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UMA DISCUSSÃO SOBRE A SUSTENTABILIDADE DAS … · representatividade das ações realizadas por estas ... 3 produtivas e ... densidade demográfica, produto interno bruto e per capta,

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UMA DISCUSSÃO SOBRE A

SUSTENTABILIDADE DAS UNIDADES OPERACIONAIS DO INSTITUTO

CENTEC LOCALIZADAS NA MESORREGIÃO DO JAGUARIBE - CE

Lise Alcantara Castelo (UFPB) [email protected]

Maria Silene Alexandre Leite (UFPB) [email protected]

Este artigo tem como objetivo apresentar uma discussão sobre a verificação da sustentabilidade das unidades operacionais do Instituto CENTEC, localizadas na mesorregião do Jaguaribe - CE. Para tal, assumir a posição frente ao ambiente em qque atua, pesquisando, planejando e implantando de forma participativa novos cursos voltados a vocação do município torna-se prioridade. Deve-se registrar que essa discussão enfoca, de maneira branda, a representatividade das ações realizadas por estas unidades no desenvolvimento local e vocacional da região, levando-se em conta o compromisso com o município, sua estrutura funcional e operacional, os meios e a importância de implantação das ações, bem como algumas dificuldades que encontram para atingir suas metas. Apresenta ainda, algumas ilustrações a cerca das características da mesorregião, atividades desenvolvidas, vocação econômica e arranjos produtivos locais instalados. Palavras-chaves: Desenvolvimento local; Sustentabilidade; Planejamento participativo.

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1. Introdução

Um dos principais problemas das Instituições de Ensino, seja Superior ou de Capacitação profissional, é a necessidade de estabelecer um sistema de administração adequado e racional que garanta, entre outras coisas, que ela seja mantida como uma organização flexível para responder às mudanças requeridas. Além disso, é necessário que a missão e os objetivos sejam atuais, viáveis e operacionais e que também trate de satisfazer às expectativas dos colaboradores e da comunidade na qual ela está inserida.

O Instituto Centro de Ensino Tecnológico – CENTEC, nasceu como um Projeto da Secretaria da Ciência e Tecnologia do Estado do Ceará integrando o Programa de Capacitação Tecnológica no ano de 1999, exercendo um papel importante na capacitação profissional no Estado. Inicialmente era formado por três (03) Faculdades CENTEC, quarenta (40) Centros Vocacionais Tecnológicos e a sede.

Atualmente sua estrutura é constituída por: quatro (04) Faculdades de Tecnologia CENTEC – FATEC, um (01) Centro de Formação de Instrutores – CFI, quatro (04) Centros Vocacionais Técnicos – CVTEC, trinta e quatro (34) Centros Vocacionais Tecnológicos - CVT, cinco (05) Núcleos de Informação Tecnológica – NIT, e trinta e seis (36) Centros Digitais do Ceará – CDC, distribuídos em quarenta e quatro (44) municípios do Estado, além da sede localizada na capital.

A regionalização no Estado do Ceará, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, é dividido em sete mesorregiões: Mesorregião do Centro – Sul Cearense; Mesorregião do Jaguaribe; Mesorregião Metropolitana de Fortaleza; Mesorregião do Noroeste Cearense; Mesorregião do Norte Cearense; Mesorregião dos Sertões Cearenses; e, Mesorregião do Sul Cearense. Cada mesorregião é ainda subdividida em microrregiões.

Este artigo é parte de uma dissertação de mestrado, junto a Universidade Federal da Paraíba – UFPB, que aborda a mesorregião do Jaguaribe, na qual estão localizadas as seguintes unidades operacionais: três (03) Centros Vocacionais Tecnológicos – CVT nos municípios de Itaiçaba, Jaguaribe e Tabuleiro do Norte; um (01) Centro Vocacional Técnico – CVTEC no município de Aracati; um (01) Núcleo de Informação Tecnológica – NIT no município de Quixeré; e, uma (01) Faculdade de Tecnologia CENTEC – FATEC no município de Limoeiro do Norte.

Inicialmente, serão apresentadas as características da mesorregião em estudo, em seguida, descrições sobre as unidades operacionais, para na seqüência correlacionar as características da região com o funcionamento das unidades operacionais.

Pretende-se identificar e relatar as principais atividades econômicas com melhores condições de competitividade e sustentabilidade que podem resultar em maior dinamismo socioeconômico, e trazer, em decorrência, maior geração de emprego e renda, maior números de pessoas aptas a atividades produtivas, maior especialização de mão-de-obra, resultando em desenvolvimento local e melhoria na qualidade de vida para a população.

