Upload
vannga
View
213
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
UMA VISÃO CRÍTICA ACERCA DAS POLÍTICAS PÚBLICAS PARA O
SEMIÁRIDO.
Inaldo Moreno de Sousa *
RESUMO
Este trabalho apresenta uma reflexão sobre as políticas públicas - Uma Visão Critica Acerca
das Políticas Públicas para o Semi – Árido, delineada pela visão da autora Silva e Silva
(2001), constituição do problema ou da agenda governamental, formulação de alternativas,
adoção da política, implementação ou execução dos programas. O processo que envolve as
políticas públicas, desde a sua formulação até a sua implementação, passa por distintas fases e
envolve vários sujeitos. As elaborações destas políticas implicam a definição de quem decide
o quê, quando, com que consequência e para quem. Assim, pretende-se com este trabalho, a
realização de um estudo teórico a respeito da sociedade, da natureza, do desenvolvimento
econômico, da pobreza, da exclusão social e do desenvolvimento sustentável.
Palavras-chave: Políticas públicas; Desenvolvimento econômico; Sustentabilidade.
* Graduado no curso de Licenciatura Plena em Geografia com Especialização em Educação Ambiental pelo
Centro de Ensino Superior do Vale do São Francisco (CESVASF), Mestre em Ciências da Educação pela Unisal
(Universidade San Lorenzo/Uniaméricas), Professor Efetivo do Centro de Ensino Superior do Vale do São
Francisco (CESVASF), Professor de Geografia, Artes e Ecumenismo na Escola Professora Odete Lustosa
(EPOL), Colégio Nossa Senhora do Patrocínio (CNSP) - ([email protected]).
1. INTRUDUÇÃO
A análise aqui empreendida fundamenta-se no paradigma que propõe a integração das
diferentes ramificações da produção do conhecimento em problemas sociais e ambientais, tendo como
tema central: Uma visão crítica acerca das políticas públicas para o Semiárido. Por se tratar
de um trabalho interdisciplinar, procurou-se utilizar metodologias e técnicas advindas de várias
ciências. Busca-se a composição de um discurso ponderado capaz de unificar os valores dados a todos
os elementos que compõem o espaço analisado.
Os discursos e as verdades têm o seu valor reconhecido como um referencial no tempo.
Valem para cada instante considerado. A posteriori, pode vir a ser entendido como um produto
intelectual ultrapassado em função dos novos rumos trilhados por uma dada sociedade. Além do que
não existe aqui a pretensão de descobrir a verdade e, menos ainda, a possibilidade de elucidar todos os
aspectos sócioeconômicos e ambientais da área estudada. Neste artigo, buscam-se caminhos que levem
a verdades diversas, contanto que os propósitos de conciliar o uso dos recursos naturais com justiça
social e equilíbrio econômico possam ser alcançados.
Para um melhor entendimento acerca dessa temática, fez-se um levantamento da visão de
alguns autores no sentido de torná-la mais compreensiva.
De acordo com Silva e Silva (2001, p. 37), políticas públicas são entendidas como uma
forma de regulação ou intervenção na sociedade. Articula diferentes sujeitos, que apresentam
interesses e expectativas diversas. Constitui um conjunto de ações ou omissões do Estado, decorrente
de decisões e não decisões, constituída por jogos de interesses, tendo como limites e condicionamentos
os processos econômicos, políticos e sociais. Isso significa que uma política pública se estrutura, se
organiza e se concretiza a partir de interesses sociais organizados em torno de recursos que também
são produzidos socialmente. Seu desenvolvimento se expressa por momentos articulados e, muitas
vezes, concomitantes e interdependentes, que comportam sequências de ações em forma de respostas,
mais ou menos institucionalizadas, a situações consideradas problemáticas, materializadas mediante
programas, projetos e serviços. Ainda, toda política pública é um mecanismo de mudança social,
orientada para promover o bem-estar de segmentos sociais, principalmente os mais destituídos,
devendo ser um mecanismo de distribuição de renda e de equidade social.
O processo que envolve as políticas públicas, desde a sua formulação até a sua
implementação, passa por distintas fases e envolve vários sujeitos, que se constituem em: grupos de
pressão, movimentos sociais e outras organizações – potenciais beneficiários dos programas; partidos
políticos ou políticos individualmente – que propõem e aprovam políticas; administradores e
burocratas – responsáveis pela administração dos programas; técnicos, planejadores e avaliadores –
responsáveis pela formulação de políticas e execução de programas. Assim, há uma diversidade de
sujeitos, que são orientados por racionalidades e interesses mediados pelo Estado.
Entende-se que o Estado, como ente público, tem obrigação maior com a sociedade
na aplicação dessas políticas públicas através de seus estados-membros, suas autarquias e
fundações ou, ainda, delegando as ONGs e organizações sobre sua supervisão. Assim, para
que ele possa agir, é necessário promover ações e atuar em diversos segmentos que compõem
a sociedade: segurança pública, infraestrutura, educação, saúde, agricultura, meio ambiente,
etc. Desenvolver ações e atuar diretamente em diferentes áreas, tais como saúde, educação,
meio ambiente.
Os principais objetivos das Políticas Públicas perpassam pelo atendimento das demandas,
especialmente dos setores sociais marginalizados. Buscam a ampliação e a efetivação da cidadania,
além da promoção do desenvolvimento, com a criação de alternativas de geração de emprego e renda,
visando a compensação de ajustes criados por políticas estratégicas (econômicas). Estas Políticas
Públicas também se destinam a equilibrar os conflitos entre os distintos atores que compõem a
sociedade que, apesar de hegemônicos, manifestam interesses contraditórios às quais as forças de
mercado são incapazes de resolver.
