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Unaerp 2010-2-0a Prova Medicina

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PORTUGUÊS

Texto para as questões 01 e 02:

A ideia de que o sangue é responsável pela transmissão hereditária sempre acompanhou a humanida-de. Há mais de 40 anos, sempre que tenho oportunidade, pergunto a pessoas com pouca escolaridade: – Como você acha que os caracteres hereditários são transmitidos dos pais para os filhos? A resposta “pelo sangue” apresenta uma porcentagem entre 30 e 40%. Aos que respondem não saber, pergunto a seguir: – Você acha que é pelo sangue? A resposta afirmativa, então, chega a quase 100%. Pelo me-nos era assim até bem pouco tempo, porque agora, quando pergunto, a maioria das pessoas responde: – Pelo DNA. Embora as pessoas geralmente não saibam o que é DNA e nem onde ele está, elas agora sabem que o DNA traz informações relativas à paternidade. Devido às informações e às discussões mantidas pela mídia, o DNA tornou-se mais conhecido, embora a expressão sangue do meu sangue, quando alguns pais se referem aos filhos, continue comum. Ainda não ouvi alguém dizer: – DNA do meu DNA.

Fábio de Melo Sene, Cada caso, um caso... puro acaso.

01. De acordo com o texto:

a) alguns hábitos de linguagem se mantêm, mesmo após terem sido desqualificados por alguma revi-são de conceitos.

b) algumas expressões são conservadas ao longo do tempo devido às constantes descobertas da ci-ência, que apresentam novos conceitos à sociedade.

c) certas expressões comuns na linguagem popular tornam-se constantemente obsoletas, sendo subs-tituídas pelos jargões científicos, gerados a partir de nomenclaturas específicas e não mais genéri-cas.

d) os usuários da língua esforçam-se por manter o vocabulário típico de sua tradição cultural, ainda que novas nomenclaturas substituam expressões de ideias equivocadas.

e) novos conceitos podem modificar hábitos linguísticos, mas não de uma maneira gradual, pois a partir da publicação de uma descoberta, as palavras que definem esses conceitos serão outras.

02. Assim como “sangue do meu sangue”, algumas expressões referentes a partes e funções do corpo humano permanecem na tradição linguística mesmo após terem sofrido alterações em seu significado de origem. Metáforas e outras figuras de linguagem são comuns nesses casos. Dentre as opções abai-xo, apenas uma não se enquadra nesse processo de possíveis alterações, por apresentar caráter deno-tativo:

a) Teus olhos são as janelas de tua alma. b) Não tinha estômago para assistir àquelas imagens chocantes. c) O déspota governava o país com mão de ferro. d) Começo a ficar tenso: a saliva entope-me a garganta. e) Toda a equipe era comandada por um técnico exigente, de pulso firme.

03. Quando abriu um escritório em Pequim, há quatro anos, o Google se curvou aos ditames do capita-lismo vermelho e aceitou se autocensurar. Temas banidos pelo Partido Comunista Chinês, o PCC, não poderiam aparecer quando alguém fizesse uma busca no site www.google.cn. O Índex inclui, por exem-plo, o massacre da Praça da Paz Celestial, em 1989, e a campanha pela independência do Tibete. A-quiescer à ditadura foi o pedágio pago pela empresa americana para ingressar no maior mercado mun-dial da internet, com 400 milhões de pessoas conectadas. Na semana passada, o Google anunciou que fechará as portas em Pequim, num reconhecimento de que não conseguiu dobrar o regime chinês, co-mo imaginara.

Derrota da liberdade, Veja, 31.03.10 p. 73

De acordo com o texto, assinale a opção correta:

a) O Partido Comunista Chinês não mais influencia as decisões do moderno governo chinês. b) O Massacre da Praça da Paz Celestial é um best-seller chinês, publicado em 1989. c) Valeu a pena ao Google o pedágio pago para ter 400 milhões de chineses conectados. d) O regime político chinês não preserva valores como a liberdade de expressão. e) A palavra índex, registrada no dicionário Aurélio como “catálogo dos livros cuja leitura era proibida

pela Igreja”, é inadequada no texto apresentado.

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04. – Faça um esforço, meu filho, seja mais claro, não dissimule, não esconda nada do teu pai, meu coração está apertado também de ver tanta confusão na tua cabeça. Para que as pessoas se enten-dam, é preciso que ponham em ordem suas ideias. Palavra com palavra, meu filho. – Toda ordem traz uma semente de desordem, a clareza uma semente de obscuridade, não é por outro motivo que falo como falo. [...] Não acredito na discussão dos meus problemas, não acredito mais na troca de pontos de vista, estou convencido, pai, de que uma planta nunca enxerga a outra [...] nunca, nem antes nem depois de ter partido, eu pensei que pudesse encontrar fora o que não me davam aqui dentro. – E o que é que não te davam aqui dentro? – Queria meu lugar na mesa da família. [...] – Conversar é muito importante, meu filho, toda palavra, sim, é uma semente; entre as coisas humanas que podem nos assombrar, vem a força do verbo em primeiro lugar; precede o uso das mãos, está no fundamento de toda prática, vinga e se expande, e perpetua, desde que seja justo. [...] Corrija a displi-cência dos teus modos de ver: é forte quem enfrenta a realidade; e depois, estamos em família, que só um insano tomaria como ambiente hostil. – Forte ou fraco isso depende: a realidade não é a mesma para todos, e o senhor não ignora, pai, que sempre gora o ovo que não é galado; o tempo é farto e generoso, mas não devolve a vida aos que não nasceram; aos derrotados de partida, ao fruto peco já na semente, aos arruinados sem terem sido er-guidos, não resta outra alternativa: dar as costas para o mundo ou alimentar a expectativa de destruição de tudo; de minha parte, a única coisa que sei é que todo meio é hostil desde que negue direito à vida.

Raduan Nassar, Lavoura arcaica

Em Lavoura arcaica, Raduan Nassar retrata, tendo como pano de fundo uma relação incestuosa, a ten-são entre a insubmissão de André às normas impostas pelo pai e a autoridade severa deste último, an-coradas, ao mesmo tempo, pelo amor de ambos pela família, e pela ideia de que esta última é o amparo para todos os males. Em ritmo abissal, o romance rompe com os padrões de comportamento e, ao mesmo tempo, do ponto de vista formal, é ruptor também porque nele se observa:

a) a experimentação dos limites da composição narrativa, que se apropria do discurso poético, revelan-do um texto marcado por metáforas, por jogos sonoros e por imagens fortemente carregadas de sentido, típicas dos textos poéticos, que veiculam, na maior parte do tempo, o fluxo de consciência de André.

b) a contrariedade à experimentação dos limites da composição narrativa, que se mantém fiel ao mode-lo tradicional, revelando um texto temático, destituído de metáforas e de jogos sonoros e desprovido de imagens fortemente carregadas de sentido, típicas dos textos narrativos, que veiculam, na maior parte do tempo, o fluxo de consciência de André.

c) a defesa das relações incestuosas entre André e Ana, na medida em que o pai, na volta de André ao lar, recebe com seriedade, mas complacência, a relação dos irmãos, vista como forma de preservar os valores da família.

d) a punição ritual de Ana, que é sacrificada pelo pai, já que fica claro, pelo desenrolar da narrativa, que ela deve ser responsabilizada pelo desvirtuar de seu irmão, Pedro, com quem passa a se relacionar, amorosamente.

e) a polissemia, já no título, Lavoura arcaica, que remete tanto ao arcaísmo das relações da família libanesa, quanto ao embate entre manter a tradição e romper com ela, garantindo monologismo e unicidade de visões de mundo.

05. Texto 1

[...] Ah, que a mulher dê sempre a impressão de que se fechar os olhos Ao abri-los ela não estará mais presente Com seu sorriso e suas tramas. Que ela surja, não venha; parta, não vá E que possua uma certa capacidade de emudecer subitamente e nos fazer beber O fel da dúvida. Oh, sobretudo Que ela não perca nunca, não importa em que mundo Não importa em que circunstâncias, a sua infinita volubilidade De pássaro; e que acariciada no fundo de si mesma Transforme-se em fera sem perder sua graça de ave; e que exale sempre O impossível perfume; e destile sempre

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O embriagante mel; e cante sempre o inaudível canto Da sua combustão; e não deixe de ser nunca a eterna dançarina Do efêmero; e em sua incalculável imperfeição Constitua a coisa mais bela e mais perfeita de toda a criação inumerável.

Vinícius de Moraes, Receita de mulher (fragmento)

Texto 2

Há mulheres que querem que o seu homem seja o Sol. O meu quero-o nuvem. Há mulheres que falam na voz do seu homem. O meu que seja calado e eu, nele, guarde meus silêncios. Para que ele seja a minha voz quando Deus me pedir contas. No resto, quero que tenha medo e me deixe ser mulher, mesmo que nem sempre sua. Que ele seja homem em breves doses. Que exista em marés, no ciclo das águas e dos ventos. E, vez em quando, seja mulher, tanto quanto eu. As suas mãos as quero fir-mes quando me despir. Mas ainda mais quero que ele me saiba vestir. Como se eu mesma me vestisse e ele fosse a mão da minha vaidade.

Mia Couto, A despedideira, in: O fio das missangas Leia as afirmativas a seguir e assinale a opção correta:

1. No texto 1, o poeta vale-se de imagens e comparações para tecer o ideal da mulher amada, desta-cando características que julga cruciais, como a “graça de ave” e o “impossível perfume”, mas afir-mando, ao final, que sua imperfeição é que lhe pode garantir o estatuto de coisa mais bela e mais perfeita de toda a criação.

