva da
complexidade, que deve enfrentar toda uma trama de interações e contradições que
ocorrem entre os diferentes fenômenos, para assumir a incerteza e detectar as
ambigüidades, com o risco de obter um conhecimento parcial, responsável por ações
obliquas. Na medida em que experiências reais de trabalho em equipe acontecem, são
exercitadas possibilidades, problemas e limitações, como uma condição necessária para a
criação de modelos mais explicativos desta realidade tão complexa e difícil de abranger.
Santomé (1998, p.18) acrescenta que com o desenvolvimento e a propagação das
tecnologias da informação, as organizações encontram maiores possibilidades de realizar
processos descentralizadores e aumentar a flexibilidade dos modelos organizacionais, sem
perder o controle e a direção. Quando a complexidade e a incerteza são características
peculiares da sociedade, a flexibilidade transforma-se na dimensão essencial dos modelos
organizacionais, que contam com o apoio de potentes redes de telecomunicações.
Segundo Robbins (2000, p.13), um dos mais importantes e abrangentes desafios
enfrentados pelas organizações atualmente é a adaptação às diferenças entre as pessoas.
A diversidade da força de trabalho significa que as organizações estão mais heterogêneas
em termos de raça, etnia e sexo de seus colaboradores. É verdade que sempre houve certo
nível de diversificação, pois todos os indivíduos possuem diferenças fundamentais na sua
maneira de ser e de reagir às situações, mas as organizações não estavam preocupadas
com isso, pois viam como fator positivo o processo de fusão do indivíduo aos padrões
instituídos na organização.
No entanto, conforme Elias (2000, p.78), a individualidade é o termo que designa o
modo e o grau em que cada um se diferencia dos demais, na sua capacidade para realizar a
autodeterminação individual. A tipificação que iguala ou homogeneíza os indivíduos não é a
única função da sociedade e da cultura, mas também sua potencialidade para fazê-los
singulares e heterogêneos. A possibilidade de se individualizar faz parte dos processos de
aculturação em relação dialética com os processos de integração social e cultural. Sem
considerar ambos os aspectos não é possível compreender nem o indivíduo, nem a
sociedade.
75
Mendes (2005, p.2, 3) afirma que o trabalho possui um papel central na constituição
da identidade do indivíduo e implica nas diversas formas de inserção social, de forma que
pode ser visto como fundamental na constituição de redes de relações sociais e de trocas
afetivas e econômicas.
É por meio do trabalho que o indivíduo enfrenta a confrontação do mundo externo
com o mundo interno. As lógicas, desafios, regras e valores do mundo objetivo do trabalho
entram em conflito com a singularidade de cada indivíduo, fazendo com que o confronto
entre as relações e organização do trabalho e o mundo interno subjetivo do trabalhador seja
gerador de sofrimento psíquico. Há uma contradição central entre a lógica das empresas,
voltada para o lucro e para a produtividade, e a lógica do indivíduo, que é contraditório, tem
suas angústias, desejos, medos e que busca manter sua saúde mental em meio a essa
complexidade de relações
Assim, segundo o autor, se por um lado o mundo do trabalho é gerador de
sofrimento, na medida em que confronta as pessoas com desafios externos, por outro lado,
é também a oportunidade central de crescimento e de desenvolvimento psicossocial do
adulto. Se o trabalho, algumas vezes leva ao sofrimento e ao adoecimento, esse mesmo
trabalho pode se constituir em uma fonte de prazer e de desenvolvimento do indivíduo.
O autor defende que apesar de todo o esforço quanto à melhoria da produtividade,
da qualidade, das condições e da organização do trabalho, ainda é necessário melhor
compreender o conteúdo simbólico do trabalho, as relações subjetivas do indivíduo com a
sua atividade, o sofrimento e o desgaste gerado pelo trabalho e seus efeitos sobre a saúde
física e mental dos indivíduos. Se por um lado, o mundo do trabalho se modifica,
transformando a realidade dos indivíduos, por outro, diversos estudos propõem alternativas
que possam melhorar a qualidade de vida, humanizar as relações de trabalho, repensar o
fator humano nos processos tecnológicos em seus diferentes aspectos e, sobretudo, estudar
os efeitos das organizações na qualidade de vida, saúde e trabalho dos envolvidos.
Para Bergamini (1990, p.128), o indivíduo traz consigo uma imensa bagagem de
conhecimentos, objetivos, necessidades que estão prontas para serem colocadas em ação,
no momento em que ele encontrar a oportunidade. As pessoas sentem necessidade de
trabalharem motivadas, fazendo do seu trabalho uma fonte de satisfação.
Para Myers (1997, p.211, 212) em termos ideais, pessoas que trabalham juntas
constituem uma equipe com um propósito comum e deveriam trabalhar pelo mesmo objetivo
geral. As diferenças de tipo psicológico podem ser uma vantagem, pois permitem que as
pessoas desfrutem de tipos de trabalho muito diferentes, alguns deles enfadonhos e
confusos para certo tipo, e interessante e satisfatório para outro tipo. Essa pode ser a
diferença fundamental entre um trabalho feito com excelência e um trabalho feito de forma
medíocre. Para isso o gerenciamento deve considerar as contribuições de cada um dos
76
processos em sucessão: a Sensação para estabelecer os fatos, o Sentimento para avaliar
se as opções são interessantes em termos humanos, o Pensamento para determinar as
prováveis conseqüências e a Intuição para sugerir todas as possíveis soluções.
Segundo a autora, um só indivíduo é incapaz de agir com isenção, por isso uma
equipe bem equilibrada deveria incluir pelo menos um bom representante de cada processo.
Levando em consideração a contribuição de cada membro, as decisões tomadas se
apresentam muito melhor fundamentadas. O respeito saudável pelo seu oposto contribui
para uma coexistência pacífica e produtiva, ajudando o indivíduo a reconhecer e cultivar os
seus processos menos desenvolvidos, de forma a tornar o profissional mais completo e
equilibrado, o que seria uma alternativa para uma boa dose do sofrimento enfrentado no
mundo do trabalho.
Assim, toda equipe deveria incluir uma variedade suficiente de tipos para realizar os
vários tipos de trabalho com eficiência e satisfação. Entretanto, a cooperação pode não ser
alcançada porque pessoas de tipos opostos quase sempre discordam no que deve ser feito,
como deve ser feito e se realmente deve ser feito. Tal discordância é natural e as
divergências devem ser resolvidas.
A abordagem do RUP em dividir o processo de desenvolvimento de software em
disciplinas dilui a sua complexidade e possibilita que diferentes papéis se intercalem na
execução de atividades mais apropriadas a cada perfil profissional, sem perder de vista o
objetivo de ordem geral a ser alcançado. Ele possibilita que a complexidade dilua-se em
várias disciplinas, que ocorrem paralela e incrementalmente, de sorte que os recursos
possam ser mais facilmente racionalizados.
Considerando-se que uma disciplina é uma maneira de organizar e delimitar um
território de trabalho, de concentrar a pesquisa e as experiências dentro de um campo de
visão (SANTOMÉ, 1998, p.55), conclui-se que o RUP oferece uma imagem particular da
realidade multidimensional, pela sua proposta multidisciplinar e interdisciplinar, em que
papéis com diferentes perfis intercalam-se na produção conjunta de software. Conforme
representado na Figura 14, os acontecimentos, ações, interações, retroações e
determinações, além das ambigüidades, distorções, incertezas e diversidade podem ser
tratados separadamente por cada disciplina em particular, sem perder de vista o todo,
diluindo consideravelmente a complexidade.
77
Figura 14 – A diluição da complexidade
(elaborado pela autora)
Se, além disso, os perfis atribuídos aos papéis apresentarem um bom nível de
adequação, a complexidade pode ser ainda mais diluída. O que pode ser simples para um
profissional, pode ser complexo para outro, e o que pode ser estimulante para um
profissional, pode ser enfadonho para outro.
Conforme Selye (1965), as tentativas de adaptação a novas situações pode ser a
causa de estresse, também denominada Síndrome de Adaptação Geral (SAG), que pode
ser responsável por parte do sofrimento no trabalho. A síndrome apresenta três fases: fase
de alerta, fase de resistência e fase de exaustão.
A fase de alerta é caracterizada pela reação do organismo para fuga ou ataque
frente a um estressor, por meio de uma intensa descarga hormonal. É nessa fase que
podemos observar sintomas predominantemente de natureza física (taquicardia, sudorese,
dor de cabeça). Se o organismo conseguir após essa fase retornar à sua condição de
equilíbrio, constata-se a presença de uma adaptação positiva, considerada uma reação
saudável de estresse, denominada Eustress. Caso não exista a adaptação e os estressores
continuem atuando sobre o organismo, teremos uma atuação danosa do organismo na
tentativa de lidar com o estressor (denominada Distress), quando torna-se perceptível a
78
presença de patologias. O distress está diretamente ligado a um período mais prolongado
de convivência com o estresse e pressupõe as fases de resistência e exaustão.
A entrada na fase de resistência pressupõe uma tentativa frustrada de adaptação a
um estressor de longa duração ou de intensidade demasiada para a capacidade do
indivíduo. A partir daqui, temos uma mobilização localizada do organismo que normalmente
manifesta-se no órgão mais vulnerável do corpo humano, que varia de indivíduo para
indivíduo e que passa a centralizar toda a reação diante do estresse. Os sintomas da fase
anterior desaparecem dando lugar a sintomas predominantemente psico-sociais, como:
irritabilidade, isolamento social, medo, entre outros.
Caso haja controle da situação e a influência do estressor é eliminada, o organismo
retoma o equilíbrio e o processo de estresse declina. Caso contrário, o organismo entra em
colapso e não raramente começa haver influência de outros estressores. Sendo assim, o
órgão ou órgãos mais vulneráveis entram em colapso, surgindo sintomas específicos de
uma patologia relacionada a esses órgãos. Essa situação configura a fase de exaustão.
O delineamento de perfis ideais aos papéis propostos durante o processo de
desenvolvimento de software pode aumentar a adaptabilidade dos profissionais e diminuir a
incidência de sofrimento gerado pelo mundo do trabalho ao promover oportunidades de
crescimento e de desenvolvimento do indivíduo, fazendo dele uma fonte duradoura de
prazer.
79
Capítulo 2 – Resultados da Pesquisa
Com base na Teoria de Inteligências Múltiplas e na Teoria dos Tipos Psicológicos e a
partir do pressuposto de que alguns traços de personalidade são mais apropriados, foram
adotados procedimentos para identificação dos tipos mais adequados aos papéis exercidos
durante o processo de desenvolvimento de software
O delineamento do perfil ideal do profissional de TI indicado para assumir os
diferentes papéis exercidos durante o processo de desenvolvimento de software, em que o
perfil possui influência direta, faz do resultado dessa pesquisa, um instrumento valioso para
melhorar a adequação dos profissionais de TI aos papéis exercidos.
A metodologia, de natureza exploratória, teve como objetivo proporcionar maior
familiaridade com o problema, com vistas a torná-lo mais explícito, com o aprimoramento
das idéias e descobertas baseadas na intuição, na medida em que requereu o levantamento
bibliográfico, a aplicação de questionários aos profissionais e a análise dos resultados em
busca da compreensão do problema.
Embora a pesquisa tenha sido baseada em investigação quantitativa, uma vez que
os níveis de adaptação do profissional foram mapeados e consolidados para análise dos
resultados, ela apresentou um forte componente qualitativo, ao referir-se ao perfil do
profissional e a adaptabilidade aos papéis exercidos.
O critério de seleção dos profissionais pesquisados teve como base o exercício de
pelo menos um dos papéis propostos durante o processo de desenvolvimento de software,
por meio de e-mail enviado com o uso do site www.equestiona.com.br.
A empresa EQUESTIONA direcionou seu foco estratégico para a prestação de
serviços relacionados à implementação de pesquisas e avaliações pela web, lançando uma
Plataforma Integrada de Pesquisas que permite que o cliente utilize o serviço 100% on-line,
sem a necessidade de instalação de software. A EQUESTIONA disponibiliza esse serviço
100% pela web e no conceito on-demand.
Além de manter as listas de e-mails e disparar as mensagens, o EQUESTIONA
mantém a pesquisa em ambiente Web, bastando que o colaborador acesse o site por meio
do endereço indicado no e-mail, para responder aos testes. O EQUESTIONA também
permite a exportação dos resultados para planilhas em Excel, que podem ser manipuladas
conforme seja conveniente.
Os três testes foram incluídos no site do EQUESTONA em uma única pesquisa. Em
seguida, foi redigida uma mensagem para convidar os colaboradores a participarem da
80
pesquisa. Após a inclusão das listas de e-mails dos colaboradores participantes da
pesquisa, foi feito um pré-teste da pesquisa com alguns poucos colaboradores.
Os resultados revelaram a necessidade de ajustes que foram executados a fim de
tornar o processo claro e preciso.
O e-mail enviado aos colaboradores foi redigido nos seguintes termos:
Prezado(a) Colaborador(a),
Você está convidado a participar de uma pesquisa para o delineamento do perfil do profissional de TI
frente aos papéis exercidos durante o processo de desenvolvimento de software, tema de minha
dissertação para a obtenção do título de mestre pelo Centro Estadual de Educação Tecnológica
Paula Souza.
A pesquisa é composta por três testes, que juntos não devem tomar mais do que 15 minutos. Os
primeiros 300 respondentes receberão um laudo de seu perfil, o que requer o envio deste mesmo e-
mail para [email protected], assim que concluído o último teste.
O primeiro teste fornece o inventário de suas inteligências, com base em Howard Gardner , o
segundo teste fornece o seu tipo psicológico, com base em Carl Jung e o terceiro teste visa apurar
os níveis de adequação do profissional de TI aos papéis.
Para participar da pesquisa acesse o link abaixo ou cole em seu navegador internet:
#LinkPesquisa#
Cada link da pesquisa é único, pessoal e intransferível. Tente responder nos próximos 15 dias,
embora o prazo final seja 31/01/2009. Reencaminhe para o seu e-mail pessoal, caso seja mais
conveniente.
Em caso de dúvidas, entre em contato comigo. Lembre-se que o auto-conhecimento é um elemento
imprescindível para o desenvolvimento da inteligência emocional, fator crítico de sucesso pessoal e
profissional.
Atenciosamente,
Eliana Gavioli
O instrumento de coleta de dados foi composto por três testes: o Teste de
Inteligências Múltiplas adaptado de Celso Antunes com base no trabalho de Howard
Gardner Howard Gardner (conforme Anexo 1), o Teste do Tipo Psicológico concebido por
81
David Keirsey com base no trabalho de Carl Jung (conforme Anexo 2) e o Teste de
Adequação dos Profissionais de TI (conforme Apêndice 1).
Os participantes da pesquisa são profissionais de TI distribuídos aleatoriamente
entre diversas empresas, sendo que aproximadamente 70% referem-se a funcionários ou
ex-funcionários do Banco Nossa Caixa. Os respondentes receberam o laudo dos testes
realizados, acompanhado de uma descrição dos tipos de inteligência (Apêndice 2) e uma
descrição dos tipos psicológicos (Anexo 3). Esse laudo foi encaminhado por e-mail,
conforme exemplificado a seguir:
Prezado Colaborador,
Muito obrigada pela sua participação! Conforme prometido, segue em anexo, o laudo do seu perfil, juntamente com um conteúdo como base para a interpretação do laudo.
Os seus tipos de inteligência estão distribuídos da seguinte forma:
O seu tipo psicológico é ESTP. Espero que a análise apresentada seja útil para o seu autoconhecimento. Forte abraço, Eliana Gavioli
Os profissionais de TI participantes da pesquisa possuem uma vivência profissional,
conforme representado no Gráfico 1:
82
Gráfico 1 – Experiência dos profissionais de TI pes quisados
Pelos percentuais apurados entre os profissionais de TI pesquisados, nota-se uma
longa experiência no processo de desenvolvimento de software. Aproximadamente 46% dos
profissionais possuem pelo menos 20 anos de experiência, menos de 5% possuem até 2
anos, sendo que aproximadamente 25% possuem entre 10 e 20 anos.
Diante do número de convites enviados (aproximadamente 1000 convites), o nível de
respostas foi relativamente alto (22%), devido ao fato dos profissionais de TI, serem
pessoas conhecidas. No entanto, das 228 respostas, apenas 201 puderam ser aproveitadas.
O longo tempo de experiência mostrou um fator positivo, pelo fato de os profissionais
terem tido a oportunidade de exercerem vários papéis durante a sua vivência profissional.
Assim, apesar do número relativamente baixo de respondentes para o número de variáveis
envolvidas, esse número foi ampliado pelo fato de um profissional responder por vários
papéis, conforme demonstrado no Gráfico 2.
Essa questão é evidenciada comparando-se o Gráfico 2 com o Gráfico 3. O Gráfico 2
demonstra os papéis mais freqüentemente exercidos atualmente durante o processo de
desenvolvimento de software pelos profissionais de TI participantes da pesquisa. O Gráfico
3 demonstra os papéis vivenciados pelos profissionais, ao longo de sua vivência
profissional, incluindo aqueles que possuem tamanha familiaridade com o papel, que podem
avaliar sua probabilidade de adaptação.
Experiência dos profissionais de TI pesquisados
4%
9%
16%
12%
13%
46%
menos de 2 anos
menos de 5 anos
menos de 10 anos
menos de 15 anos
menos de 20 anos
20 anos ou mais
83
Gráfico 2 – Papéis exercidos mais freqüentemente pe los profissionais de TI pesquisados
Nota-se uma baixa incidência em grande parte dos papéis exercidos mais
freqüentemente pelos profissionais de TI. No entanto, quando a pesquisa se estende para
os papéis que o profissional já exerceu em algum momento de sua carreira ou que possui
familiaridade suficiente para julgar sua probabilidade de adequação, esse quadro se altera,
demonstrando uma alta incidência em todos os papéis exercidos, conforme demonstrado no
Gráfico 3:
84
Gráfico 3 – Papéis exercidos pelos profissionais de TI pesquisados
A análise dos dados que apurou o perfil ideal para os papéis exercidos durante o
processo de desenvolvimento de software, com base no índice de adequação entre os
profissionais pesquisados e a sua influência no desenvolvimento de sua competência, foi
realizada com a utilização do método indutivo/analítico/comparativo e forneceu resultados
conclusivos.
Os resultados alcançados com a pesquisa foram estruturados com base nos
objetivos específicos a serem alcançados nesse trabalho, que são:
� Investigar os níveis de adequação aos papéis desempenhados pelos profissionais de
TI durante o processo de desenvolvimento de software, segundo o perfil revelado
pelos testes.
� Delinear os perfis mais adequados aos papéis exercidos durante o processo de
desenvolvimento de software.
� Investigar a influência dos perfis no desenvolvimento da competência requerida para
os papéis exercidos durante o processo de desenvolvimento de software.
85
Conforme demonstrado no Apêndice 1, a pesquisa considerou diferentes níveis de
adequação ao criar três alternativas para uma adequação favorável e três alternativas para
uma adequação desfavorável. Para uma adequação favorável foram consideradas as
opções 1 (provável adaptação), 2 (fácil adaptação) e 3 (excelente adaptação). Para uma
adequação desfavorável foram consideradas as opções -3 (péssima adaptação), -2 (difícil
adaptação) e -1 (improvável adaptação).
No entanto, durante a apuração dos resultados, percebeu-se a inviabilidade de
trabalhar com tantas variáveis. A solução foi separar as respostas em dois grupos: o
primeiro grupo de adaptação favorável e o segundo grupo de adaptação desfavorável.
2.1. Níveis de adequação dos profissionais de TI
Antes de analisar os níveis de adequação dos profissionais de TI quanto aos papéis
desempenhados durante o processo de desenvolvimento de software, segundo o perfil
desses profissionais, é interessante analisar os níveis de adequação dos profissionais de TI,
independente de seu perfil.
Os resultados da soma de todos os respondentes, por nível de adaptação para cada
papel, independente de seu perfil, foram distribuídos em gráficos para demonstração,
conforme representado no exemplo do Gráfico 4:
Gráfico 4 – Exemplo do Gráfico de níveis de adequaç ão do Administrador de Banco de Dados
Significa que, segundo o exemplo, independente do perfil, a maioria dos profissionais
de TI pesquisados que conhecem o papel de Administrador de Banco de Dados, vê o papel
favoravelmente.
0
10
20
30
40
50
60
Péssimaadaptação
Difíciladaptação
Improváveladaptação
Desconhece Prováveladaptação
Fáciladaptação
Excelenteadaptação
Administrador de Banco de Dados
86
A apuração dos níveis de adequação alcançados pelos profissionais de TI, quanto
aos papéis exercidos, independente do perfil estão demonstrados no Apêndice 3.
Para demonstração dos resultados obtidos com o nível de adequação dos papéis
exercidos pelos profissionais de TI pesquisados, independente do perfil, foi concebida uma
tabela consolidada, conforme representado a seguir:
Tabela 1 – Níveis consolidados de adequação indepen dente do perfil
Péssima
adaptação Difícil
adaptação Improvável adaptação Desconhece Provável
adaptação Fácil
adaptação Excelente adaptação
10 3 17 45 62 43 21 Administrador de BD 4,98% 1,49% 8,46% 22,39% 30,85% 21,39% 10,45%
9 5 15 53 63 40 16 Administrador de Dados 4,48% 2,49% 7,46% 26,37% 31,34% 19,90% 7,96%
9 2 16 62 69 33 10 Analista de Arquitetura 4,48% 1% 7,96% 30,85% 34,33% 16,42% 4,98%
8 1 17 72 65 28 10 Analista de Componentes 3,98% 0,5% 8,46% 35,82% 32,34% 13,93% 4,98%
6 3 19 67 58 36 12 Analista de Configuração 2,99% 1,49% 9,45% 33,33% 28,86% 17,91% 5,97%
5 3 19 70 60 32 12 Analista de Ferramentas 2,49% 1,49% 9,45% 34,83% 29,85% 15,92% 5,97%
5 2 18 48 49 54 25 Analista de Implantação 2,49% 1% 8,96% 23,88% 24,38% 26,87% 12,44%
6 2 23 46 62 38 24 Analista de Infraestrutura 2,99% 1% 11,44% 22,89% 30,85% 18,91% 11,94%
7 3 17 61 65 33 15 Analista de Interface 3,48% 1,49% 8,46% 30,35% 32,34% 16,42% 7,46%
14 4 27 47 51 32 26 Analista de Metodologia 6,97% 1,99% 13,43% 23,38% 25,37% 15,92% 12,94%
5 3 19 55 60 34 25 Analista de Mudanças 2,49% 1,49% 9,45% 27,36% 29,85% 16,92% 12,44%
7 2 15 33 59 45 40 Analista de Processos 3,48% 1% 7,46% 16,42% 29,35% 22,39% 19,9%
6 1 15 48 57 49 25 Analista de Requisitos 2,99% 0,50% 7,46% 23,88% 28,36% 24,38% 12,44%
8 7 14 55 58 37 22 Analista de Segurança 3,98% 3,48% 6,97% 27,36% 28,86% 18,41% 10,95%
8 2 9 34 66 57 25 Analista de Testes 3,98% 1% 4,48% 16,92% 32,84% 28,36% 12,44%
7 1 10 42 58 44 39 Analista de Treinamento 3,48% 0,5% 4,98% 20,9% 28,86% 21,89% 19,4%
4 2 9 25 30 45 86 Analista de Sistemas 1,99% 1% 4,48% 12,44% 14,93% 22,39% 42,79%
6 5 13 35 43 37 62 Gerente do Projeto 2,99% 2,49% 6,47% 17,41% 21,39% 18,41% 30,85%
8 8 14 33 37 40 61 Programador 3,98% 3,98% 6,97% 16,42% 18,41% 19,90% 30,35%
14 7 28 64 54 20 14 Redator Técnico 6,97% 3,48% 13,93% 31,84% 26,87% 9,95% 6,97%
12 9 25 58 51 29 17 Revisor 5,97% 4,48% 12,44% 28,86% 25,37% 14,43% 8,46%
É possível ainda agrupar as respostas em apenas três categorias: respostas
desfavoráveis, respostas de profissionais que desconhecem o papel e respostas favoráveis,
conforme demonstrado na Tabela 2.