As políticas públicas configuram-se, então, num processo dinâmico, permeado por
negociações, pressões, mobilizações, alianças ou coalizões de interesses. Alguns elementos de
conteúdo e de processo na estruturação de tais políticas estão claros: sustentabilidade, democratização,
eficácia, transparência, participação e qualidade de vida.
Em conformidade com a Constituição Brasileira (BRASIL. Constituição Federal, 1988), as
Políticas Públicas originam-se concomitantemente com o Estado de direito, que tem por função maior
assegurar o pleno direito no que tange à liberdade, segurança, bem-estar, desenvolvimento, igualdade,
justiça e exercício dos direitos sociais e individuais, ou seja, é através das Políticas Públicas que os
bens e serviços sociais são distribuídos para atender à demanda da sociedade.
Todavia, essa definição é fonte de numerosas críticas que consideram as ações do Estado
paliativas e incapazes de solucionar os problemas básicos da população, que são mais estruturais do
que conjunturais. Geralmente, em países e regiões pobres, as políticas econômicas, bem como as
políticas sociais de saúde, habitação, educação e seguridade social, constituem ferramentas
fundamentais para a manutenção da paz social.
2. SOCIEDADE, NATUREZA E DESENVOLVIMENTO - FUNDAMENTOS
2.1. A sociedade moderna e a crise ambiental
Desde que desceu das árvores, como disse Heilbroner (1996), na sua obra “A História do
Pensamento Econômico”, o homem tem enfrentado a questão da sua sobrevivência como membro de
um grupo social e não como indivíduo. O fato de esta espécie ainda existir sobre a face da Terra,
mesmo que permeada por tantas diferenças, é uma comprovação que o sucesso desta empreitada foi
parcial. Não tem sido fácil para os agrupamentos humanos garantir, sem percalços, a sua
sobrevivência.
Nos primórdios da história humana e, ainda hoje, em diversos lugares do mundo, a natureza
tem proporcionado espetáculos de abundância, assim como crises de abastecimento. Como forma de
resolver estas vicissitudes, o homem desenvolveu, apesar de mostrar uma aparente tendência ao
egocentrismo, a cooperação e a vida em sociedade, como forma de assegurar seu bem-estar e o de sua
família. Além disto, e por ser destituído de atributos especiais que outros animais possuem, como
grande força física, visão e faro aguçados, passou a utilizar a inteligência na fabricação de ferramentas
que pudessem tornar mais fáceis e produtivas suas atividades diárias. Progressivamente, a vida em
sociedade vai se tornando mais e mais complexa e dependente da cooperação, a não ser que os ditos
interesses egocêntricos ponham em risco a estabilidade do grupo.
Heilbroner (1996) lembra, ainda que, ao longo dos séculos, as sociedades têm buscado
garantir sua sobrevivência sem passar pelos percalços resultantes dos “imprevisíveis desvios
humanos”, de três formas: a) pela tradição, quando cada indivíduo substitui o pai em dado ofício,
como no sistema de castas da Índia; b) pelo autoritarismo, para garantir que as tarefas necessárias à
sobrevivência do grupo sejam executadas, como no Egito antigo e na Ex-União Soviética ; c) através
de mecanismo de mercado, onde existe uma regra de ouro que garante que cada indivíduo pode fazer o
que for mais conveniente e rentável para si, sem infringir as leis da sociedade em que está inserido.
Comentando o sucesso do sistema de mercado, Heilbroner (1996) afirma que “era o fascínio
do lucro, não a força da tradição ou o chicote da autoridade” que determinava as obrigações de cada
pessoa. Apesar da simplicidade da ideia, a humanidade teve de esperar até o século XVIII para que um
grupo de pessoas, os economistas, pudesse tornar um pouco mais claro as regras que regem a produção
econômica. Lamentavelmente, as tentativas de explicar as crises e a má distribuição dos bens
produzidos ainda estão à espera de soluções.
São visíveis as contradições em que vive o homem moderno: miséria e opulência convivem,
não sem conflitos, num mesmo espaço, qualquer que seja sua dimensão. Também é consenso
considerar que, em toda a história humana, jamais houve tamanho progresso material. No entanto, a
miséria encontra-se disseminada por todo o planeta. A situação dos pobres é uma ameaça constante à
paz e à estabilidade de governos, mesmo daquelas nações que alcançaram maior grau de
desenvolvimento.
Nos países pobres, a luta pela sobrevivência tem sido árdua, inclusive naqueles considerados
subdesenvolvidos e industrializados, como o Brasil. A situação de penúria em que vive a maioria da
população mundial, além de inaceitável, é a comprovação de que algo urgente deve ser feito no
sentido de reduzir as desigualdades sociais hoje existentes. A ausência ou a baixa eficácia das políticas
públicas voltadas para o combate à pobreza e à fome tem acarretado uma significativa pressão sobre os
recursos naturais.
Deve-se considerar, também, que nos países ricos, ditos desenvolvidos, onde a sociedade
atingiu outro estágio de desenvolvimento denominado de pós-industrial, o intenso consumo de bens e
o desperdício de matérias-primas e energia, por exemplo, têm sido igualmente danosos para o meio
ambiente. O ritmo da produção, constantemente incrementado pelos avanços da tecnologia, a curta
vida útil dos bens, além dos modismos de estação, têm causado muitos transtornos. São problemas
comuns nesses países a emissão de poluentes atmosféricos, dificuldades para acondicionar ou
processar o lixo gerado pelas cidades, entre tantos outros.
Desta forma, é comum a afirmação, por parte de especialistas, de que a civilização atual,
resultante do modo de produção capitalista dominante, enfrenta um momento crítico na sua
convivência com o meio ambiente.
