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251 Capítulo 4 - Segurança Pública Alci José Kerber - SESP Amadeu Trevisan Araújo - SESP Januir Vieira Filho - UNIOESTE Selmo José Bonatto - UNIOESTE 1 Introdução Desde o seu surgimento, chegando aos dias de hoje, a problemática urbana suscitada pelos veículos automotores não tem sido plenamente resolvida. Mais do que isto, os efeitos diretos e indiretos causados pelos elementos introduzidos por estes, no cotidiano do cidadão normal, contemplando abordagens, entre outras, do ponto de vista da ecologia (poluição ambiental), da engenharia de trânsito, do planejamento urbano, da qualidade de vida e dos acidentes de trânsito. Este último constitui-se grave problema de saúde pública, cuja relevância permite ao menos três enfoques: a alta morbi-mortalidade conseqüente aos acidentes, sua predominância em população jovem e/ou economicamente ativa e o elevado custo ao sistema de saúde e previdência. A Lei n.º 9503/97 de 23 de Setembro de 1997, que instituiu o Código Trânsito Brasileiro de (CTB), alavancou mudanças de concepção, hábito, responsabilidade, atitude e postura por parte do ciclista, motociclista, motorista e pedestre, além da exigência de capacitação de profissionais e do apoio para esse novo processo de reeducação. A presente pesquisa tem por objetivo buscar, através da realização de estudo de caso, elementos que possibilitem uma análise comparativa com relação aos acidentes de trânsito ocorridos na cidade de Toledo – Estado do Paraná. Levando-se em consideração diferentes momentos históricos e sociais e com características bem específicas, levando em consideração os acidentes de trânsito ocorridos no primeiro semestre do ano de 2005 e em comparação ao primeiro semestre do ano de 2006. O presente estudo de caso visa analisar em referenciais teóricos e em diferentes perspectivas metodológicas as principais mudanças trazidas pela nova legislação que instituiu o Código de Trânsito Brasileiro (CTB) e a sua aplicação na cidade de Toledo, oeste do Estado do Paraná. Com base nas considerações da fundamentação teórico-empírica e na análise descritiva dos dados que foram obtidos por meio dos dados estatísticos da Polícia Militar do Estado do Paraná, pretende-se responder à seguinte questão central da pesquisa: que influência teve em relação ao índice de acidentes de trânsito, comparando o primeiro semestre de 2005 com o primeiro semestre de 2006, o advento da municipalização do trânsito? A fim de buscar uma resposta para o problema central da pesquisa foram elaboradas as seguintes hipóteses que passam a orientar o desenvolvimento deste estudo: a) os acidentes de trânsito e a insegurança gerada podem estar relacionados ao descumprimento da legislação vigente; b) as mudanças e as implicações introduzidas pelo Código Nacional de Trânsito a partir de 1997 são exigências que requerem um processo reeducativo; c) uma revisão dos programas de capacitação, reabilitação e educação para promoção de um comportamento mais adequado e humano na cidade de Toledo fazem-se necessário devido o alto índice de acidentes de trânsito. 2 Objetivos O objetivo geral é analisar comparativamente, através de estudo de caso os acidentes de trânsito ocorridos na cidade de Toledo – Estado do Paraná referente ao primeiro semestre de 2005 em relação UMA FERRAMENTA PARA ANÁLISE DOS ACIDENTES DE TRÂNSITO NA CIDADE DE TOLEDO - PR

UMA FERRAMENTA PARA ANÁLISE DOS ACIDENTES DE TRÂNSITO … · 252 Uma Ferramenta para Análise dos Acidentes de Trânsito na Cidade de Toledo - PR Gestão de Políticas Públicas

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251Capítulo 4 - Segurança Pública

Gestão de Políticas Públicas no Paraná

Alci José Kerber - SESPAmadeu Trevisan Araújo - SESP

Januir Vieira Filho - UNIOESTESelmo José Bonatto - UNIOESTE

1 Introdução

Desde o seu surgimento, chegando aos dias de hoje, a problemática urbana suscitada pelos veículos automotores não tem sido plenamente resolvida. Mais do que isto, os efeitos diretos e indiretos causados pelos elementos introduzidos por estes, no cotidiano do cidadão normal, contemplando abordagens, entre outras, do ponto de vista da ecologia (poluição ambiental), da engenharia de trânsito, do planejamento urbano, da qualidade de vida e dos acidentes de trânsito.

Este último constitui-se grave problema de saúde pública, cuja relevância permite ao menos três enfoques: a alta morbi-mortalidade conseqüente aos acidentes, sua predominância em população jovem e/ou economicamente ativa e o elevado custo ao sistema de saúde e previdência.

A Lei n.º 9503/97 de 23 de Setembro de 1997, que instituiu o Código Trânsito Brasileiro de (CTB), alavancou mudanças de concepção, hábito, responsabilidade, atitude e postura por parte do ciclista, motociclista, motorista e pedestre, além da exigência de capacitação de profissionais e do apoio para esse novo processo de reeducação.