87
Tabela 2 – Níveis de adequação independente do perf il
Desfavorável Desconhece Favorável
N % N % N %
Administrador de BD 30 14,93% 45 22,39% 126 62,69%
Administrador de Dados 29 14,43% 53 26,37% 119 59,20%
Analista de Arquitetura 27 13,43% 62 30,85% 112 55,72%
Analista de Componentes 26 12,94% 72 35,82% 103 51,24%
Analista de Configuração 28 13,93% 67 33,33% 106 52,74%
Analista de Ferramentas 27 13,43% 70 34,83% 104 51,74%
Analista de Implantação 25 12,44% 48 23,88% 128 63,68%
Analista de Infra-estrutura 31 15,42% 46 22,89% 124 61,69%
Analista de Interface 27 13,43% 61 30,35% 113 56,22%
Analista de Metodologia 45 22,39% 47 23,38% 109 54,23%
Analista de Mudanças 27 13,43% 55 27,36% 119 59,20%
Analista de Processos 24 11,94% 33 16,42% 144 71,64%
Analista de Requisitos 22 10,95% 48 23,88% 131 65,17%
Analista de Segurança 29 14,43% 55 27,36% 117 58,21%
Analista de Testes 19 9,45% 34 16,92% 148 73,63%
Analista de Treinamento 18 8,96% 42 20,90% 141 70,15%
Analista de Sistemas 15 7,46% 25 12,44% 161 80,10%
Gerente do Projeto 24 11,94% 35 17,41% 142 70,65%
Programador 30 14,93% 33 16,42% 138 68,66%
Redator Técnico 49 24,38% 64 31,84% 88 43,78%
Revisor 46 22,89% 58 28,86% 97 48,26%
Uma alta incidência de profissionais que manifestam desconhecimento acerca de
papéis bastante conhecidos no ambiente típico de desenvolvimento de software sugere que
as metodologias adotadas, que definem os papéis, não sejam devidamente divulgadas ou
consultadas, e que, talvez não haja uma preocupação em reciclar os profissionais,
experimentando seu desempenho em outros papéis.
Reduzindo-se os níveis de adequação para favoráveis e desfavoráveis e eliminando-
se os respondentes que afirmaram desconhecer os papéis pesquisados, chegou-se ao
número de respondentes demonstrados na Tabela 3:
88
Tabela 3 – Níveis de adequação favoráveis e desfavo ráveis independente do perfil
Desfavoráveis Favoráveis Total
N % N % N
Administrador de BD 30 19,35% 125 80,65% 155
Administrador de Dados 29 19,73% 118 80,27% 147
Analista de Arquitetura 27 19,57% 111 80,43% 138
Analista de Componentes 26 20,16% 103 79,84% 129
Analista de Configuração 27 20,30% 106 79,70% 133
Analista de Ferramentas 26 20,00% 104 80,00% 130
Analista de Implantação 24 15,79% 128 84,21% 152
Analista de Infra-estrutura 30 19,48% 124 80,52% 154
Analista de Interface 26 18,71% 113 81,29% 139
Analista de Metodologia 45 29,22% 109 70,78% 154
Analista de Mudanças 27 18,62% 118 81,38% 145
Analista de Processos 24 14,37% 143 85,63% 167
Analista de Requisitos 22 14,47% 130 85,53% 152
Analista de Segurança 29 20,00% 116 80,00% 145
Analista de Testes 19 11,45% 147 88,55% 166
Analista de Treinamento 18 11,32% 141 88,68% 159
Analista de Sistemas 14 8,00% 161 92,00% 175
Gerente do Projeto 23 13,94% 142 86,06% 165
Programador 29 17,37% 138 82,63% 167
Redator Técnico 48 35,29% 88 64,71% 136
Revisor 45 31,69% 97 68,31% 142
Nota-se em todos os papéis uma forte tendência a uma adequação favorável dos
profissionais de TI aos seus papéis, independente do perfil apresentado, conforme
evidenciado no Gráfico 5:
89
Gráfico 5 – Níveis de adaptação nos papéis exercido s pelos profissionais de TI
Uma vez analisado o nível de adaptação dos profissionais de TI quanto aos papéis
exercidos durante o processo de desenvolvimento de software, é possível fazer uma análise
aprofundada do nível de adaptação, considerando-se seus tipos de Inteligência e seu tipo
psicológico.
2.1.1. Níveis de adequação quanto aos Tipos de Inte ligência
A apuração dos tipos de inteligência encontrou certa dificuldade em função da
obtenção de uma mesma pontuação para várias inteligências concomitantemente.
A princípio pensou-se em eleger os três tipos de inteligência com pontuação mais
elevada, mas constatou-se que freqüentemente dois ou três tipos alcançavam uma mesma
pontuação, e assim, não seria correto ficar com um dos tipos, em detrimento dos demais.
Algumas vezes, percebeu-se que por diferença de um ponto, um tipo de inteligência seria
descartado na análise, o que também não pareceu correto.
Dessa forma, optou-se pela criação de quatro classes, em que fossem distribuídas
as pontuações obtidas. Como o total de pontos alcançados por cada tipo de inteligência é de
90
no máximo 40 pontos, foram criados 4 classes, representando sua colocação, conforme
demonstrado no Quadro 10:
Quadro 10 – Classes de pontuação alcançada pelos Ti pos de Inteligência
Classificação Pontuação
4ª 1 a 10 pontos
3ª 11 a 20 pontos
2ª 21 a 30 pontos
1ª 31 a 40 pontos
Assim, a pontuação alcançada em um tipo de inteligência por um respondente, se
enquadra em uma das quatro classes criadas.
Os tipos de inteligência mais desenvolvidos para cada respondente apurados foram
usados para medir, para cada tipo de inteligência, índices favoráveis à adaptação de um
profissional de TI em cada papel exercido. Os resultados da soma de todos os respondentes
com o mesmo perfil de inteligência, para cada papel, foram distribuídos em tabelas para
demonstração, conforme representado no exemplo da Tabela 4 e Tabela 5:
Tabela 4 – Exemplo da tabela de adaptação desfavorá vel por tipo de inteligência
Administrador de Banco de Dados 4ª 3ª 2ª 1ª Tipos de Inteligência
N % N % N % N % Lingüística 0 0,0% 1 8,3% 8 66,7% 3 25,0% Lógica 0 0,0% 1 8,3% 7 58,3% 4 33,3% Intrapessoal 0 0,0% 0 0,0% 4 33,3% 8 66,7% Interpessoal 0 0,0% 0 0,0% 5 41,7% 7 58,3% Espacial 0 0,0% 1 8,3% 6 50,0% 5 41,7% Naturalista 0 0,0% 0 0,0% 6 50,0% 6 50,0% Musical 0 0,0% 5 41,7% 6 50,0% 1 8,3% Corporal 0 0,0% 5 41,7% 6 50,0% 1 8,3%
No entanto, as tabelas de adaptação desfavorável por tipo de inteligência, não
apontam necessariamente para uma evidência de que níveis mais acentuados de certa
inteligência sejam desfavoráveis à adaptação a determinado papel, uma vez que a presença
de um tipo de inteligência não é excludente a outra inteligência e nem interfere na presença
de outras inteligências.
Portanto, apesar de as tabelas relativas a adaptação desfavorável fazerem parte da
pesquisa, não serão utilizadas para a análise da adaptação dos profissionais de TI quanto
aos papéis exercidos, e apenas as tabelas relativas a uma adaptação favorável.
91
Tabela 5 – Exemplo da tabela de adaptação favorável por tipo de inteligência
Administrador de Banco de Dados 4ª 3ª 2ª 1ª Tipos de Inteligência
N % N % N % N % Lingüística 0 0,0% 0 0,0% 25 67,6% 12 32,4% Lógica 0 0,0% 0 0,0% 14 37,8% 23 62,2% Intrapessoal 0 0,0% 0 0,0% 12 32,4% 25 67,6% Interpessoal 0 0,0% 0 0,0% 14 37,8% 23 62,2% Espacial 0 0,0% 2 5,4% 20 54,1% 15 40,5% Naturalista 0 0,0% 1 2,7% 20 54,1% 16 43,2% Musical 0 0,0% 5 13,5% 26 70,3% 6 16,2% Corporal 0 0,0% 5 13,5% 25 67,6% 7 18,9%
Significa que, segundo o exemplo, os tipos de inteligências mais favoráveis para o
papel de Administrador de Banco de Dados são a intrapessoal, a lógico-matemática e a
interpessoal.
A apuração dos níveis de adequação alcançados pelos profissionais de TI, quanto
aos papéis exercidos, considerando-se os tipos de inteligência estão demonstrados no
Apêndice 4.
Para demonstração dos resultados obtidos com os tipos de inteligência foi concebida
uma tabela consolidada, conforme representado na Tabela 6.
Tabela 6 – Consolidação da adaptação ao papel por t ipos de inteligência
linguística lógica intrapessoal interpessoal espacial naturalista musical corporal Administrador de BD 11,22% 17,07% 18,29% 17,07% 11,95% 13,90% 3,90% 6,59% Administrador de Dados 11,85% 17,53% 18,02% 16,54% 11,85% 14,07% 3,46% 6,67% Analista de Arquitetura 11,68% 19,37% 16,52% 15,67% 12,25% 14,53% 3,70% 6,27% Analista de Componentes 12,09% 18,88% 16,81% 15,93% 11,80% 15,04% 3,24% 6,19% Analista de Configuração 11,57% 17,51% 18,40% 16,91% 11,28% 13,65% 4,45% 6,23% Analista de Ferramentas 12,10% 17,29% 17,87% 16,43% 12,10% 13,83% 4,03% 6,34% Analista de Implantação 12,24% 16,94% 17,88% 16,47% 12,24% 14,12% 3,76% 6,35% Analista de Infra-estrutura 12,25% 17,40% 18,14% 16,42% 12,25% 13,97% 3,92% 5,64% Analista de Interface 12,07% 17,32% 18,11% 15,75% 12,60% 13,91% 3,67% 6,56% Analista de Metodologia 11,65% 16,26% 18,43% 16,53% 12,47% 13,28% 4,61% 6,78% Analista de Mudanças 11,86% 15,98% 18,81% 16,75% 11,86% 14,18% 3,61% 6,96% Analista de Processos 11,51% 16,11% 19,04% 17,36% 11,72% 14,64% 3,56% 6,07% Analista de Requisitos 11,46% 16,85% 18,65% 16,85% 12,36% 13,71% 3,82% 6,29% Analista de Segurança 12,63% 16,24% 18,30% 17,01% 11,86% 13,14% 4,38% 6,44% Analista de Testes 11,50% 17,26% 19,25% 16,37% 11,50% 14,60% 3,76% 5,75% Analista de Treinamento 12,06% 16,84% 18,71% 17,05% 11,23% 14,55% 3,12% 6,44% Analista de Sistemas 11,75% 16,53% 18,92% 17,93% 11,35% 14,34% 3,59% 5,58% Gerente do Projeto 11,61% 16,77% 18,92% 18,06% 11,40% 14,19% 3,66% 5,38% Programador 10,54% 16,34% 17,20% 15,91% 10,75% 13,98% 3,01% 4,95% Redator Técnico 13,61% 17,35% 18,37% 15,99% 11,56% 13,61% 4,42% 5,10% Revisor 13,75% 16,25% 18,44% 16,25% 10,00% 14,69% 4,06% 6,56%
Nota-se que os profissionais que exercem os papéis no processo de
desenvolvimento de software obtiveram pontuações de bom a ótimo em todos os tipos de
inteligência avaliados, o que evidencia que as atividades desempenhadas por esses
profissionais proveram uma boa estimulação durante o seu desenvolvimento profissional.
A tabela 7 foi elaborada com o objetivo de prover uma melhor visualização dos
resultados obtidos com os tipos de inteligência para cada papel:
92
Tabela 7 – Ranking dos tipos de inteligência para c ada papel
Ranking de Tipos de Inteligência para cada papel 1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º
Adm.BD intrapessoal lógica interpessoal naturalista espacial linguística corporal musical Adm.Dad. intrapessoal lógica interpessoal naturalista linguística espacial corporal musical Anal.Arq. lógica intrapessoal interpessoal naturalista espacial linguística corporal musical Anal.Cmp. lógica intrapessoal interpessoal naturalista linguística espacial corporal musical Anal.Conf. intrapessoal lógica interpessoal naturalista linguística espacial corporal musical Anal.Fer. intrapessoal lógica interpessoal naturalista linguística espacial corporal musical Anal.Impl. intrapessoal lógica interpessoal naturalista linguística espacial corporal musical Anal.Infr. intrapessoal lógica interpessoal naturalista linguística espacial corporal musical Anal.Interf. intrapessoal lógica interpessoal naturalista espacial linguística corporal musical Anal.Met. intrapessoal interpessoal lógica naturalista espacial linguística corporal musical Anal.Mud. intrapessoal interpessoal lógica naturalista linguística espacial corporal musical Anal.Proc. intrapessoal interpessoal lógica naturalista espacial linguística corporal musical Anal.Req. intrapessoal lógica interpessoal naturalista espacial linguística corporal musical Anal.Seg. intrapessoal interpessoal lógica naturalista linguística espacial corporal musical Anal.Sist. intrapessoal lógica interpessoal naturalista linguística espacial corporal musical Anal.Test. intrapessoal interpessoal lógica naturalista linguística espacial corporal musical Anal.Trn. intrapessoal interpessoal lógica naturalista linguística espacial corporal musical Ger.Proj. intrapessoal interpessoal lógica naturalista linguística espacial corporal musical Progr. intrapessoal lógica interpessoal naturalista espacial linguística corporal musical Red.Tcn. intrapessoal lógica interpessoal linguística naturalista espacial corporal musical Revis. intrapessoal lógica interpessoal naturalista linguística espacial corporal musical
Nota-se uma forte proeminência das inteligências intrapessoal, lógica e interpessoal
em todos os papéis exercidos, que aparece maciçamente nas 3 primeiras posições do
ranking. A predominância da inteligência lógica entre os profissionais de TI confirma os
estudos relatados anteriormente. No entanto, não foram encontrados estudos que
apurassem a predominância das inteligências intrapessoal e interpessoal, o que sugere que
o alto nível de interação necessário as atividades envolvidas com outros profissionais, com
usuários e fornecedores ao longo da vivência profissional estimula consideravelmente o
desenvolvimento das inteligências pessoais.
A inteligência naturalista ocupa também uma posição de destaque, devido a um
caráter particular das atividades exercidas, que na maioria das vezes envolve a identificação
das classes as quais pertence um objeto, uma preocupação típica da inteligência naturalista.
Já a inteligência lingüística aparece muito timidamente na 4ª posição da tabela e
apenas para o papel de redator técnico, dividindo a 5ª e a 6ª posição com a inteligência
vísuo-espacial. Explica-se a dificuldade que os profissionais apresentam, em geral, para
gerar a documentação necessária para a garantia da qualidade de software, garantir a
passagem de informações de um profissional para outro e facilitar futuras manutenções.
A inteligência vísuo-espacial também ocupa uma posição modesta no ranking, o que
pode explicar a dificuldade de os profissionais lidarem com as visões e modelos propostos
pelos modernos processos de desenvolvimento de software.
Os profissionais apresentaram as inteligências corporal e musical como as últimas
colocadas no ranking, uma vez que essas inteligências não são relevantes ao desempenho
profissional de sua área de atuação.
93
2.1.2. Níveis de adequação quanto aos Tipos Psicoló gicos
A apuração do tipo psicológico que seguiu os critérios estabelecidos por Kersey,
conforme referenciado no Anexo 2, foi representado no Quadro 11 e exemplificado no
Quadro 12:
Quadro 11 – Critérios para apuração do tipo psicoló gico
Col 1 Col 2 Col 3 Col 4 Col 5 Col 6 Col 7 A B A B A B A B A B A B A B
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14
15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 52 53 54 55 56 57 58 59 60 61 62 63 64 65 66 67 68 69 70 Total Total 2 Total 3 Total 4 Total 5 Total 6 Total 7 Atitude E S Total 2 + Total 3 Total 4 + Total 5 Total 6 + Total 7
Percepção S N Julgamento T F Dominância J P
Para apuração do tipo psicológico, devem ser observadas as seguintes instruções:
1. Transcreva as respostas de cada questão, colocando 1 para a alternativa que foi
selecionada e 0 para a que não foi selecionada. Observe que a primeira alternativa
corresponde a coluna A e a segunda corresponde a alternativa B, de cada coluna.
2. Some os valores de A e B das colunas 1 a 7, depositando os valores apurados nos
respectivos totais.
3. Some os valores de A e B dos totais da coluna 2 com os totais da coluna 3.
4. Some os valores de A e B dos totais da coluna 4 com os totais da coluna 5.
5. Some os valores de A e B dos totais da coluna 6 com os totais da coluna 7.
6. Verifique os maiores valores apurados em cada total, que correspondem às letras
colocadas em A e B de cada coluna, para apurar o tipo psicológico.
94
Quadro 12 – Exemplo da aplicação dos critérios para apuração do tipo psicológico
Col 1 Col 2 Col 3 Col 4 Col 5 Col 6 Col 7 A B A B A B A B A B A B A B
1 1 0 2 1 0 3 0 0 4 0 1 5 0 1 6 1 0 7 1 0 8 0 1 9 0 1 10 1 0 11 1 0 12 1 0 13 1 0 14 1 0
15 1 0 16 0 1 17 1 0 18 1 0 19 0 1 20 1 0 21 1 0 22 1 0 23 1 0 24 1 0 25 0 1 26 1 0 27 1 0 28 0 1 29 1 0 30 0 1 31 0 1 32 0 1 33 0 1 34 0 1 35 1 0 36 1 0 37 1 0 38 0 1 39 1 0 40 0 1 41 1 0 42 1 0 43 0 1 44 0 1 45 1 0 46 1 0 47 1 0 48 1 0 49 1 0 50 1 0 51 0 0 52 1 0 53 1 0 54 1 0 55 1 0 56 1 0 57 1 0 58 1 0 59 1 0 60 1 0 61 1 0 62 1 0 63 1 0 64 1 0 65 0 1 66 1 0 67 1 0 68 0 1 69 1 0 70 1 0
Total 1 8 2 Total 2 4 5 Total 3 7 2 Total 4 7 3 Total 5 5 5 Total 6 9 1 Total 7 9 1 Atitude E S Total 2 + Total 3 11 7 Total 4 + Total 5 12 8 Total 6 + Total 7 18 2
Percepção S N Julgamento T F Dominância J P
Tipo Psicológico = ESTJ
A distribuição dos tipos psicológicos entre os profissionais de TI foi retratado no
Gráfico 6:
Gráfico 6 – Distribuição dos tipos psicológicos en tre os profissionais de TI
Os tipos psicológicos foram agrupados em Sensação, Sentimento, Pensamento e
Intuição, para esse tipo de análise, conforme representado no Quadro 13.
Distribuição dos tipos psicológicos
ENTJ9%
ENTP1%
ESFJ8%
ESFP0%
ESTJ33%
INTP5%
ISFJ5%
ENFP3%
ENFJ10%
ISTP0%ISTJ
16%
INFP0%
INFJ5%
ESTP1%
INTJ4%
95
Quadro 13 – Agrupamento dos tipos psicológicos
Sensação ISTP INTP ISTJ ISFJ Sentimento ESFP ENFP ENTJ ENFJ Pensamento ISFP INFP INTJ INFJ
Intuição ESTP ENTP ESTJ ESFJ
Nota-se uma forte predominância do tipo Pensamento entre os profissionais de TI,
que é confirmado pelo Gráfico 7:
Gráfico 7 – Distribuição dos tipos psicológicos por preferência
Uma vez apurado o tipo psicológico de cada respondente, foi possível usar os
resultados do teste de Adequação dos Profissionais de TI (Apêndice 1) para medir, para
cada tipo psicológico, índices favoráveis e desfavoráveis à adaptação de um profissional de
TI em cada papel exercido. Os resultados da soma de todos os respondentes com o mesmo
perfil psicológico, para cada papel, foram distribuídos em tabelas para demonstração,
conforme representado no exemplo da Tabela 8:
Distribuição por preferência
2% 5%
63%
30%sensação
intuição
pensamento
sentimento
96
Tabela 8 – Exemplo da tabela de adaptação por tipo psicológico
Administrador de Banco de Dados
Desfavorável Favorável N % N %
ENFJ 3 0,166666667 15 0,833333333 ENFP 0 0 5 1 ENTJ 3 0,230769231 10 0,769230769 ENTP 1 0,5 1 0,5 ESFJ 2 0,133333333 13 0,866666667 ESFP 0 0 1 1 ESTJ 6 0,127659574 41 0,872340426 ESTP 0 0 1 1 INFJ 0 0 6 1 INFP 0 0 1 1 INTJ 2 0,25 6 0,75 INTP 0 0 1 1 ISFJ 5 0,5 5 0,5 ISTJ 8 0,307692308 18 0,692307692 ISTP 0 0 1 1
Significa que, segundo o exemplo, dentre os 18 profissionais de tipo psicológico
ENFJ pesquisados, 3 profissionais tiveram uma adaptação desfavorável e 15 tiveram uma
adaptação favorável, quanto ao papel de Administrador de Banco de Dados.
A apuração dos níveis de adequação alcançados pelos profissionais de TI, quanto
aos papéis exercidos, considerando-se os tipos psicológicos estão demonstrados no
Apêndice 4.
Para demonstração dos resultados obtidos com os tipos psicológicos foi concebida
uma tabela consolidada, conforme apresentado na Tabela 6.
