UMCCI-RNCCI Manual Do Prestador

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    Manual do Prestador - Recomendaes para a Melhoria Contnua

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    Unidade de Misso para os Cuidados Continuados Integrados

    RREEDDEE NNAACCIIOONNAALL DDEE CCUUIIDDAADDOOSSCCOONNTTIINNUUAADDOOSS IINNTTEEGGRRAADDOOSS

    MMaannuuaall ddoo PPrreessttaaddoorrRReeccoommeennddaaeessppaarraaaaMMeellhhoorriiaaCCoonnttnnuuaa

    Agosto de 2011

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    Unidade de Misso para os Cuidados Continuados Integrados

    FICHA TCNICA

    Proprietrio, editor e autor

    Unidade de Misso para os Cuidados Continuados Integrados (UMCCI)Rua Gomes Freire, n. 5, 2. Dto1169-086 LisboaTel: +351213588060/61Fax: [email protected]://www.umcci.min-saude.pt

    Coordenao Geral

    UMCCIAna GiroIns Guerreiro

    Coordenao Executiva

    Insignis, Lda.Sandra Feliciano

    Equipa Tcnica

    UMCCIAlberto MatiasAna GiroCristina OliveiraHelena GomesIns GuerreiroIrene GustavoJoaquim Abreu NogueiraMaria Joo GiroMaria MaraMiguel FaustoVtor Marques

    Instituto de Segurana Social, I.P.Ana GomesSofia Borges PereiraSofia Cunha

    Insignis, Lda.,Graa SallesSandra FelicianoSofia Campos

    Data de Publicao

    1. Edio: Agosto de 2011

    Este Manual foi redigido em conformidade com as disposies do novo acordo ortogrfico

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    NDICE

    NOTA DE ABERTURA 5

    I INTRODUO E ADESO RNCCI 7

    II ORIENTAES PARA MELHORIA CONTNUA 21

    A QUESTES ADMINISTRATIVAS 21

    B ORIENTAES GERAIS DE ABORDAGEM MULTIDISCIPLINAR E

    HUMANIZAO EM CUIDADOS CONTINUADOS INTEGRADOS

    26

    C INTERVENES ORIENTADAS AS BOAS PRTICAS 41

    D IMPORTNCIA DA AVALIAO NUTRICIONAL EM CUIDADOS

    CONTINUADOS

    65

    E PROBLEMAS RELACIONADOS COM MEDICAMENTOS NO IDOSO 72

    F ORIENTAES PARA ARMAZENAMENTO DE MEDICAMENTOS,

    PRODUTOS FARMACUTICOS E DISPOSITIVOS MDICOS

    82

    G LCERAS DE PRESSO 89

    III DOCUMENTOS EXTERNOS 97

    A LEGISLAO 97

    B OUTROS DOCUMENTOS 102

    IV INDICADORES DE AVALIAO 105

    V INSTRUMENTOS DE RECOLHA DE DADOS 137

    VI GLOSSRIO 147BIBLIOGRAFIA 151

    HISTRICO DE REVISES 153

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    NOTA DE ABERTURA

    verba volant, scripta manent *

    com as diversificadas experincias dos nossos primeiros quatro anos (concludos emNovembro de 2010) que nos permitimos concluir, e agora lanar, este MANUAL DOPRESTADOR Recomendaes para a Melhoria Contnua da Rede Nacional de CuidadosContinuados Integrados (RNCCI).

    Manual, livro feito para estar mo, ou entre elas, as mos, com a finalidade de sermanuseado e estudado assim a etimologia da palavra em diferentes lnguas o atesta:handbook; manuel; manuale;

    Comea por ser, necessariamente, coerente com os enquadramentos legais e os normativos,directivas, cpia dos procedimentos cientficos e/ou tcnicos que sustentam as prticas, emtodas as suas competncias e nveis, do dia-a-dia daqueles que trabalham para e na RNCCI eque a Unidade de Misso para os Cuidados Continuados Integrados (UMCCI) foi construindo ecompilando ao longo deste tempo.

    simultaneamente o modelo definidor, de direitos e deveres, para aqueles que auferem daexistncia da Rede, os utentes, em qualquer dos seus enquadramentos: cuidados domicilirios,convalescena, reabilitao, manuteno e tambm paliativos.

    Apesar de j estar aferido com as prticas implementadas, desde j tambm se afirma que opresente Manual dever ser alvo de actualizaes, sempre que tal a experincia, osconhecimentos adquiridos e os enquadramentos legais, as venham a exigir.

    Uma palavra de estmulo aos que agora, por no terem participado na sua feitura, o vo terpela primeira vez nas suas mos: Este Manual orientador para os vossos diversos afazeresenquanto prestadores e/ou parceiros da RNCCI, mas tambm uma obra em constanteconstruo, que conta com as vossas sugestes, fruto do vosso trabalho no terreno - com epara os utentes - para evoluir, constituindo-se numa ferramenta de apoio gesto cada vezmais til, contextualizada e sempre actualizada.

    Com a ajuda de todos aqueles que com anima se tm dedicado a este projecto, a nossagratido e a disponibilidade para, em conjunto, implementarmos e melhorarmos continuamenteesta nossa RNCCI - que em boa hora foi um projecto poltico abrangente por integrar,simultaneamente, as vertentes da sade e de apoio social e uma mudana de prioridadesdirigida s necessidades dos utentes e famlias, como centro da nossa preocupao esteManual pretende constituir-se como uma referncia segura, mesmo nas diferenas entre aszonas geogrficas do pas e para a diversidade da populao que a rede deve servir.

    omnia mecum porto **

    Ins Guerreiro

    Lisboa, Agosto de 2011

    * as palavras voam, os escritos permanecem

    ** quanto tenho, comigo trago

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    I. INTRODUO E ADESO RNCCI

    1. Enquadramento da Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados (RNCCI ouRede)

    As alteraes demogrficas, com cada vez maior peso da populao idosa, assim como a

    alterao do tecido social provocada pela ausncia do domiclio da mulher, cuidadora tradicional,

    levaram necessidade de encontrar respostas para apoio de pessoas em situao de

    dependncia. Reabilitar e reinserir, a par de polticas de envelhecimento ativo, so os desafios no

    momento, a nvel global. Houve, assim, a necessidade de definir uma estratgia para o

    desenvolvimento progressivo de um conjunto de servios adequados, nos mbitos da Sade e

    da Segurana Social, que respondessem crescente necessidade de cuidados destes gruposda populao, articulando com os servios de sade e sociais j existentes. A parceria

    estabelecida entre os Ministrios do Trabalho e Solidariedade Social e da Sade possibilitou as

    dinmicas de criao e fomento de respostas multisetoriais, com o objetivo de promover a

    continuidade da prestao de cuidados de Sade e Apoio Social a todo o cidado que apresente

    dependncia, com compromisso do seu estado de sade, ou em situao de doena terminal,

    sustentado por diversos stakeholders, como entidades pblicas (hospitais, centros de sade,

    centros distritais do Instituto da Segurana Social, I.P.) sociais e privadas (da Rede Solidria

    e da rede lucrativa), tendo o Estado por principal incentivador.

    A Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados, criada pelo Decreto-Lei n. 101/2006,

    de 6 de junho, constitui-se como o modelo organizativo e funcional para o desenvolvimento da

    estratgia enunciada. Representa um processo reformador desenvolvido por dois setores com

    responsabilidades de interveno no melhor interesse do cidado: o Servio Nacional de Sade

    (SNS) e o Sistema de Segurana Social.

    Esta Rede pretende implementar um modelo de prestao de cuidados adaptado s necessidades

    do cidado e centrados no utente, onde este possa aceder aos cuidados necessrios, no tempo e

    locais certos e pelo prestador mais adequado. Atravs do desenvolvimento dos seus paradigmas, aRNCCI estimula a reviso do papel do hospital e refora o papel dos cuidados primrios de sade

    como charneira do SNS, apoiando assim a sua modernizao e adequao s necessidades de

    sade emergentes no pas. A RNCCI dirige-se, assim, a pessoas em situao de dependncia,

    independentemente da idade, que precisem de cuidados continuados de sade e de apoio

    social, de natureza preventiva, reabilitativa ou paliativa, prestados atravs de unidades de

    internamento e de ambulatrio e de equipas hospitalares e domicilirias.

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    2. Misso e Objetivos da Rede

    A RNCCI tem por Misso prestar os cuidados adequados, de sade e apoio social, a todas

    as pessoas que, independentemente da idade, se encontrem em situao de

    dependncia, a qual se concretiza atravs dos seguintes objetivos:

    A melhoria das condies de vida e bem-estar das pessoas em situao de

    dependncia, atravs da prestao de cuidados continuados de sade e de apoio

    social.

    A manuteno das pessoas com perda de funcionalidade ou em risco de perder, no

    domiclio, sempre que possam ser garantidos os cuidados teraputicos e o apoio social

    necessrios proviso e manuteno de conforto e qualidade de vida.

    O apoio, o acompanhamento e o internamento tecnicamente adequados respetiva

    situao.

    A melhoria continua da qualidade na prestao de cuidados continuados de sade e de

    apoio social.

    O apoio aos familiares ou prestadores informais, na respetiva qualificao e na

    prestao dos cuidados.

    A articulao e coordenao em rede dos cuidados em diferentes servios, setores e

    nveis de diferenciao.

    A preveno de lacunas em servios e equipamentos, pela progressiva cobertura

    nacional, das necessidades das pessoas em situao de dependncia em matria de

    cuidados continuados integrados.

    A Misso da RNCCI vem assim dar resposta ao conjunto de pressupostos internacionais

    definidos para o desenvolvimento dos cuidados continuados integrados, e que so:

    Necessidade de diminuir internamentos desnecessrios e o recurso s urgncias por

    falta de acompanhamento continuado;

    Reduo do reinternamento hospitalar ou internamento de convalescena dos idosos;

    Reduo do nmero de altas hospitalares tardias (i.e. acima da mdia de internamento

    definida); Aumento da capacidade da interveno dos servios de sade e apoio social ao nvel

    da reabilitao integral e promoo da autonomia;

    Disponibilizao de melhores servios para o apoio continuado s pessoas em

    situao de fragilidade ou com doena crnica;

    Disponibilizao de melhores servios de apoio recuperao da funcionalidade e

    continuidade de cuidados ps-internamento hospitalar;

    Flexibilizao da organizao e do planeamento dos recursos numa base de sistema

    local de sade, atravs da identificao, pormenorizada, das necessidades de

    cuidados da populao, a nvel regional;

    Maior eficincia das respostas de cuidados agudos hospitalares.