2. No texto 2, a narradora constrói, por meio de recursos próprios da poesia, como a analogia, uma imagem de homem ideal que foge ao padrão normalmente aceito, porque apresenta-o volúvel, como ventos e marés, ou ainda, como homem que tenha medo e que aceite uma mulher que nem sempre seja sua; ao mesmo tempo, um homem que seja amparo para guardar silêncios e que tenha mãos firmes para despir a mulher amada.

3. No texto 2, o narrador constrói, por meio de recursos próprios da dissertação, como a analogia, uma imagem de homem ideal que foge ao padrão normalmente aceito, porque apresenta-o volúvel, como ventos e marés, ou ainda, como quem tenha medo, um homem que seja amparo para guardar silên-cios e que saiba falar com Deus.

4. Nos dois fragmentos textuais apresentados, o eu-lírico e o narrador apresentam, respectivamente, imagens distorcidas do que devem representar a mulher e o homem amados, inspirados por uma vi-são não platônica do amor.

a) Apenas 1 e 4 são corretas. b) Apenas 1 é correta. c) Apenas 3 é correta. d) Apenas 1 e 2 são corretas. e) Apenas 1, 3 e 4 são corretas.

06. “Sim, nasceu meu filho. Sim, está tudo bem. Quer dizer, ele é mongoloide.” [...] O que ele quer re-solver agora não é o problema da criança, mas o espaço que ela ocupa em sua vida. E esses contatos medonhos do dia-a-dia: explicar. Já viu na enciclopédia que o nome da síndrome se deve a John Lang-don Haydon Down (1828-1896), médico inglês. À maneira da melhor ciência do império britânico, des-creveu pela primeira vez a síndrome frisando a semelhança da vítima com a expressão facial dos mon-góis, lá nos confins da Ásia; daí a expressão “mongoloides”. Que tipo de mentalidade define uma sín-drome pela semelhança com traços de uma etnia? O homem britânico como medida de todas as coisas. O príncipe Charles, aquela figura apolínea será o padrão de normalidade racial, ele começa a rir no es-curo, acendendo outro cigarro. E como essa denominação durou mais de um século, como algo normal e aceitável? Sim, normal e aceitável, inclusive por ele mesmo – ele lembra agora, com um frio na espi-nha, como há poucas semanas comentou com um colega a burrice de uma professora: Parece uma mongoloide, ele disse. A palavra veio-lhe fácil, do trabalho que revisava – foi só estender a mão e reco-lher da árvore.

Cristóvão Tezza, O filho eterno

O fragmento acima, extraído do romance de Tezza, indica:

a) o sofrimento do pai que desconhece a realidade de seu filho, portador da síndrome de Down, e sua preocupação em identificar o problema da criança, para que ela possa ter uma vida plena de reali-zações.

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b) a reflexão amarga de um pai que sabe que seu filho é portador de síndrome de Down, ao mesmo tempo que reconhece que precisa rever sua própria posição a respeito da inclusão das pessoas por-tadoras dessa síndrome na sociedade, chamadas, preconceituosamente, de mongoloides, por ade-são ao termo cunhado pelos ingleses.

c) as reflexões de um homem sobre a hegemonia cultural inglesa e sobre os preconceitos dela decor-rentes, cujo exemplo, no texto, é a atribuição do termo mongoloide a pessoas portadoras de síndro-me de Down, e a indignação desse homem com essa postura, já que ele mesmo é portador dessa síndrome.

d) o arrependimento do narrador por ter chamado, preconceituosamente, uma professora de mongoloi-de, como se os mongoloides fossem meras folhas de árvore, à espera de compaixão e cuidado das culturas mais desenvolvidas, responsáveis pela descoberta da doença e, portanto, por seu tratamen-to e cura.

e) a amargura de um homem que passa a ser banido do meio em que vive porque é pai de uma criança com síndrome de Down e seu esforço para tentar entender a doença, a partir de pesquisas em enci-clopédias, com o intuito de fundar uma instituição de amparo a pais e crianças portadoras dessa síndrome.

07.

http://www.blogdasaude.com.br/wp-content/uploads/2009/06/gripe-suina-atualizada.gif

Com base no gráfico com dados sobre a gripe suína no Brasil no primeiro semestre de 2009, é correto afirmar que:

a) somente três casos suspeitos não haviam sido confirmados até 11 de junho. b) a doença já teria chegado à região Norte do país. c) o grande número de casos em São Paulo gera problemas também no Rio de Janeiro. d) o clima no estado do Tocantins é mais propício para a proliferação da doença. e) seria impossível o número de casos em Santa Catarina se igualar ao de São Paulo.

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08. Como quisesse verificar o texto, consultei a minha Vulgata, achei que era exato, mas tinha ainda um complemento: "Tu eras perfeito nos teus caminhos, desde o dia da tua criação." Parei e perguntei calado: "Quando seria o dia da criação de Ezequiel?" Ninguém me respondeu. Eis aí mais um mistério para ajuntar aos tantos deste mundo. Apesar de tudo, jantei bem e fui ao teatro.

Machado de Assis, Dom Casmurro

Um dos momentos significativos, que tornam a despertar em Bentinho, o protagonista, a certeza da trai-ção, ocorre quando:

a) Capitu o acompanha ao teatro, apesar de uma indisposição. b) ele vai só ao teatro e, ao voltar para casa, no final do primeiro ato, encontra José Dias no corredor. c) José Dias chama Bentinho de “filho do homem”. d) Capitu tenta corrigir o modo de andar do filho, que imita Escobar, e o modo de olhar, que imita José

Dias. e) ao amparar a viúva, Capitu olha fixamente para o defunto.

09. Vidas Secas é considerado um texto regionalista, inserido na proposta da Geração de 30, do Mo-dernismo brasileiro. Para além da crítica social, entretanto, é possível identificar que existe, no romance, uma convergência entre o que se pode chamar de projeto estético e um projeto ideológico; a mediação entre ambos é feita pela metalinguagem, que garante a passagem da discussão da seca do Nordeste para a discussão da secura da linguagem, não-palavra que, frágil, não irrompe da garganta dos retiran-tes. Essa linguagem ausente é assinalada pelos sons guturais emitidos pelos personagens. Entretanto, há um momento em que, mudadas as condições climáticas, Fabiano e Sinha Vitória, como que mergu-lhados no que acontece à sua volta, passam a falar, ainda que de modo ininteligível, num fluxo contínuo e ruptor em relação ao resto do romance. Isso acontece no capítulo:

a) Mudança. b) Sinha Vitória. c) Inverno. d) Baleia. e) O Soldado Amarelo.

10.

Marco Zero. A tela de William Turner, Chu-va, Vapor e Velocidade (1844), antecipa questões debatidas pelos impressionistas.

Turner (1775-1851) é o verdadeiro primeiro pintor moderno. Muitos críticos dividem essa crença com o historiador italiano Giulio Carlo Argan (1909-1992) [...] O crítico escreveu sobre o pintor em 1965. Esta-va, então, empenhado em estudar como antecessores ingleses de Turner – Hogarth (1697-1788) – apli-caram o credo estético do Iluminismo, trocando a inspiração pela razão [...] Os franceses, antagonistas históricos dos ingleses, legaram aos filhos de Shakespeare – que não tinham uma grande arte nos sé-culos 16 e 17, segundo ele – uma ferramenta para tirá-los de sua inferioridade pictórica. [...] Em gravu-ras que retratam a sociedade inglesa, ele se alinhou à nova filosofia e literatura ditadas pelos valores iluministas, promovendo uma revolução temática e formal nas artes – e antecipando o que viria a ser, no século 20, a linguagem dos quadrinhos. [...] É herdeiro de uma tradição inglesa de gravadores satíri-cos que, mal comparando, seriam equivalentes aos criadores brasileiros de cordel. A diferença funda-mental é que Hogarth, alpinista social, pertencia à classe média e não se recusava a retratar aristocratas.

Antônio Gonçalves Filho, Modernidade, a arte de romper com a tradição, O Estado de São Paulo, Sabático, p.54, 27.03.10

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A expressão mal comparando (linha 10) funciona como um modalizador para:

a) relativizar a responsabilidade pelo processo avaliativo do sujeito enunciador sobre sua própria enun-ciação.

b) explicar termos da oração subordinada posterior à oração principal. c) realizar a progressão textual. d) assumir o papel de palavra enunciativa. e) determinar o posicionamento do enunciador como favorável à enunciação.

REDAÇÃO

Instrução geral

Escolha um dos temas (A ou B) Seu texto não deve ultrapassar 30 linhas. Utilize a norma padrão da língua. Dê um título à sua redação. O texto final deve ser escrito a tinta azul ou preta. Os textos de apoio não devem ser copiados.

Não se julgará a posição assumida pelo candidato, mas a capacidade de argumentação e a relevância dos argumentos apresentados.

TEMA A – CÉREBRO TURBINADO

A noção de melhorar funções mentais ao ingerir uma pílula que aumenta a atenção, a memória e o pla-nejamento – bases da cognição – não é mais apenas uma fantasia compartilhada por futuristas. Os a-nos 90, proclamados a década do cérebro [...], foram seguidos pelo que pode ser chamada de “a déca-da do cérebro aprimorado.” A obsessão com aprimoradores de cognição é atestada por artigos que saúdam a chegada das chama-das drogas inteligentes, aprimoradores neuronais, nootrópicos ou mesmo “o viagra para o cérebro”. Sob esse ponto de vista, a era do aprimoramento já chegou. Universitários normalmente pegam empresta-das algumas pílulas de ritalina prescritas para um amigo e conseguem estudar a noite toda. Programa-dores de computador com prazos vencendo ou executivos tentando manter a mente no limite ingerem modafinil, da nova geração de “despertadores mentais”. Os usuários juram que essas drogas fazem mais que deixar a pessoa alerta, como faria um café expresso com caramelo; em vez disso, propiciari-am o foco preciso necessário para absorver nuances da química orgânica ou explicar detalhes esotéri-cos de dívidas bancárias. [...]