A presente pesquisa tem por objetivo buscar, através da realização de estudo de caso, elementos que possibilitem uma análise comparativa com relação aos acidentes de trânsito ocorridos na cidade de Toledo – Estado do Paraná. Levando-se em consideração diferentes momentos históricos e sociais e com características bem específicas, levando em consideração os acidentes de trânsito ocorridos no primeiro semestre do ano de 2005 e em comparação ao primeiro semestre do ano de 2006.

O presente estudo de caso visa analisar em referenciais teóricos e em diferentes perspectivas

metodológicas as principais mudanças trazidas pela nova legislação que instituiu o Código de Trânsito Brasileiro (CTB) e a sua aplicação na cidade de Toledo, oeste do Estado do Paraná.

Com base nas considerações da fundamentação teórico-empírica e na análise descritiva dos dados que foram obtidos por meio dos dados estatísticos da Polícia Militar do Estado do Paraná, pretende-se responder à seguinte questão central da pesquisa: que influência teve em relação ao índice de acidentes de trânsito, comparando o primeiro semestre de 2005 com o primeiro semestre de 2006, o advento da municipalização do trânsito?

A fim de buscar uma resposta para o problema central da pesquisa foram elaboradas as seguintes hipóteses que passam a orientar o desenvolvimento deste estudo:

a) os acidentes de trânsito e a insegurança gerada podem estar relacionados ao descumprimento da legislação vigente;

b) as mudanças e as implicações introduzidas pelo Código Nacional de Trânsito a partir de 1997 são exigências que requerem um processo reeducativo;

c) uma revisão dos programas de capacitação, reabilitação e educação para promoção de um comportamento mais adequado e humano na cidade de Toledo fazem-se necessário devido o alto índice de acidentes de trânsito.

2 Objetivos

O objetivo geral é analisar comparativamente, através de estudo de caso os acidentes de trânsito ocorridos na cidade de Toledo – Estado do Paraná referente ao primeiro semestre de 2005 em relação

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ao primeiro semestre de 2006, com vistas ao desenvolvimento de ferramenta para análise de problemas de trânsito.

Para se chegar ao atendimento do objetivo geral deste trabalho foram elaborados os seguintes objetivos específicos:

1) analisar de forma comparativa os principais locais na cidade de Toledo, onde ocorrem os acidentes de trânsito, as partes envolvidas, caracterizando-as por faixa etária, escolaridade e sexo; identificar os dias da semana, o horário em que mais ocorreram os acidentes;

2) identificar e analisar o grau de avaria causado pelos acidentes de trânsito;

3) apresentar as principais mudanças em função da municipalização do trânsito ocorrida a partir de março de 2006;

4) verificar os acidentes em que o desrespeito à legislação de trânsito se fez presente.

3 Justificativa

No Brasil, as transformações históricas, culturais e sociais que acompanham o desenvolvimento e crescimento da sociedade brasileira apontam, segundo estatísticas, que os acidentes de trânsito matam, segundo o site do Denatran, tendo como base o ano de 2002, quase 19 mil pessoas por ano.

No Estado do Paraná o número de mortes no trânsito chega a mais de 1500 pessoas; já a revista n.º 40 da Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (ABRAMET, 2002) relata a cifra de 25 mil mortes por ano, enquanto que a revista Detrânsito n.º 27 de Agosto de 2005 relata que o número de pessoas mortas no trânsito, anualmente é por volta de 34 mil, o que representa uma média de 80 mortes por dia.

O alcance dos direitos e garantias individuais preconizados na Constituição Federal do Brasil (1998) assegura o trânsito das pessoas no cotidiano das cidades, o Código de Trânsito Brasileiro (CTB) instituído em 23 de Setembro de 1997, em seu artigo 1.º, parágrafo 1.º, considera trânsito como sendo a “utilização das vias por pessoas, veículos e animais, isolados ou em grupos, conduzidos ou não, para fins de circulação, parada, estacionamento e operação de carga ou descarga”, que em condições seguras, é um

direito de todos e dever dos órgãos e entidades do Sistema Nacional de Trânsito, a estes cabendo, no âmbito das respectivas competências, adotarem medidas a assegurar esse direito.

Os órgãos e entidades componentes do SNT respondem, no âmbito das respectivas competências, objetivamente, por danos causados por cidadãos em virtude de ação, omissão ou erro na execução e manutenção de programas, projetos e serviços que garantam o exercício do direito do trânsito seguro.

Diante dessas ocorrências e da realidade existente, um novo planejamento urbano, a engenharia de trânsito do Município, gradativamente, implantou várias mudanças na sinalização, tanto vertical quanto horizontal, construção de novas rotatórias e também a mudança na mão de direção de várias ruas e avenidas visando à fluidez do tráfego e controle do trânsito.