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    3. Organizao da Rede

    A prestao de cuidados de

    tipos de resposta, tal como si

    Caraterizando as vrias tipol

    Constituem Unidades de Int

    Durao e Reabilitao, Uni

    Paliativos.

    A Unidade de Conv

    devendo para esta ti

    recuperao de um

    elevado potencial de

    As Unidades de M

    transitrias, promov

    decorrente de recup

    crnico, cuja previsibi

    As Unidades de L

    cuidados que previn

    otimizando o status

    superior a 90 dias

    Manual do Prestador - Recomendaes pa

    os Continuados Integrados

    sade e de apoio social assegurada pela R

    ntetizado no digrama seguinte:

    gias de cuidados continuados:

    ernamento, as Unidades de Convalescena; U

    ades de Longa Durao e Manuteno e Unid

    alescena tem por finalidade a estabilizao c

    pologia ser referenciadas pessoas que se enco

    processo agudo ou recorrncia de um proce

    reabilitao com previsibilidade at 30 dias cons

    dia Durao e Reabilitao visam responde

    ndo a reabilitao e a independncia, em

    rao de um processo agudo ou descompens

    ilidade de dias de internamento se situe entre 30

    nga Durao e Manuteno tm por finalid

    am e/ou retardem o agravamento da situao

    do estado de sade, num perodo de intern

    . Visam responder a doentes com process

    a a Melhoria Contnua

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    CCI atravs de 4

    nidades de Mdia

    des de Cuidados

    lnica e funcional,

    ntram em fase de

    sso crnico, com

    ecutivos.

    r a necessidades

    situao clnica

    o de processo

    dias e 90 dias.

    ade proporcionar

    de dependncia,

    mento em regra

    os crnicos que

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    Unidade de Misso para os Cuidados Continuados Integrados

    apresentem diferentes nveis de dependncia e graus de complexidade e que no

    possam, ou no devam, ser cuidados no domiclio.

    As Unidades de Cuidados Paliativos, tal como so definidas no mbito da RNCCI,

    destinam-se a doentes com doenas complexas em estado avanado, com evidncia

    de falha da teraputica dirigida doena de base ou em fase terminal e que requerem

    cuidados para orientao ou prestao de um plano teraputico paliativo.

    Constituem Equipas Domicilirias, as Equipas Comunitrias de Cuidados Continuados

    Integrados e as Equipas Comunitrias de Suporte em Cuidados Paliativos.

    As Equipas de Cuidados Continuados Integrados, da responsabilidade das

    Unidades de Cuidados na Comunidade dos Agrupamentos de Centros de Sade

    (ACES), cfr. n. 4 do art. 11 do DL n 28/2008 de 22 de fevereiro, direcionam a suainterveno multidisciplinar a pessoas em situao de dependncia funcional, doena

    terminal, ou em processo de convalescena, com rede de suporte social, cuja situao

    no requer internamento. O seu desenvolvimento, para alm dos Cuidados de Sade

    Primrios, contempla tambm a interveno da Rede Social, no apoio social

    domicilirio.

    Esta equipa da RNCCI, deve desejavelmente, incluir um ncleo especializado de

    profissionais de sade, com formao especfica em cuidados paliativos, de forma a

    assegurar o apoio e aconselhamento diferenciado em cuidados paliativos, no s emcontexto domicilirio, mas tambm s unidades de internamento de Reabilitao e de

    Manuteno, assumindo-se assim, para alm das atribuies descritas, como uma

    Equipa Comunitria de Suporte em Cuidados Paliativos.

    Constituem Equipas Hospitalares, as Equipas Intra-Hospitalares de Suporte em Cuidados

    Paliativos e as Equipas de Gesto de Altas.

    As Equipas Intra-Hospitalares de Suporte em Cuidados Paliativos, que como o

    nome indica esto sedeadas nos hospitais de agudos, tm por finalidade prestar

    assessoria tcnica diferenciada nesta rea, transversalmente nos diferentes servios

    do hospital. Constituem-se como recurso hospitalar uma vez que integram elementos

    dos diferentes grupos profissionais, com formao em cuidados paliativos.

    As Equipas de Gesto de Altas, so equipas hospitalares multidisciplinares, cuja

    atividade consiste na preparao e gesto de altas hospitalares com outros servios

    para os utentes que requerem suporte de continuidade dos seus problemas de sade e

    sociais, quer em regime de internamento, quer em regime de ambulatrio.

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    Unidade de Misso para os Cuidad

    Constituem Unidades de Am

    As Unidadesde Dia

    autonomia de pesso

    familiares lhes permit

    manuteno so facu

    O modelo de gesto da Red

    servios. Compete Unidad

    enquanto estrutura organiz

    condutoras e agregadoras

    tambm, zelar pelo acess

    respondam s necessidadevida. Esta prestao ope

    Regional (ECR) e Equipas

    descentralizada visa uma a

    RNCCI, garantindo a fl

    acompanhamento e monitori

    de gesto dos utentes.

    A sua constituio intersect

    coordenao, incluindo-se, nsegurana social. Os princip

    diagrama seguinte:

    estrutura de misso (UM

    coordenao da RNCCI e

    proximidade, atravs da indis

    instituies de natureza priv

    de Segurana Social.

    Manual do Prestador - Recomendaes pa

    os Continuados Integrados

    bulatrio:

    e de Promoo de Autonomia, que se destin

    s em situao de dependncia, cujas condie

    em a permanncia no domiclio. Os cuidados d

    ltados em regime de dia.

    e assenta numa lgica de descentralizao e c

    e de Misso para os Cuidados Continuados Int

    dora e reguladora, tendo por compromissos

    e ao no s, garantir a sustentabilidad

    e benefcio de cuidados continuados inte

    de cada utente e promovam a sua autonomiacionalizada a nvel regional e local (Equipas

    de Coordenao Local (ECL), respetivament

    rticulao efetiva e eficiente dos diferentes nv

    xibilidade e a sequencialidade na sua

    ao, para alm de assegurar o bom funciona

    rial, assume-se como caracterstica comum n

    a composio destas equipas, elementos da rais intervenientes na coordenao da RNCCI

    CCI), compete a conduo e lanamento do

    contribuir para a implementao de servios

    pensvel articulao entre centros de sade, ho

    da e social, em articulao com as Redes naci

    a a Melhoria Contnua

    11

    am a promover a

    clnicas e scio-

    reabilitao e/ou

    ntratualizao de

    egrados (UMCCI),

    ticos e linhas

    da RNCCI mas

    rados (CCI) que

    a e qualidade dede Coordenao

    e. Esta estrutura

    eis e agentes da

    implementao,

    ento do processo

    os trs nveis de

    a da sade e dapresentam-se no

    projeto global de

    comunitrios de

    spitais, servios e

    onais de Sade e

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    Unidade de Misso para os Cuidados Continuados Integrados

    Para alm da co-responsabilidade dos dois setores (Sade e Segurana Social), destaca-se,

    ainda, a aposta na descentralizao regional das responsabilidades de planeamento, direo e

    gesto dos recursos da RNCCI.

    A nvel regional, a coordenao desenvolvida pelas ECR. Estas so constitudas por

    representantes da Sade e dos Centros Distritais da Segurana Social (CDist do ISS, I.P.).

    As principais responsabilidades das ECR encontram-se sintetizadas no diagrama seguinte:

    ECR

    Divulgao

    de

    informao populao

    sobre

    a RNCCI

    Anlise depropostas

    paraintegrar

    a Rede

    Acompanhamento

    e controlo daexecuo

    financeira

    Garantia daqualidade

    doscuidadosprestados

    Monitorizao

    e controlo daatividade

    prestada

    Garantia daequidade

    e adequaono acesso

    Rede

    Formao

    dosprofissionais

    Plano Regional

    de Implementao

    e previsooramental

    Garantia

    daarticulao

    entre

    entidades eparceiros

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    Unidade de Misso para os Cuidados Continuados Integrados

    A nvel local, a coordenao desenvolvida pelas ECL. Estas so compostas por, pelo menos,

    dois elementos dos CSP (mdico e enfermeiro) e um elemento do setor social, nomeadamente

    do Centro Distrital do ISS, I.P. respetivo.

    As principais responsabilidades das ECL encontram-se sintetizadas no diagrama seguinte:

    Quanto ao modelo de financiamento: o diploma que instituiu a UMCCI determina que compete

    ao Instituto de Gesto Informtica e Financeira da Sade (atual ACSS, IP) assumir todos os

    encargos oramentais decorrentes das instalaes e do funcionamento da UMCCI, bem como

    cativar verbas para o financiamento da RNCCI, atravs das receitas oriundas dos jogos sociais,

    afetas aos projetos dos cuidados de sade e s pessoas idosas e cidados em situao de

    dependncia.

    A Rede dispe de um modelo de financiamento especfico, o qual define o financiamento das

    unidades e equipas, em funo das condies de funcionamento das respostas, obedecendo

    ao princpio da diversificao das fontes de financiamento e da adequao seletiva, variando,

    ainda, em funo do tipo e da complexidade dos cuidados prestados, podendo incluir

    comparticipaes do Ministrio do Trabalho e da Solidariedade Social (MTSS), do Ministrio da

    Sade (MS) e dos utentes.

    ECL

    Assegurar aarticulao

    das unidades eequipas

    ao nvel local Apoiar eacompanhar

    ocumprimento

    dos contratos

    Assumir osfluxos

    de referncia

    dos utentes naRede

    Atualizar osistema

    de informaoda Rede

    Assegurar apreparao

    de altas

    Apoiar eacompanhar

    a utilizao

    dos recursos daRede

    Promoverparcerias

    para aprestao

    de CCI

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    Unidade de Misso para os Cuidados Continuados Integrados

    Efetivamente, quando estamos perante respostas que integram a componente de apoio social,

    h repartio dos encargos entre o MTSS e o MS, havendo lugar a uma comparticipao da

    segurana social nos encargos decorrentes da prestao de cuidados de apoio social nas

    unidades de mdia e longa durao da RNCCI.

    A implementao da RNCCI visa estabelecer parcerias com outros Programas Nacionais e

    setores da Administrao Pblica. Na articulao com o setor autrquico pretende-se o

    desenvolvimento de estratgias a nvel local, de forma a fortalecer a prestao de servios, ao

    nvel dos cuidados continuados integrados. Na parceria com o setor social e privado lucrativo,

    importa incluir e diversificar parceiros de modo a potenciar a RNCCI, bem como aproveitar e

    otimizar os recursos existentes.

