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Uma história de Luta! Uma história de Luta! Uma história de Luta! Uma história de Luta! Uma história de Luta! Janeiro de 2009 E d i ç ã o E s p e c i a l Uma greve histórica! Uma greve histórica! Uma greve histórica! Uma greve histórica! Uma greve histórica! Greve de 6 Greve de 6 Greve de 6 Greve de 6 Greve de 6 dias na dias na dias na dias na dias na Johnson & Johnson & Johnson & Johnson & Johnson & Johnson Johnson Johnson Johnson Johnson Greve de 6 Greve de 6 Greve de 6 Greve de 6 Greve de 6 dias na dias na dias na dias na dias na Johnson & Johnson & Johnson & Johnson & Johnson & Johnson Johnson Johnson Johnson Johnson

Uma história de Luta! · 2009. 7. 6. · orlando chirinho, dirigente da cen-tral sindical venezuelana unt (unidade nacional dos trabalhado-res) raul marcelo, deputado do psol/sp

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  • Uma história de Luta!Uma história de Luta!Uma história de Luta!Uma história de Luta!Uma história de Luta!

    Janeiro de 2009

    EEEEEdddddiiiiiçççççãããããooooo

    EEEEEssssspppppeeeeeccccciiiiiaaaaalllll Uma greve histórica!Uma greve histórica!Uma greve histórica!Uma greve histórica!Uma greve histórica!

    Greve de 6Greve de 6Greve de 6Greve de 6Greve de 6dias nadias nadias nadias nadias na

    Johnson &Johnson &Johnson &Johnson &Johnson &JohnsonJohnsonJohnsonJohnsonJohnson

    Greve de 6Greve de 6Greve de 6Greve de 6Greve de 6dias nadias nadias nadias nadias na

    Johnson &Johnson &Johnson &Johnson &Johnson &JohnsonJohnsonJohnsonJohnsonJohnson

  • JORNAL DA FAMÍLIA QUÍMICA - 02

    EditorialEditorialEditorialEditorialEditorialÍ n d i c eÍ n d i c eÍ n d i c eÍ n d i c eÍ n d i c eEditorialEditorialEditorialEditorialEditorial página 2página 2página 2página 2página 2A história do Sind.A história do Sind.A história do Sind.A história do Sind.A história do Sind.dos Químicosdos Químicosdos Químicosdos Químicosdos Químicospágina 3página 3página 3página 3página 3 e 4 e 4 e 4 e 4 e 4A redução salarial e aA redução salarial e aA redução salarial e aA redução salarial e aA redução salarial e acampanha internacionalcampanha internacionalcampanha internacionalcampanha internacionalcampanha internacionalpáginas 5páginas 5páginas 5páginas 5páginas 5 e 6 e 6 e 6 e 6 e 6Greve de 24 horasGreve de 24 horasGreve de 24 horasGreve de 24 horasGreve de 24 horaspágina 7página 7página 7página 7página 7A greve de 6 diasA greve de 6 diasA greve de 6 diasA greve de 6 diasA greve de 6 diaspáginas 8 e 9páginas 8 e 9páginas 8 e 9páginas 8 e 9páginas 8 e 9A PM contra oA PM contra oA PM contra oA PM contra oA PM contra odireito de grevedireito de grevedireito de grevedireito de grevedireito de grevepágina página página página página 10 e 11 e 1210 e 11 e 1210 e 11 e 1210 e 11 e 1210 e 11 e 12A quem serve a políciaA quem serve a políciaA quem serve a políciaA quem serve a políciaA quem serve a políciapágina 13página 13página 13página 13página 13O direito de greveO direito de greveO direito de greveO direito de greveO direito de grevepágina 14página 14página 14página 14página 14Curtas da greveCurtas da greveCurtas da greveCurtas da greveCurtas da grevepágina 15página 15página 15página 15página 15A força da mobilizaçãoA força da mobilizaçãoA força da mobilizaçãoA força da mobilizaçãoA força da mobilizaçãopágina página página página página 1616161616

    EXPEDIENTE: Publicação do Sindicato dos Químicos de São José dos Campos e Regiãowww.quimicosjc.org.br e-mail: [email protected] - Redação/edição: Emerson José MTB:31725 -Diagramação/edição: Manuel Alberto Iraola. Impresso na Jac Editora - Sedes: SJC: R. Cons. Rodrigues Alves, 51 CEP12209-540 - fone/fax: 12-3921-8177 Jacareí: R. Floriano Peixoto, 78 Centro CEP 12308-030 - fone: 12-3953-3277 Taubaté: R. Sebastião

    Gil, 319 CEP 12100.000 - fone: 12-3632-0932. Caçapava: Av. Coronel Alcântara, 690 SL 07 - CEP 12281-580- fone: 12-3655-6044.

    E-mail: [email protected]

    Internet: www.quimicosjc.org.br

    Sindicato é pra lutar!A diretoria do Sindicato dos Químicos parabeniza os mais de

    quatro mil trabalhadores da Johnson que deram uma grandedemonstração de união e enfrentaram o assédio moral dos chefetes naporta da fábrica, os telefonemas agressivos, telegramas com ameaçade demissão e a violência da Polícia Militar.

    Só a mobilização da classe trabalhadora pode garantir os nossosdireitos adquiridos e avançar sempre rumo a novas conquistas!

    E os trabalhadores podem ter a certeza de que o Sindicato dosQuímicos está firme nesta luta! Não adianta a empresa vir com interditoproibitório, com segurança armada, com repressão policial. Nósparamos a empresa por seis dias e podemos para de novo. Nestacategoria, ninguém tem medo de lutar!