Entendendo que é preciso ampliar o alcance dos direitos e garantias individuais preconizados na Constituição Federal do Brasil, trazendo-os à segurança das pessoas no cotidiano das cidades, pois o trânsito indisciplinado impede o desenvolvimento pleno das pessoas, percebe-se a constatação da eficiência e eficácia das mudanças ocorridas, tendo como parâmetro o número de acidentes de trânsito ocorridos antes e depois das alterações efetuadas.

Nessa perspectiva, fundamenta-se a justificativa das preocupações que caracterizam o objeto deste estudo que busca analisar comparativamente, através de estudo de caso, os acidentes de trânsito ocorridos na cidade de Toledo – Estado do Paraná, no primeiro semestre do ano de 2005 e relação ao primeiro semestre do ano de 2006 em função dos danos materiais e físicos sofridos pela população envolvida, constituindo grave problema de saúde pública e pela sua relevância, uma vez que permite três enfoques: acidentes com vítimas fatais, o custo ao sistema de saúde e ao sistema de socorro (Corpo de Bombeiros), além do impacto sócio-emocional.

4 Metodologia

O presente estudo é compatível com uma opção metodológica que privilegia os aspectos qualitativos, visto ser objeto de preocupação

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analisar comparativamente, os acidentes de trânsito ocorridos na cidade de Toledo – Estado do Paraná, no primeiro semestre do ano de 2005 e no primeiro semestre do ano de 2006.

Na elaboração deste estudo, optou-se pela escolha de estudo de caso de dados estatísticos coletados no 19.º Batalhão da Polícia Militar do Paraná, com sede em Toledo, com estudo exploratório-descritivo, por acreditar que esse instrumento permite ao pesquisador e ao grupo de participantes meios para se tornarem capazes de responder com maior eficiência aos problemas das situações em que vivem.

Segundo LAKATOS E MARCONI (1991, p.186) a “pesquisa de campo é aquela utilizada com o objetivo de conseguir informações e/ou conhecimentos acerca de um problema, para o qual se procura uma resposta, ou de uma hipótese, que se queira comprovar, ou ainda, descobrir novos fenômenos ou as relações entre eles“. Acrescentam ainda, que a pesquisa de campo “não deve ser confundida com a simples coleta de dados [...]; é algo mais que isso, pois exige contar com controles adequados e com objetivos preestabelecidos que discriminam suficientemente o que deve ser coletado”. Nesse tipo de pesquisa, os dados obtidos são qualitativos, possibilitando análise e interpretação no momento da descrição.

Na leitura desses mesmos autores (1991, p.188), a pesquisa de campo possibilita a utilização de estudo exploratório-descritivo, que viabilizará descrever de forma tanto qualitativa quanto quantitativa o objeto de estudo deste trabalho.

Os dados colhidos no decorrer da pesquisa, segundo LAKATOS E MARCONI (1991:174), reafirmam que “[...] a fonte de coleta de dados está restrita a documentos, escritos ou não, constituindo o que se denomina de fontes primárias [...]”.

As relações e correlações entre os dados que foram coletados no 19.º Batalhão da Polícia Militar do Paraná (sediado na cidade de Toledo) foram obtidos a partir dos Boletins de Ocorrência de Acidentes de Trânsito e se constituem o cerne para a análise deste trabalho. A coleta dos dados ocorreu por meio de levantamento de dados estatísticos e da análise descritiva dos documentos oficiais, copilados no decorrer do primeiro semestre do ano de 2005 e primeiro semestre do ano de 2006.

A análise dos dados: análise qualitativa (interpretação e documentos oficiais, tabelas para a apresentação e comentário dos dados).

5 Fundamentação Teórica

A Organização Mundial de Saúde (OMS) relata que mais de 90% dos acidentes no trânsito são causados por fatores humanos. O comportamento humano no trânsito vem sendo cada vez mais estudado e pesquisado por diferentes profissionais, especialmente os psicólogos, que têm como objeto de estudo o comportamento e os processos mentais.

A psicologia do trânsito é um novo ramo que estuda e analisa os comportamentos humanos em função das normas ou leis que buscam a segurança e a integridade de todos que se locomovem. Nesse trabalho buscou-se uma reflexão dos aspectos psicológicos que podem comprometer a segurança no trânsito.

O Código de Trânsito Brasileiro (CTB) entrou em vigor em 23/01/98, chegando para substituir a legislação de 1966. Foi instituído para preservar a vida e proteger o meio ambiente, propiciando ao indivíduo o exercício da cidadania e a internalização de valores e hábitos saudáveis.

O exercício da cidadania se dá não só quando pessoas têm seus direitos assegurados, mas também quando elas assumem seus deveres. Assim como a família e a escola, o trânsito é também um grupo social com o qual se convive por muito tempo. A necessidade de se formar melhores motoristas é urgente, existe a necessidade de revisão dos conceitos sobre o que é dirigir bem.