    Tudo isto pressupe um nvel de articulao cujo objetivo o aproveitamento e otimizao dos

    meios, atravs da incluso e diversificao de parceiros capazes de contribuir para o

    desenvolvimento, expanso e atividade da Rede.

    Assim, as entidades promotoras e gestoras das unidades e equipas da Rede podem revestir a

    natureza de entidades pblicas dotadas de autonomia administrativa e financeira, com ou sem

    autonomia patrimonial, Centros de Sade, instituies particulares de solidariedade social e

    equiparadas, ou que prossigam fins idnticos, entidades privadas com fins lucrativos.

    4. Regras de Adeso Rede

    a) Para formalizar o pedido de adeso RNCCI, a entidade promotora e gestora dever

    fazer chegar Administrao Regional e Sade, I.P. (ARS) competente (em funo da

    correspondente rea de influncia), o respetivo formulrio de candidatura preenchido e

    assinado por quem tenha poderes para o ato nos termos legais. Este poder ser

    entregue em mo prpria, enviado por CTT registado ou enviado por correio eletrnico.

    O modelo do formulrio de candidatura encontra-se disponvel* para download, no stio

    da Internet da Administrao Regional de Sade, I.P. (ARS), do Instituto de Segurana

    Social, I.P. (ISS) e da Coordenao Nacional da RNCCI).

    * o modelo de formulrio ser disponibilizado aquando da aprovao e publicao de diploma legal que

    regulamenta esta matria.

    b) Os critrios de anlise da proposta de adeso so:

    i. Cobertura territorial (de acordo com os rcios definidos pela Coordenao

    Nacional da RNCCI para cada tipologia de RNCCI);

    ii. Adequao da interveno.

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    Unidade de Misso para os Cuidad

    c) O pedido de adeso

    teis, a contar da r

    articulao dos comp

    d) Caso o parecer ao p

    dever entregar R

    e) exceo do estudo

    est dispensada no

    da Sade estabelea

    a prestao de cuida

    f) De seguida, a ECR

    da entidade promoto

    identificao da segu

    g) Prossegue-se com

    acompanhamento do

    articulao com os c

    I.P. Aps concludo o

    Pl

    loc

    pi

    Manual do Prestador - Recomendaes pa

    os Continuados Integrados

    analisado pela ECR competente e, no prazo m

    ceo do pedido, a mesma entidade emite u

    etentes servios tcnicos da ARS, IP e Centro D

    edido de adeso seja favorvel, a entidade pr

    CCI a seguinte documentao:

    prvio de arquitetura, a apresentao da resta

    aso de a instituio ser entidade pblica com

    protocolos com o objetivo de criar e/ou reconv

    os continuados integrados.

    constitui um processo onde constam, pelo men

    a e gestora, respetivo nmero de identificao f

    rana social.

    verificao do cumprimento das condies

    desenvolvimento do projeto tcnico de arquitet

    mpetentes servios das ARS, I.P. e dos Centro

    projeto tcnico de arquitetura exposto ECR.

    Planta delocalizao

    Planta deimplantao do/sedifcio/s

    nta de todos osisos onde se

    aliza a unidade,incluindo os

    espaosrtilhados, comndicao dosquipamentos

    Estudo prvio dearquitetura

    a a Melhoria Contnua

    15

    ximo de dez dias

    parecer, com a

    istrital do ISS, I.P.

    motora e gestora

    te documentao

    qual o Ministrio

    rter servios para

    s, a identificao

    iscal e nmero de

    e instalao e o

    ra, pela ECR, em

    Distritais do ISS,

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    Manual do Prestador - Recomendaes para a Melhoria Contnua

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    Unidade de Misso para os Cuidados Continuados Integrados

    h) A ECR analisa, juntamente com os competentes servios que tambm acompanharam

    o projeto e emite o relatrio de apreciao deste, no perodo de dez dias teis, no qual

    constam:

    i) Quando a organizao no cumpre as condies de instalao, a ECR estabelece um

    perodo, no superior a sessenta dias teis, para a normalizao das no

    conformidades detetadas.

    j) As condies de instalao so confirmadas em visita tcnica final, no caso de aconstruo ser de raiz e/ou ter sido ampliada ou remodelada para tipologias da RNCCI.

    Neste caso, a entidade promotora informada para apresentar ECR, no prazo de

    trinta dias teis, a seguinte documentao:

    i. Comprovativo da segurana contra incndios (que dever ser emitido pela

    Autoridade Nacional de Proteo Civil que considere ocasionais obras de

    remodelao e ou reconverso do edificado);

    ii. Comprovativo da Entidade Gestora de ligao rede predial de abastecimento de

    gua e de ligao rede de drenagem de guas residuais;iii. Autorizao de utilizao emitida pela Cmara Municipal competente, com o

    mbito do uso a que se destina;

    iv. Termo de responsabilidade, emitido por entidade credenciada, atestando a

    conformidade da instalao da Rede de Gases Medicinais e do Sistema de

    Aspirao/Vcuo (com as normas e legislao portuguesas e as normas e

    diretivas europeias aplicveis) bem como da certificao dos materiais usados na

    instalao, anexando documento comprovativo da certificao da entidade

    instaladora.

    Declarao de conformidade do projeto com os

    requisitos de instalao das unidades da

    RNCCI;

    Declarao de no conformidade do projeto

    com os requisitos de instalao das unidades

    da RNCCI, com indicao das causas de no

    conformidade.

    OU

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    Manual do Prestador - Recomendaes para a Melhoria Contnua

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    Unidade de Misso para os Cuidados Continuados Integrados

    5. Regras de Referenciao

    a) Os utentes so referenciados para a RNCCI pelas Equipas de Gesto de Altas (EGA)

    do hospital de agudos ou pelas Equipas Referenciadoras dos cuidados de sade

    primrios (preferencialmente nas 48 horas aps o internamento; ou 48 horas antes dadata prevista para a alta hospitalar, quando os cuidados continuados integrados sero

    prestados no domicilio do utente), que realizaram o diagnstico da situao de

    dependncia, mediante avaliao mdica, de enfermagem e social. Esta deciso tem

    de ser validada pela Equipa Coordenadora Local (ECL) da rea de residncia do

    utente, consoante os formulrios e processos de registo estabelecidos pela

    Coordenao Nacional da RNCCI. Exceptuam-se os doentes que esto a ser seguidos por

    1 equipa EIHSCP ou ECSCP, podendo ser admitidos directamente por estas na rede. Estas

    equipas podero pedir transferncia dos seus doentes para outras respostas de cuidados

    paliativos, sendo colocados pelas ECL sem validao prvia.

    b) Quando o utente recebe alta hospitalar e vai ser admitido numa unidade ou equipa

    prestadora da RNCCI, deve fazer-se acompanhar de uma srie de documentao,

    atualizada pela EGA:

    i. Nota de alta mdica, com informao da situao clnica e medicao;

    ii. Notas de enfermagem, com indicao das necessidades em cuidados;

    iii. Notas do servio social;

    iv. Cpia dos meios complementares de diagnstico e teraputica realizados ou

    do relatrio dos mesmos;

    v. Anotaes sobre o programa de seguimento do doente e de marcaes de

    prximas consultas ou exames complementares, com identificao do

    responsvel pelo seguimento do doente, quando aplicvel.

    c) Quando se referencia um utente para unidade ou equipa prestadora importante

    atender sua proximidade com a da rea do domiclio do utente, bem como a sua

    preferncia.

    d) Os utentes que podem ser admitidos nas unidades e equipas prestadoras da RNCCI

    so aqueles que, independentemente da idade, se apresentem em alguma das

    situaes seguintes:

    i. Pessoas em situao de dependncia, com incapacidade para desenvolver as

    atividades instrumentais e bsicas da vida diria e/ou com presena de

    sndromes geritricos, nomeadamente, desnutrio, deteriorao cognitiva,

    problemas sensoriais;

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    Manual do Prestador - Recomendaes para a Melhoria Contnua

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    Unidade de Misso para os Cuidados Continuados Integrados

    ii. Pessoas com episdios frequentes de reagudizao e que necessitam de ser

    seguidas e acompanhadas durante perodos de tempo mais ou menos longos,

    nomeadamente, doena pulmonar obstrutiva crnica, doena

    neurodegenerativa, insuficincia cardaca, diabetes, hepatopatia;

    iii. Pessoas com doena grave, progressiva e incurvel, sem possibilidades de

    resposta favorvel a um tratamento especfico, com sintomas intensos,

    mltiplos, multifatoriais e instveis, com prognstico de vida limitado e que

    provoca um grande impacto emocional ao doente e famlia;

    iv. Pessoas com necessidade de continuidade de tratamentos;

    v. Necessidade de ensino de procedimentos aos cuidadores, de modo a garantir

    a continuidade de cuidados no domiclio.

    e) Os critrios de referenciao para admisso de qualquer pessoa que se encontre em

    alguma situao descrita na alnea anterior so:

    I. Unidade de convalescena: situao de dependncia decorrente de internamento

    hospitalar, passvel de melhoria, que exiba alguma das condies seguintes:

    i. Doente com necessidade de cuidados mdicos e de enfermagem

    permanentes;

    ii. Reabilitao intensiva;

    iii. Alimentao por sonda nasogstrica;

    iv. Tratamento de lceras de presso e/ou feridas;

    v. Manuteno e tratamento de estomas;

    vi. Teraputica parentrica;

    vii. Medidas de suporte respiratrio, como oxigenoterapia, aspirao de secrees

    e ventilao no invasiva;

    viii. Doente com necessidade de ajuste teraputico e/ou de administrao de

    teraputica,com superviso continuada;

    ix. Doente com algum dos seguintes sndromes, potencialmente recupervel a

    curto prazo: depresso, confuso, desnutrio, problemas na deglutio,

    deteriorao sensorial ou compromisso da eficincia e/ou segurana da

    locomoo;

    x. Doente crnico com risco iminente de descompensao;

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    Manual do Prestador - Recomendaes para a Melhoria Contnua

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    Unidade de Misso para os Cuidados Continuados Integrados

    xi. Doente com indicao para programa de reabilitao fsica com durao

    previsvel igual ou menor a 30 dias;

    xii. Doente com sndrome de imobilizao.