Conceitos-chave:

– Estudantes universitários e executivos ingerem drogas estimulantes para melhorar seu desempenho mental rotineiro, embora essas substâncias nunca tenham sido aprovadas para esse uso.

– Alguns especialistas em ética e neurocientistas levantaram a possibilidade de tornar essas drogas amplamente disponíveis para aprimorar pessoas saudáveis que não sofram de demência.

– Ainda restam dúvidas sobre a segurança e a eficiência de alguma droga que brinca com o funciona-mento mental básico, a ponto de poder ser consumida como café ou chá.

Gary Stix, O cérebro turbinado, Scientific American, novembro de 2009, p 36 (adap.)

Baseando-se na coletânea e em seus conhecimentos, escreva um texto argumentativo sobre a temática proposta.

TEMA B – INCLUSÃO DE PORTADORES DE SÍNDROME DE DOWN

Texto 1

Fonte: http://blogdomarceloferla.blog.terra.com.br/files/2008/11/down.jpgonte

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Texto 2

Síndrome de Down. É uma anomalia congênita, ocorrida por uma alteração cromossômica (trissomia

do 21) que produz anomalias físicas e retardo mental. Em 95% dos casos, a síndrome de Down tem a sua origem na trissomia do 21, a mais frequente das trissomias (alteração produzida pela existência de um terceiro cromossomo unido a uma dupla de cromossomos). O risco de que ocorra uma anomalia que produza a síndrome de Down numa criança muda de acordo com a idade da mãe, aumentando notavelmente a partir dos 35 anos. [...] Os danos da síndrome são físicos e mentais. Nesse último as-pecto, além de um retardo no desenvolvimento, a maioria das crianças nascidas com a síndrome de Down apresenta um quociente de inteligência médio de 50 (a média normal é de 100), via de regra a-presentam um comportamento tranquilo e não choram muito. Fisicamente também apresentam retardo no desenvolvimento, bem como características particulares, como os olhos oblíquos, nariz curto, ore-lhas pequenas e baixas, mãos e dedos curtos. Uma porcentagem de cerca de 35% dessas crianças apresenta distúrbios no coração. O diagnóstico pré-natal é possível e sugere-se realizar estudos que indiquem a presença da síndrome de Down em gestantes maiores de 35 anos de idade. Três são os métodos mais utilizados: a ultrassonografia permite detectar, no feto, anomalias físicas que poderiam gerar a suspeita e determinar a necessidade de realizar outros estudos; a análise de sangue para com-provar a existência de um baixo teor de proteína fetal alfa – que sugere risco maior de anomalias – e o estudo do líquido amniótico, que permite o diagnóstico da síndrome de Down e de outras anomalias. Quando não existem estudos pré-natais, o aspecto físico do bebê sugere o diagnóstico, que é confirma-do com uma análise do sangue do recém-nascido, no qual o cromossomo 21 é identificado. É necessá-rio tratar aquelas doenças ou distúrbios que a pessoa com a síndrome de Down tem altas possibilidades de desenvolver. Muitas crianças com essa anomalia são acometidas por leucemia, problemas do cora-ção, de tireoide, otite recorrente, problemas de visão ou de audição. Em geral, as pessoas com síndro-me de Down morrem jovens. A esperança de vida é menor quando apresentam problemas de coração ou leucemia.

http://www.jornallivre.com.br/images_enviadas/causas-e-tratamento-da-sindrom.jpg (adap.)

Texto 3

“Não queremos seu filho – para ele, há escolas especiais, que têm treinamento e condições de tratar dele. Nós não temos. Para o pai, levá-lo à escola especial foi reviver aquela sala da clínica do Rio, quando ele percebeu pela primeira vez que seu mundo de referências seria definitivamente outro. A criança também sentiu a diferença [...] Para o filho talvez fosse mesmo insuportável reconhecer naque-las crianças que mal sabem falar, naqueles seres sem coordenação motora, [...] o seu próprio grupo, os seus semelhantes, a sua tribo [...]. Aos poucos, o isolamento dos primeiros meses foi se desfazendo e, estimulado pela infraestrutura pedagógica e por uma ótima professora, ele passou a desenhar de modo mais disciplinado.” Cristóvão Tezza, O filho eterno, p. 167

Baseando-se na coletânea e em seus conhecimentos, escreva um texto argumentativo sobre a temática proposta.

GEOGRAFIA

11. Terceira economia do planeta, abaixo apenas do Japão e dos Estados Unidos, com um bilhão e trezentos milhões de habitantes, completamente integrada ao mercado mundial, seja como espaço de volumosos investimentos capitalistas de diferentes países, seja como poderoso agente exportador de capitais para explorar matérias-primas em vários continentes. Eis a República Popular da China, a esti-mular ainda projeções que a colocam dentro de 15 a 20 anos no mesmo patamar econômico da potên-cia norte-americana. À propósito da realidade chinesa é importante também constatar que:

a) definitivamente integrada ao liberalismo capitalista, a China acena também com a adoção de práti-cas políticas há muito vigentes nos países da Europa, da América do Norte, da Oceania, bem como no Japão.

b) tendo em vista sua definitiva integração ao mercado capitalista, a China franqueou seu espaço às empresas que operam na área das comunicações, sem limites e quaisquer restrições.

c) a República Popular da China tem hoje de 30 a 40% de sua economia operando em bases capitalis-tas, mas as mudanças não modificaram o aparelho político que segue funcionando sob a ditadura do Partido Comunista chinês.

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d) em 1949, por ocasião da instalação em Pequim do primeiro governo comunista chefiado por Mao Tsé-Tung, a China tinha 80% de analfabetos. Hoje tem menos de 15%, com a maioria alfabetizada tendo livre acesso aos numerosos jornais chineses, que fazem oposição ao governo e ao regime.

e) o crescimento anual chinês, desde 1980 situando-se entre 8 e 10%, e fomentado principalmente pela indústria, teve como suporte básico apenas a população urbana, tendo em vista a existência de leis proibindo o deslocamento dos trabalhadores rurais.

12. Este mar localiza-se na Ásia central, entre o Casaquistão e o Usbequistão. Durante muito tempo, a região pertenceu à ex-URSS. O algodão cultivado nessa área era um dos principais produtos de expor-tação da antiga potência. Tributários do mar, como os rios Syr Daria e Amu Daria, foram desviados em projetos de irrigação das lavouras de algodão. Isso provocou a diminuição da extensão do mar, que já foi de 67 600 km². Com a perda do volume de água, o teor de salinidade aumentou muito e afetou o desenvolvimento da flora local. O processo de desertificação atingiu a região vizinha. A pesca e a nave-gação nas águas do mar, que recuaram quase 80 km, ficaram prejudicadas. A indústria do caviar não existe mais. O solo salino exige o uso de fertilizantes para a produção do algodão. Uma poeira tóxica (misto de sal e agrotóxicos) provoca doenças e contamina as águas subterrâneas e dos rios da região.

A descrição do texto corresponde ao:

a) Mar Cáspio, na Ásia Central. b) Mar Morto, no Oriente Médio. c) Mar de Aral, na Ásia Central. d) Mar de Azov, na Ásia. e) Mar Negro, entre Europa e Ásia.

13. A região do oeste, Darfur, chama atenção do mundo desde 2003. Nesse ano, iniciou-se ali uma das mais graves crises humanitárias da atualidade. Estima-se que os conflitos tenham causado mais de 200 mil mortes e 2,2 milhões de refugiados, parte deles no país vizinho, o Chade. O motivo principal da dis-puta é a mera sobrevivência: luta-se por água e alimentos. Darfur, situado em uma região desértica ou semi-desértica, possui cerca de 6 milhões de habitantes – com uma maioria de agricultores e uma mino-ria de pastores nômades. O conflito ganhou força em fevereiro de 2003, quando grupos armados liga-dos aos agricultores – sobretudo o Movimento de Libertação (SLM) e o Movimento para a Justiça e a Igualdade – iniciaram um movimento separatista, acusando o governo de negligenciar a região. Em res-posta, a milícia Janjaweed – ligada à população nômade – reage com extrema violência, com o apoio velado do governo.

Atualidades 2009. Ed. Abril

O texto descreve uma região de um país do continente africano, identificado pela opção:

a) Etiópia b) Uganda c) Sudão d) Egito e) Zâmbia

14. Quase três meses depois do terremoto que devastou o Haiti em 12 de janeiro, matando mais de 200 mil pessoas, a ONU e os EUA arrecadaram mais de US$ 8 bilhões, segundo dados oficiais, para a reconstrução do país nos próximos dois anos. O presidente do Haiti, René Préval, reafirmou seu com-promisso com a administração correta do dinheiro.

Folha de S.Paulo, 01.04.10

Ao longo desses meses, informações e análises expuseram, sob todos os ângulos a história do Hai-ti. Sobre essa história, assinale a opção incorreta:

a) Colonia da França, com mais de 450 mil escravos, o Haiti, que ocupa a metade ocidental da ilha Hispaniola, à altura de 1789, era o principal produtor mundial de açúcar.

b) Os líderes da Revolução Francesa de 1789, em Paris, decidiram, logo que irrompeu a revolu-ção, acabar com a escravidão na ilha e transformar a antiga colônia num país livre.

c) Sob influência dos movimentos revolucionários que eclodiram na metrópole, os haitianos, liderados pelo ex-escravo Toussaint L'Ouverture, empreenderam uma guerra de emancipação que culminou com a fundação do primeiro Estado independente da América Latina, em 1803.

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d) No século XX a expansão dos Estados Unidos pela América Latina implicou também a ocupação militar no Haiti. A partir de 1957, com apoio norte-americano, o médico haitiano François Duvalier começou um longo período ditatorial que assassinou milhares de haitianos e levou o Haiti a figurar entre os 25 países mais pobres do mundo.

e) O Brasil comanda militarmente a Missão de Estabilização das Nações Unidas no Haiti (Minustah).