Ao contrário do que acontece com os tipos de inteligências, as tabelas de adaptação
desfavorável por tipo de inteligência, evidenciam que certos tipos psicológicos sejam de fato
desfavoráveis à adaptação a determinado papel, uma vez que a presença de uma
preferência é excludente em relação à outra, interferindo na presença de outra preferência.
No entanto, como a análise do perfil envolve os tipos de inteligência e os tipos
psicológicos, concomitantemente, serão utilizadas apenas as informações relativas a
adaptação favorável dos profissionais de TI quanto aos papéis exercidos, conforme
representado na Tabela 9.
97
Tabela 9 – Consolidação de adaptação ao papel por t ipos psicológicos
Sensação Intuição
ISTP ESTP ISFP ESFP INTP ENTP INFP ENFP
Administrador de BD 1 1 - 1 1 1 1 5
Administrador de Dados - 1 - 1 1 2 1 4
Analista de Arquitetura 0 1 - 1 - 1 - 5
Analista de Componentes 1 1 - 1 1 1 6 4
Analista de Configuração 1 1 - 1 - 3 1 5
Analista de Ferramentas 0 2 - 1 - 2 1 3
Analista de Implantação 0 2 - 1 5 3 - 5
Analista de Infra-estrutura 1 1 - 1 - 3 1 3
Analista de Interface - 2 - 1 - 2 - 3
Analista de Metodologia 0 1 - 0 1 2 0 3
Analista de Mudanças 0 1 - 1 1 2 1 4
Analista de Processos 0 2 - 1 1 2 1 7
Analista de Requisitos 1 1 - 1 1 3 - 7
Analista de Segurança 0 2 - 1 1 3 - 5
Analista de Testes 1 2 - 1 1 3 - 7
Analista de Treinamento 1 1 - 1 - 3 1 7
Analista de Sistemas 0 2 - 1 1 2 0 8
Gerente do Projeto 0 2 - 1 1 2 0 7
Programador 1 2 - 1 1 2 1 6
Redator Técnico 1 1 - 0 - 2 1 5
Revisor 1 1 - 0 - 2 1 5
Pensamento Sentimento
ISTJ ESTJ INTJ ENTJ ISFJ ESFJ INFJ ENFJ
Administrador de BD 18 41 6 10 5 13 6 15
Administrador de Dados 12 41 7 12 7 13 4 11
Analista de Arquitetura 19 38 8 10 6 11 3 8
Analista de Componentes 17 35 10 6 12 4 4
Analista de Configuração 15 35 5 8 5 14 5 7
Analista de Ferramentas 14 36 4 9 6 13 3 10
Analista de Implantação 19 41 10 9 14 6 13
Analista de Infra-estrutura 22 41 5 12 8 14 4 8
Analista de Interface 15 39 4 9 8 11 6 12
Analista de Metodologia 16 35 4 9 8 9 8 13
Analista de Mudanças 18 37 5 10 6 13 6 13
Analista de Processos 21 46 6 13 6 14 8 15
Analista de Requisitos 22 38 4 14 6 11 9 12
Analista de Segurança 20 38 4 8 7 11 4 12
Analista de Testes 27 45 6 11 9 12 7 15
Analista de Treinamento 20 41 8 15 10 12 5 16
Analista de Sistemas 22 49 7 15 11 15 10 18
Gerente do Projeto 20 46 7 15 7 13 5 16
Programador 21 42 5 13 9 11 9 14
Redator Técnico 12 28 5 8 6 6 5 8
Revisor 14 32 4 9 6 7 5 10
A Tabela 10 representa os percentuais de cada perfil psicológico em cada papel
exercido.
98
Tabela 10 – Consolidação de adaptação ao papel por tipos psicológicos
Sensação Intuição ISTP ESTP ISFP ESFP INTP ENTP INFP ENFP Administrador de BD 0,80% 0,80% - 0,80% 0,80% 0,80% 0,80% 4,00%
Administrador de Dados 0,85% 0,85% - 0,85% 0,85% 1,69% 0,85% 3,39%
Analista de Arquitetura 0,00% 0,90% - 0,90% - 0,90% - 4,50%
Analista de Componentes 0,97% 0,97% - 0,97% 0,97% 0,97% - 3,88%
Analista de Configuração 0,94% 0,94% - 0,94% - 2,83% 0,94% 4,72%
Analista de Ferramentas 0,00% 1,92% - 0,96% - 1,92% 0,96% 2,88%
Analista de Implantação 0,00% 1,56% - 0,78% - 2,34% - 3,91%
Analista de Infra-estrutura - 0,81% - 0,81% 6,45% 2,42% 0,81% 2,42%
Analista de Interface 0,88% 1,77% - 0,88% - 1,77% - 2,65%
Analista de Metodologia 0,00% 0,92% - 0,00% 0,92% 1,83% 0,00% 2,75%
Analista de Mudanças 0,00% 0,85% - 0,85% 0,85% 1,69% 0,85% 3,39%
Analista de Processos 0,00% 1,40% - 0,70% 0,70% 1,40% 0,70% 4,90%
Analista de Requisitos 0,77% 0,77% - 0,77% 0,77% 2,31% - 5,38%
Analista de Segurança 0,00% 1,72% - 0,86% 0,86% 2,59% - 4,31%
Analista de Testes 0,68% 1,36% - 0,68% 0,68% 2,04% - 4,76%
Analista de Treinamento 0,71% 0,71% - 0,71% - 2,13% 0,71% 4,96%
Analista de Sistemas 0,00% 1,24% - 0,62% 0,62% 1,24% 0,00% 4,97%
Gerente do Projeto 0,00% 1,41% - 0,70% 0,70% 1,41% 0,00% 4,93%
Programador 0,72% 1,45% - 0,72% 0,72% 1,45% 0,72% 4,35%
Redator Técnico 1,14% 1,14% - 0,00% - 2,27% 1,14% 5,68%
Revisor 1,03% 1,03% - 0,00% - 2,06% 1,03% 5,15%
Pensamento Sentimento ISTJ ESTJ INTJ ENTJ ISFJ ESFJ INFJ ENFJ Administrador de BD 14,40% 32,80% 4,80% 8,00% 4,00% 10,40% 4,80% 12,00%
Administrador de Dados 10,17% 34,75% 5,93% 10,17% 5,93% 11,02% 3,39% 9,32%
Analista de Arquitetura 17,12% 34,23% 7,21% 9,01% 5,41% 9,91% 2,70% 7,21%
Analista de Componentes 16,50% 33,98% 5,83% 9,71% 5,83% 11,65% 3,88% 3,88%
Analista de Configuração 14,15% 33,02% 4,72% 7,55% 4,72% 13,21% 4,72% 6,60%
Analista de Ferramentas 13,46% 34,62% 3,85% 8,65% 5,77% 12,50% 2,88% 9,62%
Analista de Implantação 14,84% 32,03% 3,91% 7,81% 7,03% 10,94% 4,69% 10,16%
Analista de Infra-estrutura 0,81% 33,06% 4,03% 9,68% 17,74% 11,29% 3,23% 6,45%
Analista de Interface 13,27% 34,51% 3,54% 7,96% 7,08% 9,73% 5,31% 10,62%
Analista de Metodologia 14,68% 32,11% 3,67% 8,26% 7,34% 8,26% 7,34% 11,93%
Analista de Mudanças 15,25% 31,36% 4,24% 8,47% 5,08% 11,02% 5,08% 11,02%
Analista de Processos 14,69% 32,17% 4,20% 9,09% 4,20% 9,79% 5,59% 10,49%
Analista de Requisitos 16,92% 29,23% 3,08% 10,77% 4,62% 8,46% 6,92% 9,23%
Analista de Segurança 17,24% 32,76% 3,45% 6,90% 6,03% 9,48% 3,45% 10,34%
Analista de Testes 18,37% 30,61% 4,08% 7,48% 6,12% 8,16% 4,76% 10,20%
Analista de Treinamento 14,18% 29,08% 5,67% 10,64% 7,09% 8,51% 3,55% 11,35%
Analista de Sistemas 13,66% 30,43% 4,35% 9,32% 6,83% 9,32% 6,21% 11,18%
Gerente do Projeto 14,08% 32,39% 4,93% 10,56% 4,93% 9,15% 3,52% 11,27%
Programador 15,22% 30,43% 3,62% 9,42% 6,52% 7,97% 6,52% 10,14%
Redator Técnico 13,64% 31,82% 5,68% 9,09% 6,82% 6,82% 5,68% 9,09%
Revisor 14,43% 32,99% 4,12% 9,28% 6,19% 7,22% 5,15% 10,31%
A Tabela 11 foi elaborada com o objetivo de prover uma melhor visualização dos
resultados obtidos com os tipos psicológicos para cada papel:
99
Tabela 11 – Ranking dos tipos psicológicos para cad a papel
Ranking dos Tipos Psicológicos para cada papel 1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º 9º 10º 11º 12º 13º 14º 15º Adm.BD ESTJ ISTJ ENFJ ESFJ ENTJ INFJ INTJ ENFP ISFJ ENTP ESFP ESTP INFP INTP ISTP Adm.Dad. ESTJ ESFJ ENTJ ISTJ ENFJ INTJ ISFJ ENFP INFJ ENTP ESFP ESTP INFP INTP ISTP Anal.Arq. ESTJ ISTJ ESFJ ENTJ ENFJ INTJ ISFJ ENFP INFJ ENTP ESFP ESTP ISTP Anal.Cmp. ESTJ ISTJ ESFJ ENTJ INTJ ISFJ ENFJ ENFP INFJ ENTP ESFP ESTP INTP ISTP Anal.Conf. ESTJ ISTJ ESFJ ENTJ ENFJ ENFP INFJ INTJ ISFJ ENTP ESFP ESTP INFP ISTP Anal.Fer. ESTJ ISTJ ESFJ ENFJ ENTJ ISFJ INTJ ENFP INFJ ENTP ESTP ESFP INFP ISTP Anal.Impl. ESTJ ISTJ ESFJ ENFJ ENTJ ISFJ INFJ ENFP INTJ ENTP ESTP ESFP ISTP Anal.Infr. ESTJ ISTJ ESFJ ENTJ ENFJ ISFJ INTJ INFJ ENFP ENTP ESFP ESTP INFP ISTP Anal.Interf. ESTJ ISTJ ENFJ ESFJ ENTJ ISFJ INFJ INTJ ENFP ENTP ESTP ESFP ISTP Anal.Met. ESTJ ISTJ ENFJ ENTJ ESFJ INFJ ISFJ INTJ ENFP ENTP ESTP INTP ESFP INFP ISTP Anal.Mud. ESTJ ISTJ ENFJ ESFJ ENTJ INFJ ISFJ INTJ ENFP ENTP ESFP ESTP INFP INTP ISTP Anal.Proc. ESTJ ISTJ ENFJ ESFJ ENTJ INFJ ENFP INTJ ISFJ ENTP ESTP ESFP INFP INTP ISTP Anal.Req. ESTJ ISTJ ENTJ ENFJ ESFJ INFJ ENFP ISFJ INTJ ENTP ESFP ESTP INTP ISTP Anal.Seg. ESTJ ISTJ ENFJ ESFJ ENTJ ISFJ ENFP INFJ INTJ ENTP ESTP ESFP INTP ISTP Anal.Sist. ESTJ ISTJ ENFJ ESFJ ENTJ ISFJ ENFP INFJ INTJ ENTP ESTP ESFP INTP ISTP Anal.Test. ESTJ ISTJ ENFJ ENTJ ESFJ ISFJ INTJ ENFP INFJ ENTP ESFP ESTP INFP ISTP Anal.Trn. ESTJ ISTJ ENFJ ENTJ ESFJ ISFJ INFJ ENFP INTJ ENTP ESTP ESFP INTP INFP ISTP Ger.Proj. ENFP ENTP ESFP ESTP INTP ENTJ ESTJ ENFJ INTJ INFJ ISTJ ESFJ ISFJ INFP ISTP Progr. ESTJ ISTJ ENFJ ENTJ ESFJ INFJ ISFJ ENFP INTJ ENTP ESTP ESFP INFP INTP ISTP Red.Tcn. ESTJ ISTJ ENFJ ENTJ ESFJ ISFJ ENFP INFJ INTJ ENTP ESTP INFP ISTP ESFP Revis. ESTJ ISTJ ENFJ ENTJ ESFJ ISFJ ENFP INFJ INTJ ENTP ESTP INFP ISTP ESFP
Nota-se forte predominância do tipo Pensamento em todos os papéis analisados, o
que denota uma ascendência do julgamento sobre a percepção, com exceção do Gerente
de Projeto que apresenta uma dominância clara do tipo Intuição, com ascendência da
percepção sobre o julgamento.
Por um lado, a ascendência do julgamento sobre a percepção pode ser explicada
pelo caráter urgente das atividades realizadas pelos profissionais de TI, que precisam tomar
decisões rapidamente, sem que muitas vezes, haja tempo para uma percepção mais
apurada das informações envolvidas. Por outro lado, a ascendência da percepção sobre o
julgamento pode ser explicada pelo fato de o gerente de projetos julgar uma situação com
base na intuição, devido a sua dificuldade de obter informações de todas as frentes de
trabalho as quais gerencia.
É possível visualizar as informações relativas aos tipos psicológicos, separando-as
por preferência, conforme representado na Tabela 12.
100
Tabela 12 – Consolidação da adaptação aos papéis po r preferência
1º 2º 3º 4º Pensamento Sentimento Intuição Sensação Administrador de BD 75 39 8 3 Administrador de Dados 72 35 8 2 Analista de Arquitetura 75 28 6 2 Analista de Componentes 62 26 12 3 Analista de Configuração 63 31 9 3 Analista de Ferramentas 63 32 6 3 Analista de Implantação 70 42 13 3 Analista de Infra-estrutura 80 34 7 3 Analista de Interface 67 37 5 3 Analista de Metodologia 64 38 6 1 Analista de Mudanças 70 38 8 2 Analista de Processos 86 43 11 3 Analista de Requisitos 78 38 11 3 Analista de Segurança 70 34 9 3 Analista de Testes 89 43 11 4 Analista de Treinamento 84 43 11 3 Analista de Sistemas 93 54 11 3 Gerente do Projeto 88 41 10 3 Programador 81 43 10 4 Redator Técnico 53 25 8 2 Revisor 59 28 8 2
A predominância da preferência Pensamento é confirmada pelos percentuais
demonstrados no Gráfico 8, seguida pela preferência Sentimento.
Gráfico 8 – Distribuição dos tipos psicológicos por preferência
A predominância da preferência Sentimento sobre as preferências Intuição e
Sensação demonstra claramente, juntamente com os resultados obtidos durante a análise
dos tipos de inteligência, a importância do componente humano no âmbito das
organizações.
Distribuição por preferência
2% 5%
63%
30%sensação
intuição
pensamento
sentimento
101
2.2. Delineamento dos perfis mais adequados
O estudo exploratório revelou que há um perfil ideal para os papéis exercidos
durante o processo de desenvolvimento de software, embora para cada papel
separadamente não tenha sido constatada uma grande variação.
A amostra demonstra que os tipos de inteligência mais comuns aos profissionais com
alto nível de adaptação ao seu papel são as inteligências intrapessoal, lógica e interpessoal,
com uma participação mais discreta das inteligências natural e lingüística. A amostra
também revela que o tipo psicológico mais comum aos profissionais com alto nível de
adaptação ao seu papel é o tipo Pensamento, com uma participação discreta do Tipo
Sentimento. Uma exceção é o papel de Gerente de Projeto, que embora tenha apresentado
os mesmos tipos de inteligência, apresentou a Intuição como o tipo psicológico mais comum
aos profissionais com alto nível de adaptação ao seu papel.
Um fator a ser ponderado é a longa vivência profissional, que talvez tenha
desenvolvido na população estudada, alguns aspectos que tornaram os perfis dos
profissionais muito semelhantes uns aos outros.
2.3. Influência do perfil no desenvolvimento da
competência
A influência do perfil no desenvolvimento da competência requerida para cada um
dos papéis está representada, por gráficos que demonstram a relação dos tipos Sensação,
Intuição, Pensamento e Sentimento com as necessidades humanas, com as ações ligadas
ao atendimento das necessidades próprias e alheias, e, finalmente, com as habilidades a
serem adquiridas.
Cada uma dessas abordagens está representada por um primeiro gráfico que
demonstra o interesse dos profissionais, independente de seu tipo psicológico, e por um
segundo gráfico que demonstra o interesse desses profissionais, associado com o seu tipo
psicológico.
O Gráfico 9 demonstra o interesse dos tipos Sensação, Intuição, Pensamento e
Sentimento pelo atendimento das necessidades humanas.
102
Gráfico 9 – Interesse pelo
atendimento das necessidades
humanas
Nota-se um interesse maior pela necessidade de realização, o que sugere que o
desenvolvimento profissional não seja suficiente em termos de realização. Nota-se também,
um interesse menor pela necessidade de sobrevivência, posto que grande parte desses
profissionais, pelo nível econômico alcançado, não apresente muita preocupação com as
suas condições de subsistência. O interesse pela necessidade de relacionamento e de
capacitação justifica-se pela necessidade crescente de desenvolvimento de bons
relacionamentos e pelo fato de a área de TI exigir aprendizagem contínua, domínio de
novas técnicas e adoção de certificações.
O Gráfico 10 demonstra o interesse dos tipos Sensação, Intuição, Pensamento e
Sentimento pelo atendimento das necessidades humanas.
Gráfico 10 – Tipos psicológicos associados com as n ecessidades humanas
Interesse pelo atendimento das necessidades humanas
8%
23%
24%
45%Sobrevivência
Relacionamento
Capacitação
Realização
103
Nota-se que não existe nenhuma relação dos tipos psicológicos com o interesse pelo
atendimento das necessidades humanas.
O Gráfico 11 demonstra o interesse dos tipos Sensação, Intuição, Pensamento e
Sentimento pelas ações ligadas ao atendimento das próprias necessidades.
Gráfico 11 – Interesse pelas ações ligadas ao atend imento das próprias necessidades
Nota-se um maior interesse pelas ações ligadas ao aprendizado, justificado pelo
continuo progresso das tecnologias, que impõe um ritmo acelerado de absorção de novos
conhecimentos. Nota-se também, um interesse maior pela ação de produzir em detrimento
das ações de interagir e empreender, em contraposição ao interesse demonstrado pela
realização na questão anterior.
Talvez o verbo empreender tenha sido entendido no seu sentido comercial, e não
como a ação de conceber, instituir, construir ou criar, ações essas que estariam mais de
acordo com o significado atribuído à realização.
O interesse pela necessidade de relacionamento e de capacitação justifica-se pela
importância crescente de desenvolver bons relacionamentos e pelo fato de a área de TI
exigir aprendizagem contínua, domínio de novas técnicas e adoção de certificações.
O Gráfico 12 demonstra o interesse dos tipos Sensação, Intuição, Pensamento e
Sentimento pelas ações ligadas atendimento das necessidades humanas.
Interesse pelas ações voltadas ao atendimento das próprias necessidades
23%
13%
46%
18%
Produzir
Interagir
Aprender
Empreender
104
Gráfico 12 – Tipos psicológicos associados com açõe s voltadas às próprias necessidades
Nota-se que não existe nenhuma relação dos tipos psicológicos com o interesse
pelas ações ligadas ao atendimento das próprias necessidades, com exceção da ação de
aprender que obteve uma proporção maior em relação às demais.
O Gráfico 13 demonstra a relação dos tipos Sensação, Intuição, Pensamento e
Sentimento com as ações ligadas ao atendimento das necessidades alheias.
Gráfico 13 – Interesse pelas ações ligadas ao atend imento das necessidades alheias
0,00%
10,00%20,00%30,00%
40,00%
50,00%60,00%
70,00%
80,00%
90,00%100,00%
Pro
duzi
r
Out
ros
Em
pree
nder
Out
ros
Apr
ende
r
Out
ros
Inte
ragi
r
Out
ros
Sensação Intuição Pensamento Sentimento
Tipos psicológicos associados com ações voltadas às próprias necessidades
Interesse pelas ações voltadas ao atendimento das necessidades alheias
28%
25%
29%
18%
Prover para que os outrospossam produzir
Intermediar para que osoutros possam interagir
Ensinar para que os outrospossam aprender
Inspirar para que os outrospossam empreender
105
Nota-se um maior interesse na ação de prover para que o outro possa produzir e na
ação de ensinar para que o outro possa aprender, mas um menor interesse na ação de
intermediar para que o outro possa interagir, e menor ainda na ação de inspirar para que o
outro empreenda.
Embora tenha havido, maior interesse no atendimento da necessidade de realização,
as ações que acompanhariam esse interesse não despertaram, por parte dos profissionais,
um interesse de igual dimensão, demonstrando que provavelmente, não se constituiu uma
ligação entre as necessidades e as ações a elas ligadas.
O Gráfico 14 demonstra o interesse dos tipos Sensação, Intuição, Pensamento e
Sentimento pelas ações ligadas atendimento das necessidades alheias.
Gráfico 14 – Tipos psicológicos associados com açõe s voltadas às necessidades alheias
Nota-se, mais uma vez, que não existe nenhuma relação dos tipos psicológicos com
o interesse pelas ações ligadas ao atendimento das necessidades alheias, com exceção da
ação de ensinar que obteve uma proporção maior em relação às demais.
O Gráfico 15 demonstra a relação dos tipos Sensação, Intuição, Pensamento e
Sentimento com as habilidades a serem adquiridas.
0,00%
10,00%
20,00%
30,00%
40,00%
50,00%
60,00%
70,00%
80,00%
90,00%
100,00%
Pro
ver
Out
ros
Insp
irar
Out
ros
Ens
inar
Out
ros
Inte
rmed
iar
Out
ros
Sensação Intuição Pensamento Sentimento
Tipos psicológicos associados com ações voltadas às necessidades alheias
106
Gráfico 15 – Interesse pela aquisição de habilidade s
Nota-se que há maior interesse na aquisição de habilidades produtivas, técnicas e
operacionais, justificada talvez pelo caráter altamente técnico dos profissionais de TI,
seguido pelo interesse na aquisição de habilidades inovativas, estratégicas e
empreendedoras, tão valorizadas no atual contexto competitivo das organizações. O menor
interesse pela aquisição de habilidades humanas pode ser explicado pelo fato de os
profissionais julgarem que possuem essas habilidades bem desenvolvidas, uma vez que
alcançaram altos scores nas inteligências pessoais e no tipo Sentimento.
O menor interesse pela aquisição de habilidades conceituais, organizacionais e
normativas parece natural em vista da resistência que os profissionais de TI apresentam
quanto à conceituação dos objetos a serem tratados pelos sistemas de informação, quanto à
organização e armazenamento das informações e quanto à aplicação de padrões e normas
na elaboração de artefatos de software.
O Gráfico 16 demonstra o interesse dos tipos Sensação, Intuição, Pensamento e
Sentimento pela aquisição das habilidades ligadas atendimento das necessidades humanas.