    II. Unidade de mdia durao e reabilitao: situao de dependncia que,decorrente de uma doena aguda ou reagudizao de doena crnica, ostente

    alguma das seguintes condies:

    i. Doente com necessidade de cuidados mdicos dirios, de enfermagem

    permanentes;

    ii. Reabilitao intensiva;

    iii. Medidas de suporte respiratrio, como oxigenoterapia e aspirao de secrees e

    ventilao no invasiva;

    iv. Preveno ou tratamento de lceras;

    v. Manuteno e tratamento de estomas;

    vi. Doente com algum dos seguintes sndromes,potencialmente recupervela mdio

    prazo: depresso, confuso, desnutrio, eficincia e/ou segurana da locomoo;

    vii. Doente com indicao para programa de reabilitao fsica com durao previsvel

    at 90 dias;

    viii. Doente com sndrome de imobilizao.

    III. Unidade de longa durao e manuteno: situao de dependncia que

    apresente alguma das seguintes condies:

    i. Doente com necessidade de cuidados mdicos regulares e cuidados de

    enfermagem permanentes;

    ii. Doente que, por patologia aguda e/ou crnica estabilizada, necessite de cuidados

    de sade e apresente dfice de autonomia nas atividades da vida diria, com

    previsibilidade de internamento superior a 90 dias;

    iii. Doente com patologia crnica de evoluo lenta, com previso de escassa

    melhoria clnica, funcional e cognitiva;

    iv. Doente sem potencial de recuperao a curto e mdio prazo;

    v. Doente com algum dos seguintes sndromes: depresso, confuso, desnutrio/

    problemas na deglutio, deteriorao sensorial ou compromisso da eficincia

    e/ou segurana da locomoo;

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    Manual do Prestador - Recomendaes para a Melhoria Contnua

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    Unidade de Misso para os Cuidados Continuados Integrados

    vi. Doentes com dificuldades de apoio familiar ou cujo principal cuidador tem

    necessidade de descanso, no podendo a durao do(s) respetivo(s)

    internamento(s) ser de durao superior a 90 dias, com o limite anual de 90 dias.

    IV. Unidade de cuidados paliativos: situao de dependncia em que o doente seja

    portador de doena grave e/ou avanada, ou se encontre em fase terminal,

    oncolgica ou no, sem resposta favorvel teraputica dirigida patologia de

    base.

    V. Unidade de ambulatrio: situao em que o doente solicite cuidados continuados

    integrados de suporte, de promoo de autonomia e apoio social, em regime de

    ambulatrio e no estejam reunidas condies para ser cuidado em contexto

    domicilirio.

    VI. Equipas domicilirias de cuidados continuados integrados: situao dedependncia em que estejam reunidas condies para a prestao domiciliria dos

    cuidados continuados integrados de que necessitam o doente e a sua famlia.

    f) Os critrios para de excluso em unidades e equipas prestadoras so os seguintes:

    i. Doente com episdio de doena em fase aguda;

    ii. Pessoa que necessite exclusivamente de apoio social;

    iii. Doente cujo objetivo do internamento seja o estudo diagnstico;

    iv. Doente infetado, cujo regime teraputico inclua medicamentos de uso

    exclusivo hospitalar.

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    Manual do Prestador - Recomendaes para a Melhoria Contnua

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    Unidade de Misso para os Cuidados Continuados Integrados

    II. ORIENTAES PARA MELHORIA CONTNUA

    A. PROCEDIMENTOS na RNCCI

    1. Fluxos de admisso, continuidade da prestao de cuidados, mobilidade e alta

    a) Admisso

    Antes da admisso de utentes nas unidades e equipas prestadoras, necessrio haver uma

    proposta de referenciao da EGA e ou da Equipa Referenciadora dos cuidados de sadeprimrios e um prvio consentimento informado por parte do utente. Nas unidades de

    internamento de mdia durao e reabilitao, nas unidades de longa durao e manuteno e

    nas unidades de ambulatrio, ainda necessria a assinatura do termo de aceitao das

    situaes de comparticipao do utente e da tomada de conhecimento da necessidade da

    celebrao de contrato de prestao de servios (particularmente do pagamento de cauo, no

    ato da admisso e respetivo valor, conforme legislao aplicvel).

    Aps o procedimento anterior, da responsabilidade da ECL determinar a admisso do utente

    em unidade ou equipa prestadora da RNCCI, tendo a unidade ou equipa de efetivar essaadmisso no perodo de 48 horas.

    Nas unidades de internamento de mdia durao e reabilitao, nas unidades de longa

    durao e manuteno e nas unidades de ambulatrio, celebra-se, nesta etapa, o contrato de

    prestao de servios, entre as entidades promotoras e gestoras e o utente ou seu

    representante.

    A ECL assegura a atualizao das informaes relativas ao utente que constam no processo

    de referenciao.

    b) Continuidade da prestao de cuidados

    Para garantir a continuidade da prestao de cuidados adequada a cada utente internado, o

    plano teraputico estabelecido deve ser reavaliado quinzenal ou mensalmente, conforme a

    tipologia da unidade.

    Na tipologia unidade de ambulatrio, a continuidade da prestao aos utentes dever ser

    proposta ECL, aps a reavaliao do plano teraputico.

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    Manual do Prestador - Recomendaes para a Melhoria Contnua

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    Unidade de Misso para os Cuidados Continuados Integrados

    Quando os utentes internados em unidades da RNCCI necessitem de cuidados em hospital de

    agudos, num perodo superior a 24 horas, pode haver reserva de lugar (por um perodo nunca

    superior a 8 dias),contando este tempo para a determinao da taxa de ocupao da unidade.

    c) Procedimentos de mobilidade e alta

    Quando os objetivos do plano teraputico so atingidos, ou considerada adequada uma

    mudana de tipologia, a unidade ou equipa prestadora deve elaborar proposta fundamentada

    ECL, para apreciao e autorizao da mobilidade ou alta do utente.

    A mobilidade do utente deve atender ao critrio de proximidade ao domiclio deste, sendo

    prioritria em relao aos utentes em lista de espera na RNCCI. Caso no haja simultaneidade

    entre o domiclio do utente e a rea geogrfica da unidade ou equipa, da responsabilidade da

    ECL da rea da unidade, articular-se com a competente ECR, de modo a cumprir o critrio de

    proximidade.

    Se os utentes internados em unidade, agudizarem e necessitarem de cuidados em hospital de

    agudos, por perodo de tempo superior ao definido para a reserva de lugar (8 dias),

    beneficiaro de prioridade na readmisso na RNCCI.

    A preparao da alta deve ter inicio antecipadamente, de forma a permitir encontrar a soluo

    mais adequada necessidade de continuidade de cuidados, conjeturando a necessria

    articulao entre a unidade, a competente ECL e ou a ECL da rea do domiclio do utente.

    2. Regulamento Interno

    As unidades de Cuidados Continuado Integrados devero dispor de um regulamento interno de

    funcionamento, contendo, forosamente, os seguintes elementos:

    a) Misso, viso, valores e objetivos;

    b) Organograma;c) Identificao da direo tcnica, direo clnica e mapa de pessoal, no qual seja

    indicado o nmero de profissionais por categoria, bem como o correspondente nmero

    de horas a afetar unidade;

    d) Direitos e deveres dos utentes e seus familiares ou cuidadores informais;

    e) Servios e cuidados disponveis;

    f) Condies de prestao de cauo nas unidades de mdia durao e reabilitao,

    nas unidades de longa durao e manuteno e na unidade de ambulatrio;

    g) Modalidades de pagamento dos encargos decorrentes dos cuidados de apoio social;

    h) Condies do depsito de bens;i) Condies de admisso, mobilidade, alta e reserva de lugar;

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    Manual do Prestador - Recomendaes para a Melhoria Contnua

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    Unidade de Misso para os Cuidados Continuados Integrados

    j) Horrios de funcionamento;

    k) Horrio das refeies;

    l) Gesto de reclamaes;

    m) Demais regras de funcionamento.

    Este regulamento, depois de aprovado pela entidade promotora e gestora da unidade que o

    apropria, dever ser submetido apreciao da Equipa Coordenadora Regional (ECR), a qual

    proferir parecer vinculativo e devidamente fundamentado, no perodo mximo de 10 dias

    teis, a contar da data da receo do mesmo.

    3. Processo Individual do Utente

    As unidades e equipas prestadoras devem constituir o processo individual, que de acesso

    restrito nos termos da legislao aplicvel, e que dever abranger:

    a) Identificao do utente;

    b) Data de admisso;

    c) Identificao e contacto do mdico assistente da unidade ou do ambulatrio;

    d) Identificao e contacto do Gestor de Caso da unidade ou da equipa prestadora;

    e) Identificao e contactos dos familiares, cuidadores informais e representante legal

    quando exista;

    f) Cpia do Consentimento Informado e do Termo de Aceitao, quando aplicvel;

    g) Contrato de Prestao de Servios, conforme modelo aprovado pelas entidades

    competentes, quando aplicvel;

    h) Plano individual de interveno;

    i) Registos dirios relativos evoluo do estado de sade do utente;

    j) Nota de alta;

    k) Meios complementares de diagnstico e teraputica realizados, ou relatrios dos

    mesmos.

    Este documento deve ser constantemente atualizado, sendo que os registos de observaes,

    prescries, administrao de teraputica e prestao de servios e cuidados, devem ser

    datados, com a indicao da hora em que foram realizados, e assinados, de forma legvel, pelo

    seu autor.

    As unidades e equipas prestadoras devem assegurar o arquivo do processo individual do

    utente, conforme a legislao vigente.

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    Unidade de Misso para os Cuidados Continuados Integrados

    4. Informao ao Utente

    As unidades da RNCCI devem ter sempre disponvel e em local bem visvel e de fcil acesso, a

    seguinte informao:

    As unidades devem ser identificadas mediante afixao de placa identificativa com logtipo da

    RNCCI e respetiva tipologia, em conformidade com as regras definidas pela Coordenao

    Nacional da RNCCI.