O Brasil, negativamente, está em primeiro lugar no mundo em vítimas de acidentes de trânsito. A quantidade e a rapidez com que os acidentes acontecem são impressionantes. No caso de se realizar comparações, no Brasil morre aproximadamente, em média, 34 mil pessoas por ano, conforme citado anteriormente, dados tanto quanto a guerra do Vietnã, onde morreram 40 mil soldados americanos e teve a duração de 10 anos. Aqui, a cada 59 segundos acontece um acidente de trânsito, sendo necessário que algo seja feito de imediato, e essa melhoria no trânsito começa pela educação voltada para o trânsito.

O novo Código de Trânsito Brasileiro (CTB) privilegia as questões de segurança e de preservação

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da vida. Uma de suas características é o expressivo conjunto de medidas de prevenção que contém, não sendo, por conseguinte, um instrumento apenas punitivo. A sua implantação configura, assim, o mecanismo legal e eficaz para a diminuição dos principais fatores de risco, envolvendo condutor, pedestre, veículos e via pública.

Neste sentido o trabalho policial militar dá-se no trânsito por ação penal, sendo ela de ação pública incondicionada, muitas vezes, e na cidade de Toledo é possível observar que ocorre o mesmo que em muitas cidades brasileiras, assoladas pelos delitos de trânsito, com problemas comuns.

Existem regras gerais de circulação, segundo a revista Educação para o Trânsito, editada pelo Governo do Estado do Paraná (gestão 2002-2006), do Departamento de Trânsito do Paraná (Detran/PR) e do Governo do Estado do Paraná são descritos, a seguir, conceitos importantes e atitudes pessoais visando um trânsito mais humano, mais seguro e educado por parte de todos, cidadãos e condutores.

Pedestre: Andar sempre pelas calçadas ou passeios e ficar atento às entradas e saídas de veículos das garagens; olhar sempre para os dois lados antes de atravessar a rua, avaliando as condições para a travessia e tendo a certeza de estar sendo visto pelos condutores; atravessar sempre em locais com boa visualização, de preferência com sinalização, usando a faixa de pedestres ou passarelas; as crianças, idosos e portadores de necessidades especiais devem ser auxiliados na travessia.

Ciclista: Usar sempre joelheiras, cotoveleiras e capacete para sua proteção pessoa e instalar luzes e adesivos refletivos em sua bicicleta; cuidar sempre para ser visto, durante o dia sinalizar sempre suas manobras e à noite ou em dias chuvosos, suas sempre roupas claras; se não houver ciclovias, andar sempre pelo lado direito da via, próximo ao meio fio e no mesmo sentido dos veículos e quando estiver em grupos, andar sempre em fila única; cuidar ao passar por carros estacionados, as portas podem se abrir e causar acidentes.

Motociclista: usar roupas claras, capacete e vestimentas de segurança (luvas, botas e jaqueta), evitar os pontos cegos de visão dos automóveis e, mesmo durante o dia, circular com o farol aceso e sinalizar sua manobras; cuidar nos cruzamentos, sempre parar e olhar antes de passar e ocupar

adequadamente seu espaço nas ruas; prestar atenção às condições das ruas, areia, óleo, água, buraco, etc. e a tudo que acontece à sua volta; evitar andar em ziguezague por entre os veículos em movimento e ultrapassar somente pela esquerda.

Motorista: Manter distância segura do veículo que vai à sua frente, pois isso garante o domínio do veículo no caso de freadas bruscas; só dirigir quando estiver sentindo-se bem, pegar um táxi quando estiverem sob efeito de álcool, drogas, remédios fortes, sono ou emocionalmente abalado; ter sempre muito cuidado com os pedestres, especialmente crianças, idosos e portadores de necessidades especiais, pois às vezes, eles não têm condições de avaliar os perigos do trânsito; respeitar sempre as leis de trânsito e dirigir em velocidade compatível com o local; certificar-se de que todos os passageiros do veiculo estão com o cinto de segurança, as crianças no banco de trás e, se possível, longe das portas.

Das proibições e sanções pode-se destacar: infração que é toda inobservância a qualquer preceito da legislação de trânsito, às normas emanadas do Código de Trânsito, do Conselho Nacional de Trânsito e a regulamentação estabelecida pelo órgão ou entidade executiva do trânsito.

Não obstante o art. 1° do Código de Trânsito Brasileiro estabeleça que “O trânsito de qualquer natureza nas vias terrestres do território nacional, abertas à circulação, rege-se por este Código” e o art. 2° defina via terrestre de forma a excluir as vias particulares (estacionamentos privados, pátio de postos de gasolina, vias internas de fazendas particulares), entende-se que devem ser aplicados os crimes de homicídio e lesão culposa do CTB ainda que o fato não ocorra em via pública; com efeito, quando o legislador quis exigir que o fato delituoso fosse caracterizado apenas quando ocorresse em via pública, o fez de forma expressa, como nos crimes tipificados nos artigos 306, 308 e 309.