Interesse pela aquis ição de habilidades para atendimento das necessidades
40%
21%
9%
30%
Habilidades produtivas,técnicas e operacionais
Habilidades humanas,relacionais e sociais
Habilidades conceituais,organizacionais e normativas
Habilidades inovativas,estratégicas eempreendedoras
107
Gráfico 16 – Tipos psicológicos associados com a aq uisição de habilidades
Nota-se, ainda, que não existe nenhuma relação dos tipos psicológicos com o
interesse pela aquisição de habilidades ligadas ao atendimento das necessidades humanas.
108
Capítulo 3 – Conclusão
A questão central desta pesquisa foi prover subsídios para que sejam alocados
profissionais de TI com perfil ideal para assumir os diferentes papéis exercidos durante o
processo de desenvolvimento de software
Para isso, seria necessário investigar os níveis de adequação aos papéis exercidos
pelos profissionais de TI durante o processo de desenvolvimento de software, segundo o
perfil revelado pelos testes, delinear os perfis mais adequados aos papéis e investigar a
influência dos perfis no desenvolvimento da competência requerida nesses papéis.
A intenção foi trazer uma contribuição ao processo de desenvolvimento de software,
como maior conexão entre as áreas de negócio e áreas técnicas, melhor aproveitamento
dos recursos humanos, diminuição de re-trabalho, maior aderência aos requisitos, aumento
de qualidade, produtividade e inovação, além de aumento de satisfação e diminuição do
stress entre os profissionais de TI.
Apesar de serem adotados os tipos de inteligência e os tipos psicológicos como os
fatores determinantes do perfil do profissional de TI, os resultados obtidos com a realização
da pesquisa sugerem que o perfil também é fortemente influenciado pelo tempo de
experiência, pelos papéis assumidos durante sua vivência profissional e pela variabilidade e
complexidade das experiências desafiadoras pelas quais esses profissionais passaram.
Não foi encontrada uma grande variação de perfil entre os papéis exercidos pelos
profissionais pesquisados, mas sim, forte predominância dos tipos de inteligência
intrapessoal, lógica e interpessoal, e do tipo Pensamento para a grande maioria dos papéis
pesquisados, tendo ainda, sido detectada a forte presença da inteligência naturalista,
seguida pelas inteligências espacial e lingüística e do tipo Sentimento.
A falta de variação pode ser explicada pelo fato de que a população pesquisada se
apresenta de tal forma homogênea, que não permitiu a percepção significativa de nuances
nos perfis analisados.
Essa homogeneidade pode estar ligada ao longo tempo de experiência apurado na
população pesquisada, principalmente no que tange aos tipos de inteligência, que é tido
como o componente do perfil que pode ser mais facilmente alterado, frente às situações
vivenciadas pelo profissional ao longo de sua vivência profissional.
A falta de variação também pode ser explicada, pela premência da aquisição de
habilidades no contexto profissional, fruto da relevância das atividades realizadas em
equipe, que pode ter influenciado de tal maneira o perfil dos profissionais, que de certa
maneira, neutralizou a probabilidade de maiores variações.
109
Quanto às preferências dos tipos psicológicos, a pesquisa não revelou nenhuma
influência no interesse pela aquisição de habilidades, nem no que diz respeito à satisfação
das necessidades, nem das ações voltadas à satisfação das próprias necessidades, nem
tampouco das necessidades alheias.
Estudos futuros podem focar os índices de inadequação dos profissionais, tomando
como base de análise, os indicadores desfavoráveis ao exercício de um papel,
diferentemente da abordagem adotada para este trabalho, pois a verdade é que, embora em
todos os papéis note-se um alto nível de adaptabilidade, existe um índice de
inadaptabilidade que não pode ser desprezado e que deve ser investigado em busca de um
melhor aproveitamento do potencial humano nas organizações.
Com base nos resultados da pesquisa, recomenda-se o uso dos testes utilizados
pela pesquisa na alocação dos profissionais de TI aos papéis exercidos durante o processo
de desenvolvimento de software.
110
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117
Apêndice 1 – Teste de Adequação do Profissional de
TI aos papéis
118
119
120
Apêndice 2 – Descrição dos Tipos de Inteligências
Figura 15 – Mapa Mental das Inteligências Múltiplas
Fonte: Vilela, 2002
As inteligências múltiplas contempladas no mapa mental acima são descritas por
Gardner em sua obra "Inteligências Múltiplas – A Teoria na prática" (2000, p. 22 a 29), com
exceção da inteligência naturalista, que é descrita em outra obra intitulada em Inteligência:
um Conceito Reformulado (2001, p. 64 a 69). No entanto, outros trabalhos colaboraram para
melhorar consideravelmente esta descrição, tais como Baum, Viens & Slatin (2005) e Abreu-
e-Lima (2006, p. 115 a 124) e o próprio Gardner (1994, p. 61), ao longo de suas pesquisas.
Para tornar clara a descrição dos tipos de inteligência foram usados os seguintes
atributos:
121
Exemplo: caso ilustrativo da posse de uma dada inteligência;
Características: breve descrição e algumas peculiaridades;
Habilidades: relação de habilidades mais facilmente adquiridas;
Domínios: relação de atividades profissionais favorecidas;
Produção: estratégias e produtos decorrentes do seu exercício;
Utilização: atividades corriqueiras que exigem sua utilização;
O que não é: esclarecimento sobre um entendimento equivocado.
É importante salientar que cada inteligência é independente uma da outra, mas todas
elas interagem entre s0i. Significa que mesmo que um indivíduo possua uma delas mais
desenvolvida, outra inteligência do mesmo espectro se encontre no mesmo patamar de
desenvolvimento. Entretanto, com o apoio dessa inteligência, as outras podem ser
estimuladas a se desenvolver. Não há hierarquia no espectro de inteligências, não havendo,
portanto, uma inteligência mais importante. As inteligências apresentam uma herança
biológica, mas são totalmente condicionadas pelo meio. Assim, um indivíduo que tenha
nascido com um nível muito elevado de uma inteligência, poderá desenvolvê-la ou
adormecê-la dependendo dos estímulos que o meio lhe provê.
122
1) Inteligência Lingüística
Exemplo:
Com dez anos de idade T.S. Eliot criou uma revista chamada Fireside, da qual era o
único colaborador. Num período de três dias, durante as férias de inverno, ele criou oito
edições completas. Cada uma incluía poemas, aventuras, uma coluna de fofocas e humor.
Características:
Apesar de Gardner não estabelecer uma hierarquia entre as inteligências, essa é a
mais valorizada em nossa cultura e a mais compartilhada, principalmente pelo fato de nos
servirmos dela para a comunicação. Caracteriza-se pela capacidade de lidar bem com a
linguagem, tanto na expressão oral quanto escrita. Manifesta-se pela capacidade de
organizar palavras em sentenças, pela clareza com que as pessoas usam as palavras para
formar idéias e despertar emoções com mensagens expressivas, lúcidas e completas.
Gardner (1994, p. 61) destaca quatro aspectos do conhecimento lingüístico:
Aspecto retórico: quando a linguagem é utilizada para convencer outras pessoas a respeito
de determinado assunto ou atitude, que pode ser encontrada no discurso de líderes políticos
ou religiosos, advogados e em crianças argumentativas.
Potencial mnemônico: quando as informações sobre os mais diversos conteúdos
experimentados pelo indivíduo, como as regras de jogos e instruções para operar
equipamento eletrônico, são facilmente compreendidas e lembradas.
Papel na explicação: quando a linguagem permanece como meio ideal para transmitir
conceitos, bem como para explicitá-los com o uso de metáforas.
Ativação da reflexão sobre o uso: quando a linguagem possibilita direcionar, ou não, o
emissor a refletir sobre um uso anterior da linguagem. Por exemplo: o que você quis dizer
com isso? Você quis dizer X ou Y?
A inteligência lingüística foi comprovada nos testes empíricos. Uma área específica
do cérebro, chamada "Centro de Broca", é responsável pela produção de sentenças
gramaticais. Uma pessoa com dano nesta área pode compreender palavras e frases muito
bem, mas tem dificuldade em juntar palavras em algo além das frases mais simples. Ao
mesmo tempo, outros processos de pensamento podem estar completamente inalterados.
123
O dom da linguagem é universal e o seu desenvolvimento nas crianças é
surpreendentemente constante em todas as culturas. Mesmo nas populações surdas, em
que a linguagem manual de sinais não é ensinada, as crianças inventam sua própria
linguagem manual.
Habilidades:
Lida com a capacidade humana de pensar palavras e de usar a linguagem para se
expressar e avaliar significados complexos. O uso de vocabulário diversificado e até artístico
da linguagem, a facilidade na expressão oral e escrita, a preferência por expressar as idéias
verbalmente, de ser sensível aos sentidos que a linguagem e o discurso apresentam são
exemplos de habilidades desta inteligência.
Domínios:
Poetas, oradores, escritores, vendedores, publicitários são os ‘estados finais’ em que
mais comumente se percebe a manifestação desta inteligência, podendo ser, dessa forma,
exemplos de pessoas que possuem essa inteligência bastante desenvolvida.
Produção:
Elaboração de scripts, novelas, contos, confecção e resolução de palavras cruzadas,
elaboração de manuais ou instruções, participação em debates, ministração de palestras e
treinamentos, dramatização, composição de letras de música, entre outros.
Utilização:
Para ler jornais, revistas e livros, redigir cartas, e-mails e diários, relatar fatos,
elaborar descrições, conceituar termos, aprender idiomas estrangeiros, criar listas e
memorizar nomes.
O que não é:
É comum se pensar que ser bilíngüe é ser inteligente lingüisticamente, mas, na
verdade, esse aprender diferentes línguas auxilia o desenvolvimento desta inteligência. O
mesmo pode ser mencionado sobre uma pessoa que fala bastante. O importante não é o
quanto se fala, mas como utiliza a linguagem, a noção que tem do discurso, sobre quem
interage e como adequar a linguagem aos diferentes contextos.
124
2) Inteligência Lógico-Matemática
Exemplo:
Em 1983, Bárbara Mc Clintock ganhou o Prêmio Nobel de Medicina por seu trabalho
em microbiologia. Seus poderes intelectuais de dedução e observação ilustram uma forma
de inteligência lógico-matemática, freqüentemente rotulada como "pensamento científico".
Um incidente é particularmente esclarecedor na resolução do problema: a
esterilidade do milho. Seu assistente de pesquisa encontrava plantas que eram apenas 25 a
30 por cento estéreis enquanto ela encontrava 50 por cento de esterilidade no milho. Isso se
comprovou depois, quando ele arquitetou o seu raciocínio passo a passo originando daí a
diferença dos 30 por cento.
Características:
É o arquétipo da inteligência pura na descrição tradicional da inteligência. Há uma
universalidade básica do pensamento lógico, mas suas manifestações acontecem de acordo
com as estimulações e exigências de cada cultura. No indivíduo talentoso, o processo de
resolução do problema geralmente é surpreendentemente rápido. O cientista lida com
hipóteses que são aceitas ou rejeitadas. No entanto, a solução de um problema pode ser
encontrada antes de ser articulada. Esta inteligência é apoiada por critérios empíricos.
Habilidades:
Consistem na capacidade de calcular, quantificar, considerar proposições ou
hipóteses e realizar operações matemáticas complexas, resolver raciocínios dedutivos e
vislumbrar soluções para problemas lógicos. Com ela verifica-se a capacidade de
reconhecimento de padrões e de sistemas não-verbais. Esta inteligência se manifesta no
prazer específico que algumas pessoas sentem ao resolver um quebra-cabeça que requer
pensamento lógico ou ao inventar problemas lógicos, enquanto estão no trânsito
congestionado ou aguardando em uma longa fila.
Domínios:
Cientistas, matemáticos, contadores, engenheiros, programadores, arquitetos,
contabilistas, rendeiras ou bordadeiras e pesquisadores são os que se destacam nesta
inteligência.
125
Produção:
Elaboração de gráficos e linhas do tempo, solução de equações e problemas lógicos
e organização das informações em tabelas.
Utilização:
Interpretar as tabela de horários de meios de transporte, resolver problemas,
procurar a lógica de uma determinada situação, reconhecer padrões, prever conseqüências
para determinadas ações, reconhecer as causas de um determinado problema.
O que não é:
A maioria das pessoas pensa que esta inteligência tem a ver somente com números.
Muitas pessoas chegam a dizer que sua inteligência lógico-matemática é fraca, pois não são
boas com números. Na verdade, ela tem relação tanto com aspectos lógicos (por exemplo:
relação de causa e efeito) como com aspectos numéricos.
126
3) Inteligência Intrapessoal
Exemplo:
Woolf num ensaio intitulado "A Sketch of the Cast", discute o algodão da existência.
Ela compara o "algodão" com três lembranças específicas de sua infância: uma briga com
seu irmão, ver uma determinada flor num jardim e ficar sabendo do suicídio de um antigo
visitante. Para a autora, todas as experiências trouxeram para ela um aprendizado, fossem
eles causadores de um estado de choque ou não, as quais fornecem uma explicação
reveladora quanto a sua existência.
Características:
É reconhecível na capacidade para construir uma percepção apurada de si mesmo e
sentir-se bem consigo mesmo. Uma pessoa com esta inteligência bem desenvolvida
controla suas emoções, administra seus sentimentos e seus projetos, o que permite que
concilie várias situações, pois conhece suas reações, do que são capazes de fazer e
tendem a conhecer os seus limites, como também o quê ou quem procurar, caso
necessitem de ajuda.
Manifesta-se pelo conhecimento dos aspectos internos de uma pessoa: o acesso ao
sentimento da própria vida, a gama das próprias emoções, a capacidade de discriminar
essas emoções e eventualmente rotulá-las e utilizá-las como uma maneira de entender e
orientar o próprio comportamento.
O indivíduo com boa inteligência intrapessoal possui um modelo viável e efetivo de si
mesmo. Uma vez que esta inteligência é a mais privada, ela requer a evidência a partir da
linguagem, da música, ou de alguma outra forma mais expressiva de inteligência, para que o
observador a perceba em funcionamento.
Os lobos frontais desempenham um papel central na mudança de personalidade. Um
dano na área inferior dos lobos frontais provavelmente produzirá irritabilidade ou euforia, ao
passo que um dano nas regiões mais altas provavelmente produzirá indiferenças,
desatenção, lentidão e apatia – um tipo de personalidade depressiva. Nesses indivíduos, as
outras funções cognitivas geralmente continuam preservadas. O autista apresenta essa
inteligência prejudicada.
A inteligência intrapessoal é provada nos testes de uma inteligência e apresenta uma
forma de resolver problemas significativos para o indivíduo e para a espécie. Ela nos
permite compreender a nós mesmos e trabalhar conosco.
127
Habilidades:
Criar um modelo mental de quem é como pessoa, desenhar projetos pessoais para
curto, médio e longo prazos, reconhecer as diferentes emoções sentidas e vividas, suas
causas e conseqüências, ter auto-conhecimento, refletir, articular esse conhecimento por
intermédio de outras inteligências de forma artística: poesia (lingüística), pintura (espacial e
corporal-cinestésica), música (musical), utilizando esse auto-conhecimento para atingir
objetivos pessoais.
Domínios:
Terapeutas, poetas, oradores motivacionais, psicólogos, artistas, ativistas, músicos,
filósofos, líderes espirituais.
Produção:
Portfólios, reflexão, sermões, poemas, diários, planejamento pessoal, trabalho de
arte, autobiografia.
Utilização:
Avaliação de carreira no trabalho, práticas religiosas, terapia, reflexão sobre as
atitudes tomadas durante o dia para atingir algum objetivo.
O que não é:
Preferência por trabalhar sozinho, isolamento e introspecção.
128
4) Inteligência Interpessoal
Exemplo:
Com pouco treinamento em educação especial e quase cega, Anne Sullivan iniciou a
tarefa de instruir uma criança cega e surda de sete anos. Helen Keller apresentou um sinal
de compreensão da linguagem, e a partir daquele momento, ela progrediu com incrível
rapidez. A chave para o milagre da linguagem foi o entendimento de Anne Sullivan da
pessoa Helen Keller.
Características:
A inteligência interpessoal está baseada na capacidade nuclear de perceber
distinções entre os outros, em especial, contrastes em seus estados de ânimo,
temperamentos, motivações e intenções. Em formas mais avançadas, essa inteligência
permite que um adulto experiente perceba as intenções e desejos de outras pessoas,
mesmo que elas os escondam. Envolve a habilidade de trabalhar cooperativamente com as
pessoas em comunicação verbal e não verbal. Dentro de cada cultura, a simbolização da
inteligência interpessoal representa sentimentos de seus próprios meios, que se tornam
diferentes entre si. O que poderia ser considerado patológico em uma cultura pode ser
considerado normal em outra.
Os indícios na pesquisa do cérebro sugerem que os lobos frontais desempenham um
papel importante no conhecimento interpessoal. Um dano nessa área pode provocar
profundas mudanças de personalidade, ao mesmo tempo em que não altera outras formas
de resolução de problemas.
A evidência biológica da inteligência interpessoal inclui dois fatores, geralmente
citados como exclusivos dos seres humanos. Um dos fatores é a prolongada infância dos
primatas, incluindo o estreito apego à mãe. Quando a mãe se afasta, o desenvolvimento
interpessoal fica prejudicado.
O segundo fator é a relativa importância da interação social para os seres humanos.
As habilidades tais como caçar, perseguir e matar, nas sociedades pré-históricas exigia a
participação e cooperação de grande número de pessoas. A necessidade de coesão,
liderança, organização e solidariedade dentro de um grupo decorrem disso.
Habilidades:
Sensibilidade aos sentimentos, crenças, humores e intenções de outras pessoas,
compreensão para lidar com os outros, reconhecendo os papéis sociais e a importância do
meio social nas ações do indivíduo.
129
Domínios:
Líderes, políticos, professores, terapeutas, pais, educadores de uma forma geral,
ativistas, negociadores, diplomatas, árbitros, treinadores e vendedores.
Produção:
Ensino, improvisação dramática, comunicação efetiva, solução de dilemas morais,
pesquisa-ação, negociação, serviço comunitário e liderança.
Utilização:
Participação na resolução de conflitos pessoais no trabalho e em casa, orientação
dos pais para os filhos, reação ponderada a um conflito criado no trânsito.
O que não é:
Preferência por trabalho em equipe, ser educado, ser ético ou humanista. Apesar de
essas características serem desejáveis, a inteligência só é acionada quando há o propósito
de estabelecer uma resolução de conflitos ou interagir com as pessoas. Ser ético, por
exemplo, não garante que a pessoa saiba lidar com possíveis conflitos que suas crenças
possam criar.
130
5) Inteligência Naturalista
Exemplo:
Vários exemplos de pessoas com um vasto conhecimento sobre o mundo vivo, tais
como a ambientalista Rachel Carson e os ornitólogos Audubone Roger, Tory Peterson e
outros que estudaram os organismos para fins de orientação mais teórica, como Charles
Darwin, Louis Agassiz, Ernst Mayr. Stephen Jay Gould ou E.O. Wilson.
O próprio termo naturalista alia uma descrição de uma habilidade essencial a
caracterização de um papel valorizado por muitas culturas. Um naturalista demonstra
grande experiência no reconhecimento e classificação de numerosas espécies da flora e da
fauna de seu meio ambiente. Cada cultura preza pessoas capazes não só de reconhecer
membros especialmente valiosos ou notadamente perigosos de uma espécie, mas também
categorizar organismos novos e desconhecidos. Capacidades essenciais para reconhecer
exemplos como membros de um grupo, para distinguir entre os membros de uma espécie,
para reconhecer a proximidades de outras espécies, para mapear relações, formal ou
informalmente, entre as várias espécies.
O naturalista sente-se confortável no mundo dos organismos e pode possuir o talento
para cuidar de criaturas vivas, adestrá-las ou interagir com elas sutilmente.
Características:
Capacidade de observar padrões da natureza, identificando e classificando objetos e
compreendendo os sistemas naturais, (como aves, peixes, mamíferos, plantas) e aqueles
criados pelo homem, (como diferentes tipos de carros, sapatos, brinquedos, roupas). A
categorização também é uma característica bastante forte nesta inteligência. Foi a última
inteligência a ser descoberta até o momento.
Habilidades:
Habilidade de compreender o mundo natural e trabalhar nele efetivamente,
habilidades de observação, reconhecimento de padrões, classificação e categorização,
habilidade de colecionar de forma organizada.
Domínios:
Naturalistas, fazendeiros, botânicos, caçadores, ecologistas, biólogos, decoradores,
colecionadores, navegadores e paisagistas.
131
Produção:
Plantio e cultivo de hortas e pomares, criação de animais, estudo da natureza e suas
manifestações, classificação de objetos e animais.
Utilização:
Cozinhar, cuidar de jardins, organizar coleções, organizar armários, reconhecer
padrões e classificar objetos.
O que não é:
Esta inteligência não é limitada ao mundo externo/natural.
132
6) Inteligência Vísuo-espacial
Exemplo:
A navegação nas Ilhas Caroline, nos mares do Sul, é realizada sem instrumentos. O
navegador imagina uma ilha de referência, quando passa embaixo de uma determinada
estrela, e a partir disso ele computa o número total de segmentos, a proporção de viagem
que ainda resta, e quaisquer correções no curso que sejam necessárias. Ele não vê as ilhas
enquanto navega, em vez disso, ele mapeia sua localização em sua "imagem" mental da
jornada.
Essa inteligência é usada para a resolução de problemas espaciais na navegação e
na compreensão do sistema notacional de mapas. Outra forma de uso dessa inteligência é
quando visualizamos um objeto de um ângulo diferente, como no jogo de xadrez. As artes
visuais também utilizam esta inteligência no uso do espaço.
O hemisfério direito é comprovadamente o local mais crucial do processamento
espacial. Um dano nas regiões posteriores direitas provoca prejuízo na capacidade de
encontrar o próprio caminho em torno de um lugar, de reconhecer rostos ou cenas ou de
observar detalhes pequenos.
As populações cegas ilustram a distinção entre a inteligência espacial e a percepção
visual. A pessoa cega pode recorrer ao método indireto para reconhecer formas, passando a
mão no objeto que traduzirá na duração do movimento, que por sua vez é traduzida no
formato do objeto. Para o cego, o sistema perceptivo da modalidade tátil equivale à
modalidade visual na pessoa que enxerga.
Características:
Capacidade de representar espacialmente o mundo na mente, efetuar
transformações e modificações sob percepções iniciais e ser capaz de recriar aspectos da
experiência visual, e mesmo em sua ausência, movimentar-se e movimentar os objetos
através do espaço com senso de direção, produzindo e decodificando informações gráficas.
Habilidades:
Utilizar informações espaciais para se locomover, organizar objetos em um
determinado espaço, perceber, transformar informações visuais na mente, recriar imagens
pela memória, sensibilidade às artes visuais, produção de informação visual ou objetos de
arte.