Aplicar os mesmos princípios de desenvolvimento econômico para todos os países do
mundo, indistintamente, é uma falácia. Produzir bens capazes de proporcionar a todos os habitantes do
planeta um padrão de vida semelhante ao desfrutado pelos ricos, é uma utopia. A inviabilidade desta
proposta reside na constatação de que a natureza não dispõe de recursos suficientes para todos, além
de que os dejetos resultantes deste padrão de consumo seriam capazes de sufocar o planeta.
Torna-se evidente, a partir destas considerações, que a humanidade deve buscar novos
rumos capazes de possibilitarem o surgimento de uma sociedade com maior eficiência econômica,
com equilíbrio e justiça social e em harmonia com o seu ambiente. Em outras palavras, cabe à
humanidade procurar o desenvolvimento econômico e a igualdade social sem destruir os recursos
ambientais. Por enquanto, esta forma de desenvolvimento tem sido denominada de “sustentável”,
“sustentada”, “durável”, entre outras.
2.2. Ideias sobre Desenvolvimento Econômico, Pobreza e Exclusão Social
Na Idade Média, ou recuando aos tempos bíblicos, dar esmolas aos pobres era uma das
formas de garantir a salvação da alma sem ter que se tornar um deles. Mesmo com o incentivo
espiritual, a ajuda é feita de maneira calculista, ou seja, a doação faria bem, tanto ao doador quanto ao
beneficiário.
Nos primeiros anos da Revolução Industrial, os necessitados eram vistos como vadios e
avessos ao trabalho a quem o Estado deveria assistir dar instrução e moldá-los à vida das fábricas. Na
Inglaterra, por exemplo, a Lei dos Pobres, de 1834, tinha como propósito determinar que as paróquias
devessem ajudar a alimentar os pobres. Houve resistência a esta ideia. A mais famosa, ironicamente,
foi obra de um religioso: o reverendo Thomas Malthus.
Para Malthus, esta ajuda representava um risco à estabilidade social, uma vez que, entre
outros fatores, tal benefício concorreria para o incremento demográfico e consequente escassez de
alimentos. O debate sobre como eliminar ou reduzir a pobreza teve aí o seu início, sob a ótica da
ciência econômica. Apoiar ou combater Malthus continua alimentando discussões mundo afora.
A era moderna é marcada pela ideia de que o progresso é sinônimo de segurança e de
otimização do tempo de vida do ser humano. Sob influência do pensamento darwinista, o termo
progresso torna-se sinônimo de evolução. Progredir é também uma forma de superar a submissão à
morte, que marcou a era medieval. Dar ajuda é propagar os avanços e conquistas da civilização
ocidental.
A modernidade trouxe ainda profundas transformações para o sistema produtivo e para a
reorganização do espaço mundial, inclusive sob a ótica política. O Estado-Nação consolida-se como
força maior, capaz de reordenar o mundo, agora sob o domínio do capitalismo (CIDADE, 2001). Com
a difusão da industrialização e com a ascensão da economia norte-americana à posição de primeira do
mundo, surge um novo modelo produtivo, baseado na tecnologia intensiva, na produção e no consumo
em massa. Trata-se do modelo fordista, implantado nos Estados Unidos no início do século XX. O
ritmo da vida e da cultura moderna passa a ser ditado pelo ritmo da máquina. O trabalho é
fragmentado em inúmeras e pequenas tarefas, altamente especializadas, o que levou o trabalhador a
perder a noção de conjunto. Em contrapartida, o aumento dos salários estimulou o consumo de
maneira formidável. O sucesso do fordismo transformou-se na nova filosofia do capitalismo industrial.
Grande parte dos seus fundamentos resiste até os dias de hoje.
2.3. O Desenvolvimento Sustentável
O projeto desenvolvimentista surgido no século passado concorreu para o surgimento de
necessidades novas e crescentes, mesmo antes de resolver todas as contradições que trazia consigo.
Embora seja o pobre o que mais sofre diante da impossibilidade de consumir, o rico parece nunca estar
satisfeito com o que possui. Reside aí o grande dilema posto pelo pensamento econômico dominante,
qual seja o de que o atual modelo econômico jamais conseguirá satisfazer todas as necessidades
anteriormente previstas ou definidas até pelo planejamento mais rigoroso.
Some-se a este o fato de que, em pequenas comunidades, a satisfação das necessidades de
um grande número de pessoas passa por uma rede de relacionamentos não monetarizados e por
diversas formas de solidariedade e reciprocidade que a teoria econômica não alcança. O mesmo
acontece com pequenas atividades desenvolvidas no interior das comunidades e que não têm espaço
dentro do novo mundo de alta tecnicidade e competitividade, como o artesanato, a criação de pequenos
(e poucos) animais, a coleta de frutas e a pesca para consumo do grupo familiar, entre outras.
Durante pelos menos três décadas subsequentes a Segunda Grande Guerra, a ideia de
desenvolvimento confundiu-se com a ideia de crescimento econômico. Mesmo no momento atual,
estes conceitos continuam sendo sinônimos para muitos. Com esta visão estritamente monetária e
quantitativa, muitos planejadores consideravam, e alguns continuam considerando, o aumento
persistente da renda como o caminho mais seguro para o desenvolvimento econômico e para a redução
ou eliminação das desigualdades econômicas, principalmente para as nações ditas subdesenvolvidas.
Para a zona rural, o desenvolvimento significaria, neste primeiro instante, a absorção de
inovações tecnológicas capazes de mudar o perfil produtivo, garantirem maior produção e maior
produtividade de forma contínua e, por conseguinte, proporcionar a melhoria das condições de renda
do homem do campo.