15. Segundo o historiador Éric Hobsbawm, a queda do Muro de Berlim em 1989 e o colapso da União Soviética e de seus Estados satélites em 1991 sinalizam com o fim da Guerra Fria e o surgimento de uma nova época. Absoluto como superpotência, os Estados Unidos elegem um novo inimigo, o terror, justificativa para aparatosas operações de guerra que culminam com invasões de países e deposições de governantes. No mapa do terrorismo, dois focos, sempre referidos: Iraque e Afeganistão, sobre os quais é correto afirmar:

a) Por volta de 1980, os Estados Unidos apoiaram o Iraque na guerra com o Irã. Dez anos mais tarde, em 1990, os Estados Unidos organizaram uma coalizão de países e passaram a combater o Iraque, uma das etapas das hostilidades que se estendem até hoje.

b) O bombardeio do World Trade Center, em Nova York, em 11 de setembro de 2001, foi um atentado nascido momentaneamente da insânia de um pequeno grupo, não se relacionando diretamente com o saudita Osama Bin Laden.

c) Entre 1979 e 1989 os Estados Unidos financiaram a guerrilha que combatia o domínio soviético no Afeganistão. O interesse pelo Afeganistão estava voltado para as suas grandes reservas petrolíferas e minas de diamantes.

d) À altura de 1999, o então presidente Clinton, dos Estados Unidos, impôs sanções comerciais e fi-nanceiras ao Afeganistão, domicílio de Osama Bin Laden e reduto de organizações terroristas que ameaçavam explodir poços petrolíferos no Oriente Médio.

e) Os interesses dos Estados Unidos em relação ao Iraque não têm relação com a sua condição de produtor de petróleo, possuidor de cerca de 10% das reservas do Golfo Pérsico.

16. O relevo terrestre corresponde às diversas configurações e diferenças de nível da superfície terres-tre: montanhas, planaltos, planícies, depressões, escarpas, cuestas, etc., que também são encontradas no território brasileiro.

A ilustração acima retrata o perfil morfológico de uma região do Brasil. Trata-se:

a) do planalto das Guianas. b) da planície Amazônica. c) do planalto Atlântico. d) do planalto Meridional. e) da planície da Lagoa dos Patos e Mirim.

17. [...] na verdade (a paisagem) é uma herança em todo o sentido da palavra: herança de processos fisiográficos e biológicos, e patrimônio coletivo dos povos que historicamente as herdaram como territó-rio de atuação de suas comunidades.

Ab’Saber, Aziz Nacib, Os domínios de natureza no Brasil, São Paulo: Ateliê 2003.

3º. Planalto 2º. Planalto 1º. planalto

Guarapuava Ponta Grossa Curitiba

Rio Paraná

Serra do Mar

Antonina

Oceano Atlântico

Vulcânico sedimentar cristalino

2.000

1.000

500

600 500 400 300 200 100 0 km

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Nos segmentos AB, assinalados no mapa, encontramos diferentes formações vegetais (paisagens). Identifique as encontradas ao longo do segmento AB:

a) mata dos cocais, caatinga, floresta tropical, mata dos pinhais. b) floresta amazônica, cerrado, mata tropical, mata dos pinhais e vegetação litorânea. c) floresta tropical, babaçual, carnaubal, caatinga, mata dos pinhais. d) cerrado, mata dos pinhais, mata dos cocais, mata tropical, mata atlântica. e) floresta amazônica, mata dos cocais, mata dos pinhais, cerrado e caatinga.

18. O conflito entre israelenses e palestinos, no Oriente Médio, tem uma trajetória de mais de cinquenta anos e ocupa espaços em noticiários de internet, rádio, TV, jornais e revistas de todo o mundo.

Com relação a esse conflito, assinale a opção correta:

a) O principal obstáculo para que se chegue a um acordo de paz entre israelenses e palestinos é a disputa pela cidade de Belém, considerada sagrada por islâmicos, judeus e cristãos.

b) O movimento de insurreição palestina contra o domínio israelense é denominado Hesbollah. c) O estado de Israel foi criado pela ONU em 1967, após a vitória israelense na Guerra dos Seis Dias. d) Em 2002 Israel iniciou a construção de um muro na Faixa de Gaza para separar populações judaicas

e árabes com a finalidade de impedir a entrada de terroristas iraquianos em Israel. e) A primeira Intifada, a “revolta das pedras” ocorreu na década de 1980, quando crianças e jovens

palestinos atacavam soldados israelenses usando pedras como armas.

19. Na nova ordem mundial, a bipolaridade que vingou durante o período da Guerra Fria, representada pelos Estados Unidos e pela União Soviética, foi substituída pela multipolaridade. Embora definido co-mo multipolar, o mundo de hoje apresenta três grandes pólos de poder.

Igor Moreira, Espaço Geográfico, Ed. Ática

A

B

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No mapa aparecem os grandes blocos geopolíticos que lideram a economia mundial. Sobre esses blo-cos, considere as seguintes afirmações:

1. A União Europeia tem suas raízes no Mercado Comum Europeu (MCE), fundado em 1957 pelo Tra-tado de Roma, cujos objetivos eram eliminar as tarifas alfandegárias, promover a livre circulação de mercadorias entre os países integrantes e competir com os EUA.

2. O NAFTA (North American Free Trade Agreement) representa uma iniciativa dos Estados Unidos, de conteúdo estratégico, que extrapola os aspectos meramente comerciais. A concretização do NAFTA implicou na diminuição das relações comerciais com países fora da área de livre-comércio; até certo ponto, seria uma atualização da Doutrina Monroe.

3. APEC (Asia Pacific Economic Cooperation). Esse bloco do Pacífico surgiu em 1989 com a intenção de criar, até 2020, entre os países participantes, uma zona de livre comércio envolvendo o sudeste e o leste da Ásia, a Oceania e o oeste da América, áreas banhadas pelo Oceano Pacífico, elemento de união dos países desse bloco. Tem um mercado consumidor de cerca de 2,6 bilhões de habitan-tes.

4. Na Cooperação econômica Ásia-Pacífico destacam-se, tanto em produção como em tecnologia e mercado consumidor, o Japão, a China, os Estados Unidos, os Tigres Asiáticos, a Austrália e a No-va Zelândia.

5. O MERCOSUL (bloco econômico da América do Sul) uniu-se ao Nafta e formou a ALCA (Área de Livre Comércio das Américas). O MERCOSUL deixou de existir.

a) Apenas 1, 2 e 3 estão corretas. b) Apenas 1, 2, 4 e 5 estão corretas. c) Apenas 1, 3, 4 e 5 estão corretas. d) Apenas 1, 3 e 4 estão corretas. e) Apenas 3, 4 e 5 estão corretas.

20. BREJO DA CRUZ

A novidade Que tem no Brejo da Cruz É a criançada Se alimentar de luz

Alucinados Meninos ficando azuis E desencarnando Lá no Brejo da Cruz

Eletrizados Cruzam os céus do Brasil Na rodoviária Assumem formas mil

Uns vendem fumo Tem uns que viram Jesus Muito sanfoneiro Cego tocando blues

Uns têm saudade E dançam maracatus Uns atiram pedra Outros passeiam nus

Mas há milhões desses seres Que se disfarçam tão bem Que ninguém pergunta De onde essa gente vem

São jardineiros Guardas-noturnos, casais São passageiros

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Bombeiros e babás

Já nem se lembram Que existe um Brejo da Cruz Que eram crianças E que comiam luz

São faxineiros Balançam nas construções São bilheteiras Baleiros e garçons

Já nem se lembram Que existe um Brejo da Cruz Que eram crianças E que comiam luz. Chico Buarque de Hollanda

Brejo da Cruz, no estado brasileiro da Paraíba, inspirou Chico Buarque nessa música que trata da mi-gração nordestina. Em relação ao movimento migratório do Nordeste é correto afirmar, exceto:

a) Na década de 1980 houve redução da emigração do Nordeste, ocorrendo até mesmo um movimento de retorno dos migrantes à região de origem.

b) Trabalhadores rurais nordestinos migraram para São Paulo nas décadas de 1950 e 1960, transfor-mando-se em operários do setor industrial.

c) A construção de Brasília, no governo JK, atraiu milhares dos trabalhadores do Nordeste, que se em-pregaram principalmente na construção civil. Foram denominados candangos.

d) Na década de 1950 os chamados paus-de-arara (caminhões improvisados com bancos de madeira e cobertos com lona) foram usados para transportar os migrantes ou retirantes do Nordeste, que vi-nham trabalhar nas plantações de cana-de-açúcar no estado de São Paulo.

e) A transumância é um exemplo de migração que ocorre entre os trabalhadores sem qualificação pro-fissional que residem entre o agreste e o sertão nordestino.

HISTÓRIA

21. “Somos governados por uma minoria que, proprietária das terras e das fazendas e dos latifúndios e senhores dos meios de produção e apoiada nos imperialismos estrangeiros que nos exploram e nos dividem, só será dominada pela verdadeira insurreição generalizada, pelo levantamento consciente das massas das nossas populações dos sertões e de nossas cidades. Contra as duas vigas mestras que sustentam os atuais oligarcas, precisam, pois, ser dirigidos os nossos golpes – a grande propriedade territorial e o imperialismo norte-americano. Essas as duas causas fundamentais da opressão política em que vivemos e das crises econômicas sucessivas em que nos debatemos. O governo dos coronéis, chefes políticos, donos de terra, só pode ser o que aí temos: opressão política e exploração impositiva.”

Manifesto de Maio de 1930, por Luis Carlos Prestes. FAORO, Raimundo. Os Donos do Poder. 11ed., São Paulo: Globo, 1995, p.680.