Segundo o Código de Trânsito Brasileiro (2005) cada infração de trânsito é caracterizada como Gravíssima, Grave, Média ou Leve e conta pontos (7, 5, 4 e 3 respectivamente) na Carteira Nacional de Habilitação e quando a soma dos pontos atinge de vinte pontos, o condutor perde o direito de dirigir. Dependendo da infração

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cometida, além da multa, o condutor pode ter o veiculo apreendido. Ao pedestre também está previsto proibições e sujeito ao pagamento de multa, no caso de permanecer ou andar nas pistas de rolamento, exceto para cruzá-las onde for permitido; cruzar pistas de rolamentos nos viadutos, pontes, ou túneis, salvo onde exista permissão ou ainda desobedecer à sinalização de trânsito específica.

Em sentido amplo, “impunidade” significa a falta de castigo. Ela acontece quando uma determinada sanção criminal não é aplicada a um caso previsto em lei e ocorrido na realidade. Para todo delito, a lei faz a previsão de uma punição. Quando essa resposta do Estado (punição), não ocorre, por qualquer razão, o crime praticado ficará impune. (RIBAS, 2005)

Em uma leitura política, pode-se entender o fenômeno impunidade quando as penas criminais são brandas, como exemplos: o fato da responsabilidade penal iniciar aos 18 anos de idade; ainda à situação de que o agente que praticou o acidente de trânsito somente ser apenado após a conclusão do processo (responder em liberdade) e, também a total ausência de punições que sirvam de exemplo para os cidadãos de maneira geral.

Velocidade superior à permitida, avançar o sinal vermelho, ultrapassagem pela direita, entrar na contramão, dirigir embriagado e por aí a fora; garantem a certeza de que condutores de veículos automotores, em síntese desprezam as leis de transito.

No Brasil tem-se o Código de Transito Brasileiro, que é o instrumento jurídico adequado para estancar a impunidade que solapa vidas e gera o descrédito na Justiça. A sociedade como um todo convive com um forte sentimento de impunidade, quando o tema é acidente de trânsito. Esta impunidade é real. Embora a lei tenha ficado mais rígida, com a vinda do Código de Trânsito Brasileiro, ainda é muito benéfica com quem a transgride.

O Código de Trânsito prevê penas de detenção de dois a quatro anos pra quem comete crimes. Acontece que no Código Penal a pessoa condenada em até quatro anos de detenção tem o direito de

cumprir a pena em liberdade, em regime aberto.

Casos como motoristas embriagados que matam no trânsito, também são de difícil alcance pela Justiça. Mesmo que se entenda que a pessoa que dirige embriagada sabe que dirigir nestas condições pode causar danos às outras pessoas, dificilmente esta situação se configura para os termos penais e de certeza para uma condenação.

Nos casos de lesões mais leves em virtude dos acidentes de trânsito, pode ocorrer a transação penal. Quando o condutor não tem antecedentes criminais. A transação penal é realizada perante o Promotor de Justiça e homologada pelo Juiz de Direito. Daí emerge os pagamentos de cestas básicas. Não se trata de impunidade, pois o objetivo da lei é atingido, e a finalidade de reeducação do motorista infrator é atingida.

Para mudar este cenário, é preciso reformar o Código Penal. No caso de homicídio culposo (que é o caso dos acidentes de transito com vítima fatal), cuja pena é de 2 a 4 anos, deveria ser aplicada uma punição de 3 a 8 anos. Com essa mudança, o juiz poderia ter mais espaço para atuar em casos mais graves e mandar o autor do fato, para a cadeia e dentro da atual conjuntura isto é praticamente inviável.

6 Aplicação da Ferramenta de Análise de Problemas de Trânsito

A ferramenta de análise se concentra na utilização dos dados conhecidos e a sua comparação no período referenciado, buscando apresentar os índices e compará-los respondendo se o processo de municipalização do trânsito no Município de Toledo ocasionou mudanças relevantes. Visualiza-se um conhecimento amplo das causas que ocasionaram as ocorrências dos acidentes de trânsito e porque a preocupação das mudanças e alterações realizadas no perímetro urbano, especialmente com a municipalização do trânsito e a criação do 19º Batalhão da Polícia Militar.

Na verificação dos gráficos 1 e 2, é possível verificar através da Estatística Semestral de Acidentes de Trânsito de 2005 e 2006.

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Gráfico 1 – Total de Acidentes de Trânsito

Fonte: Setor de Estatística do 19.º BPM de Toledo – Ano 2005.

Ao se fazer uma analise do total de acidentes referentes ao primeiro semestre de 2005 em relação ao primeiro semestre de 2006, observa-se

Gráfico 2 – Total de Acidentes de Trânsito

Fonte: Setor de Estatística do 19.º BPM de Toledo – Ano 2006.

nos gráficos 1 e 2, que não houve apresentação de valores significativos de diminuição no número de ocorrências.

Gráfico 3 – Total de Acidentes com Vítimas

Fonte: Setor de Estatística do 19.º BPM de Toledo – Ano 2005.

257Capítulo 4 - Segurança Pública

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Gráfico 4 – Total de Acidentes com Vítimas

Fonte: Setor de Estatística do 19.º BPM de Toledo – Ano 2006.