Leite (1999) discute esta visão considerando que o termo mais adequado e preciso para
designar este sentido dado ao desenvolvimento seria o de desenvolvimento agrícola. Já o termo
desenvolvimento agrário, surgido algum tempo depois, poderia ser atribuído a interpretações
estruturais do espaço rural. Tais estudos buscavam entender os mecanismos que regem as relações de
produção no espaço agrário, assim como desvelar os papéis dos atores sociais que configuravam um
determinado contexto. As análises teriam como foco o acesso a terra, o papel do Estado, a situação do
mercado de trabalho e a comercialização da produção, entre outros. A ação do Estado, tentando
modificar as condições sócio-produtivas de uma determinada região, deu origem, entre os anos de
1950 e 1970, ao que se convencionou chamar de desenvolvimento rural. Partindo de metas, estratégias
e metodologias pré-estabelecidas, o poder público busca “despertar” regiões consideradas atrasadas.
Através de políticas de incentivos à produção, cessão de terras, difusão de métodos de irrigação, por
exemplo, busca-se tornar regiões pobres iguais ou próximas àquelas consideradas modernas ou
desenvolvidas.
Após as crises econômicas da década de 1980 e as reformas do Estado ocorridas na última
década do século XX, tais termos passaram a ter conotações ligeiramente diferentes.
Surgem duas novas expressões para designar as ações estatais, ou não, sobre o espaço rural,
visando alterar as condições de vida e as formas de produzir do campo: desenvolvimento rural
sustentável e desenvolvimento local sustentável.
No primeiro caso, o conceito de desenvolvimento rural sustentável herda parte das
discussões sobre a questão ambiental. Aplicado ao setor rural, tem significado, entre outras acepções, a
necessidade de incorporar ao discurso desenvolvimentista a variável ambiental.
Para Buarque (2002), a segunda expressão pode ser entendida como “um processo endógeno
de mudança, que leva ao dinamismo econômico e à melhoria da qualidade de vida da população em
pequenas unidades territoriais”. A expressão deriva da atuação localizada de organizações não
governamentais em oposição ao processo de globalização, quando pretende descobrir potencialidades
locais capazes de impulsionar a economia de certa comunidade, ou em consonância com ele, ao propor
o fortalecimento de grupos de produção que pretendem disputar o mercado global.
3. A QUESTÃO NORDESTINA E AS POLÍTICAS PÚBLICAS DE DESENVOLVIMENTO
A região Nordeste do Brasil é formada por nove Estados (Maranhão, Piauí, Ceará, Rio
Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Bahia). Possui uma extensão territorial
superior a 1,5 milhão de km2 e uma população que ultrapassa os 47 milhões de habitantes. A
geografia da região é composta por um quadro físico e socioeconômico bem diversificado.
Do ponto de vista ambiental, cerca de 1,1 milhão de km2 do espaço nordestino está incluído
no Polígono das Secas, região marcada pela irregularidade têmporo-espacial das precipitações
pluviométricas e onde predomina o bioma da caatinga. Caracteriza ainda este espaço temperaturas
elevadas (média de 26° C), insolação anual estimada em cerca de 3.000 h, o que ocasionam
acentuados índices de evapotranspiração (em média, cerca de 2.000 mm/ano), podendo atingir, em
algumas regiões, cerca de 7,0 mm/dia. A geologia nordestina é dominada em 70% por rochas
cristalinas, o que dificulta o armazenamento e utilização da água subterrânea, além de originar solos
pouco profundos, pobres em matéria orgânica e uma rede hidrográfica constituída,
predominantemente, por rios temporários (SUASSUNA, 2002).
A Região Nordeste continua sendo um grande desafio nacional face à sua elevada dívida
social. Possuindo apenas um terço da população brasileira, o Nordeste responde por 55% dos
analfabetos do País, igual número de indigentes e 45% das famílias com rendimento per capta inferior
a meio salário mínimo. Neste espaço, a seca continua sendo um problema social agudo, fazendo com
que quase toda a população de trabalhadores rurais e pequenos produtores busquem os programas
assistenciais do Governo a cada estiagem (ARAÚJO, 1995).
Tais especificidades, dentre muitas outras, transformaram o Nordeste em alvo de ações
planejadas por parte do Poder Central, visando minimizar esses graves problemas.
Grande parte dessas ações tinha como foco o meio rural, que, pelas suas fragilidades de
caráter ambiental, econômico-social, científico-tecnológica e político-institucional, demandavam
ações e políticas públicas urgentes e específicas no combate à miséria e suas implicações.
3.1. Trajetórias das intervenções governamentais no Nordeste
As intervenções governamentais no Nordeste, postas em prática desde o Império até a
década de 1940, referem-se às ações casuísticas e mal planejadas de combate às secas. Acreditava-se,
então, que o problema seria resolvido pela simples acumulação de água no território afetado pela
precariedade das chuvas. Este período foi denominado pelos historiadores como fase da “solução
hídrica”.
Estas iniciativas ganham maior destaque a partir de 1909, quando o Presidente Nilo Peçanha
criou a Inspetoria de Obras Contra as Secas (IOCS), posteriormente, designada de Inspetoria Federal
de Obras Contra as Secas (IFOCS - 1919) e Departamento Nacional de Obras Contra as Secas
(DNOCS - 1945), destinada a construir obras que possibilitassem o armazenamento de água para
enfrentar a estiagem. Trata-se da montagem de uma infraestrutura considerada de fundamental
importância para impulsionar a economia, como a construção de estradas, açudes e poços. A partir da
década de 1960, deu-se maior impulso à agricultura irrigada, com o intuito de promover o
abastecimento dos centros urbanos que cresciam em ritmo acelerado.