    Licena ouautorizao defuncionamento

    Mapa de pessoale horrio deatendimento

    Organograma

    Identificao dodiretor tcnico

    Identificao dodiretor clnico e do

    enfermeirocoordenador

    Horrio defuncionamentoHorrio das visitas

    Plano e horrio das

    atividades

    Mapa semanaldas ementas

    Sinaltica deemergncia

    Referncia existncia deregulamento

    interno e de livrode reclamaes

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    Manual do Prestador - Recomendaes para a Melhoria Contnua

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    Unidade de Misso para os Cuidados Continuados Integrados

    5. Recursos Humanos

    Orientaes, para as diversas unidades da RNCCI, considerando a lotao de 30

    camas/lugares, a seguinte estrutura de recursos humanos:

    Perfil Profissional

    Horas semanais a)

    Frequncia

    Unidadede

    Convalescena

    UnidadedeMdia

    DuraoeReabilitao

    UnidadedeLonga

    DuraoeManuteno

    UnidadedeCuidados

    Paliativos

    b)

    Mdico (inclui Mdico Fisiatra) 40 30 20 20 Presena diria c)

    Psiclogo 20 20 20 10Presena ao longo da

    semanaEnfermeiro(inclui Coordenador

    e Enfermeiro de Reabilitao) 480 360 240 320 Presena permanente

    Fisioterapeuta 80 80 20 10 Presena diria

    Assistente Social 40 40 40 10 Presena ao longo dasemana

    Terapeuta da Fala 8 8 0 0Presena ao longo da

    semana

    Animador Scio-Cultural 20 20 40 0Presena ao longo da

    semana

    Nutricionista 5 5 4 4 Presena ao longo dasemana

    Terapeuta Ocupacional 40 40 20 0Presena ao longo da

    semanaPessoal Auxiliar 560 480 320 320 Presena permanente

    Perfil ProfissionalHoras semanais a)

    FrequnciaUnidade de Dia e Promoo de

    Autonomia d)Mdico (inclui Mdico Fisiatra) 8 Presena dias teis

    Psiclogo 20 Presena dias teisEnfermeiro 20 Presena dias teis

    Fisioterapeuta 20 Presena dias teisAssistente Social 20 Presena dias teis

    Animador Scio-Cultural 40 Presena dias teisTerapeuta Ocupacional 20 Presena dias teis

    Pessoal Auxiliar 120 e) Presena dias teis

    LEGENDA:a) As horas semanais correspondem ao mnimo recomendado de horas contratadas por grupo profissional, sendo possvel a flexibilidade das equipas, no casode existir mais do que uma tipologia na mesma instalao.b) Considerada a lotao de 15 camas. Excluda a necessidade de ter Fisiatra e Enfermeiro de Reabilitao.c) Na Unidade de Longa Durao e Manuteno, deve considerar-se a presena de Mdico ao longo da semana.d) Dotao a reajustar em funo da especificidade da Unidade.e) Inclui 20 horas semanais de Motorista.

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    Manual do Prestador - Recomendaes para a Melhoria Contnua

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    Unidade de Misso para os Cuidados Continuados Integrados

    B. ORIENTAES GERAIS DE ABORDAGEM MULTIDISCIPLINAR E

    HUMANIZAO EM CUIDADOS CONTINUADOS INTEGRADOS

    1. ENQUADRAMENTO GERAL DOS CUIDADOS

    A Prestao de Cuidados na RNCCI significa fornecer os melhores cuidados possveis

    disponveis a um indivduo e ou famlia/cuidador com uma necessidade, num contexto

    especfico.

    Na prestao de cuidados deve aplicar-se a melhor evidncia disponvel, associada percia

    profissional, sendo esta um contnuo de mltiplas dimenses resultados obtidos, atributos

    pessoais (como capacidades tcnicas, de pensamento critico, de comunicao e de relao

    interpessoal) e conhecimentos, bem como proficincia cognitiva e valores do indivduo.

    A identificao das expectativas e objetivos do indivduo e da famlia/cuidadores informais so

    partes importantes na qualidade dos cuidados prestados.

    A Sade e o bem-estar, so assim influenciados pelas oportunidades do indivduo se envolver

    satisfatoriamente em atividades e participar em situaes de vida, no dia a dia.

    Perda ou limitao na capacidade de se envolver em atividades resultam numa restrio na

    participao e promovem maior dependncia e diminuio da perceo de qualidade de vida.

    Devem ser dadas oportunidades para o envolvimento do indivduo em situaes de vida diria

    e facilitado o desempenho nas atividades que so, para si, importantes.

    Devem ser implementados procedimentos facilitadores da recuperao de capacidades

    funcionais e/ou cognitivas que conduzam a maior autonomia possvel

    A atuao multidisciplinar, em equipa, indispensvel.

    Em suma, os cuidados prestados na RNCCI devem ser:

    Equitativos a equidade de acesso e prestao de cuidados devem ser garantidaa todas as pessoas em situao de dependncia;

    Responsveis e pr-ativos terem a capacidade de prevenir, retardar e ou

    compensar o aumento de dependncia, atravs da identificao das situaes de

    risco e com adequao no tempo e na intensidade da interveno;

    Personalizados os cuidados devem ser adaptados condio funcional

    associada patologia subjacente dependncia, e tendo em conta os contextos

    pessoais, familiares, ambientais e residenciais, ajustando-se s necessidadesindividuais;

  • 7/22/2019 UMCCI-RNCCI Manual Do Prestador

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    Manual do Prestador - Recomendaes para a Melhoria Contnua

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    Unidade de Misso para os Cuidados Continuados Integrados

    Dinmicos - os cuidados e apoio social devem ser ajustados de forma dinmica e

    interativa em funo das necessidades e expectativas em cada momento da

    evoluo do doente, num contnuo reajuste de recursos e intervenes;

    Eficientes os cuidados de sade e apoio assistenciais devem assentar no

    planeamento de objetivos e produzir resultados positivos mensurveis numa

    perspetiva de rentabilizao de meios e acessibilidade universal;

    Baseado na evidncia deve haver lugar divulgao dos avanos na

    investigao internacional e nacional no que diz respeito a estratgias de

    interveno social, protocolos teraputicos a dinmicas de organizao de

    cuidados de sade e de apoio social de modo a promover entre todos os

    profissionais a adoo de melhores prticas.

    2. A PRESTAO DOS CUIDADOS

    O mbito de interveno na RNCCI fundamenta-se no princpio dos 3 Rs Reabilitao,

    Readaptao, Reinsero.

    Para o seu cumprimento deve proceder-se:

    i. Avaliao multidisciplinar do utente (inicial, contnua e final com as reviso do plano de

    cuidados);

    ii. Promoo integrada de autonomia atravs de:

    - Plano individual de cuidados;

    - Capacitao do Cuidador informal;

    iii. Acompanhamento e avaliao contnua e reviso do plano de cuidados.

    Na RNCCI o doente deve ser sempre o centro dos servios prestados. Para que tal se

    verifique, necessria uma nova abordagem de cuidados de sade e de apoio social, baseada

    numa planificao de objetivos partilhados, a alcanar em funo de determinados perodos de

    tempo (curto, mdio e longo prazos), constantes de Plano Individual de Interveno.

    Esta abordagem implica:

    Envolvimento do doente, familiares/cuidadores informais na elaborao do seu Plano

    Individual de Interveno no respeito pelas suas capacidades, necessidades e

    preferncias;

    Respostas organizadas e flexveis de acordo com as necessidades e preferncias

    dos utentes;

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    Unidade de Misso para os Cuidados Continuados Integrados

    O reconhecimento de que os profissionais de sade e de ao social so parte de um

    mesmo sistema em que os objetivos e recursos so partilhados.

    Particularmente em situaes de doena crnica, deve tornar-se percetvel para o doente que

    apesar da situao de doena possvel continuar a envolver-se em situaes de vida no dia a

    dia e desempenhar as suas atividades, ainda que de uma forma adaptada.

    Para garantir a melhor qualidade de vida possvel, necessria a compreenso das

    necessidades, potencialidades, recursos e limitaes existentes de modo a permitir a

    disponibilizao dos suportes que possam promover a autonomia.

    Para tal o primeiro passo avaliar a dependncia e necessidades do utente, considerando:

    A gravidade, natureza e estabilidade da patologia subjacente;

    O impacto a curto, mdio e longo prazo da dependncia presente na capacidade para

    o desempenho nas atividades que para si so importantes;

    A compreenso que o doente tem da sua situao clnica;

    As expectativas que o doente tem em relao aos resultados dos tratamentos

    ministrados;

    As crenas e expectativas dos profissionais ao prestarem cuidados.

    Em suma, a avaliao multidisciplinar centrada no utente e visando a personalizao dos

    cuidados, deve considerar, entre outras, as seguintes dimenses:

    Capacidade de Atividade/Restrio; Capacidade de Participao/Restrio;

    Perspetivas do indivduo;

    Fatores contributivos da capacidade de atividade e participao.

    As perspetivas do indivduo (atitude, crenas, emoes, hbitos e histria de vida, nvel de

    motivao e expectativas) podem constituir obstculos sua recuperao, ocupao/atividade

    e participao.

    Os antecedentes de sade e restries atividade e participao tambm podem comprometer

    os resultados. Quando o utente se encontra motivado positivamente para a abordagem de

    cuidados, a adeso aos planos maior com os consequentes ganhos em sade.

    Se em qualquer indivduo com necessidades de reabilitao, os condicionantes so

    multifatoriais (ambientais, psicossociais, culturais e fsicos), no mbito dos Cuidados

    Continuados Integrados, estes podem atingir maior complexidade, com reflexos na avaliao

    de necessidades e de interveno.

    A maior prevalncia de alteraes da cognio, limitaes sensoriais e comorbilidades

    condicionam o contexto, criando a necessidade de profissionais com conhecimentos e

    competncias especializadas.

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    Unidade de Misso para os Cuidados Continuados Integrados

    A manuteno da mobilidade funcional um dos principais objetivos dos cuidados a prestar

    nos servios da RNCCI.