133
Domínios:
Navegadores, pilotos, escultores, cirurgiões, marceneiros, motoristas, pintores,
escultores e arquitetos possuem essa inteligência desenvolvida.
Produção:
Elaboração de gráficos, tabelas que utilizem algum recurso visual que não somente
numérico, desenho e compreensão de plantas baixas de construção e diagramas, produção
de filmes, fotos, mapas, esculturas, pinturas, resolução de jogos de montar e quebra-
cabeças, sensibilidade de perceber metáforas e, quando, pela imaginação, se constrói uma
fantasia com aparência real. O jogo de xadrez impõe um desafio envolvente ao jogador que
tem a necessidade de antecipar lances, visualizando-os mentalmente e imaginando-os
viáveis ou não.
Utilização:
Encontrar a saída de lugares não familiares, dar e compreender orientação espacial,
jogar xadrez ou damas, decorar a casa, organizar armários.
O que não é:
Essa inteligência não é necessariamente visual, isso significando que pessoas cegas
demonstram uma inteligência espacial muito desenvolvida, pois mesmo sem enxergarem
reconhecem espacialmente um lugar e se movimentam nele.
134
7) Inteligência Musical
Exemplo:
Yehudi Menuhin foi colocado por seus pais na Orquestra de São Francisco. O som
do violino o fascinou tanto que pediu um instrumento em seu aniversário e quis fazer aulas
com o prof. Louis. Com apenas dez anos se tornou um músico internacional.
A inteligência musical do violonista manifestou-se mesmo antes dele ter tocado ou
recebido qualquer treinamento musical. Sua poderosa reação àquele som particular e seu
rápido progresso no instrumento, sugerem que ele estava biologicamente preparado de
alguma maneira para esse empreendimento. Dessa forma, a evidência das crianças-
prodígio apóia a afirmação de que existe um vínculo biológico a uma determinada
inteligência. Outras populações especiais, como a das crianças autistas que conseguem
tocar maravilhosamente um instrumento musical, mas não conseguem falar, enfatizam a
independência da inteligência musical.
Uma breve consideração desta evidência sugere que a capacidade musical é
aprovada em testes para outras inteligências. Por exemplo, certas partes do cérebro
desempenham papéis importantes na percepção e produção da música. Essas áreas estão
caracteristicamente localizadas no hemisfério direito. As evidências que apóiam a
interpretação da capacidade musical, como uma "inteligência" chegam de várias fontes,
mesmo que a capacidade musical não seja considerada como uma capacidade intelectual,
como a matemática. Ela se qualifica a partir dos critérios estabelecidos. Por definição, ela
merece ser considerada; e, tendo em vista os dados, sua inclusão está empiricamente
justificada.
Características:
Capacidade do indivíduo de pensar em forma de música, de interpretar, escrever, ler
e expressar-se pela música. A inteligência musical percebe com clareza o tom ou a melodia,
o ritmo ou a freqüência e o agrupamento dos sons e suas características intrínsecas,
denominadas de timbre. Assim como a inteligência verbal e a lógico-matemática têm nas
letras ou símbolos da escrita e nos símbolos geométricos e números, um sistema simbólico
bastante universalizado, também a inteligência musical oferece um sistema simbólico
acessível e internacional. Gardner (1994), considerando os elementos centrais da música
(tom, melodia, ritmo, timbre), questiona a importância da audição para a participação
musical. A organização rítmica pode existir independente de qualquer realização auditiva, e
determinados aspectos da experiência musical são acessíveis a indivíduos que não possam
apreciar seus aspectos auditivos.
135
Habilidades:
Percepção e reconhecimento de padrões musicais, criação e comunicação por meio
de sons, além de domínio da composição e notação musical.
Domínios:
Músicos, coreógrafos, críticos de música, maestros, DJs, afinadores de instrumentos
musicais, compositores, engenheiros de som, cantores são exemplos de estados-finais
desta inteligência.
Produção:
Compor músicas, fazer acompanhamento rítmico, elaborar jingles, fazer recitais,
produzir efeitos sonoros, produzir trilha sonora.
Utilização:
Apreciar música, tocar um instrumento musical, cantar, distinguir diferentes sons de
um motor, no encanamento e perceber os diferentes sotaques na fala das pessoas.
O que não é:
É comum se pensar que colocar música de fundo para trabalhar ou executar uma
atividade constitui um fator de desenvolvimento desta inteligência, mas isso não é suficiente
para sua estimulação.
136
8) Inteligência Corporal-Cinestésica
Exemplo:
Babe, aos quinze anos jogava na terceira base, quando ao criticar o técnico, num
certo momento ruim do jogo, foi sugerido que ele fizesse o arremesso. Babe hesitou e
lançou, tornando-se um batedor legendário. Babe Ruth reconheceu seu "instrumento"
imediatamente, em seu primeiro contato com ele.
Esse reconhecimento ocorreu antes de um treinamento formal. O controle do
movimento corporal está, evidentemente, localizado no córtex motor, com cada hemisfério
dominante ou controlador dos movimentos corporais no lado contralateral. Nos destros, a
dominância desse movimento normalmente é encontrada no hemisfério esquerdo. A
capacidade de realizar movimentos, quando dirigido para fazê-los, pode estar prejudicada
mesmo nos indivíduos que podem realizar os mesmos movimentos reflexivamente ou numa
base involuntária. A existência de uma apraxia específica constitui uma linha de evidência
de uma inteligência corporal-cinestésica.
A evolução dos movimentos especializados do corpo é uma vantagem óbvia para as
espécies e nos seres humanos essa adaptação é ampliada por meio do uso de ferramentas.
O movimento corporal passa por um programa desenvolvimental claramente definido nas
crianças.
A consideração do conhecimento corporal cinestésico como solucionador de
"problemas" talvez seja menos intuitiva. Executar uma seqüência mímica ou bater numa
bola de tênis não é resolver uma equação matemática. E, no entanto, a capacidade de usar
o próprio corpo para expressar uma emoção (como a dança), jogar um jogo (como esporte)
ou criar um novo produto (como no planejamento de uma invenção) é uma evidência dos
aspectos cognitivos do uso do corpo.
Características:
O núcleo desta inteligência é o controle dos movimentos do corpo e o manejo hábil
dos objetos, com fins expressivos ou para atingir metas. É a capacidade de trabalhar
habilmente com objetos, tanto os que envolvem a motricidade dos dedos quanto os que
exploram o uso integral do corpo. O valor desta inteligência é estimado de forma diferente
em diversas culturas.
137
Habilidades:
Controle de partes específicas do corpo com o objetivo de resolver problemas ou
criar produtos, movimentos atléticos, criativos (incluindo a capacidade de resposta física ao
ritmo da música), coordenação motora e controle corporal, criação de coreografias.
Domínios:
Atletas, dançarinos, cirurgiões, artesãos, mímicos, inventores, atores, intérpretes de
linguagem dos sinais, escultores, os quais não elaboram previamente cadeias de raciocínios
para realizar seus movimentos e, na maior parte das vezes, não conseguem explicá-los
verbalmente.
Produção:
Dançar, fazer mímica, atuar em uma peça de teatro, pintar ou produzir uma obra de
arte, praticar esportes.
Utilização:
Escovar os dentes e passar fio dental neles, fazer um penteado, consertar alguma
coisa em casa, praticar esportes, ‘falar’ com o corpo ou usar o corpo enquanto fala para
expressar as idéias.
O que não é:
É comum se pensar que crianças hiperativas tenham essa inteligência desenvolvida,
mas não há relação entre esses fatos. Movimentação corporal sem uma intenção específica,
como por exemplo, pedir para que as crianças façam um movimento com seu corpo sem
que haja um objetivo para tal não é desenvolver a inteligência corporal-cinestésica.
Devemos lembrar sempre que uma atividade que estimule a inteligência em questão deve
propor uma solução de problema em que, neste caso, o uso que se faz do corpo possa ser a
solução para o mesmo.
138
Apêndice 3 – Apuração dos níveis de adequação
independente do perfil
A apuração dos níveis de adequação alcançados pelos profissionais de TI, quanto
aos papéis exercidos, independente de seu perfil estão demonstrados nos gráficos
demonstrados a seguir:
Gráfico 17 – Níveis de adequação do Administrador d e Banco de Dados
Gráfico 18 – Níveis de adequação do Administrador d e Dados
0
10
20
30
40
50
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70
Péssimaadaptação
Dif íciladaptação
Improváveladaptação
Desconhece Prováveladaptação
Fáciladaptação
Excelenteadaptação
Administrador de Banco de Dados
0
10
20
30
40
50
60
70
Péssimaadaptação
Dif íciladaptação
Improváveladaptação
Desconhece Prováveladaptação
Fáciladaptação
Excelenteadaptação
Administrador de Dados
139
Gráfico 19 – Níveis de adequação do Analista de Arq uitetura
Gráfico 20 – Níveis de adequação do Analista de Com ponentes
Gráfico 21 – Níveis de adequação do Analista de Con figuração
0
10
20
30
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50
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70
Péssimaadaptação
Dif íciladaptação
Improváveladaptação
Desconhece Prováveladaptação
Fáciladaptação
Excelenteadaptação
Analista de Arquitetura
0
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30
40
50
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70
80
Péssimaadaptação
Difíciladaptação
Improváveladaptação
Desconhece Prováveladaptação
Fáciladaptação
Excelenteadaptação
Analista de Componentes
0
10
20
30
40
50
60
70
Péssimaadaptação
Difíciladaptação
Improváveladaptação
Desconhece Prováveladaptação
Fáciladaptação
Excelenteadaptação
Analista de Configuração
140
Gráfico 22 – Níveis de adequação do Analista de Fer ramentas
Gráfico 23 – Níveis de adequação do Analista de Imp lantação
Gráfico 24 – Níveis de adequação do Analista de Inf ra-estrutura
0
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20
30
40
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Péssimaadaptação
Dif íciladaptação
Improváveladaptação
Desconhece Prováveladaptação
Fáciladaptação
Excelenteadaptação
Analista de Ferramentas
0
10
20
30
40
50
60
Péssimaadaptação
Dif íciladaptação
Improváveladaptação
Desconhece Prováveladaptação
Fáciladaptação
Excelenteadaptação
Analista de Implantação
0
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20
30
40
50
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70
Péssimaadaptação
Difíciladaptação
Improváveladaptação
Desconhece Prováveladaptação
Fáciladaptação
Excelenteadaptação
Analista de Infra-estrutura
141
Gráfico 25 – Níveis de adequação do Analista de Int erface
Gráfico 26 – Níveis de adequação do Analista de Met odologia
Gráfico 27 – Níveis de adequação do Analista de Mud anças
0
10
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30
40
50
60
70
Péssimaadaptação
Difíciladaptação
Improváveladaptação
Desconhece Prováveladaptação
Fáciladaptação
Excelenteadaptação
Analista de Interface
0
10
20
30
40
50
60
Péssimaadaptação
Dif íciladaptação
Improváveladaptação
Desconhece Prováveladaptação
Fáciladaptação
Excelenteadaptação
Analista de Metodologia
0
10
20
30
40
50
60
Péssimaadaptação
Dif íciladaptação
Improváveladaptação
Desconhece Prováveladaptação
Fáciladaptação
Excelenteadaptação
Analista de Mudanças
142
Gráfico 28 – Níveis de adequação do Analista de Pro cessos
Gráfico 29 – Níveis de adequação do Analista de Req uisitos
Gráfico 30 – Níveis de adequação do Analista de Seg urança
0
10
20
30
40
50
60
Péssimaadaptação
Dif íciladaptação
Improváveladaptação
Desconhece Prováveladaptação
Fáciladaptação
Excelenteadaptação
Analista de Processos
0
10
20
30
40
50
60
Péssimaadaptação
Dif íciladaptação
Improváveladaptação
Desconhece Prováveladaptação
Fáciladaptação
Excelenteadaptação
Analista de Requisitos
0
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30
40
50
60
Péssimaadaptação
Difíciladaptação
Improváveladaptação
Desconhece Prováveladaptação
Fáciladaptação
Excelenteadaptação
Analista de Segurança
143
Gráfico 31 – Níveis de adequação do Analista de Tes tes
Gráfico 32 – Níveis de adequação do Analista de Tre inamento
Gráfico 33 – Níveis de adequação do Analista de Sis temas
0
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20
30
40
50
60
70
Péssimaadaptação
Dif íciladaptação
Improváveladaptação
Desconhece Prováveladaptação
Fáciladaptação
Excelenteadaptação
Analista de Testes
0
10
20
30
40
50
60
Péssimaadaptação
Dif íciladaptação
Improváveladaptação
Desconhece Prováveladaptação
Fáciladaptação
Excelenteadaptação
Analista de Treinamento
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
Péssimaadaptação
Dif íciladaptação
Improváveladaptação
Desconhece Prováveladaptação
Fáciladaptação
Excelenteadaptação
Analista de Sistemas
144
Gráfico 34 – Níveis de adequação do Gerente do Proj eto
Gráfico 35 – Níveis de adequação do Programador
Gráfico 36 – Níveis de adequação do Redator Técnico
0
10
20
30
40
50
60
70
Péssimaadaptação
Difíciladaptação
Improváveladaptação
Desconhece Prováveladaptação
Fáciladaptação
Excelenteadaptação
Gerente do Projeto
0
10
20
30
40
50
60
70
Péssimaadaptação
Dif íciladaptação
Improváveladaptação
Desconhece Prováveladaptação
Fáciladaptação
Excelenteadaptação
Programador
0
10
20
30
40
50
60
70
Péssimaadaptação
Dif íciladaptação
Improváveladaptação
Desconhece Prováveladaptação
Fáciladaptação
Excelenteadaptação
Redator Técnico
145
Gráfico 37 – Níveis de adequação do Revisor
0
10
20
30
40
50
60
Péssimaadaptação
Dif íciladaptação
Improváveladaptação
Desconhece Prováveladaptação
Fáciladaptação
Excelenteadaptação
Revisor
146
Apêndice 4 – Apuração dos níveis de adequação
considerando-se o perfil
A apuração dos níveis de adequação alcançados pelos profissionais de TI, quanto
aos papéis exercidos, considerando-se os tipos de inteligência e os tipos psicológicos estão
demonstrados nas tabelas demonstradas a seguir.
147
1) Administrador de Banco de Dados
Tabela 13 – Adaptação desfavorável por tipo de inte ligência do Administrador de BD
Administrador de Banco de Dados
Fraco Regular Bom Ótimo
N % N % N % N %
Lingüística 0 0 1 0,033333333 20 0,666666667 9 0,3
Lógica 0 0 2 0,066666667 16 0,533333333 12 0,4
Intrapessoal 0 0 1 0,033333333 12 0,4 17 0,566666667
Interpessoal 0 0 0 0 17 0,566666667 13 0,433333333
Espacial 0 0 3 0,1 18 0,6 9 0,3
Naturalista 0 0 2 0,066666667 19 0,633333333 9 0,3
Musical 1 0,033333333 13 0,433333333 14 0,466666667 2 0,066666667
Corporal 0 0 10 0,333333333 18 0,6 2 0,066666667
Tabela 14 – Adaptação favorável por tipo de intelig ência do Administrador de B
Administrador de Banco de Dados
Fraco Regular Bom Ótimo
N % N % N % N %
Lingüística 0 0 4 0,032 75 0,6 46 0,368
Lógica 0 0 2 0,016 53 0,424 70 0,56
Intrapessoal 1 0,008 1 0,008 48 0,384 75 0,6
Interpessoal 1 0,008 2 0,016 52 0,416 70 0,56
Espacial 1 0,008 5 0,04 70 0,56 49 0,392
Naturalista 0 0 5 0,04 63 0,504 57 0,456
Musical 1 0,008 24 0,192 84 0,672 16 0,128
Corporal 0 0 14 0,112 84 0,672 27 0,216
Tabela 15 – Adaptação por tipo psicológico do Admin istrador de Banco de Dados
Administrador de Banco de Dados
Desfavorável Favorável
N % N %
ENFJ 3 0,166666667 15 0,833333333
ENFP 0 0 5 1
ENTJ 3 0,230769231 10 0,769230769
ENTP 1 0,5 1 0,5
ESFJ 2 0,133333333 13 0,866666667
ESFP 0 0 1 1
ESTJ 6 0,127659574 41 0,872340426
ESTP 0 0 1 1
INFJ 0 0 6 1
INFP 0 0 1 1
INTJ 2 0,25 6 0,75
INTP 0 0 1 1
ISFJ 5 0,5 5 0,5
ISTJ 8 0,307692308 18 0,692307692
ISTP 0 0 1 1
148
2) Administrador de Dados
Tabela 16 – Adaptação desfavorável por tipo de inte ligência do Administrador de Dados
Administrador de Dados
Fraco Regular Bom Ótimo
N % N % N % N %
Lingüística 0 0 1 0,034482759 22 0,75862069 6 0,206896552
Lógica 0 0 2 0,068965517 19 0,655172414 8 0,275862069
Intrapessoal 0 0 1 0,034482759 12 0,413793103 16 0,551724138
Interpessoal 0 0 0 0 16 0,551724138 13 0,448275862
Espacial 0 0 5 0,172413793 18 0,620689655 6 0,206896552
Naturalista 0 0 3 0,103448276 18 0,620689655 8 0,275862069
Musical 1 0,034482759 12 0,413793103 15 0,517241379 1 0,034482759
Corporal 0 0 9 0,310344828 18 0,620689655 2 0,068965517
Tabela 17 – Adaptação favorável por tipo de intelig ência do Administrador de Dados
Administrador de Dados
Fraco Regular Bom Ótimo
N % N % N % N %
Lingüística 0 0 3 0,025423729 67 0,56779661 48 0,406779661
Lógica 0 0 2 0,016949153 45 0,381355932 71 0,601694915
Intrapessoal 1 0,008474576 0 0 44 0,372881356 73 0,618644068
Interpessoal 1 0,008474576 1 0,008474576 49 0,415254237 67 0,56779661
Espacial 1 0,008474576 3 0,025423729 66 0,559322034 48 0,406779661
Naturalista 0 0 2 0,016949153 59 0,5 57 0,483050847
Musical 1 0,008474576 24 0,203389831 79 0,669491525 14 0,118644068
Corporal 0 0 11 0,093220339 80 0,677966102 27 0,228813559
Tabela 18 – Adaptação por tipo psicológico do Admin istrador de Dados
Administrador de Dados
Desfavorável Favorável
N % N %
ENFJ 3 0,214285714 11 0,785714286
ENFP 1 0,2 4 0,8
ENTJ 2 0,142857143 12 0,857142857
ENTP 0 0 2 1
ESFJ 2 0,133333333 13 0,866666667
ESFP 0 0 1 1
ESTJ 6 0,127659574 41 0,872340426
ESTP 0 0 1 1
INFJ 0 0 4 1
INFP 0 0 1 1
INTJ 1 0,125 7 0,875
INTP 0 0 1 1
ISFJ 3 0,3 7 0,7
ISTJ 11 0,47826087 12 0,52173913
ISTP 0 0 1 1
149
3) Analista de Arquitetura
Tabela 19 – Adaptação desfavorável por tipo de inte ligência do Analista de Arquitetura
Analista de Arquitetura
Fraco Regular Bom Ótimo
N % N % N % N %
Lingüística 0 0 1 0,037037037 18 0,666666667 8 0,296296296
Lógica 0 0 2 0,074074074 16 0,592592593 9 0,333333333
Intrapessoal 0 0 1 0,037037037 8 0,296296296 18 0,666666667
Interpessoal 0 0 1 0,037037037 9 0,333333333 17 0,62962963
Espacial 0 0 3 0,111111111 15 0,555555556 9 0,333333333
Naturalista 0 0 2 0,074074074 14 0,518518519 11 0,407407407
Musical 1 0,037037037 10 0,37037037 13 0,481481481 3 0,111111111
Corporal 0 0 8 0,296296296 16 0,592592593 3 0,111111111
Tabela 20 – Adaptação favorável por tipo de intelig ência do Analista de Arquitetura
