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Marizélia Juvino de Andrade e José Humberto Juvino de Medeiros, conhecidos na comunidade por Nena e Beto, são os pais de Jakeline Juvino de Andrade e Jailton Juvino de Andrade. Na casa mora ainda junto com a família o sobrinho de Beto, Fábio Juvino Medeiros Cordeiro. Eles vivem na comunidade São Félix, município de Santo André-PB. Desde 1995 (quando casaram) a família cultiva a terra da pequena propriedade (7ha), que antes pertencia a mãe de Beto e somente em 2010 foi herdada. Nena, lembra que a família recebeu uma cisterna de água de beber através de um projeto da prefeitura municipal em 1999. Ela diz que antes a família buscava a água num poço de uma propriedade distante 6 km de sua casa: “A gente saia de casa às 4h da manhã e só chegava às 8h, dia sim e dia não. Uma vez por semana, um carro pipa do exército abastecia o tanque de casa, mas a água era para toda a comunidade e na maioria das vezes não dava pra todos”. Participação e Mudança de Vida Em 2008, a família começou a participar das discussões na Associação de Desenvolvimento Rural da Comunidade de São Felix sobre às ações do Coletivo Regional das Organizações da Agricultura Familiar do Cariri, Cuimataú e Seridó Paraibano. O Coletivo Regional, é uma entidade que articula agricultores/as camponeses em prol do desenvolvimento de uma agricultura familiar sustentável e da convivência com o semiárido. A partir da participação no Coletivo, a comu- nidade conseguiu articular uma oficina sobre a construção de canteiros econômicos. Nesta oficina a família de Nena e Beto, recebeu o apoio para construção de um canteiro econômico em sua propriedade. Paraíba Ano 5 | nº 80 | Agosto | 2011 Santo André - Paraíba Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas Uma família que trabalha com Amor e União 1 Jakeline e Nena demonstram o umbuzeiro da família Nena cultivando seu canteiro econômico

Uma família que trabalha com amor e união

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Page 1: Uma família que trabalha com amor e união

Marizélia Juvino de Andrade e José Humberto Juvino de Medeiros, conhecidos na comunidade por Nena e Beto, são os pais de Jakeline Juvino de Andrade e Jailton Juvino de Andrade. Na casa mora ainda junto com a família o sobrinho de Beto, Fábio Juvino Medeiros Cordeiro. Eles vivem na comunidade São Félix, município de Santo André-PB.

Desde 1995 (quando casaram) a família cultiva a terra da pequena propriedade (7ha), que antes pertencia a mãe de Beto e somente em 2010 foi herdada.

Nena, lembra que a família recebeu uma cisterna de água de beber através de um projeto da prefeitura municipal em 1999. Ela diz que antes a família buscava a água num poço de uma propriedade distante 6 km de sua casa: “A gente saia de casa às 4h da manhã e só chegava às 8h, dia sim e dia não. Uma vez por semana, um carro pipa do exército abastecia o tanque de casa, mas a água era para toda a comunidade e na maioria das vezes não dava pra todos”.

Participação e Mudança

de Vida

Em 2008, a família começou a participar d a s d i s c u s s õ e s n a A s s o c i a ç ã o d e Desenvolvimento Rural da Comunidade de São Felix sobre às ações do Coletivo Regional das Organizações da Agricultura Familiar do Cariri, Cuimataú e Seridó Paraibano.

O Coletivo Regional, é uma entidade que articula agricultores/as camponeses em prol do desenvolvimento de uma agricultura familiar sustentável e da convivência com o semiárido.

A partir da participação no Coletivo, a comu-nidade conseguiu articular uma oficina sobre a construção de canteiros econômicos. Nesta oficina a família de Nena e Beto, recebeu o apoio para construção de um canteiro econômico em sua propriedade.

Paraíba

Ano 5 | nº 80 | Agosto | 2011Santo André - Paraíba

Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas

Uma família que trabalha com Amor e União

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Jakeline e Nena demonstram o umbuzeiro da família

Nena cultivando seu canteiro econômico

Page 2: Uma família que trabalha com amor e união

Atualmente neste canteiro econômico a família produz diversas espécies de hortaliças e plantas medicinais, como: cidreira, hortelão miúdo, hortelã graúdo, saião, chá preto, capim santo, boldo, coentro, couve, alface, pimenta, cebolinha, cebola, beterraba e tomate.

No ano de 2009, através do Programa 1 Terra e 2 Águas (P1+2) a família recebeu um apoio para construção da cisterna calçadão.

A família também participa do Fundo Rotativo Solidário Comunitário de Telas, onde conseguiram apoio para aquisição de arames. Com a ajuda e orientações que receberam nas oficinas de forma-ção sobre confecção de telas, tiveram apoio para a confecção das telas que precisavam para a criação de animais e o cultivo de hortaliças no arredor da casa.

Beto conta que, antes da cisterna calçadão o arredor da casa da família só tinha palma: “Hoje minha família tem um bom arredor de casa, com vários tipos de fruta. Tem: banana, pinha, acerola, goiaba, caju, manga, maracujá, mamão, abacaxi, jaca, graviola, melão, cereja, melancia, limão, coqueiro, ciriguela e umbu”. Além das frutas, eles também cultivam: batata doce, macaxeira, inhame, quiabo, maxixe e algumas espécies para produção de forragem para os animais e defensivos naturais, como: gliricídias, capim elefante, cana-de-açúcar, sorgo e nim. Além da diversidade encontrada no arredor de casa da família, eles ainda cultivam no roçado: jerimum, milho, feijão e também criam alguns animais, como: gado, porco, galinhas, guiné, peru e patos.

A agricultora comenta que divide as tarefas da casa com sua filha, e contribui com Beto e Jailton no trabalho com o cultivo e com os animais. Todos os membros da família trabalham na produção do arredor de casa e da cisterna calçadão, mas a dedicação maior é de seu sobrinho Fábio. Beto comenta: “ele é muito jovem, tem 27 anos, mas tem muito amor pelo trabalho com a agricultura”.

Nena, ainda lembra que seus dois filhos (Jakeline e Jailton) estudam todos os dias na cidade e também participam do grupo de beneficiamento de frutas da comunidade. É através do trabalho do grupo que os jovens têm conseguido uma alternati-va de renda para suas necessidades pessoais.

O trabalho comunitário da associação contri-buiu para que as famílias da comunidade se sentis-sem estimuladas a desenvolver seus arredores de casa. Atualmente com a quantidade de água que é possível ser armazenada as famílias conseguem produzir o suficiente para seu consumo, comenta Beto:

“Hoje a gente não precisa comprar mais frutas e verduras, temos na porta de casa. Continuamos plantando e contribuindo com a comunidade para ter mais conhecimento e melhorar a cada dia o trabalho na agricultura”.

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Beto trabalhando ao lado da cisterna calçadão

Jakeline e Nena ao lado da cisterna calçadão

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Apoio:

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