    2.1 Orientaes gerais

    Deve-se, entre outras:

    Identificar as necessidades do utente e as suas limitaes;

    Ter uma ateno particular com os utentes portadores de limitaes,

    nomeadamente: viso, audio, orientao auto e alo-psquica e coordenao

    de movimentos;

    Integrar, sempre que possvel, os cuidadores informais na elaborao,

    execuo e avaliao do plano de cuidados;

    Promover a participao e autocuidado do utente em todo o processo do seu

    cuidar;

    Promover independncia funcional;

    Estabelecer ou restaurar percias ou capacidades, ainda no desenvolvidas ou

    limitadas;

    Promover capacitao possvel de todos os indivduos, independentemente

    das suas caractersticas;

    Promover estratgias de vida ativa, na vertente fsica, cognitiva, psicossocial,

    sensorial;

    Promover o uso racional do medicamento;

    Avaliar o estado nutricional, a integridade cutnea, a cognio, o humor;

    Avaliar fatores que afetam atividades de vida diria (AVD), atividades

    instrumentais de vida diria (AIVD), como: fatores individuais, hbitos, rotinas,

    papel, padres comportamento; contextos culturais, fsicos, ambientais, sociais

    e espirituais; capacidades motoras, comunicao/interao;

    Reavaliar em processo contnuo, a mobilidade e funo;

    Facilitar a utilizao, quando necessrio, de prteses, ortoteses e outrasajudas tcnicas necessrias promoo de autonomia;

    Compensar, modificar ou adaptar atividades e/ou ambientes, com o objetivo de

    melhorar o desempenho e facilitar a participao nas situaes de vida do dia-

    a-dia;

    Implementar medidas de segurana para a transferncia da cama para outros

    locais e mobilidade na prpria cama;

    Avaliar e intervir no estado de continncia, para a reabilitao da continncia

    urinria e fecal;

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    Unidade de Misso para os Cuidados Continuados Integrados

    Avaliar a necessidade de assentos especiais e estratgias de preveno de

    leses de presso;

    Promover vesturio adequado para encorajar independncia e promover

    conforto e higiene pessoal;

    Promover a participao ativa de todos os profissionais em reunies dediscusso de casos;

    Promover comunicao com familiares e doente, no contexto da equipa;

    Permitir horrio de visitas, o mais flexvel possvel, sobretudo para os

    familiares, atendendo aos desejos do utente, disponibilidades da famlia e

    amigos e situao clnica;

    Promover formao/educao dos profissionais que diariamente acompanham

    o utente, utente e famlia;

    Articular com a entidade promotora do voluntariado, a integrao dos

    voluntrios na unidade e papel a desempenhar;

    Implementar e monitorizar programas de preveno de quedas e reduo de

    leses;

    Proceder preparao da alta do doente ou da sua transio para outra

    unidade, de acordo com os protocolos existentes;

    Preparar a famlia para a alta do doente, se for esse o caso e proceder sua

    informao e formao para que possa ser um prestador informal de cuidados.

    A humanizao central num processo de prestao de cuidados, e neste contexto deve-se,

    entre outras:

    Respeitar a forma como o utente quer ser tratado nome de batismo, apelido

    com ou sem ttulo profissional ou outro;

    Respeitar a intimidade, privacidade e confidencialidade do utente, em todos os

    atos de prestao de cuidados;

    Informar o utente, na medida do possvel e de acordo com a equipa, quanto

    sua situao e respetivo prognstico;

    Fazer o inventrio de todos os bens do utente, quando da sua entrada na

    Unidade de RNCCI e arquivar uma cpia da lista de bens;

    Assegurar-se do consentimento informado do utente para os atos da prtica do

    cuidar;

    Informar o utente como aceder ao telefone, outros meios tecnolgicos e

    horrios do funcionamento das vrias atividades e servios;

    Respeitar os horrios estabelecidos quanto a toma de medicamentos, sesses

    de reabilitao, exames complementares de diagnstico;

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    Unidade de Misso para os Cuidados Continuados Integrados

    Tornar as horas das refeies, momentos de prazer arranjo das mesas,

    msica ambiente calma e repousante, tratamento calmo e sereno de eventuais

    conflitos, permisso da partilha do momento das refeies com os familiares

    (preo afixado) e respeito pela dieta;

    Assegurar assistncia religiosa, se desejada e de acordo com a convico doutente;

    Criar condies para a existncia de meios (espelhos, quadros, relgios,

    informaes em carateres grandes e cores apelativas) que permitam a

    orientao para a realidade;

    Contribuir com a sua opinio para a criao de ambientes agradveis pintura

    de paredes de tons coloridos, cortinas e colchas de padres de bom gosto e

    decorao agradvel, respeitando as caractersticas locais (quadros, flores e

    outras).

    Quando se analisam as orientaes gerais enunciadas, verifica-se a sua transversalidade ao

    cumprimento de diversos objetivos na prestao de cuidados.

    2.2 Orientaes especficas

    2.2.1 Promoo da mobilidade

    Na promoo da mobilidade devem acautelar-se:

    Avaliao de risco de quedas e fraturas;

    Minimizao de permanncia prolongada na cama;

    A promoo de exerccio individual e grupal;

    O treino de AVD e AIVD;

    A melhoria estado de nutrio;

    A superviso de marcha e transferncia de lugares;

    A preveno do sindroma de imobilizao.

    2.2.2 Preveno de Quedas

    As quedas podem minorar-se atravs de:

    Programas de exerccio com o objetivo de aumentar o tonus muscular e

    melhorar e equilbrio;

    Evitar medicao que afete o equilbrio;

    Eventual utilizao de auxiliares de marcha ou outros dispositivos;

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    Unidade de Misso para os Cuidados Continuados Integrados

    Interveno na rea Cognitiva e Emocional, que se podem relacionar com o

    medo de cair;

    Interveno multidisciplinar e multifatorial para minimizar riscos de sade e

    ambientais. A promoo de um ambiente fsico seguro, inclui entre outras

    dimenses, a existncia de pavimento no escorregadio, e ausncia dedesnveis, assim como um acesso fcil a instalaes sanitrias e a dispositivos

    de apoio ao banho, e variabilidade de altura das camas de acordo com a

    situao.

    2.2.3 Promoo da cognio e estado emocional

    Na rea da cognio e estado emocionaldeve, entre outros:

    Existir avaliao pr-activa de risco de delrio; Promover-se o controlo da dor;

    Implementar-se medidas para prevenir o declnio da funo cognitiva, entre

    outras;

    Encorajar atividades que promovam estimulao cognitiva;

    Encorajar atividade fsica;

    Rever a medicao;

    Otimizar estimulao ambiental;

    Incluir famlia e cuidador informal nos cuidados prestados;

    Implementar medidas para a promoo de bem-estar e equilbrio emocional: -

    promover estratgias de desenvolvimento de sensao de autocontrolo,

    segurana interna e externa - promoo da autoconfiana e autoestima -

    estimular rotinas positivas e gratificantes.

    2.2.4 Manuteno da integridade cutnea

    O compromisso da integridade cutnea condicionado por fatores como:

    Imobilizao;

    M nutrio;

    Presso excessiva.

    Assim nesta rea deve:

    Efetuar-se avaliao de risco de lcera de presso na admisso;

    Efetuar-se avaliao diria da integridade cutnea nos utentes em risco;

    Otimizar-se a higiene cutnea;

    Evitar-se temperaturas elevadas a nvel cutneo;

    Prevenir-se ou minimizar-se os efeitos de incontinncia, se existir;

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    Unidade de Misso para os Cuidados Continuados Integrados

    Manter-se estado adequado de nutrio e hidratao;

    Manter-se mobilidade;

    Assegurar-se a no permanncia na mesma posio por perodos de tempo

    determinados (alguns autores sugerem 2 horas);

    Evitar-se que os utentes estejam sentados por longos perodos de tempo; Considerar-se o uso de materiais antiescara;

    Mobilizar e transferir de forma adequada, evitando o cisalhamento.

    2.2.5 Promoo do bom estado nutricional

    A m nutrio uma causa major de declnio funcional e de aumento de morbilidade. A

    nutrio adequada contribui de forma determinante para a manuteno da fora muscular e

    integridade ssea.

    Na rea da nutrio deve, entre outros:

    Avaliar-se o estado nutricional de todos os residentes ou utentes em acompanhamento;

    Fornecer-se refeio ligeira entre refeies principais;

    Fornecer-se lquidos com intervalos regulares;

    Otimizar-se a posio do utente s refeies, de acordo com a sua situao;

    Avaliar e tratar comorbilidades que contribuem para risco de malnutrio:

    Depresso;

    Nuseas e vmitos;

    Dentio e problemas de higiene oral;

    Adequar a alimentao s necessidades nutricionais tendo em conta a idade, sexo,

    patologias, condio funcional e nvel de atividade fsica;

    Entender a alimentao como necessidade bsica de suporte de vida, mas tambm

    como atividade de prazer, indo ao encontro das preferncias e desejos individuais,

    salvaguardando as restries alimentares impostas por patologias ou disfunes

    orgnicas, e procurando sobretudo nos cuidados de longa durao manter o atrativo e

    a diversidade de apresentao.

    2.2.6 Preveno de complicaes respiratrias

    Promover o ortostatismo e as variaes de decbito no doente acamado;

    Promover uma adequada dinmica vrtebro-costal e abdomino-diafragmtica;

    Promover o ensino de posies de repouso e relaxamento, quando

    necessrias;

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    Promover as condies necessrias a uma eficaz drenagem de secrees,

    aplicando se necessrio tcnicas de desobstruo e de tosse assistida;

    Garantir um bom estado de hidratao.

    2.2.7 Promoo do controlo de esfncteres

    Na rea da continncia, deve, entre outros:

    Identificar-se na admisso a existncia de incontinncia;

    Avaliar-se o risco para incontinncia transitria;

    Manter-se hidratao;

    Modificar fatores ambientais constrangedores;

    Promover mobilizao e atividade;

    Promover-se treino vesical;

    Promover-se treino de msculos plvicos.

    3. INDICADORES DE RESULTADOS NEGATIVOS

    Consideram-se geralmente indicadores de resultados negativos, os exemplos seguintes:

    Infees;

    Leses no explicveis;

    Inatividade dos utentes;

    Posicionamento inadequado;

    Erros de medicao;

    lceras de presso;

    Desconforto e dor;

    Comportamento disruptivo;

    Nutrientes adequados e/ou lquidos de hidratao no consumidos;

    Alterao de peso no planeado; Aspeto geral pouco cuidado cabelo, unhas, barba, vesturio inapropriado;

    Barreiras ao movimento;

    Interaes inapropriadas entre profissionais e utentes;

    Servio de refeies desorganizado;

    Equipamento inadequado;

    M manuteno das instalaes;

    Odores;

    Ambiente com questes de segurana no identificadas e/ou no corrigidas.

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    4. CUIDADOS PESSOAIS

    Os cuidados pessoais, incluem entre outros:

    Alimentao e Hidratao;

    Banho; Fazer a barba;

    Cuidar da pele, do cabelo e da boca;

    Problemas de controlo de esfncteres;

    Preservar ou iniciar atividade fsica adaptada.

    Numa situao de dependncia, pode ser necessria ajuda para o seu desempenho. Ao

    cuidador que disponibiliza esta ajuda exigido conhecimento, pacincia, competncia e

    capacidade fsica.