Segundo Hall (1978), embora a adoção da irrigação como estratégia antisseca tenha sido
proposta desde 1890, o DNOCS só resolveu adotá-la realmente nos fins dos anos de 1960. Existiram
segundo este autor, pelo menos duas razões para isso: dominado por engenheiros, o órgão media seu
sucesso pela quantidade de água acumulada nas represas e adotar a irrigação em grandes áreas exigiria
a expropriação de terras de latifundiários, pessoas com as quais o órgão mantinha estreita relação .
Somente depois da criação da Superintendência para o Desenvolvimento do Nordeste (SUDENE), por
ocasião da grande seca de 1958, é que o DNOCS se viu pressionado a alterar sua política de priorizar a
construção de açudes. Além disto, o órgão tinha a prerrogativa de executor das políticas gestadas pela
SUDENE. Não faz parte da história desse órgão, portanto, pensar numa política de desenvolvimento
regional capaz de transformar a situação de pobreza do nordestino.
Sampaio et. al, (1979) consideram que a intervenção governamental no Nordeste, no período
anterior à criação da SUDENE, é fragmentada e desordenada: cada órgão ou instituição agia de forma
isolada, caracterizando uma ação paliativa do governo nas épocas de crise, ou seja, “a ação
governamental mais reagia a situações de crise, e o fazia tipicamente criando novos órgãos, do que se
antecipava a estas, buscando reforçar a economia regional”.
Oliveira (1981) traduz a ação do DNOCS como um dos mecanismos, utilizados pelas
classes dominantes do Nordeste, capazes de promover a acumulação primitiva do capital. Utilizando-
se dos recursos do Estado, com formas de financiamento generosas, para a implantação de obras de
açudagem nas suas propriedades, os latifundiários tomaram o Estado como refém. Esta engrenagem de
controle do Estado garantiu, por longos anos, o poder político dessas oligarquias. O caso do Ceará, que
manteve o controle do DNOCS e onde está situada a sede do Banco do Nordeste do Brasil (BNB),
instituição de crédito criada especificamente para atender à Região Nordeste, ilustra bem esta situação.
Deve-se levar em conta que, sozinho, o Estado cearense é, de longe, o possuidor do maior número de
açudes construídos no Nordeste. “Falar do DNOCS no Ceará era o mesmo que falar da oligarquia e
vice-versa”, conclui Oliveira.
Bursztyn (1984) assinala que a implantação de perímetros irrigados representa a adoção de
uma estratégia inédita de intervenção estatal no Nordeste. Antes, o paternalismo do Estado limitava-se
à socialização dos custos dos investimentos em infraestrutura dos coronéis; agora, as ações estariam
voltadas para promover a modernização capitalista na região, mediante o estímulo à produção em larga
escala para o mercado e a implantação de uma nova mentalidade empresarial entre os pequenos
produtores. A Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco (CODEVASF) comandaria
o patrocínio da grande produção capitalista no Vale do São Francisco, hoje importante pólo frutícola e
vitrine das políticas públicas para o semiárido. Ao DNOCS, até então voltado para a construção de
obras, competiria criar e gerenciar projetos de assentamento e produção agrícola de tamanho familiar,
transformando pequenos agricultores em produtores capitalistas. Neste caso, o paternalismo,
combinado com grandes doses de autoritarismo, deveria promover mudanças então “inexistentes ainda
na estrutura social e econômica arcaica do Nordeste”.
3.2. A política de recursos hídricos para o Nordeste
Represar rios, escavar poços e controlar estoques de água é uma das estratégias mais antigas
de dominação. Existem registros de poços escavados e protegidos por muralhas na Mesopotâmia há
cerca de 8 mil anos a.C. O controle de rios foi a base do poder na Mesopotâmia há 4 mil anos a.C.; no
Egito há 3,4 mil anos a.C. e na China há 3 mil anos a.C.
Nos dias atuais, o conflito mais grave pela água envolve israelenses e palestinos, cujos
estoques hídricos têm que ser usados após acordos com a Jordânia, Síria, Líbano, Egito e Arábia
Saudita. O controle de Israel sobre a Palestina inclui as áreas de recarga de aquíferos já intensamente
exploradas. De uma relação de dez países mais pobres de água estão incluídas sete nações árabes
(REBOUÇAS, 1999).
O vocábulo açude vem do árabe Assad ou As-sudd, que significa represar água, resquício da
influência moura sobre os colonizadores portugueses do Nordeste do Brasil.
Lagos e represas correspondem a importantes estoques regulares de recursos hídricos que
podem ser submetidos a operações de gerenciamento racional. Além disso, o represamento tem grande
importância como mecanismo regularizador do regime torrencial dos rios das regiões áridas e
semiáridas. Embora seja uma prática muito antiga, a sua disseminação só atingiu escala global nas
últimas décadas (MOLLE, 1994; CUNHA, 1996; REBOUÇAS, 1999).
O espaço brasileiro destaca-se no cenário mundial como possuidor de uma das mais densas
redes hidrográficas do globo e por conter 12% das reservas de água doce existente no planeta.
Contudo, o problema do abastecimento é dos mais graves, causado não só pela irregular distribuição
geográfica deste recurso, como também pelo elevado crescimento do consumo em áreas localizadas e
pela degradação da qualidade das águas em níveis insuportáveis (REBOUÇAS, 1999).
Como exemplos das situações aqui colocadas têm-se a Amazônia, com população reduzida e
grande disponibilidade hídrica e o Nordeste brasileiro, reconhecido por sua limitada disponibilidade de
água em função da sua irregularidade pluviométrica, dentre outros fatores. Já a Região Sudeste possui
a maior aglomeração populacional do Brasil, exigindo estoques cada vez maiores de água limpa, num
espaço onde o processo de industrialização e urbanização foi feito à custa da conspurcação dos corpos
líquidos, como o rio Tietê.