O autor do texto acima, Luis Carlos Prestes:

a) era representante da elite financeira brasileira e financiou Getúlio Vargas em seu processo de toma-da de poder durante a Revolução de 1930.

b) integrava o movimento tenentista que propunha liderar a moralização do país por meio do voto se-creto, maior centralização do poder, de forma a esvaziar o poder local dos coronéis e o ensino obri-gatório.

c) liderando a Coluna Prestes, marchou por todo o interior do Brasil lutando contra as tropas capitanea-das por Getulio Vargas e que defendiam a Revolução de 1930.

d) líder supremo do movimento tenentista, integrou a Revolta do Forte de Copacabana, que tinha por objetivo maior impedir a posse de Getúlio Vargas.

e) liderava o movimento tenentista nacional que reivindicava exclusivamente melhores condições de trabalho e armamentos para o exército, abandonado pelos governos oligárquicos sucessivos.

22. “A repercussão, no Brasil, dos acontecimentos políticos da Europa de fins do século XVIII e começo do seguinte se por um lado acelerou a evolução política do país, por outro contribuiu para prolongar a etapa de dificuldades econômicas que se iniciara com a decadência do ouro. Ocupado o reino portu-

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guês pelas tropas francesas, desapareceu o entreposto que representava Lisboa para o comercio da colônia, tornando-se indispensável o contato direto desta com os mercados ainda acessíveis. A „abertu-ra dos portos‟, decretada ainda em 1808, resultava de uma imposição dos acontecimentos.” “A „abertura dos portos‟, [...], foi decretada sem consulta [...], pois na parte de frota que tocou a Bahia, não viajava o Visconde de Strangford, [...] que seria o mentor da política econômica do governo portu-guês, a partir do momento em que este se estabelecesse no Rio de Janeiro. Segundo consta, o Prínci-pe Regente relutou muito antes de aceitar os argumentos de José da Silva Lisboa, depois Visconde de Cairu, em favor da abertura dos portos, o que indica quão pouca percepção tinham os governantes lusi-tanos do que estava ocorrendo na realidade.”

FURTADO, Celso. Formação Econômica do Brasil. Brasília: Ed. UnB, 1963, p. 118

Logo após a “abertura dos portos”, como parte do processo de estabelecimento da Família Real portu-guesa no Brasil, houve a assinatura dos Tratados de 1810. Com relação ao exposto, assinale a opção correta:

a) Tanto a abertura dos portos quanto os Tratados de 1810 eram parte de uma política de conciliação do Estado português, que pretendia, através de tais ações, assinar um armistício com o governo francês a fim de que as tropas de Napoleão se retirassem de Lisboa.

b) Tanto a abertura dos portos quanto os Tratados de 1810 favoreciam não apenas a Inglaterra mas, principalmente os Estados Unidos da América, que nesse período desenvolvia a Doutrina Monroe para todo o continente americano.

c) Os Tratados de 1810, também chamados de Comércio e Navegação e de Aliança e Amizade, esta-beleciam uma alíquota de 15% sobre o produto para as mercadorias inglesas em Portugal e em su-as colônias e a proibição do restabelecimento do monopólio comercial português.

d) Os Tratados de 1810, também chamados de Comércio e Navegação e de Aliança e Amizade, esta-beleciam uma licença para que os súditos franceses comercializassem livremente nos portos de Portugal e em suas colônias.

e) Os Tratados de 1810, também chamados de Comércio e Navegação e de Aliança e Amizade, esta-beleciam liberdade de culto religioso para os franceses que eram protestantes e proibia a instalação da Inquisição no Brasil.

23. “Os índices de mortalidade dos africanos a bordo dos navios podem ter se ampliado geometrica-mente durante a fase mais aguda da repressão, e uma comparação pode ser estabelecida por meio das estatísticas ao longo de todo o tráfico, apesar da diversidade dos dados [...]. De qualquer forma, a expe-riência da travessia nessas condições era algo que jamais seria esquecido por aqueles africanos que a viveram.”

RODRIGUES, Jaime. O Infame Comércio: Propostas e experiências no final do tráfico de africanos para o Brasil (1800-1850). Campinas: Ed. Da Unicamp/Cecult, p.190

“Quando desembarquei, senti-me grato à Providência por ter me permitido respirar ar puro novamente, pensamento este que absorvia quase todos os outros. Pouco me importava, então, de ser escravo, ha-via me safado do navio e era apenas nisso que eu pensava.”

Trecho da Biografia de Mohammah Bacquaqua, in: RODRIGUES, Jaime. O Infame Comércio: Propostas e experiências no final do tráfico de africanos para o Brasil (1800-1850). Campinas: Ed. Da Unicamp/Cecult, p.190

Os trechos acima descrevem as percepções sobre o tráfico negreiro no Brasil. Fundamentando-se nes-sas considerações, assinale a opção correta:

a) O Brasil havia sido pressionado pelos ingleses, desde sua independência, para que suspendesse o trafico negreiro. Entretanto, em 1831, D.Pedro I se cansou dessa invasão britânica nos assuntos brasileiros e decretou que o comércio de escravos com os países aliados da África deveria ser am-pliado.

b) O Brasil havia sido pressionado pelos ingleses, desde sua independência, para que suspendesse o trafico negreiro. Uma alternativa encontrada por D. Pedro I foi a proclamação da Lei do Ventre Livre, de 1850, que determinava que as mulheres que haviam engravidado durante a viagem no navio ne-greiro seriam consideradas, juntamente com seus filhos, automaticamente livres assim que aportas-sem no Brasil.

c) Em 1845 a pressão inglesa sobre o comércio de escravos do Brasil se transformou em ameaça mili-tar na medida em que a promulgação do Bill Aberdeen declarava que os escravos apreendidos pe-

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los navios mercantes ingleses poderiam ser revendidos nos portos dos Estados Unidos da América e o lucro auferido permaneceria com a marinha britânica.

d) Em função da pressão inglesa, D. Pedro II promulgou, em 1850, a Lei Eusébio de Queirós, que proi-bia a entrada de negros traficados no Brasil e expulsava os traficantes.

e) Com o fim do tráfico negreiro, decretado em 1870 com a Lei Alves Branco, uma forma encontrada pelos traficantes de se manterem na ativa foi a revenda, ilegal, dos escravos nascidos em terras brasileiras para as plantations do sul norte-americano.

24. “O Coronelismo tem sido entendido como uma forma específica de poder político brasileiro, que floresceu durante a Primeira República e cujas raízes remontam ao Império; já então os municípios e-ram feudos políticos que se transmitiam por herança – herança não configurada legalmente, mas que existia de maneira informal. Uma das grandes surpresas dos republicanos históricos, quase imediata-mente após a proclamação da República, foi a persistência desse sistema, que acreditavam ter anulado com a modificação do processo eleitoral. [...] De onde a exclamação desiludida de muito republicano histórico: “Esta não é a República dos meus sonhos!”

QUEIROZ, Maria Isaura Pereira de. (Org.) O Brasil republicano. Estrutura de Poder e Economia (1889-1930). História Geral da

Civilização Brasileira, Tomo III, São Paulo: Difel, 1977, p.155

Para muitos autores, o coronelismo integrou o processo político da chamada República Velha brasileira até pelo menos 1930. Sobre esse período, assinale a opção correta:

a) Durante este período, o poder dos coronéis se fortaleceu, pois a Constituição de 1891 estabelecia que apenas algumas “mesas” e “conselhos” constituídos por pessoas influentes determinassem quem poderia ser qualificado como eleitor ou não.

b) Nesse período, o setor agrário-exportador foi obrigado a se modernizar em função das exigências do capitalismo internacional, o que produziu coronéis que, mesmo sendo originários das grandes fa-zendas, se utilizavam das eleições para garantir deputados, senadores e Presidentes que votassem leis garantidoras de uma larga industrialização do Brasil.

c) Esse período ficou amplamente conhecido por sofrer influência direta dos coronéis, que, através do clientelismo e do voto de cabresto, manipulavam as eleições desde o âmbito local até o federal, ga-rantindo assim a manutenção de seus interesses agroexportadores.

d) Nesse período de domínio das oligarquias rurais, dois estados garantiam sua supremacia na mani-pulação da política em âmbito federal: Rio Grande do Sul e Paraíba.

e) Nesse período, os direitos políticos dos brasileiros foram plenamente satisfeitos, uma vez que a Constituição Brasileira de 1889 garantia o direito a voto de todo cidadão brasileiro ou naturalizado, não importando que fosse alfabetizado ou não e independente de poder aquisitivo, além disso defi-nia que o voto fosse fechado.

25. “Pretendemos realizar o Estado [...], livre de todo e qualquer princípio de divisão: partidos políticos; estadualismos em luta pela hegemonia; lutas de classes; facções locais; caudilhismos; economia de-sorganizada; antagonismos de militares e civis; antagonismos entre milícias estaduais e o Exército; en-tre o governo e o povo; entre o governo e os intelectuais; entre estes e a massa popular. [...] Pretende-mos criar a suprema autoridade da Nação. [...] Pretendemos criar, com todos os elementos raciais, se-gundo os imperativos mesológicos e econômicos, a Nação Brasileira, salvando-a dos erros da civiliza-ção capitalista e dos erros da barbárie comunista. [...] Pretendemos lançar as bases de um sistema e-ducacional para garantia da subsistência da Nação no futuro. [...] Para isso, combateremos os irônicos, os "blasés", os desiludidos, os descrentes, porque nesta hora juramos não descansar um instante, en-quanto não morrermos ou vencermos, porque conosco morrerá ou vencerá uma Pátria. Esses são os rumos da nossa marcha!”