Gráfico 5 – Total de Ocorrências com Atropelamento

Fonte: Setor de Estatística do 19.º BPM de Toledo – Ano 2005.

Gráfico 6 – Total de Ocorrências com Atropelamento

Fonte: Setor de Estatística do 19.º BPM de Toledo – Ano 2006.

Em relação à ocorrência de acidentes com vitimas nos gráficos 3 e 4, nota-se que o índice

apresentou uma queda aproximada de 11,5 %.

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Em relação à quantidade de atropelamentos contidos nos gráficos 5 e 6 comparando 2005 e

2006 verifica-se uma queda aproximada de 83%

Gráfico 7 – Total de Acidentes com Ciclistas

Fonte: Setor de Estatística do 19.º BPM de Toledo – Ano 2005.

Gráfico 8 – Total de Acidentes com Ciclistas

Fonte: Setor de Estatística do 19.º BPM de Toledo – Ano 2006.

Na análise dos dados coletados sobre os acidentes de trânsito envolvendo ciclistas e apresentados nos gráficos 7 e 8, verifica-se que

comparativamente no primeiro semestre de 2006 houve uma queda aproximada de 8,75 % em relação ao primeiro semestre de 2005.

Gráfico 9 – Total de Acidentes com Motociclistas

Fonte: Setor de Estatística do 19.º BPM de Toledo – Ano 2005.

259Capítulo 4 - Segurança Pública

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Gráfico 10 – Total de Acidentes com Motociclistas

Fonte: Setor de Estatística do 19.º BPM de Toledo – Ano 2006.

Os valores apresentados, em relação ao envolvimento de motociclistas em acidentes de trânsito, constata-se que no primeiro semestre de 2005 ocorreram 256 acidentes e no primeiro semestre de 2006 ocorreram 241, representando uma queda de 6,25 %%, o que demonstra uma queda acentuada.

7 Conclusões

As modificações que estão sendo implantadas no perímetro urbano, da cidade de Toledo têm por objetivo diminuir o alto índice de acidentes que vinha sendo constatado através das estatísticas oficiais.

A criação da Secretaria de Segurança e Trânsito, em 18 de agosto de 2005, pela Lei Municipal n. º 1905, fez com que o Departamento de Trânsito e de Segurança absorvesse os trabalhos de execução da municipalização do trânsito. Até Dezembro de 2008, tem como meta reduzir os acidentes de trânsito em 20%.

A implantação da Secretaria Municipal, encarregada da execução das diretrizes, com a posterior criação do 19.º BPM, após o 2.º semestre de 2005, mais exatamente em 31 de agosto de 2005, foi crucial para se entender as dificuldades pelos quais os agentes municipais e os policiais militares, encarregados da execução, vinham passando durante o trabalho que realizavam.

Com a definição das competências de atuação, municipal e estadual, ficaram mais claras as diretrizes que eram estabelecidas. O Município tem a incumbência sobre a fiscalização de parada, circulação e estacionamento. O Estado, através da Polícia Militar, fiscaliza a documentação, atende os acidentes de trânsito, com a elaboração do boletim de acidentes de trânsito. Elabora as estatísticas e nas ações mais preventivas, fiscaliza a documentação. Na esfera repressiva, aborda, autua e conduz para os órgãos policiais competentes.

O aumento na fiscalização faz-se necessário em função do clamor da comunidade. Pode-se observar no decorrer deste estudo que houve um alto número de vítimas fatais, um alto número de ocorrências de lesão corporal ao volante, onde muitos condutores foram responsabilizados, até na esfera criminal, com o respectivo indiciamento.

Na esfera de atuação do Departamento Municipal de Trânsito, que é o órgão executor a nível municipal, podemos citar as seguintes ações, até Maio de 2006:

• Criação e acompanhamento de processo licitatório para implantação de central de monitoramento visando à instalação de radares eletrônicos e câmeras de vigilância;

• Aquisição de material gráfico;

• Implantação do sistema MTM;

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• Treinamento dos Agentes de Trânsito;

• Estruturação interna e cr iação de procedimentos;

• Criação de política de fiscalização e acordo operacional com Polícia Militar e Corpo de Bombeiros;

• Atendimento prévio a acidentes de trânsito;

• Rondas sistemáticas e fiscalização ostensiva (06h30min ás 00h30min todos os dias da semana);

• Balizamento e acompanhamento de cortejos e cargas especiais;

• Acompanhamento estatístico;

• Vistoria em veículos de Transporte Escolar e Moto-Táxi;

• Fi s c a l i z a ç ão no s c r uzamen to s - panfletagem.

A fim de buscar uma resposta para o problema central da pesquisa foram elaboradas as seguintes hipóteses que passam a orientar o desenvolvimento deste estudo:

a) os acidentes de trânsito e a insegurança gerada podem estar relacionados ao descumprimento da legislação vigente;

b) as mudanças e as implicações introduzidas pelo Código Nacional de Trânsito a partir de 1997 são exigências que requerem um processo reeducativo;

c) uma revisão dos programas de capacitação, reabilitação e educação para promoção de um comportamento mais adequado e humano na cidade de Toledo faz-se necessário devido o alto índice de acidentes de trânsito.