Para alcançar tais pretensões, a sensibilização, mobilização e organização dos funcionários que trabalham nestas unidades será de essencial importância. Entretanto, não basta somente desenvolver a capacidade de planejamento participativo. É fundamental a articulação entre os atores locais, que possibilitam a descoberta e facilitam a consecução de novas cadeias

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produtivas e trabalho integrado com as pessoas que se encontram envolvidas nos arranjos produtivos locais.

2. Caracter ização da Mesorregião do Jaguar ibe - CE

A mesorregião do Jaguaribe está localizada em uma zona definida como semi-árida, possuindo ainda outras áreas consideradas como enclaves por apresentarem características especiais formadas por solos sedimentares ou cristalinos profundos, relevo plano e suave ondulado com características para a agricultura.

Algumas dessas áreas são consideradas potencialmente aproveitadas, com bom suprimento de recursos hídricos e solos profundo, bem drenado, que são explorados com tecnologia de irrigação. São áreas aptas a agricultura mais tecnificada, baseada na horticultura tropical, de modo a maximizar os recursos de solo e água, com vistas à obtenção de altas produtividades.

A exploração racional de todas as potencialidades com produção de grãos, agricultura irrigada com fruticultura e olericultura, a existência de mão-de-obra, a capacidade empreendedora dos produtores, a mobilização associativa das comunidades, o clima e a disponibilidade de recursos naturais (solo e água) são fatores de atração de agroindústrias e mercado de insumos, favorecendo o estabelecimento das cadeias de produção de frutas, grãos, carnes e lácteos.

Por ter uma diversificada base de recursos naturais em face de variabilidade de relevo, constituído por uma base geográfica com serra, vale com aluviões, tabuleiros altos e área de sertão, alguns municípios dessa área se especializaram em diversas atividades, conforme a base de recursos naturais locais existentes e o investimento governamental, podendo-se dizer que predominam a cultura do arroz, a fruticultura, a olericultura e a pecuária leiteira.

Para melhor entendimento dos dados a serem expostos sobre a mesorregião em estudo, procurou-se apresentar alguns quadros, com informações referentes às características como área, população, densidade demográfica, produto interno bruto e per capta, divisão da mesorregião em microrregiões, quantidade de municípios, principais produtos, existência de arranjos produtivos locais, enfim, informações que não trazem apenas efeito ilustrativo mas servem para situar a mesorregião e sua importância para o estudo que esta sendo desenvolvido.

Como indicadores e características geográficas desta mesorregião, destacam-se os dados relacionados no Quadro 1:

MESORREGIÃO DO JAGUARIBE

Área 18.451,033 km²

População 526.133 habitantes

Densidade 28,5 hab/km²

IDH médio 0,671 PNUD

PIB R$ 1.369.857.018,00

PIB per capita R$ 2.709,31

QUADRO 1 – Características da mesorregião do Jaguaribe FONTE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística / IBGE, (2006)

Esta mesorregião está dividida em quatro microrregiões, que compõe um total de 21 municípios. Suas características estão melhores definidas no Quadro 2, a seguir:

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Microrregião

Jaguaribe

do Baixo

Microrregião

Litoral de

do

Aracati

Microrregião

Jagua ribe

do Médio

Microrregião

do

da Serra

Pereiro

Área 9.950,989 Área 2.147,566 Área 4.304.806 Área 2.047,682

População 313.662 População 107.587 População 64.862 População 40.022

Densidade 31,5 Densidade 50,1 Densidade 15,1 Densidade 19,5

IDH médio 0,681 IDH médio 0,658 IDH médio 0,662 IDH médio 0,634

PIB 816.600.591 PIB 320.358.077 PIB 161.021.615 PIB 71.876.736

PIB p/capta 2.715,24 PIB p/capta 3.136,02 PIB p/capta 2.543,29 PIB p/capta 1.784,79

Municípios 10 Municípios 04 Municípios 03 Municípios 04

QUADRO 2 – Características das microrregiões da mesorregião do Jaguaribe

FONTE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística / IBGE, (2006)

3. Unidades operacionais do Instituto CENTEC

Segundo Holanda (2002), idealizador do Instituto CENTEC, fala-se muito em cluster, em empreendedorismo, em cadeia produtiva, em empresa de base tecnológica, em incubadoras de empresa, mas pouco se fala em acabar com o analfabetismo tecnológico da população, das pequenas empresas e dos pequenos negócios. Portanto, torna-se urgente, uma ação de massa voltada para implantação de um amplo programa de ensino tecnológico pautado, sobretudo, nas vocações das regiões.