    E a nossa batalha continua contra o plano de cargos e saláriosque rebaixa o piso salarial. Nós temos a avaliação da DRT, aguardamosdecisão judicial favorável, mas podemos mobilizar a categorianovamente para fortalecer o embate!

    Direito é pra respeitar! Sindicato é pra lutar!

  • JORNAL DA FAMÍLIA QUÍMICA - 03

    A história de luta da categoria!A primeira e

    espontânea grevena Johnson aconte-ceu em 1995. Os tra-balhadores estavamindignados com ascondições de traba-lho e salarial e para-ram as máquinaspor quase um dia. Aparalisação alcançou as primei-ras conquistas. A esquerda pas-sa então a ser maioria no Sindi-cato e os dirigentes novos pas-sam a encampar as lutas. Nesteano, há 14 greves na categoria.Dentre elas, a de 24 dias na IQT,em Taubaté.

    Em 1996, a entidade teveacentuado o papel classista e lu-tador. Encampamos uma grevede oito dias na Monsanto, resis-tindo aos fura-greve que entra-vam de helicóptero. Em seguida,houve greves na Henkel e naRohm Haas,ambas em Jacareí.1996 termina comaumento real de5% na maior partedas fábricas.

    Em 1997 edurante quatro anos, o Sindicatorealizou campanhas salariaisunificadas com outros sindicatos

    químicos do interior de São Pau-lo, que abrangiam, além do Valedo Paraíba, Campinas, Vinhedo,Sorocaba e Osasco. Haviamutirões de madrugada paraconcentrar esforços nas fábricase realizar assembléiasfortalecidas com dezenas deapoiadores, o que dava mais fô-lego e ânimo às atividades. A re-dução da jornada passa a seruma das reivindicações.

    Em 12 de agosto, o cami-nhão do Sindicato é incendiado.Havia uma assembléia marcadapara acontecer na Kodak naque-

    le dia. O atentado nunca foi des-vendado, mas a luta continuou.Os aumentos e conquistas da

    nossa região, fo-ram os maioresdo ramo em nívelnacional. As mo-bilizações con-

    quistaram em vári-as fábricas Acor-dos Coletivos (ne-gociação por fábri-ca) com índices epontos acima donegociado naFIESP.

    Em 1998, apatronal nega aumento real e re-duz o índice de horas extras para70% (dias de semana) e 110%(finais de semana e feriados).Os Sindicatos Químicos de todoo estado se negam a assinar aConvenção Coletiva. A Johnsondesviou os ônibus tentando evi-tar a assembléia, mas os traba-lhadores se reuniram no vestiá-rio e marcharam até a portariada empresa para fazer assem-bléia. A PM deteve um sindica-lista e perseguiu trabalhadoresrevoltados com a repressão,mas acabou se retirando devidoà resistência de todos os traba-lhadores.

    Em 99, novas lutas con-quistam Acordos Coletivos quegarantem direitos para 80% dostrabalhadores da base, dentre elesas horas extras a 85% e 130%.

    ASSEMBLÉIA NA JOHNSON; EMPRESA TENTOU FURARA GREVE FORÇANDO A ENTRADA PELO GRAMADO

    ASSEMBLÉIA NA JOHNSON; EMPRESA TENTOU FURARA GREVE FORÇANDO A ENTRADA PELO GRAMADO

    ENCONTRO DE BASE DA CATEGORIA

    ENCONTRO DE BASE,ENCONTRO DE BASE,ENCONTRO DE BASE,ENCONTRO DE BASE,ENCONTRO DE BASE,EM UBEM UBEM UBEM UBEM UBAAAAATUBTUBTUBTUBTUBAAAAA

    ENCONTRO DE BASE,ENCONTRO DE BASE,ENCONTRO DE BASE,ENCONTRO DE BASE,ENCONTRO DE BASE,EM UBEM UBEM UBEM UBEM UBAAAAATUBTUBTUBTUBTUBAAAAA

  • Em 2000, obtivemos doistriunfos históricos: a redução dajornada na Johnson, que acaboucom o trabalho aos sábados, e otriunfo da esquerda nas eleiçõessindicais. A vitória veio sobre a Ar-ticulação Sindical, um grupo depelegos da CUT e do PT que par-ticiparam da eleição ao lado debate-paus a serviço dos patrões.Neste ano, acabamos com as ta-xas compulsórias no Sindicato.

    A partir de então, todas ascontribuições dos trabalhadorespassam a ser voluntárias, votadasem assembléias de fábrica, tur-no por turno em cada campanhasalarial ou acordo de PLR.

    Em 2003, como parte dacampanha salarial, greve de 24hparalisa a Johnson, conquistandouma das PLRs mais altas da ca-tegoria.

    Em 2004, a Johnson con-segue interditoproibitório (uma espéciede estado de sítio emque os trabalhadores têmlimitados ou proibidosos seus direitos de reu-nião, assembléia e atéde distribuir panfletos)que impede a reali-zação de assem-bléias em frente aosvestiários.

    Em 2007, ostrabalhadores daFademac, emJacareí, paralisam aempresa por cinco

    JORNAL DA FAMÍLIA QUÍMICA - 04

    A históriade luta ...

    dias contra a redução de direitosde um setor da empresa que foiterceirizado e vendido para umgrupo empresarial que não acei-

    tava o Sindicato dos Químicoscomo representante dos trabalha-dores. A greve obteve uma gran-de conquista.