A construção de açudes como suposta solução para o problema das secas e dos seus
desdobramentos no Nordeste brasileiro vem sendo encetada desde o século XIX. Após a grande seca
de 1877, que durou três anos e causou grande comoção e mortandade de nordestinos, muitas foram as
propostas de leigos, políticos e especialistas na busca de soluções para o problema. Muitas destas
contribuições agregaram novos conhecimentos e visões racionais da chamada questão nordestina.
Outras, por serem no mínimo exóticas, fazem parte do folclore que mais confundem do que colaboram
para um equacionamento final do drama nordestino (CAMPOS & STUDART, 2003).
Surgem, dessa forma, operações paliativas para os danos causados pela seca no nordeste,
acarretando o surgimento de programas de emergência para minimizar os problemas sociais no
Nordeste, o que contribui, muitas vezes, para desvios e má aplicação dos recursos público, lesando o
Estado e contribuindo ainda mais para a crise nordestina em longos períodos de seca. A Indústria da
Seca torna-se, assim, o malefício, pois se utiliza de calamidade para conseguir mais recursos,
subsídios, incentivos fiscais, concessões de crédito e anistia de dívidas valendo-se da ideia que de o
nordestino está à beira da miséria e morrendo de fome. A Indústria da seca é responsável, muitas
vezes, por obras sem sentido, que nada ajuda ao homem sertanejo e, ainda, desperdiça o dinheiro
público.
Euclides da Cunha (1996), autor de “Os Sertões”, cita o Instituto Politécnico do Rio de
Janeiro como o nascedouro das mais diferentes propostas para combater a seca. Após a grande seca de
1877, o corpo técnico desta instituição sugeriu: …luxuosas cisternas de alvenarias; miríades de poços
artesianos, perfurando as chapadas; depósitos colossais, ou armazéns desmedidos para as reservas
acumuladas; açudes vastos, feitos cáspios artificiais; e por fim, como para caracterizar bem o desbarate
completo da engenharia, ante a enormidade do problema, estupendos alambiques para a destilação das
águas do Atlântico!
O que talvez o erudito engenheiro não soubesse é que todos estes „desbarates‟ devem
compor parte das soluções. Todas as medidas e soluções devem ser consideradas e, uma vez
comprovada a sua eficiência, devidamente adaptadas a um dado espaço. Deve-se considerar ainda a
viabilidade técnica, política, econômica e ambiental de cada proposta.
Como a região nordestina é composta de paisagens diversificadas, não se deve considerar
que apenas uma solução seja capaz de resolver todos os problemas, indistintamente.
Para Guerra (1981), entusiasta da açudagem, o açude representa “o grande esteio da
economia mista (sic) do sertão”, porque não se pode pensar na existência humana e em sociedades,
sem o precioso líquido. Diante do dilema nordestino de seca ou inundação, cabe ao homem atenuar os
efeitos de uma e de outra. Atribui à nossa pouca experiência em irrigação o retardamento do progresso
regional, somando-se a isto o fato de os açudes serem mal aproveitados.
4. CONCLUSÃO
Neste trabalho, buscou-se averiguar as Políticas Públicas e Programas direcionados ao
semiárido a partir da década de 1990, principalmente, quanto à dimensão econômica da
sustentabilidade. Para tanto, promoveu-se uma discussão acerca do desenvolvimento sustentável, bem
como das Políticas Públicas, além da principal estrutura organizacional e produtiva da região.
Dentre os problemas regionais, o que mais se destaca são: a falta de unidade quanto à
definição da região, o que dificulta a ação de Políticas e Programas e leva a um descompasso entre as
agências executoras na eleição da área a ser trabalhada; a intocada concentração da estrutura fundiária,
que representa outro empecilho para o desenvolvimento do semiárido já que muitas famílias que não
têm onde trabalhar acabam sendo subaproveitados e oferecem sua mão-de-obra a grandes
latifundiários, podendo também haver migração para os centros urbanos; a manutenção de velhas
práticas emergenciais e assistencialistas; a descontinuidade dos programas; a questão cultural que
envolve o subdesenvolvimento da região, levando a crer que o fenômeno das secas é o grande
responsável por tal conjuntura; o baixo nível educacional da população.
A partir da caracterização da região, verificou-se, em conformidade com os índices
levantados, que a principal base econômica do semiárido, ou seja, a atividade agropecuária, retroagiu
ao longo da década de 1990, o que permite concluir que houve pouca ou insatisfatória evolução da
economia dos municípios que a compõem.
As Políticas adotadas não contribuíram para que a população do semiárido se desvencilhasse
da secular dependência das ações oficiais, não sendo possível a geração de renda de forma autônoma e
sustentada, dado que a maioria das atividades tradicionalmente utilizadas como fonte de renda e
sustento, tais como: agricultura e pecuária, apresentaram-se em decadência, aliadas às constantes
modificações de estratégias, à falta de continuidade dos programas, à falta de preparo dos receptores e
à falta de acompanhamento técnico. Assim, ocorreu um infeliz agrupamento desses fatores, que
acabam convergindo para a ineficiência das Políticas Públicas destinadas a reverter o quadro de
subdesenvolvimento que atinge a região.
O semiárido carece de Políticas Públicas e Programas voltados exclusivamente ao
atendimento das necessidades de seu povo, o que implica a utilização de instrumentos adequados à sua
realidade e que considerem as suas especificidades. Os programas identificados são quase sempre de
cunho nacional ou regional (Nordeste), contemplando o semiárido no Estado de forma estratificada,
com o privilégio de um ou outro município isoladamente. Tal diagnóstico é evidente ao se analisar os
programas executados pelas agências como o SEBRAE, o BNB, a CODEVASF, a EMBRAPA, dentre
outras.