Manifesto de Outubro, 07.10.1932. Disponível em: http://www.anauefoz.hpg.com.br

O trecho transcrito acima integrava a ideologia de uma organização atuante na política brasileira da década de 1930, que foi liderada pelo escritor Plínio Salgado, e possuía inspiração nas ideias fascistas de Benito Mussolini. Essa organização era a:

a) Associação Republicana Democrática (ARD). b) Ação Integralista Brasileira (AIB). c) Movimento Democrático Capitalista (MDC). d) Aliança Nacional Libertadora (ANL). e) Ação Populista Brasileira (APB).

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26. “Nunca tivemos uma Constituição genuinamente brasileira, que cogitasse com realismo nossos vastos problemas. Temos um imenso território subpovoado e uma população subalimentada, subedu-cada, mal-atendida, à espera de ajuda. [...] Não estávamos em condições, quer econômicas, quer finan-ceiras, quer políticas de nos darmos ao luxo de pretendermos ser uma democracia. Sabes o quanto custa uma eleição, não digo em dinheiro, mas em tempo, em retaliações pessoais, em desgastes noci-vos a um povo que tem pressa de crescer? Vamos em breve ter de enfrentar uma situação muito séria, talvez uma guerra, e de tomar medidas muito mais necessárias do que a poética suposição de que so-mos livres dentro de casa. [...] A constituição de 1937, que tanto te preocupa, é apenas uma tentativa, uma experiência transitória, para atravessarmos a tempestade que se aproxima com um mínimo de sacrifícios possível.”

Explicação de Getúlio Vargas para a necessidade do Estado Novo. Abril de 1938. Reproduzido por Alzira Vargas do Amaral Peixoto. LEVINE, Robert M. Pai dos Pobres? O Brasil e a era Vargas. São Paulo: Cia. das Letras, p. 208

Sobre a transcrição documental acima, assinale a opção correta:

a) O pretexto utilizado por Vargas para a instalação do Estado Novo foi a “descoberta” de um projeto de inspiração da extrema direita através do qual os grupos fascistas pretendiam tomar o poder no Bra-sil. Esse projeto foi denominado: Plano Cohen.

b) A Constituição de 1937 era liberal e manteve o poder legislativo, uma vez que Vargas não se sentia obrigado a obedecê-la, mantendo a ditadura do Estado Novo, visto que possuía apoio do povo brasi-leiro.

c) A Constituição de 1937 possuía, entre as suas características, a centralização política com o fortale-cimento do poder do presidente, a extinção do Legislativo e a subordinação do Judiciário ao Execu-tivo.

d) Prevendo a possibilidade de uma segunda guerra mundial, Vargas decreta o Estado Novo, que pos-suía características nazistas e envia a prisioneira Olga Benário para a Alemanha, pois pretendia se estabelecer como um posto avançado do Eixo na América e assim fazer com que o Brasil alcanças-se o status de potência mundial.

e) O Estado Novo foi instalado por Vargas, pois estava no poder desde 1930 e pretendia alterar o regi-me político brasileiro, transformando o país novamente em uma monarquia e se constituindo como um monarca de caráter industrial.

27. “Os aliados se comprometem solenemente a não deporem as armas senão de comum acordo, e somente depois de derrubada a autoridade do atual governo do Paraguai, bem como a não negociarem separadamente com o inimigo comum, nem celebrarem tratados de paz, trégua ou armistício, nem con-venção alguma para suspender ou findar a guerra, senão de perfeito acordo entre todos.”

Art. 6º do Tratado da Tríplice Aliança. COSTA. Wilma Peres. A Espada de Dâmocles. O Exército, a Guerra do Paraguai e a Crise do Império. São Paulo: Ed. Hucitec, 1996, p.163

Sobre o trecho do documento transcrito, tratando do processo da Guerra do Paraguai (1864-1870), as-sinale a opção correta:

a) O estopim da guerra foi a intervenção brasileira em território colombiano, o que causou a reação de Solano Lopes, que, contando com um exército mais numeroso que o brasileiro, rompeu relações di-plomáticas com o Império e ordenou o aprisionamento do navio Marquês de Olinda.

b) A Tríplice Aliança, constituída contra o governo de Solano Lopes, era formada por Inglaterra, Brasil e Uruguai.

c) Entre as causas da guerra, é possível assinalar o modelo de desenvolvimento paraguaio, que era autônomo e contrariava os interesses dos capitalistas ingleses. Além disso, havia, por parte do Bra-sil, a preocupação com a livre navegação pelo rio Paraguai.

d) Solano Lopes possuía uma política imperialista que estava fundamentada na ideologia bolivariana e pretendia criar um império latino-americano unificado, o que se contrapunha aos interesses de Esta-dos Unidos e Inglaterra.

e) As primeiras batalhas da guerra foram ganhas pelo Paraguai, que teve suas tropas fortalecidas pelo apoio da Argentina e da Colômbia.

28. “Os primeiros vinte anos de Henrique VIII trouxeram poucas mudanças à posição de segurança interna da monarquia Tudor. [...] Não havia ainda sinais de qualquer desenvolvimento espetacular na orientação política monárquica na Inglaterra. Foi a crise matrimonial de 1527-28, causada pela decisão real de se divorciar de sua esposa espanhola, com o subsequente impasse com o papado sobre uma

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questão que afetava a sucessão interna, que viria subitamente alterar toda a situação política. Para lidar com a obstrução papal – inspirada pela hostilidade dinástica do imperador ao planejado novo ca-samento – foi necessário recorrer a novas e mais radicais leis, e reunir apoio político nacional contra Clemente VII e Carlos V.”

ANDERSON, Perry. Linhagens do Estado Absolutista. São Paulo: Brasiliense, 1985, p.119

Essa guinada sofrida na condução dos negócios da monarquia britânica fortaleceu sobremaneira o po-der real e ficou conhecida por:

a) Guerra das Duas Rosas, em que Henrique VIII, apoiado pela França, declarou guerra ao Imperador do Sacro Império Romano Germânico, venceu o conflito e criou a Igreja Anglicana.

b) Ato de Supremacia, que instituía o Anglicanismo como religião oficial e confiscava as propriedades inglesas anteriormente pertencentes ao clero católico.

c) Ato de Cercamentos, que confiscava as propriedades inglesas anteriormente pertencentes ao clero católico e investia na marinha britânica.

d) Édito de Nantes que implantava a possibilidade de divórcio nos casamentos católicos ocorridos em terras britânicas.

e) Concordata de Londres, que possibilitava que uma mulher, a filha do rei, Elizabeth, assumisse o tro-no britânico solucionando o problema da sucessão de Henrique VIII.

29. “Se a força do governo popular na paz está na virtude, a força do governo popular na revolução está, ao mesmo tempo, na virtude e no terror: a virtude, sem a qual o terror é funesto; o terror, sem o qual a virtude é impotente. O terror nada mais é do que a justiça pronta, severa, inflexível; por conse-guinte, emana da virtude, é menos um princípio particular do que uma consequência do principio geral da democracia aplicado às necessidades mais urgentes da pátria.”

Robespierre, 5 de fevereiro de 1794. SOBOUL, Albert. História da Revolução Francesa. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1974, p. 323

Considerando o documento transcrito, assinale a qual grupo revolucionário Robespierre estava atrelado:

a) Termidorianos. b) Girodinos. c) Monarquistas. d) Jacobinos. e) Brumarianos.

30. “[...] A expressão surgiu em 1989 após conferência realizada na capital dos Estados Unidos, que uniu representantes de vários países e organismos mundiais – como o Banco Mundial e o FMI – a fim de estabelecer diretrizes internacionais para uma política de ajuda aos países em desenvolvimento. O documento dessa reunião estabeleceu um decálogo de ajustes e medidas baseadas no neoliberalismo, que influenciou vários países, principalmente na América Latina: ajuste fiscal, redução do tamanho do Estado, privatização, abertura comercial, fim das restrições ao capital externo, abertura financeira, redu-ção das regras governamentais na economia, reestruturação do sistema previdenciário, investimentos em infra-estrutura básica, fiscalização dos gastos públicos e fim das obras faraônicas.”

MORAES, José Geraldo Vinci de. História Geral e Brasil. São Paulo: Atual, p.641

Esse documento passou a ser conhecido por:

a) Globalização. b) Concerto Europeu. c) Congresso de Dantizig. d) Consenso de Washington. e) Tratado de Versalhes.

FÍSICA

Quando necessário, utilize g = 10m/s2

31. O motor de um automóvel esportivo de massa 1000kg tem potencia 450kW e é capaz de aumentar sua velocidade de 0 a 108km/h em 5s. Seu rendimento é, em %: a) 100. b) 45. c) 50. d) 20. e) 90.

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32. Nos processos de interação de tecidos vivos com radiações, em odontologia e em medicina, muitas

vezes são utilizados lasers do tipo Er:YAG, que possuem um comprimento de onda 3,0.10–6

m. Sendo a

velocidade de propagação das ondas eletromagnéticas no vácuo 3,0.108m/s, a frequência dessa radia-

ção é, em Hz:

a) 9.1014

b) 3.1014

c) 1.1014

d) 6.1014

e) 2.1014

33. Um termômetro indica uma temperatura através da altura da coluna líquida de acordo com a figura.

A melhor leitura dessa medida é, em oC:

a) 12. b) 12,5. c) 12,55. d) 12,555. e) 13.