    GREVE HISTÓRICA NA MONSANTO, EM 1995

    PROTESTO NA CÂMARADE SÃO JOSÉ CONTRA A

    JOHNSONREPRESSÃO MILITAREM ATO NA JOHNSON

    ASSEMBLÉIA NA JOHNSON CONTRADOENÇAS DO TRABALHO

  • Em 2008, a luta começa contraEm 2008, a luta começa contraEm 2008, a luta começa contraEm 2008, a luta começa contraEm 2008, a luta começa contrao plano de caro plano de caro plano de caro plano de caro plano de cargggggos e saláriosos e saláriosos e saláriosos e saláriosos e salários

    A multinacional americanainicia em fevereiro deste ano umamanobra para arrochar os salári-os dos trabalhadores e, desta for-ma, produ-zir tantoquanto an-tes commenos re-c u r s o s .Por meiodo plano decargos esalários, a Johnson reduz o pisosalarial de 40 funcionários novos.Nós já vimos isso antes em em-presas de outros ramos de ativi-dade. O próximo passo da empre-sa pode ser demitir os funcioná-rios com salário maior.

    O Sindicato parte para a

    luta e, além de assembléias e atra-so de turnos, inicia uma campanhainternacional de repúdio à empre-sa e de apoio ao Sindicato. Deze-

    nas de faxes e e-mails chegam dopaís e do exterior.

    A DRT(Delegacia Regi-onal do Trabalho)fiscalizou a em-presa e analisou afolha de pagamen-

    to dos operadores da produção dejaneiro a maio de2008. Ficou com-provado que a fun-ção de auxiliar-geral foi extintaem fevereiro eque a Johnson en-

    quadrou os ex-auxiliares gerais nafaixa salarial dos auxiliares de pro-dução, cuja remuneração éR$753,50. Os trabalhadores têm odireito de ter remuneração igualaos outros na mesma função,R$1.260,85. O ataque da empre-sa, que um dia foi informalmentechamada de mãe Johnson, ao direi-to constituído dos trabalhadoresfere o artigo 461 da CLT (Conso-lidação das Leis Trabalhistas) e acláusula 24 da Convenção Cole-tiva de Trabalho.

    JORNAL DA FAMÍLIA QUÍMICA - 05

    Em junho, os dirigentes Cabral e Eder partem com uma delegação da Conlutas para o Equador e aVenezuela a fim de buscar apoio internacional contra a redução de salários na Johnson. Os companheirosvoltaram com o apoio de instituições, militantes e sin-dicatos de luta demonstrando ampla solidariedade à nos-sa causa. Os dirigentes receberam o apoio, em especial,dos dirigentes do Sindicato dos Químicos de Valência,na Venezuela, que, inclusive, ajudaram na panfletagemna portaria da unidade da Johnson de lá para denunciar atodos os trabalhadores da empresa as manobras da ma-drasta aqui no Brasil.

    ASSEMBLÉIA CONTRA A REDUÇÃO DE DIREITOS E O PLANO DE CARGOS E SALÁRIOS

    EDER E CABRAL PANFLETAM NA PORTA-RIA DA JOHNSON NA VENEZUELA

    ASSEMBLÉIA CONTRA A REDUÇÃO DE DIREITOS

    HELOÍSA HELENA E DIRIGENTES DO SINDI-CATO DA ALIMENTAÇÃO EM ASSEMBLÉIACOM OS TRABALHADORES DA JOHNSON

    EDER E CABRAL PANFLETAM NA PORTA-RIA DA JOHNSON NA VENEZUELA

  • JORNAL DA FAMÍLIA QUÍMICA - 06

    Campanha interCampanha interCampanha interCampanha interCampanha internacional contrnacional contrnacional contrnacional contrnacional contra aa aa aa aa aredução de direitosredução de direitosredução de direitosredução de direitosredução de direitos

    Declaração dos trabalhadores da Johnson da Venezuela“Vamos contar a nossa experiência. Aqui na Venezuela, a

    Johnson, da mesma forma que agora no Brasil, tentou terceirizar to-dos os postos de trabalho. Enquanto o Sindicato aqui era pelego, aempresa, durante 25 anos ficou re-duzindo salários e benefícios dostrabalhadores. Tudo que havia sidoconquistado estava sendo perdidopouco a pouco.

    Assim, decidimos nos orga-nizar e construir um sindicato ver-dadeiramente lutador e que conquiste os benefícios que o trabalha-dor precisa pra viver. Após uma forte luta contra a patronal e contra osindicato vendido, conseguimos fechar a Convenção Coletiva. Destaforma, impedimos toda a terceirização que a empresa tentava, inclu-sive em parte dos processos de produção, como a parte líquida, tal-co, a tela... Todos esses setores estavam sendo fechados porque aempresa queria converter a fábrica apenas em um centro de distri-buição e mandar os trabalhadores para a rua. Nós, após uma longaluta, em 2007, conseguimos uma Convenção Coletiva satisfatória paraa nossa cidade, conquistando benefícios trabalhistas para satisfazerum pouco as necessidades econômicas que temos na Venezuela.

    Conquistamos um piso salarial de US$ 600 dólares, que vaiaumentando até cerca de US$ 900 dólares. Temos um bônus alimen-tação, além da comida da empresa, de 115 a 200 mil bolívares (deUS$ 54 a US$ 93 dólares), bonificação e um descanso extra paraquem trabalha em turno contínuo e rotativo. E temos um ´fator deconversão de utilidades´ (PLR) de 4 mil dólares, que pode chegar atéos US$ 7 mil.