Analista de Arquitetura
Fraco Regular Bom Ótimo
N % N % N % N %
Lingüística 0 0 2 0,018018018 68 0,612612613 41 0,369369369
Lógica 0 0 2 0,018018018 41 0,369369369 68 0,612612613
Intrapessoal 1 0,009009009 0 0 52 0,468468468 58 0,522522523
Interpessoal 1 0,009009009 0 0 55 0,495495495 55 0,495495495
Espacial 1 0,009009009 5 0,045045045 62 0,558558559 43 0,387387387
Naturalista 0 0 4 0,036036036 56 0,504504505 51 0,459459459
Musical 1 0,009009009 24 0,216216216 73 0,657657658 13 0,117117117
Corporal 0 0 13 0,117117117 76 0,684684685 22 0,198198198
Tabela 21 – Adaptação por tipo psicológico do Anali sta de Arquitetura
Analista de Arquitetura
Desfavorável Favorável
N % N %
ENFJ 5 0,384615385 8 0,615384615
ENFP 0 0 5 1
ENTJ 3 0,230769231 10 0,769230769
ENTP 0 0 1 1
ESFJ 3 0,214285714 11 0,785714286
ESFP 0 0 1 1
ESTJ 7 0,155555556 38 0,844444444
ESTP 1 0,5 1 0,5
INFJ 1 0,25 3 0,75
INTJ 0 0 8 1
ISFJ 3 0,333333333 6 0,666666667
ISTJ 3 0,136363636 19 0,863636364
ISTP 1 1 0 0
150
4) Analista de Componentes
Tabela 22 – Adaptação desfavorável por tipo de inte ligência do Analista de Componentes
Analista de Componentes
Fraco Regular Bom Ótimo
N % N % N % N %
Lingüística 0 0 1 0,038461538 17 0,653846154 8 0,307692308
Lógica 0 0 1 0,038461538 16 0,615384615 9 0,346153846
Intrapessoal 0 0 1 0,038461538 10 0,384615385 15 0,576923077
Interpessoal 0 0 0 0 10 0,384615385 16 0,615384615
Espacial 0 0 4 0,153846154 13 0,5 9 0,346153846
Naturalista 0 0 2 0,076923077 16 0,615384615 8 0,307692308
Musical 1 0,038461538 8 0,307692308 15 0,576923077 2 0,076923077
Corporal 0 0 7 0,269230769 16 0,615384615 3 0,115384615
Tabela 23 – Adaptação favorável por tipo de intelig ência do Analista de Componentes
Analista de Componentes
Fraco Regular Bom Ótimo
N % N % N % N %
Lingüística 0 0 2 0,019417476 60 0,582524272 41 0,398058252
Lógica 0 0 2 0,019417476 37 0,359223301 64 0,621359223
Intrapessoal 1 0,009708738 0 0 45 0,436893204 57 0,553398058
Interpessoal 1 0,009708738 1 0,009708738 47 0,45631068 54 0,524271845
Espacial 1 0,009708738 3 0,029126214 59 0,572815534 40 0,388349515
Naturalista 0 0 4 0,038834951 48 0,466019417 51 0,495145631
Musical 1 0,009708738 23 0,223300971 68 0,660194175 11 0,106796117
Corporal 0 0 12 0,116504854 70 0,67961165 21 0,203883495
Tabela 24 – Adaptação por tipo psicológico do Anali sta de Componentes
Analista de Componentes
Desfavorável Favorável
N % N %
ENFJ 6 0,6 4 0,4
ENFP 0 0 4 1
ENTJ 3 0,230769231 10 0,769230769
ENTP 0 0 1 1
ESFJ 2 0,142857143 12 0,857142857
ESFP 0 0 1 1
ESTJ 5 0,125 35 0,875
ESTP 1 0,5 1 0,5
INFJ 1 0,2 4 0,8
INTJ 1 0,142857143 6 0,857142857
INTP 0 0 1 1
ISFJ 2 0,25 6 0,75
ISTJ 5 0,227272727 17 0,772727273
ISTP 0 0 1 1
151
5) Analista de Configuração
Tabela 25 – Adaptação desfavorável por tipo de inte ligência do Analista de Configuração
Analista de Configuração
Fraco Regular Bom Ótimo
N % N % N % N %
Lingüística 0 0 0 0 18 0,666666667 9 0,333333333
Lógica 0 0 1 0,037037037 14 0,518518519 12 0,444444444
Intrapessoal 0 0 1 0,037037037 11 0,407407407 15 0,555555556
Interpessoal 0 0 0 0 12 0,444444444 15 0,555555556
Espacial 0 0 4 0,148148148 12 0,444444444 11 0,407407407
Naturalista 0 0 2 0,074074074 16 0,592592593 9 0,333333333
Musical 1 0,037037037 9 0,333333333 14 0,518518519 3 0,111111111
Corporal 0 0 6 0,222222222 17 0,62962963 4 0,148148148
Tabela 26 – Adaptação favorável por tipo de intelig ência do Analista de Configuração
Analista de Configuração
Fraco Regular Bom Ótimo
N % N % N % N %
Lingüística 0 0 4 0,037735849 63 0,594339623 39 0,367924528
Lógica 0 0 2 0,018867925 45 0,424528302 59 0,556603774
Intrapessoal 1 0,009433962 1 0,009433962 42 0,396226415 62 0,58490566
Interpessoal 1 0,009433962 1 0,009433962 47 0,443396226 57 0,537735849
Espacial 1 0,009433962 3 0,028301887 64 0,603773585 38 0,358490566
Naturalista 0 0 6 0,056603774 54 0,509433962 46 0,433962264
Musical 1 0,009433962 25 0,235849057 65 0,613207547 15 0,141509434
Corporal 0 0 14 0,132075472 71 0,669811321 21 0,198113208
Tabela 27 – Adaptação por tipo psicológico do Anali sta de Configuração
Analista de Configuração
Desfavorável Favorável
N % N %
ENFJ 6 0,461538462 7 0,538461538
ENFP 0 0 5 1
ENTJ 4 0,333333333 8 0,666666667
ENTP 0 0 3 1
ESFJ 1 0,066666667 14 0,933333333
ESFP 0 0 1 1
ESTJ 7 0,166666667 35 0,833333333
ESTP 1 0,5 1 0,5
INFJ 2 0,285714286 5 0,714285714
INFP 0 0 1 1
INTJ 1 0,166666667 5 0,833333333
ISFJ 1 0,166666667 5 0,833333333
ISTJ 4 0,210526316 15 0,789473684
ISTP 0 0 1 1
152
6) Analista de Ferramentas
Tabela 28 – Adaptação desfavorável por tipo de inte ligência do Analista de Ferramentas
Analista de Ferramentas
Fraco Regular Bom Ótimo
N % N % N % N %
Lingüística 0 0 0 0 18 0,692307692 8 0,307692308
Lógica 0 0 1 0,038461538 16 0,615384615 9 0,346153846
Intrapessoal 0 0 1 0,038461538 9 0,346153846 16 0,615384615
Interpessoal 0 0 0 0 11 0,423076923 15 0,576923077
Espacial 0 0 3 0,115384615 16 0,615384615 7 0,269230769
Naturalista 0 0 1 0,038461538 14 0,538461538 11 0,423076923
Musical 1 0,038461538 10 0,384615385 14 0,538461538 1 0,038461538
Corporal 0 0 6 0,230769231 16 0,615384615 4 0,153846154
Tabela 29 – Adaptação favorável por tipo de intelig ência do Analista de Ferramentas
Analista de Ferramentas
Fraco Regular Bom Ótimo
N % N % N % N %
Lingüística 0 0 5 0,048076923 57 0,548076923 42 0,403846154
Lógica 0 0 2 0,019230769 42 0,403846154 60 0,576923077
Intrapessoal 1 0,009615385 1 0,009615385 40 0,384615385 62 0,596153846
Interpessoal 1 0,009615385 1 0,009615385 45 0,432692308 57 0,548076923
Espacial 1 0,009615385 5 0,048076923 56 0,538461538 42 0,403846154
Naturalista 0 0 6 0,057692308 50 0,480769231 48 0,461538462
Musical 1 0,009615385 24 0,230769231 65 0,625 14 0,134615385
Corporal 0 0 13 0,125 69 0,663461538 22 0,211538462
Tabela 30 – Adaptação por tipo psicológico do Anali sta de Ferramentas
Analista de Ferramentas
Desfavorável Favorável
N % N %
ENFJ 4 0,285714286 10 0,714285714
ENFP 0 0 3 1
ENTJ 3 0,25 9 0,75
ENTP 0 0 2 1
ESFJ 4 0,235294118 13 0,764705882
ESFP 0 0 1 1
ESTJ 7 0,162790698 36 0,837209302
ESTP 0 0 2 1
INFJ 2 0,4 3 0,6
INFP 0 0 1 1
INTJ 1 0,2 4 0,8
ISFJ 1 0,142857143 6 0,857142857
ISTJ 3 0,176470588 14 0,823529412
ISTP 1 1 0 0
153
7) Analista de Implantação
Tabela 31 – Adaptação desfavorável por tipo de inte ligência do Analista de Implantação
Analista de Implantação
Fraco Regular Bom Ótimo
N % N % N % N %
Lingüística 0 0 0 0 19 0,791666667 5 0,208333333
Lógica 0 0 0 0 12 0,5 12 0,5
Intrapessoal 0 0 0 0 10 0,416666667 14 0,583333333
Interpessoal 0 0 0 0 15 0,625 9 0,375
Espacial 0 0 3 0,125 16 0,666666667 5 0,208333333
Naturalista 0 0 1 0,041666667 15 0,625 8 0,333333333
Musical 1 0,041666667 9 0,375 12 0,5 2 0,083333333
Corporal 0 0 6 0,25 17 0,708333333 1 0,041666667
Tabela 32 – Adaptação favorável por tipo de intelig ência do Analista de Implantação
Analista de Implantação
Fraco Regular Bom Ótimo
N % N % N % N %
Lingüística 0 0 4 0,03125 72 0,5625 52 0,40625
Lógica 0 0 2 0,015625 54 0,421875 72 0,5625
Intrapessoal 0 0 2 0,015625 50 0,390625 76 0,59375
Interpessoal 0 0 2 0,015625 56 0,4375 70 0,546875
Espacial 0 0 6 0,046875 70 0,546875 52 0,40625
Naturalista 0 0 7 0,0546875 61 0,4765625 60 0,46875
Musical 0 0 30 0,234375 82 0,640625 16 0,125
Corporal 0 0 15 0,1171875 86 0,671875 27 0,2109375
Tabela 33 – Adaptação por tipo psicológico do Anali sta de Implantação
Analista de Implantação
Desfavorável Favorável
N % N %
ENFJ 4 0,235294118 13 0,764705882
ENFP 2 0,285714286 5 0,714285714
ENTJ 3 0,230769231 10 0,769230769
ENTP 0 0 3 1
ESFJ 0 0 14 1
ESFP 0 0 1 1
ESTJ 4 0,088888889 41 0,911111111
ESTP 0 0 2 1
INFJ 1 0,142857143 6 0,857142857
INTJ 1 0,166666667 5 0,833333333
ISFJ 3 0,25 9 0,75
ISTJ 5 0,208333333 19 0,791666667
ISTP 1 1 0 0
154
8) Analista de Infra-estrutura
Tabela 34 – Adaptação desfavorável por tipo de inte ligência do Analista de Infra-estrutura
Analista de Infraestrutura
Fraco Regular Bom Ótimo
N % N % N % N %
Lingüística 0 0 0 0 22 0,733333333 8 0,266666667
Lógica 0 0 0 0 17 0,566666667 13 0,433333333
Intrapessoal 0 0 0 0 11 0,366666667 19 0,633333333
Interpessoal 0 0 0 0 16 0,533333333 14 0,466666667
Espacial 0 0 2 0,066666667 21 0,7 7 0,233333333
Naturalista 0 0 1 0,033333333 19 0,633333333 10 0,333333333
Musical 1 0,033333333 8 0,266666667 20 0,666666667 1 0,033333333
Corporal 0 0 6 0,2 19 0,633333333 5 0,166666667
Tabela 35 – Adaptação favorável por tipo de intelig ência do Analista de Infra-estrutura
Analista de Infraestrutura
Fraco Regular Bom Ótimo
N % N % N % N %
Lingüística 0 0 5 0,040322581 69 0,556451613 50 0,403225806
Lógica 0 0 3 0,024193548 50 0,403225806 71 0,572580645
Intrapessoal 1 0,008064516 2 0,016129032 47 0,379032258 74 0,596774194
Interpessoal 1 0,008064516 1 0,008064516 55 0,443548387 67 0,540322581
Espacial 1 0,008064516 5 0,040322581 68 0,548387097 50 0,403225806
Naturalista 0 0 7 0,056451613 60 0,483870968 57 0,459677419
Musical 1 0,008064516 27 0,217741935 80 0,64516129 16 0,129032258
Corporal 0 0 17 0,137096774 84 0,677419355 23 0,185483871
Tabela 36 – Adaptação por tipo psicológico do Anali sta de Infra-estrutura
Analista de Infraestrutura
Desfavorável Favorável
N % N %
ENFJ 6 0,428571429 8 0,571428571
ENFP 2 0,4 3 0,6
ENTJ 3 0,2 12 0,8
ENTP 0 0 3 1
ESFJ 3 0,176470588 14 0,823529412
ESFP 0 0 1 1
ESTJ 6 0,127659574 41 0,872340426
ESTP 0 0 1 1
INFJ 1 0,2 4 0,8
INFP 0 0 1 1
INTJ 3 0,375 5 0,625
ISFJ 1 0,111111111 8 0,888888889
ISTJ 5 0,185185185 22 0,814814815
ISTP 0 0 1 1
155
9) Analista de Interface
Tabela 37 – Adaptação desfavorável por tipo de inte ligência do Analista de Interface
Analista de Interface
Fraco Regular Bom Ótimo
N % N % N % N %
Lingüística 0 0 0 0 21 0,807692308 5 0,192307692
Lógica 0 0 0 0 16 0,615384615 10 0,384615385
Intrapessoal 0 0 0 0 10 0,384615385 16 0,615384615
Interpessoal 0 0 0 0 13 0,5 13 0,5
Espacial 0 0 4 0,153846154 18 0,692307692 4 0,153846154
Naturalista 0 0 1 0,038461538 18 0,692307692 7 0,269230769
Musical 1 0,038461538 9 0,346153846 15 0,576923077 1 0,038461538
Corporal 0 0 6 0,230769231 17 0,653846154 3 0,115384615
Tabela 38 – Adaptação favorável por tipo de intelig ência do Analista de Interface
Analista de Interface
Fraco Regular Bom Ótimo
N % N % N % N %
Lingüística 0 0 4 0,03539823 63 0,557522124 46 0,407079646
Lógica 0 0 2 0,017699115 45 0,398230088 66 0,584070796
Intrapessoal 0 0 1 0,008849558 43 0,380530973 69 0,610619469
Interpessoal 0 0 2 0,017699115 51 0,451327434 60 0,530973451
Espacial 0 0 3 0,026548673 62 0,548672566 48 0,424778761
Naturalista 0 0 5 0,044247788 55 0,486725664 53 0,469026549
Musical 0 0 22 0,194690265 77 0,681415929 14 0,123893805
Corporal 0 0 13 0,115044248 75 0,663716814 25 0,221238938
Tabela 39 – Adaptação por tipo psicológico do Anali sta de Interface
Analista de Interface
Desfavorável Favorável
N % N %
ENFJ 4 0,25 12 0,75
ENFP 1 0,25 3 0,75
ENTJ 4 0,307692308 9 0,692307692
ENTP 0 0 2 1
ESFJ 3 0,214285714 11 0,785714286
ESFP 0 0 1 1
ESTJ 4 0,093023256 39 0,906976744
ESTP 0 0 2 1
INFJ 1 0,142857143 6 0,857142857
INTJ 3 0,428571429 4 0,571428571
ISFJ 2 0,2 8 0,8
ISTJ 4 0,210526316 15 0,789473684
ISTP 0 0 1 1
156
10) Analista de Metodologia
Tabela 40 – Adaptação desfavorável por tipo de inte ligência do Analista de Metodologia
Analista de Metodologia
Fraco Regular Bom Ótimo
N % N % N % N %
Lingüística 0 0 2 0,044444444 28 0,622222222 15 0,333333333
Lógica 0 0 2 0,044444444 24 0,533333333 19 0,422222222
Intrapessoal 0 0 1 0,022222222 17 0,377777778 27 0,6
Interpessoal 0 0 2 0,044444444 22 0,488888889 21 0,466666667
Espacial 0 0 5 0,111111111 29 0,644444444 11 0,244444444
Naturalista 0 0 4 0,088888889 20 0,444444444 21 0,466666667
Musical 0 0 16 0,355555556 27 0,6 2 0,044444444
Corporal 0 0 16 0,355555556 24 0,533333333 5 0,111111111
Tabela 41 – Adaptação favorável por tipo de intelig ência do Analista de Metodologia
Analista de Metodologia
Fraco Regular Bom Ótimo
N % N % N % N %
Lingüística 0 0 3 0,027522936 63 0,577981651 43 0,394495413
Lógica 0 0 2 0,018348624 47 0,431192661 60 0,550458716
Intrapessoal 1 0,009174312 1 0,009174312 39 0,357798165 68 0,623853211
Interpessoal 1 0,009174312 0 0 47 0,431192661 61 0,559633028
Espacial 1 0,009174312 2 0,018348624 60 0,550458716 46 0,422018349
Naturalista 0 0 4 0,036697248 56 0,513761468 49 0,449541284
Musical 1 0,009174312 20 0,183486239 71 0,651376147 17 0,155963303
Corporal 0 0 10 0,091743119 74 0,678899083 25 0,229357798
Tabela 42 – Adaptação por tipo psicológico do Anali sta de Metodologia
Analista de Metodologia
Desfavorável Favorável
N % N %
ENFJ 5 0,277777778 13 0,722222222
ENFP 4 0,571428571 3 0,428571429
ENTJ 4 0,307692308 9 0,692307692
ENTP 0 0 2 1
ESFJ 6 0,4 9 0,6
ESFP 1 1 0 0
ESTJ 9 0,204545455 35 0,795454545
ESTP 0 0 1 1
INFJ 0 0 8 1
INFP 1 1 0 0
INTJ 1 0,2 4 0,8
INTP 0 0 1 1
ISFJ 2 0,2 8 0,8
ISTJ 11 0,407407407 16 0,592592593
ISTP 1 1 0 0
157
11) Analista de Mudanças
Tabela 43 – Adaptação desfavorável por tipo de inte ligência do Analista de Mudanças
Analista de Mudanças
Fraco Regular Bom Ótimo
N % N % N % N %
Lingüística 0 0 0 0 19 0,703703704 8 0,296296296
Lógica 0 0 0 0 13 0,481481481 14 0,518518519
Intrapessoal 0 0 0 0 13 0,481481481 14 0,518518519
Interpessoal 0 0 0 0 14 0,518518519 13 0,481481481
Espacial 0 0 3 0,111111111 17 0,62962963 7 0,259259259
Naturalista 0 0 2 0,074074074 13 0,481481481 12 0,444444444
Musical 0 0 13 0,481481481 12 0,444444444 2 0,074074074
Corporal 0 0 7 0,259259259 17 0,62962963 3 0,111111111
Tabela 44 – Adaptação favorável por tipo de intelig ência do Analista de Mudanças
Analista de Mudanças
Fraco Regular Bom Ótimo
N % N % N % N %
Lingüística 0 0 4 0,033898305 68 0,576271186 46 0,389830508
Lógica 0 0 3 0,025423729 53 0,449152542 62 0,525423729
Intrapessoal 1 0,008474576 2 0,016949153 42 0,355932203 73 0,618644068
Interpessoal 1 0,008474576 2 0,016949153 50 0,423728814 65 0,550847458
Espacial 1 0,008474576 2 0,016949153 69 0,584745763 46 0,389830508
Naturalista 0 0 5 0,042372881 58 0,491525424 55 0,466101695
Musical 1 0,008474576 20 0,169491525 83 0,703389831 14 0,118644068
Corporal 0 0 16 0,13559322 75 0,63559322 27 0,228813559
Tabela 45 – Adaptação por tipo psicológico do Anali sta de Mudanças
Analista de Mudanças
Desfavorável Favorável
N % N %
ENFJ 3 0,1875 13 0,8125
ENFP 2 0,333333333 4 0,666666667
ENTJ 3 0,230769231 10 0,769230769
ENTP 0 0 2 1
ESFJ 2 0,133333333 13 0,866666667
ESFP 0 0 1 1
ESTJ 5 0,119047619 37 0,880952381
ESTP 0 0 1 1
INFJ 2 0,25 6 0,75
INFP 0 0 1 1
INTJ 0 0 5 1
INTP 0 0 1 1
ISFJ 3 0,333333333 6 0,666666667
ISTJ 6 0,25 18 0,75
ISTP 1 1 0 0
158
12) Analista de Processos
Tabela 46 – Adaptação desfavorável por tipo de inte ligência do Analista de Processos
Analista de Processos
Fraco Regular Bom Ótimo
N % N % N % N %
Lingüística 0 0 1 0,041666667 17 0,708333333 6 0,25
Lógica 0 0 1 0,041666667 14 0,583333333 9 0,375
Intrapessoal 0 0 0 0 12 0,5 12 0,5
Interpessoal 0 0 2 0,083333333 15 0,625 7 0,291666667
Espacial 0 0 1 0,041666667 18 0,75 5 0,208333333
Naturalista 0 0 3 0,125 13 0,541666667 8 0,333333333
Musical 0 0 9 0,375 13 0,541666667 2 0,083333333
Corporal 0 0 10 0,416666667 13 0,541666667 1 0,041666667
Tabela 47 – Adaptação favorável por tipo de intelig ência do Analista de Processos
Analista de Processos
Fraco Regular Bom Ótimo
N % N % N % N %
Lingüística 0 0 4 0,027972028 84 0,587412587 55 0,384615385
Lógica 0 0 3 0,020979021 63 0,440559441 77 0,538461538
Intrapessoal 1 0,006993007 2 0,013986014 49 0,342657343 91 0,636363636
Interpessoal 1 0,006993007 0 0 59 0,412587413 83 0,58041958
Espacial 1 0,006993007 6 0,041958042 80 0,559440559 56 0,391608392
Naturalista 0 0 6 0,041958042 67 0,468531469 70 0,48951049
Musical 1 0,006993007 30 0,20979021 95 0,664335664 17 0,118881119
Corporal 0 0 16 0,111888112 98 0,685314685 29 0,202797203
Tabela 48 – Adaptação por tipo psicológico do Anali sta de Processos
Analista de Processos
Desfavorável Favorável
N % N %
ENFJ 3 0,166666667 15 0,833333333
ENFP 0 0 7 1
ENTJ 1 0,071428571 13 0,928571429
ENTP 0 0 2 1
ESFJ 2 0,125 14 0,875
ESFP 0 0 1 1
ESTJ 4 0,08 46 0,92
ESTP 0 0 2 1
INFJ 1 0,111111111 8 0,888888889
INFP 0 0 1 1
INTJ 2 0,25 6 0,75
INTP 0 0 1 1
ISFJ 4 0,4 6 0,6
ISTJ 6 0,222222222 21 0,777777778
ISTP 1 1 0 0
159
13) Analista de Requisitos
Tabela 49 – Adaptação desfavorável por tipo de inte ligência do Analista de Requisitos
Analista de Requisitos
Fraco Regular Bom Ótimo
N % N % N % N %
Lingüística 0 0 0 0 16 0,727272727 6 0,272727273
Lógica 0 0 0 0 13 0,590909091 9 0,409090909
Intrapessoal 0 0 0 0 9 0,409090909 13 0,590909091
Interpessoal 0 0 0 0 12 0,545454545 10 0,454545455
Espacial 0 0 1 0,045454545 18 0,818181818 3 0,136363636
Naturalista 0 0 1 0,045454545 15 0,681818182 6 0,272727273
Musical 0 0 8 0,363636364 12 0,545454545 2 0,090909091
Corporal 0 0 6 0,272727273 15 0,681818182 1 0,045454545
Tabela 50 – Adaptação favorável por tipo de intelig ência do Analista de Requisitos
Analista de Requisitos
Fraco Regular Bom Ótimo
N % N % N % N %
Lingüística 0 0 3 0,023076923 76 0,584615385 51 0,392307692
Lógica 0 0 2 0,015384615 53 0,407692308 75 0,576923077
Intrapessoal 1 0,007692308 2 0,015384615 44 0,338461538 83 0,638461538
Interpessoal 1 0,007692308 1 0,007692308 53 0,407692308 75 0,576923077
Espacial 1 0,007692308 4 0,030769231 70 0,538461538 55 0,423076923
Naturalista 0 0 7 0,053846154 62 0,476923077 61 0,469230769
Musical 1 0,007692308 26 0,2 86 0,661538462 17 0,130769231
Corporal 0 0 16 0,123076923 86 0,661538462 28 0,215384615
Tabela 51 – Adaptação por tipo psicológico do Anali sta de Requisitos
Analista de Requisitos
Desfavorável Favorável
N % N %
ENFJ 3 0,2 12 0,8
ENFP 0 0 7 1
ENTJ 1 0,066666667 14 0,933333333
ENTP 0 0 3 1
ESFJ 3 0,214285714 11 0,785714286
ESFP 0 0 1 1
ESTJ 7 0,155555556 38 0,844444444
ESTP 0 0 1 1
INFJ 0 0 9 1
INTJ 2 0,333333333 4 0,666666667
INTP 0 0 1 1
ISFJ 3 0,333333333 6 0,666666667
ISTJ 3 0,12 22 0,88
ISTP 0 0 1 1
160
14) Analista de Segurança