    4.1 Alimentao e Hidratao

    Deve encorajar-se a alimentao e hidratao autnomas. Para tal deve:

    o Verificar-se se as gengivas tm reas inflamadas as prteses dentrias

    podem no se adaptar corretamente e provocar dor na mastigao;

    o Disponibilizar-se instrumentos necessrios como talheres ou copos adaptados;

    o Disponibilizar-se alimentos fceis de comer sem talheres;

    o Se o doente tiver alteraes da viso devero colocar-se os utenslios e a

    comida em lugares fixos. O mtodo do relgio para localizar a comida pode

    ajudar; por exemplo: a sua carne est s nove, a sua batata est s doze e a

    sua cenoura est s trs;

    o Adequar-se atitudes que estimulem auto confiana sempre que for necessrio

    alimentar um doente dependente.

    4.2 Banho

    necessrio que o ambiente (fsico ou social) compense as incapacidades que a pessoa

    apresenta sem no entanto, se substituir mesma na realizao desta atividade.

    4.3 Cuidar dos cabelos, barba e outros tegumentos

    A prestao de servios peridica por barbeiro ou cabeleireiro desejvel e estimula a auto-

    estima.

    O cuidado com as unhas particularmente importante em doentes diabticos.

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    recomendvel barbear com mquina eltrica para reduzir o risco de cortes em particular em

    doentes diabticos ou com teraputica anticoagulante.

    4.4 Cuidados com a pele

    Deve:

    Manter-se a pele limpa e seca especialmente em indivduos com problemas de

    incontinncia; utilizar um sabo neutro, enxaguar bem e secar cuidadosamente;

    Manter-se os lenis limpos, secos e sem rugas;

    Massajar-se a pele suavemente com movimentos circulares;

    Mudar-se a posio dos doentes confinados cama ou cadeira de duas em

    duas horas. Estimular-se que faam movimentos para redistribuio da pressocorporal nos intervalos da mudana de posio;

    Garantir-se uma boa alimentao e ingesto adequada de lquidos;

    Usar-se colches e cadeiras confortveis e que se adaptem s formas do corpo

    em vez de rgidas consegue-se assim uma distribuio do peso por uma maior

    rea cutnea diminuindo os pontos de presso nas proeminncias sseas;

    Encorajar-se o movimento ou pequenos exerccios estimulam a circulao,

    com benefcios a diferentes nveis. Pentear-se, ajudar no banho e a vestir-se so

    boas maneiras de pessoas frgeis se exercitarem e serem mais independentes;

    Vigiar-se possveis pontos de presso que possam interferir com uma boa

    circulao, como por exemplo sapatos apertados, ligas nas meias ou roupa interior

    apertada;

    Vigiar-se o aparecimento de pequenas feridas ou zonas ruborizadas e/ou

    maceradas que devem ser imediatamente tratadas.

    4.5 Problemas de controlo de esfncteres

    Quando se verificam problemas de controlo de esfncteres os doentes devem ser levados

    casa de banho de 2 em 2 horas. Em caso de obstipao ou irregularidades do trnsito

    intestinal, o doente deve ingerir: frutos frescos, vegetais, alimentos com fibras; beber pelo

    menos 8 copos de gua por dia; evitar alimentos obstipantes como o queijo, o arroz e as

    bananas; fazer exerccio fsico tolerado.

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    4.6 Preservar ou iniciar atividade fsica adaptada

    O exerccio fsico considerado hoje como uma das melhores maneiras de manter a

    qualidade de vida, exercendo influncia favorvel sobre a condio funcional do organismo e

    sobre sua capacidade de desempenho.

    5. PROMOO DO AUTO-CUIDADO

    Pessoas em situao de dependncia na sequncia de um episdio agudo ou no decurso de

    doena crnica tm o direito de viver uma vida to normal quanto possvel.

    Para o conseguir, devem ser ajudadas a readquirir as capacidades de autocuidado que

    possam ter perdido.

    Muitas vezes a preocupao de minimizar os riscos a que a pessoa em situao de

    dependncia possa estar exposta, pode conduzir a uma atitude protecionista por parte dos

    profissionais que impede o desenvolvimento de competncias para o autocuidado.

    A preocupao deve canalizar-se para o reforo da autoconfiana. O ponto de equilbrio deve

    ser encontrado com o apoio dos recursos da comunidade. Estes devem ser identificados e

    integrados na rede de suporte do doente, de modo a melhorar a sua qualidade de vida.

    O primeiro passo para se conseguir a maior contribuio dos doentes/dependentes para o

    autocuidado a identificao das suas capacidades, necessidades e expectativas.

    O planeamento dos cuidados deve integrar os componentes de sade e social com o indivduo

    ou seu cuidador como foco central de toda a prestao.

    Por autocuidado entende-se a capacidade de:

    Permanecer ativo e saudvel quer fsica quer mentalmente;

    Prevenir doenas e acidentes;

    Cumprir prescries teraputicas;

    Gerir doenas crnicas.

    Em suma, o indivduo responsabiliza-se pela sua prpria sade e bem-estar fsico e emocional.

    A recuperao e manuteno de todas estas capacidades no mbito da RNCCI, exigem a

    participao de profissionais que suportem e promovam as aes do indivduo.

    Para conseguir satisfazer com qualidade as necessidades de sade e de apoio social dos

    utentes pode ser necessrio:

    Apoio psicolgico;Estmulo para a recuperao de competncias;

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    Adaptao situao presente;

    Suporte financeiro e logstico.

    O envolvimento dos doentes/familiares nas decises de tratamento e suporte que lhe dizem

    respeito a melhor garantia de promoo do autocuidado.

    Este , por definio, desempenhado pelo indivduo em seu prprio benefcio. Assim os

    servios devem ser desenvolvidos nesta base.

    A educao e o treino, a informao, as ajudas tcnicas e as redes sociais se bem

    implementados ajudam o doente/dependente a tornar-se mais confiante e a autocuidarse mais

    facilmente.

    medida que a confiana aumenta os doentes/familiares tornam-se mais ativos e mais

    interessados em se autocuidarem.

    5.1 Desenvolvimento e treino de competncias

    Pode haver diversas abordagens para ajudar as pessoas a adquirirem as competncias

    necessrias ao autocuidado.

    Deve-lhes ser sempre dada informao e educao acerca da sua situao especfica e

    responder s suas perguntas e desafios com segurana e disponibilidade.

    Os profissionais prestadores de cuidados devem questionar-se acerca do modo como podem

    ajudar o doente.

    Deve estabelecer-se uma relao de parceria entre ambos na partilha de perspetivas

    eventualmente diferentes acerca de um mesmo assunto (situao de doena/dependncia).

    Interaes que promovam alteraes necessrias no estilo de vida dos doentes no sentido do

    autocuidado devem ser encorajadas.

    Na informao a transmitir aos doentes deve identificar-se o que eles desejam e no desejamsaber. A linguagem e os formatos da informao devem ser apropriados capacidade de

    compreenso de cada um deles. Nesta transmisso de informao devem ser envolvidos os

    familiares e outros cuidadores informais prximos de modo a existir uma maior partilha e

    dinamismo, garantindo assim maior sucesso na reabilitao dos doentes.

    Assim, deve-se:

    Estimular a pessoa em situao de dependncia a fazer tudo o que lhe seja possvel;

    fornecer a ajuda necessria. A participao nos cuidados pessoais uma forma de

    exerccio que ajuda a manter a mobilidade e a promover a independncia. No importa

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    Unidade de Misso para os Cuidados Continuados Integrados

    a dimenso da atividade (segurar o sabonete, ajeitar a frente do cabelo, ) o que

    importante que a pessoa seja capaz de participar, proporcionando se necessrio

    ortoteses ou outras ajudas tcnicas;

    Adaptar as instalaes de modo a que o doente possa desenvolver mais atividades .

    Instalar equipamento de apoio nas casas de banho. Entre outras, colocar os espelhos

    com altura acessvel a cadeiras de rodas e luzes com interruptores facilmente

    acessveis, ou seja efetuar anlise ergonmica;

    Identificar quais as atividades que a pessoa em situao de dependncia pode

    desempenhar parcialmente. Por exemplo, pode ser capaz de vestir a parte superior

    do corpo na posio sentada e necessitar de ajuda para vestir a inferior;

    Incluir o doente no planeamento dos seus cuidados;

    Identificar as alteraes de sade e capacidades do doente. Os seus planos de

    cuidados alterar-se-o de acordo com estas.

    6. PROMOO DO BEM-ESTAR

    Para a promoo do bem-estar dever:

    o Encorajar-se o convvio com amigos e familiares atravs de visitas,

    telefonemas ou cartas;

    o Proporcionar oportunidades para socializao, envolvimento em ocupaes

    significativas;

    o Ajudar-se no incio da prtica de novos passatempos ou reativao de antigos;

    o Facilitar a comunicao atravs de uma escuta ativa, dando oportunidade para

    a partilha de sentimentos;

    o Assegurar-se a privacidade do doente;

    o Tratar-se o doente com respeito, no como se fosse incapaz de pensar por si

    prprio;

    o Encorajar-se o movimento e o exerccio;

    o Ajudar-se a encontrar maneiras de ser to til quanto possvel;

    o Facilitar-se a comunicao.

    A necessidade de ajuda nas AVD no significa que o doente no possa tomar decises. Os

    cuidadores devem respeitar sempre o princpio de que a ajuda a prestar deve ser a necessria

    no respeito pelo direito que o outro tem de tomar decises acerca de si prprio.

    Muitas vezes, assume-se que as pessoas com dependncia, e particularmente as pessoas

    idosas, no so capazes de pensar por si prprios.

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    Unidade de Misso para os Cuidados Continuados Integrados

    No entanto, estas continuam a fazer uso dos seus poderes criativos, podendo, eventualmente,

    o seu tempo de reao ser mais lento e este facto no ser assumido por familiares, amigos e

    cuidadores.

    Nas pessoas idosas, a memria recente tambm no cumpre as suas funes como

    antigamente.

    Como tal dever-se- promover oportunidades para que a pessoa faa uso das suas

    competncias, dando oportunidades para envolvimento nas situaes do dia a dia, atravs do

    desempenho das atividades que para si so significativas, ainda que de uma forma adaptada.

    Os benefcios desta aprendizagem contnua incluem mais entusiasmo pela vida, menos tdio

    e depresso, aumento de autoestima e de autorespeito, mais interesse pelo mundo e mais

    ideias para partilhar.