    Foi difícil evitar o fechamento do setor produtivo e, junto comisso, lutar pelo salário, mas conseguimos. Por isso, agora apoiamosincondicionalmente vocês, trabalhadores da Johnson do Brasil e doSindicato dos Químicos, e repudiamos as ações antioperárias daJohnson & Johnson do Brasil, pois esta é mais uma transnacional queestá enriquecendo no mundo à custa da mão de obra dos trabalha-dores.

    Portanto, nos solidarizamos a vocês e damos nosso mais sin-cero apoio. E contem conosco aqui da Venezuela. Continuem lutandopor suas reivindicações.”Wilky Sanchez, presidente do sindicato dos trabalhadores químicosda Venezuela, Bernardo Candelo, secretário de organização, e JulioTobasi, secretário de reclamações. (Tradução: Manuel Alberto Iraola)

    ASSEMBLÉIA NA HENKEL, EM 1998, ARGENTINA

    JOHNSON DA VENEZUELAESTUDANTES E PROFESSORES DAESCOLA DE DIREITO DE CUENCA, NO

    EQUADOR

    ORLANDO CHIRINHO,DIRIGENTE DA CEN-

    TRAL SINDICALVENEZUELANA UNT

    (UNIDADE NACIONALDOS TRABALHADO-

    RES)

    RAULMARCELO,DEPUTADODO PSOL/SPEM ASSEM-BLÉIA NAJOHNSON

    HELOÍSA HELENA EMASSEMBLÉIA NA

    JOHNSONLILIANA OLIVERO, DEPUTADA

    POR CÓRDOBA/ARGENTINA

    JOHNSON DA VENEZUELA

  • JORNAL DA FAMÍLIA QUÍMICA - 05JORNAL DA FAMÍLIA QUÍMICA - 07

    Campanha salarial: greve de 24 horas

    PPPPParararararalisação trás conquistas na FIESPalisação trás conquistas na FIESPalisação trás conquistas na FIESPalisação trás conquistas na FIESPalisação trás conquistas na FIESPDepois de várias rodadas

    de negociação empacadas, oSindicato dos Químicos realizouuma greve de advertência de 24horas, entre os dias 30 e 31 deoutubro, para forçar a empresaa negociar na FIESP (Federa-ção das Indústrias do Estado deSão Paulo), em que a Johnsontem um grande peso.

    A nossa data-base é 1º denovembro ea FIESP sóp ropunharepassar ainflação eapresentouuma extensa“Pauta Pa-tronal” para reduzir direitos in-cluindo o famigerado Banco deHoras, que, na verdade, são ho-ras extras não pa-gas.

    Com a gre-ve de advertênciade 100% de ade-são na Johnson,i n c l u i n d oterceirizados, e aparalisação emoutras empresas, a pa-tronal recuou quantoao banco de horas echegou a 9% de au-mento.

    Como retaliação,a empresa demitiu porjusta causa os dirigen-tes Eder José e Sebas-tião e afastou

    Wellington Cabralpara averiguação defalta grave. Os outrosoito dirigentes que tra-balham na Johnsonforam suspensos portrês dias. O ato da em-presa foi um desespe-ro para desmobilizar a catego-ria e encerrar a campanha sala-rial às pressas e na base da per-

    seguição, masos trabalhado-res responde-ram com agreve de 6dias.

    Após agreve de 24h,

    foi assinada a Convenção Cole-tiva para garantir os 9% e as clá-usulas sociais para toda a cate-

    GREVE DE 24 HORAS

    goria, o que é importante paraos trabalhadores das pequenasempresas. Mesmo assim, con-tinuaram as paralisações quegarantiram mais conquistas porfábrica como abono e horas ex-tras a 85% e 130%.

  • JORNAL DA FAMÍLIA QUÍMICA - 08

    A demissão por justa causa e oafastamento dos sindicalistas, o plano decargos e salários e a Campanha Salarial emseparado para tentar aumento maior ao daFIESP foram avaliados em assembléias comos trabalhadores e a categoria deliberou pornova greve, dia 6 de novembro, quinta-feira.

    Os companheiros entenderam que erao momento de lutar contra as demissões porretaliação, por aumento acima do propostopela FIESP e acelerar a questão do plano decargos e salários.

    O aumento de 9% foi um triunfo dagreve de 24 horas e das paralisações nasoutras empresas, mas está abaixo do que aJohnson poderia e deveria pagar.

    Além disso, o plano de cargos e saláriosque rebaixa o piso profissional da categoria estásendo questionado em ação do Sindicato naJustiça, mas os tramites legais podem levar anos.A Campanha Salarial permite colocar adiscussão na mesa de negociações.

    A intransigência da empresa foi absurda.A direção da Johnson não chamou o Sindicatopara negociar em nenhum momento da greve.Na segunda-feira, 10, a empresa tentou umaliminar fajuta, mas a Justiça do Trabalho negou.Em contrapartida, o Sindicato conseguiu oreconhecimento da Justiça do Trabalho dodireito de greve, inclusive a legitimidade dopiquete e das faixas, tendo em vista o 100% de

    Uma gUma gUma gUma gUma grrrrreeeeevvvvve heróica de seis dias com 100% de adesãoe heróica de seis dias com 100% de adesãoe heróica de seis dias com 100% de adesãoe heróica de seis dias com 100% de adesãoe heróica de seis dias com 100% de adesão

    adesão. A Johnson não quis negociar e aindatentou dar o golpe no tapetão.