Tabela 52 – Adaptação desfavorável por tipo de inte ligência do Analista de Segurança
Analista de Segurança
Fraco Regular Bom Ótimo
N % N % N % N %
Lingüística 0 0 0 0 22 0,75862069 7 0,24137931
Lógica 0 0 0 0 16 0,551724138 13 0,448275862
Intrapessoal 0 0 0 0 13 0,448275862 16 0,551724138
Interpessoal 0 0 0 0 16 0,551724138 13 0,448275862
Espacial 0 0 1 0,034482759 22 0,75862069 6 0,206896552
Naturalista 0 0 1 0,034482759 15 0,517241379 13 0,448275862
Musical 0 0 11 0,379310345 16 0,551724138 2 0,068965517
Corporal 0 0 8 0,275862069 17 0,586206897 4 0,137931034
Tabela 53 – Adaptação favorável por tipo de intelig ência do Analista de Segurança
Analista de Segurança
Fraco Regular Bom Ótimo
N % N % N % N %
Lingüística 0 0 4 0,034482759 63 0,543103448 49 0,422413793
Lógica 0 0 2 0,017241379 51 0,439655172 63 0,543103448
Intrapessoal 1 0,00862069 2 0,017241379 42 0,362068966 71 0,612068966
Interpessoal 1 0,00862069 0 0 49 0,422413793 66 0,568965517
Espacial 1 0,00862069 6 0,051724138 63 0,543103448 46 0,396551724
Naturalista 0 0 7 0,060344828 58 0,5 51 0,439655172
Musical 1 0,00862069 24 0,206896552 74 0,637931034 17 0,146551724
Corporal 0 0 14 0,120689655 77 0,663793103 25 0,215517241
Tabela 54 – Adaptação por tipo psicológico do Anali sta de Segurança
Analista de Segurança
Desfavorável Favorável
N % N %
ENFJ 3 0,2 12 0,8
ENFP 1 0,166666667 5 0,833333333
ENTJ 6 0,428571429 8 0,571428571
ENTP 0 0 3 1
ESFJ 3 0,214285714 11 0,785714286
ESFP 0 0 1 1
ESTJ 6 0,136363636 38 0,863636364
ESTP 0 0 2 1
INFJ 3 0,428571429 4 0,571428571
INTJ 2 0,333333333 4 0,666666667
INTP 0 0 1 1
ISFJ 2 0,222222222 7 0,777777778
ISTJ 2 0,090909091 20 0,909090909
ISTP 1 1 0 0
161
15) Analista de Testes
Tabela 55 – Adaptação desfavorável por tipo de inte ligência do Analista de Testes
Analista de Testes
Fraco Regular Bom Ótimo
N % N % N % N %
Lingüística 0 0 0 0 15 0,789473684 4 0,210526316
Lógica 0 0 0 0 9 0,473684211 10 0,526315789
Intrapessoal 0 0 0 0 6 0,315789474 13 0,684210526
Interpessoal 0 0 0 0 7 0,368421053 12 0,631578947
Espacial 0 0 0 0 13 0,684210526 6 0,315789474
Naturalista 0 0 0 0 12 0,631578947 7 0,368421053
Musical 0 0 8 0,421052632 9 0,473684211 2 0,105263158
Corporal 0 0 3 0,157894737 13 0,684210526 3 0,157894737
Tabela 56 – Adaptação favorável por tipo de intelig ência do Analista de Testes
Analista de Testes
Fraco Regular Bom Ótimo
N % N % N % N %
Lingüística 0 0 5 0,034013605 90 0,612244898 52 0,353741497
Lógica 0 0 4 0,027210884 65 0,442176871 78 0,530612245
Intrapessoal 1 0,006802721 2 0,013605442 57 0,387755102 87 0,591836735
Interpessoal 1 0,006802721 1 0,006802721 71 0,482993197 74 0,503401361
Espacial 1 0,006802721 9 0,06122449 85 0,578231293 52 0,353741497
Naturalista 0 0 9 0,06122449 72 0,489795918 66 0,448979592
Musical 1 0,006802721 31 0,210884354 98 0,666666667 17 0,115646259
Corporal 0 0 21 0,142857143 100 0,680272109 26 0,176870748
Tabela 57 – Adaptação por tipo psicológico do Anali sta de Testes
Analista de Testes
Desfavorável Favorável
N % N %
ENFJ 2 0,117647059 15 0,882352941
ENFP 1 0,125 7 0,875
ENTJ 3 0,214285714 11 0,785714286
ENTP 0 0 3 1
ESFJ 2 0,142857143 12 0,857142857
ESFP 0 0 1 1
ESTJ 5 0,1 45 0,9
ESTP 0 0 2 1
INFJ 1 0,125 7 0,875
INTJ 3 0,333333333 6 0,666666667
INTP 0 0 1 1
ISFJ 2 0,181818182 9 0,818181818
ISTJ 0 0 27 1
ISTP 0 0 1 1
162
16) Analista de Treinamento
Tabela 58 – Adaptação desfavorável por tipo de inte ligência do Analista de Treinamento
Analista de Treinamento
Fraco Regular Bom Ótimo
N % N % N % N %
Lingüística 0 0 1 0,055555556 13 0,722222222 4 0,222222222
Lógica 0 0 0 0 10 0,555555556 8 0,444444444
Intrapessoal 0 0 0 0 6 0,333333333 12 0,666666667
Interpessoal 0 0 0 0 9 0,5 9 0,5
Espacial 0 0 2 0,111111111 13 0,722222222 3 0,166666667
Naturalista 0 0 1 0,055555556 11 0,611111111 6 0,333333333
Musical 0 0 5 0,277777778 11 0,611111111 2 0,111111111
Corporal 0 0 7 0,388888889 11 0,611111111 0 0
Tabela 59 – Adaptação favorável por tipo de intelig ência do Analista de Treinamento
Analista de Treinamento
Fraco Regular Bom Ótimo
N % N % N % N %
Lingüística 0 0 2 0,014184397 81 0,574468085 58 0,411347518
Lógica 0 0 2 0,014184397 58 0,411347518 81 0,574468085
Intrapessoal 1 0,007092199 1 0,007092199 49 0,34751773 90 0,638297872
Interpessoal 1 0,007092199 0 0 58 0,411347518 82 0,581560284
Espacial 1 0,007092199 4 0,028368794 82 0,581560284 54 0,382978723
Naturalista 0 0 6 0,042553191 65 0,460992908 70 0,496453901
Musical 1 0,007092199 32 0,226950355 93 0,659574468 15 0,106382979
Corporal 0 0 14 0,09929078 96 0,680851064 31 0,219858156
Tabela 60 – Adaptação por tipo psicológico do Anali sta de Treinamento
Analista de Treinamento
Desfavorável Favorável
N % N %
ENFJ 2 0,111111111 16 0,888888889
ENFP 0 0 7 1
ENTJ 1 0,0625 15 0,9375
ENTP 0 0 3 1
ESFJ 1 0,076923077 12 0,923076923
ESFP 0 0 1 1
ESTJ 7 0,145833333 41 0,854166667
ESTP 1 0,5 1 0,5
INFJ 1 0,166666667 5 0,833333333
INFP 0 0 1 1
INTJ 1 0,111111111 8 0,888888889
ISFJ 0 0 10 1
ISTJ 4 0,166666667 20 0,833333333
ISTP 0 0 1 1
163
17) Analista de Sistemas
Tabela 61 – Adaptação desfavorável por tipo de inte ligência do Analista de Sistemas
Analista de Sistemas
Fraco Regular Bom Ótimo
N % N % N % N %
Lingüística 0 0 0 0 10 0,714285714 4 0,285714286
Lógica 0 0 0 0 7 0,5 7 0,5
Intrapessoal 0 0 0 0 2 0,142857143 12 0,857142857
Interpessoal 0 0 0 0 7 0,5 7 0,5
Espacial 0 0 1 0,071428571 9 0,642857143 4 0,285714286
Naturalista 0 0 0 0 8 0,571428571 6 0,428571429
Musical 1 0,071428571 4 0,285714286 7 0,5 2 0,142857143
Corporal 0 0 4 0,285714286 8 0,571428571 2 0,142857143
Tabela 62 – Adaptação favorável por tipo de intelig ência do Analista de Sistemas
Analista de Sistemas
Fraco Regular Bom Ótimo
N % N % N % N %
Lingüística 0 0 5 0,031055901 97 0,602484472 59 0,366459627
Lógica 0 0 3 0,01863354 75 0,465838509 83 0,51552795
Intrapessoal 1 0,00621118 1 0,00621118 64 0,397515528 95 0,590062112
Interpessoal 1 0,00621118 2 0,01242236 68 0,422360248 90 0,559006211
Espacial 1 0,00621118 9 0,055900621 94 0,583850932 57 0,354037267
Naturalista 0 0 9 0,055900621 80 0,49689441 72 0,447204969
Musical 1 0,00621118 36 0,223602484 106 0,658385093 18 0,111801242
Corporal 0 0 20 0,124223602 113 0,701863354 28 0,173913043
Tabela 63 – Adaptação por tipo psicológico do Anali sta de Sistemas
Analista de Sistemas
Desfavorável Favorável
N % N %
ENFJ 2 0,1 18 0,9
ENFP 0 0 8 1
ENTJ 2 0,117647059 15 0,882352941
ENTP 1 0,333333333 2 0,666666667
ESFJ 2 0,117647059 15 0,882352941
ESFP 0 0 1 1
ESTJ 3 0,057692308 49 0,942307692
ESTP 0 0 2 1
INFJ 0 0 10 1
INFP 1 1 0 0
INTJ 1 0,125 7 0,875
INTP 0 0 1 1
ISFJ 1 0,083333333 11 0,916666667
ISTJ 0 0 22 1
ISTP 1 1 0 0
164
18) Gerente do Projeto
Tabela 64 – Adaptação desfavorável por tipo de inte ligência do Gerente do Projeto
Gerente do Projeto
Fraco Regular Bom Ótimo
N % N % N % N %
Lingüística 0 0 3 0,130434783 15 0,652173913 5 0,217391304
Lógica 0 0 1 0,043478261 13 0,565217391 9 0,391304348
Intrapessoal 0 0 0 0 11 0,47826087 12 0,52173913
Interpessoal 0 0 1 0,043478261 13 0,565217391 9 0,391304348
Espacial 0 0 4 0,173913043 14 0,608695652 5 0,217391304
Naturalista 0 0 0 0 13 0,565217391 10 0,434782609
Musical 1 0,043478261 7 0,304347826 13 0,565217391 2 0,086956522
Corporal 0 0 7 0,304347826 14 0,608695652 2 0,086956522
Tabela 65 – Adaptação favorável por tipo de intelig ência do Gerente do Projeto
Gerente do Projeto
Fraco Regular Bom Ótimo
N % N % N % N %
Lingüística 0 0 2 0,014084507 86 0,605633803 54 0,38028169
Lógica 0 0 2 0,014084507 62 0,436619718 78 0,549295775
Intrapessoal 1 0,007042254 1 0,007042254 52 0,366197183 88 0,61971831
Interpessoal 1 0,007042254 0 0 57 0,401408451 84 0,591549296
Espacial 1 0,007042254 4 0,028169014 84 0,591549296 53 0,373239437
Naturalista 0 0 8 0,056338028 68 0,478873239 66 0,464788732
Musical 1 0,007042254 33 0,232394366 91 0,64084507 17 0,11971831
Corporal 0 0 15 0,105633803 102 0,718309859 25 0,176056338
Tabela 66 – Adaptação por tipo psicológico do Geren te do Projeto
Gerente do Projeto
Desfavorável Favorável
N % N %
ENFJ 2 0,111111111 16 0,888888889
ENFP 0 0 7 1
ENTJ 1 0,0625 15 0,9375
ENTP 0 0 2 1
ESFJ 4 0,235294118 13 0,764705882
ESFP 0 0 1 1
ESTJ 5 0,098039216 46 0,901960784
ESTP 0 0 2 1
INFJ 1 0,166666667 5 0,833333333
INFP 1 1 0 0
INTJ 1 0,125 7 0,875
INTP 0 0 1 1
ISFJ 3 0,3 7 0,7
ISTJ 4 0,166666667 20 0,833333333
ISTP 1 1 0 0
165
19) Programador
Tabela 67 – Adaptação desfavorável por tipo de inte ligência do Programador
Programador
Fraco Regular Bom Ótimo
N % N % N % N %
Lingüística 0 0 0 0 20 0,689655172 9 0,310344828
Lógica 0 0 0 0 17 0,586206897 12 0,413793103
Intrapessoal 0 0 0 0 8 0,275862069 21 0,724137931
Interpessoal 0 0 0 0 12 0,413793103 17 0,586206897
Espacial 0 0 1 0,034482759 18 0,620689655 10 0,344827586
Naturalista 0 0 0 0 19 0,655172414 10 0,344827586
Musical 1 0,034482759 9 0,310344828 14 0,482758621 5 0,172413793
Corporal 0 0 4 0,137931034 20 0,689655172 5 0,172413793
Tabela 68 – Adaptação favorável por tipo de intelig ência do Programador
Programador
Fraco Regular Bom Ótimo
N % N % N % N %
Lingüística 0 0 5 0,036231884 84 0,608695652 49 0,355072464
Lógica 0 0 3 0,02173913 59 0,427536232 76 0,550724638
Intrapessoal 1 0,007246377 1 0,007246377 56 0,405797101 80 0,579710145
Interpessoal 1 0,007246377 2 0,014492754 61 0,442028986 74 0,536231884
Espacial 1 0,007246377 9 0,065217391 78 0,565217391 50 0,362318841
Naturalista 0 0 9 0,065217391 64 0,463768116 65 0,471014493
Musical 1 0,007246377 29 0,210144928 94 0,68115942 14 0,101449275
Corporal 0 0 22 0,15942029 93 0,673913043 23 0,166666667
Tabela 69 – Adaptação por tipo psicológico do Progr amador
Programador
Desfavorável Favorável
N % N %
ENFJ 2 0,125 14 0,875
ENFP 1 0,142857143 6 0,857142857
ENTJ 3 0,1875 13 0,8125
ENTP 1 0,333333333 2 0,666666667
ESFJ 4 0,266666667 11 0,733333333
ESFP 0 0 1 1
ESTJ 10 0,192307692 42 0,807692308
ESTP 0 0 2 1
INFJ 0 0 9 1
INFP 0 0 1 1
INTJ 3 0,375 5 0,625
INTP 0 0 1 1
ISFJ 2 0,181818182 9 0,818181818
ISTJ 3 0,125 21 0,875
ISTP 0 0 1 1
166
20) Redator Técnico
Tabela 70 – Adaptação desfavorável por tipo de inte ligência do Redator Técnico
Redator Técnico
Fraco Regular Bom Ótimo
N % N % N % N %
Lingüística 0 0 1 0,020833333 33 0,6875 14 0,291666667
Lógica 0 0 1 0,020833333 24 0,5 23 0,479166667
Intrapessoal 0 0 0 0 20 0,416666667 28 0,583333333
Interpessoal 0 0 0 0 19 0,395833333 29 0,604166667
Espacial 0 0 3 0,0625 28 0,583333333 17 0,354166667
Naturalista 0 0 2 0,041666667 28 0,583333333 18 0,375
Musical 1 0,020833333 14 0,291666667 28 0,583333333 5 0,104166667
Corporal 0 0 8 0,166666667 30 0,625 10 0,208333333
Tabela 71 – Adaptação favorável por tipo de intelig ência do Redator Técnico
Redator Técnico
Fraco Regular Bom Ótimo
N % N % N % N %
Lingüística 0 0 2 0,022727273 46 0,522727273 40 0,454545455
Lógica 0 0 0 0 37 0,420454545 51 0,579545455
Intrapessoal 0 0 1 0,011363636 33 0,375 54 0,613636364
Interpessoal 0 0 0 0 41 0,465909091 47 0,534090909
Espacial 0 0 6 0,068181818 48 0,545454545 34 0,386363636
Naturalista 0 0 4 0,045454545 44 0,5 40 0,454545455
Musical 0 0 19 0,215909091 56 0,636363636 13 0,147727273
Corporal 0 0 12 0,136363636 61 0,693181818 15 0,170454545
Tabela 72 – Adaptação por tipo psicológico do Redat or Técnico
Redator Técnico
Desfavorável Favorável
N % N %
ENFJ 5 0,384615385 8 0,615384615
ENFP 1 0,166666667 5 0,833333333
ENTJ 7 0,466666667 8 0,533333333
ENTP 1 0,333333333 2 0,666666667
ESFJ 6 0,5 6 0,5
ESFP 1 1 0 0
ESTJ 15 0,348837209 28 0,651162791
ESTP 1 0,5 1 0,5
INFJ 2 0,285714286 5 0,714285714
INFP 0 0 1 1
INTJ 2 0,285714286 5 0,714285714
ISFJ 2 0,25 6 0,75
ISTJ 5 0,294117647 12 0,705882353
ISTP 0 0 1 1
167
21) Revisor
Tabela 73 – Adaptação desfavorável por tipo de inte ligência do Revisor
Revisor
Fraco Regular Bom Ótimo
N % N % N % N %
Lingüística 0 0 1 0,022222222 31 0,688888889 13 0,288888889
Lógica 0 0 1 0,022222222 21 0,466666667 23 0,511111111
Intrapessoal 0 0 0 0 18 0,4 27 0,6
Interpessoal 0 0 0 0 19 0,422222222 26 0,577777778
Espacial 0 0 3 0,066666667 25 0,555555556 17 0,377777778
Naturalista 0 0 3 0,066666667 27 0,6 15 0,333333333
Musical 1 0,022222222 16 0,355555556 23 0,511111111 5 0,111111111
Corporal 0 0 7 0,155555556 33 0,733333333 5 0,111111111
Tabela 74 – Adaptação favorável por tipo de intelig ência do Revisor
Revisor
Fraco Regular Bom Ótimo
N % N % N % N %
Lingüística 0 0 3 0,030927835 50 0,515463918 44 0,453608247
Lógica 0 0 1 0,010309278 44 0,453608247 52 0,536082474
Intrapessoal 1 0,010309278 1 0,010309278 36 0,371134021 59 0,608247423
Interpessoal 1 0,010309278 0 0 44 0,453608247 52 0,536082474
Espacial 1 0,010309278 6 0,06185567 58 0,597938144 32 0,329896907
Naturalista 0 0 5 0,051546392 45 0,463917526 47 0,484536082
Musical 1 0,010309278 18 0,18556701 65 0,670103093 13 0,134020619
Corporal 0 0 16 0,164948454 60 0,618556701 21 0,216494845
Tabela 75 – Adaptação por tipo psicológico do Revis or
Revisor
Desfavorável Favorável
N % N %
ENFJ 3 0,230769231 10 0,769230769
ENFP 1 0,166666667 5 0,833333333
ENTJ 7 0,4375 9 0,5625
ENTP 1 0,333333333 2 0,666666667
ESFJ 6 0,461538462 7 0,538461538
ESFP 1 1 0 0
ESTJ 13 0,288888889 32 0,711111111
ESTP 1 0,5 1 0,5
INFJ 2 0,285714286 5 0,714285714
INFP 0 0 1 1
INTJ 3 0,428571429 4 0,571428571
ISFJ 3 0,333333333 6 0,666666667
ISTJ 4 0,222222222 14 0,777777778
ISTP 0 0 1 1
168
Anexo 1 - Teste dos Tipos de Inteligências
(ANTUNES, 2001, p. 22 a 29)
169
170
171
172
Anexo 2 - Teste do Tipo Psicológico Keirsey Temperament Sorter
Copyrighted © 1997 David Keirsey
(KURI, 2004, p. 278 a 281)
173
174
175
176
177
178
179
180
181
Anexo 3 - Descrição dos Tipos Psicológicos (KOLTERMANN, 2002 p. 113 a 129)
182
1) Tipo Psicológico ISTJ
Características gerais Os indivíduos tipo ISTJ são sérios, quietos e obtêm sucesso pela capacidade de concentração e por serem meticulosos e práticos. Ordeiros, lógicos, realistas e dignos de confiança. Prezam a organização e assumem responsabilidades. Conscientes do que deve realizado, trabalham firmemente, sem protestos ou distrações. Possuem um forte senso de responsabilidade e lealdade para com a organização, família e pessoas de suas relações. Trabalham com energia constante para chegar aos resultados pré-estabelecidos conforme o prazo definido. Concluem as tarefas a despeito dos problemas que possam enfrentar, mas resistem em fazer qualquer coisa que pareça inútil. Preferem trabalhar sozinhos e assumir a responsabilidade pelos resultados alcançados. Conformam-se em trabalhar em equipes, desde que os papéis estejam bem definidos e as pessoas façam o que é solicitado. Como contribuem para o trabalho nas organizações � Fazem as tarefas organizadamente e conforme o programado. � São particularmente atentos aos detalhes e cuidadosos em gerenciá-los. � Têm as coisas no lugar certo no tempo certo. � Podem sentir-se bem com títulos e continuam fazendo o que faziam. � Trabalham bem numa estrutura organizacional. Estilo de Liderança � Usam a experiência e o conhecimento acerca dos fatos para tomar decisões. � Mostram-se dignos de confiança, estáveis e consistentes. � Respeitam estruturas tradicionais e hierárquicas. � Reconhecem os que respeitam as regras e concluem seu trabalho. � Prestam atenção para as necessidades organizacionais imediatas e práticas. Ambiente de Trabalho Preferido � Que as pessoas trabalhem sobre fatos. � Que proporcione segurança. � Que premie uma produção constante. � Que seja estruturado, orientado à tarefa, ordenado. � Que permita privacidade e evite interrupções. Armadilhas em Potencial � Dedicarem-se às iniciativas de curto prazo em detrimento das de longo prazo. � Negligenciarem o relacionamento interpessoal. � Exercerem rigidez em seu meio e passarem uma imagem de inflexibilidade. � Criarem uma expectativa irreal de aceitação dos padrões e desencorajarem inovações.
183
2) Tipo Psicológico ISTP
Características Gerais Os indivíduos do tipo ISTP são adequados para gerenciar situações. Conhecedores dos fatos e expedientes. Por serem realistas, não são facilmente convencidos por outra coisa que não seja o raciocínio. Observam cuidadosamente o que ocorre ao seu redor, para no momento oportuno atuarem com agilidade. Verificam o cerne da questão e oferecem a solução com uma enorme eficiência e com o menor esforço. Estão interessados em saber como e porque as coisas acontecem, mas consideram as teorias abstratas pouco adequadas para solucionar problemas. Resistem às legislações e às regras. Lidam bem com a diversidade e a inovação. Como Contribuem para o Trabalho em Organizações � Agem como “exterminadores de problemas”, investigando sobre as necessidades não
atendidas ou os problemas do momento. � Funcionam como uma enciclopédia ambulante de informações. � Conseguem concluir suas atividades apesar das regras e não por causa delas. � Permanecem calmos durante as crises como uma forma de acalmar os outros. � Podem possuir talento natural para as áreas técnicas. Estilo de Liderança � Lideram por meio de ações e com o uso de seu próprio exemplo. � Preferem uma equipe cooperativa onde todos são tratados como iguais. � Respondem rapidamente quando o problema está sob sua responsabilidade. � Gerenciam os outros de uma forma pouco rígida e preferem supervisão mínima. � Operam por meio de princípios que governam suas ações. Ambiente de Trabalho Preferido � Que possua pessoas orientadas a ação e focadas na situação imediata. � Que seja orientado a objetos, numa realidade concreta. � Que não seja limitado por regras. � Que forneça novos e urgentes problemas para resolver. � Que permita experimentação. � Que seja orientado à ação. � Que promova a independência. Armadilhas em Potencial � Centralizarem as questões importantes, parecendo indiferentes para com os outros. � Tomarem novas providências antes que os esforços iniciais tenham surtido efeito. � Serem muito expeditos, reservando esforços e usando atalhos. � Parecerem indecisos e pouco diretos.