34. Um pêndulo simples de massa 200g é pendurado no espelho retrovisor de um automóvel para ser-vir de acelerômetro (medidor de aceleração). Quando em repouso ou em movimento retilíneo e unifor-me, o pêndulo permanece na vertical. Quando o automóvel é acelerado ou freado, o pêndulo desloca-se da sua posição de equilíbrio. Considere que o automóvel parte do repouso provocando uma inclinação no pêndulo de 11,5º (tg 11,5º = 0,2) em relação ao eixo vertical de equilíbrio e assim permanece duran-te 10s. A velocidade do automóvel ao final desse tempo é, em m/s:

a) 40. b) 30. c) 11. d) 25. e) 20. 35. Em geral considera-se que a aceleração gravitacional tem valor constante. No entanto, ela varia com a altitude. Considerando um corpo de massa m a uma altura h da superfície da Terra, de acordo a lei da gravitação universal, a força de atração entre o corpo e a Terra é: Onde G é uma constante, R, o raio da terra e M, a massa da Terra. Sabendo que o peso do corpo é dado por P = m.g, a variação da aceleração gravitacional g, em função da altura, é dada por:

a) g = G

b) g = F

c) g = G

d) g = G

M

(R + h)2

M.m

(R + h)2

m

(R + h)2

M + m

(R + h)2

M.m

(R + h)2

F = G

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e) g = G

36. Num circuito com um chuveiro (Ch1), o fusível (F) de proteção é rompido, desligando o circuito, quando a corrente ultrapassa 30 A. Para instalar um novo chuveiro (Ch2) em paralelo, de 5000W, o fusível existente deve ser trocado por um de:

a) 50 A b) 40 A c) 45 A d) 55 A e) 60 A

37. A mola da figura ao lado indica uma força igual ao peso do objeto quando no ar. Mer-

gulhando 3/4 do volume desse objeto em um líquido de densidade dL ( igual à metade do

valor da densidade do sólido dS ), o novo valor indicado pela mola corresponderá à seguin-

te fração do peso:

a) 5P/8 b) 3P/4 c) 3P/8 d) 1P/2 e) 8P/5

38. Considerando o diagrama da figura ao lado, onde são apresentadas

duas isotermas indicadas por T1 e T2, as transformações gasosas A, B e C

são, respectivamente:

a) isométrica, isotérmica, isobárica. b) isobárica, isotérmica, isométrica. c) isométrica, isobárica, isotérmica. d) isométrica, isométrica, isobárica. e) isobárica, isobárica, isotérmica. a) leste. b) norte. c) sul. d) oeste. e) da corrente.

40. A figura representa um instrumento óptico constituído de duas lentes. Sobre esse instrumento é correto afirmar que:

a) a lente 1 é divergente. b) a imagem 1 é virtual. c) a imagem 2 é real. d) a lente 2 é convergente. e) a imagem 1 é objeto da lente 2.

MATEMÁTICA

41. Se log 2 = 0,3, log 3 = 0,4, então podemos afirmar que: 1. log 5 = 0,7. 2. log 12 = 0,12. 3. log 30 = 1,4.

a) Apenas 1 está correta.

M

(R + h)2

200V Ch1 Ch2

F

0 V1 V2 V(m3)

P (kPa)

P1

P2

A C

T2 B

T1

F

S

L S

N

B

O

i

N

39. A figura representa um trecho de um condutor mergulhado em um campo magnético uniforme. Ao passar uma corrente elétrica (convencional) (i) no sentido indicado, uma força será exercida no condutor, no sentido:

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b) Apenas 2 está correta. c) Apenas 3 está correta. d) Apenas 1 e 3 estão corretas. e) Todas estão corretas.

42. A escada (figura ao lado) de 20 degraus, de 15cm de altura cada um, forma com o plano um ângulo de 30º. Então a largura de cada degrau é aproximadamente:

a) 30cm. b) 13cm. c) 26cm. d) 15cm. e) 11,2cm.

43. Um prêmio de R$ 260000,00 foi rateado entre oito jovens, divididos em dois grupos de quatro cada um, sendo que os quatro do primeiro grupo receberiam o triplo dos jovens do segundo grupo. Porém, um jovem do primeiro grupo desistiu do prêmio em favor dos demais, na condição de manutenção da proporcionalidade anterior. Cada jovem do primeiro grupo recebeu:

a) R$ 48750,00. b) R$ 51796,88. c) R$ 48000,00. d) R$ 60000,00. e) R$ 55714,29.

44. O lugar geométrico dos pontos equidistantes de A(1,2,3) e de B(3,2,1) é:

a) o eixo das abscissas. b) o eixo das ordenadas. c) y = 0. d) x = z e) x = y = z e y 0.

45. No triângulo ABC, cujos vértices são: A(–2,1), B(3,2) e C(2,–1), a equação da reta suporte da altura relativa ao lado suporte de A e B, é:

a) x – 5 y +7 = 0. b) x – 5 y – 7 = 0. c) x + 5 y – 7 = 0. d) 5 x + y – 9 = 0. e) 5 x + y + 9 = 0.

46. Uma esfera, de raio 1m, é dividida em 8 partes iguais através de 3 cortes, nas direções dos planos xy, xz e yz, como mostra a figura ao lado. Qual é área da superfície de cada sólido resultante dessa divisão?

a) 5 π / 4m2

b) π / 2m2

c) π / 6m2

d) π / 3m2

e) 2 π m2

47. A taxa de decaimento de uma determinada substância é dada por A = A0 e–0,004t

, onde A0 é a quan-

tidade original de substância e t é o tempo, dado em anos. Sabendo-se que ln 2 = 0,69, quantos anos

leva para a substância decair para A0 /4 ?

a) 172,5

b) 345

c) 69

d) 138

3m

30o

z

y

x

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e) 100

48. Tendo que f(x) = tg(x) + cotg(x), qual função não é igual a f (x)?

a) cossec(x)sec(x) b) cos(x)sen(x)

c)

d)

e)

49. Dadas as figuras A e B, sombreadas abaixo, podemos afirmar que:

a) a área de A é a metade da área de B. b) o perímetro de A é maior que o perímetro de B. c) as áreas são iguais. d) os perímetros são iguais. e) o perímetro de B é maior que o perímetro de A.

50. Qual é a razão da P.G. cuja lei de formação é an = , n, n N* ?

a) q = 4

b) q = 3/2

c) q = 3

d) q = 2

e) q = 16

QUÍMICA

51. O quadro abaixo mostra como (+) o resultado de reações que ocorreram entre metais e soluções aquosas de íons metálicos. De acordo com o mesmo, assinale a opção incorreta:

a) Dentre os metais acima, o zinco é o que se oxida mais facilmente.

b) O íon Ag1+

é o que se reduz mais facilmente.

c) Os íons metálicos acima não são capazes de oxidar prata.

d) O chumbo é um redutor mais forte do que o cobre.

1

cos(x)sen(x)

cossec(x)

cos(x)

sec(x)

sen(x)

2m

4m

A 2m

4m

B

8n + b

2n + 3b

Solução

Pb2+

– – + –

Cu2+

+ – + –

Zn2+ – – – –

Ag1+

+ + + –

Metal

Pb Cu Zn Ag

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22 Medicina 2010

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e) O íon Cu2+ é um oxidante mais fraco do que o Zn2+.

52. Em uma indústria, um operário misturou, inadvertidamente, acrílico (Ac), alumínio (Al) e cortiça (C), limpos e moídos. Para recuperar cada um desses materiais, utilizou o seguinte método de separação:

jogou a mistura em um tanque contendo água (densidade = 1,00 g/cm3), separando, então, a fração que

flutuou (fração A) daquela que foi ao fundo (fração B). A seguir, recolheu a fração B, secou-a e jogou-a

em outro tanque contendo solução (densidade = 1,50 g/cm3), separando o material que flutuou (fração

C) daquele que afundou (fração D). Dados:

As frações A, C e D eram, respectivamente:

a) C, Ac e Al. b) C, Al e Ac. c) Al, Ac e C. d) Al, C e Ac. e) Ac, Al e C.

53. Os indicadores são em geral ácidos fracos, que apresentam diferentes colorações dependendo da faixa de pH em que se encontram. A tabela abaixo relaciona a cor de 2 indicadores com o pH das solu-ções aquosas:

Dadas as soluções 100% ionizadas de 0,01M de: ácido clorídrico (S1) e 0,00001M de ácido acético (S2), assinale a opção correta:

a) S1 será incolor com fenoftaleína e vermelho com alaranjado de metila; S2 será amarelo com alaran-jado de metila e incolor com fenoftaleína.

b) S1 será incolor com fenoftaleína e amarelo com alaranjado de metila; S2 será amarelo com alaran-jado de metila e incolor com fenoftaleína.

c) S1 será vermelho com fenoftaleína e vermelho com alaranjado de metila; S2 será amarelo com ala-ranjado de metila e vermelho com fenoftaleína.

d) S1 será incolor com fenoftaleína e vermelho com alaranjado de metila; S2 será vermelho com ala-ranjado de metila e incolor com fenoftaleína.

e) S1 será incolor com fenoftaleína e vermelho com alaranjado de metila; S2 será amarelo com alaran-jado de metila e vermelho com fenoftaleína.

54. Um produto de limpeza, em um frasco de 200 mL, apresenta a seguinte informação em seu rótulo:

“Cada 200 mL contém 10 mL de solução amoniacal (NH3 aq) a 25% V/V. A concentração de amônia no

produto, em porcentagem, é:

a) 1,25 b) 10 c) 2,25 d) 5,0 e) 1,5

55. 500 mL de uma bebida utilizada como complemento alimentar contêm 10 g de sulfato férrico 100%

dissociado. Dada a equação Fe2(SO4)3 2Fe3+

+ 3SO42–

, a concentração em mols/L dos íons ferro e

sulfato, respectivamente, contida nessa bebida é:

a) 2 e 3 mol/L Dados: Fe = 56 b) 0,05 e 0,10 mol/L S = 32 c) 0,05 e 0,01 mol/L O = 16

Material Densidade (g/cm3) (na temperatura de trabalho)

Acrílico (Ac)

1,1 – 1,2

Alumínio (Al)

2,6 – 2,9

Cortiça (C)

0,13 – 0,28

Indicador Cor em função do pH

Fenoftaleína Incolor em pH < 8 Vermelho em pH > 9

Alaranjado de metila Vermelho em pH < 2,5 Amarelo em pH > 3,5

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d) 0,20 e 0,30 mol/L e) 0,10 e 0,15 mol/L

56. O aspartame é uma substância usada como adoçante artificial porque pequenas quantidades são suficientes para causar a doçura aos alimentos, já que é cerca de duzentas vezes mais doce que a sa-carose. Ocorre que existem também isômeros do aspartame que agem de maneira contrária, ou seja, não adoçam e têm sabor amargo. Dada a estrutura do aspartame (representada abaixo), assinale a opção que apresenta a afirmação incorreta:

a) A diferença entre o sabor doce e o amargo está no fato de o as-partame possuir 2 carbonos quirais e, portanto, 4 isômeros ópti-cos, sendo 2 de sabor doce e 2 de sabor amargo.

b) O aspartame é um aminoácido. c) Por ser polar, o aspartame é solúvel em água. d) O aspartame possui isômeros espaciais geométricos. e) Ligações peptídicas entre moléculas de aspartame podem formar

uma proteína.