    Neste meio tempo, a fábrica tentou tudopara acabar com a greve que teve a adesão detodos os trabalhadores e trabalhadoras daempresa, incluindo os terceirizados eprestadores de serviço. A empresa chegou adesviar o trajeto dos ônibus e manter ostrabalhadores sob cárcere privado para impedira realização das assembléias. Arbitrariedadepouca é bobagem!

    A empresa, que um dia foi chamada demãe e agora não chega nem a madrasta,

    também mandou telegramas ameaçando dedemissão, telefonemas agressivos e ainda teve agerentada conspirando por entre os trabalhadores,que são guerreiros e suportaram tudo!

    PIQUETE DURANTE O SÁBADO CHUVOSO DE GREVE, 8 DE NOVEMBRO

  • JORNAL DA FAMÍLIA QUÍMICA - 09

    6 de novembro A reduçãosalarial, a intransigência em negociare a demissão de 3 dirigentes sindicaisprovocam a paralisação. Os 4.500trabalhadores da Johnson & Johnsonfizeram uma espetacular e heróicagreve de 6 dias. A paralisação atingiu100% de adesão do 1º ao último dia,fato difícil de ver há muitos anos.Dezenas de apoios foram recebidosdo Brasil de da América Latina.

    e heróica de seis dias com 100% de adesãoe heróica de seis dias com 100% de adesãoe heróica de seis dias com 100% de adesãoe heróica de seis dias com 100% de adesãoe heróica de seis dias com 100% de adesão

    ASSEMBLÉIAS EM TODOS OS TUR-NOS APROVARAM A GREVE; CADATURNO DE ENTRADA TINHA UMA

    NOVA ASSEMBLÉIA PARA DELIBERAROS RUMOS DA PARALISAÇÃO

    ABAIXO,EDER EMASSEM-BLÉIA E

    PIQUETEDE GREVE

  • JORNAL DA FAMÍLIA QUÍMICA - 10

    A empresa não conseguiude nenhuma forma sabotar amobilização dos trabalhadores.Nem na justiça. Por isso, resol-veu apelar para o aparato de re-pressão do estado. A partir daí, aPolícia Militar se encarregou derelembrar os terríveis anos dechumbo da ditadura.

    No 1º turno do dia 11 denovembro, o piquete de greveaguardava a chegada dos traba-lhadores para realizar as assem-bléias diárias e de costume. Noentanto, a empresa e a PM con-centraram os ônibus próximo ao Carrefoure prepararam um forte esquema de repressão naportaria do “Maracanã”. A Johnson contratoumais de 200 seguranças.

    A PM conduziu os ônibus em comboio atéa empresa e violentamente forçou a entrada dostrabalhadores. Os motoristas foram coagidos pelaPM a não abrir as portas dos ônibus. Muitos com-panheiros quiseram descer, mas não puderam. Atropa de choque distribuiu cacetadas, gás de pi-menta e tiros de borracha para intimidar e agrediro piquete de greve. O dirigente Moisés levou umtiro de borracha na perna.

    A PM avançou com motocicletas sobre ostrabalhadores grevistas e arrastou uma trabalha-dora pelo braço. Vários ônibus foram obrigadosa atravessar o canteiro e entrar pela portaria doMaracanã. A ação da PM colocou em risco asegurança e a integridade física dos trabalhado-res, inclusive a das mães com crianças.

    O aO aO aO aO ataque da PMtaque da PMtaque da PMtaque da PMtaque da PM

    A estas alturas o tal CREDO da empresajá tinha ido para o ralo. A empresa diz primarpela integridade física dos trabalhadores, mas ins-tala um campo de guerra na portaria.

    Vale lembrar que até a barbaridade patro-cinada pela PM, não havia nenhum registro deviolência durante os seis dias de greve. E a vio-lência ocorreu sem nenhuma autorização legal. AJohnson e a PM poderiam ter provocado umatragédia ainda maior do que passar por cima dalei, poderiam ter provocado a morte de trabalha-dores.

    Para completar a vergonha, a PM aindadeteve o dirigenteWellington Cabral por“direção perigosa”.Cabral estava mano-brando o carro do Sin-dicato para tirá-lo dafrente da açãotruculenta da tropa dechoque, que saiu atro-pelando tudo pela fren-te. A detenção foi tão ri-dícula que a polícia ci-vil se recusou a abrirocorrência e Cabral foiliberado rapidamente.

    PM CERPM CERPM CERPM CERPM CERCA ÔNIBCA ÔNIBCA ÔNIBCA ÔNIBCA ÔNIBUS E IMPEDE MOUS E IMPEDE MOUS E IMPEDE MOUS E IMPEDE MOUS E IMPEDE MOTTTTTORISTORISTORISTORISTORISTASASASASASDE DE DE DE DE ABRIREM ABRIREM ABRIREM ABRIREM ABRIREM AS PORAS PORAS PORAS PORAS PORTTTTTAS - 11/11/08AS - 11/11/08AS - 11/11/08AS - 11/11/08AS - 11/11/08

    DIRIGENTES FABIÃO, CABRALAGREDIDOS COM GÁS DE PIMENTPM ESCOLTA ÔNIBUS E AVANÇA COM

    VIOLÊNCIA SOBRE PIQUETE DE GREVE

    DIRIGENTES FABIÃO, CABRALAGREDIDOS COM GÁS DE PIMENT

  • JORNAL DA FAMÍLIA QUÍMICA - 11

    O jurídico do Sindicato dos Químicos jáhavia se certificado, inclusive com o comando daPM, de que não havia nenhuma autorização ju-dicial para impedir o direito de greve. Oficialmen-te, ninguém assume a ordem pelo ataque. Agoranós sabemos que quem deu a ordem foi a ma-drasta Johnson, a líder em opressão!