As unidades operacionais localizadas na mesorregião em estudo, assim como as demais unidades que compõem o Instituto CENTEC, foram concebidas visando atender uma necessidade básica do processo de desenvolvimento do Ceará, atuam na formação inicial e continuada de trabalhadores e na extensão tecnológica, realizam atividades que se revertem diretamente na interação com as comunidades onde se localizam, desenvolvem ações de capacitação da população em níveis tecnológico, técnico e básico, além da assistência às comunidades rurais e ao setor produtivo.

As Faculdades de Tecnologia CENTEC - FATEC oferecem cursos superiores de tecnologia e educação profissional nas áreas de Eletromecânica, Recursos Hídricos e Irrigação, Saneamento Ambiental, Alimentos de Origem Animal, e Alimentos de Origem Vegetal. E nos Centros Vocacionais Técnicos - CVTEC são ofertados cursos de educação profissional técnica de nível médio de Eletroeletrônica, Fruticultura, Gastronomia, Mecânica, Meio Ambiente, Aqüicultura e Pesca, e mais dois em fase de implantação que são Metalurgia e Materiais e Informática.

Estas unidades operacionais possuem características próprias em relação a outras instituições, em função de sua constituição, finalidades e áreas de atuação. São equipadas com modernos laboratórios de Física, Químicas, Biologia, Informática e Eletromecânica, auditório e salas para realização de aulas e alguns possuem salas de videoconferência, além de abrir espaço para as pessoas que possuem baixo grau de instrução, precisam trabalhar e não dispõem de tempo hábil nem condições de freqüentar a escola formal, enquadrando-se no processo tradicional de qualificação e escolarização.

Pretende-se, portanto, observar se suas atividades são organizadas e planejadas de acordo com o papel inicial de implantação, de forma eficaz e exemplar, desempenhando as atividades de acordo com as vocações da mesorregião do Jaguaribe.

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3.1 Atividades desenvolvidas nas unidades operacionais

Das ações executadas pelas unidades operacionais desde suas implantações, relacionaram-se apenas aquelas desenvolvidas durante o ano de 2006, compreendendo o período de 02/01/2006 a 15/12/1006 e o ano de 2007, desde 02/01/2007 a 15/04/2007. Estas ações estão destacadas no Quadro 3, conforme as áreas de atuação e a formação dos instrutores.

Áreas de atuação das ações

Município de Aracati - CVTEC

Município de I taiçaba -

CVT

Município de Jaguar ibe -

CVT

Município de Tabuleiro -

CVT

Município de Quixeré -

NIT 2006 | 2007 2006 | 2007 2006 | 2007 2006 | 2007 2006 | 2007

Agropecuár ia 4 - 5 3 10 1 8 2 2 -

Comercio 3 - 4 2 2 1 10 - 1 -

Construção civil 6 - 5 - 3 1 9 2 1 -

Gestão 12 04 8 1 9 - 4 1 1 -

Indústr ia 5 - 4 - 3 - 7 3 2 1

Informática 16 06 13 3 16 3 28 10 10 1

Meio ambiente 4 - 2 1 1 1 - - - -

Química 2 - 6 1 3 - 1 2 - -

Recursos pesqueiros

9 - 3 - - - - - - -

TOTAL 61 10 50 11 47 7 67 20 17 2

QUADRO 3 – Atividades realizadas nas unidades operacionais da mesorregião do Jaguaribe

3.2 Desenvolvimento local e os Arranjos Produtivos Locais (APLs)

Considerado como projeto por François Perroux (1961), caminho histórico por Ignacy Sachs (1993), e pluridimensional por Henri Bártoli (1999), o desenvolvimento local é sabidamente marcado pela cultura do contexto em que situa. Segundo Milani (2002), pode ser considerado como o conjunto de atividades culturais, econômicas, políticas e sociais que participam de um projeto de transformação consciente da realidade local.

Arranjo produtivo local, segundo Amaral Filho (2002), trata-se de um fenômeno identificado com um sistema social de produção, com menor ou maior complexidade, que se reproduz sobre certo território. Sistema social entende-se aqui, como um universo de agentes que mantêm interações entre si, estabelecendo padrões de comportamento.