184
3) Tipo Psicológico ESTP
Características Gerais Os indivíduos do tipo ESTP são orientados para a ação, pragmáticos, despachados, realistas e enérgicos. Ativos solucionadores de problemas, respondem a situações desafiadoras e preferem utilizar o caminho mais eficiente. Raramente deixam regras ou procedimentos padronizados interferir, encontrando novos caminhos para usar os sistemas existentes. Desenvolvem meios fáceis de fazer coisas difíceis. Fazem o seu trabalho mais prazeroso, pois são flexíveis, adaptáveis, inventivos e despachados. Como bons membros de equipes, conciliam interesses opostos. Pelo prazer que têm pela vida e pelo gosto de aproveitar os momentos são boa companhia para atividades como festas, esportes e trabalho. Como Contribuem para o Trabalho em Organizações � Negociam e assumem compromissos para ver as coisas evoluírem. � Fazem as coisas acontecerem, fazendo com que as coisas permaneçam vivas. � Usam vias de acesso realísticas. � Correm riscos. � Percebem e assimilam informações reais. Estilo de Liderança � Assumem responsabilidades rapidamente em tempos de crise. � Mostram-se persuasivos quanto ao seu ponto de vista. � Possuem um estilo direto e assertivo. � Traçam sempre a rota mais vantajosa. � Buscam ações e resultados imediatos. Ambiente de Trabalho Preferido � Que seja orientado a resultado e que valorize a inovação. � Que não haja burocracia. � Que abra espaço para camaradagem. � Que proporcione flexibilidade na execução do trabalho. � Que seja orientado tecnicamente. � Que seja fisicamente atrativo. � Que seja receptivo para as necessidades do momento. Armadilhas em Potencial � Parecerem estúpidos e insensíveis quando agem apressadamente. � Confiarem nas improvisações e ignorarem implicações mais amplas de suas ações. � Comprometerem os resultados finais em função dos próximos problemas. � Permanecerem presos ao materialismo.
185
4) Tipo Psicológico ESTJ
Características Gerais Os indivíduos do tipo ESTJ são lógicos, analíticos, decididos e hábeis para o planejamento, apreciam organizar projetos, operações, procedimentos e pessoas e, então, atuam em busca de sua realização. Possuem opiniões fortes, e vivem segundo um conjunto bem claro de padrões e crenças, em um esforço sistemático para adequarem-se, enquanto esperam o mesmo dos outros. Valorizam competência, eficiência e resultados. Como Contribuem para o Trabalho em Organizações � Vêem as falhas antecipadamente. � Analisam criticamente programas de forma lógica. � Organizam o processo, o produto e as pessoas. � Monitoram o progresso das tarefas. � Desenvolvem as tarefas passo a passo.
Estilo de Liderança � Buscam a liderança direta e assumem as responsabilidades. � Aplicam e adaptam o resultado de experiências anteriores. � São entusiasmados e rápidos na tomada de decisões. � Vão direto para ao cerne da questão. � Respeitam a estrutura hierárquica estabelecida.
Ambiente de Trabalho Preferido � Que haja trabalho árduo, focado sobre resultados. � Que seja orientado a tarefa. � Que seja organizado e estruturado. � Que proporcione estabilidade e previsibilidade. � Que seja focado em eficiência. � Que premie o alcance de metas.
Armadilhas em Potencial � Decidirem rápido demais. � Ignorarem a necessidade de mudanças. � Prejudicarem a qualidade em função do cumprimento dos prazos. � Surpreenderem-se com as conseqüências de ignorar seus sentimentos e valores.
186
5) Tipo Psicológico ISFJ
Características Gerais Os indivíduos do tipo ISFJ são seguros, atenciosos, comprometidos e responsáveis. Trabalham com energia constante para completar o trabalho de forma plena e no tempo adequado. Eles não se poupam para realizar algo que consideram relevante, mas não gostam de fazerem algo que não lhes faça sentido. Centram suas atenções nas necessidades das pessoas e estabelecem procedimentos para satisfazê-los. Encaram os papéis e responsabilidades seriamente e esperam que os outros façam o mesmo. Como Contribuem para o Trabalho em Organizações � Consideram as necessidades práticas das pessoas. � São hábeis para manter-se no rumo a fim de alcançar as metas organizacionais. � São caprichosos e responsáveis com os detalhes e rotinas. � Esforçam-se voluntariamente para servir as pessoas. � Possuem as coisas certas, no lugar certo e na hora certa.
Estilo de Liderança � Relutam para aceitar uma posição de liderança, mas interferem quando oportuno. � Esperam que todos atendam as necessidades da empresa � Esperam que todos respeitem a estrutura e hierarquia organizacionais. � Usam sua influência pessoal nos bastidores. � Seguem conscientemente os procedimentos e regras tradicionais. � São atentos aos detalhes que levem a resultados práticos.
Ambiente de Trabalho Preferido � Que ofereça tarefas bem estruturadas a serem realizadas com precisão. � Que proporcione segurança. � Que seja estruturado, calmo e quieto. � Que seja eficiente. � Que permita privacidade. � Que seja orientado à tarefa.
Armadilhas em Potencial � Serem excessivamente pessimistas quanto ao futuro. � Não serem convincentes quando apresentam seus pontos de vista. � Serem subestimados por causa do seu estilo reservado. � Serem pouco flexíveis quanto a certas situações.
187
6) Tipo Psicológico ISFP
Características Gerais Os indivíduos do tipo ISFP vivem no presente com senso de jovialidade e expectativa de vivenciar cada momento. Valorizam a liberdade para seguir seu próprio caminho, ter seu espaço e estabelecer os seus próprios horários. São conscienciosos em cumprir suas obrigações para as pessoas e coisas importantes para eles. Como Contribuem para o Trabalho em Organizações � Percebem as necessidades das pessoas na organização tão logo surjam. � Atuam para assegurar o bem comum. � Aglutinam pessoas e tarefas devido sua natureza cooperativa. � Valorizam os aspectos humanos da organização. � Possuem as coisas certas, no lugar certo, na hora certa.
Estilo de Liderança � Preferem uma estrutura cooperativa na equipe. � Usam a sua lealdade pessoal para motivar os outros. � São mais propensos a elogiar do que para criticar. � Agem no momento oportuno e se adaptam a necessidade do momento. � Persuadem gentilmente, utilizando as boas intenções dos outros.
Ambiente de Trabalho Preferido � Que as pessoas cooperem e desfrutem de seu trabalho com tranqüilidade. � Que haja flexibilidade, compatibilidade, cooperação e cordialidade. � Que permita privacidade. � Que seja atraente esteticamente. � Que seja orientado ao aspecto humano.
Armadilhas em Potencial � Serem muito confiantes e crédulos. � Não oferecerem uma crítica construtiva para os colegas. � Serem excessivamente autocríticos. � Não perceberem o que está por trás das aparências. � Ferirem-se facilmente, retraindo-se.
188
7) Tipo Psicológico ESFP
Características Gerais Os indivíduos do tipo ESFP são exuberantes amantes da vida. Eles vivem no presente e encontram divertimento com pessoas, comidas, roupas, animais junto à natureza. Eles raramente deixam regras interferirem nas suas vidas, pois objetivam o encontro das necessidades humanas por formas criativas. São excelentes jogadores de esportes em equipe, buscando chegar ao término das tarefas com o máximo de divertimento e o mínimo de agitação e aborrecimentos. Como Contribuem para o Trabalho em Organizações � Contribuem para a cooperação e o entusiasmo. � Promovem uma imagem positiva da organização. � Provocam ação e reação. � Associam pessoas e recursos. � Aceitam e lidam com as pessoas da forma como elas são.
Estilo de Liderança � Lideram por meio da boa vontade e do trabalho em equipe. � Gerenciam bem as crises e os conflitos. � Aliviam as tensões, conciliando os interesses divergentes. � Focam a resolução dos problemas mais imediatos. � Promovem uma rica interação entre as pessoas.
Ambiente de Trabalho Preferido � Que possua pessoas enérgicas focadas na realidade presente. � Que possua pessoas adaptáveis e intensas. � Que seja harmonioso e atraente. � Que seja orientado à ação.
Armadilhas em Potencial � Enfatizarem excessivamente os dados subjetivos. � Não refletirem antes de se envolverem. � Negligenciarem suas tarefas em função do excesso de socialização. � Não terminarem o que começaram.
189
8) Tipo Psicológico ESFJ
Características Gerais Os indivíduos do tipo ESFJ gostam de organizar as pessoas e as situações a fim de que todos concluam suas tarefas corretamente e no prazo estabelecido. Conscienciosos e leais permanecem com o mesmo comportamento frente a pequenos problemas e esperam que os outros também se comportem desta forma. Valorizam segurança e estabilidade. Sociáveis, destacam-se em celebrações e tradições. Demonstram um cuidado muito especial para com o seu local de trabalho e seu lar. Eles esperam ser apreciados pelo que são e por aquilo que oferecem para os outros. Como Contribuem para o Trabalho em Organizações � Trabalham bem em conjunto, especialmente em equipes. � Prestam muita atenção para as necessidades e desejos das pessoas. � Concluem suas tarefas de forma pontual e correta. � Respeitam regras e autoridade. � Manuseiam eficientemente as operações do dia-a-dia.
Estilo de Liderança � Lideram por meio da atenção pessoal para com os outros. � Conquistam boa vontade por meio dos bons relacionamentos. � Deixam os outros bem informados. � Fornecem um bom modelo de trabalho árduo e perseverante. � Mantém as tradições da organização.
Ambiente de Trabalho Preferido � Que possua pessoas conscienciosas, cooperativas, orientadas para a ajuda mútua. � Que seja orientado a metas e sistemas. � Que seja organizado. � Que possua pessoas agradecidas, sensíveis e simpáticas. � Que opere sobre fatos.
Armadilhas em Potencial � Fugirem dos conflitos, “varrendo os problemas para baixo do tapete”. � Priorizarem as necessidades e desejos alheios em detrimento de seus próprios. � Assumirem o papel de “sabe-tudo”. � Esquecerem das experiências passadas. � Ignorarem o contexto geral.
190
9) Tipo Psicológico INFJ
Características Gerais Os indivíduos do tipo INFJ possuem o dom de entender intuitivamente significados complexos e as relações humanas. Eles têm fé nos seus insights, o que promove sua autoconfiança. São empáticos aos sentimentos e motivações, antes mesmo que as pessoas os tenham percebido. Como Contribuem para o Trabalho em Organizações � Concebem idéias orientadas para o futuro e para o atendimento das necessidades. � Confiam nos comprometimento das outras pessoas. � Trabalham com integridade e consistência. � Preferem trabalhos que requerem solidão e concentração. � Organizam interações complexas entre pessoas e tarefas.
Estilo de Liderança � Lideram por meio da visão do que é melhor para os outros e a organização. � Conseguem uma cooperação, da qual não dependem. � Utilizam um calmo, mas persistente curso de ações. � Trabalham para tornar reais as suas inspirações. � Inspiram os outros com seus ideais.
Ambiente de Trabalho Preferido � Que possua pessoas focadas em ideais, que promovam o bem comum. � Que promova a criatividade e a reflexão. � Que seja harmonioso e quieto. � Que seja organizado.
Armadilhas em Potencial � Julgarem que os seus ideais são desprezados e subestimados. � Não serem diretos em suas críticas. � Relutarem em interferir no trabalho dos colegas, assumindo tarefas em excesso. � Concentrarem-se em uma única atividade, ignorando as demais.
191
10) Tipo Psicológico INTJ
Características Gerais Os indivíduos do tipo INTJ têm uma clara visão das possibilidades futuras e da organização, dirigindo-se para a implementação das suas idéias. Amam desafios complexos e são ágeis para sintetizar teorias complexas e conceitos abstratos. Criam uma estrutura geral e estratégias para alcançar seus objetivos. Valorizam fortemente o conhecimento e esperam competência deles mesmos e dos outros. Detestam confusões, bagunça e ineficiência. Como Contribuem para o Trabalho em Organizações � Demonstram habilidades conceituais. � Organizam as idéias em planos de ação consistentes. � Trabalham para remover os obstáculos a fim de alcançar as metas; � Possuem forte visão do que a organização é capaz. � Promovem o entendimento do sistema e suas complexas relações.
Estilo de Liderança � Dirigem a si mesmos e aos outros a fim de alcançar as metas da organização. � Agem com firmeza e energia no campo das idéias. � Possuem um estilo mais rigoroso. � Conceituam, projetam e constroem novos modelos. � São implacáveis em reorganizar todo o sistema quando necessário.
Ambiente de Trabalho Preferido � Que possua pessoas decididas, desafiadoras, focadas em visões de longo alcance. � Que permita privacidade para reflexões. � Que seja eficiente. � Que valorize a produtividade e a efetividade. � Que encoraje e apóie a autonomia e a criatividade. � Que seja focado na tarefa.
Armadilhas em Potencial � Parecerem tão inflexíveis que inibam qualquer aproximação. � Criticarem os outros pelos seus ideais. � Não perceberem a ausência de praticidade de suas idéias. � Ignorarem o impacto do seu estilo ou de suas idéias nos outros.
192
11) Tipo Psicológico INTP
Características Gerais Os indivíduos do tipo INTP são independentes e bons solucionadores de problemas. Destacam-se por prover uma detalhada e concisa análise de uma idéia ou situação. Fazem perguntas difíceis de responder, desafiando os outros e a si mesmos a achar novas alternativas. Como Contribuem para o Trabalho em Organizações � Projetam sistemas lógicos e complexos. � Demonstram habilidades em manusear problemas de alta complexidade. � Possuem insights de curto e longo alcance. � Aplicam o raciocínio lógico, analítico e crítico para obter resultados. � Priorizam o alcance do resultado principal.
Estilo de Liderança � Lideram por meio de análises conceituais dos problemas e do alcance de metas. � Aplicam sistemas lógicos de raciocínio. � Preferem liderados mais independentes e buscam autonomia. � Preferem relacionar-se mais com base na perícia do que na posição. � Interagem mais no nível intelectual do que emocional.
Ambiente de Trabalho Preferido � Que possua pessoas independentes, focadas na resolução de problemas complexos. � Que permita privacidade. � Que promova independência; � Que seja flexível, silencioso e não-estruturado. � Que premie autodeterminação.
Armadilhas em Potencial � Serem não realistas sobre a execução de um projeto. � Tornarem-se muito teóricos em suas explanações. � Ressaltarem pequenas inconsistências decorrentes do trabalho em grupo. � Tornarem seu pensamento analítico e crítico em relação às pessoas. � Atuarem de forma impessoal.
193
12) Tipo Psicológico ENTP
Características Gerais Os indivíduos do tipo ENTP voltam-se constantemente para o ambiente na busca de oportunidades e possibilidades, vislumbrando contornos e conexões que não são óbvios para os outros e, às vezes, conseguem estabelecer cenários futuros com precisão. Concebem possibilidades conceitualmente, para só então analisá-las estrategicamente. Entendem a dinâmica dos sistemas, se mostram ousados e desembaraçados para manobrar como podem ser utilizados. Como Contribuem para o Trabalho em Organizações � Percebem os obstáculos frente aos desafios. � Proporcionam novos caminhos para fazer as coisas. � Oferecem estruturas conceituais de referência para os problemas. � Tomam iniciativa e estimulam os colegas. � Gostam de desafios complexos.
Estilo de Liderança � Planejam sistemas teóricos para satisfazer as necessidades da organização. � Encorajam a independência dos outros. � Aplicam sistemas lógicos de pensar. � Apelam para razões constrangedoras para alcançar seus objetivos. � Agem como catalisadores entre pessoas e sistemas.
Ambiente de Trabalho Preferido � Que pessoas independentes usem modelos na solução de problemas complexos. � Que seja flexível e desafiador. � Que seja orientado à troca. � Que inclua pessoas competentes. � Que premie a sujeição ao risco. � Que encoraje a autonomia. � Que não seja burocrático.
Armadilhas em Potencial � Perderem-se num modelo ao esquecer a realidade corrente. � Serem competitivos a ponto de não reconhecerem as contribuições dos outros. � Extrapolarem seus próprios limites. � Não adaptarem-se a procedimentos padronizados.
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13) Tipo Psicológico ENTJ
Características Gerais Os indivíduos do tipo ENTJ são líderes natos e construtores das organizações. Conceituam e teorizam prontamente, transformando possibilidades em planos para encontrar objetivos de curto e longo prazo. Percebem prontamente procedimentos ilógicos e ineficientes e partem para ações corretivas urgentes, a fim de organizar as situações e corrigir a rota rumo aos objetivos traçados. Como Contribuem para o Trabalho em Organizações � Desenvolvem planos bem elaborados. � Estruturam a organização. � Projetam estratégias para o alcance de metas amplas. � Recarregam-se rapidamente. � Enfrentam os problemas causados por confusões ou ineficiência.
Estilo de Liderança � Possuem um estilo enérgico voltado para a ação. � Proporcionam uma visão de longo prazo para a organização. � Gerenciam diretamente e são duros se necessário. � Apreciam problemas complexos. � Empenham-se tanto quanto possível pela organização.
Ambiente de Trabalho Preferido � Que possua pessoas independentes, orientadas aos resultados e focadas em
problemas complexos. � Que seja orientado a metas. � Que possua sistemas e pessoas eficientes. � Que seja desafiador. � Que premie pessoas decididas e firmes. � Que seja estruturado.
Armadilhas em Potencial � Não perceberem as necessidades das pessoas pela ênfase nas tarefas. � Negligenciarem considerações práticas e embaraços. � Decidirem tão rapidamente que podem parecer impacientes e dominadores. � Ignorarem seus próprios sentimentos.
195
14) Tipo Psicológico INFP
Características Gerais Os indivíduos do tipo INFP têm um centro interno de valores que guia suas interações e decisões. Desejam ser envolvidos em trabalhos que contribuem para o seu crescimento e desenvolvimento interior e dos outros. Priorizam viver em coerência com seus valores. Como Contribuem para o Trabalho em Organizações � Preocupam-se com a adequação de cada um na organização; � São persuasivos sobre suas idéias. � Aglutinam as pessoas para um objetivo em comum. � Buscam novas idéias e possibilidades para a organização. � Criam estruturas coerentes com os valores da organização.
Estilo de Liderança � Usam técnicas para facilitar a condução do trabalho. � Preferem papéis próprios para a liderança ao invés dos convencionais. � Trabalham independentemente por meio da sua visão. � Elogiam mais do que criticam. � Encorajam os outros a agir segundo seus ideais.
Ambiente de Trabalho Preferido � Que possua pessoas agradáveis e comprometidas, focadas sobre valores. � Que possua uma atmosfera de cooperação e tranqüilidade. � Que permita a privacidade, a flexibilidade e a reflexão. � Que não seja burocrático.
Armadilhas em Potencial � Atrasarem o final de tarefas em função da busca da perfeição. � Tentarem agradar muita gente ao mesmo tempo. � Não ajustarem sua visão para os fatos e lógica da situação. � Usarem mais tempo em reflexões do que em ações.
196
15) Tipo Psicológico ENFP
Características Gerais Os indivíduos do tipo ENFP consideram a vida uma aventura criativa, cheia de possibilidades excitantes. Possuem uma perspectiva aguçada sobre as pessoas e o mundo que as cerca, insights sobre o presente e o futuro. Experimentam um amplo espectro de sentimentos e intensas emoções. Eles precisam de apoio dos outros na forma de elogios e fazem o mesmo espontaneamente. Como Contribuem para o Trabalho em Organizações � Iniciam mudanças. � Focalizam as possibilidades, especialmente para pessoas. � Energizam os colegas por meio do seu entusiasmo contagiante. � Propõem projetos e ações. � Apreciam os outros.
Estilo de Liderança � Lideram com energia e entusiasmo. � Gostam de “estar com a carga toda” na fase inicial dos projetos. � Tornam-se os porta-vozes de valores relacionados com pessoas. � Dedicam-se a incluir e apoiar os outros. � Atentam para os fatores motivadores dos outros.
Ambiente de Trabalho Preferido � Que possua pessoas imaginativas, focadas em possibilidades humanas. � Que possua uma atmosfera participativa. � Que seja colorido, variado e aberto a mudanças. � Que seja focado sobre idéias intangíveis. � Que não seja restritivo.
Armadilhas em Potencial � Lançarem-se a novas idéias ou projetos sem concluir os que estão em andamento. � Ignorarem detalhes importantes. � Não fazerem concessões. � Assumirem excesso de atividades. � Podem alongar excessivamente a conclusão das atividades.
197
16) Tipo Psicológico ENFJ
Características Gerais Os indivíduos do tipo ENFJ são fortemente sintonizados com os outros, usando a empatia para entender rapidamente necessidades emocionais, motivações e preocupações alheias. Catalisadores podem ser tanto líderes inspirados quanto leais seguidores, desde que possam apoiar os outros e encorajá-los a crescer. Como Contribuem para o Trabalho em Organizações � Possuem fortes concepções sobre como as organizações deveriam tratar as pessoas. � Gostam de dirigir e simplificar as equipes. � Encorajam a cooperação. � Comunicam valores organizacionais. � Apreciam fazer dos problemas, oportunidades para alcançar vantagens.
Estilo de Liderança � Lideram por meio de seu entusiasmo pessoal. � Possuem uma posição participativa no gerenciamento de pessoas e projetos. � Respondem às necessidades dos seus liderados. � Desafiam a organização a ter ações coerentes com os valores. � Inspiram mudanças.
Ambiente de Trabalho Preferido � Que tenha pessoas dispostas a mudar em favor do bem comum. � Que seja orientado a pessoas. � Que tenha preocupações ambientais e sociais. � Que seja harmonioso. � Que encoraje a auto-expressão. � Que seja tranqüilo e metódico.
Armadilhas em Potencial � Idealizarem os colegas e sujeitarem-se com lealdade cega. � “Varrerem os problemas para baixo do tapete” durante os conflitos. � Ignorarem as tarefas em favor de relacionamentos. Tomarem as críticas pessoalmente.