57. No Brasil, o álcool e o açúcar são obtidos através da cana. Em outros países, usam-se matérias-primas como a beterraba, o milho e o arroz. Esquematicamente, o processo usado no Brasil é apresen-tado a seguir:

Reações envolvidas no processo de fermentação:

Açúcar escuro Açúcar comum

Melaço

Mosto fermentado

Cana-de-açúcar (1 tonelada)

Garapa

Etanol (70 litros)

Óleo fúsel e resíduo

Destilação

Fermentação

Concentração e

cristalização

Trituração

em moendas

Refinação

(sacarose)

C6 H12 O6

C6 H12 O6 +

C12 H22 O11 + H2O

+

Glicose ou frutose

C6 H12 O6

Etanol Gás carbônico

2C2 H5 OH + 2CO2

Invertase

Enzimas

Sacarose (açúcar de cana)

glicose frutose

OH

H

OH

OH

CH2OH CH2OH

O

H

OH

OH

CH2OH CHO

HO

H

H

H

HO

H

H

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24 Medicina 2010

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Considerando o processo todo, assinale a opção incorreta:

a) Glicose e frutose são isômeros funcionais. b) A glicose tem 4 carbonos quirais e por isso apresenta 16 isômeros ópticos. c) Os dois monossacarídeos, glicose e frutose, são solúveis em água devido à polaridade. d) Somente o processo de fermentação do melaço envolve reações químicas, sendo que os demais

processos envolvem fenômenos físicos. e) A glicose e a frutose podem ser ligadas por uma ligação glicosídica para formar um dissacarídeo

conhecido como maltose.

58.

Dada a reação de ácido bromídrico com cloro gasoso 2HBr (g) + Cl2 (g) 2HCl (g) + Br2 (g) e conhe-

cendo-se as energias de ligação, conforme tabela acima, todas nas mesmas condições de pressão e

temperatura, a variação de entalpia (H) será:

a) – 19,6 kcal. b) – 46,1 kcal. c) 19,6 kcal. d) 57,9 kcal. e) – 23,4 kcal.

59. Assinale a opção correta de acordo com as condições estabelecidas em cada coluna:

a) somente a condição 1 está correta. b) somente a condição 3 está correta. c) somente as condições 1 e 4 estão corretas. d) somente as condições 2 e 5 estão corretas. e) somente as condições 3 e 5 estão corretas.

60. Com relação aos diversos tipos de ligações químicas, assinale a opção incorreta:

a) A ligação iônica se forma pela transferência de elétrons do elemento menos eletronegativo para o mais eletronegativo.

b) Sendo a ligação covalente, em geral, bastante forte, os pontos de fusão e ebulição dos compostos covalentes são altos.

c) A ligação C – Cl no tetracloreto de carbono (CCl4) é polar, mas a molécula, como um todo, é apolar,

por causa da simetria tetraédrica do carbono. d) A molécula de água é covalente polar. e) A ligação Si – Cl é polar, mas a molécula de SiCl4 por ser tetraédrica é apolar.

Condição Reage com A solução aquo- É substância É uma base

O2 formando sa apresenta iônica de Lewis

óxido básico reação ácida

1 Sr CO2 CH4 Br–1

2 B NaCl Hl BF3

3 Li SO2 Na2O NH3

4 Br2 H2SO4 HBr Cu2+

5 Ca KOH KF H2

Ligação Energia de ligação (kcal/mol)

H – Br 87,4

Cl – Cl 57,9

H – Cl 103,1

Br – Br 46,1

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BIOLOGIA

61. Dos anterídeos são liberados muitos anterozoides flagelados que nadam na película de água que envolve o protalo e chegam à abertura dos arquegônios. A fecundação da oosfera no interior de um dos arquegônios dá origem a um zigoto, o que garante a formação de um pequeno embrião, por mitoses. Ainda preso ao protalo, ele se desenvolve e forma uma plantinha, o novo esporófito que tem, inicialmen-te, apenas uma raiz e uma pequena folha, verdadeiras por apresentarem vasos condutores.

A descrição acima se refere ao ciclo reprodutivo de:

a) um musgo. b) uma pteridófita. c) uma gimnosperma. d) uma angiosperma monocotiledônea. e) uma angiosperma dicotiledônea.

62. Analise as afirmativas abaixo:

1. A transmissão do impulso nervoso entre um neurônio e outro só é possível se suas membranas esti-verem em contato físico.

2. Quanto maior o estímulo recebido por um neurônio, maior será a intensidade do impulso nervoso gerado e conduzido por ele.

3. Os neurônios em repouso possuem potencial de membrana igual a zero.

a) Apenas 1 está correta. b) Apenas 2 está correta. c) Apenas 3 está correta. d) Apenas 1 e 3 estão corretas. e) nenhuma delas.

63. O ano passado foi indiscutivelmente o ano de Charles Darwin: comemoraram-se simultaneamente o bicentenário de seu nascimento (12 de fevereiro) e também os 150 anos da publicação do livro A ori-gem das espécies (24 de novembro). Qual das opções abaixo representa uma ideia contida em seu livro?

a) A diferenciação genética é a principal causa da diversidade sobre a qual atua a seleção natural. b) A seleção natural é a principal causadora da diversidade entre os indivíduos de uma população. c) A principal causa da diversidade é a mutação gênica que faz com que os indivíduos se adaptem ao

meio. d) Uma determinada população se adapta ao meio, pois os indivíduos mais adaptados possuem maio-

res chances de sobrevivência. e) A seleção natural modifica o indivíduo morfológica e fisiologicamente, contribuindo para que ele se

adapte ao meio.

64. Em células musculares esqueléticas, a reação C6H12O6 → 2 C3H4O3 + 4 H+ + 4 ATP ocorre:

a) no hialoplasma e na crista mitocondrial. b) na matriz mitocondrial. c) no hialoplasma. d) no hialoplasma e na matriz mitocondrial. e) na crista mitocondrial.

65. As hemácias humanas, por serem anucleadas, têm curta duração no sangue (cerca de três meses). Assim, periodicamente ocorre renovação deste tipo celular, sendo as células velhas destruídas, princi-palmente:

a) no rim. b) na medula óssea. c) no timo. d) no fígado. e) no baço.

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26 Medicina 2010

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66. Observe a figura abaixo, que esquematiza o sistema reprodutor masculino. Na prática médica, as estruturas diretamente relacionadas ao controle de natalidade através da vasectomia e ao diagnóstico precoce de câncer através de toque retal estão apontadas, respectivamente, pelos números:

a) 1 e 7. b) 2 e 5. c) 3 e 4. d) 6 e 5. e) 2 e 3.

67. Comparando-se embriões de mamíferos e de aves, pode-se afirmar que a placenta dos primeiros tem uma função semelhante:

a) ao saco vitelino, ao alantoide e ao córion das aves. b) somente ao âmnio das aves. c) somente ao saco vitelino das aves. d) somente ao alantoide das aves. e) ao saco vitelino e ao âmnio das aves.

68. Os cloroplastos e as mitocôndrias são organelas citoplasmáticas relacionadas à bioenergética celu-lar. Analise as afirmações apresentadas e escolha a opção correta:

1. Apresentam estrutura formada por dupla membrana. 2. Possuem DNA próprio, geralmente com formato esférico. 3. Tem origem explicada pela teoria endossimbionte.

a) Apenas 1 está correta. b) Apenas 2 está correta. c) Apenas 3 está correta. d) Apenas 2 e 3 estão corretas. e) 1, 2 e 3 estão corretas.

69. Observe a sequência gênica abaixo, com as respectivas distâncias em unidades de recombinação (UR). Espera-se uma maior taxa de recombinação entre os genes:

a) A e B. b) A e C. c) C e D. d) A e D. e) B e D.

70. Desde o início da indústria farmacêutica, na segunda metade do século XIX, nenhum dos medica-mentos lançados proporcionou tanto impacto no comportamento das pessoas como a pílula anticoncep-cional. A primeira foi produzida e lançada nos EUA em 1960 e continua sendo, até hoje, a primeira op-ção entre os métodos anticoncepcionais, em quase todo o mundo. No Brasil, ela surgiu em 1962, sendo utilizada por cerca de 20% das mulheres em idade reprodutiva, o que equivale a mais de 11 milhões de usuárias. Em relação ao seu modo de ação no organismo feminino, assinale a opção correta:

a) Age nos ovários, aumentando a liberação de FSH e LH. b) Age na hipófise, aumentando a liberação estrógenos e progesterona. c) Age na hipófise, inibindo a liberação de FSH e LH. d) Age nos ovários, inibindo a liberação de estrógeno e progesterona. e) Age na hipófise, aumentando a liberação de FSH e LH.

1

2

3

4

5

6

7