    Perante situaes de confuso, pode ser til:

    Proceder a alteraes pontuais da rotina;

    Escrever instrues simples em caligrafia clara e grande;

    Utilizar etiquetas grandes (palavras ou imagens) nos armrios ou gavetas para

    identificar o contedo;

    Colocar relgios e calendrios bem visveis e riscar os dias que passam;

    Estimular o consumo de alimentos nutritivos;

    Encorajar o movimento e o exerccio uma vez que este estimula a circulao

    sangunea e ajuda a melhorar as funes fisiolgicas, incluindo a capacidade de

    pensar.

    Em situaes de agitao e comportamentos disruptivos deve:

    Evitar-se a confrontao;

    No argumentar. Se a pessoa ficar demasiado agitada, deve mudar-se para um

    assunto diferente;

    Reduzir-se os estmulos. Diminuio da intensidade luminosa, incluso de uma msica

    relaxante;Rodear-se o doente de objetos e imagens que lhe sejam familiares;

    Caminhar-se com o doente calmamente para reduzir a ansiedade e a tenso muscular.

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    C. INTERVENES ORIENTADAS PARA AS BOAS PRTICAS

    i. CUIDADOS AO UTENTE COM INCONTINNCIA URINRIA

    1. Princpios Bsicos

    A incontinncia urinria definida como a perda involuntria de urina num momento e espao

    inadequados. O objetivo de interveno nesta rea manter o utente seco e confortvel e

    reabilitar a funo de eliminao urinria.

    A incontinncia urinria pode ser de vrios tipos:

    A. Incontinncia urinria funcional de incio recente: aparecimento no ltimo ms, ou

    relacionada com hospitalizao recente.

    Como causas para este tipo de incontinncias so apontadas:

    Infeo urinria;

    Diabetes mal controlada;

    Frmacos (diurticos/sedativos);

    Sndrome confusional;

    Alteraes do trnsito intestinal: impactao fecal;

    Problemas de mobilidade por mudana do ambiente (internamento/hospitalizao).

    B. Incontinncia urinria crnica: com durao superior a um ms e com resultados de

    incontinncia funcional recente mal resolvida.

    Este tipo de incontinncia subdivide-se em trs:

    a) Incontinncia de urgncia: a bexiga esvazia antes do tempo, no h resduo ps-

    miccional. Habitualmente intercala com sintomas de urgncia miccional.

    Apresenta como possveis causas:

    Instabilidade idioptica do detrusor;

    Bexiga automtica por leso neurolgica (sistema nervoso central, ou medular alta):

    Instabilidade do detrusor secundria a doenas de bexiga (cistite, litase, ps-

    radioterapia).

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    b) Incontinncia de esforo: as perdas de urina coincidem com o aumento da presso

    intra-abdominal; por exemplo tossir, rir, manobra de Valssalva, levantar pesos.

    As suas causas podem ser:

    Debilidade da musculatura plvica (mulheres multparas, ps-menopausa); Em homens, ps-prostatectomia.

    c) Incontinncia por regurgitao: a bexiga no esvazia completamente dando origem a

    perdas contnuas ou constantes gota a gota. Existe resduo ps-miccional.

    So apontadas como causas:

    Obstrutivas: Hipertrofia da prstata;

    No obstrutivas: Bexiga hipotnica (flcida) por leso neurolgica (neuropatia

    diabtica, leso medular baixa, leso radicular razes sagradas).

    2. Objetivos das Intervenes

    Os objetivos de interveno so definidos por tipo de interveno.

    A. Intervenes relativas ao espao

    Dispor de espaos fsicos sem barreiras arquitetnicas e ambiente adequado que permita a

    intimidade o fcil acesso ao WC e evite perigos.

    B. Intervenes relativas aos cuidados diretos aos utentes

    B1 Intervenes gerais para todos os tipos de incontinncia

    Conseguir que o impacto da incontinncia tenha o mnimo de interferncia nas atividades da

    vida diria e, se possvel, que se recupere a continncia.

    B2 Incontinncia urinria funcional de incio recente

    Conseguir a recuperao da continncia e, se no for possvel, que exista um menor nmero

    de episdios de incontinncia.

    B3 Incontinncia urinria crnica

    Manter o utente seco e confortvel.

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    C. Intervenes relativas aos protocolos clnicos (para todos)

    Identificar os distintos tipos de incontinncia e dirigir as intervenes especficas para cada tipo

    de incontinncia.

    3. Propostas de intervenes bsicas

    A. Intervenes relativas ao espao

    A1 Intervenes gerais para todos os tipos de incontinncia

    Ambiente adequado:

    Preservar a Intimidade;

    Fcil acesso ao WC e/ou facilitar o uso de utenslios adequados (urinol, arrastradeira,fraldas, resguardos, etc.);

    Evitar perigos e barreiras arquitetnicas.

    B. Intervenes relativas aos cuidados diretos aos utentes

    B1. Intervenes gerais para todos os tipos de incontinncia

    Explicar, informar e transmitir a ideia de que se pode melhorar o problema, ou pelo

    menos aprender a conviver com ele;

    Promover a autoimagen e a autoestima;

    Utilizar roupa cmoda e fcil de vestir e despir;

    Fomentar as relaes sociais (sadas e passeios);

    Promover, estimular e ensinar, se for o caso, a higiene pessoal;

    Uso de fralda temporria, permanente ou noturna;

    Alimentao equilibrada e rica em fibras vegetais (preveno da obstipao);

    Manter o peso adequado;

    Evitar dietas com picantes e/ou bebidas estimulantes (caf, alcol);

    Assegurar uma hidratao adequada de predomnio diurno;

    Diminuir a ingesto de lquidos 2-3 horas antes do deitar.

    B2. Incontinncia urinria funcional de incio recente

    Intervenes gerais para todos os tipos de incontinncia;

    Otimizar a mobilidade do utente;

    Facilitar a mico na cama;

    Corrigir as causas desencadeadoras da incontinncia;

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    Fisioterapia geral para melhoria da mobilidade; Terapias de comportamento (tcnicas de esvaziamento precoce).

    B3. Incontinncia urinria crnica

    B3.1 Incontinncia de urgncia

    Intervenes gerais para todos os tipos de incontinncia;

    Terapias de comportamento (mices voluntrias programadas);

    Avaliar a prescrio de frmacos que relaxam o msculo da bexiga (anticolinrgicos).

    B3.2 Incontinncia de esforo

    Intervenes gerais para todos os tipos de incontinncia;

    Tcnicas de reabilitao da musculatura do solo plvico (exerccios de Kegel,

    biofeedback);

    Avaliar nas mulheres o uso de estrognios tpicos vaginais;

    Em alguns casos considerar a alternativa cirrgica.

    B3.3 Incontinncia por regurgitao

    Intervenes gerais para todos os tipos de incontinncia;

    Em casos de obstruo avaliar a cirurgia e/ou administrao de frmacos relaxantes

    para o esfncter urinrio interno (alfa-bloqueantes);

    Avaliar algaliao vesical permanente ou intermitente.

    ii. CUIDADOS AO UTENTE COM COMPROMETIMENTO DA MOBILIDADE

    1. Princpios Bsicos

    O objetivo dos cuidados ao utente com comprometimento da mobilidade potenciar a

    reversibilidade e prevenir, minimizar ou tratar complicaes decorrentes da imobilidade.

    Perante um compromisso da mobilidade necessrio fazer uma avaliao completa que

    determine as causas da imobilidade, a eventual recuperao ou reversibilidade e que permita

    ainda prevenir ou minimizar as complicaes associadas, o mais rapidamente possvel,

    evitando que se estabeleam definitivamente.

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    2. Objetivos das intervenes

    Os objetivos de interveno so definidos por tipo de interveno e grupo de doentes.

    A. Intervenes relativas ao espao

    Adaptar o ambiente para facilitar as deslocaes dos utentes e manter a autonomia dos

    mesmos.

    B. Intervenes relativas aos cuidados diretos aos utentes

    B1 Manter o nvel Sensorial

    Dar prioridade s deslocaes;

    Dar segurana e orientao ao utente.

    B2. Individualizar o plano de cuidados

    Estimular a manuteno ou melhoria da autonomia, recuperar a situao base prvia,

    se a reabilitao total no for possvel.

    B3. Oferecer apoio social e estmulo

    Ajudar o utente a ganhar confiana medida que vai ganhando capacidade funcional.

    Incluir a famlia na execuo dos cuidados definidos.

    B4. Prevenir complicaes derivadas do Sndrome de Imobilidade

    Implementao de medidas que previnam ou atrasem ou aparecimento de

    complicaes.

    C. Intervenes relativas aos protocolos clnicos

    C1. Avaliar a mobilidade: no momento de admisso [avaliao prvia (ao acontecimento

    que deu origem a admisso na RNCCI) e avaliao atual]:

    Determinar o potencial de reabilitao;

    Incluir no plano individual de cuidados um plano de ao para promover a mobilidade;

    Monitorizar a capacidade funcional para poder avaliar a evoluo e impacto das

    intervenes.

    C2. Corrigir os elementos includos nos protocolos clnicos que reduzem a mobilidade

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    Identificar e eliminar ou reduzir as atuaes que possam interferir de forma direta ou

    indireta na autonomia e na mobilidade do utente.

    C3. Consensualizar protocolos clnicos

    Estabelecer protocolos clnicos que especifiquem atuaes para prevenir ou atrasar oaparecimento de complicaes associadas imobilidade.

    3. Propostas de intervenes bsicas

    A. Intervenes relativas ao espao

    A1. Evitar barreiras arquitetnicas

    Portas:- Ter em conta a amplitude, para que passem as cadeiras de rodas;

    - Ter em conta o peso para que os utentes as possam abrir comodamente.

    Quartos/corredores: amplos, para permitir a mobilidade de cadeiras de rodas,

    muletas, etc.

    Moblia: retirar mveis ou coloc-los estrategicamente como ponto de apoio.

    Apoios: em corredores e salas de passagem.

    Cho: antiderrapante, sem tapetes ou cabos que possam provocar quedas.

    Iluminao: adequada em todos os espaos e Interruptores facilmente acessveis.

    A2. Realizar adaptaes tcnicas

    Casas de banho adaptadas: sanitas altas com barras laterais de apoio.

    Moblia adaptada: cadeiras pesadas com encosto alto e apoio de braos, camas

    eltricas para facilitar diferentes alturas e posturas.

    Bengalas, muletas, andarilhos e cadeiras de rodas, etc.

    A3. Dispor de espaos fsicos especficos

    Dispor de espao dedicado especificamente reeducao da marcha e potenciao

    muscular em geral: espao de fisioterapia e terapia ocupacional.

    B. Intervenes relativas aos cuidados diretos aos utentes

    B1. Manter o