A gravidade das dificuldades da população do semiárido não permite mais que essa questão
seja esquecida com o passar da seca, embora tal prioridade venha sendo reafirmada inúmeras vezes no
discurso político e nas mesas decisórias. O que fica claro, nas Políticas e Programas levantados na
década de 1990, é que as linhas de desenvolvimento adotadas continuam a desconsiderar o principal
objeto e fim delas: a população.
Nesse sentido, faz-se urgente, renunciar ao discurso teórico das boas intenções, do engano
político, dos apegos a ideologias regionais. O caminho para a verdadeira transformação social e
econômica do semiárido repousa na retomada do desenvolvimento, confiscado por equívocos
administrativos e analíticos, na reorientação de padrões e objetivos que levem à universalização dos
direitos de cidadania.
No entanto, infelizmente, a problemática do semiárido provavelmente ainda perdurará por
muito tempo, bem como as soluções imediatistas com efeitos de curto prazo, que definitivamente não
colaboram para a transformação tão necessária e esperada da pobreza nessa região. O mito da “miséria
feliz”, culturalmente disseminado e arraigado nessa população, com profunda contextualização
religiosa, atribui à “vontade divina”, numa cultura meio calvinista e sem explicação, agregada a
autopiedade e complexo de vira-lata. Nota-se, ainda, que o “capitalismo selvagem” também se aplica à
essa situação, visto a exploração da mão de obra pelos mais forte; a cultura do coronelismo que ainda
existe em pequenas cidades, a falta de escrúpulos de políticos corruptos, a inércia do Estado. Todos
esses fatores causam o sofrimento descomunal causado pelas desumanas condições de vida a que a
população é submetida, gerando toda uma sorte de equívocos ideológicos, que, a bem da verdade,
infelizmente, acabam favorecendo a eternização dos exaustivamente identificados problemas que
acometem o semiárido, o que dificulta, em demasia, a adoção e o sucesso de medidas enérgicas e
pontuais para se tentar resolver e/ou contornar toda essa situação de agrura, de penúria e de
ostracismo. Requer, urgente, que o Estado desempenhe o seu real papel político, se não da forma
aristotélica, pelo menos de digne a executar o valor real da palavra política: a arte de bem servir ao
povo.
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AGUIAR, G. M. de. Agricultura no Nordeste – apreciação e sugestão de políticas. Petrópolis, Ed.
Vozes: 1985.
ALMEIDA JÚNIOR, J.M.G de. Um novo paradigma de desenvolvimento sustentável. Consultoria
Legislativa. Câmara do Deputados. Disponível em : <http://www.camara.gov.
br/internet/diretoria/conleg/estudos/002463.pdf. >. Acesso em: 20 ago. 2003.
ALMEIDA, J. A. Como controlar a seca. IN: ROSADO, Vingt-un, (org.) Sétimo livro das secas.
Mossoró, Fund. Guimarães Duque, 1983. vol. CCX (Col. Mossoroense). p. 167-172.
ANDRADE, F. A. de. O secular problema das secas no Nordeste brasileiro. In: ROSADO, Vingt-
un, (org.) Memorial da seca. Brasília, Centro Gráfico do Senado Federal/ESAM,1981.
ANDRADE, I. M. L. de. A política de águas no Nordeste: o conflito entre o público e o privado e
as tentativas de democratização de gestão. Disponível em:
<http://www.cienciapolitica.org.br/encontro/estpol3.4.doc>. Acesso em: 07 jan. 2004.
ARAÚJO, T.B. Nordeste, Nordestes: que Nordeste? In: AFFONSO, R. B. A. & SILVA, P. L. B.
Federalismo no Brasil – desigualdades regionais e desenvolvimento. São Paulo: Fundap/Edusp, 1995.
BANDEIRA, W.J. Os programas e projetos governamentais e seus efeitos sobre a estrutura
agrária no pós-70. Tese (Doutorado) – UNICAMP, Instituto de Economia. Campinas, 1993, 493 p.
BARONI, M. Ambiquidades e deficiências do conceito de desenvolvimento sustentável. Rev. de
Administração de Empresas, São Paulo, 32 (2): 14 – 24. abr./jun. 1992.
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil - 1988. Brasília: Senado Federal, 1988.
BRÜSEKE, F.J. O problema do desenvolvimento sustentável. In: CAVALCANTI, C. (org.) .
Desenvolvimento e natureza: estudos para uma sociedade sustentável. 3. ed. São Paulo: Cortez;
Recife, PE: Fundação J. Nabuco, 2001.
BUARQUE, S. C. Construindo o desenvolvimento local sustentável. Rio de Janeiro, Ed. Garamond:
2002.
BUARQUE, Sérgio C. Construindo o desenvolvimento local sustentável: metodologia de
planejamento. Rio de Janeiro: Garamond, 2002. 180 p. il.
CARVALHO, I. M. M. de. O Nordeste e o regime autoritário. São Pualo, Ed. Hucitec – SUDENE:
1987.
CAVALCANTI, A. P. B. Sustentabilidade Ambiental; perspectivas atuais de desenvolvimento.
Teresina:UFPI, 2003.
CIDADE, L. C. F. Visões de mundo, visões da natureza e a formação de paradigmas geográficos.
Terra Livre. São Paulo, n. 17, p. 99-118. 2º semestre/2001.
CODEVASF. Projeto semiárido. Disponível em <http:// www.codevasf.org.br> capturado em 06
mai. 2004.
CUNHA, E. Os sertões. 18. ed. Rio de Janeiro: Ediouro, 1996.
EMBRAPA. Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Departamento de Estudos e Pesquisas.
Diagnóstico e prioridades de pesquisa em agricultura irrigada. Região Nordeste. Brasília, 1999.