A REDESIST, pioneira no estudo sistemático de APLs no Brasil, define uma aglomeração produtiva especializada de “ tipo ideal” como sendo um sistema produtivo local (SPL), contendo uma forte capacidade endógena para gerar inovações. Portanto, segundo o órgão e os autores Britto e Albagli (2003), sistemas produtivos e inovativos locais são aqueles arranjos produtivos em que interdependência, articulação e vínculos consistentes resultam em interação, cooperação e aprendizagem, com potencial para gerar o incremento da capacidade inovativa endógena, da competitividade e do desenvolvimento.

Dos vinte e um (21) municípios que compõem a mesorregião em estudo, cinco (05) são destacados como possuidores de Arranjos Produtivos Locais (APLs) e como unidades operacionais, conforme relacionado no Quadro 4.

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MUNICÍPIOS ARRANJOS PRODUTIVOS LOCAIS (APLs) DA MESORREGIÃO

UNIDADES OPERACIONAIS

Aracati Artesanato e camarão em cativeiro CVTEC

Itaiçaba Artesanato em palha CVT

Jaguaribe Queijos CVT

Limoeiro do Norte Fruticultura irrigada e mel de abelha FATEC

Tabuleiro do Norte Confecções em geral, doces e metal-mecânico CVT

QUADRO 4 – Municípios, APLs e unidades operacionais localizados na mesorregião do Jaguaribe FONTE – Anuário Estatístico do Ceará, (2006)

3.3 Unidades operacionais versus Atividades desenvolvidas versus vocação econômica: contr ibuição para a sustentabilidade e desenvolvimento local

De acordo com o que foi apresentado nos Quadro 3 e 4, percebe-se uma ausência de interação entre os dirigentes das unidades operacionais com a comunidade e a vocação econômica dos municípios (Quadro 5), esta é uma das razões, segundo Bandeira (1999), que muitos programas e projetos governamentais concebidos de cima para baixo não sobrevivem às administrações responsáveis pelo seu lançamento.

As atividades que mais contribuem para o desenvolvimento dos municípios localizados nesta mesorregião são destacadas no Quadro 5.

UNIDADES OPERACIONAIS / MUNICÍPIOS

VOCAÇÃO ECONÔMICA

Aracati Fruticultura irrigada; arroz irrigado; carcinicultura; mandioca; laticínios; conservas de frutas e hortaliças; e turismo

Itaiçaba Agricultura irrigada (acerola, algodão, herbáceo, caju, coco, goiaba, graviola, mamão, manga, maracujá, melão, melancia, pimentão, tomate e uva); laticínios; processamento de mel de abelha; apicultura fixa; caprinocultura de corte semi-intensiva e de leite; e ovinocultura extensiva

Jaguaribe Algodão herbáceo irrigado e sequeiro; agricultura irrigada (arroz, banana, beterraba, coco, feijão, mamão, pimentão, tomate e uva), laticínios; conservas e sucos de frutas e hortaliças; bovinocultura de corte semi-intensiva e de leite intensiva/semi-intensiva; caprinocultura de corte e semi-intensiva e leite intensiva; ovicultura extensiva; turismo e piscicultura consorciada intensiva

Limoeiro do Norte Agricultura irrigada (algodão, feijão, produção de mudas e sementes selecionadas); laticínios; conservas; sucos de hortaliças e frutas; bovinocultura; caprinocultura; ovinocultura e turismo

Quixeré Algodão; laticínio; conservas de frutas e hortaliças; bovinocultura leite; caprinocultura leite; ovicultura leite e turismo

Tabuleiro do Norte Algodão herbáceo irrigado e sequeiro; fabricação de laticínios; conservas e sucos de frutas e hortaliças; preparação do leite; bovinocultura de corte semi-intensiva e intensiva; bovinocultura leite intensiva e semi-intensiva; caprinocultura leite intensiva e semi-intensiva; ovinocultura extensiva e turismo

QUADRO 5 – Vocação econômica dos municípios onde estão localizadas as unidades operacionais da Mesorregião do Jaguaribe FONTE – Anuário Estatístico do Ceará (2006)

Portanto, torna-se indispensável a esta pesquisa desenvolver um enfoque participativo na concepção das ações de capacitação das unidades, que visem, principalmente, a promoção do desenvolvimento da região, garantindo assim, a sustentabilidade da instituição.

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A influência desses fatores deve ser levada em conta nas estratégias de implantação das novas ações de capacitação no futuro, bem como na colaboração e correções que se façam necessárias nas ações já existentes.