    DIRIGENTE SINDICAL MOISÉSFERIDO POR BALA DE BORRACHA

    TRABALHADORA DESMAIA DURANTEAGRESSÃO DA PM

    DIRIGENTES FABIÃO, CABRAL E DAVIAGREDIDOS COM GÁS DE PIMENTA

    PM MONTA UM PALCO DEGUERRA NA PORTARIA DO

    MARACANÃ

    APARATO DEREPRESSÃOOSTENSIVO AMANDO DAEMPRESACONTRA TRA-BALHADORES

    DIRIGENTES FABIÃO, CABRAL E DAVIAGREDIDOS COM GÁS DE PIMENTA

    DIRIGENTE SINDICAL MOISÉSFERIDO POR BALA DE BORRACHA

    TRABALHADORA DESMAIA DURANTEAGRESSÃO DA PM

  • JORNAL DA FAMÍLIA QUÍMICA - 12

    A intimidação dos trA intimidação dos trA intimidação dos trA intimidação dos trA intimidação dos traaaaabalhadorbalhadorbalhadorbalhadorbalhadoresesesesesna porna porna porna porna porta e dentrta e dentrta e dentrta e dentrta e dentro dos ônibo dos ônibo dos ônibo dos ônibo dos ônibususususus

    A violência da PM furou agreve e mesmo após a atrocidadedo 1º turno o aparato de repres-são se manteve. Trabalhadores doadministrativo e, principalmente,dos 2º e 3º turnos, na entrada dodia 11, e do 1º. turno, na entradado dia 12, foram coagidos pelopoderio bélico de repressão.

    Novamente sem autorizaçãojudicial, os policiais entraram nosônibus com escopetas na mãopara coagir os trabalhadores eassediá-los a entrar na empresasem participar da assembléia. Amaior parte dos valorosos com-panheiros resistiu a mais esta bar-baridade da PM e desceu para ou-vir os informes da greve e votaros encaminhamentos.

    Os trabalhado-res desciam dos ôni-bus cercados por po-liciais, num verda-deiro corredor polo-nês. Uma situaçãoabsurda!

    A Polícia Mi-litar não poupou nemos ônibus cujasmães estavam comcrianças no colo. Erarealmente a voltaaos terríveis anosde chumbo grossoda ditadura, emque o trabalhadorera forçado a secalar perante as in-justiças!

    POLICIAIS CERCAM ÔNIBUS PARA INTIMIDAR TRABA-LHADORES E IMPEDIR AS ASSEMBLÉIAS - 11/11/08DE ARMAS EM PUNHO, PM ESCOLTA ÔNIBUS À FORÇA

    TRABALHADORES SÃOCOAGIDOS DENTRO DOS

    ÔNIBUS POR REPRESSÃO

    TRABALHADORES SÃO COAGIDOSNAS ASSEMBLÉIAS - 12/11/08

  • A quem serA quem serA quem serA quem serA quem servvvvve a Pe a Pe a Pe a Pe a Polícia?olícia?olícia?olícia?olícia?JORNAL DA FAMÍLIA QUÍMICA - 13

    Desde crianças, nos ensi-nam que a função da Polícia é nosproteger. Que eles cuidam da gen-te quando saímos à rua, nos pro-tegem dos ladrões, cuidam de nos-so bairro e nos dão segurança.Mas será que é essa a realidade?

    Nós que trabalhamos naJohnson vimos uma realidadeoposta nesses 6 longos dias degreve. Em especial no último dia,em que fomos violentamente ata-cados e reprimidos pela PM e pelobatalhão de choque. Os sindicalis-tas e apoiadores foram agredidose o constrangimento foi geral aover os policiais com as armas namão subirem nos ônibus. As mãescom filhos no colo ficaram para-lisadas com a repressão absurda.

    Todos os dias vemos a PMentrar e sair da fábrica como sefosse sua casa, almoçam, jantame até tem lugar reservado no esta-cionamento. Para alguns, parece-ria apenas um jeitinho brasileiro;mas não seria um ato decorrupção? E o problema é muitomaior! Na verdade a gente come-ça a ver que quem manda na Polí-cia, assim como na chamada “Jus-tiça”, são os patrões. Não é ver-dade que “todos somos iguais pe-rante a lei”. Os corruptos e osempresários são tratados com re-galias mesmo quando são pegosroubando o país. E nós, quando fa-zemos greve, somos tratadoscomo criminosos.

    A Johnson contratou cen-tenas de seguranças com plenospoderes para se “defender” dostrabalhadores, coisa que deveriaser proibida por lei, mas a lei estádo lado deles. Como se fossepouco, a empresa manda na PM.

    No vídeo do Sindicato dá pra vercomo o chefe da segurança pedepara a PM entrar nos ônibus, re-primir os funcionários e atrapa-lhar as assembléias. Nós trabalha-

    dores somos proibidos de fazerassembléia no estacionamento dafábrica, mas a polícia armada atéos dentes tem livre trânsito. E aJohnson acha bonito!

    A PM cuida dos interessesdo governo e dos empresários ereprime violentamente os traba-lhadores em greve. Se você temdúvida, pergunte aos próprios gre-vistas da polícia civil! É verdadeque a firmeza da luta fez balançaros policiais que, apesar das or-dens que recebem, têm filhos oupais que trabalham nas fábricas.Talvez por isso os agentes da po-lícia rodoviária esboçaram simpa-tia a nossa luta e nos primeirosdias membros da PM falaram que,dentro da Corporação, estavam di-vididos e que muitos policiais nãoconcordavam em reprimir. Mas apressão da empresa inclinou a ba-lança. A Johnson usou a polícia deelite, especialista em combatertraficantes, chamada de polícia“tática”, “choque”, “o bope” parainterferir na greve.