Em resposta as hipóteses levantadas pode-se observar que:

a) durante a realização do trabalho e baseado nos dados coletados pode-se afirmar que os acidentes ocorrem em sua maioria em função da não observação das leis de trânsito vigentes;

b) que as mudanças no Código de Trânsito necessitam de atitudes governamentais

mais rigorosas e de um processo de educação mais rígido que o apresentado;

c) que a municipalização do trânsito apresentada em matéria do Jornal do Oeste, de 13 de dezembro de 2006, com o título “Municipalização diminui número de acidentes”, mostrou-se positiva reduzindo o índice de acidentes na cidade de Toledo em 8,8% em comparação com o ano anterior.

Confirma que os problemas relacionados no trabalho têm solução em parte no processo de municipalização do trânsito, com a obtenção de índices respeitados e que devem melhorar com a consolidação e efetivação do processo na maioria das ruas do município de Toledo.

Com a correta identificação dos pontos de maior índice de acidentes de trânsito, a autoridade municipal pôde desenvolver um planejamento mais detalhado das ações, necessárias para que ocorresse um melhor fluxo dos veículos e das pessoas, no perímetro urbano da cidade de Toledo, com uma redução dos acidentes.

Após a análise dos cruzamentos, inicialmente, procurou-se identificar esses pontos de maior índice, com placas e faixas indicativas, alertando para um maior cuidado. Logo após, foram alocados agentes municipais para esses locais, os quais

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tinham por objetivo, primeiro a ostensividade da fiscalização do fluxo de veículos e pessoas, e segundo, pela competência que possui o município de fiscalizar as ações de parada, circulação e estacionamento.

No centro da cidade de Toledo, com a implantação do Estacionamento Regulamentado, pago, por tempo de parada, ocorreu uma rotatividade maior de veículos.

Foto 1 - Avenida Parigot de Souza

Os cruzamentos que têm uma maior estatística receberam modificações, com a implantação de rotatórias, em toda a extensão da Avenida Parigot de Souza, tendo sido suprimidos algumas travessias, sendo concentradas as conversões para as rotatórias do cruzamento com a Avenida

João José Muraro, da igreja Menino Deus, da Avenida Nossa Senhora de Fátima, da Herbicar, da Avenida Barão do Rio Branco, sendo mantido apenas o semáforo da Avenida Santos Dumont, e, adicionado outro semáforo atrás do Shopping Panambi.

Foto 2 - Sinalização da Rua João da Silva

262 Uma Ferramenta para Análise dos Acidentes de Trânsito na Cidade de Toledo - PR

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Com essas ações institucionais, já houve uma significativa redução dos acidentes, uma vez que tais locais, já pela dificuldade de travessia, induziam o condutor a manobras de conversão, mais arriscado, e os que pela inexperiência na condução de veículos, não possuíam a prática, eram as maiores vítimas desses fatores.

Conscientização, mudança de hábito, atitude

e sensibilidade começaram a partir da criação da

Secretaria de Segurança e Trânsito e da criação

do 19º BPM, a população de Toledo começou

a ver uma maior ostensividade do policiamento

preventivo de trânsito.

Foto 3 - Sinalização nova

As operações realizadas nos locais onde há um maior índice de acidentes e as ações desenvolvidas pelo Poder Público Municipal estão surtindo efeitos na circulação viária e trazendo mudanças no comportamento dos usuários das vias locais e preferenciais.

Com uma evolução dos trabalhos realizados houve uma significativa melhora na qualidade do atendimento do plantão de acidentes, com recebimento de novas viaturas, motocicletas e acima de tudo uma melhora na qualificação dos agentes de transito, que atuam diretamente nos locais onde são alocados.

A legislação de trânsito estabelece que o condutor de veículos, nas vias públicas, antes de tudo, deve estar preparado para ver e ser visto. E, para que isto aconteça, acima de tudo, deve em primeiro lugar estar habilitado para conduzir um veiculo.

Quando habilitado, é dado ao condutor uma carta branca para que possa ser um usuário das vias públicas. No entanto, para que possa conduzir adequadamente seu veiculo, deve fazê-lo com clara

consciência de que não é a única pessoa fazendo o mesmo. Existem vários tipos de condutores nas vias públicas. Desde o motorista profissional, até o amador, passando pelos motoristas “domingueiros” e pelos mais afoitos.

Um dado significante verificado nesta pesquisa foi o grau de envolvimento de pessoas de nível médio de formação nos acidentes. E este aspecto é muito importante na análise dos dados, pois mostra que a maioria dos usuários da vias de trânsito não procura se aprofundar nos conhecimentos das regras de circulação e não faz questão de aperfeiçoar conhecimentos das regras necessárias, para desenvolver uma direção de caráter defensivo.