4. Metodologia

Para que o trabalho de pesquisa tenha êxito, serão verificados como objetivos específicos: Investigar as vocações dos municípios onde estão localizadas as unidades operacionais; Relacionar as ações desenvolvidas nas unidades operacionais; Relacionar as ações que deverão ser implantadas nas unidades operacionais; Verificar as atividades vocacionais existentes na mesorregião e correlacioná-las com as ações que deverão ser implementadas nas unidades operacionais visando o desenvolvimento da mesorregião; Apontar as variáveis externas e internas, que mais influenciam na identificação das estratégias adotadas nas unidades operacionais; Identificar e propor novas estratégias face ao ambiente atual.

Durante a formulação dos formulários pretende-se levantar dados que sejam compatíveis com o Quadro 6, referente as variáveis e seu processo de investigação.

VARIAVEIS PROCESSO DE INVESTIGAÇÃO COMO REALIZAR 1. Estudo das vocações da mesorregião

Conhecimento das vocações da mesorregião em estudo; Listagem das atividades mais importantes de acordo com a vocação dos municípios; Relação das atividades realizadas de acordo com as vocações

Através de estudo bibliográfico

2. Campo de atuação das Unidades operacionais

Localização estratégica das unidades operacionais; Conhecimento da estrutura das unidades operacionais; Conhecimento das atividades realizadas nas unidades operacionais

Através de dados existentes na instituição

3. Desempenho dos instrutores responsáveis pela atuação nas unidades operacionais

Conhecer e fazer os primeiros contatos com os responsáveis pelo preenchimento dos formulários; Verificar se os instrutores têm conhecimento da vocação da mesorregião; Verificar se os instrutores são adequados (área sua formação) às devidas unidades operacionais; Verificar a média de ações realizadas pelos instrutores; Verificar se há participação dos instrutores no planejamento das atividades realizadas; Verificar se existem instrumentos de avaliação aplicáveis aos clientes

Através de dados levantados após a aplicação dos formulários

4. Avaliação quanto à efetiva atuação das unidades operacionais

Estabelecer um paralelo entre as atividades realizadas pelas unidades operacionais e a vocação dos municípios; Verificar se existe parcerias formadas com órgãos dos municípios; Verificar se existe interesse na atuação dos colaboradores das unidades; Verificar se existe encaminhamento dos egressos aos órgãos cabíveis; Listar alguns pontos fortes e oportunidades das unidades operacionais; Listar pontos fracos e ameaças das unidades operacionais.

tabulação de dados após a aplicação dos formulários

QUADROS 6 – Variáveis para investigação da pesquisa

A pesquisa a ser realizada, através da aplicação de formulários aos instrutores que colaboram com as unidades, deverá conter dados referentes às atividades que são desenvolvidas e as que deverão ser implantadas, para assim, verificar a sustentabilidade das unidades operacionais nos municípios.

5. Conclusões

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Entende-se por administração participativa como uma filosofia que valoriza a participação das pessoas no processo da tomada de decisões sobre os diversos aspectos da administração das organizações, e por entende-se por desenvolvimento como o resultado do conhecimento e aproveitamento das potencialidades, oportunidades, vantagens comparativas e competitivas já existentes em cada município.

Desta forma, parece evidente que o estabelecimento de mecanismos sólidos de planejamento participativo nesta mesorregião, envolvendo parcerias entre as unidades operacionais e os atores locais, conduza à construção e a consolidação de ações que facilitem anseios da comunidade, sobretudo no que diz respeito às atividades referentes às vocações regionais. Referido processo buscará envolvê-los na formulação e implementação de ações voltadas para o desenvolvimento como meio de assegurar a sustentabilidade da região.

Neste contexto, procurar-se-á verificar neste projeto, os benefícios que as unidades operacionais, quando instaladas nestes municípios, participando de planejamento participativo através do qual serão colocados funcionários articulados com o processo de desenvolvimento e realizando ações de acordo com a demanda e vocação regional. Desta forma, eles poderão proporcionar a qualificação ideal para cada município.

Quando os atores locais em conjunto com os profissionais das unidades operacionais trabalham em conjunto, realizando ações vinculadas às vocações regionais, capacitando ou treinando pessoas envolvidas com os APLs, todo o resultado gerado terá um único caminho: o desenvolvimento local.

Bibliografia

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Foz do Iguaçu, PR, Brasil, 09 a 11 de outubro de 2007

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