    Nós trabalhadores, chama-dos de “colaboradores”, passamosa ser considerados inimigos pe-rigosos da Johnson durante a gre-ve, pois questionamos o “seu” pla-no de cargos e salários, seu ban-co de horas e o índice salarial. Eterminamos questionando a justi-ça dos patrões, a polícia dos pa-trões e todo este sistema econô-mico podre que pretende que vol-temos à escravidão!

    A greve dos trabalhadoresda Johnson nos leva a refletir opapel das polícias: defender oslucros dos acionistas que moramnos Estados Unidos e reprimir eos direitos dos trabalhadores.

  • JORNAL DA FAMÍLIA QUÍMICA - 14

    O aO aO aO aO ataque à libertaque à libertaque à libertaque à libertaque à liberdadedadedadedadedadesindical e ao dirsindical e ao dirsindical e ao dirsindical e ao dirsindical e ao direito de geito de geito de geito de geito de grrrrreeeeevvvvveeeee

    Todas as ações da empresa, oassédio moral, a filmagem das assem-bléias, as cartinhas constrangedoras,os telefonemas ameaçadores, atacamo direito à livre organização sindical,o direito de greve.

    A empresa tentou conseguiruma liminar para impedir a greve, masa Justiça do Trabalho negou. A ma-drasta se baseou no direito de “ir evir” para boicotar a mobilização. Con-tudo, a Justiça entendeu que até aque-le momento não havia registro de vio-lência e a paralisação atingiu 100% deadesão. Portanto, a greve é legítima.

    A Constituição de 1988 dispõeem seu art. 9º:

    “É assegurado o direitode greve, competindoaos trabalhadores deci-dir sobre a oportunidadede exercê-lo e sobre osinteresses que devampor meio dele defender”.

    O ataque à liberda-de sindical é um problemado conjunto da classe tra-balhadora contra a opres-são da patronal. A burgue-sia é inimiga da mobilizaçãodos trabalhadores.

    A lei só existe para trabalhadorcumprir. Patrão e a PM passam porcima de tudo. Até da Constituição.

    O ataque da Johnson à liber-dade sindical e ao direito de greve éantigo e grave. Para tentardesmobilizar os trabalhadores, a em-presa demitiu os dirigentes Eder Josée Sebastião Rubens de Moraes eafastou Wellington Cabral para ave-riguação de falta grave. A persegui-ção da empresa ocorreu após a gre-ve de advertência de 24 horas, entre30 e 31 de outubro. O afastamento do Cabral sig-nifica que a empresa vai tentar demi-ti-lo na justiça do Trabalho. Contu-do, o departamento jurídico do Sin-dicato está tomando as providênciasnecessárias para combater a perse-guição da empresa. Há uma audiên-cia marcada para março na justiça. Eder e Sebastião foram de-mitidos com o agravante de justacausa. A empresa tentou forçar osdesligamentos, mas o Sindicato con-

    seguiu uma liminar garantindo a reinte-gração dos dois dirigentes no dia 15de dezembro. A empresa insistiu naperseguição e tentou reverter a liminar,mas não conseguiu. Então ela retirou ajusta causa e os demitiu novamente daforma comum. Ocorre que o dirigentesindical tem estabilidade trabalhista ga-rantida em lei justamente para evitarperseguição da patronal. Estabilidadeque foi conquistada com muita luta pelaclasse trabalhadora.

    A desculpa da empresa era deque eles não teriam estabilidade por fa-

    zerem parte do Conselho Fiscal doSindicato. A artimanha não colou eos trabalhadores foram novamentereintegrados no dia 16 de dezembro.Contudo, a empresa criou dificulda-des para reintegrá-los, como exigên-cia de novo exame médico. A reinte-gração, no chão da fábrica, ficou parajaneiro.

    Conquistamos a reintegraçãode Eder e Sebastião, mas temos quecontinuar lutando pela reintegraçãodos 3 dirigentes e contra a opressãodos trabalhadores pelo capitalismo.

    EDEREDEREDEREDEREDER SEBASTIÃOSEBASTIÃOSEBASTIÃOSEBASTIÃOSEBASTIÃOCABRALCABRALCABRALCABRALCABRAL

    PPPPPerererererseseseseseguição a dirigguição a dirigguição a dirigguição a dirigguição a dirigentesentesentesentesentes

    PM INVPM INVPM INVPM INVPM INVADE ADE ADE ADE ADE TENDTENDTENDTENDTENDA EA EA EA EA EAAAAAGRIDE GRIDE GRIDE GRIDE GRIDE TRABTRABTRABTRABTRABALHADORESALHADORESALHADORESALHADORESALHADORES

  • JORNAL DA FAMÍLIA QUÍMICA - 15

    Chefia desesperadaEnquanto o próprio jurídi-

    co da empresa estava acuado pornão ter nenhuma autorização ju-dicial para interferir na greve, agerentada ficou desesperadapara puxar o saco da empresa. Eraum tal de chefete acuando traba-lhador na padaria, ora por telefo-nemas. Teve um capacho da em-presa que tentou até passar umabaixo-assinado para acabar coma greve. Quanta servidão!