A legislação estabelece regras gerais de circulação, para locais onde não existam nem sinalização horizontal e nem vertical. Estabelece normas de conduta para os locais onde haja sinalização, para que se de uma clara mensagem aos usuários, ditando regras e estabelecendo punições para aqueles que a desrespeitam.

A prática, no trânsito, é um dos aspectos mais importantes que deve ser considerado. O motorista

263Capítulo 4 - Segurança Pública

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que conhece as regras obedece à sinalização, respeita o pedestre, domina o seu veículo e o mantêm conservado, cabendo aos Centros de Formação de Condutores uma atuação mais forte no que concerne ao ensinamento das regras necessárias para formação de um bom motorista.

A mobilidade do cidadão no espaço social, centrada nas pessoas que transitam e não na maneira como transitam, é ponto principal a ser considerado, quando se abordam as questões do trânsito, de forma a considerar a liberdade de ir e vir, de atingir-se o destino que se deseja, de satisfazer as necessidades de trabalho, de lazer, de saúde, de educação e outras.

Sob o ponto de vista do cidadão que busca melhor qualidade de vida e o seu bem estar social, o trânsito toma nova dimensão. Deixa de estar associado, de forma preponderante, à idéia de fluidez, de ser relacionado apenas aos condutores de veículos automotores e de ser considerado como um fenômeno exclusivo dos grandes centros urbanos, para incorporar as demandas de mobilidade peculiares aos usuários mais frágeis do sistema, como as crianças, os portadores de necessidades especiais e os idosos.

O direito de todos os cidadãos de ir e vir, de ocupar o espaço público e de conviver socialmente nesse espaço, são princípios fundamentais para compreender a dimensão do significado expresso na palavra trânsito. Tal abordagem, ampliando a visão sobre o trânsito, considera-o como um processo histórico-social que envolve, principalmente, as relações estabelecidas entre as pessoas e o espaço, assim como as relações das pessoas entre si.

A violência no trânsito e a drástica redução da qualidade de vida no meio urbano, conseqüência direta dos problemas de mobilidade e ordenamento, levam à necessidade de adoção de novos modelos de desenvolvimento urbano e de transporte, e da introdução, nas políticas públicas, dos preceitos de sustentabilidade e desenvolvimento.

Longe dos grandes centros, também vivem pessoas que se locomovem, muitas vezes em condições precárias, sobre lombos de animais, em carrocerias de pequenos veículos, a pé, em vias inadequadas, muitas vezes sem condições mínimas de segurança.

Com a criação do 19.º BPM e sua instalação na cidade de Toledo, em somatória com o trabalho

que vem sendo desenvolvido pela Secretaria de Trânsito e Segurança, existe uma clara visão de que o direito de ir e vir dos cidadãos do município esta sendo assegurada.

Diante do quadro que vinha se agravando, houve uma necessidade do Poder Público Municipal e o Estado do Paraná em mudar os números dos acidentes de trânsito. Por isso foram se criando necessidades, que estão sendo sanadas, nas vias públicas da cidade de Toledo.

O motorista que dirige seu carro, o piloto de motos, o ciclista e o pedestre estão sendo visualizados, cada um em seu conjunto. Vias públicas bem sinalizadas, rotatórias estabelecendo claramente as preferências, faixas demarcando os locais de travessia, canaletas exclusivas para ciclistas, são algumas das inúmeras mudanças que fazem o trabalho preventivo se tornar uma ação institucionalizada, provinda das autoridades municipais e estaduais, formando um conjunto que trabalha com harmonia.

Dentro da análise realizada, pôde-se constatar que os acidentes de trânsito, de pequena monta, chegam ao patamar de 94,43% da amostra coletada. Neste aspecto, excluindo-se os acidentes onde haja vítimas, podemos sugerir às autoridades envolvidas na questão do trânsito uma linha de trabalho, que já é adotada na cidade de Curitiba, mais exatamente no Plantão de Acidentes do Batalhão de Trânsito, da Polícia Militar do Paraná.

Quando é caracterizado o acidente de trânsito de pequena monta, não havendo vítimas, com lesões corporais e nem caracterização de crime, o Plantão de Acidentes, após ser acionado pelo interessado, envia um agente de trânsito, com moto, para o local do sinistro. Assim, elabora um registro, com fotos dos danos, e, em seguida volta para sua seção, grava as fotos em um terminal de computador, estando estas disponíveis ao usuário, que porventura necessite dos dados para acionamento de seguro.

Neste caso, os acidentes de pequena monta, não são catalogados para efeitos de estatística, havendo conseqüentemente uma redução da amostragem geral, uma vez que o documento fornecido ao usuário é uma certidão, com validade jurídica assegurada, para os casos de acionamento de seguro veicular.

264 Uma Ferramenta para Análise dos Acidentes de Trânsito na Cidade de Toledo - PR

Gestão de Políticas Públicas no Paraná

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