EMBRAPA. Linhas de ação para o semiárido. Disponível em <http://www.embrapa.gov.br>
capturado em 19 fev. 2003.
FEIO, M. Perspectivas da açudagem no Nordeste seco. In: ROSADO, Vingt-un, (org.): Terceiro
livro das secas. Mossoró, Fund. Guimarães Duque, 1982. vol. CLXXXIV (Col. Mossoroense).
Também publicado na Rev. Bras. de Geografia. IBGE. abr-jun, 1954, nº 2.
GASQUES. J. G. A questão fundiária no Nordeste frente a uma proposta de desenvolvimento
sustentável. In: Projeto Áridas: uma estratégia de desenvolvimento para o Nordeste, GT IV, v . 6,
dezembro, 1994.
GUERRA, O. A Batalha das Secas. In: ROSADO, Vingt-un, (org.) Memorial da seca. Brasília:
Centro Gráfico do Senado Federal/ESAM, 1981. Coleção Mossoroense, 163p.
GUERRA, P de B. A civilização da seca – O nordeste é uma história mal contada. Fortaleza:
DNOCS, 1981.
HEILBRONER, R. A história do pensamento econômico. 6. ed. São Paulo: Nova Cultural, 1996.
IANNI, Octávio. Estado e planejamento econômico no Brasil. 4. ed. São Paulo: Civilização
Brasileira, 1986.
JACOMINE, P. K. Tito at al. (coord.). Levantamento exploratório-reconhecimento de solos do
Estado do Piauí. vol.1. Rio de Janeiro. EMBRAPA-SNLCS/SUDENE-DRN. 1986.
KOWARICK,L. Sobre a Vulnerabilidade Socioeconômica e civil: Estados Unidos, França e
Brasil. Rev. Bras. de Ciências Sociais - vol. 18 Nº. 51. fev.2003. p.61-190.
LANNA, A.E.L. Gerenciamento de Bacia hidrográfica: Aspectos conceituais e metodológicos.
Brasília: IBAMA, 1995.
LEFF, E. Saber ambiental: sustentabilidade, racionalidade, complexidade, poder.Petrópolis, Rio
de Janeiro, Ed. Vozes: 2001.
LEMOS, J. de J. S. Níveis de Degradação no Nordeste Brasileiro. In: Revista Econômica do
Nordeste, Fortaleza, v. 32, n.3, p.406-429, jul-set. 2001.
LEPRUN, J. C. La conservation et la gestion des sols dans le Nordeste brésilien. Particularités,
bilan et perspectives. Cah. ORSTOM, sér. Pédol., vol. XXI, nº 4, 1984-1985: 257-284. Disponível
em: <http://www.bondy.ird.fr/tdp/pedologie/index_auteurs /auteur_L. htm. Acesso em: 12 mar. 2003.
LIMA, W. de P. Manejo de bacias hidrográficas. São Paulo: ESALQ, s.d. 242 p. Disponível em:
<http://lcf.esalq.usp.br/lhf/>. Acesso em: 12 mar. 2003.
LIMA-E-SILVA, P.P.et al. Dicionário Brasileiro de Ciências Ambientais. Rio de Janeiro: Thex,
1999
LLORENS, F. A. Desenvolvimento econômico local: caminhos e desafios para a construção de
uma nova agenda política. BNDES. Rio de Janeiro, 2001.
MARTINS, G. de A . Manual para elaboração de monografias e dissertações. 2ª ed. São Paulo,
Atlas: 1994.
MINTER. DNOCS. DNOCS – pensamento e diretrizes. Fortaleza: DNOCS, 1984.
MIRANDA, E. E. de; COUTINHO, A. C. (coord.). O Brasil visto do espaço. Campinas: Embrapa
Monitoramento por Satélite, 2002. Disponível em: <http://www.cdbrasil.cnpm.embrapa.br>. Acesso
em: 13 jul. 2002.
MOLLE & CADIER. Manual do pequeno açude: construir, conservar e aproveitar pequenos
açudes no Nordeste brasileiro. Recife: SUDENE-DPG-PRN-DPP-APR, 1992.
MOLLE, F. Politique de l’eau, irrigation et societé: le cas du Nordeste brésilien. Le Cahiers de la
Recherche Développement. N° 37, 1994. p. 19-32.
NOBRE, M & AMAZONAS, M. de C (org.). Desenvolvimento sustentável: a institucionalização
de um conceito. Brasília: IBAMA, 2002.
NUNES, M. Exclusão social e Geografia. Revista Geocrítica. Disponível em:
http://www.ub.es/geocrit/7-colnunes.htm. Acesso em: 28 jul. 2005.
OLIVEIRA, F. de. Elegia para uma re(li)gião. 3. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1981.
PALHETA, J.G. de V. As políticas de irrigação no Nordeste: uma análise crítica. Rev. do Depto.
de Geografia – FFLCH – USP. Nº 5, 1991. p. 39-46.
PIRES, J. S. R. & SANTOS, J. E. dos. Bacias hidrográficas – integração entre meio ambiente e
desenvolvimento. Ciência Hoje, vol. 19, nº 110 (p. 41-45), 1995.
PNUD. Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil, 2000. Disponível em
<http://www.pnud.org.br> capturado em 24 mar. 2003.
PNUD. Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil. Software 1.0.0. ESM Consultoria, 2003.
PNUD. Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, IPEA-Instituto de Pesquisa Econômica
Aplicada, FJP-Fundação João Pinheiro, IBGE-Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.
Desenvolvimento humano e condições de vida: indicadores brasileiros. Brasília, 1998.
SANTOS, M. Por uma outra globalização – do pensamento único à consciência universal. São
Paulo: Record, 2000.