    A defesa da nossa tendaO policial invadiu a tenda

    armado para perseguir um jovemapoiador da mobilização. A defe-sa da tenda foi brava! Uma tra-balhadora do Sindicato foiagredida com um soco no rosto porum policial militar fora de contro-le que queria a qualquer custo des-montar o piquete de greve. Outropolicial apontou a arma para a ca-beça de uma professora que apoi-ava a greve. Mas a tenda continuouaté o último dia no mesmo lugar!

    Solidariedade de classeA mobilização dos trabalha-

    dores da Johnson despertou a so-lidariedade de toda a categoria.Os companheiros de outras fábri-cas e até de outras categoriasenviaram cumprimentos. Trabalha-dores de outras empresas do ramoquímico nos parabenizaram pornossa luta na Johnson.

    Coação na padariaDois PM´s com a arma na mão

    foram “sugerir” a duas trabalha-doras que tomavam café na pada-ria para furar a greve. As traba-lhadoras responderam que iriamaguardar a assembléia. Os polici-ais saíram desmoralizados.

    Davi contra GoliasUm trabalhador se disse até

    espantado em ver que a Johnsoné uma multinacional tão poderosaque manda no governo, na polícia,em todo mundo. Mas nos travamosuma batalha de igual para igual.

    CurCurCurCurCurtas da gtas da gtas da gtas da gtas da grrrrreeeeevvvvveeeee

    ACIMA, SINDICALISTAS EAPOIADORES SÃO AGREDIDOS

    PELA PM NA TENDA MONTADA NAPORTARIA DA EMPRESA; DUAS

    TRABALHADORAS FORAMAGREDIDAS

    TRABALHADORES SE REÚNEM PRÓXIMO À PADARIA PARAESCAPAR DO ATAQUE DA PM - 11/11/08

    PM CERCA CARRO DO SINDICATOE DETÉM O CABRAL

    FORTE ESQUEMA DE SEGURANÇA DAEMPRESA; MAIS DE 200 HOMENS

    TAG Time Auto GeridoO TAG é o processo de produçãoque obriga os funcionários a pro-duzirem mais rápido e coloca tra-balhador contra trabalhador in-centivando a figura do dedo-duro.A sigla virou engenhosas faixasque diziam TAG, TrabalhadoresAderem à Greve. Agora tem umnovo nome: Terrorismo Após aGreve.

    Desespero pra reprimirDizem que a Johnson ligou deses-perada para todas as policias.Tentou a Polícia Civil, mas estaestava em greve. Chamou a PolíciaRodoviária Federal, mas os agen-tes falaram conosco e disseram:”nossa tarefa é controlar o trân-sito na Dutra. Se vocês querembotar faixas no gramado ou blo-quear a entrada de caminhões éproblema de vocês com a empre-sa”. Bateram na porta da PM, mas,segundo uns policiais nos confes-saram, ”muitos colegas daCorporação são contrários a re-primir trabalhadores e acham er-rado, inclusive, ter reprimido aPolícia Civil em greve”. Claro, fi-nalmente, a Johnson pressionoupesado e apareceu a tropa de cho-que batendo geral, mas demora-ram 5dias para entrar em ação...

    FORTE ESQUEMA DE SEGURANÇA DAEMPRESA; MAIS DE 200 HOMENS

    TRABALHADORES SE REÚNEM PRÓXIMO À PADARIA PARAESCAPAR DO ATAQUE DA PM - 11/11/08

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    As conquistas da gAs conquistas da gAs conquistas da gAs conquistas da gAs conquistas da grrrrreeeeevvvvve:e:e:e:e:a força da mobilização!a força da mobilização!a força da mobilização!a força da mobilização!a força da mobilização!

    A greve de seis diastrouxe conquistas. Para co-meçar: uniu mais de quatromil trabalhadores em torno deseus direitos, mostrou para aempresa que nós não vamosaceitar o rebaixamento do pisosalarial e a perseguição aosdirigentes sindicais.

    A empresa ficou quaseuma semana com as máqui-nas paradas, o que não équalquer coisa. A Johnsonprefere perder milhões emprodução do que negociaraumento maior.

    Nós saímos desta bata-lha com o pagamento de to-dos os dias parados, nenhumdesconto na PLR, com ashoras extras no valor de 85%e 130%, os 9% de aumentoe sem nenhuma retaliaçãoaos trabalhadores. E nós ga-

    bra da Johnson para atacardireitos. Esta é agora nossapauta de luta!

    JORNAL DA FAMÍLIA QUÍMICA - 16

    rantimos isso porque a em-presa sabe que ela pode vir aparar de novo, caso venhacom mais repressão.

    A Johnson está mal nafoto. Ela tem a total consci-ência que as ações dela fo-ram denunciadas a todas asinstâncias do Trabalho no Bra-sil e no exterior, às comissõesde direitos humanos da as-sembléia legislativa de SãoPaulo e da Câmara Federal, avárias instituições de direitohumanos e à OAB. Até a ma-triz americana deve estar co-brando explicações.

    Passado esse período,nós continuamos com a ta-refa de lutar pela reintegra-ção dos três dirigentes sindi-cais, derrotar o terrível planode cargos e salários e com-bater toda e qualquer mano-

    REINTEGRAÇÃOOs sindicalistas Eder José e

    Sebastião Rubens de Moraes fo-ram reintegrados no dia 15 de de-zembro, mas a empresa não dei-xou que eles entrassem para tra-balhar. A Johnson tentou derrubara reintegração, mas não conseguiu.E por isso demitiu novamente os di-rigentes, duas horas depois da rein-tegração.

    O Sindicato conseguiu der-rubar de novo a perseguição daempresa e os dirigentes foram re-integrados outra vez no dia 16.